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Trabalho interdisciplinar de Métodos de Investigação em

Educação e de Sociologia da Educação

1. PERGUNTA DE PARTIDA
A PRAXE ACADÉMICA COMO
MECANISMO DE
 Quais os sentidos que os/as
INCLUSÃO/EXCLUSÃO EM
alunos/as do 1º Ano do Ensino
EDUCAÇÃO:
Superior atribuem à Praxe
um estudo em torno dos discursos e dos
sentidos de estudantes do ensino superior. Académica?

Adriana Ferreira
Orientação: Juliana Francisco
Prof.ª Laura Fonseca Sónia Sousa
Prof.ª Sofia Marques da Silva 2006/2007
Prof. Tiago Neves

2. CONTEXTO DE
INVESTIGAÇÃO 2.1. Objecto de estudo

 Praxe académica
 ESE (Escola Superior de Educação – IPP)
 FEUP (Faculdade de Engenharia – UP) 2.2. Sujeitos Objecto de Investigação
 FMUP (Faculdade de Medicina – UP)
 Estudantes do 1.º Ano do Ensino Superior;

 FPCEUP (Faculdade de Psicologia e de


 93 estudantes do género feminino e 41 do
Ciências da Educação – UP) género masculino;

Informantes privilegiados  8 estudantes (4 do género masculino e 4 do


(estudantes conhecidos que género feminino).
frequentam estas instituições)

3. QUADRO
4. CONCEITOS QUE AUXILIARAM
METODOLÓGICO ESTE ESTUDO
3.1. Estatuto overt Reprodução
Disciplinação
e Habitus Socialização
do corpo
Optámos por um estatuto overt, por ser
aquele que nos parece mais correcto,
eticamente, numa investigação. Um Relações de
Género
estatuto em que «todos os sujeitos no Inclusão/Exclusão poder e
terreno conhecem a intenção e identidade» Hierarquia
(Neves, 2006: 163) do/a investigador/a.
Conformismo
3.2. Métodos e técnicas adoptadas Ritual
Pertença e
Juventude
identidade
 Inquéritos por questionário grupal
 Entrevistas semi-directivas
 Análise de conteúdo
5. ALGUNS AUTORES DE REFERÊNCIA 6. SER JOVEM EM
 Alain Coulon;
CONTEXTO DE PRAXE
 Elísio Estanque;
 Guacira Lopes Louro;
6.1. Identidade pré-universitária e
 Jean Cazeneuve;
universitária
 Jean Maisonneuve;
A entrada no mundo universitário implica a
 José Machado Pais;
conquista de uma identidade social e a
 Laura Fonseca;
consequente perda da individualidade
 Michel Foucault;
inerente ao mundo pré-universitário.
 Pierre Bourdieu;
 Raymond Quivy e Luc Van Campenhoudt;
«… não são a pessoa, não têm o nome
 Rita Ribeiro;
escrito …» (E6)
 Ruggiero Romano;
 Sérgio Grácio.

6.2. Diversão e boémia juvenil na praxe 7. A MARCADA DIMENSÃO DO


GÉNERO NAS ACTIVIDADES
«…o divertimento e o ritualismo festivo PRAXÍSTICAS
constituem um campo de práticas
socioculturais constituintes da própria
identidade académica…» (Estanque, 2006:1).
7.1. Diferentes praxes para diferentes
géneros?

(…) há quem considere que seja uma (…) há uma associação das mulheres à praxe
«…altura de festa…» (E4), o que implica a psicológica e dos homens à praxe física.
indispensabilidade dos «…elementos todos»
(E4). Estes elementos poderão ser «…alegria «…acredito que seja diferente porque as
(…) euforia (…) entusiasmo…» (E6), mas raparigas por norma…são mais submissas e
também poderão ser álcool e excessos, no fundo até sofrem mais, são mais frágeis,
considerados normais, «…é rotineiro…» (E8). mais sensíveis…» (E1).

7.1. Diferentes praxes para diferentes


géneros? 8. PERTENÇA E IDENTIDADE GRUPAL
«[praxe psicológica] principalmente com
raparigas… [que deixam] marcas psicológicas de (…) ser membro de um grupo «significa a
coisas que lhes são ditas ou que elas são partilha de um mundo comum, perspectivas
obrigadas a fazer (…) Pela expressão parece comuns e de formas de categorizar a
estar assim um bocado intimidada…» (E7) realidade» (Coulon, 2004: 133).

«…nós vamos formando grupos diferentes, uns que vão


«… Para os rapazes acredito que seja mais abandonando, outros que continuam, mas acho que a
praxe tem essa responsabilidade que é mesmo uma
fisicamente… praxe muito mais física, muito responsabilidade de unir…»; «Eu sinto-me integrada no
mais de tortura física, entre aspas, do que grande grupo – a praxe – mas sinto-me ainda melhor
tortura psicológica» (E1); «… os machos integrada com o meu grupo, os caloiros…». (EE).
todos a fazer flexões» (E3)
9.1. O lugar da tradição e da transmissão
9. AS ACÇÕES RITUALIZADAS DA simbólica nos rituais académicos
PRAXE ACADÉMICA
O simbolismo que envolve as mais variadas actuações deste
imenso colectivo de indivíduos é por demais evidente. Mais
uma vez, o traje surge como um exemplo de uma das
Praxe Académica, esta actividade é um ritual componentes com simbologia ao nível académico que tem
colectivo, composta por variados ritos, um reflexo ao nível da praxe.
também estes colectivos, organizada por
determinadas normas que estão «…a praxe…faz parte da tradição (…) o próprio traje, as
estabelecidas e que devem ser respeitadas próprias cerimónias em si, acho que se mantêm assim um
por aqueles/as que participam no ritual, que bocadinho… há uma certa continuidade» (E1); «…depois
acabam por fazer também aos outros…» (E4);
é a praxe. «…tuna…também de certa forma está ligado com as
tradições académicas e também com a praxe (…) são coisas
que estão implementadas e quem entra já sabe que vai
passar por elas» (E6); «pelo que ouço falar é tradição (…)
sempre foi e sempre será…» (E8).

10. FUNCIONARÁ A PRAXE 10. FUNCIONARÁ A PRAXE


ACADÉMICA COMO MECANISMO DE ACADÉMICA COMO MECANISMO DE
INCLUSÃO/EXCLUSÃO? INCLUSÃO/EXCLUSÃO?

«(…) não me sinto menos incluída na


«(…) é um processo de inclusão, que ajuda faculdade só porque não estou na
bastante quer as pessoas de fora da cidade, praxe, pelo contrário, tenho imensos
quer as pessoas de fora do grupo (…)» (E4). amigos, e também… o facto também
de, pelo menos agora, não fazer
parte, influencia bastante (…)» (E1).
(…) os conceitos inclusão e exclusão social estão relacionados
com os/as diferentes, isto é, exclusão ou inclusão daqueles/as
que não aderem às regras ou não aceitam as normas (…) No «(…) praticamente só conheço quem vai
caso da Praxe Académica, os/as diferentes, ou aqueles/as que, à praxe. Os não praxistas não estão,
à partida, são vistos/as como excluídos/as, são os/as não acho que estejam excluídos, mas
estudantes que não participam nesta actividade. falam com menos gente, só
basicamente com o pessoal da turma
deles (…)» (E5).

11. QUAIS OS SENTIDOS QUE OS/AS 11. QUAIS OS SENTIDOS QUE OS/AS
ALUNOS/AS DO 1.º ANO DO ENSINO ALUNOS/AS DO 1.º ANO DO ENSINO
SUPERIOR ATRIBUEM À PRAXE SUPERIOR ATRIBUEM À PRAXE
ACADÉMICA? ACADÉMICA?

(…) o sentido de praxe se construirá com o tempo e de Não se pode falar de sentido de praxe de forma
acordo com o contexto, para aqueles/as que nela singular, mas sim de forma plural, que dá
participam. conta da existência de vários sentidos de
praxe, dependentes da forma como esta é
«num período final (…) os [/as] caloiros processada e interiorizada por cada um/a.
[/as] estão já imunizados e participam
nestes eventos menos assustados do que «um colega meu, que é doutor, disse que a
seria de esperar» (Ribeiro, 2001: 86). praxe era um role-playing, que era uma
encenação e que os caloiros e que os doutores
O sentido de praxe desenvolvido pelos/as estudantes, eram…era como se fosse um jogo, tinham que
quer sejam participantes na praxe ou não, é multívoco. saber jogar e tinham que saber encenar»
(E6).
BIBLIOGRAFIA BIBLIOGRAFIA
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Uma Perspectiva Pós-Estruturalista. Petrópolis: Editora Vozes.
 Cazeneuve, Jean (s/d) Sociologia do Rito. Porto: Rès Editora.
 Maisonneuve, Jean (1967) A Dinâmica dos Grupos. Lisboa:
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