Vous êtes sur la page 1sur 17

FACULDADE REGIONAL DA BAHIA – UNIRB

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

TATIANE PORTO ALVES

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DE


CONSTRUÇÃO DA LEITURA E ESCRITA NOS ANOS INICIAIS DO
ENSINO FUNDAMENTAL

Feira de Santana
2019
TATIANE PORTO ALVES

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NO PROCESSO DE


CONSTRUÇÃO DA LEITURA E ESCRITA NOS ANOS INICIAIS DO
ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito obrigatório de avaliação final do curso de
Licenciatura em Pedagogia da UNIRB, disciplina
TCC II, professora Adriana .

Orientador(a): Me. Adriana

Feira de Santana
2019
SUMÁRIO

RESUMO................................................................................................................................... 4

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 4

2. METODOLOGIA............................................................................................................... 5

3. RESULTADOS ................................................................................................................. 6

4. SOBRE O DESENVOLVIMENTO INFANTIL ............................................................ 10

5. PROBLEMAS DE APRENDIZADO ............................................................................ 11

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 15

7. REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 16
RESUMO

Os problemas de aprendizado tem aumentado cada vez mais no ambiente escolar,


isto porque a escola vem observando com mais ênfase que sua área de atuação
abarca problemas sociais que se tornam aparentes nos descompassos da
aprendizagem das crianças do 1º ano do ensino fundamental. Deste modo, o presente
trabalho procura descrever as situações que envolvem o aprendizado infantil em
busca de uma compreensão do que é definido como problemas de aprendizado e
como este se materializa nas crianças. Para tanto, empreendemos uma pesquisa
bibliográfica de caráter qualitativo em artigos e livros que abordem a temática citada.
Assim, poderemos abrir caminho para uma melhor compreensão sobre o tema bem
como incentivar outras pesquisas sobre a relação ensino-aprendizagem infantil e seus
desafios.

Palavras-chave: Problemas de aprendizado; Educação Infantil; Ambiente Escolar

1. INTRODUÇÃO

Atualmente tem ocorrido, por parte de algumas mães, uma preocupação pela
ausência ou mesmo no pequeno conhecimento que seus filhos têm de esquemas
conceituais da escrita, ou pela pouca aproximação dos conteúdos clássicos,
compreendidos como conteúdos que envolvem o estudo da escrita, leitura,
matemática, das ciências e humanidades, pois atualmente é comum dentro do
ambiente escolar encontrar crianças que apresente dificuldades de aprendizagem
principalmente com a leitura e escrita. O presente projeto tem como objetivo principal
identificar as características dessa fase educacional e analisar o processo em busca
de quais fatores prejudicam as crianças no aprendizado.
Diferente da antiga 1ª série que dedicava um maior tempo escolar para o
trabalho com conteúdos, deixando um pequeno espaço para atividades lúdicas, o
processo educacional do 1° ano atual dedica-se a valorizar os jogos e as brincadeiras
como parte integrante e essencial do aprendizado das diferentes áreas do
conhecimento, isso porque trabalha com crianças que muito pouco tempo atrás
encontravam-se na Educação Infantil. Dessa maneira o 1° ano do ensino fundamental
é um preâmbulo de alfabetização, é um introdutório, portanto nesse processo de
aprendizagem, não é necessário que a criança de 5 anos a completar 6 anos, conheça
as letras e escreva o seu próprio nome e já tenha entendimento do significado de
sílaba.
Assim, Saviani (2011) afirma, ora, a educação está no âmbito do trabalho não
material, portanto tem a ver com ideias, conceitos, valores, símbolos, hábitos, atitudes.
Portanto, o objeto da educação diz respeito, de um lado, à identificação dos elementos
culturais que precisam ser assimilados e, de outro, às formas mais adequadas para
atingir esse objeto. Quanto ao primeiro aspecto (identificação dos elementos culturais
que precisam ser assimilados), trata-se de distinguir entre o essencial e o acidental, o
principal e o secundário, o fundamental e o acessório. Através dessa afirmação
podemos identificar que a compreensão das questões sociais e culturais são
fundamentais para o entendimento dos possíveis problemas nesse nível educacional.
Deste modo, a partir das afirmações anteriores, surge a hipótese de que um
dos fatores dessa dificuldade esteja relacionada com a compreensão equivocada das
fases do processo educacional e dos conteúdos abordados por conta da nomenclatura
vigente. Essa hipótese ganha força ao contextualizar com os estudos de Saviani
(2011) que afirma que a escola é uma instituição cujo papel consiste na socialização
do saber sistematizado. Sendo assim, por meio dela, acontece a passagem do saber
espontâneo ao saber sistematizado, da cultura popular à cultura erudita, porem essa
compreensão não atinge os pais e mães ocasionando essa preocupação em relação
ao aprendizado no 1º ano do ensino fundamental.
Buscando auxiliar o procedimento educacional, este trabalho foi desenvolvido
de maneira que possa apontar quais as dificuldades de adaptação, de aprendizagem
que as crianças do 1º ano do ensino fundamental I tem em aprender determinados
conteúdos, pois sabemos da fragilidade dessas crianças ao passar da educação
infantil para o ensino fundamental I, sendo assim busca-se se responder a seguinte
questão: Quais são as causas e fatores que vem influenciando as dificuldades de
aprendizagem destas crianças?

2. METODOLOGIA

Foi empreendido um estudo de caráter qualitativo de dados onde procurou-se


compreender quais os fatores que influenciam no aprendizado das crianças das séries
iniciais de ensino, mais especificamente 1º ano do ensino fundamental, de forma que
se tenha o entendimento do que pode ser caracterizado como problemas de
aprendizado.
Assim sendo, o problema de aprendizado neste trabalho, é encarado no intento
de elucidar quais as problemáticas estão no entorno desta situação e que refletem na
deficiência do aprendizado da escola, para tanto, apresenta-se aqui uma revisão da
literatura referente aos fatores internos (dentro do ambiente escolar) e externos (no
ambiente social e familiar) ligados ao aprendizado infantil e como este é responsável
pela efetivação do aprendizado escolar.
Para análise de dados, foi utilizado o método de Bardin (2010), que destina-se
à solução por meio da identificação objetiva de características dos dados para uma
análise de conteúdo, uma vez que é uma técnica com intuito de produzir inferências
de um texto para seu contexto social de forma objetiva (BAUER; GASKELL, 2002).
Como critério para coleta de dados foi empreendida busca em artigos e livros
publicados em sites voltados para trabalhos acadêmicos como o Scielo e Google
Acadêmico no idioma português. Para a realização da busca também foram utilizadas
as seguintes palavras- chave: Problemas de aprendizado; Ensino Fundamental;
procurando atentar-se para os registros científicos, no que tange aos fatores internos
e externos do aprendizado no início do ensino fundamental.
Para compor a amostra foram utilizados os seguintes critérios de inclusão:
artigos científicos empíricos, em língua portuguesa, disponibilizados gratuitamente em
sua versão completa e que possuam correlação com o tema proposto. Além disso,
foram adotados os seguintes critérios de exclusão: trabalhos que não sejam
disponibilizados na íntegra, ou que estejam em outro idioma diferente do definido.

3. RESULTADOS

Um dos entendimentos mais aceitos acerca do aprendizado infantil, elege o


professor como aquele que constrói sua prática pedagógica na relação dialógica entre
conhecimento e ação. Nesse sentido, o pedagogo, pode ser considerado um legítimo
profissional da educação, que desenvolver cotidianamente sua prática pedagógica
articulando a teoria à sua realidade. Deste modo, sua ação costuma ser intencional,
levando em consideração o espaço colaborativo da equipe escolar. (FORTUNATO;
MESQUIDA, 2011)
Outro aspecto observado pelo autor, diz respeito, a mediação no trabalho
docente empreendida pelo pedagogo, que exige pensar a prática pedagógica na sala
de aula enquanto um processo de aprendizagem metódico, lançando mão de forma
constante da teorização e compreendendo a natureza contraditória do ato educativo.
(FORTUNATO; MESQUIDA, 2011)
As dificuldades de aprendizagem compreendem diversos fatores e exibem
diferentes escalas de gravidade ou intensidade. Para que as crianças com
dificuldades recebam as intervenções adequadas, é preciso que se identifique da
forma mais precisa possível, o nível das dificuldades. Dessa maneira o Gieseler afirma
que em função de a dificuldade de aprendizagem ser algo bastante complexo, envolve
diversas testagens e a investigação de todos os fatores determinantes do
desempenho escolar, portanto cabe a um profissional especializado dar o seu
diagnóstico. Devem-se evitar, a qualquer custo, os diagnósticos precipitados, os quais
frequentemente acabam qualificando a criança precipitadamente. (GIESELER, 2017)
Segundo Silva, os fatores relacionados ao sucesso e ao fracasso das crianças
na escola se dividem em três variantes conectadas, chamadas de ambiental,
psicológica e metodológica. O contexto ambiental engloba fatores relativos ao nível
socioeconômico e suas relações com ocupação dos pais. Esse contexto é o mais
amplo em que vive o sujeito. O contexto psicológico refere-se aos fatores envolvidos
na organização familiar, o nível de expectativa e das relações desses fatores são
respostas como ansiedade, agressão, auto-estima, atitudes de desatenção,
isolamento, não concentração. “O contexto metodológico engloba o que é ensinado
nas escolas e sua relação com valores como importância e significado, com o fator
professor e com o processo de avaliação em suas várias definições e modalidades”.
(Stevanato et al., 2003, p. 19)
A autora ainda ressalta que, em consequência do insucesso escolar, devido à
problemas para aprendizagem, a criança é envolvida por sentimentos de inferioridade,
frustração e inquietação emocional, o que prejudica sua auto-imagem, principalmente
se este sentimento já está instalado no seu ambiente familiar. Se o clima predominante
no lar é de constantes tensões e preocupações, provavelmente a criança se tornará
uma criança tensa, com tendência a aumentar a proporção dos pequenos fracassos.
Se o clima é autoritário, a criança pode se tornar amedrontada e dependente com
professores, e dominadora, hostil com crianças mais jovens que ela, ou pode revoltar-
se contra qualquer tipo de autoridade. Se o clima emocional do lar é acolhedor e
permite a livre expressão emocional da criança, ela tenderá a reagir com seus
sentimentos, livremente. (KAUARK; SILVA, 2008)
O que se apresenta, é que resta ao professor saber identificar em qual nível se
encontra seu aluno, percebendo a aprendizagem como influenciada por
características singulares de cada um e, ou do próprio meio em que ele conviva
(escolar ou não), portanto atentando-se para a individualidade de cada indivíduo,
comportamentos e percepções. Só então, poderia se afirmar que a não
correspondência aos chamados padrões, seja na leitura, escrita, cálculo, localização,
historicidade, seja de fato um problema de aprendizagem, atualmente confundida
como formada por algum déficit. Pode estar ocorrendo uma dificuldade "com" àquele
determinado conhecimento. (KAUARK; SILVA, 2008)
Por isso, o desenvolvimento é entendido como um processo espontâneo e deve
ser incluído em seu contexto biológico, ou seja, refere-se somente ao processo de
maturação relacionada às leis naturais. Significa que o desenvolvimento deve atingir
um determinado nível de maturação antes que a escola possa intervir para que a
criança adquira o conhecimento. Em síntese, quanto à compreensão dos professores
a respeito da relação entre aprendizagem e desenvolvimento humano, verificamos
que estes apresentaram informações bastante difusas sobre o aprendizado infantil.
(LEONARDO; SILVA, 2013)
Em vista disso, além do aspecto negativo de despersonalização provocada pela
tentativa de personificar e transmitir os padrões ideais colocados pela sociedade,
gera-se um ciclo vicioso onde aqueles alunos que têm qualidades valorizadas tendem
a acentuá-las e os que não as possuem, tendem a ser excluídos, direta ou
indiretamente. (SAVIANI, 2007)
Logo, quando falamos numa corrente pedagógica, normalmente pensamos na
teoria da educação que essa corrente desenvolve e elabora, de sua eficácia em
direção a prática pedagógica. Dessa maneira Saviani aponta que precisa-se pensar
também no inverso, ou seja, no caminho que vai da prática à teoria, sobre a
materialidade da ação pedagógica, a qual condiciona o seu desenvolvimento, uma
vez que a prática é o critério de verdade da teoria e que, se a prática não avançar, a
teoria não tem condições de responder aos problemas ainda não tratados
teoricamente ou que necessitam novas formulações. (SAVIANI, 2008)
Também segundo Saviani embora consciente da determinação exercida pela
sociedade sobre a educação, acredita que a educação também interfere sobre a
sociedade, podendo contribuir para a sua própria transformação. O que o autor define
poderia ser entendida da seguinte maneira: uma teoria pedagógica, para ser histórico-
crítica, precisa reconhecer que a educação é determinada socialmente mas também
admitir que ela pode transformar as condições sociais. (SAVIANI, 2009)
Já na análise dos aspectos metodológicos de cada instituição, encontraram-se
pontos relevantes, como: a organização prévia das atividades e a fundamentação
teórica da proposta pedagógica, entre outros. Também, informações que merecem
ser pensadas e alteradas para que, na prática, as reais necessidades das crianças
sejam consideradas: a contextualização das atividades, o pensamento crítico pelo
aluno, a valorização das tentativas da criança, a produção de saberes e a não
reprodução de conhecimento. De fato, as atividades mecânicas realizadas por meio
de cartilhas, cópias, treino de traçado das letras não são suficientes numa nova cultura
de aprendizagem. É necessário desenvolver atividades relacionadas ao contexto
infantil, que gerem a tomada de consciência e a busca de estratégias pelo aluno, que
aumentem as tentativas e as produções das crianças, enfim, práticas que contribuam
para que aconteça a aprendizagem dos alunos, em especial, a
alfabetização/letramento. (SILVA; PORTILHO, 2013)
Deste modo, segue quadro analítico com os autores selecionados nos
resultados e suas ideias centrais a respeito da aprendizagem infantil.

Quadro 01: Caracterização dos estudos segundo autor, título, ano de publicação,
ideia central que versam acerca das dificuldades de aprendizagem.

AUTOR TÍTULO ANO IDEIA CENTRAL


BRUNO, C.R.; O papel do pedagogo como 2011 As relações que se estabelecem
FORTUNATO, mediador no processo entre a ação do pedagogo escolar,
S.A.O.; ensino-aprendizagem: como agente articulador da prática
MESQUIDA, P. trabalho e crítica. do professor, na organização
pedagógica dos primeiros anos do
ensino fundamental
GAZZOL, K.; O Desenvolvimento Humano 2018 Desenvolvimento do ciclo vital nas
PEZZINI, K.; ao Longo do Ciclo Vital. diferentes etapas da vida, com base
FAVARETTO, T.C.; nas teorias do desenvolvimento
ANTUNES C.L.; humano apresentadas.
GARCEZ, L.;
RIBAS TEIXEIRA,
C.R.
GIESELER, A.C.S As dificuldades de 2017 Diferenças entre dificuldades de
aprendizagem de Vítor: aprendizagem e transtornos bem
aprofundando seus fatores e como, a diversidade de fatores que
buscando possíveis soluções. podem influenciar estas dificuldades.

KAUARK, F. S.; Dificuldades de 2008 Questões de aprendizagem


SILVA, V.A.S. aprendizagem nas séries relacionadas às dificuldades
iniciais do ensino fundamental encontradas nas escolas brasileiras,
e ações psico & pedagógicas. nas séries iniciais do Ensino
Fundamental.
LEONARDO, A relação entre aprendizagem 2013 Compreensão de professores do
N.S.T.; SILVA, V.G. e desenvolvimento na Ensino Fundamental de escolas
compreensão de professores públicas acerca da relação entre
do Ensino Fundamental. aprendizagem e desenvolvimento
humano.
MEIRA, M.E.M. Desenvolvimento e 1998 Importância da compreensão do
aprendizagem: reflexões desenvolvimento humano e de suas
sobre suas relações e articulações com a aprendizagem e
implicações para a prática com as relações sociais.
docente.
SAVIANI, D. O ensino de resultados. Folha 2007 Como o Plano de Desenvolvimento
de S. Paulo, São Paulo, 29 da Escola (PDE) deve repercutir
abr. 2007. Caderno “Mais”. dentro da sala de aula.

SAVIANNI, D. Pedagogia Histórica-crítica: 2008 Discussão acerca da função social


primeiras aproximações. da escola/educação
SAVIANNI, D. Educação em diálogo 2011

SILVA, T.F.; Os aspectos metodológicos 2013 A atuação dos professores de 1° ano,


PORTILHO, E.M.L. da prática pedagógica no 1º diante das necessidades da
ano do Ensino Fundamental aprendizagem das crianças.

4. SOBRE O DESENVOLVIMENTO INFANTIL

É na infância em que ocorre importantes aprendizados, por meio de inúmeras


experiências. É uma fase crucial do ao desenvolvimento do indivíduo, contudo muito
sensível. Assim, alguns teóricos da campo da psicologia como Piaget, discorrem
acerca das fases do desenvolvimento infantil. Conforme Gazzol et al (2018), Piaget
afirma que o raciocínio se desenvolve em quatro fases e em cada uma a criança
desenvolve um esquema, sendo elas: período sensório-motos que ocorre entre o
nascimento até os dois anos de idade. Nesta fase a criança utiliza a capacidade
sensorial para explorar o ambiente. Período pré-operacional que corresponde dos dois
até os sete anos. Nesse período a criança faz uso do simbolismo para compreender
seu ambiente por meio de imagens e linguagem, No período operacional-concreto que
compreende dos sete aos doze anos, se principia o pensamento lógico, passando a
compreender o comportamento da outra pessoa. Por último o período operações-
formais que começa a partir dos doze, o pensamento é abstrato e sistemático
(GAZZOL et al, 2018).
É na fase do pré-operacional que a criança que já adentrou à escola estará
cursando o primeiro ano, que corresponde a um momento introdutório, em que terá
contato com um conteúdo pensado para as idades entre os cinco e sete anos que leva
em conta o extenso e complexo caminho do processo de aquisição da escrita e da
leitura, a saber. Este desenvolvimento acontece durante todo o primeiro ano e
desdobra-se até o segundo ano que terá como objetivo que a criança desenvolva a
compreensão do sistema alfabético, além de dominar os conceitos de letra, sílabas,
palavras, frases e texto, e unidade de sentido para o leitor.
O primeiro ano introduz a criança no ambiente das letras por intermédio do
trabalho com textos nas diferentes modalidades. No tocante à oralidade o professor
trabalha com contação de histórias ficcionais e reais. No aspecto visual a criança
assisti filmes e desenhos animados, faz leitura de livros de imagens. Na competência
escrita as crianças começam a escrever pequenas frases e/ou pequenos contos.
Também se podemos incluir nas fases de aquisição dos conhecimentos as
modalidades sonoras que compreende cantigas de roda e poemas, a modalidade
corporal com a prática do teatro e dos fantoches.
Além disso, o programa pedagógico do primeiro ano deve, essencialmente, ser
formado por atividades lúdicas como jogos com regras, jogos simbólicos ou de faz de
conta como brincar de casinha, escolinha, cozinhar, jogos de tabuleiro como memória,
dominó, trajetória ou jogos de combinação de palavras.
Assim, a criança com cinco anos a completar seis anos, dentro do ano letivo,
tem competências para acompanhar o plano de trabalho do professor do primeiro ano
do ensino fundamental.
Apesar da criança possuir as competências inerentes à sua idade e a escola
contar com um currículo adequado para a formação dos alunos das séries iniciais,
muitas vezes os professores e os próprios alunos se deparam com a dificuldade de
aprendizado.

5. PROBLEMAS DE APRENDIZADO
No que se refere às dificuldades inerentes à aprendizagem, nota-se que essa
condição se apresenta como um problema que tem sido motivo de preocupação e tem
levantado discussões. Suas causas podem ter relações com fatores internos e
externos do indivíduo como o abandono escolar, déficit sensorial, problemas
cognitivos e neurológicos.
Essas são algumas das complicações encaradas por professores e alunos do
ensino fundamental de muitas escolas. Assim, se pode definir a dificuldade de
aprendizagem enquanto um problema que está vinculado há inúmeros fatores e
podem se revelar de diversas formas, como: transtornos, dificuldades acentuadas na
compreensão e uso da escuta, na forma de falar, de ler e escrever, raciocinar e
desenvolver habilidades matemáticas. Essas desordens são próprias da pessoa, e
podem se originar de uma disfunção do sistema nervoso central. Podem também estar
relacionadas a essas dificuldades de aprendizagem problemas referentes ao
comportamento do indivíduo, interação e percepção social contudo, não estabelecem
por si mesmas uma dificuldade de aprendizagem.
Conforme assinala Saviani (2007), são quatro elementos que podem intervier
na aprendizagem da leitura, como: déficits na consciência fonética e na forma de
desenvolver o princípio alfabético; déficits na obtenção de estratégias de compreender
a leitura e sua aplicação; déficits em ampliar e manter a motivação para a leitura; e
falta de preparo dos professores.
Desse modo, determinadas crianças sentem dificuldades exclusivamente no
reconhecimento das palavras e conseguem compreender um esclarecimento oral.
Também existem crianças que sabem ler as palavras, mas sentem dificuldades para
compreender o que foi lido. E em casos graves existem crianças que leem mal as
palavras e sentem dificuldades tanto na escrita quanto na compreensão oral. Em
razão disso, a aprendizagem da escrita necessita ser bem trabalhada, pois, envolve o
domínio de distintas habilidades, tanto no desenvolvimento motor, quanto nas
competências ortográficas, e trata-se de um processo conexo com o estilo de
aprendizagem, por meio dos planos estruturais.
Comumente a maioria dos professores, por vezes como consequência de uma
má formação profissional, inclina-se a procurar explicações para as dificuldades
enfrentadas na aprendizagem em um elenco de preconceitos que estão introduzidos
na rotina escolar, entre eles os que afirmam que os alunos não aprendem devido a
condição econômica, porque são preguiçosas, filhos de pais analfabetos ou filhos de
famílias desestruturadas e indiferentes à escola; que apresentam doenças físicas ou
emocionais, entre tantas outras. Ainda que tais afirmações não tenham base científica,
esses e demais julgamentos vêm se estabelecendo como uma verdade, ocasionando
uma inversão ao se culpabilizar os alunos por tornar a escola alvo de um público
inadequado. A escola é um espaço socializador do conhecimento que se constituiu ao
longo do processo histórico e se o objetivo da atuação do professor é educar bem, é
necessário que o docente eleja os elementos culturais a serem assimilados pelos
alunos, bem como, as maneiras mais eficazes de se alcançar essa finalidade (MEIRA,
1998).
Sobre isso, Saviani (2011) afirma que a educação está no campo do trabalho
imaterial, deste modo, tem uma relação com ideias, conceitos, valores, símbolos,
hábitos, atitudes. Assim sendo, o objeto da educação refere-se por um lado à
identificação dos elementos culturais que necessitam ser assimilados, de outro, às
maneiras mais apropriadas para alcançar esse objetivo. Concernente ao primeiro
aspecto, se trata da distinção entre o essencial e o acidental, o principal e o
secundário, o fundamental e o acessório. Com base no que argumentam os dois
autores (MEIRA, 1998; SAVIANI, 2011), se pode inferir que compreensão das
questões sociais e culturais são essenciais para o entendimento dos possíveis
problemas referentes à ao aprendizado das séries iniciais do ensino básico.
Diversos fatores são responsáveis pela dificuldade na aprendizagem de
crianças nas series iniciais e apresentam diferentes escalas de intensidade e
gravidade. Para que os alunos que manifestam algum tipo de dificuldade tenham
acesso às intervenções adequadas, é necessário que se detecte de maneira precisa
o grau ou a categoria das dificuldades (GIESELER, 2011). Segundo Gieseler (2011),
os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) indicam que essas dificuldades vão de
situações leves e transitórias que podem se solucionar de forma espontânea no
decorrer do exercício pedagógico até a circunstâncias mais graves e duráveis que
demandam o emprego de recursos especiais para solucioná-los.
Para Kauark e Silva (2008), entres as dificuldades referentes à aprendizagem
as que ocorrem com maior frequência estão relacionadas à aquisição da escrita e da
leitura nas séries iniciais, constantemente identificada em escolas públicas e privadas.
Esse aspecto é sensível, principalmente quando ocorrem as avaliações de
aprendizagem a nível nacional na qual alunos do ensino fundamental II e do ensino
médio apresentam dificuldades com a ortografia, gramática, interpretação de texto e
raciocínio lógico. Eventualmente pode-se afirmar que a falta de qualidade da
aprendizagem é resultado de um conjunto de aspectos, sendo necessário identificar
o cerne do problema.
Como é colocado por Leonardo e Silva (2013), a educação tem função
primordial no processo de aquisição de ferramentas culturais como a leitura, a escrita
e o sistema numérico, pois é na escola que a criança se transforma em homem
cultural. A fase da idade escolar é o período em que a aprendizagem ocorre de
maneira mais efetiva, propiciando desenvolvimento intelectual e ampliação da
consciência.
Ao citar Vigotsky, Leonardo e Silva (2013) afirma que desenvolvimento e
aprendizagem são processos que não coincidem inteiramente, contudo, são duas
ações que estão inter-relacionadas. Assim, um passo da aprendizagem pode ser
equivalente a cem passos de desenvolvimento. Dessa forma, a educação se mostra
primordial no processo de desenvolvimento e aquisição dos atributos históricos do
homem. As funções psicológicas superiores, por serem culturais, ampliam-se
principalmente pelo ensino formal, sistematizado nos conteúdos escolares.
Em contrapartida, há outra análise que aponta que as dificuldades de
aprendizagem apresentadas pelos alunos são decorrentes do fato dos mesmos não
alcançarem o nível de desenvolvimento psico-intelectual necessário. Dessa maneira,
o professor não pode alcançar a competência de ensinar porque estes alunos não
apresentam as requisitos necessários para efetivar a aprendizagem, cabendo então
ao professor apenas aguardar que os alunos “amadureçam” para assim exercer sua
função de ensiná-los. Sob uma análise teórica esse entendimento do processo de
desenvolvimento e aprendizagem não se ampara, já sob análise dos resultados
práticos ela pode ser considerada trágica para professores e alunos (MEIRA, 1998).
Devido à complexidade que a dificuldade da aprendizagem apresenta,
abrangendo um minuciosa investigação dos fatores que determinam o desempenho
escolar, compete ao professor apresentar um diagnóstico, evitando-se um diagnóstico
precipitado e impreciso acerca das dificuldades apresentadas por um aluno na
construção do seu processo de aprendizagem (GIESELER, 2017).
Como argumenta Saviani (2011) é necessário que os professores adotem
metodologias que aprimorem a prática pedagógica, considerando a adequada
utilização do espaço escolar e a instrumentalização do estudante, através do exercício
da função efetiva da escola, que é transmitir o saber sistematizado.
Diante das dificuldades decorrentes do processo de aprendizagem, cabe à
escola proporcionar aos alunos um aprendizado sistematizado, oferecendo ensino e
educação de qualidade, com a capacidade de promover a autonomia do indivíduo e
seu desenvolvimento psíquico. Assim, se entende que o ambiente escolar deve ser
um recinto em que se priorize a reflexão e a análise em que se possa compreender
os questionamentos e as particularidades dos indivíduos comprometidos no processo
escolar.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Partindo das análises e resultados apresentados previamente, podemos


entender que os professores têm suas próprias definições sobre as dificuldades de
aprendizagem das crianças, embora essas definições estejam relacionadas a vários
fatores que muitas vezes não são de definições céleres. Nesse sentido, os
professores expõem três concepções distintas de dificuldade de aprendizagem:
dificuldade em assimilar o conteúdo, dificuldade na leitura e escrita e dificuldade em
relação ao raciocínio que, podem aparecer conjuntamente, duas delas ou uma
somente e atrapalhar o aprendizado da criança.
A respeito dos fatores que influenciam na aprendizagem escolar, é notório que
não existe só uma causa para as dificuldades de aprendizagem: elas se apresentam
nos problemas familiares, nos problemas da própria criança e nos problemas relativos
à escola como causadores do rendimento não esperado das crianças.
Assim, apontamos aqui formas de compreender o processo de aprendizagem
no início da educação infantil, o primeiro passo é saber que cada criança, é um
indivíduo com características singulares e desse modo, o professor pedagogo deve
estar atento às particularidades capazes de efetivar o processo educacional nessas
crianças. Em seguida, é importante não definir prematuramente diagnósticos de
problemas por parte da criança sem antes uma avaliação e observação minuciosa
desta. Também apontamos aqui a importância de se observar o meio em que estas
crianças vivem, de modo que se possa saber que conflitos e/ou situações de tensões
podem estar criando barreiras no aprendizado dessas crianças.
O fator social foi apontado aqui como um dos grandes responsáveis pelos
diagnósticos, muitas vezes prematuros, e dos problemas identificados em relação à
aprendizagem.
Para finalizar, reiteramos que não esperamos esgotar este tema, haja vista o
grande número de crianças que ainda encontram-se em situação de desacerto com a
aprendizagem. Isso sinaliza a necessidade de continuar nas investigações sobre o
processo ensino-aprendizagem, bem como sobre os fatores que o impedem.

7. REFERÊNCIAS

BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 4. ed. Lisboa: Edições70, 2010.

BAUER, M.; GASKELL G. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e som: um


manual prático. Petrópolis: Editora Vozes; 2002.

BRUNO, Cristina Rolim; FORTUNATO, Sarita Aparecida de Oliveira; MESQUIDA,


Peri. O papel do pedagogo como mediador no processo ensino-aprendizagem:
trabalho e crítica. X Congresso de Educação – EDUCERE. I Seminário Internacional
de Representações Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Curitiba, 2011. pp. 1-
11.

GAZZOL, Karine; PEZZINI, Kathiele; FAVARETTO, Tais Cristina; ANTUNE,


Christianne Leduc; GARCEZ, Livia; TEIXEIRA, Cristina Ribas. O Desenvolvimento
Humano ao Longo do Ciclo Vital. [online] out. de 2018.

GIESELER. Ângela Cristina Sthamer. As dificuldades de aprendizagem de Vítor:


aprofundando seus fatores e buscando possíveis soluções. Pesquisas e
proposições pedagógico-curriculares na escolarização inicial da educação
básica. Org. Maria Bernadette Castro Rodrigues, Fabiana de Miranda Rocha [e]
Juliana Hass Massena. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2017. p. 326.

KAUARK, Fabiana da Silva; SILVA, Valéria Almeida dos Santos. Dificuldades de


aprendizagem nas séries iniciais do ensino fundamental e ações psico &
pedagógicas. Rev. psicopedag. São Paulo, 2008, v. 25, n. 78, p. 264-270.

LEONARDO, Nilza Sanches Tessaro; SILVA, Valéria Garcia da. A relação entre
aprendizagem e desenvolvimento na compreensão de professores do Ensino
Fundamental. Psicol. Esc. Educ., Maringá, 2013. v. 17, n. 2, p. 309-317.

MEIRA, Marisa Eugênia Melillo. Desenvolvimento e aprendizagem: reflexões sobre


suas relações e implicações para a prática docente. Ciênc. educ. (Bauru), Bauru,
1998, v. 5, n. 2, p. 61-70.

SAVIANI, D. O ensino de resultados. Folha de S. Paulo, São Paulo, 29 abr. 2007.


Caderno “Mais”.

SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórica-crítica: primeiras aproximações. 10. ed.


Campinas-SP: Autores Associados, 2008.
SAVIANI, Dermeval. Educação em diálogo. Campinas: Autores Associados, 2011.
(Memória da educação).

SILVA, Thalita Folmann da; PORTILHO, Evelise Maria Labatut. Os aspectos


metodológicos da prática pedagógica no 1º ano do Ensino Fundamental. Ensaio:
aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v. 21, n. 80, p. 473-496, jul./set. 2013.

STEVANATO I.S., et al. Autoconceito de crianças com dificuldades de aprendizagem


e problemas de comportamento. Psicologia em Estudo. 2003;8(1):67-76.

Vous aimerez peut-être aussi