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Eu, Davi Corrêa Bueno, declaro ser o(a) autor(a) do texto apresentado
Trabalho de Conclusão de Curso, no programa de pós-graduação lato sensu em
TRABALHO DOCENTE E EDUCAÇÃO MUSICAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL E
ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL com o título “MATERIAL
PEDAGÓGICO PARA ENSINO COLETIVO DE VIOLINO, VIOLA, VIOLONCELO E
CONTRABAIXO”.
Afirmo, também, ter seguido as normas do ABNT referentes às citações
textuais que utilizei e das quais eu não sou o(a) autor(a), dessa forma, creditando a
autoria a seus verdadeiros autores.
Através dessa declaração dou ciência de minha responsabilidade sobre o
texto apresentado e assumo qualquer responsabilidade por eventuais problemas
legais, no tocante aos direitos autorais e originalidade do texto.
_____________________________________
Assinatura do autor(a)
DAVI CORRÊA BUENO
Presidente e Orientador:
Membro Titular:
Membro Titular:
Universidade de Araraquara
Araraquara- SP
Dedico a todos os professores que sempre
fazem o melhor para os seus alunos.
“Não precisamos procurar talentos ou habilidades específicas e inatas.
Um ambiente superior terá maior efeito na criação de habilidades superiores.”
Shinichi Suzuki
RESUMO
The present study has the objective of creating a musical method of bowed
strings instruments (violin, viola, cello and contrabass) to suit the needs and reality of
music students. In order to develop this musical method, we first analyzed some
methods that already exist in the market to understand how each one is structured,
that is, what are the objectives of each method, what is the structure of musical
exercises and explanations. After analyzing these materials and reflecting on the
goals that I have in the classroom, it was possible to create musical arrangements
that fit the reality of the students and the materials were ordered in a way to be used
as a method, that is, it starts with Simple exercises and little by little new content is
added. During the research, it became clear that it becomes more interesting for
students when they play along with a melody, making them feel they are producing
music. Therefore almost all exercises presented contain some melody or drum
accompaniment, to make classes more interesting for students.
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................07
2 OBJETIVOS ..........................................................................................................10
2.1 Objetivo Geral ................................................................................................10
2.2 Objetivos Específicos .......................................................................................10
3 METODOLOGIA ..................................................................................................11
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...........................................................................12
5 CONSIDEÇÕES FINAIS .......................................................................................37
REFERÊNCIAS .........................................................................................................39
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1. INTRODUÇÃO
Já faz alguns anos que me dedico a dar aulas coletivas de cordas eruditas
(violino, viola, violoncelo e contrabaixo). Cada escola de música tem sua própria
realidade, ou seja, muda-se o número de alunos por sala, a faixa etária com que
trabalham, objetivo do curso, duração de cada aula. Portanto, um método de ensino
de cordas que funciona bem em uma escola, pode não funcionar em outra escola.
Desde 2014 dou aulas no SESI, notei que nenhum método musical que, eu
conhecia, atenderia plenamente as necessidades de ensino, uma vez que
atendemos uma ampla faixa etária, temos turmas de 7 a 9 anos, turmas de 8 a 12
anos, 13 a 17 anos e 18 a 80 anos. Mesmo que eu encontrasse algum livro,
dificilmente conseguiria usar em sala de aula por conta do custo desses materiais e
porque temos em torno de 150 alunos.
Notei que seria muito improvável encontrar algum material que pudesse ser
usado plenamente no meu ambiente de trabalho e, portanto, percebi a necessidade
de escrever meus próprios exercícios musicais para ensinar os alunos, de forma que
atendesse a realidade do SESI. Alguns pontos que devo destacar são: 1) algumas
turmas chegam a ter 25 alunos, sem terem nenhum conhecimento musical. 2) O
SESI promove diversos eventos, como robótica e esportes, é comum alguns alunos
faltarem na aula de música para participar de outro evento, portanto é preciso ser
um curso extensivo, que ensine o mesmo conteúdo por um bom período de tempo,
mas que, ao mesmo tempo, não seja maçante para os alunos. 3) O material precisa
ser acessível e interessante para uma grande faixa etária, temos turmas de 07 a 09
anos, 08 a 12 anos, 13 a 17 anos e 18 a 80 anos. 4) Na mesma sala pode-se ter
alunos de violino, viola, violoncelo e contrabaixo, portanto é importante que no
material didático haja explicação de fácil compreensão mostrando a particularidade
de cada instrumento.
Tenho escrito os meus próprios exercícios para ensinar os alunos, e tem
funcionado de forma razoável. A pesquisa sobre elaboração de material pedagógico
me ajudará a construir um material melhor para os alunos, ajudando no aprendizado
deles e também oferecerá indicativo para outros professores, pesquisadores e
estudantes de música.
Para produzir esse material foi preciso analisar métodos de ensino de música
que já existem, como All for Strings (ANDERSON; FROST, 2008), Suzuki (SUZUKI,
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2. OBJETIVOS
3. METODOLOGIA
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
imaginar uma metodologia de ensino, ou seja, qual será a forma que ele usará para
ensinar. Portanto, fica fácil entender que mesmo que dois professores tenham
objetivos de aula iguais, é provável que a aula seja totalmente diferente porque os
recursos que possuem são distintos e também porque o número de alunos ou idade
dos alunos são distintos, o que direciona a aula ser única para cada professor.
Pode-se concluir, então, que os métodos musicais existentes no mercado são
distintos porque têm objetivos diferentes e também porque cada um deles trabalha
com uma realidade diferente de ensino (idade de alunos, instrumentos em sala de
aula, etc.). Por outro lado, é possível imaginar que há coisas em comum em
praticamente todo método, como por exemplo: diagramação das páginas
(espaçamento entre exercícios, tamanho da fonte), explicações básicas sobre o
instrumento, dedilhado inicial (ou seja qual dedilhado é mais fácil para iniciantes),
ritmos musicais.
Primeiramente foi analisado a formatação básica dos seguintes métodos
musicais: All For Strings (ANDERSON; FROST., 2008), Essential Elements for
Strings (ALLEN; GILLESPIE; HAYES, 2002), New Method for String Bass (FRANZ,
1968), My way of playing the Double Bass (STREICHER, 1977), String Builder
(APPLEBAUM, 1985) e Suzuki Violin School (SUZUKI, 2007). A partir dessa análise
foi criada a tabela a seguir:
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A grande maioria dos métodos possuem figuras para ilustrar como segurar o
instrumento e para indicar a posição das notas, entretanto essas figuras nem
sempre são fáceis de entender. Como, por exemplo, a imagem a seguir que mostra
onde ficam as notas: Mi, Fá#, Sol, Si e Dó#:
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Portanto, o professor que pretende usar o método All for Strings precisa
também colar fitas nos instrumentos musicais indicando a posição das notas. Mesmo
colando as fitas alguns alunos confundem qual delas representa a nota Mi e qual
representa a nota Fá#. Para resolver esse tipo de problema é que inventaram
marcadores coloridos para colocar no violino, portanto as posições do violino são
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representadas por cores distintas, facilitando ao aluno localizar qual a nota ele quer
tocar. Veja a figura abaixo que mostra um marcador disponível a venda:
partitura para piano, em que o professor toca o piano junto com seus alunos. Com
esses materiais o discente pode desenvolver melhor a interpretação musical, o
professor pode colocar a música para seus alunos ouvirem e depois perguntar
coisas como: Vocês acham que essa música é triste ou alegre? Fica melhor tocar
forte ou fraco? Vocês estão tocando forte, mas o som do instrumento está “gritado”,
está combinando com a melodia?
Ao existir uma melodia fica mais fácil o aluno verificar se a forma que ele toca
está combinando com essa melodia, ou seja, a sala de aula acaba trabalhando
dinâmica e timbre de uma forma natural. Diferente de quando são apenas exercícios
técnicos, em que não há sentido musical algum. Outra vantagem nesses
acompanhamentos musicais é que mesmo que o aprendiz toque apenas duas notas
diferentes, ele fará a harmonia da música e com isso ele sente que está fazendo
música, o que torna algo divertido para os alunos iniciantes. Se o aluno tocar as
mesmas notas sem ter esse acompanhamento musical, é comum sentirem
entediados, e por isso nem prestam atenção no exercício.
Os CDs de áudio ou MP3 possibilitam que os alunos ouçam as músicas
durante a semana. Com isso eles memorizam a melodia, ritmo e dinâmica da
música. Com a melodia memorizada, se o aluno tocar uma nota errada, ele mesmo
consegue perceber que há algo que precisa ser corrigido e, muitas vezes, consegue
resolver o erro sem a ajuda de outra pessoa. Suzuki, por exemplo, acreditava que o
aprendizado musical é muito semelhante ao aprendizado da língua materna e, por
isso, é importante que a criança ouça músicas todos os dias, da mesma forma que
uma criança só aprenderá uma língua se ouvir todos os dias pessoas falando nessa
língua (SUZUKI, S. 2008).
Devido a essas vantagens com relação ao acompanhamento musical, eu
decidi que em meu material pedagógico deveria procurar fazer o máximo de
exercícios possíveis que fossem acompanhados por áudio, tornando as aulas mais
musicais possíveis.
Ao analisar se as partituras são ampliadas, verificou-se que dos seis métodos
analisados, apenas o Essential Elements for String (ALLEN; GILLESPIE; HAYES,
2002) usa partituras bem ampliadas e outros dois métodos possuíam partitura
levemente ampliada. De acordo com minha experiência como professor de música,
percebi que alguns alunos iniciantes têm maior facilidade e entender a notação
musical quando está ampliada. Além disso, alguns dos meus alunos são adultos e
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têm algum grau de deficiência visual, portanto o meu método deverá usar partitura
ampliada com o objetivo desses alunos conseguirem ver melhor os exercícios.
O próximo item analisado nos métodos, foi o uso das figuras rítmicas. Nesse
ponto foi encontrado uma grande divergência nos métodos, alguns usam poucas
figuras rítmicas, entretanto outros usam uma grande diversidade logo nos exercícios
iniciais. O método Essential Elements for String (ALLEN; GILLESPIE; HAYES,
2002), possui 64 exercícios em que se limita ao uso de semínimas e pausas de
semínimas. Já o método My way of Playing Double Bass (STREICHER, 1977) usa
diversas figuras rítmicas, inclusive semínimas e colcheias com ponto de aumento.
Esses dois métodos não se contrapõem apenas na questão de quais figuras rítmicas
devem ser prioridades no ensino, mas também na quantidade de notas musicais
diferentes devemos ensinar. O método My way of Playing Double Bass
(STREICHER,1977) utiliza um grande número de figuras rítmicas diferentes, por
outro lado os exercícios se limitam a usar cordas soltas do instrumento, ou seja, até
esse momento o aluno não trabalha a mão esquerda. Já o método Essential
Elements for String (ALLEN; GILLESPIE; HAYES, 2002) usa apenas semínimas e
pausas, mas trabalha a mão esquerda do aluno.
Pode-se então concluir que cada autor está dando prioridade aos elementos
musicais que julgam mais adequados ao ensino musical e, posteriormente, ensinam
os outros elementos musicais. Conclui-se também, com essa análise, que seria
muito difícil ensinar ao mesmo tempo diversos ritmos e notas musicais no mesmo
exercício. Conclui-se que cada exercício musical, quando voltado para iniciantes,
deve se limitar a um propósito e somente depois que o aluno compreender bem o
conteúdo é que se torna possível misturar diversos elementos musicais no mesmo
exercício.
Se pensarmos na teoria de construção de conhecimento de Piaget, podemos
entender melhor o porquê dos métodos sempre buscarem ensinar pouco conteúdo
de cada vez. Primeiramente a pessoa cria esquemas, que são estruturas mentais ou
cognitivas usadas para organizar o meio em que ela vive, por exemplo, a pessoa
tem o esquema de que um cachorro é um animal quadrúpede. Em seguida vem o
processo de assimilação, que consiste em incorporar novos objetos a esses
esquemas pré-existentes, uma criança, por exemplo, que vê pela primeira vez um
cavalo, possivelmente chamará o cavalo de “cachorro” porque os dois animais são
quadrúpedes. Posteriormente entra no processo de acomodação, uma vez que a
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alunos conseguem tocar muito bem com os dedos indicador e médio, mas ficam
decepcionados quando começam a usar o dedo anelar, por não conseguirem
coordenar o movimento. Para superar essa dificuldade o método Essential Elements
for Strings (ALLEN, M., GILLESPIE, R., HAYES, P. T., 2002) apresenta exercícios
bem simples, para o dedo anelar, que é possível tocar mesmo com pouca
coordenação e com esses exercícios melhorar a coordenação do dedo do aluno.
Assim quando o aluno for pegar exercícios que use outros dedos, ele já terá
desenvolvido a coordenação motora necessária do dedo anelar. A ideia do exercício
4 e 5 é justamente desenvolver essa aptidão no aluno. Veja a imagem a seguir do
exercício 4.
Para o sexto exercício foi feita uma adaptação da obra Bolero do compositor
Maurice Ravel. O aluno trabalhará o dedo médio ao tocar as notas Ré Fá# Fá#, o
computador fará o som da bateria e da melodia musical. Segue um trecho da
partitura para ficar mais evidente o exercício:
Por fim o exercício doze também tem o objetivo de exercitar o dedo indicador,
médio e anelar. Nesse exercício foi criada uma melodia simples, o aluno toca o
acompanhamento com as notas Ré, Mi, Fá# e Sol, enquanto ouve a melodia.
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Lembrando que para o aluno aparece apenas a partitura que ele deve tocar,
evitando que ele leia a linha errada.
O exercício a seguir serve para explicar como funciona a partitura. Até esse
momento o professor apenas precisa dizer que o aluno deve tocar uma vez a corda
Ré para cada nota que existe na partitura, o porquê de ser a corda Ré eles
entenderão mais adiante. O professor pode pedir para os alunos contarem quantas
notas existem, para verificar se todos estão atentos, e posteriormente, tocar. É
possível tocar o mesmo exercício em vários andamentos diferentes ou golpes de
arco diferentes (staccato, legato). Para esse exercício foi criada uma melodia
simples para ser tocada enquanto os alunos fazem o acompanhamento.
Os arranjos abaixo foram feitos com o objetivo dos alunos praticarem a leitura
das notas Ré e Lá, e da pausa de semínima. Foram feitos arranjos com músicas
conhecidas, ou que possuem uma melodia simples, que normalmente agrada a
maioria das pessoas. As músicas usadas para os arranjos foram: Primavera
(Vivaldi); Bow Belinda (tradicional americana); Dance of Reed Flutes, que faz parte
do ballet O quebra nozes (Tchaikovsky); King Willian’s March (Jeremiah Clarke) e
Jim Along Josie (tradicional americana).
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para alcançar esse objetivo, foram escritos vários exercícios em que o aluno toca
um acompanhamento musical ao mesmo tempo em que ele ouve a melodia de uma
música. Esses exercícios iniciam apenas com as notas Ré e Lá, e progressivamente
aparecem partituras que tenham as demais notas (mi, fá# e sol). A intenção é que
haja exercícios suficientes para que o aluno aprenda um conteúdo novo, revise o
conteúdo que já havia visto e assimile as notas musicais, para depois ver uma nota
nova.
O presente estudo foi elaborado de forma teórica, ou seja, através da análise
e reflexão de outros materiais já existentes. Portanto se faz necessário aplicar o
material produzido em sala de aula, para verificar possíveis inconsistências que
possa haver nesse método musical. Após a aplicação em sala de aula será possível
verificar quais exercícios funcionaram e quais não funcionaram. Posteriormente
fazer uma análise dos porquês alguns exercícios não terem atingido os seus
objetivos e refazê-los, ou, ainda, adicionar novos exercícios para que os alunos
consigam atingir plenamente os objetivos do curso de música.
Após essas conclusões, nota-se que o presente estudo não esgota o assunto
de elaboração de materiais pedagógicos voltados para o ensino de cordas. Entende-
se que o assunto é muito amplo e, portanto, fica em aberto a possibilidade de se
realizar novas pesquisas com objetivo de encontrar outras ações tanto teóricas
quanto práticas, ampliando os conteúdos encontrados nessa pesquisa.
A presente pesquisa foi construída a partir da revisão bibliográfica, outros
formatos de pesquisa, como ação em sala de aula ou estudos de casos,
provavelmente aprofundarão mais no assunto e demonstrarão outras possibilidades
de se trabalhar em os conteúdos em sala de aula.
Deste modo, deixa-se aqui o indicativo para estudos futuros com o objetivo de
encontrar outros materiais pedagógicos e outras práticas que ensino que tornem
possíveis o aprendizado musical de forma eficiente e lúdico.
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REFERÊNCIAS
ALLEN, M., GILLESPIE, R., HAYES, P. T., Essential Elements for Strings.
Minesota: Hal Leonard Corporation, 2002.
ANDERSON, G. E.; FROST, R. S. All For Strings. Californi: Kjos Music Company,
2008.
FRANZ, S. New Method for string Bass. New York: International Music Company,
1968.
NITZKE, J. A., CAMPOS, M. B., LIMA, M. F. P. Teoria de Piaget. Disponível em: <
http://penta.ufrgs.br/~marcia/teopiag.htm >. Acesso em: 30 de abril 2017.
SUZUKI, S. Suzuki Violin School: Violin Part, Vol. 1. Florida: Warner Bros.
Publications, 2007.