Vous êtes sur la page 1sur 104

NQ10 ·DEZEMBRO· 77

SUPLEMENTO BYTE
8080, UM NOVO CAMINHO ABERTO
O QUE SÃO AS «BULK MEMORIES»?

;y, VEJA COMO SÃO FEITAS AS FITAS MAGNÉTICAS


)
) NOVOS MÓDULOS PARA RELÓGIOS DIGITAIS
i)
, NOVOS INTEGRADOS PARA ÁUDIO
)
õ
u
ii
a
.
)
MINI ÓRGÃO ELETRÔNICO

.
u
)
LUZES SEQUENCIAIS
5 CAMPING-LUX
L
ô
::i..
:.>
"
j
!!
>
"tl
:)

ii
õ
e

Crl 2s,oo CURSO DE ÁUDIO- 9.ª LIÇÃO


CURSO DE TÉCNICAS DIGITAIS - 4. ª LIÇÃO
-, CURSO SOBRE LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO- 1.ª LIÇÃO
. MÚSICA
EM ALTA
FIDELIDADE
Construa sua própria caixa actistica,
igual as melhores importadas.
A "NOVIK'! empresa líder na fabricação de alto-falantes
especiais de alta fidelidade, lhe oferece

Instale omelhor som


em alta fidelidade noseucarro.
A OVIK'!fabricante da melhor e mais extensa linha de
alto-falantes especiais para automóveis: woofers, tweeters,
mid-ranges e full-ranges até 30 watts de potência,
põe a sua disposição •
2-GRATUITAMENTE,folheto explicativo
do sistema de al falantes mais apropriado
para seu carro e fonna correta de instalação.

Monte sua caixa


actistica especial
, para instrumentos musicais.
'•\.· J,-GRATIS os 6 avançados projetos
\ ·- · de caixas acústicas especiais para guitarra.
"---= contra-baixo, orgãoe voz, elaborados com
sistemas de alto-falantes "NOVIK'!

SÃO OS MESMOS PROJETOS E SISTEMA$ DE ALTO-FAIANTES


QUE A "NOVIK" ESTÁ EXPORTANDO PARA 14 PAÍSES DE
4 CONTINENTES, CONFIRMANDO SUA QUALIDADE INTERNACIONAL.
IRAElllllllCI
.r,u,,u,.,o,rr•
JOI0,1,..,
nq /r<<,WO"f"'- "' "IH()AN"'fO
'EUóA'l,,1!11. 11 V IIOl't" S•"

SUMÁRÍO
'ftJAcowos.to,r1u.sAS ,.,ru MA
0 '-11 /C,U
/IIO't'OS,..,,otr..OS n,ftA l'ttlf)GIOSOIG1f,ltS
N0 0$1NJf0,11,11l>A.. AA..,0,0

379/3 Luzes Seqüenciais


387/ 11 Camping-lux
391/ 15 Nào está nos Iivros!
SEÇÃO DO PRINCIPIANTE
392/16 Mini órgão para montar, em kit

398/22 Os multímetros analógicos continuam firmes


Ctll'tSOO[AtJOIO -f•ll(:AO
Cll"SODCttCIWICAIOtG/fAIS 4 (1Ç.IO TOA 2010, TOA 2020: Alta fidelidade nos in-
CUl'tSOSOI"[ l/ /llOUAG[ HS Ot 11'11100".UUCÁO 1 'L/ÇAO
402/26
tegrados de potência para áudio

406130 Entendendo as relações sinal/ruído em gra-


vadores
Diretor Responsável
e Superintendente 410/34 Os tirístores na indústria - conclusão
LEONARDO BELLONZI 413/37 Supressão dos transientes de tensão
Assessor Técnico e Redator
JULIANO BARSALI Fibras óticas e sua aplicação às comunica-
Diagramação 418/42 ções
AUROCOSTA
Desenhos 421/45 Os capacitores de tântalo
CARLOS W. MALAGOLI 425/49 Confecção das fitas magnéticas - 1.ª parte
Past-up
JOÃO BATISTA RIBEIRO F.0 431/55 Os novos módulos de relógios digitais
CONSULTORIA TÉCNICA:
Cláudio César Dias Baptista ENGENHARIA
Geraldo Coen Cinco tecnologias e os integrados LSI
Joseph E. Blumenfeld 437161
Juliano Barsali 2.ª parte
Ko Ming Cho
Leonardo Bellonzi SUPLEMENTO BYTE
CORRESPONDENTE 446/70 O que são as «bulk memories»?
EM NEWYORK
Guido Forgnoni 451/75 Linguagens de programação - lição 1
COMPOSIÇÃO
454/78 8080, um novo caminho aberto
J.G. Propaganda
Rua Santo Amaro, 608
IMPRESSAO: 459/83 Curso de técnicas digitais - 4.ª lição
Abril S.A. Cultural e Industrial
472/96 Curso de áudio - 9.ª lição
DISTRIBUIÇÃO NACIONAL:
Abril S.A. Cultural e Industrial Todos os direitos reservados; proibe-se a reprodução parcial ou total dos
textos e ilustrações desta publicação, assim como traduções e adaptações,
R. Emílio Goeldi, 575 sob pena das sanções estabelecidas em lei. Os artigos publicados são de in-
NOVA ELETRÔNICA é umapu- teira responsabilidade de seus autores. É vedado o emprego dos circuitos em
caráter industrial ou comercial, salvo com expressa autorização escrita dos E·
blicação de propriedade de ditores; apenas é permitida a realização para aplicação dilentatistica ou didá·
EDITELE - Editora Técnica tica. Nãoassumimos nenhuma responsabilidade pelo uso de circuitos descri-
Eletrônica Ltda. Redação, Ad- tos e se os mesmos fazem parte de patentes. Em virtude de variações de qua•
ministração e Publicidade: R. lidade e condições dos componentes, os Editores não se responsabilizam pe-
Aurora, 171 - 2.0 andar - CJ. lo não funcionamento ou desempenho deficiente dos dispositivos montados
pelos leitores. Não se obriga a Revista, nem seus Editores, a nenhum tipo de
5- salas 2 e 3. assistência técnica nem comercial; os protótipos sãominuciosamente prova-
TODA CORRESPONDÊNCIA dos em laboratório próprio antes de suas publicações. NÚMEROS ATRASA-
DOS: preço da ultima edição á venda, por intermédio de seu jornaleiro, no Dis-
DEVE SER EXCLUSIVAMENTE tribuidor ABRIL de sua cidade. A Editele vende números atrasados mediante
ENDEREÇAQA A: o acréscimo de 50% do valor da última edição posta em circulação. ASSINA-
NOVA ELETRONICA TURAS: não remetemos pelo reembolso, sendo que os pedidos deverão ser a•
ex. POSTAL30.141 companhados de cheque visado pagável em S. Paulo, mais o frete registrado
de superfície ou aéreo, em nome da EDITELE - Editora Técnica Eletrônica
01000 - S. Paulo - SP Ltda. Temos em estoque somente as últimas seis edições (veja as páginas in-
Registro n.º 9.949-77 P153 ternas).
AGORA VOCÊ JA PODE ADQUIRIR EM

1\l l (;Ill
KITS NOVA ELETRONICA
-
PELOS PREÇOS DA REVISTA

TODAS AS ..FAMILIAS.. DE

CIRCUITOS INTEGRADOS
C. MOS, TTL, LINEARES, TRANSISTORES, TIRISTORES, DIODOS E

INSTRUMENTOS ELETRÔNICOS

ESTOQUE COMPLETO E VARIADO


PELOS MELHORES PREC
, OS

FORA DA CAPITAL
Material diverso_;_ pedido mínimo Cr$ 300,00
Kit's Nova Eletrônica - qualquer valor
CONDICÕES
FORMA DE PAGAMENTO
PARA Cheque visado pagável EM PORTO ALEGRE
(enviar CrS 20,00 para despesas de embalagem)
FORNECIMENTO Reembolso aéreo (por telefone ou carta)
Vale Postal (enviar CrS 20,00 para despesas de embalagem)
Não atendemos pelo «Reembolso Postal»
Preços sujeitos a alterações.
Cópias de características técnicas CrS 10,00 por tipo.

DIGITAL - Componentes Eletrôn icos Lida.


Rua da Conceição, 381
90000 Porto Alegre, RS
Telefone (0512) 24-4175 DIGITAL
••• •• ••••• • ••••••• •
•• • •• • • • • • •••• •••
•• •• ••
••
•• ••• •• •
•••••••
••
••
••

•• ••• • ••

.••••••• ..
•• • •••
•• •••• •• ••
• • •• •••
• ••• • ••••••• •• •• •• •••
• •
• • •• •• •• •• •
• •••••
• •• •
••••• ••••••• •• • ••• • ••• ••••• • ••••••• • •• •• •• •• ••• •

•••••• ••••
••
•• ••••
•• •••
••
•••••
•••••
LUZES ••

•••••
• •••••••


••
• •

••• •••
••

••

SEQUENCIAIS ••
•••• • ••••
•••• ••
••

••• • • ••• • •
•• Um efeito tão fascinante quanto o das •• •
• Luzes Psicodélicas e da «Strobo».
•• •• •••
•• ••• •
•••••
••••
- 4 canais ••••••
•••••
•• Funciona tanto em 110 como em 220 volts ••
• Possui controle de velocidade de luz ••••
•••• •
•• 500 W por canal, em 110 V
••••••
•••••• 1 kW por canal, em 220 V
••• •
••• • •••••• ••
••••• ••• •• •• •• ••
•• ••••• • • ••
••••••• •••••••••
• ••
••• • •••
• ••
•• • •
• •• • •
••••••• •••••••
•• •

••• ••
• •
•••
No conjunto das Luzes Psi- Já nas Luzes Seqüenc iais , o
••• codélicas, o efeito é baseado no efeito baseia-se na cor das luzes
••• •••
movimento e na cor das luzes, e, também, na maneira como fo- •• •••

• •
que variam de acordo com a me- ram dispostas, ou seja, no arran- •••••••
•••••• •
lodia que as faz funcionar. jo do conjunto de lâmpadas.
• •
• •
Conclui-se, desta maneira, que
• • ••
• • de luz Na «Strobo», temos lampejos este conjunto requer uma certa
• forte, com uma freqüência dose a mais de imaginação por ••
•• controlada, que nos dão a im- parte do montador, para que o
•• pressão daquele movimento efeito apareça em sua plenitude. ••
•• «quebrado» nas pessoas e obje- O resultado final é, realmente,
••
tos. • surpreendente.

••••• • •••••• ••••••• •
•• •• •••••• ••••• •• ••••••• • •• •• •• • •• ••• •
••• • • •• • • • • •• • •• • •• ••• ••• •• • •• •
•• ••••• •• •
• • • •••• • • • •

•• • •• ••• •••••• •• ••
• • • • ••
•••• • ••• • • • • •
•• •• • ••• • • •••••
•••• ••••• • • ••• ••••• • • ••••• • • ••
3 NOVA ELETRÔNICA 379
Logo mais, daremos algu-
mas «dicas» de montagens para
o conjunto de lâmpadas. Por en-
quanto, vamos ver, com um pou- 00000000000000000000
co mais de oalma, o que são as
Luzes Seqüenciais.
Tomemos como exemplo o
A
nosso própr'io kit de Luzes Se-
qüenciais, que possui quatro
canais, imaginando uma lâm-
pada conectada a cada canal.
Assim, teremos um total de 4
lâmpadas no circuito. Quando o
conjunto está ligado, as lâmpa-
das acendem-se em sucessão,
uma por vez, ou seja: a primeira
lâmpada acende e vai se apagar 00
quando a segunda acender; es-
ta, será apagada apenas ao 0
o ° 0 o o ºo
o o ooo· oº o 0 0o oo
acendimento da terceira, e as-
sim por diante; ao se apagar a 0oo
oo
quarta lâmpada, a primeira esta-
rá acesa novamente, dando ini-
cio a um novo ciclo.
oo
O circuito possui também
um controle-de veloc idade , que
o o o o o
comanda a velocidade com que 0·0 0 0 ° 8
a luz «corre» pelas lâmpadas, is-
to é, a rapidez com que as lâm-
padas acendem e apagam.
Agora, tente imaginar as pos-
sibilidades deste circuito. Claro
que com apenas quatro luzes, o
efeito parece um tanto pobre;
mas, e se forem adicionadas
mais lâmpadas? Como você já
deve saber, o circuito tem uma
capacidade de até 500 W porca- 00000
nal (isso, em 11O V , porque em
220 V, a capacidade dobra), o 00000
que significa a possibilidade de
se conectar até 5 lâmpadas de 00000
100 W por canal, ou seja, 20 lâm-
padas, no total.
00000 e
Daí, variando as cores das
lâmpadas e distribuindo-as de
maneiras determinadas (dese-
nhos geométricos, por exemplo),
a verdadeira capacidade do cir-
cuito é revelada. Linhas conti-
nuas, retas, curvas, círculos,
quadrados, cruzes, em azul, ver-
de, vermelho, amarelo, branco,
tudo isso é possível de se con-
seguir com as Luzes Seqüenci- 00000 00000 D
ais; basta dar asas à imaginação.
Falando em imaginação,
aqui estão algumas idéias que
prometemos dar, para o monta- FIGURA 1 As setas indicam o sentido de deslocamento da luz_

380 NOVA ELETRÔNICA 4


doraproveitar ou, então, modifi-
carà suavontade (fig. 1).
\ 0 I
No esquema A, as lâmpadas
o \0
\
I
I
o foram dispostas em uma linha
reta única, contínua; o efeito re-
O
-. -. O 00
- - - sultante nos dá a impressão de
uma luz «correndo» por todas as

- 0.- ººº
o 00 o o
20 lâmpadas;
No esquema B, as mesmas
20 lâmpadas foram dispostas
E .......... ' em círculo, «fechando» o cami-
o nho da luz; a espiral também é
o ' o uma boa opção;
O esquema C já é um pouco
diferente; as lâmpadas foram.
distribuídas em quatro linhas,
com a luz se movimentando em
sentidos alternados, isto é, na
primeira linha, a luz se move
para a direita; na segunda linha,
para a esquerda e, na terceira,
para a direita novamente, e as-
sim por diante. Este efeito se
torna ainda mais interessante se
for utilizada uma cor diferente
para cada linha;
A alternativa do esquema D é
uma variação do anterior, mas
produz um grande efeito; as li-
nhas de lâmpadas estão coloca-
das uma em frente à outra, e no-
vamente a luz se desloca em
F sentidos diferentes (a luz parece
se «chocar», no ponto de encon-
o tro das linhas);

o Ainda mais interessante, é a


o sugestão dada pelo esquema E;
é um efeito muito visto em lojas
de equipamentos para bailes,
porém em tamanho menor. Nós
o batizamos de «círculo crescen-
te», pois as lâmpadas estão dis-
postas em círculos concêntri-
o cos e a luz se move para fora,
dando a impressão de que os
o círculos crescem;' nada impede ,
o também, que se faça um «círcu-
lo decrescente»;
o As figuras irregulares tam-
bém são fáceis de se obter com
o oooº ºoooo as Luzes Seqüenciais; um bom
exemplo é iIustrado pelo

G o esquema F;

o Por fim, temos o esquema G;


o a idéia aqui foi a de fazer uma
cruz, com a luz se movimentan-
o do em direções convergentes

3 NOVA ELETRÔNICA 381

8
alimentação e regulação circuito de potencia
B

1N4002 F
D1

TR1 TR2 TR3


TIC126D TIC126D TIC 126D
C2 110VA.J
A

14
Cl3
õ
"O
Cl1
14
"'u
.;:::

ou
CI)
"O

y
9 x 6 2 11 X 8
C3
100µF/16V 14 õ
D4 "O
13
FLV 1l0 Cl2 2
e
7 7474 3 CLK o
u
7
CII

Cl3 7

Cl3b Cl3c Cl3d


6

C1 100 Cl1 7402


R5 100ohms µF/16V Cl27474
Cl37400 õ
"O
..!!!

R6 150 ohms Pl 1kohm o
(/J

FIGURA 2

(ou divergentes), como indicam Funcionamento tenciômetro é o controle de


as setas no desenho. Na figura 2, está representa- velocidade do circuito).
do o circuito completo das A porta NE Cl4d, ligada co-
Os exemplos dados serviram Luzes Seqüenciais, já dividido mo inversor, inverte o sinal vin-
para ilustrar as possibilidades em blocos, para facilitar as ex- do do oscilador, para enviá-lo ao
deste circuito; mais à frente, no plicações. estágio do contador.
final do artigo, daremos alguns
detalhes gerais sobre a conexão As portas NE (ou NANO) Cl3a, O estágio contador, formado
das lâmpadas ao sistema. Cl3b e Cl3c formam um oscilador, pelo integrado Cl2, é um «flip-
que gera um sinal de onda qua- flop» tipo D, duplo, conectado
Podemos ver, agora, como drada; a freqüência desse sinal na forma de um contador por 4.
funciona «por centro» este apa- pode ser variada por intermédio As saídas deste estágio apre-
relho. do potenciômetro P1 (este po- sentam duas diferentes divisões

382 NOVA ELETRÔNICA 6


CLK

y
A B e
o o 1 saídas
X do
o 1 o conta
o o dor
1
-X. --'
1 1 o

FIGURA3 SAÍDAS DO DECODIFICADOR combinação de


s, X eS2
do sinal de entrada: a saída Y 1
1
fornece uma divisão por 2 e a 1 combinação de
saída X, uma divisão por 4 do si- S2 ---- ' XeY
nal de entrada; a saída X é o i n- 1
1
verso da saída X.
O estágio decodificador é
_S3 :
1
;, -'r-----i ------- '" combinação de
X eS4
1 1
composto por quatro portas
NOU (ou NOR) de duas entradas;
S4-1
1
1 ,... : r---,
1 1
.......,---
1
combinação de
Xe Y
essas portas combinam os si- 1 1 1 1
I 1 1 1
nais vindos das saídas X, Y e X, dispara I dispara 1
do contador, de modo a disparar TR1 I
1 TR3 I
1
de maneira correta os SCR's do 1 1
circuito de potência. 1 1
dispara dispara
TR2 TR4
Na figura 3, temos a tabela
niveI"1 - - --.
da verdade de uma porta NOU,
que vai ajudar muito a interpreta- nível.. o·:.. L
ção do diagrama de sinais da fi-
gura 4. Essas duas figuras reuni- FIGURA 4
das fornecem uma boa visão do
que acontece nos estágios do lâmpadas em seqüência, dando seja, indica quando o circuito
contador e do decodificador. a impressão de que a luz está está em operação.
«correndo» por elas. Se houver O funcionamento do circui-
Os sinais S1, S2, S3 e S4 vão
várias lâmpadas ligadas em to, como se vê, não é dos mais
provocar o disparo dos tirísto-
paralelo no mesmo canal, acen- difíceis. A montagem não o será,
res, um por vez e em seqüência,
derão ao mesmo tempo; isto vai também, se for feita com calma
como se vê na própria figura 4.
tornar possíveis os efeitos que e atenção.
Tais sinais têm origem na com-
já descrevemos.
binação dos três que falamos Montagem
anteriormente: O circuito de alimentação vai Comece por observar a figu-
S1 é formado pela combina- fornecer a tensão adequada ao ra 5; ela reproduz a placa de cir-
ção dos sinais X e S2, em uma funcionamento dos circuitos in- cuito impresso, fornecida jun-
porta NOU (Cl1a); tegrados. O transformador T1, tamente com o kit das Luzes Se-
S2 é formado pela combina- os diodos D1 e D2 e o capacitar qüenciais, vista pelo lado dos
ção de X e Y, na porta Cl1b; C1 formam uma fonte não-regu- componentes. A face cobreada
S3 é formado pela combina- lada de 8 volts; o transístor 01, o da placa aparece em cor, como
ção de X e S4, na porta Cl1c; diodo zener D3 e o resístor R7 se estivéssemos olhando a
S4 é formado pela combina- constituem um regulador de ten- mesma contra a luz.
ção de X e Y, na porta Cl1d. são, que estabiliza a tensão de
alimentação em 5 volts, como A montagem deve ser inicia-
O circuito de potência rece- exigem os integrados da lógica da pela soldagem dos resístores
be esses sinais nos «gates» dos TTL. em seus lugares. Antes de co-
tirístores TR1, TR2, TR3 e TR4, O diodo emissor de luz (LED) meçar, porém, veja se você tem
que são disparados em suces- D4, juntamente com R8, funcio- o equipamento mínimo necessá-
são, e acendem, portanto, as na como um piloto da tensão, ou rio à soldagem das peças, tal co-

3 NOVA ELETRÔNICA 383


8
3
msoldador em bom estado, de
30 W, no máximo, alicate de bi-
co, alicate de corte e chave de
fenda. Verifique os terminais de
todos os componentes e, se es-
• tiverem opacos, passe sobre os
mesmos, de leve, uma lixa fina
ou um bombril, para remover a
camada de óxido e facilitar a sol-
dagem.
Como dizíamos, comece sol-
dando os resístores; a seguir,
passe aos integrados, observan-
do, pela figura 6, a posição cor-
reta para a montagem dos mes-
mos. Não se demore muito na
soldagem destes componentes,
pois são sensíveis ao calor.
Solde agora os diodos 01,
02, 03, verificando sua polarida-
de com o auxílio da fig. 6, nova-
mente.
Em seguida, parafuse o tran-
sformador em seu lugar e solde
seus fios à placa.
Com a ajuda da figura 7, efe-
tue então a montagem dos tirís-
tores sobre a placa, juntamente
com seus dissipadores corres-
pondentes.
Faça o mesmo com o
transístor Q1, guiando-se pela fi-
gura 8 (note que o transístor não
utiliza dissipador).
Concluindo a montagem dos
componentes sobre a placa, sol-
de os capacitares.
Agora devemos tratar das vá-
rias conexões com a placa, que
são constituídas pelo poten-
ciômetro, porta-fusíveis, chave
liga-desliga, LEO e as tomadas
FIGURAS para as lâmpadas. Todas essas
ligações devem ser feitas, levan-
do-se em conta as distâncias in-
ternas da caixa do conjunto, pa-
ra que os fios não fiquem muito
curtos ou muito longos. Não se
esqueça, ainda, que o cabo de
alimentação deve ser passado
pinol ZENER DIODOS pelo seu orifício, na caixa, antes
de ser soldado ao restante do

====G:D==== .................. ------ circuito.

Na figura 9, detalhamos to-


FIGU-RA--6------1 •----- -[>1-- das as ligações que devem ser
feitas com a placa; a porção su-
384NOVA ELETRÔNICA 8
perior do desenho, onde estão
as tomadas e o porta-fusíveis,
está representada como se fos-
se o painel traseiro da caixa.
Bem, o que resta fazer é a
instalação do conjunto no interi-
or de sua caixa; na figura 10, as
(b ' 1

fotos exibem detalhes da posi-


ção de cada componente, não
deixando margem a dúvidas. As
tomadas devem ser fixadas no
lugar por meio de parafusos; o 1
1
porta-fusíveis e a borracha pas-
sante estão localizados no ... $
1

painel traseiro, juntamente com


as tomadas. A chave liga-desliga 1
tem seu local reservado no pai- $
nel frontal, onde é colocada por 1

pressão, sem a necessidade de FIGURA 7 FIGURAS


parafusos; o diodo LED e o
potenciômetro de controle de mostramos um detalhe de como mos pensar, agora, e·m ligar as
velocidade ficam no mesmo la- introduzi-los nas linguetas que lâmpadas para que possamos
do da chave. estão parafusadas aos SCR's. observa•r os efeitos criados por
A placa de circuito impresso, este circuito.
Um detalhe que merece des-
por sua vez, é fixada à caixa com As lâmpadas são conectadas
taque é o conector empregado
os parafusos e os espaçadores ao circuito através das tomadas;
para ligar as tomadas aos tirísto-
adequados; veja bem a figura 12. por isso, elas podem ser ligadas
res. O modo correto de montá-
los ao fio já havia sido ilustrado Terminando com a caixa, é a um fio, aonde deve ser co-
na fig. 9; agora, na figura 11, só fechá-la, e pronto. Precisa- nectado um «plug» normal de

• detalhe dé montagem do conector

condutor
FIGURA9

3 NOVA ELETRÔNICA 385


8
5
tomada. Veja a figura 13: o «pl...::J» das (os soquetes para as lâmpa- Este procedimento deve ser
deve ser ligado a um fio bipolar das são encontrados em repetido para cada um dos ca-
grosso (18 AWG, aproximada- qualquer loja de material elétri- nais do circuito.
mente); este fio é descascado co). Isole muito bem, com _fita
em pontos determinados, para Montadas as lâmpadas, você
isolante de boa qualidade, asco-
dar lugar à conexão das lâmpa- pode testar o seu circuito; lem-
nexões do fio com as lâmpadas.
bre-se de não conectar mais que
500 W por canal, em 110 volts, e
1 kW por canal, em 220 volts. Ca-
• so o sistema não func ione , con-
fira toda a montagem novamente.
Gostaríamos, agora, de for-
necer algumas informações,
sobre como dispor as lâmpadas,
para que os efeitos descritos no
inicio do artigo sejam obtidos.
Tomamos, a título de exemplo, a
sugestão da linha continua de
20 lâmpadas (esquema A) e das
duas linhas em confronto (es-
quema D). A figura 14 dà todas
as «dicas» necessárias.
FIGURA 10 Ai está: use e abuse deste circuito;
ele é tão versátil quanto sua imaginação.
Trate de traduzi-la em forma de cores e
movimento.

Re çáodec mponen s
R1, R2, R3, R4, R7 - 470 ohms
R5 - 100 ohms R8 220 ohms
R6 - 150 ohms
(Todos os resístores são de ¼ W.)
P1 - potenciômetro de 1 kohm,
pequeno
C1, C3 - 100 uF /16 V
01 - EM 6121 C 2 - 1000 µ F/16V
01, 02 -1N 4002
03 - Zener 5,6 V/400 mW
04 - LEO vermelho (FLV 110 ou
FIGURA 11 FIGURA 12 equivalente)
TR1, TR2, TR3, TR4 - TIC 1260
Cl1 - 7402
Cl2 - 7474
Cl3 - 7400
T1 - transformador 110-220 V/
6-0-6 V; 150 mA
F1 - fusível de 6 A
Porta-fusíveis
Placa de circuito impresso n.0
3043 - Nova Eletrônica
4 dissipadores para os tiristores
Chave liga-desliga
FIGURA 13 Cabo de força
4 soquetes para as lâmpadas
1 4 conectores para os tirístores,

o ooooqooooqoooo macho e fêmea


2 m de fio 20 AWG
Knob para o potenciômetro
---------- ---DO 2'. CANAL Borracha passante
Caixa p/ acondicionar o conjunto
00000 00000 4 parafusos 3 x 10mm, com porcas
11 parafusos 3 x 5mm, com porcas
FIGURA 14 Solda trinúcleo

386 NOVA ELETRÔNICA 10


Camping-Lux,
luzem
360graus
MONTE ESTE KIT DE LUZ
FLUORESCENTE DE MESA,
QUE FUNCIONA A PILHAS
OU LIGADO À BATERIA DO
AUTOMÓVEL E FORNECE
LUZEM TODAS
AS DIREÇÕES.

Quem já conhece o kit do Mi- cas de camping, casas de cam-


nilume, publicado no número 6 po, pescarias, ou mesmo em ca-
de Nova Eletrônica, tem uma sa, nas ocasiões de falta de for-
boa idéia de como funciona a ça. Suá luz é branca, de grande
Camping-Lux. Na verdade, o cir- luminosidade, como em todas
cuito interno é exatamente o as lâmpadas fluorescentes.
mesmo; a única mudança feita Funciona com oito pilhas
no conjunto foi na construção comuns de lanterna, mas possui
dacaixa,tornandoa Camping-Lux um conector que possibilita sua
mais adequada para o uso em conexão à bateria dos veículos
ambientes, enquanto o ou a uma fonte retificadora; em
Minilume tem sua utilização todos os casos, sua tensão de
mais restringida a automóveis e alimentação é de 12 volts e seu
cabines de caminhões e barcos. consumo, de 500 miliamperes.
Deste modo, a Camping-Lux é Assim, a Camping-Lux leva a
ideal para ser utilizada em barra- iluminação fluorescente até on-
de, anteriormente, só era possí-
vel a utilização dos lampiões a
querosene ou das lanternas de
lâmpadas incandescentes (sen-

,. do que estas possuem a desvan-


tagem do foco dirigido, isto é,
de apontar sua luz para uma úni-
ca direção).
Funcionamento
O funcionamento de uma
lâmpada fluorescente divide-se
em duas etapas: partida e opera-
ção normal. Devido às suas ca-
FIGURA 1 racterísticas , a lâmpada fluores-
cente necessita de uma tensão

11 NOVA ELETRÔNICA 387


7 de alimentação elevada,durante presso; isto deve ser efetuado
FIGURA2 sua operação normal; e precisa, em dois estágios: o primeiro, ba-
também, de uma sobretensão seado na figura 3, é o de montar
(tensão um pouco mais alta que os resístores, os diodos, o rea-
a de funcionamento normal} no tor, os capacitares e o trimpot
momento da partida, a fim de (potenciómetro miniatura}, na fa-
provocar seu acendimento. Na ce não-cobreada da placa. Solde
Camping-Lux que é alimentada esses componentes na ordem
por 12 volts, a tensão elevada é dada acima, com um ferro de
fornecida por um conversor solda de boa qualidade, de no
CC/CA eletrônico, que transfor- máximo 30 W de potênc ia, nos
ma os 12 V em uma tensão ade- locais indicados pela fig. 3. Sol-
quad àlâmpada. de, também, os fios que apare-
cem no desenho; caso os termi-
A lâmpada empregada neste nais dos componentes estejam
kit tem 6 watts de potência e 23 opacos, passe sobre eles, de le-
cm de comprimento, e apresen- ve, uma lixa fina ou um bombril,
ta todas as vantagens das lâm- a fim de retirar o óxido que pre-
padas fluorescentes maiores, ou judica a soldagem.
seja, maior vida útil e maior ren- O segundo estágio desta
dimento na iluminação, em rela- operação é o de soldar Q transis-
ção às lâmpadas incandescen- tor, na face cobreada da placa;
tes. antes de soldar este componen-
Seu acendimento, também, te à chapa, deve-se parafusar ao
se processa da mesma forma mesmo a plaquinha de alumínio
que em lâmpadas fluorescentes
(fornecida no kit), que lhe serve
convencionais, por um simples
de dissipador. Depois, pode-se
interrupto-r Iiga-desliga.
soldar o mesmo à placa; feito is-
Montagem to, é preciso dobrar o corpo do
A montagem da Camping-Lux transístor em direção à placa,
é de fàcil execução, bastando mas sem deixar que encoste na
seguir com atenção às instru- mesma; veja, na figura 4, todos
DISSIPADOR ções e as fotos e desenhos que os detalhes desta parte.
vêm a seguir.
Deixemos o circuito impres-
R1- m n
Observe, primeiramente, a fi- so de lado, por um instahte; va-
R2- 68 A
gura 1; lá estão reunidas todas mos tratar de instalar as molas
P1- trimpot 1,5kJl
aspeças da Camping-Lux, do mo- sobre a base da Lampionete (es-
C1-100 kpf
do como se apresentam no kit. A sas molas servem para reter as
C2- 100JJF/ 16V pilhas e fazer a conexão elétrica
partir dessas peças, forma-se a
D1 /1?4- 1N4004 Camping-Lu x, como se pode ver entre elas). Na figura 5, temos o
Tl- reator na figura 2. conjunto de molas já montado
01- EM6121 em seu lugar; note bem que to-
O primeiro passo na monta- das as molas têm sua extremida-
gem é o de soldar todos os com- de curvada, a não ser uma delas,
FIGURA 3
ponentes eletrônicos do circuito que fica próxima à lingüeta de
sobre a plaquinha de circuito im- conexão que se vê na figura .

FIGVRA6

FIGURA 4

388 NOVA ELETRÔNICA 12


Instaladas as molas, deve-se circuito impresso, para obter- - o fio amarelo do circuito im-
introduzir, agora, o circuito im- mos o consumo correto por par- presso à presilha lateral da
presso no interior da base, com te da lâmpada. Veremos isto lo- lâmpada;
seus fios para fora, conforme go mais; agora o que interessa é - O fio vermelho do circuito im-
mostra a fotografia. a conexão dos fios; siga, então, presso ao terminal central da
a figura 8: chave;
Chave de fenda na mão, é ho- - O fio azul do circuito impres-
ra de fixar o patamar com a base Veja que a cúpula. é forneci- so ao terminal central do co-
(o patamar tem várias utilidades: da montada, com a lâmpada, a nector, juntamente com o fio
fixa as molas e a lingüeta, man- chave e o conector já instalados. vermelho da lingüeta;
tém o circuito impresso no inte- Não é preciso modificar nada na - O fio preto da extremidade da
rior da base e serve como ponto cúpula; ela já vem pronta para re- mola deve ficar desligado,
de união entre a base e a cúpula ceber os fios do conjunto da ba- por enquanto, para permitir a
da Camping-Lux). Observe que o se. calibração da Camping-Lux;
patamar tem uma série de ranhu-
ras em sua parte inferior; em tais Solde, então, os fios: o fio - Por último, solde um fio entre
ranhuras devem ser encaixadas marrom do circuito impresso o terminal lateral externo da
as extremidades encurvadas das aos dois pinos centrais da lâm- chave e o terminal lateral do
molas. A mola com a extremida- pada; conector.
de reta deve ter sua ponta enfia-
da em um orifício próprio, feito
no patamar (esse orifício está AMARELO
próximo aos sinais « + » e «-», /

impressos no patamar).

Verificados esses detalhes,


é só parafusar o patamar à base,
com os oito parafusos corres-
pondentes; um dos parafusos
(aquele junto ao sinal«+») deve
passar pelo furo da lingüeta,
para que ela fique bem firme no
lugar. Siga este passo da monta-
gem auxiliado pelas figuras 6 e
7, que fornecem uma vista supe-
rior e outra, inferior, do patamar.

Pode soldar, agora, um fio


preto à extremidade reta da mo-
la e um fio vermelho à lingüeta,
como se vê na figura 6. Fio entre conector e chave
O que temos à frente é uma
etapa que requer grande cuida-
do e atenção: a Iigação de todos FIGURAS
os fios, entre a cúpula e o con-
junto da base. Esta etapa inclui
também o ajuste do trimpot, no

fio preto da mola


FIGURA 7 FJGURA9

13 NOVA ELETRÔNICA 389


O conjunto está quase pron- tenda pequena, até que a leitura na base, para fazer passar a pon-
to para funcionar; antes de ter- no amperímetro esteja em torno ta da chave de tenda.
minar com a ligação de tios, va- dos400 mA. Enfim, adiciona-se a saia ao
mos ajustarocircuitodaCamping- Ao concluir a calibração, conjunto da Camping-Lux, de
Lux para o consumo estipula- desconecte o amperímetro do acordo com a figura 12. E está
do. Coloque as pilhas e, de acor- circuito e solde o fio preto da terminada a montagem.
do com a figura 9, ligue um am- mola ao terminal lateral interno Desfrute de muitas horas de
perímetro de corrente contínua da chave. 1uz clara e forte, levando a Cam-
ao circuito, ajustado para uma Estamos na fase final da ping-Lux em seus passeios.
corrente de 500 mA, no mínimo; montagem; resta apenas montar Características
a ponta positiva do amperímetro a cúpula sobre o conjunto da ba- Tensão de alimentação - 12
deve ser conectada ao terminal se e depois, introduzir a saia da volts, corrente contínua
lateral interno da chave, enquan- Camping-Lux Consumo - 400 mA
to sua ponta negativa é ligada ao Para juntar a base com a Luminosidade - 300 lúmens
fio preto da mola. Ligue a chave cúpula, primeiramente é preciso Dimensões - Diâmetro: 13 cm;
e, com a lâmpada acesa, ajuste introduzir todos os fios, cuida- altura: 28 cm
o trimpot, com uma chave de dosamente, na base, juntamente Peso - 550 gramas
com o circuito impresso. Em
seguida, monta-se uma sobre a FIGURA 12
outra, conforme a figura 10. Na
figura 11 está a explicação de
como parafusar as duas partes,
utilizando-se os furos existentes

- --
FIGURA 10 FIGURA 11

BRASITONI
O mais completo e variado estoque
de circuitos integrados C-MOS, TTL ,
Lineares, Transístores, Diodos,
Tirístores e Instrumentos Eletrônicos
Rua 11 de Agosto , 185- Campinas - Fone: 31-1756
Sugestões da Nova lletrõnica
NÃO E:STÁ NOS LI\IROS !

FAÇA UM SCHMITT TRIGGER


COM UM INTEGRADO 7400

Dividindo-se os 60 Hz da rede por 60, obtém-se


uma base de tempo de 1 segundo, muito útil para
várias aplicações de temporização. A dificuldade 22k ,1/4 W
surge, no entanto, quando tentamos acoplar a fre-
qüência derivada da rede com a lógica TTL. Mas,
este é um problema de fácil solução, utilizando-se 8
apenas duas das quatro portas de um integrado 6

7400, para formar um Schmitt Trigger.


No circuito da figura, com os valores apresenta-
dos, a entrada pode variar de 10 a 50 volts pico a pi-
co; contudo, é possível utilizar diretamente a ten-
são da rede (115 V rm s), mudando o valor dos dois
1/1/4 7400

resístores (39 k, ½ W e 220 k, ¼ W, para os resísto- O diodo colocado no circuito protege o circuito
res de entrada e de realimentação, respectivamente). de entrada e evita que a tensão de alimentação ul-
O 7400 possui diodos internos de «grampea- trapasse os 5,7 V. O circuito pode trabalhar sem o mento»,
com a finalidade de proteger as entradas diodo, mas correntes superiores a 1 mA, a 7 V, po-
contra tensões mais negativas que a tensão de um dem causar danos.
diodo. Esses diodos podem suportar até 10 mA, A ação deste «Schmitt» remove qualquer oscila-
polarizados diretamente, sofrendo ruptura do subs- ção do sinal e fornece os tempos padrão de subida
trato a 7 volts. e queda dos pulsos, de acordo com a lógica TTL.

UM PRECISO GERADOR DE CORRENTE

Muitos dos circuitos de corrente constante que R1


utilizam amplificador es operacionais sofrem da
desvantagem de necessitar uma carga isolada do
terra.
O circuito proposto emprega uma carga aterra-
da e, com o auxílio de um operacional tipo 741, po-
de oferecer um equivalente Norton de uma fonte
ideal de corrente, em paralelo com resístor maior
que 100 Megohms, quando entrega 1 miliampere de
corrente.
A impedância de saída da fonte de corrente é R2
decidida, primeiramente, pela rejeição de modo co-
mum do amplificador escolhido. Como a corrente
por R2 é aproximadamente constante, não vai afe-
tar a impedância da saída.
De acordo com o circuito, temos:
i = R1/R2. Vz/R3 + Vz/R2
O segundo pode ser desprezado, se R2 for de R4 = R1. R2/(R1 + R2)
valor elevado; e temos ainda: Normalmente, RL menor que R1 = R2 e i = Vz/R3
15 NOVA ELETRÔNICA 391
Secão do Princi iante
Mini-Orgão
• -
-
-
Um verda de iro instrumento musical
Portátil, a pilhas
Pouquíssimas peças (a pe na s um int egra do!)
- Mo nta gem super sim ples
- 9 notas, no total

Eletrônico -
-
-
Disponível em forma de kit
Sem necess ida de de a fina çã o
Presente perfeito para o Natal!

RIC ARD O KAWECKI

LA RE MI FA SOL LA SI

Rl RB Rll
3.3k 3,3k 1,5k 1,2k 1K
R7 Rl0 R13

R2 1. 2k lk 8200
R4 R6 R9 R12

3,3k lk 22 k 1.2k 10K R14


4,7k

,
li
SPK 4 8 7
CH1
3 Cl1
55 5
=-
2 6 - 81

,0 1 µF C1
FIGURAI

392 NOVA ELETRÔNICA 16


Ideal para o aprendizado de
Vl
principiantes, nos fundamentos ..vcc FIGURA 3
da eletrônica e da música eletrô- Vcc
nica, ou para uma criança tomar
o primeiro contato com as notas R1
musicais, ou mesmo como pre-
sente para Lima criança mais 7
-- -- ,
555
1
1
3Vcc /\/V\
L-------------
~t
3
crescida, no lugar dos clássicos 1
sai a

R2
gão eletrônico não é tão bonito 2
,_/ chave
aberta I í7 Í7 1

u
como os outros mini-órgãos já
prontos, mas diverte do mesmo V1 1
LJ LJ _
ér
6 1 fechada - -

modo, a um preço bem inferior. - 't

Ele é perfeitamente seguro:


funciona a pilhas e, portanto,
não existe o perigo de choques.
Além disso, há a possibilidade
de seu próprio filho montá-lo e
FIGURA 2
:17 D D 1
dependendo da tecla que é aper- 2/3 Vcc, que é o momento em
revelar, quem sabe, queda para a tada. Mas, vejamos isto mais de- que a «chave» se fecha ; quando
eletrônica ou para a música, ou tal hadpmente: a «chave» fecha, o pino 7 é co-
pelas duas coisas. O fato é que Veja a figura 2; simplificando nectado á terra, ou seja, a O volt.
o órgão é tão fáciI de montar, o circuito integrado 555, O capacitor C, em resposta, co-
que você pode dá-lo de presen- podemos dizer que o mesmo meça a se descarregar, para a
te, ainda desmontado, ao seu fi- não passa de uma chave, contro- terra, através do resístor R2 e do
lho, para que ele mesmo «se vire». lada pela tensão presente em pino 7, até quea tensão V1 atinja
seus terminais 2 e 6. Enquanto a o valor igual a 1/3 Vcc, fazendo
Mas, caso você não tenha fi- tensão nesses terminais é me- com que a «chave» abra, reinicia-
lhos, ou sobrinhos, ou netos, vo- nor que 2/3 Vcc, a chave man- ndo todo o processo.
cê mesmo pode montá-lo e des- tém-se aberta; se a tensão for
cobrir uma porção de detalhes elevada para cima daquele valor, A tensão do pino 3 (saída do
sobre eletrônica, além do prazer a chave, então, fecha-se, e per- integrado) é igual a Vcc (tensão
de poder tocá-lo, depois de pron- manece fechada enquanto a ten- de alimentação), quando a «cha-
to. são não cair para baixo de 1/3 ve» está aberta, e igual a O volt
Em adição a tudo isso, o mi- Vcc, quando, então, abre nova- (ou terra), quando a mesma está
ni-órgão é portátil, pois mede mente. fechada.
apenas 20 x 13 cm e tem um
Sabendo disso, analisemos Podemos, neste ponto, exa-
som audível a vários metros de
o circuito da figura 2. Supondo minar um diagrama das tensões
distância.
que a «chave» está aberta, o ca- do circuito, em função do tem-
Vamos ver, agora, uma rápi- pacitar C vai se carregar, através po. Na figura 3, vemos a tensão
da descrição de seu funciona- dos resístores R1 e R2, até que a presente no capacitor (isto é, no
mento e, depois, as instruções tensão V1 atinja um valor igual a ponto V1), e a tensão correspon-
detalhadas de montagem do kit.
Nofim doartigo, inserimos algu- +Vcc
mas músicas que podem ser to-
cadas com o mini-órgão.

Funcionamento
O circuito completo do mini-
órgão eletrônico está na figura
1. Observe a simplicidade de
seu circuito: quinze resistores,
um capacitar, um circuito inte-
grado e um alto falante, além da
chave liga-desliga, das teclas e

\
das pilhas.
O circuito consiste, basica-
mente, de um oscilador, forma- J
do pelo integrado 555 e cuja fre- tecla pressionada
qüência de oscilação varia, FIGURA4

17 NOVA ELETRÔNICA 393


regar, ou seja, vai demorar mais
para chegar ao nível de tensão
igual a 2/3 Vcc; em conseqüên-
cia, o integrado 555 levará mais
tempo para fechar a «chave», a
cada ciclo. Este efeito vai produ-
zir, no alto-falante, um som mais
grave, ou seja, de freqüência
mais baixa, pois o sinal do ino
3 temagora uma freqüência me-
nor.
Por outro lado, se diminuir-
mos o valor dos resístores R1 e
R2, vai acontecer o inverso: oca-
pacitor C levará menos tempo
para se carregar, a cada ciclo e,
portanto, o sinal no pino 3 terá
uma freqüência mais alta, dando
origem a um som de freqüência
maior no alto-falante, isto é, um
som mais agudo.
Concluímos, dessa forma,
que aumentando o valor de R1 e
R2, tornamos o som mais grave,
no alto-falante; e, ao contrário,
se diminuímos o valor desses
resístores, obtemos um som
mais agudo. O funcionamento
do órgão se baseia nesse
princípio; ligando vários resísto-
res ao integrado, de maneira cor-
reta, ao apertarmos as teclas do
instrumento, aumentamos ou
diminuímos o valor da resistên-
cia, fornecendo um som diferen-
te para cada tecla. Calculando o
valor dos resístores, podemos
dar, às teclas, os sons corres-
pondentes ao das notas musi-
cais: dó, ré, mi, fa, sol, la, si.

O que dissemos no parágra-


fo anterior pode ser melhor com-
provado e entendido por meio da
figura 4, onde desenhamos um
detalhe do circuito do órgão. Ob-
serve o percurso da corrente,
passando pelos resístores; ob-
serve, também, que quanto mais
para a esquerda estiver a tecla,
maior será o número de resísto-
FIGURAS res conectado ao circuito. Deste
dente, que aparece na saída (pi- freqüência dependente da fre- modo, podemos perceber que as
no 3); o terceiro diagrama mos- qüência de oscilação do circuito teclas da esquerda produzem
tra os respectivos fechamentos 555. Mas, como fazer para variar um som mais grave que as te-
e aberturas da «c have». a freqüência de oscilação do cir- clas da direita.
cuito?
O que aconteceria, agora, se Assim, os valores dos resis-
ligássemos um alto-falante ao Aumentando o valor dos re- tores foram calculados para ge-
pino 3 do integrado? Iríamos ob- sístores Ri e R2, o capacitar C1 rar 9 notas musicais. Alguns dos
ter um som audível, com uma vai levar mais tempo para secar- valores calculados não existiam,

394 NOVA ELETRÔNICA 18


resistor

1Qanel 2Qanel 3!>anel 4!>anel pinol

CÓDIGO DE CORES CORES DOS TRÊS ANÉIS QUE FIGURA 7

DOS RESISTORES REPRESENTAM ALGARISMOS no máximo, 30 W de potência,


Preto - O Verde - 5 com a ponta bem limpa e esta-
Os valores são sempre expressos em Ohms Marrom - 1 Azul - 6 nhada (para maiores informa-
1? anel - representa o 1? algarismo signi- Vermelho - 2 Violeta - 7 ções, àconselhamos uma con-
ficativo (mais próximo a um Laranja - 3 Cinza - 8 sulta ao artigo «Como Soldar »,
dos terminais) Amarelo - 4 Branco - 9 publicado na Nova Eletrônica n.º
9).
2? anel - representa o 2? algarismo sig- Exemplo de leitura de um resistor
nificativo 4ºanel dourado 3) - Pode dar início à monta-
3? anel - representa o multiplicador (na gem, soldando todos os resísto-
prática, a quantidade de zeros) l[Y li lF=== res em seus lugares; verifique
4? anel - representa a tolerância (prata= 3 anéis vermelhos bem se está soldando o resístor
= 10 %; ouro = 5%) Lê-se "2200 OHMS, tolerância 5%"
certo no lugar certo. Confira to-
dos os códigos de cores dos re-
FIGURA6 sístores com a figura 6.
por isso , utilizamos combina
ções de resístores em paralelo,
para algumas notas {por exem-
plo, o resístor de 1,1 kohm, mui-
to difícil de se encontrar, foi
substituído por dois resístores
de 2,2 kohms, em paralelo).
O funcionamento deste cir-
cuito, como se vê, é bastante
simples. Quem desejar informa-
ções mais detalhadas a respeito
do funcionamento do integrado
555, e do seu circuito interno, re-
comendamos que dê uma
espiada no artigo «O Pássaro
Eletrônico», publicado integral-
mente no n.º 8 de Nova Eletrô-
nica.
E vamos, então, à montagem.

Montagem do
mini-órgão eletrônico
A montagem do instrumento
não oferece maiores dificulda -
des; basta seguir a seguinte or-
dem:
1) - Veja a figura 5; ela for-
nece uma visão da placa do mi- FIGURAS
ni-órgão, pelo lado dos compo-
nentes. O que aparece em cor é 2) - Uti Iize ferramentas em 4) - Solde, em seguida, oca-
o lado cobreado da placa, como bom estado para a montagem; pacitar em seu lugar;
se a estivéssemos olhando con- isso inclui um ferro de soldar, de 5) - Agora vem o componen-
tra a luz. boa qualidade, ponta fina e de, te mais delicado: o circuito inte-

19 NOVA ELETRÔNICA 395


dor. Depois de soldar cada ter-
minal, encoste o dedo sobre o
integrado e verifique se está
muito quente; caso esteja,
aguarde até que esfrie, e então
recomece a soldagem.

6) - Chegamos ao ponto de
montar os parafusos e as teclas
sobre a placa. Eles devem ser
montados em todos os nove
conjuntos de furos da mesma.
Guie-se pelo desenho da figura
8, que ensina como fazer" isso;
não é preciso soldar nada nessa
operação; basta apertar os para-
FIGURA9 fusos e pronto.

7) - Agora, é a vez da·chave


liga-desliga;' é só inseri -la em
seus furos correspondenres, na
placa, e soldá-la.

8) - Monte e solde o alto-fa-


lante sobre a chapa, conforme
mostra a figura 9.

9) - Solde, agora, os fios do


porta-pilhas à placa, por baixo,
de acordo com a figura 10 (ob-
serve que o fio vermelho deve
ser soldado à parte cobreada de
maior área, enquanto o fio preto
fica ligado ao cobreado menor).
Ainda de acordo com a figura 10,
fixe o porta-pilhas na placa, com
um parafuso.

10) - Intro duza, agora, as la-


terais de madeira do instrumen-
to, para que ele fique em pé. Pa-
ra finalizar, coloque as pilhas no
porta-pilhas, observando a pola-
ridade correta das mesmas (faça
coincidir as molinhas com a par-
te traseira das piIhas).

Enfim , o nosso mini-órgão


está pronto para funcionar; bas-
ta ligar a chave e pressionar as
teclas. Caso não surja nenhum
FIGURA 10 som no alto-falante, confira toda
a montagem, novamente, veja se
grado; primeiramente, instale-o sistores e o capacitar. O proce- não há soldas «frias», ou maus
no lugar, seguindo o desenho da dimento mais acertado é o se- contatos com as pilhas.
figura 7, que ensina a posição guinte: encoste a ponta do sol-
correta do integrado na placa. dador no terminal do integrado e Este instrumento não requer
na placa, ao mesmo tempo, du- nenhuma afinação; os compo-
A seguir, pode soldar o inte- rante dois ou três segundos; em nentes foram calculados para
grado; isto deve ser feito rapida- seguida, aplique a solda, tam- fornecer o som correto de cada
mente, pois este componente é bém ao terminal e à placa, mas nota musical. Se, ao tocar, o
mais sensível ao calor que os re- não pelo mesmo lado do solda- som ficar um pouco fanho ou

396 NOVA ELETRÔNICA 20


rouco, o motivo é o mau contato DO - DO - RÉ - DO - SOL so, você deve ter percebido que
entre as teclas e os parafusos; - FA - FA o nosso mini-órgão possui um
para sanar esse problema, li xe, som agradável e diverte á bessa.
LA - LA - SI - LA - FA - MI
com uma l ixa fin a, a cabeça dos
-RÉ
parafusos e a parte in ferio r das
teclas, a fim de eliminar irregula- LA - LA - SOL - MI - FA -
ridades e oxidação na superfí cie RÉ - DO Relação de componentes
de ambos. R1, R2, R3 - 3,3 kohms
Maria Bonita
'
A segu.ir, transcrevemos al- R4, R10, R11, R15 - 1 kohm
DO - DO - DO - DO - M1 - R5 - 1,5 kohm
gumas músicas «t ir adas » na RÉ- DO - MI - DO
hora, aqui em nosso laboratório, R6 - 22 kohms
DO - DO - DO - DO - MI - R7, R8, R9 - 1,2 kohm
que podem ajudar você a se fa-
miliarizar com o instrumento. RÉ-DO- FA R12-10kohms
FA - FA - FA - FA - SOL - R13 - 820 ohms
Havia um pastorzinho R14 - 4,7 kohms
DO - FA - MI - RÉ - DO - FA- MI - DO
(Todos os resistores são de ,,, W.)
RÉ - DO - DO - RÉ - DO - DO - DO - RÉ - MI - FA - C1- 0,1 JJF schiko
RÉ- MI- FA MI -RÉ - DO - DO
Cl1 - 555
DO - FA - MI - RÉ - DO - Você deve ter notado. tam-
SPK - Alt o-falante 2¾" - 8 ohms
RÉ - DO - DO - RÉ - DO - bém, que este é um instrumento
B1 - 4 pilhas de 1,5 V, pequenas
RÉ- MI- FA monofô ni co, isto é, só permite
Porta -pilhas , para 4 pilhas pe-
que toquemos uma nova por vez;
DO - RÉ - MI - FA - FA - quenas
além disso, ele não possui nem
FA - DO - RÉ - DO - RÉ - CH1 - Chave interruptora HH
sustenid os ou bemóis em seu
RÉ - RÉ - DO - SOL - FA - teclado, o que impede a execu- Placa de circuito impresso - n.º
MI - MI - MI - DO - RÉ - MI ção de melodias mais comple- 3041 - Nova Eletrônica
- FA- FA- FA. xas. 18 parafusos de latão, com porcas
9 linguetas de cobre
Parabéns a você Mas, apesar de tudo is so, se 2 barrinhas de madeira
DO - DO - RÉ - DO - FA - você tentou tocar as músicas 1 m de solda trinúcleo
MI-MI aqui sugeridas e obtev e suc es-

CASA DEL VECCHIO

OSOM MAIOR

EQUIPAMENTOS PI SALÕES, BOITES,


FANFARRAS E CONJUNTOS MUSICAIS.

Comércio e Importação de Instrumentos Musicais


RUA AURORA, 185- S.PAULO-SP-C. POSTAL 611
TEL.: 221-0421- 221-0189
Os multímetros
analógicos estão aí,
fortes e firmes.
Com o contínuo avanço dos multímetros digitais, poderíamos pensar
que os multímetros analógicos estão desaparecendo. Mas,
ao contrário, eles continuam sendo utilizados por muita gente
que reconhece suas vantagens.

-
.. " -
,,,-· . .· ,;
. --
•• ..

·
:71' :.:
..
• . 1•
, . :;l .
•-
••·
.

- -
1 - ·· ·-

•• ::i';,; ;r-,;·.-; .; .J
"" «. ' ...

A primeira vantagem a expor conta o preço, existem vários digitais necessitam de uma ali-
seria a do preço: mesmo com to- outros fatores a considerar: mentação para o funcionamento
de seu circuito interno. Este fa-
da a evolução dos instrumentos Alimentação: Os aparelhos tor torna o medidor analógico
digitais, eles ainda custam bem analógicos apresentam um mais adequado para ser em-
mais caro que os analógicos, menor consumo que os digitais, pregado nas medições em cam-
sendo estes quase tão precisos pois suas escalas de tensão e po, fora da bancada.
quanto aqueles. corrente são ativadas pelo pró-
prio circuito queestá sendo ana- Dimensões: Os analógicos
Porém, se não levarmos em lisado, enquanto os aparelhos ainda são os menores instru-

• • <P
' •,O
..
30 •':> MI!!."- -
r:,
,, C)C)LOM1TI
\
".º.. º
\ l

••--.
►,◄
, ,.•

_n, .,..: \ó&


•- \ I
/

. ... . , 1 1 J

-
\
•• .. .., , /

FIGURA 1 FIGURA2

398 NOVA ELETRÔNICA 22


Tensão: CC 150 mV 0,5V 1,5V 5V 15V 50V 150V 500V 1,5kV
ca 5V 15V 50V 150V 500V 1,5kV
constantes 10 0,01 O,1 O,1 1 1 1O 10 100
Corrente: cc 50 uA 0,5 mA 5 mA 50 mA 0,5 A 5 A
ca 5 mA 50 mA 0,5 A 5 A
constantes 1 0,01 O,1 0 ,01 O,1
Decibéis: ---=-1 O a 16 O a 26 10 a 36 20 a 46 30 a 56 40 a 66
valor a
adicionar O 10 20 30 40 50
Resistência: cc 0,5 k 5 k 50 k 500 k 5 M 50 M
ca 5 M 50M
constantes 0,1 1 10 100 1 k 10 k
Capacitância: por reatância - 50 000 pF 500 000 pF
constantes 1 10
pelo capacímetro balístico 10 µF 100 µF 1000 µF 10 000 µF 100 000 µF 1 F

FIGURA3

mentos de medição; o multíme- plays», sofrem «ofuscamento» analógico, com todas as suas
tro da figura 1, por exemplo, tem pela luz do sol, ou por qualquer escalas de medição; e na figura
um tamanho de 150 x 80 x 40 luz de grande intensidade. 3, temos a tabela das faixas ou
mm, apenas , com um peso de alcances do mesmo aparelho.
350 gramas. Sem comparaç ões, agora, va- Estas duas figuras foram colo-
Além disso, sabendo-se que mos ver o que podem nos ofere- cadas juntas para que possamos
a redução no tamanho de um cer os instrumentos analógicos; mostrar como é fácil trabalhar
aparelho tende a aumentar seu esses aparelhos passaram por com essas escalas.
preço, os analógicos apresen- vários aperfeiçoamentos, que os
tam um custo menor de miniatu- tornaram mais práticos, preci- Veja que os valores mostra-
rização, em relação aos digitais. sos, confiáveis e seguros. dos na tabela da fig. 3 expres-
Precisão: Graças aos melho- sam o valor máximo atingido pe-
Escalas não-lineares: Certas ramentos introduzidos no circui- las escalas; e junto a cada valor
escalas não-lineares, tal como a to e no mecanismo do ponteiro , de tensão, corrente, resistência ,
de decibéis (que quase todos os os instrumentos analógicos tive- etc. está presente o multiplica-
instrumentos analógicos pos- ram sua precisão elevada; é dor, que é o número pelo qual se
suem) são difíceis de se desen- deve multiplicar a leitura, na es-
volver em instrumentos digitais. comum encontrar tais instru- cala, para se obter o valor real de
E, além do mais, os apare- mentos com precisões entre 2 e medição.
lhos digitais de medição não 3%, dependendo da escala. Vamos tomar , como exem-
possuem escalas de medida de plo, as escalas de tensão e cor-
capacitância, junto às escalas Proteção: Os aparelhos de rente contínua do mostrador da
convencionais, coisa bastante medição atuais são protegidos
comum em vários multímetros de tal maneira que resultam pra-
de ponteiro. ticamente indestrutíveis. Existe,

Medições especiais: Certos


tipos de análise de circuitos ,
por exemplo, a proteção para o
ponteiro, que evita que o mesmo
entorte , ao bater violentamente
- -·
lê - ■ : ·
1
' "i
tais como as medições de pico contra o fundo da escala; e, no
ou zeramente, são de difícil in- circuito, há a proteção contra
terpretação em instrumentos di- sobrecargas, que evita a danifi-
gitais. cação do circuito elétrico, e é
geralmente constituída por um
Outro ponto a favor dos ana- par de diodos, ou um disjuntor
ló gic os , que passa desaper- miniatura, ou ambos.
cebido, mas que pode ser signi-
ficante em certos casos, é o fato Faixas e escalas: Na figura 2,
de que os aparelhos digitais, temos um exemplo típico de
FIGURA4
que usam LEDs em seus «dis- mostrador de um multímetro

23 NOVA ELETRÔNICA 399


+ 1,
I l
1 ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ i
----.-- e
o

>
o

<(

1 <( >
1 ::i... E
oo
1 U") 52
1
1
,----------
[1
1
1
----.--.--
11
<( >
11 >
+
ô
<(
E
U")

1 <(
1 E
U")

e <(
o oE
o U")
U")
N
<(
<(
.o.,. U")
ô

1
li li li li 1 1
1
1
<( > e > 1
<( <(
> e > <( <(
U")

1
r--------
1 o o
1

ó
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
<(
li
> e > <(
1 li 1 1

1
r o o
>
o o
>
o> >
o o
U") ºº ºº
U") U")
o
U") U")
->
U") U")
.,.:

L--

r --
li li ,... 1 1
<( > '-, > <( 1
1

_ 11 _ _ _ ___ ____ ___ ___ _ J1

FIGURAS

400 NOVA ELETRÔNICA


24
figura 2 (as escalas indicadas em instrumentos de ponteiro, corrente continua, e de 20 ki-
como AV = ). Consideremos, para aumentar a precisão das lohms por volt, em corrente al-
uma tensão de 4 Vcc, que deve medidas e que foi aproveitado ternada. Isto significa queo mul-
ser medida; coloca-se, então, a pelos fabricantes de multíme- tímetro vai ter menor influência
chave comutadora do instru- tros analógicos. sobre o circuito que está anali-
mento na escala de 5 V e lê-se a O espelho evita o «erro de pa- sando e, portanto, as leituras se-
medida na escala de 50 V, no ralaxe», que nada mais é, senão rão mais precisas.
mostrador (é a escala AV = infe- o erro verificado nas leituras,
rior, no mostrador). Pode-se ver, quando se observa o ponteiro É lógico que um multímetro
pela tabela, que para ler essa por ângulos diferentes (veja a fi- que emprega componentes ele-
tensão no instrumento deve-se. gura 4). Para se efetuar uma lei- trônicos tem a necessidade de
multiplicar o valor impresso na tura correta, com o auxílio does- uma alimentação separada;
escala pelo fator 0,1; assim, os pelho, deve-se fazer com que o mas, mesmo nesses casos o
40 volts indicados pelo ponteiro ponteiro coincida com sua pró- consumo dos aparelhos é bem
devem ser multiplicados por O,1, pria imagem, refletida no espe- inferior ao dos instrumentos di-
resultando em 4 volts. lho; isto nos obriga a observar o gitais que usam «displays» de
Por outro lado, se quisermos instrumento sempre pelo ângulo LEDs, por exemplo, onde justa-
medir uma corrente CC de 50 correto. mente os LEDs são responsá-
µA, por exemplo, basta comutar veis pela maior parcela do con-
Estágios eletrônicos: Muitos
a chave para o ponto certo e ler o sumo.
dos multímetros atuais fazem
valor diretamente na escala de O
uso da eletrônica, para conse- Nesta rápida análise sobre
a 50, em microampéres.
guir um maior desempenho. Um os multímetros analógicos, qui-
Outro detalhe a observar na bom exemplo é o circuito que semos realçar suas vantagens,
figura 2 é a presença das esca- está representado na figura 5, o para mostrar que, muitas vezes,
las de medida de capacitância e qual utiliza transístores de o progresso da eletrônica nem
decibéis. qual utiliza transístores de efeito sempre substitui aquilo que é
de campo na entrada; esta ca- mais antigo, mas simplesmente
Espelho: O espelho coloca- racterística permitiu que este promove seu aperfeiçoamento,
do no mostrador, junto às esca- aparelho exibisse uma sensibili- para torná-lo equivalente ao que
las, é um velho recurso, utiliz·ado dade de 200 kilohms por volt, em é novo.

ALFATRONIC

SEMICONDUTORES EM GERAL
CIRCUITOS INTEGRADOS
National MICROPROCESSADORES

INTERRUPTORES DE ALAVANCA

tlt! BOTÕES MINIATURA,


THUMBWHEELS DE ALTA QUALIDADE
MONTADOS NO BRASIL

INTERRUPTORES
ELETROMAGNÉTICOS
REED SWITCHES.

ALFATRONIC- IMP. EXP. REPR. LTDA - Av. Rebouças, 1498-São Paulo - CEP 05402
TEL5. PBX 282-0915- 280-3520 - 280-3526 - Telex (011) 24317
TDA 201O, TDA 2020:
alta fidelidade nos novos
amplificadores de
potência para áudio
O TDA 201O e o TDA 2020 são
amplificadores operacionais
que cobrem a faixa de áudio e se
apresentam sob a forma de cir-
cuitos integrados monolíticos.
Esses novos integrados da SGS
são encapsulados em plástico,
num encapsulamento tipo «quad•
in-line» (veja figura de entrada)
de 14 pinos e se destinam a es-
tágios de potência em amplifica-
dores classe B.
O TDA 2010 pode fornecer 10
watts de potência, com 1 % de
distorção total, se alimentado
com ± 14 V e estiver conec-
tado a um alto-talante de 4 ohms;
oas mesmas condições, ele en-
trega 8 watts a um alto-talante
de 8 ohms.
Por sua vez, o TDA 2020 é ca-
paz de fornecer 20 watts a um al-
to-talante de 4 ohms, com 1 % de
distorção total, se alimentado
com ± 18 V; se for alimen-
tado cõm ± 17 V, a potên-
cia de saída será de 15 watts,
com a mesma carga.
Ambos podem fornecer até Fornecem 10 W (TOA 2010) e 20 W
3,5 amperes na saída e apresen-
tam uma distorção total bastan-
(TDA 2020) de potência.de saída.
te reduzida. Baixa distorção harmônica e por in-
Além disso, tanto o TDA
20 O como o TDA 2020 incorpo-
termodulação.
ran1 dois tipos de proteção inter- - Alta corrente de saída.
na que os tornam virtualmente
indestrutíveis. Veremos o princí- - Possuem proteção contra curto-cir-
pio de operação das mesmas
mais adiante, juntamente com cuitos e sistema de limitação térmica.
as cur.vas ilustrativas. - Aceitam alto-falantes de 4 e 8 ohms.
Veja na figura 1, o circuito in-
terno destes amplificadores Resposta em freqüência a -3 dB:
operacionais e, na figura 2, seu
encapsulamento, visto por cima.
10 Hz a 160 kHz.
Repare que a disposição dos

402 NOVA ELETRÔNICA 26


7 8 10

Q1

Circuito
limitador de 14
potência e
corrente

12

Q2

Circuito
3
-,...-+---+-----1-----+--1-----1---'----' limitador de
potencia e
corrente

Condições TOA 2010 TOA 2020


Parâmetro de teste Mín. Tip. Máx. ín. Típ. Máx.
+ alimentação 1 14 saída 1 1 1
1

Vs-Tensão de 1 1
sem 5 18 5 22
conexão Alimentação (V)

limitador de ' Ri-Resistência 1


- alimentação potência de entrada (MO) 5 5
(pino?)
sem 1
11 conexão 1
Gv-Ganho de tensão 100 100
(malha aberta)-dB 1

- alimentação compensação
Gv-Ganho de tensão RL=4ohms 1

(malha fechada)-dB 30 30
sem
f = 1 kHz 1

conexão compensação
!d-Corrente dre- Po= 18,5W
entr. não entrada nada (A) RL = 4 ohms
inversora 8 inversora (TOA 2020)
0,8
Po = 12W
RL=4ohms
(TOA 2010)

27 NOVA ELETRÔNICA 403


componentes internos e dos pi-
nos é a mesma, em ambos.
TOA 2010 TOA 2020
Na figura 3, apresentamos al-
1111
guns dados importantes sobre
-
1
L 1
os dois integrados, enquanto
que, nas fi gura s de 4 a 6, 16
d • , .,.
G.,• JOdB
., ,
20
,-,- d: 1•1.
,-,- Gv• lO dB .-. i-,
--
reproduzimos algumas das cur- ..... . • 1-1-
.,. .,,,.-- •1
40Hk
zHID.
vas de desempenho dos mes- 1..- ,,, 1/ 16 ,,. ISkHl -
- ---
mos. ll
'· / / --

As proteções
,
· ,;.k< +•
/ ,"J-t-:1
V

/ V
V
12
,-

-1! r
l
•e•

:1 OH +r H
.... • 1-

Seguindo pelo circuito da. / 1/ V


"' ., -
[.

·r- J;,1-'
7,...P- r-r
,-,-
-
--
4n V · º-"' 1
figura 1, vejamos como operam V "'.' e n
as proteções internas destes
dois operacionais:
o
Proteção contra curto-circui-
tos: Esta é a inovação mais im-
1) 12 14 "I) 12 14 16 18 20 ,v, <v>
portante introduzida em amplifi-
cadores de áudio integrados; Potência de saída típica x tensão de alimentação
consiste de um circuito quelimi- FIGURA4
ta a corrente dos transistores de
saida. Na figura 7, vemos que a TOA2010 TOA 20 2 0
corrente máxima de saída é uma
função da tensão coletor-emis-
d
("!.) 1 1:·1111 i 1
d
( .) 1 1111111 1
sor dos transistores; desta ma- 1
- RL :4!\ P0: 10 W
1 r---Ys* ! 17V RL = "-• ·

neira, esses transístores irão tra-


- - RL =8 íl. P0 : 8 W
V5 -= ! 14 Y
,li, r- - - Vs•! 18V R = 8t
P0 • 1SW
1
balhar dentro de sua área segura Gv =30 d 8 l G.-JOdS

de operação, como pode ser vis- 1


1

to na figura 8. Esta função, por-


tanto, pode ser considerada co-
mo uma limitação de potência
de pico, e não apenas uma limi- 0.6 ,-..-
'
0.6
tação de corrente.
- - -
Assim, os amplificadores es- 1/ J.:::
tão protegidos contra sobrecar-
gas temporárias e contra curto-
02

1 4 , t l 4, I 1 l
1
i
4 ' 1 l4 ' t
02

l 4 , 1
-r1 1, , t
- 1
1 ,. ' •
10 "IJ' "IJ' 1 (Hz) 10• 10•
circuitos. Caso a condição de "1) 10 10' 1 (Hz)

curto se prolongue, o sistema de


limitação térmica entrará em Distor ção típi ca x fr eqü ênc ia
ação, mantendo a temperatura FIGURAS
da junção dentro de seus limites
de segurança. TOA 2010 TOA 20 20
d d
As curvas apresentadas nas ("!.) ( -,. )
figuras 7 e 8 são referentes ao V5 a!14Y Vs •a17V
TOA 2020. 0.8 RL• 4 O. oe RL• 4ft

1
G,t 30 dB
G.=, 30dB
Limitação térmica: A presen-
ça de uma proteção deste gêne- 0.6 0.6

ro oferece as seguintes vanta-


gens:
1) - Uma sobrecarga na saí-
da (mesmo permanente) ou uma
0.4
1SKH1

I
o.,
- 15 kH.t V
temperatura ambiente acima do 02 .02
... - 11 IJ /
limite podem ser facilmente
suportadas, já que a temperatu-
ra da junção não pode ultrapas- o
-
111,oH,I
... -
/ l kH z · nm,1 . '. o
40Hz·1kH

11111
sar os 150°C. 10 10 P0 (W ) 10

2) - O dissipador pode ter


um menor fator de segurança, Distorção típica x potência de saída (RL = 4 ohms)
FIGURA6

404 NOVA ELETRÔNICA 28


Vs • ! 17 V
Rl • 4 A
>- - -
24
1
\..-Pto,t k

01
lc ,nu
1
1
\
20
"•
1 ....
16
'I

o 12 r\ - - u
-1

-2
''
ld
' \.
\
\ 011

,/ 1
-3 :\
1.1 04
\,
't
·4

O 10 20 30
. 40 Y
CE 01 M
Area segura de operação e o 50 100 Tc.1s• ('C)

YcEa 2 M -40 · 30 · 20 ·IO O características do coletor do


Corrente de saída máxima x transístor protegido Potência de saída e corrente
drenada = temperatura do
tensão (VcE) em cada transístor
encapsulamento
de saída FIGURA 7 FIGURAS FIGURA9

comparado ao de um circuito
+Vs convencional , pois não há pos-
sibilidade de danos ao circuito
devido à alta temperatura da jun-
C3 C5
C1 ção.
o1.µ rnov'E[
VI o---t---- -:;:-- -:;:- Se, por qualquer razão, a
0.1µF temperatura da junção chegar
100 R3 aos 150°C, o sistema limitador
kO
47r
µF C2
6
simplesmente reduzirá a dissi-
pação de pot ência e o consumo
de corrente.
3.3 R 2 0,1 100 A figura 9 referente ao TOA
k() R1 100kO F µF 2020, mostra o efeito desta pro-
'- -'V1Mr l-- -iJ'·J---=---1 --- J0.1µF
5% teção.
5%

- Vs Um circuito prático
Passando para o plano práti-
co, apresentamos, n.a figura 10,
FIGURA 10
um circuito amplificador que
pode empregar tanto o TOA 2010
como o TOA 2020, sem que ne-
nhum componente tenha seu va-
lor alterado.
o Na figur a 11, temos, em es-
cala natural, o desenho do cir-
--- cuito impresso utili zado para o
o amplifi cador da figur a 10, visto
pelo lado dos componentes.
,.-

,/,., ,_
ªJ
li
::,_ : •
Este circuito im pres so en-
c ontra-s e à venda em todas as
lo jas qu e o ferecem os kit s Nova
::::: Eletrôni ca, ou seja:

---o Fil cres. em São Paulo


Deltronic , no Rio de Janeiro
- - Digital, em Porto Alegr e
Bras ito ne, em Campinas
FIGURA 11

29 NOVA ELETRÔNICA 405


ENTENDENDO AS RELAÇÕES

SINAL •

.. H-UMMMM
RUIDO bZZZZZZz1zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz .......
:zu,,.,.
. t"

HERMAN BURSTEIN ..
As relações sinal/ruído para sinal/ruído, para o mesmo «tape- caseiros com razões sinal/ruído
«tape-decks» tendem a ser pro- deck». Antes de abranger esse da ordem de 65 dB e até mesmo
blemáticas, devido à variedade e assunto, porém, vamos explorar de 70 dB. Agora que as boas re-
à variação dos fatores envolvi- um pouco o sentido da relação lações SIR estão disponíveis a
dos nessas medições. O máxi- sinal/ruído para «tape-decks». um custo razoável, é dada uma
mo sinal que pode ser introduzi- maior importância, nas indús-
do em uma fita é definido de vá- Um pouco de história trias de gravação, aos níveis
rias maneiras; uma delas diz que Uma relação sinal/ruído de mais elevados da relação sinal/-
o sinal razoável é aquele que faz 55 dB é o mínimo necessário ruído.
com que o VU meter do «tape- para uma reprodução de alta fi-
deck» indique O VU, mas tal lei- delidade. Há dez anos atrás, a Significado da relação
tura pode representar uma infini- maioria dos gravadores caseiros S/R para gravadores
dade de níveis de sinal. não alcançavam uma relação si- De um modo geral, a relação
nal/ruído melhor que 45 dB. E, há sinal/ruído se refere à razão en-
A relação sinal/ruído (S/R) aproximadamente três anos tre o sinal de áudio desejado
também varia com o tipo e a ida- atrás, o mesmo tipo de «tape- (material de programa) e o sinal
de da fita utilizada e, é claro, va- decks» eram considerados de áudio indesejado (ruído). Ara-
ria com a inclusão de um siste- ótimos, se exibissem uma S/R zão é expressa em decibéis (dB),
ma de redução de ruído, tal co- de 55 dB. como veremos no próximo pará-
mo o sisíema Dolby.
grafo. Mais especificamente, o
Devido a esses e outros fato- Entretanto , os melhoramen- numerador da razão S/R refere-
res, ainda, a relação S/R, para tos introduzidos pelos circuitos se ao máximo sinal de áudio que
um certo modelo de «tape -deck», eletrônicos dos gravadores, pe- pode ser registrado numa fita; e
varia ao longo de uma faixa con- las cabeças de gravação e pelas
siderável - de 10 dB ou até mais. fitas, adicionados ao advento o denominador, está relaciona-
dos dispositivos de redução de do ao ruído do sistema de grava-
O objetivo deste artigo é o de ruídos, como o Dolby, dbx e o ção (produzido pelos circl.fitos
explicar o porquê de tão grande AN RS, tornaram possível o eletrônicos de gravação e repro-
variação nos valores da relação aparecimento de equipamentos dução e pela fita).

406 NOVA ELETRÔNICA 30


O máximo sinal de áudio ge-
ralmente aceito é aquele que,
pelo menos nos equipamentos
caseiros, resulta em 3% de dis-
torção harmônica, sobre a fita.
Portanto, a medição da relação
S/R envolve,a gravação de um si- .... - - - !
1•
""
nal de 400 Hz (ou uma freqüên-
cia semelhante) a um nível que ..· "

• , _ ,... rl
produza 3% de distorção harmô-
nica; depois, a medição do nível
deste sinal na reprodução; de-
pois ainda, a rebobinagem da fi-
• - -,._

•....- ••i 9
- •• -

. .....
ta e uma nova reprodução da
mesma, mas desta vez, sem o si-
nal de 400 Hz, de entrada; uma
nova medição da reprodução,
que desta feita consiste apenas Pode-se perceber, agora, co- se 7 ou 8 dB abai xo do nível de
de ruído; e, finalmente, exprimir mo é desejável manter a razão 3%; desta maneira, quando o ní-
a razão entre a primeira e a se- sinal/ruído acima dos 55 dB, par- vel de 1% for empregado para
gunda medição da reprodução, ticularmente quando se trata de medir a relação S/R (geralmente
em termos de dB. um material de programa com é o caso para gravadores profis-
uma larga faixa dinâmica ( = ra- sionais), esta é reduzida em 7 ou
Uma S/R de 55 dB significa zão entre os sons mais altos e 8 dB. Como exemplo, podemos
uma máxima razão de potência os sons mais baixos). Um grava- citar que uma relação S/R de 65
de 316000 : 1, o que quer dizer dor com uma S/R de 65 dB, por dB, a 3%, cai para 57 ou 58 dB, a
que, assumindo um sistema de exemplo, nos assegura de que o 1%.
áudio com uma resposta razoa- sinal de áudio estará ao menos
velmente plana, o alto-falante 20 dB acima do ruído, conside- A segunda alternativa para
fornece quase 316 000 vezes rando uma faixa dinâmica de 45 nível de referência refere-se ao
mais potência para o material de dB. Em resumo , a razão sinal/ruí- nível de gravação que faz com
programa desejado, em relação do será de 20 dB nos trechos que o VU meter do aparelho indi-
ao ruído não desejado. Ass im, mais silenciosos do programa, que O VU. Normalmente , os VU
uma S/R de 60 dB significa uma sendo, então, maior do que isso meters, em equipamentos de al-
relação de 1 000 000 : 1; 65 dB, em passagens com maior quan- ta qualidade , são calibrados pa-
3 160 000 : 1; 70 dB, 10 000 000 tidade de sons e por fim, será de ra indicar O VU quando o nível de
: 1. 65 dB, nas passagens mais ele- gravação é tal que a 400 Hz pro-
vadas. duz 1% de distorção harmônica
Repare , no parágrafo an- sobre a fita. Em tais casos, o
teri or, nossa referência à nível de referência de O VU dá
máxima razão de potênc ia; a As razões para discrepâncias
Existem pelo menos sete fa- origem à mesma classificação
maior parte do tempo, o sinal de S/R do nível de referência de 1%.
áudio está bem abaixo do pico e, tores que explicam o motivo pe-
portanto, a relação sinal/ruído lo qual um dado modelo de fita Algumas vezes , contud-o,
vai ser reduzida pelo mesmo pode receber diferentes classifi- uma leitura de O VU poderá cor-
número de dB (freqüentemente cações quanto à relação responder a menos ou a mais que
20 ou 30 dB, ou até mais). Duran- sinal/ruído: 1% de distorção; a relação
te uma passagem silenciosa, o sinal/ruído acompanhará esses
nível de áudio do material de 1. Nível de referência para a valores.. Especial atenção deve
programa pode cair de até 45 dB, medição da S/R: Conforme já ser dada aos gravadores que
o que fará com que a relação S/R dissemos, a razão S/R para equi- possuem VU meters de leitura
so fra a me s ma redução. pamentos caseiros baseia-se de pico que (diversamente do
Para ilustrar o que queremos normalmente, em um nível de VU meter padrão) indicam o ní-
demonstrar, vamos assumir uma gravação que produz uma distor- vel de pic o, ao invés do nível mé-
fitacomumaS/R de 55 dB, basea- ção harmônica de 3% sobre a fi- dio do sinal de áudio. Os medi-
da no nível máximo permitido ta. Podemos chamar a isso de dores de leitura de pico tendem
de gravação. Porém, se o nível nível de referência a 3%. a ser calibrados de modo que O
do programa cai de 45 dB, duran- Contudo, dois outros níveis VU corresponda ao nível de refe-
te uma passagem mais silencio- de referência são também utili- rência de 3%; assim, neste ca-
sa, a S/R cairá de 55 dB para 10 zados; um deles é o que produz so, a relação sinal/ruído baseada
dB, apenas; e, deste modo, o ní- uma distor<;:ão harmônica de em O VU será equivalente àquela
vel do sinal desejado estará a 1%. Este nível tende a ser um ní- baseada no nível de referência
apenas 10 dB acima do ruído. vel de gravação que chega a qua- de 3%.

40 NOVA ELETRÔNICA 407


7
2. «Pesos» para o ruído na re- curvas, com a qual a redução de sistema eficiente de redução de·
produção: A faixa de audição, ruído torna-se significati-va (re- ruídos.
para o ser humano, se estende dução de 3 dB ou mais) abaixo Mesmo sabendo-se que os
de 20 a 20 000 Hz; entretanto, de 800 Hz e acima de 7500 Hz, gravadores de rolo podem che-
não ouvimos todas as freqüên- aproximadamente. A redução é gar ao nível de alta fidelidade
cias igualmente bem, conside- mais violenta para as baixas fre- sem a necessidade de sistemas
rando que todas elas sejam qüências, sendo de quase 32 dB de redução de ruídos, há uma
apresentadas aos nossos ouvi- a 50 Hz e ainda maior, a freqüên- tendência geral á inclusão de
dos com a mesma potência cias mais baixas. tais sistemas nos circuitos dos
acústica. gravadores; as explicações ante-
No resultado final, o uso de riores já esclareceram as vanta-
Nosso ouvido tende a ser dosagem nas medições da rela- gens de se exceder os requeri-
menos sensível em freqüências ção sinal/ruído refl te numa ele- mentos mínimos de alta fideli-
baixas e altas.Deste modo, o ruí- vação da mesma. E difícil, con- dade, ou seja, a relação S/R de
do em baixas e altas freqüên- tudo, dizer de quanto ela é au- 55 dB. O Dolby e outros siste-
cias, é menos audível que o ruí- mentada; este fator depende da mas semelhantes são capazes
do das freqüências médias. Para curva de dosagem utilizada e, de melhorar essa relação em 6 a
que este fenômeno seja levado também, do gravador que está 10 dB, principalmente a veloci-
em conta, as medições de ruído sob medição. Por exemplo, se dades baixas da fita.
durante a reprodução (como um certo gravador exibir um
descrevemos anteriormente) zumbido particularmente inten- 4. O tipo de fita utilizada:
são, em algumas ocasiões, «pe- so de 60 Hz, ele poderá ser mais Considerando-se um certo nível
sadas» ou dosadas, de acordo beneficiado por medições dosa- de distorção (3%, por exemplo),
com o que se julga ser a típica das de S/R, do que um outro gra- alguns tipos de fita podem for-
variaçã.o de sensibilidade do ou- vador, que possua um baixo necer mais sinal de áudio do que
vido humano, à medida que a zumbido de 60 Hz. outros; conclui-se, assim, que a
freqüência varia. Em outras pala- fita de alta saída fornece mais
vras, o ruído produzido pelo gra- Em conjecturas aproxima- sinal do que as fitas convencio-
vador durante a reprodução é in- das, a dosagem pode melhorar a nais. Além disso, as fitas de bai-
jetado em um dispositivo de fil- relação SIR em 6 a 10 dB, aproxi- xo ruído dão origem a menos ruí-
tragem elétrica, que reduz gra- madamen\e. Assim, um grava- do e outras, que são de baixo ruí-
dualmente a potência do ruído dor com uma razão sinal/ruído do e alta saída, reúnem as duas
em baixas e em altas freqüên- de 50 dB sem dosagem, consi- vantagens citadas.
cias. Aí, então, o ruído é medido; derada um tanto pobre, pode al-
o resultado deste processo é o cançar uma S/R de 60 dB, por Vê-se que é normal existir
de reduzir a quantidade de ruído meio da dosagem, o que é consi- uma diferença de alguns dB na
medido. derado excelente. razão SIR, dependendo do tipo
de fita empregado. E, além do
Várias «curvas de dosagem» 3. O uso do Dolby e de outros mais, verifica-se certas varia-
são empregadas, ou seja, várias sistemas para reduzir o ruído: ções, até mesmo em várias mar-
intensidades de redução da Para que um gravador tenha uma cas do mesmo tipo de fita.
energia do ruído.em freqüências real pretensão à alta fidelidade,
altas e baixas. Podemos citar, a deve constar em seu circuito um 5. Probabilidade: As varia-
título de exemplo, uma dessas sistema Dolby ou qualquer outro ções aleatórias dos componen-

408 NOVA ELETRÔNICA 32


da relação sinal/ruído com esse
sistema?

Temos que estar em condi-


ções de comparar as relações si-
nal/ruído dos gravadores numa
base comum. Até o dia em que
todos os gravadores incluam um
sistema interno de redução de
ruído, a base comum é, necessa-
riamente , o circuito sem a pre-
sença desses sistemas. Assim,
no caso de um determinado
tes usados (transístores, resís- dadas neste artigo tenham sido equipamento possuir um desses
tores, capacitores, etc.) e da fia- úteis, estão longe de ser satisfa- sistemas, precisamos respon-
ção, podem resultar em ligeiras tórias. Não é satisfatório saber der às duas perguntas formula-
variações da razão sinal/ruido, que as relações S/R para grava- das (caso contrário, só a primei-
no mesmo modelo e marca de dores variam, não apenas devido ra deve ser esclarecida, é claro).
gravador. Tais variações aproxi- a diferenças inerentes na quali-
mam-se da casa dos 1 ou 2 dB. dade dos gravadores, mas tam- Os dispositivos de redução
bém devido a diferenças nos de ruído estão disponíveis, hoje
6. O controle de qualidade: métodos de medida e nas fitas em dia, tanto no interior dos
Tal controle, sobre a qualidade usadas para tal. De que maneira equipamentos, como em
dos gravadores pode variar irá o audiófilo comparar a razão sistemas independentes. Por-
desde a muito rigorosa, até a um sinal/ruído de um gravador: sim- tanto, uma pessoa tem direito, e
tanto «rela xada». O controle de plesmente para conhecê-la ou com razão, de querer saber a re-
qualidade é um dos fatores pou- para compará-la à de um outro lação sinal/ruído de seu sistema
co vistos. que entram em jogo equipamento de áudio? de gravação, com o sistema de
numa máquina dispendiosa. redução incluído.
No caso da relação sinal/ruí- Esta situação pode ser resol-
do, um controle de qualidade ri- Se o sistema for embutido,
vida por duas perguntas, feitas
goroso pode assegurar que exis- esta informação é fornecida pe-
pelo audiófilo à indústria, que
te uma variação mínima de um deve estar preparada para res- la resposta à pergunta 2; caso
gravador a outro do mesmo mo- pondê-las, para cada tipo de gra- contrário, pode-se obter uma ra-
delo e também que nenhum de- vador. As perguntas seriam as zoável aproximação, somando-
les está abaixo das especifica- seguintes: se ao valor dado pela resposta
ções. O controle negligente per- da pergunta 1, o valor da razão
mite umavariação bem extensa. Com base sobre (a) a fita re- S/R melhorado pelo sistema ex-
comendada pelo fabricante para terno de redução.
7. Os aperfeiçoamentos dos
o seu gravador, (b) o nível de re-
sistemas: Ao longo do tempo de Ilustrando, suponha um gra-
ferência de 3% e (c) medições
vida de um certo modelo de gra- sem dosagem: vador com uma S/R de 55 dB, ba-
vador, que pode ser de vários seada na referência de 3% e me-
anos, o fabricante geralmente 1) - Qual é a razão sinal/ruí- dição de ruído sem dosagem; e
efetua mudanças em seus do, sem a presença de sistemas suponha que o sistema externo
produtos, que podem resultar de redução de ruído? · permita uma melhora de 8 dB na
em razões S/R m elhoradas . Tais S/R; deste modo, a S/R do siste-
mudanças têm por base a pes- 2) - Caso o gravador inclua ma de gravação, incluindo o sis-
quisa contínua do fabricante sistema de redução, qual o valor tema de redução, chega a 63 dB.
dos gravadores, novos desenvol-
vimentos vindos de outros (co-
mo do fabricante de cabeças de
gravação, por exemplo) e a reali-
mentação vinda dos revendedo-
res, compradores, críticos de
equipamentos, etc. Assim, uma
versão mais recente de um certo
modelo pode apresentar uma re-
lação sinal/ruído melhor que a
das versões anteriores.
Conclusões
Embora as discussões abor-

40 NOVA ELETRÔNICA 409


9
,
OTIRISTOR
E S.U
.. A A,PLICAÇAO
A INDUSTRIA
CONCLUSÃO

Até agora, limitamo-nos a apresentar as várias aplicações


mais comuns dos SCR's, fornecendo, a título de exemplo,
alguns circuitos ilustrativos, sem entrar em detalhes sobre os
cálculos envolvidos. O motivo para esse procedimento
se deve aos circuitos apresentados, que são razoavelmente
fáceis de se dimensionar e sãoconstituídos por componentes
pouco críticos. Mas, tratando-se de inversores (conversores
CC-CA), nos quais entra em cena o tempo de corte
e o tempo de recuperação, faz-se necessário um
dimensionamento mais cuidadoso, a fim de evitar
conseqüências desagradáveis. KO MING CHO

Devido a isso, o presente ar- ser providenciado de outra for-


tigo é um pouco teórico, pois ma.
apresenta alguns cálculos in-
dispensáveis ao projeto de de- Comutação por meio de
terminado tipo de inversor um segundo tirístor com
1 e
carga (figura 25) 1
1
COMUTAÇÃO FORÇADA El
POR MEIOS EXTERNOS Este metodo é bastante utili- 1
1
zado para comutar SCR's em vá- ...!-
O processo de autocomuta- rias aplicações de inversores.
ção mencionado no artigo ante- Vamos supor que o tirístor
rior é bastantesimples;seu perío- SCR2, na figura 25, esteja con-
do de condução é pré-determi- duzindo; o capacitar C será car-
nado pelo circuito e pode variar regado com a polaridade indica-
de acorco com a reatância da da. Se, agora, o tirístor SCR1 for
carga, ou seja, não há meio de disparado , o ponto A ficará com
controlar o período de condução o mesmo potencial do ponto B;
através do circuito de disparo. devido à polaridade com que o
Esse problema é contor- capacitar C está carregado, a
nado, usando-se um meio de tensão entre os pontos C e B tor-
comutação forçada. Natural- na-se nega tiva , forçando o tirís-
mente, uma linha de corrente al- tor SCR2 ao corte.
ternada (CA) pode ser considera- SCR1 está conduzindo, en-
da como um método de comuta- tão, e será cortado, de maneira
ção forçada, já que o SCR deixa análoga, pelo SCR2, quando es-
de conduzir durante o semiciclo te for disparado.
negativo. Mas, como estamos Ql,--
N ...,_
tratando de inversores , tudo o Parece simples? E, aparente- «í
2'
que temos é uma linha de cor- mente, é. Mas , como dizem, na
rente contínua (CC) e, portanto, prática a teoria é outra. Observe FIGURA25
o processo de comutação deve que o circuito emprega duas car-

410 NOVA ELETRÔNICA 34


gas (correspondentes a R1 e R2), Quando SCR1 voltar a conduzir, isto implicaria num desenvolvi-
coisa não muito comum na prá- o inversor irá retornar ao primei- mento demasiadamente longo.
tica. ro estado. Conseqüentemente, a Para especificar o inversor,
Naturalmente, é possível uti- corrente da fonte CC flui alter- devemos dispor dos seguintes
lizar apenas uma carga, manten- nadamente pelos dois lados do dados:
do um resístor como segunda primário do transformador, indu- - Tensão de saída (E0 ) - em
carga; isto , porém, implicaria nu- zindo uma tensão CA no secun- volts RMS .
ma considerável perda de dário, sob a forma de onda qua- - Potência de saída (P0 ) - em
potência. drada. watts
- Freqüência de saída (f) - em
Baseado _no mesmo princípio hertz
Os diodos D1 e D2 realimen-
de func i onamento, o circuito da - Fator de potência da carga (fp)
tam, à fonte CC, a potência as-
figura 26 é conhecido como in- - Fonte CC disponível (Eb)
sociada às cargas capacitivas e
versor de McMurray-Bedford e em volts
indutivas. No caso de cargas in-
sua operação é a seguinte:
dutivas, a energia estocada na Equações relativas à carga:
Assumindo que SCR1 esteja carga, ao fim de um semiciclo
conduzindo e que SCR2 esteja da tensão CA, é devolvida à fon- Resistência da carga
bloqueado, a corrente da fonte te no início do semiciclo seguin- RL =(E0 2/p) x f p2
CC está atravessando o lado es- te. Por outro lado, no caso de Reatancia da carga
querdo do enrolamento primário cargas capacitivas , a energia XL =(RL/ f p)ii- fp2'
do transformador. A ação auto- armazenada no início de um se-
transformadora do enrolamento miciclo é devolvida à fonte no Impedância da carga
produz uma tensão Igual a 2Eb semiciclo seguinte. IZLI= -'RL2+XL2'
no anodo de SCR2, carregando o
capacitar C a 2Eb volts. Conforme dissemos no início Relação do número de espiras
No momento em que o tirís- deste artigo, vamos ressaltar, do transformador:
tor SCR2 for disparado, o ponto em especial, a parte relativa aos
n = E0 /Eb
(A) sobe a 2Eb volts, aproxima- cálculos necessários para o pro-
damen te, polarizando inver- jeto do inversor. As equações Potência de entrada, assumindo
samente SCR1 e, como conse- serão apresentadas diretamen- uma eficiência de 85%:
qüência, causando seu bloqueio. te, sem deduç ões, uma vez que Pe = P0 /0,85
Corrente média nos SCR's:
•d "
1
me 'ª (SCR)= Po/Ze
2·Eb·Re
Tensão de pico no SCR:
Vp(SCR) < 2,5 Eb
Com o valor de !média e Vp,
podemos fazer uma escolha pre-
liminar do SCR a ser usado.
Corrente de pico no SCR:
e lp = 4Eb.C/L

Tempo de corte (te):

01 02 Tc =(2 ii /3)_J LC
SCR2 Velocidade da ten-são direta rea-
SCRt
pli_cada após o bloqueio do SCR:
dv/dt = 0,85Eb/ V LC '
A

Velocidade de subida da corren-


L
te no instante da condução:
di/dt = 2Eb/L

Com as relações anteriores,


pode-se determinar o valor do in-
dutor (L) e do capacitar (C) para
FIGURA26 o circuito da figura 26.

35 NOVA ELETRÔNICA 411


L= 6.Eb.tc / TI .IP
Escolha os valores de te e lp
desejados e determine o valor
de L (te e pI não devem ultrapas-
sar a especificação do SCR es-
colhido). Neste ponto, é possí-
vel calcular o valor de dV/dt:
dV/dt = 3,44. Eb2/ L. lp carga

Caso o dV/dt encontrado ul-


trapasse a· especificação do
SCR esc olhido , é necessário SCR2
elevar o valor do indutor L e, en-
tão, recalcular o 10 . Pode-se cal-
cular o capacitar C:
C = 3.tc.lpl8. TI .Eb
Um valor mínimo de L deve
ser mantido para que se mante-
nha a velocidade de dildt dentro
da especificação.
FIGUIIAZ7
Os cálculos poder11 parecer
um tanto compli cado s, mas, dido com o auxílio de um circui- cuito produza uma onda senoi-
com·um pouco de treino, tor- to básico de um ciclo conversor dal, o disparo de cada !:5CR deve
nam-se bastante simples, prin- (figura 27). possuir um certo atraso angular,
cipalmente se o leitor já possuir Na figura, vê-se um retifica- fo rn ec en do, en tão , a saída
uma carta prática em tiristores. dor de onda completa, equipado mostrada na figura 28.
com dois conjuntos de SCRs,
Existem ainda muitos outros
fornecendo uma saída com pola- Com as exposições acima,
métodos de bloqueio de SCR's
ridades opostas. Assim, se encerramos esta série de artigos.
em conduç ão, não cabendo a SCR1 e SCR2 forem disparados, As exposições não pretendem
nós discuti-los todos, devido á
a saída CC irá exibir uma certa ser completas, assim como não
vastidão do assunto. A finalida-
polaridade; se, por outro lado, terminam aqui as aplicações
de desta série de artigos é a de
dispararmos SCR3 e SCR4, dos SCRs. A família dos tirísto-
mostrar todas as amplas possi-
aquela polaridade será invertida. res, também, não está limitada
bilidades dos tirístores, deixan-
Deste modo, ao dispararmos aos SCRs e TRIACs. Com o de-
do para o leitor a iniciativa de alternadamente os pares de
• aproveitá-las. senvolvimento da eletrônica
SCRs, a uma freqüência menor atual, veremos surgir compo-
Baseados neste racioc ínio , que a freqüência da rede, tere- nentes cada vez mais sofistica-
podemos fazer um pequeno re- mos uma onda quadrada de cor- dos, com maior freq üência, no
trospecto. Vimos que o tiristor rente atravessando o resístor de mercado. Sabendo aproveitar os
pode ser usado para: carga. É necessário o uso de um recursos oferecidos pelos tirís-
filtro, para eliminar a ondulação. tores, sua aplicação só ficará li- •
a. Controlar a tensão CA (contro- Para fazer com que este cir- mitada pela imaginação.
le de fase);
b. Transformar uma corrente CA
em CC (retificação controlada);
e. Transformar uma corrente CC /\ (\ (\ (\ (\ (\ (\ (\
em CA (com inversores).
Existe, entretanto , uma outra entrada
vv vvv V
aplicação para os tiristores, um
pouco mais desc onhec ida,
denominada cicloconversão , e said
consiste na conversão de fre-
qüência de u·m sinal CA (de uma
freqüência elevada para uma ou-
tra, mais baixa). saida após a filtragem ---------==-----=---------
O princípio de operação
FIGURA28
pode ser facilmente compreen-

412 NOVA ELETRÔNICA


36
,_

SUPRESSAO
DOS

TRANSIENTES
DE
KO MING CHO

INTRODUÇÃO: DEFEITOS
TENSAO
O aspecto mais desconcer- tensão
tante (e, também, mais irritante) interruptor
fechando d ;h /\
dos defeitos de um circuito é o
fato de, freqüentemente, não en-

o
tendermos o que os ocasionou.
Quando esses defeitos atingem \Jinterrupto\j
1-fechado
um produto pelo qual somos
responsáveis, despendemos
uma quantidade razoável de
tempo, esforço e dinheiro para
resolver o problema.
Nos produtos eletrônicos
existem muitas causas de defei-
tos, e é raro que estes sejam to- carga
talmente compreendidos. Uma
causa significante, mas nem FIGURA 1
sempre reconhec ida, é o transi-
ente de sobretensão. Em muitos cuja fonte é identificável e aque- de um indutor (pois, V= L.di/dt,
casos, o transiente é uma fonte les com origem desconhecida. em um indutor).
de defeitos que não deve ser Vejamos os da primeira categoria. Chaveamento de indutâncias
desprezada. é, portanto, uma fonte conheci-
Fontes identificáveis - Em da de transientes; podemos, en-
TRANSIENTES: CAUSA, qualquer circuito prático, a mu- tão, examinar alguns casos rela-
EFEITO E DETECÇÃO dança de uma determinada con- cionados a essa fonte: Por estra-
As causas: Ao tratarmos de dição elétrica ou da energia es- nho que pareça, a chave liga-
qualquer defeit o, devemos, pri- tocada em um indutor ou capaci- desliga tão comumente usada
meiram ente, estabelecer sua tar, pode causar um transiente no primário de um transforma-
origem, dimensão e natureza. de tensão. Exemplo disso é o pi- dor, pode-se tornar uma fonte de
Os transientes podem se dividir co de tensão provocado pela transientes. De acordo com a fi-
em duas categorias: aqueles energização ou desenergização gura 1, no instante em que fe-

37 NOVA ELETRÔNICA 413


interruptor
abrindo tens o í\ í\ /
J d v

D
fluxo e
corrente
magnetizan

:- interruptor
aberto

_ transiente
de tensão

carga

FIGURA 2

chamos a chave, introduzimos, O mesmo efeito pode, às ve- corte, o transiente de pico pode-
no circuito, uma tensão sob a zes, surgir de um modo intrigan- rá danificá-lo. É por esta razão
forma de um «degrau». Pelo aco- te. Supondo um circuito protegi- que se utiliza, geralmente, um
plamento deste degrau com o do por um fusível, como o da fi- diodo em paralelo com a bobina,
capacitar e o indutor do secun- gura 3, onde ocorre um curto-cir- a fim de permitir sua desenergi-
dário,pode-se originarumaoscila- cuito; neste caso, o fusível zação de uma forma segura (fi-
ção transiente, com um pico su- «queima», e o efeito produzido é gura 4).
perior ao dobro da tensão de pi- semelhante ao de uma chave
co normal do secundário. sendo aberta, dando origem, en- Fontes não identificáveis -
Efeito semelhante ocorre ao tão, a um transiente, o qual pode Freqüentemente, os problemas
abrirmos a chave: com a inter- alojar-se em um dos dispositi- de transientes não estão locali-
rupção da corrente, ela vai a ze- vos paralelos. Para aqueles que zados no sistema, mas na rede
ro, bruscamente (figura 2). Devi- se descuidaram da existência de de alimentação (ou na própria
do ao efeito expresso pela fór- transientes, a danificação do carga). Essas fontes não são
mula V= L.di/dt, onde di/dt é dispositivo permanecerá um localizáveis, aparecendo, em ge-
bastante violento, o transiente mistério, já que o curto-circuito ral, de uma forma aleatória; o
no secundário do transformador ocorreu numa outra extremidade único processo prático para es-
será considerável. do sistema. tabelecê-las seria por meio de
umaaproximação estatística.
Se, por acaso, a carga do cir- Um outro exemplo a citar se- Entre tais fontes, podemos
cuito lfor representada por um ria o chaveamento de um sole- citar os picos de tensão da rede
componente semicondutor nóide (ou relé) através do coletor (onde é possível observar picos
subdimensionado, lá se vão de um transístor. No momento de até 6000 volts, em redes de
mais algumas horas de trabalho. em que o transístor entrar em 110 volts), e picos de tensão in-
duê'.idos, por algum meio exter-
no, em cabos longos (o que é
bastante freqüente em telefonia).

Os efeitos:
SCR Nos semicondutores - Co-
danificado
mumente, o dano ocorre quando
curto-
Valiment. circuito

FIGURA3
FIGURA4

414 NOVA ELETRÔNICA


38
uma tensão reversa é aplicada a
uma junção PN que não está em
condução.
Um outro tipo de dano pode
acontecer com o transistor em


operação, pois o pico de tensão
é capaz de tirá-lo de sua área se-
gura de trabalho, causando a
sua destruição, pela «avalanche a
térmica».
Nos contatos - Os contatos
1
são danificados pelos arcos
produzidos durante o transiente,
quer seja pela transferência de
material, quer pela corrosão.
Nos isolamentos - A isola-
ção de fios e cabos, por exem- FIGURAS
pl o, tem a tendência a se deterio-
rar, devido a uma carbonização mente, os zeners de aplicação todo o volume do material. Exi-
localizada. industrial são caríssimos e, bem uma ruptura mais «suave»
quanto aos normais, geralmente (em relação ao zener) e, devido a
Geração de ruídos - Os ruí-
não resistem a um tratamento isso , suportam uma grande dose
dos gerados por transientes po-
mais rigoroso; de energia, quando ligados ao
dem ser transmitidos diretamen-
b) - Tubos de descarga - Ba- circuito;
te, ou via indução eletromagné-
seados num princípio semelhan- d) - Varístores de metal-óxido
tica , a outros pontos do sistema.
te ao empregado pelos diodos (MOV - metal-oxide varistors)
Este efeito torna-se bastante
zener (efeito de avalanche), os -Consistem de uma nova série
significativo em circuitos lógi-
tubos de descarga especiais de supressores cerâmicos e
cos, muito utilizados, atualmen-
te, nos sistemas de controle. também podem suprimir os tran- possuem uma ruptura bidirecio -
sientes de tensão; nal, visivelmente não-linear (fi-
A detecção: Devido à carac- c) - Células de selênio e carbo- gura 5).
terística aleatória dos transien- neto de silício - São supresso-
tes, estes são difíceis de detec- res especiais, de alta energia, Suas características de rup-
tar. Quando sua origem é conhe- projetados para tolerar uma alta tura são bem semelhantes às
cida, pode-se observá-los com o corrente reversa, podendo dissi- dos diodos de avalanche , por is-
auxílio de um osciloscópio pro- par uma potência razoável, por so permitem uma eliminação efi-
vido de memória. No caso de
fontes não identi fi cáveis, o úni-
co meio seria o de medir sua mé-
dia de ocorrência e a amplitude
média, através de algum proces-
so de registro.

SUPRESSÃO DOS
TRANSIENTES
A eliminação de transientes
pode ser efetuada de várias <I>
maneiras: 1:
õ
1) - Filtros: Pode-se usar ca- (J

pacitares, indutores, ou até ele-


mentos ativos, conectados aos
terminais onde se origina o pro-
blema.
2) - Supressores especiais: tensão
a) - Zeners e diodos de avalan-
che - Esses diodos são projeta-
dos para manter uma certa ten-
são reversa «constante» , limitan-
FIGURA6
do, assim, o transiente. Infeliz-

39 NOVA ELETRÔNICA 415


·- -
1000
I
r
/ 1
,J. , I
1 1

-
--
R= I0 12 0 HMS 1= KV<I
1 I
I v,_ _V2
I R, 1-10 0HMS
1 1 SL0PE,

2
100
I
i/

,
.,,-1-,«- 1
1
1
1 1 1 J
/ 1 ' ------ 1 I 2 ,
> I I
//
1/ i

· ,eg;ãode
fuga
1
1
,- operação normal do varistor
1
1 1 1
de
região
inflexão
---
10 I
10 - 10 10 - 9 10 - 0 10 - 6 10 - 5 1-0 • 10- 10- 2 10-• 10 1 10
FIGURA 7
J - am éres

ciente e confiável, num encap- 3) - Região superior - Em O supressor MOV pode ser
sulamento reduzido. altas correntes, o varístor torna- instalado como na figura 9a ou
De todos os dispositivos se quase um curto-circuito, e na figura 9b. O primeiro circuito
supressores, estes são os que sua resistência é da ordem de 1 dissipa toda a energia, do indu-
apresentam as melhores carac- a 10 ohms. tor, por intermédio do varístor e
terísticas. Falaremos, portanto, o segundo, faz com que o
um pouco mais sobre eles. APLICAÇÕES DOS VARÍSTORES transístor entre em condução
novamente, para poder dissipar
VARÍSTORES - Proteção da fonte contra a energia armazenada. A
Características elétricas: A transientes da linha (figura 8): escolha por um ou outro circuito
curva corrente x tensão de um para efeitos experimentais, utili- é determinada pela confiabilida-
MOV pode ser observada na fi- zou-se, neste caso, um gerador, de e pela economia de cada
gura 6, juntamente com seu sím- representando o transiente. método.
bolo. Na figura 7, temos uma Caso o transiente seja apli-
curva idealizada e mais detalha- cado diretamente ao circuito, - Eliminação de ruíd os e ar-
da (note que a corrente agora es- ele é reduzido de 5 kV para ape- cos nos contatos:
tá no eixo das abscissas). A cur- nas 2,5 kV, mesmo após ter sido Cargas indutivas podem
va foi traçada desta maneira filtrado pelo circuito LC. causar arcos nos contatos das
para que tenhamos uma melhor Instalando-se um MOV no chaves ou contactares que as
visualização de suas três circuito, por outro lado, limita-se controlam,provocandoa deterio-
regiões principais, que são: o transiente a 400 V, valor bas- ração dos mesmos e geração
1) - Região de fuga - A um tante aceitável. de ruídos na linha.
baixo nível de corrente, o varís- - Proteção contra transien- Coma colocação de um varís-
tor aptesenta uma alta resistên- tes ao se chavear cargas induti- tor, numa das posições indica-
cia, da ordem de 1012 ohms e, vas (figura 9): no instante do cor- das pela figura 10, esses efei to s
portanto, se comporta como um te do transístor, o indutor força podem ser eliminados.
circuito aberto. sua corrente através do transís-
- Proteção de fontes chave-
2) - Região normal do varís- tor, até dissipar toda sua ener-
adas:
tor - Nesta área, a curva segue gia. Como o transístor fica inver-
Aplicações súbitas da ten-
a equação 1 = KV oc, sendo K samente polarizado, essa inje- são de aiimentação chegam a
uma constante e oc:, o expoente ção de corrente por parte do in-
danificar um regulador
não-linear (este fator pode variar dutor é suficiente para provocar
chaveado, devido à alta corrente
de 25 a 50). uma ruptura em sua junção.
necessária para a carga do capa-
citar de filtro.
50 O Um varistor é a resposta,
para providenciar uma «pré-car-
VT
5 x
:!:5kVsen 10 TTt

-e 10 5 t
- 150µF
ga» do capacitar, até um valor
seguro, sem afetar o funciona-
mento do circuito.

CONCLUSÃO
Com o que foi exposto, pre-
FIGURAS
tendemos fazer'uma ligeira apre-

416 NOVA ELETRÔNICA 40


a

O>-- - - - - - -

FIGURA9 FIGURA 10

sentação das causas, efeitos e que não devemos dramatizar, e também, uma pequena discus-
prevenção dos transient es de começar a ver transientes de são sobre os métodos de su-
tensão . Sendo um efe it o sempre tensão em todas as bobinas que pressão, principalmente a res-
presente em qualquer circuito, encontrarmos. O que devemos peito dos varístores d metal-ó-
seria um engano considerá-lo ter em mente é que este fenôme- xid o, que, esperamos, vai ajudar
«desprezível», já que_ nem sem- no pode sempre ocasionar pro- os leitore s que se depararem
pre isto corresponde á realidade. blemas do tipo «eu não entendo». com um ou vários de.sses pro-
Mas, por outro lado, é claro Aproveitamos para fazer, blemas. .,

gora no Rio de Janeiro

O MAIS COMPLETO E VARIADO ESTOQUE


DE CIRCUITOS INTEGRADOS
C-MOS, TTL, Lineares, Transístores, Diodos, Tirístores e Instrumentos Eletrônicos

COM OS MELHORES PREÇOS DA PRAÇA

Comércio de Equipamentos Eletrônicos Ltda.


Av. Marechal Floriano, 38 - Sobreloja 204
CEP 20.000 - Fone: 243-0045
•IBR.A<
--------- - - - - -- -

ESUA
APLICAÇÃO
...
AS
COM UNICAÇÕES
B.M . KALE, J.E. MOOR E,J.M . COSTA
TELEBRÁS - UNICAMP CONCLUSÃO

A fabricação de fibras óticas variação da concentração relativa de Si mos o laser de c o 2 como fonte de calor,
A primeira etapa consiste na produ- (silício) e Ge(germânio). devido á pureza desta fon t e e á fac ili da-
ção de uma forma primária, por deposi- de de se controlar a temperat ura.
Após a deposição das camadas de vi-
ção química de vapor (fig. 7). O processo Uma fibra de vidro, ao terminar seu
dro, o tubo é despejado em uma barra
pode ser resumido assim: o revestimen- esticamento, possui uma resistência á
to da forma primária é um tubo de quar- sólida; esta barra (de 100 cm de compri-
tensão igual á do aço. Contudo, esta re-
tzo, disponível no mercado. O núcleo da mento e 1 cm de diâmetro) é então esti- sistência mecânica se deteriora rapida-
forma é originado a partir de camadas de cada até se tornar uma fibra de 1 km de mente se a fibra não for protegida; para
vidro, depositadas no interior do tubo. comprimento e 0,2 mm de diâmetro. A se preservar essa qualidade da fibra, é
Ao se controlar a composição de cada fig. 8 mostra os equipamentos utilizados necessário aplicar um revestimento
camada, pode-se escolher seu índice de no puxamento das fibras. protetor á mesma, imedia tamente após o
refração; e, variando o índice de refração A f orma primária é aquecida a uma seu esticamento.
de cada camada, pode-se controlar o per- temperatura ligeiramente superior ao As fibras óticas no Brasil
fil do índ ice. seu ponto de fusão, sendo então estica- Em 1974, a TELEBRÁS iniciou o fi-
da, até se tornar uma fibra fina, que é en- nanciamento do primeiro trabalho brasi-
No sistema mais simples, as cama- rolada em um tambor. Uma parte crítica leiro envolvendo comunicações óticas.
das de vidro formam-se no momento em do equipamento é representada pela O projeto de comunicações óticas inclui,
que Si0 4 e GeCI 4, vaporizados, reagem fonte de calor; existem várias maneiras atualmente, dois grupos principais: o
com o 2, no interior do tubo, para dar ori- de se aquecer a forma primária, cada grupo de lasers de semiconrjutor e o de
gem a Si0 2 e Geo 2. O controle do índice uma delas com suas vantagens e des- fibras óticas. O programa continua em
de refração é levado a termo através da vantagens. Nós, da UNICAMP, escolhe- crescimento, mas já alcançou um

418 NOVA ELETRÔNICA


42
tânica, em sua totalidade, em apenas 3
segundos!
Quase todos os especialistas envol-
vidos no campo de comunicações óticas
concordam que os sistemas óticos
levam enorme vantagem sobre os
Si Cl4
demais. Uma prova desta afirmação é
que em todos os grandes laboratórios
industriais do mundo, potenciais fabri-
cantes de sistemas de comunicação, o
GeCl4
maior esforço' é despendido em laser de
GaAs - GaAI As e em fibras óticas.
A necessidade de comunicação
l 300ºC ótica, com umalargura de banda b6'111 su-
perior ao de um sistema convencional e
um custo potencial mais baixo, surge em
FIGURA 7 RepresentaçJio esquemática ela fabrlcaçJio de uma pré -forma, pelo face duma rápida expansão da necessi-
processo de depoalçllo de vapor químico dade de comunicação. Isto se deve, não
só ao crescimento dos sistemas tradici-
estágio bem avançado. De fato, a primei- A seção de teoria é a responsável pe-
onais de comunicação telefônica, como
ra fibra ótica fabricada no Brasil foi pro- la interpretação dos experimentos; for-
também' à introdução de novos serviços,
duzida, recentemente, em nosso labora- nece, ainda, sugestões para meios dife-
tais como transmissão de imagens de te-
tório naUNICAMP. rentes ou melhores de se efetuar os ex-
levisão e de dados, conseqüência do
A organização do grupo aparece na perimentos.
aumento cada vez maior de computado-
fig. 9; a função do CVD e da seção de
Por fim, a seção de Ótica Integrada res eletrônicos e da conveniência de cer-
puxamente de fibras foi explicado nos
está envolvida com os futuros desenvol- tas empresas (bancos, empresas aéreas,
parágrafos anteriores. Após o puxamen-
vimentos das comunicações óticas; por etc.) em possuir grandes computadores
te da fibra, é necessário caracterizá-la
exemplo, no futuro, será possível, muito centralizados, e interligados com suas fi-
química e oticamente. A análise química
provavelmente, incorporar vários tipos liais.
é responsabilidade da seção B-5; nesta
de dispositivos óticos no mesmo seg- Esta rápida expansão nos leva a pre-
seção, a composição da fibra é determi-
mento de material (GaAs, por exemplo). ver, para um futuro não muito distante,
nada com uma microssonda de íons ou
Será viável, no mínimo, construir o laser uma saturação dos sistemas conven-
elétrons.
de semicondutor, o guia de onda ótico, o cionais de comunicação (micro-ondas de
A seção 8-6 encarrega-se da caracte-
modulador e o acoplador dentro de um ú- grande capacidade, por. exemplo):
rização ótica das fibras; isto inclui medi-
nico dispositivo. As vantagens de tal in- Além de servir a sistemas de grande
ções do espalhamento, atenuação, dis-
tegração são óbvias: menores dimen- capacidade, os sistemas de comunica-
persão e do perfil do índice de refração.
sões, maior estabilidade, maior confiabi- ções óticas possuem características que
FIGURAS lidade e dispositivos mais complexos. os tornam alternativas bastante atraen-
tes para alguns serviços já existentes;
Conclusão digamos, por exemplo, ligações entre
É interessante considerar o que vão centrais telefônicas dentro de um centro
significar as fibras óticas, em termos urbano, onde as distâncias entre as cen-
PREFORMA práticos. O uso de freqüências óticas trais são suficientemente pequenas (da
tornará possível o aumento, por um fator ordem de 10 km); tais ligações poderiam
de 1000, de quantidade de informações ser feitas por meio de comunicação óti-
1600ºC que circulam nos lares comuns. Além ca sem repetidores, desde que as fibras

e::> das linhas de telefone, as pessoas terão


acesso a serviços de computador e de
óticas fossem de baixa perda.
O emprego das comunicações óticas
- FI BRA consumo. Pode-se imaginar que o di- visa a substituir a tecnologia existente
nheiro, em forma de papel, vai ser quase por um sistema que, além de ser poten-
que completamente substituído pela cialmente mais barato, oferece a vanta-
transferência eletrônica de fundos. A gem de se transmitir informações porca-
grande capacidade de transporte de in- bos extremamente finos. Tal caracteris-
formações das fibras óticas pode ser tica permite a ampliaçã do sistema
ilustrada por um simples exemplo: como evitando a saturação das tubulações
Representaçlo eaquemjtlca dopuxamento de uma o seu auxilio, a Bíblia pode ser transmiti- subterrâneas já existentes, o que é uma
pré-forma para a formaçJio de uma fibra de vidro.
da em 0,3 segundo e a Enciclopédia Bri- grande vantagem.

43 NOVA ELETRÔNI CA 419


COORDENADOR FIBRA ÓTICA
SUB PROJETO B
J E MOORE

1 1 1 1 1 1 1
B - 11 B-5 B-3 B-4 B- 6 B-8 8 -7
1
ÓTICA ANAL ÍTICA CVD PUXAMENTO ÓT ICA ACOPLAMENTO TEORIA
1INTEGRADA W. MAY. J. M.COSTA C. ROUSE R SRIVASTAVA R. SUSSMAN E. BOCHOVE
B. M. KALE K. M. ITO 1 P ALCANTARA H. SUNAK W. MEYER
1 8-9 J. E.MOORE
QUIMICA E M.S. 1
8-10
TESTES MECÂNICOS
E CABOS
FIGURA 9 0,sanlzaçio do Grupo de Flbraa Ótica• naUNICAMP

Outros exemplos seriam: comunica- no logi a mod ern a dentro de seu terno e, eventualmente, no mercado ex•
ção por computador central com termi- territór io. Nosso programa visa á !ab ri• terno.
nais; comunicações militares dentro de cação nacional de fibras óticas, projeta• A tendê ncia do projeto de fibras óti·
um avião ou navio, onde a limitação de das aqui, por pessoal brasileiro. cas á auto-suficiência, quanto aos
peso, evi tar o «cross-talk» e manter As fi br as óticas fab ricadas no Brasil materiais uti lizados, inevitavelmente
segredo são fa tores impo r tan tes. podem ser sofis ticadas o su fic ien te, tec· fará com que vários setores da indústria
A principal vantage m para o Brasil é nologicamente falando, para enfren ta r a nacional sejam ativados , tanto o de
o fato de se poder desenvolver uma tec- conco rrência estrangeira no mercado in- matéria-prima, como o de cabos.

Instrumentos para medicnes elétricas ou eletr8nicas


MEDIDOR DE INTENSIDADE DE CAMPO

In s t rum e nto ind is pe ns ável para os in s talador es de antena s de T.V. & F.M.
To talm ente transis tori zado. Alim e ntado por um a p i lha .de 4,5 V com au ton o mia de
100 h. Sinton ia co ntinu a nas band as de T.V. & F.M . e ac im a de tud o perm it e m ed i r
se paradament e a am plitud e da s d uas band as de T.V., Videc, & Aud io.

CARACTERIST/CAS TÉCNICAS
CAMPO DE FREQUÊNCIA VHF. . . . . . . . 41/65, 65/110 & 155/180 M Hz - Três fai xas
CAMPO DE FREQUÊNCIA UHF ................................................................. 470/840 M Hz
SENSIBILIDADE DE 10 µF até 10.000 µF em duas faixas até O, 1 V c om ate nuador
externo e até 1 V com dois atenuadores ext e rn o s.
IMPEDÂNCIA ENTRADA 75 Ohms desbalanceado e 31.,,; 0 hm s bal a nc e ad o com b!!
!• · • 4,
e ,_.· . .,._ .., e.
/um e xtern o.
•ê

.o. . _, ,.
.. ... ""'! PRECISÂO DE FREQUÊNCIA ................................................................melh or que 2 %
t• PRECISÂO DE SENSIBILIDADE. . . . . . . . . . . + ou - 3 dB em VHF , e 6 dB em UHF
TOLERÂNCIA ATENUADOR EXTERNO ............................................................. 3 dB
FORNECIDO COM BOLSA DE COURO, FONES AURICULARES, BALUNS & ATE·

(!)lrõ
NUADORES

lf s
G, ............... ,., TEMOS VAGAS PARA REPRESENTANTES EM ALGUMAS CAPITAIS
y f •· . UII
( l fl ( fl h ili(Tfl •• 1 • • •

PREÇOS ESPECIAIS PARA REVENDEDORES

CEP 01420 - S. Paulo - SP


aPll:I11111 li
J.J.
Muitas das aplicações de filtragem em baixa fre-
qüência, temporização, acoplamento, desacoplamen-
to e ubypass", requerem grandes valores de capaci-
tância.
Essa necessidade é satisfeita com o uso dos
capacitores eletrolíticos, que possuem característi-
cas únicas, no que se refere à capacitância e à tensão
de isolação, em relação às suas dimensões.
A nova estrela dos capacitores eletrolíticos,
surgida recentemente, é o capacitor de tântalo. Veja-
mos o porquê de seu sucesso. JULIANO BARSALI

Os eletrolíticas em geral lores de capacitância, com ta- No campo da eletrônica, o


Um capacitar consiste, basi- manhos relativamente menores tântalo encontrou aplicação na
camente, de duas placas metáli- (pois a distância entre as placas confecção de capacitares ele- cas
paralelas, separadas por um é menor). trolíticas de dimensões reduzi-
material dielétrico. O dielétrico díss imas , em comparação com
A figura 1 apresenta um dia-
se caracteriza pela sua habilida- os tipos já existentes, feitos
grama simplificado de um capa-
de em armazenar cargas elétri- com alumínio.
cas e, nos capacitares eletrolíti- citar desse tipo, mostrando, ao
mesmo tempo, quais são os me- Na figura 2, podemos fazer
cas, esse material é constituído
por uma fina camada de óxido, tais mais utilizados, atualmente, uma idéia das dim'ensões de um
desenvolvida a partir do próprio na sua confecção: alumínio e capacitar eletrolítico de tântalo,
material do anodo (terminal po- tântalo. se comparado a um outro, de
alumínio, com o mesmo valor de
sitivo do capacitar). Graças a es- Os capacitares de tântalo,
capacitância e isolação.
sa característica , os capacitares em particular
eletrolíticas exibem grandes va- Bem, antes de mais nada, o Além da vantagem do tama-
que é o tântalo, e quais são as
película óxída de FIGURA 1 suas características? Ele é um
alumínio ou tântalo(díelétrico) metal, com certas qualidades
que o distinguem de todos os
outros met_ai s. É bastante ductil
(pode ser transformado facil-
mente em fios), enquanto apre-
senta uma grande dureza. Pode-
se dizer, ainda, que é invu lnerá-
vel á maioria dos ácidos, e que
sua temperatura de fusão é bas-
catodo tante elevada. Por outro lado, é
(ligação
doeletroli-
um material muito raro, encon-
to)
separadores
trado, até agora, somente em al-
de papel guns locais do Brasil e da África. FIGURA2

45 NOVA ELETRÔNICA 421


em corte, com a indicação dos
materiais empregados em sua
+ 30 confecção. O modelo para mon-
<.) tagem em pé, mais comum no
e-, + 20
N
Brasil, possui uma constituição
"' interna semelhante; exter-
. E+ 10 - namente, são revestidos com
">' uma resina epoxy, ao invés de

---
o o metal.
- 10
"O
"'
Q. As dimensões desses capa-
o"' - 20
citores, a exemplo dos demais,
<I variam de acordo com o valor da
- ...:. 3 O':--"'---------'-

55- 40 - 25 - 15 +5
.. , .,
L
,
1-
------------------------------------L.--1--'--'-'-

25 35 50 65 85 95 110 125
capacitância e da tensão de iso-
lação.
temperatura,°C
FIGURA3
As codificações dos
Por outro lado, eles apresen- capacitares de tântalo
tam também algumas desvanta- O capacitor de tântalo, como
gens: custo mais elevado, devi- tantos outros componentes ele-
do à raridade do material com trônicos, tem seus valores im-
que são confeccionados, faixa pressos sobre o próprio corpo.
mais estreita de valores de capa- E, como em tantos outros com-
citâncias e tensões, e corrente ponentes, a maneira de imprimi-
de fuga um pouco mais elevada. los varia de fabricante para fabri -
cante. Uns, preferem estampar
E, como são feitos, diretamente os valores de capa-
por fora e por dentro? citância e tensão sobre o capaci-
FIGURA4 tor (figura 6); outros, resolveram
Existem vários tipos de capa-
nho, os capacitares de tântalo citores de tântalo, e eles variam fazer coisa semelhante, porém
são superiores aos seus «primos» quanto ao encapsulamento e com uma certa codificação de
de alumínio quanto à vida útil, quanto ao material utilizado em números e letras, que varia de
tanto em estocagem, como em seu int erior. Na figura 4, mostra- acordo com o fabricante. E, fi-
operação, e apresentam uma mos vários modelos, entre os nalmente, existe o já consagra-
menor variação de capacitância, muitos encontrados no comér- do código de cores, que pode
em relação à temperatura. Na fi- cio. Observe que são fabricados ser interpretado do mesmo mo-
gura 3, as curvas mostram este tanto para montagem em pé, co- do que é feito em resistores e
último ponto. mo para a montagem «deitada», outros tipos de capacitores;
ou axial. mas, isto requer um pouco de
Os «tâ ntalo s» são aprecia- prática, devido à posição das fai-
dos, também, pela grande esta- Os tântalos mais comuns, xas coloridas e sua quantidade,
bilidade química e resistência à hoje em dia, são os chamados que também podem variar con-
corrosão, por parte da sua pelí- de tântalo sólido, fabricados em forme o fabricante.
cula interna de óxido, o que os todo s os encapsulamentos vis-
torna mais confi áveis que os ele - tos na fig. 4. Na figura 5, pode- A partir de agora, vamos dis-
trolít ic as convencionais. mos apreciar o tipo cilíndrico , secar os códigos de cores utili-
zados para os tântalo s, forne-
cendo todas as «dicas» para in-
terpretá-los.

prata Em princípio , existem três ti-


pos básicos de codificação, vari-
ando com o número de faixas
coloridas e com a maneira de lê-
las. Nas tabelas 1, li e Ili, temos
os três tipos de codificação, es-
pecificando o valor de cada faixa
colorida, de acordo com sua po-
sição no corpo do capacitor; ca-
da tabela vem acompanhada de
um modelo de tântalo, com a lo-
FIGURAS calização de cada uma das faixas.

422 NOVA ELETRÔNICA 46


TABELA 1 - CapacHores com três fai xas colorida s e ponto central

1.ª cor 2.ª cor 3.ª cor


Tensão de trabalho 1.ª ci fra de capacidade Multiplicador
branca - 3V
amarela- 6V
preta - 10 V
verde - 15 V
preta
marrom 1
vermel ha 2
laran ja 3
X1
X 10
X 100
:·:.:·
azul - 20 V amarela 4 W- te nsão
de trabalho
cinza- 25 V verde 5
verme lha - 35 V azul 6
vio l eta 7
cinza 8 X 0,01
branco 9 X 0,1

TABELA li - Cap acitar es com quatro fai xas colorida s e ponto central

1.ª cor 2.ª cor 3.ª cor 4.ª cor


Tensão de 1.ª ci fra de 2.ª ci fra de
trabalho capacitância capacitância Multiplicador multiplicador
branca - 3 V preta X 1
amarela- 6 V marrom 1 1 X 10 2.•citra
preta - 10 V vermelha 2 2 X 100
verde - 15 V laranja 3 3 1.' cllra

azul - 20V amarela 4 4


cinza- 25 V verde 5 5 tensão
de trabalho
vermelha - 35 V azul 6 6
violeta 7 7
cinza 8 8 X 0,01
branca 9 9 X 0,1

(Na_s Tabelas I e li, o valor deve ser lido em microFarads.)

TABELA Ili - Capacita res com ponto lateral

Tensão de 1.ª cifra de 2.ª ci fra de


trabalho (vol ts) Cor capacitância capaci tâ nc ia Multiplicador
3- 4 branca o o nenhum polaridade

3- 6 marrom 1 1 X 10 e tensão

3-10 vermelha 2 2 X 102


3-15 laranja 3 3 X 103
3-20 amalr ae 4 4 X 104
3-25 verde 5 5 X 105
3 - 35 azul 6 6 X 106
3-50 violeta 7 7 X 107
cinza 8 8
3 branca 9 9

(Na Tabela Ili, ovalor deve ser lido em picoFarads.)

47 NOVA ELETRÔNICA 423


equivalente ao algarismo 1, seria
de cor marrom; e a terceira, o
multiplicador por 10, também
seria marrom. Assim, a segunda
e a terceira faixas ficariam «fun-
+10 didas» em uma só, formando
t&V uma única faixa colorida.

Como segundo exemplo, po-


demos considerar um capacitar
de 6 microfarads - 20 volts;
neste caso, a primeira faixa, a de
tensão, seria azul; logo em se-
guida, viria a segunda faixa, cor-
respondente à primeira cifra de
capacidade, que ficaria sendo
FIGURA6 FIGURA 7
azul, também; a terceira faixa se-
ria preta, indicando multiplica-
Existem alguns detalhes dor 1. Assim, as duas primeiras volts, pode se apresentar sob
nessas codificações, que pode- faixas seriam uma só, neste qualquer uma das duas formas
riam confundir um pouco, se exemplo. abaixo:
não fossem explicados. Um de-
les, por exem plo , seria a presen- Existe, ainda, um outro tator, 1. ª cor - amarela 1.• cor - amarela
ça de apenas duas fai xas, ao in- que pode dar origem a confu- 2.ª cor - marr om 2.ª cor - marrom
vés de três, em um capacitar da sões: é que alguns fabricantes, 3.ª cor - verde OU 3.ª cor - verd e
tabela 1. C o n s i d erem o s , no caso das tabelas I e 11, costu- 4.ª cor - preta
digamos , um capacitar de 10 mi- mam não colocar a faixa multi-
crofarads - 3 vol ts ; de acordo plicadora, quanto esta é de cor Como no segundo caso a cor
com a tabela 1, a primeira faixa , a preta, ou seja, quando não tem preta não foi incluída, e sabe-se
branca, designaria os 3 V de ten- valor algum. Por exemplo , um que o multiplicador de cor verde
são de trabalho ; a segunda fai xa, capacitar de 15 microfarads - 6 não existe, conclui-se que o
capacitar tem realmente o valor

11 de15uF-6V.
Um último ponto a conside-

O SOM COM rar, nos capacitares de tântalo, é


a indicação de sua polaridade.
Como sempte, cada fabricante
MAIS STATUS A GER-SOM
emprega um método próprio. Na
figura 7, temos os métodos utili -
única casa especializada em todo o Brasil zados por vàrios deles: no capa-
em alto-falantes de todas as marcas, citar cilíndrico, o terminal positi-
coloca sempre a sua disposição a melhor e mais compelta vo é indicado por uma faixa , a
linha de woofers. mid-range full-ranges e tweeters de todas
as potências assim como divisores de freqüência. exemplo dos capacitares eletro-
Agora você pode adquinr nela. o novo e sensacional 1íticos; em capacitares para
INTEGRADOR GH31. aparelho que além de melhorar montagem em pé, com os
substoocialmente o som do seu carro. pen11ne que você valores impressos no corpo,
o controle aU1omaticamente.
vem, geralm ente , o sinal " + ",
estampado próximo ao terminal
positivo; nos que empregam có-
digo de cores, o terminal posi ti-
vo é identificad'o tanto por um
ponto central ou lateral, colori-
do, pintado no corpo dos
mesmos.

Solicite nossos folhetos. Estamos ao seu dispor para atendê-lo


diretamente ou através de reembolso postal ou Varig. 48
R. Sta. lfigênia622 · CEP 01207· Tels., 220-8490/2562S. Paulo
Como são feitas as

, .►
.•.·:.•. l
. .
..........
• • ♦;. ; .

. .:'··.:·...•=·=·· '
..
[,} :-·:j
.. .: •................ •:
•: •:·•:···
·. •

... ..
.
•:-:.:.-. :. =" · .

Os méritos pelos elevados padrões atuais da gravação em ti-


ta deve ser dividido pelos fabricantes de equipamentos de grava-
ção e também pelos produtores de fitas magnéticas, pois, se por
um lado, os primeiros têm contribuído com grandes melhorias
nas cabeças de gravação, na parte eletrónica e no transporte de
fita dos equipamentos, por outro lado, a tecnologia avançada de-
senvolvida pelos fabricantes de fitas permitiu a produção de ti-
tas de alta energia, com uma confecção precisa.
A tlm de ajudar o leitor a entender o papel dos fabricantes de
fitas magnéticas, este artigo oferece desulções relativamente
simples da maioria dos processos usados para fazer fitas de qua-
lidade, projetadas com o objetivo de satisfazer à grande varieda-
de de exigências dos consumidores e dos equipamentos.

JOSEPH I\EMPLER 1.ª PARTE


E, como as fitas magnéticas. algum do processo, ou todo o lo- Óxido magnético - O mate-
hoje em dia, são produzidas para te de fita pode resultar fora de rial magnético mais comum e
um grande número de fins espe- especificação, e com poucas ainda o mais popular, usado na
cíficos, esta discussão ficará possibilidades de correção. O confecção de fitas.é o óxido de
confinada à fabricação de fitas que sifnifica que deve ser manti- ferro, empregado em todas as fi-
de áudio para o consumidor, em do um rígido controle durante a tas de carretel, nos cartuchos de
geral. operação, pois qualquer teste 8 pistas e na maioria dos casse-
A fita magnética é resultado feito com o produto final é, na tes. Apesar do dióxido de cromo
de um processo contínuo de fa- melhor das hipóteses, apenas ter gozado de uma preferência
bricação, no qual alguns poucos uma confirmação do sucesso da momentânea entre os fabrican-
ingredientes básicos são trans- operação. tes de cassetes, parece que sua
formados numa fita de gravação, popularidade está estabilizada,
com propriedades de desem- MATÉRIAS-PRIMAS agora. Uma das razões para isso
penho precisamente definidas. Quatro materiais básicos é o fato de que novos tipos de
Entretanto, cada passo no pro- são usados na produção de uma óxido de ferro, assim como no-
cesso encadeado é importante, fita: óxidos magnéticos, compo- vos métodos de processamento.
e depende do passo precedente. nentes adesivos, solventes e pe- tornaram possível a confecção
Nada deve sair errado, em ponto lícula debase. de cassetes com óxido de ferro,

49 NOVA ELETRÔNICA 425


com uma qualidade praticamen- vação mais elevados que um ma- tes, para reduzir o atrito e odes-
te idêntica a dos cassetes á ba- terial com uma força coercitiva gaste, agentes condutores para
se de dióxido de cromo, e além mais baixa. Adicionalmente, vai reduzir as cargas estáticas. Po-
de serem mais baratos, apresen- exigir também uma corrente de dem ser acrescentados, tam-
tam ainda outras características apagamento maior, para a mes- bém, agentes umedecedores,
desejáveis. Não resta dúvida, ma quantidade de material a ser estabilizantes e fu ng ic id as.
porém, que o dióxido de cromo apagado.
foi realmente de grande utilida- Por outro lado, a menor efi c i- A qualidade dos aditivos e
de para que o desenvolvimento ênc ia de gravação desse mate- das resinas adesivas é inspecio-
da arte da gravaç ão em cassetes rial é compensada por sua maior nada com a ajuda de espectôme-
chegasse até os ele,vad os pa- resistência á desmagnetização, tros de infraverm elho, que an al i-
drões atuais. o que ajuda a rE!forç ar as altas sam com precisão cada um dos
freqüênc ias com tendência á ingredientes, quanto à sua com-
Este artigo se concentrará, posição e isenção de impurezas.
desmagnetização. Como resul-
portanto, na fabricação de fitas
tado disso, as fi tas de alta coer-
de óxid o de ferro , com revesti- Solventes - O objetivo dos
ci t ividade têm propriedades
mento simples. solventes é o de dissolver com-
melhores, no que se refere á
pletamente as resinas adesivas,
Quando chegam á fábrica, os sensibilidade em altas freqüên-
produzi ndo uma dispersão líqui-
óxidos magnéticos passam por cias e á sobrecarga, do que as fi-
da, adequada para o revestimen-
um teste completo. Utilizando tas de baixa coercitivid ade .
to da película base, de poliester.
microscópios eletrônicos, ins-
A força coercitiva, assim O solvente serve como um veí-
petores de controle de qualida-
como outras propriedades mag- culo temporário, que torna pos-
de verificam o tamanho e a dis-
néticas (magnetização remanes- sível a dispersão e o revestimen-
tribuição das particulas. Estas
cente e magnetização de satura- to. E, após ter servido a esse ob-
medem de 5 a 25 milionésimos
ção, por exem plo), são medidas jetivo , o solvente é com-
de polegada de comprimento,
com o auxílio de diversos instru- pletamente removido do revest i-
exibindo o formato de uma agu-
mentos específicos, tais como o mento, por meio de evap oração .
lha, pois o comprimento de cada
magnetômetro de amostras vi- A inspeção dos solventes in-
uma delas é, mais ou menos, 5 a
brantes e os traçadores de laço clui verificações quanto a subs-
20 vezes maior que o seu diâme-
de histerese. tâncias contaminadoras, ponto
tro.
de ebulição e solubilidades; nes-
O tamanho das partículas de-
Enquanto estão ainda sob a te caso, são utilizados cromató-
ve ser veri ficado porque partíc u-
forma de pó, os materiais mag- grafos a gás e aparatos similares.
las de diferentes tamanhos são
néticos passam por uma grande
usadas para diferentes produ- Base - A base mais empre-
vari edad e de testes químicos, e
tos; quanto menor for a partícu- gada para fitas magnéticas, hoje
físicos, para que se possa deter-
la, mais baixa será a polarização, em dia, é a película de poliester.
minar a facilidade de dispersão,
uma situação que pode provocar Isto se dá, principalmente por
acidez, nível de impureza e ou-
chiados audiveis na fita. causa de sua grande resistên-
tras variáveis semelhantes, que
Os inspetores ve r i f i c a m afetam os processos de fabr ic a- cia, dimensões estáveis (mesmo
também a «limpeza» das partíc u- ção subseqüentes, além da qua- quanto exposta a condições cli-
las ; as eartículas «su jas ,, exibem li dade final da fita. máticas extremas), e sua notável
ramificações em forma de bra- imunidade a certos produtos
ços, além de pequenas cavida- Adesivo - O adesivo consi s- químicos, que destróem outros
des, o que pode resul tar em fi tas te de uma ou mais resin as plás- plásticos.
de baixa qualidad e. Todo mate- ticas, que determinam as propri-
rial que nãopassa pelos padrões edades físicas do revesti men to A pel ícu la de poliester é en-
de inspeção é devolvido ao fabri- da fita e, até certo ponto, suas contrada em diversas espessu-
cante. propriedades de gravação. A ras, cada uma delas projetada
função do adesivo é a de reunir para um tipo específico de fita.
O óxido de ferro é examina- todas as partículas de óxid o nu- Podemos citar, como exemplo,
do, também, no que diz respeito ma camada forte e fle xíve l, e a o poliester de 1 e 1,5 milímetro
ás suas propriedades magnéti- de promover um vínculo perma- de espessura, usado exclusiva-
cas. Provavelmen te, o parâmetro nente entre a película de base e mente em fitas de carretel. A no-
mais importante, sujeito a varia- o revestimento. va espessura padrão para cartu-
ções intencional men te grandes, chos de 8 pistas é de 0,75 mm. E,
é a força coercitiva, ou seja, a Dependendo da aplicação, para as fitas cassete, as espes-
força magnetizante nece ssár ia alguns aditivos podem ser adici- suras são de 0,5, 0,3 e 0,25 mm,
para red uzi r o magnetismo resi- onados ao adesivo, para modi fi- para as de 60, 90 e 120 m in uto s,
dual a zero. Um óxido com uma car certas propriedades: plasti fi- respectivamente.
alta força coercitiva vai requerer cadores, para tornar o revesti- Em vista da reduzidíssima
uma polarização e nívei s de gra- mento mais flexível, lubrifican- espessura das pelícu las usadas

426 NOVA ELETRÔNICA 50


em cassetes, o poliester empre-
gado nesta aplicação é tensifi-
cado (do inglês , tensilized) -
um processo de pré-esticamen-
to, aplicado pelos fabricantes de
... .....·.di. .,
/4 .·1 ··.,
películas, e que aumenta a resis-
tência do material
quase duas vezes. à tensão em
• s. 8

A película de base passa por


um grande número de testes de
••.:•!••• •• t1e
qualidade, antes que os fabri-
cantes comecem a utilizà-la. A ,,
fita é testada em sua resistên-
•• ·1
cia, espessura, suavidade, lim-
peza, isenção de rugas e ten-

..•__. - . • •• •• •
•...
• -.
sões físicas.
PROCESSOS DE FABRICAÇÃO
Uma vez terminados todos
os testes de qualidade e inspe-
ção, as matérias-primas são libe- Ação de um oagem1,, d u rante o ciclo de mesmo nome
radas para produção. Um moinho rotativo, parcialmente preenc hido comes•
feras de aço, mistura partículas de óxido co m ades1v
«Moagem» - O primeiro plãstico. para formar uma pasta fluida, grossa eüm1da.
passo no processo de fabrica-
ção de fitas magnéticas é a mis- qüência , aumento na transferên- No interior da máquina, vá-
tura de todos os ingredientes. cia de sinal de camada para rios processos diferentes de-
Isto é feito em um moinho de es- camada e, dependendo da for- senvolvem-se ao mesmo tempo.
feras, um grande tambor rotati- mulação, pode causar um enfra- A película é coberta, de um lado,
vo, parcialmente preenchido quecimento em todo o revesti- com uma ou mais camadas de
com bolas de aço. Quando o mento da fita. revestimento magnético, e, para
tambor é posto em movimento, certos tipos de fi tas, uma cama-
As fitas magnéticas foram da de um revestimento especial
as bolas cascateiam pela mistu-
bastante aperfeiçoadas, nos últi- pode ser acrescentada no verso.
ra, chamada de pasta fluída, e
mos anos, pelo progresso da
criam o tipo de agitação e ação A película sofre, ainda, uma
tecnologia da «moagem». Os
misturadora necessária para operação para eliminar cargas
atuais métodos de dispersão re-
produzir a dispersão desejada. estáticas, e uma outra, de limpe-
O propósito final da duziram de muito as perdas de
interação, além de terem permi- za, além de ter suas rugas pren-
«moagem» é a de produzir uma sadas e de passar por um pro-
tido uma substancial melhora na
dispersão, em que cada partícu- cesso de estabilização. As partí-
densidade do revestimento, sem
la de óxido é separada das de- culas são então orientadas, o
alterar suas propriedades físicas
mais, e é recoberta por uma fina solvente é removido e a fita pas-
ou elétricas.
camada de adesivo. A despeito sa por uma secagem. Depois, é
da natureza industrial dessa Revestimento - Uma vez polida, densificada e enrolada
operação, o processo é, na atingido seu nível ótimo de dis- suavemente na outra extremida-
verdade, preciso e delicado. persão, a pasta fluída é trazida de da máquina revestidora. E
Uma «moagem» insu fi ci ent e, para a máquina revestidora, para esta surpreendente série de
por exemplo , resulta numa dis- ser aplicada à película de base. operações é feita dentro de um
persão incompleta , onde gran- processo contínuo, cujo ritmo
des grupos de partículas ficam A máquina revestidora é um não é reduzido, nem ao menos
reunidos, causando, assim, inte- equipamento imponente, muito quando da troca dos rolos de po-
rações magnéticas indesejá- parecida com uma impressora. liester.
veis. Tais interações vão se ma- Na parte frontal da máquina,
nifestar através de um maior ní- grandes rolos de poliester - de Como em todos os demais
vel de chiado, saída mais baixa, 10.00 pés (3.300 metros), ou estágios de fabricação da fi ta , a
variações na uniformidade e até mais, de comprimento , e 60 po- precisão durante a operação de-
mesmo pontos fracos no revesti- legadas (1,5 m) de largura - são termina a sensibilidade e a
mento, que podem ocasionar colocados em posição. A pelícu- compressão da fita em freqüên-
dispersões, e desgaste. la é então inserida por um sem cias baixas e médias, assim co-
Uma «moagem» excessiva número de rolo s, guias e eleva- mo sua distorção harmônica e
pode ser igualmente prejudicial, dores, que a transportam através os níveis ótimos de polarização
manifestando -se através de uma da máquina, a alta velocidade e e gravação. Deste modo, a es-
perda de resposta em alta fre- baixa tensão mecânica. pessura do revestimento deve

51 NOVA ELETRÔNICA 427


ser uniforme e calculada com mada por um lubrificante seco e magnetização de alta freqüência
prec1sao, dentro de uma bastante escorregadio, em seu seria também afetada.
margem de erro mínima. verso, que permite que a fita
A espessura padrão do seja utilizada num anel fechado. Devido ao formato das partí-
revestimento, para fitas de car- culas, seus polos norte e sul po-
retel, é de mais ou menos 400 Um outro revestimento espe- dem ser claramente definidos, o
milionésimos de polegada. Para cial que pode ser aplicado no que torna a operação de orientá-
as fitas cassete, a espessura va- verso da fita é uma camada de las para uma única direção rela-
ria de um máximo de 250 milio- carbono texturizada e é empre- tivamente fácil, durante o
nésimos de polegada, aproxima- gada em alguns cassetes e car- processo de revestim ento , fa-
damente, para fitas de 60 minu- retéis. zendo-se passar a pasta .fluída
tos, até menos de 140 milionési- através de um campo magnético.
O revestimento do verso da
mos de polegada, para os casse- Imediatamente após a orien-
fita traz algumas contribuições
tes de 120 minutos. tação, a fita revestida passa por
valiosas. Nos cassetes, ele re-
A espessura do revestimento duz a in cidênc ia de interferên- túneis de secagem, onde o ar
deve se manter constante e uni- cias e outras falhas. Além dis- quente evapora o solvente do re-
forme, de uma ponta a outra do so, ajuda a eliminar o efeito re- vestimento. Esses túneis são di-
rolo, e por toda a sua largura; pa- sultante da variação de velocida- vididos em seções, e em cada
ra um perfeito controle de quali- de da fita, freqüentemente cau- uma delas pode-se controlar a
dade, é necessário controlar sado por escorregamento de fr secagem, ajustando-se a tempe-
continuamente a espessura, tas não revestidas, no percurso ratura, velocidade e volume de
durante o processo de revesti- entre o rolete de arrasto e o role- ar. Um ritmo de secagem rápido
mento. Tal operação deve ser te çle pressão, em alguns grava- ou quente demais pode fazer
efetuada sem nenhum contato dores cassete. com que parte dos solventes
físic o , com o revestimento ainda evaporem muito rapidamente,
Em fitas de carretel, o reves- produzindo pequenos furos ou
molhado, para que a superfície
timento traseiro propicia um crateras no revestimento, o que,
da fita não seja danificada. Isto é
enrolamento mais suave, por sua vez, dará origem a ruídos
levado a termo pela medida da
mesmo a altas velocidades, e durante a reprodução do mate-
absorção de energia radioativa
elimina danos decorrentes de rial gravado sobre a fita.
ou raiox X, por parte do revesti-
um enrolamento muito apertado Por outro lado, se o ritmo de
mento, e em seguida, converten-
ou «espalhado» e de armazena- secagem for muito lento ou in-
do os dados sobre absorção em
mento em condições impróprias. completo, a fita corre o risco de
grandezas de espessura ou mas-
sa. ficar pegajosa e grudar-se a si
Uma outra operação que tem mesma; ou, pior ainda, pode
No caso das fitas cassete, a lugar durante o revestimento é a chegar a depositar resíduos so-
margem de erro permitida é tam- orientação, um processG criado bre as cabeças de gravação, e
bém muito pequena. Para uma para organizar todas as partícu- ocasionar severas perdas de
espessura nominal de 200 las de óxido em paralelo ao nível de saída.
milionésimos de polegada, uma comprimento da fita. Esta é a
tolerância realista de ± 5% orientação desejada, porque Polimento da superfície
requer um controle de espessu- corresponde à mesma orienta- Antes que a fita deixe o revesti-
ra de ± 10 milionésimos de ção do componente longitudinal dor, é prensada entre dois ou
polegada. Para se ter uma idéia do campo magnético de grava- mais rolos espelhados, sob
do que esse valor representa, a ção, em torno da cabeça de gra- pressão e alta temperatura. Este
folha de celofane utilizada nor- vação, intensificando assim to- processo utiliza o acabamento
malmente para embalar o casse- das as propriedades de grava- supersuave da calandra, para
te, é cem vezes mais espessa ção, na direção normal do movi- produzir na fita uma superfície
que a margem de erro permitida mento da fita. quase vitrificada, com uma
no revestimento da fita. espessura de apenas alguns
Na pasta fluída, as partícu- milionésimos de polegada.
Como já foi mencionado, al- las, em forma de agulha, são dis-
gumas fitas são enriquecidas tribuídas ao acaso, e apontam Nem todas as fitas de áudio
com um revestimento não-mag- em todas as direções. Se essas requerem o mesmo grau de poli-
nético, aplicado no verso da partículas fossem deixadas nes- mento. O mais fino é geralmente
película de base, durante o pro- se estado, as condições de de- reservado para fitas cassete de
cesso de revestimento. As fitas sempenho da fita desceriam a boa qualidade, a fim de se obter
lubrificadas usadas em cartu- níveis indesejáveis: a saída iria uma melhor saída a altas fre-
chos de 8 pistas , por exemplo, cair; o ruído, especialmente o qüências, uma vez que para se
possuem uma camada de apro- ruído CC, aumentaria drastica- conseguir isto, a fita deve man-
ximadamente 50 milionésimos mente; as condições de polariza- ter um contato íntimo com as ca-
de polegada de espessura, for- ção seriam alteradas e a des- beças de gravação e reprodu-

428 NOVA ELETRÔNICA 52


ção. Mesmo o menor espaça- OPERAÇÃO DE REVESTIMENTO
mento entre as cabeças e a fita
pode introduzir graves perdas; A pellcula e revestida
Mistura do moinho.
por exemplo, um sinal de 10 kHz,
gravado num cassete, a 1.7/8 po-
legada por segundo, sofrerá :;,
e Película revestida

uma perda de gravação e repro-


dução combinada, de 6 dB, apro- tJ As partículas estao dispostas
ximadamente, caso haja um <::::::> \J alea toriamente.apos o
e::::.e>::::? revestunento.
espaço de apenas 10 milionési-
mos de polegada entre a fita e a
cabeça.
Essa separação pode muito
bem ser resultante de uma fita
Orientação.
com uma superfície sem poli-
mento, já que qualquer aspere-
za, mesmo submicroscópica, faz lma

com que somente os pontos


mais altos do revestimento en-
trem em contato com as cabe-
ças. O que ilustra, também, a ne-
cessidade de limpeza e manu-
tenção constante das cabeças
dos gravadores.
Corte - Uma vez completa-
das todas as operações efetua-
das nas máquinas revestidoras,
a fita é enrolada em grandes bo-
binas. Essas grandes bobinas Zona de secagem.
são t,...,nsp .. r • rias para uma ou-
tra seção da fár-, ic- onde são Saída do solvente
cortadas em centenas ue rolos,
em uma única operação, com o F,ta seca
auxílio de lâminas rotativas. O
corte é feito a velocidades muito
Tunel de secagem (ar quente)
altas, mas sob um controle rígi- Fita molhada

do, para que a película seja cor-


tada em linhas absolutamente
retas.
As fitas de gravação, para
uso do consumidor, são corta-
das em duas larguras: as fitas
para carretel ou cartucho de 8
pistas são cortadas com uma Zona de Enrolamento

largura de 0,246 polegadas


± 2 mils {mil - milésimo
de polegada), enquanto a fita
cassete é cortada com O,149
± 1 mil de largura.
O bom funcionamento de um
gravador depende muito da pre-
cisão do corte. É claro que uma
fita demasiadamente larga irá
raspar os guias e poderá ser da-
nificada nas bordas, se forçada
a movimentar-se sob tais condi- lha, causar variações nas saídas da em sua largura correta, mas
ções. Ademais , poderão ocorrer dos canais extremos e, em al- não for conduzida em linha reta
perdas na saída, nas pistas das guns casos, ocasionar «crosstalk». pelas facas de corte, ela ficará
bordas. Uma fita muito estreita enviezada ou ondulada. Uma
corre -0 perigo de sair de sua tri- Mesmo que a fita seja corta- ondulação deste tipo produzirá

53 NOVA ELETRÔNICA 429


grandes variações nos sinais de das muitas razões pelas quais a cos de 8 pistas. Essas mesmas
alta freqüência, pois a fita estará limpeza e a manutenção do gra- bobinas podem ser enviadas a
sempre se movimentando, em vador se fazem necessárias, firmas gravadoras, que regis-
relação à cabeça, a um ângulo para um bom funcionamento de tram músicas sobre a fita, para
constantemente variável com o todo o conjunto. depois inseri-las em cartuchos e
entreferro, fazendo o azimute va- vendê-las como fitas já gravadas.
riar correspondentemente. No outro extremo da máqui-
Depois que a fita é cortada, na de corte, a fita, cortada e lim-
As fitas para cassete devem
os rolos individuais são limpos pa, é enrolada em vários carre- sofrer uma certa preparação, an-
de ambos os lados, geralmente, téis. A maioria das fitas para car- tes de serem encapsuladas em
para providenciar a remoção de retel, de 7½ polegadas, para gra- seus cassetes, para providen-
quaisquer resíduos produzidos vações caseiras, é enrolada em ciar a colocação da margem ini-
pelo corte. Deve ser menciona- carretéis plásticos. As fitas de cial da ti ta, feita em um ma-
do, entretanto, que é normal ob- 10½ polegadas, entretanto, são terial plástico, não-magnético.
servar-se um depósito de óxido, geralmente enroladas em cubos Para inserir as margens, os gran-
em pequenas quantidades, tipo NAB, de plástico ou alumí- des rolos, onde a fita está enro-
sobre as cabeças ou o rolete de nio, e suas laterais são acres- lada, são rebobinados, a fim de
pressão, pois, a despeito da pre- que as mesmas sejam incluídas,
centadas posteriormente.
cisão do corte, as bordas da fita a intervalos previamente progra-
não poderiam nunca ficar tão As fitas lubrificadas para car- mados, que dependem do com-
suaves e isentas de resíduos tuchos de 8 pistas são enroladas primento desejado para cada ti-
como a superfície. Além do que, em grandes bobinas, com 14 po- po de fita. Por exemplo, para
como as bordas raspam freqüen- legadas de diâmetro, com uma cassetes de 60 minutos, a
temente os guias, cabeças e o capacidade de 8400 pés (2500 margem é inserida a cada 282
carretel (ou caixa do cassete), metros, aproximadamente), ou pés (90 metros, aproximadamen-
verifica-se um ligeiro polimento mais. Essas bobinas, sem late- te); e para cassetes de 90 minu-
das bordasr provocando um rais, são em seguida transferi- tos, o intervalo entre as margens
novo acúmulo de detritos, que fi- das para o departamento de passa a 422 pés (140 metros,
ca depositado nas cabeças ou montagem do cartucho, onde aproximadamente), e assim por
roletes de pressão. Esta é uma são montadas em estojos plásti- diante.
Copyright revista Aud,o <Conclui no próximo número)

DESELECTRON TEM OS COMPONENTES QUE O


AVANÇO DA SUA INDUSTRIA EXIGE
FAIRCHILD
Fairchild é garantia de qualidade e precisão para os produtos da sua indústria. Deselectron é a garantia
permanente de fornecimento semi-condutores Fairchild. Temos tudo isto e muito mais ao seu dispor.
Consulte-nos.
DIODOS (NACIONAL) TRANSISTORES LINEARES OPTO
• Sinal • Comutação • Operacionais • Led e Displays nas três
• Zeners (até 1 w) • Potência • Amplificadores cores
• Retificadores 1 AMP • Darlingtons • Reguladores • Acopladores Óticos
• Alta-Tensão • TBA, TAA, CA'S • Foto-Transistores
TTL • Faixa-Cidadão (CB) • Timers • Foto-Emissores
• 74/H/L/LS/S ECL LSI
• 9000/9300/9600 • Prescalers de 1 GHz à • Relógios MICR0-
250 MHz • Contadores até 5 Dígitos PROCESSADORES
CMOS • Amplificadores • Divisor até 256.184 • F-8
• 4000 · Série B • VCM e PLL • DVM • MC 6800
• Escala Musical • Sintetizador CB • Memórias RAM, ROM e
A mp1a capac",dad e Técm·co~,.o
. ·I d" "b . -
mercIa em 1stn u,çao
C CD
Memórias até 16 K. 1 mager P
InR
teO
rfM
ace(sMOS e Bipol)
(Engenharia e Laboratório de Aplicações). 100x100- lmager 244x190 : A/De D/A.8 Bits
Consulte-nos solicitando a visita de nossos representantes:

DESElECTRON ElETRONICA lTDA


São Paulo: Rua Dr. José de Queiroz Aranha, 94- V. Mariana• Fone: 549-7863.
Rio Grande do Sul e Santa Catarina : Engetron Contrôles Eletrônicos Ltda. DISTRIBUIDOR
Rua Santos Dumont, 1.748 - Porto Alegre - Fones: 22-8334 - 22-2481 . 42-
FAIRCHILD
3814
Rio de Janeiro: Eng. José Behar - Rua República do Líbano, 46 - Fone
(021) 224-7098 []ese ectran
Belo Horizonte: C.S.A. Representações e Comércio Ltda. - Av. Augusto de desenvolvimento em eletrônica
Lima, 1.113 - Lj. 102 - Galeria Chaves - Fone: (031) 337-9476.
Os Novos Módulos de
Relógios Digitais
-
I 11• ........ . -
,
7 I7
..
I I - -
I l-

Um processo que tem acompanhado constantemente


a evolução da eletrônica é o de miniaturização dos
componentes e equipamentos. Assim tem sido com os
relógios digitais; dos componentes discretos, com os quais
eram feitos, anos atrás, passaram a utilizar os circuitos
integrados, que foram, aos poucos, sendo também
reunidos em um único bloco. E, agora, chegamos aos
módulos, que incluem o circuito do relógio, o de base de
tempo e o «display», em _u m único circuito impresso,
pronto para ser instalado.

.R.S
J 30ii1wl
1 filamento
l 1
1 R7 3ÕÕ 1W

"display"ligado
s
7
1
,-
1
graae 1
filamento-,

- 1 R2 '-<1
í
B4
21 dez horas C4
IGN~ - ......
100k IGN horas A
B
A3
B3
1 5
....'. 30V e C3
.. 1 1W D D3 D1
31 D2
...
220
Vss
E E3
BAT::;
1
R3•
510
. • ·Ra· F
G
F3
G3
R4 dois pontos
1 sei. dez min.B
luzes 4.1 li' Q1 B2
....\!,
--
20k de modo e
de estac.1 dois pontos
C2

1
.....
RS monitor
de tensão
A
E
D2
E2
D1 56k F F2
luzes 2l G G2
do painel
1
- - 10fJF = =iC3
min.A
B
A1
B1
e C1
2sv-- D D1
- Ajmin.
E E1
S1j 1- Aj. horas
Aj. min 7 1 G
F F1
- - 4-
-
Voo
VGG conversor ......
G1

A j. hora;7
s
-
1
1-
osc.1
..,...i
,
,. Q2
D4 2.097152MH

=H0.........
16V
1 IW
e,_: X1
C2
;: • 3.8 -
61, 24pF
FIGURA 1 30pF
½NDT

55 NOVA ELETRÔNICA 431


Esses novos módulos divi- O «display» permanece apa- Controles relacionados
dem-se em dois tipos principais, gado enquanto a ignição estiver ao «display»
sendo um deles para aplicação desligada, por motivo de econo- O módulo MA 1003 fornece 4
em relógios estacionários (isto mia; o circuito interno, entretan- condições qe luminosidade do
é, relógio para casas e escritó- to, continua sempre em opera- «display» , resumidas na tabela 1.
rios) e o outro, em relógios para ção, para que a contagem de ho- Note que os valores de 33% e
veículos; deste modo, cada um ras não seja perdida. E possível, 0% são fixos; qualquer valor in-
tem suas características adapta- ainda, variar automaticamente a termediário pode ser obtido por
das à sua aplicação específica, intensidade luminosa do «dis- meio da variação da tensão na
conforme veremos mais adiante. play» com o acendimento dos fa- entrada das luzes de painel (pino
O que ambos têm em comum é o róis ou das luzes de estaciona- 2) entre VBAT (pino 3) e Terra (pi-
fato de serem módulos comple- mento, mediante algumas cone- no 6). Note também a diferença
tos, pedindo apenas a alimenta- xões. Pensou-se nessa possibili- entre 0% de brilho e a condição
ção e os interruptores de ajuste. dade para evitar que o brilho for- de «display apagado».
Mas, vejamos cada um deles se- te do «display» incomode o mo-
paradamente , observando mais torista, durante a noite ou em Outros controles (figura 4)
detidamente suas características. dias escuros; sendo controlada
pelas luzes do veíc ulo , a lumino - Entrada de bateria (pino 3):
O MA 1003, MÓDULO PARA sidade será reduzida automati- Esta entrada alimenta apenas o
APLICAÇÕES AUTOMOTIVAS camente com o acendimento circuito MOS de relógio. É prote-
das mesmas. gida contra inversões da bateria,
O aspecto externo do MA
1003 pode ser apreciado na foto
de entrada; seu esquema elétri -
co simplificado aparece na figu-
ra 1. Este módulo combina um
1 IGN
liga '"displa)'"
circuito de relógio MOS/LSI mo- ignição
nolítico, um «display» de 4 dígi-
tos, um cristal de 2,097MHze al-
desligado
ligado , -,.,-,-.,
1 C- L.1.:1
guns elementos periféricos, - - - - - - - ..-- - - - -tBAT
3
formando um relógio digital
completo, adequado a aplica-
ções que empreguem 12 volts desligado
14V-=- luzes de MA1003
de alimentação, em corrente
contínua. ----- 4...........est.

c::- - - - --1l uzes do


Quanto ao «display» 2 painel
aj. aj.
O «display», como já disse- horas min.
6 L----.-,--,--r ----- '
mos, é composto por 4 dígitos
de 7,6 mm (0,3" ) de altura, en- TT
capsulados em uma ampola de
APLICA Ç ÃO EM AUTOMÓVEIS
vidro resistente, sendo dois de-
les reservados aos minutos e os
outros dois, para as horas.

Os dígitos possuem uma co-


loração verde quando estão ace-
sos, pelo fato de utilizarem a .--- - - - - - - ....---,:3:-1BAT
técnica da luz fluorescente à vá-
cuo; contudo, sua cor pode ser ,-,-;-,n
1
ax.
variada para diversos tons de · •displ ay" esl. o ...._--1 - -.1 1GN IC·L.t.:,
verde, verde-azulado, azul e ama- enuadg
relo , por meio do uso de filtros. 12V -=-

Os dois pontos, que dividem luzes de


o MA1003
os dígitos de horas dos dígitos - 1-- - 4--l est .
de minutos, piscam continua- luzes do
mente durante o funcionamen- NC
painel
to, a uma freqüência de 0,5 Hertz aj. ai.
-t
L..... ........................... rhoras m in.
(ou seja, ficam acesos por um 6 L...--...-..--..--...---""
segundo e apagados no segun- APLICAÇÃO EM INSTRUM ENTOS
do seguinte e assim por diante). FIGURA2 ALIMENTADOS A BATERIA TT
432 NOVA ELETRÔNICA 56
TABELA 1 minosidade resultará em 0%.
BRILHO LIGAÇOES 00S PINOS Variando-se a tensão de entrada
"DISPLAY .. PINO 1 PINO 4 PINO 2 deste pino, do terra ao nível de
VsAT, o brilho vai variar linear-
apagado B B mente de O a 33%.
ou aberto ou aberto X
Esta entrada não influencia-
100'/, A B X rá o «display» se a entrada das
luzes de estacionamento estiver
A a um nível baixo (ou seja, no ter-
33º/, X A ou aberto ra).
Esta entrada é protegida, co-
0% X A .B mo as anterlores.
X- qualquer nível A-ligação ao pino3 CBAT) B-ligação ao pino6 (terra) Entradas de ajuste de horas
e minutos: Essas entradas são
corrente excessiva e transientes Quando, por outro lado, a en- utilizadas para o acerto da hora
de sobretensão. trada estiver ao nível de terra, o no relógio. Os seus terminais
«display» poderá estar apagado vão fazer os dígitos das horas e
Entrada de ignição (pino 1): ou a 100% de luminosidade, de- dos minutos avançar, a um ritmo
Permite o ajuste do relógio por pendendo do nível de tensão de 1 Hz (isto é, uma hora ou um
meio das chaves de horas e mi- presente na entrada de ignição. minuto por segundo) e têm ação
nutos, alimenta o «display» e Enquanto esta condição per- independente.
possibilita a atenuação do mes- manecer, a entrada das luzes do Ao contrário do restante das
mo, por inter.médio das luzes de painel não afeta o brilho do «dis- entradas, estas não estão prote-
estacionamento e do painel. Tu- play». gidas, o que significa que se de-
ve dispensar a elas todo o cuida-
do empregado ao se manipular
dispositivos MOS.
Os seus pontos de conexão
na placa foram feitos de maneira
a aceitarem chaves de pressão
convencionais.
Entrada para o interruptor de
acionamento do «display»: Pos-
sibilita o acendimento do «dis-
play» a um brilho de100%, quan-
do as entradas de luzes de esta-
FIGURA3 cionamento e do painel estão a
um nível de terra.
do isto é possível se houver uma Entrada das luzes de painel Os terminais do circuito im-
tensão igual a VsAT aplicada a (pino 2): Controla o brilho do presso relativos a esta entrada
essa entrada; caso haja um nível «display» somente enquanto a também aceitam chaves inter-
igual ao de terra aplicado à mes- entrada das luzes de estaciona- ruptoras.
ma, essas funções serão inibi- mento estiver em VsAT· Quando
das. Esta entrada também é pro- este pino 2 estiver ao nível de As possibilidades de conexão
tegida. VsAT, a luminosidade relativa Apresentamos, na figura 2a,
do «display» será de 33%; estan- a maneira de conectar o módulo
Entrada das luzes de estacio- do ao nível de terra, porém, a lu- MA 1003 ao sistema elétrico do
namento (pino 4): Permite o a- automóvel. Devido às caracterís-
cendimento e a atenuação do ticas deste relógio, no entanto,
«display». Caso esta entrada se-
ja deixada ao nível de VsAT, o
... e

,,LI,:, ,:,,:,
•HAS , -----------

·•
, ele pode ser também emprega-
do em outras aplicações; na fi-
«display» acende a uma lumino- gura 2b aparece uma alternativa
sidade que varia entre O e 33%, . ..11,
L l ·•L I LI de conexão, caso se deseje ligá-
... L ,
dependendo do nível de tensão lo em casa ou a aparelhos portá-
o
presente na entrada das luzes de teis, alimentados a bateria.
painel (pino 2). Durante tal con- 1-IGNIÇÃO Concluindo a apresentação
dição, o estado da entrada de ig- 2-LUZES DO PAINEL deste módulo, vamos fornecer
3-BATERIA
nição (pino 1) não afeta o brilho 4-LUZES DE ESTACIONAMENTO
um resumo de suas característi-
do«display». FIGURA 4 5-SEM CONEXÃO cas principais:
6-TERRA

57 NOVA ELETRÓNICA 433


11,1 .,,
:z i5
o
1'11
l"'
!
'11

=o, --
0 ----- 12
aj. rapido ·1 3
1 a j. rapido
- PM
A4
--o---- r a. _j _ l_en_t_o:-:-------------------"-"'-4j aj. lento
11 84
:z perm. aj.tempo
i=; 15I perm.aj. tempo C4
> 161 segundos D4

---- --
E4
0- - - -4 '
171 alarme G4
o ----------- ll 1al " s lee p" A3
83
- - - --11! - - ....:...;_.:.... ent ."sonec a" C3
saida24h D3
21 saída 24h E3
se leção 12/ 24 h
1 2 I seleção 12/24h F3
con t role 2 pontos G3
101 cont.2 pontos
seleçã o 50 / 60 Hz
sei.50/60Hz cu-
A2
des l. a larme Q 82
om C2
a te n. R1 J) D2
E2
ma x. m
,....
t_ _ ,, 1.8k 4 brilho F2
R2 O·G') G2
r--+-......I\IW'.,...-- - - - - - - - - - - -!7. ent 50/60Hz õ A1
1M z 81
----+- ......,.--+---,--------+...J>JIMr=8-iVoo s: C1
oC/) D1
R7 E1
220 O F1
k R3 G1
5
-os
t
- .alarme a i.
lig.
6
1---,-- + - - -+- --,f- - - - - - -l---- - - - - osc.
---....
9V- . 0pF
C1 C2
0,001JJF
C4
28
37 }
45 fonte

r 1 10 mA
J-=- 1.- + - --4 ..--.--4.-. - - - -:::::::;;d-- -
0,1 53
+ JJF_. 9
comum
sa,ºd a
alarme
sa,.da
sleep

'"':]
23 22

3,6V 125mA J4: :- _

3,6V 125mA 03

K:
g: 1- - - ..rnrn-- .......... J
u,
;- "'
00
G> ;::;;;:;;;
C0;'A> 3
lf
"t)
<'D o - ::. <'D(D
+ !O 1
"::) ' '"
o o

' , ,=......, . e
Relógio de 12 horas.

e,
Tensão de alimentação - 12
volts, corrente contínua. •
Consumo - «display» apa-
gado, 25 mW (2 mA); a 100%, 1,2
W (83 mA); a 33%, 1,4 W (97 mA),
e a 0%, 1,5 W (104 mA). ,_J '·
Base de tempo - interna, a
cristal.
Precisão - 0,5 segundo/dia.
«Display» - dígitos de
7,6 mm de altura, em cor verde.
Dimensões - 7,5 x 4,4 cm.
A figura3 mostra a vista pos-
terior do circuito impresso onde
está montado o módulo MA
1003, dando inclusive uma boa
visão do integrado MOS, que é a
«alma» do conjunto (a mancha FIGURA6
preta, sob o cristal).
de tensão no pino 11 do circuito nexão direta de um alto-falante
O MA 1023A, MÓDULO DE ao seu circuito.
impresso.
RELÓGIO DIGITAL COM LEDs
Este é também um relógio de É possível controlar a lumi- Outros pontos importantes
4 dígitos, mas seu «display» é nosidade do «display», de ma- são as funções de «SONECA»
formado por diodos emissores neira contínua,com um potenciô· (SNOOZE), a de MÚSICA TEM-
de luz (LEDs). Seu circuito inte- metro, ou apenas em dois ní- PORIZA DA (SLEEP) e a de
grado utiliza a tecnologia MOS veis (luminosidade máxima e ALARME (ALARM). O primeiro
de canal n e o módulo requer atenuada), com um interruptor fornece alarmes repetidos, com
duas tensões de alimentação: simples. Os segmentos podem 9 minutos de intervalo entre
3,6 V para o «display» e 7 a 11 V, ser testados, todos de uma vez, eles, é:1 partir da hora programada
para o integrado. Entretanto, ao se pressionar as chaves para «acordar»; o segundo, desli-
apenas o transformador de ali- ALARME e SLEEP ao mesmo ga o rádio depois de um péríodo
mentação e os interruptores de tempo; isto provocará o acendi- de ternpo programado; e o ter-
ajuste são o necessário para pô- mento de todos os segmentos. ceiro, fornece o alarme na hora
lo a funcionar. de «acordar», em um tom contí-
Quando é usado com bateria nuo ou por meio da música do
Além disso, este módulo é e aseilador de emergência, o rádio.
muito versátil, pois pode ser uti- «display» pisca ao faltar a ener-
lizado como relógio desperta- gia da rede. Além de tudo isso, pode-se
dor, rádio-relógio ou instrumen- ler os ;egundos no «display», ao
to de painel. Seu esquema com- se pre:,sionar uma chave ligada
E, ao contrário do módulo
pleto está na figura 5, que mos- ao pinc, 15 do circuito impresso.
tra também as conexões com o para relógios em veículos (MA
1003) o acerto da hora é feito pe-
transformador. A e)ntagem de tempo conti-
lo método do «rápido» e «lento»,
Suas dimensões: 8,5 x 3,8 cm. com dois controles separados. nuará, 11esmo em caso de falta
de força, graças a um oscilador
Características gerais do Circuito: Este módulo ofere- interno que pode ser alimenta-
módulo MA 1023A (figura 6) ce inúmeras possibilidades, que do corr uma única bateria de 9
podem ser acompanhadas pela volts.
«Display»: Forma um bloco figura 7; essa figura ilustra as
único, onde estão encapsulados conexões permitidas pelo MA AcaDamos de apresentar o
todos os dígitos, de 17 mm de al- 1023A. que existe de mais atualizado
tura, aproximadamente. Sendo em matéria de relógios digitais;
constituído por LEDs, sua cor é Um detalhe interessante pelo que se pôde ver, a evolução
vermelha, quando está aceso. sobre este relógio é o fato dele não só os torna mais econômi-
produzir um tom de alarme, pelo cos e mais precisos, como tam-
Por opção do montador, o seu circuito interno (com um bém mais práticos, facilitando
«display» pode ser de 12 ou 24 tom de 800 Hz, modulado a um enormemente sua instalação e
horas, selecionando-se o nível ritmo de 2 Hz), e de permitir a co- utilização por oarte do montador.

59 NOVA ELETRÔNICA 435


APLICAÇÃO COMO RÁDIO RELÓGIO

MA1023A ajuste rápido 12

ajuste lento
13
---
---
14
perm. aj. tempo
.........

" "□
4 voo 15
VAC segundos
---
CA
7
VLED

vss
.. alarme 1 6
sleep
" soneca
17

" 19
-----
11
seleção 12/24H
2 9
VLED controle dois pontos
10
seleçao 50/60Hz
des l. alarme 18
8
Vss coótr.de 1
1
brilho max. ,
0 1
atenuação doi..;6=-----4 -- 4-y 1
saída
+rádio - rádio sleep display
atenuado
23 22 21 24

----+---+----t-----, -------- ,
musica e
alarme
rádio+
auto j_ musica

1------+------...-... - -

,_
♦ -o'OOA T
ao estágio
de audio
SEÇÃO
DO RADIO

J
FIGURA 7a

APLICAÇÃO COMO RELÓGIO ALARME

-- 12

13
a jus te rápido

ajuste lento
4
VcA i ----- --.,

-- 14 perm . aj. tempo

15 segundos

16 alarme
VLEDt----t---

78
Vss• ::..._- -+ - 1
LJ
da

-&..- 19 ··soneca "


2
VLED 1-- - - -r-- -
11 MA 1023A
seleção 12/24H

- 9 t controle dois pontos


o------------------- -::- bateria
9V
o- - - - - 1
-º --t seleção 50/60Hz 3
bateria+ t----
_ _ _ _ _ 1.8., desl. alarme
8
.- - - - - - - ..- - - , Vs s V 28
7

controle
de brilho
! m::vomn / 6 atenuação do
5
0 o 1-- - ...........
-4a'-"--'-d-o------------- t "d is p la y "
aten-u
SPKR+ SPKR-
26 25

alto falante
FIGURA 7b de 8 ou 16 O

436 NOVA ELETRÓNICA 60


J'"ri/J'"N,1,/Nrl
EXTRAINDO
UM MAIOR
DESEMPENHO
DOS
INTEGRADOS
A tecnologia H-MOS leva os dispositivos
tradicionais a um maior nível
LSI
) de desempenho Pode-se conseguir isto porduas maneiras. Uma
delas é baseada em um processo de dupla difusão:
RICHARD PASHLEY, KIM KOKONNEN, EDWARD um dispositivo do tipo de deplexão, com um canal
BOLEKY, ROBERT JACMEN, SAMUELLIU E WILLIAM relativamente longo, de 5 micrômetros, sob a porta
OWEN; INTEL CORP., SANTA CLARA, CALIFÓRNIA. MOS, é integrado em série com um canal de 1 µm,
do tipo de enriquecimento (enhancemente mode},
Quase que se tornou uma lei da natureza a ma- formado por meio da difusão de boro, através da
neira como os dispositivos MOS duplicam sua abertura da junção do supridouro auto-alinhado.
densidade ou desempenho, a cada ano. Ao longo O processo é chamado D-MOS, quando a estru-
da última década, os integrados MOS, que eram tura de dupla difusão tem uma configuração planar
apenas «shift registers» (registradores de desloca- e recebe o nome de V-MOS, quando a estrutura pos-
mento), portas e «flip-flops» de baixa densidade, sui uma configu ração vertical, com a superfície do
operando com tempos de milissegundos, tornaram- transístor MOS depositada sobre ã face de uma
se memórias, microprocessadores, sistemas e sub- ranhura em forma de «V», gravada anisotropicamen-
sistemas dedicados, contendo dezenas de milhares te no substrato de silício. Em ambos os casos, a es-
de funções eletrônicas, em um único dispositivo, trutura de dupla difusão requer nova tecnologia de
capaz de operar com tempos da ordem de nanos- processo e estruturas de circuito que diferem bas-
segundos. tante das técnicas normais de portas de silíc io.
O que alimenta este progresso prodigioso é a A segunda maneira consiste em se reduzir dire-
tremenda versatilidade da tecnologia MOS. tamente o tamanho e os parâmetros dos dispositi-
Começando com uma técnica de circuitos de múlti - vos MOS; ou em outras palavras, a redução das es-
pla alimentação, tipo canal p, de alto limiar, capaz, truturas convencionais de portas de silício, tipo
quando muito, de executar funções simples de cal- canal n. Este método não é novo; de8de o ini cio, os
culadoras e armazenagem s.eriada, a tecnologia projetistas de dispositivos MOS sabiam que, ao di-
MOS avançou até as estruturas de uma e duas minuir as dimensões desses <!lispositivos, eles po-
camadas de canal n, utilizando uma fonte de ali- deriam obter maior velocidade, maior densidade e
mentação únic a, de 5 volts, para desempenhar ins- consumo mais baixo.
truções complexas de computador em ciclos me-
nores que 100 ns, e operações de memória estática Para obter seu novo processo de alto desempe-
e dinâmica, em menos de 50 ns - tudo isto com nho a Intel escolheu o método de redução direta
1

umconsumo cada vez menor. por duas razões: primeira, pelo fato deste méto??
Atualmente, esta tecnologia ocupa uma posi- evoluir diretamente do processo de portas de s1l1-
ção ainda mais elevada.Pela primeira vez, ela é ca- cio•padrão, e portanto, não necessitar novas est ru-
paz de desafiar o desempenho dos circuitos bipola- turas de dispositivo, nem esquemas complexos de
res, enquanto continua batendo novos récordes em circuito (qualquer dessas duas exig ências iri a tor-
complexidade e baixo custo. As técnicas que nar os resultados e custos de fabricação demasia-
demonstraram ser capazes de empreender estaca- damente imprevisíveis para garantir sua utilidade
minhada são várias, mas partilh am uma caracterís- em uma grande variedade de produtos semicondu-
tica decisiva, que consiste em reduzir o compri- tores).
mento efetivo do canal, ou seja, o espaçamento en-
tre dreno e supridouro do transístor MOSFET fun- Segunda, este método se adapta á ten_dênic
damental. dos padrões de circuitos cada vez menores, a medi-

NOVA ELETRÔNICA 437


61
r- . -
Tabela 1: Redução de dispositivos M OS

L Parãmetros do dispositivo e do circuito Fator de redução

Dimensões do dispositivo , Tox; L, Lo, W, XJ 1/S


Dopagem do substra to, c8 s
T ox
1 Tensão de alimentação, V 1/S
- Xj Corrente de alimentação, 1 1 /S

CB _J LD
1
t Capacitância parasita, WL/Tox
Atraso de porta, VC/I
1/S
1/S
FIGURA 1 Dissipação de potência, VI 11s2

Reduzindo - Para reduzir as dimensões de um d1spos1t,vo MOS, todos os parâ- Produto potência-atraso 11s3
metros devem ser reduzidos proporcionalmente. Se o comprimento do canal, L, for
encur tado de 1/S, onde Sé o fator de redução, a espessura do óxido Tox, a subd,fusão
lateral, L0 . e a profundidade da J nç o. XJ· também devem ser d1mmuidos de 1/S. Ao
mesmo tempo, a constante de dopagem do substrato, c8 . deve ser aumentada de um
fator ,gual a S
Tabe la li : Evolu çã o da re du ção dos di spo sitivo s MOS
da que os processos fotolitográficos tornam-se
mais refinados e as técnicas de fabricação das «bo- Parâmetros Método de Método de H-M OS MOS
do di spositi vo enriquecimento deplexão 1977 1980
lachas» (wafers) por meio de feixe de elétrons estão e do circuito n-M OS-1972 n-M OS-1976
prontas para entrar em atividade.
Além disso, as estruturas de dupla difusão têm Comprim ento
do canal, L (µm) 6 6 3,5 2
um futuro limitado. Elas podem ter sido apropria-
das para a evolução alcançada há dois ou três anos Difusão lateral,
atrás, quando a indústria ainda não era capaz de Lo(JJm) 1,4 1,4 0,6 0,4
produzir canais abaixo de 5 µm de comprimento. Profundidade
Mas, agora que canais de 4 um (e, logo mais, os de da junção,
3 e 2 um) são possíveis, a necessidade de novas XJ (µm) 2,0 2,0 0,8 0,8
estruturas , tais como D-MOS e V-MOS, pode estar, Espessura do
simplesmente, desaparecendo. óxido da porta,
Tox (Â) 1200 1200 700 400
Como reduzir um dispositivo MOS Tensão da fon-
A figura 1 mostra a seção em corte de um dispo- te de alimenta-
ção, Vcc (V) 4 a 15 4a8 3a7 2a4
sitivo de portas de silício, canal n, onde L é o com-
primento do canal, Tox é a espessura do óxido da Menor atraso
porta, Xj é a profundidade da junção, Lo é a difusão de porta (ns) 12 a 15 4 1 0,5
lateral e Cs é o nível de dopagem do substrato. Potência da
Agora, a teoria de redução de primeira ordem diz porta PD (mW) 1,5 1 1 0,4
que as características de um dispositivo MOS
Produto veloci-
podem ser mantídas e a operação desejada, asse- dade-potência
gurada, se os parâmetros do dispositivo forem re- (pJ) 18 4 1 0,2
duzidas como nos faz ver a tabela 1. Quando S é o
fator de redução e o comprimento L for reduzido de da profundidade da junção, ela também sofre uma
um fator 1/S, então as outras dímensões do disposi- redução de 1/S; isto significa que, como o atraso de
tivo - a espessura do óxido da porta, e a subdifu- porta é aproxi m adamente proporc iona l à capacitân-
são lateral, a largura do dispositivo e a profundida-
cia parasita, ele é reduzido de 1/S, igualment e. Em.
de da junção - devem também ser reduzidas de
1/S. Além disso, para manter a tensão de limiar ade- adição a isto, sendo o consumo proporcional à ten-
quada e a tensão de ruptura dreno-supridouro, a te- são e corrente de alimentação, ele é reduzido de
oria de redução manda que a concentração de im- um fator ainda maior, igual a 11s2. Finalmen te, te-
purezas do substrato seja aumentada de um fator mos o produto potência-at raso, ou figura de mérito,
S, enquanto a tensão e a corrente de alim entação de um dispos i tivo MOS; e como ele result a do pro-
são reduzidas de 1/S. duto do atraso de porta com o consumo, sua redu-
ção at inge o significan te fator de 1 /S3 . Portanto, a
redução das dimensões de um disposi tivo MOS
O efe ito sobre o desempenho provoca uma melhoria no desempenho do mesmo,
Quando este processo é aplicado corretamente, determinada pelo cubo de seu fato r de red ução.
a elevação no desempenho dos dispositivos é fan-
tástica , como a tabela I pode mostrar. A capacitân- Em resumo, reduzindo as dimensões de um cir-
cia parasita, o atraso de porta, o consumo e o pro- cuito, o projetista de MOS ganha um enorme poder
duto potência-atraso , todos eles sofrem uma gran- sobre a densidade e desempenho do mesmo - um
de redução. Já que redução da capacitância parasi- fato que também é representativo de eve nt os seme-
ta é aproximadamente proporcional à diminuição lhantes, na história dos disposi ti vos MOS.

43 8 NOVA ELETRÔNICA 62
250 1000
800

600

400
16,384-BIT
-
.J
:E
200
; 6-BIT
1'
200
o
ti
"e,'
ti
24
'O 100
o
.r.
e 80
150 1,024-BIT
"E' 60 2115
2

'' '
40

20
.......' -o....._
"'o.,2.147

100
1972 1974 1976 1978 1980

7,9 6,9 5,1 3,6 2,7 10


1972 1974 1976 1978 1980
FIGURA2 tamanho de celulas ( MIL2) FIGURA3
Cada vez melhor - Graças ao grande desenvolvime n to da tecno logi a M OS de Mais rãpidas, também - Os melhoramento s 1ntroduz1dos no processo e a redu
sanai n e portas de s1li c10, as m em órias RAM està ticas são constantemente aperfei- çoadas ção dos d1spos it 1vos, adota d o s em H-MOS. estão tornando as memórias MOS RAM
em densidade. Em comparação com processos anteriores, a técnica H - M OS atual ma,s rápidas. Em 1972, uma RAM estát ica típica , de 1024 bits (2102). ex1b1a um tempo
incrementa a densidade de encapsulamento por um fator de 4. de acesso de 600 ns; as atua,s RAMs de 4096 bits (2147) reduzirameste tempo para 45 ns.

A tabela li enfoca a mudança para H-MOS nesta ns. A este processo, foram intro duzidas, em 1976, a
perspectiva. Observe a grande redução nos parâ- isolação do óxido e a polarização do substrato , para
metros de circuito que ocorreram entre 1976 e originar a memória RAM estática 2115, que permite
1977, época em que a Intel mudou do processamen- o acesso aos mesmos 1024 bits emapenas 70 ns.
to normal de portas de silício canal n, para a tecno- Hoje em dia, o efeito de redução de disp ositivos
logia H-MOS. Reduzindo o comprimento do canal é ainda mais aparente devido á tecnologia H-MOS,
de 6 para 3,5 µme diminuindo os outros parâmetros que introduz a 2115 (agora chamada 2115A) em uma
apropriadamente, foi possível dividir o produto ve- pastilha pouco maior que 100 mils de lado, enquan-
locidade-potência por quatro. Este aperfeiçoamen- to to melhora o tempo de acesso para 25 ns.
teria ido mais longe se a tensão de alim enté;l.ção
tivesse sofrido uma redução permitida pela teoria O que está para vir
de primeira ordem de redução de dispositivos, ao Aplicada a um projeto de memória estática de
invés de ser mantida ao nível mais aceitável de 5 V. 4096 bits, a tecnologia H-MOS resulta em uma
Em meados de 1980, porém, quando o comprimen- «pastilha» pouco maior que a utilizada na memória
to do canal for reduzido para 2µm, e a tensão de ali 2102 original, e ainda levando os tempos de acesso
mentação para 3 V, o desempenho será drastica- para baixo dos 50 ns. À medida que o processo
mente melhorado, desta vez de um fator de cinco, MOS for se desenvolvendo e a redução continuar ,
tornando-se, então, 20 vezes melhor do que os dis- será possível montar uma RAM totalmente estáti-
positivos MOS de 1976. ca, de 16.384 bits, em uma «pastilha» não maior que
Um exemplo do que significa para o usuário a 200 mils de lado, oferecendo aos pro jetista s de sis-
redução de dispositivos está nas figuras 2 e 3, que temas tempos de acesso na faixa de 50 ns.
registram o progresso atingido, ao longo dos anos, A alta velocidade e a alta densidade da tecnol o-
em memórias de acesso aleatório, estáticas (static gia H-MOS são conseguidas com o auxílio de cinco
RAMs). Em 1972, a memória MOS RAM padrão era a maiores aperfeiçoamentos da tecnologia MOS,
2102, de 500 ns, construída com um canal de 6 µm quatro dos quais estão relacionados á redução de
de comprimen· to e uma espessura de óxido da porta dispositivos: espessura do óxido da porta, profun-
de 1200 angstrons; seu produto velocidade-potên- didade da junção, comprimento do canal e implan-
cia era de 18 pic o jou les e ocupava uma «pastilha» tes de íons modificadores de limiar; o quinto aper-
(chip) de silício de quase 140 mils (mil = 1 milési- feiçoamento, não relacionado com redução de dis-
mo de polegada) de lado, possuindo uma célula de positivos, consiste na utilização de um substrato
8 mils2, aproxim adamente. de alta resistividade.
Em 1974, a memória 2102 foi reprojetada com O substrato de alta resistividade, feito com
base em uma tecnologia de canal n, que reduziu material tipo p, com resistividade de 50 ohm.cm , é
sua área em 15% e seu tempo de acesso para 200 empregado para reduzir a capacitância da junção,

63 NOVA ELETRÔNICA 439


vos

1.2
1-
>
i
] 1.0
.,
"O
a efeito de segunda porta
o
""o.a
+vos

3 5 7 10
(a) largura do canal, N (µml

b "PUNCH THROUGH" sob a superficie


1.6
> L=100 µm
1- FIGURAS

]
..
::::..1.4 Problemas de segunda ordem - Os d1spos1t1vos de pequenas dimensões são vulne •
ráve,s a dois efei tos de segunda ordem. O primeiro deles é o el eito de segunda porta
(a), onde as tin ha s do campo elétrico que emanam da Junção do dreno vào acabar na
1.2 «m te rla c e ,1 ó x1d o -s11ic 10. O ou tro efeito é chamado de 1,punch-th rough" (b), e pode se r
o aliviado p ela escolha cuidadosa das impurezasdo substra to, atra vés do implante de
ions. combinadocom um óxido pouco espesso para a porta.
'"e':
1/)

1.0 variação nos comprimentos db canal elétrico do


dispositivo .
3 5 7 10
Finalmente, a estabilidade da tensão de limiar
Cbl comprimento do canal, L (µml
dos dispositivos H-MOS é mantida, para os dois ti-
pos (enriquecimento e deplexão), pelo emprego de
FIGURA4
uma região de canal implantada por íons , juntamen-
te com o substrato de alta resistividade. Esse pro-
diminuir os efeitos do corpo do substrato, que de-
cedimento de implante controla a tensão de limiar
generam o desempenho, e elevar a mobilidade efe-
com grande precisão e permite que tal ten são · seja
tiva dos portadores do dispositivo.
otimizada independentemente da dopagem do
Todos esses três fatores conduzem a dispositi- substrato.
vos mais rápidos e menor consumo.
Felizmente, provou-se ser possível realizar
A redução do óxido da porta, em H-MOS, para todos estes avanços tecnológicos com H-MOS
700 angstrons, aumenta os ganhos do dispositivo e dentro de um período de tempo relativamente curto
as tensões de «punch-through» e reduz os efeitos (um ano, aproximadamente), sem afetar a capacida-
de corpo e canal curto, elevando então o desempe- de de se fabricar os dispositivos a custos razoá-
nho e a confiabilidade. A profundidade da junção é veis. H-MOS é também flexível o suficiente para ser
reduzida para aproximadamente 0,75 µm por meio aplicada em uma grande variedade de projetos de
de arsênico de lenta difusão, como agente de circuitos, mantendo sua alta velocidade, dimen-
dopagem da região dreno-supridouro. A baixa pro- sões reduzidas e baixo consumo.
fundidade das junções provoca a elevação da Ao contrário da tecnologia V-MOS e da lógica
velocidade, pela redução da capacitância periférica de injeção integrada (integrated injection logic -
de junção e da capacitância Miller da região porta- 12L), que pedem novas técnicas de circuito para tor-
dreno, e provoca também a elevação da densidade, ná-las aplicáveis a projetos lógicos de memórias di-
por permitir um menor espaçamento entre difusões. nâmicas e de integração em larga escala, a tecnolo-
Os princípios de redução são também ap'lica- gia H-MOS pode ser diretamente aplicada ao inteiro
dos aos eletrodos de porta polisilício, que formam espectro de produtos.
as regiões de difusão do dreno e da porta auto-ali- Na realidade, o processo já resultou em uma fa-
nhados. As portas e treitas (3,5 µm) de polisilício mília de RAMs estáticas (a memória 2115A, de 1
dos dispositivos H-MOS elevam o ganho do dispo- kbits e a 2147, de 4 kbits), que oferece á indústria o
sitivo e aumentam ainda mais a velocidade de ope- melhor produto velocidade-potên cia, comparada a
ração e a densidade do circui to. As portas estrei- qualquer outra memória. E existe uma série de tra-
tas, entretanto , formam-se ao custo de requerimen- balhos em curso, com a finalidade de aplicar a tec-
to s mais severos nos controles fotolitográficos e nologia H-MOS em uma família de microprocessa-
de gravaç ão, necessários para evitar uma grande dores de 16 bits e alto desempenho, em uma enor-

64 NOVA ELETRÔNICA 64
vcs
20
, a - z,-) 7cz zzzz1
eee vos
>
:er.:,15 supridouro dreno
::,
oa:
:r:

'"""
010
z
: :, r-1[ 100/L
(a)

C1)
"O t
1
!
,g 5
</)
,::
o antes do esforço
o
,::

"O
o 1- C1)
"O
2 3 4 5 6 C1)

FIGURA6 comprimento de canalCpml e depois do esforço


õu
Garantindo a tensão de c(punch-through 11 - N os d1spos1t1vos MOS de canal cur-
to, a tensão de "punch-through,, cai a um n1vel que podena originar grandes correntes
de fuga e problemas no c1rc u 110 . A so lução é mante r o compri mento do canal na fai -
xa dos 4 um e cuidar para que a camada de óxido da porta seja fina.

Cbl VT Vr tensão de porta Vc


me variedade de integrados periféricos complexos, antes depois
em RAMs dinâmicas de 16 e 65 kbits, em memórias FIGURA 7
ROM (read-only memories) de alta densidade e, ain- O eleito doselétrons aprisionados - A quant idade de carga que pode ser aprisi-
da, ROMs programáveis e apagáveis. onada no óxido da porta, em d1spos 1tt vos de canal curto (a), é tanta, que chegana a
causar um desvio permanente na tensão de limiar (b). Tal desv io poderia causar um
problema de conf1ab d 1dade nesses d1spos1 t1vos; isto, porém. p.:)de ser m 1nim1zado
A habilidade de aperfeiçoamento é uma carac- pe lo cuidadoso processamento do óxido e pela redução da tensão de alimentação.
terística muito importante da tecnologia H-MOS.
Na verdade, H-MOS é apenas o primeiro passo nes- dispositivo. Como se vê na figura 4a, para os canais
sa direção. Com o desenvolvimento das técnicas mais curtos, com menos de 5 µm de comprimento,
de fotolitografia, a redução direta poderá ser utiliza- as regiões de deplexão da junção, em torno do dre-
da para otimizar ainda mai::; o produto velocidade- no e do supridouro , tendem a sustentar parte da
potência e a densidade. carga de impureza ionizada que a tensão de porta
iria manter, o que reduz a tensão de lim iar. Por
Além da teoria de primeira ordem outro lado, para os canais de menor largura (figura
À medida que os dispositivos são reduzidos, a 4b), a carga ionizada adicional criada pelos campos
teoria de redução diz, idealmente, que eles devem elétricos vizinhos às extremidades do dispositivo
manter as mesmas características qualitativas. possui a tendência de aumentar a tensão de limiar.
Mas, na realidade, os fenômenos de segunda or- Tais efeitos irão tornar os pequenos dispositivos
dem tornam-se significantes, e alguns deles afe- mais sensíveis ao controle de processos.
tam o projeto de circ ui tos, enquanto outros estão
envolvidos com a confiabilidade, mas todos devem Há ainda o fato de que, em dispos itivo s de canal
ser considerados e compreendidos, para assegurar curto, as características de isolação entre o dreno e
que H-MOS é um processo útil eseguro. o supridouro podem afetar a operação. Aterrando a
porta e o supridouro de um dispositivo tipo enri-
Basicamente, todos os efeitos de segunda or-
quecimento (enhancement), o dreno deve ser capaz
dem ocorrem por dois motivos: em primeiro lugar, à
de resistir a umacerta tensão positiva e ainda apre-
medida que as dimensões sofrem reduções
sentar um certo valor nominal de fuga; em transi s-
enquanto uma tensão constante é mantida (5 volts),
tores de alto desempenho, esta corrente de fuga
o campo elétrico médio é aumentado e este campo
pode ter várias origens , mas, para a tec nologia H-
atíva vários efeitos de segunda ordem. Segundo, as
MOS, o fator limitador é o fenômeno chamado
bordas de um dispositivo diminuto estão-de tal mo-
«punch-through» de segunda porta (figura 5a). Nes-
do próximas entre si, que os campos elétricos não
se caso, as linhas do campo elétrico que emanam
ideais nessás bordas afetam significativamente
da junção do dreno, chegam até a «interfac e»
seu desempenho.
óxido-silício do canal; aqui, o dreno age como uma
Um dos efeitos de segunda ordem tem influên- segunda porta, indesejada, e inverte o canal, por
cia sobre a tensão de limiar , que, para as geome- trás, tornando o dispositivo mais sensível aos efei-
trias menores, torna-se uma função do tamanho do tos de «punch-through».

65 NOVA ELETRÔNICA 441


' 10
l microprocessador
carga de deplexão
L= 6µm,
Tox= l ,200 Â
ca,'.Jla de enriquecimento
L=6µm,
Tox=1,200A
t":'
o
-;;; a.
4)
_§ "O
o
V,
o i
a. 5
4)
"O
"o'
"O
o
V, o ,,....-H- MOS
ôj
:§ L - 3.Sµm , Tox=700A
0

;:
1 1- "'
O)
..Q
0.8
l
1

0.1 0.5 1.0 o 2 4 6 8 10 12


dissipação de potencia CmW) tensão de alimentação, Vçç CV)

FIGURAS FIGURA9

Uma alteração na tensão de alimentação - Levando a tensão de alim enta ção de Beneficiando o desempenho - A me,d da que a tecnolog,a MOS e aperte,çoada e
5 para 3 V, consegue-se uma s1gnlf1can te melho ra na veloc idade e no cons umo dos seus d1sposit1vos torn am- se cada vez melho res, a necessidade de menores tensões
circu110 s M OS. espec ialmen te em d1spos1 t1vos reduzidos. O resultad o é mais v1si vel de alimen tação é mai s u rgen te. Par a canai s de 2 um de compnmen to, uma alimen ta•
n os m,croprocessadores, onde uma redução de 2 V nessa tensão re fle te como uma cão de 3 V fornece atrasos ótimos de porta e plena confiabilida de no processo.
dupllcaçao do desempenho.

O problema para os dispositivos de canal curto pode ocorrer, quando houver um tluxo de corrente
reside no fato de que a tensão de «punch-through», atravé.-, do canal. Ativada por campos elétricos
ocasionada pelo efeito de mesmo nome, é uma fun- elevados, a ionização por impacto dá origem a uma
ção linear d'J comprimento do canal (figura 6). população de elétrons e buracos com uma quanti-
Quanto mais curto é o canal, menor é a tensão res- dade de energia bem maior que a verificada em elé-
ponsável pelo «punch-through» e, portanto, mais trons normais do canal. Os buracos fluem para o
suscetível é o componente á corrente de fuga. No substrato e introduzem uma pequena carga na ali-
caso de H-MOS, contudo , este problema é contor- mentação de polarização reversa.
nado ao se manter um canal suficientemente longo
e ao se reduzir a espessura do óxido, já que uma ca- Alguns dos elétrons possuem energia suficien-
mada mais fina evita inversões indesejadas, pelo te para serem injetados no óxido da porta, como se
acoplamento capacitivo mais perfeito do potencial vê na fig.l a, onde criam umacorrente ou são aprisio-
de superfície ao eletrodo de porta, aterrado. nados. Esses elétrons aprisionados causam um
Um outro efeito de «punch-through» ocorre, de deslocamento tensão de limiar (figura 7b) - um
acordo com a figura 5b, quando o campo elétrico deslocamento que poderia introduzir problemas de
originado no dreno atinge a fonte e polariza direta- confiabilidade em canais menores que 4 um.
mente a junção, criando um fluxo de corrente; isto
é similar ao que acontece em transístores bipola- Por fim, existe o aumento na capacitância de in-
res. Mas, esta tensão de «punch-through», que é terconexão, induzido pelos campos elétricos dos
proporcional a L2, representa um fator limitador so- extremos. Este efeito parasita ocorre devido a algu-
mente em dispositivos menores que os usados mas das mesmas razões associadas à elevação da
atualmente na tecnologia H-MOS. tensão de limiar por causa dos canais estreitos -
uma estreita faixa de metal, sobre a extensa área
Ionização por impacto do plano de terra, possui uma superfície efetiva
Uma outra fonte de fugas é a ionização por im- maior e, portanto, uma maior capacitância parasita,
pacto, cujos efeitos estão ilustrados na figura 7a. A que parte dos campos vizinhos a suas extremidades.
tensões de dreno muito elevadas (20 V), as junções
sofrem avalanche, em todos os comprimentos de Felizmente, o único possível problema quanto á
canal maiores que 4 µm. Porém, mesmo em ten- confiabilidade, trazido átona pela teoria de segun-
sões de dreno significativamente menores (5 V), da ordem - o aprisionamento de elétrons injeta-
usada s em H-MOS. uma fraca ionização de impacto dos no óxido da porta - provou não afetar os dis-

66 NOVA ELETRÔNICA 66
Onde H-MOS é a melhor téc ni ca TTL, pelo menos, esta tensão de alimenta-
Os três métodos MOSque visam um alto desempenho sao H - MOS. V-MOS e SIií-
cio sobre Safira. Como se pode notar pela tabela anexa, tanto H-MOS como V-MOS, ção mais baixa para os futuros dispositivos MOS
em seu atual estágio, apresentam um produto velocidade-potência de 1p1co1 oule . precisa ser aceito pelos usuários de circuitos inte-
A tecnologia V-MOS, em pr incípio, possui uma melhor densidade de encapsula-
men to , mas paga por essa apresentação compacta com um processo mais complexo. V- grados.
MOS, arnda, produz d1spos 1tivos ass1mé tncos, que podem ser utili zados em um só
sentido, de tal modo que as cont,gurações da lógica de integràção em larga escala
Existe, é claro, uma alternativa pa ra os usuários
saom,u I0 ma,s d1lice,s de se ob ter do que com a tecnologia H·MOS. que se recusam a aceitar tensões bai xas nos siste-
SOS (s,ll con-on-s apphire - s,lic,o sobre safir a), por outro lado, possui o melhor
produto velocidade-potência; mas esta técnica requer om substra to que resulta ser de mas; a solução para eles é a util ização de converso-
seis a sete vezes ma,s d1spend1oso, e isto parece Iust1f1cável ap,enas para aplicações res para transformar essas tensões mais baixas
, croprocessadores. que não requerem uma operação nos limites de alta veloc1•
de m
dade da curva veloc1dade . po t ência , nos níveis ma i s el evados de TTL, ou o emprego de
A principal vantagem da tecnologia H·MOS sobre a V-MOS, hoje em dia, està no
processo direto de redução, que permite atingir um maior desempenho e uma maior
duas fontes de alimentação. Mas, ambas as solu-
densidade, a um custo menor. O desempenho esperado em 1980, para os d1sposit1vos ções são temporárias.
MOSreduzidos (canais de 2 um), está na tabela - é de aproximadamente cinco vezes
melhor que a da atual tecnologia.
A ch ave para o futuro:
Comparação entre três tecnologias MOS menores tensões de alimentação
Parâmetro O fato é que uma tensão de alimentaç ão menor
H-M OS H-MOS re- V-M O S SOS
1 9 77 ruzido-1980 1977
eleva cons ide rave lmen te a c on fiab i lidad e dos
1977
Densidade de di stribui ção dispositivos de pequena área, enquanto aumenta
(portas/m m2) 170 200 220 150 bastante seu desempenho. A confiab ilidade cresce
Produto velocid ade- graças ao fato de que as tensões mais baixas signi-
po tência (pJ) 1 0,2 1 0,2 ficam maior tolerância à tensão de «punch-through»
Atr aso de por ta (ns) 1 0,4 1 0,5 menor e, ao mesmo tempo, provoca campos elétri-
Número de filmes 2 2 3 3 cos bem mais fracos na região do canal. Este
Número de implantes 3 3 3 2 segundo mot ivo reduz o risco de aprisionamento
de carga no óxido da porta, que poderia alte rar a es-
pos iti vos H -MOS, em sua presente forma. E verda- tabilidade do circuito, a longo prazo.
de que os elétro ns apris ionados tendem a elevar a A m elhora no desempenho é ainda mais formi-
tensão de limiar, e que uma elevação na tensão de dável; para as memórias RAM e para os micropro-
limiar poderia causar uma degeneração na veloci- cessadores (fig u ra 8), só o impacto causado por um
dade do circuito ou até mesmo impedi-lo totalmen - melhor produto veloc id ade-potênc ia já seria sufici-
te de funcionar; mas, testes de «stress» acelerado ente para comp ensar a m udanç a de ten são de ali·
sobre circu itos de memória H-MOS não revelaram mentação de 5 para 3 V.
sinais de degradação. De fato, medições adicionais
em transístores individua is, mais um modelo fís ic o Para as RAMs, que trabalham no ponto de satu-
para injeção de elétrons, mostram que os dispositi· ração da curva veloc idade-potênc ia, u ma tensão de
vos H-MOS apresentarão um deslocamento tota l de alimentação mais baixa iria reduzir o consumo em
limiar menor que O,1 V, após 10 anos de «stress» 60%, mantendo a veloc idade no mesmo val or. Esta
(esforço) cont ínuo , nas condições de pior caso (a redução no consumo torna-se ex tremam ente im-
oºc e Vos de 5,5 V). portante quando a densidade do integrado sobe
para 65.536 e 262.144 bi ts , já que existe um acordo
O processamento cuidadoso do óxido da porta comum de que, para uma operação confiável , a dis -
é em parte responsável por esses excelentes resul- sipação em potênc ia por encapsulamento deve ser
tados, pois isto minimiza a densidade de locais de mantida abaixo de 1 watt.
aprisionamento de elétrons. Além disso, vale a
pena observar que os óxidos de porta desses dispo- Quanto aos microprocessadores, que operam
sitivos H-MOS de 5 V estão submetidos a menos em uma região bem afas tada do ponto de saturação
esforço (stress) do que os óxidos das atuais RAMs da curva veloc idade-potênc ia, eles podem tirar o
dinâmicas de 12 V, pois uma tensãode 5 V aplicada máxim o proveito de uma conside rável elevação de
a um óxido de 700 angstrons de espessura provoca vel oc idade, para uma determ inada dissipação em
um campo elétrico menor que o ocasionado por 12 V, potência. Um mic roprocessador de 3 V, por exem-
aplicados aos óxidos padrão atuais de 1000 angs- plo , poderá operar ao dobro da velocidade de um
trons de espessura. dispositivo similar, de 5 V.
Mesmo sabendo que a redução dos dispos i ti - A maneira como a tensão de alimentação afeta
vos usados em H-MOS, para melhorar o desempe- os vários processos MOS, desenvolvidos ao longo
nho da te cnolog ia MOS, promete muito para o fut u- dos anos, aparece na figura 9, e novamente, a
ro , deve -se respeitar uma condição, se quisermos necessidade de menores tensões torna-se eviden-
que todo o seu potencial seja aproveitado; essa te. Realmente, na versão de 1980, reduzida, de dis-
condição é a redução da tensão de alimentação. posi tivos MOS (comprimentos de canal de 2 µm e
A tabela li mostra que, para garantir o sucesso espessuras de óxido de 400 angs trons) , uma fo nte
desta técnica , as tensões de ali mentação deverão de alimentação fornecendo de 2 a 4 V, tornará pos-
estar situadas na casa dos 2 a 4 V, po r volta de sí vel a obtenção de atrasos de porta iguais à meta-
1980, para os disposi tivos de 2 µm. Como atualmen- de dos atuais, veri fic ados em dispos i tivo s H-MOS,
te todas as tensões são mantidas ao nivel de 5 V da funcionando com 5 volts. ·

67 N O VA E L ET R Ô N I C A 443
transient
comércio de aparelhos
elétricos eletronicos ltda.

CURITIB -PR
av. sete de setembro, 3664
fone: 24-7706

PERFURADOR DE PLACA SUPORTE PARA PLACA SUPORTEPARA FERRO

Wontamos para
DE CIRCUITO IMPRESSO DE CIRCUITO IMPRESSO DE SOLDAR DE ATÉ 50 w
Torna o Coloca
Fura com per• manuse,o mais
le,çlo, rap1dei das placas ordem •
e s1mphcid ade. bem maia aegur1nc;

voce
eela fe nolite ou fácil e na mesa
ep61tl. nlo trin- racional da Ira•
ca. t lodo balho
Em 2 modetoa regul,hal
A Em 2 A eaoon)a l im padora (Cla
Mode
nhos de lolur->1
PP-1 para 3 tama-
(0,9-1-1,5 e mode
los n1ng
ta do sponge) mantém
ferro sempre l1mpa po

• •• 3mm)

SUGADOR DE SOLDA FONTE ESTABILIZADORA D

um departamento de
ASSISTENCIA
,
" 6 Ideal para ea·
ludantes, labo-
ral6r,os, expe-
riências o tam-
bém para pro-
duçõ111 em ao
f l 88

Modelo PP-2 para furo, de


moderno
A
larramanta
do técnico
lnd,apenaável
na remoção de
componente s
eleltõn,cos
ta,da de
Entrada de
110/220 Y

l1xaa •
aJust• Ye11
de 1,5 o
12 voe
Corrente d•

Proteção interna conira cur

TECNICA
Em vtriu opçõet
1 ou 1,5 mm 1A
to circuito

DESSOLDADOR AUTOMÃTICO DESSOLDADOR MANUAL ROTOR DE ANTENA


EXTERNA PARA TV
Consulte-nos a respeito de A aoluçao
p/ remo-
çlo de cir•
cuilo1 In-

qualquer dúvida tegrado,


Ele der-
rele a
aolda e ao

sobre a montagem dos Kits. simples toque de bollo faz


a sucçlo
Silencioso, Olimo p/ as,111
técnica e l1nha a de mon-
Elrc 16nç 1a a bao,o culto
Remove <:Ircu11oa integrados
o outros componentu.
Res,stênc,a de 50 w em 110
1agem. ou 220 VAC.

,
INJETOR DE SINAIS TRAÇADOR DE SINAIS

A seu dispor,
@.
A soluçAo t,nal para o pro-
O maior Que- blema de regulagem de en-
bra galho d>
1ena Cada canal teri PO·
técnico rep&-
stc1oneda a onIena para
rador Loc al1• captar a melhor imagem.
Mede apenas 11 çm. Fun• za com tncrl- ao a1mple1 toque de bo·
cIona com 1 prlha pequena vel rapidez
Para local ização de delei- dele1Ios em "º u:
Equipe Técnica da Ios em râdios, ampl1hc11-
dores, gravadores, aom de
Tv, e quaisquer outros para-
relhos sonoros.
pilha, vjlvuls, •
ou1ros aparelhos aonoroa
Em 3 opções
néscfa; 1 11 ,;;n
: çada
Serve para antenal novu
ou Jt instaladas
Garantia de 6 meaea

SOLICITE NOSSOS CATALOGO$


FILCR ES A VENDA EM TODO BRASIL Vendas por-reembolso postal pela:
Produt os da C E T E I S A ATLAS COMPONENTES
Rua Senador Flaquer n.0 292 ELETRÔNICOS LTOA.
Santo Amaro - São Paulo - CEP 04744 Av. Lins de Vasconcelos n.0 755
Fones: 548-4262 - 246-2996 e 247-5427 Cambuci - São Paulo - CEP 01537
Sistema terminal de vídeo JTV3216: Aquinta e última parte da série, referente à
montagem completa do sistema, será publicada na ocasião em que o kit Já estiver dis-
ponível aos leitores interessados. Aguardem!

fllliSffi
'111
SUPllMINTO
O que são
as ''bulk
memories''?
«Bulk memories» ou memórias de grande capacidade, são
dispositivos, como seu próprio nome já diz, com uma elevada
capacidade de armazenagem de informações, e cujo
objetivo são as memórias de computadores e
microcomputadores,em substituição às velhas memórias de
núcleos, tambores ou discos magnéticos.
Seus representantes principais são as memórias tipo CCD
(charge coupled devices, ou dispositivos de cargas acopladas)
e as memórias tipo «bubble» (bubble memories, ou memórias
«bolha»), que serão descritas neste artigo.

A principal característica do artigo, fazendo comparações ocupam uma área equivalente a


das memórias CGD e «bubble» entre elas e em relação às de- 0.16 mil 2, muito inferior à área
não é seu tempo de acesso, ou mais tecnologias aplicadas a normalmente ocupada pelas cé-
seja, o tempo requerido para que memórias. lulas de outras memórias, cons-
os dados sejam armazenados ou tituídas quase sempre por um
recolhidos em seu interior, mas transístor, de 1 mil 2 (mil equivale
sim, a sua capacidade de arma- As memórias CCD a 1 milésimo de polegada). Des-
zenagem , em espaços relativa- Estas memórias são forma- te modo, uma memória de 65 000
mente reduzidos. Deste modo, das por elementos semicondu- bits, por exemplo, caberia numa
elas perdem para as memórias tores, mas não necessitam de «pastilha» (ou «chip», como se
semicorJdutoras em rapidez, junções em sua estrutura, como diz em inglês) de 30 000 mi12 ,
mas saem ganhando na densida- as demais memórias semicon- apenas (3,5 x 5 mm).
de de informações armazenadas. dutoras (veja o quadro «princípio
de funcionamento dos dispositi- Há um certo problemà que
vos CGD»). Os dados, neste ca- afeta as memórias CGD: elas
Suas vantagens sobre as an- são voláteis, isto é, perdem a in-
tigas memórias magnéticas resi- so, são cargas elétricas que cir-
culam ao longo da estrutura do formação armazenada em suas
dem, principalmente, no pouquís- células, se a alimentação lhes
simo espaço ocupado, no tempo material de forma seriada, ou se-
ja, em «fila». for retirada. Este problema pode
de acesso e no consumo. ser resolvido com uma fonte in-
A inexistência de junções dependente de força, mas, em
Esclarecido este ponto, va- confere a estas memórias a tre- geral, as memórias CGD são em-
mos analisar separadamente es- menda redução em suas dimen- pregadas onde se requer arma-
sas duas tecnologias , para de- sões; as células de armazena- zenagem de dados por curtos
pois juntá-las novamente, ao fim gem das memórias CGD períodos de tempo.

446 NOVA ELETRÔNICA 70


É importante considerar a or- ··clock'" --- ----- ------------------
-
ganização interna das memórias entr.
de
.......-+---- 1---
CCD. De acordo com a figura 1, dados
há três formas de organização
para esses dispositivos: síncro-
na, série-paralelo-série e RAM
com linhas endereçáveis.
A organização síncrona, on-
de os dados movem-se simples-
mente de uma célula a outra, por
um caminho tipo «serpentina», é saida
o método mais rápido e mais fá- .,_ . de
1 dados
cil de se construir; mas, confor-
: linha de regenera ção de dados :
me a tabela 1, é a que tem o
maior consumo, também. Al --------------------
Outras memórias CCD utili-
zam o método série-paralelo-sé-
------------------
" s hift re ister"de e ntr.
rie. Neste caso, linhas paralelas entr.
de--+-r..
de dados movem-se simultanea- dados
mente em direção a um detector
de fim de linha, o que reduz o "clock·· -•-t-t---,.-.-i
tempo de acesso; entretanto , é lento
uma distribuição difícil de se
confeccionar e, além disso, é a ··clock "
que mais consome, pois existe rapido
um número maior de células
operando ao mesmo tempo. sa,da
>-T""' -- de
dados
Finalmente, a organização
de acesso a linhas, na qual cada
linha de dados é alcançada alea- 1 linha de regeneração
toriamente , é a mais rápida e de
consumo reduzido. B)• ------------------

As memórias CCD encon-


r-----------------,
--c lock ---+- - - - - - --,
tram aplicação em «buffers» de entr. matriz de
terminal, em terminais inteligen- de seleção de
dados endereço
tes, chaveamento eletrônico em
sistemas de comunicação de
dados e em qualquer outra apli-
cação onde as memórias seria-
das têm sua utilidade .
linha n? 2
As memórias «bubble» .,
"O
Devido às suas característi- barra
de
cas, as memórias «bubble» têm saida
uma organização seriada, como
linha n? N
as memórias CCD. Deste modo, entr. sa,da
de
seu tempo de acesso depende dados 11 1
de
do número de locais armazena- 1inha de recirculação 1 dados
dores em um caminho seriado e
também da máxima freqüência
ClL-------------------
externa de deslocam ento. FIGURA 1

Mas, ao contrário das memó- podem ser guardadas durante ço principal/laços secundários
rias CCD, as memórias «bubble» anos a fio. de magnetização; o laço maior
não são voláteis, isto é, a infor- retém um único bloco de dados,
mação retida em seu interior A organização de uma me- composto por «1s» e «Os» (pre-
não é perdida, nem mesmo se a mória «bubble» de aproximada- sença ou ausência de «bolhas»),
alimentação for retirada. Na ver- mente 100 kbits pode ser vista que podem ser escritos na me-
dade, as informações introduzi- na figura 2. Basicamente, ela m ória , lidos , apagados ou dupli-
das em uma memória «bubble» consiste em uma distribuição la- cados.

44 NOVA ELETRÔNICA 447


7
•••••••••••••••••••••• ••••••••••
••• ••••••••••••••••• •• •••• •• • •
•••
•••••••• • • • •• • • • • • ••
TABELA 1 No dispositivo da figura 2,
Organização das memórias CCD particularmente, o bloco de da·
dos contém 157 bits de dados.
Durante o ciclo de escrita, os
Característica Serpentina Série-paralelo• RAM com linhas
157 bits penetram, primeiramen-
série endereçáveis
te, no laço maior, a partir do qual
Capacidade (bits) 16 384 16 384 16 384 serão transferidos, a um certo
Organização 256 X 16 X 4 4 096 X 4 128 X 32 X 4 sinal, para os 157 laços meno-
Tempo de acesso res, sendo que cada laço recebe·
(a 5 MHz) 51,2 µs 819,2 µs 25,6 µs rá um bit.
Consumo (mW) 400 150 250 Cada laço pequeno tem uma
Faixa de tempe- capacidade para 641 «bolhas»;
raturas (ºC) desta maneira, a capacidade
0-85 0-70 0-55
total do dispositivo será de
Área relativa 641 x 157, ou seja, 100 637 bits.
do «chip» 1,0 0,9 1,1 Durante a operação de leitu-
ra, os 157 bits são transferidos
simultaneamente, a um certo si•

entrada saida
de dados de dados

---i.-e--.o----4-0-4--d-:tec-- o,-------- --.


gravação apagamento leitura/ duplicação

- -Hl-+--•--0 --- ----.- - •-•- o►- ----lk>-+ - + o+


laço principal

locais de locais de
transferencia transferencia

lÍ 1l+! 1l 157 laços menores


i ll f

FIGURA2
LJ\ ..[" 641"' bolhas" por laço
uu
nal, dos laços menores para o la-
TABELA 2 ço princ ipal , que os leva, então,
até a cabeça de leitura.
Perspectivas para as memórias «bubble»
Na tabela li, estão reunidos
Características 1976 1978 1980 alguns dados essenciais sobre
as memórias «bubble», inclusive
Dimensão da com previsões para o futuro.
«bolha» (µm) 4-6 2-3 menor que 1
Densidade A principal aplicação das
(bi ts/pol 2) 102 107 maior que 108 memórias «bubble» reside na
substituição das memórias à ba•
Ritmo de se de fitas e discos magnéticos,
dados (MHz) 0,1 - 0,25 1 maior que 1 convencionais, exibindo uma
Tempo de capacidade de armazenagem
acesso (ms) 10 1 menor que 1 entre 1 e 10 milhões de bits.
Capacidade do
Uma comparação com
módulo (bits) 106 108 109 - 1010
as demais tecnologias
No gráfico da figura 3 vemos
uma compração, a grosso modo,

448 NOVA ELETRÔNICA 72


O princípio de funcionamento dos dispositivos CCD
(Fonte: revista Nova Eletrônica n.0 3, pág. 286)

Normalmente, os disposit ivos semicondutores manipulam


os sinais modulando-os sob a forma de correntes elétricas; os
dispositivos eco, porsuavez, fazem com que os sinais sejam
representados por agrupamentos de cargas elétricas (que, na
prática, são chamados de «pacotes de cargas»). Assim , o funcio-
namento desses elementos se baseia na transferência de «paco-
tes de carga».
Quando dizemos «transferência de cargas» ou «acoplamen-
to de cargas», estamos nos referindo ao deslocamento de um
agrupamento de cargas elétricas móveis (que representa o si-
Semicondutor Tipo N
nal), de um elemento armazenador para outro, similar e adjacen- SEMICOHDUTOfl
te, na estrutura CCO. Esses elementos armazenadores são cha- tNATIVO
mados de poços de potencial e aparecem no elemento sob ele-
trodos submetidos a níveis de tensão determinados; os níveis de
tensão, criados por uma freqüência externa aplicada ao disposi-
tivo eco, são os responsáveis, como veremos, pela transferên-
cia da carga elétrica de um poço de potencial para outro.
Na figura, está representado um segmento de um dispositi-
vo eco, emescala ampliada, onde se pode observar suas três
partes principais: o substrato de silício, tipo P ou N, a camada
MOS isolante e os eletrodos metalizados. -----------1• +++,-----------
Tomando como exemplo um dispositivo com substrato tipo
N e, aplicando ao mesmo uma certa tensão negativa, obteremos,
'-----·
em conseqüência, uma camada de deplexão uniforme, sob os
Semicondutor Tipo N
eletrodos (desenho A). Para fazer com que o dispositivo ec o es- MODO DE
teja apto a armazenar cargas, deve-se aplicar, a um dos eletro- MEMORIZAÇÃO
dos, uma tensão mais negativa (V2) que aquela aplicada ao subs- Vt
trato, dando origem a uma camada de deplexão mais profunda
naquele local, que é o que se denomina poço de potencial (dese-
nho B).
O dispositivo pode, agora, receber e armazenar cargas. Para
se deslocar a carga de um eletrodo a outro, uma tensão ainda
mais negativa (V3) deve estar presente ao eletrodo adjacente, a
qual vai causar o aparecimento de um poço de maior potencial,
para onde serão atraídas as cargas (desenho C). ----------,++ ++-++r-·
Transferida a carga, as tensões voltam á condição do ----- 1
desenho B, exceto pelo fato de que se moveram de um eletrodo
Semicondutor Tipo N '----
(desenho O).
MOOO OE
TIIANSFEIIÊNCIA

O princípio de funcionamento das memórias «bubble »

O meio armazenador de uma memória «bubble» consiste em


uma película finíssima de um tipo de silicato magnético. Esse
material possui, em seu estado natural, domínios magnéticos
(magnetic domains) sob a forma de faixas.
Quando um campo magnético externo é aplicado ao
material, os «domínios» se contraem, sob a forma de cilindros,
quese parecem e se comportam como bolhas, quando examina- --------- -------,+ ++♦ .-- - ·
dos por cima, ao microscópio. L --- '
A conversão destas «bolhas» em informação requer a utili- Semicondutor Tipo N
zação de dois processos, basicamente: primeiro, na parte supe- TRANSFERÊNCIA
rior do silicato grava-se, fotolitograficamente, um circuito de
COMPLETADA
Permalo l y (liga de ferro e níquel com elevada permeabilidade
magnética), numa distribui ção parecida com pistas de estrada
de ferro - ou seja, formando barras e cruzamentos em «T» -
com a finalidade de controlar o movimento das «bolhas magnéti- sentar um bit de informação, isto é,o nível «1» ou o nível"º"• res­
cas». pectivamente.
Segundo, em um campo magnético rotativo, as «bolhas» Quando é movida nas proximidades de um elemento sen-
são atraídas alternadamente para os «Ts» e para as barras da pis- sor, a «bolha» produz um sinal similar à saída de uma fita, disco
ta. Assim, a presença ou a ausência de uma «bolha» pode repre- ou tambor magnético.

44 NOVA ELETRÔNICA 449


9
TTL.ECLetipos MOS
estáticos rápidos
1-
, .o..c_i
(/) tipos MOS dinâmicos
1-
z
UJ
de 14k e 16k
, ü -2 memónas eco (tempos
r 10 de acesso cur tos, regis
8
TECNICO EM A
(/)
:J
(.)
"BUBBLES"
tro longo]

ELETRONICA
(tempos de acesso
1Õ4 e registro longos]

cabeça móvel
(magnética)

- Aulas prá1icas desde o início


-8
- Laboratórios especializados 10 10 1
TEMPO DE ACESSO (S)
- Atualização constante
- Som, audio - amplificação
- Curso de lógica digital FIGURA3
- Tecnologia avançada
- Microprocessadores TT L - MOS entre as tecnologias aplicadas
às memórias. Vê-se, de imedia-
to, o que foi dito no início deste
UM CURSO PARA QUEM GOSTA artigo: que as memórias vistas
DE PESQUISAR E ESTUDAR. não são pàreo para as memórias
MOS, muito mais rápidas. Mas,
o melhor método por outro lado, vimos, no decor-
rer do texto, que ambas são a al-
o melhor ensino ternativa ideal quando se neces-
o menor custo sita de grande capacidade de ar-
mazenagem.

Pode-se notar , também, uma


diferença fundamental entre as
áreas de aplicação das memó-

COLÉGIO BATISTA rias CCD e das memórias «bub-


ble»: enquanto as memórias
CCD vieram completar um vácuo
BRASILEIRO na escala de memórias (entre as
mais rápidas, de tecnologia
TRADIÇÃO DE BOM ENSINO MOS, e as magnéticas), as me-
mórias «bubble» têm por objeti-
vo substituir os tipos já existen-
• Pré tes de memórias magnéticas.
• 19 grau Na verdade, as «bubble» são
• 29 grau em mais confiáveis, pois não pos-
exatas, suem peças móveis, exibem um
tamanho bem reduzido, assim
humanas como o consumo, e podem ope-
e biomédicas rar ao longo de uma faixa mais
extensa de temperatura.
Rua Dr. Homem de Melo, 537 - Perdizes
As do tipo CCD, por sua vez,
Tel. 262-5466 - São Paulo
oferecem um menor consumo,
sistemas reduzidos e prometem
um preço menor.

450 NOVA ELETRÔNICA 74


LANGU GE:S
INICIO

LINGU GGI INICIALIZA O CONTA-


DOR COM 1

· LE:NGU JE:S ZERAR O SOMADOR

LANGU GE:S LER UM NÚMERO

'}
SOM Á-LO AO SOMADOR

y
AVANÇAR O CONTADOR
DE 1

LINGU GE:NS
1.ª LIÇÃO não
l1 li r.r= e ru: D nr,_ GERALDO COEN
Microcomputadores - Cada ções determinadas por um pro sim
vez se fala mais destes disposi- grama que está contido em sua
tivos que fazem de tudo, circui- memória. Muda-se o programa e
tos complexíssimos em um só o microcomputador muda de
função. A «alma» do microcom- IMPRIMIR O SOMADOR
«chip», circuitos ditos inteligen-
tes. Com um microcomputador putador é o programa, o chama-
pode-se construir sistemas ela- do «software».
borados , controles de qualquer Portanto, desenvolver um
tipo, pode-se simular qualquer sistema baseado em microcom-
circuito lógico. putador significa desenvolver
FIM
Qual é o segredo destes dis- um ou mais programas. Deve-
positivos poderosos? Como se mos aprender a programar. Este
consegue com eles realizar uma foi o objetivo do curso publica-
Soma de trinta números
variedade infinita de projetos? O do em Nova Eletrônica: «Progra-
segredo está na programação. O mação de Microcomputadores». FIGURA 1
microcomputador efetua opera- Naquele curso aprendemos a

75 NOVA ELETRÔNICA 451


programar o microcomputador to, vamos acompanhar a história tabela com os códigos e os for-
mais popular, o 8080. do aparecimento das linguagens matos das instruções do 8080.
de programação Por exemplo, a linha 1 con-
Mas, o que é programar? Pro- tém a instrução 006 001. 006 é o
gramar é desenvolver os passos código da instrução que carrega
que o microcomputador deverá O DESENVOLVIMENTO
DAS LINGUAGENS um dado no registrador B, que
efetuar e escrever o programa, será o contador de ciclos. 001 é
para depois carregá-lo na memó- Quando surgiram os primei-
ros computadores, naturalmen- o valor inicial do contador. Na li-
ria do sistema. O programa é es- nha 11, o código 323 indica que
crito em uma linguagem que o te começaram a ser desenvolvi-
dos os primeiros programas. Um o valor calculado deve ser im-
microcomputador entenda. Pro- presso no dispositivo número 8.
gramar é um processo que se programa é composto de uma
série de instruções, que serão É uma instrução de saída.
desenvolve em três etapas: Observe, à esquerda das ins-
primeiro, formular uma solução efetuadas pelo computador.
truções, uma coluna com o en-
linha endereço instrução Na figura 1, damos o diagra- dereço de cada instrução. O pro-
1 000 006 001 ma de um programa muito sim- gramador deve calcular estes
2 002 016 000 ples, que faz o microcomputa- endereços, para poder especifi-
3 004 333 007 dor ler trinta números e imprimir cá-los nas instruções que fazem
4 006 201 a soma deles. o computador repetir o ciclo: li-
5 007 117 Este programa curto nos ser- nha9,o código 304 faz voltar à li-
010 004 virá como exemplo. Observe que nha 3, caso o contador ainda não
6
o programa é composto de um tenha chegado ao valor trinta.
7 011 170
ciclo (loop}, que é repetido trinta
8 012 376 036 O programador deve então
vezes; dentro deste ciclo, um nú-
9 014 302 004 000 mero é lido, somado, e volta-se a escrever os códigos de instru-
10 017 171 ler. A cada vez, um contador é ção próprios do computador, de-
11 020 323 010 aumentado e testado, para veri- ve calcular os valores na nume-
12 022 166 ficar se já foi efetuado o ciclo de ração do computador, que não é
O programa em linguagem de trinta vezes. Ao final, o somador decimal (veja, na linha 8, o valor
de máquina 8080 é impresso. Antes de iniciar o ci- 036, que é o 30 decimal) e deve
FIGURA2
clo, o somador é zerado e o con- calcular os endereços das ins-
para o problema; segundo, tra- truções.
duzir esta formulação para a lin- tador de ciclos começa com o
guagem adotada pelo micro- valor 1. Evidentemente, esta forma
computador; terceiro, carregar o de programar é extremamente
programa na memória. Na figura 2, temos o progra- trabalhosa e sujeita a erros. É
ma na linguagem do 8080. Não difícil, já para um programa de
Programar é, portanto, usar se assuste! É esta a linguagem 12 linhas. Imagine o que seria
uma linguagem, praticamente que o computador entende. De- programar em linguagem de má-
«falar» a linguagem do micro- pois de feito o diagrama, o pro- quina uma calculadora científi-
computador. gramador teve que traduzir cada ca, cujo programa pode ter cerca
passo do programa, usando uma de 2.000 instruções!
LINGUAGEM
Fala-se muito em linguagem
de programação, em siglas es- 1. MVI B,l ;inicializar o contador com l
tranhas como BASIC, ASSEM- 2. MVI c ,o ;zerar o somador
BLER, FORTRAN, COBOL. O ob- ;ler um numero
jetivo de&te artigo e dos seguin-
3.ciclo:IN 7
tes é o de aprofundar a noção de 4. ADO c ;somã-lo ao somador
linguagem de programação. 5. MOV C,A
6. INR B ;avançar o contador de l
Em primeiro lugar, uma defi-
nição importante: todo micro- 7. MOV A,B
computador tem uma linguagem 8. CPI 30 ;comparar com 30
própria, que é chamada lingua- 9. JNZ CICLO ;se não chegou,repetir o ciclo
gem de máquina. Esta lingua-
gem é definida pelo próprio fa- l O. MOV A,C ;imprimir o somador
bricante. Fora esta, o microcom- 11. OUT 8
putador, por um processo que
veremos abaixo, pode aceitar
12. HLT ;parar
outras linguagens diferentes de
FIGURA3
sua própria.
Para entendermos melhor is- O programa em Assembler 8080

452 NOVA ELETRÔNICA 76


ASSEMBLER linha 9. Ao lado de cada instru-
Logo no início do uso de ção, há um pequeno comentário,
computadores, em 1945/46, apa- que explica o que ela faz. Este
1. s=o
receu a idéia genial de usar o comentário nada significa para o 2. DO I = l , 30
próprio computador para o te- Assembler, mas é importante
dioso trabalho de traduzir códi- para quem vai ler o programa. 3. READ N
gos. Afinal de contas, trabalhos Com o Assembler , o trabalho 4. s =s +N
repetitivos são próprios para do programador fica muito mais
máquinas, deixando para o fácil, programas grandes ficam 5. NEXT
homem a parte inteligente da
criação.
mais viáveis. Porém, há um 6. PRINT S
preço a pagar para isso: é mais O programa em
A idéia era a seguinte: ao in- uma etapa no processo de pro-
vés de escrever o código 201, o linguagem de alto nível FIGURA s
gramação.
programador escreve «ADD»,
que lembra adição. Um progra- Uma vez pronto o programa se preocupa com o problema.
ma especial lê as letras ADD e, em Assembler , ele deve ser tra- Naturalmente, os programas tra-
através de uma tabela , traduz pa- duzido para a linguagem de má- dutores destas linguagens são
ra o código 201. O programador quina . E, para isso, usa-se o pró- programas muito complexos.
não precisa mais decorar códi- prio computador, que agora é Sãochamados compiladores.
gos, só precisa usar abreviatu- ferramenta para o programador.
ras muito mais compreensíveis Veja a figura 4. Na figura 5, temos o nosso
para ele. Além disso, ao invés de programa em linguagem de alto
• calcular com números binários LINGUAGENS DE ALTO NÍVEL nível.
ou octais, o programador escre- Uma vez dada a idéia de usar
ve números decimais. O progra- o próprio computador para aju- Observe como fica mais legí-
vel e mais curto. A linha 1 zera o
O processo FIGURA4 contador, chamado S; a linha 2
de tradução especifica que o ciclo que vai
até a linha 5 deve ser repetido
trinta vezes; as linhas 3 e 4 fa-
programa em computador com o programa em
zem ler um número N e somá-lo
Assembler programa tradutor - linguagem de
ao somador S; finalmente , a li-
Assembler máquina
nha 6 imprime S.
O programa é mais fácil de
fazer, a linguagem é mais próxi-
FONTE OBJETO
ma da linguagem técnico-
ma especial, chamado Assem- dar a programação, a evolução matemática usual. Mais uma
bler, converte estes números não parou mais. O Assembler fa- vantagem: esta linguagem inde-
para o formato interno. cilita muito o trabalho, mas ain- pende do computador usado.
da é laborioso escrever o progra- Um compilador pode traduzir
O programador também não ma, instrução por instrução. Por nosso programa para instruções
precisa calcular endereços; ele exemplo, se o nosso programa do 8080. Outro compilador pode
atribui um nome à instrução e deve calcular a fórmula comple- traduzir para outro código, cor-
usa este nome no programa. O xa: respondente a outro computa-
próprio Assembler calcula os dor. Desta forma, programas po-
endereços, à medida em que vai dem ser transferidos de um
traduzindo as instruções.
(-8 + VB2-4AC )/2A
computador a outro, com relati-
O programado,r em Assem- va facilidade.
Na figura 3, temos o mesmo bler, deverá especificar as ins-
programa em As sem b ler . A truções, uma a uma: obter B, tro- A primeira linguagem de alto
quantidade de linhas não mu- car seu sinal, calcular seu qua- nível que apareceu foi o FOR-
dou, mas o programa está mais drado, obter C, multiplicar por A, TRAN: FORmula TRANslation ,
legível. As· abreviaturas usadas, multiplicar por 4, etc. Por que tradução de fórmulas. Depois,
chamadas mnemôni cos, são não fazer outro programa tradu- apareceram muitas outras: o
próprias do 8080. Veja , por tor, que leia a fórmula e a de- COBOL, para programas comer-
exemplo , na linha 3, o mnemôni- componha em instruções de má- ciais , o ALGOL, para programas
co IN, para entrada (input) de da- quina? Surgiram assim as lin- científicos, o BASIC, para princi-
dos. Observe que os números guagens «de alto nível». Alto ní- piantes, etc.
agora são decimais. A instrução vel, porque o programador que
inicial do ciclo, linha 3, tem o no- trabalha nestas linguagens não No próximo artigo desta sé-
me «CICL O», que é usado na ins- se preocupa com detalhes de rie, estudaremos melhor cada
trução de fechamento do ciclo, instruções do computador, só uma destas linguagens.

77 NOVA ELETRÔNICA 453


8080, Um Novo
Camihho Aberto

Muito se tem falado e escrito sobre o 8080, a unidade central de processamento mais acei-
ta, atualmente, pelo mercado internacional; mas, apesar de existir uma vasta literatura sobre
o assunto, esta é composta, em sua quase totalidade. de informações em inglês e a um custo
que nem sempre está ao alcance do leitor brasileiro.
Neste artigo, pretendo mostrar o 8080, sob o ponto de vista de «hardware», isto é, anali-
sar este versátil componente como um integrado e explicar seu funcionamento, a fim de per-
mitir ao leitor uma melhor compreensão do mesmo, eliminando várias dúvidas existentes.
Em outras palavras, quero desvendar para o leitor alguns mistérios que ainda rodeiam esse
componente, tirando-o daquela categoria do «Ah! É complicado demais!»

«Software» e «hardware» Para aqueles que seguiram


Estes dois termos dividem, de perto o curso de programa- KO MING CHO
distintamen te, as duas áreas ção de computadores, este as-
principais do projeto de um pecto já está mais do que escla-
computador. Cabe ao «software» recido.
a parte referente à programação
e, neste caso, ao «softerista», a Por outro lado, projetar o
função de comandar seqüencial- computador e fazer o sistema
mente o computador, com o pro- trabalhar à sua máxima capaci-
grama formado pelo repertório dade, fica ao encargo do «hard-
de instruções fornecido pelo ware». As duas áreas não são in-
mesmo. Para o «softerista», o dependentes, e existe uma certa
computador é uma «caixa pre- intersecção entre ambas,
ta», que deve executar um deter- exigindo que um «softerista»
minado trabalho, de acordo com possua uma certa noção de
as instruções inseridas. «hardware» e vice-versa.

454 NOVA ELETRÔNICA 78


O «hardwa re» deve, então,
tratar da parte referente à interli-
gação dos integrado s, ao sincro-
nismo de vários sinais, às reali-
zações de I/0's, ao dimensiona-
mento da memória, etc., para en-
tão entregar o computador ao
«software», que, por sua vez, irá
tratá-lo como uma «caixa preta»
(naturalmente, nada impede que
uma pessoa desempenhe as
funções de «softerista» e «hard-
werista», simultaneamente).
08080
O 8080 é o resultado de uma
linhà de desenvolvimento de
CPUs em circuitos integrados,
por parte da firma Intel. Essa li-
nha começou com o 4004, um
microprocessador de 4 bits,
com um repertório de 46 instru-
ções. Logo, surgiu o 4040, de 4
bits e60 instruções.
Depois , veio à linha de 8 bits,
como 8008, de 48 instruções e o
atual 8080, com um total de 78
instruções (figura 1).
Do ponto de vista do «hard-
ware», o 8080 é um integrado de
40 pinos, exigindo uma alimen-
tação de 5 V, 12 V, -5 V e terra.
Os 36 pinos restantes podem
ser divididos da seguinte manei-
ra:
- 8 pinos para o barramento de
dados de 8 bits (entrada e saí-
da); DO a 07.
- 16 pinos para as saídas de en-
dereço; AO a A7.
- 6 pinos para as saídas de si-
nais de sincronismo e contro-
le (SYNC, DBIN, WAIT, WR,
A10 1 40 A11 HLDA, 1NTE).
GND 2 39 A,• - 4 pinos para as entradas de
º•
ºs
3
4
38
37
A1J
A12
controle (Ready, Hold , lnt e
060--- 5 36 OA1 Reset).
o, 6 35 O A9 - 2 pinos para as entradas do
D3 7 34 Aa «clock» (01 e 02).
º2o
o,
8
9
INTE 33
32 Aa O ciclo do processador
ºº o 10 8080A 31 A-s A parte referente ao 8080
- 5V 11 30 O A4
RESET 12 29 A3
mais difícil de entender é o seu
HOLD 13 28 •12v sistema de sincronismo. Cada
INT 14 27 Az instrução é recebida e executa-
<>2 15 26 A1 da de uma maneira seqüencial,
INTE O 16 25 Ao com informações no barramento
17 24 WAIT
de dados e nas saídas de sincro-
WR 18 23 REAOY
SYNC 19 22 <> ,
nismo e controle. É necessário
+5V 20 21 HLOA entender perfeitamente esta
parte, para se efetuar qualquer
FIGURA 1
projeto com o 8080.

45 NOVA ELETRÔNICA 455


5
Um ciclo de instrução, por
exemplo, é definido como o tem- ,/ ,/

po necessário para «apanhar» e 1a 5


executar uma determinada ins- 3a5
trução. Cada ciclo de instrução CICLO DE INSTRUÇÃO - ciclos de - -
estados
pode ser composto, por sua vez, maquina
de um a cinco ciclos de máquina ......
(dependendo do tipo de instru- FIGURA2 '
ção).
Um ciclo de máquina é defi-
nido cada vez que a CPU tem
acesso a uma memória ou a um
1/0 (dispositivo de entrada/saída).
1 ,
E, cada ciclo de máquina
consiste de 3, 4 ou 5 estados,
sendo que cada estado é defini-
do como o intervalo entre duas
transições positivas do «clock»
01. Pode-se visualizar melhor
essas definições, com o auxílio FIGURA3
da figura 2.
Deste modo, toda a seqüên-
sumam, além dos estados «O» e Esse pr,ocesso é efetuado
cia da CPU é determinada pelos
«clocks» 01 e 02. sendo este últi- «1» habituais, um terceiro esta- pela aplicação de um sinal, de-
do (daí, o nome «tri-state») . O ter- nominado HOLD, ao pino apro-
mo um sinal com a mesma fre-
ceiro estado é a saída flutuante priado; com isso, a entrada de
qüência de 01, mas sem estar
e, para efeitos práticos, tudo se endereço escolhida vai para o
com os pulsos sobrepostos a
passa como se ela não existis- terceiro estado. O barramento
ele. Veja a figura 3.
se. Desta maneira, pode-se ligar passa, então, ao comando das
Essas duas freqüências de umasaída em curto com a outra, saídas do dispositivo de DMA,
«clock» provêm de uma fonte ex- bastante, apenas, que uma que estavam, anteriormente, no
terna e o nível de seus pulsos delas esteja no «terceiro «terceiro estado» (para não atra-
deve ser menor que 0,8 V no es- estado». palhar o funcionamento normal
tado «O» e maior que 9 V, no do processador).
estado «1 », devendo satisfazer Essa prática possibilita que Barramento de dados
as condições de freqüência e o barramento de endereços seja Aplicando a mesma tec-
largura de pulso determinado controlado por um outro dispo- nologia, este barramento tam-
pelo fabricante. sitivo externo. Para que isso? bém é do tipo «tri-state», servin-
Para operações de DMA (acesso do, além disso, tanto de entrada
O barramento de direto à memória}, através das
endereços - figura 4 como saída.
quais podemos introduzir dados
Este barramento é composto diretamente na memória, sem a O barramento de dados não
de 16 linhas, para endereçar as intervenção do processador. tem apenas as funções de enviar
memórias e os dispositivos de
1/0. No caso de endereçamento
de memória, todos os 16 bits
são utilizados (DO a D15}, resul-
tando em uma capacidade de 64
mil palavras (216 = 65.536), apro-
ximadamente. D14 1--- - - - - - ..--+-- - -
No caso de I/0 's, o endereço DD1IB3r- - - - - ---<i- -t--i-- - - }
se repete nas saídas D0/07 e
nas D8/D15, fornecendo, assim,
_r: 13 HOLD
D2,_ --.......--------
à
memória

Dl1----1t-+---;--t---t -- -
um total de 256 dispositivos de D0l---. >--1--+- --;- -t---t-- - -
1/0 endereçáveis. 8080
saídas
As 16 linhas de endereço tipo tri state
empregam a tecnologia «tri-
state», que permitiu uma grande
simplificação no sistema de
transmissão de dados do com-
--------- ....... .....
endereço do dispositivo DMA

putador. Essa técnica consiste FIGURA4


em fazer com que as saídas as-

456 NOVA ELETRÔNICA 80


READY - É utilizado princi-
palmente, pelo processador, pa-

/,
8080STATUS LATCH ra operações de lei tura de uma
memória ou 1/0 de acesso lento.
10 Passado um curto período de
1 8
9
ºº
o , tempo, após ter sido enviado o
o,
o,' J
7
o, endereço desejado (450 ns,
8080 º• • o,
o
aproximadamente), o dado da
5 L, memória ou 1/0 endereçado já
o,• 6
o, deve estar no barramento. Se a
SY NC
19 memória ou 1/0 for lent o demais,
081N ..!.?. o dado cont ido no barramento
0 1 o2
STATUS
LATCH
não será válid o. A fim de evita r
22 15
----2. o,
ºº6• tal problema,
«O» no READY aplica-se urn nível
do processador,
7 -
J!_
l fl.lti,
"U

9 10
STA.Ct
HLTA
enquanto este fica esperando;
. 16
18 8212
3: 17 d,..l
logo após o dado ter sido corre-
.. CLOCK GEN
-
(\11T TL )
20
22
19
E
M;
INP
MEM
tamente carregado no barramen-
& DRIVER r< CLR to, o sinal READY vai para «1» e
14 DS1 MO 0 S1
13 12 y1 o processador cont inua o pro-
D8 tfl. cesso de leitura.

INT - Requisição de inter-


rupção. Força o processador a
um outro endereço, onde deve
estar localizado o início de um
programa.
Este sinal é empregado para
in te rro mper o processamento
de um programa em andamento,
e passar o processador a um
outro programa, de maior priori-
dade.
HOLD - O sinal HOLD, apli-
1 FIGURAS cado ao processador, permite
que um dispositivo externo
e receber dadc5s. No inicio de ca- Em adição a tudo isto, nos tome o controle dos barramen-
da ci.clo da máquina, ele envia processadores DMA, o barra- tos de endereços e dados do
para fora do processador as in- mento pode assumir o terceiro 8080, possibilitando operações
formações referentes ao tipo de estado, para que os dados exte- do tipo DMA.
operação que ele irá executar. riores possam ser enviados, via
Dá-se o nome de «status» a barramento, para a memória. Saídas de sincronismo e controle
essas in formaç ões, e são elas
que irão informar aos HLDA - A saída HLDA (re-
Entradas de controle
dispositivos externos qual o pro- conhecimento do HOLD) forne-
Estas entradas servem para ce um sinal, indicando que o
c edim ento adequado para possibilitar, a um dispositivo ex-
«atender» ás operações executa- processador deixou de con trolar
terno, o controle do funciona-
das pelo processador. os barramentos, 1i berando-os
mento do processador, de acor-
em estado de alta impedância (o
Normalmente, o «status» é do com o desejo do operador.
«terce iro estado»). Estes ficam
registrado por um «s tatus latch», Vejamos quais são os recur- então, sob o comando do circu i-
para que a info rmação não se sos fornecidos pelos controles: to exterior de controle. Natural-
perca (veja as figuras 5 e 6). mente, o sinal HLDA só aparece
RESET - É usado para in icia- após o processador receber um
A cada bit aplica-se uma lizar o computado r. No instante sinal HOLD.
denominação, para que os dis- em que este terminal for levado
positivos externos fiqu em cien- para o estado «1», durante um WAIT - O sinal WAIT indica
tes se, por exemplo , o processa- período mínimo de três períodos que o processador ainda não re-
dor irá escrever ou ler na memó- de 01, o contador de programa, cebeu o sinal READY , e está
ria, ou fazer uma operação de interno ao 8080, vai a zero, per- aguardando que o dado se esta-
«fetc h», ou uma operação de en- mitindo q e se dê início ao pro- bilize no seu barramento de da-
trada e s-aída , etc. grama. dos, para depois recebê-lo.

45 NOVA ELETRÔNICA 457


7
Tipo de ciclo de mâquina

Do INTA o o o o o o o o
D1 wo 1 1 o 1 o o 1 1
D2 STACK o o o 1 1 o o o o o
D3 HLTA o o o o o o o o 1
D4 OUT o o o o o o 1 o o o
D5 M1 1 o o o o o o 1 o
Ds INP o o o o o o o o o
FIGURA6 D1 MEMR o o o o o o

INTE - Habilitação de inter- ramento, na presença do pulso Atualmente, o custo de um


rupção. Para não interromper a DBIN, pois é nesse instante que sistema 8080 já é bastante com-
execução de um programa, via o processador recebe dados. pensador para que seja utilizado
interrupção (INT), existe a instru- até em aplicações simples, sem
WR - Indica que o proces-
ção OI (disable interrupt); após o aproveitam_ento de sua capaci-
sador está enviando um dado
receber essa instrução, o 8080 dade total. E conveniente, por-
pelo barramento de dados, e que tanto, compreender este integra-
não aceita nenhuma interrupção o mesmo permanece estável. O
e alerta os circuitos externos do, o suficiente para tirar provei-
circuito exterior deve, E:'lntão, es- to dos recursos que oferece.
sobre tal decisão, levando o si- tar pronto para receber os
nal INTE ao estado «O». Este si- dados, napresença do sinal WR.
nal deve voltar ao estado «1», de- Conclusão É claro que se torna impossí-
pois que o processador receber A linha 8080 está sendo cada vel esgotar o assunto em apenas
uma instrução EI (enable inter- vez mais divulgada, já que dei- um artigo; por isso, recomendo
rupt - habilitação de interrupção). xou de ser exclusividade da In- aos leitores interessados que
A seguir , veremos os três si- tel , passando a fazer parte dos adquiram literatura mais
nais de controle que, combina- produtos da Texas, lcotron e Na- aprofundada. Uma boa sugestão,
dos de várias maneiras, contro- tional. O mercado para estes praticamente indispensável para
lam todo o restant do sistema, componentes tende a preços aqueles que pretendem ter uma
praticamente. mais acessíveis e maiores facili- visão mais ampla sobre o 8080, é
dades de obtenção dos o «8080 Microcomputer Systems
SYNC - Indica o início de mesmos. User's Manual», da Intel.
cada ciclo na máquina; serve estados T1 T2 T3
como sincronismo para o resto
do sistema. 01
{\. --Jf\. Jf\.
Como a informação «status»
também aparece no início de
cada ciclo de máquina, e é sem- status
dados --------- J
pre estável, no instante em que
há uma coincidência com 1, o
sinal 01.SYNC é utilizado, geral-
mente, para que o «status latch» SYNC -------------------------- J
registre o «status» nesse instan-
te. Veja a figura 7.
SYNC. ...J
DBIN - Este sinal indica o1
que o processador está pronto
para receber o dado em seu bar- r: ihs s_t_a_tu_s_a_n_te_r_io_r ...1X... s_t_at_u_s_a_tu_a_1-------
ramento. O dado, por sua vez,
FIGURA 7
deve permanecer estável no bar-

458 NOVA ELETRÔNICA 82


CURSO DE _,,

"'
TECNICAS DIGITAIS
Nesta lição, concluiremos o estudo teórico de cir-
cuitos lógicos e veremos como eles se apresentam na
prática.

LIÇÃO 4

PORTAS NE/NOU (NAND/NOR) rações é prejudicada. Por essa tração de"NÃO É" (ou É NEGA-
A maioria dos circuitos digi- razão, é geralmente preferível DO). Uma porta NE, portanto , é
tais pode ser construída utilizan- combinar portas simples de dio- uma porta E (ANO), seguida por
do-se apenas os três elementos dos com algum reforçador, para um inversor; a figura 1-4A mos-
lógicos básicos, já vistos, e que permitir uma maior flexibilidade tra o esquema básico de uma
são o inversor, e as portas E de interligação de circuitos. Es- porta NE.
(ANO) e OU (OR). Na prática, po- se reforçador (buffer, em inglês) Note a expressão algébrica
rém, a maior parte dos equipa- é representado, em geral, por de saída para a porta E e para o
mentos digitais emprega, em um transístor, e ele está presen- inversor. A expressão inteira de
seus circui tos, versões especia- te em todas as portas do tipo NE saída da porta E sofre uma inver-
is daqueles elementos , deno- e NOU (daí, a preferência pores- são, indicada pela barra coloca-
minadas portas NE (NANO, em se tipo de porta, ao invés das da por cima da mesma.
inglês) e porta NOU (NOR, em mais simples). Na figura 1-4B temos o sím-
inglês). Porta NE (NANO) bolo padrão básico utilizado pa-
Tais elementos especiais O termo N·E seria uma con- ra uma porta NE; note que é se-
são constituídos, basicamente, melhante ao símbolo E, mas
por portas E e OU, combinadas com um círculo acrescentado à
com um inversor. A---1 sua saída, para representar in-
C· A·B
As portas NE e NOU são os versão.
8 É fácil deduzir a operação ló-
elementos lógicos mais utiliza-
dos, porque oferecem numero- gica da porta NE, a partir do cir-
sas vantagens sobre as simples A cuito da figura 1-4. Essa opera-
portas de diodos, já considera- ção é indicada pela tabela da
das. Em grandes e complexos verdade da figura 2-4.
sistemas digitais, não é possível A saída (NANO) é, simples-
interligar muitas portas simples, mente, o complemento da saída
umas atrás das outras, pois, não E (ANO).
havendo reforço de sinal entre Porta NOU (NOR)
B
as mesmas, surgem problemas Da mesma forma que se veri-
FIGURA 1-4
de carga e a velocidade das ope- fica com a porta NE, a porta

45 NOVA ELETRÔNICA 459


9
Entradas Saída Entradas Saída

A B E NE D E ou NOu
A.B A.B=C D+E D+E -- F
o o o 1 o o o 1
o 1 o 1 o 1 1 o
1 o o 1 1 o 1 o
1 1 1 o 1 1 1 o

FIGURA2-4 FIGURA3-4 FIGURA4-4

NOU(NOR) é um elemento lógi- irão se comportar como simples «O» e «O». A saída será:
co aperfeiçoado para executar inversores. Combinando as por- a. «O» binário
funções lógicas de decisão. O tas NE e NOU com inversores b. «1» binário
termo NOU (NOR) é uma contra- externos, podemos realizar as
ção da expressão «NÃO OU» (ou operações E e OU. 4. A equação de saída de
NOT OR). A porta NOUé, portan- uma porta NE é igual a:
to, um circuito que combina a Pequeno teste de revisão a. C =A. B
função lógica de uma porta OU b. C =A+ B
1. As portas NE (NAND)/NOU c. C =A. B
com um inversor. (NOR) são usadas mais freqüen-
A figura 3-4 é a represen- d. C =A+ B
temente que os circuitos sim-
tação lógica da porta NOU; note ples E(AND)/OU (OR), porque: 5. A equação de saída de
que a expressão de saída é a a. As portas NE/NOU podem uma porta NOUé igual a:
função OU (OR) invertida. também realizar operações a. F =D+ E
A operação lógica da porta E/OU. b. F = D. E
NOU é ilustrada pela tabela da c. F = D. E
b. As portas NE/NOU são meno-
verdade da figura 4-4; a saída da
porta NOU é simplesmente o
res e mais baratas. d. F =D+ E
c. As portas NE/NOU são auto-
complemento da saída da porta reforçadas (self-buffered). Respostas
OU. d. As portas NE/NOU não podem 1. (e) - As portas NE/NOU
Assim como em qualquer realizar a função NÃO, NEGA- são auto-reforçadas (self-buffe-
porta lógica, as portas NE e DO. red), o que permite maiores velo-
NOU podem ter duas ou mais cidades e cargas razoáveis. São
2. Uma porta NE, de três en-
entradas, dependendo da aplica- mais versáteis que as portas
tradas, tem entradas «O», «1» e
ção e podem ser utilizadas para E/OU simples, daí serem usadas
«1». A saída será:
realizar qualquer uma das três mais freqüentemente.
a. «O» binário
funções lógicas básicas. Por .
b. «1» binário
exemplo , ligando em curto to- 2. (b) - «1» binário. A saída
das as entradas, tanto da porta 3. Uma porta NOU, de quatro de uma porta NE é igual a «O» bi-
NE como da porta NOU, elas entradas, tem entradas «1», «O», nário, se, e somente se, todas as

A---< C•AB Entradas Entradas Saída


B---1 invertidas NE

X y A B e
1 1 o o 1
1 o o 1 1
D
•D
F E= E
o 1 1 o 1
E
o o 1 1 o

FIGURAS-4 FIGURA6-4

460 NOVA ELETRÔNICA 84


mo mostra a figura 7-4. Os ínver-
sores apenas complementam os
sinais de entrada, efeito ilustra-
do na tabela da verdade da figu-
e ra 6-4.
Os sinais de entrada aos in-
versores são denominados X e Y;
observe que eles são os comple-
mentos dos sinais A e B, respec-
FIGURA 7-4 tivamente. Considerando os
dois inversores e a porta NE co-
entradas forem «1»binário.Com to de uma inversão é cancelado mo um único circuito composto,
um nível «O» binário, em qual- pelo efeito de uma segunda; as- as entradas X e Y, ao invés de A
quer uma ou mais de uma entra- sim, vimos, colocando em série e B; a saída C permane_cerá a
da, a saída é «1» binário. um número par de inversores, mesma.
anularemos sempre a função de Observando a tabela da ver-
3. (a) - «O» binário. A saída inversão. dade da fig. 6-4, e tendo em men-
de uma porta NOU é igual a «O» te a mudança efetuada,
binário se qualquer uma ou mais A figura 5-4 mostra como as podemos agora analisar a
de uma entrada apresentar o ní- operações E e OU são obtidas, função lógica do circuito. Não
vel «1» binário. com o auxílio de portas NE e levando em conta a ordem das
NOU. Vejamos, agora, como ob- combinações de X e Y e também
4. (c) - C = A . B é a expres- ter uma função OU através de as entradas A e B, note o estado
são de saída empregada para uma porta NE e uma função E, de saída, para cada um dos esta-
uma porta NE. através de uma porta NOU. dos de entrada. É fácil verificar
5. {d) - F = D + E é a ex- que o circuito produz a saída
Já foi mencionado que qual- «1», toda vez que o nível «1» é
pressão de saída empregada quer uma das três funções lógi-
para uma porta NOU. aplicado a qualquer uma ou am-
cas básicas - E, OU e inversão bas as entradas; por definição,
- pode ser realizada, tanto por isso corresponde á função lógi-
COMO SÃO UTILIZADAS AS uma porta NE, quanto por uma
PORTAS NE(NAND)/NOU(NOR)
ca OU.
NOU. Acabamos de ver a manei- Como pudemos observar, a
As funções lógicas E(ANO) e ra de conseguir as funções E e função OU pode ser obtida, atra-
OU (OR) podem ser realizadas li- OU a partir das portas NE e NOU, vés de uma porta NE, com a in-
gando-se inversores na saída simplesmente invertendo a saí- clusão de inversores em cada
das portas NE e NOU, respecti- da. Para se obter as outras fun- entrada.
vamente . Já que as funções NE ções lógicas, utiliza-se inverso-
e NOU são, simplesmente, com- Do mesmo modo, ao utilizar-
res nas entradas.
plementares das operações bá- mos inversores na entrada de
sicas E e OU, é lógico assumir A figura 6-4 apresenta a tabe- uma porta NOU, é possível con-
que podemos obter portas E e la da verdade para uma porta NE; seguir uma função E. A figura 8-
OU a partir das portas NE e as entradas são representadas 4 ilustra a tabela da verdade de
NOU, com o acréscimo de um pelas letras A e B, e a saída, pela uma porta NOU, onde as entra-
inversor , apenas. letra C. Consideremos, agora, o das são D e E e a saída é F. Con-
efeito de acrescentar um inver- sideremos, então, inversores
Como foi estabelecido no conectados à entrada da porta
capítulo sobre inversores, o efei- sor a cada uma das entradas; co-
NOU e que as novas entradas
são denominadas L e M, tal co-
mo aparece na figura 9-4. Os es-
tados invertidos (ou comple-
mentares) de entrada serão
Entradas Entradas Saída L D
iguais aos indicados na tabela
invertidas NOU da verdade da fig. 8-4. Se inter-
M E
pretarmos a função lógica do
L M D E F circuito composto, em que as
1 1 o o 1 entradas são L e M, e a saída, F,
1 o o 1 o L L·M iremos verificar, estudando a ta-
o 1 1 o o bela da verdade, que estamos
o o M-
1 1 o diante de uma função E. Note
que a única vez em que a saída F
apresenta um nível «1» acontece
FIGURA 8-4 FIGURA 9-4 quando ambas as entradas L e M
estão no nível «1»; por definição,

46 NOVA ELETRÔNICA 461


1
7 ---UJ.
ACNAl BCNAl CNAl

- 1
:1
1
C=A •B
. 1 F=D+E
1

- 1

l
A B
FIGURA 11-4 D E
FIGURA 10 - 4

esta é a função lógica E. De 7. Quando utilizamos inver- Respostas


acordo com a fig. 9-4, uma porta sores na entrada de uma porta 6. (a) - Verdadeira
NOU, com inversores na entra- NOU, qual é a função lógica rea-
7. (a) - E
da, executa a função E. lizada pelo circuito?
a.E 8. (b) - OU
De acordo com o que vimos, b.OU
qualquer uma das três funções c. NE 9. (c) - Interligando todas as
lógicas básicas pode ser realiza- d. NOU entradas. Aplicando o mesmo si-
da pelas portas NE e pelas por- e. NÃO nal a todas as entradas, tanto de
tas NOU, igualmente. Por esse um circuito NE,como de um cir-
motivo, circuitos digitais intei- 8. Qual a função lógica obti- cuito NOU, teremos um circuito
ros podem ser construidos com da, ao utilizarmos inversores na NÃO, ou função complementar.
um só tipo de porta; a escolha é entrada de uma porta NE? 10. (c) - Qualquer um. As
arbitrária e fica a cargo do proje- a. E portas NE e NOU podem ser uti-
tista, estritamente. b.OU lizadas para formar um circuito
c. NE lógico completo.
Há casos, contudo, em que d. NOU
portas NE e NOU são mistura- e. NÃO
das, no circuito. Como veremos CIRCUITOS LÓGICOS PRÁTICOS
mais tarde, há alguma economia 9. Podemos usar as portas Agora que completamos o
de circuito quando portas NE e NOU e NE como inversores, bas- estudo dos tipos de circuitos ló-
NOU são combinadas. Basta tando , para isso: gicos de uso mais comum em
lembrar, no entanto, que qual- a. Inverter a saída equipamentos digitais, vamos
quer função lógica pode ser rea- b. Inverter as entradas dar uma olhada em algumas for-
lizada a partir das portas NE ou c. Interligar as entradas mas típicas de se construir es-
NOU. d. Ligar em série com um núme- ses circuitos lógicos.
Pequeno teste de revisão ro par de circuitos
Existem várias maneiras di-
6. Uma porta NE ou NOU po- 10. Qual é a porta preferida ferentes, elétricas ou mecâni-
de realizar qualquer uma das para construir um circuito a par- cas, para se obter as caracterís-
três funções lógicas básicas: E, tir de um só tipo de porta? ticas específicas dos vários ti-
OU e NÃO. a. NE pos de elementos lógicos. Aqui,
a. Verdadeiro b. NOU neste capítulo, veremos as
b. Falso c. Qual(luer um diversas formas mais comuns
de obtenção de elementos lógi-
cos digitais.
(N Fl
1 1S'
Relés e interruptores

J. As três funções básicas - E,


OU e NÃO - podem ser facil-

l mente reproduzidas através de


contatos de relés e interrupto-
res. Como exémplo, a figura 10-4
mostra uma porta E feita com re-
lés; neste caso, os contatos nor-
malmente abertos (contatos nor-
A malmente abertos ou NA. de um
FIGURA 12 - 4 relé, são contatos que ficam
abertos quando a bobina do relé

462 NOVA ELETRÔNICA 86


não está energizada, isto é, Aplicando agora uma tensão completos, como as portas de
quando não está sendo atraves- equivalente ao nível «1», á bobi- diodos e os inversores descritos
sada pela corrente) de dois re- na do relé, energizaremos o na lição passada.
lés, denominados A e B, são li- mesmo e faremos com que abra
Durante muitos anos, os cir-
gados em série com uma bateria seu contato, o que provocará o
cuitos lógicos digitais foram rea-
e uma lãmpada. apagamento da lâmpada, indica -
lizados pelos componentes
Nesse circuito, um contato ção de nível «O».
discretos, pois ofereciam di-
de relé fechado e uma lâmpada
Esses circuitos de comuta- mensões reduzidas, desem-
acesa representam o nível «1»;
ção com relés podem ser combi- penho elevado e um consumo
por outro lado, um contato aber-
nados de várias formas, a fim de razoável. Entretanto , hoje em
to e uma lâmpada apagada re-
realizar qualquer função lógica. dia, esses componentes são
presentam o nível «O». E uma
Os interruptores operados empregados muito raramente;
tensão igual a O volts quer dizer
manualmente podem substituir assim como aconteceu aos re-
o nível «O», enquanto uma ten-
os contatos de relé, em algumas lés e interruptores mecânicos,
são positiva, significa o nível
aplicações. eles foram substituidos por ele-
«1», na bobina do relé. Você po-
mentos lógicos de melhor de-
de observar que, para qualquer
Hoje em dia, os relés e inter- sempenho, dimensões ainda
uma das quatro combinações
ruptores não são utilizados com menores, e menor custo.
possíveis de entrada, existe ape-
nas uma em que a lâmpada fica muita freqüência em circuitos
Você poderá encont rar, ain-
acesa. Caso um ou ambos os re- lógicos, pois dão origem a siste-
da hoje, circuitos lógicos consti-
lés não sejam energizados, seus mas muito volumosos, de opera-
tuídos por componentes discre-
contatos ficarão abertos e a cor- ção lenta e grande consumo de
tos em aplicações de alta potên-
rente não chegará à lâmpada. energia. Não são práticos, em
cia, ou em equipamentos inte-
No entanto, se aplicarmos resumo, para a maioria das apli-
grados.
uma tensão às bobinas dos dois cações (os mais antigos equipa-
relés, os dois contatos fecharão, mentos digitais, incluindo os Circuitos integrados
e o nível «1» (lâmpada acesa) computadores, foram construí-
aparecerá na saída. Os contatos dos com relés). O circuito integrado (tam-
A e B devem estar fechados para Atualmente, contudo, bém chamado de CI) é um ele-
que a lâmpada acenda (os conta- muitos outros tipos de circuitos mento semicondutor, que com-
tos em série realizam, geralmen- lógicos estão disponíveis, com bina transístores, diodos, resis-
te, a função lógica E). significantes vantagens, em re- tores e capacitares, numa forma
A figura 11-4 apresenta uma lação aos relés. Apesar disso, ultraminiaturizada , em uma úni-
porta OU feita com relés; os con- existem ainda algumas poucas ca «pastilha» (chip, em inglês)
tatos normalmente abertos, nes- aplicações práticas para relés e de silício. Os avanços da tecno-
te caso, são ligados em paralelo. interruptores, em circuitos lógi- logia permitiram aos fabricantes
Pode-se ver que, quando uma cos. Em alguns sistemas pesa- de semicondutores, projetar,
tensão correspondente ao nível dos de controle industrial, por desenvolver e produzir circuitos
«1» é aplicada a uma ou ambas exemplo, onde a velocidade e o eletrônicos inteiros em «peda-
as bobinas dos relés, os conta- consumo não são fatores impor- ços» de silício que medem,
tos D ou E, ou ambos, fecharão e tantes, os circuitos lógicos are- normalmente, menos de um dé-
irão fornecer, em conseqüência, lé podem manipular operações cimo de polegada quadrada.
tensão à lâmpada, que represen- de alta potência, com grande Tais circuitos são, não somente
ta, como se sabe, o nível «1» confiabilidade. Há também muito menores em tamanho, em
(contatos ligados em paralelo outras aplicações, onde a opera- relação aos componentes dis-
executam, normalmente, a ção mecânica dos interruptores cretos, mas oferecem também
operação lógica OU). permite a intervenção manual no inúmeros benefícios.
Na figura 12-4, temos um in- circuito, o que é desejável, em
versor lógico a relé; utilizamos, alguns casos. Pelo fato de serem produzi-
aqui, um relé com os contatos dos em massa, seu custo é bas-
normalmente fechados (NF), ao Circuitos lógicos com o tante inferior ao dos componen-
contrário dos casos anteriores. uso de componentes discretos tes discretos; muitos deles apre-
Aplicando O volts (ou seja, o ní- Um circuito lógico constituí- sentam um consumo reduzidís-
vel «O») à bobina do relé, este do por componentes discretos é simo; a maior vantagem, talvez,
não é energizado e o contato um elemento lógico construído seja a eliminação das ligações
permanece fechado, represen- por meio de componentes ele- entre os vários elementos de um
tando o nível «1». Isto faz com trônicos invididuais , tais como circuito (pois, quando utiliza-
que a lâmpada seja conectada á transístores, diodos, resistores, mos componentes discretos, es-
bateria, que a faz acender (as- capacitares, etc. Esses compo- tes devem ser fisicamente inter-
sim, vemos que com uma entra- nentes são montados e interliga- ligados , num circuito impresso,
da «O», temos uma saída «1»). dos de modo a formar circuitos e depois testados).

46 NOVA ELETRÔNICA 463


3
No caso dos circuitos inte-
J CN Al
grados, todo o circuito, com to-

r-- -
CN Al
dos os seus componentes, é fa-
W X Y
bricado de uma só vez. Os cus-
tos de produção são reduzidos e
a confiabilidade é aumentada.
Os circuitos integrados exis-
tem há 15 anos; nesse curto es-
- z LCNFl
paço de tempo, foram feitos
avanços significativos, pois a
complexidade e a sofisticação
dos mesmos elevaram-se ex-
traordinariamente, enquanto
l -i- M

seus preços baixaram. Hoje em FIGURA 13-4 FIGURA 14-4


dia, com o auxílio das técnicas
de circuitos integrados, é possí- Pequeno teste de revisão Respostas
vel confeccionar os simples ele- 11. Escreva a equação lógica 11. Z =W.X.Y
mentos lógicos básicos, assim do circuito lógico a relé da figu-
como integrar completamente ra 13-4.
12. M = J +K+[
os vários circuitos combinacio- 13. Ver figura 15-4
nais e seqüenciais. 12. Escreva a equação lógica
do circuito da figura 14-4. 14. Ver figura 16-4
Integração em pequena es- 13. Desenhe o esquema lógi- 15. (d) - Alta potênc•a
cala (SSI - small scale integra- co, a relé, para a função J = LK. 16. (a) - SSI (small scale in-
tion) é o nome dado ás técnicas tegration ou integração em pe-
14. Desenhe o esquema lógi- quena escala).
que permitem a confecção de
col....a relé, para a função D = A.B
circuitos integrados que reali-
zam as funções lógicas básicas,
+C. EXAME GERAL
tais como portas NE, NOU e «flip- 15. Alguns circuitos lógicos, PARA AS LIÇÕES 3 E 4
flops». utilizando componentes discre- O objetivo deste exame é o
tos e relés, ainda são emprega- de ajudá-lo a rever os pontos-
Circuitos funcionais com- dos em certos casos onde é pre- chave desta lição e da lição an-
pletos, do tipo combinacional ciso: terior. Os problemas foram «bo-
ou seqüencial, são geralmente a. alta velocidade lados» para verificar a assimila-
chamados de circuitos in- b. baixo custo ção e a compreensão da
tegrados de média escala (MSI c. pequeno volume matéria, fazendo com que você
- medium scale integrated cir- d. alta potência aplique o que aprendeu.
cuits). O exame é menos um teste
16. As funções lógicas NE, que um método de aprendiza-
No entanto, a tecnologia NOU e outras funções básicas, gem; seja honesto com você
atual permite uma maior flexibi- são chamadas de: mesmo e trabalhe bem cada
lidade. Já existe a possibilidade questão, antes de conferir ares-
de se construir circuitos e sis- a. SSI
b. MSI posta.
temas completos em uma só
«pastilha»; por exemplo, um c. LSI 1) - As portas lógicas são li-
computador digital completo d. discretos gadas normalmente para formar
pode ser obtido num único inte-
grado. Tais circuitos são deno-
minados circuitos integrados de LCNAl KCN Fl
larga escala (LSI - large scale A(NAl BCNAJ
- ;...... --;
integrated circuits).

Nos dias atuais, a grande


rJ
parte dos equipamentos digitais
é realizada com circuitos inte-
-- C CN Fl

grados; existem poucas aplica-


ções onde outras opções sejam
necessárias ou desejáveis. No
decorrer do nosso curso, dare-
l
mos prioridade aos circuitos in-
tegrados, sua operação e aplica- FIGURA 15-4 FIGURA 16-4
ções.

464NOVA ELETRÓNICA 88
Entradas Saída Entradas Saída Entradas Saída
A B c A B c A B c
ov ov
ov +5V
+5V ov
+5V +5V

TABELA DE TENSÕES LÓGICA POSITIVA LÓGICA NEGATIVA


FIGURA 17- 4 FIGURA 18-4

elementos lógicos fu nc io nai s, 5) - Qual é a função lógica a.A B c B.A BC c . A Bc


chamados circuitos _ realizada pelo circuito da figura O 1 1 OO1 1 1 1
19-4? 1 O1 O 1O ooo
2) - Desenhe os símbolos a. E 1 1 1 1 OO 1 OO
lógicos padrão para as portas E,
NE, NOUe para o inversor.
b.OU ooo 1 1 O O 1O
c. NE d.ABC e.A c
3) - Assumindo os níveis ló- d. NOU OO1 O 1
gicos de O V e 5 V, analise a ope- O 1 1 1 O
ração do circuito lógico da figu - 1 O 1
6) - O sistema de ignição de
ra 17-4; desenvolva, em seguida, 1 1 O
um automóvel é feito de tal for-
a tabela da verdade das tensões ma, que o motor só pode partir
para o mesmo. Determine a 8) - Qual é a função lógica
se as portas estiverem fecha- realizada pelo circuito da figura
função lógica executada pelo
das, os cintos ·de segurança 20-4?
circuito, utilizando lógica positi-
va e depois, lógica negativa; fa- apertados e a chave ligada. Qual a.E
ça uso de tabelas do tipo da a função lógica representada, b.OU
figura 18-4, para os três casos. neste caso? c. NE
Função lógica: a.E d. NOU
com lógica positiva - _ b. OU 9) - Analise a operação da
com lógica negativa - _ c. NE porta lógica a diodos da figura
4) - Ao lado de cada uma d. NOU 21-4; assumindo níveis lógicos O
das equações lógicas abaixo, V e 5 V. Desenvolva uma tabela
escreva qual á a função lógica e. NÃO (inversora) da verdade e determine a função
representada lógica, de acordo com a lógica
a. G = N + M _ 7) - Ident i fiq ue, em cada positiva e com a lógica negativa;
b. H = J.K.L._ _ _ _ _ _ _ uma das tabelas da verdade utilize tabelas iguais à da figura
c. A =§ - - - - - - - - abaixo, a função lógica repre- 22-4.
d. Q=R.S.._ _ _ _ _ _ _ sentada. Em todos os casos, A e Função lógica:
e. CLR = PB + RST _ B são as entradas e C é a saída. com lógica positiva- _

12 V

FIGURA 19 - 4 D
)1---+ ----- ci F

FIGUHA 20-4 FIGURA 21-4

89 NOVA ELETRÔNICA 465


com lógica negativa - _

10) Um sistema de alarme re-


sidencial é projetado de forma a
tocar uma sirene, caso surja
uma das seguintes situações: Entradas Saída Entradas Saída Entradas Saída
abertura das portas da frente ou D
D E F E F D E F
dos fundos , de qualquer janela
ou da porta da garagem. Qual a ov ov
função lógica representada? ov -5V
a. E -5V ov
b.OU -5V -5V
c. NE
d. NOU TABELA DE TENSÕES LÓGICA POSITIVA LOGICA NEGATIVA
e. NÃO (inversora) FIGURA22-4

11) - Escreva a equação ló-


gica do circuito lógico, a relés, K4CNA)

r
da figura 23-4.
K1CNAl K2(N Fl K3CNA>
12) - Desenhe o esquema
lógico do circuito de portas de KS(N Al
diodos da figura 24-4 , empregan-
do, ao invés dos diodos , os sím- K6CNF>
bolos padrão das portas lógicas.

13) Um circuito lógico tem 5


entradas; quantas possíveis
combinações de entrada podem
existir?
I L

FIGURA23-4
a.2
b.4
c.5
d. 16
e.32

14) - A figura 25-4 mostra ní- +12


veis de tensão aplicados a uma
porta E e a uma porta OU; dê a
saída para cada uma delas:
Saída porta E ------------------- -
Saída porta OU - - - - - - -

Respostas do exame +12


1) - Combinacional
2) - Veja a figura 26-4.
3) - Na porta lóg!ca da fig. 17-
4, com ambas as entradas em O
volt, os dois diodos serão cor-
tados e a saída ficará em «O».
Com uma entrada em O V e a ou- -12
tra em + 5 V, o diodo associado
aos + 5 V conduzirá; o outro dio-
do permanecerá cortado. A saí-
u
da, portanto , será de + 5 V, me-
nos a tensão de queda sobre o
diodo.

Com ambas as entradas em


+ 5 V, os dois diodos conduzi- FIGURA 24-4
rão, e a saída será de + 5 V. Sua

466NOVA ELETRÔNICA
90
tabela da verdade deverá estar
igual à da figura 27-4a; as tabe-
las da verdade para a lógica po-
A sitiva e para a lógica negativa
o são dadas pelas figuras 27-4b e
ENTRADAS 27-4c, respectivamente. Esses
1
B
circuitos realizam as funções
o OU positiva e E negativa.

SAIDA 4)-
E A. G = N + M - NOU
b. H = J.K.L - E
SAIDA
c. A= B - NÃO (inversor)
ou d. O= R.S- NE
FIGURA25-4 e. CLR =PB+RST - OU

5) - (d) - NOU. A porta NE


E OU
n.0 3 e os inversores nºs. 1 e 2
formam uma porta OU; o inver-

=D=[) sor n.0 4 converte esta porta para


NOU.

6) - (a) - E. A ignição só
permite a partida do motor, se as
portas estiverem fechadas E os
cintos apertados E a chave de
ignição ligada.

7)-
F1GURA26-4 a. OU
b. NOU
c. E
d. NE
e. NÃO

Nota: Nesta questão, a se-


A B e A B e A B e qüência das entradas é irrele-
ov ov ov o o o 1 1 1 vante; 3. tabela da verdade deve
ov +5V +5V o 1 1 1 o o ser analisada em termos da saí-
+5V ov 5V 1 o 1 o 1 o da procluzida pelas várias condi-
+5V +5V +5V 1 1 1 o o o ções do entrada, apenas.
TABELA DE TENSÕES OU POSITIVA E NEGATIVA 8) -- (c) - N E. A porta NOU
n. 7 e os inversores nºs. 5 e 6
0

FIGURA27-4
formarr uma porta E; o inversor
n.0 8 trnnsforma-a em uma porta
NE.

9) - No circuito de portas a
diodos da fig. 21-4, se ambas as
entrada, . estiverem em O V, os
D E F D E F D E F dois diodos irão conduzir e a saí-
o da será de O V. Se uma das entra-
ov ov 1 1 1 o o o das for 1) V, os dois diodos irão
ov - 5V ov 1 o 1 o 1 o conduzir e a saída será de O V.
-5V ov ov o 1 1 1 o o Se uma das entradas for O V e a
-5V -5V -5V o o o 1 1 1
outra, -5 V, o diodo associado
TABELA DE TENSOES OU POSITIVA E NEGATIVA com a entrada O V irá conduzir, e
o outro, será polarizado reversa-
FIGURA28-4 mente; deste modo, a saída
apresentará os O V.

91 NOVA ELETRÔNICA 467


Se ambas as entradas estive-
rem em -5 V, os dois diodos Q
conduzirão, e a saída será de -5 R --- l QR
V. A tabela da verdade das ten-
sõesaparece na figura 28-4a; as
tabelas da verdade, para a lógica V· QR+STU
positiva e para a lógica negativa, s
aparecem nas figuras 28-4b e 28-
4c, respectivamente. Este cir- STU
cuito realiza as funções OU FIGURA29-4
positiva e E negativa.

10) - {b) - OU. A sirene to-


cará, se for aberta a porta da A
frente OU a porta dos fundos OU -O
as janelas OU a porta da garagem. ENTRADAS
1
B
11)
o
L = K1.K2.K3.(K4 + K5 + K6)

12) - Veja afigura 29-4. SAIDA


E O
13) - (e) - 32. Com 5 entra-
das, temos 25 = 32 c om binações SAIDA
possíveis na entrada.
ou o
FIGURA30-4
14) - Veja a figura 30-4.

ALFATRONIC
CONECTORES COAXIAIS
MINIATURA, SUBMINIATURA E MICROMINIATURA
PARA UHF e S.H.F.

SULECTRO
SMA - SMB - SMC - BNC - N
CONHEX - NANOHEX - KWICK - KONNECT
DE ACORDO COM A MIL - C - 39012
ALFATRONIC - IM P. EXP. RE PR.LTOA - Av . Rebouças, 1498- São
Paulo - CEP 05402
TEL. PBX 282-0915 - 280-3520 - 280-3526 - Telex (011) 24317
Revista n.0 9
No artigo da Super Fonte Regulada, pág. 258/10;
Os resístores R3 e R7 são de ½ W e não¼ W.
Os diodos D1.e D2 são os 30S2, e não 1N 4001.
-. CURSO

: ó.
, DE -
- ·· •
. .
1/
AUDIO

•• '
- -.-· . ..
, ' '-'''
'
"
lJ1•' ' :...:

• ....
:.

CLÁUDIO CÉSAR DIAS BAPTISTA


Cá estou com a penúltima li-
ção do Curso de Áudio...
Agora, sem o peso da Admi-
nistração da Editele sobre os
ombros, sinto-me retornando ao
ALF A, ao chegar ao OMEGA...
Tudo torna a ser como no
princípio, quando apenas escre-
via artigos e você os lia e estuda-
va.
Agora, uma nova consciên-
INTRODUÇÃO cia existe, no entanto. Um curso
está praticamente editado; voc ê,
sabe mais sobre áudio; eu, sei
mais sobre você e sobre revistas
de eletrônica.
De volta ao sistema anterior
de vida, sinto-me mais à vontade
e com mais tempo para atendê-
lo melhor neste curso e nos que
deverão se seguir.
Vamos lá, pois! Um novo,
excitante e já prometido assun-
to nos aguarda para esta lição.

472 NOVA ELETRÔNICA 96


"INCLUI DIMENSÕES DE UM ABSORVEDOR
•· .............

· ACÚSTICO PRÁTICO QUE


VOCÊ PODE CONSTRUIR.''


• •·
ACÚSTICA! Descreverei regras gerais ção o som reproduzido ao ar li-
Não é preciso repetir a enor- sobre o tratamento acústico e vre, o qual, este sim é reproduzi-
me importância da acústica ao principalmente, um absorvedor do com a máxima aproximação
se pensar em sistemas de som. acústico muito prático. do original. Na prática, porém,
O ambiente onde se instala os absorvedores acústicos não
um sistema de som é tão impor- TRATAMENTO ACÚSTICO absorvem por igual a todas as
tante quanto o próprio sistema, Para reproduzirmos um som freqüências, mas sim, possuem
quando se deseja considerar os tal como o original gravado, não uma curva de absorção como,
resultados finais, da produção deveríamos ter, teoricamente, por exemplo, da figura 1-A. O
ou reprodução sonora. um ambiente que refletisse atra- resultado é que a sala assim tra-
vés de suas paredes e objetos, o tada apresentará uma resposta à
Fazer, em espaço tão curto som proveniente das caixas reverberação das freqüências
quanto uma lição deste curso, a acústicas reprodutoras. como a da figura 1-B, saindo pior
explicação de todo o estudo que a emenda que o soneto.
envolve a acústica de ambientes O amador menos avisado,
e a acústica arquitetônica é im- Muitas vezes, o som antes
muitas vezes levado por raciocí- do tratamento era mais natural.
possível ou, pelo menos, ineficaz. nio correto, mas talho em infor- Eu mesmo já gastei um bocado
Escolherei, ao tratar da acús- mações básicas, tende a tentar de dinheiro e tempo enchendo
tica, como tem sido meu critério imitar este ambiente teorica- paredes de absorventes acústi-
no curso de áudio, a abordagem mente não refletor, colocando cos desse tipo mais comum,
prática, o que resolverá realmen- absorventes acústicos comer- que a ética me impede de men-
te grande quantidade de proble- ciais pregados diretamente so- cionar, e que se usa sempre nos
mas para grande número de pes- bre as paredes, ou sobre peque- forros dos escritórios (veja bem,
soas e, quando estudada e apli- nos caixilhos nas paredes e teto não é o absorvedor que não
cada com bom senso, permitirá do recinto que utilizará para au- presta...).
resultados de nível «profissio- dição sonora. Este procedimen-
nal» para amadores. to, pensa ele, imitará com pertei- As freqüências graves, para

47 NOVA ELETRÔNICA 473

3
serem absorvidas, necessita -
riam absorvedores de espessura
aproximadamente igual a um
A
quarto do seu comprimento de
onda. Imagine como ficaria sua
sala com uns dois metros e
meio de absorvedores pregados
nas paredes (talvez sumisse a
sala).
Supondo que a sala esteja
construída e não se possa
mexer nas paredes, é mais racio-
nal tratarmos de absorver ao má-
ximo os sons graves e as demais
freqüências de uma maneira mé-
B
dia e sempre absorvendo por
igual a todas as freqüências.
Passo a descrever três tipos
básicos de absorvedores acústi-
cos.

ABSORVEDORES ACÚSTICOS
Absorvedores Macios
Estes são materiais porosos
que são aplicados às paredes;
sua ação depende da perda da
energia sonora enquanto o ar vi- GRAVES AGUDOS
500Hz
bra nos interstícios da espuma,
lã de rocha, ou o que for. FIGURAI
Este método funciona muito
bem para médios e agudos, mas
seria necessário um metro de RESSOADORES DE HELMHOLZ conseguiram reduzir ressonân-
espessura para absorver os gra- Cavidades que são abertas cias de 30 ciclos existentes en-
ves. É claro que iria ser perdido ao ar por um fino tubo, ressoam tre as paredes . Não podia colo-
muito espaço neste caso. a determinadas freqüências. Se car móveis grandes próximos às
o interior for preenchido com aberturas, pois alteravam os res-
Estou falando de salas para material absorvedor macio, elas soadores.
reprodução de som; para grava• irão absorver aquela freqüência. ABSORVEDORES
ção , não se deve usar mais ab- A absorção de som de baixa DE MEMBRANA
sorção do que o necessário para freqüência de largo espectro, São muito usados para traba-
cada tipo de programa, pois are- pode ser conseguida com ban- lhar com as baixas freqü ênc ias,
verberação é interessante e cos de tais ressoadores, mas, mas os próprios ressoadores po-
necessária, em diferentes graus, apesar de dar bons resultados, dem tornar-se problemáticos.
para música pop, música sin- esta é uma técnica especializa- Funcionam de maneira simples:
fônica, vozes , música sacra, etc. da e não tem tido larga aceita- uma membrana de determinado
Muitos tipos de absor- ção. É útil, no entanto, para re- material, por exemplo, papelão,
vedores são encontrados no solver problemas de ressonân- é colocada num lugar sobre um
mercado, com espessuras ao re- cias entre paredes paralelas em espaço de ar. O material se mo-
dor de 2 cm, suficientes para estúdios. Não deve ser superes- ve com a onda sonora como um
sons médios. timada esta técnica, devido a pistão, mas seu movimento é
que os ressoadores devem ser amortec id o; portan to , aquela
O controle das freqüências colocados em lugares deter- energia de baixa freqüência é
altas, para as quais a absorção minados. que poderiam ser ocu- perdida. É muito difícil conse-
pode ser excessiva , é feito por pados por equipamentos do guir resultados usando esta téc-
meio de perfuração dos absorve- estúdio. nica.
dores. Com 5% de perfuração ,
muitos dos agudos vão ser refle- Eu, part ic ularm ente , obtive UM ABSORVEDOR PRÁTICO
tidos. Com 25%, muitos serão sucesso usando este método USADO EM
absorvidos. Diferentes superfí- em minha sala de som, escavan- ESTÚDIOS EUROPEUS
cies podem ser alternadas. do no chão ressoadores que Usa-se várias unidade s, cada

474 NOVA ELETRÔNICA 98


qual com um tamanho determi- deabsorvedor em superfícies re-
nado, 60 cm x 60 cm x 18 cm lacionadas a cada uma das três
de profundidade. São muito fá- dimensões (largura, comprimen-
ceis de construir e instalar, po- to e altura da sala).
dendo ser feitos por empreitei-
2. ª - Assegure-se de que ne-
ros de construção, sem supervi-
são de engenheiro em acústica, nhuma superfície, por pequena
ou pelo próprio leitor. que seja, fique sem tratamento
acústico, em frente e paralela.ou
Uma determinada resposta não. a outra superfície; não es-
pode ser conseguida, furando- queça que uma superfície trata-
se a superfície de um mesmo da por uma determinada fre-
módulo padrão. que serve, por- qüência ou faixa de freqüências
tanto, para todos os casos, Gos- pode ser refletora e praticamen-
taria de receber correspondên- te não tratada.em relação a outra
cia de leitores que aplicarem o freqüência ou faixa.
método. 3. ª - Coloque os absorvedo-
res de alta freqüência á altura da
A caixa é feita de madeira
cabeça, em estúdios ou salas
compensada com fundo tam-
onde haverá voz falada na pro-
bém de madeira compensada; o do sua aplicação, sem ter que gramação. Para o chão de estú-
interior é repartido em quatro recorrer ao serrote, pregos, mar- dios de fala, o melhor é um tape-
compartimentos vazios, por divi- telo e semmachucar os dedos. te com forro por baixo, de prefe-
sores de papelão duro, de 15 cm
USANDO ABSORVENTES,
rência feltro grosso. Neste caso,
de profundidade. Sobre este es-
isto é, ABSORVEDORES o teto necessitará compensação
paço de ar, e imediatamente
para a absorção dos graves que
atrás da tampa da caixa, coloca- Ouándo se trabalha na acús-
não são afetados pelo tapete.
se 3 cm de la de rocha de alta tica de uma sala, ou estúdio ,
Assoalhos de tacos são bons
densidade. A tampa da caixa po- uma mescla de diferentes tipos
para o chão de estúdios de gra-
de ser de papelão duro perfura- de absorvedores deve ser usada.
vação e música «viva».
do ou outros materiais perfura-
dos. Se a área de perfuração é À proporção de som que é
absorvida · pelo absorvedor, a Não deixe de calcular ou ex-
muito pequena, ao redor de
uma determinada freqüência, perimentar na prática a existên-
0,5%, há um pico de ressonân-
chamamos coeficiente de absor- cia da mobília, principalmente
cia e absorção mais ou menos
ção. As qualidades de absorção estofados grandes. Não é racio-
a 90 H,z. Se a área perfurada é
de uma parede podem ser calcu- nal ajustar um estúdio vazio, pa-
grande, 20% ou mais, uma ab-
ladas, considerando-se a absor- ra depois então enchê-lo de mo-
sorção de larga faixa de freqüên-
ção total como a unidade. bília absorvente .
cias é obtida, perdendo eficiên-
cia a 100 ciclos e abaixo, porém. Para áreas pequenas e a de- Deixe, ao final de tudo, a preo-
Usando-se um grupo de cai- terminadas freqüências, os ab- cupação de lado; um problema
xas, com dois tipos de perfura- sorvedores podem ter um coefi- S? existe na prática, quando vo-
ção, é possível conseguir curvas ciente maior que a unidade. A ce o «ouve». Se tiver seguido as
de reverberação. explicação para esta aparente regras básicas e a reverberação
contradição é que o fenômeno é estiver baixa, provavelmente a
VoGê, a esta hora, deve estar causado por difração. Grandes difusão do som estará aceitável
esperando aquela ir:iterrupção objetos têm sido descritos co- e você pode, portanto, colocar a
normal no curso de Audio para mo o número de unidades de «ja- mobília na melhor forma, em
cafezinho, etc; pois seja. nelas abertas», ou seja, seu função da comodidade nas
equivalente em número de áreas de trabalho.
Enquanto curte alguma coi- metros quadrados de absorção
sa, vá fazendo um exercício de total querepresentam. O USO DE PAINÉIS
mentalizar a caixinha em funcio- Em função da gravação do
namento como se as ondas so- Cálculos feitos desta manei- som, cada tipo de programa
noras fossem visíveis; aliás, elas ra funcionam; porém, são com- deve ter um tipo de acústica
são realmente visíveis para plexos. Existem , entretanto, re- ambiente diferente e específica.
qualquer um que dê a devida im- gras práticas que podem ser Consegue-se isto com o uso de
portância aos processos subjeti- usadas até em trabalhos profis- painéis móveis, que permitem
vos da imaginação. Você poderá sionais, com excelente absorver ou refletir o som.
descobrir muito sobre o uso da resultado e servem, eviden- Existe um método freqüen-
caixinha, voltando-se para den- temente, para o amador. temente usado, que consiste em
tro de você mesmo e vivencian- 1. ª - Use algum de cada tipo um painel móvel de madeira, co-

47 NOVA ELETRÔNICA 475


5
berto de material absorvedor em
apenas um dos lados. Estes pai-
FIGURA2
néis têm duas possíveis fun-
ções; usando o lado absorvedor
voltado e próximo ao microfone ,
os agudos serão amortecidos;
com o lado liso voltado para o
microfone os agudos são enfati-
zados e o ambiente sonoro do
estúdio bastante reduzido pelo
lado absorvedor.
Em estúdios para musica
«pop», são usados painéis mó-
veis grandes, de madeira, que fi-
cam em pé sozinhos , em qual-
quer lugar.
Os painéis em geral produ-
zem os seguintes efeit os:
1. º - Existem distâncias
mais curtas entre as reflexões
do som no estúdio. Há, portanto , 1/4>.
mais reflexões e perda de ener- ABSORVERDORES DE SOM
Absorvedores de pequena espessura são eficientes apenas para ondas sonoras de freqúênc,as mais altas e curto
g a acústica em um determinado comprimento de onda.
tempo. O tempo de reverberação Painéis, por exemplo, com dois cm de espessura, são pobres absorvedores para quaisquer freqüências que não
sejam os agudos; não servem para os graves.
cai para o estúdio como um todo. Para maior eficiência, o absorvedor deve ser colocado a uma distância igual a 1/• do comprimento de onda.
Para encontra r ¼ do comprimento de onda divida 330 m por segundo pela freqüência que quiser chegar a absorver;
terá o comprimento de onda; ai basta dividir por quatro.
2.0 - O som de fontes dis- Por exemplo: para absorver graves até o bordão de uma guitarra, ou seja, 80 ciclos, será necessário absorver a até um
tantes é reduzido, mas o som metro de distância da parede.
que contorna os painéis geral-
mente sofre perda nos agudos.
UM CASO PRÁTICO mentos de som, caracteristic a-
3. -
0
Má colocação dos pai- Um de meus amigos, músico mente de freqüências médias.
néis pode introduzir coloração nas horas vagas, apesar de exce- Quanto ao contra-bai xo, no en-
no som. Dois painéis paralelos, lente músico, tem com alguns tanto , apesar de ser um Fender
entre os quais está o microfone , conhecidos um conjunto musi- modelo Jazz Bass, e o ampli fi c a-
produzirão uma onda estacioná- cal.onde estão presentes os ins- dor , um Ampeg de boa qualida-
ria que irá colorir o som. Estes trumentos eletri fic ados , eletrô- de, era impossível ouvi - ios
efeitos podem ser usados pro- nicos, de sopro e de percussão «seco s» e com nitide z. Fi z ver a
po sit ad am ent e, no entanto; que, com a aparelhagem de «vo- meu amigo que a caixa ac ústi ca,
mas, costuma-se fazê-lo colo- zes», lhe permite executar músi- pela sua própria constru ção, era
cando o microfone próximo a ca popular de diversos tipos , in- um sistema pouco amortecido,
um único painel. clusive rock. Como sempre feito para aproveitar ao máxim o
acontece, um dos maiores pro- o som dos alto -falant es em am-
4.0 - Para gravação de músi- blemas é o do local para ensaios. bientes grandes, usando propo-
ca, com microfones múltiplos, a O conjunto de meu amigo alu- sitadamente ressonâncias para
separação de um grande número gou um local, com uma sala co- obter efic iên cia; acresc ida essa
de fontes sonoras próximas mum, de tamanho suficiente ressonância , da s res son ânc ias
pode ser realizada mais efetiva- para os ensaios , mas um tanto produzidas no ambiente pelas
mente: em mono isto é impor- pequena. Diversos problemas refle xões sonora s nas pared es,
tante; em estéreo é essencial. têm surgido. O primeiro deles que não eram amort ecidas pela
foi o da reverberação excessiva lã de vidro , o res ultado era um
Deve-se ter, em qualquer es- nas paredes sem tratamento som de nível muito alto, mas de
túdio de gravação, alguns pai- acústico. Para tentar resolver o uma continuid ade incontr olável
néis por perto; eles geralmente prob lema, compraram mantas e sem qualquer destaque no de-
serão úteis , por exemplo , para de lã de vidro, que foram corta- dilhado das cordas. Um mar de
separar vozes de acom panha - das em tiras e pregadas a esmo , sons graves preen chia o ambien-
mentos fortes ou para reforçar o distantes umas das outras, nas te, im pos sibilitand o um bom
som de instrumentos de sopro, paredes. Notou-se alguma resultado no ensaio.
como a corneta, e também fazê- melhora na inteligibilidade das Foi compreendido pelo pes-
lo voltar para os músicos situa- vozes e das frases mais rápidas soal do conjunto que existe uma
dos mais atrás. das guitarras e demais instru - total dif erença entre execut ar

476 NOVA ELETRÔNICA 100


música em ambientes pequenos passando pelas menores frestas As passagens muito rápidas,
e em ambientes grandes e que o entre os vidros da janela, como. como frases comple xas , mais
ideal seria ensaiarem em local se nada lhes interceptasse oca- feitas para demonstrar virtuosis-
semelhante aos teatros onde fa- minho. mo, que por grande inspiração
riam seus shows. Compreender musical, deveriam ter menos no-
isto, no entanto, não resolve o Enquanto que os sons agu- tas com intervalos de tempo
caso, pois não podiam alugar dos são interceptados como se maiores entre elas, dando
um local maior. Fiz-lhes ver que fossem luz, bastando haver um margem à reverberação do am-
deveriam amortecer o som dos obstáculo relativamente peque- biente cair de nível. antes que a
graves do contra-baixo nos en- no, os sons graves agem como nota seguinte fosse emitida.
saios, desde colocando feltro se fossem pressão de ar, esca- Duetos ou solos e contra-solos,
nas próprias cordas do instru- pando pelas menores frestas. In- que acabavam em improvisos si-
mento, próximo ao cavalete, até formei-lhes ser a única solução multâneos entre sintetizador e
tratando o ambiente com as téc- vedarem a janela à passagem do guitarra , deveriam ser controla-
nicas que já mencionei para ar, em todas as frestas. Fizeram dos e acalmados para evitar que
amortecer sons graves. Na caixa isso e acabou-se o vazamento e um turbilhão de sons ininteligí-
acústica, não ·recomendei colo- a entrada de som. Um deles re- veis fizesse o cérebro da maioria
car material acústico amortece- solveu o problema da ventilação dos ouvintes desistir de inter-
dor, pois este tiraria de sintonia colocando um aparelho de ar pretar e separar de maneira
o pórtico que carregava acusti- condicionado com entrada e saí- compreensível os sons e os efei-
camente os alto-falantes e deve- da para dentro de outra sala, tos psicológicos que os músi-
ria continuar a fazê-lo.para amor- usando tubulação para evitar o cos desejavam transmitir.
tecer a ressonância dos cones ruído do aparelho.
dos mesmos. Fechar o pórtico, Eis que resolvidos os maio-
E verdade que, às vezes, é in-
mesmo enchendo a caixa de lã res problemas acústicos, pude- teressante esmagar o público
de vidro, não solucionaria, pelo ram ensaiar em paz. com uma avalanche sonora para
mesmo motivo, o problema. O libertá-lo e pô-lo a «viajar».
único meio seria usar uma caixa Dois meses depois. procura-
diferente, tipo suspensão acús- ram-me novamente e pediram- Quando isto é feito, no en-
tica, para os ensaios. Compreen- me que assistisse a um show de tanto, do começo ao fim do
deram que para amortecer efeti- seu conjunto para opinar a res- show, só algumas mentes privi-
vamente os alto-falantes, era peito do s.om. legiadas (ou aciduladas) conse-
necessária uma caixa acústica guem seguir a música. Eis pois
fechada e cheia de lã de vidro, Após o show. t1z-lhes notar que um estudo de dinâmica mu-
com volume interno muito me- diversos pontos altos em suas sical de um arranjo deve ser fei-
nor. Feito isto, os graves em ge- execuções que poderiam ter si- to também em função da rever-
ral na sala melhoraram bastante, do melhor apresentados ao pú- beração do ambiente, bem como
e pareciam paradoxalmente blico, se houvessem respeitado se pode concluir que música e
mais fortes por serem mais se- algumas regras sobre sonoriza- ambiente formam uma unidade
cos. É claro que foram necessá- ção, que exponho em artigo já indissolúvel.
rios mais alto-falantes em sus- redigido, mas ainda não publica- Uma boa colocação das cai-
pensão acústica, para obterem do pela Nova Eletrônica. xas acústicas , um bom estudo
nível suficiente para o contra- da relação das fases dos alto-fa-
baixo. O problema seguinte era Expliquei-lhes também que, lantes nos pontos de divisão de
duplo: o som do ensaio escapa- quando um ambiente não freqüências, aliados a um arran-
va peJa janela e perturbava os vi- tratado acusticamente, como o jo consciente dos efeitos acústi-
zinhos, enquanto que o ruído teatro onde realizaram o show, cos e psicológicos sobre o pú-
dos automóveis penetrava pelo não podia ser modificado em blico, levou o segundo show a
mesmo caminho perturbando o função do tipo de música que ali que assisti a um sucesso incom-
ensaio e algumas gravações seria apresentada, só havia uma paravelmente maior.
também ali realizadas. solução, que nenhum conjunto
meu conhecido adota, mas que Esta breve história ilustra co-
Um tanto desconfiados da
não é uma heresia musical ou ar- mo a acústica se reveste de im-
eficácia do tratamento acústico,
tística, como pode parecer à pri- portância, até mesmo para o mú-
vieram procurar-me, contando
meira vista. sico e por que motivos certas
que nem toda a lã de vidro, so-
músicas extremamente agradá-
mada às cortinas aplicadas à ja-
A própria música, em seu ar- veis de serem ouvidas, em repro-
nela, por idéia deles, resolvera o
ranjo, podia, mais facilmente, e dução de gravações feitas em
caso.
devia ser adaptada ao ambiente. estúdios, ou em linhas diretas
Expliquei-lhes que os sons Após muita «chiadeira» e dis- da mesa de som, em shows ao
graves atravessavam e contorna- cussão, acabaram concordando vivo, não fazem sucesso diante
vam o material ac_ú-stico. com a idéia. do público, imerso num ambien-

477 NOVA ELETRÔNICA 477


te às vezes extremamente rever- Luzes amortecidas, você Se você chegou a este pon-
berante como a maioria dos tea- lembrará ponto por ponto, du- to , terá uma feliz e mais que
tros brasileiros. rante o início da música, as mo- compensadora experiência que
Resta lembrar que não expo- dificações e os resultados obti- o encherá de novas energias pa-
nho verdades absolutas e que o dos, trabalhando sobre a maté- ra o início de novo ciclo de aper-
bom senso ou mesmo a intuição ria do equipamento sonoro, ob- feiç oamento na parte objetiva
podem ser melhores guias que servará o aumento da qualidade, de seu sist ema sonoro.
estas minhas palavras, em cer- na reprodução física das ondas
tas ocasiões. sonoras... Será hora de interrom- Na décima liç ão, e última, do
per então o procedimento objeti- Curso de Áudio , será apresenta -
EXPERIMENTO E CONCLUSÃO do a você, ainda que com espa-
vo e fazer algo que a própria ne-
Nona lição... Completa-se a cessidade do trabalho aplicado ço reduzido , o ponto chave para
enéada; é chegada a hora de por à matéria do equipamento pode- um novo passo no imenso terri-
novamente em evidência a parte rá ter roubado a você, tornando- tório do ÁUDIO. É o primeiro que
subjetiva do curso, ou seja, a
º semelhante a um osciloscó-
idéia que serviu de ponto de par- _ pio, sempre pronto a perceber
recebe em si a palavra, o sopro
do cantor e do instrumento mu-
tida e hoje deve vir novamente à os menores defeitos na reprodu- sical. O delicado transdutor que,
consciênc ia, enriquecida pelos ção. Tire da consciência os pro- exceção à regra de serem os
conhecimentos que eu, tanto blemas ainda sem solução, exis- transdutores os elos mais fra-
quanto vo c ê, aufe ri mo s, tentes em seu equipamento , à cos da cadeia dos sistemas
trabalhando junto s. medida que a música se desen- sonoros, chega hoje a tal apri-
Aplicado todo o conheci- volve , recordando-se de que, moramento tecnológic o, que
mento resultante das nove li- assim como seu imperfeito apa- permite transformar a energia
ções, a seu equipamento de relho auditivo é um simples e acústica em energia elétrica sob
som, cumpre conscientizar o distorcedor intermediário entre condições praticamente ideais.
que foi realizado. a música concebida pelo autor e O microfone da mais alta quali-
Na sala acusticamente trata- sua compreensão por você, tam- dade, hoje em dia, supera o ouvi-
da, em presença de um equipa- bém há que perdoar a imperfei- do humano , não introduzindo
mento bem construído, você de- ção do sistema sonoro e deixar distorções perceptíveis no som.
verá sentar-se, após escolher pa- que a realidade mesma da con-
ra ouvir aquela música que mais cepção mental do autor atinja a Até a lição n.º 10, pois... e
profundamente o toca e faz vi- mesma realidade, que é a sua deixe a música tocar, entrar, e
brar seu Eu interior. mente. ser.

TRANSFORMADORES
* Transformadores de até 20 kV

* Auto transformadores

* Isoladores de linha monofásico/trifásico até 30 kVA

* Transformadores para fontes de alimentação

* Transformadores para ignição

* Transformadores'sob encomenda

-a Eletrônica Veterana Ltda.


lnd. e Comércio de Componentes Eletrônicos

IAN '.: Rua Aurora, 161 - tel. 221.4292 - Cep.01209 - São Paulo (SP)
REF. 151
MULTIPROVADOR
MALIPROBE
REF. 152a
REF. 157 MALIGRAF (PINCEL)
CAIXA DE 6 BR P/A MALIDRILL

ACIDO PRATEX

REF.159 PRATEX
(PRATEADOR P/
PERCLORETO FÉRR ICO(1 k) CIRC. IMP.) 100 ML

REF. 160

,
ACIDO ACIDO

n-ialt"r-cn
coMO PAZ...
·•U ClfllCUrTO IMP'"l!.••o
-..e \.•
u ..-.................. ,
co,c:...... tt,
lil (I 1a1ot..
MA.L\K\ T , , , ,

" -- -;::"1 PRATEX


REF. 158
(PRATEADOR P/
PERCLORETO
ÉRRICO (200 G )
EF. 156 MALIKIT MK Ili

A
VENDA REF. 152

NA FILCRES MALIGRAF (NORMÓGRAFO)

IMP. REPR.
LTDA.
RUA AURO RA, 165
CEP01209-
CAIXA POSTAL 18.767
TEL: 221-4451, 221-;3993
S.P.

Vous aimerez peut-être aussi