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ISSN 0102-9924

FACULDADE DE CIÊNCIAS E C O N Ô M I C A S D A U F R G S

Qonomica
VALORES E PREÇOS DE PRODUÇÃO: UMA
RELEITURA D E M A R X A L F R E D O SAAD F I L H O

Os ANTIGOS, os NOVOS E OS N E O - I N S T I T U C I O N A L I S T A J B
HÁ CONVERGE NCIA Tf Ó RICA N O P E N S A M E N T O
INSTITUCIONALISTA
OCTAVIO AUGUSTO C. CONCEIÇÃO fl|

A MENSURAÇÃO DO GRAU DE INDEPENDÊNCIA DO BANCO


CENTRAL: UMA ANÁLISE DE SUAS FRAGILIDADES
HÉLDER FERREIRA DE MENDONÇA

A SUSTENTABILIDADE DA DÍVIDA MOBILIÁRIA F E D E ^ ^ ^ ^ H


BRASILEIRA: UMA INVESTIGAÇÃO ADICIONAL ^hj^B
VIVIANE LUPORINI ^R^^H

O MODELO DE KRUGMAN EXPLICA A CRISE CAMBIAL i^l


BRASILEIRA EM lANEIRO DE 1999? | H
ADRIANO CAMPOS MENEZES E TITO BELCHIOR S. M O R ^ H

ESTRANGULAMENTO DA DÍVIDA EXTERNA E CRESCIMENTC^B


ECONÔMICO NA AMÉRICA LATINA: LIÇÕES DA DÉCADA DE

MARCO VALES BURATTO E SABINO DA SILVA P. JR.

CRIAÇÃO E DESVIO DE COMÉRCIO: ANÁLISE DO FLUXO "


COMERCIAL ENTRE O BRASIL E O MERCOSUL PARA ALGUNS
PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS ^
CLÃ UDIO ROBERTO F Ó FFANO VASCONCELOS J H

A EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA DE CELULOSE E S W


ATUAÇÃO NO MERCADO MUNDIAL
EMERSON MARTINS HILGEMBERG E CARLOS JOSÉ CAETANO
BACHA

A PROTEÇÃO SOCIAL NO PRIMEIRO QUARTEL DO SÉCULQ!


X X I : BRINCANDO COM CENÁRIOS
ROSA MARIA MARQUES E ÁQUIIAS MENDES

ECONOMÍA DO CRIME: ELEMENTOS TEÓRICOS E E v m r s c S


EMPÍRICAS ; ¡ H
GaBERTO JOSÉ SCFIAEFER E PERV FRANCISCO ASSIS SHIKIW

ANO
19
N= 36'
SbTEMBRO, 2 0 0 1
U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D O RIO G R A N D E D O SUL
Reüora: P r o f - W r a n a Maria Panizzi
F A C U L D A D E D E CIÊNCL^S E C O N Ô M I C A S
Diretor: Prof. Pedro C é z a r Dutra F o n s e c a
CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS E C O N Ô M I C A S
Diretor: Prof. Gentil C o r a z z a
DEPARTAMENTO D E CIÊNCIAS E C O N Ô M I C A S
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C U R S O D E P Ó S - G R A D U A Ç Ã O EM E C O N O M I A
Coordenador: Prof. E d u a r d o Pontual Ribeiro
C U R S O D E P Ó S - G R A D U A Ç Ã O EM E C O N O M I A RURAL
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Mielitz Netto, Eduardo A . Maldonado Filho, Eduardo R Ribeiro, Eugênio L a g e m a n n , Fernando
Ferrari Filho, Gentil Corazza, J a n A . K r e g e l (Univ. of B o l o g n a ) , M a r c e l o S. Portugal, Nali J.
S o u z a , Otnia B. K. Carrion, Paulo A . S p o h r , P a u l o D . Waquil, Pedro C. D. F o n s e c a , Philip
Arestis (Univ, of East L o n d o n ) , R o b e r t o C M o r a e s , Ronald O t t o Hillbrecht, S t e f a n o Florissi,
Eleutério F S. P r a d o (I-ISP), F e r n a n d o H, Barbosa (FGV/RJ), Gustavo Franco (PUC/RJ), J o ã o
R. S a n s ó n (UFSC), J o a q u i m P A n d r a d e GJnB), J u a n H. M o l d a u (USP), Paul D a v i d s o n (Univ
of Tennessee), W e r n e r B a e r (Univ. of Illinois),
C O M I S S Ã O EDITORIAL: E d u a r d o A u g u s t o M a l d o n a d o Filho, F e r n a n d o Ferrari Filho, Gentil
C o r a z z a , M a r c e l o S a v i n o Portugal, Paulo D a b d a b Waquil; Roberto C a m p s M o r a e s .
EDITOR: F e r n a n d o Ferrari Filho
EDITOR A D J U N T O : Pedro Silveira B a n d e i r a
SECRETARIA: Vanessa Hoffmann d e Q u a d r o s
R E V I S Ã O D E T E X T O S : Vanete Ricacheski
F U N D A D O R : Prof. A n t ô n i o Carios S a n t o s Rosa
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Aceita-se permuta c o m revistas c o n g ê n e r e s . Aceitam-se, t a m b é m , livros para divulgação, ela-
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n o r m a s na terceira capa), assinaturas e permutas d e v e m ser dirigidos a o seguinte destinatário:
P R O F F E R N A N D O FERRARI FILHO
Revista Análise Econômica - Av J o ã o Pessoa, 52
C E P 9 0 0 4 0 - 0 0 0 PORTO ALEGRE - RS, BRASIL
Telefones: (05I) 316-3348 e 316-3440 - Fax: ( 0 5 1 ) 316-3990
E-mail: rae@vortex.ufrgs,br

Análise Econômica

A n o 18, rf 33, m a r ç o , 2000 - Porto Alegre


Faculdade d e Ciências Econômicas, UFRGS, 2000

Periodicidade semestral, m a r ç o e setembro.

1 . Teoria E c o n ô m i c a - Desenvolvimento Regional -


E c o n o m i a Agrícola - Pesquisa Teórica e Aplicada -
Periódicos. I. Brasil
Faculdade d e Ciências Econômicas,
Universidade Federal d o Rio Grande d o Sul.

C D D 330.05
C D U 3 3 (81)(05)
A mensuração do grau de independencia do Banco Central:
uma análise de suas fragilidades

Hélder Ferreira de Mendonça'

Resumo: A discussão que envolve a independência dos bancos cen-


trais apresenta dois pilares de sustentação: um teórico e outro
empírico. O argumento teórico baseia-se na hipótese de que poWcy-
makers são sujeitos ao viés inflacionário. No que se refere ao caráter
empírico, o ponto principal da discussão resulta da observação da
existência de correlação negativa entre o grau de independência do
banco central e a inflação. A análise empírica recebeu grande im-
pulso a partir da segunda metade da década de 80 e início dos anos
90 com o desenvolvimento de índices de independência. Este artigo
apresenta as fragilidades associadas aos índices que medem o nível
de independência dos bancos centrais, e ilustra o caso do Brasil. Os
resultados encontrados indicam que maior independência, tal como
indicado pelos índices existentes, não é capaz de garantir baixas ta-
xas de inflação.

Palavras-chave: independência dos bancos centrais; índices de in-


dependência; inflação; viés inflacionário.

Abstract; The discussion about the independence of central banks


is based on theoretical arguments and empirical evidence. The
theoretical argument has been based on the hypothesis that policy-
makers are subject to the inflation bias. The main empirical argument
is that t h e r e is a negative correlation b e t w e e n the d e g r e e of
independence of central banks and inflation. The empirical analysis
has gained more interest since the second half of the 80s and the
beginning of the 90s with the development of independence indexes.
This article demonstrates the fragility of the indexes that measure the
level of independence of central banks and illustrates the case of
Brazil. The findings denote that an increase of independence, as
indicated by the indexes, is not capable of guaranteeing low rates of
inflation.

K e y w o r d s : i n d e p e n d e n c e of c e n t r a l b a n k s ; i n d e x e s of
independence; inflation; inflation bias.
JEL Classification: E52, E 5 8 .

• Professor d o D e p a r t a m e n t o d e E c o n o m i a d a UFE
1 Introdução

O significado do t e n n o independência tem aparecido na maior parte


da literatura, c o m o a capacidade d o b a n c o central (BC) e m n ã o c e d e r
fi-ente às forças políticas para monetizar grandes déficits orçamentários.
O u seja, h á a necessidade d e independência institucional e m relação aos
p o d e r e s Executivo e Legislativo. S e n d o assim, a presença d e u m b a n c o
central independente (BCI) e m u m a economia, teria, a priori, u m a dupla
vantagem: acabaria com as pressões advindas da esfera política (fonte d o
viés inflacionário), e faria com q u e o BC pudesse se concentrar e m sua
m e t a natural - a busca da estabilidade d e preços. .
Na d é c a d a d e 90, diversos países têm concedido maior autonomia
aos seus bancos centrais devido às evidências apresentadas por vários
economistas d e q u e maior independência seria capaz d e promover a es-
tabilidade d e preços'.

Economists and practitioners in the area of monetary policy generally believe


that the degree of independence of the central bank from other parts of
government affects the rates of expansion of money and credit and, through
them, important macroeconomic variables, such as inflation and the size of
the budget deficit. (Cukierman, Webb e Neyapti, 1992, p. 353-354).

A proposição de independência dos bancos centrais apresenta dois


pilares d e sustentação, u m teórico e outro empírico. O argumento teórico
apóia-se na visão d e q u e policy-makers são sujeitos a o viés inflacionário^
intrínseco à condução da política monetária. A existência d o viés inflacio-
nário é resultado dos defensores da independência d o BC admitirem a
validade da taxa natural d e desemprego^ e a neutralidade da m o e d a , o u

' E x e m p l o s d e países q u e c a m i n h a m nessa d i r e ç ã o s ã o fartos, d e n t r e o s diversos c a s o s d e s t a c a m -


se: N o v a Z e l â n d i a , Chile, México, A r g e n t i n a , E s p a n h a , F r a n ç a , Reino U n i d o , C a n a d á , S u é c i a ,
Austrália, Finlândia e Israel.
c o n c e i t o uiés inflacionário deriva d o a r g u m e n t o d e ineficácia d a s políticas, O â m a g o d o c o n c e i -
t o p o d e ser e n t e n d i d o c o m o a t e n t a ç ã o q u e o s g o v e r n o s p o s s u e m d e b u s c a r u m a u m e n t o d o
p r o d u t o e / o u r e d u ç ã o d o nível d e d e s e m p r e g o p o r m e i o d o u s o d e p o l í t i c a s m o n e t á r i a s
expansionistas. E m o u t r a s palavras, os g o v e r n o s s ã o p r o p e n s o s a fazer u s o d o c h a m a d o p r i n c í p i o
a c e l e r a c i o n i s t a d a c u r v a d e Phillips (versão F r i e d m a n - P h e l p s ) , cujo r e s u l t a d o d e l o n g o p r a z o seria
a p e n a s u m a u m e n t o d a taxa d e inflação. D a í o t e r m o viés inflacionário - m á c o n d u ç ã o d a política
m o n e t á r i a q u e a c a r r e t a c o m o ú n i c o r e s u l t a d o m a i o r inflação,
' A taxa n a t u r a l d e d e s e m p r e g o " [,„] is t h e level t h a t w o u l d b e g r o u n d out b y t h e Walrasian system
of g e n e r a l e q u i l i b r i u m e q u a t i o n s , p r o v i d e d t h e r e is i m b e d d e d in t h e m t h e a c t u a l s t r u c t u r a l
c h a r a c t e r i s t i c s of t h e l a b o r a n d c o m m o d i t y m a r k e t s , including m a r k e t imperfections, s t o c h a s t i c
variability in d e m a n d s a n d supplies, t h e cost of g a t h e r i n g information a b o u t j o b v a c a n c i e s a n d
l a b o r availabilities, t h e costs of mobility, a n d so o n , " ( F r i e d m a n , 1968, p , 8),
seja, n ã o é a d e q u a d o a tentativa d o uso da política monetátia c o m o ins-
trumento capaz d e afetar vaiiáveis reais da economia (alto nível d e em-
prego, financiamento d o déficit orçamentário, baixas taxas d e juros, e t c ) .
Para q u e se possa c o m p r e e n d e r o p o r q u ê d o viés inflacionário, é
impoitaiite q u e se faça u m a distinção entre a perspectiva política e a eco-
nômica. Sob o ponto d e vista político, os governos e m períodos próximos
às eleições t e n d e m a preferir maior nível d e emprego à m e n o r taxa d e
inflação, pois acreditam q u e dessa forma conseguirão se reeleger ou favo-
recer a eleição dos candidatos d e seu partido político. Nesse sentido, há
u m a tendência d e os governos pressionarem os policy-makers para q u e
implementem políticas q u e visam a o a u m e n t o d o produto da economia.
Isto implica dizer que, se houver na economia u m BC subseiviente, existe
u m a propensão a expandir a oferta monetátia com o objetivo d e reduzir o
nível de desemprego.
Sob a óptica econômica, a análise p o d e ser c o m p r e e n d i d a por meio
da estiutura da cuiva d e Phillips. Na busca de u m m e n o r nível d e desem-
prego (uma taxa d e d e s e m p r e g o abaixo da natural), a autoridade monetá-
ria aumenta a oferta d e m o e d a d e foima inesperada, c a u s a n d o erro d e
expectativa d o piíblico q u a n t o ao nível d e preços. Devido a esse e n ü d e
estimativa, os trabalhadores decidem ofeitar maior quantidade d e m ã o -
de-obra^. N ã o obstante a r e d u ç ã o d o nível de desemprego, a propria di-
nâmica da economia leva os trabalhadores a refazerem suas expectativas
tendo e m conta o e n o d e previsão d o periodo anterior O resultado final é
q u e a expansão monetátia n ã o é capaz d e manter a taxa d e desemprego
abaixo da taxa natural, e o a u m e n t o dos preços resultante d o processo
n ã o é eliminado. Em outras palavras, iiesta concepção, h á u m viés inflaci-
onáiio n a c o n d u ç ã o d a política monetária na tentativa d e a u m e n t a r o
nível de emprego.
N o q u e se refere a o argumento empírico, as principais relações, q u e
envolvem a independência d o BC e a performance d a economia, p o d e m
ser sumariadas da seguinte fonna:
• e m economias industriais, independência legal e inflação apresen-
tam forte correlação negativa^;
• em países com menor nível de desenvolvimento n ã o há relação evi-

" Os t r a b a l h a d o r e s d e c i d e m ofertar m a i s m ã o - d e - o b r a p o r q u e e s p e r a m r e c e b e r u m salário real m a i s


e l e v a d o q u e o d e equilíbrio c o n e s p o n d e n t e à taxa natural d e d e s e m p r e g o .
^Apesar deste ser u m r e s u l t a d o c o m u m p a r a a literatura, Cargill (1995, p . 169, grifo m e u ) , d e s t a c a
que
T h e claimed statistical association b e t w e e n formal m e a s u r e s of central b a n k i n d e p e n d e n c e a n d
inflation is c o n t r a d i c t e d b y t h e inflation records of two of t h e most i m p o r t a n t central b a n k s in
dente entre independência legal e inflação;
• a taxa d e inflação e a variação da mesma são positivamente relaciona-
das à vulnerabilidade política d o BQ
• países, o n d e as autoridades monetárias têm anunciado suas metas, têm
apresentado menores taxas d e inflação;
- a independência legal dos bancos centrais não apresenta correlação
com a média d e crescimento real;
• bancos centrais com maior grau de autonomia não financiam déficits.
Os pontos acima destacados implicam q u e a inflação é mais baixa quan-
to mais independente for o BO, e que, dada a independência, países que
preanunciam política monetária têm obtido menores taxas d e inflação. E, ain-
da, que flutuações da taxa d e crescimento da economia parecem não estar
relacionadas a BCIs^.
Um dos principais problemas na análise da proposição de independên-
cia dos bancos centrais refere-se à dificuldade e m se avaliar quais os posáveis
efeitos sobre a economia decorrentes de u m a maior autonomia d o BC. Na
busca d e solução para este problema, diversos teóricos desenvolveram índices
de independência para o BC*.
Em geral, a independência dos bancos centrais é medida por dois tipos
de índices:
• os índices d e independência legal - q u e procuram refletir a relação entre
a política monetária e as leis que estabelecem e delimitam o poder dos bancos
centrais; e
• os mdices d e independência com base e m questionários (índices d e
independência real) - que se baseiam e m jtrlgamentos sobre o comportamen-
to d o BC.

t h e w o r l d . T h e Bank of J a p a n , a formally d e p e n d e n t c e n t r a l b a n k , h a s g e n e r a t e d a superior


inflation r e c o r d to t h e Federal Reserve, a formally i n d e p e n d e n t central b a n k Aside form this
p r o b l e m , the statistical association is not robust and subject to variation depending on countries
included in the regression and regression specification. In s u m m a r y [.,.] t h e claimed statistical
association b e t w e e n l o w inflation a n d formal central b a n k i n d e p e n d e n c e should n o t b e given
t h e i m p o r t a n c e it h a s b e e n afforded in discussions of h o w to structure a price stabilizing central
bank.
Diversos a u t o r e s a n a l i s a r a m essa hipótese, e n t r e eles d e s t a c a m - s e : C u k i e r m a n (1992); C u k i e r m a n ,
W e b b e N e y a p t i (1992); Alesina e S u m m e r s (1993); EijfRnger e Schaling (1993), Eijfíinger e v o n
Keulen (1995)-
' A i n d a q u e relevante, a discussão sobre accountability e m e t a s p a r a a política m o n e t á r i a fogem a o
e s c o p o d e s t e trabalho. Para u m a d i s a t s s ã o s o b r e esse t e m a , v e r H a l d a n e (1995); M c D o n o u g h (1997);
Mishkin e Posen (1997); e H a a n , A m t e n b r i n k e EijfBnger (1999).
*Para o leitor i n t e r e s s a d o n a análise sobre índices d e i n d e p e n d ê n c i a , r e c o m e n d a - s e c o m o leitura;
B a d e e Parkin (1985); Alesina (1989); C u k i e n n a n (1992); C u k i e r m a n , W e b b e Neyapti (1992); Alesina
e S u m m e r s (1993); EijfRnger e Schaling (1993); Eijfíinger e v o n Keulen (1995); C u k i e r m a n e W e b b
(1995); C u k i e r m a n (1996); e F o r d e r (1999).
É importante ressaltar q u e a literatura sobre o t e m a r e c o n h e c e
q u e , sem i n d e p e n d ê n c i a legal, o BC torna-se d e p e n d e n t e das autorida-
des políticas. Assim, e m u m primeiro m o m e n t o , é necessário a existên-
cia d e i n d e p e n d ê n c i a legal p a r a q u e seja c r i a d o u m a m b i e n t e
institucional a d e q u a d o , c a p a z d e criar condições p a r a q u e se observe
maior i n d e p e n d ê n c i a p o r m e i o dos índices q u e se b a s e i a m e m questio-
nários,
O objetivo d o artigo consiste e m apresentar as fragilidades asso-
ciadas a o s índices q u e m e d e m o nível d e i n d e p e n d ê n c i a d o BC. Os
resultados encontrados d e n o t a m q u e maior grau d e i n d e p e n d ê n c i a n ã o
é capaz d e garantir baixas taxas d e inflação. O t r a b a l h o apresenta-se
estruturado d a seguinte forma: a s e g u n d a s e ç ã o mostra q u e o índice d e
i n d e p e n d ê n c i a d e u m d e t e r m i n a d o BC reflete a inflação d a e c o n o m i a
e m q u e está inserido esse BC, q u e a utilização d o grau d e i n d e p e n d ê n -
cia n ã o p o d e ser correlacionada c o m a inflação d o m e s m o período, e
q u e há u m caráter subjetivo à m e n s u r a ç ã o d a i n d e p e n d ê n c i a p o r m e i o
d a s d i v e r g ê n c i a s e n t r e t r ê s í n d i c e s existentes ( A l e s i n a - S u m m e r s ,
Cukierman-Webb-Neyapti e Grilli-Masciandaro-Tabellini). N a terceira
seção, é feita u m a analogia dos a r g u m e n t o s a p r e s e n t a d o s n a s e ç ã o
anterior c o m os resultados oriundos d a correlação entre os graus d e
i n d e p e n d ê n c i a d o Banco Central d o Brasil e as taxas d e inflação nos
a n o s 1980 e 1990; por último, a q u a r t a s e ç ã o c o n t é m as conclusões d o
artigo.

2 A evolução dos índices de independência e suas fragilidades

A análise empírica sobre a proposição d e i n d e p e n d ê n c i a rece-


b e u g r a n d e impulso entre a s e g u n d a m e t a d e d a d é c a d a d e 80 e início
dos a n o s 90 a partir d o desenvolvimento d e índices f u n d a m e n t a d o s e m
atributos legais q u e r e g e m o B C . Os primeiros autores a desenvolve-
r e m u m índice para a i n d e p e n d ê n c i a d o BC foram B a d e e Parkin (1985)
e Alesina (1989). As principais informações contidas nesses índices pro-
c u r a r a m identificar três p o n t o s básicos: a a u t o r i d a d e q u e controla a
política monetária; a existência d e funcionários d o g o v e r n o n o board
d o BC; e se a maior p a r t e d o s m e m b r o s d a diretoria d o BC é n o m e a d a
pelo g o v e r n o .
Nos anos 90, Grilli, Masciandaro e Tabellini (1991) elaboraram um

' Estes índices e r a m a p l i c a d o s q u a s e q u e d e forma exclusiva p a r a as e c o n o m i a s industrializadas


índice q u e abrange a maioria dos países industrializados, concentrando-
se e m duas características:
• a independência d e políticas - procedimento para n o m e a ç ã o dos
membros da diretoria d o banco, d u r a ç ã o d o m a n d a t o d o Conselho, e a
presença d e diretrizes q u e imponha a busca da estabilidade monetária; e
• a independência econômica - o quanto a lei permite a o BC empres-
tar a o govemo, e se a supervisão d o sistema bancário encontra-se sob
responsabilidade d o BC'°.
Seguindo o m e s m o m o d e l o desenvolvido por seus predecessores,
Eijffinger e Schaling (1993) inseriram, na elaboração d o índice, questões
c o m o a responsabilidade final pela política monetária, a presença d e íun-
cionários d o g o v e m o na diretoria e a proporção d e diretores n o m e a d o s
pelo g o v e m o . A principal diferença em relação aos índices anteriores
a d v é m da relevância atribuída à responsabilidade da política monetária,
sobretudo às leis q u e determinam o controle da política monetária c o m o
exclusiva d o BC.
Além dos índices supracitados, Cukierman, W e b b e Neyaptí (1992)
elaboraram u m índice d e independência legal, referente a o período 1950-
89 para todos os países industrializados e para cinqüenta economias e m
desenvolvimento.

Esse índice é construído a partir de 16 características legais básicas de cartas-


patentes de bancos centrais, divididas nos seguintes quatro grupos:
a) a nomeação, demissão e duração legal do mandato do principal funcioná-
rio executivo do banco (nomialmente o presidente);
b) a localização institucional da responsabilidade final pela política monetária
e os procedimentos para a resolução de conflitos entre o governo e o BC;
c) a importância da estabilidade de preços em comparação com outros obje-
tivos, como nível elevado de emprego e estabilidade financeira;
d) o rigor e a universalidade das limitações da capacidade do governo de
tomar empréstimos do BC, a taxas de mercado ou subsidiadas, ou de instruir
o BC a emprestar a terceiros. (Cukierman, 1996, p. 395).

E m b o r a exista u m a d i v e r s i d a d e r a z o á v e l d e í n d i c e s p a r a a
m e n s u r a ç ã o d o grau d e independência, é reconhecido q u e "os índices
existentes são indicadores d e i n d e p e n d ê n c i a incompletos e cheios d e
ruído [...] o seu uso d e v e r á ser s u p l e m e n t a d o pela crídca n o contexto
d o problema e m consideração" (Cukierman, 1996, p . 394). Destarte, deve-

' ° A q u e s t ã o d o m a i o r o u m e n o r nível d e s u p e r v i s ã o d o sistema b a n c á r i o p e l o b a n c o c e n t r a l está


a s s o c i a d a à idéia d o nível d e esforço q u e o b a n c o c e n t r a l i m p l e m e n t a p a r a a m a n u t e n ç ã o d a
estabilidade d e preços
se c h a m a r a t e n ç ã o p a r a o fato d e q u e a tentativa d e desenvolver a
mensuração d o grau d e independência com base e m índices já existentes
n ã o é u m mecanismo confiável. Outrossim, obseiva-se q u e

[The]... measui-es of independence are only acceptable if one already agrees


with theoretical principles on which the thesis of correlation between
independence and price stability is based. Of course, if one defends the
ssignetnent of highest priority to price stability as a measure of independence and
the correlates this measure of independence with price stability, one should not be
suiprised to find some correlation. (Carvalho, 1995/96, p. 169-170, grifo meu).

Tendo o propósito d e evidenciar a tendência inerente aos questio-


nários formulados para mensurar o grau d e independência dos b a n c o s
centrais e m refletir alta correlação negativa entre a independência d o BC
e a taxa d e inflação, procura-se por meio da tabela a seguir, reunir as
questões mais utilizadas para a m e n s u r a ç ã o dos índices d e i n d e p e n d ê n -
cia. O principal objetivo consiste e m identificar alguma característica co-
m u m , a todas as perguntas, q u e seja capaz de revelar a p r e o c u p a ç ã o
apriorística na formulação dos índices existentes e m obter a correlação
supracitada.

Tabela 1: Perguntas mais fteqüentes para mensuração da independência


d o Banco Central

BP A GMT ES CWN

I, 0 BC é 0 responsável final pela


política monetária? X X X X X
2, E obrigatória a presença de algum X
membro do governo no boardào BC? X X X X

3, Osmembros do boardÁo BC são X


nomeados pelo governo? X X X X
4. Existem limitações quanto ò
capacidade do governo de tomar X X X
empréstimos do DC?
5. Existem cláusulas legais que fortalecem
0 B C no caso de conflito com o governo? X X
6. Qual a importância da estabilidade de
preços em relação a outros objetivos? X X
7 Qual a duração legal do mandato do
presidente do BC? X
X
BP = B a d e e Parlcin (1985); A = Alesina (1989); GMT = Gnlli, M a s c i a n d a r o e
Tabellini (1991); ES = Eijffinger e Schaling (1993); C W N = C u k i e r m a n , W e b b e N e y a p t i
(1992),
As questões contidas n a tabela 1 p o d e m ser divididas e m três
grupos:
i) perguntas 1 , 2 , 3 (presentes e m todos os índices e m considera-
ção) e 7 - t ê m p o r objetivo identificar qual a possível influência d o go-
v e r n o sobre as decisões operacionais d o BC;
ii) pergiantas 4 e 5 ~ t ê m o intuito d e revelar a c a p a c i d a d e d o BC
e m neutralizar as pressões oriundas d o governo; e
iii) p e r g u n t a 6 - t e m a intenção d e verificar se o BC está c o m p r o -
m e t i d o c o m a busca d a estabilidade d e p r e ç o s ou c o m o u t r o s objetivos
(por exemplo nível d e e m p r e g o ) .
O p o n t o principal a ser d e s t a c a d o é que, a p e s a r d a divisão realiza-
da, observa-se u m a característica c o m u m às perguntas. Todas foram
construídas c o m o objetivo d e avaliar qual o possível viés inflacionário
associado à c o n d u ç ã o d a política monetária. Eis o principal e l e m e n t o
para u m a crítica externa. C o m o as perguntas foram criadas, e m táltima
instância, p a r a avaliar o i m p a c t o d o maior grau d e i n d e p e n d ê n c i a so-
b r e a inflação ( q u e se manifesta pela r e d u ç ã o d o viés inflacionário), é
natural q u e os índices t e n h a m a tendência d e revelar c o r r e l a ç ã o nega-
tiva entre m a i o r i n d e p e n d ê n c i a d o BC e inflação.
O corolário é q u e os índices existentes n ã o s e r v e m c o m o instru-
m e n t o c a p a z d e evidenciar os efeitos d e m a i o r i n d e p e n d ê n c i a d o BC
sobre a inflação. A justificativa a d v é m d o fato d e q u e , se h o u v e r a pre-
o c u p a ç ã o d o BC c o m a estabilidade d e preços, isto implica baixo viés
inflacionário, o q u e , p o r conseguinte, acarreta alto g r a u d e i n d e p e n -
dência. Por outro lado, se o objetivo d o BC n ã o for a estabilidade d e
preços, t e n d e a o c o r r e r u m a u m e n t o n o viés inflacionário, o q u e leva à
q u e d a n o grau d e i n d e p e n d ê n c i a . Dessa forma, observa-se u m caráter
e n d ó g e n o n o s índices. Q u a n d o a e c o n o m i a a p r e s e n t a baixo nível d e
inflação, h á u m a p r o p e n s ã o dos índices revelarem m a i o r nível d e inde-
p e n d ê n c i a d o BC, a o passo q u e , q u a n d o a inflação é elevada, os mes-
m o s índices a p r e s e n t a m baixo grau d e i n d e p e n d ê n c i a . Logo, é o nível
d e inflação d e u m a e c o n o m i a q u e determina o grau d e i n d e p e n d ê n c i a
d o BC e n ã o o contrário.
A forma mais simples para observar a possível influência d e u m
BCI sobre a inflação é o uso d e gráficos d e dispersão. N a g r a n d e maio-
ria das vezes, estes gráficos revelam d e forma simplificada u m a correla-
ç ã o negativa entre o grau d e i n d e p e n d ê n c i a e a inflação. Apesar deste
instrumento a p r e s e n t a r resultados q u e são confortáveis p a r a os defen-
sores d e u m BCI, p o d e - s e fazer u m a crítica interna. M e s m o q u e se con-
sidere razoáveis os índices existentes, h á u m e l e m e n t o q u e é negligencia-
d o pela maioria dos economistas q u e discutem o assunto - o fato d e o
grau d e i n d e p e n d ê n c i a d e u m d e t e r m i n a d o p e r í o d o n ã o p o d e r ser uti-
lizado sobre a m é d i a d a inflação n o m e s m o período. Este a r g u m e n t o
deriva d a o b s e r v a ç ã o d e q u e maior i n d e p e n d ê n c i a hoje n ã o significa
m e n o r e s taxas d e inflação n o m e s m o m o m e n t o . Para q u e exista in-
d e p e n d ê n c i a é preciso c r e d i b i l i d a d e " , o q u e impfica a n e c e s s i d a d e
d e i n c o r p o r a r a variável t e m p o n a análise, o u seja, p a r a q u e se pos-
sa avaliar os possíveis efeitos d e m a i o r i n d e p e n d ê n c i a d o BC, é p r e -
ciso verificar o c o m p o r t a m e n t o d a inflação a p ó s u m d e t e r m i n a d o
período.
D e v e - s e j u n t a r a o s p o n t o s d e s t a c a d o s a c i m a o fato d e q u e a
simples existência d e c o r r e l a ç ã o p o d e n ã o implicar c a u s a l i d a d e .

Posen (1993) [...] demonstrou que a relação normalmente encontrada en-


tre grau de independência do BC e taxas de inflação não é causai. Após a
realização de testes econométricos afirmou que países onde o conjunto de
interesses é de cunho antiinflacionário constroem instituições para susten-
tar sua aversão e países onde predominam interesses coniventes com a in-
flação não desenvolvem tais instituições. Aduziu, ainda, que existe uma cla-
ra relação causal entre interesses antiinflacionários mais efetivos e maior
independência do BC, e não entre independência do BC e baixa inflação.
(Sicsú, 1996, p. 26).

Ademais, u m o u t r o aspecto, a ser c o n s i d e r a d o , consiste e m saber


se os índices tratam d o m e s m o objeto. Este é u m p o n t o importante,
pois os índices foram criados p a r a m e n s u r a r a i n d e p e n d ê n c i a d o BC.
Assim, se a c o n c e p ç ã o d o q u e é i n d e p e n d ê n c i a difere d e índice p a r a
índice, isto significa q u e n ã o há u m c o n c e i t o h o m o g ê n e o p a r a inde-
p e n d ê n c i a . Assumindo-se q u e os índices são derivados d e conceitos
distintos, os resultados obtidos da análise entre grau d e i n d e p e n d ê n c i a
e diversos e l e m e n t o s n a e c o n o m i a (taxa d e juros, p r o d u t o , inflação,
etc.) p o d e m n ã o ser unívocos e, portanto, gerar resultados inconclusivos
p a r a a análise empírica. Esta o b s e r v a ç ã o é a p o n t a d a c o m o u m a das
principais fragilidades p a r a a análise empírica sobre i n d e p e n d ê n c i a .

" o c o n c e i t o credibiüdade p o d e ser e n t e n d i d o c o m o o nível d e confiança q u e o s a g e n t e s e c o n ô -


m i c o s d e p o s i t a m n a exeqtjibilidade d e u m a política a n u n c i a d a ser i m p l e m e n t a d a e ser c u m p r i d a
a t é o fim. O u seja, u m a política inspirará m a i o r c r e d i b i l i d a d e se ela sinalizar a o s a g e n t e s u m a
c h a n c e r e d u z i d a d a o c o r r ê n c i a d e inconsistência t e m p o r a l . Assim, se, p o r e x e m p l o , o BC a o l o n g o
d e s u a história o b t e v e êxito n o c o m b a t e à inflação (o q u e implica c o n q u i s t a d e r e p u t a ç ã o ) o s
a g e n t e s a c r e d i t a m q u e o BC terá s u c e s s o n o c o n t r o l e d a inflação futura, o q u e , p o r s u a vez, d e n o t a
alto g r a u d e c r e d i b i l i d a d e .
The failure to agree on a measure of independence makes impossible any test of the
effects ofindependence. It is important recognize exactly what the point is. It is not the
foolish one that different authors use different approaches to measure independence
and so cannot be said to be talking about the same thing. The problem is not the
different approaches to measurement, but rather the different resultant measures.
[...] The claim of these studies [measurement ofindependence] is that they show a
general tendency for lower inflation to be associated with greater independence.
And indeed this claim could even be correct, but what the
literature has not succeeded in doing is offering an empirical concept ofindependence
that allows the claim to be tested. Forder (1999, p. 35, 36, grifo meu).

Uma forma simples de testar se os índices referem-se ao mesmo objeto


consiste na análise dos coeficientes de correlação entre diversas medidas de
independência. Para tanto, optou-se pela seleção de três índices que são utili-
zados com grande fireqíjência nos estudos d e natureza empírica sobre inde-
pendência do BC: Alesina-Summers (AS), Cukierman-Webb-Neyapti (CWN)
e Grilli-Masciandaro-Tabellini (GMT).

Tabela 2:
Países AS Rank CWN Rank GMT Rank
Alemanha i 1 0,69 1 13 1

Austrália 2 4 0,36 6 9 4

Bélgica 2 4 0,17 13 7 6

Canadá 2,5 3 0,45 5 11 3

Dinamarca 2,5 3 0,5 3 8 5

Espanha 1,5 6 0,23 11 5 8

França 2 4 0,24 10 7 6

Itália 1,75 5 0,25 9 5 8

Japão 2,5 3 0,18 12 6 7

Noruega 2 A 0,17 13 n/a n/a


Nova Zelândia 1 7 0,24 10 3 9

Reino Unido 2 4 0,27 8 6 7

Suécia 2 4 0,29 7 n/a n/o


EUA 3,5 2 0,48 4 12 2

Suíça 4 1 0,64 2 12 2

Os dados contidos na tabela 2 permitem a elaboração dos gráficos (1 .A),


(l.B) e ( l . Q . Tais gráficos evidenciam a existência d e forte correlação positiva
entre as três medidas de independência. Este tipo d e resultado sinaliza que os
índices sob análise convergem quanto à mensuração do nível de independên-
cia dos bancos centrais, o que, por conseguinte, leva à conclusão aparente de
que n ã o há divergências quanto aos resultados das diversas metodologias
empregadas para a elaboração dos índices de independência.
Relação entre Indices de Independência CWN e AS
CWN = -,0422 + ,16434 ' AS
Correlation: r = ,84000

0,6

0,3

2 5

AS

Gráfico I.A

Relação entre Indices de Independência: GMT e AS


GMT = ,51179 + 3,1151 * AS
Regression
Correlation: r = ,90786
95% contid.

1,0 2,0 2,5 4.0

AS

Gráfico I.B
Relação entre índices de Independência: GMT e CWN
GMT = 2,3449 + 15,642 * CWN
Correlation: r = ,86121

0,1 0.2 0.3 0.4 0.5 0,6 0.7 O.E


CWN

Gráfico I.C

Apesar d e o resultado obtido (convergência n a m e n s u r a ç ã o d a


i n d e p e n d ê n c i a ) mostrar-se satisfatório d o p o n t o d e vista estatístico,
o b s e r v a - s e q u e o rank d e i n d e p e n d ê n c i a d o BC a s s o c i a d o a c a d a
metodologia apresenta dissensões q u e n ã o p o d e m ser d e s p r e z a d a s (ver
tabela 2). É importante l e m b r a r q u e os testes d e correlação e n t r e os
índices n ã o são capazes d e identificar esse problema, u m a vez q u e eles
a p e n a s relacionam os pesos d o s coeficientes sem qualificar a q u e p o n -
tos se referem. Em outras palavras, os testes d e correlação a p e n a s indi-
c a m q u e d e n t r o d a amostra selecionada h á u m a distribuição d e p o n t o s
q u e é semelhante, m a s isto n ã o significa q u e a classificação d o nível d e
i n d e p e n d ê n c i a d e c a d a país seja similar entre os índices selecionados.
Destarte, u m a forma alternativa d e verificar a existência d e c o e s ã o en-
tre os índices, t e n d o a p r e o c u p a ç ã o qualitativa, consiste n a realização
d o s testes d e correlação entre os ranks associados a c a d a índice.
Os gráficos (2.A), (2.B) e (2.C) ilustram a correlação entre os di-
versos ranks. D a m e s m a forma q u e n o caso anterior, as correlações
e n c o n t r a d a s p a r a os três casos são significativas. Entretanto, mais u m a
vez, os resultados e n c o n t r a d o s m e r e c e m a t e n ç ã o . Conforme destaca-
d o p o r Forder (1999, p . 33) "Clearly, the a p p a r e n t similarity of m e a s u r e s
of i n d e p e n d e n c e d e p e n d s o n a g r e e m e n t that t h e central b a n k s of
G e r m a n y a n d Switzerland a r e highly i n d e p e n d e n t " .
Relação entre o Rank de Independência: AS e CWN
CWNR = 1,5107 + 1,6607 * ASR
Correlation: r = ,68165
14

13

12

11

10

7
g
o 6

ASR

Gráfico 2.A

Relação entre o Rank de Independência: AS e GMT


GMTR = ,14189 + 1,4324 * ASR
Regression
Correlation: i = ,86969
95% confid.
y . ^ . . .

8 • ^

7 •

3 - ' ' •

2 •

0
) 1 2 3 4 5 6 . 7

ASR

Gráfico 2.B
Relação entre o Rank de Independência: CWN e GMT
GMTR = 1,3056 + ,54285 ' GWtJR
Gorrelation: r = ,82544

CWNR

Gráfico 2.C

É i m p o r t a n t e observar q u e , se forem excluídos da análise os países


q u e r e p r e s e n t a m consenso p a r a os três índices n o q u e se refere a o rank
d e i n d e p e n d ê n c i a dos b a n c o s centrais (Alemanha e Suíça), ilustrado
pela á r e a c o n ü d a n o retângulo maior dos gráficos (l.A), (l.B), (l.C),
(2.A), (2.B) e (2.C), os resultados o b d d o s n ã o são unívocos'^. Os coefi-
cientes d e d e t e r m i n a ç ã o (R^) e n c o n t r a d o s p a r a a relação entre os índi-
ces e o rank Alesina-Summers e Cukierman-Webb-Neyapd tornam-se
p o u c o significativos (ver tabela 3).
Além d o Bundesbank e d o Banco Nacional d a Suíça, outro BC q u e
é n o r m a l m e n t e d e s t a c a d o pela literatura c o m o p a r a d i g m a d e i n d e p e n -
d ê n c i a é o Federal Reserve System (FED). Este d a d o m e r e c e considera-
ção, pois, se forem retirados d a amostra, A l e m a n h a , Suíça e EUA (nos
gráficos supracitados c o r r e s p o n d e à área d o retângulo m e n o r ) , os coe-
ficientes d e d e t e r m i n a ç ã o o b s e r v a d o s p a r a a relação entre os três índi-
ces e ranks d e i n d e p e n d ê n c i a sofrem q u e d a significativa (ver tabela 3).
Assim, as evidências o b d d a s s u g e r e m q u e , q u a n d o são eliminados d a
amostra os países q u e a p r e s e n t a m u m histórico d e sucesso n o c o m b a t e
ã inflação, n ã o se o b t é m u m a o r d e n a ç ã o razoável para a i n d e p e n d ê n -
cia d o s diversos b a n c o s centrais. Por conseguinte, u m a análise q u e en-

A estratégia d e análise utilizada baseia-se n o a r g u m e n t o q u e foi d e s t a c a d o n a n o t a d e r o d a p é 5.


volva u m conjunto d e países q u e exclua Alemanha, Suíça e EUA p o d e
levar a resultados inconclusivos.

Tabela 3:
Indices Correlação R2 Rank Correlação R2
(AS - CWN) 0,8400 0,7056 AS(R)-CWN(R) 0,6816 0,4646
IAS - CWN)* 0,6059 0,3671 IAS(R)-CWN(R)r 0,4599 0,2115
(AS - C W N ) " 0,4290 0,1841 IAS(R)-CWN(R)1" 0,3327 0,1107
(AS - GMT) 0,9079 0,8242 ASIR) - GMT(R) 0,8898 0,7917
(AS - GMT)' 0,8547 0,7305 lAS(R) • GMT(R)I' 0,8159 0,6657
(AS - GMT)" 0,7626 0,5816 [AS(R) - GMT(R)I" 0,7522 0,5658
(CWN - GMT) 0,8612 0,7417 CWN(R) - GMT(R) 0,8254 0,6813
(CWN - GMT)* 0,7566 0,5725 ICWN(R) - GMT(R]r 0,7057 0,4980
(CWN - GMTl" 0,6685 0,4469 ICWNIR) - GMT(RI1" 0,6235 0,3887
(*) exclui A l e m a n h a e Suíça (**) exclui A l e m a n h a , Suíça e EUA.

Além d o q u e foi d e s t a c a d o , verifica-se q u e a divergência e n t r e os


índices revela u m caráter subjetivo a m e n s u r a ç ã o d o grau d e i n d e p e n -
dência, por conseguinte, as implicações derivadas a partir d o s m e s m o s
n ã o p o d e m ser consideradas robustas. A justificativa é simples, o grau
d e i n d e p e n d ê n c i a é u m a estimativa, portanto, é intrínseco a o g r a u d e
i n d e p e n d ê n c i a a possibilidade d a existência d e erro, o q u e , p o r sua
vez, p o d e c o m p r o m e t e r os resultados q u e se baseiam nos índices d e
i n d e p e n d ê n c i a . Deve-se ressaltar q u e , m e s m o q u e se admita c o m o ra-
zoáveis as estimativas dos índices, observa-se q u e os resultados n ã o s ã o
h o m o g ê n e o s (ver análise p a r a os ranks d e i n d e p e n d ê n c i a ) , o q u e d e
forma indubitável coloca e m x e q u e os resultados empíricos q u e se sus-
t e n t a m e m tais estimativas.

3 Evidências empíricas do Banco Central do Brasil: um caso ilusfralivo

Na ânsia d e e n c o n t r a r resultados robustos para justificar q u e m a i o r


i n d e p e n d ê n c i a d o BC implica m e n o r nível d e inflação, a q u a s e totali-
d a d e dos estudos realizados utilizou graus d e i n d e p e n d ê n c i a e taxas d e
inflação d e diversos países n a m e s m a análise. Este artificio t é c n i c o pos-
sibilita a m a n i p u l a ç ã o d e d a d o s p a r a a confirmação d a idéia d e q u e ,
"legal i n d e p e n d e n c e is systemadcally a n d inversely related to inflation
in industrial, but not in developing, countries" (Cukierman, W e b b e
Neyapd, 1992, p . 376, grifo m e u ) . Além disso, a utilização d a técnica
citada n ã o permite observar q u a l o efeito sobre o nível d e p r e ç o s resul-
tante d o esforço e m a u m e n t a r a i n d e p e n d ê n c i a d o BC d e u m determi-
n a d o país.
C o m o forma d e se observar se o a u m e n t o d a i n d e p e n d ê n c i a d o
BC é capaz d e estabilizar p r e ç o s para u m a e c o n o m i a e m particular, faz-
se a seguir u m e x a m e d o caso brasileiro. O Brasil foi selecionado p a r a
análise p o r q u e d e s d e o final dos a n o s 80 t e m sido o b s e r v a d o u m au-
m e n t o n o grau d e i n d e p e n d ê n c i a d o Banco Central d o Brasil (BCB).
Ademais, d e a c o r d o c o m Cukierman, W e b b & Neyapti (1992), o país se
e n q u a d r a n o c a s o d e países e m desenvolvimento, r e p r e s e n t a n d o u m
e l e m e n t o d o conjunto d e países e m q u e n ã o h á evidências d e q u e in-
d e p e n d ê n c i a legal afete o nível d e inflação.

Grau de Independência do BCB X Inflação (D)' ¡1980 1997]


D=0,905-0,642(G.I.)
Regression
Correlation: r = -0,3480 95% conlid

0,2

0.3 0,5 0,6 0.7

G I.

Gráfico 3
O b s : o £ G.I, £ 1, A inflação c o n - e s p o n d e à m é d i a a n u a l d o IGP-Dl s e n d o t r a n s f o r m a d a pela
f ó n n u l a D = p / ( l + p) p a r a reduzir a h e t e r o c e d a s t i c i d a d e d o e r r o e m e l h o r a r a eficiência d o
estimador.

Fazendo-se uso d o grau d e i n d e p e n d ê n c i a d o BCB obtido p o r


m e i o d e questionário'^ e a m é d i a d a inflação (ver gráfico 3), observa-se

" A m e n s u r a ç ã o d o g r a u d e i n d e p e n d ê n c i a d o BCB t e v e p o r b a s e u m q u e s t i o n á r i o [ a d a p t a ç ã o d o
m o d e l o e l a b o r a d o p o r C u k i e r m a n (1992), v e r t a m b é m C u k i e r m a n , W e b b e Neyapti (1992)] s u b -
m e t i d o a t o d o s os p r e s i d e n t e s d o B a n c o Central d o Brasil [ q u a n t o à m e t o d o l o g i a e m p r e g a d a , v e r
Fligolon (1997)].
q u e os aigumentos destacados anteriormente são corroborados. A corre-
lação negativa entre o grau de independência e a inflação para o caso
brasileiro evidencia o viés existente nos índices q u e m e d e m o nivel d e
independência d o BC. A justificativa p r o v é m d o fato d e que o sucesso d o
Plano Real n o combate à inflação foi o responsável pelo a u m e n t o d o grau
d e independência. Em termos d o gráfico e m consideração, este resultado
p o d e ser observado pela eliminação d a coixelação negativa q u a n d o se
retira d a amostra o período posterior a 1994 (área contida n o retângulo
d o gráfico 3)'".
D a d o q u e a existência d e correlação n ã o necessariamente implica
causalidade, o gráfico acima p o d e indicar u m a leitura d o tipo: maior inde-
p e n d ê n c i a d o BCB indica menores taxas d e inflação; ou menores taxas d e
inflação indicam maior grau d e independência. Para q u e n ã o haja dúvi-
das q u a n t o à afirmação correta, basta observar a e q u a ç ã o d e regressão e
os pontos n o gráfico 3. N ã o obstante a existência d e c o n e l a ç ã o negativa
entre grau d e independência e inflação, a maioria dos pontos encontra-se
fora da região q u e corresponde à hipótese d e q u e maior independência
d o BCB implica m e n o r nível d e inflação.
O gráflco 4 mostra o c o m p o r t a m e n t o da inflação'^ e d o grau d e
independência d o BCB para o p e i í o d o 1986-96. Observa-se q u e h o u v e
u m a elevação gradativa d o grau d e independência n o periodo. Entretan-
to, esse a u m e n t o n ã o foi suficiente para conter a trajetória ascendente d a
inflação. Nesse sentido, o trade-off grau d e independência e nível d e infla-
ç ã o p a r a o periodo pré-1994 n ã o existiu, o q u e indica n ã o ter havido u m a
possível relação causai entre maior grau d e independência e inflação p a r a
esse periodo.
Deve-se destacar q u e o grau d e independência d o BCB para o peri-
o d o 1994/96 foi significativo (0,68 p a r a u m máximo d e 1). Entretanto, ve-
rifica-se q u e os elementos-chave para esse resultado são fiiito d a própria
decisão d o g o v e m o (preocupação c o m a estabüidade d e preços, a m a n u -
t e n ç ã o d a âncora cambial, o processo d e privatizações, redução dos gas-
tos governamentais, e t c ) , ou seja, o governo foi responsável pela criação

" o leitor inais a t e n t o d e v e ter p e r c e b i d o q u e este r e s u l t a d o está c o m p l e t a m e n t e d e a c o r d o c o m


a crítica e x t e r n a a p r e s e n t a d a n a s e ç ã o anterior, A l é m disso, o b s e r v a - s e q u e o a r g u m e n t o p r e s e n t e
e m C u k i e r m a n , W e b b e Neyapti (1992) e C u k i e r m a n e W e b b (1995) d e q u e países e m d e s e n v o l v i -
m e n t o , inclusive o Brasil, d e v e r i a m substituir o í n d i c e d e i n d e p e n d ê n c i a legal p o r u m í n d i c e d e
r o t a t i v i d a d e , p a r a q u e fosse possível o b s e r v a r a l g u m a r e l a ç ã o e n t r e i n d e p e n d ê n c i a e inflação, n ã o
se confirma
V a r i a ç ã o m e n s a l d o índice Geral d e P r e ç o s (Disponibilidade Interna) d a F u n d a ç ã o Getúlio Vargas,
d e u m cenário econômico e m q u e o BCB coopera na o b t e n ç ã o das metas
pretendidas pelo g o v e m o . C o m o é fácil d e observar, isso n ã o significa
maior i n d e p e n d ê n c i a d o BC, pois h o u v e u m a clara s u b o r d i n a ç ã o d o
BCB a o g o v e r n o c o m o forma d e dar sustentação a o Plano Real. O q u e
mais u m a vez ratifica o caráter e n d ó g e n o d o grau d e i n d e p e n d ê n c i a
d o BC'^

INFLAÇÃO E GFIAU DE INCe^BIDÔJCIA DO BCB -1986/96


(%a.m.)
100

Coilor I

1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996

Gráfico 4
Fontes: B a n c o Central d o Brasil e Rigolon ( 1 9 9 7 ) ' ' .

4 Conclusões

A análise realizada permite concluir q u e os índices existentes são


viesados, n ã o constituindo u m instrumento c a p a z d e revelar d e forma
razoável a relação independência-inflação. T a m b é m foi o b s e r v a d o q u e
a forma c o m o os índices são utilizados p a r a a análise entre i n d e p e n -
d ê n c i a e inflação é i n a d e q u a d a , pois ignora o t e m p o d e resposta d a
a ç ã o d a polídca m o n e t á r i a sobre a e c o n o m i a . Ademais, verificou-se

" E s t e r e s u l t a d o é c o m p a t í v e l c o m o a r g u m e n t o d e s t a c a d o p o r Posen (1995) d e q u e instituições


c o m o o b a n c o central são e n d ó g e n a s .
• ' D e v e - s e d e s t a c a r q u e o g r a u d e i n d e p e n d ê n c i a p a r a o a n o d e 1993 n ã o está disponível. C o m o o
a u t o r d e s t e t r a b a l h o d e c i d i u utilizar os g r a u s d e i n d e p e n d ê n c i a disponíveis e m Rigolon (1997),
a c h o u - s e c o n v e n i e n t e n ã o e f e t u a r o c á l c u l o p a r a o referido a n o p a r a q u e n ã o o c o r r e s s e m diver-
g ê n c i a s q u a n t o à m e t o d o l o g i a utilizada.
q u e os índices expressam diferentes conceitos d e i n d e p e n d ê n c i a . O q u e
existe d e fato é u m c o n s e n s o n o q u e se refere às características d o s
países, cujo d e s e n h o d e u m BC estão associados à baixa taxa d e infla-
ção.
N ã o basta a literatura q u e discute o t e m a mostrar q u e Bundesbank,
Banco Nacional d a Suíça e FED r e p r e s e n t a m m o d e l o s d e i n d e p e n d ê n -
cia d o BC, e q u e , d e v i d o a essa e s t r u t u r a , r e c e b e m a d á d i v a d a
credibilidade capaz d e garantir a estabilidade d e preços. O q u e dizer
d e países c o m o o J a p ã o , c o m u m BC d e p e n d e n t e e c o m taxas d e infla-
ç ã o inferiores a dos EUA? O u ainda dos casos d e Portugal e Grécia,
classificados c o m o países c o m razoável grau d e i n d e p e n d ê n c i a (0,41 e
0,55 r e s p e c t i v a m e n t e - CWN), m a s q u e a p r e s e n t a m taxas d e inflação
c o n s i d e r a d a s elevadas p a r a o p a d r ã o e u r o p e u . Conforme l e m b r a d o
r e c e n t e m e n t e p o r F o r d e r (1999, p . 38, grifo m e u ) "Efiminating t h e
outliers without a clearly convincing reason is not science".

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