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COMO UMA ROSA

Esdras Emmanuel Lins Maia*

Afinal, o mundo é bom ou ruim? A resposta a esta pergunta dependerá de qual


cosmos ou mundo o interlocutor se refere, visto haver o mundo natural e, dentro deste, o
mundo humano da cultura e das relações interpessoais. Outrossim, é necessário observar
que a pergunta implica um juízo de valor cuja solução para os cândidos pessimistas e
otimistas puros é, respeticvamente, ruim e bom. Contudo, para outros, a saber os
realistas, o mundo não seria bom ou ruim. Para estes, o mundo não estaria sujeito a
julgamentos, devendo ser aceito tal como se apresenta.
Dito isto, é manifesto que o mundo natural, originalmente, é não somente bom, mas
muito bom. Tudo o que existe nos reinos animal, vegetal e mineral enchem os olhos de
qualquer indivíduo. A biodiversidade da fauna e da flora constituídos de organismos
complexos, resultantes da informação de códigos genéticos organizados em metacódigos
químicos, é inegavelmente maravilhoso. Tal é a façanha da natureza que o biólogo
Richard Dawkins, catedrático de Oxford, assevera parecer apontar para um planejamento
intencional.

*Bacharel em Teologia pela Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do Norte do Brasil - FACETEN e
professor do Seminário Teológico Batista do Ceará - STB/Ce, e-mail: e.emmanuellinsmaia@hotmail.com.
2016.
Contudo, para estas breves consideraçõs, também há que se
levar em conta o mundo dos relacionamentos humanos.
Embora ainda seja possível deparar com atitudes e ações
absolutamente sublimes no trato cotidiano entre as pessoas e
em vários contextos sociais, no Brasil, por exemplo,
sobrevive-se a um caos na segurança pública. Anualmente,
em razão do aumento do tráfico de drogas, morrem mais de 50 mil pessoas por causas
violentas. Conforme o IBGE (2010), mesmo após o Estatuto do Desarmamento (2003) e o
consequente recolhimento de 1/4 (um quarto) das armas de fogo que estavam em
circulação no país, as mortes por este meio aumentaram em 19,2%.

E o que falar da riqueza espiritual que expressa o mundo cultural? Tantas são suas
contribuições humanas e tecnológicas em, virtualmente, todas as áreas da atividade
humana que alguns imaginam ser a cultura e a ciência a panacéia pós-moderna. É isso,
ao menos, o que parece expressar o conceito relativista do multiculturalismo que,
contraditoriamente, enxerga no cristianismo o mal da cultura ocidental e no infanticídio
indígena de deficientes físicos, um direito.
A rigor, como se pode depreender a partir da experiência
existencial e pessoal de cada indivíduo, todos os apectos do mundo estão eivados de
ambivalência e ambiguidade, mesmo os entes ou seres mais perfeitos ou bons possuem
algo de imperfeição e de maldade e vice-versa. É o que expressa a sabedoria milenar
taoísta, muito embora sem o prejuízo do discernimento das proporções e quantidades
envolvidas o qual deve orientar a tomada de decisão em cada
situação. Enfim, como reconhece a sabedoria popular, a
realidade é como uma bela rosa vermelha entregue pelo
enamorado à sua amada. Não é porque o caule está repleto de
espinhos que se deixará de admirar a beleza e apreciar o
perfume. Por outro lado, seu encanto não enfeitiçará de tal modo
as faculdades da percepção ao ponto de fazer negar os cuidados necessários e próprios
da vida como a conhecemos.

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