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14/05/2008
Érika Travassos*
Introdução
Quando o rádio foi criado, no século XIX, acreditava-se que era o fim das
publicações impressas e que o futuro das comunicações estava ali. Um aparelho que
difundia informações para lugares longínquos, as pessoas já não precisariam contar
apenas com o ‘boca-a-boca’ para se comunicarem. Será que o rádio acabaria com a
necessidade de se ler um jornal?
E o que dizer do sentimento de pânico quando a TV foi criada, no século XX. Seria
o fim do Rádio? Com o surgimento da Televisão, os teóricos mais apocalípticos
acreditavam que o rádio, nem mesmo o jornalismo impresso se sustentariam, diante da
caixa iluminada que colocava pessoas dentro de nossas casas.
Agora, Século XXI, nossa discussão se acirra. Agora temos também o Mundo On-
line. A internet, que vem engolindo todos os demais veículos. Rádio, TV, Impresso. Mas
será que, como antigamente, podemos perguntar: Será que com a internet, tudo vai
acabar?
Neste ensaio, vamos levantar problemáticas relacionadas ao Jornalismo Impresso,
que vamos considerar como Jornalismo Off-line e o Jornalismo On-line. Nossa discussão
inicia com um breve resumo histórico do surgimento do Jornalismo Impresso e da
Internet.
2. A história da Internet
Com o término da Segunda Guerra Mundial e o início da Guerra Fria, o Século XX,
via nascer um fenômeno que transformaria o Mundo, a Internet. Com a disputa entre
União Soviética e os Estados Unidos acirrada, as potências buscaram cada vez
aperfeiçoar suas aptidões técnicas, armamentistas e reforçar suas parcerias mundiais.
Com a aceleração dos equipamentos técnicos, a população começou a ter acesso
a tecnologia culminando em uma revolução de hábitos e costumes. A Ciência passou a
fazer parte do dia-a-dia das pessoas, sobretudo nas áreas urbanas.
Diante dessa Revolução, em 1969, surge a Web, visando permitir de forma
segura as trocas de informações entre os militares Norte-americanos. Um característica
forte da Web é a descentralização da informação, o que ajudava a manter as
informações mais seguras e sigilosas.
O pai da Internet é Bob Taylor, que trabalhava no Departamento de Projetos de
Pesquisa Avançada da Agência de Defesa Americana e fez funcionar os computadores em
rede. Em seguida, em Los Angeles , na Universidade da Califórnia, foi criado o
processador de mensagens, depois as redes cooperativas que deram acesso à Internet a
sociedade e deixando se ser exclusivamente de uso militar.
Na década de 70 e 80, o desenvolvimento do micro-computador impulsionou
ainda mais a popularização da Internet, principalmente com o surgimento do
Computador Pessoal, passando a ser instrumento de consumo para as mais variadas
necessidades, como comunicação, criação e entretenimento. Nesta época, o único
empecilho era o preço, que era altíssimo.
Com isso, um número cada vez maior de pessoas começou a ter acesso a
ferramenta, que iniciaram trocas de informações via Internet. Nas décadas de 80 e 90,
com os avanços da microeletrônica, a Internet ganha o suporte necessário para se
expandir e se baratear e provocar mudanças significativas nas telecomunicações .
Hoje a Web, se tornou um fenômeno que se interliga através de cabos, linhas
telefônicas, satélites, microondas e fibras óticas, deixando as pessoas cada vez mais
cidadãs de um Mundo on-line. Também o surgimento da World Wide Web possibilitou
uma ordem no espaço, que até então ainda era caótico e facilitou a pesquisa de sites.
No Brasil, a internet veio se consolidar em 1995. Desde então, a rede vem crescendo. De
acordo com o artigo Internet, jornalismo e weblogs: uma nova alternativa de
informação, os dados de 2003 do Comitê Gestor Nacional, falam que o crescimento da
web no Brasil é duas vezes maior do que a média mundial e que o País está em terceiro
lugar no ranking de países do continente americano com o maior número de
computadores conectados, ficando atrás somente dos Estados Unidos e Canadá.
3. Voltando à Problemática
Mendez também dá a receita, quando a afirma que o jornalismo off-line não pode
se contentar “com as notícias de ontem, já dissecadas pelos meios eletrônicos.
Andrelise Daltoé, em seu artigo “A notícia e sua passagem pelos diferentes meios”
trás uma importante discussão se o jornalismo on vai aposentar o off. Ela levanta o
questionamento “Isto destruirá aquilo” e usa autores como Pierry Levy, Jean Boudrillard,
que trás em sua obra a idéia fixa que a nova mídia, a Internet, iria sobrepujar todas as
outras. Ela também estuda Marshall Mcluhan, autor que dá uma importância
contemplativa a forma escrita de se comunicar. Como também Umberto Eco, que já
possui uma visão mais moderada.
Mas, para Daltoé o surgimento de uma nova mídia não precisa necessariamente
extinguir a outra.
É que o jornal impresso, pelo menos no momento atual, atende a necessidades culturais,
pessoais e sociais que não podem ser satisfeitas com o auxílio do computador. É o caso
da necessidade da leitura reflexiva, marcada pela cuidadosa atenção e pela postura
meditativa, ao invés da leitura meramente voltada para a necessidade de informação
imediata. (DALTOÉ, 2003, p.09)
Daltoé no artigo, cita novamente o autor Umberto Eco, que reitera esse cuidado
afirmando que devemos ter ao dizer que o jornal impresso simplesmente vai acabar por
conta do jornalismo on-line. O autor diz:
A autora afirma ser “ilusório pensar que uma tecnologia automaticamente elimina
a tecnologia anterior”, ela explica que a funcionalidade de uma antiga tecnologia é que a
mantém viva. “Quando uma tecnologia permanece mais adequadamente funcional do
que qualquer alternativa, não há razão para abandoná-la, a despeito da sua
Antigüidade”.
Por fim, Daltoé acredita não na morte do jornal impresso, mas sim na sua
transformação, ou seja, na digitalização do jornal impresso. Ela concorda que não é fácil
prevê qual o futuro do jornalismo em geral diante do mundo on-line e por fim conclui:
É possível dizer que a Internet não representará o fim do impresso, mas vai,
certamente, modificar ainda mais muitas das práticas atuais nas redações (mesmo nas
de meios de comunicação específicos online). A forma como se investiga e constrói uma
notícia terá semelhanças com o que se realiza hoje; a apresentação será diferente e será
necessário um processo, ainda maior do que já ocorre hoje, de adaptação, às
tecnologias. (DALTOÉ, 2003, p.09)
Conclusão
Referências:
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