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A influência da Escola do Recife na produção residencial

arquitetônica do arquiteto Ricardo Roque em Teresina

O conteúdo deste trabalho diz respeito ao estudo de dois projetos de


habitação coletiva/multifamiliar produzidos pelo arquiteto pernambucano
Ricardo Roque na cidade de Teresina-PI.

A análise dessas obras mostra como a participação do arquiteto contribuiu


no processo de transformação e modernização do cenário urbano da
cidade nas décadas de 1970 e 1980.

Além disso, esse estudo, afirma a difusão e a concretização de projetos


influenciados pela modernidade da Escola do Recife na capital do Piauí,
expondo projetos pioneiros que fizeram parte do início da verticalização na
cidade.

O material de pesquisa foi coletado em arquivo privado do arquiteto.


Foram realizadas entrevistas, visitas aos locais e levantamento de material
fotográfico.

Projetos estudados: Ed. Marquês de Paranaguá (1° edifício residencial de


Teresina) e Ed. Ville de France (3° edifício residencial de Teresina).
Nelcia Fortes, Henrique Gomes, Arianna Hidd, Lara Eulálio
Teresina, março 2010
A influência da Escola do Recife na produção residencial
arquitetônica do arquiteto Ricardo Roque em Teresina
1. O ARQUITETO RICARDO ROQUE E
SUA PRODUÇÃO EM TERESINA

Ricardo José Roque Baracho (09/03/1948,


Goiana, Pernambuco) concluiu seu curso de
Arquitetura em 1974, na Universidade
Federal de Pernambuco-UFPE.

Tornou-se responsável por uma grande


revolução em Teresina na década de 70, com
a construção do primeiro edifício de
apartamentos, “Marquês de Paranaguá”.
Logo em seguida, o edifício “Raimundo
Portela” e ,então, o “Ville de France”.

Professores e mestres: Acácio Gil Borsoi,


Delfim Amorim Reginaldo, Esteves, Frank
Svenson, Glauco Campelo, Armando
Holanda.

Edifício Raimundo Portela


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A influência da Escola do Recife na produção residencial
arquitetônica do arquiteto Ricardo Roque em Teresina
2. ANÁLISE DA OBRA: EDIFÍCIO MARQUÊS DE PARANAGUÁ

 Endereço: Rua Coelho Rodrigues, 2149. Centro. N


 Cidade e Estado: Teresina, Piauí
 Tipologia: Residencial
 Estado de proteção: Não protegido

2.1 Contexto

 O edifício se encontra no centro da


cidade, próximo à Avenida Frei Serafim
(principal via de acesso ao centro da
cidade). Inicialmente, o entorno era
composto, em sua maior parte, por
residências. Atualmente, seu entorno é
basicamente comercial.

Localização
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Teresina, março 2010
A influência da Escola do Recife na produção residencial
arquitetônica do arquiteto Ricardo Roque em Teresina
2.2 Descrição N

 Data do projeto: 1976


 Autor: Ricardo Roque

 Partido: Emprego de características


marcantes difundidas pelos mestres da
“Escola de Recife”, como: edificação
centralizada no lote, bloco único sobre
pilotis, com volume compacto,
aplicação de elementos construtivos
que contribuem para o conforto
térmico.

 Ocupa um terreno plano de 750m²,


sendo guarita, acesso à circulação
Programa de necessidades: 03 quartos
vertical e garagem, no térreo mais seis
(02 suítes, sendo 01 reversível), sala ampla
pavimentos tipo e caixa de circulação com varanda, cozinha, área de serviço,
central. garagem (01 carro).

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A influência da Escola do Recife na produção residencial
arquitetônica do arquiteto Ricardo Roque em Teresina
2.2 Descrição

 A solução racional adotada (malha


estrutural), tipicamente moderna,
resultou em um volume prismático que
permitiu a distribuição de 4
apartamentos de 145m² por andar.

 Volumetricamente moderno, possui


ritmo, traçado regular, proporção e rigor
geométrico.

 As fachadas com maior insolação


apresentam pequenas aberturas dos
banheiros e proteção das janelas
maxim-ar de um dos quartos com
brises verticais.

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2.3 Construção

 As aberturas dos quartos e das salas


localizam-se nas fachadas que
recebem menor insolação e maior
ventilação em favor do conforto.

 A fachada sudoeste (Rua Coelho de


Rezende) tem a área de pilotis
protegida da insolação por um pequeno
jardim de convivência, que oferece
privacidade aos moradores.

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A influência da Escola do Recife na produção residencial
arquitetônica do arquiteto Ricardo Roque em Teresina
2.3 Construção

 Estrutura em concreto armado.

 Externamente, é revestido com


massa e pintura para exteriores,
indicando a mudança de material: a
tonalidade mais clara marca o
fechamento em alvenaria e a mais
escura destaca as vigas, evidenciando
a modulação na fachada.

 Outra influência da escola recifense


são as esquadrias do tipo maxim-ar,
com venezianas, que permitem o
controle da circulação de ar e da
luminosidade.

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2.4 Avaliação

 Técnica: assim como em Recife, essa


arquitetura possibilitou um caráter
inovador, com o emprego inédito de
elevadores em edifício residencial e o
uso de um sistema de portas e janelas,
estruturadas em alumínio, com folhas
em vidro, e bandeira com persianas
móveis.

 Emprego de parapeito ventilado nas


varandas, caracteristico dos edificios
projetos pelos mestres recifenses.

 Cultural e estética: marca a


arquitetura produzida no período de
urbanização e crescimento da cidade
nas décadas de 1970 e 1980.

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arquitetônica do arquiteto Ricardo Roque em Teresina
2.4 Avaliação

 Valor de referência: Segundo seus


construtores, esse foi o primeiro
edifício residencial da cidade,
encontrando-se próximo aos primeiros
edifícios comerciais construídos.

Tem como referência os


ensinamentos da Escola do Recife:
uso de trama ordenadora como
solução de projeto, preocupação com
a orientação solar, emprego de
materiais compatíveis à região e ao
clima, elevação do solo e controle da
ventilação.

Pilotis

Nelcia Fortes, Henrique Gomes, Arianna Hidd, Lara Eulálio


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3. ANÁLISE DA OBRA: EDIFÍCIO VILLE DE FRANCE

 Endereço: Rua Primeiro de Maio. Praça Marechal Floriano Peixoto, Centro.


 Cidade e Estado: Teresina, Piauí N
 Tipologia: Residencial
 Estado de proteção: Não protegido

3.1 Contexto

 O edifício se encontra no centro da


cidade, próximo à Avenida Miguel Rosa
(principal via de ligação entre zona sul e
zona norte da cidade). Anteriormente, o
entorno era composto por residências.
A partir da década de 1980, com a
transferência da região nobre para a zona
leste da cidade, seu entorno passou a se
configurar numa área de uso misto.
.
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3.2 Descrição N

 Data do projeto: 1976


 Autor: Ricardo Roque

 Partido : Emprego de características


da “Escola de Recife”, adaptadas à
realidade sócio-cultural da cidade e do
empreendimento. Por exemplo, houve
a substituição de cobogós de cerâmica
(elemento largamente utilizado pelo
arquitetos do Movimento Moderno em
Recife) por cobogós de vidro.

 Ocupa um terreno plano de 510m².


Possuindo no térreo (guarita, circulação
Programa de necessidades funcional e
vertical, serviços e garagem) mais 12 bem zoneado: 03 quartos sendo 02 suítes,
pavimentos, sendo um apartamento por 01 closet, escritório, sala estar/jantar, w.c
andar e o último duplex. Há ainda uma social, varanda, cozinha, área de serviço, D.
área comum com mezanino e piscina. C.E, 02 vagas de garagem.
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3.2 Descrição

 O traçado do projeto é marcado pela


horizontalidade, proporcionada pelos
frisos e jardineiras. O emprego de
trama ordenadora na fachada
evidencia a adoção da solução
racional.
Fachada Leste
As aberturas das esquadrias
corridas estão recuadas e orientadas
para leste (garantindo o conforto
térmico) o que permitiu à fachada ter
um traçado regular, caracterizando o
ritmo e rigor geométrico dos
ensinamentos recifenses.

 Predominância da função sobre a


forma permitiu uma distribuição
funcional em planta.
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3.3 Construção

 Estrutura em concreto armado permite o


emprego de volumes em balanço das
varandas das salas.

 Revestimento: alvenaria revestida com


massa e pintura para exteriores. O volume
da escada é revestido com pastilhas
cerâmicas na cor verde musgo.

 As varandas são em concreto aparente,


com efeito liso e texturado criado pelo seixo
na parte frontal. Há um segundo detalhe em
concreto liso no parapeito das janelas dos
quartos.

 Cobogós de vidro formam planos de


fechamentos (áreas de serviço e áreas
comuns no térreo) independentes da
estrutura. Nelcia Fortes, Henrique Gomes, Arianna Hidd, Lara Eulálio
Teresina, março 2010
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arquitetônica do arquiteto Ricardo Roque em Teresina
3.4 Avaliação

 Foi o terceiro edifício residencial de


Teresina.

 Destacou-se em seu entorno,


composto por casas, uma praça e o 25
°Batalhão de Caçadores do Exército, que
possui uma arquitetura eclética.

O jogo de volumes prismáticos, dá


dinamicidade ao volume e protege as
esquadrias da insolação.

Inovação no programa: cobertura com


piscina e área de lazer.

 Uso dos ensinamentos da Escola do


Recife abordando uma linguagem mais
contemporânea.
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A influência da Escola do Recife na produção residencial
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4. Referências Bibliográficas

AFONSO, Alcília. La consolidación de la arquitectura moderna en Recife en los años 50.Barcelona:


tese doutoral apresentada para o departamento de projetos arquitetônicos da ETSAB/ UPC, 2006.

AFONSO, Alcília. Arquitetura em Teresina: 150 anos; da origem à contemporaneidade. Teresina:


Halley, 2002.

AMORIM, Luiz Manuel Eirado. Modernismo recifense: uma escola de arquitetura, três paradigmas,
e alguns paradoxos. São Paulo: Vitruvius, 2001b. Disponível em:
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq012/arq012_03.asp. Acesso em 01 mar. 2010.

BENEVOLO, Leonardo. História da Arquitetura Moderna. São Paulo: Perspectiva. 4ª edição.2006.

BRUAND, Yves. Arquitetura contemporânea no Brasil. São Paulo: Ed. Perspectiva.1979.

GLANCEY, Jonathan. A História da Arquitetura. Tradução de Luís Carlos Borges; Marcos


Marcionilo. São Paulo: Edições Loyola, 2001.

Vistas aéreas: Google Earth, 2010.


Fotos: Nelcia Beatriz Fortes da Costa, 2010.
Redesenho dos projetos: Henrique Gomes, 2010.

Nelcia Fortes, Henrique Gomes, Arianna Hidd, Lara Eulálio


Teresina, março 2010
Realização:

Apoio:

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