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O exercício da profissão
características gerais da inserção
profissional do psicólogo
Roberto Heloani, Kátia Barbosa Macêdo e Rosângela Cassiolato
terra (1979); Yasuhiro Nakasone, no Japão O fato é que o discurso da ampla reforma
(1982) e Helmut Kohl, na Alemanha (1982), do Estado surgiu como um dos fundamentos
começaram a advogar o Estado Mínimo, fis das políticas públicas na década de 1980. O
cal, ou o “Estado Guarda- Noturno”, que atua esvaziamento das funções do Estado cons
va de modo contido e pontual, objetivando, tituiu uma importante causa do desempre-
mormente, garantir a “lógica do mercado”. go. Nas organizações privadas e públicas,
Assim começou a defesa de um Estado Neo termos e conceitos como empregabilidade,
liberal, em oposição à ideia de um Estado desregulamentação, privatização, mercado,
Positivo, keynesiano, interventor nos setores downsizing, terceirização, flexibilização dos
essenciais da economia e da vida social. contratos de trabalho e administração pública
A vitória desses governos neoliberais, gerencial tornaram-se recorrentes em todos
neoconservadores, foi revigorada pela fa- os níveis hierárquicos e gozaram de inaudi-
lência dos países do leste europeu, cujo sím to concurso da mídia e de alguns intelec-
bolo máximo foi a derrubada do Muro de tuais orgânicos (pensadores ligados a grupos
Berlim, em 1989. Com essa vitória, a política emergentes, dominantes).
de dominação financeira apresentou-se de for O neoliberalismo propõe a “despolitiza
ma emblemática no chamado Consenso de ção” radical das relações sociais, em que
Washington, também em 1989, em que foram qualquer regulação política de mercado
elaboradas as políticas gerais que tornariam (quer por via do Estado ou de outras ins
exequíveis o programa de estabilização e as tituições) é, já a princípio, repelida. Ocorre
reformas estruturais sancionadas pelo Fundo um neoliberalismo convertido em concepção
Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco ideal do pensamento antidemocrático con
Mundial. O Fundo Monetário Internacional, temporâneo, que serve aos interesses do
alegando a busca do equilíbrio do sistema fi capital. É o que aponta Przeworski (apud
nanceiro internacional, passou a emprestar di Neto, 1995, p. 80-81), afirmando que a gran
nheiro a países em dificuldades, em troca de de burguesia não se ilude com o abstencio
adoção de rígidas políticas econômicas; o Ban nismo estatal nem acredita em um mercado
co Mundial, por sua vez, começou a financiar totalmente “livre”. O que ela pretende, como
projetos sociais de infraestrutura em países bem afirma Neto, em Crise do socialismo e
em desenvolvimento (Heloani, 2003). ofensiva neoliberal, é direcionar a intervenção
Em 10 anos de aplicação de políticas neo do Estado para a defesa de seus particulares
liberais, foi possível consolidar o mito de interesses de classe, transformando o “Estado
que o esvaziamento do papel do Estado no Mínimo” (para defender os interesses dos
Brasil levaria tanto ao crescimento econô trabalhadores) em “Estado Máximo para o
mico sustentado quanto à expansão do nível capital”, de forma que este circule benefi
de emprego. Isso não ocorreu, muito pelo ciando-a sem restrições.
contrário. Justamente após cinco décadas de Como se observa, o processo de privati
ampla manifestação de um padrão de inter zação, como elemento propiciador do en
venção do Estado favorável ao crescimento xugamento do Estado, vem acompanhado
econômico e ao emprego, observou-se, a
de forte aparato ideológico que começa a es
partir de 1990, a adoção de um novo mode-
lo econômico que resultou pouco positivo
truturar-se nos anos de 1970, em decorrên
para a economia e para o trabalho no Brasil. cia do novo ambiente econômico que sina
Não apenas o desemprego assumiu volume lizava a inadequação do modelo fordista em
sem paralelo histórico nacional, como o ren manter o repasse da produtividade para os
dimento do trabalho alcançou uma das salários. O processo consolidou-se na déca-
mais baixas participações na renda nacional. da de 1980, quando o empresariado arti
(Pochmann, 2001, p. 11) culou três pontos de ataque em sua políti-
110 Bastos, Guedes e colaboradores
rindo em seu funcionamento psíquico, con que atua pela extensão dos mecanismos de
forme Clegg (1992), Freitas (1997), Enríquez poder, chegando às mais refinadas técnicas
(1997), Macêdo (1998) e Pagés e colabora de manipulação psicológica.
dores (1987). A subjetividade é, assim, to Os referidos controles sofisticaram-se de
mada como um recurso a mais a ser mani tal forma, que a dominação, como meio de
pulado para que os trabalhadores, identifica exercício do poder, estará mais apoiada na
dos com o discurso organizacional, coloquem introjeção dessas normas ou regras do am
à disposição do capital o que eles têm de biente organizacional do que em um cercea
mais precioso, sua saúde física e mental (He mento mais direto. Os conglomerados do
loani, 1994, 2003). capitalismo globalizado deverão dar conta
Em consequência da globalização da de gerir a dimensão psíquica de seus “co
economia, a nova divisão do trabalho criada laboradores”. (Heloani, 1994; 2003).
pela lógica pós-fordista mostrou-se competiti A lógica liberalista foi reeditada em for
va e intensiva no que concerne às novas tec ma de neoliberalismo, o que contribuiu para
nologias. A cooperação do trabalho com a impactar enormemente nas formas de tra
elevação da produtividade, mediante progra balho no final do século XX e início do século
mas como qualidade total (TQM), kaizen, XXI. Dentre elas, o aumento do desemprego,
sistemas de qualidade ISO 9000, ISO 14000, o aumento do trabalho informal (com todas
benchmarking, reengenharia, método 5S, as perdas de direitos que ele acarreta), as ter
6S, processos de terceirização, quarteiriza- ceirizações, as quarteirizações e os contratos
ção, sistemas integrados, etc., tornou-se im de trabalho temporários, que visam basica
prescindível e, para consegui-la, foram cria mente atender aos interesses capitalistas em
das novas formas de gestão da produção. detrimento da sustentabilidade social e de
Investiu-se intensamente em equipamentos dignidade dos trabalhadores.
e serviços de manutenção (software) e os O fato é que esse contexto econômico
trabalhadores tornaram-se responsáveis não com diretrizes neoliberais trouxe novas exi-
só por manter sistemas caros e sofisticados, gências para o mundo do trabalho. Exigências
mas também por conseguir novos ganhos de relacionadas à revolução tecnológica, à com
produtividade e repassá-los à organização. petitividade, à crescente qualidade da merca
O que não se pode negar é que com a infor doria e à flexibilização na interpretação da
matização e a integração sistêmica, o núme- legislação trabalhista. Dessa maneira, surgiu
ro de trabalhadores decresceu, mas as orga um novo perfil de trabalhador, cada vez mais
nizações não lograram dispensar totalmente solicitado a se especializar continuamente pa
seus “colaboradores” (Heloani, 2003). ra atender às novas demandas do mercado de
Apesar de não ser possível analisar aqui trabalho. Os psicólogos também fazem parte
todas as experiências de gestão, existe uma desse novo perfil profissional, sofrendo essa
característica fundamental, comum a todas pressão de contínua especialização para se
elas: a tentativa de harmonizar um maior manterem no mercado de trabalho.
grau de autonomia dos empregados, para Apesar de, no Brasil, ter ocorrido algumas
organizar um setor de produção, com o de mudanças econômicas no final dos anos de
senvolvimento de controles mais sutis que 1990 e início do século XXI, em forma de im
objetivam colocar o trabalho em uma posição plantação de vários programas sociais visando
de dependência ou incapacidade em relação a combater as desigualdades sociais, percebe-
ao capital. Assim, essas novas estratégias ex -se que ainda estão presentes a má distribui-
plicitam uma notória modificação na for ção de renda, a exclusão de uma grande par
mulação de poder no espaço organizacional: cela da população do acesso a programas de
a consecução de uma lógica de dominação saúde, educação e inserção social via forma-
112 Bastos, Guedes e colaboradores
ção profissional e emprego. Desse modo, a dos psicólogos inscritos nos Conselhos Re-
profissão do psicólogo se depara mais uma gionais de Psicologia. Aproximadamente 2/3
vez com um desafio, por atuar junto a essa (62,1%) dos psicólogos atuam exclusiva
população, devendo se preparar para assumir mente no campo da Psicologia, o que con
uma postura mais política e socialmente en figura um tipo de inserção pleno na profissão.
gajada no sentido de contribuir na promoção O restante dos participantes apresenta algum
de melhor qualidade de vida. tipo de inserção que revela alguma preca
Assim, em um contexto no qual os tra riedade. Dos psicólogos, 22,1% combinam a
balhadores cada vez adoecem mais, têm me atuação em psicologia com alguma ativida-
nos direitos resguardados, cresce a neces de de trabalho fora da profissão; 9,1%, em-
sidade de intervenções mais comprometidas bora tendo graduação em psicologia,
atuam
socialmente, e a psicologia se configura co fora do campo; 5,2% estão
desempregados,
mo uma ciência capaz de oferecer um aporte embora já
ten ha trabalhado
como
psicólogo;
importante para essas novas
práticas sociais. e, final m ente,
há um
pequeno
grupo
de pro
A atividade de pesquisa e a difusão do co fission ais (1,4%) que
nunca
chegou
a
atuar
nhecimento científico não podem se esquivar na profissão, apesar de graduado
e inscrito
desse
movimento. Considera-se
que,
inde nos Conselhos
Regionais.
pendentemente
de
onde
o
profissional
de
Examinando-se
esses
dados, identifica-
psicologia atue, no setor
público,
no
privado
-se uma
taxa
de
desemprego
em torno de
ou no terceiro setor
(ver
Capítulo
7),
sua6,6% que
poderia
ser
ampliada
para 15,7%
conduta profissional deve se pela
pautar
éti se fossem
incluídos aqueles que trabalham
ca e pelo engajamento
em ações que promo fora do
campo profissional
(seriauma taxa
vam a
melhoria das condições sociais da de desemprego da ocupação
–
empregado,
população, até porque, antes de ser profis masnão
na psicologia). Por outro
lado,há
sional, o
psicólogo é também
cida d ão.
um índice
um pouco superior
a
1/5
da
amostra,
o que revela a precariedade das
inserções,
inferida da necessidade de se pre
Atuação em Psicologia – cisar
combinar o trabalho
como
psicólogo
um quadro geral com outras
atividades fora do
campo. Essa
condição seria maior
se nela incluídos
fossem
A Figura 6.1 mostra, em percentuais, as aqueles psicólogos que só atuam
fora da
formas de atuação e não atuação profissional profissão, perfazendo 31,2% da categoria.
1,4 5,2
1,4
Nunca atuou
Já atuou, mas não exerce nenhuma
atividade atualmente
22,1
Exerce atividades fora do campo da
psicologia
Exerce atividade na psicologia e
em outros campos
Exerce atividades somente em psicologia
62,1
66,0
E = Exerce atividades somente em psicologia 60,1
64,9
59,9
19,8
D = Exerce atividade em psicologia 23,1
e em outros campos 20,7
22,2
8,9
9,4
C = Exerce atividades fora do campo da psicologia 8,1
9,9
4,2
B = Já atuou, mas não exerce 5,6
nenhuma atividade atualmente 4,6
6,3
1,2
1,4
A = Nunca atuou 1,8
1,6
Figura 6.2 Percentual de psicólogos por tipo de inserção no mercado de trabalho nas diferentes
regiões brasileiras.
A região Sul destaca-se com o maior per trabalho pode explicar os dados das regiões
centual de psicólogos que atuam exclu norte e centro-oeste.
sivamente no campo, ao lado dos menores As diferentes condições de inserção
percentuais de quem combina a psicologia profissional associam-se a perfis distintos
com outros campos, de desempregados e de do psicólogo, quando se consideram carac
profissionais que nunca atuaram como psi terísticas pessoais, tempo de formação, ti
cólogos. Trata-se do perfil mais positivo de tulação e rendimentos, como se verifica
inserção profissional. O Nordeste apresenta na Figura 6.3.
o segundo melhor perfil, com percentuais O pequeno contingente daqueles que
ligeiramente diferentes da região sul, mas nunca se inseriram no campo profissional
revelando a mesma tendência básica. Por (1,4%), como esperado, é constituído por
outro lado, o sudeste e o norte/centro-oeste1 psicólogos mais jovens (idade média de 28,7
são as regiões que apresentam indicadores anos), com menos tempo de formado (média
menos positivos de inserção. Nelas, se veri de 3,2 anos), que possui apenas o curso de
ficam menores percentuais de psicólogos graduação. Nele, se encontra, também, pro
atuando exclusivamente na psicologia (em porcionalmente à amostra geral, um maior
torno de 60%); são ligeiramente maiores os contingente de mulheres.
percentuais de quem combina a psicologia O segundo grupo de psicólogos que po
com outras atividades, de quem atua fora da dem ser considerados desempregados (5,2%)
psicologia e de quem está desempregado. já apresenta uma média de idade ligeiramente
Possivelmente, a maior concentração de cur superior, maior qualificação (maior o número
sos no sudeste explica os dados dessa região; de profissionais com curso de especialização),
por outro lado, a situação do mercado de maior tempo de formado. Nessa condição,
O trabalho do psicólogo no Brasil 115
• 94,1% mulheres
• Idade média – 28,7 anos
• Tempo médio de graduação – 3,2 anos
Nunca atuou
• Titulação mais frequente: apenas graduação (73%) – especialização (17,6%)
• 90% mulheres
• Idade média – 32,1 anos
Ja atuou • Tempo médio de graduação – 6,4 anos
Não atua • Titulação mais frequente: apenas graduação (56,7%) – especialização (35,6%)
• 66,7% mulheres
• Idade média – 36 anos
Atuou fora da • Tempo médio de graduação – 7,5 anos
Psicologia • Titulação mais frequente: apenas graduação (72,6%) – especialização (22,6%)
• 77,2% mulheres
• Idade média – 38,1 anos
• Tempo médio de graduação – 10,6 anos
Atuou fora e na • Titulação mais frequente: apenas graduação (40,5%) –
Psicologia especialização (41,5%) mestrado (13,6%)
• Renda média – R$ 2,822,00 – % médio da psicologia – 58,4%
• 85,6% mulheres
• Idade média – 35,5 anos
• Tempo médio de graduação – 9,7 anos
Atuou apenas na • Titulação mais frequente: apenas graduação (43%) –
Psicologia especialização (36,3%) mestrado (15%)
• Renda média – R$ 2,769,8 0
Figura 6.3 Distribuição dos psicólogos considerando os dados sociodemográficos e sua atuação pro
fissional.
Nenhuma renda
até 3 SM
de 3 a 6 SM
de 6 a 9 SM
de 9 a 15 SM
de 15 a 21 SM
acima de 21 SM
O trabalho do psicólogo no Brasil 117
9,4
Acima de 21 SM 9,7
10,9
9,8
Até 21 SM 10
11,1
18,9
Até 15 SM 20,4
21,3
18,5
Até 9 SM 18,8
19,3
27,8
Até 6 SM 26,4
25,6
14,0
Até 3 SM 13,0
8,6
1,5
Sem renda 1,3
3,0
Figura 6.5 Percentual de psicólogos por faixas de rendimentos obtidos nos diferentes tipos de
inserção no mercado de trabalho.
Os dados revelam alguns resultados que Esse percentual é superior àquele do grupo
merecem destaque. A condição de inserção de inserção plena e que só atua na psicolo-
precária na profissão não significa, neces gia (38,1% encontram-se nesses níveis mais
sariamente, precariedade de rendimentos. elevados de rendimento). A combinação do
Pelo contrário, aqueles que atuam em outras trabalho na Psicologia e em outra área tam
áreas representam percentuais ligeiramente bém conduz a um aumento do rendimento,
mais elevados nas categorias de maior ren como se verifica no índice de 40,5% nos
dimento (43,4% com rendimentos acima de níveis mais elevados de renda.
9 salários mínimos). Isso indica que o ren Por outro lado, há psicólogos que atuam
dimento é, provavelmente, fator central para apenas como psicólogos e que não possuem
não ingressar ou não atuar como psicólogo. rendimentos, caso de trabalhos voluntários
118 Bastos, Guedes e colaboradores
Figura 6.6 Percentuais de psicólogos por faixa de rendimento nas diferentes regiões do país.
INTENÇÃO DE SE INSERIR
MOTIVO DA NÃO INSERÇÃO
• SIM – 64%
• Pessoal – 5,9%
• Familiar – 2,9% EM QUE ÁREA?
• Ausência de oferta de trabalho – 35,3%
• Clínica – 29,4%
• Percepção de defasagem entre habilidades e
• Escolar – 5,9%
demandas de mercado – 2,9%
• Organizacional – 11,8%
• Proposta de trabalho de baixa
• Docência – 2,9%
remuneração – 5,9%
• Comunitária – 2,9%
• Outro motivo – 5,9%
• Esporte – 11,8%
Figura 6.7 Distribuição dos respondentes que nunca atuaram e os motivos que os impediram de atuar.
um ano de atuação; 64,4% dos psicólogos com percentuais abaixo de 10%). 55,7% dos
deixou de trabalhar nas áreas clinica ou or psicólogos nessa condição deixaram de tra
ganizacional (ambas com percentuais acima balhar em empresas privadas e 25,7% em
de 30%). O percentual de afastamento das empresas públicas.
demais áreas é bem menos expressivo (todas
• Clínica – 33,9%
• Organizacional – 30,5%
EM QUE • Escolar – 6,8%
ÁREA ATUOU? • Saúde, Hospitalar – 8,5%
• Social/Comunitária – 6,8%
• Docência e pesquisa – 4,4%
Figura 6.8 Distribuição de respondentes que já atuaram na profissão, mas que não estavam atuando
na época da coleta de dados.
Outro conjunto de informações coletadas pesquisa da década de 1980. São eles: pessoais
junto ao grupo de desempregados consistiu (18,8%), condições de trabalho (71,1%) e fa
nos motivos da saída, no tempo decorrido des lhas na formação (10,1%).
de que deixou a área e se o emprego perdido Em resumo, os dados sinalizam que o per
era ou não o primeiro emprego. Conforme po centual de psicólogos que abandonou a pro
de ser observado na Figura 6.9, 75% dos fissão o fez por motivos de natureza pessoal ou
psicólogos perderam o primeiro emprego na familiar e por causa da estrutura do mercado
área da Psicologia. Esse resultado demonstra de trabalho, sugerindo ser bem mais complexa
que a maioria procurou atuar na área como a explicação sobre a retirada do mercado de
primeira opção, e conseguiu permanecer nela trabalho, o que exige estudos subsequentes.
por um tempo médio de 3,9 anos (ver Figura
6.8). É digno de nota que 42,5% tenham saído
do emprego há apenas um ano. Esses profis Quem está trabalhando
sionais apontaram vários motivos que os leva fora da Psicologia
ram a abandonar a profissão. Os motivos mais
citados foram problemas: pessoal (23,6%), fa Do total da amostra, um expressivo con
miliar (20%) e baixa remuneração (14,5%). tingente de 9,1% dos psicólogos exerce ati
Motivos semelhantes foram detectados pela vidades fora do campo da Psicologia. Os re
122 Bastos, Guedes e colaboradores
sultados que exploram motivos e projetos cárias do trabalho como psicólogo. Em outras
futuros desse grupo de profissionais encon palavras, isso pode estar sinalizando que, em
tram-se na Figura 6.10. bora o psicólogo que abandonou a psicologia
Os motivos da não inserção ou do aban o tenha feito por motivos pessoais e fami
dono se revelam mais fortemente associados a liares, tendo pesado pouco a oferta de tra
questões das condições de trabalho. A oferta balho em outra área, os que optaram por
de um emprego melhor (38,2%) e a baixa atuar fora da psicologia o fizeram fortemente
remuneração do trabalho em Psicologia (20%) por terem sido atraídos por melhores salários.
representam quase 2/3 dos motivos apontados Talvez isso seja um indício do dilema vivido
por esse grupo de psicólogos. Há ainda um por muitos psicólogos, o de gostar do que faz,
percentual de 7,3% que percebeu um des mas reconhecer não ser bem remunerado e,
compasso entre habilidades e demandas do sendo assim, acabar optando por privilegiar
trabalho em Psicologia. No entanto, existem outras oportunidades de inserção profissional
também motivos pessoais e familiares que le que assegurem melhores condições de remu
vam ao abandono do exercício profissional. neração. Observe que 91,1% dos que atuam
As Figuras 6.9 e 6.10 permitem constatar fora da psicologia responderam afirmativa
que os motivos pelos quais os psicólogos mente à pergunta sobre se gostariam de voltar
abandonaram o primeiro emprego dentro de a atuar na sua área de formação.
sua área são semelhantes aos dos psicólogos Em resumo, tanto os psicólogos que nun
que estão trabalhando fora da área da psi ca atuaram quanto aqueles que estão traba
cologia. Os motivos que levam a não se in lhando fora do campo da psicologia pretendem
serir na profissão e os que explicam o seu inserir-se nela, mesmo considerando escassa
abandono revelam o peso de condições pre a oferta de trabalho. As áreas de intenção de
• Pessoal – 23,6%
• Familiar – 20,0%
MOTIVOS DE • Outra oferta de trabalho – 7,3%
ABANDONO? • Baixa remuneração – 14,5%
• Defasagem habilidades/demandas – 3,6%
• Outros motivos – 14,5%
Figura 6.9 Distribuição de respondentes que relataram não estarem mais atuando como psicólogos
e os motivos do abandono.
O trabalho do psicólogo no Brasil 123
• Pessoal – 16,4%
• Familiar – 7,3%
MOTIVOS DA • Outra oferta de trabalho – 38,2%
NÃO INSERÇÃO? • Baixa remuneração – 20,0%
• Defasagem habilidades/demandas – 7,3%
• Outros motivos – 10,9%
• Clínica – 28,6%
• Organizacional – 16,3%
EM QUE ÁREA • Escolar – 6,1%
• Saúde, Hospitalar – 8,5%
PRETENDE ATUAR?
• Social/Comunitária – 18,4%
• Docência e pesquisa – 24,5%
• Esporte – 6,1%
Figura 6.10 Percentual de psicólogos que trabalham fora da profissão, motivos e projetos futuros
em relação à inserção na área.
Psicologia + outro
trabalho fora
26%
Apenas em
Psicologia
74%
Figura 6.11 Distribuição dos psicólogos que atuam na profissão, exclusivamente ou a combinando
com outros trabalhos.
no entanto, o número elevado de psicólogos explicar a razão pela qual a maioria dos psi
que possuem mais de duas (28,9%) ou três cólogos possui jornadas duplas ou triplas de
inserções (24,8%). E isso serve tanto para trabalho, que acarretam sobrecarga ocupacio
psicólogos que atuam na área quanto para nal. Sobrecarga que pode trazer consequências
aqueles que conciliam suas atividades em psi nocivas para a sua saúde física e mental.
cologia com outras áreas. A precariedade dos A inserção profissional somente na psico
empregos (baixa remuneração) atinge a psico logia parece, portanto, não ser suficiente.
logia e outras áreas também. Essa situação pode Conforme foi visto, tanto os psicólogos que
24,8
Combina mais de 2 inserções 30,3
28,9
Combina 2 inserções 24,9
16,6
Autônomo e consultoria 18,2
3,0
ONGs e cooperativas 3,5
8,9
Setor privado 10,8
17,9
Setor público 12,4
nunca atuaram na psicologia quanto aqueles seu próprio desenvolvimento. Por um lado, o
que já atuaram nessa área e atualmente estão peso histórico desempenhado pela atuação
trabalhando em outros campos pretendem clínica, exercida em consultórios particulares,
inserir-se, no futuro, na área da psicologia. gerou uma imagem social de que a Psicologia é
Assim, evidencia-se que os psicólogos buscam uma profissão liberal. Por outro lado, a forte
outras áreas de atuação porque a Psicologia inserção, inicialmente no setor privado, em
ainda tem um papel restrito na sociedade e empresas e em instituições escolares, introduz
nas políticas públicas. Repare que se forem a face de uma profissão assalariada. A dinâmica
somadas as porcentagens dos que atuam no ocupacional, com o crescimento da inserção
setor privado, em ONGs e no setor autônomo, sobretudo nos serviços públicos de saúde, tem
constata-se que a inserção do psicólogo é feito com que o predomínio da vertente liberal
mais regida por questões de mercado de tra perca espaço ao longo do tempo.
balho do que por políticas públicas, fruto da Dados sobre essa questão encontram-se
percepção do psicólogo como um profissional na Figura 6.13, que compara o grupo de dedi
fundamental para o desenvolvimento social. cação exclusiva ou inserção plena com o grupo
E é assim que a globalização caracteriza- que combina a Psicologia com trabalhos fora
-se, sobretudo pela liberação dos mercados desse campo. Nesses dois grupos, predominam
nacionais. psicólogos que combinam pelo menos um vín
Nesse novo cenário mundial, perdem forças culo assalariado e um trabalho autônomo (no
os trabalhadores, devido à flexibilização do geral, 42,6%). Considerados isoladamente, ho
trabalho, ao enfraquecimento dos sindicatos je, o número de psicólogos que trabalham ape
e ao desmonte do sistema de proteção social, nas como assalariado (34,5%) é superior ao
fundado em direitos arduamente adquiridos. daqueles que trabalham apenas como autôno
(Almeida, 2002, p. 136).
mos (22,8%). Do total de 2.171 que exercem
A não atuação do psicólogo em vários atividades somente no campo da psicologia,
campos da sociedade deve-se à ausência da 42,4% conciliam o trabalho assalariado com o
intervenção do Estado-Previdência nas áreas trabalho autônomo, 35,6% são apenas assala
da saúde e da educação. Sabe-se que o psi riados e 22,1% são apenas autônomos ou vo
cólogo pode ser muito útil em vários setores luntários. Do total de 749 psicólogos que exer
públicos. Inúmeras áreas da sociedade cla cem atividades na psicologia e em outros cam
mam a presença de um psicólogo para tra pos, as porcentagens são respectivamente 44,2%
balhar, principalmente, na saúde e na edu (trabalho assalariado e autônomo), 31,1% (tra
cação, além de outros setores sociais. balho assalariado) e 24,7% (autônomo).
Em resumo, o dado de que mais de 40%
dos psicólogos conciliam atividades autôno
Uma profissão liberal ou
mas com trabalho assalariado, e que o nú
um trabalho assalariado?
mero de apenas assalariados é superior ao de
Examinando-se a diversidade de vínculos autônomos, indica uma importante mudan-
ou inserções que caracterizam a atuação pro ça em relação à pesquisa realizada na década
fissional do psicólogo no Brasil, uma questão de 1980. Lá, o cenário era outro, conforme
importante se impõe: em que medida a psi apontou a pesquisa do Conselho Federal de
cologia é uma profissão liberal ou assalariada? Psicologia: “no quadro nacional, a profissão
Reconhece-se que a Psicologia é um campo do psicólogo é, portanto, uma profissão libe
profissional que favorece variadas possibilida ral” (CFP, 1988, p. 154).
des de atuação em subáreas especializadas. Explorando um pouco mais as diferenças
A discussão sobre a natureza assalariada gerais entre esses dois tipos de exercício pro
ou liberal da profissão é algo que acompanha o fissional, os resultados a seguir apresentados
126 Bastos, Guedes e colaboradores
42,4
Assalariado e autônomo
44,2
22,1
Só autônomo e voluntário
24,7
35,6
Só assalariado
31,1
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0
Figura 6.13 Distribuição dos psicólogos que atuam na profissão pela condição de vínculo assalariado
e autônomo.
5,4
Doutorado 5,0
2,1
8,1
14,9
Mestrado 18,6
8,5
14,1
37,8
Especialização 38,7
40,1
35,2
41,9
Graduação 37,7
49,3
42,1
Figura 6.14 Distribuição dos respondentes em relação à sua titulação e ao seu vínculo profissional.
cia, as áreas de Psicologia Hospitalar e Edu- que mais fizeram pós-graduação, exigência
cacional foram responsáveis por 9% das op do mercado de trabalho para que se man
ções, igualmente. O curso de mestrado foi tenham em atividade. Sob essa ótica, o co
procurado por 7% desses profissionais e ape nhecimento tende a obedecer aos interesses
nas 2% optou pelo curso de doutorado (Jornal do setor privado. “O que caracteriza a nova
de Psicologia CRP, 2004, p. 10). forma de apropriação do conhecimento é a
A pesquisa realizada pelo Conselho Fe abertura ao mercado, que redefine as relações
deral de Psicologia no final da década de 1980 entre os produtores do conhecimento e os seus
apontou que já existia um aumento dos cursos consumidores.” (Almeida, 2002, p. 35). Dessa
de graduação e pós-graduação em Psicologia. forma, os psicólogos assalariados atendem à
Na década de 1980, eram poucos os psicólogos lógica atual do mercado de trabalho, que os
que possuíam o título de Mestre e um per leva a uma constante especialização, en
centual bem menor obtinha o título de Doutor. quanto os psicólogos que atuam como autô
Revela-se, desse modo, que, apesar de ter ha nomos e voluntários apresentam um pequeno
vido transformações nesse setor de formação, índice de prosseguimento nos estudos (pós-
os psicólogos titulados com mestrado e dou -graduação). Para essas duas categorias, o
torado ainda são minoria, conforme mostra a nível de competitividade não pode ser infe
Figura 6.14. (Para mais detalhes sobre a for rido pela análise e pela interpretação dos
mação, ver Capítulo 4 deste livro.) dados da pesquisa efetuada.
Esse conjunto de dados sobre vínculo e A atualização profissional, como é do
titulação permite ressaltar que os psicólogos conhecimento de todos, se faz necessária pe
que mantêm a relação de trabalho como las próprias exigências do mercado de tra
“assalariado e autônomo” são os profissionais balho. Nos últimos anos, muitas transforma
128 Bastos, Guedes e colaboradores
ções têm ocorrido no mercado de trabalho e inserção do psicólogo formado até dois anos
começa a surgir um novo perfil profissional é via trabalho autônomo ou de voluntariado
para atender às necessidades da sociedade. (27%), tendo uma leve queda nos dois anos
Benevides-Pereira concorda com esse ponto subsequentes (três a cinco anos – 21,8%)
de vista quando afirma que “o trabalho do (ver Capítulo 5). É digna de nota também a
psicólogo exige constante atualização, muito porcentagem de recém-formados que ingres
treino e habilidade, experiência (...)” (Bene sa no mercado por vínculo empregatício de
vides-Pereira, 2002, p. 159). assalariado (23,9%), tendo uma leve queda
Um segundo elemento para analisar as ao entrar na faixa dos três a cinco anos de
diferenças gerais entre os perfis do assalariado formado (21,7%). De qualquer modo, os da
e do autônomo, refere-se ao tempo de forma- dos sinalizam que não há uma forma pri
do, dados que se encontram na Figura 6.15. vilegiada de acesso ao mundo de trabalho
Os dados mostram que entre os psicó (embora se perceba uma tendência pequena
logos com vínculos de “assalariados e au de o psicólogo começar a trabalhar como au
tônomos”, “só assalariados” e “só autônomos tônomo e voluntário) que se mantém relati
ou voluntários” a principal modalidade de vamente constante ao longo do tempo.
17,0
Mais de 20 anos 16,3
18,7
16,7
19,9
Entre 11 e 20 anos 21,4
16,6
20,3
17,5
18,3
Entre 6 e 10 anos 15,1
17,4
21,9
Entre 3 e 5 anos 22,1
21,8
21,7
23,7
21,8
Até 2 anos 26,9
23,9
zada em 2006, indicam a fragilidade mais O fato é que diante da restrição do merca
pelo número de inserções, diversidade de do de trabalho para os psicólogos, tanto os que
vínculos do que propriamente pelos índices nunca atuaram na área quanto os que, embora
de desemprego e subemprego identificados. tenham sido atuantes, estão no momento de
A pesquisa realizada, ao tomar o psicólogo sempregados almejam seguir ou continuar
inscrito nos Conselhos Regionais, já excluiu atuando nessa área. Assim, os psicólogos em
previamente um número não quantificado pregados ou desempregados sofrem as con-
de profissionais graduados que não se insere sequências do processo de globalização, que
na profissão e outro número que a abando trouxe, no pacote econômico, novas exigências
naram e que, portanto, se desligara do Con nele embutidas para o chamado trabalhador,
selho. Para acesso a tal realidade de forma que deveria ser “polivalente, flexível, pró-ati-
mais precisa, outro delineamento de pesqui- vo, anti-hierárquico, destemido”, etc. Dessa
sa deveria ser empregado (para informa- forma, gradativamente, começa a surgir um
ções sobre a pesquisa, ver Apêndice 1). novo perfil profissional para atender às novas
No final da década de 1980, já era pre demandas do mercado de trabalho, mais exi
visto que o sistema educacional sofreria im gente e competitivo.
pactos do modelo neoliberal, conforme apon De forma embrionária, há uma transfor
tou Lyotard (1985). Segundo esse autor, a mação no panorama do atual mercado de
tendência seria a de que, no futuro, o conhe trabalho para o psicólogo. Como os resultados
cimento ganharia um caráter estratégico, per mostraram, a maior parte dos psicólogos
dendo seu caráter público, e, paulatinamente, possui dois ou mais vínculos de trabalho, o
convertendo-se em mercadoria. que é um indicador da existência de baixa
Segundo informação obtida do MEC remuneração na categoria. Esse fato se alia à
(2006), o elevado número de matrículas nos sobrecarga de trabalho, que pode compro
cursos de graduação em psicologia é discre meter a saúde física e mental desses profis
pante quando comparado ao número de con sionais. Dados semelhantes também foram
cluintes nos referidos cursos. Além disso, da encontrados em pesquisas anteriores (Bene
dos obtidos do Conselho Federal de Psicologia vides-Pereira, 2002, p. 157-185).
(2008) atestam que o número de alunos con No que tange à relação do psicólogo com
cluintes nos cursos Psicologia é maior que o seu exercício profissional, observou-se que a
dos inscritos nos seus respectivos Conselhos grande maioria desses profissionais está pas
Regionais. Assim, em todo o território nacio sando para a condição de trabalhador assa
nal, o número de psicólogos inscritos nos Con lariado nas mais diferentes instituições e or
selhos Regionais aproxima-se de 180 mil (Con ganizações, inclusive no setor público, embo
selho Federal de Psicologia, 2008). Mas acre ra uma porcentagem significativa declare que
dita-se que muitos psicólogos inscritos nos exerce sua atividade como autônoma.
seus respectivos Conselhos Regionais atuam As grandes transformações ocorridas nas
fora do campo da psicologia. últimas décadas, como a globalização e a in
Ao se considerar essa realidade, o atual formatização, criaram um cenário de rápidas
cenário do mundo do trabalho dos psicólogos transformações: as empresas adotaram novos
não se mostra muito promissor. Uma grande modelos organizacionais, terceirizaram ativi
parte deles trabalha em dois ou mais empre- dades e reduziram equipes e níveis hierárquicos,
gos, subempregados. Ademais, o número de o que culminou com uma situação desfavorável
psicólogos que atuaram na área de psicolo- para os trabalhadores, que se tornaram mais
gia e que, atualmente, estão desempregados expostos e fragilizados. Esta situação de pre
deve ser maior do que o apontado nessa cariedade das relações de trabalho atingiu tam
pesquisa. bém os psicólogos, que, como os demais, tive
130 Bastos, Guedes e colaboradores
ram de se adaptar ao novo contexto. O aumento tura brasileira. In: MOTTA, F. C. P. (Org.). Cultura
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conjuntamente porque o CRP01 inclui o Distrito HOBSBAWM, Eric. A era do capital. São Paulo:
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permitindo tratar tais dados de forma desagre INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTA
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