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UNIVERSIDADE DE ARARAQUARA – UNIARA

NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA


CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TRABALHO DOCENTE E EDUCAÇÃO
MUSICAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL

MATERIAL PEDAGÓGICO PARA ENSINO COLETIVO DE VIOLINO, VIOLA,


VIOLONCELO E CONTRABAIXO

Davi Corrêa Bueno

ARARAQUARA, JUNHO DE 2017


UNIVERSIDADE DE ARARAQUARA – UNIARA
NÚCLEO DE ENSINO A DISTÂNCIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TRABALHO DOCENTE E EDUCAÇÃO
MUSICAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL

MATERIAL PEDAGÓGICO PARA ENSINO COLETIVO DE VIOLINO, VIOLA,


VIOLONCELO E CONTRABAIXO

Davi Corrêa Bueno


Projeto de pesquisa apresentado como
requisito parcial para a posterior
elaboração de Trabalho de Conclusão
de Curso.
Orientador(a): Dra. MARTA REGINA
SENE

ARARAQUARA, JUNHO DE 2017


DECLARAÇÃO

Eu, Davi Corrêa Bueno, declaro ser o(a) autor(a) do texto apresentado
Trabalho de Conclusão de Curso, no programa de pós-graduação lato sensu em
TRABALHO DOCENTE E EDUCAÇÃO MUSICAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL E
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL com o título “MATERIAL
PEDAGÓGICO PARA ENSINO COLETIVO DE VIOLINO, VIOLA, VIOLONCELO E
CONTRABAIXO”.
Afirmo, também, ter seguido as normas do ABNT referentes às citações
textuais que utilizei e das quais eu não sou o(a) autor(a), dessa forma, creditando a
autoria a seus verdadeiros autores.
Através dessa declaração dou ciência de minha responsabilidade sobre o
texto apresentado e assumo qualquer responsabilidade por eventuais problemas
legais, no tocante aos direitos autorais e originalidade do texto.

Araraquara, ___ de _______ de ______.

_____________________________________
Assinatura do autor(a)
DAVI CORRÊA BUENO

MATERIAL PEDAGÓGICO PARA ENSINO COLETIVO DE VIOLINO,


VIOLA, VIOLONCELO E CONTRABAIXO

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como exigência parcial para
a finalização do Curso de Especialização
em TRABALHO DOCENTE E
EDUCAÇÃO MUSICAL NA EDUCAÇÃO
INFANTIL E ANOS INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL pela Universidade de
Araraquara– Uniara.
Orientadora: Dra. MARTA REGINA SENE

Data da defesa/entrega: ___/___/____

MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA:

Presidente e Orientador:

Membro Titular:

Membro Titular:

Média______ Data: ___/___/____

Universidade de Araraquara
Araraquara- SP
Dedico a todos os professores que sempre
fazem o melhor para os seus alunos.
“Não precisamos procurar talentos ou habilidades específicas e inatas.
Um ambiente superior terá maior efeito na criação de habilidades superiores.”
Shinichi Suzuki
RESUMO

O presente estudo tem o objetivo de criar um método musical de cordas


friccionadas (violino, viola, violoncelo e contrabaixo) que se adeque as necessidades
e realidade dos alunos de música. Para desenvolver esse método musical,
primeiramente foram analisados alguns métodos que já existem no mercado para
compreender como cada está estruturado, ou seja, quais os objetivos que cada
método se propõe atingir, qual é a estrutura dos exercícios musicais e explicações.
Após análise desses materiais e reflexão sobre os objetivos que eu tenho em sala
de aula, foi possível criar arranjos musicais que se adequem a realidade dos alunos
e os materiais foram ordenados de forma a ser usado como um método, ou seja,
inicia-se por exercícios simples e aos poucos são adicionados novos conteúdo.
Durante a pesquisa, ficou evidente que se torna mais interessante para os alunos
quando eles tocam junto com uma melodia, fazendo com que eles sintam que estão
produzindo música. Portanto quase todos os exercícios apresentados contêm
alguma melodia ou acompanhamento de bateria, para deixar as aulas mais
interessantes para os alunos.

Palavras Chave: Música. Método. Material pedagógico. Ensino musical.


ABSTRACT

The present study has the objective of creating a musical method of bowed
strings instruments (violin, viola, cello and contrabass) to suit the needs and reality of
music students. In order to develop this musical method, we first analyzed some
methods that already exist in the market to understand how each one is structured,
that is, what are the objectives of each method, what is the structure of musical
exercises and explanations. After analyzing these materials and reflecting on the
goals that I have in the classroom, it was possible to create musical arrangements
that fit the reality of the students and the materials were ordered in a way to be used
as a method, that is, it starts with Simple exercises and little by little new content is
added. During the research, it became clear that it becomes more interesting for
students when they play along with a melody, making them feel they are producing
music. Therefore almost all exercises presented contain some melody or drum
accompaniment, to make classes more interesting for students.

Keywords: Music. Method. Teaching material. Musical education.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Demonstrando onde ficam algumas notas no violino ............................... 15


Figura 2 – Demonstração da posição das notas na viola com o uso de fitas .............. 15
Figura 3 – Marcadores coloridos para violino ........................................................... 16
Figura 4 – Doze exercícios para ensino do violino .................................................... 23
Figura 5 – Partitura que o musescore executa em cada exercício .............................. 24
Figura 6 – Partitura da adaptação da Primavera – Vivaldi ......................................... 25
Figura 7 – Partitura do exercício 5 ............................................................................. 25
Figura 8 – Partitura do exercício 6, adaptação do Bolero de Ravel ........................... 26
Figura 9 – Partitura do exercício 7, adaptação da música O fortuna de Carl Orff ..... 26
Figura 10 – Partitura do exercício 8 .......................................................................... 27
Figura 11 – Partitura do exercício 9 ........................................................................... 27
Figura 12 – Trecho da adaptação da música Sobre as ondas de Juventino Rosas ..... 28
Figura 13 – Adaptação do Concerto Grosso de Handel ............................................. 28
Figura 14 – Adaptação do Concerto Grosso de Handel ............................................. 29
Figura 15 – Exercício para entender a nota Ré na partitura ....................................... 30
Figura 16 – Exercício para entender a nota Lá na partitura ...................................... 31
Figura 17 – Exercício para entender a pausa de semínima ........................................ 31
Figura 18 – Exercício para entender a pausa de semínima ........................................ 32
Figura 19 – Arranjos musicais ................................................................................... 33
Figura 20 – Arranjos musicais para treinar a nota Mi ............................................... 34
Figura 21 – Músicas para treinar a nota Fá# ............................................................. 35
Figura 22 – Músicas para treinar a nota Sol .............................................................. 36
Figura 23 – Músicas para treinar as mínimas ............................................................ 36
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................07
2 OBJETIVOS ..........................................................................................................10
2.1 Objetivo Geral ................................................................................................10
2.2 Objetivos Específicos .......................................................................................10
3 METODOLOGIA ..................................................................................................11
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...........................................................................12
5 CONSIDEÇÕES FINAIS .......................................................................................37
REFERÊNCIAS .........................................................................................................39
7

1. INTRODUÇÃO

Já faz alguns anos que me dedico a dar aulas coletivas de cordas eruditas
(violino, viola, violoncelo e contrabaixo). Cada escola de música tem sua própria
realidade, ou seja, muda-se o número de alunos por sala, a faixa etária com que
trabalham, objetivo do curso, duração de cada aula. Portanto, um método de ensino
de cordas que funciona bem em uma escola, pode não funcionar em outra escola.
Desde 2014 dou aulas no SESI, notei que nenhum método musical que, eu
conhecia, atenderia plenamente as necessidades de ensino, uma vez que
atendemos uma ampla faixa etária, temos turmas de 7 a 9 anos, turmas de 8 a 12
anos, 13 a 17 anos e 18 a 80 anos. Mesmo que eu encontrasse algum livro,
dificilmente conseguiria usar em sala de aula por conta do custo desses materiais e
porque temos em torno de 150 alunos.
Notei que seria muito improvável encontrar algum material que pudesse ser
usado plenamente no meu ambiente de trabalho e, portanto, percebi a necessidade
de escrever meus próprios exercícios musicais para ensinar os alunos, de forma que
atendesse a realidade do SESI. Alguns pontos que devo destacar são: 1) algumas
turmas chegam a ter 25 alunos, sem terem nenhum conhecimento musical. 2) O
SESI promove diversos eventos, como robótica e esportes, é comum alguns alunos
faltarem na aula de música para participar de outro evento, portanto é preciso ser
um curso extensivo, que ensine o mesmo conteúdo por um bom período de tempo,
mas que, ao mesmo tempo, não seja maçante para os alunos. 3) O material precisa
ser acessível e interessante para uma grande faixa etária, temos turmas de 07 a 09
anos, 08 a 12 anos, 13 a 17 anos e 18 a 80 anos. 4) Na mesma sala pode-se ter
alunos de violino, viola, violoncelo e contrabaixo, portanto é importante que no
material didático haja explicação de fácil compreensão mostrando a particularidade
de cada instrumento.
Tenho escrito os meus próprios exercícios para ensinar os alunos, e tem
funcionado de forma razoável. A pesquisa sobre elaboração de material pedagógico
me ajudará a construir um material melhor para os alunos, ajudando no aprendizado
deles e também oferecerá indicativo para outros professores, pesquisadores e
estudantes de música.
Para produzir esse material foi preciso analisar métodos de ensino de música
que já existem, como All for Strings (ANDERSON; FROST, 2008), Suzuki (SUZUKI,
8

2007) e Essential Elements for Strings (ALLEN; GILLESPIE; HAYES, 2002).


Entender como eles estruturam os exercícios, que tipo de exercícios eles usam,
quais objetivos de cada um. Assim conseguirei organizar melhor meus exercícios.
É preciso também entender como as pessoas aprendem, para decidir se
explicações, contidas no método, deverão ser na forma textual, de ilustrações, ou
ambas. Por exemplo, a teoria das inteligências múltiplas de Gardner (GARDNER,
apud MARIANO, 2008) afirma que há pessoas com maior inteligência linguística e
outras com maior inteligência visual, portanto algumas aprendem melhor lendo e
outras aprendem melhor com imagens. Para a pedagogia Waldorf (HILMAR-JEZEK,
2014) é importante conhecer as necessidades de cada criança ao ensinar.
A presente pesquisa está estruturada da seguinte forma, inicia-se com uma
breve explicação do que é método musical, qual a sua função e porque existem
diversos materiais diferentes de ensino musical, que abrangem conteúdos diferentes
e também realidades distintas (alguns trabalham apenas ensino individual, outros
apenas ensino coletivo).
Em seguida demonstra-se alguns pontos fundamentais que o autor de um
método deve ter em mente antes de começar a criar o material pedagógico, os
exercícios e as explicações. Alguns desses pontos são: 1) O que eu quero que aluno
aprenda? 2) Quem serão meus alunos? Crianças? Adolescentes? Adultos? 3)
Quantos alunos terei em sala de aula? 4) Quais recursos terei disponível em sala de
aula? Lousa? Datashow? etc.
Após imaginar que cada professor possui uma realidade diferente em sala de
aula, fica fácil entender a razão de existirem tantos métodos distintos à venda no
mercado, pois cada método deve ser usado para uma realidade de trabalho
diferente.
Em seguida procedem-se análises de seis métodos musicais diferentes.
Verificam-se as seguintes informações: O método é individual ou coletivo? Contém
imagens explicativas de como segurar o instrumento? Inicia o ensino já com
partitura? Qual a tonalidade usada? Disponibiliza algum tipo de acompanhamento
musical (partitura de piano ou CD)? Possui partitura ampliada? Quais figuras
rítmicas são usadas? Os exercícios possuem quantos compassos?
9

Somente após a análise das características básicas desses materiais de


ensino é que foi possível entender e refletir qual é a melhor forma de criar exercícios
que atendam a minha realidade de ensino.
Após essa reflexão foram criados diversos exercícios musicais e, também, foi
descrito qual o objetivo do exercício.
10

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral


Analisar seis métodos musicais que já existem para entender como cada
método desenvolve o ensino musical, quais as explicações cada um possui para
facilitar o entendimento do aluno. Com o objetivo de adicionar elementos ao meu
próprio método musical.

2.2 Objetivos Específicos


Compreender como um método musical deve ser estruturado, para conseguir
aplicar esses conhecimentos a meu próprio método.
11

3. METODOLOGIA

O presente estudo de abordagem qualitativa foi feito principalmente através


de revisão de literatura. Além disso, como o método musical em questão já foi usado
em sala de aula, me baseei nos resultados obtidos para saber quais exercícios não
funcionaram muito bem e precisam ser reescritos. Esse trabalho não deve ser
considerado como pesquisa de campo porque demandaria muito tempo para
reescrever o método, não havendo tempo hábil para testá-lo em sala de aula,
devendo esses testes ser feitos em estudo posterior. Trata-se de uma pesquisa
bibliográfica com relato de experiência da atuação pedagógica do pesquisador.
O presente estudo usará o conceito de pesquisa bibliográfica descrito por Gil
(2008), ou seja, é composta pelo estudo de materiais já existente e apresentados
pelo campo científico, como é o caso de livros e artigos. Assim, a partir da revisão e
análise desses materiais o pesquisador encontrará subsídios para tratar e debater o
seu problema de pesquisa.
As informações serão obtidas principalmente através de fontes primárias nos
métodos de instrumentos “Essential Elements for Strings”, “All for strings” e “Suzuki
Violin School” através de análise documental. Conhecimentos sobre a área da
pedagogia também serão estudadas para conseguir entender melhor como as
pessoas aprendem e, portanto, conseguir escrever um método coerente.
12

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os professores de música chamam de método musical o livro que contém


uma série de exercícios musicais e que tem o objetivo de ensinar a tocar um
instrumento ou a cantar. Pode-se encontrar facilmente diversos métodos musicais,
cada um deles foi escrito pensando em uma realidade diferente, ou seja, há método
voltados para o ensino coletivo (20 a 30 alunos na mesma sala), existem outros que
são para dar aula para um único aluno por vez; há aqueles que trabalham com a
leitura de partitura, outros dão ênfase no treinamento auditivo; tem método que usa
áudios para ser tocado junto dos alunos, há outros em que toda a música deve ser
executada exclusivamente pelos alunos, entre outras diversidades existentes nesses
materiais pedagógicos.
Depois de saber que existem todas essas possibilidades, pode-se deduzir que
ao criar um método, o autor deve ter em mente: 1) os conteúdos que ele quer
ensinar para os alunos. 2) quem serão seus alunos, por exemplo: um método infantil
deve ser diferente de um método para adultos.3) quantos alunos haverá em sala de
aula. 4) quais instrumentos estarão em sala de aula, por exemplo: alguns lugares
dão aula para violino e viola; outros violino, viola, violoncelo e contrabaixo. 5) quais
recursos o professor terá disponível (aparelho de som, piano, Datashow, etc.).
Todas essas diferenças de realidade vão guiar o autor a pensar em quais tipos de
exercício ele precisará criar para atingir seus objetivos.
Pode-se dizer que há semelhanças entre a criação de um método e da
criação planos de aula. Ao planejar uma aula também pensamos nos recursos que
temos disponíveis, quantos alunos temos em sala de aula, e em muitas outras
coisas. Um diferencial presente no método é que ele é construído pensando na
linearidade do aprendizado que será obtido em diversas aulas, enquanto o plano de
aula se fixa a uma única aula, e o professor terá tempo entre uma aula e outra para
refazer atividades que não deram certo na aula anterior. Veja alguns pontos que
devem existir em um plano de aula (DUCKWORTH, V., INGLE, S., 2015): objetivos
da aula, recursos técnicos, metodologia e avaliação. Ou seja, o professor determina
o objetivo de aula, verifica quais recursos estarão disponíveis (datashow, cartolinas,
lousa, carteiras, etc.) e da realidade em sala de aula (tamanho da sala, número da
alunos, idade dos alunos, etc.), através desses três fatores (objetivo da aula,
recursos disponíveis, realidade da sala de aula) é que o professor conseguirá
13

imaginar uma metodologia de ensino, ou seja, qual será a forma que ele usará para
ensinar. Portanto, fica fácil entender que mesmo que dois professores tenham
objetivos de aula iguais, é provável que a aula seja totalmente diferente porque os
recursos que possuem são distintos e também porque o número de alunos ou idade
dos alunos são distintos, o que direciona a aula ser única para cada professor.
Pode-se concluir, então, que os métodos musicais existentes no mercado são
distintos porque têm objetivos diferentes e também porque cada um deles trabalha
com uma realidade diferente de ensino (idade de alunos, instrumentos em sala de
aula, etc.). Por outro lado, é possível imaginar que há coisas em comum em
praticamente todo método, como por exemplo: diagramação das páginas
(espaçamento entre exercícios, tamanho da fonte), explicações básicas sobre o
instrumento, dedilhado inicial (ou seja qual dedilhado é mais fácil para iniciantes),
ritmos musicais.
Primeiramente foi analisado a formatação básica dos seguintes métodos
musicais: All For Strings (ANDERSON; FROST., 2008), Essential Elements for
Strings (ALLEN; GILLESPIE; HAYES, 2002), New Method for String Bass (FRANZ,
1968), My way of playing the Double Bass (STREICHER, 1977), String Builder
(APPLEBAUM, 1985) e Suzuki Violin School (SUZUKI, 2007). A partir dessa análise
foi criada a tabela a seguir:
14

Tabela 1 – Informações básicas sobre alguns métodos musicais disponíveis no mercado

Nome do O método é Contém Usa partitura Primeiras


Método voltado para: imagens desde o tonalidades
explicativas? primeiro usadas:
exercício?
All For Strings Ensino imagens de: Não. Ré Maior
Coletivo - Postura 50 exercícios
(violino, viola, - Posição das sem uso de
cello e baixo) notas partitura
Essential Ensino imagens de: Sim Sol Maior e Ré
Elements for Coletivo - Postura Maior
String (violino, viola, - Posição das
cello e baixo) notas

New Method Ensino imagens de: Sim Fá Maior e Sib


for String Bass individual de - Postura Maior
contrabaixo - Posição das
notas
My way of Ensino imagens de: Sim Muitos
Playing Double individual de - Postura exercícios sem
Bass contrabaixo - Posição das tonalidade,
notas posteriormente
usa Fá Maior e
Sib Maior
String Builder Segundo o Apenas Sim Ré Maior
autor pode-se imagens da
usar para posição das
ensino notas
individual ou
Coletivo
Suzuki Violin Ensino de Não há Sim Ré Maior
School violino para imagens
alunos que já
tenham algum
conhecimento
no instrumento
Fonte: Autoria Própria. Nota: Informações obtidas por análise dos métodos mencionados

A grande maioria dos métodos possuem figuras para ilustrar como segurar o
instrumento e para indicar a posição das notas, entretanto essas figuras nem
sempre são fáceis de entender. Como, por exemplo, a imagem a seguir que mostra
onde ficam as notas: Mi, Fá#, Sol, Si e Dó#:
15

Figura 1 – Demonstrando onde ficam algumas notas no violino

Fonte: APPLEBAUM, S.,1985, p.14

Em minhas práticas educacionais notei que muitos alunos têm dificuldades


em entender esse tipo de representação da posição das notas. Mesmo pessoas
adultas, muitas vezes, ficam confusas com esse tipo de esquema. Pode-se imaginar,
portanto, que existem autores que pensaram em outras formas de ensinar,
facilitando a compreensão de seus alunos, como por exemplo, há professores que
colocam fitas no instrumento justamente para demarcar a posição das notas. Veja a
figura abaixo retirada do método All for Strings:

Figura 2 – Demonstração da posição das notas na viola com o uso de fitas

Fonte: ANDERSON, G. E.; FROST, R. S., 2008, p. 19.

Portanto, o professor que pretende usar o método All for Strings precisa
também colar fitas nos instrumentos musicais indicando a posição das notas. Mesmo
colando as fitas alguns alunos confundem qual delas representa a nota Mi e qual
representa a nota Fá#. Para resolver esse tipo de problema é que inventaram
marcadores coloridos para colocar no violino, portanto as posições do violino são
16

representadas por cores distintas, facilitando ao aluno localizar qual a nota ele quer
tocar. Veja a figura abaixo que mostra um marcador disponível a venda:

Figura 3 – Marcadores coloridos para violino

Fonte: Ecorde, 2017.

A marcação colorida é a mais interessante facilitando a localização das notas,


por isso coloquei fitas amarelas, vermelhas, verdes e azuis para representar a
posição das notas nos instrumentos dos meus alunos.
Posteriormente foi verificado que dentre os métodos analisados, cinco
apresentavam partitura desde o primeiro exercício e apenas 1 apresentava
exercícios sem partitura. É preciso acrescentar que o método de violino do Suzuki
(volume 1) é para pessoas que já tem conhecimento no instrumento. Em realidade a
metodologia de ensino do Suzuki é iniciada sem a partitura, porque se acredita que
o aluno deve primeiro desenvolver sua habilidade de tocar o instrumento musical e
deve ouvir música todos os dias, principalmente as músicas que irá tocar (SUZUKI
ASSOCIATION, 2017). Em meus anos de prática eu percebo que existem pessoas
que se dão melhor com partitura e pessoas que se sentem mais confortáveis sem
partitura. Normalmente os que usam partitura tem mais dificuldade de decorar a
música, e precisam do papel para saber a música completa. Já os que preferem não
usar a partitura, normalmente possuem boa memória musical e acabam não se
dedicando direito a leitura musical, o que os prejudica posteriormente. Boa parte
também sente uma necessidade grande de olhar para os próprios dedos enquanto
toca, impossibilitando de tocar olhando para a partitura.
17

A minha conclusão é que os primeiros exercícios musicais devem ser feitos


sem o uso de partituras e precisarão ser fáceis de decorar. Assim, as pessoas
poderão se acostumar a tocar o instrumento, e aos poucos entender que não precisa
olhar para os dedos enquanto toca, além disso, vai estimulando a memória musical
de quem tem dificuldades nessa área.
A análise dos métodos musicais também demonstrou que os métodos
escritos para mais de um instrumento usam a tonalidade de Ré Maior. Entretanto os
métodos que são voltados exclusivamente para contrabaixo usam Fá Maior e Sib
Maior. Uma reflexão sobre os instrumentos responde a razão disso acontecer, a
tonalidade de Fá Maior e Sib Maior são tonalidades confortáveis para o contrabaixo,
permitindo ao aluno iniciante tocar uma escala musical completa sem grandes
esforços. Entretanto para violino, viola e violoncelo as tonalidades de Fá Maior e Sib
Maior são complexas para o aluno iniciante, nesses instrumentos a tonalidade mais
confortável é a de Ré Maior. Portanto ao trabalhar em ensino coletivo, encontra-se
na tonalidade musical o primeiro obstáculo, já que não temos nenhuma tonalidade
que seja igualmente fácil para executar no violino, viola, violoncelo e contrabaixo.
Apesar da escala completa não ser confortável no contrabaixo, é possível que os
alunos toquem com facilidade as seguintes notas que pertencem à escala de Ré
Maior: Ré, Mi, Fá#, Sol, Lá e Si. Então a forma de contornar o problema inicial da
tonalidade é encontrando músicas que se limitam a usar as notas musicais citadas,
que serão fáceis de executar nos quatro instrumentos de cordas friccionadas.
Após fazer essas verificações nos métodos musicais existentes, cheguei à
conclusão de que meu material pedagógico deveria usar fitas coloridas para
demarcar a posição dos instrumentos musicais, conter alguns exercícios que não
usem partitura e que deve se limitar a usar as notas Ré, Mi, Fá#, Sol, Lá e Si, por
serem fáceis de executar no violino, na viola, no violoncelo e no contrabaixo.
Os próximos elementos analisados nos métodos foram: se possui algum tipo
de acompanhamento (CD ou partitura para piano), se a partitura é ampliada
(facilitando a leitura para pessoas com baixa visão), figuras rítmicas usadas, quantos
compassos tem cada exercício.
18

Tabela 2 – Informações sobre alguns métodos musicais disponíveis no mercado


Nome do Tipo de Partitura Figura rítmicas Quantos
Método acompanha ampliada? usadas? compassos
mento tem os
musical que exercícios:
utiliza:
All For Strings Partitura para Os exercícios Notas e pausas Em geral entre
Piano com partitura de semínima e 2 a 8
acompanhar estão mínima compassos
os alunos levemente
ampliados
Essential CD de áudio A partituraAté o exercício A maioria dos
Elements for ou MP3 está bem 65 usa apenas exercícios
String ampliada até notas e pausas possui 4 ou 8
chegar node semínima. compassos
exercício 36 Posteriormente
começa a usar
colcheias e
mínimas.
New Method Não possui Partitura do Semibreves, Entre 4 e 30
for String Bass nenhum tamanho mínimas, compassos
acompanham comum semínimas e
ento musical colcheias.
My way of Não possui Partitura do Diversas figuras Em geral
Playing Double nenhum tamanho rítmicas exercícios de 2
Bass acompanham comum (colcheias, a 6 compassos
ento musical semínimas,
mínimas,
semibreves)
entretanto os
exercícios
limitam-se em
usar cordas
soltas
String Builder Partitura para Partitura Em geral usa A maioria
Piano levemente semínimas, possui entre 4
acompanhar ampliada mínimas e a 14
os alunos semibreves compassos
Suzuki Violin CD de áudio Partitura do Diversas figuras Entre 12 e 16
School ou MP3 tamanho rítmicas compassos
comum (semicolcheias,
colcheias,
semínimas, etc)
Fonte: Autoria Própria Nota: Informações obtidas por análise dos métodos mencionados

Ao entrar em contato com diversos métodos, eu percebi que aqueles que


possuíam algum tipo de acompanhamento musical ajudavam e muito no
aprendizado do aluno. Esses acompanhamentos musicais ocorrem por CD ou
19

partitura para piano, em que o professor toca o piano junto com seus alunos. Com
esses materiais o discente pode desenvolver melhor a interpretação musical, o
professor pode colocar a música para seus alunos ouvirem e depois perguntar
coisas como: Vocês acham que essa música é triste ou alegre? Fica melhor tocar
forte ou fraco? Vocês estão tocando forte, mas o som do instrumento está “gritado”,
está combinando com a melodia?
Ao existir uma melodia fica mais fácil o aluno verificar se a forma que ele toca
está combinando com essa melodia, ou seja, a sala de aula acaba trabalhando
dinâmica e timbre de uma forma natural. Diferente de quando são apenas exercícios
técnicos, em que não há sentido musical algum. Outra vantagem nesses
acompanhamentos musicais é que mesmo que o aprendiz toque apenas duas notas
diferentes, ele fará a harmonia da música e com isso ele sente que está fazendo
música, o que torna algo divertido para os alunos iniciantes. Se o aluno tocar as
mesmas notas sem ter esse acompanhamento musical, é comum sentirem
entediados, e por isso nem prestam atenção no exercício.
Os CDs de áudio ou MP3 possibilitam que os alunos ouçam as músicas
durante a semana. Com isso eles memorizam a melodia, ritmo e dinâmica da
música. Com a melodia memorizada, se o aluno tocar uma nota errada, ele mesmo
consegue perceber que há algo que precisa ser corrigido e, muitas vezes, consegue
resolver o erro sem a ajuda de outra pessoa. Suzuki, por exemplo, acreditava que o
aprendizado musical é muito semelhante ao aprendizado da língua materna e, por
isso, é importante que a criança ouça músicas todos os dias, da mesma forma que
uma criança só aprenderá uma língua se ouvir todos os dias pessoas falando nessa
língua (SUZUKI, S. 2008).
Devido a essas vantagens com relação ao acompanhamento musical, eu
decidi que em meu material pedagógico deveria procurar fazer o máximo de
exercícios possíveis que fossem acompanhados por áudio, tornando as aulas mais
musicais possíveis.
Ao analisar se as partituras são ampliadas, verificou-se que dos seis métodos
analisados, apenas o Essential Elements for String (ALLEN; GILLESPIE; HAYES,
2002) usa partituras bem ampliadas e outros dois métodos possuíam partitura
levemente ampliada. De acordo com minha experiência como professor de música,
percebi que alguns alunos iniciantes têm maior facilidade e entender a notação
musical quando está ampliada. Além disso, alguns dos meus alunos são adultos e
20

têm algum grau de deficiência visual, portanto o meu método deverá usar partitura
ampliada com o objetivo desses alunos conseguirem ver melhor os exercícios.
O próximo item analisado nos métodos, foi o uso das figuras rítmicas. Nesse
ponto foi encontrado uma grande divergência nos métodos, alguns usam poucas
figuras rítmicas, entretanto outros usam uma grande diversidade logo nos exercícios
iniciais. O método Essential Elements for String (ALLEN; GILLESPIE; HAYES,
2002), possui 64 exercícios em que se limita ao uso de semínimas e pausas de
semínimas. Já o método My way of Playing Double Bass (STREICHER, 1977) usa
diversas figuras rítmicas, inclusive semínimas e colcheias com ponto de aumento.
Esses dois métodos não se contrapõem apenas na questão de quais figuras rítmicas
devem ser prioridades no ensino, mas também na quantidade de notas musicais
diferentes devemos ensinar. O método My way of Playing Double Bass
(STREICHER,1977) utiliza um grande número de figuras rítmicas diferentes, por
outro lado os exercícios se limitam a usar cordas soltas do instrumento, ou seja, até
esse momento o aluno não trabalha a mão esquerda. Já o método Essential
Elements for String (ALLEN; GILLESPIE; HAYES, 2002) usa apenas semínimas e
pausas, mas trabalha a mão esquerda do aluno.
Pode-se então concluir que cada autor está dando prioridade aos elementos
musicais que julgam mais adequados ao ensino musical e, posteriormente, ensinam
os outros elementos musicais. Conclui-se também, com essa análise, que seria
muito difícil ensinar ao mesmo tempo diversos ritmos e notas musicais no mesmo
exercício. Conclui-se que cada exercício musical, quando voltado para iniciantes,
deve se limitar a um propósito e somente depois que o aluno compreender bem o
conteúdo é que se torna possível misturar diversos elementos musicais no mesmo
exercício.
Se pensarmos na teoria de construção de conhecimento de Piaget, podemos
entender melhor o porquê dos métodos sempre buscarem ensinar pouco conteúdo
de cada vez. Primeiramente a pessoa cria esquemas, que são estruturas mentais ou
cognitivas usadas para organizar o meio em que ela vive, por exemplo, a pessoa
tem o esquema de que um cachorro é um animal quadrúpede. Em seguida vem o
processo de assimilação, que consiste em incorporar novos objetos a esses
esquemas pré-existentes, uma criança, por exemplo, que vê pela primeira vez um
cavalo, possivelmente chamará o cavalo de “cachorro” porque os dois animais são
quadrúpedes. Posteriormente entra no processo de acomodação, uma vez que a
21

pessoa percebe que o cavalo é um animal totalmente diferente do cachorro, a


pessoa cria um novo esquema, contendo mais descrições para não confundir
cachorro e cavalo. Ou seja, o cavalo além de ser quadrúpede ele também é maior
que o cachorro, tem crina, entre outras diferenças (PIAGET; INHELDER, 2011 e
NITZKE; CAMPOS; LIMA, 2017). Fica evidente que todo esse processo cognitivo
leva tempo, e que os alunos devem aos poucos entrar em contato com outros
elementos musicais para que haja a assimilação e acomodação dos novos
conteúdos.
Podemos imaginar essa teoria aplicada ao ensino de música da seguinte
forma: 1) ao ser a primeira vez que o aluno pega o arco do instrumento, ele vai usar
esquemas motores que já possui para segurar o arco. Mesmo o professor
explicando a maneira correta de segurar o instrumento é comum o aluno logo em
seguida segurar de outra forma, porque ao pegar outros objetos no dia-a-dia o
aprendiz pega de outro jeito. Normalmente os alunos pegam o arco fechando
totalmente a mão e usando muito mais força que o comum, o pulso acaba travado
impossibilitando de fazer movimentos suaves, rápidos e também de usar o arco
todo. 2) mesmo segurando o arco errado, o aluno consegue fazer pequenos
movimentos de arco e tocar algumas notas, podendo assimilar então, essa forma de
segurar o arco com essas notas musicais. 3) quando o professor exige que o aluno
toque notas longas, usando todo o arco, o aluno perceberá que será impossível
executar essas notas segurando o arco da forma errada, e, portanto, o aluno
acabará criando um novo esquema de como segurar o arco do instrumento, para
que seja possível executar de forma correta as notas longas.
A conclusão é que os exercícios musicais servem para ensinar novos
conteúdos e também devem ter a função de pôr a prova esquemas equivocados dos
alunos. Quando o aluno percebe que um esquema mental já pronto não funciona,
ele fará adaptações para que seja possível executar o instrumento da forma mais
eficiente possível.
No local em que trabalho há prioridade em ensinar o aluno a usar a mão
esquerda, tocando algumas notas diferentes sobre a mesma corda. Portanto, faz
sentido seguir a ideia apresentada no método Essential Elements for String (ALLEN;
GILLESPIE; HAYES, 2002), ou seja, enquanto os alunos estiverem aprendendo
novas notas musicais, eles devem usar apenas uma figura rítmica, assim poderão se
concentrar no trabalho da mão esquerda.
22

Outro item analisado que apresentou grande divergência é a quantia de


compassos presentes em cada exercício. A maior parte dos exercícios analisados
possuía entre 4 a 8 compassos, mas há métodos que chegam a ter 30 compassos.
Ao verificar os exercícios percebe-se que quanto maior o número de compassos,
mais simples deverá ser a estrutura musical, ou seja, esses exercícios apresentam
compassos repetidos ou notas bem longas, que permitem ao aluno pensar com
calma no que ele deve fazer. Em minhas experiências em sala de aula, percebi que
alguns alunos têm dificuldade na leitura da partitura e também em memorizar
exercícios. Portanto, acredito que os exercícios iniciais devem ter 4 compassos e
aos poucos ir aumentando o número de compassos. Grande parte do método
Essential Elements for String (ALLEN; GILLESPIE; HAYES, P. T., 2002) usar
exercícios com 4 compassos, o que facilita para os alunos lerem e decorarem,
portanto usarei a mesma ideia no meu método.
Após fazer essas análises concluí que meu material pedagógico necessita ter
algum áudio para acompanhar os alunos, assim os alunos têm uma referência
rítmica e melódica do que deve ser feito. Eles poderão também copiar as músicas e
ouvi-las fora da sala de aula, facilitando decorar a música. As partituras precisam ser
ampliadas, facilitando o aluno iniciante compreender a posição da nota e tornando
mais fácil a leitura para os alunos que usam óculos e que tem dificuldades em ler
uma partitura do tamanho convencional. Compreendi que, nos exercícios iniciais, é
possível trabalhar ritmo ou melodia, mas deve-se evitar trabalhar os dois no mesmo
exercício. Portanto, farei exercícios em que o aluno imite um ritmo que ele ouve e
outros exercícios em que o aprendiz trabalhará a mão esquerda.
O método foi escrito no programa Musescore, que é um programa gratuito de
edição de partituras musicais. Além de fazer partituras, esse programa também
reproduz o som da partitura criada através de sons sintetizados dos instrumentos
(MUSESCORE, 2017). O próprio programa permite salvar o áudio em MP3,
possibilitando aos alunos copiarem os arquivos e ouvir em qualquer celular ou
computador.
Guiando-me pelos resultados das análises dos métodos já existentes, criei
doze exercícios iniciais que não fazem uso de partitura. A seguir estão os doze
exercícios da forma que são apresentados no método do aluno:
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Figura 4 – Doze exercícios para ensino do violino

Fonte: Autoria própria.


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Nos exercícios 1, 2 e 3 o programa musescore gerará o som de uma bateria


para que o aluno ouça e imite o ritmo que ouvir. Esses exercícios servem para o
professor avaliar a percepção rítmica do aluno, além disso, o professor pode verificar
se o aluno está segurando corretamente o arco e o instrumento. O aluno deve
treinar os movimentos básicos de como tirar som do instrumento. O professor deverá
dar dicas de como executar o instrumento para que o som não saia raspado. A
seguir está a partitura com o ritmo que é ouvido em cada exercício:

Figura 5 – Partitura que o musescore executa em cada exercício.

Fonte: Autoria própria.

O exercício 4 é uma adaptação da Primavera de Antonio Vivaldi, selecionei


um trecho bem conhecido dessa obra e em seguida fiz um acompanhamento
simples para os alunos tocarem usando a nota Sol (dedo 3 - anelar) e a nota Ré
(corda solta). Foi usada a obra do Vivaldi por ser conhecida por muitas pessoas, os
alunos sentem mais interesse pela aula quando ele toca algo que já conhece e
gosta. Muitos professores e metodologias musicais trabalham primeiramente o
indicador (dedo 1) e não o anelar (dedo 3), entretanto o método Essential Elements
for Strings (ALLEN, M., GILLESPIE, R., HAYES, P. T., 2002) apresenta o dedo
anelar logo nos primeiros exercícios, na época que usei esse método percebi que
ele ajuda o aluno a desenvolver a coordenação do dedo anelar. De acordo com a
minha percepção normalmente os alunos tem uma boa coordenação com o dedo
indicador e dedo médio, mas pouca coordenação com o dedo anelar. Portanto os
25

alunos conseguem tocar muito bem com os dedos indicador e médio, mas ficam
decepcionados quando começam a usar o dedo anelar, por não conseguirem
coordenar o movimento. Para superar essa dificuldade o método Essential Elements
for Strings (ALLEN, M., GILLESPIE, R., HAYES, P. T., 2002) apresenta exercícios
bem simples, para o dedo anelar, que é possível tocar mesmo com pouca
coordenação e com esses exercícios melhorar a coordenação do dedo do aluno.
Assim quando o aluno for pegar exercícios que use outros dedos, ele já terá
desenvolvido a coordenação motora necessária do dedo anelar. A ideia do exercício
4 e 5 é justamente desenvolver essa aptidão no aluno. Veja a imagem a seguir do
exercício 4.

Figura 6 – Partitura da adaptação da Primavera - Vivaldi.

Fonte: Autoria própria

O exercício 5 segue a mesma lógica de trabalhar o dedo anelar. O aluno


tocará semínimas com as notas Sol e Ré, que é acompanhado pelo som de uma
bateria. A seguir está a partitura para ficar mais evidente de como o aluno deve
tocar:

Figura 7 – Partitura do exercício 5.

Fonte: Autoria própria


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Para o sexto exercício foi feita uma adaptação da obra Bolero do compositor
Maurice Ravel. O aluno trabalhará o dedo médio ao tocar as notas Ré Fá# Fá#, o
computador fará o som da bateria e da melodia musical. Segue um trecho da
partitura para ficar mais evidente o exercício:

Figura 8 – Partitura do exercício 6, adaptação do Bolero de Ravel.

Fonte: Autoria própria

O sétimo exercício tem o objetivo de trabalhar o dedo anelar e dedo médio.


Durante os anos que dei aula, observei que muitos alunos têm dificuldade em tocar
notas que envolvam o movimento de dedo anelar e médio. Portanto esse exercício é
fundamental para que os alunos entendam e pratiquem corretamente o movimento
desses dedos. Para fazer esse exercício foi usado um trecho da obra “O fortuna” de
Carl Orff, é preciso ressaltar que na obra original as notas são Fá e Mi, mas o
exercício é executado em outra tonalidade, justamente para poder trabalhar o dedo
anelar e médio. Veja a partitura que representa o que os alunos devem tocar:

Figura 9 – Partitura do exercício 7, adaptação da música O fortuna de Carl Orff.

Fonte: Autoria própria


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No exercício oito, os alunos ouvirão um violino tocando um ritmo com a nota


Ré e Mi, ouvirão também uma bateria acompanhando o som do violino. Os alunos
deverão imitar o ritmo ouvido tocando as notas, Ré e Mi. Abaixo a partitura que
representa o que os alunos ouvem e tocam.

Figura 10 – Partitura do exercício 8.

Fonte: Autoria própria

No exercício nove o aluno trabalhará o dedo médio e indicador, tocando as


notas Fa#, Mi e Ré.

Figura 11 – Partitura do exercício 9.

Fonte: Autoria própria

O décimo exercício trabalha o dedo indicador e anelar, esse também é um


movimento que percebo que muitos alunos têm dificuldades de tocar. Enquanto o
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aluno toca as notas Mi e Sol, o computador toca a melodia da música Sobre as


Ondas de Juventino Rosas.

Figura 12 – Trecho da adaptação da música Sobre as ondas de Juventino Rosas

Fonte: Autoria própria

O exercício onze é baseado em um trecho do Concerto Grosso de Handel


(opus 6), os alunos tocam as notas Sol, Fá#, Mi e Ré, exercitando os dedos anelar,
médio e indicador.
Figura 13 – Adaptação do Concerto Grosso de Handel

Fonte: Autoria própria

Por fim o exercício doze também tem o objetivo de exercitar o dedo indicador,
médio e anelar. Nesse exercício foi criada uma melodia simples, o aluno toca o
acompanhamento com as notas Ré, Mi, Fá# e Sol, enquanto ouve a melodia.
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Figura 14 – Adaptação do Concerto Grosso de Handel

Fonte: Autoria própria

Nenhum desses doze exercícios usam partitura, as partituras que foram


mostradas até agora nesse trabalho têm apenas o objetivo de demonstrar o que o
aluno deve tocar ou ouvir. Através desses doze exercícios os alunos trabalharão o
movimento básico de como passar o arco na corda e o movimento básico da mão
esquerda. O professor deverá conferir a cada exercício a postura do aluno e corrigir
sempre que necessário. Os exercícios são simples e repetitivos, para serem fáceis
de memorizar e fáceis de executar. É possível trabalhar o mesmo exercício em
várias velocidades diferentes estimulando o aluno a ganhar agilidade tanto na mão
esquerda quanto a mão direita. O professor também pode incentivar os alunos a
tocar os mesmos exercícios com leves variações, por exemplo, tocar forte, tocar
fraco, tocar staccato, etc.
Posteriormente foram escritos exercícios que fazem o uso de partitura. Esses
exercícios começam usando apenas as notas Ré, Lá e pausa, aos poucos são
adicionadas outras notas (Mi, Fá# e Sol). Esses exercícios têm o objetivo de
acostumar o aluno a tocar e ler partitura. Na realidade em que atuo, a leitura de
partitura é importante já que muitas músicas são longas e vários alunos não
conseguem decorar a música toda, precisando do auxílio da partitura para executar
a música por completo. Muitos dos exercícios são apenas variações, portanto, não
cabe aqui explicar todos os exercícios que foram escritos. Uma vez que vários deles
tem apenas o propósito de treinar a leitura do aluno.
Grande parte das músicas o professor toca alguma melodia enquanto o aluno
toca o acompanhamento, portanto as partituras aqui apresentadas mostrarão o que
o professor toca e o que o aluno toca (marcado na partitura como violino).
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Lembrando que para o aluno aparece apenas a partitura que ele deve tocar,
evitando que ele leia a linha errada.
O exercício a seguir serve para explicar como funciona a partitura. Até esse
momento o professor apenas precisa dizer que o aluno deve tocar uma vez a corda
Ré para cada nota que existe na partitura, o porquê de ser a corda Ré eles
entenderão mais adiante. O professor pode pedir para os alunos contarem quantas
notas existem, para verificar se todos estão atentos, e posteriormente, tocar. É
possível tocar o mesmo exercício em vários andamentos diferentes ou golpes de
arco diferentes (staccato, legato). Para esse exercício foi criada uma melodia
simples para ser tocada enquanto os alunos fazem o acompanhamento.

Figura 15 – Exercício para entender a nota Ré na partitura

Fonte: Autoria própria

O exercício em seguida mostra a nota Lá, antes de tocar o exercício o


professor pode perguntar se os alunos notam algo diferente nas notas desse
exercício e do exercício anterior. Pode perguntar se as notas estão na mesma
posição em relação a partitura. Assim que os alunos perceberem que as notas estão
em posição diferente do que a nota Ré, o professor pode explicar que na partitura a
posição da nota é que define se é Lá ou Ré, e que mais para frente será explicado
mais detalhado como funciona a partitura. Veja a seguir o exercício 2, usado para os
alunos entenderem a posição da nota Lá.
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Figura 16 – Exercício para entender a nota Lá na partitura

Fonte: Autoria própria

O exercício a seguir mostra a pausa de semínima, o professor deve explicar


que a pausa é um momento sem tocar nada. Ou seja, toca-se três vezes a nota Ré e
em seguida para por um momento. O professor pode tocar uma vez para demonstrar
o exercício, facilitando o entendimento dos alunos.

Figura 17 – Exercício para entender a pausa de semínima

Fonte: Autoria própria

Com o próximo exercício é possível verificar se os alunos estão entendendo


quais são as notas Ré e quais são as notas Lá. O professor pode perguntar “As
quatro notas iniciais são Ré ou Lá? Como você descobriu isso?”. Ou seja, o
exercício serve como uma forma de avaliar a compreensão dos alunos sobre a
partitura. Além disso, o exercício foi feito para os alunos trabalharem a mudança de
corda, com muita calma. Os estudantes precisam entender qual o movimento que o
braço direito deve fazer para mudar a corda, o professor deve demonstrar isso.
Durante as pausas os alunos deverão mudar a posição do braço para que o arco
32

mude de corda, havendo tempo de fazerem o movimento de forma racional e


correta. Após os tempos de pausa, eles tocam a corda Lá, em seguida aproveitam
as pausas para voltar o arco na corda Ré, para então repetir várias vezes o exercício
até entenderem o movimento básico do instrumento.

Figura 18 – Exercício para entender a pausa de semínima

Fonte: Autoria própria

Os arranjos abaixo foram feitos com o objetivo dos alunos praticarem a leitura
das notas Ré e Lá, e da pausa de semínima. Foram feitos arranjos com músicas
conhecidas, ou que possuem uma melodia simples, que normalmente agrada a
maioria das pessoas. As músicas usadas para os arranjos foram: Primavera
(Vivaldi); Bow Belinda (tradicional americana); Dance of Reed Flutes, que faz parte
do ballet O quebra nozes (Tchaikovsky); King Willian’s March (Jeremiah Clarke) e
Jim Along Josie (tradicional americana).
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Figura 19 – Arranjos musicais

Fonte: Autoria própria

Posteriormente foram feitos arranjos para que os alunos conhecessem como


a nota Mi é escrita na partitura, treinar a leitura e a execução de músicas com as
notas Ré, Mi e Lá. Foi feito arranjo da Ode Alegria (que é um trecho da 9ª sinfonia
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de Beethoven); Dona Aranha (música popular); Little Waltz (Schubert); Minuetto


(Bach) e Intrata (Graupner).

Figura 20 – Arranjos musicais para treinar a nota Mi

Fonte: Autoria própria


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Os próximos arranjos foram feitos para o aluno entender a notação do Fá# e


treinar a execução e leitura das notas Ré, Mi, Fá# e Lá. A músicas utilizadas foram:
King Willian’s March (Jeremiah Clarke); Primavera (Vivaldi) e Ré-mi-fa Mi-fa-sol
(autoria própria).

Figura 21 – Músicas para treinar a nota Fá#

Fonte: Autoria própria

A seguir estão os arranjos para os alunos entenderem a nota Sol. O arranjo


foi feito com a música Dance of Reed Flutes (trecho do Ballet O quebra-nozes de
Tchaikovsky) e Choral (Schumann).
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Figura 22 – Músicas para treinar a nota Sol

Fonte: Autoria própria

Por fim escrevi três exercícios com o obejtivo de introduzir as mínimas.

Figura 23 – Músicas para treinar as mínimas

Fonte: Autoria própria


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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise dos métodos já existentes, ajudou a compreender qual o objetivo de


cada material pedagógico e foi fundamental para entender a forma como cada um
organiza seus exercícios, imagens ilustrativas e explicações.
Os livros analisados possuíam características diferentes entre si, como por
exemplo, alguns trabalhavam notas diferentes (Ré, Mi, Fá# e Sol), já outros quase
não mudavam de notas, mas faziam uso de ritmos diferentes. Essa diferença não
caracteriza que um material é melhor que outro, na realidade, demonstra que os
exercícios foram criados para atender a realidades diferentes. Pensando nisso,
podemos afirmar que um material que é ótimo para um professor ou para uma
escola, pode não funcionar perfeitamente com outro professor, porque eles têm
objetivos e realidades diferentes.
Compreendi que cada professor tem uma realidade, e por isso os exercícios
que criei servem para atender aos meus alunos, facilitando o aprendizado deles e
tornando possível que eles atinjam os objetivos propostos pelo curso de música
onde trabalho.
O meu primeiro objetivo é que os alunos consigam compreender a postura
básica e os movimentos iniciais dos instrumentos, sem se preocuparem com a
partitura. Por isso foram escritos doze exercícios que não usam nenhuma partitura e
que trabalham movimentos básicos de arco e do dedilhado feito pela mão esquerda.
Esses exercícios são simples e repetitivos permitindo que o aluno decore as notas e
tente tocar várias vezes até que ele consiga executar bem o movimento. Com o
objetivo de tornar as aulas mais interessantes todos esses exercícios possuem
algum acompanhamento gravados em áudio, podendo ser a gravação de uma
melodia ou ritmo produzido por uma bateria. Como os exercícios são repetitivos
facilita conferir se os alunos estão fazendo o movimento corretamente, basta eu
olhar rapidamente para a mão deles que já posso identificar possíveis erros e corrigir
o mais breve possível.
O meu segundo objetivo é que os alunos compreendam como funciona a
partitura de uma maneira simples. Percebendo que basta mudar a posição da nota
(mais acima ou mais abaixo) que isso muda a nota que deve ser executada.
O terceiro objetivo é fazer os alunos ler na partitura as notas Ré, Mi, Fá# e
Sol, e, também, executar corretamente as notas lidas e as pausas de semínima.
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Para alcançar esse objetivo, foram escritos vários exercícios em que o aluno toca
um acompanhamento musical ao mesmo tempo em que ele ouve a melodia de uma
música. Esses exercícios iniciam apenas com as notas Ré e Lá, e progressivamente
aparecem partituras que tenham as demais notas (mi, fá# e sol). A intenção é que
haja exercícios suficientes para que o aluno aprenda um conteúdo novo, revise o
conteúdo que já havia visto e assimile as notas musicais, para depois ver uma nota
nova.
O presente estudo foi elaborado de forma teórica, ou seja, através da análise
e reflexão de outros materiais já existentes. Portanto se faz necessário aplicar o
material produzido em sala de aula, para verificar possíveis inconsistências que
possa haver nesse método musical. Após a aplicação em sala de aula será possível
verificar quais exercícios funcionaram e quais não funcionaram. Posteriormente
fazer uma análise dos porquês alguns exercícios não terem atingido os seus
objetivos e refazê-los, ou, ainda, adicionar novos exercícios para que os alunos
consigam atingir plenamente os objetivos do curso de música.
Após essas conclusões, nota-se que o presente estudo não esgota o assunto
de elaboração de materiais pedagógicos voltados para o ensino de cordas. Entende-
se que o assunto é muito amplo e, portanto, fica em aberto a possibilidade de se
realizar novas pesquisas com objetivo de encontrar outras ações tanto teóricas
quanto práticas, ampliando os conteúdos encontrados nessa pesquisa.
A presente pesquisa foi construída a partir da revisão bibliográfica, outros
formatos de pesquisa, como ação em sala de aula ou estudos de casos,
provavelmente aprofundarão mais no assunto e demonstrarão outras possibilidades
de se trabalhar em os conteúdos em sala de aula.
Deste modo, deixa-se aqui o indicativo para estudos futuros com o objetivo de
encontrar outros materiais pedagógicos e outras práticas que ensino que tornem
possíveis o aprendizado musical de forma eficiente e lúdico.
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REFERÊNCIAS

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Minesota: Hal Leonard Corporation, 2002.

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Acesso em: 23 de maio de 2017.

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