TEOLOGIA

Pr. Esequias Soo res

O texto pad rã
Esequias Soares: líder
da AD em Jundiaí (SP) e
presidente da Comissão
de Apologia da CGADB

Há a A s ,Assembléias de Deus
desde a sua origem usa-
uma Bíblia na linguagem acessível a
todas as pessoas. As duas traduções
necessidade *
ra: a tradução de João
1ram da Bíblia da preferência dos evangé-

de um texto Fe
Ferreira de Almeida, a
Versão Almeida Revista e Corrigida
licos brasileiros são as de Almeida: a
Versão Almeida Revista e Corrigida
bíblico numa e a Versão Almeida Revista e Atu-
alizada, essa última a partir da dé-
e a Versão Almeida Revista e Atuali-
zada. O presente estudo está focado
linguagem cada de 1960, pois ela foi publicada nessas versões.
simples em 1959 pela Sociedade Bíblica do
Brasil. Mas, entre 1917 e 1950, usa-
JOÃO FERREIRADE ALMEIDA

e de fácil mos também a Tradução Brasileira,

E A TRADUÇÃO DA BÍBLIA
PARA O PORTUGUÊS
compreensão, que foi lançada em 1917 e teve sua
publicação interrompida em 1950,
A história de João Ferreira de
Almeida e da tradução que leva o
também fiel mas voltou a ser publicada 2011 pela seu nome é contada por Edgar F.
Sociedade Bíblica do Brasil (SBB).
às línguas Em 1999, a 34a Assembléia Geral
Hailock e J. L. Swellengrebel no
livro A maior dádiva e o mais pre-
originais da da Convenção das Assembléias de
Deus no Brasil (CGADB) adotou
cioso tesouro, publicado em 2000

Bíblia, para como texto oficial a Versão Almei-

usarmos ao da Revista e Corrigida, mas sem
restrição alguma a outras versões;
lado da ARC antes incentivava a leitura e estudos
comparativos com o maior número
possível de versões da Bíblia. O ob-
jetivo era padronizar 0 texto bíblico
para a leitura pública nos cultos e
o uso pela Casa Publicadora das
Assembléias de Deus (CPAD).
Apesar de as Assembléias de
Deus possuírem seu texto padrão
da Bíblia, muitos nem sequer têm
noção disso; e não somente os cren-
tes, mas até mesmos os pregadores,
e não são poucos, usam cada um
a sua versão da Bíblia entre as di-
versas que existem em português.
Esse tema precisa ser analisado não
somente por causa do uso das várias
traduções da Bíblia, mas principal-
mente por causa da necessidade de
pela Juerp, por ocasião da come-
moração dos 60 anos de fundação
da Im prensa Bíblica Brasileira.
Outras obras também apresentam
alguns pontos dessa história, com
as de Luiz Antonio Giraldi, que foi
diretor executivo da SBB por mais
de 20 anos. O tradutor da mais
apreciada Bíblia do Brasil se chama
João Ferreira Annes d'Almeida. Ele
nasceu em Torre de Tavares, nas
proximidades de Lisboa, Portugal,
em 1628. Converteu-se em 1644 ao
protestantismo na Igreja Reformada
Holandesa e foi morar em Málaca,
na Malásia, onde iniciou a tradução
do Novo Testamento, tendo começa-
do pelos evangelhos (texto latino de
Beza) e algumas epístolas paulinas
com ajuda do espanhol, francês e
italiano. Em 1645, ele enviou cópias
manuscritas do seu trabalho para as
congregações da Malásia, Batávia,

OB01RO
o da Bíblia das ADs
atual Jacarta, na Ilha de Java, Indo-
nésia e Ceilão (atual Sri Lanka). Mas
esses manuscritos se perderam e ele
recomeçou as traduções em 1648.
Em 1651, João Ferreira de Almei-
da foi transferido para a Batávia e,
em 1656, foi ordenado pastor. Ele COXTEXIX)
se casou no Sri Lanka com Lucretia
Valcoa de Lemmes, com quem teve
dois filhos. Em 1663, ele voltou O NOVO E O VELHO TESTAM ENTO,
para a Batávia, onde viveu com a
sua família até morrer em outubro
de 1691. Nesse período, exerceu TRADUZIDA EM PORTÜGUEZ
o m inistério pastoral, estu d ou
hebraico e grego e continuou o tra- ÍE J .0 PADRE

balho de tradução da Bíblia para 0

português. Ele concluiu a tradução J OAÕ F E R R E I R A D ' A L M E I D A,
do Novo Testamento em 1676, mas
esse trabalho só foi publicado em ‫־‬ M INISTRO PREGADOR DO SANCTO EVANGELHO E M BATAVIA.

Amsterdã, Holanda, em 1681, por

ordem da Companhia Holandesa
das índias, para circular nas igre-
jas evangélicas portuguesas que a
Companhia havia implantado nas
suas feitorias da Ásia. Ele usou o
Textus Receptus como base textual
para o Novo Testamento.
João Ferreira de Almeida não
concluiu a tradução do Antigo Tes-
tamento, pois foi recolhido à glória
LONDRES:
em 1691, deixando a tradução em
Ezequiel 48.21. O trabalho foi con- IM PRESSO S A O E M C IS A DE K , E A . TAYLOR.

cluído em 1694 pelo Rev. Johannes

op den Akker, um pastor holandês 1819,
que servia na Batávia como assisten-
te de João Ferreira de Almeida. Em
1748, a Companhia Holandesa da
índia Oriental publicou o primeiro
volume, em português, do Antigo
Testamento de João Ferreira de Al-
Á
19
meida: de Gênesis a Ester. Em 1753,
saiu 0 segundo volume, contendo
de Jó a Malaquias. E foi só em 1819
que a Sociedade Bíblica Britânica e
Estrangeira publicou a Bíblia com-
pietà de Almeida. Essa versão é a
13a tradução em língua moderna
depois da Reforma Protestante.
A tradução de João Ferreira
de Almeida foi submetida a sete
revisões durante o século XI. Luiz
Antonio Giraldi, que dedicou 48
anos de sua vida à Sociedade Bíblica
do Brasil, vinte deles como diretor
executivo, afirma em seu livro A
Bíblia no Brasil República: "A tra-
dução de João Ferreira, lançada em
1753, passou durante o século 19
por sete revisões, a maioria delas
apenas do Novo Testamento" (p.
59), e apresenta no apêndice ao final
do livro uma lista com as datas e
os nomes dos revisores. A primeira
foi uma revisão ortográfica de toda
a Bíblia concluída 1840 e publicada
em Portugal como Versão Revista
e Emendada. Em 1875, a Socieda-
de Bíblica Britânica e Estrangeira
promoveu a revisão do texto de Al-
meida, a Versão Revista e Correcta,
preparada por Manoel Soares, João
José da Graça e R. B. Girdlestone,
publicada em Lisboa; e uma revisão
ortográfica foi feita em 1894 por João
Nunes Chaves, R. Stuart e mais três
consultores portugueses.
A VERSÃO REVISTA E
CORRIGIDA DE ALMEIDA
A revisão realizada no período
de 1894-1898 recebeu o nome de
Versão Revista e Corrigida da Tra-
dução de João Ferreira de Almeida.
A primeira edição foi publicada,
em Lisboa, em 1898. Em 1900, a
Sociedade Bíblica Britânica e Es-
trangeira publicou a Versão Revista
e C orrigida (ARC) com títulos
nos parágrafos, referências, textos
alternativos nas margens e mapas
coloridos.
Em 1942, a Im prensa Bíblica
Brasileira, fundada em junho deste
mesmo ano, constituiu uma comis-
são revisora, pois "as mudanças no
sentido de certas palavras, ocorri-
das ao longo dos anos e, especial-
O B S lR O
mente, o progresso nos estudos do
texto grego exigiam modificações
na Versão Revista e Corrigida da
tradução de Almeida". Giraldi in-
forma ainda que a Bíblia completa,
como resultado dessa comissão, só
foi lançada em 1968, vinte e seis
anos depois do início da revisão, no
formato de púlpito; em 1972, a Im-
prensa Bíblica Brasileira imprimiu
a nossa versão no formato comum.
O prefácio da 4a edição da Ver-
são Almeida Revista e Corrigida da
SBB, lançada em 2009, considera "a
revisão de 1898 como a I a Edição da
ARC, a de 1969 como a 2a edição,
e a de 1995 como a 3a edição. A
última aconteceu em decorrência
da mudança ortográfica da língua
portuguesa. Foram quatro revisões
num período de cerca de 110 anos.
A revisão de 1995 da ARC havia
substituído alguns arcaísmos, como
"mancebo, donzela, fumo, alimá-
ria, oxalá" etc., mas a presença do
nome "Jeová" foi mantida. A 3a edi-
ção emprega o nome "SENHOR"
com todas as letras m aiúsculas
 A lín g u a se m o d ific a com o passar do te m p o e por
isso há n ecessid ad e d e a tu a liza r a lin g u a g e m da
B íblia sem a lte ra r a sua m e n s a g e m
para o tetragrama YHWH, "Jeová"
ou "Javé"; e "Senhor", com apenas
o "S" maiúsculo, para se referir a
Adonay, "Senhor", um dos nomes
divinos. Outras revisões e atualiza-
ções ocorreram nessa e na 4a revi-
são. A ARC é a tradução do coração
do nosso povo, a mais tradicional
e mais usada pelos irmãos e pelas
irm ãs, considerando o contexto
assembleiano.
A VERSÃO REVISTA E
ATUALIZADA DE ALMEIDA
O projeto da Versão Almeida
Revista e Atualizada (ARA) surgiu
em 1943 numa reunião de líderes
evangélicos no Rio de Janeiro para
estudar a possibilidade de uma re-
visão na Versão Revista e Corrigida
de Almeida. Mas a realidade exigia
uma nova revisão dessa tradução,
e assim foi constituída uma junta
consultiva composta por 21 mem-
bros para preparar o projeto e so-
licitar ajuda às Sociedades Bíblicas
Unidas (SBU). Nesse mesmo ano,
as SBU nomearam uma comissão
revisora composta por 17 membros
especialistas em hebraico, grego e
português e pertencentes às prin-
cipais denominações evangélicas
atuantes no Brasil. Era uma comis-
são formada por clérigos e leigos, a
maioria deles brasileiros.
A comissão adotou como base
textual para o Novo Testamento a
16a edição do texto grego de Erwin
Nestle, que é hoje o Novum Testa-
mentum Graece de Nestle-Aland,
o melhor que havia em 1943 e que
já está na 28a edição revisada. No
livro A Bíblia no Brasil República,
Giraldi apresenta cinco modifica-
ções em relação à Versão Revista
e Corrigida: a eliminação de cerca
de dois mil cacófatos; o nome de
Deus Javé, no Antigo Testamento é
traduzido por "SENHOR", impres-
so com todas as letras maiúsculas;
cada parágrafo se inicia em negrito;
os textos poéticos, como os Sal-
mos, são impressos em formato de
poesia; e eliminou-se a linguagem
arcaica (p. 303). O trabalho durou
treze anos e foi concluído em 1956.
O Novo Testamento foi publicado
em 1951, mas a Bíblia tradução
Almeida Revista e Atualizada com-
pietà só foi lançada em 1959 e ainda
hoje é publicada com exclusividade
pela SBB.
A tradução Almeida Revista e
Atualizada teve aceitação da maior
parte das igrejas e logo passou a
dividir a preferência dos leitores
com a Almeida Revista e Corrigi-
da. A distribuição da ARA cresceu
tanto que na década de 1960 a SBB
cogitou interromper a publicação
da ARC. Giraldi afirma em sua obra
A Bíblia no Brasil República que
"os protestos das Assembléia de
Deus e da Congregação Cristã no
Brasil foram tantos que ela decidiu
continuar a publicá-la" (p. 60). A
SBB publicou uma nova edição em
1993 com pequenas modificações
em relação ao texto de 1959.
21
OB REI RO
A BÍBLIA NUMA LINGUAGEM
QUE TODOS POSSAM
COMPREENDER
Lutero dizia que a linguagem da
Bíblia deve ser a mesma de uma mãe
para o filho. Na verdade, a vontade
de Deus é que todas as pessoas
conheçam a sua Palavra. Lutero
traduziu Bíblia para 0 alemão, com
o Novo Testam ento tendo sido
publicado 1522 e a Bíblia completa
em 1534. A sua tradução não foi
a primeira na língua alemã, pois
em 1522 já haviam sido publica-
das 18 edições da Bíblia completa.
A inovação de Lutero estava na
linguagem, pois ele usou a língua
do povo para tornar a mensagem
da Bíblia de fácil compreensão. O
propósito da criação da Sociedade
Bíblica Britânica e Estrangeira, em
Londres, em 1804, foi a "de traduzir,
imprimir e distribuir a Bíblia para o
mundo todo, sem notas nem comen-
tário, em uma linguagem que todos
pudessem entender e ao preço que
todos pudessem pagar".
A língua se modifica com o pas-
sar do tempo e por isso há necessi-
dade de atualizar a linguagem da
Bíblia sem alterar a sua mensagem.
As "Sociedades Bíblicas Unidas re-
comendam que, a cada 25 anos, se
faça uma revisão de uma tradução
da Bíblia". A liderança das igrejas
evangélicas tem sentido a neces-
sidade de um texto bíblico num a
linguagem simples e de fácil com-
preensão, fiel às línguas originais
Á
da Bíblia, o hebraico, o aramaico e 0
grego. Editores bíblicos, evangélicos
e católicos vêm publicando versões
da Bíblia que combinam 0 rigor
acadêmico com a fluência natural da
língua portuguesa falada hoje pelos
brasileiros. Com esse propósito, já
foram publicadas diversas tradu-
ções da Bíblia como a Nova Tradu-
ção na Linguagem de Hoje (NTLH),
a Nova Versão Internacional (NVI)
e a Nova Versão Transformadora
(NVT), entre outras.
A Nova Tradução na Linguagem
de Hoje é uma versão da Bíblia na
linguagem de fácil compreensão e
apropriada para os trabalhos evan-
gelísticos. Ela "foi a segunda tradu-
ção da Bíblia feita e publicada pelos
evangélicos no Brasil", segundo
Giraldi, lançada pela SBB em 1988.
A tradução do Novo Testamento
teve início em 1966 e foi concluída
em 1973. O trabalho de tradução
do Antigo Testamento aconteceu
entre 1974 e 1987. A tradução segue
o princípio da equivalência dinâ-
mica, aquela que "tem o propósito
de produzir no leitor ou ouvinte de
hoje o mesmo impacto produzido
naqueles que leram e ouviram a
mensagem do texto original". O
Novo Testamento foi lançado em
1973, e a Bíblia completa em 1988
como Tradução na Linguagem de
Hoje (TLH). A publicação passou
a ser chamada Nova Tradução na
Linguagem de Hoje (NTLH) a partir
da 2a edição em 2000.
A Nova Versão Internacional
é um a realização da Sociedade
Bíblica Internacional, com sede em
Colorado Springs, Colorado, EUA,
entidade evangélica que promove
e patrocina projetos de tradução da
Bíblia em todo o mundo. "O alvo da
NVI é comunicar a Palavra de Deus
ao leitor moderno com a mesma
clareza e impacto que teve 0 texto
bíblico original entre os primeiros
leitores". A ideia de uma tradu-
cão contemporânea fiel às línguas
originais da Bíblia, o hebraico, o
aramaico e o grego, vem desde 1965.
O trabalho de tradução do Novo
Testamento para o inglês foi conclu-
ído em 1973, e a Bíblia completa em
1978. O texto foi submetido a uma
breve revisão em 1984. Ocorreram
mais duas revisões depois disso, em
2005 e 2011. A Nova Versão Inter-
nacional (NVI) chegou ao Brasil na
Editores bíblicos,
evangélicos e
católicos vêm
publicando
versões da Bíblia
que combinam o
rigor acadêmico
com a fluência
natural da língua
portuguesa
falada hoje pelos
brasileiros
década de 1990. A Sociedade Bíblica
Internacional organizou no Brasil
uma comissão de estudiosos evan-
gélicos de diversas denominações,
teólogos peritos nas línguas origi-
nais, que se dedicaram ao trabalho
de tradução para 0 nosso vernáculo,
inspirados na versão inglesa da
New International Version (NIV).
Em 1994, foi lançado no Brasil o
Novo Testamento e, em 2001, a Bí-
22
OB RO
blia completa. Idiomas como inglês,
português e espanhol são intercon-
ünentais, línguas faladas em quase
todos os continentes. "Em razão do
caráter intercontinental da língua
portuguesa, 0 nome escolhido para
a nova tradução bíblica foi Nova
Versão Internacional".
A Nova Versão Transformadora
(NVT) é uma tradução recente pu-
blicada pela editora Mundo Cristão
em 2016. Seu objetivo "foi produzir
um a versão fiel e acessível, que
comunicasse sua mensagem aos
leitores de hoje de modo tão claro e
relevante quanto os textos originais
comunicaram aos seus leitores e ou-
vintes do mundo antigo", informam
os editores. O Comitê de Tradução
informa que o "projeto tomou como
ponto de partida os métodos da
edição mais recente da New Living
Translation (NLT), tradução em lín-
gua inglesa publicada pela Tyndale
House Publishers e conhecida por
sua comunicabilidade e acessibilida-
de". A NLT é uma versão mais solta
e mantém a fidelidade aos originais,
sendo m uito usada nos Estados
Unidos para leitura devocional. O
texto da NVT mostra por si só que
0 objetivo dos editores foi atingido.
Há outras versões que levam o
nome de João Ferreira de Almeida.
AVersão Revista e Corrigida de Al-
meida foi publicada pela Imprensa
Bíblica Brasileira (IBB) e pela Socie-
dade Bíblica Trinitariana. Ambas as
edições apresentam uma leve alte-
ração em relação ao texto da SBB. A
IBB iniciou uma revisão da Versão
Revista e Corrigida de Almeida
logo após a sua fundação em 1940,
é a Versão Revisada da Tradução de
João Ferreira de Almeida de acordo
com os Melhores Textos em Hebrai-
co e Grego, que recebeu o nome de
Versão Revisada e foi publicada em
1967. Quatro editoras evangélicas,
incluindo a própria IBB, a Editora
Atos, a Editora Hagnos e as Edi-
ções Vida Nova, form aram uma
parceria para uma extensa revisão
e atualização da Versão Revisada.
Os trabalhos começaram em 2002
sob a coordenação da equipe de tra-
dução, revisão e desenvolvimento
do Projeto das Edições Vida Nova.
A obra foi concluída em 2008, e a
edição recebeu o nome de Bíblia
Sagrada Alm eida Século 21. Os
editores resumem as três palavras
"tradição, exatidão e fluência" como
as principais características da nova
versão de Almeida. Em 1990, surge
mais uma edição que leva o nome de
João Ferreira de Almeida. Segundo
os editores, a comissão de "reviso-
res se dedicou à tarefa de produzir
um texto lim po de arcaísm os e
ambiguidades, e, ao mesmo tempo,
preservar 0 estilo belo, ungido e
admiravelmente soberano da obra
que lhes serviu de base".
A NOVA ALMEIDA
ATUALIZADA
AVersão Almeida Revista e Atu-
alizada é uma excelente tradução, a
preferida das denominações evan-
gélicas históricas e de grande parte
das denominações neopentecostais.
A Nova Almeida Atualizada (NAA)
é 0 resultado de uma revisão pro-
funda e atualizada da consagrada
versão de Almeida. Isso porque os
idiomas se modificam com o passar
do tempo. O projeto dessa revisão
não foi realizado de maneira unila-
teral. A SBB convidou representan-
tes de igrejas para uma reunião em
outubro de 2012, os quais acolheram
a ideia com entusiasmo. Esse traba-
Iho foi realizado no período de 2013
a 2017 com 0 objetivo de "atualizar
a sua linguagem". Já estava na hora
de realizar a revisão da ARA, perto
de completar 60 anos, a caminho
do seu sexagenário: "Como ocorreu
com a primeira edição da Almeida
Atualizada, nessa revisão foi dada
atenção especial à sonoridade, pois
todos os textos foram lidos em voz
alta, nas reuniões da comissão".
A com issão u sou com base
para 0 Antigo Testamento a Biblia
Hebraica Stutgarttensia que é a 4a
o b Hí r o
edição da Bíblia Hebraica publicada
inicialmente em forma de fascícu-
los entre 1967 e 1977. A versão foi
publicada na cidade de Stuttgart,
Alemanha, razão pela qual recebeu
esse nome. A comissão adotou como
base textual para o Novo Testamen-
to a 5a Edição Revisada de O Novo
Testamento Grego, de 2014, das
SBU: "Nesse sentido, esta revisão da
Almeida Atualizada foi a primeira
Bíblia em português a incorporar
esses avanços das pesquisas em
tomo do texto original em grego".
A SBB lançou oficialmente a
Nova Alm eida A tualizada num
culto solene em 8 de novembro de
2017, no templo da Primeira Igreja
Presbiteriana, em São Paulo. Isso
depois de quatro anos de profunda
revisão da Versão Almeida Revista
e Atualizada. Predomina o texto da
ARA, e suas características princi-
pais foram mantidas ou ampliadas,
como o destaque na grafia das poe-
sias. Mesmo nos livros classificados
como históricos e proféticos, a edi-
ção emprega 0 nome "SENHOR",
Á

com todas as letras maiúsculas"
onde aparece o tetragrama, o nome
divino "YAHWEH", e "Senhor",
com apenas o "S" maiúsculo para o
nome divino "Adonai", e, também,
a presença no rodapé no Novo Tes-
tamente de variantes textuais.
A tradução de João Ferreira de
Almeida, já consagrada pelo público
evangélico, é a mais tradicional, não
importa se é ARA ou ARC. A ARA é
a tradução da Bíblia da preferência
dos evangélicos brasileiros, e a NAA
é o texto revisado que torna 0 texto
de Almeida mais compreensível
para o leitor de nosso tempo; é "o
texto clássico de Almeida num a
linguagem atual". Dados fornecidos
pela Sociedade Bíblica do Brasil em
2006 revelam que, mais de 100 anos
depois da publicação da primeira
edição da ARC em 1898, ela continua
equivalendo a um terço do total de
Bíblias que circulam no Brasil: "53%
na Versão Revista e Atualizada, 33%
na Versão Revista e Corrigida e 14%
na Nova Tradução na Linguagem
de Hoje".
Segundo Giraldi, as igrejas histó-
ricas, as pentecostais e as neopente-
costais como a Igreja do Evangelho
Quadrangular, o Brasil para Cristo e
a Igreja Universal do Reino de Deus
adotam a Versão Almeida Revista
Atualizada, enquanto a Assembléia
de Deus e a Congregação Cristã no
Brasil adotam a Versão Almeida Re-
vista Corrigida. O nosso texto oficial
deve ser mantido; a ARC é 0 atual
texto padrão da nossa denominação,
A proposta é
adotar a NAA
ao lado da
ARC, e não
substituir,
mas ter à
disposição
uma versão
que se
caracteriza
por sua
legibilidade e
sonoridade
que já é excelente, mas a língua se
modifica rapidamente e a comuni-
cação precisa ser de fácil compreen-
são. A proposta é adotar a NAA ao
lado da ARC, e não substituir, mas
ter à disposição uma versão que se
caracteriza por sua legibilidade e so-
noridade, ótima para leitura pública
nos púlpitos; que preserva a "dupla
fidelidade", sendo fiel ao mesmo
tempo aos originais e ao leitor; mais
compreensível para o leitor de nosso
tempo; sem cacofonias e mesóclises;
e cujas construções na ordem direta:
sujeito, verbo, complemento, como:
"No princípio, Deus criou os céus
e a terra" (Gn 1.1). A leitura da
NAA permite ao leitor a dispensa
de dicionário sem prejuízo para a
compreensão. ■
ALGUNS EXEMPLOS DE CACOFONIAS E MESÓCLISES
CAC O FO N IA S
ARC NAA
Oó 1.9

Porventura, teme Jó a Deus debalde? Será que é sem motivo que Jó teme a Deus?

Salmos 89.47
Por que criarias debalde todos Terias criado em vão todos
os filhos dos homens? os filhos dos homens?
Mateus 8.8
Mas dize somente uma palavra, Mas apenas mande com uma palavra,
e 0 meu criado sarará e 0 meu servo será curado.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARNWELL, Katharine. Tradução Bíblica - Um curso introdutório aos princípios básicos de tradução. Baruerí, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2013.
GIRALDI, Luiz Antonio. História da Bíblia no Brasil. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2016.
___ . A Bíblia no Brasil de Hoje: como a Bíblia se tornou 0 livro mais lido no país. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2013.
___ . A Bíblia no Brasil República. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2018.
HALLOCK F. Edgar: SWLLENGREBEL, J. L. A maior dádiva e 0 mais precioso tesouro. Rio de Janeiro: Juerp, 2000.
SAYÃO, Luiz. ÍMVI - A Bíblia do século 21. São Paulo: Vida, 2001.