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ARTIGOS TÉCNICOS

TURBINA HIDROCINÉTICA APROVEITAMENTO DO


POTENCIAL HIDRELÉTRICO DO RIO IGUAÇU

PCHNotícias&SHPNews
Publisher: Acta Editora/CERPCH TURBINA HIDROCINÉTICA APROVEITAMENTO
DOI:10.14268/pchn.2017.00051
ISSN: 1676-0220 DO POTENCIAL HIDRELÉTRICO DO RIO IGUAÇU
Subject Collection: Engineering
Subject: Engineering, measurement

1
ARAUJO, Marcos Aurélio de; 2ROLOFF, Glaucio; 3BRAGA, Walber Ferreira

RESUMO

Neste trabalho é apresentado um estudo para instalação de um Parque Hidrocinético no Rio Iguaçu, 9 quilômetros a jusante das
Cataratas do Iguaçu, com potencial de 1 MW, com a finalidade de aproveitamento da energia cinética da velocidade da corrente do rio
para geração de eletricidade, dotando o Parque Nacional do Iguaçu de autonomia energética. Devido à baixa velocidade de rotação do
rotor desse tipo de turbina, os peixes circulam livremente entre as pás, causando o mínimo impacto ambiental. A instalação dessa usina
poderá servir como um modelo de obtenção de energia ambientalmente correta e adicionalmente contribuir com o desenvolvimento
da tecnologia. No período de 1943 a 1982 o Parque Nacional dispunha de uma hidrelétrica instalada no Rio São João, porém com
as cheias do Rio Iguaçu as águas do Rio São João represaram, encobrindo a casa de máquinas da hidrelétrica, inviabilizando o seu
funcionamento. A maneira de contornar esse problema é a sugestão de utilização de 2 turbinas hidrocinéticas de 500 kW instaladas no
Rio Iguaçu. A escolha da turbina de 500 kW, deve-se ao fato que a sua concepção com todos os detalhes técnicos está sendo matéria
de estudo pelo Projeto Tucunaré, idealizado pela Universidade de Brasília e auxiliada financeiramente pela Eletronorte. De acordo com
as características, condições de operação e dimensões dessa turbina, numa análise preliminar, o trecho do Rio Iguaçu escolhido para
sua instalação, atende aos requisitos de largura, profundidade e velocidade.

PALAVRA-CHAVE: Parque Hidrocinético. Turbina Hidrocinética. Projeto Tucunaré. Parque Nacional do Iguaçu. Rio Iguaçu.

HYDROKINETIC TURBINE HARNESS THE


HYDROPOWER POTENTIAL OF THE IGUAÇU RIVER
ABSTRACT

This paper presents a study to install a hydrokinetic Park in the Iguazu River, 9 km downstream of the Iguazu Falls, with the potential
of 1 MW and with the use of purpose of the kinetic energy of the current velocity the river to generate electricity, providing the Iguazu
National Park of energy autonomy. Due to the low rotor rotation speed of this type of turbine, fish move freely between the blades,
causing minimal environmental impact. The installation of this plant can be used as a model for achieving environmentally sound energy
and further contribute to the development of technology. In the period 1943-1982 the National Park had a hydroelectric Power installed
in the Saint John River, but with the flooding of the Iguazu River, the waters of the Saint John River dammed, covering the plant's engine
room, preventing its operation. The way suggested to get around this problem was by using 2 hydrokinetic turbines of 500 kW installed
in the Iguazu River. The use of 500 kW is due to its design with all technical details, being subject of study by Tucunaré project, designed
by the University of Brasilia and financially aided by Eletronorte. Agreeing with the characteristics, operating conditions and dimensions
of the turbine, in a preliminary analysis, the chosen stretch of Iguazu River for this installation, meets the requirements of width, depth
and speed.

KEYWORDS: Hydrokinetic Park. Hydrokinetic Turbine. Tucunaré Project. Iguazu National Park. Iguazu River.

1. INTRODUÇÃO Rio Iguaçu, cerca de 170 metros. Quando da enchente no Rio


Iguaçu, há um represamento das águas do Rio São João,
1.1 Contextualização causando inevitavelmente também sua cheia. Apesar da CGH
São João ser um local de interesse cultural e histórico, é inviável
No interior do Parque Nacional do Iguaçu (PNI) há uma Central
de Geração Hidrelétrica (CGH) desativada em 1982, desde então tecnicamente sua reativação ou sua transformação em museu.
houve duas tentativas por parte da Itaipu Binacional de colocá-la em Uma possível solução seria montar um museu nas proximidades
funcionamento, uma em 1989, ocasião em que os equipamentos da usina, onde ficariam expostos os equipamentos originais da
foram restaurados e outra 2013. No ano de 1983, ocorreu uma mesma. Quanto ao fornecimento de energia elétrica ao PNI, o
cheia do rio, encobrindo a casa de máquinas da usina, danificando interessante seria instalar um Parque Hidrocinético (PHC) no Rio
todos os equipamentos. No ano de 1991 houve outra enchente, São João, pois esse tipo de usina não sofre com a elevação do
que novamente comprometeu os equipamentos e inviabilizou a rio já que as turbinas são instaladas sobre flutuadores, com a
retomada da operação da usina. Em 2014 ocorreu ainda outra hélice submersa, para gerar eletricidade aproveitam a energia
enchente, desestimulando a equipe de técnicos da Itaipu a dar cinética das corredeiras.
continuidade no projeto de nova revitalização da usina. Uma análise preliminar a jusante da barragem do Rio São João,
A causa do encobrimento da casa de máquinas pela verificou-se que não há um ponto apropriado para instalação de
água durante as cheias, é o fato da usina estar próxima do Turbina Hidrocinética (THC), devido ao rio possui profundidade

1
Discente, curso de Eng. de Energias Renováveis, UNILA, e-mail: marcos.araujo@aluno.unila.edu.br
2
Docente, curso de Eng. de Energias Renováveis, UNILA, e-mail: glaucio.roloff@unila.edu.br
3
Docente, curso de Eng. de Energias Renováveis, UNILA, e-mail: walber.braga@unila.edu.br 

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máxima de 2 metros e com vários trechos com fluxo turbulento. são apresentadas no Quadro 2 e por fim as principais dimensões
Para potência até 1 kW, o ideal é ter velocidade do rio com 2 m/s, são exibidas no Quadro 3.
profundidade acima de 2 metros e largura mínima de 2 metros.
Mesmo que houvesse um trecho em que pudesse ser instalado Quadro 1: Características gerais.
uma THC, esse equipamento teria de ser de pequena potência, em
torno de 1 kW, o que não resolveria o problema de fornecimento CARACTERÍSTICAS GERAIS

de energia elétrica ao PNI. Uma possível solução é o que vai ser Eixo horizontal e fluxo axial
discutido neste trabalho, um projeto de PHC utilizando 2 turbinas Rotor com três pás
de 500 kW a ser instalada no Rio Iguaçu, fora do PNI. Balsa flutuante ancorada
A utilização de THC para aproveitamento de potencial Gerador submerso
hidrelétrico de rios, possibilita conciliar a vantagem da utilização Conjunto transmissão-gerador embarcado na nacele
de vazão de cursos d’água para conversão em eletricidade com a Fonte: o autor, 2016.
não necessidade de construção de obras civis. A pretensão com
este trabalho é que essa solução torne o PNI autossustentável Quadro 2: Condições de operação prevista.
em energia elétrica.
GRANDEZA VALOR PREVISTO

1.2 Justificativa Potência elétrica gerada 500 kW


Tensão elétrica 400 V
O Parque Nacional do Iguaçu é uma unidade de conservação
Corrente 780 A
brasileira, considerado pela Organização das Nações Unidas para
Frequência 60 Hz
Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) como Patrimônio Natural
Velocidade de corrente do rio 1,7 a 2,5 m/s
da Humanidade. Os projetos desenvolvidos nesse local devem
Rotação nominal da turbina 25 rpm
respeitar a biodiversidade e o cenário natural. Uma intervenção
Rotação máxima da turbina 80 rpm
humana, como a construção de uma usina hidrelétrica geralmente
Rotação do gerador 500 rpm
inundam áreas extensas, interferem na migração e piracema
Razão de multiplicação 20 vezes
de peixes, geram resíduos nas atividades de manutenção dos
160 kW (1,7 m/s)
equipamentos, entre outras. Em contrapartida as turbinas Potência nominal
hidrocinética tem a vantagem de não necessitar grandes obras, 500 kW (2,5 m/s)

promovem reduzidas alterações na flora e fauna local e a Potência máxima 600 kW

manutenção do equipamento pode ser realizada fora da água. Fonte: TEIXEIRA, 2014.

A exploração de potencial hidrelétrico está sujeita a diversas


Quadro 3: Principais dimensões.
regulamentações, seja institucional, ambiental ou comercial.
Numa unidade de conservação as exigências são ainda maiores,
GRANDEZA VALOR PREVISTO
além das exigências de praxe, deve ainda atender legislação
própria. A instalação de uma usina com Turbina Hidrocinética no Número de pás 3

PNI, além de servir como um modelo de obtenção de energia Diâmetro do rotor 10 m

ambientalmente correta, fornecerá eletricidade para atender a Diâmetro do cubo do rotor 1,2 m
demanda do Parque. Diâmetro de entrada do difusor 10,1 m
O Rio São João é afluente do Rio Iguaçu, que está inserido Diâmetro de saída do difusor 10,64 m
na bacia do Rio Iguaçu, com área total de 79,10 km², dos quais Largura da carenagem da nacele 2m
28,09 km² estão localizados dentro do PNI. Em períodos de cheias Comprimento da carenagem da nacele 4,4 m
do Rio Iguaçu, as águas do Rio São João represam e também Comprimento total 5,3 m
aumenta o volume, o que inviabiliza uma hidrelétrica tradicional Volume da carenagem da nacele 11,3 m3
no local, pois inundaria a casa de máquina. Volume total externo, sem difusor 12,5 m3
É de interesse do Instituto Chico Mendes de Conservação Massa total 17.000 kg
da Biodiversidade (ICMBio) dotar o PNI de autonomia elétrica, Fonte: TEIXEIRA, 2014.
usando um sistema para obtenção de energia que cause o
menor impacto possível, tornando o PNI autossustentável em
1.4 Objetivo
eletricidade, garantido ainda que a sua obtenção provém de fonte
renovável e ambientalmente correta. Estudo de viabilidade técnica de um Parque Hidrocinético,
propondo sua instalação no Rio Iguaçu, 9 quilômetros a jusante
1.3 Projeto Tucunaré das Cataratas do Iguaçu, no lado de fora do Parque Nacional do
Iguaçu, próximo da divisa, com a finalidade de aproveitamento
As Centrais Elétricas do Norte do Brasil S/A (Eletronorte) da energia cinética da velocidade da corrente do rio para geração
juntamente com a UnB em parceria com a Unicamp, UFPA, UFMG de energia elétrica, com potencial de 1 MW, dotando o Parque
e UNIFEI, desenvolvem um estudo denominado Projeto Tucunaré, Nacional do Iguaçu de autonomia energética.
que visa introduzir no Brasil Parques Hidrocinéticos Fluviais.
Essa parceria rendeu vários trabalhos acadêmicos, tendo em
2. MATERIAL E MÉTODOS
vista aumentar o conhecimento acerca do assunto. A princípio o
propósito do estudo é instalar uma unidade demonstrativa de 1 Para elaboração deste trabalho inicialmente foi realizado
MW, usando duas turbinas de 500 kW, para aproveitamento da uma pesquisa documental, no qual foram analisados vários
energia hídrica residual e já turbinada pela Usina Hidrelétrica de Trabalhos Acadêmicos, Artigos Científicos e a Legislação, o que
Tucuruí, no Rio Tocantins, estado do Pará. proporcionou uma fundamentação teórica e um conhecimento
As características gerais da THC são mostradas no Quadro 1, mais aprofundado sobre o assunto. Na sequência foram feitas
enquanto as condições de operação prevista para esse projeto uma revisão histórica da Central de Geração Hidrelétrica (CGH)

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São João e uma visita no local, momento em que se verificou a A definição do local foi realizada com ajuda dos aplicativos
inviabilidade de um projeto hidrocinético naquele local. Google Earth e o Global Mapper. No Google Earth foi analisado
A pesquisa sobre Turbinas Hidrocinéticas (THCs) levou vários locais em potencial para posicionar o PHC, sendo definido
ao conhecimento do Projeto Tucunaré, idealizado pela UnB o ponto nas coordenadas de latitude 25°36'58.98"S e longitude
em parceria com a Unicamp, UFPA, UFMG e UNIFEI, auxiliado 54°29'44.07"O, por apresentar boas condições de largura,
financeiramente pela Eletronorte. A escolha por este projeto profundidade, velocidade do curso d’água, ficar próximo do
para servir de base para o dimensionamento de um Parque prédio da administração e localizar-se fora do PNI. Um esquema
Hidrocinético (PHC) no Rio Iguaçu, devesse ao fato das pesquisas de onde ficará disposta o PHC é apresentado na Figura 1.
sobre o assunto estarem bastante amadurecido e já ser possível O trecho escolhido é o que apresenta mais adequada do ponto
efetivamente colocar em prática. de vista energético, pois possui uma boa disponibilidade hídrica e
O próximo passo foi o levantamento das demandas de declividade do perfil longitudinal acentuada.
energia elétrica do Parque Nacional do Iguaçu (PNI), o que levou
a escolha de duas turbinas de 500 kW para o PHC. Para escolha 3.2 Curva de Duração das Vazões
do trecho do rio com as condições para implantação do sistema
A curva de duração é utilizada para analisar o comportamento
hidrocinético foi realizado uma análise no mapa do local, usando
de cada vazão, indicando a probabilidade de ocorrerem vazões
o Google Earth e o Global Mapper.
iguais ou superiores. Para as vazões no período de 1998 a 2007, é
O levantamento de dados de vazão foi obtido da estação
mostrado no Quadro 4 a frequência mensal, relativa e acumulada
fluviométrica SALTO CATARATAS, através do Sistema de
e no Gráfico 1 a curva de duração das médias mensais.
Informações Hidrológicas (HidroWeb) elaborado pela Agência
Nacional de Águas (ANA), que possibilitou a caracterização do (1)
regime hidrológico ao longo do ano.
Por fim foi realizado a estimativa do potencial hidrocinético, a Usando a equação sugerida na linha de tendência da planilha
curva de potência e a estimação da energia gerada. do Microsoft Office Excel, obtém-se a vazão firme Q95, no valor
de 756 m³/s, que corresponde a probabilidade dessa vazão
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ocorrer com igual valor ou superior em 95 por cento do tempo.

3.1 Escolha do Local Quadro 4: Frequências mensal, relativa e acumulada.

Diferente das hidrelétricas ou eólicas que estão com suas Q [m³/s]


Freq. Freq.
tecnologias amadurecidas, as Turbinas Hidrocinéticas (THCs) Lim. Lim. Frequência
Média Relativa Acumulada
estão ainda em fase de pesquisa. No projeto de hidrelétricas e Inferior Superior
eólicas são especificadas configurações de acordo com o perfil do 6656 7573 7114 1 0,0083 0,0083
rio ou do vento e então adquirido os equipamentos apropriados, 5739 6656 6197 1 0,0083 0,0167
no caso das hidrocinéticas não há no mercado turbinas com 4822 5739 5280 2 0,0167 0,0333
diferentes arranjos, necessitando um desenho especifico para 3905 4822 4363 4 0,0333 0,0667
cada iniciativa de construir um PHC. A concepção de uma THC 2988 3905 3446 6 0,0500 0,1167
com todos os detalhes para que atenda aos requisitos, se torna 2071 2988 2529 8 0,0667 0,1833
inviável pelo custo da pesquisa envolvida. Nesse ponto observa- 1154 2071 1612 53 0,4417 0,6250
se a importância do Projeto Tucunaré, onde todos os detalhes 237 1154 695 45 0,3750 1
técnicos de uma turbina já foram dimensionados, havendo só o 120 1
inconveniente de já estar definido a potência elétrica fornecida, Fonte: o autor, 2016.
que é de 500 kW.
De acordo com as características, condições de operação e
dimensões da THC dimensionada para o Projeto Tucunaré, deve-
se escolher um trecho no leito do rio onde obtém-se o melhor
rendimento para instalar as turbinas. O local deve possui um
escoamento de fluxo de forma laminar, ter largura, profundidade
e velocidade compatível.

Gráf. 1: Traçado das curvas de duração para vazões médias mensais.

3.3 Curva CP x λ para o Perfil Hidrodinâmico ag04

Numa análise de desempenho entre 20 perfis aerodinâmicos


de rotores normalmente utilizadas em turbinas eólicas e
hidrocinéticas, Veloso e Clemente (2013) usando como critério a
curva CP x λ (Coeficiente de Potência versus Razão de velocidade
na ponta da pá), selecionaram o perfil ag04 como sendo o que
apresentou o melhor desempenho com o difusor, com o valor de
CP igual a 0,9218 para a rotação de 28 rpm, obtendo a potência
de 565 kW. A curva CP x λ para o perfil ag04 operando com
Fig. 1: Local da possível instalação do PHC. difusor é mostrado no Gráfico 2.

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Onde:
D : diâmetro do rotor [m]

A equação da potência hidrocinética então fica:

(9)

O Coeficiente de Potência (CP) é a razão entre a potência


extraída da turbina pela potência total contida na massa de
água em movimento. Para o CP, o limite máximo teórico de Betz
é 0,593, no entanto, no Projeto Tucunaré o conjunto gerador
hidrocinético é equipado com um difusor e pás com perfil
hidrodinâmico “ag04”, que aumenta o Coeficiente de Potência
acima do limite de Betz, no valor de 0,9218 (VELOSO; CLEMENTE,
2013), consequentemente aumentando a eficiência. A equação
então fica:

(10)
Gráf. 2: Curva CP x λ para o perfil ag04 operando com difusor.
Atribuindo o Rendimento Geral (ηg) do conjunto mecânico e
elétrico obtém-se a Potência Elétrica:
3.4 Potencial Energético Hidrocinético

A energia cinética de uma massa de fluido em movimento (11)


a uma determinada velocidade é dada pela equação (PICOLO;
RÜHLER; RAMPINELLI, 2014): Agora, resolvendo a equação 11 com os valores padrões para
as THCs do Projeto Tucunaré, inserindo o valor do CP e atribuindo
(2) um ηg no valor de 90%, tem-se:

Tomando as seguintes igualdades:



(3)

(4) A potência elétrica encontrada confere com a potência
nominal do Projeto Tucunaré.
(5)

Onde: 3.5 Curva de Potência


EC : Energia cinética [J] Para determinar a curva de potência da Turbina Hidrocinética,
m : massa [kg] baseada na Potência Elétrica e na velocidade da corrente do rio,
ρ : massa especifica [kg/m3] tem-se que primeiro definir valores para a Potência Elétrica,
V : volume [m3] usando a Equação 11 para uma faixa de velocidade entre 0,5 e
A : área [m2] 5 m/s, obtém potências que variam de 4,06 a 4.064,36 kW.
d : distância [m] Após a realização dos cálculos os resultados foram inseridos
v : velocidade [m/s] no Quadro 5.
t : tempo [s] A Curva de Potência é então obtida, conforme mostra o
Gráfico 3.
Obtemos:

(6)
Com base nesta equação, a potência hidrocinética disponível
num trecho transversal ao fluxo de água de um rio é obtido pela
equação:

(7)

Onde:
Phc : potência hidrocinética disponível [W]
ρ : massa específica da água, igual a 998 [kg/m3]
A : área frontal do rotor [m2]
Gráf. 3: Curva de Potência.
v : velocidade média do curso d’água [m/s]
No gráfico a linha de tendência demonstra que a potência
A obtenção da área a partir do diâmetro do rotor da turbina é
aumenta a uma taxa exponencial de terceira ordem em relação a
conseguida com a equação 8:
velocidade da corrente do rio, mostrando que pequeno aumento
na velocidade do rio há um grande ganho de potência.
(8)

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Quadro 5: Dados da Velocidade do rio e da Potência elétrica. Fr = 1 (Crítico)


g : Aceleração da gravidade, igual a 9,81 [m/s²]
Velocidade da corrente do rio [m/s] Potência Elétrica [W] R : Raio do rotor da turbina, igual a 5 [m]
0,5 4064 FC = Atribuindo um Fator de Capacidade de 90% (MCGLYNN,
1 32515 2014).
1,5 109738 ∆t = 24h * 365 dias = 8760 h
2 260119 A planilha com os valores já calculados para uma THC é
2,5 508044 apresentada no Quadro 6.
3 877901
Para termos a energia anual do parque eólico, calculamos:
3,5 1394074 (26)
4 2080950
A energia produzida anualmente por cada hidrogerador é de
4,5 2962915
726,06 MWh anuais, como o PHC possui duas THC, a produção
5 4064355
fica em 1.452,12 MWh anuais.
Fonte: o autor, 2016.

Quadro 5: Dados da Velocidade do rio e da Potência elétrica.


3.6 Estimativa da Energia Gerada
Q y B A v Fr Pel EP
Para estimar a energia anual gerada pelo Parque Hidrocinética
Vazão Altura Largura da Área da Veloci- Nº de Potência Energia
(PHC), foi usado a vazão média dos meses entre os anos de 1998 Mês [m³/s] [m] superfície seção dade Froude elétrica produzida
a 2007. Para obtenção dos valores da Área (A), Perímetro (P) e do rio [m] molhada média [kW] [MWh/
Raio hidráulico (Rh) foram utilizadas as equações para canal de [m²] [m/s] mês]

escoamento de seção transversal parabólica (UNITED STATES,


jan 1260,97 11,29 143,26 1078,66 1,17 0,14 52,19 34,95
1979). Finalmente, para obtenção dos valores de Profundidade
(y) e Largura (B) foram utilizadas as equações sugeridas na fev 1721,06 12,27 148,68 1216,15 1,42 0,16 92,43 55,90

linha de tendência da planilha do Microsoft Office Excel, usando mar 1388,05 11,59 144,91 1119,35 1,24 0,14 62,26 41,69
como parâmetro os dados do Resumo de Descarga da estação
abr 1888,31 12,58 150,33 1260,44 1,50 0,17 109,61 71,03
fluviométrica PARQUE NACIONAL IGUAÇU – MUSEU (Código ANA
65995000). As equações são apresentas abaixo: maio 1880,69 12,56 150,26 1258,48 1,49 0,16 108,80 72,85

jun 1348,95 11,50 144,42 1107,08 1,22 0,14 59,08 38,28


→ Vazão (12)
jul 1510,06 11,85 146,37 1156,32 1,31 0,15 72,68 48,67

→ Profundidade (13) ago 1427,98 11,67 145,40 1131,66 1,26 0,14 65,59 43,92

set 1913,30 12,62 150,57 1266,85 1,51 0,17 112,29 72,76


→ Largura da superfície do rio (14)
out 2669,86 13,79 156,68 1440,58 1,85 0,20 207,20 138,74

→ Área da seção molhada (15) nov 1789,19 12,40 149,37 1234,50 1,45 0,16 99,27 64,32

dez 1410,70 11,64 145,19 1126,36 1,25 0,14 64,14 42,95

→ Perímetro molhado (16) Energia produzida [MWh/ano] 726,06

Fonte: o autor, 2016.


→ Raio hidráulico (17)
4. CONCLUSÃO
→ Velocidade média (18) Primeiramente pretendia-se com este estudo fazer uma
proposta de implantação de um Parque Hidrocinético (PHC)
no Rio São João, averiguou-se logo de início a inviabilidade do
→ Número de Froude (19)
empreendimento, pois, mesmo que esse rio reunisse as condições
necessárias para instalação das turbinas, a potência fornecida
→ Número de voltas do rotor (20)
não seria economicamente interessante. Então verificou-se que
próximo da casa de máquinas da hidrelétrica São João o Rio
→ Velocidade angular (21) Iguaçu mostrava-se como um local apropriado.
A proposta de aproveitamento hidrocinético do Rio Iguaçu
mostrou ser uma solução interessante, tanto em função do
→ Razão de velocidade de ponta (22)
auxílio para o avanço na pesquisa nessa área, como uma boa
oportunidade de negócio para as empresas instaladas no Parque
→ Coeficiente de potência
(23) Nacional do Iguaçu (PNI). O trecho do rio escolhido para instalação
do PHC possui os requisitos para a instalação da turbina, como
→ Potência elétrica (24) largura, profundidade, vazão, declividade acentuada e velocidade.
É certo que para tornar realidade esta proposta é necessário
um aprofundamento maior no tema, como por exemplo, uma
→ Energia produzida (25)
projeção mais detalhada da demanda de energia elétrica pelo
PNI, um levantamento mais preciso sobre a velocidade do rio
Onde: para o trecho escolhido e um estudo da viabilidade econômica e
Escoamento : Fr < 1 (Subcrítico); Fr > 1 (Supercrítico); financeira, o que pode ser obtido em estudos futuros.

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5. REFERÊNCIAS alternativa de ensino de tópicos de física clássica. Revista


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• TEIXEIRA, Ricardo Alcântara Gomes. Montagem e Instalação
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