O livro discute a relação entre literatura e sociedade, analisando como a realidade social influencia a estrutura literária e como a obra literária pode refletir e exercer função na sociedade. O autor argumenta que a crítica literária deve se aproximar da obra considerando o "fator social" e entender como ele fornece matéria e pode influenciar a constituição da obra como arte.
Description originale:
Fichamento de Literatura e sociedade, de Antonio Candido.
O livro discute a relação entre literatura e sociedade, analisando como a realidade social influencia a estrutura literária e como a obra literária pode refletir e exercer função na sociedade. O autor argumenta que a crítica literária deve se aproximar da obra considerando o "fator social" e entender como ele fornece matéria e pode influenciar a constituição da obra como arte.
O livro discute a relação entre literatura e sociedade, analisando como a realidade social influencia a estrutura literária e como a obra literária pode refletir e exercer função na sociedade. O autor argumenta que a crítica literária deve se aproximar da obra considerando o "fator social" e entender como ele fornece matéria e pode influenciar a constituição da obra como arte.
CÂNDIDO, Antônio. Literatura e sociedade. 9. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2006.
História e produção da literatura, conexão social. Os artigos do livro abrangem
temas como história literária, conexões sociais acentuadas e produção literária como estrutura da sociedade. Esta produção tem uma função constantemente referida à sociedade: “averiguar como a realidade social se transforma em componente de uma estrutura literária, a ponto dela poder ser estruturada em si mesma; e como só o conhecimento desta estrutura permite compreender a função que a obra exerce” (p. 9). A grande questão da relação entre literatura e sociedade é saber até que ponto a sociedade implica na literatura. A sociedade é reduzida ao conceito de “fator social”, resta saber se este fator social é determinante ou contingente para valorizar esteticamente a obra. Mas a questão não é onde vai parar a sociedade na observação da literatura, se há um limite, pois importa mais o movimento de aproximação da sociedade à obra literária que a crítica de A.C. faz, e que é o necessário exercício da crítica. Este movimento de aproximação da sociedade à obra literária é chamado de transposição, ou seja, a sociedade assume diversas “posições” na comparação com a obra literária, estas posições vão da matéria que lhe empresta, tópica, ao “fator da própria construção artística, estudado no nível explicativo e não ilustrativo” (p. 17). Então, o objetivo da crítica é explicar a criação literária através de um elemento estetizado, de uma expressividade, porque o reconhece de outras maneiras.
Tomando o fator social, procuraríamos determinar se ele fornece apenas matéria
(ambientes, costumes, traços grupais, ideias), que serve de veículo para conduzir a corrente criadora (nos termos de Lukács, se apenas possibilita a realização do valor estético); ou se, além disso, é elemento que atua na constituição do que há de essencial na obra enquanto obra de arte (nos termos de Lukács, se é determinante do valor esético) (p. 14-15); representa a transposição [...]. Esta não é afirmada abstratamente pelo romancista, nem apenas ilustrada com exemplos, mas sugerida na própria composição do todo e das partes, na maneira por que organiza a matéria, a fim de lhe dar uma certa expressividade” (p. 16) [transposição] como fator da própria construção artística, estudado no nível explicativo e não ilustrativo [...] para chegar a uma interpretação estética que assimilou a dimensão social como fator de arte (p.