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Estudante - Pietro Rodrigues dos Santos

Matrícula- 201601606729
Universidade Estácio de Sá

1- Título
Repressão as Letras de Samba na Era Vargas(1930- 1940)

2- Tema
Cultura

3- Recorte Temporal
1930- 1940

4- Pergunta da Pesquisa
Porque as letras de Samba eram perseguidas na Era Vargas?

5- Fontes
BATISTA, WILSON. O Bonde de São Januário,1937. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=f3f7s1aoPdY. Acesso 30 Out 2019.
ROSA, NOEL. O Feitiço da Vila, 1934. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=xLVlIJmYaS8. Acesso 30 Out. 2019.
BATISTA, WILSON. Lenço no Pescoço, 1933. Disponível
em:https://www.youtube.com/watch?v=vmD6D0zAGnc. Acesso 30 Out 2019.
ROSA, NOEL. Rapaz Folgado, 1933. Disponível
em:https://www.youtube.com/watch?v=ugHB5YMSmV8. Acesso 30 Out 2019
MARTINS , Herivelto, DE OLIVEIRA, Darcy. Se o Morro não Descer. 1936. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=rKNfHx-la_g.Acesso 30 Out 2019
ROSA, Noel. Malandro Medroso. 1930. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=0BGaAOJZDcQAcesso 30 Out 2019
SILVA, Ismael, ALVES,Francisco, BASTOS, Nilton. O que será de mim, 1931. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=Tc_uPfWhuDc. Acesso 30 Out 2019

6- Revisão de Literatura
Segundo Tiago, sobre esse samba malandro que sempre criticavam o mundo burguês capital
até antes do Estado Novo:

“Contudo, há uma outra questão, está ligada diretamente ao campo


musical: enquanto tal bibliografia constrói o samba malandro como um
contraponto ao mundo burguês capitalista, a verdade é que há poucas
composições que critiquem o trabalho e apresentem a malandragem
como alternativa, mesmo antes do Estado Novo. Naturalmente há um
número infindável de canções tratando de temas como infidelidade,
boêmia, e as diversas formas de viver fora do mundo do trabalho
assalariado. Mas, por certo, isto está longe de conferir qualquer tipo
de significado especial a tais composições, sendo temas constantes
da cultura ocidental . Para demonstrar a especificidade de uma
tradição malandra no interior do samba e que funcionaria como
resistência à implantação do capitalismo, seria necessário reunir uma
razoável quantidade de canções opondo o trabalho à malandragem,
coletadas em lugares e épocas diversas, estudar sua evolução e
relacioná-las com seus contextos específicos.”1

Segundo Marilene sobre a origem do samba e os malandros na letras de samba:

“O samba é um ritmo popular que teve origens no Brasil no início do


século XX, criado por ex-escravos marginalizados. Seu
desenvolvimento encontrava-se estritamente relacionado com as
dificuldades que os pobres verificam para se inserir no sistema
capitalista em formação. Nesse início, era uma forma dos negros se
expressarem, em contrapartida, à opressão encontrada por parte das
elites urbanas.”2

“O malandro que figurava nas letras dos sambas era um indivíduo


comum, morador do subúrbio ou favela, frequentador de botequins,
chegado à vida boêmia e à orgia, e que tinha a esperteza como um
grande trunfo. Tal esperteza era a forma capaz de lhe fazer driblar
situações desfavoráveis impostas por quem buscasse fazê-lo seguir
o considerado tortuoso e penoso caminho que o levava ao trabalho.”

Segundo Jean sobre o DIP órgão que controlava as mídias e músicas na época:

1
GOMES, Tiago de Melo. Gente do samba: malandragem e identidade nacional no final da Primeira
República, 2004. p172. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/topoi/v5n9/2237-101X-topoi-5-09-
00171.pdf. Acesso 30 out 2019
2
VIRTUOSO, Marilene Maximiliano. SAMBA: MALANDRAGEM E NACIONALISMO NA IDEOLOGIA
TRABALHISTA NO BRASIL DA ERA VARGAS (1930-1945). UNESC.Criciúma, Santa Catarina.
2015. p 9 Disponível
em:http://repositorio.unesc.net/bitstream/1/3867/1/Marilene%20Maximiano%20Virtuoso.pdf Acesso
30 out 2019
Idem p. 9
“A Era Vargas se estende de meados do ano de 1930 com a
instauração do Governo provisório e se estende até cerca de 1945 até
o final do governo ditatorial. No entanto esta obra só irá trabalhar no
período dos anos de 37 até 45 onde é possível ver uma maior
influência ditatorial no governo Vargas que é chamado de Estado
Novo. Período esse onde em cunho mundial passava-se pela
Segunda Guerra Mundial. Com o intuito de aumentar o controle do
turismo, imprensa e diversas mídias. No final da década de 1930 é
criado o DIP, que tem a função de fiscalizar departamentos como,
divulgação, turismo, Imprensa, Cinema, Teatro e rádio. Orientando-os
ou formalizando as atividades e informações que seriam
apresentadas nessas áreas. Este departamento que tem o dever de
analisar e censurar os meios de comunicação e as mídias utilizadas
trabalha também acerca das composições que eram apresentadas
nesse momento”3

Segundo Natália sobre a temática da músicas que eram apregoadas:

“Nas músicas que fogem a temática apregoada pelo governo, o


trabalho não é apresentado como aquele que engrandece o homem e
faz dele um cidadão. Como se viu, ele é claramente sinônimo de
martírio, de sacrifícios. Há também canções que abordam a vida de
malandro e a boemia sendo lembradas como parte de uma boa
memória do indivíduo. “4

Segundo Carla sobre diálogo sobre a música e história Era Vargas:

“O período do Estado Novo é freqüentemente associado com a


ascensão do samba como gênero nacional e, conseqüentemente,
como símbolo cultural da nacionalidade brasileira. No entanto, muito
freqüentemente, em períodos pós-revolucionários, ou em tempos de
ruptura com a ordem política – tal como o caso do Estado Novo – cria-
se uma certa mística em torno das realizações, reais ou
imaginárias.Sabe-se que desde a proclamação da república em 1889,
já vinha sendo realizado um esforço de parte dos intelectuais
brasileiros em torno da definição de uma identidade nacional
brasileira, e da delimitação de elementos tidos por tipicamente
nacionais. E é nesse contexto que o samba vinha se tornando cada
vez mais popular dentre os variados estratos sociais do Rio de
Janeiro. “5

3
ALVES , Jean Sulyvan Silva.NACIONALISMO, CENSURA E PROPAGANDA: O SAMBA CARIOCA
NA ERA VARGAS 1930/45.UFU, Uberlândia ,2017. p 36. Disponível em:
http://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/19424/3/NacionalismoCensuraPropaganda.pdf. Acesso
30 out 2019
4
DOS SANTOS, Natália Cabral. Samba e subúrbio: um estudo de composições contrárias ao
trabalhismo de Vargas. ANPUH, Natal, 2013. p11. Disponível em:
http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1371262066_ARQUIVO_Sambaesuburbio-
umestudodecomposicoescontrariasaotrabalhismodeVargas.pdf. Acesso 30 out 2019

5
COELHO, Carla Araújo.O ESTADO NOVO E A INTEGRAÇÃO DO SAMBA COMO EXPRESSÃO
CULTURAL DA NACIONALIDADE. Revista Vernáculo, n. 27, 1o sem./2011 p 36-37. Disponível em:
https://revistas.ufpr.br/vernaculo/article/view/20781/21009. Acesso: 30 out 2019
“A problemática que guiou este trabalho foi justamente a questão de
como o samba passaria a ser incorporado a esse conjunto de
símbolos nacionais. Ou melhor, como o Estado Novo de Getúlio
Vargas e seu projeto ideológico contribuíram para que essa
associação fosse traçada. Quais teriam sido as condições
conjunturais, materiais e simbólicas que transformariam o samba em
símbolo nacional, processo que permitiu que o mesmo fosse utilizado
pelo governo como um dos veículos de sua propaganda ideológica. “

Segundo Luisa sobre o nascimento do samba:

“O nascimento do samba se dá não só em meio aos encontros sociais


e culturais descritos acima, mas também a uma mistura de ritmos
musicais presentes naquela época. Dedica-se também ao estudo
especialmente a matriz musical que dá base ao samba, como ele
coloca, pode-se destacar a articulação “lundu-maxixe-samba”.

“De origem angolana, o lundu foi uma grande influência musical para
o samba, considerado uma dança proibida pelos seus movimentos
sensuais, a umbigada que também fazia parte do samba. O lundu era
um ritmo essencialmente urbano e foi o primeiro ritmo negro a ser
aceito pela sociedade branca, sem precisar alterar sua estrutura,
mantendo a sincopa”.

“O maxixe, por sua vez, tem uma influência europeia maior, com
contribuições fortes da polca e da habanera. O lundu também tem
influência do maxixe, tendo como principal herança a sincopa, marca
registrada dos ritmos de matriz africana. O ritmo tornou-se a principal
dança da década de 20, sendo aceita nos principais salões cariocas.”6

Segundo Vinicius sobre Samba: Um caso de polícia:

“No Brasil do início do século XX a paisagem do Rio de Janeiro


começou a mudar de maneira vertiginosa. Em grande parte sua
transformação era impulsionada pela abolição da escravatura
(realizada em 1888) que levou muitos “ex-escravos” para a cidade.
Capital da recém proclamada República, o Rio via os cortiços se
espalharem pela cidade e junto deles o aumento da população
negra.”7

6
PESSANHA, Luisa Alves. De Malandro a Nacional: o papel do samba na propaganda ideológica
varguista. UNB, Faculdade de Comunicação, Brasília 2016.p 18. Disponível em:
http://bdm.unb.br/bitstream/10483/15273/1/2016_LuisaAlvesPessanha_tcc.pdf. Acesso 30 out 2019
7
SILVA, Vinicius Elias dos Santos. Samba, a voz do morro. A história do Brasil do início do século
XX sob o ponto de vista dos excluídos. Uniceub.Brasília,2007. p11 -12 Disponível
em:https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/1796/2/20363786.pdf.
“No início da década de 1890 já havia mais de meio milhão de
habitantes na cidade, sendo que apenas a metade era natural da
capital. Segundo Diniz, o Rio atraía milhares de pessoas e se
transformava no “epicentro político, social e cultural do país”. Diante
do grande crescimento demográfico, a elite carioca queria tornar a
capital em um lugar mais “civilizado”.

“Começaram então a abertura de grandes avenidas, a destruição de


cortiços e a erradicação da febre amarela e da varíola. Um
pensamento baseado no modelo de pensamento da civilização
européia. Ações que apenas mostravam o quanto a política
governamental estava extremamente voltada para os interesses
elitistas. “

Como em meados do século XIX metade da população da cidade era


formada por negros escravos a capital acabou se transformando no
que define como “espaço de identidade da cultura afrodescendente”.
motivos que levaram os negros baianos do pós-Guerra de Canudos a
nela buscarem costumes, valores e hábitos familiares à sua história”.

“Percebeu-se que, mesmo com as mudanças que o Rio vinha


sofrendo, o “olhar da República” para o negro não havia mudado, mas
se mantido igual ao “olhar do Império”. Marginalizado social e
economicamente, instituições como escolas e fábricas excluíam o
negro para que pudessem estar compatíveis “com as exigências do
mercado urbano”.

Segundo Janaína sobre o governo Vargas:

“O período que se estende de 1930 a 1945 é amplamente trabalhado


pela historiografia brasileira em diferentes perspectivas, procurando
se entender as várias facetas do governo Vargas na busca de
respostas para a política estabelecida em seu governo e como essa
foi recebida. A conjuntura política do país foi alterada por meio de
sucessivos decretos-leis, após dissolver os órgãos legislativos,
centralizando seu poder, além de nomear interventores para os
Estados. O governo Vargas visava unir os inúmeros setores para o
apoiarem, e o grande diferencial da política brasileira vivida até então,
foi visível ao serem introduzidas estratégias populistas, que buscou
se aproximar das massas 8 . E embora não seja objetivo desse
trabalho investigar os sete anos iniciais do governo de Getúlio Vargas
é importante compreender a política de "modernização" iniciada nesse
período e culminada no Estado Novo, para que assim se possa
perceber o processo de transformação política ocorrido no período em
questão.”
“De modo geral, então, o novo governo assumia o país em um
momento de crise e como solução inicial determina a destruição de
inúmeras sacas de café, um dos métodos usados foi a da queima
dessas sacas. Porém, essa medida inicial foi suficiente apenas para
diminuir o excedente no país, já que o produto não estava mais sendo
exportado. A medida posterior do governo Vargas foi tentar controlar
a economia agrária dando início à perda da autonomia do produto em
questão, como principal economia do país, e, assim, dar lugar ao
processo de modernização econômica pela via do incremento à
industrialização. Dessa forma, pode-se perceber que a produção
cafeeira fazia-se importante à medida que poderia financiar a
industrialização brasileira rumo ao ideal de modernidade. Para tanto,
era necessário, antes, salvar o café de sua desvalorização e ao
mesmo tempo desestimulá-lo enquanto base econômica do país.”

“Assim, com essas medidas tomadas em seu governo (1930 - 1934),


o então presidente busca estimular no país o nacionalismo e o projeto
trabalhista, o que futuramente, tomariam regras do ideal de
modernização; intensificado a partir de 1937 no país. Desse modo,
procura promulgar leis em benefício do trabalhador, na tentativa de
atender para antigas reivindicações e ao mesmo tempo, aglutinar
apoio popular ao seu governo. O sentimento nacionalista é visto no
governo Vargas como forma de reconstruir o Brasil sob novas
condições, já que não mais poderia se contar com os mesmos
recursos anteriores. Assim, nos sete primeiros anos, o governo
Vargas procura construir uma política de "salvação da pátria" em
função da unidade nacional.”8

Segundo Clarissa sobre o termo semba e a origem do Samba:

“De fato, o termo "semba" ─ também conhecido por umbigada ou


batuque ─ designava um tipo de dança de roda praticada em Luanda
(Angola) e em várias regiões do Brasil, principalmente na Bahia. Do
centro de um círculo e ao som de palmas, coro e objetos de
percussão, o dançarino solista, em requebros e volteios, dava uma
umbigada num outro companheiro a fim de convidá-lo a dançar, sendo
substituído então por esse participante. A própria palavra samba já
era empregada no final do século XIX dando nome ao ritual dos
negros escravos e ex-escravos. Muito diferente da polca e das valsas
que a sociedade branca estava acostumada, os ritmos negros são
envolventes e mexem com a emoção de quem os ouve e vê.”

“Na verdade o samba teve a influência na sua formação de muitos


ritmos negros, que o antecederam. Alguns, assim como o samba,
também entram nos salões das salas dos brancos. Outros ritmos
como o jongo tem semelhanças com o samba como a existência de
roda, de coro e a primordial importância da dança.”

“A manutenção por meio desses grupos dos ritmos que trouxeram de


suas terras é uma maneira de manter as raízes e fazer desse país,

8
DO NASCIMENTO, Janaína Batista.Estado Novo e Malandro: um desafinado dueto a embalar a era
Vargas.UFU, Uberlândia,2008. p-14 a 16. Disponível em:
http://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/19081/1/EstadoNovoMalandro.pdf.
que, apesar de não terem escolhido, sua casa. A música se torna, não
somente, uma forma de manutenção das tradições, mas também
instrumento de socialização e reconhecimento de comuns. Esse foi
um mecanismo de sobrevivência social e cultural que transformou a
cultura brasileira na que temos hoje. Os batuques foram se
modificando ao longo do tempo e dessas modificações surgindo
ritmos diferentes. Os sons outrora fortes e barulhentos foram se
abrandando ora pelo convívio social, ora para se adaptar as festas
dos brancos. Surgem um tipo de musica urbana brasileira, entre elas
a modinha, o maxixe, o lundu, o samba. Apesar de algumas
influências européias, esses ritmos nasceram no centro da
comunidade negra.”9

Segundo Ari sobre o Samba, Vida e Obras de Sambistas no Rio de Janeiro:

“No que diz respeito à bibliografia mais recorrente sobre o samba,


subdivido a mesma em três subgrupos temáticos: títulos que versam
sobre a biografia de antigos sambistas, compositores cariocas ou
radicados no Rio de Janeiro desde o início do século XX. Títulos
que elaboram análises sócio-antropológicas e históricas sobre o
samba carioca urbano; O subgrupo temático que se refere a biografias
de antigos sambistas, compositores cariocas ou radicados no rio de
Janeiro na primeira metade deste século, pode ser unificado pelo fato
destas obras possuírem um caráter mais informativo, rico em
detalhes, não analítico, de caráter jornalístico”.10

Segundo Valdemar sobre a Trajetória do Samba:

“Os instrumentos, do mesmo modo, eram precários, e constituíam-se


quase todos em caixas de percussão, feitos de forma artesanal.
Assim, de uma lata de manteiga nascia um surdo de marcação; de
uma barrica e um pano molhado, uma cuíca; de uma pequena caixa
de madeira encourada, um tamborim. Os criadores dessa modalidade
de expressão do samba tinham em vista a incorporação cada vez
maior de participantes ao evento até então restrito, ao que se
agregava dança, e solicitava do canto o prolongamento da frase
musical e, por conseguinte, das letras. A isto se deveu a iniciativa da
chamada “turma do Estácio”, legítimo reduto de sambistas e
batuqueiros da estirpe de Ismael Silva, Nilton Bastos, Bide, Mano
Rubem, entre tantos outros que acabaram por serem incorporados à
indústria das gravações em disco, fornecendo música aos intérpretes
de sucesso.”

“Por sua vez, a confirmação do samba no âmbito do ilícito penal vinha


do fim da festa, quando a roda de samba esfriava, e se formavam as
rodas de batucada que varavam a madrugada. Nessas rodas, o rito
de iniciação da umbigada, que caracterizava a festa do samba, dava
lugar à capoeira e ao jogo de pernadas que, aliados aos excessos
alcoólicos, quase sempre terminava em luta corporal, com braços e

9
DIAS. Clarissa Toscano de Britto.MÍDIA, TRADIÇÃO E CULTURA POPULAR: A JUVENTUDE CAI
NO SAMBA.UFRJ,2005. p17- 18 Disponível em:
https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/903/1/CDIAS.pdf.
10
LIMA, Ari. Do Samba Carioca Urbano e Industrial: ao Samba Nacional e Mestiço. ArtCultura,2013.p
18. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/artcultura/article/view/29141/16214.
costelas fraturadas e cortes de navalha. Também o preconceito ao
samba, do ponto de vista das autoridades policiais e das elites
católicas, estendeia-se aos rituais de magia a que estas tanto
condenavam.”11

Segundo Louise sobre as abordagens samba e mercado:

“A abordagem das relações entre a música e o mercado impõe ao


pensamento crítico a incontornável análise acerca de decisões e
políticas governamentais que inseriram a cultura na lógica do capital.
Nesse sentido, optou-se por estudar a formação das políticas públicas
de incentivo à cultura musical e as relações entre a estrutura de
determinadas políticas e as ideologias governamentais que nutrem
sua implementação e funcionamento. “12

Segundo Douraci e Frank sobre a trajetória do samba: de prática marginalizada a símbolo


nacional:

“O termo samba, de origem africana, tem seu significado ligado às


danças típicas tribais africanas. Os escravos africanos de origem
banto trouxeram para a Bahia, no período colonial, os ritmos e
instrumentos musicais africanos, estes, misturados ao ritmo brasileiro,
deram origem ao samba, que atualmente possui diversos tipos
(subgêneros). À princípio, influenciado pelo lundu e pelo maxixe, era
formado por um balanço rápido, um ritmo repetitivo, letras simples,
palmas, cantos e pessoas que dançavam dentro de uma roda, ao som
de viola, atabaque, berimbau, chocalho e pandeiro. Foi denominado
samba rural, baiano ou de roda.”13

Segundo Gabriela sobre a busca de uma brasilidade do Governo Vargas:

“Com o fortalecimento do Estado, a sociedade adquiriria o aspecto de


ordem, disciplina, afastando as influências do que era estrangeiro,
afinal, os exemplos de civilidade deveriam provir da própria nação, e
não de outras. Mesmo que o ideal autoritário tenha surgido nos países
europeus, aqui ele foi reinterpretado de acordo com a necessidade da
nação. Dito isso, o autoritarismo brasileiro, representava o melhor
direcionamento político, pois além de sua característica tutelar, seu

11
JUNIOR, Valdemar Valente. A TRAJETÓRIA DO SAMBA NO SÉCULO XX: DA MARGINALIDADE
À INDÚSTRIA CULTURAL. UNINCOR ANO 9 - N.º 2 ,2012. p 2 . Disponível em:
http://periodicos.unincor.br/index.php/recorte/article/view/681.
12
BONASSI, Louise Monteiro. Tem Negro no Samba?.CELACC/ECA – USP, 2014. p19. Disponível
em:http://myrtus.uspnet.usp.br/celacc/sites/default/files/media/tcc/tcc_-_versuo_final_-
_louise_bonassi.pdf.
13
DUARTE, Douraci Agostini, MEZZOMO, Frank Antonio. O SAMBA ENQUANTO MANIFESTAÇÃO
CULTURAL E SUA UTILIZAÇÃO COMO SÍMBOLO NACIONAL DURANTE O ESTADO NOVO
(1937-1945).Paraná. Governo do Estado, Secretaria de Educação, 2013.p 6-7 Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2012/2012_feci
lcam_hist_artigo_douraci_agostini_duarte.pdf.
objetivo organizacional, objetivava harmonizar os conflitos, e
homogeneizar as regiões, de forma a criar elementos de identidade,
de brasilidade, entre elas. “14

Segundo José fala sobre o embate de concepções e as práticas da malandragem:

“Mostra o embate entre as concepções e as práticas da malandragem


e aquelas formadas pelos acontecimento históricos, políticos e sociais
da década de 30, quando o governo Vargas sentiu a necessidade de
criar novas mentalidades, subjetividades e uma nova cultura, que
impulsionasse o seu projeto de construção nacional através de
exemplos de obras da música popular brasileira. O samba,
especificamente, que adotou desde o seu surgimento, com rápida
aceitação por amplas camadas sociais, uma "dicção malandra", é um
filão inesgotável para mostrar como se deu este conflito, que
caminhos seguiu, e seu desfecho - que é apenas o de uma fase, já
que malandros e malandragem permanecem como figuras de nossa
realidade social.”15

Segundo Camila e Marlúcia sobre o Samba como forma de poesia:

“Creditado como um tipo peculiar de Literatura, o Samba pode ser


descrito como uma forma de poesia que acompanha o seu tempo,
mesmo nos dias correntes que não possui o sucesso estrondoso dos
anos 1930, contando com artistas consagrados que vendem a sua
música independentemente da mídia.”16

Segundo Nayre sobre a rejeição do samba como identidade nacional

“O interesse pelo período histórico tratado - a era Vargas - e pela


valorização do samba como ícone nacional - surgiu durante o
desenvolvimento de uma monografia de conclusão de curso. Ao longo

14
BARCELOS, Gabriela Loureiro. ERA VARGAS: A CULTURA POPULAR E A LEGITIMAÇÃO DA
IDENTIDADE NACIONAL, Anais do VI Congresso Internacional UFES/Paris-Est | 405, Paris, 2017. p
411. Disponível em: http://periodicos.ufes.br/UFESUPEM/article/view/18056.
15
NOVAES, José. UM EPISÓDIO DE PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADE NO BRASIL DE 1930:
MALANDRAGEM E ESTADO NOVO.Psicologia em Estudo, Maringá, v. 6, n. 1, 2001. p 39.
Disponível em: http://www.scielo.com.br/pdf/pe/v6n1/v6n1a05.pdf.
16
DOS SANTOS, Camila Ramos, DA ROCHA, Mendes Marlúcia. O samba como signo identitário do
Brasil e a sua literariedade nos anos 1930.UFES,Vitória, n. 31, 2017/1 p 101.Disponível em:
http://www.periodicos.ufes.br/contexto/article/view/14965/10551.
desta, buscamos analisar como se deu o processo de transformação
do discurso do sambista no meio social no qual ele estava inserido.
Analisamos, por meio das fontes musicais que serviram como suporte
documental para o trabalho, a transformação temática nas letras e
problematizamos a relação entre o Estado e os sambistas,
(especialmente após o Estado Novo). Iniciamos com tal pesquisa uma
análise aprofundada dos debates presentes em jornais, revistas
especializadas e na mídia em geral, em torno da aceitação e rejeição
do samba como símbolo da identidade nacional, visando
compreender como e por que se deram determinados conflitos, o que
havia por trás dos mesmos , bem como a mudança de atitude de parte
da elite, que deixou de rechaçar essa expressão musical popular e
passou a valorizá-la.”17

Segundo Kelen e Carlos Eduardo sobre a criação de instrumento de educação coletivo:

“O Estado teve seu papel como ativo neste processo de construção


da identidade recorrendo a aspectos da cultura popular, como por
exemplo, o rádio, o futebol e o samba, para criar o sentimento de
unidade nacional. O movimento de construção da identidade nacional
passa pela criação de símbolos nacionais, algo que
comprove/fortaleça a existência de um Estado. Uma nação deve
apresentar um conjunto de elementos simbólicos e materiais: uma
história, que estabelece uma continuidade com os ancestrais mais
antigos; uma série de heróis, modelos das virtudes nacionais; uma
língua; monumentos culturais; um folclore; lugares importantes e uma
paisagem típica; representações oficiais, como hino, bandeira,
escudo; identificações pitorescas, como costumes, especialidades
culinárias, animais e árvores-símbolo.”18

Segundo Cleonice sobre o duplo sentido música sobre as escolhas partidárias:

“O ambíguo, o duplo sentido, era muito explorado, com o intento de


dar leveza a temas que não eram tão leves, como era o caso das
letras de cunho extremamente político, em que os autores faziam suas
escolhas partidárias, bem como a ideologia que popularizariam
através da difusão da música, até mesmo pelo conflito que ela
apresentava.” 19

Segundo Adalberto sobre questão de raça e samba:

17
LUZ, Nayre Carolina Gomes. Conflitos e conciliações em torno do samba e do projeto de
construção de uma identidade nacional na era Vargas. SNH-ANPUH,2015, p 6. Disponível em:
http://www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1434423277_ARQUIVO_TextoAnpuh.pdf.
18
SILVA, Kelen Katia Prates, DE CARVALHO, Carlos Eduardo Souza, A CONSTRUÇÃO DA
IDENTIDADE NACIONAL DURANTE A ERA VARGAS: OS POLÍTICOS, OS INTELECTUAIS E O
FUTEBOL.Revista Outras Fronteiras, Cuiabá-MT, vol. 3, n. 1,2016 p 249-250. Disponível em:
http://ppghis.com/outrasfronteiras/index.php/outrasfronteiras/article/download/172/pdf.
19
PASQUA, Cleonice Maria Della, A Música na Era Vargas: composições musicais como fonte de
memória e representação social.UFRS, Porto Alegre, 2017. p14. Disponível em:
https://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/175265.
“Mas nem tudo era consonância quando a questão dizia respeito à
raça e ao samba. Vozes dissonantes também se faziam ouvir,
quebrando a aparente harmonia estabelecida. No palco de disputas
montado em torno dos destinos da música popular não faltaram
ataques de fundo racista. O samba do morro, por exemplo, ficou sob
a alça de mira de articulistas inconformados com a propagação dessa
“coisa de negros”.20

7- Objetivos

● Analisar as modificações de sambas no Governo Vargas.

● Entender o motivo da perseguição das letras de sambas e o duplo sentido do samba


‘Bonde de São Januário’.

● Compreender como a boêmia causava desconforto a elite da Era Vargas.

8- Hipóteses:

● O Motivo das modificações do samba na época era que a letra era considerada uma
afronta ao Governo Vargas.

● A repressão ao samba, não era apenas por questão política, mas racista e
orquestrando um branqueamento da cultura negra.

● O governo Vargas via o samba como algo negativo, que dava uma visão mundial de
cultura brasileira empobrecida.

20
PARANHOS, Adalberto. A invenção do Brasil como terra do samba: os sambistas e sua afirmação
social.Revista História n 22 volume 1,2003. p81. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/%0D/his/v22n1/v22n1a04.pdf.

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