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ESTADO DO RIO DE JANEIRO


PODER JUDICIÁRIO
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Décima Câmara Cível
Apelação Cível nº 0001641-87.2008.19.0050
Desembargador GILBERTO DUTRA MOREIRA

Apelação Cível. Despejo c/c cobrança.


Locação em questão que se encontra regida
pelas regras do direito privado, sendo de todo
irrelevante que o locatário seja Município,
independente da destinação pública.
Precedentes do Colendo Superior Tribunal de
Justiça e deste Egrégio Tribunal de Justiça.
Inexistência de nulidade.
Inadimplência comprovada. Réu que não
purgou a mora, para evitar o desalijo, nos
termos do art. 62, inciso II, letra “d” da Lei
8.245/1991.
Honorários advocatícios sucumbenciais que, de
fato, foram excessivamente arbitrados em R$
2.000,00 (dois mil reais), que se reduz a R$
1.000,00 (mil reais), tendo em vista a presença
da Fazenda Pública no pólo passivo, na forma
art. 20 § § 3º e 4º do C.P.C.
Provimento parcial do recurso somente para
reduzir a verba honorária, mantida, no mais, a
sentença.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação


Cível nº 0001641-87.2008.8.19.0050, em que é apelante Município de
Aperibé, e apelado Espólio de Maria de Lourdes Martins Bragança.

ACORDAM os Desembargadores da 10ª Câmara Cível do


Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por unanimidade de votos,
em dar parcial provimento ao recurso, para reduzir a verba honorária,
mantida, no mais, a sentença.

Trata-se de ação de despejo com pedido cumulado com o


de cobrança, ajuizada pelo Apelado em face do Apelante, alegando que as
partes celebraram contrato de locação de imóvel constituído pelo prédio
s/nº da Rua Antônio Ferreira da Luz, Centro, Aperibé, pelo período de
01/06/2007 a 31/12/2007; que o réu não desocupou o imóvel na data
aprazada; que o aluguel não é quitado desde outubro de 2007, totalizando
a dívida em R$ 12.418,68 (doze mil, quatrocentos e dezoito reais e sessenta
e oito centavos).

Assinado em 18/09/2013 18:12:00


GILBERTO DUTRA MOREIRA:6771 Local: GAB. DES GILBERTO DUTRA MOREIRA
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Apelação Cível nº 0001641-87.2008.19.0050
Desembargador GILBERTO DUTRA MOREIRA

Pretende seja decretada a rescisão contratual e a


condenação do réu ao pagamento dos aluguéis vencidos e vincendos até a
efetiva desocupação do imóvel, com os consectários legais.

Contestando o feito (fls. 22), o réu invocou a nulidade do


contrato.

O Ministério Público, às fls. 58/60, manifestou seu


desinteresse na espécie.

As testemunhas arroladas pela autora foram ouvidas por


carta precatória, consoante termos de fls. 91/92 e 93, sendo informada
pelo usuário do imóvel a desocupação do bem.

Ofício do TCE informando o desconhecimento do contrato


de locação e noticiando a não obrigatoriedade de remessa ao órgão do
referido documento.

Sobreveio a notícia do falecimento da parte autora às fls.


108.

Na sentença de fls. 122/123v., modificada pela decisão


de fls. 126 que acolheu os embargos de declaração de fls. 124/125, o douto
Juiz a quo julgou procedente o pedido, para declarar rescindido o contrato
de locação em dezembro de 2008, bem como para condenar o réu ao
pagamento dos aluguéis vencidos e vincendos até a efetiva desocupação do
imóvel, acrescido de correção monetária a contar do vencimento de cada
obrigação e de juros de mora a partir da citação, impondo-lhe, ainda, os
ônus da sucumbência, fixados os honorários advocatícios em 10% (dez por
cento) sobre o valor da condenação em R$ 2.000,00 (dois mil reais) e a
reserva de 20% (vinte por cento) ao patrono da autora.

O réu apelou, às fls. 127/131, requerendo a reforma da


sentença, insistindo na nulidade do contrato e, alternativamente, a
redução da verba honorária.

Em contra-razões, o apelado prestigiou o julgado (fls.


133/138).

A douta Procuradoria de Justiça, às fls. 206/208, opinou


no sentido do desprovimento do recurso.

É o relatório.
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Inicialmente, ao contrário do que sustenta o apelante, a


locação em questão se encontra regida pelas regras do direito privado,
sendo de todo irrelevante que o locatário seja Município, independente da
destinação pública, conforme entendimento do Colendo Superior Tribunal
de Justiça:
LOCAÇÃO. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE
COBRANÇA DE ALUGUÉIS ATRASADOS EM FACE
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. RELAÇÃO
JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO. NÃO
INCIDÊNCIA DO DECRETO N.º 20.910/32. AÇÃO
EXTINTA SEM JULGAMENTO DE MÉRITO.
CITAÇÃO VÁLIDA. INTERRUPÇÃO DO PRAZO
PRESCRICIONAL. OCORRÊNCIA. PRESCRIÇÃO.
NÃO CONFIGURADA.
1. O Decreto 20.910/32 regula relações jurídicas
tipicamente de Direito Público e, portanto, não deve
reger as relações jurídicas de direito privado, nas quais a
Administração atua sem as prerrogativas que lhe são
inerentes. 2. O negócio jurídico ora sob exame – locação
de imóvel – é tipicamente de direito privado e, portanto,
o fato de o Locatário ser a Administração Pública não
basta para que preponderem os ditames específicos de
direito público em detrimento das normas de direito
privado, inclusive as atinentes à prescrição. 3. A citação
válida interrompe o prazo prescricional, ainda que
promovida em processo posteriormente extinto sem
julgamento do mérito, salvo se o fundamento legal da
extinção for o previsto no art. 267, incisos II e III, do
Código de Processo Civil. 4. Aplicando-se à espécie as
regras de direito privado, interrompida a prescrição, o
curso desta volta a correr por inteiro – 05 (cinco) anos –,
a partir do último ato do processo que a interrompeu, a
teor do disposto no art. 173 c.c. o art. 178, § 10, inciso
IV, do Código Civil e não pela metade – 2 anos e meio –
na forma prevista no Decreto n.º 20.910/32. 5. Recurso
especial conhecido e provido.

Em iguais termos, já decidiu este Egrégio Tribunal de


Justiça:

APELAÇÃO CÍVEL. MUNICIPALIDADE RÉ QUE


CELEBROU E DESCUMPRIU CONTRATO DE
LOCAÇÃO COM PARTICULAR. SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA QUE MERECE PARCIAL REPARO.
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INCIDÊNCIA, À ESPÉCIE, DA LEI Nº 8.245/91.


TRATAMENTO LEGAL DA MUNICIPALIDADE QUE
DEVE SER IDÊNTICO AO DE QUALQUER OUTRO
LOCATÁRIO, INDEPENDENTEMENTE DA
DESTINAÇÃO DADA AO IMÓVEL. PRECEDENTES
DESTA E. CORTE DE JUSTIÇA. INEXISTÊNCIA DE
VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, À SUPREMACIA DO
INTERESSE PÚBLICO OU À CONTINUIDADE DOS
SERVIÇOS PÚBLICOS, OS QUAIS PODERÃO SER
PRESTADOS EM OUTRO LOCAL. VALOR
RELATIVO AOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
QUE MERECE REDUÇÃO, NOS TERMOS DO ART.
20 §4º DO CPC, SENDO A QUANTIA DE R$ 1.500,00
RAZOÁVEL E CONSENTÂNEA COM A NATUREZA
E COMPLEXIDADE DA CAUSA, BEM COMO COM
O TRABALHO DESENVOLVIDO PELO
PROFISSIONAL. INEXISTÊNCIA DE ISENÇÃO AO
PAGAMENTO DAS CUSTAS PROCESSUAIS E TAXA
JUDICIÁRIA QUANDO A MUNICIPALIDADE RÉ É
SUCUMBENTE E O DEMANDANTE DESPENDEU
VALORES PARA INGRESSO COM A DEMANDA.
SÚMULA Nº 145 TJ/RJ. APELAÇÃO A QUE SE DÁ
PARCIAL PROVIMENTO.
(Apelação 0027912-89.2009.8.19.0021 - Des. Fernando
Fernandy Fernandes - 23/08/2012 - Decima Terceira
Câmara Cível)

REEXAME NECESSÁRIODESPEJO POR FALTA DE


PAGAMENTO. IMÓVEL PARTICULAR LOCADO A
PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO.
CONTRATO SUBMETIDO ÀS REGRAS DE DIREITO
PRIVADO.
AÇÃO EM QUE SE DISCUTE APENAS A MORA DO
LOCATÁRIO, NA FORMA DO ART. 62, II, DA LEI Nº
8.245/91. ALEGAÇÃO DE FORMALIZAÇÃO DE
ACORDO. INEXISTÊNCIA DE PROVA DA
QUITAÇÃO DOS VALORES INDICADOS. USO DO
BEM SEM A RESPECTIVA CONTRAPRESTAÇÃO.
ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA VEDADO PELO
ORDENAMENTO JURÍDICO. DÉBITO A SER
APURADO EM LIQUIDAÇÃO, COMPENSANDO-SE
OS VALORES PAGOS NO CURSO DA DEMANDA.
SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA QUE SE
CONFIRMA EM REEXAME NECESSÁRIO.
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(Reexame Necessário 0021309-80.2008.8.19.0038 - Des.


Norma Suely - 04/08/2011 - Oitava Câmara Cível)

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE DESPEJO POR


FALTA DE PAGAMENTO. LOCAÇÃO NÃO
RESIDENCIAL. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA COMO
LOCATÁRIA. REGIME DE DIREITO PRIVADO
DERROGADO EM PARTE PELO INTERESSE
PÚBLICO. A LOCAÇÃO DE IMÓVEL PARA O
SERVIÇO PÚBLICO NÃO É CONSIDERADA
CONTRATO ADMINISTRATIVO E É REGIDA
PELAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS
ENTABULADAS ENTRE AS PARTES EM
IGUALDADE DE CONDIÇÕES, AFASTANDO-SE OS
PRIVILÉGIOS DO ENTE POLÍTICO.
INTELIGÊNCIA DE DISPOSIÇÃO ESPECIAL DA
LEI DE LOCAÇÕES. INADIMPLÊNCIA
RECONHECIDA POR PARTE DO LOCATÁRIO, QUE
IMPUGNOU TÃO SOMENTE OS VALORES
COBRADOS. NÃO PURGAÇÃO DA MORA.
DESPEJO LEGALMENTE DECRETADO. NA AÇÃO
DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO,
COMPETE AO LOCATÁRIO A PROVA DO
ALEGADO PAGAMENTO DOS ALUGUÉIS,
CONSOANTE O INCISO II DO ART. 333 DO CPC.
DESPROVIMENTO DA APELAÇÃO. SENTENÇA
QUE, EM REEXAME NECESSÁRIO, SE REFORMA
EM PEQUENO PONTO, TÃO SOMENTE PARA
EXCLUIR A CONDENAÇÃO DO ESTADO AO
PAGAMENTO DE CUSTAS.
(Apelação 0089845-65.2005.8.19.0001 - Des. Roberto
Guimaraes - 28/11/2007 – 11ª Câmara Cível)

Ação de despejo por falta de pagamento ajuizada por


entidade privada em face do Município de Araruama,
pessoa jurídica de direito público interno.
Inadimplemento contratual da municipalidade.
Sentença que extingue o feito, sem o exame do meritum
causae, com base em falta de interesse processual, sob o
entendimento de inexistência da locação alegada, mas
de contrato administrativo. Reforma do julgado.
Sujeição da administração pública, locatária às normas
de direito privado. Não se cuida de concessão de uso de
bem público, remunerada, mas de propriedade
particular, na espécie. Acerto do parecer Ministerial
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contrário à manutenção da sentença, que se reforma,


provendo-se a apelação.
(Apelação 0002865-93.2004.8.19.0052 - Des. Denise
Levy Tredler - 08/03/2007 - Quarta Câmara Cível)

Ação de despejo por falta de pagamento cumulada com


cobrança de aluguéis. Imóvel onde funciona posto de
saúde municipal, figurando como locatário o respectivo
Município. As locações também são contratos de direito
privado, figure a Administração como locadora ou como
locatária." Incontroversa a inadimplência do Município
locatário que não apresentou contestação,
manifestando-se nos autos quase dois anos após ser
citado, limitando-se a sustentar a impossibilidade da
produção dos efeitos da revelia contra órgãos públicos, a
inexistência de negligência na defesa do interesse
público, a incompetência do Juizo ante a. existência de
litisconsórcio passivo necessário com a União Federal e
a Fundação Nacional de Saúde, a impossibilidade de
decretação de despejo contra ente público, a não
comprovação da titularidade do imóvel, a exorbitância
do valor cobrado pelos alugueres, a não utilização do
pavimento que se encontra no subsolo, a impossibilidade
de renovação automática de contrato administrativo, o
direito de retenção pelas benfeitorias realizadas, e
cobrança excessiva com prática de anatocismo. Não
trouxe o inquilino, em momento algum, comprovação de
pagamentos dos aluguéis cobrados. Nas locações de
imóveis utilizados por hospitais, unidades sanitárias
oficiais, asilos, estabelecimentos de saúde e de ensino
autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, bem como
por entidade religiosas devidamente. registradas, o
contrato poderá ser rescindido na hipótese de falta de
pagamento do aluguel e demais encargos. Inteligência
do artigo 53, inciso I, combinado com artigo 9º, inciso
II, da Lei 8.245/91. Provimento do recurso para julgar
procedente o pedido de despejo e. em conseqüência,
rescindir o contrato de. locação, concedendo ao
locatário 6 (seis) meses para desocupar o imóvel, ao
pagamento dos aluguéis vencidos e. que forem apurados
em liquidação de sentença por artigos, tendo em vista as
imprecisões e dúvidas sobre a fixação dos mesmos,
acrescidos de juros, correção monetária e pena
convencional, bem como honorários de advogado, estes
fixados cm 10% (dez por cento) sobre o valor da
condenação.
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(Apelação 0006259-61.2001.8.19.0037 - Des. Maria


Henriqueta Lobo - 11/07/2006 - Sétima Câmara Cível)

Com efeito, não restou comprovado o pagamento dos


aluguéis e demais encargos, bem como o réu não purgou a mora,
oportunidade concedida pelo texto legal para evitar o desalijo, conforme
disposto no art. 62, inciso II, letra “d” da Lei 8.245/1991, verbo ad verbum:

Art. 62. Nas ações de despejo fundadas na falta de


pagamento de aluguel e acessórios da locação, observar-
se-á o seguinte:
(...)
II - o locatário poderá evitar a rescisão da locação
requerendo, no prazo da contestação, autorização para o
pagamento do débito atualizado, independentemente de
cálculo e mediante depósito judicial, incluídos:
a) os aluguéis e acessórios da locação que vencerem até
a sua efetivação;
b) as multas ou penalidades contratuais, quando
exigíveis;
c) os juros de mora;
d) as custas e os honorários do advogado do locador,
fixados em dez por cento sobre o montante devido, se do
contrato não constar disposição diversa;

Dessa forma, o inadimplemento contratual resta


caracterizado, legitimando, pois, o desalijo, bem como a condenação do
réu ao pagamento dos débitos locatícios vencidos e vincendos e demais
encargos.

Quanto aos honorários advocatícios sucumbenciais, de


fato, o valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais) se mostra excessivo, tendo em
vista a presença da Fazenda Pública no pólo passivo, devendo ser reduzidos
a R$ 1.000,00 (mil reais), ficando atendidos os critérios previstos no art. 20
§ § 3º e 4º do C.P.C., in verbis:
Art. 20. A sentença condenará o vencido a pagar ao
vencedor as despesas que antecipou e os honorários
advocatícios. Esta verba honorária será devida, também,
nos casos em que o advogado funcionar em causa
própria.
(...)
§ 3º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez
por cento (10%) e o máximo de vinte por cento (20%)
sobre o valor da condenação, atendidos:
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a) o grau de zelo do profissional;


b) o lugar de prestação do serviço;
c) a natureza e importância da causa, o trabalho
realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu
serviço.
§ 4o Nas causas de pequeno valor, nas de valor
inestimável, naquelas em que não houver condenação
ou for vencida a Fazenda Pública, e nas execuções,
embargadas ou não, os honorários serão fixados
consoante apreciação eqüitativa do juiz, atendidas as
normas das alíneas a, b e c do parágrafo anterior

Por tais fundamentos, dá-se parcial provimento ao


recurso somente para reduzir a verba honorária, mantida, no mais, a
sentença.

Rio de Janeiro, 18 de setembro de 2013.

GILBERTO DUTRA MOREIRA


Desembargador Relator
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Apelante – Município de Aperibé


Apelado – Espólio de Maria de Lourdes Martins Bragança

RELATÓRIO

Trata-se de ação de despejo com pedido cumulado com o


de cobrança, ajuizada pelo Apelado em face do Apelante, alegando que as
partes celebraram contrato de locação de imóvel constituído pelo prédio
s/nº da Rua Antônio Ferreira da Luz, Centro, Aperibé, pelo período de
01/06/2007 a 31/12/2007; que o réu não desocupou o imóvel na data
aprazada; que o aluguel não é quitado desde outubro de 2007, totalizando
a dívida em R$ 12.418,68 (doze mil, quatrocentos e dezoito reais e sessenta
e oito centavos).

Pretende seja decretada a rescisão contratual e a


condenação do réu ao pagamentos dos aluguéis vencidos e vincendos até a
efetiva desocupação do imóvel, com os consectários legais.

Contestando o feito (fls. 22), o réu invocou a nulidade do


contrato.

O Ministério Público, às fls. 58/60, manifestou seu


desinteresse na espécie.

As testemunhas arroladas pela autora foram ouvidas por


carta precatória, consoante termos de fls. 91/92 e 93, sendo informado
pelo usuário do imóvel a desocupação do bem.

Ofício do TCE informando o desconhecimento do contrato


de locação e noticiando a não obrigatoriedade de remessa ao órgão o
referido documento.

Sobreveio a notícia do falecimento da parte autora às fls.


108.
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Na sentença de fls. 122/123 verso, o douto Juiz a quo


julgou procedente o pedido, para declarar rescindido o contrato de locação
em dezembro de 2008, bem como para condenar o réu ao pagamento dos
aluguéis vencidos e vincendos até a efetiva desocupação do imóvel,
acrescido de correção monetária a contar do vencimento de cada obrigação
e de juros de mora a partir da citação, impondo-lhe, ainda, os ônus da
sucumbência, fixados os honorários advocatícios em 10% (dez por cento)
sobre o valor da condenação em R$ 2.000,00 (dois mil reais) e a reserva de
20% (vinte por cento) ao patrono da autora (embargos de declaração às fls.
126).

Os embargos de declaração de fls. 124/125 foram


acolhidos pela decisão de fls. 126.

O réu apelou, às fls. 127/131, requerendo a reforma da


sentença, insistindo na nulidade do contrato e, alternativamente, a
redução da verba honorária.

Em contra-razões, o apelado prestigiou o julgado (fls.


133/138).

A douta Procuradoria de Justiça, às fls. 206/208, opinou


no sentido do desprovimento do recurso.

É o relatório.

Ao eminente Desembargador Revisor.

Rio de Janeiro, 15 de julho de 2013.

GILBERTO DUTRA MOREIRA


Desembargador Relator

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