Papaya Brasil - 2005

PROGRAMA DE PESQUISA DA EMBRAPA MANDIOCA E FRUTICULTURA TROPICAL

COM A CULTURA DO MAMÃO

Jorge Luiz Loyola Dantas, Aldo Vilar Trindade, Aloyséia Cristina da Silva Noronha, Antonio Souza do
Nascimento, Cecília Helena Silvino Prata Ritzinger, Cláudio Luiz Leone Azevedo, Hermes Peixoto Santos Filho,
Jailson Lopes Cruz, José Eduardo Borges de Carvalho, Marilene Fancelli, Nilton Fritzons Sanches, Paulo
Ernesto Meissner Filho

Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, CEP 44380-000, Cruz das Almas - BA, loyola@cnpmf.embrapa.br

INTRODUÇÃO

As pesquisas com mamão na Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical foram iniciadas nos anos 90, e,
desde então, o volume de pesquisas com esta cultura vem trazendo contribuições substanciais para a cadeia
produtiva da cultura. Os pesquisadores da Unidade e colaboradores têm desenvolvido pesquisas em diferentes
áreas, visando à obtenção de resultados que contribuam para a melhoria do sistema de produção dessa cultura.
O objetivo deste trabalho foi apresentar uma síntese das pesquisas ora em desenvolvimento.

TECNOLOGIAS GERADAS E PROJETOS EM ANDAMENTO

• Melhoramento genético do mamoeiro

Estão sendo desenvolvidas ações visando obter, selecionar e recomendar variedades, linhagens e híbridos
de mamoeiro produtivos tolerantes às principais doenças e pragas e adaptados às condições semi-áridas do
Nordeste Brasileiro. Como objetivos específicos destacam-se ações voltadas para o estabelecimento, para cada
genótipo de mamoeiro, o protocolo mais adequado para sua micropropagação em larga escala, definindo tipos de
explantes, meios de cultura e condições de aclimatação que proporcionem uma maior taxa de produção de
mudas. Coordenador: Jorge Luiz Loyola Dantas, DSc. Melhoramento Genético Vegetal. loyola@cnpmf.embrapa.br

• Plantas transgênicas
Eventos de mamoeiro transgênico Sunrise Solo, produzidos pela Embrapa em cooperação com a
Universidade de Cornell, contendo o gene da capa protéica (CP) de um isolado baiano do vírus da mancha anelar
(Papaya ringspot virus - PRSV) foram importados pelo CENARGEN em 1999 e multiplicados a campo em Brasília
em 2000. Sementes de 13 destas populações foram transferidas para a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
em 2001, onde ficaram aguardando licença para o plantio. Em 2003, foram semeadas em casa de vegetação e
inoculadas mecanicamente com o PRSV. As plantas resistentes foram transplantadas para campo em dezembro
de 2003 para sua multiplicação, uma vez que as sementes disponíveis apresentavam baixo poder germinativo, e
para avaliação de sua resistência em condições de campo. Em 2005, as sementes produzidas em Cruz das
Almas foram semeadas em casa de vegetação, sendo as plantas analisadas por PCR quanto à presença do gene
da CP e inoculadas mecanicamente com o PRSV. As plantas resistentes foram transplantadas para o campo
experimental onde estão sendo comparadas do ponto de vista agronômico com Sunrise Solo convencional. Neste
campo, será observada a manutenção da resistência ao PRSV e serão iniciadas análises para avaliar a
biossegurança destas plantas. Coordenador: Paulo Ernesto Meissner Filho, DSc. Virologia.
meissner@cnpmf.embrapa.br

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• Caracterização molecular do mamoeiro transgênico

Treze mamoeiros transgênicos da variedade Sunrise Solo, contendo o gene da capa protéica do PRSV
(Cp PRSV) e resistente ao vírus da mancha anelar foram transferidos da Embrapa Recursos Genéticos e
Biotecnologia para a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. Um total de 39 plantas originadas desses 13
materiais foram estabelecidas em campo na Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. As análises sintomatológicas
mostraram que das 39 plantas transgênicas, 22 não apresentavam sintomas e 17 mostravam sintomas da presença
do vírus, tanto em casa de vegetação como em campo. As análises efetuadas pela técnica da reação de
polimerização em cadeia (PCR) evidenciaram que das 22 plantas sem sintomas, 20 continham os genes CP
(capa viral) e Npt II (Neomiciana transferase, que confere resistência ao antibiótico canamicina). Por outro lado,
das 17 plantas enfermas, 14 (82,35 %) não continham esses dois genes, mostrando assim alta relação entre a
ausência do Cp PRSV e a suscetibilidade ao vírus. Seis populações (PTP01/06; PTP01/10; PTP02/38; PTP18/
04; PTP18/27; PTP28/104) com 50 indivíduos cada uma, oriundas de genitores selecionados em função da
presença do Cp PRSV, das características morfológicas, agronômicas e da ausência dos sintomas do vírus,
foram avaliadas para a presença do gene Cp PRSV por PCR. Segundo os resultados, em duas populações (PTP
01/06 e 18/04) o transgene estava presente em todos os indivíduos, indicando a condição de homozigose do
genitor. Nas populações PTP 01/10 e PTP 18/27, 45 plantas apresentavam o gene Cp PRSV, e em 5 o gene não
estava presente. Pode-se concluir que existe uma correlação entre a presença do gene da capa viral Cp PRSV e
a resistência à mancha anelar. Das 6 populações onde foi estudada a segregação do transgene, 4 mostraram
estar em homozigose. Coordenador: Alberto Duarte Vilarinhos, PhD. Biologia Molecular. vila@cnpmf.embrapa.br

• Micorrizas arbusculares no mamoeiro

Será avaliada a dependência micorrízica de genótipos gerados e selecionados em comparação com
plantas não-transgênicas. Será um indicador de possíveis alterações em processos não-alvo. Em outro plano de
ação, coordenado pela Embrapa Agrobiologia e em parceria com a Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical,
estão previstas avaliações das alterações na população de fungos micorrízicos do solo cultivado com transgênico,
como também de alterações neste da diversidade microbiana como um todo. A diversidade é importante para que
se tenha todos os processos naturais e importantes do solo em pleno funcionamento. Coordenador: Aldo Vilar
Trindade, DSc. Microbiologia dos Solos. aldo@cnpmf.embrapa.br

• Avaliação da interação de fungos micorrízicos arbusculares com isolados de solubilizadores de potássio

sobre o crescimento e a nutrição potássica de mudas de mamoeiro
Trata-se de estudo em que plântulas de mamoeiro serão inoculadas ou não com os fungos micorrízicos
arbusculares (FMAs) e cultivadas em casa de vegetação em solo adubado com rochas potássicas, na presença
e ausência de microrganimos solubilizadores. Será avaliado o crescimento das plantas, o teor de potássio nos
tecidos da parte aérea, a colonização micorrízica e o número de esporos de FMAs no solo rizosférico. Coordenador:
Aldo Vilar Trindade, DSc. Microbiologia dos Solos. aldo@cnpmf.embrapa.br

• Produção Integrada de mamão no Estado da Bahia

Nesse projeto foram inicialmente identificadas duas demandas de pesquisa em relação ao cultivo do
mamoeiro: manejo de pragas e doenças e manejo do solo, as quais foram priorizadas. Ações na área de fitossanidade
estão buscando racionalizar a aplicação de defensivos na cultura do mamoeiro por meio do monitoramento da
ocorrência de artrópodes (insetos e ácaros) e doenças fúngicas em áreas de produtores, seguindo as diretrizes
estabelecidas pelo Sistema de Produção Integrada de Frutas, regulamentadas por normas do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Para a execução do manejo integrado de pragas, têm sido realizadas
inspeções por meio de amostragens das pragas e dos inimigos naturais, de modo a fornecer dados seguros para

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as decisões de controle a serem tomadas. Um menor número de plantas na amostra, cujos resultados correspondam
ao total do talhão inspecionado, é o objetivo desta ação. As pragas monitoradas são ácaros branco, rajado e
vermelho, cigarrinha, cochonilha, mosca-branca, mancha-de-Corynespora, pinta-preta, podridão-preta, mancha-
chocolate, podridão-do-pé e inimigos naturais. Das pragas monitoradas, a mancha-de-Corynespora, a pinta-
preta, o ácaro-rajado, a cigarrinha e o ácaro-branco estiveram presentes em praticamente todas as avaliações.
Em face da não constatação de algumas pragas, a metodologia continuará sendo aplicada até o ano de 2006.
Quanto ao manejo de solos, o objetivo geral é avaliar a viabilidade agronômica de preparos, manejos de solo e
coberturas vegetais que possibilitem aumentar a produtividade do mamoeiro, pelo aumento da produtividade dos
solos de Tabuleiros Costeiros, garantindo mais sustentabilidade ambiental, econômica e competitividade de
mercado ao produtor. Coordenador: Jailson Lopes Cruz, DSc. Fisiologia Vegetal. jailson@cnpmf.embrapa.br

• Manejo de coberturas vegetais e sua interferência nas propriedades físicas do solo

Os resultados obtidos no município de Cruz das Almas - BA com as cultivares Sunrise Solo e Tainung 01
em um latossolo amarelo álico coeso dos Tabuleiros Costeiros com uso de coberturas vegetais no controle
integrado de plantas infestantes mostraram, após quatro anos, que houve um acréscimo de 13,8% na porosidade
total, 106,1% na macroporosidade, 877,9% na condutividade hidráulica saturada, redução de 13,3% na
microporosidade e 7,1% na densidade do solo nos tratamentos manejados com coberturas vegetais, demonstrando
que o manejo dessas coberturas, a subsolagem e a calagem + gesso agrícola são fundamentais no sistema de
produção dessa cultura nos solos de Tabuleiros Costeiros. Houve uma tendência dos tratamentos manejados nas
entrelinhas da cultura do mamão com leguminosas de proporcionarem os maiores impactos na melhoria das
propriedades físicas de um Latossolo Amarelo álico coeso. Esses mesmos tratamentos foram os que mais se
evidenciaram em produtividade, expressada pelo peso total de frutos, em toneladas por hectare, e em número
total de frutos por hectare. Quanto à disponibilidade de água, apesar dos tratamentos não diferirem entre si
(p<5%), houve uma tendência dos manejados com leguminosas e subsolagem contribuírem para que o solo
apresentasse mais disponibilidade de água para o mamoeiro quando comparados aos tratamentos mecanizados
e à vegetação espontânea. A subsolagem associada ao plantio de leguminosas de raízes agressivas é prática
recomendada como forma de romper as camadas adensadas dos solos de tabuleiros, o que proporciona maior
acúmulo de água no perfil, maior penetração das raízes em profundidade, menores possibilidades de erosão e,
conseqüentemente, melhores condições para um aumento de produtividade. Coordenador: José Eduardo Borges
de Carvalho, DSc. Solos e Nutrição de Plantas. jeduardo@cnpmf.embrapa.br

• Controle integrado de plantas infestantes com uso de coberturas vegetais e os efeitos biológicos no
solo
Os manejos de coberturas vegetais no cultivo do mamoeiro nas condições dos solos de Tabuleiros
Costeiros não promoveram alterações significativas na biomassa microbiana nas duas épocas amostradas (final
do período seco – maio – e final do chuvoso – novembro). A respiração basal sofreu influência dos manejos
apenas no final do período seco, sendo o controle de plantas infestantes com enxada em área total o que
apresentou maior taxa de respiração, seguido do manejo com subsolagem + feijão-de-porco nas entrelinhas da
cultura, diferindo significativamente dos demais tratamentos. O quociente metabólico (respiração basal/C-BM-
qCO2) e a atividade enzimática no solo não foram influenciados pelos manejos de coberturas verdes. O uso de
subsolagem associada ao plantio de feijão-de-porco nas entrelinhas com uso de calagem e calagem + gesso,
influenciou positivamente a população de microrganismos nitrificadores e oxidantes do nitrito. Neste estudo,
concluiu-se que a manutenção de uma cobertura verde nas entrelinhas do pomar foi importante para a atividade
dos microrganismos no solo, contudo dependeu da planta utilizada. Nesse caso, o feijão-de-porco foi importante
para a presença de bactérias nitrificadoras. Na análise de grupamentos e componentes principais, a subsolagem

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do solo foi o fator que mais aproximou os manejos na formação dos grupos, indicando que este manejo, associado
ao uso de leguminosas, teve forte influência nos atributos microbiológicos no solo. A presença das diferentes
espécies de plantas utilizadas como cobertura vegetal favoreceu a formação dos grupos de manejo que se
distanciaram do manejo em que o controle de plantas infestantes foi realizado com enxada em área total.
Coordenador: José Eduardo Borges de Carvalho, DSc. Solos e Nutrição de Plantas. jeduardo@cnpmf.embrapa.br

• Avaliação de coberturas vegetais como hospedeiras para o vírus da mancha anelar do mamoeiro
As plantas inoculadas não desenvolveram sintomas em resposta à inoculação com o PRSV-P, e os
testes sorológicos foram negativos para a presença do vírus. Estes resultados demonstram que o PRSV-P foi
incapaz de infectar sistemicamente as plantas-teste de feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), feijão caupi (Vigna
ungüiculata) e crotalária (Crotalaria juncea). Entretanto, todos os mamoeiros inoculados com esse vírus
desenvolveram sintomas sistêmicos da doença e apresentaram resultado positivo no teste sorológico. Os resultados
confirmam a informação de que o PRSV-P possui um ciclo de hospedeiras restrito, infectando apenas mamoeiro,
cucurbitáceas e chenopodiáceas, sendo o mamoeiro o seu hospedeiro natural de maior importância. Coordenador:
Antonio Souza do Nascimento, DSc. Entomologia. antnasc@cnpmf.embrapa.br

• Preparos, manejos de solo e coberturas vegetais na cultura do mamão ‘Sunrise Solo’ nos Tabuleiros
Costeiros da Bahia
Serão geradas e/ou validadas seguintes tecnologias: Avaliação da lâmina de irrigação mais adequada de
acordo com cada manejo do solo e da cobertura vegetal; Validação da cobertura vegetal mais adequada para
manutenção da umidade do solo e controle da matovegetação; Determinação do banco de sementes de acordo
com a cobertura do solo; Avaliação do uso da subsolagem; Identificação das plantas infestantes de maior importância
relativa; Avaliação da população de ácaros em função dos manejos de cobertura vegetal; Definição do melhor
tratamento com resultados no fenótipo da planta. A análise neste caso será feita em função do peso do fruto,
diâmetro do caule, número de frutos e menor quantidade de ácaros encontrados. Coordenador: Cláudio Luiz
Leone Azevedo, MSc. Fitotecnia. claudio@cnpmf.embrapa.br

• Eficiência agronômica de uma rocha portadora de potássio como fonte do nutriente para o mamoeiro
‘Sunrise Solo’
Busca avaliar, em condições de casa de vegetação, a eficiência agronômica de uma rocha portadora de
potássio (flogopitito-BA) como possível fonte alternativa para o fornecimento do nutriente à cultura do mamão,
tendo em vista a agricultura convencional e/ou orgânica. Coordenador: Jailson Lopes Cruz, DSc. Fisiologia Vegetal.
jailson@cnpmf.embrapa.br.

• Parasitismo de ninfas de Trialeurodes variabilis (Quaintance) (Hemiptera: Aleyrodidae) por Encarsia

hispida De Santis (Hymenoptera: Aphelinidae)
No Brasil T. variabilis foi constatada nos Estados de São Paulo, Espírito Santo e Bahia, e a sua importância
como praga da cultura vem aumentando consideravelmente nas regiões produtoras. Em outubro de 2004, foi
verificada infestação dessa mosca-branca em mamoeiro ‘Sunrise Solo’ em telado da Embrapa Mandioca e
Fruticultura Tropical. As plantas apresentavam idade de 158 dias após o transplante. Os parasitóides foram
identificados como pertencentes à espécie E. hispida. Embora essa espécie seja referida parasitando diversas
espécies de moscas-brancas, não é relatada sua ocorrência sobre T. variabilis. Além disso, trata-se do primeiro
registro de parasitismo de T. variabilis no Brasil. Coordenadora: Marilene Fancelli, DSc. Entomologia.
fancelli@cnpmf.embrapa.br

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• Efeito de diferentes dosagens de torta de mamona sobre Trialeurodes variabilis (Quaintance) (Hemiptera:
Aleyrodidae) e seu parasitismo em mudas de mamoeiro
Este estudo teve como objetivo a avaliação de diferentes doses de torta de mamona sobre a infestação
da mosca-branca e o seu parasitismo por Encarsia hispida De Santis. As doses de torta de mamona estudadas
foram 5, 10 e 15 g/vaso e testemunha. As variáveis avaliadas foram número de adultos, ovos, ninfas e porcentagem
de parasitismo. Houve efeito significativo das doses para número de insetos, sendo que as doses de 10 e 15 g/
vaso propiciaram menor população de adultos e ovos em relação à testemunha, ao passo que o número de ninfas
foi menor à dose de 10 g/vaso. O parasitismo de T. variabilis por E. hispida foi favorecido pela dose de 10 g/vaso
em folhas velhas. Coordenadora: Marilene Fancelli, DSc. Entomologia. fancelli@cnpmf.embrapa.br

• Efeito do óleo de nim e silicato de sódio sobre a mortalidade e oviposição de Bemisia tabaci biótipo B
em mamão
Os tratamentos avaliados foram óleo de nim (0,5%), silicato de sódio 63% SiO2 (0,8%) e água deionizada
(testemunha). O estudo foi realizado sob confinamento, utilizando-se minigaiolas com seções foliares de mamão
(‘Sunrise Solo’), após terem sido imersas durante 1 minuto nos tratamentos utilizados, com cinco casais de
mosca-branca por gaiola. As avaliações foram realizadas 18 e 40 h após a liberação dos insetos. A mortalidade
variou de 20 a 87% (1a avaliação) e de 49 a 94% (2a avaliação), nos tratamentos com silicato de sódio e óleo de
nim, respectivamente. A oviposição não foi inibida no tratamento com silicato de sódio. A alta mortalidade de
adultos obtida com o óleo de nim inibiu a oviposição de B. tabaci biótipo B. Coordenadora: Marilene Fancelli,
DSc. Entomologia. fancelli@cnpmf.embrapa.br

• Atratividade e preferência para oviposição de Bemisia tabaci biótipo B em genótipos de mamão (livre
escolha)
Os genótipos utilizados (CMF 018, CMF 036, Sunrise Solo e Tainung 01) foram dispostos ao acaso em
arenas (gaiolas de 90 x 90 x 60 cm de altura), utilizando-se uma planta de cada genótipo por arena. Em cada
arena, foram liberados 800 adultos de mosca-branca. A avaliação foi efetuada 72 horas após a instalação, sendo
registrado o número de adultos e de ovos nas faces adaxial e abaxial das folhas (/cm²). Observou-se um pequeno
número de adultos (vivos e mortos) na face abaxial das folhas. Na face adaxial, esse número foi ainda inferior. O
genótipo menos atrativo para adultos de mosca-branca foi CMF 018. Constatou-se maior número de ovos na face
abaxial das folhas. Foi verificada a ocorrência de dois grupos, destacando-se os genótipos CMF018, CMF036 e
Tainung 01 como não preferidos para oviposição quando comparados ao ‘Sunrise Solo’. Coordenadora: Marilene
Fancelli, DSc. Entomologia. fancelli@cnpmf.embrapa.br

• Preferência para oviposição de Bemisia tabaci biótipo B em genótipos de mamão (confinamento)

O ensaio foi realizado em câmara BOD, à temperatura de 21±1ºC, umidade relativa de 75±10% e fotofase
de 12 horas. Foram utilizadas as folhas apicais (2a e 3a a partir do ápice), sendo obtidas seções foliares em três
posições (lóbulo esquerdo, mediano e direito) dentro de cada genótipo. Foi utilizada minigaiola adaptada, que
consistia de uma placa plástica (diâmetro de 3 cm), contendo um pedaço da folha de mamão. Após a introdução
dos insetos, a minigaiola foi mantida com a face abaxial das folhas para baixo. Foram liberadas, em cada
minigaiola, 20 fêmeas de B. tabaci biótipo B, procedentes da criação estoque. Após 63 horas de infestação, não
se constataram diferenças significativas para o número de ovos entre os genótipos e as posições avaliadas.
Houve uma interação significativa entre genótipo e posição. Embora o mamoeiro não seja considerado um hospedeiro
preferencial para a mosca-branca, ele pode servir como cultura de sobrevivência na ausência de hospedeiro
adequado. Coordenadora: Marilene Fancelli, DSc. Entomologia. fancelli@cnpmf.embrapa.br

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• Uso de farelo de mamona e nim em mudas de mamoeiro infestadas pelo nematóide das galhas
Avaliou-se diferentes dosagens de torta de mamona e nim em mudas de mamoeiro inoculadas com
Meloidogyne incognita ou M. javanica. Observou-se tendência de menor desenvolvimento das plantas quando as
dosagens da torta de mamona foram entre 10 e 15 g/vaso e tendência ao aumento no crescimento das plantas à
medida que foram incrementadas as doses de torta de mamona e nim, respectivamente. Houve redução da
população de nematóides, com índice de galhas e massa de ovos situando-se entre 1 e 2. Atualmente, encontram-
se em andamento estudos relacionados à purificação e multiplicação de isolados de Rotylenchus reniformis e
Meloydogyne spp. sob condições de casa de vegetação. Coordenadora: Cecília Helena Silvino Prata Ritzinger,
PhD. Nematologia. cecilia@cnpmf.embrapa.br)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados apresentados e as ações em execução representam uma diretriz para as pesquisas com
mamoeiros visando propiciar melhorias no sistema de produção, as quais poderão ser amplificadas a partir da
interação com outras instituições que trabalham com a cultura.

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