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Corretor Automático: Uso do Hífen

Carol (?)

Rosana Sampaio Pinheiro

Tales Moreira de Carvalho

Emprega-se o hífen:
* em palavras compostas cujos elementos conservam sua autonomia fonética e
acentuação própria, mas perderam sua significação individual para construir
uma unidade semântica, um conceito único:

Amor-perfeito, água-marinha, beija-flor, quinta-feira, corre-corre, sempre-viva,


bem-te-vi, vitória-régia, ano-luz, decreto-lei, tio-avô, guarda-chuva.

C: O beija-flor voou até aquele jardim.

I: O beija flor voou até aquele jardim.

* para ligar pronomes átonos a verbos e à palavra eis:

Deixa-o, obedecer-lhe, ei-lo

C: Ei-lo aqui, o grande mestre!

I: Ei lo aqui, o grande mestre!

* em adjetivos compostos:

Mato-grossense, rio-grandense, latino-americano, à-toa, sem-par.

C: Conheci um mato-grossense na festa da faculdade.

I: Conheci um mato grossense na festa da faculdade.

* em vocábulos formados pelos adjetivos de origem tupi açu, guaçu e mirim, se


o elemento anterior acaba em vogal acentuada ou nasal:

Sabiá-guaçu, capim-açu, socó-mirim

C: O sabiá-guaçu canta o tempo inteiro naquela árvore.

I: O sabiá guaçu canta o tempo inteiro naquela árvore.

* em vocábulos formados por elementos e prefixos que têm acentuação própria


(tônicos):

Além: além-mar

Aquém: aquém-mar
Pós: pós-escolar

Pré: pré-nupcial

Pró: pró-alfabetização

Recém: recém-nascido

C: Toda a família foi visitar o recém-nascido.

I: Toda a família foi visitar o recém nascido.

*depois de circum-, mal- e pan-, antes de vogal, m, n ou h.

Pan-americano, mal-humorado, circum-navegação.

Obs.: Antes de outras letras, sem hífen:

Malcriado, malfeito, panteísmo, circumpolar.

C: Aquele senhor, apesar de mal-humorado, era boa pessoa.

I: Aquele senhor, apesar de mal humorado, era boa pessoa.

depois de bem- (como prefixo e não como advérbio), antes de palavras que
têm vida autônoma e quando a pronúncia exigir:

Bem-amado, bem-me-quer, bem-vindo.

C: Bem-vindo ao lar!

I: Bem vindo ao lar!

* nos encadeamentos de palavras: ponte Rio-Niterói, linha aérea Rio-Paris.

C: Houve um acidente na ponte Rio-Niterói.

I: Houve um acidente na ponte Rio Niterói.

Não se usará o hífen:


* Sempre que se obliterou a consciência da composição da palavra, o que
acontece quando um elemento se adaptou foneticamente ao vizinho ou perdeu
sua autonomia semântica;

Aguardente, girassol, madrepérola, malmequer, passatempo, pontapé, rodapé,


sobremesa, benquisto.

C: Ganhei um brinco de madrepérola.


I: Ganhei um brinco de madre-pérola.

* quando o prefixo (ou o elemento de composição) pode ser unido ou


aglutinado sem prejuízo da clareza ou sem promover pronúncias errôneas:

Aeroporto, aeromoça, audiovisual, bioquímico, fotoelétrico, supersônico

C: Meu pai é um excelente bioquímico.

I: Meu pai é um excelente bio-químico.

OBS: Ao se unirem os elementos desses vocábulos compostos, pode ocorrer:

a. a germinação do r e do: microrregião, fotossíntese.

C: Aquela microrregião precisa de mais investimento.

I: Aquela micro-região precisa de mais investimento.

b. a queda do h inicial do segundo elemento: turboélice

C: Aquele avião estragou um turboélice.

I: O avião estragou um turbo-hélice.

c. a elisão facultativa da vogal final do primeiro elemento: radiativo ou


radioativo, hidrelétrica ou hidroelétrica.

C: O Brasil possui grandes hidroelétricas.

I: O Brasil possui grandes hidro-elétricas.

* nas locuções

Da gema (=legítimo), um a um, de vez em quando, a fim de.

C: Ele é carioca da gema!

I: Ele é carioca da-gema!

Mas por serem consideradas palavras compostas e não locuções:

De mão-cheia, vice-versa, de meia-tigela, sem-par, sem-sal, tão-somente, à-toa


(adjetivo), sem-cerimônia.

C: Eu me simpatizo com ele e vice-versa.

I: Eu me simpatizo com ele e vice versa.

* em expressões do tipo:

Estrada de ferro, doce de leite, dona de casa, anjo da guarda.


C: Minha mãe é dona de casa.

I: Minha mãe é dona-de-casa.

Emprego do hífen nas formações por prefixação

* emprega-se o hífen nas palavras formadas com os prefixos gregos e latinos


aero-, agro-, ante-, anti-, arqui-, auto-, bio-, co-, contra-, eletro-, entre-, eco-,
extra-, ex-, geo-, hidro-, hiper-, inter-, infra-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-,
neo-, proto-, pan-, pseudo-, pluri-, retro-, semi-, super-, sub-, supra-, tele-, ultra-
, vice-.

a. quando o segundo elemento começa por h: anti-higiênico, co-herdeiro,


super-homem, pré-história, pan-helenismo, neo-helênico, sub-humano.

Exceções: desumano, inábil.

C: Lave a mão, não seja anti-higiênico!

I: Lave a mão, não seja anti higiênico!

b. quando o prefixo termina com a mesma vogal com que começa o segundo
elemento: anti-ibérico, supra-auricular, micro-ondas, semi-interno, auto-
observação.

Exceção: Excetua-se o prefixo co-, que se une, sem hífen, ao segundo


elemento iniciado por o: coordenar, cooperar, coordenação, coobrigado.

C: Ligue o micro-ondas para esquentarmos o pão.

I: Ligue o microondas para esquentarmos o pão.

c. nas formações com os prefixos circum- e pan-, antes de vogal h, m e n.


circum-navegar.

C: Os conquistadores da América fizeram uma circum-navegação.

I: Os conquistadores da América fizeram uma circum navegação.

d. nas formações com prefixos hiper-, inter- e super-, quando o elemento


começa por r: hiper-realismo, inter-racial.

C: Essa obra de arte é hiper-realista!

I: Essa obra de arte é hiperrealista!

e. nas formações com prefixos ex-: ex-aluno, sota-piloto.

C: O ex-aluno foi visitar a escola.

I: O ex aluno foi visitar a escola.


f. nas formações com os prefixos tônicos acentuados, pós-, pré-, pró-, nas
átonas, se justapõem ao elemento seguinte, sem hífen: pospor, prever.

C: Você não pode prever o futuro!

I: Você não pode pré-ver o futuro!

g. com o prefixo sub- antes de b, h e r: sub-humano, sub-raça, sub-


bibliotecário.

C: Muitos vivem em condições sub-humanas.

I: Muitos vivem em condições subumanas.

NOVA ORTOGRAFIA: Não se usará hífen

a. quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s,


caso em que as consoantes se duplicam: antirreligioso, antissemita, minissaia,
infrassom, ultrassonografia.

C. A mulher foi fazer sua primeira ultrassonografia.

I: A mulher foi fazer sua primeira ultra-sonografia.

b. quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com vogal


diferente: antiaéreo, autoestrada, autoaprendizagem.

C: A autoaprendizagem é muito difícil.

I: A auto-aprendizagem é muito difícil.

CASOS FACULTATIVOS (?) DEVIDO A IMPASSES

1. O Acordo Ortográfico dita que deve-se usar o hífen quando o prefixo termina
em vogal e a palavra seguinte inicia-se com a mesma vogal. É o caso de re-
escrever.

No Brasil, a grafia oficial das palavras é definida pela Academia Brasileira de


Letras no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP). Em sua 5ª
edição (2009), ele foi atualizado conforme as novas regras do Acordo
Ortográfico.

O VOLP traz sem hífen todos os termos com prefixo RE- seguidos da letra E.
Impasse 1:

Segundo o Acordo:

C: Re-escreva o trecho abaixo.

I: Reescreva o trecho abaixo.

Segundo VOLP:

C: Reescreva o trecho abaixo.

I: Re-escreva o trecho abaixo.

2. Dúvida: dia-a-dia e corpo-a-corpo levam hífen?

Segundo a regra antiga, as locuções adverbiais de modo compostas com duas


palavras repetidas não são hifenizadas. Exemplos: corpo a corpo, dia a dia,
face a face, passo a passo.

Porém, quando uma locução adverbial é substantivada, usa-se o hífen para


mostrar a aderência semântica, indicando que é possível trocá-la por um outro
substantivo similar.

Sem hífen, locução adverbial:

Sua saúde está melhorando dia a dia.

Os candidatos lutaram corpo a corpo nas eleições.

Com hífen, locução adverbial substantivada:

O meu dia-a-dia é muito agitado. (=cotidiano)

O corpo-a-corpo dos candidatos foi acirrado nas últimas eleições. (=confronto)

Já o Acordo Ortográfico diz que as locuções adverbiais em geral não devem


ser hifenizadas.

Base XV, parágrafo 6º

Nas locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais,


adverbiais, prepositivas ou conjuncionais, não se emprega em geral o
hífen,salvo algumas exceções já consagradas pelo uso (como é o caso de
água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao
deus-dará, à queima-roupa).

No texto do acordo as locuções adverbiais substantivadas não são citadas


explicitamente, então fica a dúvida se a regra vale para elas também.
Observe também, que o trecho em destaque explica que há "exceções já
consagradas pelo uso", que não perderão seu hífen. Fora os termos citados,
quais outros entrarão nesta exceção? Será que "dia-a-dia" e "corpo-a-corpo"
podem ser considerados "consagrados pelo uso"?

E agora?

Grafia Oficial

No Brasil, a grafia oficial das palavras é definida pela Academia Brasileira de


Letras (VOLP). Em sua 5ª edição (2009), ele foi atualizado conforme as novas
regras do Acordo Ortográfico.

Constam no VOLP, 5ª edição:

 dia a dia s.m.

 corpo a corpo s.m.2n.

Para locuções adverbiais não substantivadas, está claro: não use hífen.

Para locuções adverbiais substantivadas, segundo o VOLP: não use hífen.

Impasse 2:

Segundo o Acordo:

C. Meu dia-a-dia é agitado.

I: Meu dia a dia é agitado.

Segundo VOLP:

C: Meu dia a dia é agitado.

I: Meu dia-a-dia é agitado.

O CORRETOR AUTOMÁTICO NÃO ASSINALA NADA.


TABELA DE BALANÇO (sem contar os “Impasses”)

Marcações Não-marcações Acerto (%)

Corretas 0 25 100%

Incorretas 12 13 48%

Conclusão

Conclui-se que o corretor automático do Word é muito eficaz quando se


trata de não encontrar o erro nos usos corretos de hífen. Ele não marcou
nenhum termo que, de acordo com CEGALLA (2008), é considerado correto.

Em contrapartida, o corretor apresentou dificuldades para identificar os


termos incorretos e, por isso, acabou por não marcar muitos termos errôneos.
Por exemplo, o corretor não marcou palavras como “ultra-sonografia” e
“microondas”, claramente incorretas de acordo com CEGALLA (2008). No
entanto, quando escrevemos a palavra diretamente num Word que possui o
corretor atualizado, ele automaticamente muda para “ultra-sonografia” e “micro-
ondas”.

O que podemos perceber é uma espécie de inconstância do corretor


automático, cujas marcações e não-marcações chegam a ser paradoxais
muitas vezes.

Na verdade, o uso ou não do hífen ainda não está consolidado, porque,


muitas vezes, como podemos ver nos “impasses”, a gramática, as regras do
novo acordo e o VOLP não chegam a uma mesma conclusão, como é o caso
de “dia a dia”, “corpo a corpo”, “reescrita”, etc.

Nota-se, dessa forma, que a instabilidade do corretor automático é um


reflexo da incoerência das regras ortográficas da Língua Portuguesa e, mais
especificamente, do uso do hífen, que vem causando, mais do que nunca,
muitos transtornos.
Referências

CEGALLA, Domingos Paschoal, Novíssima gramática da língua portuguesa.


48° Ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.

Disponível em:

http://umportugues.com/. Acesso em 03/11, às 15:00.

Disponível em:

http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23. Acesso em
03/11, às 15:20.

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