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Mais um final de ano se aproxima e com ele a festa mais aguardada pelas crianças.
Noite de Natal. Crianças espalhadas pelo mundo inteiro aguardam a visita do bom velhinho. Apreensivas esperam que
Papai Noel chegue com os presentes tão desejados durante o ano, mas nem todos os pequeninos acreditam na figura de um
homem vestido de vermelho com barba comprida e um barrigão.
Esta é a história dos irmãos Daniel e Rodrigo, um com doze e o outro com sete anos. O primeiro não possui mais a
ilusão do velho barbudo, é muito difícil hoje em dia uma criança nessa idade acreditar que um velho desconhecido venha até
sua casa entregar presentes.
Faltando vinte minutos para as doze badaladas, Viviane mãe dos meninos entra na sala e vai falando.
O mais velho ficou olhando para a mãe com um olhar desconfiado. Raphael, pai dos meninos, não precisava falar para
que eles entendessem o recado. Olhou para Daniel, e como se um olhar valesse mais que mil palavras, o guri foi em direção do
quarto com o irmão mais novo.
Silêncio em toda a casa. Somente o barulho do vento entrando pela fresta da janela podia ser ouvido.
Daniel acordou com sede. Levantou e caminhou em direção a cozinha. Quando chegou próximo a porta da sala, um
vulto vermelho e alto na sua frente causou espanto.
- Não pode ser verdade. Eu devo estar ficando louco. Não existe Papai Noel.
O menino seguiu em direção aquele homem travestido com roupa vermelha e botas enormes.
Caminhou lentamente na ponta dos pés até chegar próximo. O homem de costas para a porta não percebeu a
aproximação do menino franzino.
O homem virou-se rapidamente baixando o rosto em direção ao menino. Grandes olhos negros fixaram-se dentro dos
olhos do garoto. Ficou tão perto do rosto do menino que sua imagem fora refletida na escuridão dos olhos enegrecidos.
A figura grotesca de um velho narigudo e com uma longa barba branca o encarava. Um arrepio percorreu a espinha do
garoto. Ficou paralisado sem reação. Não conseguia se mexer nem falar nada. O homem aproximou-se do garoto e uma voz
rouca cortou a escuridão da sala:
O menino não conseguia abrir a boca, tamanho pavor que sentia no momento.
O garotinho tremendo de medo conseguiu somente dizer um Ơsimơ muito baixo que mal podia ser ouvido. O homem
que parecia um gigante calçado de botas abraçou o garoto estático e o colocou num saco vermelho.
Os lábios do menino não conseguiam se abrir. Dava a impressão de estarem colados. Não conseguia falar e nem gritar
por socorro. Tentou se debater dentro do saco, mas o corpo permanecia inerte aos movimentos como se uma força externa o
paralisasse. O homem aproximou-se da janela da sala e de supetão pulou e sumiu na escuridão da calada noite.
- Mamãe, mamãe, Papai Noel trouxe meu presente. Eu sabia. Eu sabia que papai Noel viria.
Viviane colocou a cabeça para fora da porta da cozinha e espiou o menino abrindo uma caixa grande. Logo pensou. -
Deve ser o presente que Raphael trouxe para os meninos. O garotinho sentia uma emoção tremenda, suas mãos tremiam
enquanto as folhas da embalagem caiam ao chão.
Ao abrir o embrulho uma surpresa, o menino havia ganhado um boneco. O brinquedo possuía feições humanas, dava a
impressão de estar vivo. Os detalhes dos olhos, da boca e cabelos impressionavam tamanha a perfeição.
A mulher dirigiu-se para a sala. Um grito de horror pode ser ouvido á distância. Como se fosse acertada por uma
bigorna na cabeça. A mulher despenca no chão desacordada.
Daniel, o menino mais velho estava paralisado como estátua. Amarrado em seu pulso um cartão de Natal com a figura
do bom velhinho e os dizeres.