Vous êtes sur la page 1sur 10

“A propósito dos novos filósofos e de um problema mais geral”: Entrev... about:reader?url=https://medium.com/mil-brechas/a-prop%C3%B3sit...

medium.com

“A propósito dos novos filósofos e de


um problema mais geral”: Entrevista
com Gilles Deleuze (1977)
Jocimar Dias Jr.
16-22 minutos

Transcrita de DELEUZE, Gilles; LAPOUJADE, David (org.). Dois


Regimes de Loucos: Textos e Entrevistas (1975–1995).
Tradução de Guilherme Ivo. São Paulo: Editora 34, 2016. p.
143–151. [As notas de rodapé da tradução não foram transcritas,
mas parte de suas informações foram aglutinadas ao texto, entre
colchetes].

— O que você pensa dos novos filósofos?


 — Nada. Acho que o pensamento deles é nulo. Vejo duas razões
possíveis para essa nulidade. Em primeiro lugar, procedem por
grandes conceitos, tão grandes quanto um vão de prédio: A lei, O
poder, O mestre, O mundo, A rebelião, A fé etc. Assim, eles
podem fazer misturas grotescas, dualismos sumários, a lei e o
rebelde, o poder e o anjo. Ao mesmo tempo, quanto mais fraco é
o conteúdo do pensamento, tanto mais o pensador ganha
importância, tanto mais o sujeito de enunciação se arroga
importância relativamente aos enunciados vazios (“eu, na medida
em que eu sou lúcido e corajoso, digo a vocês…, eu, na posição

1 of 10 07/04/2019 17:02
“A propósito dos novos filósofos e de um problema mais geral”: Entrev... about:reader?url=https://medium.com/mil-brechas/a-prop%C3%B3sit...

de soldado do Cristo…, eu, da geração perdida…, nós, na


medida em que fizemos o Maio de 68…, na medida em que não
nos deixamos enganar pelos semelhantes…”). Com esses dois
procedimentos, estão esculhambando o trabalho. Pois já faz
algum tempo que, em toda sorte de domínios, as pessoas
trabalham para evitar esses perigos aí. Tenta-se formar conceitos
de articulação fina, ou bastante diferenciada, para escapar das
grandes noções dualistas. E tenta-se resgatar as funções
criadoras que não mais passariam pela função-autor (na música,
na pintura, no audiovisual, no cinema, e mesmo na filosofia).
Esse retorno massivo a um autor ou a um sujeito vazio mui
vaidoso, e a conceitos sumários estereotipados, representa uma
força de reação deplorável. Está em conformidade com a reforma
Haby: um sério aminguamento do “programa” da filosofia.

— Você está dizendo isso porque B.-H. Lévy, em seu livro


Barbarie à visage humain [Barbárie com rosto humano],
atacou violentamente Guattari e você?
 — Não, não, não. Ele diz que há um liame profundo entre O anti-
Édipo e a “apologia ao putrefato sobre um instrumento de
decadência” (é assim que ele fala), um liame profundo entre O
anti-Édipo e os drogados. Pelo menos isto fará os drogados
rirem. Ele também disse que o CERFI [Centre d’Études de
Recherche e de Formation Institutionelle] é racista: aí já é ignóbil.
Faz muito tempo que eu queria falar dos novos filósofos, mas
não via como. Imediatamente, eles diriam: vejam como ele tem
inveja do nosso sucesso. A eles está reservado o ofício de
atacar, de responder, de responder às respostas. Já eu, só posso
fazer isso uma vez. Não responderei uma segunda vez. O que
mudou a situação para mim foi o livro de [François] Aubral e
[Xavier] Delcourt, Contre la nouvelle philosophie. Aubral e
Delcour tentam verdadeiramente analisar este pensamento, e

2 of 10 07/04/2019 17:02
“A propósito dos novos filósofos e de um problema mais geral”: Entrev... about:reader?url=https://medium.com/mil-brechas/a-prop%C3%B3sit...

chegam a resultados bastante cômicos. Fizeram um belo livro


tônico e foram os primeiros a protestar. Eles foram inclusive à
televisão para enfrentar os novos filósofos no programa
Apostrophes. Então, para falar como o inimigo, um Deus me
disse que eu deveria seguir Aubral e Delcourt, que eu tivesse
essa lúcida e pessimista coragem.

— Se é um pensamento nulo, como explicar que pareça ter


tanto sucesso, que se difunda e receba adesões como a de
Sollers?
 — Há vários problemas bem diferentes. Primeiramente, viveu-se
por muito tempo na França sob um certo modo literário das
“escolas”. Isso já é terrível, uma escola: sempre há um papa,
manifestos, declarações do tipo “eu sou a vanguarda”,
excomunhões, tribunais, reviravoltas políticas etc. Em princípio
geral, tem toda razão quem diz que passou sua vida se
enganando, pois sempre é possível dizer “eu passei por isso”.
Eis porque os stalinistas são os únicos a poderem dar lições de
antistalinismo. Mas enfim, por mais miseráveis que sejam as
escolas, não se pode dizer que os novos filósofos sejam uma
escola. A novidade real deles é que introduziram na França o
marketing literário ou filosófico, em vez de fazerem uma escola.
O marketing tem seus princípios particulares: 1) é preciso que
falem de um livro ou que o façam falar, mais do que o próprio
livro fala ou tem a dizer. No limite, é preciso que a batelada dos
artigos de jornais, de entrevistas, de colóquios, de programas de
rádio ou de tevê substituam o livro, que poderia muito bem nem
sequer existir. É por isso que o trabalho ao qual se entregam os
novos filósofos diz menos respeito aos livros que fazem do que
aos artigos a serem obtidos, aos jornais e teleprogramas a serem
ocupados, às entrevistas que devem conseguir, ao dossiê que
deve ser feito, ao número da Playboy. Existe nisso toda uma

3 of 10 07/04/2019 17:02
“A propósito dos novos filósofos e de um problema mais geral”: Entrev... about:reader?url=https://medium.com/mil-brechas/a-prop%C3%B3sit...

atividade que, nessa escala e nesse grau de organização,


parecia excluída da filosofia, ou excluir a filosofia. 2) E então, do
ponto de vista de um marketing, é preciso que o mesmo livro ou
o mesmo produto tenha várias versões, para convencer todo
mundo: uma versão devota, uma ateia, uma heideggeriana, uma
esquerdista, uma centrista, até mesmo uma chiracquiana ou
neofascista, uma “união da esquerda” nuançada etc. Daí a
importância de uma distribuição dos papéis de acordo com os
gostos. Existe um dr. Mabuse em [Maurice] Clavel, um dr.
Mabuse evangélico, [Christian] Jambert e [Guy] Lardreau são
Spöri e Pesch, os dois ajudantes de Mabuse (eles querem “botar
a mão na gola” de Nietzsche). [Jean-Marie] Benoist é o
mensageiro, é Nestor. [Bernard-Henri] Lévy é ora o empresário,
ora a script-girl, ora o apresentador alegre, ora o disc-jockey.
Jean Cau acha tudo isso uma beleza; [Alfred] Fabre-Luce vira
discípulo de [André] Glucksmann; reedita-se [Julien] Benda, para
as virtudes do clero. Que estranha constelação.
Na França, Sollers havia sido o último a fazer uma escola à velha
maneira, com papismo, excomunhões, tribunais. Suponho o que
ele tenha dito a si mesmo, quando ficou sabendo deste novo
empreendimento, que tinha razão, que era preciso fazer uma
aliança e que seria muito imbecil deixar que isso escapasse. Ele
chega atrasado, mas decerto viu algo. Pois essa história de
marketing do livro de filosofia é realmente nova, é uma ideia, era
“preciso” tê-la. Que os novos filósofos restaurem uma função-
autor vazia, e que procedam com conceitos furados, toda esta
reação não impede um profundo modernismo, uma análise
bastante adaptada da paisagem e do mercado. Aliás, acredito
que alguns dentre nós possam até mesmo experimentar uma
curiosidade benevolente por essa operação de ponto de vista
puramente naturalista ou entomológico. Para mim é diferente,
pois o meu ponto de vista é teratológico: é um horror.

4 of 10 07/04/2019 17:02
“A propósito dos novos filósofos e de um problema mais geral”: Entrev... about:reader?url=https://medium.com/mil-brechas/a-prop%C3%B3sit...

— Se é uma questão de marketing, como você explica que


tenha sido preciso esperar por eles e que tenha chegado a
hora de isso eventualmente fazer sucesso?
 — Por várias razões, que nos ultrapassam e ultrapassam até eles
próprios. André Scala analisou recentemente uma certa
reviravolta nos entrelaces jornalistas-escritores, imprensa-livro. O
jornalismo tomou, em ligação com a rádio e a tevê, cada vez
mais vivamente consciência de sua possibilidade de criar o
acontecimento (as fugas controladas, Watergate, as
sondagens?). E assim como tinha menos necessidade que se
reportar a acontecimentos exteriores, pois criava grande parte
deles, tinha menos necessidade também de se reportar a
análises exteriores ao jornalismo, ou a personagens do tipo
“intelectual”, “escritor”: o jornalismo descobria em si próprio um
pensamento autónomo e suficiente. Eis por que, no limite, um
livro vale menos que o artigo de jornal sobre ele ou a entrevista
que ele ocasiona. Os intelectuais e os escritores, mesmo os
artistas, são portanto incitados a devirem jornalistas caso
queiram se conformar às normas. É um novo tipo de
pensamento, o pensamento-entrevista, o pensamento bate-papo,
o pensamento-minuto. Imagina-se um livro que diria respeito a
um artigo de jornal, e não mais o inverso. Os entrelaços de força
entre jornalistas e intelectuais mudaram completamente. Tudo
começou com a tevê e os números de adestramento por que
passaram os intelectuais condescendentes na mão dos
entrevistadores. O jornal não precisa mais do livro. Não estou
dizendo que esse reviramento, essa domesticação do intelectual,
essa jornalização seja uma catástrofe. É mais ou menos assim:
no mesmo momento em que a escrita e o pensamento tendiam a
abandonar a função-autor, no momento em que as criações já
não passavam pela função-autor, esta foi recuperada pela rádio,
pela tevê e pelo jornalismo. Os jornalistas devinham os novos

5 of 10 07/04/2019 17:02
“A propósito dos novos filósofos e de um problema mais geral”: Entrev... about:reader?url=https://medium.com/mil-brechas/a-prop%C3%B3sit...

autores, e os escritores que ainda ansiavam por serem autores


deviam passar pelos jornalistas ou devirem seus próprios
jornalistas. Uma função caída num certo descrédito encontrava
uma modernidade e um novo conformismo, ao mudar de lugar e
de objeto. É isso que tornou possível as empresas de marketing
intelectual. Será que existem outros usos atuais para a tevê, a
rádio ou jornal? Evidentemente, mas essa não é mais a questão
dos novos filósofos. Eu gostaria de falar sobre isso daqui a
pouco.
Há uma outra razão. Estamos há um bom tempo em período
eleitoral. Ora, as eleições não são um ponto local, nem um dia,
uma data certa. É como uma grade, que atualmente afeta a
nossa maneira de compreender e até mesmo de perceber.
Assentam-se todos os acontecimentos, todos os problemas,
sobre essa grade deformante. As condições particulares das
eleições hoje em dia fazem com que o limiar habitual de
babaquice suba. É sobre essa grade que os novos filósofos se
inscreveram desde o início. Pouco importa que alguns deles
dentre eles tenham sido imediatamente contra a união da
esquerda, enquanto outros teriam ansiado por fornecer mais um
brain-trust a Mitterrand. Uma homogeneização das duas
tendências foi produzida, principalmente contra a esquerda, mas
sobretudo a partir de um tema que estava presente já em seus
primeiros livros: o ódio a 68. Disputavam para ver quem
vilipendiava melhor o Maio de 68. É em função desse ódio que
eles construíram seus sujeitos de enunciação: “Nós, na medida
em que fizemos o Maio de 68 (???), podemos dizer que era tolice
e que não o faremos mais”. Para vender, eles têm apenas um
rancor de 68. É nesse sentido, seja qual for a posição deles
relativamente às eleições, que se inscrevem perfeitamente na
grade eleitoral. A partir disso, tudo passa pela grade, marxismo,
maoismo, socialismo etc., não porque as lutas reais teriam feito

6 of 10 07/04/2019 17:02
“A propósito dos novos filósofos e de um problema mais geral”: Entrev... about:reader?url=https://medium.com/mil-brechas/a-prop%C3%B3sit...

com que novos inimigos surgissem, novos problemas e novos


meios, mas porque A revolução deve ser declarada impossível,
uniformemente e em todos os tempos. Eis por que todos os
conceitos que começavam a funcionar de uma maneira bastante
diferenciada (os poderes, as resistências, os desejos, mesmo a
“plebe”) são novamente globalizados, reunidos na insossa
unidade do poder, da lei, do Estado etc. Eis porque também o
Sujeito pensante volta à cena, pois a única possibilidade da
revolução, para os novos filósofos, é o ato puro do pensador que
a pensa como impossível.
O que me desagrada é bastante simples: os novos filósofos
fazem uma martirologia, o gulag e as vítimas da história. Vivem
de cadáveres. Descobriram a função-testemunha, que é a
mesma coisa que a função de autor ou de pensador (vejam o
número da Playboy: nós somos as testemunhas…). Porém,
jamais teriam havido vítimas se elas tivessem pensado como
eles, ou falado como eles. Foi preciso que as vítimas pensassem
e vivessem de uma maneira completamente distinta, para dar
matéria àqueles que choram em seu nome, e que pensam em
seu nome, e que dão lições em seu nome. Os que arriscam a
própria vida geralmente pensam em termos de vida, e não de
morte, amargor e vaidade mórbida. Os resistentes são, na
verdade, grandes viventes. Nunca alguém foi colocado na prisão
pela sua impotência e pelo seu pessimismo, ao contrário. Do
ponto de vista dos novos filósofos, as vítimas se deixaram
capturar por que ainda não haviam compreendido aquilo que os
novos filósofos compreenderam. Se eu fizesse parte de uma
associação, levantaria uma queixa contra os novos filósofos, que
desprezam um pouco demais os habitantes do gulag.

— Você não estaria, ao denunciar o marketing, militando


pela concepção do velho livro ou pelas escolas à maneira

7 of 10 07/04/2019 17:02
“A propósito dos novos filósofos e de um problema mais geral”: Entrev... about:reader?url=https://medium.com/mil-brechas/a-prop%C3%B3sit...

antiga?
 — Não, não, não. Não há necessidade alguma de uma escolha
dessas: ou marketing, ou velha maneira. Essa escolha é falsa.
Tudo o que atualmente ocorre de vivo escapa a essa alternativa.
Veja como trabalham os músicos, como as pessoas trabalham
nas ciências, como certos pintores tentam trabalhar, como
geógrafos organizam o seu trabalho (cf. a revista Heródote). O
primeiro traço são os encontros. De modo algum os colóquios ou
os debates, mas, trabalhando em um domínio, encontram-se
pessoas que trabalham num domínio totalmente outro, como se a
solução viesse sempre d’alhures. Não se trata de comparações
ou de analogias intelectuais, mas de intersecções efetivas, de
cruzamentos de linhas. Por exemplo (esse exemplo é importante,
porque os novos filósofos falam bastante de história da filosofia),
André Robinet renova, hoje, a história da filosofia com
computadores; ele encontra forçosamente Xenakis. Que
matemáticos possam fazer com que um problema de outra
natureza evolua e se modifique, isso não significa que o
problema receba uma solução matemática, mas que ele
comporta uma sequência matemática que entra em conjugação
com outras sequências. É assustadora a maneira pela qual os
novos filósofos tratam “a” ciência. Encontrar com o seu próprio
trabalho o trabalho dos músicos, dos pintores ou dos cientistas é
a única combinação atual que não se coaduna nem com as
velhas escolas nem com um neomarketing. São esses pontos
singulares que constituem focos de criação, funções criadoras
independentes da função-autor, destacadas da função-autor. E
isso não vale somente para cruzamentos de domínios diferentes;
cada domínio, cada pedaço de domínio, por pequeno que seja, já
é feito de tais cruzamentos. Os filósofos devem vir de qualquer
lugar: não no sentido em que a filosofia dependeria de uma
sabedoria popular espalhada por aí, mas no sentido em que cada

8 of 10 07/04/2019 17:02
“A propósito dos novos filósofos e de um problema mais geral”: Entrev... about:reader?url=https://medium.com/mil-brechas/a-prop%C3%B3sit...

encontro a produz, ao mesmo tempo em que define um novo


uso, uma nova posição de agenciamentos — músicos selvagens
e rádios piratas. Muito bem, cada vez que as funções criadoras
desertam assim a função-autor, vemos esta se refugiar em um
novo conformismo de “promoção”. É toda uma série de batalhas
mais ou menos visíveis: o cinema, a rádio a TV são a
possibilidade de funções criadoras que destituíram o Autor; mas
a função-autor se reconstitui ao abrigo dos usos conformistas
dessas mídias. As grandes produtoras voltam a fomentar um
“cinema de autor”; Jean-Luc Godard encontra então o meio para
fazer com que a criação passe na televisão; mas a poderosa
organização da tevê tem as suas próprias funções-autor, pelas
quais impede a criação. Quando a literatura, a música etc.
conquistam novos domínios de criação, a função-autor se
reconstitui no jornalismo, que vai sufocar suas próprias funções
criadoras e as da literatura. Novamente, nos deparamos com os
novos filósofos: eles reconstituíram um aposento sufocante,
asfixiante, lá por onde passava um pouco de ar. É a negação de
toda política e de toda experimentação em suma. Eu os condeno
por que fazem um trabalho de porco; e porque esse trabalho se
insere em um novo tipo de entrelace imprensa-livro perfeitamente
reacionário: novo, sim, porém conformista ao extremo. Não são
os novos filósofos que importam. Mesmo que desapareçam
amanhã, seu empreendimento de marketing será recomeçado.
Com efeito, este representa a submissão de todo pensamento às
mídias; simultaneamente, dá a essas mídias o mínimo de
garantia e de tranquilidade intelectuais para sufocar as tentativas
de criação que fariam com que as próprias mídias se mexessem.
Há tantos debates cretinos na televisão, tantos filminhos
narcísicos de autor — quanto menos há de criação possível na
tevê e alhures. Eu gostaria de propor uma carta dos intelectuais,
na situação atual em que estão relativamente a mídia, levando

9 of 10 07/04/2019 17:02
“A propósito dos novos filósofos e de um problema mais geral”: Entrev... about:reader?url=https://medium.com/mil-brechas/a-prop%C3%B3sit...

em conta as novas conexões de forças: recusar, fazer valerem as


exigências, virar produtores, em vez de serem autores aos quais
só resta a insolência dos domésticos ou o brilho de um clown
serviçal. Beckett, Godard souberam se virar e criaram de duas
maneiras bem diferentes: há muitas possibilidades no cinema, no
audiovisual, na música, nas ciências, nos livros… Mas os novos
filósofos são verdadeiramente a infecção que se esforça para
impedir tudo isso. Nada de vivo passa por eles, mas terão
cumprido sua função se ocuparem a cena o suficiente para
mortificar alguma coisa.

10 of 10 07/04/2019 17:02

Vous aimerez peut-être aussi