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SUMÁRIO
O QUE É AGROECOLOGIA? O QUE É AGRICULTURA SUSTENTÁVEL? ..................................................... 3
PLANEJANDO A PROPRIEDADE ........................................................................................................... 3
OBSERVANDO O SOLO........................................................................................................................ 4
O PAPEL DA MATÉRIA ORGÂNICA ....................................................................................................... 6
PREPARO DO SOLO ............................................................................................................................ 7
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 7
VANTAGENS DE UM SOLO BEM PREPARADO ...................................................................................................... 7
ETAPAS DO PREPARO DO SOLO ........................................................................................................................ 8
NUTRINDO O SOLO ....................................................................................................................................... 8
DANDO VIDA A PLANTA.................................................................................................................................. 9
BIOMASSA E ADUBAÇÃO VERDE ......................................................................................................... 9
MANEJO ................................................................................................................................................... 10
COMPOSTAGEM................................................................................................................................11
ESCOLHA DAS MATÉRIAS-PRIMAS ................................................................................................................... 12
PREPARO DA PILHA ..................................................................................................................................... 12
MATURIDADE DO COMPOSTO ....................................................................................................................... 12
CUIDADOS E RECOMENDAÇÕES GERAIS ........................................................................................................... 12
QUEBRA – VENTOS ............................................................................................................................14
IMPORTÂNCIA DOS QUEBRA-VENTOS ............................................................................................................. 14
COMO PLANTAR O QUEBRA-VENTO ............................................................................................................... 14
CONTROLE ALTERNATIVO DE PRAGAS E DOENÇAS .............................................................................16
O QUE É O CONTROLE ALTERNATIVO? ............................................................................................................ 16
OBJETIVOS E BENEFÍCIOS DESSE PROCESSO ...................................................................................................... 16
COMO AUMENTAR A PROTEÇÃO PARA AS PLANTAS E OS ANIMAIS? ...................................................................... 16
PRINCIPAIS TIPOS DE DEFENSIVOS ALTERNATIVOS ............................................................................................. 17
INFORMAÇÕES PARA UTILIZAÇÃO DOS DEFENSIVOS: .......................................................................................... 18
DANDO VIDA AO SOLO ................................................................................................................................ 18
ESCOLHA DOS ANIMAIS DE CRIAÇÃO .................................................................................................19
A IMPORTÂNCIA DA ESCOLHA DOS ANIMAIS..................................................................................................... 19
CONFORTO TÉRMICO................................................................................................................................... 19
ALIMENTAÇÃO ........................................................................................................................................... 19
DOENÇAS .................................................................................................................................................. 20
CONCLUSÃO ......................................................................................................................................20
FOGO E AGROECOLOGIA NÃO COMBINAM ........................................................................................21
A LEI DE PROTEÇÃO A FAUNA ............................................................................................................22

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O que é Agroecologia? O que é Agricultura Sustentável?

Agroecologia é uma ciência que estuda a relação entre as plantas, as


pessoas e o ambiente, ela surgiu como fruto da junção do conhecimento
tradicional com a pesquisa cientifica formando um novo jeito de ver o
mundo.
Ela abrange técnicas para produzir alimentos que não alterem a
produtividade da terra, através de uma respeitosa relação com a natureza.
Na agroecologia se utilizam métodos como composto orgânico, defensivos
naturais, rotação de culturas e a diversidade de plantas que serão assuntos
melhor discutidos na cartilha.
Na agroecologia o importante é manter uma paisagem diversificada e
equilibrada onde cada árvore, cada pássaro, o pomar, a horta, a lavoura, a
capineira sejam como órgãos de um corpo: um depende do outro e a saúde
de um é a saúde de todo o conjunto, incluindo o homem.

Figura 1- O que é Agroecologia

Planejando a Propriedade

Para um bom planejamento da propriedade devemos levar em conta o


quanto de trabalho e tempo gastamos para cada atividade do sítio, fazendo
com que as atividades que exigem mais trabalho fiquem mais próximas da
casa, realizando assim um planejamento por zonas. As zonas que precisam de

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maior manejo, como uma horta, ficam mais próximas e as que precisam de
menos manejo, como um pomar, ficam mais distantes.
No planejamento devemos levar em consideração a declividade do
terreno (para saber qual atividade iremos realizar nesta área), onde estão
localizadas as fontes de água, quais as atividades que já foram feitas na
área e quais as plantas típicas da região (que serão utilizadas por já estarem
mais acostumadas com o local).
Também devemos observar a velocidade máxima dos ventos (para a
colocação de quebra-ventos) e o percurso do sol. As áreas voltadas para o
norte são mais quentes e melhores para as culturas.
A escolha das plantas para lavoura pode ser feita perguntado aos
produtores vizinhos quais espécies ou cultivares de uma mesma espécie se
adaptam melhor na região. Para a escolha dos animais podemos usar a mesma
estratégia. O importante é que tenhamos mais de um tipo de planta e de
animal.

Figura 2- Planejando a propriedade

Observando o Solo

O manejo do solo é fundamental para a produtividade e a saúde.


Alguns cientistas desenvolveram sistemas complicados para descrever
diferentes qualidades de solo. Estes sistemas muitas vezes são estrangeiros

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e de difícil entendimento, o que pode causar confusão para quem quer,
simplesmente, criar uma horta bonita.
Mas não é preciso complicação para se ter um solo bom, podemos
conduzir um bom trabalho em nosso solo e nos nossos quintais, incorporando
princípios como:
 Cobertura vegetal;
 Cobertura verde;
 Esterco;
 Adubação verde;
 Plantas fixadoras de nitrogênio;
 Composto/compostagem;
 Minhocas;
 Biofertilizantes.

Figuras 3 e 4- Diferenças de um solo ruim e bom

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O Papel da Matéria Orgânica

Matéria orgânica é todo material que se decompõe na natureza, pode


ser um pedaço de madeira, esterco, resto de comida, enfim, tudo que
“apodrece” e pode ser utilizado como adubo. As atribuições da matéria
orgânica são:
 aumentar a capacidade do solo em armazenar água, diminuindo os
efeitos das secas;
 aumentar a quantidade de minhocas, besouros, fungos e bactérias
benéficas e outros organismos que são bons para o solo;
 aumentar a quantidade de microorganismos que fixam nitrogênio;
 melhorar a capacidade das raízes em absorver nutrientes do solo,
conforme a necessidade da planta;
 fundamental na estruturação do solo por causa da formação de
grumos que aumenta a penetração das raízes e a respiração do solo.

Está provado que a utilização da matéria orgânica no solo aumenta


bastante a resistência das plantas. Até animais tratados com forragens
produzidas em solos ricos em matéria orgânica são muito mais resistentes
às doenças comuns. As principais conseqüências da adubação orgânica podem
ser: menor gasto com insumos caros, ausência de pragas e doenças, maior

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renda nos cultivos, condição de vida mais saudável e melhor qualidade de
alimento.

Figura 5- Ciclo da matéria orgânica

Preparo do Solo

Introdução

Na agricultura orgânica o bom preparo do solo é fundamental, pois o


solo é o alicerce da produção. Devemos lembrar que solos tropicais são ricos
em microrganismos que trabalham com sua fertilidade natural e ajudam na
decomposição de matéria orgânica.
No preparo de solo primamos pela manutenção de sua cobertura
morta (palha) e pela melhor estrutura física e química.

Vantagens de um Solo Bem Preparado

 Favorece o crescimento de raízes;


 Mantém cobertura morta sobre a superfície;
 Apresenta boa infiltração e retenção de água;

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 Reduz no mínimo o risco de erosão;
 Explora a fertilidade natural do solo.

Etapas do Preparo do Solo

Para entendermos como poderíamos adequar nosso solo para a


produção orgânica podemos seguir algumas dicas:

1. Descompactação
Consiste em romper camadas densas do subsolo quando há
compactação em profundidade, o subsolador é tolerado, porém alguns
adubos verdes possuem esta capacidade, como por exemplo o feijão de
porco; crotalária; mucuna; feijão guandu; leucena; girassol; mamona etc.

Nutrindo o Solo

Depois do solo descompactado devemos preparar as condições para a


entrada das plantas ou dos animais, o primeiro passo é fazermos a nutrição
do solo. Práticas como análise de solo, correção do pH e manejo da
cobertura morta são importantes nesta etapa, mas em geral o uso de adubos
de baixa solubilidade permitidos na agricultura orgânica e adição de matéria
orgânica são os principais meios de nutrir o solo. Lembrando que as plantas
também têm este mecanismo, uma vez que extraem os nutrientes do solo,
elevam ate suas folhas e quando estas caem acabam adubando-o novamente.
Uso de adubos verdes e plantas adubadeiras (leucena, gliricídia)
também contribuem para a nutrição do solo.

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Figura 6- Plantando adubos verdes na roça

Dando Vida a planta

Apesar de não consistir numa prática de preparo do solo, dar vida a


planta é recomendado quando adotamos este método de agricultura.
Consiste em pulverizarmos sobre as plantas o próprio E.M. ou pulverizarmos
o crio, uma vez que este selecionará os microrganismos que contribuem para
a proteção e vigor da planta. A pulverização pode ser feita antes do
florescimento da planta e em pastagens a cada 45 dias.

Biomassa e Adubação Verde

O que é Biomassa?

Biomassa é a todo material vivo que esta acima do solo, por isso,
quanto mais tipos de plantas diferentes, maior é o equilíbrio da lavoura e da
criação. A cobertura vegetal do terreno deve ser feita porque proporciona
diversas vantagens como aumentar a vida do solo, favorecendo a presença
de microorganismos e minhocas, além de fornecer nutrientes essenciais
para as plantas e diminuir o trabalho e gastos com transporte de adubos. O
ideal é que toda biomassa seja produzida no local onde será utilizado, ou

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seja, devemos manter o máximo de palhada, plantando ate mesmo espécies
para este fim, como é o caso dos adubos verdes.

O que é Adubação Verde?

É uma técnica muito utilizada que consiste no plantio de espécies de


leguminosas (plantas que dão vagem, como feijão de porco e mucuna) e
outras, que atribuem ao solo o nitrogênio do ar, e diversas outras formas de
nutrientes.

Benefícios:
 Diminuem a compactação do solo;
 Disponibiliza os nutrientes do próprio solo;
 Melhora a estrutura do solo (protege da erosão e aumenta a
matéria orgânica);
 Aumenta a vida do solo (insetos, minhocas, microorganismos);
 Reduz a presença de ervas daninhas, pragas e doenças nas
culturas.

Como pode ser aplicada?

 Consorciada com a cultura principal;


 Na entressafra;
 Cultivada a parte, em área específica para posterior incorporação no
solo;
 Mantida permanentemente como cobertura do solo.

Manejo

Sua biomassa pode se cortada e incorporada preferencialmente antes


do florescimento, ou mantida até que complete seu ciclo nos casos das
plantas anuais. Pode-se também utilizar um plantio com diversas espécies
simultaneamente, porém deve-se levar em conta o objetivo e as
características das espécies.
Os adubos verdes são classificados quanto a sua época de plantio,
podendo ser de verão (por ex.: mucuna, feijão de porco, crotalária) ou não.

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Compostagem

O que é uma Compostagem?

Compostagem é um processo de transformação de material orgânico


(como esterco, palhada, restos de alimentos) em material rico em
nutrientes, de características desejáveis e de pronta utilização na
agricultura.
Como produto final da compostagem obtemos o composto. O composto
é um material fértil que apresenta nitrogênio, fósforo e potássio (N-P-K) e
micronutrientes como ferro, zinco, cobre, manganês dentre outros
alimentos para a terra.

2. Vantagens

 Melhora o crescimento das raízes;


 Aumenta a capacidade de infiltração e retenção de água
no solo;
 Aumenta a vida do solo, estimulando sua fertilidade
natural;
 Diminui o aparecimento de ervas daninhas (inços);
 Contribui para manutenção da temperatura e pH do solo.

3. Como Fazer

3.1. Escolha do Local

É importante na escolha do local procurar terrenos de fácil acesso


com pequena declividade (inclinação) para evitar acidentes e escorrimento
do churume caso haja muita chuva sobre o composto. O local deve possuir
água para aguar o composto e ser protegido contra sol direto e ventos
fortes. Outro ponto importante na escolha do local é a distância da matéria
prima para que não tenhamos muito trabalho transportando o material
utilizado. Por último recomenda-se colocar a pilha de composto a uma
distância mínima de 30 metros do local de captação de água (poços, açudes)
sempre em um nível mais baixo do que este.

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Escolha das matérias-primas

Podemos utilizar qualquer tipo de material orgânico para fazer as


pilhas como: esterco de animais, restos de alimentos, palha, folhas caídas
das árvores.

Preparo da Pilha

A compostagem é feita em montes não muito altos, arredondados e


compridos. Para iniciar a pilha devemos forrar o chão com uma camada de 15
centímetros de palha, tocos e gravetos para que possibilite a troca de ar
embaixo da pilha.
Após colocação destes materiais devemos molhar (tomando cuidado de não
encharcar o material orgânico) e então colocar 5 centímetros de esterco de
boi ou cavalo ou então 2 centímetros de esterco de frango. Colocamos
novamente 15 centímetros de palha e irrigamos ao ponto que comece a
escorrer e assim continuamos fazendo até que a pilha atinja 1,5 metros
(mais ou menos a altura do peito) e tomamos precaução para que a última
camada seja de palha. E interessante certificar que a largura não seja muito
maior que a altura e que no topo da pilha tenha mais ou menos 40 cm (dois
palmos). Seguindo essas instruções, em cerca de três meses o composto
estará pronto.

Maturidade do Composto

Um composto maduro apresenta cheiro de terra molhada, um cheiro


que não apresenta mais o cheiro característico de nenhum dos materiais que
foi utilizado na montagem da pilha.
O composto geralmente é utilizado 3 meses após sua montagem,
podendo ser antes ou depois conforme ação dos microrganismos (bactérias,
fungos, protozoários) e das condições de temperatura e umidade na qual ele
passou.

Cuidados e Recomendações Gerais

Devemos sempre colocar para adubar as plantas um material orgânico


bem compostado.
Podemos em geral aplicar o composto da seguinte maneira:

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Cultura Plantio Manutenção
Frutíferas 20 kG/ cova 10 kG/ planta / ano

Hortaliças 20 kG/ m2 de canteiro 5 kG/ m2 de canteiro

Grãos 3 ton/ ha 1 ton/ ha

Não podemos esquecer que o solo é composto em ¼ água, ¼ ar, quase


metade em minerais (45%) e somente um pouco de matéria orgânica (5%),
portanto adotar a prática de adubação por meio de adição de composto é
interessante para o sistema de produção, mas não deve ser utilizado como
única fonte de nutrientes para as plantas. Um solo com mais de 5% de
matéria orgânica passa a ter dificuldade de respirar, o que acaba
prejudicando todo o restante do processo de liberação de nutrientes e
crescimento das raízes.

Figura 7- a pilha do composto orgânico

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Quebra – Ventos

Importância dos Quebra-Ventos

O vento batendo diretamente nas plantas é ruim porque leva a


umidade que está nas folhas, fazendo as plantas ficarem ressecadas. Pode
causar arranhões na planta abrindo entrada para doenças, alem de causar
perdas de folhas e quebra de galhos.
O uso de quebra-ventos e cercas-vivas contribui para:
 Melhorar o clima da propriedade, uma vez que faz o ambiente
segurar a umidade;
 Diminuir a incidência de doenças que se aproveitam dos ferimentos
causados pelo vento;
 Aumenta a produção de biomassa, podendo fornecer adubação
verde para as faixas protegidas e forragem nas épocas de
escassez de pasto;
 Servem de abrigo para passarinhos, que controlam pragas das
lavouras e pomares e são fonte abundante de flores para criação
de abelhas;

Como Plantar o Quebra-Vento

Deve-se conhecer o sentido do vento na propriedade e fazer um


plantio em seqüência de modo a formar uma barreira contra o vento antes
que chegue nas culturas principais. A largura e altura do quebra-vento
devem ser maiores que a cultura principal, para que a área fique bem
protegida do vento.
Muitas espécies podem ser usadas para a formação de quebra ventos,
como: capim napiê para proteger feijão ou arroz, leucena para pimenta do
reino ou para um cafezal; grevílea robusta para um laranjal, sansão do campo
como quebra vento e cerca viva.
Nos animais, como porcos e galinhas, o vento direto também não é
bom porque podem prejudicar os indivíduos mais jovens, que são mais
sensíveis doenças de vias respiratórias.

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Figura 8- Quebra vento e incorporação de matéria orgânica

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Controle Alternativo de Pragas e Doenças

O que é o Controle Alternativo?

A Agroecologia utiliza-se de uma prevenção e controle de pragas e


doenças com alternativas ecológicas na agricultura. Nesta prática não se faz
uso de defensivos agroquímicos (agrotóxicos e adubos químicos).
Os defensivos alternativos são produtos biológicos, orgânicos,
naturais e minerais que são praticamente livres de toxinas e de baixa
agressividade para o homem e a natureza.

Objetivos e Benefícios desse Processo

- Melhorar a saúde do agricultor – evitando sua contaminação.


- Diminuir a ocorrência de pragas e doenças.
- Reduzir o custo financeiro da produção.
- Preservar o meio-ambiente, principalmente do solo e dos
mananciais de água.
- Livrar os agricultores da dependência externa (tornar a produção
independente).

Como Aumentar a Proteção para as Plantas e os Animais?

A Agroecologia trabalha de uma forma em que os processos da


produção se interagem. No controle ecológico de pragas e doenças não se
combate o parasita, se trabalha para diminuir sua infestação e no fortalecer
da planta. Sabe-se que plantas e animais saudáveis são mais resistentes a
ataques de pragas, doenças e alterações climáticas.
As pragas e doenças ocorrem em ambiente desequilibrado, e o
controle destas é apenas uma medida para resolver o problema imediato.
Portanto, para que defensivos naturais sejam eficientes, devemos utilizar
outras práticas, como:
- Empregar adubação orgânica e adubos verdes;
- Manter o solo sempre coberto, usando cobertura morta e o plantio
direto;
- Usar de quebra-ventos e cercas-vivas;
- Fazer rotação e consorciação de culturas;
- Aumentar a biodiversidade (diversidade de culturas);
- Fazer manejo seletivo do mato e promover o reflorestamento da
área.

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Lembre-se: SOLO DOENTE  PLANTA DOENTE  HOMEM DOENTE.

Figura 9- Coentro repelindo pragas de tomateiro

Principais Tipos de Defensivos Alternativos

- Caldas: Uma calda muito usada é a Bordalesa, que consiste numa


mistura de sulfato de cobre + cal virgem.
- Minerais e suas misturas: são por exemplo o sulfato de cálcio, o
Enxofre, o Bórax e o Sal.
- Biofertilizantes: são produtos que possuem componentes minerais
misturados a materiais orgânicos e restos de culturas, num processo de
fermentação. São usados ingredientes como o leite, o esterco de gado, o
carvão, os capins e outros.
- Controle biológico: consiste no emprego de alguma bactéria, vírus,
fungo ou inseto que ataque outro que causa danos à lavoura. Por exemplo, o
uso do vírus Baculovirus para controle de lagartas.
- Plantas Defensivas: uso de extratos, chás ou sucos de plantas para o
combate de pragas e doenças, como por exemplo: alho, confrei, fumo,
pimenta, urtiga, cravo de defunto e a árvore de Nim.
- Óleos e suas misturas: pode ser de origem mineral, vegetal ou de
peixe. Também pode ser aplicado puro ou adicionado a outros defensivos.
- Produtos orgânicos: podem ser usados sozinhos ou misturados entre
si ou com outros defensivos. Alguns exemplos são a cinza, a farinha de trigo,
o sabão.
- Métodos Práticos de iscas e armadilhas: é possível usar garrafas
plásticas transparentes com furos na parte do meio para atrair e capturar
moscas. Outro exemplo é fazer iscas açucaradas com defensivos.
- Urina de vaca: o uso da urina de vaca sobre os cultivos tem efeito
fertilizante, fortificante (estimulante de crescimento) e também o efeito
repelente devido ao cheiro forte.

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Informações para Utilização dos Defensivos:

Muitas receitas que já existem são usadas como prevenção, nutrição,


repelente e combates diretos. Os conhecimentos tradicionais devem ser
resgatados e utilizados nas produções.
Alguns ingredientes, principalmente os de origem vegetal, nem
sempre são fáceis de se encontrar; desta forma o agricultor deve procurar
cultivar as plantas na sua propriedade para tê-las sempre em condições de
utilização no momento oportuno.
Antes de aplicar qualquer produto alternativo para o controle de
praga ou doença, certifique-se da espécie de praga e/ou doença presente
nas plantas e animais e verifique se realmente o ataque é intenso e justifica
uma intervenção. O manejo ecológico no controle estabelece:
- Toda praga tem pelo menos um inimigo natural;
- Toda a planta pode suportar uma determinada quantidade/nível de
ataque de praga ou doença;
- Toda a lavoura pode atingir o equilíbrio na natureza;
- Todo controle pode ser seletivo. Usar produtos de menor efeito
sobre os inimigos naturais das pragas ou doenças.
- Toda planta com nutrição equilibrada e sadia dificilmente será
atacada por pragas ou doenças;
- Escolher a receita especifica para praga ou doença que possua
fácil disponibilidade dos ingredientes.

Dando Vida ao Solo

Uma vez o solo com os nutrientes necessários para a boa condução da


cultura buscamos dar vida a ele. Os microrganismos são essenciais nos solos
tropicais, eles degradam a matéria orgânica disponibilizando os nutrientes
que estavam indisponíveis no solo.
Para “viver” o solo podemos inserir microrganismos eficientes (E.M)
como produto comercial ou podemos confeccionar nosso próprio E.M. o que
chamamos de E.M. caipira.
Basta que coloquemos num copinho arroz cozido sem alho, cebola ou
qualquer condimento, depois vamos até uma mata e colocamos estes
copinhos em diversos lugares embaixo da serrapilheira (matéria orgânica
composta por folhas e restos vegetais que fica caídos no chão). Após uma
semana retornamos até os locais, tiramos os copinhos debaixo da
serrapilheira e selecionamos apenas aqueles que apresentarem coloração
azulada, esverdeada, amarelada ou alaranjada, descartando aqueles de
coloração parda a escura. Então diluímos este copinho com arroz e

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microrganismos em até 10 litros de água, coamos e pulverizamos sobre a
área de plantio. É importante que a pulverização seja feita no final da tarde
ou de manhã (antes do sol nascer).

Escolha dos Animais de Criação

A Importância da Escolha dos Animais

Os animais de criação têm que ser bem escolhidos para que


mantenham a saúde e produzam melhor. Para ter saúde, o mais importante é
que os animais sejam adaptados às condições locais, como clima, alimentação
e doenças. Se estiver fraco ou doente não vai ter energia para nos fornecer
leite, carne e ovos. Uma boa produção só existe com conforto e bem-estar
animal, isto é, clima agradável, água, alimento adequado disponível e ausência
de doenças. Para todos os animais que se pretende criar, é preciso se pensar
nestes fatores.
Como a maioria dos animais criados não são de origem do Brasil
devemos buscar variedades adaptadas ao nosso meio ambiente.

Conforto Térmico

O conforto térmico, isto é, clima agradável, é importante para o


animal se sentir bem e se alimentar mais. As vacas holandesas, por exemplo,
são de países frios e não suportam o calor ficando facilmente doentes. Para
oferecer conforto térmico para estes animais e necessário alto
investimento, então o pequeno produtor deve aproveitar as condições
naturais, evitando estas vacas.
Os frangos das granjas convencionais são outro caso de animal
bastante sensível às temperaturas. Por isso as cortinas e os aquecedores
das granjas têm que ser bem manejados para não fornecer muito nem pouco
calor e vento aos animais.
Para as criações extensivas, devem ser escolhidos animais mais
rústicos, que se adaptem melhor ao calor do nosso clima.

Alimentação

O alimento dá energia para o animal manter a saúde e produzir. No


caso dos herbívoros, animais que comem plantas, o animal deve ser adequado
ao pasto que o produtor possui para o alimento ser bem aproveitado. Se não

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for adaptado, o animal não digere bem o alimento. As cabras, por exemplo,
digerem plantas arbustivas que as vacas não conseguem aproveitar, e por
esta característica devem ser criadas em regiões onde o pasto não se
desenvolve bem, mas que existam plantas arbustivas.
O plantio no mesmo tempo de árvores e gramas, manejo silvipastoril,
e a prática de mudar a pasto controlando o crescimento do pasto, pastejo
rotacionado, são ferramentas muito boas na alimentação dos animais.
A necessidade de administração de sal mineral para os animais
herbívoros existe porque no local de origem destes animais o solo tem mais
minerais, e a falta desses minerais leva a doenças. Por isso os animais devem
receber suplementação com sal mineral.

Doenças

Alguns animais são muito sensíveis a doenças do nosso clima. Os


bovinos taurinos (como a vaca holandesa) pegam mais carrapatos e podem
ficar com besiose e anaplasmose, isto é, tristeza parasitária, que deixa os
bovinos fracos. Estes também são mais sensíveis a outras doenças, como
mastite, bernes e bicheiras. Como não são adaptadas às nossas condições,
não combatem os parasitas e infecções.
Do mesmo modo, os ovinos da raça Ile de France são mais sensíveis
em relação aos vermes que o Santa Inês.
Os suínos e aves usados em granjas também são mais sensíveis aos
parasitas em relação a animais que já são criados extensivamente.

Conclusão

Os animais mais indicados para criação são os mestiços, pois eles são
produtivos, resistentes e muito usados em criações a pasto. Estes animais,
por serem mais adaptados, ficam mais bem nutridos, tem mais conforto e
ficam mais saudáveis, gerando uma produção maior. As vacas de leite podem
ser Girolanda ou Gir leiteiro, os ovinos podem ser Santa Inês ou Deslanada,
e os caprinos podem ser Pardo Alpino. Para os suínos, são indicados os
Bicross ou Tricross e os frangos caipira podem ser os Label Rouge. Estas
são sugestões, é importante saber que cada lugar tem condições diferentes
e diversos animais podem se adaptar. De modo geral, devem ser escolhidos
animais mestiços que vivem próximos a sua propriedade, que já são
adaptados às condições locais.

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Figuras 10- Animais adaptados para agricultura familiar e nordeste

Fogo e Agroecologia não combinam!

Incendiar diretamente o solo afeta o espaço físico, as substâncias


minerais e as características biológicas do solo, ou seja, não é bom.
Com a utilização do fogo, fica complicado criar um espaço
agroecológico produtivo. Já está comprovado que o fogo não é uma
alternativa para a preparação dos solos. Proteger o solo é o oposto de
queimá-lo.
Os riscos de queimadas próximo a linhas de energia a partir de uma
coivara ou os malefícios da queimada nos canaviais devem ser denunciados,
pois prejudicam a saúde humana e do meio ambiente.
O fogo mata plantas, minhocas, raízes, microrganismos e pequenos
animais.
O fogo causa poluição do ar, redução da diversidade de plantas e
problemas na saúde humana.

Figuras 11- Queimada na agricultura e agroecologia protetora de solos

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A Lei de Proteção a Fauna

O Brasil tem uma lei de proteção a fauna (lei nº 5.197) que diz: “Os
animais de qualquer espécie, em qualquer fase do seu desenvolvimento e que
vivem naturalmente fora do cativeiro constituindo a fauna silvestre, bem
como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, são propriedade do Estado,
sendo proibida a sua utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha”.
Desse modo, é possível dizer, atualmente, que todo animal é protegido
por lei. A proteção da Fauna, proposta na lei, não coíbe somente os crimes
de caça predatória, tráfico de animais, comércio de peles etc.
A lei se preocupa em defender o meio ambiente, o local de vida dos
animais ( ninhos, abrigos e criadouros naturais). Mesmo o animal que está em
propriedade privada é protegido por lei. Assim, a prática inadequada de
atividade econômicas (agropecuária, agricultura, silvicultura) devem ser
denunciadas como crime ambiental.
No que diz respeito a caça, a lei proíbe sem exceções, a caça
profissional. Já a caça esportiva não é proibida somente em condições
regionais específicas, além disso, é necessária a autorização do poder
público.

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