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BREJO SANTO – CE
2019
MARIA SOCORRO DE LIMA
BREJO SANTO – CE
2019
MARIA SOCORRO DE LIMA
Aprovação em:____/____/2019
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ProfªMa. Maria Nailê Cândido Feitoza de Lima – Orientadora
Faculdade de Juazeiro do Norte - FJN
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RESUMO
A ansiedade é caracterizada por manifestações somáticas e fisiológicas, tais como: falta de ar,
taquicardia, vasoconstrição ou dilatação, tensão muscular, parestesias, temores, sudoreses e
tontura; e as manifestações psíquicas como inquietação interna, apreensão e desconforto
mental. O objetivo deste estudofoi descrever as características clínicas epidemiológicas dos
diversos transtornos ansiosos em crianças e adolescentes, bem como as estratégias atuais
utilizadas nos tratamentos medicamentosos e psicológico. Trata-se de uma revisão
bibliográfica narrativa realizada em obras que abordam esta temática. Os resultados
mostraram que a identificação precoce dos transtornos de ansiedade podem evitar
repercussões negativas na vida da criança, tais como o absenteísmo e a evasão escolar, a
utilização demasiada de serviços de pediatria por queixas somáticas associadas à ansiedade e,
possivelmente, a ocorrência de problemas psiquiátricos na vida adulta. Concluiu-se, que cabe
aos médicos que cuidam das crianças com transtorno de ansiedadeserem hábeis ao
reconhecimento dessas patologias.
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com estudos de Castilho et al. (2000), há pelo menos dois tipos de
transtornos ansiosos que atingem frequentemente a população infantil. A saber: Transtorno de
Ansiedade Generalizada (TAG) e o Transtorno de Ansiedade de Separação (TAS).
2.1 Epidemiologia
De acordo com Sousa et al. (2012), avaliando o cenário global de transtornos mentais,
dados internacionais mostram que as taxas de prevalência de transtornos de ansiedade na
infância e adolescência variam entre 6% e 20%.
Estima-se no Brasil que os índices de prevalência de ansiedade em crianças e
adolescentes é de 4,6% em crianças (VIANNA; CAMPOS; FERNANDES, 2009)
A estimativa de que crianças e adolescentes em algum momento de sua vida
preencham os critérios diagnósticos para, pelo menos, um dos Transtornos de Ansiedade é de,
aproximadamente 10%. Os quadros mais frequentes de ansiedade são: o Transtorno de
Ansiedade Generalizada e Transtorno de Ansiedade de Separação (ASBAHR, 2004).
Estudos realizados por Vitolo, Fleitlich Bilyk, Goog Man e Bordin (2005), a ansiedade
em crianças são reflexos das inconstâncias do ambiente, suas variáveis previsíveis e
imprevisíveis, bem como estão associadas com a ansiedade dos pais, nesse sentido também
pode haver uma influência tanto genética como ambiental.
No Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (Texto Revisado, 4ª
edição da Associação Psiquiátrica Americana, 1994), encontramos que a ansiedade como
traço de uma associação familiar. Achados inconsistentes foram relatados, com relação aos
padrões para Transtornos de Ansiedade Generalizada dentro de famílias, não tendo sido
encontrada uma agregação familiar específica na maioria dos relatos.
Ainda com base no DSM – IV – TR (1994), o Transtorno de Ansiedade de Separação é
mais comumente visto em parentes biológicos em primeiro grau do que na população em
geral, e talvez seja mais frequente em filhos de mães com Transtorno do Pânico.
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pais e o terapeuta quanto aos objetivos, conduta e manejo. O retorno deve ser gradual, pois se
trata de uma readaptação, respeitando as limitações da criança e seu grau de sofrimento e
comprometimento.
As intervenções farmacológicas são necessárias quando os sintomas são graves e
incapacitantes, embora estudos controlados, documentando seu uso, sejam limitados. O uso
de antidepressivos tricíclicos (imipramina) mostrou resultados controversos. Os
benzodiazepínicos, apesar de poucos estudos controlados que avalie a sua eficácia, são
utilizados para ansiedade antecipatória e para alívio dos sintomas durante o período de
latência dos antidepressivos. Os inibidores seletivos de recaptura de serotonina podem ser
efetivos para o alívio dos sintomas de ansiedade, sendo considerados medicações de primeira
escolha devido ao seu perfil de efeitos colaterais, sua maior segurança, fácil administração e
quando há comorbidade com transtorno de humor. A utilização de betabloqueadores em
crianças não está bem estabelecida.
Transtorno de Ansiedade Generalizada: com este transtorno de ansiedade comum, as
crianças se preocupam excessivamente com muitas coisas, como a escola, a saúde ou
segurança dos membros da família, ou o futuro em geral. Eles podem sempre pensar o pior
que poderia acontecer. Junto com a preocupação e o medo, as crianças podem ter sintomas
físicos, como dores de cabeça, dores de estômago, tensão muscular ou cansaço. Suas
preocupações poderiam causar-lhes a faltar à escola ou evitar atividades sociais. Com
ansiedade generalizada, as preocupações podem se sentir como um fardo, tornando a vida
esmagadora ou fora de controle.
Tratamento:A abordagem psicoterápica pode ser das mais diversas modalidades, não
se tendo estudos, comprovando a relativa eficácia entre elas até o momento. A terapia
cognitivo-comportamental consiste basicamente em provocar uma mudança na maneira
alterada de perceber e raciocinar sobre o ambiente e especificamente sobre o que causa a
ansiedade (terapia-cognitiva) e mudanças no comportamento ansioso (terapia
comportamental). Esse método pode ter eficácia duradoura sobre os transtornos ansiosos em
geral. Os pais participam ativamente dessa terapia com crianças, ao contrário do que é feito
com adultos com o mesmo transtorno.
No caso clínico é feito um acordo com a criança e seus pais de que perguntas
exageradas não recebem respostas, com reasseguramento à criança da necessidade disto para
diminuir seu sofrimento. Nesse método, parte-se do pressuposto que quanto mais atenção se
der a esse comportamento alterado (respostas tranquilizadoras ou agressivas na tentativa de
controlar a ansiedade da criança) maior a chance de reforçá-lo e ampliá-lo; Ao contrário,
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Fobia Social (ansiedade social): Essa ansiedade é desencadeada por situações sociais
ou falar na frente dos outros. Uma forma menos comum chamado mutismo seletivo faz com
que algumas crianças e adolescentes sintam medo de falar em determinadas situações.
Tratamento: Uma série de procedimentos congnitivos-comportamentais têm sido
descritos para o tratamento de medo de situações sociais ou de isolamento social em criança.
O tratamento cognitivo de ansiedade social foca inicialmente na modificação de
pensamentos mal adaptados que parecem contribuir para o comportamento da evitação social.
Auto-diálogos negativos são comuns em crianças com ansiedade social (ex: “todo mundo vai
olhar para mim”; “E se eu fizer alguma coisa errada?”). O tratamento comportamental baseia-
se na exposição gradual à situação temida (ex: “uma criança incapaz de comer na cantina da
escola por se sentir mal e ter medo de vomitar perto de outras crianças, tem como tarefa de
exposição a permanência diária na cantina por períodos cada vez maiores, inicialmente sem
comer gradualmente comprando algum lanche e comendo próximo a seus colegas”). Os
procedimentos dessa intervenção em crianças e adolescentes seguem os mesmos princípios do
tratamento de adultos, com exceção da graduação da exposição aos estímulos temidos, a qual
deve ser planejada com um maior número de etapas.
Até o momento, não há estudos de tratamento não medicamentoso controlados em
crianças diagnosticadas com fobia social. Relatos iniciais indicam que o benzodiazepínico
alprazolan pode ser útil na redução de evitações de situações sociais em crianças com fobia
social.
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): o transtorno de ansiedade de uma
experiência traumática passada. Os sintomas incluem flashbacks, pesadelos, medo e fuga do
evento traumático que causou a ansiedade. Especialistas não sabem, exatamente, o que causa
transtornos de ansiedade.
Tratamento: Existe uma evidência sobre a eficácia da abordagem cognitivo
comportamental e da psicoterapia dinâmica breve no TEPT em crianças e adolescentes,
porém, com poucos estudos a respeito, em geral relato de casos em crianças mais jovens, a
terapia deve utilizar objetos intermediários como brinquedos ou desenho para facilitar a
comunicação evitando-se interpretações sem confirmações concretas sobre o que ocorreu, mas
fornecendo subsídios que permitem a elaboração da experiência traumática.
A abordagem cognitiva-comportamental tem sido focalizada sobre o (s) sintoma (s)
alvo, com o objetivo de reverter o condicionamento da reação ansiosa, pela habituação ao
estímulo. O terapeuta deve auxiliar a acriança ou adolescente a enfrentar o objeto temido,
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3 CONSIREDAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS