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FACULDADE DE CIÊNCIAS E C O N Ô M I C A S D A U F R G S
Qonomica
VALORES E PREÇOS DE PRODUÇÃO: UMA
RELEITURA D E M A R X A L F R E D O SAAD F I L H O
Os ANTIGOS, os NOVOS E OS N E O - I N S T I T U C I O N A L I S T A J B
HÁ CONVERGE NCIA Tf Ó RICA N O P E N S A M E N T O
INSTITUCIONALISTA
OCTAVIO AUGUSTO C. CONCEIÇÃO fl|
ANO
19
N= 36'
SbTEMBRO, 2 0 0 1
U N I V E R S I D A D E F E D E R A L D O RIO G R A N D E D O SUL
Reüora: P r o f - W r a n a Maria Panizzi
F A C U L D A D E D E CIÊNCL^S E C O N Ô M I C A S
Diretor: Prof. Pedro C é z a r Dutra F o n s e c a
CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS E C O N Ô M I C A S
Diretor: Prof. Gentil C o r a z z a
DEPARTAMENTO D E CIÊNCIAS E C O N Ô M I C A S
Chefe: Prof. Luiz A l b e r t o Oliveira Ribeiro d e M i r a n d a
D A P A R T A M E N T O D E CIÊNCIAS C O N T Á B E I S E ATUARIAIS
Chefe: J o ã o Marcos Leão da Rocha
C U R S O D E P Ó S - G R A D U A Ç Ã O EM E C O N O M I A
Coordenador: Prof. E d u a r d o Pontual Ribeiro
C U R S O D E P Ó S - G R A D U A Ç Ã O EM E C O N O M I A RURAL
Coordenador: Prof. Jalcione A l m e i d a
C O N S E L H O EDITORIAL: Achyles B. Costa, A r a y M. Feldens, Carlos A . Crusius, Carios G. A .
Mielitz Netto, Eduardo A . Maldonado Filho, Eduardo R Ribeiro, Eugênio L a g e m a n n , Fernando
Ferrari Filho, Gentil Corazza, J a n A . K r e g e l (Univ. of B o l o g n a ) , M a r c e l o S. Portugal, Nali J.
S o u z a , Otnia B. K. Carrion, Paulo A . S p o h r , P a u l o D . Waquil, Pedro C. D. F o n s e c a , Philip
Arestis (Univ, of East L o n d o n ) , R o b e r t o C M o r a e s , Ronald O t t o Hillbrecht, S t e f a n o Florissi,
Eleutério F S. P r a d o (I-ISP), F e r n a n d o H, Barbosa (FGV/RJ), Gustavo Franco (PUC/RJ), J o ã o
R. S a n s ó n (UFSC), J o a q u i m P A n d r a d e GJnB), J u a n H. M o l d a u (USP), Paul D a v i d s o n (Univ
of Tennessee), W e r n e r B a e r (Univ. of Illinois),
C O M I S S Ã O EDITORIAL: E d u a r d o A u g u s t o M a l d o n a d o Filho, F e r n a n d o Ferrari Filho, Gentil
C o r a z z a , M a r c e l o S a v i n o Portugal, Paulo D a b d a b Waquil; Roberto C a m p s M o r a e s .
EDITOR: F e r n a n d o Ferrari Filho
EDITOR A D J U N T O : Pedro Silveira B a n d e i r a
SECRETARIA: Vanessa Hoffmann d e Q u a d r o s
R E V I S Ã O D E T E X T O S : Vanete Ricacheski
F U N D A D O R : Prof. A n t ô n i o Carios S a n t o s Rosa
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n o r m a s na terceira capa), assinaturas e permutas d e v e m ser dirigidos a o seguinte destinatário:
P R O F F E R N A N D O FERRARI FILHO
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Análise Econômica
C D D 330.05
C D U 3 3 (81)(05)
A mensuração do grau de independencia do Banco Central:
uma análise de suas fragilidades
K e y w o r d s : i n d e p e n d e n c e of c e n t r a l b a n k s ; i n d e x e s of
independence; inflation; inflation bias.
JEL Classification: E52, E 5 8 .
• Professor d o D e p a r t a m e n t o d e E c o n o m i a d a UFE
1 Introdução
E m b o r a exista u m a d i v e r s i d a d e r a z o á v e l d e í n d i c e s p a r a a
m e n s u r a ç ã o d o grau d e independência, é reconhecido q u e "os índices
existentes são indicadores d e i n d e p e n d ê n c i a incompletos e cheios d e
ruído [...] o seu uso d e v e r á ser s u p l e m e n t a d o pela crídca n o contexto
d o problema e m consideração" (Cukierman, 1996, p . 394). Destarte, deve-
BP A GMT ES CWN
Tabela 2:
Países AS Rank CWN Rank GMT Rank
Alemanha i 1 0,69 1 13 1
Austrália 2 4 0,36 6 9 4
Bélgica 2 4 0,17 13 7 6
França 2 4 0,24 10 7 6
Suíça 4 1 0,64 2 12 2
0,6
0,3
2 5
AS
Gráfico I.A
AS
Gráfico I.B
Relação entre índices de Independência: GMT e CWN
GMT = 2,3449 + 15,642 * CWN
Correlation: r = ,86121
Gráfico I.C
13
12
11
10
7
g
o 6
ASR
Gráfico 2.A
8 • ^
7 •
3 - ' ' •
2 •
0
) 1 2 3 4 5 6 . 7
ASR
Gráfico 2.B
Relação entre o Rank de Independência: CWN e GMT
GMTR = 1,3056 + ,54285 ' GWtJR
Gorrelation: r = ,82544
CWNR
Gráfico 2.C
Tabela 3:
Indices Correlação R2 Rank Correlação R2
(AS - CWN) 0,8400 0,7056 AS(R)-CWN(R) 0,6816 0,4646
IAS - CWN)* 0,6059 0,3671 IAS(R)-CWN(R)r 0,4599 0,2115
(AS - C W N ) " 0,4290 0,1841 IAS(R)-CWN(R)1" 0,3327 0,1107
(AS - GMT) 0,9079 0,8242 ASIR) - GMT(R) 0,8898 0,7917
(AS - GMT)' 0,8547 0,7305 lAS(R) • GMT(R)I' 0,8159 0,6657
(AS - GMT)" 0,7626 0,5816 [AS(R) - GMT(R)I" 0,7522 0,5658
(CWN - GMT) 0,8612 0,7417 CWN(R) - GMT(R) 0,8254 0,6813
(CWN - GMT)* 0,7566 0,5725 ICWN(R) - GMT(R]r 0,7057 0,4980
(CWN - GMTl" 0,6685 0,4469 ICWNIR) - GMT(RI1" 0,6235 0,3887
(*) exclui A l e m a n h a e Suíça (**) exclui A l e m a n h a , Suíça e EUA.
0,2
G I.
Gráfico 3
O b s : o £ G.I, £ 1, A inflação c o n - e s p o n d e à m é d i a a n u a l d o IGP-Dl s e n d o t r a n s f o r m a d a pela
f ó n n u l a D = p / ( l + p) p a r a reduzir a h e t e r o c e d a s t i c i d a d e d o e r r o e m e l h o r a r a eficiência d o
estimador.
" A m e n s u r a ç ã o d o g r a u d e i n d e p e n d ê n c i a d o BCB t e v e p o r b a s e u m q u e s t i o n á r i o [ a d a p t a ç ã o d o
m o d e l o e l a b o r a d o p o r C u k i e r m a n (1992), v e r t a m b é m C u k i e r m a n , W e b b e Neyapti (1992)] s u b -
m e t i d o a t o d o s os p r e s i d e n t e s d o B a n c o Central d o Brasil [ q u a n t o à m e t o d o l o g i a e m p r e g a d a , v e r
Fligolon (1997)].
q u e os aigumentos destacados anteriormente são corroborados. A corre-
lação negativa entre o grau de independência e a inflação para o caso
brasileiro evidencia o viés existente nos índices q u e m e d e m o nivel d e
independência d o BC. A justificativa p r o v é m d o fato d e que o sucesso d o
Plano Real n o combate à inflação foi o responsável pelo a u m e n t o d o grau
d e independência. Em termos d o gráfico e m consideração, este resultado
p o d e ser observado pela eliminação d a coixelação negativa q u a n d o se
retira d a amostra o período posterior a 1994 (área contida n o retângulo
d o gráfico 3)'".
D a d o q u e a existência d e correlação n ã o necessariamente implica
causalidade, o gráfico acima p o d e indicar u m a leitura d o tipo: maior inde-
p e n d ê n c i a d o BCB indica menores taxas d e inflação; ou menores taxas d e
inflação indicam maior grau d e independência. Para q u e n ã o haja dúvi-
das q u a n t o à afirmação correta, basta observar a e q u a ç ã o d e regressão e
os pontos n o gráfico 3. N ã o obstante a existência d e c o n e l a ç ã o negativa
entre grau d e independência e inflação, a maioria dos pontos encontra-se
fora da região q u e corresponde à hipótese d e q u e maior independência
d o BCB implica m e n o r nível d e inflação.
O gráflco 4 mostra o c o m p o r t a m e n t o da inflação'^ e d o grau d e
independência d o BCB para o p e i í o d o 1986-96. Observa-se q u e h o u v e
u m a elevação gradativa d o grau d e independência n o periodo. Entretan-
to, esse a u m e n t o n ã o foi suficiente para conter a trajetória ascendente d a
inflação. Nesse sentido, o trade-off grau d e independência e nível d e infla-
ç ã o p a r a o periodo pré-1994 n ã o existiu, o q u e indica n ã o ter havido u m a
possível relação causai entre maior grau d e independência e inflação p a r a
esse periodo.
Deve-se destacar q u e o grau d e independência d o BCB para o peri-
o d o 1994/96 foi significativo (0,68 p a r a u m máximo d e 1). Entretanto, ve-
rifica-se q u e os elementos-chave para esse resultado são fiiito d a própria
decisão d o g o v e m o (preocupação c o m a estabüidade d e preços, a m a n u -
t e n ç ã o d a âncora cambial, o processo d e privatizações, redução dos gas-
tos governamentais, e t c ) , ou seja, o governo foi responsável pela criação
Coilor I
1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996
Gráfico 4
Fontes: B a n c o Central d o Brasil e Rigolon ( 1 9 9 7 ) ' ' .
4 Conclusões
5 Referências bibliográficas