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Jornalismo on e/ou off. Será o fim do jornal impresso?

14/05/2008

Érika Travassos*

Introdução

Quando o rádio foi criado, no século XIX, acreditava-se que era o fim das
publicações impressas e que o futuro das comunicações estava ali. Um aparelho que
difundia informações para lugares longínquos, as pessoas já não precisariam contar
apenas com o ‘boca-a-boca’ para se comunicarem. Será que o rádio acabaria com a
necessidade de se ler um jornal?
E o que dizer do sentimento de pânico quando a TV foi criada, no século XX. Seria
o fim do Rádio? Com o surgimento da Televisão, os teóricos mais apocalípticos
acreditavam que o rádio, nem mesmo o jornalismo impresso se sustentariam, diante da
caixa iluminada que colocava pessoas dentro de nossas casas.
Agora, Século XXI, nossa discussão se acirra. Agora temos também o Mundo On-
line. A internet, que vem engolindo todos os demais veículos. Rádio, TV, Impresso. Mas
será que, como antigamente, podemos perguntar: Será que com a internet, tudo vai
acabar?
Neste ensaio, vamos levantar problemáticas relacionadas ao Jornalismo Impresso,
que vamos considerar como Jornalismo Off-line e o Jornalismo On-line. Nossa discussão
inicia com um breve resumo histórico do surgimento do Jornalismo Impresso e da
Internet.

1. A historia do jornalismo Impresso

O jornalismo impresso surgiu com os boletins oficiais nas civilizações antigas


como Grécia, Egito, Babilônia e com a queda do Império Romano e o fim do feudalismo.
A chegada do Renascimento e do mercantilismo, aliada ao surgimento do comercio,
fortaleceu o jornalismo, pois a necessidade de difusão de informações se tornou
necessidade.
Com a invenção da imprensa por Gutemberg, em 1440, se deu inicio a impressão
de livros e jornais em maior escala. O primeiro livro foi a Bíblia e os jornais foram
semanários.
Embora a “tecnologia” tenha surgido no século XV, na América, o desenvolvimento
do primeiro jornal só aconteceu em 1690, era o The Public Ocurrences, 85 anos após o
surgimento do jornal na Europa. Os jornais nesta época eram feitos por grandes nomes
como Benjamin Franklin, Jonh Adams, Thomas Jefferson e Alexander Hamilton.
Com a Revolução Francesa e Industrial é que surge o jornal moderno, já nos
séculos XVIII e XIX. A produção em larga escala, a criação de impressoras mais
modernas, o aumento do público nos grandes centros urbanos, o comercio e a
publicidade, fizeram prosperar e difundir o jornalismo impresso.
Com isso o preço foi barateado e mais pessoas tiveram acesso. Com todas essas
transformações o jornalismo se tornou mais profissional e menos literário, com normais
e padrões de escrita e linguagem mais acessíveis.
No Brasil, o jornalismo começou em 1808 com a chegada da Corte Portuguesa. O
primeiro periódico foi O Correio Brasiliense, editado em Londres, pelo jornalista Hipólito
José da Costa e em seguida o jornal de situação, a Gaseta do Rio de Janeiro, editado
pela imprensa régia.
Os jornais brasileiros sempre travaram batalhas políticas, mas o século XIX foi
marcado também pelo jornalismo literário, com a presença de escritores como José de
Alencar e Machado de Assis.
Já no século XX, viu-se a evolução do jornalismo e a renovação tecnologia, como
também a ampliação da pauta, com a introdução de assuntos internacionais em curto
espaço de tempo. Surgem os grandes jornais, como The New York Times, Le Figaro e
The Sunday Times. No Brasil, são os grandes diários, como a Folha de São Paulo, Jornal
do Brasil, O Globo e Estado de São Paulo. Como também, o surgimento da revista, com
reportagens mais interpretativas.

2. A história da Internet

Com o término da Segunda Guerra Mundial e o início da Guerra Fria, o Século XX,
via nascer um fenômeno que transformaria o Mundo, a Internet. Com a disputa entre
União Soviética e os Estados Unidos acirrada, as potências buscaram cada vez
aperfeiçoar suas aptidões técnicas, armamentistas e reforçar suas parcerias mundiais.
Com a aceleração dos equipamentos técnicos, a população começou a ter acesso
a tecnologia culminando em uma revolução de hábitos e costumes. A Ciência passou a
fazer parte do dia-a-dia das pessoas, sobretudo nas áreas urbanas.
Diante dessa Revolução, em 1969, surge a Web, visando permitir de forma
segura as trocas de informações entre os militares Norte-americanos. Um característica
forte da Web é a descentralização da informação, o que ajudava a manter as
informações mais seguras e sigilosas.
O pai da Internet é Bob Taylor, que trabalhava no Departamento de Projetos de
Pesquisa Avançada da Agência de Defesa Americana e fez funcionar os computadores em
rede. Em seguida, em Los Angeles , na Universidade da Califórnia, foi criado o
processador de mensagens, depois as redes cooperativas que deram acesso à Internet a
sociedade e deixando se ser exclusivamente de uso militar.
Na década de 70 e 80, o desenvolvimento do micro-computador impulsionou
ainda mais a popularização da Internet, principalmente com o surgimento do
Computador Pessoal, passando a ser instrumento de consumo para as mais variadas
necessidades, como comunicação, criação e entretenimento. Nesta época, o único
empecilho era o preço, que era altíssimo.
Com isso, um número cada vez maior de pessoas começou a ter acesso a
ferramenta, que iniciaram trocas de informações via Internet. Nas décadas de 80 e 90,
com os avanços da microeletrônica, a Internet ganha o suporte necessário para se
expandir e se baratear e provocar mudanças significativas nas telecomunicações .
Hoje a Web, se tornou um fenômeno que se interliga através de cabos, linhas
telefônicas, satélites, microondas e fibras óticas, deixando as pessoas cada vez mais
cidadãs de um Mundo on-line. Também o surgimento da World Wide Web possibilitou
uma ordem no espaço, que até então ainda era caótico e facilitou a pesquisa de sites.
No Brasil, a internet veio se consolidar em 1995. Desde então, a rede vem crescendo. De
acordo com o artigo Internet, jornalismo e weblogs: uma nova alternativa de
informação, os dados de 2003 do Comitê Gestor Nacional, falam que o crescimento da
web no Brasil é duas vezes maior do que a média mundial e que o País está em terceiro
lugar no ranking de países do continente americano com o maior número de
computadores conectados, ficando atrás somente dos Estados Unidos e Canadá.

3. Voltando à Problemática

Atualmente podemos constatar que o surgimento do jornalismo on-line tem


mudado consideravelmente a relação entre o jornalista – fontes – público. Essas relações
se tornaram mais próximas com a utilização desse veículo. A ponto de se questionar se a
internet virá a ser o substituto do jornal de papel.
De um lado temos o jornal off-line (impresso). Antiga forma de veiculação de
notícias, caracterizado por levar o nome de grandes empresas de comunicação.
Exemplos como A Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, O Correio Brasiliense. Na
Paraíba, citamos o Jornal Correio da Paraíba.
São jornais de renome nacional e estadual, que levam o nome e a linha editorial
da empresa. O Correio da Paraíba, por exemplo, é o jornal é responsável pelo maior
faturamento do Complexo, que conta com uma empresa de televisão, rádio e também
Portal, além de ser o de maior distribuição do estado.
Um dos fatores que mais pesam a favor da Internet é a facilidade que ostenta.
Mais sem dúvida, a questão financeira é a que mais pesa na hora de escolher.
Atualmente, as pessoas não estão dispostas a pagar por algo que elas lerão apenas por
um pequeno intervalo de tempo. O problema, é que sem mercado consumidor, o
jornalismo não se sustenta, sobretudo o impresso, que é bastante oneroso, pois exige
além de gastos técnicos, como impressão, maquinário, etc. Exige também a manutenção
do Capital Humano, os jornalistas.
Com isso, resta a empresa jornalística conseguir novos mercados que possam
acompanhar a tendência dos leitores e que seja competitivo e de baixo custo. É ai onde
entra a Internet.
No artigo “O Relógio e o Carteiro”, baseado em um texto do jornalista norte-
americano da revista New Yorker, Eric Alterman, o jornalista Luiz Weis, no site
Observatório da impresa, publicado no dia 02 de Abril deste ano, trás dados importantes
quando a essa problemática.
O jornalista americano chama o artigo de “Out of print” ou “Fora de circulação, ou
esgotado”. O subtítulo também é sugestivo: “The death and life of the American
newspaper” ou “A morte e a vida do jornal americano”.
O texto trás um apanhado da realidade que envolve o jornalismo americano, que
não se distingue muito do que acontece no Brasil e em nenhum lugar do Mundo
desenvolvido ou em desenvolvimento.
Ele trás os números da crise e diz que houve queda de 42% nas ações de editorias
de jornais nos últimos três anos. E cita o exemplo do jornal The New York Times que
perdeu 54% do seu patrimônio.
Luiz resgata dados e vai além, colocando que de 1990 pra cá, o número de
jornalistas empregados caiu 25%. Em seguida, ele trás dados preocupantes: o tempo
médio de leituras de jornais nos Estados Unidos não chega há 30 minutos por dia ou 15
horas por mês. E que americanos com idades entre 18 e 34 anos nem sequer lêem um
jornal impresso. Este leitor seria da faixa dos 55 anos ficando mais velho a cada ano.
O Jornalista trás dados de pesquisas que afirmam que quase 40% das pessoas
com menos de 35 anos acreditam que no futuro só vão utilizar a internet para se
manterem bem informados e apenas 8% disseram usar o jornal impresso.
Para se ter uma idéia dos custos para manter um jornal impresso, o artigo trás
que só a sucursal de Bagdá, mantida pelo The New York Time, custa US$ 3 milhões por
ano.
Tando Luiz Weis, quanto Eric Alterman, apontam a internet como sendo uma das
principais causas da crise na qual o jornal impresso está inserido. Para eles, a Web, faz o
impresso parecer “um anacronismo, pesado, lento e incapaz de sacar com rapidez as
demandas (em mutação) do público”.
Eles afirmam que a Internet trás uma democratização a qual os “críticos da grande
imprensa”, que eles classificam como elititas, arrogantes, parciais, não podem suportar.
Os jornalistas defendem que neste cenário criado pela Internet, não existe mais
lugar para o “jornalista de nariz empinado”, que não leva em consideração o que o leitor
quer saber e quer dizer.
Um dos grandes pilares defendidos pelos Webjornalistas, é a possibilidade de ser
mais aberto a manifestações populares. As pessoas podem opinar, mandar sua sugestão,
sua foto, seu vídeo. É um espaço que todos podem, ao mesmo tempo, construir a notícia
juntos.
Agora, o jornalismo impresso trás sobre si uma credibilidade mais ancorada. São
pessoas que são levadas a minuciosas apurações de notícia, até pelo fato de se levar até
24h para se publicar. As notícias de um veículo impresso tende a ser mais confiável, pois
o período de apuração não é instantâneo, pode sofrer várias modificações até que se
chegue a impressão.
Na internet não acontece. Assim que se recebe, logo se publica. O que, muitas
vezes, é fruto de especulação e não informação. E um ponto negativo da democracia, é
que quando não é bem conduzida tenda a anarquia. Não podemos deixar de levar em
consideração que nem todas as opiniões contribuem. Muitas delas são opiniões vazias e
nada colaboram para a construção da notícia ou para o aproveitamento da discussão.
Sobre esses assuntos, Luiz Weis acrescenta: "O pior (...) não são os insultos e as idéias
mal passadas dos leitores que escrevem duas vezes antes de pensar. São as
informações falsas que vão ao ar sem passar pelo pente fino dos editores”.
E ele compara: “naturalmente, um jornal leva pelo menos 24 horas para corrigir
no papel uma barbeiragem (...). Só que, se o erro não for copiado na internet, se
espalhará mais vagarosamente”.
Por fim, ele conclui que “um jornal sério tende a errar menos do que um site ou
um blog que hipoteticamente divulgue o mesmo número de informações em igual
período”.
Ele responsabiliza o conselho editorial por isso, que “impõe a repórteres e
editores – profissionais, portanto - a servidão de checar as histórias a serem publicadas”,
mesmo com a diminuição de contratação de profissionais. Ele vai além e afirma que na
Internet “esse controle de qualidade (...) depende, muitas vezes de que um leitor, mais
bem informado sobre o assunto em questão, despache um alerta restabelecendo a
verdade”.
Mas, apesar disso, Erik Alterman conclui algo muito relevante: “Reportagens de
verdade, especialmente do gênero investigativo, são caras. Agregação [de textos] e
opinião são baratas.” Talvez isso ajude a explicar o crescimento do jornalismo da Web e
a falência progressiva dos jornais escritos.
Rosemary Bars Mendez, em seu artigo “Jornalismo como processo Histórico”, ela
coloca “que o processo tecnológico das redações seja irreversível e incontestável”. E ela
afirma “que o jornalismo Informativo impresso não tem que correr, na mesma
velocidade da Internet, apenas para adaptar-se ao novo mundo digital”. Para ela, se faz
apenas necessário “uma reavaliação de sua essência como meio informativo (...)
ressaltando suas potencialidades”.
Para ela, o jornalismo impresso, o off-line, precisa passar por uma reformulação:

Com a concorrência dos meios para a transmissão


da informação – televisão, rádio e Internet – o
jornalismo Informativo impresso tem que ser
reformulado, mostrando a informação de forma
diferente dos veículos multimídias, com mais
detalhes e análises, revestindo-se de profundidade
no ato de informar. (MENDEZ, 2002, p.105).

Mendez também dá a receita, quando a afirma que o jornalismo off-line não pode
se contentar “com as notícias de ontem, já dissecadas pelos meios eletrônicos.
Andrelise Daltoé, em seu artigo “A notícia e sua passagem pelos diferentes meios”
trás uma importante discussão se o jornalismo on vai aposentar o off. Ela levanta o
questionamento “Isto destruirá aquilo” e usa autores como Pierry Levy, Jean Boudrillard,
que trás em sua obra a idéia fixa que a nova mídia, a Internet, iria sobrepujar todas as
outras. Ela também estuda Marshall Mcluhan, autor que dá uma importância
contemplativa a forma escrita de se comunicar. Como também Umberto Eco, que já
possui uma visão mais moderada.
Mas, para Daltoé o surgimento de uma nova mídia não precisa necessariamente
extinguir a outra.

Uma nova mídia não é apenas uma extensão linear


da antiga. O velho e o novo oferecem recursos de
informação e entretenimento para grandes públicos,
de maneira convincente e a preços competitivos. O
que muda é a expansão de recursos. O fato é que a
mídia tradicional ainda estará presente por muito
tempo. Mas ela será sempre diferente.
“Remediada”. (DALTOÉ, 2003, p.08)
Ela em seguida, uma recomendação do autor italiano Umberto Eco, em uma
conferência em 2006. A autora afirma que deve se ter muito cuidado quando se trata do
desaparecimento do jornal impresso.

É que o jornal impresso, pelo menos no momento atual, atende a necessidades culturais,
pessoais e sociais que não podem ser satisfeitas com o auxílio do computador. É o caso
da necessidade da leitura reflexiva, marcada pela cuidadosa atenção e pela postura
meditativa, ao invés da leitura meramente voltada para a necessidade de informação
imediata. (DALTOÉ, 2003, p.09)

Daltoé no artigo, cita novamente o autor Umberto Eco, que reitera esse cuidado
afirmando que devemos ter ao dizer que o jornal impresso simplesmente vai acabar por
conta do jornalismo on-line. O autor diz:

Que os computadores estão difundindo una nova


forma de leitura e aprendizado, mas são ainda
incapazes de satisfazer todas as necessidades
intelectuais que provocam... Em meus momentos de
otimismo, imagino uma nova geração da era do
computador que, obrigada a ler telas de monitores,
aprende uma certa forma de leitura, mas sente-se
por vezes insatisfeita, e volta-se para um outro tipo
de leitura, menos tenso e com objetivos diversos".
(ECO, 1996b, p. 2-3).

A autora defende que “alguns jornais são melhores quando apresentados no


formato eletrônico e em hipertexto”. Diante das inúmeras possibilidades oferecidas pela
era digital, podemos interligar sons, imagens, textos, de forma mais precisa e criativa,
tornando o processo de informação mais dinâmico.
Mas Daltoé alerta: “mesmo assim, não se pode afirmar, apressadamente, que
uma tecnologia eliminará a outra, mas antes de pensar a coexistência das duas, com
funções diferenciadas e especializadas”.
Ela em seguida cita bons exemplos, que uma mídia não precisa necessariamente
desaparecer por conta da outra.

...a fotografia alterou o sentido da pintura, mas não


a substituiu; a televisão ocupou certos espaços do
cinema, mas não todos; o correio eletrônico criou
uma nova forma de comunicação, mas as agências
de correios e telégrafos continuam operando. O
Jornal, em outras palavras, não precisa
necessariamente desaparecer diante da presença do
computador porque é uma tecnologia
suficientemente flexível para adaptar-se aos novos
tempos. (DALTOÉ, 2003, p.09)

A autora afirma ser “ilusório pensar que uma tecnologia automaticamente elimina
a tecnologia anterior”, ela explica que a funcionalidade de uma antiga tecnologia é que a
mantém viva. “Quando uma tecnologia permanece mais adequadamente funcional do
que qualquer alternativa, não há razão para abandoná-la, a despeito da sua
Antigüidade”.
Por fim, Daltoé acredita não na morte do jornal impresso, mas sim na sua
transformação, ou seja, na digitalização do jornal impresso. Ela concorda que não é fácil
prevê qual o futuro do jornalismo em geral diante do mundo on-line e por fim conclui:
É possível dizer que a Internet não representará o fim do impresso, mas vai,
certamente, modificar ainda mais muitas das práticas atuais nas redações (mesmo nas
de meios de comunicação específicos online). A forma como se investiga e constrói uma
notícia terá semelhanças com o que se realiza hoje; a apresentação será diferente e será
necessário um processo, ainda maior do que já ocorre hoje, de adaptação, às
tecnologias. (DALTOÉ, 2003, p.09)

Conclusão

Diante da nossa problemática, percebemos que há um longo caminho pela frente.


Quem pensa que o jornalismo impresso vai, de uma hora para outra, acabar, está
enganado. É certo que o jornalismo on-line torna o consumidor ativo. Principalmente
com a introdução de celulares, câmeras digitais, maior acesso à Internet por parte da
população.
Hoje já não se trabalha mais com a idéia de leitores e sim de consumidores, ou
seja, é um público movido a mudanças e a ampliação de necessidades. Hoje temos
pessoas consumindo mais, melhor e com mais velocidade.
E o veículo que mais se adapta a essa nova realidade sem dúvida é a Internet.
Mais para isso, é necessário uma mudança profunda não apenas na mídia, mas nos
produtores da informação, que são os jornalistas. Até porque, hoje as pessoas não
apenas lêem, mas também participam com comentários, com fotos, ou seja, dão a sua
contribuição.
No artigo, “Os caminhos do jornalismo online”, de Camila Leporace, ela trás
opinião do jornalista Asdrúbal Figueiró, da BBC Brasil, que chama a atenção para os
conteúdos que são atualmente veiculados. Para ele, metade do que está nos sites, vindo
dos consumidores, não são materiais de qualidade.
Em seguida a autora cita Cássio Politi, ombudsman do site Comunique-se. Para
ele “os repórteres das redações de veículos on-line são acomodados em relação aos que
praticam o jornalismo tradicional”. Para ele, a perda da prática do repórter de portais on-
line irem às ruas, saírem das redações e ganharem o mundo, torna o conteúdo das
notícias cada vez menos impactantes.
Politi conclui que “quando um leitor deixa um comentário, ele às vezes está sendo
mais corajoso até do que um jornalista que trabalha com internet”. Para ele, o leitor pelo
menos “expõe o que pensa”.
O ombusdman vai além e afirma que “o jornalista de veículos online precisa
resgatar a capacidade jornalística de fazer denúncias com responsabilidade”, ou seja, ele
precisa se espelhar nos repórteres de impresso, que não se acomodam e vão atrás da
notícia, do furo. Por isso, que o jornalismo impresso ainda tem um longo caminho pela
frente, pois, no geral, o jornalismo off-line não se conforma.
Em seu artigo, “Deixemos claro: o jornal impresso não vai acabar”, o analista de
sistemas, Leonardo Reis, trás dados de uma pesquisa feita com jornalistas em 1996:
 1/3 deles afirmam que o serviço on-line aumentou o interesse dos leitores por
seu produto em papel;
 46% acreditam que não houve impacto sobre a versão impressa;
 14% consideram cedo demais para responder a esta pergunta, e
 02% disseram que o serviço on-line causou uma queda de interesse pelo jornal
em papel.
Embora os dados sejam antigos, salvo nas grandes redações, em nível de São
Paulo, Rio de Janeiro e jornalismo internacional, o que se vê, sobretudo no jornalismo
regional são poucas mudanças, principalmente em áreas cognitivas, como
aperfeiçoamento de pessoal, capacitação, etc. É como se operasse com o teclado e a
máquina de escrever, que mesmo com a era dos computadores ainda não virou peça
específica de museu.
Por fim concluímos que o jornalismo off-line ainda tem um longo caminho pela
frente. Mas só se sustentará se for capaz de trazer algo diferente do factual, área que o
on-line é mais rápido e mais eficiente.
Cabe ao off-line se ocupar de informações especializadas, de reportagens
especiais, trabalhadas, diferenciadas. Trazer uma visão mais crítica, mais opinativa, mais
especialista, de forma que acrescente algo que ainda não dado, que tenha um ponto de
vista que ainda não foi explorado. Assim, com esse formato diferenciado, ele vai
construir necessidade no público consumidor e com isso ele vai continuar sendo
necessário e existindo.
A Internet cabe o papel de evolui. Não apenas no acesso, na quantidade, na
interatividade, mas também na análise do conteúdo publicado, na apuração dos fatos, no
investimento de pessoal e na busca pelo furo. Estar mais próximo da fonte geradora da
notícia, o público.
O on-line precisa diferenciar quantidade de qualidade e transformá-la em
beneficio a população, com informação mais confiável, com mais credibilidade. Por fim,
recomenda-se ainda, o respeito aos demais veículos, principalmente ao jornal impresso,
tendo a inteligência se saber que, como nos seres humanos, sempre se pode aprender
com os mais velhos.

Referências:

A criação do Rádio: 70 anos de Rádio no Brasil. Disponível em:


http://www.radioclaret.com.br/port/historia.htm. Acesso em 02/04/08.

A História do Rádio. Disponível em: http://www.microfone.jor.br/historia.htm Acesso em


02/04/08.
BARS MENDEZ, Rosemary. Revista Idade Mídia. 01. ed. UniFiamFaa, 2002.

DALTOÉ, Andrelise. http://www.bocc.ubi.pt/pag/daltoe-andrelise-noticia-passagem-


pelos-diferentes-meios.pdf. Acesso em: 04/04/08.

ECO, Umberto. From the Internet to Gutemberg. 1996. Disponível em:


http://www.italinet.com/columbia/internet. html, 10/06/2002.

LEPORACE, Camila. Os caminhos do jornalismo on-line. Disponível em :


http://www.jornaldedebates.ig.com.br/index.aspx?cnt_id=15&art_id=9111 Acesso em
02/04/08.

MATTOSO. Guilherme de Queiroz. Disponível em: http://bocc.ubi.pt/pag/mattoso-


guilherme-webjornalismo.pdf Acesso em: 01/04/08.

O Surgimento do jornalismo Impresso. Disponível em:


http://www.facom.ufba.br/com112_2001_2/buracodaimprensa/subhistimp.htm Acesso
em 14/04/08.

REIS, Leonardo. http://leonardoreis.wordpress.com/2007/05/30/deixemos-claro-o-


jornal-impresso-nao-vai-acabar/ Deixemos claro: o jornal impresso não vai acabar.
Acesso em 02/04/2008.

VALIM, Maurício. A História da Televisão: da sua invenção ao início das transmissões em


cores. Disponível em: http://www.tudosobretv.com.br/histortv/# Acesso em 02/04/08.

WEIS, Luiz. O relógio e o calendário. Disponível em:


http://www.observatoriodaimprensa.com.br/blogs.asp?id_blog=3&id={A6D722AE-1DC7-
4E35-B26F-CA3C44B87197} Acesso em 03/04/08.

*Érika Travassos é graduada em Comunicação Social, habilitação Radialismo.

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