Vous êtes sur la page 1sur 4

A PRIMEIRA TENTAÇÃO NA SENDA

“ AQUILO QUE É VISÍVEL DEVE CONTER


FOGO... DEUS NO INÍCIO DO UNIVERSO
FEZ COM QUE O CORPO DO UNIVERSO
CONTIVESSE TERRA E FOGO...
PLATÃO.

1995
TEMA 42
7

Na palestra anterior falamos do dilema do Peregrino ao ter que escolher o verdadeiro caminho.
Dissemos que uma iniciação autêntica é um passo muito sério a ser dado e que deve ser encarado com
grande senso de responsabilidade pois se a pessoa for seduzida pelas ilusões do caminho da mão
esquerda por certo terá muitos sofrimentos diante si pois é como que assinar um pacto com o lado
negativo da existência.
Mostramos que as decisões do dia a dia, mesmo que levem parra o lado esquerdo, as
conseqüências são menos dramáticas do que aquelas que podem decorrer de um processo iniciático, pois
neste caso há o despertar de capacidades adormecidas.
Despertar uma qualidade adormecida por um lado é bom mas por um lado não desde que torna
a pessoa muito mais propensa a enveredar pelo caminho do erro. Uma qualidade nova, um poder a mais,
paralelamente um grau de firmeza a mais.
É fácil se compreender que uma pessoa que tenha um dom especial, incomum, seja tentada a
utiliza-lo em momentos inoportunos e com finalidades nem sempre positivas. Assim a pessoa corre o
risco de comercializar, de tirar proveitos materiais daquilo que a iniciação lhe concedeu. No mundo
existem muitas pessoas dotadas que vivem mercadejando dons. Pouco reagissem a tentação de ganhos
pecuniários através do uso de faculdades especiais. É claro que uma pessoa que dispõe de um dom
especial seja solicitado a usa-lo em diversas situações diante das quais está sujeito a sucumbir, o que não
aconteceria se ele não possuísse aquele dom. Fabricar ouro e não se corromper, sem esbanjar e em
através dele galgar posições privilegiadas, conseguir continuar mantendo uma vida sóbria e equilibrada
sem se corromper por tudo aquilo que a riqueza oferece, continuar humilde. Sabemos que muitos
alquimistas sucumbiram por não saber se conter diante do ouro.
O chamado poder, assim também a riqueza corrompe facilmente as pessoas, por esta razão é
que, até mesmo os que escolhem o caminho da direita tantas vezes sucumbem; quando menos esperam
estão totalmente envolvidos nas ilusões do mundo da esquerda e penetrada no emaranhado cármico do
mundo das sombras de onde não é fácil sair. A administração de poderes exige cuidados com boa
intenção nem sempre é fácil. Sabemos de casos em da pessoa ser chamada à atenção por haver tentado
auxiliar alguém por meio de um princípio oculto. Ao indagar se não é lícito auxiliar o seu semelhante a
resposta foi sim, mas desde que neste processo não haja interferência no livre arbítrio de alguém. Não
se pode forçar alguém a receber e nem alguém a dar pois isto é ingerência. Pode-se sim pedir, mostrar,
esclarecer, fazer ver que uma pessoa está precisando de um auxilio e que ao nosso entender está
merecendo, mas jamais usar um princípio oculto capaz de forçar um atendimento.

Isto que foi dito nos leva a perceber como não é fácil a administração de dons adquiridos e
meios secretos que lhes hajam sido ensinado.
A PRIMEIRA TENTAÇÃO2NA SENDA ( TEMA 427 )

Na realidade os dons e conhecimentos não devem permanecer arquivados, eles devem ser
utilizados, mas não de maneira pessoal, egoística ou seja lá de que forma for capaz de interferir
diretamente no carma. isto está explícito naquele pensamento oriental que diz: “Não dê o peixe, ensine a
pescar”.
Vamos lembrar Jesus quando disse que “... o lume não deve ser posto debaixo do alqueire”. Isto
corresponde à terceira tentação de Mara direcionada contra Sidarta ( Buda ).
O que a pessoa aprende ela deve ensinar, o que ganha deve saber dividir, deve com critério
utilizar em beneficio do seu semelhante, auxiliar positivamente a natureza, e não resguardar
egoisticamente. Por um lado deve saber guardar, deve manter silencio, em outras palavras, não deve “
atirar pérolas aos porcos” como disse Jesus, mas por outro deve escapar das garras do egoísmo. Muitos
são os que guardam aquilo que possuem, ou aquilo que sabem, temendo incompreensões, perseguições e
coisas assim.
Certamente muitos dizem ser isto prudência. Na realidade a prudência é desejável, é um dos
Preceitos do bom agir ensinado por Salomão, mas a pessoa tem que saber o limite exato onde ela
termina e principia a covardia, o egoísmo ou a acomodação.
Antes de prosseguirmos neste estudo vamos lembrar as três tentações de Mara. A primeira delas
foi quando Mara 1 ofereceu os bens no mundo ao jovem Sidarta 2.
Resguardado no palácio com todo o conforto possível o príncipe Sidarta renunciou aos prazeres
do mundo que lhes oferecia o rei . Seu pai tentou de todas as formas manter Sidarta afastado do mundo e
para torna-lo “feliz” falcutava-lhe todos os bens do mundo material, o reino de Mara. Tentava não
deixar se cumprir a profecia do 8º brâmane.
Eis a primeira tentação de Mara, o rei oferecia o reino de Mara ao filho, dava-lhe apenas os
prazeres do mundo ocultando-lhe a dor, o sofrimento, a doença e a morte para que assim não se
cumprisse a profecia do 8º brâmane.
yeshua
“Ninguém foge ao seu destino”, assim Sidarta acabou conhecendo o lado doloroso da vida e se
propôs descobrir e revelar o porquê dos sofrimentos. Renunciou ao confortos de uma vida de príncipe e
saiu pelo mundo em busca da iluminação. Passou pelo primeiro teste, venceu o fascínio do mundo do
conforto mas o traiçoeiro Mara ainda tinha muitos trunfos para serem jogados contra Sidarta. Mara não
é de desistir fácil, assim sendo novas investidas adviriam. Sidarta vencera apenas um o primeiro “round”
da primeira tentação do maligno.
Na primeira tentação não estavam em jogo dons especiais, poderes adquiridos, apenas o uso do
discernimento entre o mal e o bem, sentimento a respeito do negativo e do positivo. Se Sidarta optasse
pela vida de príncipe por certo não haveriam grandes implicações desde que ele se administrasse com
justiça não se comprometeria muito carmicamente tanto pois não é pela posse de bens materiais que
compete carmicamente a pessoa e sim o mau uso que ela possa fazer daquilo que possui. Sidarta tinha o
que era dele, bastava-lhe não fazer mau uso de tudo aquilo. Mas , mesmo sem envolvimento cármico,
mesmo assim a sua missão não seria cumprido, portanto ainda haveria a quebra de um compromisso
assumido. Por isso mesmo que a mudança de atitude de uma pessoa perante a vida não envolva coisas
negativas, mesmo assim ainda há a possibilidade da dívida dedo não cumprimento de uma determinada
missão. Assim sendo se Sidarta caísse nas ilusões do mundo, caísse naquele tipo de laços de Mara, ele
no máximo arcaria com o ônus de haver fracassado em sua missão mas, evidentemente, aquela falha
seria em grau bem menor do que a outra que adviria se ele fracasse na segunda tentação, como veremos
depois.
1
Força negativa
2
Buda nasceu na Índia no não 563 AC na luz chia do mês de Vesak, filho de um príncipe da clã Shakya. Quando a criança tinha 5
dias o rei reuniu os 108 brâmanes mais sábios do reino para a cerimônia do batismo do jovem príncipe. Destes, oito foram eleitos para
vaticinarem sobre o destino da criança. Sete brâmanes chegaram à conclusão, através da análise de marcas e sinais do corpo da criança,
de que se ele optasse por ficar em casa se tonaria um rei que iria unificar a Índia, mas se saísse ele libertaria a grande parte da
humanidade do véu da ignorância. O oitavo brâmane disse que definitivamente ele seria um Buda , renunciando ao mundo depois de
ver quatro sinais, um ancião, um enfermo, um homem morto e um sacerdote. A criança recebeu então o nome de Sidarta, que significa
Aquele Que Cumpre Sua Missão.
A PRIMEIRA TENTAÇÃO3NA SENDA ( TEMA 427 )

Aquilo que Sidarta vivenciou compreende a primeira confrontação com o Y da vida que é o
saber como usar aquilo que naturalmente tem, como se decidir pelo caminho correto no dia a dia.
As decisões do caminho a ser seguido no dia a dia, como o saber administrar os bens pessoais, o saber
utilizar com sabedoria os dons inatos, o saber se conduzir dentro do bom agir e coisas assim são de mais
fácil decisão, bem como implicam em menores probabilidades de culpas.
Evidentemente os perigos apresentam-se tanto maiores quanto maiores forem os bens pessoais,
por isso Jesus disse: “ É mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar
no céu”.
Na fase seguinte o jovem Sidarta abandonou o mundo que ele conhecia para penetrar no mundo
que ele não conhecia indo em busca dos sábios do reino. Partiu em busca do conhecimento, foi procurar
os mais sábios homens do reino dos quais logo aprendeu tudo o que eles tinham para ensinar mas,
mesmo assim, tudo aquilo que prendeu não era o bastante para faze-lo compreender o porquê do
sofrimento. Por isso ele procurou a solidão e durante 6 anos viveu uma vida ascética extremamente
rígida. Convivia com outros cinco buscadores da iluminação, sem um mínimo de conforto, abstendo-se
de tudo.
O malicioso Mara não deixava por menos e durante todo aquele período tentou o asceta que
ouvia-o falar de dentro de si : 3 “ Filho de Sakya, acorda! Que necessidades tens de sofrer ? A vida tem
grande valor para os vivos; vivendo, praticarás o Dharma. Os vivos podem agir de forma tal que as
suas obras não causem sofrimentos. Estás fraco, pálido, desfigurado, a morte se aproxima... uma
morte que tem mil facetas e incertezas, enquanto a vida é a certeza e tem apenas uma. face. ”
“ Há grande mérito em dar esmolas e fazer oferendas quando se pode. O que consegues fazer
através da renúncia? A senda da renúncia é penosa, e difícil a submissão da mente...” - Sidarta
responde para Mara ( sua natureza inferior ): Papiyan, aliado dos que enlouqueceram aparecesse
exclusivamente com interesse próprio. Não te preocupas um mínimo com o meu mérito. Ó Mara! Todo
aquele que estiver verdadeiramente interessado na virtude fala assim: “ não penso na imortalidade,
pois a vida certamente traz a morte ao final. Contudo, não retrocederei, vivo com um propósito, com
esforço, e contemplação, e porque vivo assim? O obtive percepções e sentimentos mais elevados. Não
me preocupo com o meu corpo ou com a minha vida. Veja a pureza do meu rigor! Firme no meu
propósito e esforço eu também tenho sabedoria. Neste mundo inteiro não vejo alguém que consiga
me demover do meu propósito!.
Breve, Mara, eu te vencerei... “... a minha sabedoria destruirá o teu exército, assim como a
água destrói o vaso de argila que não foi cozido... Agirei com compreensão, pois minha mente está
centrada no entendimento, e tenho meditado bastante na sabedoria enquanto isto a tua mente está
centrada na maldade, o que podes, então, realizar?...
Com estas palavras Mara Papiyan, confuso, humilhado, e cheio de ressentimentos, desapareceu
imediatamente daquele lugar”.
Mara não desiste fácil, a persistência lhe é peculiar quando quer atingir a pessoa. Assim
percebeu que Sidarta havia vencido a primeira tentação, o primeiro round , mas a peleja ainda estava
distante de terminar.
Sidarta, depois de 6 anos compreendeu que o caminho do ascetismo não bastava-lhe para
chegar à iluminação. Compreendeu através das palavras de alguém que passava no barco no rio. Um
músico dizia ao seu discípulo: “A corda muito frouxa não toca e muito apertada rebenta. Sidarta, então,
entendeu que existe o caminho do meio e assim abandonou a vida de asceta austera continuando, desde
aquele momento a conviver como uma pessoa comum porém trilhando o caminho justo.

3
Esta descrição é citado nos tratados budistas e mostra aquilo que é a tentação interior, a tentação que todos as pessoas passam através
diálogo interno pessoal. É assim que o grande mentiroso tenta seduzir as pessoas que já superaram a fase de encanamento com os bens
material, com as fantasias do mundo. Neste dialogo Mara apenas mudou de tática, pois já compreende que aquela pessoa superou os
efêmeros prazeres, pois tratasse de alguém que não mais sente atrações pelas coisas do mundo material, poderes, prazeres e coisas
assim. Ele tenta disseminar a dúvida, cérbero escancara a sua goela de fogo, mostrando que é melhor se ter as coisas do mundo para
através dela poder cumprir aquilo a que se propõe. Na verdade não há erro em se possuir bens materiais, mas é sabido que eles trazem
grande possibilidade de envolvimento com as coisas negativas. Mara não mostra que as coisas do mundo são como areia movediça,
dado o primeiro passo o caminhante começa logo a afundar.
A PRIMEIRA TENTAÇÃO4NA SENDA ( TEMA 427 )

A tentação de Sidarta é aquela mesma que diz a Bíblia Jesus haver passado após os 40 dias de
jejum.
Na Bíblia também aquela primeira tentação é apresentada e atribuída à Eva. Diz que Eva foi
tentada por satanás a comer o furto da árvore proibida.
Na realidade isto não aconteceu com Eva e sim com o principio feminino da natureza.
A árvore proibida representa tudo aquilo que pertence ao reino de Mara e o viajor incauto a
todo momento está sujeito a ser tentado.
No estudo da origem do universo que efetuamos nestas palestras, baseado no que nos tem sido
revelado falamos do envolvimento dos espíritos, daquilo que na Cabala é chamado de “ queda dos
espíritos”. Dissemos, então, que um dos lados desceu, ficou na espreita, descobriu existir algo alem
daquele nível e identificou-se com o lado inferior criando-se assim o mundo.
Agora queremos dizer que o dialogo da Serpente com Eva tal como está citado na Bíblia,
reflete o dialogo interno de cada um durante o processo de purificação. Ele aplica-se perfeitamente ao
primeiro anjo caído, como se pode ver.
Diz a Bíblia no diálogo entre “Eva” e a Serpente: - “ Por que vos mandou Deus que não
comêsseis de toda a árvore do paraíso? - Respondeu a mulher: Nós comemos do fruto das árvores, que
estão no paraíso. as do fruto da árvore, que está no meio do paraíso, Deus mandou que não
comêssemos, e nem a tocássemos, não suceda que morramos. Porém a serpente disse à mulher: Vós de
nenhum modo morrereis. Mas Deus sabe que, em qualquer dia que comerdes dele, se abrirão os vossos
olhos, e sereis como deuses, conhecendo o bem e o mal..
Certamente que não morrereis se comerdes do fruto proibido da árvore do conhecimento do mal
e do bem. Eva viu que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e desejável para trazer
entendimento. Assim pegou o fruto e o comeu, entrou-o ao seu esposo e ele o comeu com ela. E os seus
olhos se abriram.
Na vida todos passam pela primeira tentação quase todos os dias. Ela não cessa enquanto a
pessoa não a vence em definitivo, mas isto não é fácil. A primeira tentação é insidiosa, persistente e
disfarçada.

********************

Vous aimerez peut-être aussi