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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

DEPARTAMENTO DE FONOAUDIOLOGIA
FONOAUDIOLOGIA HOSPITALAR
Discente: Francisca Gilmária Bezerra de Souza

A disfagia é um distúrbio de deglutição, podendo acometer o trato digestório (da boca ao


estômago). A atuação do fonoaudiólogo é nas disfagias orofaríngeas, que podem resultar em
aspiração, desnutrição, isolamento social e desprazer no momento da alimentação. As disfagias
podem ser classificadas como neurogênica, que é quando há um acometimento nos mecanismos
neurológico que afeta a deglutição, mecânica, quando há acometimento das estruturas musculares e
sensoriais envolvidas na deglutição, ou mista, quando há componentes neurológicos e mecânicos
envolvidos. É importante ressaltar que a disfagia não é uma doença propriamente dita, mas uma
condição clínica.
Em relação à atuação do fonoaudiólogo com pacientes disfágicos, ele tem a função de orientar a
equipe multiprofissional para identificar e encaminhar grupos de risco, avaliar e fazer o diagnostico
das funções estomatognáticas, analisar o processo de deglutição, realizar o tratamento e reabilitação
dos distúrbios da deglutição, prescrever posturas necessárias para a administração de dieta via oral
de forma segura e elaborar procedimentos relativos a oferta dessa dieta.
Alguns critérios precisam ser considerados para se realizar a avaliação fonoaudiológica em disfagia.
Primeiramente identificar sinais de risco para disfagia:
• Doenças de base para risco de aspiração (neurológicas, respiratórias, gastrointestinais,
cirurgias em região de cabeça e pescoço)
• Condições clínicas (rebaixamento do nível de consciência, intubação orotraqueal,
traqueostomia, desconforto respiratório, presença de sonda enteral ou gástrica)
• Presença de sinais clínicos de aspiração durante e após a deglutição (tosse, engasgo,
dispneia, voz molhada)
• Ocorrência de complicações pulmonares
• Funcionalidade da alimentação (ajuda para alimentação, involução de consistência
alimentar, demora no tempo de refeição)
• Perda de peso
No entanto, nem todos os pacientes que apresentam sinais de risco podem passar pela avaliação
fonoaudiológica naquele momento. Por exemplo, se o paciente estiver com intubação orotraqueal,
deve-se esperar entre 24 e 48 horas após a extubação, um paciente traqueostomizado só poderá ser
avaliado 24 horas depois do procedimento cirúrgico, além de ser necessária uma estabilidade
neurológica, respiratória e hemodinâmica.
A avaliação tem como meta decidir, inicialmente, se o paciente pode ou não receber dieta via oral.
Deve-se analisar, primeiramente, se há proteção das vias aéreas para alguma consistência/volume.
Se a resposta for negativa, é contra indicado a via oral. Se a resposta for positiva, deve-se questionar
se existe indicação clínica para receber dieta nessa consistência/volume.
Para chegar a essa conclusão é necessário os seguintes procedimentos:
• Conversa com a equipe multiprofissional para identificar o motivo do encaminhamento.
• Levantamento de dados do prontuário, para achar dados relevantes de antecedentes e
comorbidades que podem impactar no processo de deglutição.
• Realização de anamnese, para colher informações sobre histórico de complicações
respiratórias e de deglutição, além de estabelecer um prognostico.
• Realização da avaliação estrutural dos órgãos fonoarticulatórios, investigando os reflexos
orais, tônus e sensibilidade, mobilidade, velocidade, coordenação e força dos músculos
envolvidos na deglutição.
• Realização da avaliação funcional da deglutição, com um olhar voltado para parte oral
(captação, preparo, transito e ejeção oral) e faríngea (competência velofaríngea de elevação,
estabilização hialofaríngea, habilidade de proteção de vias aéreas). Além disso, deve-se
também estar atento aos sinais clínicos de aspiração e alterações na biomecânica de
deglutição (deglutição fraca ou incompleta).
Muitas vezes, o paciente disfágico também faz uso da cânula de traqueostomia. Ela impacta na
mudança do trajeto do fluxo respiratório, que deixa de passar pelo nariz e laringe e passa direto para
a traqueia, e também acaba despressurizando o sistema respiratório, interferindo na pressão
infraglótica e na pressão positiva expiratória final, impactando a deglutição.
Por isso, quando o paciente disfágico é avaliado, além da avaliação biomecânica da deglutição e
identificação dos sinais clínicos, também se aplica o teste BDT (que verifica a aspiração de saliva) e
o BDTM (que verifica a aspiração de alimento). Além da avaliação formal de deglutição, há
também instrumentos de rastreios propostos mundialmente, como o Northwestern Dysphagia
Patient Check Sheet, o EAT 10 e o PARD. É necessário, através de todas essas análises,
correlacionar a fraqueza dos órgãos fonoarticulatórios, a disfunção da deglutição, fraqueza muscular
respiratória e os riscos de aspiração traqueal/penetração laríngea.
A avaliação formal que visa uma avaliação estrutural e funcional da deglutição, inclui diagnostico
nosológico, histórico alimentar, analise do sistema gastrointestinal e sistema respiratório, as
complicações clínicas e as condições gerais no momento da avaliação, se há alterações de
linguagem, fala, voz e audição, avaliação neurológica, avaliação estrutural dos órgãos
fonoarticulatórios, avaliação funcional, além da descrição da conduta fonoaudiológica.
As informações imprescindíveis para definir ou contraindicar a dieta via oral são: quantidade de
aspiração, condição clínica, histórico de pneumonia, estado de alerta, tosse, frequência de aspiração,
padrão respiratório, desejo do paciente, maneja das secreções, aspiração silente, prognostico da
recuperação, habilidade de realizar posturas e manobras e o diagnostico.
Por fim, ainda pode fazer uso de exames complementares como a videofluoroscopia da deglutição,
videoendoscopia da deglutição, eletromiografia e biofeedback.

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