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PROTOCOLO À CARTA AFRICANA DOS DIREITOS

DO HOMEM E DOS POVOS, SOBRE OS DIREITOS


DAS MULHERES EM ÁFRICA

“PROTOCOLO DE MAPUTO”

Julho, 2019

Julho, 2019
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Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, 2019

O PNUD cria parcerias a todos os níveis da sociedade para aju-


dar a construir nações resilientes e alcançar um crescimento que
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necessariamente a decisão ou a política declarada do Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento, nem a citação de
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“PROTOCOLO DE MAPUTO”
ÍNDICE

I. Apresentação ______________________________________ 5
1.1. O que é o Protocolo à Carta Africana dos Direitos Humanos
e dos Povos sobre os Direitos das Mulheres em África?_______5
II. Os Domínios do Protocolo __________________________ 7
2.1. Quais são as áreas protegidas por este Protocolo? __________7
2.1.1. Área da Família___________________________________ 7
2.1.2. Justiça __________________________________________ 9
2.1.3. Área da Saúde ____________________________________ 9
2.2. Artigos relacionados com Área de Segurança. ___________9
2.3. Economia e Ambiente _____________________________ 11
2.4. Educação ________________________________________ 11
2.5. Artigos Relacionados com Área Social e Cultural ___________ 12
III. Importância do Protocolo ___________________________ 15
IV. Conclusão ________________________________________ 17
Anexo - Convenções Relacionadas ______________________ 18
Referências Bibliográficas ______________________________ 19
ÍNDICE

3
I. APRESENTAÇÃO

Protocolo à Carta Africana dos Direitos


Humanos e dos Povos Sobre os Direitos das
Mulheres – Protocolo de Maputo
É um documento de orientação regional, adoptado pela
2ª Sessão Ordinária da Conferencia da União Africana realizada
em Maputo a 11 de Julho de 2003. Este documento determina
que os Estados Membros devem garantir as mulheres o acesso
a serviços de saúde, assim como o acesso à programas que pro-
movam a informação, educação e comunicação, asseguram a
protecção dos direitos reprodutivos, bem como a maior repre-
sentação e inserção das mulheres em todos os âmbitos, espe-
cialmente na área política e jurídica, promovendo a igual partici-
pação de ambos géneros.
Este protocolo está constituído por 32 artigos.
Integra a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos
(CADHP) que se tornou obrigatório a todos os Estados que a ra-
tificam.
Na verdade, o documento só entrou em vigor em 2005, após
15 Estados - o número mínimo para aprovar o documento - dos
então 53 Estado-membros da União Africana o terem ratificado.
Em 2007, 43 Estados haviam assinados, dentre os quais 21
ratificaram.
O documento determina que os Estados devem garantir
às mulheres o acesso a serviços de saúde, assim como acesso
à programas que promovam a informação, educação e comu-
I. APRESENTAÇÃO

nicação às mulheres. Além disso, devem proteger os direitos re-


produtivos das mulheres (Saúde e Direitos Reprodutivos, artigo
14º), que determina que o aborto deve ser totalmente legal em
todo o território africano, isto é, as restrições ao aborto não se-
riam válidas.

5
O documento visa ainda a maior representação e inserção
das mulheres em todos os âmbitos, especialmente na área po-
lítica e judiciária, promovendo a igual participação de ambos
géneros.
Outro objectivo do Protocolo de Maputo é ser instrumento
para combater a mutilação genital feminina e outros métodos
realizados em certas sociedades africanas, em especial por se-
rem métodos comuns e mais frequentes no continente.

6
II. OS DOMÍNIOS DO PROTOCOLO
II. OS DOMÍNIOS DO PROTOCOLO

Família
Educação Saúde
4 Quais são
as áreas
protegidas
pelo
Economia Protocolo? Segurança
e
Ambiente

Área
Social e Justiça
Cultural
II. OS DOMÍNIOS DO PROTOCOLO
Artigo 6: Casamento
Artigo 6: Casamento
5 Área daO Estado deveOassegurar
Estado deve assegurar que
que homens e mulheres
homens e mulheres gozem de di-
Família gozem de direitos
reitos iguais iguais
e sejame sejam considerados
considerados
5 Área da Família parceiros iguais no casamento.
parceiros iguais no casamento.
Deverá, igualmente, ser assegurado que nenhum casamen-
to será celebrado sem o consentimento total e livre das partes, e
a idade mínima para o casamento é de 18 anos.

7
Sabia que:

O Estado

deve assegurar que homens e
mulheres gozem de direitos iguais e sejam
considerados parceiros iguais no casamento? (Artigo
26º da Constituição da República Democrática de
São Tomé e Príncipe e os artigos 22º al.) d e
82º da Lei n.º 19/2018)

Artigo 7: Separação, divórcio e anulação do


casamento

Pois é! Saiba que:

Este artigo compromete o Estado a adoptar as disposições


legislativas apropriadas para que homens e mulheres gozem dos
mesmos direitos em casos de separação judicial, divórcio e anu-
lação do casamento?

O QUE DIZ O ARTIGO 20º?


De acordo com o Protocolo, este artigo assegura que as viú-
vas gozem de todos os direitos humanos.

Saiba que:

O Estado deve tomar as medidas legais


apropriadas para assegurar que as viúvas gozem
de todos os direitos humanos, implementando as
disposições garantindo que a viúva não fique sujeita
a qualquer tratamento desumano, humilhante ou
degradante após a morte do marido (Artigo 20º da Lei
n.º 19/201).

8
Artigo 21: Direito de sucessão
8 Justiça
A viúva tem direito a uma parte
justa na herança da propriedade do seu
cônjuge, e tem o direito, independentemente do regime matri-
monial, de continuar a viver no lar matrimonial. No caso de um
novo casamento, ela retém esse direito se a casa a pertencer ou
for herdada.

6 Área da Artigo 14: Direito à saúde e controle


Saúde das funções reprodutivas

O Estado deve assegurar o respeito e a


promoção dos direitos das mulheres à saúde, incluindo a saúde
sexual e reprodutiva. (Artigo 50º n.º 1 da CRDSTP).

7 Artigo 11: Protecção de


Artigos mulheres em conflitos armados
relacionados
com Área de Este artigo realça o comprome-
timento dos Estados em respeitar e
Segurança garantir que às normas do Direito In-
ternacional Humanitário sejam aplicáveis
e m situações de conflito armado que afectem a
população, particularmente as mulheres.

Artigo 15: Direito à segurança alimentar

Os Estados garantem o direito das mulheres a terem acesso a


uma dieta saudável e adequada. A este respeito, eles tomam as
medidas necessárias para:
(a) Fornecer às mulheres acesso a água potável, fontes de energia
domésticas, instalações de produção de terras e alimentos;
(b) Estabelecer sistemas adequados de fornecimento e
armazenamento para garantir a segurança alimentar das
mulheres.

9
Artigo 16: Direito à moradia adequada

(O art. 49º n. º 1 da CRDSTP)

É, também, acordado que deve ser garantido à mulher o


mesmo direito de aceder a condições habitacionais e de
vida aceitáveis em um ambiente saudável como o homem,
e o direito de viver em um ambiente saudável e sustentável,
devendo ser garantido às mulheres uma maior participação
no planeamento, gestão e preservação do meio ambiente.

Artigo 4: Direito à vida, integridade e segurança

Artigo 36º n.º 1 da CRDSTP


Deve ser assegurado às mulheres o respeito pela dignida-
de inerente ao ser humano, ao reconhecimento e protecção dos
seus direitos humanos e legais, bem como o direito à vida, à in-
tegridade física e à segurança. Todas as formas de exploração,
punição e tratamento desumano ou degradante devem ser proi-
bidas, devendo os Estados adoptar leis que proíbam todas as for-
mas de violência contra a mulher, adoptando medidas legislati-
vas, administrativas, sociais, económicas para erradicar qualquer
forma de violência contra a mulher.
Os Estados comprometem-se, igualmente, a garantir a pro-
tecção das mulheres pobres, das mulheres chefes de família e
das mulheres detidas que estejam grávidas ou a amamentar,
proporcionando-lhes um enquadramento adequado ao estado
em que se encontram.

Artigo 8: Acesso à justiça e igual protecção perante a lei

No que diz respeito ao acesso à justiça, devem os Estados


garantir que mulheres e homens gozem de direitos iguais pe-
rante a lei e gozem do direito a igual protecção e benefício da
lei, nomeadamente no que diz respeito ao acesso efectivo das
mulheres à assistência e serviços jurídicos e judiciais.

10
No mesmo sentido, deverão ser realizadas acções com vista
à promoção da governança participativa e a participação iguali-
tária das mulheres na vida política, em todos os níveis de toma-
da de decisão, bem como em acções que assegurem uma maior
participação das mulheres na promoção e manutenção da paz.
Em caso de violação de direitos e liberdades das mulheres,
deverá ser garantida a reparação dessa mesma violação, através
do recurso a autoridades judiciais, administrativas e legislativas
competentes.

Artigo 12: Direito à educação e formação

(Artigo 55º n.º 1 da CRDSTP)


Os Estados deverão adop-
9 Educação tar medidas que visem garantir a
igualdade de oportunidade e o
acesso à educação e formação, pro-
movendo, entre outras, a alfabetização das mulheres e promo-
vendo a matrícula e a retenção de meninas na escola, devendo,
também, ser consideradas e implementadas medidas legislati-
vas e outras necessárias a fim de garantir a igualdade de oportu-
nidades para as mulheres no emprego, progressão na carreira e
no acesso a outras actividades económicas.

Artigo 13: Direitos Económicos e Protecção Social

(Artigos 42º e 44º da CRDSTP)


10 O Estado deve adoptar e imple-
Economia e mentar medidas legislativas e outras
Ambiente medidas para garantir a igualdade de
oportunidades para as mulheres no em-
prego, na progressão na carreira e no aces-
so a outras actividades económicas.

11
Artigo 17: Direito a um ambiente
11 cultural positivo
Artigos Artigo 18: Direito a um
relacionados ambiente saudável e
com Área Social sustentável
e Cultural Artigo 19: Direito ao
desenvolvimento sustentável

Saiba que:

As mulheres
desempenham um papel
importante no processo de tomada
de decisões, implementação e
validação de políticas e programas
de desenvolvimento?

Artigo 2: Eliminação da discriminação contra as


mulheres

Os Estados devem combater a discriminação contra as mu-


lheres em todas as suas formas, através da adopção de medidas
legislativas, institucionais e quaisquer outras que se mostrem
necessárias para o efeito, nomeadamente através de estratégias
de informação, educação e comunicação.

12
Artigo 3: Direito à dignidade

Toda mulher tem direito ao respeito pela dignidade ine-


rente ao ser humano, ao reconhecimento e protecção de seus
direitos humanos e legais. A este respeito o Estado deve adoptar
e implementar medidas apropriadas para garantir a protecção
do direito da mulher ao respeito pela sua dignidade e protecção
contra todas as formas de violência, incluindo violência sexual e
verbal.
Deverão ser adoptadas medidas que garantam a protec-
ção das idosas e das mulheres com deficiência, nomeadamente
quanto ao abuso sexual e discriminação por idade e/ou deficiên-
cia, bem como deverá ser garantido o seu direito a ser tratada
com dignidade.

Artigo 5: Eliminação de práticas nocivas

Deverão ser eliminadas todas as formas de mutilação geni-


tal feminina, escarificação, medicalização e para-medicalização
da mutilação genital feminina, e adoptadas medidas que prote-
jam as mulheres que se encontrem em situações de risco de prá-
ticas nocivas ou outras formas de violência, abuso e intolerância.

13
III. IMPORTÂNCIA DO PROTOCOLO

Este protocolo é importante porque:


• Constitui um reforço as medidas constantes do nosso
ordenamento jurídico relativo as áreas supramencionadas
e consolida os compromissos assumidos pelo país
internacionalmente;

• Assegura a realização e a protecção dos direitos das


mulheres;

• Proíbe todas as formas de descriminação contra as


mulheres; e

• Constitui um instrumento de reforço para a maior advocacia


das mulheres junto do Estado.

III. IMPORTÂNCIA DO PROTOCOLO

15
IV. CONCLUSÃO

A luta da mulher pelo seu espaço, não como coadjuvante,


mas como protagonista ao lado do homem nas relações sociais,
começou a ter resultado no fim do Século XIX, como movimento
pelo voto das mulheres na Inglaterra, as chamadas “sufragetes”
e com as greves no trabalho industrial. O Dia Internacional da
Mulher foi proclamado no contexto dessas lutas.
O papel e os direitos das mulheres têm vindo a ser reafirma-
dos e assegurados através de várias acções, declarações e deci-
sões, em que é reconhecido o crucial desempenho das mulheres
na preservação dos valores africanos, com base nos princípios
da igualdade, paz, liberdade, dignidade, justiça, solidariedade e
democracia.
Contudo, e apesar da ratificação pela maioria dos Estados
da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, bem como
o compromisso assumido pelos Estados com vista a eliminar
todas as formas de discriminação e práticas prejudiciais às mu-
lheres, a verdade é que as mulheres em África continuam a ser,
frequentemente, alvo de discriminação de vários tipos, e de prá-
ticas nocivas.
É com vista a assegurar a promoção e protecção dos direi-
tos das mulheres, eliminando qualquer prática que impeça ou
comprometa o seu crescimento normal e afecte o desenvolvi-
mento físico e psicológico, que os Estados se comprometeram
na implementação desse Protocolo.
IV. CONCLUSÃO

17
CONVENÇÕES RELACIONADAS

Ano de Ano de
Nome Assinatura Ratificação
Convenção sobre a Eliminação
de Todas as Formas de Discrimi-
nação Contra as Mulheres (CE-
DAW)
Protocolo à Carta Africana sobre
os Direitos Humanos e dos Po- 2010 2019
vos sobre os Direitos das Mulhe-
res em África, 2003
Carta Africana dos Direitos Hu-
manos e dos Povos, Nairobi, 2010
Quénia, 1981
Convenção sobre a Eliminação
de Todas as Formas de Discri- 2003
minação contra as Mulheres CE-
DAW
Protocolo Opcional à convenção
sobre a Eliminação de Todas as 2017
Formas de Descriminação Con-
tra as Mulheres 1999 OP/CEDAW

18
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• Protocolo à Carta Africana sobre os Direitos Humanos e


dos Povos sobre os Direitos das Mulheres em África;
• Lei da Família /Lei nº. 19/2018.
• Constituição da República de São Tomé e Príncipe, Lei nº.
1/2003;

19
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