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by guilherme nucci -
http://www.guilhermenucci.com.br/artigo/inconstitucionalidade-parcial-da-instigacao-ao-suicidio
Há de se fazer algumas considerações fundamentais. Em primeiro lugar, em que medida o bem jurídico vida
encontra-se absolutamente protegido pelo Direito Penal? Pode-se responder que nada mais garante essa tutela
absoluta, visto que há questões relativas à ortotanásia, já incorporada na sociedade brasileira, pela sua
constante prática, abole a ideia de que a vida é absoluta. Ao que consta, a vida útil é um bem jurídico absoluto.
No mais, cabe debate. O Conselho Federal de Medicina aprova a ortotanásia, como conduta ética do médico.
Nada podemos argumentar contra a obviedade: a sociedade não quer que seus entes queridos morram em
agonia.
Resta, sem dúvida, o auxílio a menores de 14 anos, que jamais deve ser permitido, pois adolescentes sem
consciência exata do perigo. Resta, também, a vítima com capacidade de resistência diminuída por remédios ou
drogas: merece punição.
Fora disso, induzir, instigar ou auxiliar uma pessoa a cometer suicídio, desde que inexista prognóstico de vida útil
não pode mais ser considerado fato típico, muito menos crime.
Estamos vivendo outros tempos. O período consagrador da autonomia da vontade de quem é maior e capaz.
Não há mais como retroceder.
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