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Deve Saber!
Título do original em inglês:
WHAT EVERY PREACHER SHOULD KNOW!
Publicado por SWORD OF THE LORD PUBLISHERS
Ministério Maranata de
Literatura
Fundamentalista
Caixa Postal, 74
37270-000 Campo Belo - MG
8 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
9
DEDICATÓRIA
Este livro é dedicado à esposa que tem permanecido ao meu lado
durante os anos agitados, difíceis e empolgantes de meu ministério pas-
toral e evangelístico.
Esther, minha rainha, foi a esposa de pastor ideal: dedicada, cons-
ciente, consagrada, firme e pronta a carregar o fardo do pastor e das
ovelhas. Nenhum sofrimento, necessidade ou triunfo dos membros da
igreja passava-lhe despercebido; porém ela nunca deixou de ser mãe
carinhosa e dedicada. Nosso lar era seu reino.
Na igreja, Esther sempre cumprimentava os visitantes e fazia com
que se sentissem bem-vindos. Foi minha companheira de oração, de vi-
sitas e na conquista de almas para Cristo. Embora muito ativa na obra de
Deus, nunca desejou o reconhecimento público.
Hoje, como esposa de evangelista, Esther encara com bom humor
as inconveniências das viagens constantes, a tristeza de ficar longe de
casa e das pessoas que ama e a responsabilidade que lhe cabe nas cam-
panhas de evangelização. Todas as semanas ela é obrigada a despedir-se
de novos amigos e enfrentar a estrada mais uma vez—algumas vezes são
centenas de quilômetros—e começar tudo de novo.
Esther é tudo o que um profeta de Deus possa desejar: é leal, cari-
nhosa, dedicada e disposta para o que der e vier.
Esther, seus pais deram-lhe este nome porque certamente foi “para
tal tempo como este que chegaste ao reino”. Todo e qualquer sucesso
que eu tenha obtido no ministério é devido à sua dedicação e fidelidade.
Meu desejo é que todos os jovens pastores que lerem este livro
encontrem uma companheira assim!
—Hugh F. Pyle
APRESENTAÇÃO
Dr. Hugh Pyle foi ordenado ao ministério do evangelho há 40 anos.
Foi pastor local durante 29 anos e conferencista por nove anos. Pastoreou
e fundou igrejas na Florida, E.U.A. e construiu quatro templos.
Em 15 anos de ministério, sua igreja em Panama City, na Florida,
passou de cem membros para 1600 membros.
Hugh Pyle doutorou-se em Divindade pela Universidade do Tem-
plo do Tennessee, e tem proferido discursos e palestras nas faculdades e
universidades cristãs mais importantes dos Estados Unidos. Também foi
presidente da Southwide Baptist Fellowship.
Escritor talentoso e cativante, é autor de 30 livros e vários sermões
premiados. Suas mensagens são constantes no periódico Sword of the
Lord. Dr. Pyle é um homem de vida espiritual dedicada e convicções
firmes.
Esta é sua obra mais recente. É um manual de 22 capítulos e foi
escrito do ponto de vista e como resultado das experiências de um pastor
evangelista bem sucedido.
O livro abrange inúmeros aspectos do ministério, desde o primei-
ro capítulo—sobre como iniciar o trabalho de modo certo—até o últi-
mo—que esclarece dúvidas pastorais. Com a ajuda de ilustrações perti-
nentes, o Dr. Hugh Pyle trata em detalhes de quase todas as dificuldades
enfrentadas pelos pastores.
O capítulo que lida com a solução de problemas também apresen-
ta meios de evitá-los. As questões mais comuns são estudadas em pro-
fundidade.
O autor é um excelente construtor de sermões, e o capítulo sobre
preparação e apresentação de mensagens é leitura obrigatória a todos os
pastores.
Ao tratar do relacionamento entre conferencista e pastor local, e
sobre como planejar reuniões evangelísticas bem sucedidas, Dr. Pyle
escreve com a autoridade de quem já ocupou as duas posições, e apre-
senta sugestões bastante úteis de como preparar reuniões especiais e vi-
sitas evangelísticas.
Este livro é prático, informativo e é baseado no bom senso, na
compreensão e na solidariedade.
Recomendo-o a todos os pastores. Ele será uma contribuição vali-
osa à sua biblioteca.
—Dr. Curtis Hutson 1.981
PREFÁCIO
Pastor, você já se perguntou o que fazer para que seu auditório
cresça, como conseguir todo o dinheiro de que a igreja necessita, como
lidar com aquele irritante membro da diretoria, como tocar o coração
dos visitantes e como liderar bem os jovens da igreja? Suas perguntas
foram respondidas!
Você gostaria de pregar sermões inspirativos com títulos atraentes
e ilustrações relevantes? Você enfrenta problemas com líderes da igreja
ou tem dificuldade em substituir professores da Escola Dominical que
não fazem o trabalho de modo satisfatório? Você gostaria de saber como
tratar oradores e missionários visitantes sem ter que sofrer um colapse
nervoso?
Você gostaria de construir uma igreja forte e engajada na obra, e
que também seja cordial, receptiva e entusiasmada? Uma igreja que abo-
mine o pecado e lute ao seu lado contra o Inimigo, e continue a conquis-
tar almas para Cristo? As respostas estão aqui!
Você precisa saber como se desvencilhar de problemas de
aconselhamento, reunião de comissões, pessoas intratáveis e situações
delicadas que lhe impedem de se ocupar com tarefas mais importantes?
Como tratar um visitante que fala demais, pessoas que desejam ser visi-
tadas constantemente, cerimônias de casamento e funerais que não co-
meçam na hora marcada e tomam seu tempo? A solução chegou!
Como a igreja pode ter uma escola sem que o pastor tenha de gas-
tar grande parte de seu dia como diretor? É possível conciliar os traba-
lhos da igreja com os da escola? De que modo? Como lidar com os
problemas de funcionários?
Como promover escola e igreja de modo que sejam influentes na
vida da comunidade?
O que o pastor deve fazer para ter um lar feliz e ajustado enquanto
ajuda a resolver as dificuldades que surgem na igreja e no ministério?
Como resolver os próprios conflitos?
Depois de 29 anos de pastorado bem sucedido e quase dez anos de
experiência na área de evangelismo, tenho algumas dicas úteis e oportu-
nas que podem ser usadas na construção de uma obra dinâmica, efetiva e
agradável a Deus e para Deus. Ponha-as em prática, e que o Senhor
abençoe seu ministério e faça-o prosperar!
—O Autor
AGRADECIMENTOS
Sou profundamente agradecido a alguns servos de Deus que me
permitiram fazer uso de seus trabalhos neste livro. Muitos desses mate-
riais são citações breves, numerosas demais para serem mencionadas. Já
que me refiro aos autores de modo favorável, espero que não se impor-
tem de eu citar seus nomes e escritos.
Agradeço ao Dr. W. E. Dowell que me permitiu usar uma parte de
seu excelente artigo sobre “The Philosophy of Music at Baptist Bible
College” (A Filosofia da Música na Faculdade Bíblica Batista). Agrade-
ço aos pastores que ofereceram uma lista dos livros que influenciaram
grandemente seus ministérios.
As pessoas abaixo mencionadas contribuíram com parágrafos ou
páginas desta obra em diferentes assuntos. Sou-lhes imensamente gratos
por terem permitido que eu usasse seus trabalhos:
Dr. Gary Coleman Dr. Bob Jones III
Dr. E. J. Brinson Rev. Bradley Price
Rev. Milton Ker Rev. David F. Price
Dr. Frank Garlock Rev. Norman Pyle
Dr. J. R. Faulkner Rev. Howard Pyle
Rev. Gene Payne
Que Deus abençoe a todos que inspiraram a realização desta obra
e, assim, tornaram possível sua publicação.
—O Autor
ÍNDICE
CAPÍTULO
1. Ponto de partida.............................................................17
2. Aproveite bem seu dia...................................................25
3. Irmãos, reunimo-nos para adorar...................................35
4. Ponha brilho no culto dominical matutino....................49
5. Como aumentar e melhorar as ofertas...........................59
6. Santo barulho!...............................................................73
7. O que fizeram com a música de Deus?.........................85
8. Pregue um sermão!......................................................107
9. Apelo atendido. E agora?............................................123
10. Introdutores: força-tarefa do pastor...........................133
11. Diariamente e em todos os lugares...........................147
12. Escola: ensino ou confusão?.....................................163
13. Como enfrentar, resolver e evitar problemas.............175
14. A vida doméstica e pessoal do pastor........................199
15. Diáconos ou diábonos?..............................................211
16. Série de Conferências bem sucedidas.......................223
17. Pregador visitante: um relacionamento delicado......239
18. Recolhimento de ofertas durante conferências..........255
19. O papel do boletim....................................................265
20. Livros do coração.......................................................271
21. No meio da batalha....................................................273
22. Perguntas e respostas.................................................293
O QUE TODO PREGADOR
DEVE SABER!
(Manual para o sucesso pastoral)
Jeremias 42.4
Capítulo 1
PONTO DE PARTIDA
(Preparar! Apontar! Já!)
Raramente uma corrida é ganha por um atleta que tropeçou logo
no início. Como é importante que o pastor comece seu ministério da
maneira certa!
A partir de agora, tudo é novo. O passado é passado; toque o barco
para frente. Passe uma borracha no que já era. Participe da corrida com
muita energia; estabeleça suas prioridades e fixe os olhos no que é real-
mente importante.
“O sucesso e o fracasso dependem da liderança”, afirma o Dr. Lee
Roberson. É mais fácil liderar um grupo do que incentivá-lo. As pessoas
serão mais eficientes fazendo o que você faz do que fazendo o que você
manda que façam.
Pense no motivo de você estar onde está. Lembre-se de quem o
chamou e para quem você trabalha. Não se esqueça de que seu contrato
foi assinado com Deus. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?”
(Romanos 8.31). “O que fazes aqui?”, Deus perguntou a Elias quando o
profeta estava chorando de medo lá no monte. É importante que deter-
minemos a razão de estarmos onde estamos e quais são nossos objetivos.
Feito isso, caminhe em humildade perante Deus. “O galardão da
humildade e o temor do SENHOR são riquezas, e honra, e vida” (Pro-
vérbios 22.4).
Alguém disse com muita sabedoria que o Diabo não consegue nada
de um homem humilde.
Humildade e mansidão não significam moleza e covardia!
Faça uma lista do que você deseja realizar nesse trabalho. Não
anuncie todos os seus planos de uma vez. Mencione apenas as coisas
sobre as quais não existam dúvidas e que irão encorajar e motivar as
pessoas. O tiro pode sair pela culatra quando falamos demais. Algumas
pessoas, por exemplo, não estão acostumadas a fazer muito esforço. Vão
achar que além de você sobrecarregar-se, exige muito delas também. Se
você é jovem, podem achar que é um novato presunçoso e mandão.
22 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
Capítulo 2
APROVEITE BEM SEU DIA
“O tempo é curto”, avisou o apóstolo Paulo, e os pastores diligen-
tes devem aproveitá-lo ao máximo. A maioria de nós sente-se tolhida
com atrasos, interrupções e problemas que nos roubam as horas tão ne-
cessárias à realização de nossos projetos. Como gerenciar melhor o tempo
e fazer tudo o que Deus planejou para o nosso dia?
Antes de tudo, precisamos controlar a nós mesmos. “Pela muita
preguiça se enfraquece o teto, e pela frouxidão das mãos goteja a casa”
(Eclesiastes 10.18), ensinou o rei Salomão. Quase todos nós somos pre-
guiçosos por natureza. Mesmo a pessoa mais consciente tem seu lado
preguiçoso. “Já é hora de despertarmos do sono” (Romanos 13.11).
Assim sendo, domine a si mesmo antes—e depois, seu dia. “E a
tua força será como os teus dias.” Saber manejar o tempo é muito im-
portante para o sucesso em qualquer profissão, e é especialmente ver-
dade em relação ao ministério da Palavra. Tenha uma agenda para as
tarefas diárias. Mesmo que, às vezes, seu horário fique caótico com
interrupções, é bom saber o que vem pela frente. Planeje seu dia.
Organize-se e faça o possível para se manter organizado. Arquive
seus papéis, e será mais fácil achá-los depois. Se você tiver uma secre-
tária, peça-lhe que mantenha o arquivo atualizado. Descubra o método
mais eficiente para arquivar material para sermões, ilustrações etc. Já
gastei tempo precioso tentando achar uma ilustração, um recorte ou uma
carta que deveria ter sido arquivada corretamente!
Saia cedo da cama! Se você acostumar-se a pular da cama assim
que o despertador tocar, ganhará alguns minutos preciosos. Que vanta-
gem você leva em resmungar, bocejar e rolar para o lado por causa de
mais uns minutinhos de sono? Às vezes o cochilinho transforma-se em
soneca de uma hora—sessenta minutos perdidos. Se a esposa e os filhos
acordam mais tarde, e você não quer fazer barulho logo cedo, separe à
noite as roupas que usará no dia seguinte. Vá para o escritório ou para
30 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
da Joana. Você poderia ficar de olho nele para mim?”). Claro que assim
que a mãe sai, o diabo acorda a criança, que chora meia hora—tempo
que é roubado dos estudos.
Não se transforme em babá nem em menino de recado. Se cortar
a grama ou ir à padaria no meio da tarde é sua única forma de exercício
físico, tudo bem; mas se você pratica esportes ou faz caminhada todos
os dias, então pague alguém para cuidar do jardim. Não permita que seu
tempo valioso seja consumido com pequenas atividades.
O pastor é seu próprio chefe. Não existe relógio de ponto, nem
gerente a quem prestar contas, nem horário a ser cumprido. Assim o
pastor tem de ser honesto consigo mesmo e com Deus e disciplinar-se a
fazer bom uso do tempo. Já que estamos “por nossa própria conta”, é
fácil “fazer cera” lendo o jornal, papeando com o mecânico, correndo
até o supermercado ou trocando experiências com pastores amigos. O
obreiro atarefado é consciente demais para se ocupar com esse tipo de
coisas.
Devo gastar meu tempo estudando ou fazendo visitas? Devo fa-
zer AS DUAS COISAS, claro! Mas é preciso estabelecer tempo para
elas. No início de meu pastorado, eu fazia de 50 a 70 visitas por sema-
na. Essa foi uma das razões para nossa igreja ter crescido de 100 para
1.600 membros durante meu tempo lá! Em conseqüência aumentaram
as visitas a hospitais; aumentaram também os problemas da igreja e
escola, os funerais e casamentos; o número de ovelhas necessitadas de
ajuda também cresceu. Precisei, então, reduzir o número de visitas para
25 ou até 40 por semana; alguns membros da diretoria já estavam capa-
citados a fazer esse trabalho, dividindo-o comigo.
Porém jamais se torne escravo da cadeira do escritório e fique
esperando que os outros façam o seu trabalho. Estabeleça seu horário
de sair a visitar e ganhar almas para Cristo. Pessoas afastadas, cristãos
desanimados e gente interessada também precisam ser visitadas. E, cla-
ro, as visitas a hospitais e enfermos nunca cessam.
Nenhum pastor pode se dar ao luxo de esquecer os velhinhos da
igreja, principalmente os que estão em asilos ou impossibilitados de
sair de casa. Certamente eles são as pessoas que mais gastam tempo
orando a favor do pastor. Eles são solitários e precisam de incentivo.
São pessoas que realmente precisam do pastor, especialmente os que
não podem se locomover. Embora os membros da diretoria da igreja ou
da comissão de visitação possam ajudar nessa área, nada substitui a
32 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
Capítulo 3
IRMÃOS, REUNIMO-NOS
PARA ADORAR
Por que não promover cultos que despertem nas pessoas o desejo
de voltar à igreja? Os cultos e estudos bíblicos podem ser tão agradá-
veis, apropriados e proveitosos que os visitantes não vão querer perder
nenhum deles.
Este capítulo estudará tanto a ordem do culto quanto as coisas
práticas observadas ao longo do tempo. Algumas sugestões são tão cor-
riqueiras que parecerão desnecessárias. No entanto, alguns pastores en-
volvem-se de tal maneira com o trabalho que não conseguem discerni-lo
bem, como a pessoa que se concentra nos detalhes e não vê o quadro
todo. As sugestões oferecidas são questão de bom senso. Já visitei mui-
tas e muitas igrejas, e também já conversei com inúmeras pessoas que se
aproximaram ou se afastaram de igrejas pelas razões que apresentarei.
Então, por favor, não faça pouco caso das observações que apresentarei,
por mais simples que pareçam. Elas farão uma grande diferença em sua
igreja.
pastor terá de ficar lembrando-o das tarefas necessárias para que a pro-
priedade esteja em ordem. Poderá também delegar a supervisão a uma
comissão ou, de preferência, a uma pessoa de confiança.
A maioria dos zeladores não gosta de ter muitos “chefes”. Quem
quer que esteja encarregado de supervisionar o trabalho tem de ser
perfeccionista, mas de boa índole. Também não pode ser uma pessoa
cuja casa e quintal sejam uma bagunça total.
Se possível, contrate para a zeladoria alguém que não seja mem-
bro da igreja. Mas seja como for, não contrate ninguém cuja casa mais
parece um campo de guerra.
Faça todos os esforços para que sua igreja fique conhecida como
um lugar bonito. No mínimo, não dê ocasião para que os visitantes ape-
nas se lembrem da sujeira logo na entrada, dos papéis espalhados pelos
bancos, dos buracos na calçada, do banheiro nojento. As pessoas acostu-
madas a viver em casas bem arrumadas, a freqüentar shoppings bem
iluminados e convidativos, a ser atendidas em bancos e restaurantes que
primam pela limpeza sentirão repulsa em um templo que cheira mal, em
desordem e mal conservado.
Se sua igreja é pequena e depende de voluntários para a limpeza,
não se esqueça de enfatizar a importância do serviço prestado por aque-
les que mantêm o local arrumado, limpo e convidativo. Lembre aos vo-
luntários que “a limpeza é irmã gêmea da santidade”. Este provérbio não
está na Bíblia, mas não deixa de ser verdadeiro! Não abaixe a guarda!
Não despreze o valor da boa primeira impressão.
Se a igreja é pobre demais para pagar um zelador ou muito peque-
na que não tenha voluntários que saibam fazer um bom serviço, tente
contratar seus próprios filhos adolescentes, se eles forem bem discipli-
nados e com idade suficiente para fazer um serviço bem feito. Alguém
disse que há três maneiras de se realizar um trabalho: faça-o você mes-
mo; contrate alguém para fazê-lo; proíba seus filhos de fazê-lo! Se optar
por “contratar” seus filhos, você terá de supervisioná-los para ter certeza
de que o trabalho será bem feito. No entanto, utilize este recurso apenas
se não houver outra saída, e por pouco tempo.
sa! Alguns pastores acham que só porque eles ouvem o que estão dizen-
do o auditório também ouve. Nem todos os pastores possuem um siste-
ma de som embutido no tórax, como é o caso do Dr. Ian Paisley. Talvez
Billy Sunday conseguisse se fazer ouvir por milhares de pessoas usando
nada mais que um simples painel de madeira como caixa acústica. John
Wesley pregava de cima do túmulo de seu pai às multidões que se reuni-
am ao lado do cemitério da igreja. No entanto, a maioria de nós não tem
pulmões tão poderosos quanto os desses velhos cavalos de guerra. Acho
que se eles vivessem nos dias de hoje, e tivessem de disputar a atenção
dos ouvintes com bancos almofadados, pisos acarpetados, barulho de
avião a jato e de ventiladores, também usariam um bom sistema de som.
Como resultado de ter ficado sentado um bom tempo esperando
para falar em Escola Dominical, cultos e reuniões de jovens pelo país
todo, cheguei à seguinte conclusão: 50% dos pastores e entre 75% e
90% dos diretores de EBD e outras pessoas que falam perante a igreja
não se fazem ouvir claramente. Na verdade, se muitas dessas pessoas
que dão os avisos ou fazem qualquer outro tipo de apresentação na igre-
ja ficassem caladas, o efeito seria o mesmo!
Portanto, aumentem um pouco o volume! Se visitarmos igrejas
que crescem e florescem na conquista de almas para Cristo, observare-
mos que todas possuem um excelente sistema de som, que estão sempre
com o volume alto. É impossível alguém dormir quando o Dr. Lee
Roberson prega ou dá avisos. Quando a voz do Dr. Jack Hyles ressoa,
não perdemos uma única palavra do que ele diz. Pense em qualquer pas-
tor dinâmico e bem sucedido em seu ministério e você descobrirá que
isso também é verdade em relação a eles.
Algumas vezes, ao começar a pregação em uma campanha
evangelística, senti que não estava sendo ouvido de modo claro e efici-
ente. Não havia resposta do auditório. Mas assim que convenci o pastor
ou o técnico de som a aumentar o volume do microfone, o clima da
reunião mudou e os resultados foram visíveis.
Pode ser que os pastores liberais e os amantes da liturgia se con-
tentem com cultos moderados e em tom suave, mas aqueles entre nós
que desejam sacudir os alicerces do Inferno e resgatar as almas condena-
das ao tormento precisarão falar em alto e bom som!
Algum tempo atrás ouvi o evangelista Hyman Appelman contar
que alguém quis saber por que ele gritava e apelava tanto em suas prega-
ções. O evangelista apontou para um beiral de concreto num edifício do
42 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
outro lado da rua e perguntou: “Se você estivesse parado embaixo da-
quele pesado beiral e ele começasse a rachar, e estivesse a ponto de cair
em sua cabeça, você iria querer que eu chamasse gentilmente sua aten-
ção e sussurrasse: ‘Ei, amigo, aquele beiral de concreto vai cair e esma-
gar você. Talvez seja melhor você sair daí’. É isso que você queria?” O
homem respondeu: “Continue gritando, pois vou ouvir”.
Fale alto! Mesmo ao microfone! Alguns oradores resmungam e
murmuram, e abaixam a voz sem se aproximarem do microfone e, con-
seqüentemente, ninguém os ouve. Se você falar alto o auditório lhe agra-
decerá, especialmente as pessoas que sofrem de problema auditivo – e
muitas sofrem.
Um bom sistema de som é algo indispensável. Todas as igrejas
que pastoreei tiveram dificuldade em encontrar um aparelho de som que
valesse a pena e que funcionasse direito. Acústica não é coisa fácil. No
meu último e mais longo pastorado a igreja adquiriu um equipamento de
som caro e apropriado para o trabalho, mas levou tempo até que conse-
guíssemos o efeito desejado. Porém, ainda hoje, o volume adequado
para o conjunto coral ou para um determinado orador não funciona para
outro pregador ou para diretor da Escola Dominical. É preciso um bom
engenheiro de som que faça os ajustes o tempo todo. Não tenha medo de
dizer ao responsável pelo som que é preciso aumentar (ou diminuir) o
volume. Lá de onde está, ele nem sempre ouve o resultado do jeito que
você ouve. Você é o pastor; peça o que é necessário para que o culto seja
feito como deve.
Se as pessoas não ouvirem direito, não serão nenhum pouco tocadas
pela mensagem, mesmo que seu esboço seja espetacular e a ilustração
final seja maravilhosa. No começo de meu ministério, um conhecido
evangelista me explicou que a mensagem do Evangelho jamais seria efi-
caz se não fosse pregada em voz alta. Ele estava absolutamente certo.
No entanto, não estou falando em gritaria e berros no ouvido do
auditório. Não tente substituir a inspiração pela perspiração (ou por um
ótimo aparelho de som). Não estou me referindo a extravasar emoções.
Contudo se a igreja possui um equipamento de som adequado e um téc-
nico que saiba o que está fazendo, o pastor não precisa alterar a voz nem
chegar à exaustão para alcançar os ouvidos (e corações) das pessoas.
O equipamento de som se faz necessário por algumas razões: para
encobrir os gritos de um bebê que destampa a chorar durante o culto;
abafar o ronco ensurdecedor de aviões, caminhões e motocicletas que
IRMÃOS, REUNIMO-NOS PARA ADORAR 43
4. Comece na hora!
Muitas igrejas não fazem isso. Os atrasos variam de um a dez mi-
nutos. Nada irrita mais às pessoas do que correr para deixar as crianças
prontas, sair adoidadas trânsito afora, caçar um lugar para estacionar,
entrar afobadas na igreja e, quando finalmente se afundam no banco, ter
de ficar esperando pelo pastor, conjunto coral e regente se organizarem
para o hino de abertura. A verdade é que a ordem do culto deve estar
pronta muito tempo antes de ele começar. Pastor, se os cultos em sua
igreja sempre começam atrasados, é hora de ensinar pontualidade à sua
congregação; todos irão ganhar com isso!
Nossa organista começava a tocar alguns minutos antes do início
do culto. Desse modo, se a pianista tivesse algum imprevisto com o con-
junto coral, o trabalho podia ser iniciado sem problemas. O ministro de
música ou regente da igreja, seja ele pago ou voluntário, precisa enten-
der que o trabalho de Deus é a coisa mais importante deste mundo e tem
de ser feito da maneira certa. Isso inclui começá-lo na hora!
Se sua igreja é pequena e não há muitas pessoas que possam tocar
o órgão ou piano na falta do responsável, tenha alguém pronto a iniciar o
culto sem o instrumento. Se o conjunto coral, ou qualquer outro grupo
que fará a abertura, não estiver pronto na hora, inicie o culto com um
cântico congregacional. É importante que os coristas, solistas etc. enten-
dam a importância de estarem prontos na hora. Se por um ou dois do-
mingos você iniciar o culto sem eles, logo entenderão a mensagem! “O
pastor quer que sejamos pontuais.”
Outra boa razão para o culto começar na hora é que o pastor não
tem de cortar parte do sermão. Normalmente eu preparo sermões de 25 a
30 minutos. Se o culto começa atrasado, eu (mesmo que inconsciente-
mente) fico ansioso com o fato de ter de avançar no horário ou ter de
encurtar a mensagem.
Os visitantes e interessados adquirirão confiança em você e em
sua igreja se perceberem que são organizados e pontuais. Geralmente as
pessoas acabam voltando, se gostaram do que viram antes.
Se você, como pastor, perceber que o tempo do culto está saindo
de seu controle, então corte alguns avisos, leia uma passagem menor da
Bíblia antes da mensagem ou faça uma oração mais curta. Só não “alei-
je” a mensagem. Mas lembre-se de que se você for além da hora no final
do sermão, vai perder seu auditório. Sempre procurei não deixar o apelo
muito para o fim da mensagem. Aos domingos de manhã sempre procu-
IRMÃOS, REUNIMO-NOS PARA ADORAR 45
5. Avisos
Diga a quem for fazer os avisos que os escreva, pois assim não terá
de ficar tentando se lembrar do que deve ser dito e, então, não desperdi-
çará tempo lá na frente. Seja você mesmo rápido e direto em seus avisos.
Jamais diga: “Agora é hora dos avisos” ou “Tenho vários avisos
para dar aos irmãos”. Se fizer isso, muita gente vai aproveitar para tirar
46 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
por eles.) Com isso, se surgir uma emergência, ou alguém ficar em esta-
do crítico, você poderá mencioná-lo rapidamente e de coração, e fazer
uma oração imediata pelo enfermo no culto dominical. Deus ouve as
orações curtas da mesma maneira que ouve as longas.
Naturalmente que se acontecer um acidente trágico no sábado à
noite e algum membro da igreja estiver envolvido, ou a casa de alguém
pegar fogo, ou coisas desta natureza, você deverá mencionar o ocorrido
e insistir para que a igreja ore fervorosamente pelos que sofrem.
Nos cultos de domingo à noite, ao orar, mencione os que estão
seriamente enfermos e os hospitalizados. Os parentes dessas pessoas fi-
carão agradecidos, e você estará relembrando às suas ovelhas que de-
vem interceder por elas.
vindas de Deus, para entregar aos que vêm à igreja. Não lhes ofereça
comida requentada.
“Inste a tempo e fora de tempo.” Ensine que as dificuldades e ca-
lamidades da vida podem ser entendidas com mais facilidade na igreja, à
medida que o pastor vai explicando a Palavra de Deus.
Uma das frases mais ternas que já ouvi à porta da igreja, veio de
uma cristã velhinha, num domingo após o culto. Ela disse: “As ovelhas
foram alimentadas”. Memorize versículos da Bíblia, pois nada abençoa
mais seu ministério do que ela. Seja um homem da Palavra. A igreja não
precisa ouvir: “Assim pensa o ser humano”, mas: “Assim diz a Palavra
de Deus”. Tenha certeza absoluta disso.
Pensamentos Finais
O púlpito deve ser bem iluminado. Alguns pastores pregam suas
mensagens quase envoltos na penumbra. Espera-se que eles não amem
mais as trevas do que a luz porque suas obras são más. O rosto do pastor
deve ficar bem às claras. As pessoas têm de ver a expressão facial de um
homem dinâmico e fervoroso tanto quanto devem ouvir o que ele tem a
dizer. Contudo a pregação da Palavra é o que realmente interessa. No
entanto, em muitas igrejas a luz brilha mais forte sobre o conjunto coral
ou a congregação do que sobre o homem de Deus. O pastor certamente
enxergará sua Bíblia e anotações com mais facilidade se o púlpito esti-
ver bem iluminado.
O salão de cultos também deve ser claro e alegre. Algumas igrejas
mais parecem um monastério ou um túmulo. “Que haja luz!” Se o salão
é escuro e melancólico, instale mais janelas e luminárias ou pinte as
paredes de branco – faça o que for necessário para iluminar o local.
Nossa mensagem proclama que iremos viver no Céu, um lugar luminoso
e bonito, onde o Senhor é a própria luz. Não “vivamos na escuridão”
aqui embaixo.
Em algumas igrejas a luz que fica acima do púlpito nunca é acesa.
O zelador ou o técnico em eletricidade pode ter adquirido o mau hábito
de não ligar o interruptor! No mundo do entretenimento, o diretor de
iluminação do palco seria despedido caso não ligasse os holofotes e jo-
gasse as luzes sobre o personagem principal do espetáculo. Quão mais
importante é o homem cheio do Espírito; o proclamador da mensagem
revolucionária de Deus!
Não fique “enrolando” no começo do culto. Vá direto ao assunto,
e proclame o que Deus tem a dizer.
52 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
O culto não precisa ser formal demais, no entanto não deve ser
transformado num espetáculo circense.
Não mostre intimidade excessiva nem irreverência com Deus ou
com o auditório. Você ocupa um cargo de honra; é um representante de
Deus. Não barateie sua posição com conversa mole ou brincadeira sem
graça.
Tenha senso de humor, mas não conte uma piada só por contar.
Muitas vezes uma história bem humorada ajuda o auditório a entender
exatamente o que você está querendo dizer. Não tenha medo de rir de si
mesmo. Se cometer um erro, seja o primeiro a admiti-lo. Não deixe que
o riso natural da congregação o desconcerte nem o envergonhe. O pesso-
al ficará feliz em descobrir que você também é um ser humano!
Não use o púlpito para chicotear um bode velho qualquer, pois
você corre o risco de atingir ovelhas inocentes. Algumas vezes o Inimi-
go nos convence de que o fato de uma família “estar nos cascos” conosco
significa que todo o resto da igreja também está. Se você ignorar o caso
e continuar tranqüilo, a maioria das pessoas nem perceberá o que está
acontecendo.
Tenha interesse genuíno pelo seu povo. Ame-os de verdade, e peça
a Deus que lhe dê paixão pelas almas. Seja honesto, sincero. Mantenha
sua fé viva. Depois do término do culto, muita gente pode se decidir a
voltar no próximo domingo.
53
Capítulo 4
PONHA BRILHO NO CULTO
DOMINICAL MATUTINO
Qualquer bom pastor tem um auditório cheio nos cultos da noite.
Mas, e nos cultos da manhã? O que fazer para que o pessoal apareça
domingo de manhã? É possível competir com o esporte na TV, a pregui-
ça, os almoços de família ou apenas com a indiferença mesmo? É sim!
Contudo não espere para fazer isso no culto de oração de sexta-feira.
Nos programas de rádio, insista nos convites para os cultos da manhã. Se
for falar sobre algo especialmente interessante, avise de antemão. Se o
sermão tiver um título que chame a atenção, publique no boletim da
igreja e até nos jornais da cidade, e em letras grandes.
Peça ao conjunto coral que cante seus hinos mais bonitos e
inspirativos nos cultos da manhã. Trios, quartetos e instrumentos musi-
cais também devem se apresentar pela manhã.
Faça todo o possível para que o pessoal sinta que está perdendo
muito por não vir aos cultos da manhã.
Resumindo, faça muita propaganda do culto da manhã durante a
semana! E veja o que acontece. Pessoas com um mínimo de religiosida-
de aparecerão na igreja. Mas nos dias atuais você tem de oferecer algo
fora do comum, se quiser ter um bom auditório aos domingos – e um
auditório que volte sempre. É preciso trabalhar nisso. Veja como.
vindo.
3. Surpreenda a igreja.
Você pode pregar sobre os grandes temas da Bíblia, e fazê-lo sem
perder a reverência, e mesmo assim deixar o pessoal tentando adivinhar
o que o significa o tema anunciado no boletim. Você pode ou não anun-
ciar que começará uma série de estudos aos domingos pela manhã. No
entanto, faça tanta propaganda do novo estudo que ninguém vai querer
perder o primeiro da série.
“Um solista misterioso cantará no próximo domingo pela manhã”
ou “Você não vai querer perder a apresentação musical do próximo do-
mingo, vai?” aguça a curiosidade da turma. Se você planeja fazer um
concurso de presença nos cultos da manhã, não dê maiores detalhes so-
bre ele. Surpreenda todo mundo.
Se houver entrega de qualquer tipo de prêmio, faça-o no culto da
manhã. O pessoal vai comparecer para saber quem ganhará o quê.
Dê oportunidade para um ou dois testemunhos no domingo de
manhã. Em alguns casos, mantenha segredo sobre quem testemunhará.
Se a pessoa for membro da igreja, anuncie do púlpito ou no boletim que
“um de nossos membros falará no próximo domingo. Ele dará um breve
testemunho sobre um resgate sensacional (ou uma ‘conversão eletrizan-
te’ ou uma ‘resposta maravilhosa de oração’)!”
Faça batismos domingo de manhã, no fim do culto. E faça um
“alvoroço” sobre ele. Certifique-se de que parentes e amigos dos
batizandos sejam informados. Você terá oportunidade de pregar para um
grande auditório, que certamente contará com a presença de muitos não-
salvos. A igreja ficará surpresa em ver alguns dos visitantes na igreja;
pessoas que vieram para ver seus amigos serem batizados.
9. Alguns lembretes.
Comece na hora—sempre, e termine na hora também.
Comece o culto numa hora em que seja mais conveniente para a
maioria das pessoas de sua comunidade, e seu auditório será maior.
Desperte o entusiasmo dos introdutores para o importante traba-
lho que têm a realizar. Peça-lhes que cheguem mais cedo para cumpri-
mentarem as pessoas. Explique-lhes que devem estar a postos antes,
durante e após o culto. (Falaremos mais sobre o assunto no capítulo
“Introdutores”.)
Certifique-se de que os diáconos estejam motivados para o culto
da manhã. Eles devem fazer parceria com o pastor no esforço de fazer
62 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
Capítulo 5
COMO AUMENTAR E MELHORAR
AS OFERTAS
“por tudo o dinheiro responde.”
Eclesiastes 10.19
Muitas igrejas poderiam ter muito mais dinheiro do que têm! Mui-
tos pastores lamentam o fato de que certos projetos “se arrastam” por-
que não há dinheiro suficiente para terminá-los. Um grande número de
igrejas estoura o orçamento, têm cheques devolvidos e não pagam suas
contas, e o trabalho de Deus sofre por falta de dinheiro.
No entanto, muitas igrejas não recolhem todo o dinheiro que po-
deriam. Por quê? As razões são muitas:
uma única pessoa pegar o dinheiro e sair com ele. Não é justo para com
a pessoa nem tão pouco é bom para os negócios. E se o tesoureiro prova-
do e aprovado, e de toda confiança, passar por uma situação financeira
difícil e o Diabo cochichar em seu ouvido: “Ninguém vai achar falta de
uns trocadinhos do dízimo. E você vai devolver mais tarde”? Coisas
mais estranhas do que esta já aconteceram. Muita gente cai em tentação
na hora da fraqueza; gente que jamais cederia a qualquer tentação que
lhe fosse apresentada.
Outra razão para usar várias pessoas (pelo menos duas) em vez de
uma é que, às vezes, esta uma (o tesoureiro ou quem quer que seja) pode
se desagradar do pastor ou não gostar do conferencista. Ele pensará que
está fazendo um grande favor a Deus se der um jeitinho nas coisas, só
para ter certeza de que o dinheiro vá para essa conta e não para o que foi
planejado. Quando um membro de igreja “cai da fé”, ele faz coisas estra-
nhas.
Se você assumir o pastorado de uma igreja que tenha uma comis-
são de finanças de um só homem, não pressuponha que ele seja desones-
to. Provavelmente isso não é verdade. Possivelmente ninguém nunca
pensou nos riscos. Ele pode ser a criatura mais honesta da igreja e, por-
tanto, todo mundo acha que ele é o homem mais apropriado para mexer
com o dinheiro. Não se meta em apuros ao pular no pescoço dele ou
falar com a igreja sobre o assunto. O coitado do irmão vai achar que
estão duvidando dele.
O melhor a fazer é investigar sobre as práticas da igreja antes de
aceitar o pastorado. Assim ninguém vai pensar que você está “pegando
no pé” do tesoureiro. Se o homem é honesto, ele vai ficar agradecido de
ter mais alguém trabalhando com ele numa situação de risco. Por que
não deixar que sua comissão de finanças de um homem só leia este capí-
tulo sobre “Ofertas maiores e melhores”? Talvez ele acabe implorando
para que alguém o ajude a contar o dinheiro!
Se há recolhimento de ofertas nas classes de Escola Dominical,
providencie para que tal seja feito e contado por duas pessoas. A Bíblia
diz que devemos evitar qualquer aparência do mal.
É verdade que, sob a graça, não devemos parar nos dízimos, mas
ele é um bom começo. “Podemos ir além do dízimo depois de dizimar-
mos, mas não podemos ir além dele até que o entreguemos” é um jeito
muito bom de explicarmos o assunto. Eu sempre lembrava aos membros
de minha igreja que eles poderiam conseguir muito mais com 90 por
cento juntos com Deus do que com cem por cento sem Deus, e que Deus
provaria a verdade deste conceito se eles fossem dizimistas fiéis.
Não hesite em falar que quem não entrega pelo menos o dízimo
está roubando a Deus (Malaquias 3.8-9). Tempere suas mensagens sobre
o dízimo com ilustrações não só da própria Bíblia como também da vida
cristã. As ilustrações apropriadas e bem humoradas ajudarão suas men-
sagens a ser mais bem aceitas e farão o não-dizimista rir de si mesmo por
estar sendo mão-de-vaca, mesquinho e unha de fome. Não se esqueça de
providenciar envelopes para o pessoal durante o ano todo. Mantenha um
registro dos dízimos.
Pelo menos uma vez por ano—melhor ainda se forem duas—pre-
gue um sermão inteiro sobre o dízimo. Salpique outras mensagens com
pensamentos sobre o dízimo. De vez em quando faça um estudo sobre
mordomia no sentido bíblico. Nos boletins e outros impressos da igreja,
escreva sentenças expressivas sobre o dízimo. De tempos em tempos,
ofereça à igreja folhetos que falem sobre o assunto.
Antes de pregar um sermão sobre o dízimo, lembre-se de que essa
é uma das melhores coisas que você pode fazer por sua igreja. Portanto,
jamais se desculpe por insistir que sejam dizimistas fiéis.
que meu dinheiro fosse carregado pelo vento antes mesmo de chegar ao
púlpito, caso não fosse colocado num prato fundo como os de sopa.
Acho que vale a pena investir em pratos melhores, que não sejam rasinhos,
finos, desenxabidos. Além de inspirar as pessoas, os recipientes fundos
impedem que o dinheiro seja carregado pelo vento. Também é um ato de
fé. “Abra bem sua boca e eu a encherei”, diz o Senhor no Salmo 81.10.
USE ENVELOPES, NÃO FICHAS, PARA OS VISITANTES E
ALUNOS DA EBD. É impossível colocar dinheiro dentro de uma ficha.
Ao pegar um envelope, a pessoa entenderá, mesmo inconscientemente,
que deverá colocar uma oferta ali. Uma ficha pode ser devolvida sem
nenhum dinheiro, mas provavelmente isso não acontecerá com um enve-
lope! Pense no assunto. Quando orar, não agradeça “pelos centavos” que
foram entregues. Use uma psicologia melhor. Diga: “Abençoe a oferta
generosa de teu povo. Somos-te agradecidos porque esse dinheiro será
usado para levar o Evangelho às almas perdidas.” Alguns visitantes abri-
rão suas carteiras assim que a oração terminar.
Capítulo 6
SANTO BARULHO!
FAÇA PROPAGANDA! Todos os moradores da cidade ou do bair-
ro devem saber onde sua igreja fica, em que ela crê e o que acontece por
lá!
Não deixe que nenhum dia se acabe sem que sua igreja seja men-
cionada em reuniões de escola, rádio, jornal, feira etc. Nenhuma semana
deve se acabar sem que os moradores do bairro saibam que alguma coisa
está acontecendo na sua igreja!
A maioria dos pregadores não usa uma fração das oportunidades
que lhe batem à porta. Muitos nunca usam um décimo das ocasiões que
se lhe apresentam de tornar a igreja conhecida no bairro. Faça com que
todo mundo tome conhecimento de sua presença no bairro ou cidade.
“O povo ouviu falar que ele estava em casa” (Marcos 2.1). Se
ouviu é porque a notícia passou de boca em boca. Mas o que fazer para
que as pessoas falem sobre sua igreja? Tem de existir outra maneira
além de o pastor fugir com a organista ou o tesoureiro “se mandar” com
o dinheiro da igreja!
A não ser que tenha havido um acidente feio na porta da igreja ou
um defunto esteja sendo velado no santuário, a única vez que algumas
igrejas são mencionadas na imprensa escrita de suas cidades é com uma
nota miúda, no pé de uma página desinteressante, sobre “cultos especi-
ais esta semana”.
É claro que dá para fazer melhor do que isso! Como é que algu-
mas igrejas não param de crescer e o povo se acotovela para assistir aos
cultos? Enquanto isso, outras se arrastam desfalecidas e são ilustres des-
conhecidas na cidade?
Uma das igrejas que pastoreei pegou fogo e foi totalmente destruída.
Mais tarde, um bêbado inveterado me contou que havia ido à igreja uma
vez: “Foi no dia em que pegou fogo...vi a igreja ser queimada até o
último banco”, ele me garantiu. Serviu de consolo. Mas aquele pé-de-
78 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
4. Contate a imprensa.
Embora os jornais das grandes cidades cobrem caro por um espa-
ço pequeno em suas páginas, eu colocaria um anúncio lá, pelo menos
uma vez por semana. Existem também os jornais de bairros – mais bara-
tos – e os suplementos gratuitos de escolas, associações comerciais etc
que alcançam milhares de casas.
Em cidades menores os preços são mais acessíveis, e as opções
são muitas. Talvez você consiga um espaço maior no jornal e até mesmo
a cortesia de uma pequena reportagem. Em localidades menores é sem-
pre mais fácil conhecer o pessoal do departamento de publicidade do
jornal, seu editor, diretor etc. Normalmente esses profissionais se inte-
ressam por histórias das igrejas locais.
Nas cidadezinhas é “sopa”. Seus moradores estão sempre de ouvi-
dos atentos para qualquer tipo de novidade. O pastor esperto mantém
sua igreja sempre diante dos olhos da população. Se a cidadezinha não
tem jornal próprio, anuncie sua igreja nos jornais das cidades vizinhas.
Capítulo 7
O QUE FIZERAM COM A MÚSICA
DE DEUS?
Depois da pregação da Palavra, a música talvez seja o aspecto
mais importante do culto.
A música solene, sem vida, cerimoniosa pode esfriar ou matar o
fervor evangelístico de uma igreja ou a eficácia de um sermão. Por outro
lado, muitas igrejas abaixaram a guarda e aceitaram os padrões munda-
nos, liberais e carismáticos. Em muitas dessas igrejas, se fecharmos os
olhos, não saberemos dizer – pela música – se estamos em uma boate,
em um barzinho ou em um acampamento do tipo “cai fogo do céu”. Não
é de admirar que os bons e fiéis cristãos, entristecidos com essas coisas,
fiquem em casa lendo a Bíblia, saudosos dos velhos tempos quando os
cultos tinham som e aparência de culto mesmo!
Normalmente onde a música é vazia e mundana a igreja é do mes-
mo jeito.
Há algum tempo, quando era pastor, eu fiquei sabendo que algu-
mas igrejas estavam condescendendo em matéria de música e que algu-
mas (liberais) promoviam reuniões dançantes para seus jovens. No en-
tanto, nunca imaginei que o rock encontrasse lugar em qualquer igreja,
e muito menos naquelas que pregam a Bíblia e acreditam que devem
honrar a Deus.
O conjunto coral não deve ser o “departamento de guerra” da igre-
ja. O pastor é a chave! Se ele leva suas ovelhas a ser um rebanho espiri-
tual, temente a Deus e que ama a Bíblia, automaticamente elas aprecia-
rão a música certa e insistiram em tê-la na igreja. O pastor que acredita
que a Bíblia nos ensina a ser separados do mundo e que incentiva seu
rebanho a viver de modo que agrade a Deus, nunca enfrentará grandes
batalhas sobre que tipo de música a igreja deve cantar nem sobre os
músicos que serão convidados a ser apresentar para seu auditório.
90 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
Filosofia de Música
Percebendo a tendência da contemporização musical pelas igre-
jas, a Faculdade Batista de Springfield, Missouri, declarou, numa men-
sagem espetacular feita pelo Dr. W. E. Dowell, presidente da mesma, sua
Filosofia de Música. Os líderes da escola não só observaram essa ten-
dência, como decidiram que a faculdade deveria ser protegida dessa ten-
dência liberal e que a música apresentada pela escola deveria ser tradici-
onal. Entre outras coisas, o excelente periódico Baptist Tribune afirma:
O ritmo vibrante das baterias e o som estridente das guitarras não
são aceitáveis na Faculdade Batista de Springfield.. Preferimos que nos-
sos grupos musicais apresentem os grandes hinos e canções espirituais.
As “músicas” de fundo, quando necessárias nas apresentações es-
peciais, devem ser discretas; jamais altas e agitadas como se costuma
ouvir. Isso também se aplica ao uso de play-back. Já ouvi excelentes
cantores apresentando músicas lindíssimas que foram arruinadas por causa
do play-back. Qualquer letra que se refira a Deus como “alguém lá em
cima” ou “o homem do andar de cima” não é aceitável.
Se o instrumento cobre a melodia ou letra da música, ele perdeu
seu objetivo na apresentação. Rock de nenhum tipo será apresentado ou
ouvido na Faculdade Batista de Springfield. A boa música evangélica
deve ser sincera e espiritual. A música sem sentido e frívola e os ritmos
acelerados e as bateria atraem a carne, e não contribuem em nada para o
culto e a adoração. A música apresentada na igreja deve ser moderada
em seus anseios porque não apela às paixões carnais, e sim aos senti-
mentos do coração, que deve ser alcançado por ela. SE EXISTE ALGU-
MA DÚVIDA A RESPEITO DA MÚSICA A SER APRESENTADA,
USE A REGRA DA MODERAÇÃO, E EVITE-A. (A ênfase é do autor
deste livro.) Os ritmos acelerados são uma característica do rock. Não
se trata de um simples compasso normal de música; é uma batida exces-
O QUE FIZERAM COM A MÚSICA DE DEUS? 91
Padrões Bíblicos
Ao considerarmos a música na igreja, os versículos abaixo devem
ser levados em conta:
A música deve glorificar a Deus (1Coríntios 10.31).
Sua mensagem deve ser bíblica (Efésios 5.19).
Deve ser em nome de Jesus Cristo, em gratidão a Deus (Colossenses
3.17).
Como novas criaturas em Jesus Cristo, todas as coisas devem ser
novas (2Coríntios 5.17).
Não devemos nos conformar “com este mundo”, mas ser “trans-
formados” (Romanos 12.2).
Devemos cantar no Espírito, porém com entendimento (1Coríntios
14.15).
Em Levítico 10.10, Deus manda que façamos “diferença entre o
santo e o profano e entre o imundo e o limpo”.
Não devemos “seguir o caminho dos ímpios.”
Não devemos voltar “a esses rudimentos fracos e pobres” do mun-
do. (Gálatas 4.9)
“ao tempo em que começou o holocausto, começou também o canto
do Senhor” (2Crônicas 29.27) indica que, de acordo com Romanos 12.1,
todos os crentes devem apresentar seus corpos como sacrifícios vivos ao
Senhor.
A música deve ser os “salmos e hinos e cânticos espirituais” men-
cionados em Colossenses 3.16, e não a barulheira sem nexo de um mun-
do obsceno.
Ao descrever os pecados dos sacerdotes, Ezequiel diz: “entre o
santo e o profano não fazem diferença, nem discernem o impuro do
puro” (Ezequiel 22.26).
92 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
Os Desertores
Bill Harvey, cantor evangélico, escrevendo sobre a deserção da
igreja por meio da conciliação feita com o novo ritmo musical, explica:
“A deserção refere-se aos compositores em quem depositamos
nossa certeza de receber músicas bem feitas, espirituais, bíblicas e con-
sistentes, mas que se voltaram para a nova “forma de arte” (rock) como
veículo de propagação de suas letras ... palavras que, sem dúvida, nos
abençoariam, não fosse a confusão causada pelo ritmo de macumba que
as acompanha. Os desertores são os quartetos que colocam clichês evan-
gélicos no rock e recusam-se a cantar sem receber alguma
garantia...Infelizmente até algumas escolas e igrejas fundamentalistas
partiram para o rock light e a coreografia em seus grupos musicais no
desejo de mostrar que estão contextualizadas e “por dentro”, e como
isca para atrair multidões!”
Richard De Haan, apresentador do programa “Escola Bíblica do
Ar” (EUA), afirmou à revista Discovery Digest:
“É impossível imaginar o Céu sem música. Certamente as letras
celestiais expressarão adoração, gratidão e louvor ao Senhor nosso Deus”.
Observem o que ele diz a seguir:
“Não sabemos exatamente como será a música no Céu. Porém de
uma coisa tenho certeza: assim que ouvirmos seus primeiros acordes,
96 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
A Música Enfeitiça
Na década de 60, Melvin Munn, de Washington, declarou a Life
Line: “Todo mundo sabe que a música é usada para enfeitiçar serpentes.
O que poucos sabem é que ela enfeitiça serpentes e pessoas”. “Loucura
musical, uma arma dos Vermelhos” foi o título de uma mensagem bem
instigante de Life Line. Ela nos advertia sobre o mau uso e as perversões
da música. Herbert A. Philbrick, abrindo o jogo sobre a infiltração co-
munista em nosso meio, escreveu um livro intitulado Your Church – Their
Target (Sua igreja – O alvo deles). Philbrick explica que os comunistas
usavam canções populares para conquistar o coração dos jovens ameri-
canos. Como sabemos agora, a música logo se tornou a cabeça do came-
lo na tenda da igreja.
Na revista Saturday Post de abril de 1978, um senhor chamado
Paul Baker escreveu sobre o ritmo sensual do rock que invadira a igreja:
“Sufocada na década de 60 pelo compasso sedutor do rock-and-roll, a
Igreja arregaçou as mangas, tomou emprestado seu ritmo e conquistou
de volta para si os jovens que havia perdido”. Mas, que tipo de igreja
conquistou que tipo de jovens e para quê? Foram as igrejas sem militan-
tes e sem mensagens bíblicas; igrejas cujos pastores têm medo de falar
contra o pecado; igrejas carismáticas que pensaram que abraçando o
mundo e trocando a santidade pelo “carisma” emocional conseguiriam
se livrar do “estigma” do velho pentecostalismo. Muitas denominações
que perderam o fervor evangelístico (se é que algum dia o possuíram)
aderiram à moda agitada do novo chamariz. Isso resultou na aceitação
da música cantada em boates e barzinhos, dos cantores afeminados de
cabelos compridos e nas apresentações sexy, e tudo é feito em nome de
Jesus Cristo – conforme explicam. Alguns têm a audácia de afirmar que
essa capa moderna do Velho Pentecostalismo é, na realidade, um
reavivamento espiritual!
Até alguns dos compositores em quem confiávamos embarcaram
no novo ritmo. “Ralph Carmichael passou a fazer uso de guitarra e bate-
98 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
dem o que lhes dá lucro, o que lhes abre as portas para a “explosão
gospel”. Alguns gerentes e vendedores admitem que não gostam desse
tipo de coisa, porém ela dá dinheiro, e é o que o público gosta”.
Poluição Sonora
Julian Thomas, ministro de música no Texas, explicou que a po-
luição sonora nos faz tanto mal quanto a poluição do ar, ao descrever o
assalto do rock contra nossos ouvidos nos supermercados e outros luga-
res públicos. Pelo menos na igreja deveríamos estar livres da barulheira
provocada por esse ritmo.
Adam Knieste, terapeuta musical, afirmou: “O rock “é mais fatal
que a heroína. Ele não é um passatempo inofensivo; é uma droga perigo-
sa que viciou nossos filhos. Ele transforma pessoas equilibradas em se-
res perturbados”.
Um cantor famoso, líder de uma banda de rock, explicou que a
“música pop é sensual, e devemos esfregá-lo na cara dos adolescentes”.
Um jornal evangélico relatou que um grupo de médicos que fez
uma pesquisa para um projeto do governo descobriu que há uma cone-
xão direta entre o rock e o sexo fora do casamento. O artigo, escrito por
Donald LaRose, relata que muitos jovens apreciadores do rock “cristão”
tocado nas emissoras “evangélicas” passaram do ouvir para o dançar e
daí para o mundo, e foram arruinados pelo pecado. Estou convencido de
que nada prejudicou e desmoralizou mais a vida espiritual de nossas
igrejas do que a música errada que substituiu os hinos que abençoaram
e inspiraram os cristãos do passado.
“A Linda História”
“Jesus Me Transformou”
“Amigo Incomparável”
“Chamada Final”
“O Dia Glorioso”
“Bendito Cordeiro”
“Louvai”
O QUE FIZERAM COM A MÚSICA DE DEUS? 107
“Segue-me”
“Não Sei Por Que”
“Cristo pra Mim”
“Confiar em Cristo”
“Corajosos”
“Vitorioso”
“Lutar”
A Rotina Mata
Não permita que o regente dê lugar à rotina. Alguns hinetos e hi-
nos são repetidos tantas vezes que o povo os canta até dormindo, e a
letra acaba perdendo seu maravilhoso significado. Mesmo os melhores
deles, como “Que Segurança”, “Ó Mestre, o Mar se Revolta”, “Já Reful-
ge a Glória Eterna” podem se tornar corriqueiros se forem cantados “até
a morte” porque o dirigente não passa tempo em oração, consultando a
Deus sobre a música a ser apresentada, nem pesquisando hinos novos ou
que não tenham sido cantados há algum tempo.
Não deixe de lembrar à igreja, e especialmente aos regentes e can-
tores, sobre a importância da música na adoração e no louvor a Deus, na
108 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
Rock na Igreja?
É preciso admitir que nem todas as músicas pobres, vazias e mal
feitas que ouvimos nas igrejas são rock. No entanto, por mais estranho e
inacreditável que pareça, ele está se esgueirando para nosso meio. Cada
vez mais os pastores se deparam com esta pergunta: “O que há de errado
com o rock e seu ritmo?”
Jery Rubin afirma: “A energia selvagem e furiosa do compasso do
rock corre violentamente em nossas veias. O ritmo alucinante desperta
paixões reprimidas. O rock-and-roll marcou o início da revolução!”
O Dr. David Noebel escreve: “Rock evangélico é tão coerente
quanto “círculo cristão de maconha”, “promiscuidade cristã” e “porno-
grafia cristã”.
O Dr. Ronald Sprangler, professor de medicina na Inglaterra, afir-
ma que, com toda probabilidade, a música pop é culpada pela obsessão
dos adolescentes por sexo.
Bob Larson diz: “O rock evangélico tem o mesmo ritmo e o mes-
mo som que os não-crentes associam com a promiscuidade sexual”.
O Dr. Noebel disse ainda: “A igreja está abrigando no peito uma
forma de música que não leva os adoradores a se concentrarem em Deus,
mas nos genitais, que é exatamente o que o antigo paganismo fazia...uma
espécie de fornicação espiritual. O rock evangélico não é espiritual; ele
é erótico”.
O QUE FIZERAM COM A MÚSICA DE DEUS? 109
Capítulo 8
PREGUE UM SERMÃO!
“Pregue a palavra!” é uma ordem de Deus ao pregador. Se não
ensinarmos a Palavra de Deus aos nossos ouvintes, estaremos perdendo
nosso tempo e desperdiçando o deles. “A fé vem pelo ouvir, e o ouvir
pela palavra de Deus” (Romanos 10.17).
Se o pastor não encorajar, esclarecer e exortar seu rebanho e nem
lhe der o alimento espiritual, este livro não tem valor nenhum.
Os ouvintes devem sair dos cultos transformados, muito melhores
do que eram quando entraram. Mas esta transformação não acontecerá
se não ouvirem a mensagem que vem do Céu. “Há alguma palavra da
parte do Senhor?”, perguntou Zedequias em Jeremias 37.17, e o velho e
afligido profeta de Deus respondeu: “Há”! Paulo não poderia se olhar no
espelho, caso não pudesse afirmar: “Estou inocente do sangue de todos.
Pois não deixei de proclamar-lhes toda a vontade de Deus” (Atos 20.26-
27). Essa era a proclamação de Paulo – “toda a vontade de Deus”. O
apóstolo esfregou o Livro na cara deles!
Memorize a Palavra
Nada o ajudará mais na pregação do que a memorização de gran-
des partes da Bíblia. Eu memorizei 1.500 versículos nos três primeiros
anos após minha conversão a Cristo. E quando comecei, nem pensava
em ser pastor! Se você conseguir puxar da memória centenas de versícu-
los (sem ter de procurá-los na Bíblia), além de ganhar tempo também
poderá rechear suas mensagens com a verdade, abençoar seus ouvintes e
dar brilho e autoridade a tudo o que disser. Tenha sempre nos bolsos
fichas com versículos e revise-os constantemente. Você ficará surpreso
em ver quantos deles podem ser transformados em esboços de mensa-
PREGUE UM SERMÃO! 115
gens.
Não memorize apenas versículos. Poemas, citações inteligentes e
ilustrações bem elaboradas ajudam muito na pregação. Estude as pala-
vras e estude as pessoas. Leia bastante. Saia a ganhar almas para Cristo.
Se você se mantiver abrasado por Cristo durante a semana, suas mensa-
gens serão ainda mais quentes aos domingos.
Pregue sempre que tiver oportunidade. Mesmo que seja para um
grupo pequeno no asilo, na cadeia ou na praça; toda vez que você pregar
estará se aprimorando nessa maravilhosa arte. Aproveite as pequenas
oportunidades e Deus lhe dará grandes oportunidades.
Use aliteração, se funcionar para você, mas não gaste todo seu
tempo tentando combinar palavras só para impressionar seu público com
uma mensagem extremamente bem elaborada.
Os Títulos Ajudam
Se Deus o inspirar com bons títulos, use-os. No entanto, se você já
sabe sobre o que vai pregar, siga adiante e prepare a mensagem; o título
pode vir em cima da hora.
Os títulos são excelentes meios de propagar suas mensagens. “A
maior história de amor desse mundo” foi o título de uma mensagem do
Dr. Lee em João 3.16. “É pecado sofrer adiantado”, baseado no versícu-
lo “Basta a cada dia o seu próprio mal”, foi o título de um sermão de
Talmage. Quando os astronautas estavam dando os primeiros passos em
direção á Lua, preguei uma mensagem intitulada “A caminhada espacial
na Bíblia” que falava sobre o arrebatamento. Certa vez preguei uma
mensagem sobre procrastinação, inspirada em Faraó quando ele disse
“Amanhã”. A mensagem ficou na memória de meus ouvintes. Eles nem
sempre se lembram de meu nome ou de meu rosto, porém se lembram da
mensagem intitulada “Mais Uma Noite Com os Sapos!”
Os sermões que ensinam “como...” fazem sucesso. “Como ser in-
crivelmente feliz”, “Como ganhar almas”, “Como ter um lar feliz”, “Como
entender a Bíblia”, “Como ser cheio do Espírito”, “Como saber a vonta-
de de Deus”. Certifique-se, porém, do que a Bíblia ensina a respeito
desses assuntos, a não ser que você já os conheça por experiência pró-
pria.
Minhas mensagens mais eficazes foram inspiradas em tragédias e
acontecimentos à minha volta. Muitas dessas situações abrem as portas
para que as verdades bíblicas sejam apresentadas. Sermões assim atra-
116 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
Sermões Seriados
Descobri que os sermões seriados são muito interessantes especi-
almente para os cultos de domingo de manhã. As passagens mais notá-
veis da Bíblia, seus grandes heróis, textos incomuns, epitáfios, mensa-
gens sobre a segunda vinda de Cristo, respostas de oração, mulheres da
Bíblia, profecias messiânicas, mistérios bíblicos, namoro, noivado e ca-
samento, vida de vitórias, histórias de sucessos, tragédias no meio da
noite – estes são alguns assuntos sobre os quais preguei em meu pastorado.
Geralmente a série não deve durar mais de dois meses. Raramente
levei mais tempo pregando sobre um assunto, pois não queria que a igre-
ja ficasse enfadada e perdesse o interesse.
A pregação expositiva – do começo ao fim de um livro – é outro
jeito de manter as coisas em movimento, seja no domingo de manhã ou
à noite, e ela também lhe dá a possibilidade de ir além dos dois meses
acima mencionados. Isso também é verdade em relação aos cultos da
semana. Mas preste atenção no auditório. Se o grupo começar a dimi-
nuir e o interesse a desaparecer, interrompa a série ou adie seu final, e
mude-se para pastos mais verdejantes. No entanto, as mensagens em
série são importantes. Você e seu auditório se beneficiarão de seus estu-
dos aprofundados na Palavra. Os bons comentários serão de grande aju-
da nesse estilo de mensagem. Os livros de sermões de Spurgeon e outros
que retiravam tudo o que podiam da Bíblia serão de ajuda inestimável.
PREGUE UM SERMÃO! 117
Use o dicionário e…
Procure as palavras. Pronuncie-as corretamente. Se não souber,
pergunte. Observe. Faça anotações. Um bom dicionário da língua portu-
guesa, um dicionário bíblico, uma concordância bíblica, um dicionário
de sinônimos e antônimos, um dicionário de regência verbal e nominal –
todos são importantes para o pastor e suas mensagens. Até os dicionári-
os de rimas são úteis. Qualquer boa livraria os possui.
Quando for pregar sobre acontecimentos atuais e temas proféti-
cos, leia as boas revistas de notícias nacionais e estrangeiras. Os jornais
diários estão repletos de boas ilustrações. Não deixe de ler os periódicos
evangélicos.
Livros devocionais para a família produzem excelente material para
mensagens. No entanto, use mas não abuse, principalmente se as ilustra-
ções forem muito antigas. Os acontecimentos do cotidiano são mais apro-
priados e atualizados.
A Bíblia, naturalmente, está repleta de ilustrações, e quanto mais
familiarizado você se tornar com ela, mais estes materiais de primeira
qualidade virão em seu socorro. E não se esqueça de que a Bíblia é o
melhor comentário sobre a Bíblia.
tanto da Bíblia quanto das situações à sua volta para ilustrar o que o
pecado faz conosco. Dessa maneira, a igreja aceitará mais prontamente
suas mensagens puras e verdadeiras contra o pecado.
Não perca o senso de humor. Sorria. Equilibre suas pregações contra
o pecado com mensagens sobre a vida cristã. Incentive e conforte suas
ovelhas. O excesso de mensagens negativas pode voltar-se contra você
mesmo. Devemos nos separar do mundo, mas devemos nos separar para
o Evangelho de Deus (Romanos 1.1).
Leve os membros de sua igreja a trabalhar para Deus e a ganhar
almas para Cristo e você perceberá que seus costumes mundanos cairão
como frutas podres quando a árvore é balançada.
Não pregar contra o pecado é desobedecer a Deus, é desonrar e
negligenciar uma boa parte da Bíblia, é enfraquecer a influência da igre-
ja, é derrotar a vida espiritual de seu povo e dificultar bastante o trabalho
do pastor que porventura venha a substituir você. Muitos pastores vivem
numa batalha crescente porque pregam contra o pecado e muitas igrejas
se dividem porque o ex-pastor se recusava a falar sobre o assunto e a
guiar o povo num viver cristão santo.
Não tenha medo de cara feia, contudo não provoque as pessoas
nem espere o pior de seu rebanho. Se você tentar endireitá-las na base da
carne, elas se tornaram mais tortas do que antes! Pregue a Palavra, repre-
enda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina. (Leia 2Tinóteo
4.2). Deixe que a Bíblia endireite as pessoas!
Personagens da Bíblia
Se pregar sobre personagens da Bíblia, você terá muito que dizer à
sua igreja sobre a vida de outras pessoas. Ponha suas mãos em biografias
bíblicas escritas por gente que entende do assunto. Seu rebanho verá o
pecado de adultério na vida de Davi, de orgulho na de Saul, de
mundanismo na de Jezabel, de concessões na de Ló, inconsistência na
de Sansão, ódio na de Caim, arrogância na de Hamã e de cobiça na de
Geazi.
Por outro lado, muitos personagens da Bíblia nos ensinam lições
preciosas quando estudamos sobre a paciência de Jó, a sabedoria de
Salomão, a obediência de Abraão, a consagração de Enoque, a fidelida-
de de Noé, a dedicação de Ester, a diligência de Neemias, a pureza de
José, a coragem de Daniel, a fé de Davi e a bravura de Elias!
122 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
A Poesia e o Sermão
Até onde a poesia ajuda na pregação de um sermão? Depende do
sermão, do pregador e da poesia. Usar um poema só por usar dá bem
pouco resultado. O objetivo de um poema deve ser esclarecer um ponto,
dar beleza ao que está sendo ensinando, culminar o sermão ou uma parte
dele. O alvo não é mostrar ao público que o pastor conhece inúmeras
poesias.
Alguns pastores têm habilidade para memorizar e recitar poesias
com muito sentimento e entusiasmo. Outros são tão monótonos que dá
pena. Poucos são bem sucedidos e abençoados na leitura de poemas.
Alguns lêem tão mal que é melhor deixar a poesia totalmente fora da
mensagem.
A poesia também deve ser apropriada ao tema. O assunto merece
um capítulo à parte ou até mesmo um livro que fale sobre seu uso em
sermões. Se você planeja usar poemas em suas mensagens, pratique até
que a leitura seja natural e que expressões e gestos estejam adequados.
Memorize e repita as poesias até que possa declamá-las com sentimento
e gestos apropriados. Algumas pessoas não gostam de poesias de jeito
nenhum, e não ficarão nem um pouco impressionadas a não ser que
complementem muito bem as mensagens e sejam declamadas com tanto
sentimento e expressão que atinjam em cheio o coração e a alma.
Alguns hinos, declamados, serviriam de belíssimas ilustrações para
nossas mensagens . Além da literatura evangélica, aproveite-se dos clás-
sicos brasileiros e estrangeiros.
Ofereça preciosidades e você sempre terá um auditório pronto a
ouvir suas mensagens. Não importa o quanto você saiba nem o quanto
tenha estudado; o alimento espiritual precisa ser servido aos ouvintes!
Aprenda a caminhar com os próprios pés e “não dê moleza” ao
Inimigo. Fale perto do microfone para que todos ouçam bem o que você
diz. Alguns pastores abaixam a voz na hora errada e estragam a “frase de
efeito”. Não ande para lá e para cá no púlpito, se não quiser que metade
de suas palavras se perca no ar. Já participei de reuniões em que o audi-
tório precisava se esforçar ao máximo para ouvir o pregador. Em outras
ocasiões, as pessoas protegiam os ouvidos e se encolhiam nos bancos
enquanto a mensagem retumbava a todo volume dos alto-falantes e da
garganta do pregador. O auditório logo mostrava sinais de cansaço fren-
te ao assalto verbal que seus tímpanos sofriam.
PREGUE UM SERMÃO! 123
estátua; porte-se como alguém que fala com autoridade, pois você sabe
que fala em nome de Deus.
Lembre-se de que sua vida fora do templo determina o respeito
que você recebe no púlpito. Certo homem não simpatizava com D. L.
Moody, no entanto explicou: “Gosto de ouvi-lo porque é o homem mais
intensamente honesto que já conheci na vida”.
Satanás tem muita dificuldade em deter alguém humilde. Nossa
destreza no púlpito pode muito bem levar ao orgulho se não estivermos
sempre atentos. Não nos esqueçamos de que humildade e espiritualidade
andam de mãos dadas. “Humilhai-vos debaixo da potente mão de Deus,
e ele vos exaltará no tempo devido” (1Pedro 5.6). Se cuidarmos da pre-
gação e oração, Deus cuidará de nossa honra e promoção.
Como já mencionei, certifique-se de que o som esteja adequado
ao auditório e que o templo esteja bem ventilado. Se as pessoas não o
ouvirem claramente, sua mensagem produzirá poucos resultados, se pro-
duzir. Se a temperatura ambiente estiver muito quente ou muito fria ou
muito poluída, muitas pessoas se concentrarão no próprio desconforto e
esquecerão a mensagem.
Gostaria de sugerir o seguinte livro para ajudá-lo em seu ministé-
rio: “O Pregador e a sua Pregação” pelo pastor Alfredo P. Gibbs, Editora
Maranata de Literatura Fundamentalista, C.P. 74, 37270-000 Campo Belo
- MG.
126 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
127
Capítulo 9
APELO ATENDIDO. E AGORA?
O apelo deve ser feito com a convicção de um advogado suplican-
do pela vida de seu cliente ou a dedicação de um bombeiro resgatando
uma criança das labaredas que destroem sua casa. Ele deve ser apresen-
tado de modo inteligente e lógico, mas com tanto fervor e sinceridade
que ninguém duvide da sinceridade do pregador nem da importância do
chamado de Deus aos perdidos.
O apelo varia dependendo da mensagem e das características do
auditório. Nenhum pastor vai agarrar o microfone depois de um culto de
oração com os fiéis da igreja e clamar aos perdidos que abandonem seus
pecados e escapem da ira vindoura. Infelizmente, no entanto, o oposto
também acontece mais vezes do que deveria. Ou seja, o pastor faz todos
os tipos de “apelos” à congregação em geral enquanto as almas perdi-
das, já convencidas de seus pecados e “prontas para a colheita”, ficam
esperando, esquecidas nos bancos.
Nos domingos à noite, o pastor sente-se puxado em várias dire-
ções. Há perdidos necessitando de salvação; afastados que precisam
retornar à comunhão da igreja; descompromissados que devem “entrar
na linha” e envolver-se no trabalho de Deus. Há também pessoas que
precisam ser convencidas a se tornar dizimistas e sustentar a obra; há
crentes que devem sair do marasmo e ser desafiados a conquistar almas
para Cristo. Como atender a todas essas necessidades? Não é fácil.
Primeiro passo em direção ao apelo eficaz: assegure-se de que a
igreja entenda que essa é a hora mais importante do culto. O Dr. R. G.
Lee afirmava que ninguém jamais esperaria que ele adentrasse uma sala
de cirurgia, onde um ente querido estivesse sendo operado, e puxasse o
braço do cirurgião. Do mesmo modo, sua igreja precisava entender que
a delicada cirurgia da alma – que acontece na hora do apelo – era extre-
mamente importante e séria e não deveria ser “sacudida” nem atrapalha-
da por qualquer tipo de barulho, confusão, interrupção ou agitação.
128 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
ção. Assim o regente não precisará dizer nada num momento tão impor-
tante. Algumas vezes o pastor está apelando de todo o coração às almas
necessitadas de salvação e, sem mais nem menos, o regente interrompe:
“Por favor, abram seus hinários no hino 222, que fala sobre o convite de
Cristo ao pecador. Cantemos com vigor e entusiasmo, irmãos!” Nessa
altura dos acontecimentos, o não-crente está ocupado tentando achar o
número 222, enquanto presta atenção no regente e não no homem de
Deus que lhes trouxe a mensagem de Deus. Isso causa muita distração.
Quanto menos for dito à hora do apelo, melhor será, especialmente por
outra pessoa que não seja a que apresentou a mensagem.
Não permita que o regente mude de hino durante o apelo. Se isso
for necessário, o pastor (ou quem quer estiver pregando) deverá fazê-lo.
Às vezes, quando um hino não está tocando os corações presentes, é
melhor mudar para outro. No entanto, a mudança deve ser feita pelo
pregador.
Quinto passo: insista com os introdutores para que mantenham
tudo em ordem e o mais quieto possível às portas durante o apelo. Algu-
mas vezes os introdutores começam a “pôr a casa em ordem” assim que
o apelo começa: juntam boletins que sobraram nos bancos, catam papel
de bala do chão, ajeitam os guarda-chuvas no canto e (tolice das tolices)
deixam que as crianças e outros entrem no santuário a procura dos pais e
amigos. Isso jamais deve acontecer. Essa é a hora da cirurgia e todos os
esforços devem se concentrar nas decisões que serão feitas.
Os coristas também devem se comportar com toda reverência nes-
se momento tão crucial. Não é hora para cochichos nem para ajeitar a
gola da beca. Alguns pastores preferem que o conjunto coral apresente
os hinos de apelo. Dessa maneira os não-crentes não terão de folhear o
hinário a procura do hino mencionado, não se distrairão e nem terão de
terminar o hino antes de ir à frente.
Sexto passo: tenha certeza de que fichas de decisões e lápis bem
apontados estejam acessíveis aos conselheiros. Essa não é a hora de fi-
car revirando gavetas em busca do material. Escolha alguém para ser o
líder dos conselheiros. Esta pessoa se responsabilizará para que todos
tenham o material necessário à mão. Além das fichas e dos lápis, provi-
dencie folhetos ou livreto sobre a vida cristã para serem entregues aos
novos convertidos.
Sétimo passo: é melhor começar com o apelo aos não-salvos. De-
pois de duas ou três estrofes do hino escolhido, dirija-se aos crentes que
APELO ATENDIDO. E AGORA? 131
minha mão como sinal de que aceita a Jesus?” Faça então a oração acima
mencionada.
É bom que o pastor ou outro líder bem treinado converse com o
decidido antes de ele sair da igreja e certifique-se de que a pessoa não
tem dúvida nenhuma. Todos os decididos devem ir para casa com a cer-
teza absoluta de que são novas criaturas em Cristo.
Capítulo 10
INTRODUTORES:
FORÇA-TAREFA DO PASTOR
Muitos introdutores nunca aprenderam sobre a importância do tra-
balho que realizam. Muitas igrejas só recebem 25% ou, no máximo, 50%
dos benefícios que a tarefa dos introdutores poderia lhes oferecer. Por
que não aproveitar todo o potencial dessa gente?
Os introdutores podem construir ou destruir um culto. Como é
importante que sejam bem treinados!
Treine os introdutores
O pastor e o líder devem promover cursos de treinamento para os
introdutores. Antes de essas pessoas serem escolhidas para o trabalho,
deixe bem claro que o treinamento é obrigatório. Explique que ninguém
poderá servir nessa capacidade se não for treinado. Torne o curso mais
INTRODUTORES: FORÇA-TAREFA DO PASTOR 139
Flexibilidade
Os introdutores devem estar sempre prontos a se ajustar a mudan-
ças de última hora. O pastor pode mudar o esquema de recolhimento de
dízimos e ofertas ou decidir apresentar os visitantes antes da hora com-
binada. Os introdutores devem estar munidos de cartões de visitantes
para que ninguém tenha de ficar esperando enquanto alguém dispara
atrás do material depois de o pastor ter iniciado as apresentações. Às
vezes um visitante têm de repetir seu nome tantas vezes que quase fica
rouco. Isso não acontecerá se o pastor tiver todas as fichas em mãos.
Plantão na entrada
Embora seja bastante comum os introdutores ficarem de bate-papo
à porta, negligenciando sua tarefa, com mais freqüência percebemos que
abandonam seus postos, e os membros e visitantes não têm ninguém
para recebê-los assim que chegam. Certa vez, presenciei uma jovem re-
INTRODUTORES: FORÇA-TAREFA DO PASTOR 143
igrejas têm apenas umas duas pessoas para atender todos esses lugares, e
elas – e o auditório – precisam fazer malabarismo na realização do tra-
balho. Se a igreja tem várias seções de bancos, deve haver pelo menos
uma pessoa trabalhando em cada um de seus lados. As igrejas menores
podem até raciocinar que, já que o auditório é pequeno, não têm neces-
sidade de tantas pessoas para recolher ofertas. Mas essa desculpa é es-
farrapada. Se o auditório é pequeno, torna-se ainda mais necessário um
bom grupo para recolher os dízimos e ofertas, pois as pessoas tendem a
se sentar longe umas das outras. Num auditório pequeno, é bem mais
provável que as pessoas ofertem se os pratos chegarem perto delas, pois
assim não são obrigadas a se levantar e aparecer, em meio a tão pouca
gente, para entregarem sua contribuição. Portanto, use muitas pessoas
para o recolhimento de dízimos e ofertas.
Se a igreja é grande e há muitas pessoas a ser alcançadas, aumente
o número de recolhedores (e pratos) em cada seção de bancos. Cuidado
para que nenhuma fileira seja negligenciada e outras recebam os pratos
duas vezes! Já vi isso acontecer.
Caso use introdutores para o recolhimento de ofertas, providencie
para que haja sempre alguém recebendo os visitantes e membros retar-
datários.
Claro que nem sempre é possível ter pessoas da mesma altura e
tipo físico para recolher os dízimos e ofertas. O importante é que sejam
dedicadas, cuidadosas da aparência e higiene pessoal. No entanto, não
há como negar que um homem alto e magro e outro baixinho e gordo
caminhando lado a lado pelo corredor da igreja criam uma situação, no
mínimo, engraçada. Assim, procure formar duplas com pessoas que te-
nham as mesmas características físicas.
A frente primeiro
Os introdutores devem fazer com que os bancos da frente sejam
ocupados primeiro. Algumas pessoas se acostumam a um certo lugar
num certo banco e não mudam nem que chova canivete aberto. Outras,
146 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
De olho na garotada
Os introdutores devem ficar de olhos nas crianças e adolescentes
que saem do templo durante o culto. Se os banheiros ficam no final de
um corredor ou atrás do templo, é bom que alguém de confiança tome
conta “do pedaço”. Coisas estranhas (e trágicas) têm acontecido. Ado-
lescentes fazem de conta que vão ao banheiro, mas na verdade estão
INTRODUTORES: FORÇA-TAREFA DO PASTOR 147
Conselhos finais
Introdutores, apresentem-se para o serviço com pelo menos 15
minutos de antecedência. Em cultos especiais, cheguem mais cedo ain-
da, se necessário.
A primeira impressão é a que fica. Os introdutores têm de se com-
portar de tal modo que despertem nos visitantes o desejo de retornar à
igreja. Devem ser cordiais, alegres, gentis e educados o tempo todo.
Não podem ser exibidos nem relaxados. Portar-se com dignidade
148 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
Mãozinha pastoral
Como o pastor pode ajudar os introdutores? Elogiando-os de vez
em quando! Diga-lhes o quanto você aprecia o trabalho que fazem. Ex-
plique à igreja que os introdutores são pessoas de sua confiança, seus
colaboradores e que o trabalho deles é muito importante.
Planeje atividades sociais para e com os introdutores. Esse negó-
cio de “só trabalho e nenhuma diversão” não dá certo.
Informe-os sobre mudanças na programação. Procure não
“surpreendê-los” demais. Se um deles der “uma bola fora”, não o repre-
enda publicamente.
De vez em quando, homenageie os introdutores individualmente
ou em grupo.
INTRODUTORES: FORÇA-TAREFA DO PASTOR 149
Capítulo 11
“DIARIAMENTE E DE CASA
EM CASA”
Como visitar
Por que, quando, quem e como o pastor deve visitar? Estas per-
guntas são extremamente importantes.
Visitei uma igreja onde os cultos eram muito desanimados e bem
pouco freqüentados. Alguém me explicou: “Nosso pastor é gente fina,
mas não é de fazer muitas visitas. Ele só visita quando lhe pedem”. Dá
para entender por que a freqüência aos cultos era baixa e a igreja estava
morrendo.
Pastor, se você quer uma igreja forte e ativa, visite suas ovelhas
constantemente. Perguntaram a um pastor extremamente bem sucedido
em seu ministério qual era o segredo de tanto sucesso. Ele respondeu:
“Simples. Oração e visitação”. Vitória por meio da visitação é o segredo
do crescimento de muitas igrejas.
Nada substitui as visitas aos lares ou indivíduos. Segundo ouvi,
85% dos negócios financeiros são fechados em contatos pessoais. D. L.
Moody explicou que entre os milhares salvos em suas campanhas, ele
não sabia de nenhum que não tivesse sido antes visitado por um crente
ou tido algum contato pessoal com alguém de uma igreja.
Ao pensar nas centenas de pessoas que se converteram durante
meu ministério pastoral, também não me recordo de praticamente nin-
guém que tenha aceitado a Cristo sem ter sido convidado, visitado ou
ouvido um testemunho antes, por parte de membros da igreja ou pasto-
res.
Há muitos tipos de visitas: rapidinhas, de conhecimento,
evangelísticas, a doentes, a hospitais e asilos, a presídios, a novos mem-
bros, para resolver problemas e visitas a pessoas interessadas no Evan-
gelho. A igreja pode programar visitas a cargo dos jovens, homens, se-
nhoras, classes da EBD e outras organizações.
152 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
4. Como visitar
Planeje suas visitas. Se eu tivesse apenas duas horas para fazer
visitas antes do jantar, eu anotava os nomes das pessoas que precisavam
ser visitadas com mais urgência. Talvez duas morassem na mesma rua
ou bairro e pudessem ser vistas no mesmo dia. Assim, eu poupava tempo
e gasolina, ou sola de sapato.
Se dez pessoas precisavam ser visitadas e eu dispusesse de apenas
três horas, eu priorizava os nomes e fazia as visitas de acordo com as
necessidades mais imediatas. Às vezes eu me demorava em uma casa
mais do que em outra e com isso conseguia progredir em meus objetivos
de visitar um maior número de pessoas.
Prepare-se para ir visitar. Tenha à mão um bom número de folhe-
tos com o endereço da igreja. Familiarize-se com o bairro ou ruas aonde
terá de ir; estude o mapa da cidade, se for o caso. Não deixe de levar
caneta e papel para possíveis anotações. E, naturalmente, não se esqueça
da Bíblia.
Tenha sempre uma lanterna consigo, se for visitar à noite. Não
“pega bem” um pastor ficar tropeçando no escuro, ralando-se todo. Ma-
neje bem a lanterna; não vá jogar o facho de luz nos olhos dos outros
nem nas janelas das casas. Alguém pode achar que se trata de um assal-
tante. Você não quer acabar no IML por causa de imprudência, quer?
Ore sobre as visitas a ser feitas. Peça a Deus que o abençoe e que
o impeça de “de ficar de papo furado”. Peça-lhe que inicie a conversa e
156 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
fale aos corações presentes. Ore por sabedoria sobre a duração da visita
e sobre o que dizer.
Seja breve. Geralmente as visitas se tornam longas demais. Na
verdade, deveriam ser “vapt-vupt”. Use a cabeça. Se a família está se
preparando para o jantar, não é hora de o pastor se sentar e ficar de
“conversê”. Ed Nelson, famoso pastor em Colorado, EUA, relatou que
fez cerca de oito mil visitas em dois anos de pastorado. (É fácil entender
por que Deus o abençoou com um ministério fantástico em Denver.)
Mas tenho quase certeza de que grande parte delas foram do tipo “mal
cheguei e já estou saindo”.
No início de meu ministério na Flórida, eu realizava entre 50 e 70
visitas semanais. Conforme a igreja crescia e meu tempo era exigido em
outras atividades, deleguei um pouco do trabalho a outras pessoas. No
entanto, quase sempre realizava entre 25 e 40 visitas durante a semana.
Muitas eram visitas rápidas; levavam somente o tempo de dizer um “Oi.
Tudo bem? Só passei para saber como estão as coisas. Tchau”.
Se for visitar alguém que faltou à igreja algumas vezes seguidas,
por exemplo, não é preciso mais que um “Sentimos sua falta. Espero que
não tenha ficado doente”. A pessoa se alegrará em saber que notaram
sua ausência, explicará que tinha ido visitar a vovó no interior e que
estará na igreja no domingo que vem. Se eu chegasse a uma casa e perce-
besse que a família estava se sentando para jantar ou estava em meio a
um problema, eu voltava da porta mesmo ou não ficava mais do que uns
rápidos instantes. Claro que se estiverem precisando de ajuda e você
puder ficar um pouco, ou então perceber que tem a oportunidade de
ganhar alguém para Cristo, não vacile – estenda seu tempo um pouco
mais.
Dizem que alguns vendedores são capazes de convencer o cliente
a levar um produto para logo em seguida fazê-lo desistir da compra, e
tudo porque falam demais. Conheço membros de igreja e pastores que
agem da mesma forma. É melhor sair enquanto as pessoas pedem que
fique mais um pouco do que ficar enquanto estão orando para você ir
embora logo.
Torne sua visita tão agradável que o visitado nem veja o tempo
passar. Não entre em discussões intermináveis que não levam a nada.
Evite conversas que obriguem a pessoa a citar a árvore genealógica in-
teira da família. Fique longe de assuntos polêmicos, como profecias,
fins dos tempos e política. Sei que as regras de etiqueta ensinam que ao
“DIARIAMENTE E DE CASA EM CASA” 157
para refeições em suas casas. Outras pessoas não veriam com bons olhos
sua visita de amigo à determinada família, e as coisas poderiam ficar
“esquisitas” para o seu lado. Já descobri que nem todos os crentes estão
livres do pecado da inveja.
Seja alegre e cordial. O mundo já é triste o bastante. “O coração
alegre aformoseia o rosto.” Cumprimente todos os presentes. Dê aten-
ção às crianças. Dedique um tempinho aos idosos. Comente sobre a be-
leza de um quadro, de um móvel novo, das flores etc. Procure incluir a
família toda na conversa, a não que esteja se dirigindo a uma pessoa em
especial e à necessidade de seu coração.
Seja ético. Se estiver visitando alguém que pertença a outra deno-
minação, não fale mal da igreja da pessoa, mesmo que você não concor-
de com a doutrina praticada por ela. Não insista para que membros de
igrejas fundamentalistas mudem para a sua, a não ser que tenham de-
monstrado interesse em fazê-lo. Se morarem longe demais da igreja a
que pertencem, então você poderá convidá-los a visitar sua igreja. Se a
pessoa pertencer a uma igreja liberal ou freqüentar uma seita, a coisa é
diferente. Mesmo assim, seja cauteloso e use de muito tato ao lidar com
a situação, e suas chances de sucesso serão bem maiores. Se você con-
quistar para Cristo alguém que já esteja participando de uma igreja evan-
gélica, deseje-lhe as bênçãos de Deus e encoraje-o a batizar-se e filiar-se
à igreja que freqüenta. Caso a pessoa prefira unir-se a sua igreja, ela
mesma dirá.
Quanto tempo deve durar uma visita? Eu geralmente não me de-
morava mais de 20 minutos. As visitas rápidas iam de quatro a cinco
minutos – normalmente um papinho à porta; mas se a pessoa estivesse
realmente interessada em Cristo, eu ficava uma hora ou mais. Mas nor-
malmente eu não precisava de mais de 20 minutos para cumprimentar,
falar sobre amenidades, responder alguma pergunte importante, conver-
sar sobre a vida da igreja, convidar as pessoas aos cultos e fazer uma
oração. Repito: se houver oportunidade de ganhar alguém para Cristo,
demore-se um pouco mais. Se você sentir que os hospedeiros estão sen-
do sinceros no convite para que você fique um pouco mais ou se têm
uma necessidade espiritual a ser preenchida, então fique. Se estiverem
apenas sendo educados no convite ou querem apenas bater um papo
descomprometido, explique que “embora esteja gostando muito do papo
e da companhia, tenho outra visita a fazer” ou “prometi ao irmão Barbo-
sa que daria uma passadinha por lá ainda hoje e tenho de me apressar.
Voltarei com mais tempo outro dia”.
“DIARIAMENTE E DE CASA EM CASA” 159
nessa ocasião. Talvez você prefira que a igreja vá direto de casa em casa
com a mensagem do Evangelho, entregando folhetos e convidando as
pessoas para assistirem aos cultos. Seja como for, a pesquisa mune a
igreja com as informações necessárias às visitas que serão feitas mais
tarde, pois as pessoas se sentirão mais à vontade conversando com es-
tranhos no portão do que dentro de casa . Os questionários da pesquisa
oferecem informações importantes que serão usadas no trabalho mais
tarde.
Registre tudo. Se a igreja não tem uma secretária de tempo inte-
gral, contrate alguém (ou procure voluntários) para escreverem um rela-
tório sobre as visitas, atualizarem mudanças de endereço, descartar fi-
chas antigas – enfim, um trabalho completo. Com um arquivo bem orga-
nizado, não se corre o risco de visitar um “interessado” que já se filiou à
igreja (sua ou outra) ou alguém que já tenha “ido dessa para a melhor”.
Organize-se. A maioria dos membros da igreja não fazem visita
nenhuma se a coisa for meio desorganizada, cada um por si e como qui-
ser. É bem melhor separar uma noite quando toda a igreja sairá a fazer
visitas, um dia para que as senhoras saiam a campo, uma tarde para en-
trega de folhetos etc. Caso contrário, a coisa não vai para frente. Se cada
um for responsável por si mesmo, ninguém será responsável por nada.
Visite os recém-chegados. No início deste capítulo sugerimos como
descobrir quem são os novos moradores da cidade ou do bairro. Escolha
algumas pessoas para esse trabalho. Elas farão o primeiro contato com
os recém-chegados. Depois, quando for conveniente, o pastor ou outra
pessoa poderá realizar as visitas.
Visitas diurnas. Nem todas as mulheres têm coragem de sair à noi-
te desacompanhadas. Portanto, é bom que elas visitem durante o dia.
Além do mais, algumas senhoras não crentes sentem-se mais à vontade
sendo visitadas por outras mulheres e podem ser ganhas para Cristo du-
rante essas visitas. É verdade que hoje em dia há mais mulheres traba-
lhando fora que antigamente, no entanto, muitas ainda trabalham só em
cassa.
Material atraente. Os convites devem ser atraentes e impressos
em papel de qualidade. Se possível, imprima um folheto com fotos do
pastor, líder de jovens, diretor de música, de um grupo de crianças, ado-
lescentes etc. Se a igreja é dona de escola; tem um bom departamento de
música; está envolvida em algum programa beneficente; tem berçário
bem equipado, anuncie tudo. Peça aos membros da igreja que tenham
“DIARIAMENTE E DE CASA EM CASA” 161
um bom estoque desse material na bolsa, nos carros, lojas etc. Mas não
se esqueça de que o folheto deve ser durável, de qualidade.
De dois em dois. Quando era pastor local, eu sempre gostava de
visitar sozinho, pois o trabalho rendia mais. No entanto, acho mais pro-
dutivo os membros saírem em pares. Isso encoraja quem visita; enquan-
to uma pessoa testemunha, a outra pode orar, preencher as fichas, me-
morizar o nome dos visitados etc. Se na casa houver crianças, um dos
visitadores poderá cuidar delas enquanto a mãe ouve a Palavra. Se a
visita será feita a uma família, esta é uma boa oportunidade para casais
trabalharem juntos na obra.
Esconda a Bíblia. Pelo menos até a conversa encaminhar-se para
o lado espiritual. Ou carregue um Novo Testamento. Por quê? Geral-
mente quando as pessoas vêem alguém à porta com uma Bíblia, ou elas
fingem não estar em casa ou dão uma “cortada logo de cara”. Os assal-
tantes nunca se aproximam com a arma em punho, à vista de todo mun-
do. Eles chegam como quem não quer nada, e então atacam. Os pesca-
dores mostram a isca para o peixe, mas não o anzol.
E a TV? Dificilmente encontraremos uma TV desligada à noite. O
que fazer neste caso? Se a família estiver assistindo a um programa aguar-
dado a semana toda ou se a Seleção (ou o time do dono da casa) estiver
jogando naquela hora, os visitadores podem se sentar um pouco e parti-
cipar da “atividade”. Quando houver um intervalo, convidem o pessoal
para visitar a igreja, entreguem um folheto e batam em retirada. Muitas
vezes, porém, as pessoas ligam a TV porque não têm mais nada a fazer.
Outra saída é falar em voz um pouco mais alta ou bem baixa, na esperan-
ça de que alguém “se toque” e abaixe o volume do aparelho. Se quem
visita conhece bem a família, é possível pedir: “Seria possível abaixar a
TV só um pouco, pois quero lhes fazer um convite”. Se o que estiver
passando não for realmente do interesse de ninguém, a TV será desliga-
da.
Organize as visitas por região. Escale os “missionários” da igreja
para trabalharem nas regiões onde moram. Isso evitará que as ruas mais
afastadas sejam esquecidas na visitação. Divida bem as fichas das pes-
soas a serem visitadas para que nenhuma dupla acabe tendo de visitar só
“gente difícil”, e fique desanimada com os resultados.
Deixe alguma coisa com a pessoa. Entregue folhetos, convites,
boletins dominicais, desde que tenham o endereço completo da igreja.
Reforce o convite e repita horário e endereço.
162 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
Algumas dúvidas
Capítulo 12
ESCOLA: ENSINO
OU CONFUSÃO?
Será que a igreja deve fundar uma escola?
O que fazer se a igreja já tem uma escola?
EM QUE LUGAR?
Naturalmente a escola precisará de salas de aula. Algumas igrejas
usam as da Escola Dominical; outras preferem – e podem – ter classes
especificamente para esse fim. Em nossa igreja, começamos com pré-
primário e primeira série. Levantamos uma oferta entre membros da igreja
e grupos interessados no projeto. Como possuíamos um terreno grande,
parte dele foi usado para a construção de classes.
Assim que toda a documentação ficou em ordem, começamos a
fazer propaganda de nossa escola. Toda a igreja – que estava bem cons-
ciente dos fatos – envolveu-se no projeto. Deixamos claro que oferecerí-
amos apenas instrução pré-primária e primária (até a quarta série), pelo
menos a princípio.
Construímos duas salas amplas (para que nenhum supervisor de
ensino reclamasse que as acomodações não eram apropriadas). Toma-
mos cuidado para que a iluminação e ventilação fossem adequadas, e
que as saídas de emergência fossem de fácil acesso.
Certificamo-nos de que o número de banheiros era suficiente e de
que estavam dentro dos padrões de segurança e sanitarismo público.
Também construímos uma pequeno escritório.
Nossa escola começou a funcionar em 1960, com 32 alunos– 20
no pré-primário e 12 na primeira série. Conseguimos professores e dire-
tor dentro da própria igreja.
Nossos melhores professores eram jovens recém-formados, trei-
nados por nós mesmos.
No ano seguinte implantamos a segunda série, depois a terceira e
assim por diante.
Como pastor da igreja, eu supervisionava as atividades da escola.
Mais tarde, por causa do ministério pastoral, a igreja elegeu outra pessoa
ESCOLA: ENSINO OU CONFUSÃO? 173
para fazer esse trabalho. No entanto, sempre fiz questão de estar presen-
te quando alguma decisão importante deveria ser tomada.
Com o passar do tempo, melhoramos nossas instalações, tendo
sempre em mente a segurnça e o bem-estar de alunos e funcionários. A
escola cresceu e tornou-se bem conceituada na cidade. Jamais deixamos
de pagar nossas despesas.
Doze anos mais tarde, tínhamos quase mil alunos entre maternal e
colegial, e éramos muito abençoados por Deus.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1) Devemos contratar apenas professores da igreja?
R) Só se forem qualificados, claro. Os ajudantes devem ser treina-
dos conforme as regras estabelecidas pela igreja.
das no capítulo “Santo Barulho”, sobre como tornar a igreja bem sucedi-
da, também funcionam para a escola. Será de interesse da escola ter
alguém bastante ativo na área de relações públicas.
13) Como tratar com os padrões morais numa época em que eles
parecem não existir?
R) Estabeleça regras e padrões coerentes e bíblicos e atenha-se a
eles. Explique aos professores o que você espera deles. Funcionários e
diretores devem concordar 100% com as normas e padrões da escola a
respeito de música, vestimenta, comprimento de cabelo, etc.
15) Como fazer com que os pais não crentes concordem com suas
regras e padrões?
R) Nem todos concordarão. No entanto, têm de compreender que
se querem os filhos em sua escola, eles devem apoiar suas instruções
disciplinares. Peça que assinem um contrato de acordo nesta área. Assim
você livrará sua cara mais tarde. Explique aos pais que as escolas mais
bem sucedidas são as que exigem padrões morais altos e bem estabeleci-
dos.
Capítulo 13
COMO ENFRENTAR, RESOLVER E
EVITAR PROBLEMAS
ovelhas que elas são vitoriosas em Cristo. Eles também devem se apode-
rar dessa vitória.
Antes de discutirmos os problemas acima mencionados, gostaria
de lhes apresentar um excelente esboço feito por meu irmão, Norman
Pyle, sobre como evitar problemas. É melhor evitar do que remediar.
Norman é um pastor excepcional. Ele já lidou com problemas na área
financeira, eclesiológica, de construção, de dramas emocionais de todos
os tipos. Em meio às crises, ele permaneceu firme, convicto e verdadeiro
em seu pastorado de mais de 20 anos na Geórgia, Estados Unidos. Além
de um excelente pastor e pregador, Norman é muito querido por sua
igreja. Suas ovelhas são gentis e leais, e as assembléias de sua igreja
correm na maior tranqüilidade.
Eis o que Norman sugere para evitarmos problemas:
3. Não exija que sua esposa seja tão dedicada ao pastorado quanto
você. Isso não significa que ela não deva ser dedicada à obra. No entan-
to, você é quem foi chamado por Deus para ser pastor. Muitos pastores
permitem que a igreja sobrecarregue suas esposas.
8. Admita seus erros. Seu ministério não ficará minguado por isso.
Normalmente as pessoas admiram um pastor sincero e humilde em suas
atitudes.
1. A LÍNGUA
“Põe ó Senhor, uma guarda à minha boca: guarda a porta dos
meus lábios”, é o pedido de Davi no Salmo 141.3. Que oração maravi-
lhosa para iniciarmos o dia! Em 1Tessalonicenses 4.11, Paulo adverte:
COMO ENFRENTAR, RESOLVER
E EVITAR PROBLEMAS 183
2. DINHEIRO
Cuide bem de suas próprias finanças. Não dê nenhum passo maior
do que as penas. Ponha em prática as lições do Capítulo 6 sobre como
aumentar e melhorar os dízimos e ofertas e, certamente, suas fonte de
renda também melhorará. Não permita que o dinheiro domine sua vida,
mas leve a igreja a entender que o ministro de Deus deve “viver do evan-
gelho” e que o obreiro é digno de seu salário.
Pague suas contas em dia, nem que tenha de ficar sem comer. Se
tiver que fazer uma “pendura”, explique ao credor suas dificuldades e
assegure-o de que acertará a dívida o mais breve possível. Pague suas
contas dentro dos prazos estabelecidos.
Existe uma diferença grande entre fé e falta de juízo. Se houver
uma necessidade verdadeira, clame ao Senhor e ele cumprirá o que pro-
meteu e suprirá o que você precisar. Se esperarmos no Senhor, ele nos
mostrará se devemos comprar a prazo ou se devemos aguardar até que
tenhamos o dinheiro em mãos. Ao esperarmos em Deus, ele, muitas ve-
zes, se alegra em suprir nossas necessidades de modo inesperado. Pode-
mos receber de presente o que precisamos e, então, ficarmos livres das
prestações.
No entanto, não saia “estendendo o chapéu” por aí na esperança
de receber presentes ou descontos só porque você é pastor. Nem todos
os comerciantes de sua cidade “adoram” dar descontos especiais aos
pastores evangélicos,
Certa vez, depois de me examinar, um oftalmologista perguntou:
“O senhor quer que eu lhe dê o desconto para pastores?” Percebi que ele
estava um tanto exasperado. Respondi: “Não, doutor, só quero pagar o
que o senhor cobra por consulta”. Paguei o preço normal – que nem era
demais—e sempre mantive um ótimo relacionamento com aquele pro-
fissional. Era óbvio que outros pastores “choravam as pitangas” nos ou-
vidos dele.
Por outro lado, Deus abençoa muito seus obreiros. Se alguém lhe
COMO ENFRENTAR, RESOLVER
E EVITAR PROBLEMAS 185
3. EGO
Problemas de ego são causados por nós mesmos. De acordo com
Salomão, “a humildade precede a glória”. Agradeço a Deus por um ve-
lho e sábio evangelista que “pegava no meu pé” constantemente no iní-
cio de meu ministério. Ele me fazia passar vergonha, rebaixava, chama-
va às falas e enfurecia-me tanto que, às vezes, eu quase o odiava. Porém,
como sabia que ele era um homem de Deus e um ganhador de almas,
entendi que ele estava sendo usado para que Deus me “domasse”. Meu
amigo percebeu que eu era extremamente orgulhoso e auto-suficiente e
que Deus não poderia me usar de modo eficaz enquanto essas coisas
dominassem minha vida. Portanto, o homem não me dava sossego, e não
desistiu de mim até que eu tivesse aprendido algumas lições importantes
que Deus queria me ensinar sobre humildade, quebrantamento, crucifi-
cação da vontade própria. Também li muito sobre a vida vitoriosa, a
186 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
4. SEXO OPOSTO
Mantenha acesa a chama da paixão e do amor por sua esposa; não
se envergonhe de mostrar à igreja que sua lua continua cheia de mel.
Jamais humilhe sua esposa, principalmente em público, para que mulher
nenhuma entretenha a idéia de que seu casamento está na corda bamba.
Ninguém deve ter a mínima dúvida de que o pastor e esposa são dedica-
dos um ao outro e continuam se amando muito.
188 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
5. DIÁCONOS
Dedicarei um capítulo especial a este assunto. Por enquanto al-
guns conselhos rápidos. Estabeleça (por escrito) padrões de conduta para
os diáconos e enfatize as qualificações que devem possuir. Doutrine a
igreja com amor e firmeza, e suas ovelhas entenderão que a escolha de
diáconos não deve ser feita na base da amizade, laços de família ou po-
pularidade. Os diáconos têm de ser homens sinceros, “cheios do Espíri-
to e de sabedoria” (Atos 6.3). A escolha precisa ser feita com cuidado e
muita oração.
Meu irmão, Norman, ensina: “Os diáconos devem ser amigos do
pastor, não seus concorrentes”. Não espere até as coisas ficarem “esqui-
190 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
sitas” entre você e os diáconos para então ensinar à igreja sobre as res-
ponsabilidades e tarefas pertinentes ao cargo. (Ver o capítulo 15.)
6. TRABALHADORES PREGUIÇOSOS
Alguns pastores reclamam que a dor de cabeça aumenta quando a
igreja contrata funcionários para ajudá-los. Não deveria ser assim. Em
alguns casos, o pastor gasta tanto tempo mantendo o pessoal ocupado e
resolvendo problemas causados pelos ajudantes que seria melhor não ter
ajudante nenhum.
Contudo, em primeiro lugar, nós, os pastores, devemos examinar
o próprio coração e estabelecer as áreas em que precisamos de ajuda e
esclarecer bem o que esperamos de nossos colaboradores.
Quando a última igreja que pastoreei (e onde fiz o mais longo
ministério) chegou perto de 500 membros, comecei a ter dificuldades
em realizar todas as tarefas, que incluíam visitas a hospitais, programa
de rádio diário e o preparo das mensagens. O primeiro funcionário que
contratei foi uma secretária. Ela passou a fazer o serviço que antes era
feito por voluntários. Normalmente uma igreja em crescimento precisa
contratar funcionários. Os pastores de igrejas grandes precisam de uma
secretária, se quiserem estar com as tarefas em dia. Precisam de alguém
de tempo integral para atender telefones, colocar a papelada em ordem e
dar atenção às necessidades de uma igreja em crescimento.
Igrejas de qualquer tamanho precisam de um bom zelador por per-
to.
Alguns pastores acham que ninguém deve ser contratado como
zelador ou secretária só porque é membro da igreja e está precisando de
dinheiro. A secretária deve ter boa redação, entender de computador e
saber ficar de boca fechada, além de conhecer a logística da igreja. O
zelador tem de saber receber e cumprir ordens, ser capaz de fazer muitas
coisas ao mesmo tempo, não pode ser preguiçoso nem ter medo de arre-
gaçar as mangas. Ele pode prestar contas do trabalho a quem quer que
seja, mas certamente terá de fazê-lo ao pastor também.
O pastor deve ter autoridade para contratar e demitir funcionários,
e estes precisam estar cientes de que devem prestar contas ao pastor.
Se a igreja é grande o suficiente para contratar funcionários, ela
deve seguir rigorosamente as leis trabalhistas, e todos precisam saber
exatamente quais são suas responsabilidades e se, uma vez ou outra,
precisarão fazer hora extra na obra do Senhor. Quando as expectativas
COMO ENFRENTAR, RESOLVER
E EVITAR PROBLEMAS 191
Acúmulo de Cargos?
Poucas igrejas podem ter um líder para cada departamento ou gru-
po. Na maioria de nossas igrejas, um número pequeno de pessoas acu-
mula um bom número de cargos – seja por falta de pessoal ou falta de
vontade mesmo.
O ideal seria que o diretor de música, por exemplo, se dedicasse
apenas ao seu trabalho, e que o líder de jovens só se ocupasse desta
tarefa. Quem faz muitas coisas ao mesmo tempo geralmente não faz nada
bem feito.
É natural que um líder tenha um “xodó” todo especial por seu
departamento, queira se dedicar totalmente a ele e não tenha tempo nem
192 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
Desentendimentos
Para evitar ou diminuir equívocos, faça uma reunião semanal – se
possível – com todas as pessoas diretamente envolvidas nos trabalhos da
igreja. Encoraje-as a dar o melhor de si para Deus, ore com elas e ofere-
ça sugestões de como podem melhorar. Dê-lhes oportunidade para ex-
por suas opiniões e necessidades. Se houver choque de personalidade
entre você e alguém ou surgir divergências pessoais, fale separadamente
com o indivíduo. Não permita que o descontrole de alguém afete (ou
infecte) todo o grupo.
Mantenha o púlpito incandescente com pregações fundamentadas
na Bíblia, e seus funcionários e líderes serão motivados a conquistar
almas para Cristo. Sirva de exemplo para eles.
Leia livros sobre gerenciamento, supervisão e delegação de tare-
fas. Aprenda a delegar responsabilidades, e deixe seus ajudantes livres
para agir, desde que o façam dentro das normas e padrões bíblicos esta-
belecidos pela igreja.
Embora o pastor deva ter autoridade para contratar (e demitir) fun-
cionários, é bom que escolha pessoas que tenham a simpatia da igreja.
Se um diácono ou qualquer outro cristão mais experiente achar que de-
terminada pessoa não é a melhor escolha para um cargo, pense duas
vezes antes de tomar sua decisão. Se um candidato a ministro de música
não se afinou com a maioria dos coristas, estude o assunto com carinho
antes de oficializar o convite. Talvez os coristas tenham visto algo que
lhe tenha passado despercebido. Não se apresse.
Observe cuidadosamente a vida da pessoa a ser convidada para
ocupar um cargo na igreja – seja remunerado ou não. Se estiver vindo de
outra igreja, procure saber como era seu relacionamento lá. Ela se dava
bem com o pastor? Como era sua conduta financeira e familiar? Se for
194 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
7. OPOSIÇÕES
Como agir com os opositores? Alguns membros da igreja se opõem
ao pastor porque são crentes carnais ou indolentes. Contudo, em alguns
casos, a oposição tem razão de ser. Aprenda com seus oponentes. Use
toda e qualquer oposição como uma bússola que confirma se você está
ou não caminhando na direção certa.
Caminhe ajoelhado! Muitas vezes Deus usa as discórdias para que
nos voltemos à oração. Muitos de nossos problemas desaparecerão ou
serão resolvidos quando pusermos os joelhos em terra.
Estude a Bíblia e descubra como Davi, Josué, Daniel, Elias e Pau-
lo agiram frente às oposições que sofreram.
Leia tudo que puder sobre liderança e gerenciamento, como já foi
sugerido.
É bem mais proveitoso conquistar a amizade de seus opositores do
que derrotá-los. É mais inteligente fazer com que se sintam felizes ao
seu lado do que enfurecê-los. Entretanto, às vezes, é melhor que vivam
enfurecidos longe de você do que ao seu redor!
Seja gentil no trato. Alguns pastores são bombásticos e sem ne-
nhum pingo de paciência. Conheço pastores bem sucedidos no ministé-
rio exatamente porque não tentam impor sua vontade a todo e qualquer
COMO ENFRENTAR, RESOLVER
E EVITAR PROBLEMAS 195
8. ATRITO DE PERSONALIDADE
Somos todos diferentes uns dos outros, embora alguns sejam “um
pouco mais diferentes que os outros”. O que fazer quando alguém vive a
discordar de você?
Aceite o fato de que algumas pessoas serão sempre do contra.
Paulo aconselha em Romanos 12.18: “Se for possível, quanto esti-
ver em vós, tende paz com todos os homens”. Deus conhece de antemão
todas as pessoas que irão discordar de você pelo resto da vida. Portanto,
sorria, ore e faça o melhor que puder.
De modo geral, no entanto, os membros da igreja são cordatos e
você conviverá bem com eles; é só uma questão de querer. Aprecie a
196 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
que você ficará de queixo caído. O resultado será tão bom que você terá
de fazer tudo de novo para os juniores e adolescentes!
Capítulo 14
VIDA FAMILIAR E PESSOAL
DO PASTOR
Seu ministério será tão bom quanto sua vida familiar. Mantenha a
chama do amor acesa em seu lar a todo custo. A casa de muitos pastores
mais parece uma torre de babel. Mas será que precisa ser assim mesmo?
Infelizmente muitos pastores foram abandonados pelas esposas e
outros tantos têm filhos que só envergonham o ministério. Você não quer
ser um desses, quer?
De começo, quero esclarecer que a maioria dos pastores de quem
sou amigo e em cujas igrejas preguei vivem muito bem com suas famíli-
as. Também, na maioria dos casos, têm filhos que servem a Deus. Este é
um bom exemplo dado pelos pastores fundamentalistas dos Estados
Unidos, pastores que vivem e pregam a Palavra.
Depois do cuidado com sua própria alma e com seu relacionamen-
to com Deus, seu lar deve ser sua prioridade. Leia 1Timóteo 3 novamen-
te e observe que Deus manda que você cuide bem de seus filhos e de sua
esposa, tenha “seus filhos em sujeição”, seja marido de uma única mu-
lher, que dirija bem seu lar e, assim, tenha um bom testemunho dos que
estão de fora. Entre outras coisas, o apóstolo Paulo enfatiza que deve-
mos ser irrepreensíveis, vigilantes, sóbrios, honestos, hospitaleiros, pa-
cientes, pacíficos, não dados ao vinho nem cobiçosos de torpe ganância.
O pastor só tem a ganhar se estudar não só o que a Bíblia tem a
dizer sobre a vida no lar, mas também ler o que homens espirituais e
instruídos escreveram sobre o assunto. Você e sua esposa precisarão de
graça em dose dupla para manter um lar cristão feliz e exemplar.
1. SEJA ORGANIZADO
Você jamais ficará livre de interrupções e emergências, no en-
tanto, seja prudente e organize sua agenda, planeje suas atividades e as
horas de lazer em família tanto quanto seu ministério. Sua esposa o valo-
204 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
rizará ainda mais ao ver que ela é a pessoa mais importante na sua vida e
que você está, pelo menos, tentando arranjar tempo para ela. Trate-a
como a rainha do lar, dê-lhe honra e trate-a com amor.
Sente-se com sua esposa e explique-lhe que vocês estão servindo
ao Senhor juntos e que você deseja repartir com ela todas as alegrias e
bênçãos do trabalho. Contudo, os dois precisam entender que haverá
tempos difíceis, sofrimentos, problemas, interrupções e decepções a ser
repartidas também. Se vocês decidirem aceitar com alegria tudo que lhes
vier – entendendo que Deus está no controle e que todas as circunstânci-
as fazem parte do plano que ele tem para seu treinamento e serviço –,
então será bem mais fácil enfrentarem as dificuldades.
Passe tempo com seus filhos e um com o outro. O pastor inteligen-
te incentiva suas ovelhas a gastar tempo com suas famílias quando não
houver nenhuma atividade na igreja. Encoraje-as – pelo exemplo – a ter
pelo menos uma “noite da família” semanalmente. Quando a igreja esti-
ver em conferências, seminários etc, é que claro que as famílias deverão
participar destas atividades.
nas a fio e, com a maior boa vontade, dar-lhe um descanso. Quase sem-
pre, no entanto, minha esposa respira fundo, faz as malas e parte comigo
para mais uma jornada. Ela tem sido minha grande incentivadora e uma
verdadeira bênção no ministério. Qualquer dia destes, escreveremos um
livro especialmente para esposas de pastor. Ela tem sido uma esposa
excepcional.
poderão descansar depois que elas forem para cama. Não permita que os
afazeres domésticos atrapalhem a paz e o descanso de sua noite. Talvez
haja na igreja alguém que não se importaria em ficar com seus filhos
para vocês saírem de vez em quando.
CONSELHOS FINAIS
“Governar bem sua casa” ou “ser o chefe da família” não é per-
missão para tirania nem autoritarismo. Seja “amoroso e cheio de ternas
misericórdias” em seu reinado. Queira que seus filhos se lembrem de
você como um pai coerente; um disciplinador firme que exercia sua tare-
fa com amor e justiça, e que realmente vivia o que pregava. “Não irriteis
a vossos filhos, para que não percam o ânimo” (Colossenses 3.21).
“Maridos, amai a vossas esposas , e não vos irriteis contra elas”
(Colossenses 3.19).
Você terá autoridade para pregar contra o pecado...se não tiver
nada a esconder.
Ande de cabeça erguida. “Sedes firmes no Senhor.” Nenhum mal
poderá lhe fazer o homem.
Não se atrase para os compromissos – nem mesmo para os assumi-
dos com sua família – a não ser em casos de emergências.
Esteja acima de qualquer suspeita. Alguém explicou que o crente
deve viver de tal modo que não tenha medo de vender seu papagaio para
o maior fofoqueiro da cidade.
Discipline-se antes de disciplinar os outros. Não seja preguiçoso.
Se você anda ocupado demais para orar – então você está ocupado
demais!
214 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
215
Capítulo 15
DIÁCONOS OU “DIABROS”?
“Como lidar com os diáconos?”, perguntou um pastor quando soube
que eu estava escrevendo este livro. Outro quis saber: “Como incentivar
os diáconos?”
Conheço uma igreja que tem a reputação de ser uma “máquina de
triturar pastores”. Dizem que dois ou três diáconos carnais daquela igre-
ja põem todos os pastores para correr. Eles não têm o mínimo respeito
pelos homens chamados por Deus.
Um pastor explicou que há três anos acabou com as reuniões de
diáconos. “Se eles não sabem agir como cristãos, então não vão mais se
reunir!” A igreja cresceu e os dízimos e ofertas dobraram depois que o
diaconato foi encerrado.
Certa vez, num corredor de hospital, um irmão se lamentou comi-
go porque nenhum pastor ficava em sua igreja muito tempo. Os diáconos
começavam controlando o tempo que o pastor gastava em visitas e coi-
sas assim; depois passavam a escolher o assunto das mensagens; a se-
guir, punham o pastor para correr. Sejamos justos: pastores que só sa-
bem respirar e receber o salário deveriam ser postos na rua! Mas a im-
pressão é que muitos diáconos e igrejas (e pastores também) ainda não
entenderam as qualificações e propósitos bíblicos dos diáconos. Conhe-
ço pastores que não querem nem saber de diáconos por pura questão de
medo.
Alguns dos cristãos mais espetaculares que jamais conheci e al-
guns de meus melhores colaboradores no ministério eram diáconos in-
teiramente consagrados a Deus. Por outro lado, em alguns casos, os es-
pinhos na carne que mais me afligiram como pastor também eram
diáconos, que supostamente deveriam me ajudar a carregar o peso e tor-
nar mais leve o fardo do ministério. A responsabilidade dos diáconos
não se restringe a “contratar e dispensar” pastores; eles devem “aliviar a
carga” do pastor. Leiam Atos 6.1-7.
216 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
diáconos perceberem que você realmente anda com Deus, eles o respei-
tarão e dificilmente discordarão de você. “Se...não morrer, fica ele só”
(João 12.24). Morra para si mesmo, e o fato de alguns diáconos concor-
darem ou disserem indelicadezas a seu respeito não terá muita importân-
cia. “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir, e
dar sua vida…” (Mateus 20.18).
Não viva amuado; não seja impaciente; não se ofenda por ninhari-
as. Faça todo o possível para se dar bem com todos os homens – inclusi-
ve com os diáconos. Seja paciente com eles. É possível que alguns
diáconos não tenham recebido o mesmo treinamento, a mesma educação
e os mesmos ensinos bíblicos que você recebeu. Por outro lado, alguns
podem ser mais capacitados, treinados, entendidos e experientes na área
financeira que você, e terão muito a lhe ensinar; diáconos assim poderão
ajudá-lo imensamente em seu ministério. Deixe o orgulho de lado: dis-
ponha-se a aprender com os leigos da igreja.
Seja honesto, mas não indelicado ao dizer a verdade. Quem é bru-
talmente franco torna-se grosseiro e cruel. Não fale tudo que lhe vier à
cabeça e, certamente, não revele ao mundo tudo o que você pensa.
Contudo não seja evasivo e falso. Tenha firmeza em suas convic-
ções, porém não seja cabeça-dura. Seja flexível, em submissão a Deus, e
não tenha vergonha de admitir que errou ou agiu sob impulso.
Ensine aos diáconos que “caminhamos pela fé” e que em certas
ocasiões a obra de Deus não será realizada se não formos “atirados” e
agirmos pela fé. Explique a eles que se confiarmos sempre e apenas em
nosso conhecimento e bom senso financeiro, e formos excessivamente
cuidadosos, corremos o risco de não dar lugar à fé e ao Senhor em nos-
sos empreendimentos. A precaução pode nos levar à fraqueza e à derro-
ta.
Os diáconos não devem “mandar” no pastor, mas também não de-
vem ser tratados como se fossem seus mordomos. Embora Atos 6 possa
dar esta impressão, as qualificações apresentadas em 1Timóteo 3 dei-
xam claro que a posição de diácono exige mais que isso. O pastor preci-
sa de colaboradores que tenham discernimento espiritual e possam assu-
mir algumas das responsabilidades e deveres que acompanham as neces-
sidades materiais e financeiras da igreja. O Dr. Harvey Springer afir-
mou: “Para cada problema que meus diáconos me causaram, eles me
livraram de cem”. E continuou: “Não canso de afirmar que sou o líder da
igreja, e não abro mão desta prerrogativa – o que é bem verdade. Mas sei
218 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
também que o líder deve estar tão disposto a repartir seu amor quanto
está pronto a exigir seus direitos”.
Paulo declarou: “Pelo que, ainda que tenha em Cristo grande con-
fiança para te mandar o que te convém, todavia peço-te, antes por amor...”
(Filemon 8-9).
No início de um de meus pastorados, havia na igreja um diácono
grandalhão que se levantava em quase todas as assembléias e dizia: “Sou
visceralmente contra isso”. Esta era sua cantilena: “Sou visceralmente
contra isso”. Muitas vezes a reunião se delongava por causa dele, e nem
sempre era tempo perdido, mas aprendi a ter paciência e boa vontade.
Tempos depois, quando aquele irmão teve de remar contra a maré, ele
dirigiu centenas de quilômetros para me ver e, em lágrimas, pediu des-
culpas pelas dores de cabeça que havia me causado. Digo de coração
que não guardo a mínima raiva nem ressentimento daquele diácono.
10. O que fazer com gente simpática que deseja ser diácono, mas
fazem “campanha” entre os irmãos para ser eleito?
R. Se alguém deseja ser diácono só para poder mandar na igreja e
conseguir uma posição de destaque...mantenha-o distante! A pessoa qua-
lificada é um cristão humilde, que tem vontade de servir, e vê o serviço
como um privilégio, embora não se sinta capacitada para o trabalho. O
crente que se alegra em ficar de fora, se esta é a vontade de Deus para
ele, é quem merece ser diácono!
11. Você é o chefe de seu lar? Sua esposa e filhos são submissos a
você? Seus filhos são obedientes e comportados? ________ (Efésios
5.22-25; 1Timóteo 3.12.)
16. Você paga suas contas em dia, pois não deseja se meter em
dívidas e envergonhar o nome da igreja? _________
17. Você e sua esposa sabem guardar segredo, ficam longe de fo-
focas e recusam-se a criticar os irmãos? _________ Vocês são capazes
de esquecer os rancores e são prontos a perdoar os que erram? ______
Sua esposa tem as qualidades de uma esposa de diácono, conforme esta-
belecido em 1Timóteo 3.8-11? _________
Capítulo 16
SÉRIES DE CONFERÊNCIAS
BEM SUCEDIDAS
Depois de pastorear igrejas de todos os tamanhos tanto em cida-
des grandes quanto em pequenas, e de trabalhar como evangelista du-
rante nove anos, tive muitas oportunidades de testemunhar os dois lados
das séries de conferências evangelísticas. Em um capítulo, gostaria de
tratar do “Como” promover séries de conferências, e em outro, dos pro-
blemas causados por esses movimentos. É meu desejo mostrar o que os
pastores devem esperar de um evangelista convidado e o que o evangelista
espera deles. Nossa tendência é esquecer os pequenos detalhes – peque-
nos, mas importantes.
É perfeitamente possível realizar séries de conferências
evangelísticas, conferências bíblicas e também programações missionárias
bem sucedidas e que produzam muitos frutos. As conferências de uma
semana (ou mais) podem realmente “dar bons retornos”. Contudo o su-
cesso do evangelismo não acontece do dia para a noite.
O esforço vale a pena. Se você conseguir o pregador certo – um
homem de Deus – para ajudá-lo, e preparar cuidadosamente todo o pro-
grama, as reuniões serão muito eficazes e os resultados serão duradou-
ros.
Programe uma ou duas séries de conferências evangelísticas du-
rante o ano. Além delas, uma conferência bíblica e uma missionária tam-
bém serão uma grande bênção para a igreja. O ideal é que as séries de
conferências evangelísticas durem uma semana pelo menos. Em alguns
casos, duas semanas seriam ainda melhor. As conferências bíblicas po-
deriam ser de cinco ou seis dias e as missionárias de quatro a seis dias.
Várias conferências longas durante o ano cansam, e acabam tirando o
interesse e entusiasmo da igreja pelos eventos.
Infelizmente muitos pastores desistiram de promover campanhas
evangelísticas em suas igrejas. Não tenha medo de planejar uma campa-
228 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
nha nem de aguardar as vitórias que certamente hão de vir. Planeje bem
e ore muito, e o povo virá.
Como uma série de conferências ajuda sua igreja?
2. Revigora os desanimados.
10. Ganha almas para Cristo tanto durante como após a campanha.
Muitos pastores têm afirmado que mesmo atualmente – quando a
TV e todos os outros tipos de entretenimento seguram as pessoas em
casa –, as séries de conferências estão atraindo um auditório cada vez
maior, quem sabe até maior que há alguns anos. Esses pastores testificam
que almas continuam sendo salvas e que as evidências da série de confe-
rências ainda continua depois do término da campanha. Isso confirma o
que digo: as conferências evangelísticas funcionam.
Deus mesmo “deu outros para evangelistas” (Efésios 4.11). Por-
tanto é óbvio que ele deseja usar esses evangelistas nas igrejas. Infeliz-
mente, porém, alguns pastores desistiram de promover campanhas
evangelísticas em suas igrejas. Por quê?
Talvez porque tenham se decepcionado com um determinado
evangelista ou por não terem obtido os resultados esperados ou por medo
de não serem capazes de manter o ritmo depois das conferências.
SÉRIES DE CONFERÊNCIAS BEM SUCEDIDAS 229
sucedida. Se a igreja não está preparada para dar tudo de si, se não crê
que Deus tem mesmo poder para convencer os pecadores, se não quer
empenha-se no trabalho e na oração, e não está pronta a clamar para que
a campanha produza muitos, muitos frutos, não é justo nem prudente
pedir a um conferencista que invista um mês (ou duas semanas) de seu
tempo em uma série de conferências.
Com todas as comodidades e conveniências de hoje podemos dar
avisos e recados em menos tempo; chegamos mais rapidamente aos la-
res; atingimos uma área maior com nossa propaganda; alcançamos mais
gente e, assim, podemos esperar um grupo bem maior de ouvintes. Qua-
se todas as pessoas têm telefone, automóveis e muitas outras facilidades
jamais sonhadas nos dias das “grandes séries de conferências”.
Todas essas conveniências facilitam as campanhas evangelísticas
de sete, oito ou doze dias. Talvez oito dias – de domingo a domingo –
seja mais prático, principalmente nas cidades grandes, onde a locomo-
ção é sempre mais difícil. Com a maioria dos jovens estudando de dia e
trabalhando à noite, qualquer programação que dure mais de sete dias
terá um auditório pequeno, especialmente no início da semana.
Se sua igreja for corajosa, quiser bons resultados e decidir promo-
ver uma semana toda de conferências evangelísticas, bíblicas ou de
reavivamento, saibam que terão de unir suas forças. Comecem a orar já
para que Deus mande o conferencista certo, e ponham mãos à obra ime-
diatamente. Como pastor, determine-se a fazer todos os esforços para
que a igreja esteja bem preparada quando o pastor convidado chegar e as
reuniões começarem.
OBSERVAÇÃO: Se a igreja pretende convidar alguém famoso,
muito requisitado, é bom convidá-lo o quanto antes, mesmo que seja
com um ano de antecedência. Não se zangue com um conferencista que
não aceitou ir à sua igreja em março quando o convite lhe foi feito em
fevereiro!
Quando pastoreava, eu gostava de promover uma série de confe-
rências assim que as férias terminavam. Este era um bom meio de dar
uma “injeção de ânimo” na igreja logo no começo do ano.
Dependendo das circunstâncias e do tipo de trabalho, os meses de
férias também podem dar bons resultados. Uma solução para estes me-
ses mais fracos em assistência (quando muita gente viaja) é combinar a
série de conferências com a Escola Bíblica de Férias; em vez de convi-
dar um único pastor para falar, convide uma equipe de evangelismo;
SÉRIES DE CONFERÊNCIAS BEM SUCEDIDAS 231
4) Plano de refeições;
21. Se a igreja tem uma escola, cuide para que suas atividades não
atrapalhem as conferências. Convide o conferencista para falar na as-
sembléia. Promova um culto especial para a escola e convide os alunos.
Se a escola possui conjunto coral, quartetos etc, peça-lhes que se apre-
sentem. Os pais certamente irão prestigiar a participação dos filhos.
Quando fiz conferências na igreja do Dr. Bruce Cummons, no estado de
Ohio, ele cancelou todas as tarefas de casa e testes daquela semana; os
alunos não tiveram nenhuma desculpa para não comparecerem aos cul-
tos. Que beleza trabalhar com um pastor assim!
22. Certifique-se de que o templo e todas as suas dependências –
inclusive estacionamento, hall de entrada e calçada – estejam limpos e
em ordem antes do início das conferências. Podem árvores e arbustos, e
não se esqueçam de colocar papel higiênico e toalhas extras nos banhei-
ros. Muitas pessoas visitarão sua igreja pela primeira vez, e algumas –
dependendo do que virem e ouvirem – decidirão se voltam ou não.
Caprichem para a série de conferências.
SÉRIES DE CONFERÊNCIAS BEM SUCEDIDAS 241
Capítulo 17
PASTOR LOCAL E
CONFERENCISTA: UM
RELACIONAMENTO DELICADO
Uma campanha evangelística ou de avivamento espiritual deve ser
uma das experiências mais felizes e magníficas do ano para a igreja toda.
E deve ser um trabalho muito bem sucedido. O diretor de uma faculdade
teológica me pediu que falasse aos jovens seminaristas sobre: “O que o
pastor local espera do conferencista e vice-versa”. O tema era pesado!
Elaboremos um pouco sobre o assunto.
Deus. Por que falar a cem pessoas quando tem a oportunidade de falar a
duas mil e ganhar dez vezes mais almas para Cristo? Naturalmente, o
conferencista deve orar e buscar a vontade de Deus quanto aos lugares
onde deva pregar. Talvez o Senhor queira que ele vá a uma igreja peque-
na. Contudo, nenhum pastor deve tentar iludir o conferencista sobre a
igreja que o está convidando. É sempre agradável receber uma carta do
pastor falando sobre sua igreja; sobre o que crêem e o que desejam rea-
lizar; quantos alunos fazem parte da EBD; quantos membros a igreja
tem; se o templo é grande ou pequeno, e até mesmo o nome de alguns
conferencistas que já pregaram lá.
Mesmo que a igreja seja pequena, as ofertas sejam inexpressivas e
os crentes estejam desanimados, o conferencista provavelmente irá as-
sim mesmo – se puder. Mas ele tem de ter a chance de avaliar a situação
e tomar sua decisão, depois de passar tempo ajoelhado em oração.
Caso a igreja não tenha condições financeiras de hospedar o con-
ferencista em um hotel e ele precise ficar na casa de algum membro da
igreja que tenha filhos pequenos e onde não haja muita privacidade, é
bom que essas informações lhe sejam dadas antes de acertarem a data da
série de conferências. Certa vez recebi uma carta convidando-me para
realizar um trabalho especial em determinada cidade. O remetente me
garantiu que a igreja estava ansiosa por minha visita. Embora a carta
fosse bastante animadora, quando telefonei ao pastor para conversar so-
bre o convite, descobri que ele, para complementar o salário, trabalhava
em uma cidade, que não morava muito perto da igreja – composta de 35
membros – e que, na verdade, não estava lá muito entusiasmado com a
idéia de receber um conferencista. Nada mais justo do que o conferen-
cista ser informado do que o aguarda.
só para lhe dar uma força como para ser exemplo à minha igreja. Além
disso, minha alma também precisava ser alimentada. Alguns pastores
são famosos por “abandonar” o conferencista e sair vistoriando as clas-
ses da EBD ou a contagem dos dízimos e ofertas. Em algumas ocasiões,
tive de encerrar os trabalhos da EBD ou aconselhar um convertido em
igrejas de terceiros porque não havia ninguém mais para fazê-lo. Algu-
mas vezes, o pastor não estava presente quando terminei a mensagem e
fiquei sem saber a quem passar a palavra.
20. Não gaste tempo dos cultos especiais com propaganda de even-
tos futuros a serem promovidos pela igreja. Se deseja aproveitar a oca-
sião, porque tem à sua frente uma grande platéia, faça esses avisos no
último culto da série de conferências. Durante toda a campanha
evangelística, as pessoas têm de sentir que estão participando das reuni-
ões mais importantes do mundo; reuniões que precisam de toda atenção
possível.
21. É importante que a família do pastor seja exemplo para todos.
Seus filhos devem sentar-se nos primeiros bancos e comportar-se muito
bem durante os cultos. Já participei de uma campanha em que os filhos
do pastor não tomaram parte das reuniões especiais para os adolescen-
tes. Isto afeta negativamente o que pretendemos fazer pelos jovens. A
maioria dos filhos de pastores são crianças notáveis, bem educadas e
comprometidas com a igreja. Nossos pastores estão sendo excelentes
pais!
22. A igreja é responsável pelas despesas de viagem, alimentação
e hospedagem do conferencista. Além disto, uma oferta de amor deve
ser-lhe entregue como investimento na obra de evangelização. Muitos
conferencistas não têm renda fixa; sustentam-se das ofertas que rece-
bem. As igrejas precisam ser sensibilizadas quanto a isto e dar-lhes uma
oferta generosa. Este é um assunto delicado e gera mal entendidos nas
igrejas. Por esta razão, pedi que meu pastor, Milton Ker, escrevesse, no
capítulo 18, um pouco sobre o assunto. Falemos agora sobre…
PASTOR LOCAL E CONFERENCISTA: UM
RELACIONAMENTO DELICADO 251
19. Não permita que a “dor de cotovelo” tome conta de seu corpo
todo. Se o carro do pastor é melhor que o seu e a casa dele maior que a
sua, simplesmente agradeça a Deus pelo que você tem, e lembre-se de
que você também não tem algumas das dores de cabeça dele! Se tiver a
impressão de que outros conferencistas são convidados por igrejas mai-
ores e mais ricas do que as que convidam você, não se esqueça de que
somos chamados a sofrer por Cristo “fora do acampamento” e de que
toda e qualquer bênção que recebemos é muito mais do que merecemos.
20. Quando “requentar” sermões, certifique-se de que continuam
“saborosos”! Não repita os velhos sermões como se você fosse um papa-
gaio. Estude-os um pouco mais; tempere-os com muita oração; unte-os
com o óleo do Espírito e deixe que a unção do Senhor esteja sobre você
também. E não deixe de atualizar as ilustrações.
Capítulo 18
RECOLHIMENTO DE OFERTA
DURANTE AS CONFERÊNCIAS
Alguns pastores relutam em incentivar o auditório a dar uma ofer-
ta expressiva durante as séries de conferências. Existem pelo menos três
razões para este comportamento:
salário anual do pastor. Assim, não se preocupe achando que vai dar
dinheiro em excesso ao conferencista.
Infelizmente os “curandeiros” e os charlatões mancham o nome
dos conferencistas por causa das imensas ofertas que recolhem, mas os
crentes espirituais de nossas igrejas sabem que há diferença entre uns e
outros, e precisam ser informados sobre as reais necessidades dos
evangelistas e suas famílias. Nossas igrejas devem entender que muitos
desses homens estão se sacrificando e têm dificuldade em cuidar de suas
obrigações enquanto viajam tanto.
O Pastor Milton Ker, meu sucessor na Igreja Batista Central de
Panamá City, na Flórida, é uma jóia de pastor. É um dos homens mais
generosos que já conheci, e muito experiente em recolher boas ofertas
em séries de conferências (ou de qualquer outro tipo!). Por isso, pedi-lhe
que escrevesse um artigo sobre o assunto. Eis o que ele diz:
Capítulo 19
O PAPEL DO BOLETIM
(e coisas do gênero)
Correspondência Especial
Alguns pastores publicam uma carta de oração ou jornal semanal
ou mensal especialmente para os membros da igreja. Era o meu caso. Eu
usava os três primeiros parágrafos de meu editorial para ter uma conver-
sa “íntima” com minhas ovelhas. Se estivéssemos às vésperas de algum
trabalho especial, ele era a ênfase do primeiro parágrafo. Minha carta
era semanal; assim, eu normalmente usava o primeiro parágrafo como
isca para meu sermão da manhã ou da noite do domingo que se aproxi-
mava. Os bons títulos chamam a atenção do público. O título deve ser
tão interessante e convidativo quanto possível.
As coisas mais importantes eram incluídas nos três parágrafos ini-
ciais. No restante da primeira página eu relatava quantas pessoas haviam
participado dos cultos, o valor das ofertas recolhidas, avisos importantes
e os motivos de agradecimento. Na segunda página, eu publicava os
pedidos de oração (pessoas hospitalizadas, viajando etc), anúncio de ati-
vidades para os jovens, uma nota sobre a escola e coisas assim. Uma
citação interessante aqui e ali prende a atenção dos leitores.
Atualize a lista de endereços e verifique se os nomes e sobreno-
mes estão corretos. Lembre-se: a embalagem valoriza o produto. Todo
mundo gosta de ver o próprio nome bem escrito num envelope bonito.
O PAPEL DO BOLETIM 271
Capítulo 20
LIVROS DO CORAÇÃO
“Traga… e os livros”, pediu o apóstolo Paulo (2Timóteo 4.13).
Nenhum pastor será bem sucedido se não for amante dos bons livros.
Já ouvi a seguinte pergunta diversas vezes: “Quais os livros que
mais o ajudaram no ministério?” São muitos, e jamais me separaria de
alguns deles. Outros, recomendo como excelentes fontes de ensino e
leitura.
A Bíblia Scofield continua sendo minha Bíblia de estudo (quantas
já se “acabaram” em minhas mãos!). Também tenho aprendido muito
com a Bíblia Tompson (publicada no Brasil pela Editora Vida) e ou-
tras. Às vezes leio outras versões da Bíblia para não me habituar à pági-
na em que um versículo aparece na Bíblia Scolfield.
Mesmo antes de pensar em me tornar pastor, comecei a memorizar
versículos sobre a salvação. Depois, memorizei uma boa porção dos que
combatem as desculpas que as pessoas dão para não serem crentes no
Senhor Jesus. Com a Palavra de Deus, não há como errar!.
Leia as biografias dos grandes servos de Deus, como Judson,
Livingstone e Carey. Dr. Moody é sempre revigorante e inspirador.
Os sermões de Spurgeon são imortais e devem ser lidos
freqüentemente. Podemos nos inspirar nas idéias de Spurgeon, mas não
devemos ficar decepcionados se não pregarmos como ele pregava!
Os pastores precisam ler livros de auto-ajuda e inspiradores. Não
deixem de ler “O Pregador e a Sua Pregação”, de Alfred P. Gibbs.
De vez em quando, pastores e evangelistas têm de vislumbrar as
chamas do Inferno para que seus corações continuem se consumindo
pelas almas perdidas e não se esqueçam do que elas devem ser salvas.
Coloque suas mãos em livros que falem sobre a situação dos perdidos e
o lugar para onde irão, caso não se entreguem a Cristo.
O pastor não pode deixar de possuir um bom dicionário bíblico e
também uma boa concordância. É importante ter um dicionário da Lín-
276 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
Capítulo 21
NO MEIO DA BATALHA
(Miscelânea de Finanças, Construção, Casamentos,
Funerais, Programa dos Jovens, Padrões etc.)
Construção do Templo
Reúna seus líderes e, juntos, orem, pensem e planejem a constru-
ção do templo. Decidam o que a igreja precisa e observem outros tem-
plos. Não construam um auditório igual ao primeiro que encontrarem. A
Comissão de Construção deve ser formada por homens diligentes. Peça-
lhes que visitem outras igrejas e dêem uma boa olhada nos templos de
que mais gostarem.
Estude cuidadosamente as plantas de templos já acabados. Infor-
me-se sobre os custos. Antes de iniciar a obra, procure levantar todo o
dinheiro que puder. Incentive a igreja inteira a se envolver no projeto.
Pregue mensagens entusiasmadas sobre as grandes “construções da Bí-
278 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
Financiando a Construção
Pedi ao Dr. Gary Coleman, pastor bem sucedido no Texas, que
escrevesse um pouco sobre as finanças da igreja. Muito do que ele diz
está relacionado ao programa de construção. Eis suas considerações, pelas
quais agradecemos.
280 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
1. Integridade
Uma das chaves para o ministério eficaz é planejar um esquema
financeiro que seja um exemplo de integridade e decência. As pessoas
que nos cercam não podem ter motivo nenhum para duvidar de nossa
honestidade e responsabilidade no trato com o dinheiro da igreja. A inte-
gridade da igreja está ligada, de certo modo, à integridade do pastor.
Isso quer dizer que pastor e igreja têm de honrar seus compromissos
financeiros. Ser íntegro também significa não usarmos nossa posição e
autoridade para conseguir descontos e “precinhos camaradas”. Os co-
merciantes se ressentem deste comportamento indelicado. Normalmen-
te eles acham que a igreja é um cliente como outro qualquer.
2. Prestação de Contas
Prestar contas é explicar como o dinheiro entrou e como e onde foi
usado. Acho prudente o pastor se reunir com os diáconos regularmente
para analisarem o relatório financeiro, e depois informarem a igreja de
como andam as coisas. A prestação de contas elimina dúvidas e contro-
vérsias. O ministério de um pastor corre sérios riscos quando ele faz
mistério a respeito das finanças da igreja. Às vezes, problemas surgem
quando o dinheiro levantado para um fim é usado em outra coisa. Por
exemplo, se a igreja promoveu um jantar para angariar fundos para a
construção de salas da EBD, o dinheiro arrecadado deve ser usado para
este propósito. Todas as compras devem ser aprovadas por uma única
pessoa. Os pedidos devem ser feitos por escrito. Estabeleça procedi-
mentos para a contagem e depósito do dinheiro. A contabilidade da igre-
ja tem de ser muito bem feita.
3. Planejamento
Planeje um orçamento anual realista e apresente-o à igreja. A apro-
vação do orçamento dá ao pastor o direito de usar os fundos ali estabe-
lecidos sem ter de convocar uma assembléia sempre que precisar gastar
um centavo. É preciso estabelecer regras para o uso do dinheiro alocado
no orçamento.
Para ajudar seu rebanho a crescer na graça da contribuição, e le-
vantar o dinheiro necessário para o orçamento da igreja, realize anual-
mente um seminário sobre a necessidade de sermos bons mordomos de
Cristo. Este tipo de trabalho permite ao pastor falar sobre finanças, ne-
cessidades da igreja e dízimos e ofertas dentro de um contexto amigável,
NO MEIO DA BATALHA 281
4. Princípios da contribuição
Sem dúvida, um dos fatores principais do sucesso financeiro da
igreja é o fato de o pastor compreender e praticar os princípios da contri-
buição. Generosidade produz generosidade. A disposição do pastor em
contribuir liberalmente para a obra do Senhor e para ajudar outros, im-
pulsiona a igreja toda a fazer o mesmo. Ao contribuir, o pastor deve
fazê-lo desprovido de orgulho e da atitude de “coitadinho”. Comporta-
mentos assim obstruem a influência que ele tem sobre as ovelhas. O
pastor deve levar a igreja não só a entregar os dízimos e ofertas, mas
também a contribuir para o sustento de outros ministérios e indivíduos.
Dar e receber estão relacionados a plantar e colher. O pastor pode desen-
volver na igreja o hábito da contribuição generosa quando a mantém
informada das necessidades de terceiros.
—Gary Coleman
282 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
É IMPORTANTE SABER
CONCLUSÃO
4. Se Deus nos apresenta o plano que financia sua obra...e ele apre-
senta,
284 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
5. Então por que não temos tudo o que necessitamos para que o
trabalho seja feito? A resposta é simples: é porque erramos ao não en-
tender, ensinar e implementar o plano financeiro bíblico na realização
da Sua obra.
Leia novamente o capítulo sobe como conseguir maiores e melho-
res ofertas.
O NOME DA IGREJA
O nome pode construir ou destruir uma igreja. Pense em algumas
igrejas que crescem e florescem e veja como se chamam.
Primeira Igreja Batista só faz sentido se ela for mesmo a primeira
de um lugar; a Igreja Batista Central deve estar no centro da cidade ou
bairro. Igreja Batista do Calvário é um nome bastante comum e, uma vez
que igrejas proeminentes são assim chamadas, sinta-se à vontade para
usá-lo também.
Normalmente as igrejas são conhecidas pelo nome da cidade, vila
ou bairro onde estão localizadas.
“Graça” e “Calvário” dão peso ao nome da igreja, o que é bem
estranho em um mundo em faz pouco caso da graça de Deus.
Igreja Batista Bíblica é um excelente nome, no entanto identifica
mais uma denominação evangélica do que uma postura doutrinária.
Lembre-se de que cidades e lugares da Bíblia são praticamente
desconhecidos dos não-crentes, e alguém terá de lhes explicar a razão de
a igreja ter o nome que tem. Antes de fazer a escolha definitiva, pare e
pense nas igrejas que têm o nome que lhe agrada. Como são essas igre-
jas? Elas são famosas pelo quê? Não permita que um nome mal escolhi-
do ou um tanto “peculiar” demais restrinja a influência de sua igreja.
Resumindo, escolha um nome “atraente” e que identifique a cida-
de, vila ou bairro onde a igreja está localizada; um nome que leve as
pessoas a sentir que encontraram “a” igreja certa para uma época tão
incerta. Além do mais, o nome deve ser fácil de ser soletrado e pronun-
ciado. Verdadeiramente, “um bom nome vale mais do que muitas rique-
zas”.
FALECIMENTOS E FUNERAIS
Quando um membro da igreja falecer, visite a família imediata-
mente e ore com ela. Seja carinhoso e sensível nessas horas. O silêncio
amigo é sempre apreciado, mas uma oração nunca é rejeitada. Leia al-
guns versículos apropriados à ocasião e conforte os enlutados. Se hou-
ver pessoas entrando e saindo (como geralmente acontece), peça um
momento de silêncio para uma rápida reflexão e oração. Ofereça-se para
ajudar a família nos preparativos do enterro. Nessas horas, a família fica
um tanto “fora de si” e não sabe exatamente o que fazer. Seja cuidadoso
e discreto ao dar sugestões para o funeral. As pessoas que sofrem geral-
mente ouvem os conselhos do servo de Deus que se porta com dignidade
e cavalheirismo.
Se o culto fúnebre acontecer no velório (ou capela) do cemitério,
respeite as normas estabelecidas pela direção do local. O pastor educado
e gentil conquista o respeito de todos (até mesmo dos não-crentes).
Os funerais não são ocasiões para sermões longos nem apresenta-
ções musicais intermináveis. Certifique-se de que os números especiais
são adequados à ocasião, mesmo se forem escolhidos pela família enlu-
tada.
Eu sempre iniciava os cultos fúnebres com uma oração, que era
seguida de um hino; depois, lia uma passagem bíblica relacionada ao
acontecimento, e outra música era apresentada. Minhas mensagens não
passavam de 15 minutos. Normalmente as pessoas me agradeciam pelas
palavras de conforto, e comentavam que eu conseguia dizer muito em
pouco tempo.
Deve-se fazer apelos em funerais? Quando havia não-crentes, e eu
percebia que o Espírito Santo estava falando a alguns corações, eu fazia
NO MEIO DA BATALHA 287
A ESPOSA DO PASTOR
Os jovens que aspiram ao ministério se preocupem (e com razão)
em achar a esposa certa. O assunto requer muita oração!
Visite faculdades teológicas e seminários cujos pontos de vista e
convicções sejam iguais aos seus. As chances de se encontrar uma jo-
vem consagrada a Deus são bem maiores nesses lugares do que em quais-
quer outros do mundo.
Procure uma jovem que se interesse pelas almas perdidas e que
tenha ideais grandes e nobres. Talvez você até encontre alguém que de-
seje muito ser esposa de pastor!
NO MEIO DA BATALHA 293
Capítulo 22
PERGUNTAS E RESPOSTAS
(O Pastor e Suas Dúvidas)
“Conselhos para nosso próprio bem geralmente não nos fazem bem
nenhum.” – Reader’s Digest. No entanto, os pastores enfrentam dificul-
dades cujas respostas se encontram ou na Bíblia ou são questão de bom
senso ou vêm com a experiência de terceiros. Darei algumas respostas
práticas às dúvidas mais comuns dos pastores.
Os pastores deveriam aprender, com Davi, que é Deus “em quem
eu confio, e que me sujeita o meu povo” (Salmo 144.2). Quando nós
tentamos “subjugá-los” com nossas próprias forças só arranjamos
encrencas. Minha ajuda vem do Senhor. Nós os pastores somos conse-
lheiros espirituais e instrumentos de Deus, contudo “não que tenhamos
domínio sobre a vossa fé, mas porque somos cooperadores de vosso
gozo…” (2Coríntios 1.24).
As perguntas abaixo não estão em ordem de importância, porém
me foram feitas por jovens pastores (e não tão jovens) ou são dúvidas
que, pelo que sei, têm causado problemas a alguns pastores.
TRANSFERÊNCIA DE PASTORADO
1. Quanto tempo devo permanecer na mesma igreja? Como
saber que é hora de mudar de igreja? Com que antecedência o aviso
de saída deve ser dado?
Em um artigo interessantíssimo sobre o assunto, Dr. Truman Dollar
deplora o fato de que atualmente muitos pastores usam uma igreja como
sala de espera e alavanca para outra maior e “melhor”.
“Filho, encontre uma cidade onde fincar suas raízes e permaneça
lá por um longo tempo”, era, de acordo com o Dr. Dollar, o conselho
dado aos jovens pastores nos primórdios da Baptist Bible Fellowship.
Em um artigo publicado no The Baptist Tribune, o Dr. Dollar cita
um número de igrejas grandes e produtivas que gravaram seus nomes na
298 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
até que você saia; e você não se concentrará mais no trabalho atual assim
que se decidir pela mudança.
18. Por que, com freqüência, os crentes mais velhos ficam ma-
goados quando os mais novos e os recém-chegados se tornam ativos
na igreja?
Infelizmente isto acontece, mas não deveria. Os irmãos mais ve-
lhos que se dedicaram para que a igreja chegasse onde está hoje, às ve-
308 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER
19. O que devo fazer para não ser interrompido a toda hora?
Algumas vezes elas são instruções divinas. Na maioria dos casos,
o pastor tem de “ir de acordo com a maré”. Mas uma secretária esperta e
uma esposa atenta podem “peneirar” os telefonemas e poupá-lo dos “car-
nes de pescoço”. Aprenda a encurtar o papo de quem fala e fala, mas não
tem nada realmente importante a dizer. (Veja os capítulos 2 e13.)
os Golias que lhe aparecerem pela frente. A não ser que você dê longas
caminhadas, nenhum exercício precisa tomar muito de seu tempo. Faça
caminhadas rápidas e vigorosas. Jogar futebol é um bom exercício e não
precisa necessariamente durar 90 minutos. Lembre-se: consulte seu mé-
dico antes de começar a “mexer o esqueleto” – principalmente se é se-
dentário – e se decidir fazer dieta para perder peso. Não durma de mais
nem de menos. “ …desejo que te vá bem em todas as coisas, e que te-
nhas saúde…” (3João 2).
***********
Para concluir este livro, deixo-lhes um conselho que solicitei a
meu irmão, Howard M. Pyle, pastor experiente e diretor de escola em
Atlanta, Geórgia.
Sua contribuição para “O que todo pregador deve saber” fecha
com chave de ouro tudo o que já foi dito aqui:
Meu conselho aos jovens pastores é que tenham o cuidado de não
imitar nem duplicar o estilo e os hábitos de pastores mais experientes.
Seja você mesmo. Alguns receberam um único talento, outros recebe-
ram cinco talentos e outros receberam dez talentos. Deus requer fideli-
dade sobre o que nos foi dado e não sobre nossa capacidade de nos
igualarmos ao próximo.
Nem todas as igrejas devem organizar uma escola (que pode ser
bênção para uma igreja e praga, difamação e fardo para outra). Nem
todas as igrejas precisam ter vans, programa de rádio e TV campeões de
audiência nem possuir um acampamento. É bem melhor seguir a Deus
do que seguir tradições, costumes e conveniências.
Meu conselho aos jovens pastores é que orem para sentirem inun-
dados de amor por seu rebanho sem jamais ter de sacrificar suas convic-
ções, seus princípios e seu caráter. Fazer o que é certo – mesmo corren-
do o risco de perder amigos e membros da igreja – sempre acaba dando
CERTO. “Nunca sacrifique o duradouro no altar do imediato.” “Faça o
que é certo, mesmo que as estrelas caiam.”
Só teremos a ganhar se colhermos os frutos das experiências e
sabedoria de homens mais velhos que já participaram de inúmeras bata-
lhas. Todos os Timóteos necessitam de um Paulo; todos os recrutas lu-
crarão se derem ouvidos a um general cinco estrelas; e cada pessoa pode
me ensinar alguma coisa – SE eu quiser aprender.
Adicionando:
JAMAIS SUBESTIME:
O Poder de Deus – Efésios 3.20.
A Influência de Satanás – 1Pedro 5.8; 1Tessalonicenses 2.18.
O Potencial da Oração – João 14.13-14.
A Inconstância do Ser Humano – Salmo 118.8-9.
A Fraqueza da Carne – Romanos 13.14.
320 O QUE TODO PASTOR DEVE SABER