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Kant investiga as condições de possibilidade de nosso conhecimento

a priori com o objetivo de saber se realmente podemos responder a


questões que se colocam inevitavelmente a razão humana. Ele
aponta para a investigação da validade do conhecimento, algo
aparentemente obvio e desconsiderado até então. A novidade da
sua proposta diz respeito a compreensão da relação entre “sujeito” e
“objeto” na atividade de conhecimento. A saída encontrada por Kant
foi investigar se não se progrediria melhor nas tarefas da metafisica
ao se admitir que são os objetos que precisam se regular pelo nosso
conhecimento a priori e não o contrário.

O resultado seria que “das coisas conhecemos a priori só o que nos


mesmos colocamos nelas” (KANT, 1980 a, p. 13). Esse resultado não
será só empregado no campo da filosofia teórica, mas será utilizado
também para filosofia pratica. O conceito de conhecimento a priori
somente pode ser esclarecido em sua relação com o conceito de
conhecimento a posteriori.

O racionalismo é uma escola filosófica que aceita o conhecimento a


priori, que é o conhecimento que independe da experiência. Os
conhecimentos não podem se originar da experiência, pois são
dotados de necessidade irrestrita e de uma universalidade que
nenhuma experiência pode garantir. Não estão estão sujeitos a
mudanças e não se restringem a uma época particular.

Já no empirismo não existe entendimento humano que não tenha se


originado a partir dos sentidos, o conhecimento é a posteriori, ou seja,
é posterior a experiência, passando por ela, dependendo dela. Esse
conhecimento pode alcançar uma verdade necessária e universal.
Exemplo: “o sol nascera amanhã”. Essa é uma proposição que
provavelmente seria aceita como verdadeira, mas trata-se de um
conhecimento a posteriori, por tratar-se de uma afirmação haurida da
experiência. E por mais generalidade que possua, sempre será válida
de um modo contingente, isto e, sempre há a possibilidade do sol não
nascer amanhã.
Mas Kant pensa em estruturas a priori de faculdades (sensibilidade
e entendimento) que estão presentes em todos os seres humanos e
constituem o que se chama de “sujeito transcendental do
conhecimento”. Esse sujeito reivindica a uma validade que fica a
“meio caminho” entre a contingência atribuída ao conhecimento
extraído da experiência e o conhecimento absoluto reivindicado pelo
apelo a uma instancia superior e externa ao homem, um Deus que
garante uma harmonia pré-estabelecida entre a razão e o mundo.

A razão humana pode ser teórica (a sua função é conhecer, formula


juízos) e pratica (a sua função é determinar a vontade e a ação
moral). A crítica da razão pratica procurou mostrar que o fundamento
da ação moral deve ser universal e necessário, portanto isento de
qualquer contaminação empírica, ou seja, da experiência, ou seja,
para Kant, a razão pratica empírica não pode fundamentar a ação
moral.
Dividir o sistema material da filosofia em teórica e pratica pressupõe
que seja possível tanto uma Metafisica da natureza quanto uma
Metafisica dos costumes, ou seja, pressupõe-se que há uma
legislação a priori da razão tanto sobre os objetos que são, quanto
sobre os objetos que devem ser. Ou seja, uma lei da natureza
obrigatoriamente se realiza, mas uma lei moral pode se realizar ou
não.

O conhecimento racional pode ser dividido em formal ou material. O


conhecimento formal é atribuído a lógica e diz respeito a forma do
pensamento, seja qual for seu conteúdo (empírico ou puro), ao
abstrair todo o conteúdo trata-se apenas das regras do pensamento
em geral, sem distinção do objeto. Já o conhecimento material
ocupa-se com objetos distintos e com as leis que os regem, sendo
dividido em duas partes, a física e a ética. A primeira se ocupa com
as leis da natureza, a segunda com as leis da liberdade, mas ambas
possuem uma parte pura e uma parte empírica. A parte pura ou
racional tanto da ética (metafisica dos costumes) quanto da física
(metafisica da natureza) assenta-se sobre os princípios a priori. Já a
parte empírica tanto da ética (antropologia moral) quanto da física
(filosofia empírica) assenta-se sobre os princípios a posteriori.

Dessa forma, assume-se que existem leis pelas quais as coisas


acontecem (tudo aquilo que e) e leis que determinam aquilo que deve
acontecer. Também pode se distinguir entre uma Metafisica da
Natureza (parte pura da física e uma Metafisica dos costumes, e se
falar agora de uma filosofia da natureza e de uma filosofia dos
costumes ou filosofia moral.
A Metafisica dos costumes extrai seus princípios de algo que não
está na experiência. O objetivo de sua fundamentação é buscar o
princípio supremo da moralidade, ou seja, a forma da lei moral,
aplicável de modo universal e necessário a todo ser racional,
portanto, livre de qualquer mistura com a empiria.

A lei moral é encontrada por meio dos princípios práticos, que são
proposições que determinam a vontade e levam a ação, podendo ser
mais ou menos gerais.

Os princípios práticos podem ser divididos em dois grandes grupos,


que Kant chama de máximas e imperativos. As máximas são
princípios subjetivos da ação e valem somente para aqueles que as
propõem. Já imperativos são ordens ou comandos da razão que
implicam a necessidade da ação, sendo princípios objetivos, isto é,
validos para todos. Os imperativos podem ser de dois tipos, são eles
o imperativo hipotético e o imperativo categórico.

Os imperativos hipotéticos (valem na hipótese de que se queira tal


fim) são imperativos que implicam a necessidade da ação, caso o
agente deseje realizar um fim qualquer, sendo condicionados pelo
fim e, portanto, não coincidem com a lei moral, pois não podem ser
universais e necessários. Tem a forma geral: Se quiseres, deves. Se
configuram na forma de princípios técnico práticos, tendo a forma de
um princípio pratico mas não tem o conteúdo moral. Os hiperativos
hipotéticos se dividem em dois princípios técnicos práticos, as regras
de habilidade e os conselhos de prudência. As regras de habilidade
são regras que prescrevem os meios uteis para a realização dos fins
possíveis e precisos, neste sentido nem todos as propõem. Já os
conselhos de prudência indicam os meios para a realização de fins
reais, na medida que todos os propõem.

Os imperativos categóricos determinam a vontade apenas como


vontade, ou seja, considerada em si mesma, independentemente de
qualquer fim a ser realizado, valendo para todo ser racional. Não
importa se os objetivos que essa possa ter são alcançados ou não: é
o mero querer que é determinado por aquela regra, inteiramente a
priori.

O imperativo categórico é forma da lei moral, coincide com uma


racionalidade, obrigatória e aplicável, de modo necessário e universal
a todo ser racional, mas não como são as leis da natureza. As leis
morais podem até não se concretizar, porque a vontade humana está
sujeita não só a razão, podendo se desviar devido às inclinações
sensíveis, e por esse motivo que as leis morais são chamadas de
“imperativos” ou “deveres”, tendo a seguinte forma geral: Deves
porque deves.

A lei moral não pode consistir em ordenar esta ou aquela coisa, isto
é não pode dizer respeito (diretamente) ao que Kant chama de
matéria da vontade, porque diz respeito à intensão com que a coisa
é feita. É por isso que ele afirma que a lei moral só pode ser formal e
não material, pois a nossa moralidade não depende das coisas que
queremos, mas sim do princípio pelo qual as queremos.

Para que a máxima (subjetiva) do imperativo categórico se torne lei


universal (objetiva) e sua formula mais apropriada seria a seguinte:
age de tal maneira que a máxima da tua vontade possa valer sempre,
e ao mesmo, como princípio da legislação universal da natureza.
Essa formula evidencia a pura forma da lei moral, que é a
universalidade (a sua validade sem exceções).

A segunda formulação pressupõe o princípio que “a natureza racional


existe como fim em si”. Essa formulação seria: age de modo a
considerar a humanidade seja na sua pessoa, seja na pessoa de
qualquer outro, sempre também como objetivo e nunca como simples
meio. Colocando o homem acima de tudo e não como uma coisa
entre outras coisas.

Nós não estamos submetidos somente a uma lei, mas que essa lei é
fruto de nossa própria racionalidade, e portanto depende de nós. Pois
somos nós, com a nossa vontade e racionalidade, que damos as leis
a nós mesmos. Então, a terceira formulação supõe a autonomia da
lei moral.

Como vimos a razão pratica é capacidade de legislar em nossa


faculdade de querer, ou seja, em nossa vontade, que pode
determinar a ação em conformidade com a apresentação de algumas
leis. A vontade torna-se boa vontade quando é inteiramente
determinada e movida pela lei moral, neste caso, temos a intenção
pura, que nada mais e do que a adequação da vontade a forma da
lei moral.

Essa vontade é uma vontade autônoma quando determinada e


movida pela lei moral, somente essa é fundamento e princípio de
ações morais. As ações morais são realizadas por causa ou em
respeito à lei moral, portanto, realizadas por dever. O dever nada
mais é do que a obrigatoriedade de agir em respeito à lei moral. Ex:
fazer promessas falsas; Se me abstenho por causa da lei, ajo em
respeito à lei moral, por dever, a intenção é pura e a ação é moral.

Mas se a vontade é determinada e movida por conteúdos empíricos,


ela é heterônoma e portando, dá origem a moralidade heterônomas.
Neste caso jamais ocorre a ação por dever, mas em conformidade
com o dever. E: fazer promessas falsas; Se abstenho por prudência,
ajo em conformidade com a lei, porém não por causa da lei, a ação
não é moral pois a intenção não é pura.

Os princípios a priori podem ser universais e necessários, mas não


podem ser concebidos quando implicam em contradição, não sendo
possível universalizar. Ex: Cometeu suicídio por tedio da vida; O
sentimento (amor próprio) que deveria proteger a vida à destrói, isso
implica em contradição a lei universal da vida.

Deixar de cultivar os próprios talentos e ser indiferente aos males dos


outros, não devem ser desejados por uma natureza racional, apresar
dos conteúdos ser universalizáveis, eles deixam de reconhecer o
valor intrínseco da humanidade.

Mas a condição de possibilidade do imperativo categórico ou a lei


moral é a liberdade, que pode ser vista em sentido positivo ou
negativo. No sentido negativo representa a independência em
relação a causalidade presente no mundo dos fenômenos. Essa
liberdade não explica nada no mundo dos fenômenos, já na esfera
moral, explica tudo. Pois a liberdade é a característica própria da
liberdade que pode ser determinada pela pura forma da lei, sem a
necessidade de conteúdo.

No sentido positivo, a liberdade é a capacidade que a razão pratica


tem de dar em si mesma, sendo a sua própria lei, ou seja,
determinando e movendo a vontade de modo a priori. O pensamento
Kantiano pode ser assim resumido: Deves, portanto podes. Nos
conhecemos primeiro a lei moral (o dever) e, depois, dela inferimos
a liberdade como seu fundamento e como sua condição.

Um exemplo seria, se um tirano, ameaçando-te, te impusesse


testemunhar em falso contra um inocente, pode muito bem ocorrer
que, por medo, tu cedas e jures em falso; mas depois teria remorso.
Isso mostra que você compreende que devias ter dito a verdade,
mesmo que não tenha feito. E, se devias dizer a verdade, então
também podias, embora não tenha feito o contrário. O remorso
significa que devias, portanto, podias. Isso mostra que a lei moral
pode ser cumprida, pois somos seres livres para cumpri-la ou não,
pois a liberdade e condição de possibilidade da lei moral.

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