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FACULDADE DE JUAZEIRO DO NORTE – FJN

ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR E COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA

MARIA SOCORRO DE LIMA

ANSIEDADE INFANTIL E SEUS TRATAMENTOS:uma revisão bibliográfica

BREJO SANTO – CE
2019
MARIA SOCORRO DE LIMA

ANSIEDADE INFANTIL E SEUS TRATAMENTOS: uma revisão bibliográfica

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC II)


apresentado à Faculdade de Juazeiro do Norte
– FJN, como parte dos requisitosparaobtenção
do título de Especialista em Gestão Escolar e
Coordenação Pedagógica.

Orientadora: Profa. Ma. Maria Nailê Cândido


Feitoza de Lima

BREJO SANTO – CE
2019
MARIA SOCORRO DE LIMA

ANSIEDADE INFANTIL E SEUS TRATAMENTOS: uma revisão bibliográfica

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC II) apresentado à Faculdade de Juazeiro do Norte –


FJN, como parte dos requisitos para obtenção do título de Especialista em Gestão Escolar e
Coordenação Pedagógica.

Aprovação em:____/____/2019

___________________________________________________
ProfªMa. Maria Nailê Cândido Feitoza de Lima – Orientadora
Faculdade de Juazeiro do Norte - FJN
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ANSIEDADE INFANTIL E SEUS TRATAMENTOS: uma revisão


bibliográfica
LIMA, M. S. de
LIMA, M. N. C. F. de

RESUMO

A ansiedade é caracterizada por manifestações somáticas e fisiológicas, tais como: falta de ar,
taquicardia, vasoconstrição ou dilatação, tensão muscular, parestesias, temores, sudoreses e
tontura; e as manifestações psíquicas como inquietação interna, apreensão e desconforto
mental. O objetivo deste estudofoi descrever as características clínicas epidemiológicas dos
diversos transtornos ansiosos em crianças e adolescentes, bem como as estratégias atuais
utilizadas nos tratamentos medicamentosos e psicológico. Trata-se de uma revisão
bibliográfica narrativa realizada em obras que abordam esta temática. Os resultados
mostraram que a identificação precoce dos transtornos de ansiedade podem evitar
repercussões negativas na vida da criança, tais como o absenteísmo e a evasão escolar, a
utilização demasiada de serviços de pediatria por queixas somáticas associadas à ansiedade e,
possivelmente, a ocorrência de problemas psiquiátricos na vida adulta. Concluiu-se, que cabe
aos médicos que cuidam das crianças com transtorno de ansiedadeserem hábeis ao
reconhecimento dessas patologias.

Palavras-chave: Criança. Adolescente. Transtorno. Ansiedade.

ABSTRACT

Anxiety is characterized by somatic and physiological manifestations, such as: shortness of


breath, tachycardia, vasoconstriction or dilation, muscle tension, paresthesias, fears, sweating
and dizziness; and psychic manifestations such as internal restlessness, apprehension and
mental discomfort. The aim of this study was to describe the clinical epidemiological
characteristics of various anxiety disorders in children and adolescents, as well as the current
strategies used in drug and psychological treatments. This is a narrative bibliographical
review performed in works that address this theme. The results showed that early
identification of anxiety disorders can prevent negative repercussions on the child's life, such
as absenteeism and truancy, overuse of pediatric services for somatic complaints associated
with anxiety, and possibly the occurrence of problems. psychiatric disorders in adulthood. It
was concluded that it is up to the doctors who take care of children with anxiety disorderto be
able to recognize these pathologies.

Keywords: Child. Adolescent.Disorder.Anxiety.


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1 INTRODUÇÃO

A ansiedade é um transtorno que se destaca na atualidade como consequência do mundo


agitado, cheio de tensões. Este transtorno vem afetando a população de um modo geral,
independente de idade.
Em termos gerais a ansiedade é entendida como um sentimento vago e desagradável de
medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto, derivado de antecipação de perigo,
de algo desconhecido ou estranho (CASTILHO; REDONDO; ASBAHR & MANDRO, 2000).
Isso ocorre com o propósito de preparar o organismo para a reação de proteção diante
de situações de perigo. Mecanismos cognitivos, motivacionais, afetivos ou emocionais e
comportamentais são ativados juntamente com as respostas fisiológicas e é nesse conjunto de
modificações emocionais e físicas é que encontramos a base dos transtornos de ansiedade
(ASSIS; XIMENES; AVANCI & PESCE, 2007; MUTSCHELE, 2001; SOUZA et al., 2012).
Caires e Shinohara (2010) afirmam que a ansiedade é caracterizada por manifestações
somáticas e fisiológicas, tais como: falta de ar, taquicardia, vasoconstrição ou dilatação,
tensão muscular, parestesias, temores, sudoreses e tontura; e as manifestações psíquicas como
inquietação interna, apreensão e desconforto mental.
A ansiedade vem ser considerada patológica quando se torna uma emoção desagradável
e incômoda, que aparece de maneira exagerada, desproporcional em comparação ao estímulo,
e que traz prejuízos ao indivíduo quando esta o impede de realizar tarefas cotidianas em
qualquer faixa etária, observamos uma interferência na qualidade de vida, conforto emocional
ou o desempenho diário do indivíduo (CASTILLO et. al., 2000).
Em crianças, principalmente, nas menores, verifica-se que, diferentemente dos adultos,
estas não conseguem reconhecer seus medos como exagerados ou irracionais. O seu
desenvolvimento emocional implica sobre as causas e a maneira como os medos e
preocupações tanto normais como patológicas irão se manifestar (ASBAHR, 2004).
Relatos de estudos afirmam que crianças com transtorno de ansiedade têm mais
dificuldade para fazer amizades, do que as que não apresentam este transtorno. Também pode
se observar um impacto na vida social e escolar que trarão consequências futuras sérias a estas
crianças (ASSIS et al., 2007).
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2 REFERENCIAL TEÓRICO

De acordo com estudos de Castilho et al. (2000), há pelo menos dois tipos de
transtornos ansiosos que atingem frequentemente a população infantil. A saber: Transtorno de
Ansiedade Generalizada (TAG) e o Transtorno de Ansiedade de Separação (TAS).

2.1 Epidemiologia

De acordo com Sousa et al. (2012), avaliando o cenário global de transtornos mentais,
dados internacionais mostram que as taxas de prevalência de transtornos de ansiedade na
infância e adolescência variam entre 6% e 20%.
Estima-se no Brasil que os índices de prevalência de ansiedade em crianças e
adolescentes é de 4,6% em crianças (VIANNA; CAMPOS; FERNANDES, 2009)
A estimativa de que crianças e adolescentes em algum momento de sua vida
preencham os critérios diagnósticos para, pelo menos, um dos Transtornos de Ansiedade é de,
aproximadamente 10%. Os quadros mais frequentes de ansiedade são: o Transtorno de
Ansiedade Generalizada e Transtorno de Ansiedade de Separação (ASBAHR, 2004).

2.2 Padrão Familiar

Estudos realizados por Vitolo, Fleitlich Bilyk, Goog Man e Bordin (2005), a ansiedade
em crianças são reflexos das inconstâncias do ambiente, suas variáveis previsíveis e
imprevisíveis, bem como estão associadas com a ansiedade dos pais, nesse sentido também
pode haver uma influência tanto genética como ambiental.
No Manual Diagnóstico e Estatístico dos Transtornos Mentais (Texto Revisado, 4ª
edição da Associação Psiquiátrica Americana, 1994), encontramos que a ansiedade como
traço de uma associação familiar. Achados inconsistentes foram relatados, com relação aos
padrões para Transtornos de Ansiedade Generalizada dentro de famílias, não tendo sido
encontrada uma agregação familiar específica na maioria dos relatos.
Ainda com base no DSM – IV – TR (1994), o Transtorno de Ansiedade de Separação é
mais comumente visto em parentes biológicos em primeiro grau do que na população em
geral, e talvez seja mais frequente em filhos de mães com Transtorno do Pânico.
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2.3 Transtorno de Ansiedade Generalizada e Transtorno de Ansiedade de Separação

Segundo o DSM – IV – TR (1994), as características do Transtorno de Ansiedade


Generalizada envolvem preocupação excessiva, com prejuízo funcional em vários aspectos
como a segurança pessoal, interações sociais eventos futuros ou mesmo passado que, em
grande parte das situações, são acompanhadas por sintomas somáticos, como cefaleias e dores
de estômago. Muitas pessoas com Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), afirmam ter
sentido ansiedade e nervosismo durante todo seu histórico de suas vidas. No grupo de
crianças, o Transtorno de Ansiedade Generalizada, a ansiedade e preocupação frequentemente
envolve a qualidade da performance escolar ou eventos esportivos, mesmo quando seu
desempenho não é avaliado por outros. Pode ocorrer preocupação excessivamente
conformismo, perfeccionismo e insegurança, sendo tendenciosas a fazerem as tarefas em
razão de sua preocupação com um desempenho menos que o perfeito. São excessivamente
zelosas na busca pela aprovação e demandam constantes garantias sobre o seu desempenho e
outras preocupações. Esse transtorno manifesta-se com prevalência no sexo feminino
aproximadamente 55-60%.
A ansiedade é uma forma de estresse que pode ser experimentada de diferentes
maneiras: fisicamente, emocionalmente e na forma como as pessoas veem o mundo em torno
de si próprias. A ansiedade refere-se principalmente a preocupação, ou seja, acontecimentos,
preocupar com as coisas dando errado ou sentir como se estivesse em algum tipo de perigo.
A ansiedade é uma reação natural do ser humano e serve como uma função biológica
importante, pois é um sistema de alarme que é ativado sempre que percebemos o perigo ou
uma ameaça. Quando o corpo e a mente reagem, podemos sentir sensações, chamadas de
resposta de luta-fuga, são causados por uma onda de hormônios de estresse como adrenalina e
outros que preparam o corpo para reagir contra o perigo.
A resposta de luta-fuga acontece instantaneamente. Mas, geralmente, leva alguns
segundos a mais, a parte pensante do cérebro (o córtex) começa a processar a situação e
avaliar a se a ameaça é real e, se sim, como lidar com isso. Quando o córtex envia o sinal de
que está tudo bem, a resposta de luta-fuga é desativado e o sistema nervoso começa a se
acalmar.
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2.4 Ansiedade normal

Todo mundo experimenta sentimentos de ansiedade ao longo do tempo. Estes


sentimentos podem variar de uma leve sensação de desconforto para um pânico, dependendo
da situação. É natural que as situações conhecidas ou desafiadoras possam eliciar sentimentos
de ansiedade ou nervosismo em pessoas de todas as idades. É possível sentir isso quando se
tem uma grande apresentação no trabalho, por exemplo, ou quando a vida fica muito agitada.
Crianças podem sentir também em situações semelhantes quando enfrenta um teste
importante ou mudar as escolas, por exemplo. Estas experiências podem desencadear
ansiedade normal, porque eles nos levam a concentrar-se e nos questionam: e se eu fracassar e
nos questionar? E se as coisas não saírem como eu planejei?
Uma certa quantidade de ansiedade é normal e pode até ser motivador. Ela nos ajuda a
permanecer alerta, focado, e pronto para nós fazermos o nosso melhor; Mas a ansiedade que é
muito forte ou muito frequente pode tornar-se paralisante e interfere na capacidade de fazer as
coisas, em casos graves, pode dificultar a realização de diversas coisas boas e agradáveis da
vida.

2.5 Transtornos de Ansiedade

Os transtornos de ansiedade estão entre os mais comuns problemas de saúde mental.


Isso é, em parte, porque todo estresse pode se tornar uma experiência repleta de preocupação.
Há muitos tipos diferentes de distúrbios de ansiedade, com sintomas diferentes. Mas todos
eles partilham um traço comum: a ansiedade prolongada e intensa, que é fora de proporção
com a situação atual e afeta a vida cotidiana de uma pessoa e felicidade.
Os sintomas de um transtorno de ansiedade podem surgir subitamente ou pode vir
gradualmente. Às vezes, a preocupação cria uma sensação de desgraça e mau agouro que
parece vir do nada. Crianças com problemas de ansiedade não pode mesmo saber o que está
causando as emoções, preocupações e sensações que eles têm.
Apesar de toda ansiedade experienciada pela criança em determinadas situações, a
maioria (mesmo aquelas que vivem através de eventos traumáticos) não desenvolvem
transtornos de ansiedade. Aquelas que, no entanto, irão parecer ansiosas e apresenta um ou
mais dos seguintes sinais:
 Excessiva preocupação na maioria dos dias da semana, durante semanas a fio;
 Problemas para dormir à noite ou sonolência durante o dia;
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 Inquietação ou fadiga durante horas de vigília;


 Dificuldade de concentração;
 Irritabilidade;
Estes problemas podem afetar o comportmento da criança no dia-a-dia, especialmente
quando se trata de concentração na escola, dormir e comer.
E é comum para as crianças evitar falar como se sentem, porque elas estão mais
preocupadas que as outras (especialmente seus pais) não podem entender. Elas podem ter
medo de serem julgadas ou consideradas fracas. Embora as meninas sejam mais propensas a
manifestar a sua ansiedade, meninos experimentam essas dificuldades também e, por vezes,
sentem dificuldades de falar. Isto leva muitas crianças a se sentir sozinhas ou mal
compreendidas.
A boa notícia é que os médicos e terapeutas hoje podem compreender melhor os
transtornos de ansiedade do que nunca e, com o tratamento, podem ajudar as crianças a se
sentir melhor.
Os transtornos ansiosos são quadros clínicos em que esses sintomas são primários, ou
seja, não são derivados de outras condições psiquiátricas (depressões, psicose, transtorno do
desenvolvimento, transtorno hipercinético, etc.).
Sintomas ansiosos (e não os transtornos propriamente) são frequentes em outros
transtornos psiquiátricos. É uma ansiedade que se explica pelos sintomas do transtorno
primário (exemplos: a ansiedade no início do surti esquizofrênico; o medo da separação dos
pais numa criança com depressão maior) e não constitui um conjunto de sintomas que
determina um transtorno ansiosotípico.
Mas podem ocorrer casos em que vários transtornos estão presentes ao mesmo tempo
e não se consegue identificar o que é primário e o que não é, sendo mais correto referir que
esse paciente apresenta mais de um diagnóstico coexistente (comorbidade). Estima-se que
cerca de metade das crianças com transtornos ansiosos tenham também outro sistema ansioso.
Pelos sintomas classificatórios vigentes, o transtorno de ansiedade de separação foi o
único transtorno mantido na seção específica da infância e adolescência (CID 10, DSM – IV).
O transtorno de evitação da infância (DSM – III – R), passaram a ser referidos nas
classificações atuais, respectivamente, como transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e
fobia social.
Na avaliação e no planejamento terapêutico desses transtornos, é fundamental obter
uma história detalhada sobre os inícios dos sintomas, possíveis fatores desencadeantes (ex:
crise conjugal, perda por morte ou separação, doença na família e nascimento de irmãos) e o
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desenvolvimento da criança. Sugere-se, também, levar em conta o temperamento da criança


(ex: criança com comportamento inibido), o tipo de apego que ela tem com os pais (ex: seguro
ou não) e o estilo de cuidados paternos destes (ex: proteção ou superproteção), além dos
fatores implicados na etimologia dessas patologias. Também deve ser avaliada a presença de
comorbidade.
De modo geral, o tratamento é constituído por uma abordagem multimodal, que inclui
orientação aos pais e à criança, terapia cognitivo-comportamental, psicoterapia, uso de
psicofármacos e intervenções familiares.

2.5.1 Transtornos que as crianças podem ter

Transtorno de ansiedade de separação: é caracterizado por ansiedade excessiva em


relação ao afastamento dos diferentes áreas da vida da criança ou adolescente.A criança ou
adolescente, quando está sozinho, teme que algo possa acontecer a si mesmo ou a seus
cuidadores, tais como acidentes, sequestro, assaltos ou doenças, que os afastem
definitivamente destes. Como consequência, demonstram um apego excessivo aos seus
cuidadores, não permitindo o afastamento destes ou telefonando repetidamente para eles a fim
de tranquilizar-se a respeito de suas fantasias. Em casa, para dormir, necessitam de companhia
e resistem ao sono, que vivenciam como separação ou perda de controle. Com frequência
referem pesadelos que versam sobre seus temores de separação. Recusa escolar secundária
também é comum nesses pacientes. A criança deseja frequentemente a escola, demonstra boa
adaptação prévia, mas apresenta intenso sofrimento quando necessita afastar-se de casa.
Quando a criança percebe que seus pais vão se ausentar ou o afastamento realmente
ocorre, manifestações somáticas de ansiedade, tais como dor abdominal, dor de cabeça,
náusea e vômitos são comuns. Crianças maiores podem manifestar sintomas cardiovasculares
como palpitações, tontura ou sensação de desmaio. Esses sintomas prejudicam a autonomia da
criança, restringem sua vida de relação a seus interesses, ocasionando um grande estresse
pessoal e familiar. Sentem-se humilhadas e medrosas, resultando uma baixa autoestima e
podendo evoluir para um transtorno de humor.
Estudos retrospectivos sugerem que a presença de ansiedade de separação na infância
é um fator de risco para o desenvolvimento de diversos transtornos de ansiedade, entre eles, o
transtorno de pânico e de humor na vida adulta.
Tratamento: Quando há recusa da escolar, o retorno à escola deve ser o mais rápido
possível, para evitar cronicamente a evasão escolar. Deve haver uma sintonia e a escola, os
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pais e o terapeuta quanto aos objetivos, conduta e manejo. O retorno deve ser gradual, pois se
trata de uma readaptação, respeitando as limitações da criança e seu grau de sofrimento e
comprometimento.
As intervenções farmacológicas são necessárias quando os sintomas são graves e
incapacitantes, embora estudos controlados, documentando seu uso, sejam limitados. O uso
de antidepressivos tricíclicos (imipramina) mostrou resultados controversos. Os
benzodiazepínicos, apesar de poucos estudos controlados que avalie a sua eficácia, são
utilizados para ansiedade antecipatória e para alívio dos sintomas durante o período de
latência dos antidepressivos. Os inibidores seletivos de recaptura de serotonina podem ser
efetivos para o alívio dos sintomas de ansiedade, sendo considerados medicações de primeira
escolha devido ao seu perfil de efeitos colaterais, sua maior segurança, fácil administração e
quando há comorbidade com transtorno de humor. A utilização de betabloqueadores em
crianças não está bem estabelecida.
Transtorno de Ansiedade Generalizada: com este transtorno de ansiedade comum, as
crianças se preocupam excessivamente com muitas coisas, como a escola, a saúde ou
segurança dos membros da família, ou o futuro em geral. Eles podem sempre pensar o pior
que poderia acontecer. Junto com a preocupação e o medo, as crianças podem ter sintomas
físicos, como dores de cabeça, dores de estômago, tensão muscular ou cansaço. Suas
preocupações poderiam causar-lhes a faltar à escola ou evitar atividades sociais. Com
ansiedade generalizada, as preocupações podem se sentir como um fardo, tornando a vida
esmagadora ou fora de controle.
Tratamento:A abordagem psicoterápica pode ser das mais diversas modalidades, não
se tendo estudos, comprovando a relativa eficácia entre elas até o momento. A terapia
cognitivo-comportamental consiste basicamente em provocar uma mudança na maneira
alterada de perceber e raciocinar sobre o ambiente e especificamente sobre o que causa a
ansiedade (terapia-cognitiva) e mudanças no comportamento ansioso (terapia
comportamental). Esse método pode ter eficácia duradoura sobre os transtornos ansiosos em
geral. Os pais participam ativamente dessa terapia com crianças, ao contrário do que é feito
com adultos com o mesmo transtorno.
No caso clínico é feito um acordo com a criança e seus pais de que perguntas
exageradas não recebem respostas, com reasseguramento à criança da necessidade disto para
diminuir seu sofrimento. Nesse método, parte-se do pressuposto que quanto mais atenção se
der a esse comportamento alterado (respostas tranquilizadoras ou agressivas na tentativa de
controlar a ansiedade da criança) maior a chance de reforçá-lo e ampliá-lo; Ao contrário,
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mantendo-se calma e retirando-se a atenção do comportamento ansioso, ele tende a se


extinguir.
O TAG tem recebido pouca atenção dos pesquisadores e psicofarmacologia
pediátrica. Em estudos abertos, observou-se a melhora significativa dos sintomas, tanto com o
uso de fluoxetina, como de buspirona. Pouco se sabe a respeito de benzodiazepínicos para
TAG na infância; alguns autores recomendam seus usos quando não há resposta a tratamentos
psicoterápicos.
Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC): para uma pessoa com TOC, a ansiedade
toma a forma de obsessões (pensamentos excessivamente preocupantes) e compulsões (ações
repetitivas para tentar aliviar a ansiedade).
Tratamento: Os tratamentos mais efetivos que se tem para o TOC são medicamentos
inicialmente utilizados na depressão, que posteriormente se descobriu serem efetivos também
no TOC, e a terapia cognitivo-comportamental (TCC) que inclui exercícios de exposição e
abstenção de executar rituais (prevenção das respostas).
Os medicamentos são efetivos para 40/60% dos pacientes que os utilizame que são a
primeira escolha, principalmente quando, além do TOC, existem outros problemas associados
como depressão, ansiedade, o que é muito comum. Também é usual se iniciar com um
medicamento quando os sintomas são muito graves ou incapacitantes. Geralmente são
utilizados em doses maiores do que as recomendadas para o tratamento da depressão e
demoram mais tempo para produzir o efeito esperado. O maior problema que eles apresentam
é o fato de raramente eliminarem por completo os sintomas. Além disso, com frequência,
provocam efeitos colaterais indesejáveis, embora os mais modernos sejam bem tolerados.
Ataques de Pânico: Estes episódios de ansiedade podem ocorrer sem nenhuma razão
aparente. Durante um ataque de pânico, uma criança geralmente tem súbitos e intensos
sintomas físicos que podem incluir um coração acelerado, falta de ar, tonturas, dormência,
formigamento ou sentimentos. A agorafobia é um medo intenso de ataques de pânico que faz
com que uma pessoa não vá a lugar nenhum, para evitar um ataque que poderia ocorrer.
Tratamento: Tanto o tratamento medicamentoso como o psicológico para o TP em
crianças e adolescentes baseia-se em informações obtidas em pacientes adultos ou em relatos
de casos. Até o presente momento, não há estudos controlados para o tratamento de escolha
para o TP com ou sem agorafobia. Inclui exposição à situação fóbica, reestruturação cognitiva
e treino de relaxamento. Diversos estudos abertos e relatos de casos reforçam o uso do ISRS
ou de benzodiazepínicos como tratamento medicamentoso do TP a infância e adolescência.
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Fobia Social (ansiedade social): Essa ansiedade é desencadeada por situações sociais
ou falar na frente dos outros. Uma forma menos comum chamado mutismo seletivo faz com
que algumas crianças e adolescentes sintam medo de falar em determinadas situações.
Tratamento: Uma série de procedimentos congnitivos-comportamentais têm sido
descritos para o tratamento de medo de situações sociais ou de isolamento social em criança.
O tratamento cognitivo de ansiedade social foca inicialmente na modificação de
pensamentos mal adaptados que parecem contribuir para o comportamento da evitação social.
Auto-diálogos negativos são comuns em crianças com ansiedade social (ex: “todo mundo vai
olhar para mim”; “E se eu fizer alguma coisa errada?”). O tratamento comportamental baseia-
se na exposição gradual à situação temida (ex: “uma criança incapaz de comer na cantina da
escola por se sentir mal e ter medo de vomitar perto de outras crianças, tem como tarefa de
exposição a permanência diária na cantina por períodos cada vez maiores, inicialmente sem
comer gradualmente comprando algum lanche e comendo próximo a seus colegas”). Os
procedimentos dessa intervenção em crianças e adolescentes seguem os mesmos princípios do
tratamento de adultos, com exceção da graduação da exposição aos estímulos temidos, a qual
deve ser planejada com um maior número de etapas.
Até o momento, não há estudos de tratamento não medicamentoso controlados em
crianças diagnosticadas com fobia social. Relatos iniciais indicam que o benzodiazepínico
alprazolan pode ser útil na redução de evitações de situações sociais em crianças com fobia
social.
Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): o transtorno de ansiedade de uma
experiência traumática passada. Os sintomas incluem flashbacks, pesadelos, medo e fuga do
evento traumático que causou a ansiedade. Especialistas não sabem, exatamente, o que causa
transtornos de ansiedade.
Tratamento: Existe uma evidência sobre a eficácia da abordagem cognitivo
comportamental e da psicoterapia dinâmica breve no TEPT em crianças e adolescentes,
porém, com poucos estudos a respeito, em geral relato de casos em crianças mais jovens, a
terapia deve utilizar objetos intermediários como brinquedos ou desenho para facilitar a
comunicação evitando-se interpretações sem confirmações concretas sobre o que ocorreu, mas
fornecendo subsídios que permitem a elaboração da experiência traumática.
A abordagem cognitiva-comportamental tem sido focalizada sobre o (s) sintoma (s)
alvo, com o objetivo de reverter o condicionamento da reação ansiosa, pela habituação ao
estímulo. O terapeuta deve auxiliar a acriança ou adolescente a enfrentar o objeto temido,
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discursando sobre o evento traumático, orientando o paciente a não evitar o tema ou os


pensamentos relacionados (técnicas de exposição).
Há apenas um relato sobre o uso de medicações em TEPT em crianças usando
propranolol, com resposta favorável. O planejamento terapêutico depende também da
associação com outras patologias.

3 CONSIREDAÇÕES FINAIS

Até a década de 80, havia a crença de que os medos e as preocupações durante a


infância eram transitórios e benignos. Reconhece-se hoje que podem constituir transtornos
basicamente frequentes, causando sofrimento e disfunção à criança ou ao adolescente. A
identificação precoce dos transtornos de ansiedade podem evitar repercussões negativas na
vida da criança, tais como o absenteísmo e a evasão escolar, a utilização demasiada de
serviços de pediatria por queixas somáticas associadas à ansiedade e, possivelmente, a
ocorrência de problemas psiquiátricos na vida adulta.
Dada a prevalência dos transtornos ansiosos em crianças e adolescentes e suas
vulnerabilidades biológica e psicossocial que podem ser entendidas como fatores de risco
adicionais a esses transtornos, cabe aos médicos que cuidam das mesmas serem hábeis ao
reconhecimento dessas patologias. Discriminar o normal do patológico, realizar avaliação
global e seu meio, descartar quadros orgânicos abordar o uso de substâncias psicoativas e
deixar claro que a assistência médica é um grande suporte terapêutico inicial, são a partir
delas, que propõem-se um tratamento específico ,psicoterápico e medicamentoso se houver a
necessidade de uso.
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REFERÊNCIAS

ASSIS, S.G., XIMENES, L. F., AVANCI, J. Q. & PESCE, R. P. (2007). Ansiedade em


crianças um olhar sobre transtornos de ansiedade e violências na infância. Disponível
em: <http://www4.ensp.fiocruz.br/biblioteca/home/exibedetalhesBiblioteca.cfm?ID=10023>.

CASTILLO, A. R. G.L., RECONDOB, R., ASBAHR, F. R. & MANFRO, G. G. (2000).


Transtornos de ansiedade. Revista Brasileira de Psiquiatria, 22 (2), 20-3.

VIANNA, R. R. A. B., CAMPOS, A. A. & FERNANDEZ, J. L.; (2009). Transtornos de


ansiedade na infância e adolescência: uma revisão. Revista Brasileira de Terapias
Cognitivas, 5 (1), 46-61.

VITOLO, Y. L.C., FLEITLICH-BILYK, B., GOODMAN, R. & BORDIN, I. A. S. (2005).


Crenças e atitudes educativas dos pais e problemas de saúde mental em escolares.
Revista de Saúde Pública, 39 (5), 716-724.

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