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Energia Nuclear
Por
Pedro Reis
-
Set 28, 2019
Foi durante a Segunda Guerra Mundial que a energia nuclear mostrou o seu lado
mais negro. As bombas atómicas foram, sem dúvida, motivo mais do que
suficiente para tornar esta forma de produção de energia assustadora.
Os acidentes nucleares são outra realidade que, pelos danos que podem causar,
tornam-se muito penosas. E infelizmente já se registaram vários acidentes e
alguns marcaram a história, o planeta e as pessoas como foi o caso de Chernobyl.
O reator número 4 provocou a maior catástrofe nuclear registada até aos dias de
hoje. O acidente recebeu a classificação máxima, da escala internacional de
eventos nucleares, que vai de 0 a 7.
Central Nuclear
O combustível nuclear queimou durante 10 dias, matou mais de 25 mil pessoas e
libertou para a atmosfera radionuclídeos numa proporção equivalente a mais de
200 bombas atómicas iguais às que caíram em Hiroshima. Toda a Europa sofreu
com este acidente e estima-se que três quartos tenham ficado contaminados.
Outros acidentes foram registados antes de 1986 e outros ocorreram nos últimos
anos em diferentes países do mundo e com diferentes níveis de gravidade, no
entanto, o de Chernobyl foi efetivamente uma catástrofe a uma escala global.
No caso da energia nuclear de fissão, são necessários materiais que sabemos que
são escassos. Elementos pesados como o urânio, por exemplo. Com o nosso atual
nível de conhecimento, parece ser um recurso escasso, e é por isso que o
chamamos de “não-renovável.
Exemplos da chamada “energia renovável”, como a luz solar, também são finitos
e em algum momento estarão esgotados, mas como temos o Sol por alguns
bilhões de anos, excedendo muito as escalas humanas, fizemos que é “renovável”
embora como qualquer outra coisa no universo, ela está a ser consumida de
acordo com um ciclo natural.
Explosão na Central Nuclear de Fukushima
Embora tenha conotações negativas, por causa das notícias e até filmes sobre
acidentes e resíduos radioativos, a realidade é que a energia nuclear tem muitas
vantagens.
Apesar de tudo o que foi dito, a energia nuclear também tem grandes
desvantagens.
Este processo passa-se dentro do reactor nuclear blindado em aço e com a passagem de
água e a libertação de calor produz-se vapor. O vapor faz com que a turbina e o
alternador funcionem. Depois de passar na turbina, o vapor arrefece e vai para um
condensador, transforma-se de novo em água, que é enviada para um gerador de vapor.
Para este processo funcionar é necessário que a central fique situada junto ao rio ou ao
mar. Os únicos rios nacionais que têm a capacidade para suportar o funcionamento de
uma central nuclear são o Douro e o Tejo. O que vem trazer mais um problema para os
defensores do nuclear, porque as populações têm muitas reticências em aceitar a
vizinhança de uma central. Lembre-se o exemplo da Câmara do Mogadouro que
recusou a proposta de Monteiro de Barros, apesar dos benefícios financeiros que lhe
traria.
O problema dos resíduos é uma das grandes reticências à alternativa nuclear. Ainda não
há nenhum sistema 100% seguro no que toca ao armazenamento de resíduos nucleares.
Para já, os resíduos são guardados em contentores de chumbo, junto às centrais. Mas
nenhum governo pode assumir os riscos de 25 mil anos de demora para reduzir para
metade o perigo dos resíduos nucleares.
Portugal faz parte da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) desde 1957.
Não é a primeira vez que se fala na implementação da energia nuclear em Portugal: em
1976 uma manifestação de populares em Ferrel, Peniche, impediu a construção de uma
central.
Até agora registaram-se dois acidentes nucleares: um de menor dimensão nos EUA, em
Three Mile Island, em 1979, e o mais conhecido e de maior dimensão, o de Chernobyl,
na Ucrânia, em 1986.