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CARTILHA DE RECURSOS HÍDRICOS

Aracaju/SE
SETEMBTRO de 2018

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O que são Recursos Hídricos?

Quando falamos de Recursos Hídricos estamos falando de água. A mesma


água que existia na terra há milhões de anos continua aqui, evaporando e
precipitando novamente.
O CICLO DA ÁGUA é um processo que inicia com o sol, que executa um
papel central na reciclagem da água do planeta. Quando é aquecida pelos raios
solares a água evapora e fica nesse formato até as partículas irem se juntando e se
condensando novamente. Nesse processo formam-se nuvens. Quando a nuvem se
torna pesada, não podendo segurar mais água, acontece a chuva e a água volta para
a superfície da terra.

Figura 1. Ciclo da água; Fonte: http://www.fishtv.com/noticias/preservacao-ambiental/projeto-de-


lei-pode-agravar-a-crise-de-agua-em-sao-paulo-155

Todo mundo vive em uma BACIA HIDROGRÁFICA1. Isso porque o termo dá


nome a uma área de terra onde a água corre para um ponto. Pode ser grande ou

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Os comitês são organismos colegiados que fazem parte do Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e estão previstos na Constituição
Federal desde 1988. A sua composição diversificada e democrática contribui para que
todos os setores da sociedade com interesse sobre a água na bacia tenham representação
e poder de decisão sobre sua gestão.
Os membros dos comitês são escolhidos entre seus pares, sejam eles dos diversos setores
usuários de água, das organizações da sociedade civil ou dos poderes públicos. As principais
competências desses colegiados são: aprovar o plano de recursos hídricos da bacia;
arbitrar conflitos pelo uso da água, em primeira instância administrativa; estabelecer
mecanismos e sugerir os valores da cobrança pelo uso da água; entre outros. Atualmente há
mais de 200 comitês de bacias em funcionamento no País. Em Sergipe temos os comitês dos
rios: Sergipe, Piauí, Japaratuba, Rio Real que envolve o estado da Bahia e o Rio São
Francisco que tem seu curso desenvolvido nos estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco,
Sergipe e Alagoas.

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pequena. Pode se estender das mais altas montanhas até o mar. Pode ser um
pequeno vale, onde a água é drenada para um córrego ou açude. Em outras palavras
bacia hidrográfica é uma região onde rios e córregos se conectam funcionando
como um sistema unificado de transporte de água.

Figura 2. Bacia hidrográfica; Fonte: http://roosanee2.blogspot.com/2009/08/qualidade-da-


agua-e-bacia-hidrografica.html

As pessoas são partes de muitos ecossistemas aquáticos e o que fazemos no


nosso dia a dia afeta estes ecossistemas. Como toda vida depende da água os
humanos compartilham a responsabilidade de vencer desafios ambientais que
ameaçam os habitats aquáticos. Para trabalhar os problemas é ideal que
comecemos descobrindo de onde vem a nossa água e para onde vai depois que a
utilizamos. Que córregos, rios, lagos ou áreas costeiras estão em sua bacia
hidrográfica?
a. Bacia hidrográfica do rio Japaratuba: Possui uma área geográfica de
1.735km², equivalente a 7,65% do território estadual e abrange 20
municípios, com uma população urbana com 122.879 habitantes e na área
rural com 79.052 habitantes. A bacia hidrográfica é constituída pelo rio que
lhe empresta o nome e tem como principais afluentes: os rios Japaratuba
mirim, Lagartixo, Siriri, Cancelo e Riacho do Prata. Nascendo na Serra da
Boa Vista e desaguando no Oceano Atlântico, a bacia possui planície aluvial
muito larga, onde se desenvolve o cultivo da cana-de-açúcar.
b. Bacia hidrográfica do rio Sergipe: abrange 26 municípios, com população
residente de 1.010.523 habitantes, equivalendo a 56,6% do total do Estado.
A maioria expressiva da população, 86,8%, reside em áreas urbanas, ao
passo que 13,2% situam-se na zona rural, fato que comprova o acelerado
processo de urbanização em curso na bacia hidrográfica, nas últimas
décadas, responsável pelo grande passivo ambiental da região e uma
significativa transposição de águas provenientes do Rio São Francisco.

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c. Bacia hidrográfica do rio Piauí:Possui uma área geográfica de 4.150 km²,
equivalentes a 19% do território estadual e abrange 15 municípios, com uma
população de 432.000 habitantes aproximadamente. Localizada na parte sul
do estado, é um dos mais importantes componentes da rede hidrográfica do
estado de Sergipe. O sistema hidrográfico é bastante desenvolvido, sendo
constituído pelo curso d’água principal do rio Piauí, e por diversos afluentes
de grande porte, destacando-se, pela margem direita, os rios Arauá e Pagão,
e, pela margem esquerda, os rios Jacaré, Piauitinga e Fundo.
d. Bacia hidrográfica do rio São Francisco: O rio São Francisco é um rio de
domínio da União. Nasce na Serra da Canastra, em Minas Gerais, atravessa
o estado da Bahia e divide os estados de Sergipe e Alagoas. É o rio de maior
extensão do estado de Sergipe, com 2700 km. A vazão total anual dos rios
que cortam o estado de Sergipe ou passam pelas fronteiras com outros
estados é da ordem de 58.765 milhões de m³/ano, sendo que deste total
anual de vazão 99,8% deve ser a vazão do rio São Francisco, o que dá uma
ideia da sua importância para o desenvolvimento do Estado.
e. Bacia hidrográfica do rio Vaza Barris: O Vaza-Barris é um rio de domínio
federal pois tem as suas nascentes no estado da Bahia. No limite do estado
de Sergipe, a extensão da bacia corresponde a 11.6% do território, o que
equivale 2.559 km2. O vale do Vaza Barris é parcialmente seco, pois
atravessa uma das regiões mais áridas do país, com pluviosidade máxima de
300 mm/ano. É perene, apenas, no seu baixo curso, onde sofre a influência
das marés.
f. Bacia hidrográfica do rio Real: E o marco divisor com o Estado da Bahia no
extremo do Estado de Sergipe. Desta forma, os municípios e afluentes
estão apenas nas margens esquerda no sentido montante-jusante, sendo,
portanto, uma bacia de domínio federal. Esta bacia compreende apenas 11, 6
% do território sergipano, o que compreende 2.558 km². Limita-se a norte
com a bacia do rio Piauí, a noroeste e oeste com a bacia do Vaza Barris. Em
virtude do curso do rio Real estar localizado na fronteira entre o Estado de
Sergipe e o Estado da Bahia, só estão inseridos em território sergipano os
tributários da margem esquerda: rio Mocambo, rio Caripau, rio Jabiberí, rio
Quixaba, rio Itamerim, rio Jibóia e rio Paripe, além de outros rios e riachos
de pequeno porte.

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Figura 3. Bacias hidrográficas de Sergipe; Fonte: http://jlpolitica.com.br/reportagem-
especial/sem-politicas-publicas-eficazes-bacias-hidrograficas-de-sergipe-sofrem

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Apesar da sua importância, mais de um bilhão de pessoas no mundo não tem
acesso à água limpa e milhares morrem por dia com a falta da água. No mundo
natural, muitos de nossos mais importantes recursos hídricos estão sendo
dragados e a metade das áreas alagadas foi perdida no processo de
desenvolvimento.
Os problemas que dizem respeito a água no nosso mundo jorram de nossa
incapacidade de resolver as necessidades básicas do ser humano e de nossa falta
de habilidade para equilibrar as necessidades do homem com as necessidades do
meio natural.
Política Nacional de Recursos Hídricos, está composta por um Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e está regida pela lei nº 9.433 de
1997. A lei se fundamenta pincipalmente nos seguintes entendimentos:
I - a água é um bem de domínio público;
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o
consumo humano e a dessedentação de animais;
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo
das águas;
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da
Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a
participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades.

Embora o estado de Sergipe possua oito bacias hidrográficas, apenas uma


delas apresenta elevado potencial, a do Rio São Francisco, que representa 95% do
potencial de recursos hídricos do estado, fornece cerca de 80% das águas
utilizadas para irrigação e mais de 50% das águas para o consumo humano. Os
principais problemas com relação as demandas por recursos hídricos em Sergipe se
referem com as secas no semiárido, o desmatamento, a ocupação desordenada do
solo, a poluição dos cursos de água e a drenagem urbana. Já para a poluição hídrica
são o esgoto industrial e doméstico, a disposição inadequada de resíduos sólidos e o
uso indiscriminado de agrotóxico e fertilizante, ou seja, causado pelo homem.
Já o estado de Alagoas possui 5 bacias hidrográficas, mas igualmente que o
estado de Sergipe também se utiliza bastante do Rio São Francisco para irrigação
e consumo humano.

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COMO CONSERVAR OS RECURSOS HÍDRICOS

Reduzir o consumo de água

Três atitudes nos ajudam a reduzir a necessidade de água, quando falamos no


contexto rural das comunidades que estamos inseridos.
O primeiro é conhecer o microclima que estamos inseridos, conhecer os
fatores locais nos ajudam a planejar o plantio das coisas certas e no momento
certo, por isso observar mudanças sutis na temperatura, medir a quantidade
de chuva.
O segundo é usar da prática de quebra-ventos, já que os ventos causam
ressecamento e erosão do solo, se utilizando de quebra ventos protegemos a
umidade do solo, mas também garantimos sombra, alimento para animais e
florada para abelhas.
O terceiro é agrupar as plantas pela necessidade de água, assim você pode
reduzir a irrigação em algumas zonas onde há espécies adaptadas à aridez.

Figura 4. Quebra vento favorecendo um micro clima; Fonte:


http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfDqwAK/manual-agroflorestal-a-mata-
atlantica?part=7

Use água de maneira eficiente

Um erro comum é irrigar demais, muita água prejudica uma plantação, mas
também resulta em um sistema de raízes rasas. O ideal é regar com pouca
frequência, mas profundamente, ou seja, bastante água duas a três vezes por
semana é melhor do que pouco todos os dias. Retire o mato das plantações, ele
compete por água e nutrientes do solo. Por fim, escolha os horários mais frescos
para irrigar, de manhã cedinho ou no fim do dia.

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Use água cinza

A água cinza é aquela que sai das pias, do banho e da lavagem de roupas.
Tem sabão, fibras e outros resíduos, mas não tem fezes humanas. Esta água pode
ser filtrada, purificada e reutilizada para irrigar pequenas plantações. A
Bioremediação das águas é um método cada vez mais popular e em muitos lugares
já é conhecida como “Bioágua”.

Figura 5. Sistema Bioágua; Fonte: projetodomhelder.gov.br

O óleo de cozinha contamina sua água

Uma gota de óleo de cozinha pode deixar 25 litros de água impróprios para
o consumo.
Um bom desafio é juntar o óleo de cozinha e fazer o próprio sabão.

SABÃO GEL
1 balde de plástico;
2 litros de água morna;
3 litros de óleo vegetal usado;
500 gramas de soda cáustica;
½ litro de álcool;
300 gramas de fubá.

Como fazer:
Coloque a água morna e o óleo vegetal no balde plástico e
misture Adicione a soda cáustica com cuidado, pq ela

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pode queimar, e novamente misture bem Feito isso
coloque o álcool e mexa vigorosamente Em um pote
separado dilua o fubá com um pouco de água Agora,
adicione a massa de fubá ao balde misturar bem por 10
minutos. Deixe o sabão descansar por 7 dias antes de
usar, importante descansar esse período para a soda
cáustica se dissipar.
ATENÇÃO!! Cuidado ao manejar a soda cáustica, use
máscaras e lembre-se de usar balde plástico, já que a
soda corrói o metal.

Figura 6. Sabão artesanal; Fonte: http://www.manualdomundo.com.br/2015/12/como-fazer-


sabao-na-garrafa-pet/

Aumente a capacidade do solo em captar a água da chuva

Faça uso da cobertura morta e do material da roçagem na agricultura. Essa


cobertura ajuda a proteger o solo e consegue reter a água por mais tempo
disponível para planta.

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Figura 7. Cobertura morta no solo; Fonte: http://comofazerhorta.com.br/cobertura-de-solo/

Os RECURSOS HÍDRICOS NA AGRICULTURA são importantes de ser


analisado porque ela utiliza muita água seja na agropecuária ou na agricultura
propriamente dita, seja na alimentação de animais ou nas grandes áreas irrigadas.
A agricultura moderna ensinou os grandes fazendeiros a salgar as suas terras,
através de práticas desmedidas de irrigação que somadas à fertilização química
dos solos ajuda a salinizar os solos. Um outro problema do uso intensivo da
agricultura do monocultivo é a desertificação, a consequência são as terras secas e
improdutivas.
Para prevenir esse tipo de consequências e conservar os recursos hídricos,
são indicadas algumas práticas que as comunidades rurais necessitam manter no
seu cotidiano prático para perseguir um caminho sustentável. Veja quais são:

ÁRVORES CRIANDO ÁGUA- O ciclo da água acontece desde a origem da


Terra a 4,5 bilhões de anos. O seu impacto é sentido em todo caminho da
atmosfera até vários quilômetros abaixo da superfície da terra. As árvores,
juntamente com o vento e grandes bacias aquáticas, têm um papel importante
nesse ciclo.
A água no ar é aquela evaporada da superfície de lagos e oceanos. Contém
algumas partículas de sal, mas é “limpa”. Uma pequena proporção poderá precipitar-
se como chuva (15 a 20%), mas a maioria desta água é condensada em noites claras,
ou em neblinas, nas superfícies frias das folhas (80 a 85%).
Assim, não é exagero dizer que as árvores são responsáveis por mais água
nos córregos e rios que a própria chuva. O resto penetra no solo, o que leva água
para o subsolo formando o lençol freático.
De modo geral, as árvores são em torno de 80% água e bombeiam grandes
quantidades do líquido para a atmosfera durante toda a vida. Para se ter uma idéia,
áreas florestadas têm de 5 a 6 vezes mais chuva do que nas áreas não florestadas.

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À medida que o ar sobe no interior das florestas, a condensação nas nuvens
aumenta e assim chove mais. O ar é fundamental nesse processo, pois em qualquer
situação onde o vento passe sobre uma linha de árvores ou bordas de florestas
altas (de 12 metros ou mais de altura) espirais de ventos se formam favorecendo a
condensação das nuvens e aumentando a quantidade de chuva em 40%.

REFLORESTAMENTO - Os rios têm


grande importância geológica, biológica, histórica
e cultural. Os rios são componentes essenciais do
ciclo hidrológico, já que agem como canais de
drenagem para a água superficial. Além disso, os
rios fornecem moradia, nutrição e meios de
transporte a inúmeros organismos. E deixam
Figura 8; Fonte: www.wikiparques.org depósitos de sedimentos valiosos, como argila e
cascalho.
No Brasil os rios fornecem grande parte da energia que utilizamos em nosso
dia-a-dia. Mas são o centro de muitas questões ambientais que preocupam nossa
sociedade.
Quando a vegetação da mata ciliar é removida ou severamente degradada, o
canal e a área em volta se tornam instáveis e muitas vezes os resultados são
catastróficos. O motivo mais comum para a derrubada da vegetação é o
desenvolvimento da agricultura.
O reflorestamento da mata ciliar, além de combater a erosão nas margens
dos cursos d’água, é uma forma eficaz de armazenamento de água na biomassa.

MARGENS DOS CURSOS D’ÁGUA-


Cursos d’água bem manejados e devidamente
povoados por plantas são recursos valiosos que
podem prover margens estáveis, filtragem de
poluentes, ótimos habitats para animais e ainda
aumentar o valor da propriedade.
Figura 9. Fonte:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br
Além disso, as grandes árvores em torno de cursos d’água são enormes
superfícies de condensação do vapor d’água. Para se ter uma ideia, uma mangueira
adulta pode atingir uma área de terra bem grande com interação de folhas,
troncos, galhos e frutos.
A planta nativa é aquela que ocorre naturalmente na região, ou seja, não foi
trazida de um lugar distante. As plantas nativas sobrevivem em seu local de origem
sem interromper processos ecológicos naturais, pois se adaptam facilmente às
condições da região. Sendo assim, escolha plantas nativas que fornecem a melhor
fonte de alimentação para a vida silvestre. Plantas nativas normalmente precisam

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de menos água e manutenção, elas também sustentam de 10 a 50 vezes mais
espécies da vida silvestre do que plantas não nativas.

Figura 10. Matas ciliares e assoreamento. Fonte: http://planetadoalan.blogspot.com/2016/03/o-que-


e-assoreamento.html

AGROFLORESTAS-Um pomar pode ser considerado uma floresta


sustentável de alimentos, o que chamamos de agrofloresta. Essa forma de
produção é talvez o setor da agricultura sustentável que cresce mais rapidamente
no mundo. Mesclando conhecimentos tradicionais, tecnologias e a força natural, a
agroflorestatem apresentado resultado efetivos na economia de insumos e
produção a longo prazo.
A Agrofloresta aumenta a biodiversidade, protege a vida selvagem, fornece
lenha, fertilizante, forragem, comida e ainda melhora o solo e aumenta a
quantidade de água beneficiando o produtor e o ecossistema local.
A policultura é uma prática essencial na criação de uma floresta de
alimentos. Ela inclui múltiplas culturas no mesmo espaço, imitando a diversidade de
um ecossistema natural.
Para plantar uma floresta de alimentos:
 Use adubação verde e leguminosas diretamente na área escolhida para
aumentar a fertilidade e fazer sombra para proteger o solo;
 Plante espécies rústicas de árvores locais. O importante é ter árvores que
são conhecidas por crescerem bem na região;
 Plante cobertura verde para reduzir a necessidade de água;
 Coloque pequenos animais que ajudam a manter a agrofloresta, eles
fornecerão adubo necessário para as árvores;
 Quando o solo estiver mais fértil, plante árvores frutíferas nobres.

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Figuras 11 e 12. Agroflorestas em diferentes estágios; Fonte: agrofloresta.net

ESTRATÉGIAS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA DA CHUVA-Cerca de 11


milhões de brasileiros não tem acesso à água através da rede de saneamento. Em
áreas rurais, apenas 9% das pessoas têm água potável vinda das redes de
tratamento, ou seja 91% dessa população se vira sem assistência pública (LEGAN,
2007).
A água da chuva é um recurso natural de importante valor, principalmente
nas regiões semiáridas, mas com grande potencial para comunidades rurais
desassistidas.
Nesse sentido é interessante citar as experiências desenvolvidas pela
Articulação do Semiárido Brasileiro- ASA, que desenvolveram diversos tipos de
cisternas interessantes para captar água da chuva, sendo elas: cisternas com
placas de cimento para captação da água da chuva a partir dos telhados; cisterna
calçadão; cisterna de enxurrada; e a mais recente cisterna telhadão.
A tecnologia social das cisternas veiopara somar melhores condições de
garantir a segurança alimentar e nutricional das comunidades rurais, além de
diversificar os hábitos alimentares dos agricultores do semiárido do nordeste
brasileiro.

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Figuras 13, 14, 15 e 16. Tipos de cisternas de captação de água da chuva; Fonte:
WWW.asabrasil.org.br

Outras tecnologias também são interessantes para conduzir a gestão dos


recursos hídricos como os canteiros econômicos de água e a círculo de bananeiras.

Figuras 17 e 18. Canteiro econômico e círculo de bananeiras; Fonte:


https://psicoplanta.com.br/2017/12/27/circulo-de-bananeiras/

TRATAMENTO DE ÁGUAS NEGRAS ATRAVÉS DA BET- BACIA DE


EVAPOTRANSPIRAÇÃO- A Bacia de Evapotranspiração, conhecida popularmente
como “fossa de bananeiras”, é um sistema fechado de tratamento de água negra,
aquela usada na descarga de sanitários convencionais. Este sistema não gera
nenhum efluente e evita a poluição do solo, das águas superficiais e do lençol
freático. Nele os resíduos humanos são transformados em nutrientes para plantas
e a água só sai por evaporação, portanto completamente limpa.
Um pré-requisito para o uso da BET é a separação da água servida na casa,
em cinza e negra. Apenas a água negra, a que sai dos sanitários, deve ir para a BET.
A água cinza, aquela que sai de pias e chuveiros, deve ir para outro sistema de
tratamento como um círculo de bananeiras.

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CONSTRUÇÃO PASSO-A-PASSO

1- Orientação em relação ao sol: Como a evapotranspiração depende em grande


parte da incidência do sol, a bacia deve ser orientada para a face norte (no
hemisfério sul) e sem obstáculos como árvores altas próximos à bacia, tanto
para não fazer sombra como para permitir a ventilação.
2- Dimensionamento: Pela prática, observou-se que 2 metros cúbicos de bacia
para cada morador é o suficiente para que o sistema funcione sem
extravasamentos. A forma de dimensionamento da bacia é: largura de 2m e
profundidade de 1m. O comprimento é igual ao número de moradores usuais
da casa. Para uma casa com cinco moradores, a dimensão fica assim: (LxPxC)
2x1x5 = 10 m3.
3- Bacia: Pode-se construir a bacia de diversas maneiras, mas visando a
economia sem descuidar da segurança, o método mais indicado de construção
das paredes e do fundo é o ferrocimento. As paredes ficam mais leves,
levando menos materiais. O ferrocimento é uma técnica de construção com
grade de ferro e tela de “viveiro” coberta com argamassa. A argamassa da
parede deve ser de duas (2) partes de areia (lavada média) por uma (1) parte
cimento e argamassa do piso deve ser de duas (3) partes de areia (lavada) por
uma (1) parte cimento. Pode-se usar uma camada de concreto sob (embaixo) o
piso caso o solo não seja muito firme.
4- Câmara anaeróbia: Depois de pronta a bacia e assegurada sua
impermeabilidade, mantendo-a úmida por três dias, vem a construção da
câmara que é super facilitada com o uso de pneus usados e o entulho da obra.
Como mostra a foto abaixo, a câmara é composta do duto de pneus e de
tijolos (bem queimados) inteiros alinhados ou cacos de tijolos, telhas e
pedras, colocados até a altura dos pneus. Isto cria um ambiente com espaço
livre para a água e beneficia a proliferação de bactérias que quebrarão os
sólidos em moléculas de micronutrientes.
5- Dutos de inspeção: Neste ponto pode-se iniciar a fixação dos 3 dutos de
50mm de diâmetro, conforme os desenhos deste boletim, para a inspeção e
coletas de amostras de água.
6- Camadas de materiais: Como a altura dos pneus é de cerca de 55cm, que
juntamente com a colmeia de tijolos de cada lado vão formar a primeira
camada (mais baixa) de preenchimento da bacia (câmara), irão restar ainda
45 cm em média para completar a altura da BET e mais 4 camadas de
materiais. A segunda camada é a de brita (+/- 10 cm). Nesse pode-se usar
uma manta de tela bem fina para evitar que a areia desça e feche os espaços
da brita. A terceira é a da areia (+/- 10 cm). E a quarta é a do solo (+/- 25

15
cm) que vai até o limite superior da bacia. Procure usar um solo rico em
matéria orgânica e mais arenoso do que argiloso. A última camada é a palha
que fica acima do nível da BET.
7- Proteção: Como a bacia não tem tampa, para evitar o alagamento pela chuva,
ela deve ser coberta com palhas. Todas as folhas que caem das plantas e as
aparas de gramas e podas, são colocadas sobre a bacia para formar um
colchão por onde a água da chuva escorre para fora do sistema. E para evitar
a entrada da água que escorre pelo solo, é colocada uma fiada de tijolos ou
blocos de concreto, ao redor da bacia para que ela fique mais alta que o nível
do terreno.
8- Plantio: Por último, deve-se plantar espécies de folhas largas como mamoeiro
(4), bananeiras (2), taiobas, caetés, etc. As bananeiras podem ser plantadas
de diversas maneiras. Mas eu prefiro usar o rizoma inteiro ou uma cunha
(parte de um rizoma) com uma gema vizível. Após fazer os buracos (no mínimo
30x30x30 cm) deve-se enchê-las com bastante matéria orgânica (palhas,
folhas, etc.) misturada com terra. O rizoma deve ficar há uns 10 cm, em
média, abaixo do nível do solo. Quando plantada a partir de rebentos (mudas),
posicione-os inclinados para fora, isso facilitará a colheita e o manejo das
bananeiras.

Figuras 19, 20 21 e 22. Fossa de Bananeiras; Fonte: https://www.setelombas.com.br/2010/10/bacia-


de-evapotranspiracao-bet/

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TEMAS COMPLEMENTARES

QUEIMADA

“é um procedimento de manejo

agropastoril, no qual se emprega o

fogo para limpeza de área para


Queima da palha e restolho da cana-de-açúcar.
(Fonte: Apostila PEA 2016/Ecossis) cultivo ou para queima de restos

de produção.” (IBAMA, 2016)

Queima de vegetação em área de Baixio para utilizar


para plantio – Fonte: INPE, 1999

As queimadas resultam em danos para:

 Vegetação;
 Fauna (biodiversidade);
 Paisagem;
 Solo,
 Água (recursos hídricos);
 Ar (ciclagem de nutrientes);
 Instalações agrícolas e os cultivos;
 Saúde humana.

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Efeitos das queimas sobre os recursos hídricos:

 Lançamento de poluentes químicos na atmosfera causando chuva ácida.


 A chuva ácida polui os rios e as fontes de água;
 A chuva ácida pode exterminar determinadas espécies de animais,
principalmente as do ambiente aquático.

Efeitos das queimadas na saúde humana devido a fumaça e as fuligens:

 Causam e/ou agravam doenças respiratórias como bronquite e asma;


 Provocam dores de cabeça, náuseas e tonturas; conjuntivites; irritação da
garganta e tosse; indução ao uso de broncodilatador (causa efeitos
colaterais indesejáveis como agressões ao estômago, rins e fígado), com
crianças e idosos sendo os mais afetados;
 Produzem alergias na pele;
 Agravam problemas gastrointestinais;
 Promovem complicações em pacientes com doenças cardiovasculares e/ou
pulmonares;
 Induzem efeitos danosos sobre o sistema nervoso;
 Produzem efeitos negativos no desenvolvimento do feto;
 Reduzem a percepção visual e a habilidade para realizar tarefas;
 Reduzem a concentração de oxigênio a níveis críticos. (Dias, 2009)

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CAÇA E TRÁFICO DE ANIMAIS
SILVESTRES

Assim como as queimadas, a caça


Apreensão de animais silvestre pelo Ibama em ação de
fiscalização2. predatória e ilegal causa sérios

danos ambientais, pois ameaça a

biodiversidade brasileira.

Operação de combate à pesca ilegal feita pelo


Ibama.3

A caça coloca em risco muitas espécies de animais, principalmente


mamíferos e aves, nos ambientes aquáticos tem-se a pesca predatória, que assim
como a caça causa sérios danos ambientais.
A pressão ambiental causada pela caça e pela pesca predatória normalmente
está associada a destruição do habitat dos animais, e isso pode levar várias
espécies à extinção.
A extinção de um animal, pode colocar em risco toda a cadeia alimentar de
um determinado ambiente, causando prejuízos a outros animais, como para o
próprio ser humano.

2
Fonte: https://www.ibama.gov.br/noticias/66-2015/233-ibama-apreende-armas-e-97-passaros-silvestres-
em-operacao-de-fiscalizacao-na-bahia
3
Fonte: https://www.ibama.gov.br/noticias/422-2017/1356-ibama-apreende-3-barcos-e-4-5-toneladas-de-
pescado-no-litoral-sul-do-rj

19
FONTES CONSULTADAS

EMBRAPA. Produção de frutas e hortaliças com o uso de água de chuva


armazenada em cisterna. Brasília: EMBRAPA, 2013.

LEGAN, Lúcia. Soluções Sustentáveis: Uso da Água na Permacultura.


Pirenopólis: IPEC, 2007.

IBAMA. Notícias: https://www.ibama.gov.br/noticias.

Matéria jornalística extraída do sítio eletrônico:


http://jlpolitica.com.br/reportagem-especial/sem-politicas-publicas-
eficazes-bacias-hidrograficas-de-sergipe-sofrem.

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