Tarefa 2: Como evitar que sejamos presas de uma “pedagogia tomada
pela tecnologia”.
Gabriela Grossek começa por questionar-nos sobre que tipo de educação
desejamos no futuro e advoga que se aproveite a mudança de paradigma que estamos a viver, para mudar o ensino e a aprendizagem.
Este é o enquadramento necessário para a reflexão sobre como integrar a Web
2.0 na prática pedagógica e nos serviços prestados pela biblioteca escolar.
O texto da sessão refere o sujeito como estando “no centro da revolução
tecnológica”. Transpondo esta noção para o âmbito pedagógico, voltamos à já velha questão ou desiderato da aprendizagem centrada no aluno, sendo este o actor principal da construção do seu próprio conhecimento. O que me parece acontecer com a nova realidade da Web 2.0 é que processo de construção do conhecimento se centra não tanto no sujeito como nas relações entre sujeitos. Esta conectividade, interacção e partilha caracterizam a forma como as pessoas se relacionam agora na Internet. A capacidade de cada sujeito decidir, em cada momento, sobre aquilo que lhe interessa ou de que gosta e de, ao manifestar a sua opinião, influenciar um número incontrolável de outros sujeitos, coloca em causa o papel do professor neste processo. A biblioteca escolar que há poucos anos idealizávamos e procurávamos construir está agora desactualizada e obsoleta. O catálogo que muitos ainda se esforçam por construir é extremamente limitado, comparativamente com o que podemos disponibilizar recorrendo às tecnologias da Web 2.0.
As bibliotecas escolares e os professores bibliotecários vêem-se assim a
braços com a necessidade de dirigirem a sua acção em vários sentidos. Por um lado, precisam de se modernizar rapidamente através da formação, para fornecerem aos seus utilizadores serviços de qualidade que têm de passar pelo recurso à Web 2.0. O salto da biblioteca do século XX para a do século XXI é urgente. Por outro lado têm de tentar “ganhar” os professores para novas formas de organizar o ensino e a aprendizagem com recurso a ferramentas que muitos deles ainda desconhecem quase totalmente. Finalmente têm de evitar serem presas de uma pedagogia tomada pela tecnologia. A urgência da transformação pode acarretar este risco.
O que fazer, então, para o evitar?
Em primeiro lugar, equacionar como vamos alargar a colecção a novos
formatos, como vamos criar novas formas de disponibilizar a informação e de contactar com os utilizadores.
Em segundo lugar, e não menos importante, a meu ver, assegurar que o
recurso às novas ferramentas não se faça apenas para sossegar a consciência. Assim já não estamos desactualizados. Quem visitar os nossos espaços na Internet verá que não perdemos o pé. Mas... como é que os nossos utilizadores usam esses recursos? Que tipo de interacções se estabelecem? Será que os alunos aprendem com essas interacções? E aos professores, como chegar?
A biblioteca tem de mudar para promover a mudança. Os professores
bibliotecários têm de “sentir o entusiasmo e o gozo da mudança (referidos em A librarian’s 2.0 Manifesto) para os transmitir aos seus colegas e utilizadores”. É ainda necessário, de acordo com o mesmo Manifesto, “ter uma abordagem experimental à mudança e não ter medo de cometer erros”. Neste novo paradigma, o feed-back é rápido, imediato e as reformulações são uma rotina. “Qualquer estabilidade, além da aceitação da instabilidade, é insuficiente”, afirma Maness.
Não perder de vista os objectivos primeiros é essencial: queremos que os
alunos aprendam melhor, fiquem capazes de aprender sempre mais e desenvolvam as literacias críticas que lhes permitam escolher o que lhes é útil em cada momento.
As estratégias têm de ser construídas em parceria entre a BE, os professores e