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Fonte de pesquisas:

https://www.google.com.br/webhp?sourceid=chrome-instant&ion=1&espv=2&ie=UTF-
8#q=plantio+urbano+atrai+aves

ARBORIZAÇÃO URBANA PARA ATRAÇÃO DE AVES

76 árvores brasileiras que atraem aves


18 de novembro de 2015 Sandro Von Matter

Saíra-sete-cores (Tangara seledon) uma das mais belas aves da Mata


Atlântica, se alimenta principalmente de frutos.
Nas palestras que realizo, como também nos passeios pelas praças com
grupos iniciantes em observação de aves, quase sempre falo sobre o
conceito de floresta. Talvez você não saiba, mas florestas são
compostas por interações que vão muito além do que nossos olhos
podem ver, muito além de árvores e animais simplesmente ocupando um
mesmo lugar.

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Para exemplificar, costumo comparar uma floresta a uma TV, que é feita
de centenas de peças, cada qual especificamente criada para uma
função. Mas o que acontece quando jogamos esta TV no chão? Se todas
as peças continuam ali, por que a TV para de funcionar? Bem, como
sabemos, para que um aparelho funcione, cada peça deve estar
precisamente conectada em um local específico.
Exatamente como a TV, florestas, ou qualquer outro bioma, são
compostos por centenas de espécies que não apenas ocupam um
mesmo lugar, mas estão conectadas, interagindo entre si. É o que
nós, cientistas, chamamos de interações ecológicas.
Estas interações são resultado de milhares de anos de seleção
natural. Elas são os fios invisíveis que conectam todas as partes
do ecossistema e tornam possível o funcionamento de uma floresta. A
força destas interações é tão poderosa que, em muitos casos, impulsiona
a evolução e leva ao surgimento de novas espécies.
Entre as incontáveis interações presentes na natureza, uma sempre foi
alvo da admiração de naturalistas e cientistas. Na verdade, ela é tão
importante para o entendimento do funcionamento de ecossistemas
tropicais, que inspirou alguns estudos científicos clássicos em ecologia.
Em 1971, David Snow, renomado pesquisador do Museu Britânico de
História Natural, publicou na revista Ibis os resultados de uma pesquisa
tão genial que, até hoje, é leitura obrigatória para ecólogos de todo o
mundo. O estudo Evolutionary aspects of fruit-eating by
birds (Aspectos Evolutivos da Alimentação das Aves por Frutos, em
tradução livre) foi um dos primeiros a investigar as consequências
evolutivas das interações entre aves e plantas abrindo caminho para
gerações de cientistas interessados no tema.
Desde então o conhecimento científico sobre o tema quadruplicou e, hoje
sabemos que, não é mera coincidência que algumas árvores que
produzem os frutos mais apreciados por algumas aves, são também
aquelas que nascem naturalmente em praças e canteiros, como é o caso
das pitangueiras. Isto ocorre por que muitas espécies de árvores e de
aves evoluíram lado a lado, se tornando especializados uns nos outros.
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Enquanto as árvores fornecem alimento e moradia, as aves, em
contrapartida, polinizam suas flores e espalham suas sementes, e todos
se beneficiam dessa aliança que já dura milhões de anos. De fato, há
cerca de 50 milhões de anos, o extinto Septentrogon madseni, parente
distante dos Trogons atuais e, uma das primeiras espécies de aves
frugívoras (que se alimentam de frutos), já voava pelos céus do planeta
Terra.
A maioria das aves brasileiras possui relação tão íntima com as árvores
que, em alguns casos como o do Palmito-juçara, nativo da Mata
Atlântica, o desaparecimento de espécies de aves de grande porte – que
não apenas agem na dispersão de suas sementes como também
selecionam os frutos maiores – pode causar, em poucas décadas,
mudanças drásticas na biodiversidade e no equilíbrio do ecossistema..
Mesmo em áreas urbanas, árvores e aves são parceiros inseparáveis,
por isso, a arborização urbana é essencial para a vida das aves em
nossas cidades. Assim, quanto mais árvores plantarmos, mais aves
habitarão praças e avenidas.
Sem falar que as árvores são extremamente benéficas também para a
nossa saúde: absorvem o gás carbônico (CO2) e liberam oxigênio,
melhorando a qualidade e a umidade do ar, além de reduzir o barulho e
regular a temperatura, funcionando como um ar condicionado natural.
Que tal atrair mais aves para a sua região?
Para ajudá-lo, fiz uma pequena lista de espécies de árvores brasileiras
que produzem flores e frutos muito apreciados pelas aves. Mas peço que
não se esqueça de que, cada árvore, possui características próprias que
as tornam mais ou menos adequadas para o plantio em uma ou outra
área, além disso prefira espécies que são nativas do bioma em que
sua cidade está inserida. Por isso, pesquise um pouco mais sobre cada
árvore antes de fazer sua escolha.
11 ÁRVORES CUJAS FLORES ATRAEM AVES
– Paineira-rosa (Ceiba speciosa)
– Chuva-de-ouro (Cassia ferrugínea)
– Diadema (Sttiffia chrysantha)
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– Embiraçu (Pseudobombax grandiflorum)
– Ingá-feijão (Inga marginata)
– Quaresmeira (Tibouchina granulosa)
– Eritrina (Erythrina falcata)
– Mulungu (Erythrina mulungu)
– Mulungu-do-litoral (Erythrina speciosa)
– Eritrina (Erythrina verna) e
– todas as espécies de Ipê nativos do Brasil.
65 ÁRVORES CUJOS FRUTOS ATRAEM AVES
– Aroeira-brava (Lithraea molleoides)
– Abiu (Pouteria spp.)
– Abricó-de-praia (Labramia bojeri)
– Açaízeiro (Euterpe oleracea)
– Acuri (Scheelea phalerata)
– Araçá (Psidium cattleianum)
– Araticum (Annona coriacea)
– Bacaba (Oenocarpus bacaba)
– Boleiro (Alchornea iricurana)
– Buriti (Mauritia flexuosa)
– Cajuaçu (Anacardium giganteum)
– Canela-amarela (Nectandra lanceolata)
– Canjerana (Cabralea canjerana)
– Cambuí (Myrcia selloi)
– Capororoca (Myrsine coriacea e Myrsine ferrugiena)
– Cambuí (Myrciaria tenella)
– Canela-amarela (Nectandra lanceolata)
– Canelinha (Nectandra megapotamica)
– Canela-preta (Ocotea sanctaecatharinae)
– Candiúba (Trema micrantha)
– Calicarpa (Callicarpa reevesii)
– Cerejeira-do-rio-grande (Eugenia involucrata)
– Chal-Chal (Allophylus edulis)
– Chichá (Sterculia chicha)
– Embaúba (Cecropia pachystachya)

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– Embaúba-prateada (Cecropia hololeuca)
– Embaúba-vermelha (Cecropia glaziovii)
– Fedegoso (Senna macranthera)
– Figueira (Ficus guaranitica)
– Fruta-do-sabiá (Acnistus arborescens)
– Guabiroba (Campomaneisa xanthocarpa)
– Grandiúva-d’anta (Psychotria nuda)
– Guaçatonga (Casearia sylvestris)
– Guaburiti (Pinia rivularis)
– Grumixama (Eugenia brasiliensis)
– Jabuticaba (Myrciaria cauliflora)
– Jacatirão (Miconia cinnamomifolia)
– Jatobá (Hymenaea spp.)
– Jerivá (Syagrus romanzoffiana)
– Licuri (Syagrus coronata)
– Licurana (Hyeronima alchorneoides)
– Macaúba (Acrocomia aculeata)
– Macucurana (Hirtella hebeclada)
– Mamica-de-porca (Zanthoxylon riedelianum)
– Manduvi (Sterculia apetala)
– Marinheiro (Licania Kunthiana)
– Mataíba (Matayba elaegnoides)
– Murici (Byrsonima crassifolia)
– Miconia (Miconia prasina)
– Palmito-juçara (Euterpe edulis)
– Pau-de-corvo (Citronella paniculata)
– Pau-formiga (Triplaris americana)
– Pau-magro (Cupania oblongifolia)
– Pau-rosa (Aniba rosaeodora)
– Pau-de-viola (Citharexylum myrianthum)
– Pitanga-vermelha (Eugenia uniflora)
– Pixirica (Leandra cardiophylla)
– Porangaba (Cordia ecalyculata)
– Quixabeira (Sideroxylon obtusifolium)
– Sapotizeiro (Manilkara achras / Achras zapota)
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– Sete-capotes (Britoa sellowiana),
– Tapiá (Crateva tapia)
– Tapiriba (Tapirira guianensis)
– Tamanqueira (Aegiphila sellowiana)
– Uvaia (Eugenia pyriformis)

Periquito-rico (Brotogeris tirica), se alimentando de flores de uma das


muitas espécies de árvores nativa, a Eritrina (Eritrina speciosa).
Fotos: Sandro Von Matter
https://conexaoplaneta.com.br/blog/74-arvores-brasileiras-que-atraem-
aves/

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Arborização urbana para alimentar e atrair as aves

 BLOG FRUTA DE SABIÁ


Origem: Mata Atlântica (Sul do Brasil)
Projeto CevAdeil, iniciado em 2009.
Idealizador: José Renato “Gazão”
Início de produção do Arvoredo da Fruta de Sabiá: Entre 08 à 12 meses.

Arvoredo de porte médio, que atinge mais ou menos 04 metros na sua


maturidade. Produz durante grande parte do ano pequenos frutos que
crescem em seus galhos, como se fossem pequenas jabuticabas. Com
mais ou menos 08 milímetros de diâmetro, amareladas e adociadas
quando maduras.
A Fruta de Sabiá, atrai diversas espécies de Pássaros onde plantada.
Alimento natural adorado de forma surpreendente e encantadora por
nossos amigos voadores. Muito adorada também, por todas as espécies
de peixes nativos, podendo então ser plantada à beira de rios, tornando-
se um alimento natural que também é adorado pelos peixes.
Fruto adorado por praticamente todos os nossos Pássaros Silvestres,
como por exemplo, Sabiás, Bem-te-vis, Sanhaços, João velhos, Galos do
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campo, Beija-flor, Tico-ticos-rei, Saíras, Trinca-ferros, Tiês, Gaturamos,
Jutitis, Chocões-barrados, entre outras dezenas de espécies.

Os pássaros visitam o arvoredo da Fruta de Sabiá o dia todo, se


alimentando e levando em seus bicos comida para seus filhotes, coisa
lindíssima de se ver. A Fruta de Sabiá também é adorado por galinhas,
pode ser plantado dentro do galinheiro. Os Fruta de Sabiá podem ser
consumidos por humanos.
Grande importância na contribuição ao nosso Meio Ambiente – os
Pássaros disseminam suas sementes fazendo um florestamento natural.
Além de grande contribuição ao Meio Ambiente pela alimentação de
várias espécies de Pássaros e Peixes, é uma planta extremamente
indicada para recuperação de áreas degradadas.
O Projeto CevAdeil faz o trabalho de Resgate e disseminação deste
arvoredo, e eu, Zé Renato, garanto que com sua cultura nos jardins,
quintais, praças, sítios, chácaras, fazendas, rios… estaremos
contribuindo de maneira fenomenal com nosso Meio Amiente com a
alimentação de dezenas de Pássaros. Estes que com certeza estão
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sofrendo muito com relação à falta de alimentação, numa era que só se
ouve falar em desmatamento e fogos nas matas.
Plante a Fruta de Sabiá e tenha Pássaros Silvestres como vizinhos!
Veja aqui como adquirir suas mudas e contribuir com o Projeto de
disseminação da Fruta de Sabiá.
Notas do idealizador:
Nome científico: Acnistus arborescens
Nome popular: Fruta de Sabiá
Projeto CevAdeil: Ceva – de cevar peixes e pássaros. Adeil – Um grande
plantador da nossa região.
Semeando abrigos e alimentos para as aves.

http://frutadosabia.com.br/arborizacao-urbana-para-alimentar-ou-atrair-
as-aves/

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ARBORIZAÇÃO URBANA: IMPORTÂNCIA E ASPECTOS
JURÍDICOS

Ultimamente temos observado que está aumentando na população a


preocupação em relação ao meio ambiente urbano e a qualidade de vida
de nossas cidades.
Fala-se muito em áreas verdes e arborização, mas o que significam e
qual a relação que há entre si? Especificamente, qual é a importância da
arborização e quais são seus aspectos jurídicos? É o que tentaremos
analisar.
Arborizar quer dizer plantar ou guarnecer de árvores um local. Por sua
vez arborização é o efeito de arborizar. Porém, quando pronunciamos
estas palavras tem-se a impressão, a primeira vista, de que estamos nos
referindo a uma região rural, mas estes termos são muito mais utilizados
em áreas urbanas do que nas rurais.
A arborização urbana é caracterizada principalmente pela plantação de
arvores de porte em praças, parques, nas calçadas de vias públicas e
nas alamedas e se constitui hoje em dia uma das mais relevantes
atividades da gestão urbana, devendo fazer parte dos planos, projetos e
programas urbanísticos das cidades.
Todo o complexo arbóreo de uma cidade, quer seja plantado ou natural,
compõe em termos globais a sua área verde. Todavia, costuma-se
excluir a arborização ao longo das vias públicas como integrante de sua
área verde, por se considerar acessória e ter objetivos distintos, já que as
áreas verdes são destinadas principalmente à recreação e ao lazer e
aquela tem a finalidade estética, de ornamentação e sombreamento
(José Afonso da Silva. Direito Urbanístico Brasileiro, 2. ed. São Paulo.
Malheiros, 1997, pg247-248).
Isto se deve também ao fato de que a legislação de uso e parcelamento
do solo (Lei 6766/79) obrigar aos loteamentos apenas a destinar uma
área verde para praças, silenciando-se sobre arborização das ruas.

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Outros ainda afirmam que falta de permeabilidade em vista das calçadas,
descaracteriza esta forma de arborização como área verde.
Realmente se analisarmos apenas pelas suas finalidades principais, são
distintas, mas se analisarmos do ponto de vista ambiental, podemos
concluir que as árvores existentes ao logo das vias públicas não podem
ser excluídas do complexo de áreas verdes da cidade, pois apesar de
estarem dispostas de forma linear ou paralela, constituem-se muitas
vezes em uma “massa verde contínua”, propiciando praticamente os
mesmos efeitos das áreas consideradas como verdes das praças e
parques.
Ademais, normalmente estas árvores estão protegidas pela legislação
municipal contra cortes, de forma que sua localização acaba sendo
perene, fortalecendo o entendimento de que compõem efetivamente a
“massa verde urbana”.
Além disso, este tipo de arborização tem a finalidade de propiciar um
equilíbrio ambiental entre as áreas construídas e o ambiente natural
alterado. Para nós toda a vegetação existente na cidade deve ser
considerada como área verde, inclusive as árvores de porte que estão
nos quintais, ou seja em áreas particulares. Não são áreas verdes da
cidade? Evidente que são, pois também estão sob fiscalização do Poder
Público, por força do contexto jurídico atual que as protege. Em suma,
toda vegetação ou árvore isolada, quer seja ela pública ou particular, ou
de qualquer forma de disposição que exista na cidade, constitui a “massa
verde urbana”, por conseqüência a sua área verde.
Aliás, há divergências até quanto a forma de se obter o índice área
verde/habitante, pois alguns utilizam em seus cálculos somente as áreas
públicas, enquanto outros toda a “massa verde” da cidade. Para nós,
deve-se considerar as áreas verdes particulares (quintais e jardins), que
muitas vezes são visivelmente maiores que as públicas. Assim, quando
falamos em áreas verdes, estamos englobando também as áreas onde
houve processo de arborização público ou particular, sem exceção.
Atualmente, as áreas verdes ou espaços verdes são essenciais a
qualquer planejamento urbano, tanto que na carta de Atenas há
11
recomendação para sua criação em bairros residenciais, bem como
essas áreas devem ser definidas claramente que são para recreação,
escolas, parques infantis, para jogos de adolescentes e outros, sempre
para uso comunitário.
Além das destinações citadas, as áreas verdes têm outras funções
importantes tais como: higiênica, paisagística, estética, plástica, de
valorização da qualidade de vida local, de valorização econômica das
propriedades ao entorno etc. Em termos de Direito Urbanístico o art. 22
da Lei 6766/79- Lei do Parcelamento do Solo- impõe para o registro de
parcelamento a constituição e integração ao domínio público das vias de
comunicação, praças e os espaços livres. Nestes últimos estão incluídas
as áreas verdes. Pelo art. 23 da citada lei, os espaços livres- entre eles
as áreas verdes, como dito- passam a integrar o domínio público do
município e em muitos deles as leis de parcelamento do solo determinam
que nos projetos de loteamento sejam destinadas percentuais do imóvel
a áreas verdes.
Assim, os espaços verdes ou áreas verdes, incluindo-se aí as árvores
que ladeiam as vias públicas fruto da arborização urbana, também por
serem seus acessórios que devem acompanhar o principal, são bens
públicos de uso comum do povo, nos termos do art. 66 do Código Civil,
estando à disposição da coletividade, o que implica na obrigação
municipal de gestão, devendo o poder público local cuidar destes bens
públicos de forma a manter a sua condição de utilização.
A arborização é essencial a qualquer planejamento urbano e tem funções
importantíssimas como: propiciar sombra, purificar o ar, atrair aves,
diminuir a poluição sonora, constituir fator estético e paisagístico, diminuir
o impacto das chuvas, contribuir para o balanço hídrico, valorizar a
qualidade de vida local, assim como economicamente as propriedades
ao entorno.
Além disso é fator educacional. Funções estas também presentes nos
parques e praças. Ademais, por se constituírem em muitos casos em
redutos de espécies da fauna e flora local, até com espécies ameaçadas
de extinção, as árvores e áreas verdes urbanas tornam-se espaços
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territoriais importantíssimos em termos preservacionistas, o que aumenta
ainda mais sua importância para a coletividade, agregando-se aí também
o fator ecológico.
Estas funções e características reforçam seu caráter de bem difuso, ou
seja de todos, afinal o meio ambiente sadio é um direito de todo cidadão
(art.225, Constituição Federal).
Aliás, por se tratar de uma atividade de ordem pública imprescindível ao
bem estar da população, nos termos dos arts.30,VIII, 183 e 183 da
Constituição Federal e do Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01), cabe ao
Poder Público municipal em sua política de desenvolvimento urbano,
entre outras atribuições, criar, preservar e proteger as áreas verdes da
cidade, mediante leis específica, bem como regulamentar o sistema de
arborização. Disciplinar a poda das árvores e criar viveiros municipais de
mudas, estão entre as providências específicas neste sentido, sem
contar na importância de normas sobre o tema no plano diretor, por
exemplo.
Além disso, a legislação urbanística municipal pode e deve incentivar ao
particular a conservação de áreas verdes em sua propriedade, assim
como incentivar a sua criação e manutenção, possibilitando inclusive
desconto no IPTU ao proprietário que constitui ou mantém áreas verdes
no seu imóvel, como já ocorrem em algumas cidades. Oportuno lembrar
ainda Hely Lopes Meirelles quando diz que entre as atribuições
urbanísticas estão as composições estéticas e as paisagísticas da cidade
(Direito Municipal Brasileiro. Malheiros. 9ª edição. 1997. pg382), nas
quais se inclui perfeitamente a arborização.
Por sua vez, quem destrói ou danifica, lesa ou maltrata, por qualquer
modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em
propriedades privadas alheias, comete crime ambiental penalizado nos
termos do art.49, da Lei 9.605/98.
Portanto, pela condição jurídica de bem comum do povo as áreas verdes
naturais ou arborizadas podem e devem ser protegidas legalmente pela
coletividade através das associações de bairro por meio da ação civil

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pública (Lei 7347/85), ou pelo Ministério Público, ou ainda pelo cidadão
através da ação popular (Lei 4717/65).
Afinal, por sua importância sócio-ambiental representam valores
inestimáveis aos cidadãos, bem como às empresas que nada mais são
do que a extensão de nossas atividades e conseqüentemente de nossos
anseios e bem estar.
ANTÔNIO SILVEIRA RIBEIRO DOS SANTOS
Criador do Programa Ambiental: A Última Arca de Noé
(www.aultimaarcadenoe.com.br)
——
Obs. contéudo do artigo publicado em A Tribuna de Santos/ SP.
16.11.01; Gazeta Mercantil (Legal & Juris.)- 28.11.01; Revista
Jurídica- Bahia- novembro/ 2001; Revista Meio Ambiente Industrial-
SP- nov./dez. 2001; Correio Braziliense- Direito & Justiça- 04.03.02
etc.
TEMAS GERAIS
 [+]Fauna
 [+]Flora
 [+]Locais Naturais/Especiais/Natural places
 [+]Turismo/Tourism
 [+]Viagens Ecológicas/Ecological Trips
TEMAS GERAIS VARIADOS
 [+]Direitos
 [+]Meio Ambiente
BIBLIOTECA
 [+]Acervo
 [+]Artigos/Articles/Entrevistas
 Atividades

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 [+]Contos-Poesias
 Expediente
 [+]Interação e informações ambientais
 Mais de 20 anos de existência
 [+]Outros Temas
 Parceria / Apoio
 Registros por espécie/Records by species
 Sons da Natureza/Sounds of Nature
 Videos
Mapa do site

Brasil

Programa Ambiental: A Última Arca de Noé


Conteúdo: Antonio Silveira Ribeiro dos Santos
Todos os direitos reservados - www.aultimaarcadenoe.com.br
http://www.aultimaarcadenoe.com.br/arborizacao-urbana/

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A ARBORIZAÇÃO URBANA COMO COMPLEMENTO DE
FONTES ALIMENTARES PARA AS AVES

Paulo de Tarso Sambugaro-Santos, Talita Angélica De Oliveira Rosa

RESUMO

A principal fonte de alimentação para a fauna urbana está na vegetação,


sendo através dela que diversos grupos faunísticos adquirem os recursos
alimentares para sua sobrevivência (Almeida et al., 2009). Dentre os
grupos faunísticos atraídos pela arborização urbana está o das aves, que
além de transmitir harmonia à população humana, auxilia na polinização
e dispersão de sementes de diversas espécies vegetais. De modo
geral, qualquer espécie botânica atrai aves. Porém, algumas espécies
possuem importância biológica mais significativa, por apresentarem
características peculiares, supostamente atrativas para o grupo das aves,
como por exemplo, néctar, frutos e sementes comestíveis. Outras
espécies vegetais atraem insetos e demais animais, que podem ser
consumidos pelas aves. Os benefícios advindos da arborização para este
grupo de animais são inúmeros, pois além de fornecer alimento, pode
ofertar abrigo e locais para nidificação. Contudo, a maioria das
espécies vegetais ocorrentes nas ruas e avenidas das cidades não
oferece recursos alimentares suficientes para a manutenção das
espécies de aves que necessitam de alimentação mais complexas,
beneficiando apenas aquelas de caráter generalista (Pereira et al., 2005).
Sendo assim, este trabalho objetivou identificar as espécies vegetais
consideradas atrativas para as espécies de aves do perímetro urbano da
cidade de Fênix (PR).

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PALAVRAS-CHAVE

botanica, arborização, aves, meio ambiente

TEXTO COMPLETO:
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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, A.R.; ZEM, L.M.; BIONDI, D. Relação observada pelos


moradores da cidade de Curitiba-PR entre a fauna e árvores frutíferas.
Revsbau, v. 4, n. 1, p. 3-20, 2009.
FIGUEIREDO, L.F.A. Plantas que atraem aves. São Paulo: Centro de
Estudos Ornitológicos; 2001. Disponível em: . Acesso em: 24.10.2012.
FRISCH, J.D.; FRISCH, C.D. Aves brasileiras e plantas que as atraem.
São Paulo: Dalgas Ecoltec - Ecologia Técnica Ltda. 2005.
LORENZI, H.; SOUZA, H.M.; TORRES, M.A.V.; BACHER, L.B. Árvores
exóticas no Brasil: madeireiras, ornamentais e aromáticas. Nova Odessa:
Instituto Plantarum. 2003. 368 p.
LORENZI, H. Árvores Brasileiras - manual de identificação e cultivo de
plantas arbóreas nativas do Brasil. 4 ed. v.1 e v.2. Nova Odessa: Instituto
Plantarum. 2002.
PEREIRA, G.A.; MONTEIRO, C.S.; CAMPELO, M.A.; MEDEIROS, C. O
uso de espécies vegetais, como instrumento de biodiversidade da
avifauna silvestre, na arborização pública: o caso do Recife. Atualidades
Ornitológicas, v. 1, p. 10-18. 2005.

DOI: http://dx.doi.org/10.4025/arqmudi.v17i1.23270
17
http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/ArqMudi/article/view/23270

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OBSERVAÇÃO DE AVES EM ÁREAS URBANAS. RELATO DE
UMA EXPERIÊNCIA

Publicado em 01 de July de 2010 por CARLOS HUMBERTO BIAGOLINI


OBSERVAÇÃO DE AVES EM ÁREAS URBANAS: RELATO
DE UMA EXPERIÊNCIA
Foi-se o tempo que quando se pensava em aves urbanas,
lembrava-se de pardais, pombos e urubus. Hoje o número de
espécies de aves que estão habitando áreas urbanas é muito grande e
em alguns lugares chegam a surpreender pela diversidade. As
supostas razões são diversas que vão desde o desmatamento de áreas
verdes devido o crescimento populacional como também em
contrapartida,
um maior cuidado com o plantio de mais árvores pela
cidade. Por uma razão ou por outra, o fato é que as aves estão por aí
encantando aos mais atenciosos e de ouvidos aguçados.
Hoje é possível encontrar com certa facilidade na cidade de
São Paulo aves que a bem pouco tempo não se via como por
exemplo: sabiás-laranjeira (Turdus rufiventris), saíras (Tangara
seledon) , sanhaços (Thraupis sayaca ), tico-ticos (Zonotrichia
capensis), periquitos- verde (Brotogeris viridissimus), cambacicas
(Oereba flaveola), beija-flores (ordem Trochiliformes), papascapim
(Sporophila caerulescens) , além das já conhecidas rolinhas
(Columbina talpacoti), pombo-doméstico (Columba livia), pardais
(Passer domesticus ), bem-te-vis, ( Pitangus sulphuratus ), sabiásdo-
campo (Mimus saturninus) e corruíras ( Troglodytes aedon ).
As aves sempre
fascinaram o ser humano,
seja pelo canto, beleza ou
pela serventia ao homem e
no Brasil não poderia ser
diferente, dada a extensão
territorial e a grande
variedade de ecossistemas,
19
temos aqui uma enorme
variedade de espécies de
aves a serem observadas.
Algumas fáceis de serem
observadas, outras nem
tanto e outras ainda muito
difíceis e raras. Isto faz da
observação de aves um tipo
de pesquisa fascinante. A
exemplo disso temos como exemplo Johan Dalgas Frisch, que no
início da década de 60, conseguiu gravar o canto do Uirapurú, fato
que o tornou conhecido mundialmente pelo fato de seu trabalho ter
sido gravado em disco com o título de: "Vozes da Amazônia com o
lendário canto do Uirapuru", sendo este vendido no mundo todo. As
aves são animais fáceis de serem identificados. "Todo mundo pode
reconhecer uma ave. Tem penas, asas, pernas e penas. Tem espinha
dorsal, são de sangue quente e põe ovos. Nem todas, porém algumas
podem voar" (Grzimek, B; 2003, p-3).
As aves são seres que estão presentes em praticamente
qualquer lugar do mundo. " Estes animais são capazes de sobreviver
na terra ou na água, sob as mais variadas condições climáticas,
porque a forma de seus corpos, sua fisiologia e seu comportamento
lhes possibilitam adaptar-se às exigências dos diferentes tipos de
meio-ambientes". (Broom, D; 1977, p-6)
Bandeja com alimento oferecido as aves
Sou Biólogo e Professor de Ciências e Biologia na Rede
Pública Estadual de Ensino e também em escola particular e meu
filho Carlos H. Biagolini Junior, Estudante de Biologia na
Universidade Federal de Lavras-MG, e estamos desenvolvendo a
algum tempo um trabalho de observação de pássaros na cidade de
S.Paulo. Este trabalho consta no ato de oferecer alimentação para as
aves, através de uma bandeja próxima ou fixada a uma árvore. O
propósito desta pesquisa tem sido identificar o crescimento do
número de determinadas espécies, hierarquia entre as aves, rituais
que algumas possuem, preferências alimentares e a possível
20
existência de aves exóticas.
O tipo de alimento oferecido é o mais natural possível e a
interferência no meio ambiente deve ser também a menor. Assim,
alimentos industrializados não fazem parte do cardápio. Utilizamos
frutas como mamão, banana, laranja, tangerina, carambola e maçã.
No caso de sementes, oferecemos alpiste, girassol, painço ou quirera
de milho, bem fininha.
Fato observado durante a pesquisa é que os animais que
pousam na bandeja simultaneamente e se alimentam em grupos,
raramente demonstram reação de incômodo diante de espécies
diferentes comendo no mesmo local, confirmando teoria encontrada
em livros. "Os animais não são ávidos por território. Em um mundo
ideal, seus territórios seriam estabelecidos só para satisfazer suas
necessidades alimentares. Não há sentido em despender energia para
defender um território maior que o
necessário. Quando isso ocorre é sinal de que
há escassez de alimentos naquela área"
(Birkhead, T. 1998, p-86).
Este trabalho foi iniciado no ano de 2002
com a colocação da bandeja em minha
própria residência e em 2006 foi levado a
uma das escolas em que trabalho. A pesquisa
naquele ano foi desenvolvida com a
participação de alunos do ensino fundamental de 6a e 7a séries que
da janela da escola, tinham acesso a bandeja com alimentos
oferecidos preso na copa de uma das árvores plantadas na calçada da
escola e assim da sala de aula era possível observar flagrantes das
visitas constantes dos pássaros e aves da região do bairro de Cidade
Patriarca, Zona Leste de S.Paulo. Diversas aves visitaram o local
durante a realização dos trabalhos com os alunos. Porém entre os
maiores freqüentadores podemos citar: Sabiá Laranjeira (Turdus
rufiventris), Sanhaço (Thraupis sayaca) e o sempre presente
Cambacica (Oereba flaveola). O trabalho encantou os alunos, no
entanto no início a curiosidade levava-os a ficar na janela, para ver e
fotografar as aves, o que acabava afugentando-as. Com o passar do
21
tempo, os alunos entenderam melhor os objetivos e passaram então a
participar da pesquisa de forma mais objetiva, desenvolvendo tarefas
tais como: pesar os alimentos antes e depois das refeições das aves,
pesquisar origem dos animais ou ainda nomes científicos e
populares, anotando o tempo ou intervalo das refeições como
também aprenderam a observar de forma mais discreta, sem assustar
as aves que por ali passavam. A pesquisa nesta escola foi encerrada
no ano de 2007 com a apresentação de um relatório final,
descrevendo todos os visitantes, hábitos alimentares e outras
informações que para os alunos foram descobertas importantes
realizadas na prática.
As observações continuam em São Paulo e meu filho que
estuda em Lavras-MG, tem a vantagem de poder observar outras
espécies que quase não aparecem em S.Paulo-SP, como por
exemplo, algumas espécies de Tucanos, principalmente o Tucanuçu
(Ramphastos toco) que lá, é muito mais comuns do que se imagina.
De Lavras-MG a caminho de S.João Del Rey-MG ou até Tiradentes-
MG é possível observar revoadas de tucanos pela estrada, fato que
dá um charme especial a quem viaja por aquelas estradas. Também
no trecho de estrada entre Três Corações-MG e São Tomé das
Letras-MG não é fato raro observar tucanos voando ou nas áreas que
margeiam o caminho. Estas aves já tiveram papel ligado a história
do Brasil. "As penas dos tucanos sempre mereceram a especial
atenção dos indígenas brasileiros, constituindo importante fator na
confecção de enfeites pessoais. Entre os escalões mais civilizados da
sociedade do Brasil, os ornamentos de papos de tucano atingiram
seu ápice como adereços dos mantos utilizados nos grandes
cerimoniais da corte, pelos imperadores D.Pedro I e D.Pedro II "
(Frisch, J.D. 2001, p.7).
Atualmente o projeto está sendo
implantando em uma escola da rede
estadual de ensino no bairro de Cidade
A. E. Carvalho, periferia de São Paulo.
Lá, a bandeja com alimentos também
foi instalada e 10 dias após a
22
colocação, os primeiros resultados
começaram a aparecer tendo sido
observado a presença de sabiás
-laranjeira e bem-te-vis. Por outro lado
meu filho estudante de biologia da UFLA,
continua seus trabalhos de pesquisa, observando e fotografando aves
para futuramente publicar um livro neste segmento, publicação esta
que poderá ajudar aqueles que desejam seguir esta linha de pesquisa,
sendo que nos períodos de férias escolares me ajuda no
desenvolvimento deste trabalho de observação de pássaros em
S.Paulo, fotografando e registrando informações de aves em
parques e outras áreas da capital paulista.
Saliento ainda que em relação a alimentação das aves, se
houver área suficiente, pode-se melhorar a alimentação dos animais
fazendo o plantio de árvores frutíferas ou floríferas no local que se
pretende fazer a observação de pássaros. Desta forma a alimentação
oferecida poderá ser ainda mais natural e mais diversificada,
considerando que muitas aves não se alimentam apenas de frutas
mas também de pequenos insetos que vivem na vegetação.
Como sugestão de plantio temos:
Pinheiro, Pinheiro do Paraná ou Pinheiro do Brasil (Araucária
angustifólia). Atrai: Papagaios, periquitos, jandaias, gralhas-azuis
entre outras.
Mamão (Carica papaya). Atrai: Tucanos, sabiás, sanhaços,
gaturamos, tiés, saíras, pica-paus e outros.
Açaí (Euterpe oleraceae). Atrai: Jacus, inhambus, mutum,
urus, periquitos, jandaias, sabiás, jacutingas, araçaris, tucanos,
surucuás, galos-da-serra, anambés e outros.
Jenipapo (Genipa americana). Atrai: Emas, papagaios e
outros.
Figueira (Fícus guaranítica). Atrai: Juritis, tucanos, araçaris,
periquitos, jandaias, pombas, jacus, mutuns, urus, inhambus,
sebinhos, bem-te-vis, tiés, sanhaços, besourinhos-de-bico-vermelho,
sabiás, tico-ticos, tangarás e outros.
Jatobá (Hymenala courbaril). Atrai: Periquitos, papagaios,
23
jandaias, araras e outros.
Uva-do-Japão ( Hovenia dulcis). Atrai: sabiás, sanhaços, saíras
e outros.
Acerola (Malpighia glabra). Atrai: Sanhaços, gaturamos,
sabiás e outros.
Amoreira (Morus nigra). Atrai: Sabiás, sanhaços, tiés,
gaturamos, bem-te-vis, saíras e outros.
Jabuticaba-sabará (Myrciaria jaboticaba). Atrai: Periquitos,
jandaias, sanhaços, sabiás, saíras, tiés e outros.
Araçá (Psidium cattleianum). Atrai: Rolinhas, tuins,
periquitos, papagaios, jandaias, sanhaços, sabiás, gaturamos, saíras,
tiés, macucos, inhambus, jacutingas, japins, ciganas, beija-flores e
outros. Goiaba (Psidium guajava L.). Originária da América tropical,
principalmente Brasil, é um arbusto grande que pode se tornar uma
pequena árvore. (Andersen, O; et al p.112). Esta fruta atrai diversas
aves, principalmente periquitos que consomem o fruto mesmo verde,
antes do amadurecimento.
Pitanga ( Eugenia uniflora L. ). Atrai: Sabiás, sanhaços e
outros.
Estas são apenas algumas das centenas de espécies possíveis de
serem utilizadas para atrair aves de um modo geral. Saliento ainda
que para quem tem preferência exclusiva pelos colibris ou beijaflores,
há outra infinidade de espécies, mas existe uma em especial
que é recomendada, dada a facilidade do plantio, pela oferta de
flores praticamente todo o ano, por ser arbustiva e assim de pequeno
porte podendo até mesmo ser plantado em vasos e pela variedade de
cores, este vegetal é o Hibisco (Hibiscus sp). Com grande variedade,
pode ser um excelente aliado na intenção de atrair aves de pequeno
porte, além de trazer beleza ao jardim.
A importância deste trabalho não está só no fato da simples
observação da ave em si, até mesmo porque muitas observações
feitas neste trabalho já estão descritas em inúmeras publicações, mas
principalmente na possibilidade de se trabalhar com jovens e assim
conscientizar para que um dia, quem sabe, se consiga acabar com o
péssimo e egoísta hábito de se engaiolar as aves para monopolizar
24
seu canto.
Acredito que está na hora das pessoas entenderem que existe uma
relação entre os seres vivos chamada de cadeia alimentar, sendo ela
responsável pela continuidade da vida
no planeta e que as aves precisam estar
livres para cumprirem seu papel nesta
cadeia. Não esquecendo ainda que
muitas espécies vegetais e o controle
das chamadas pragas urbanas,
dependem destas aves em condições de
liberdade.
Acreditamos que é importante a divulgação deste tipo de
trabalho seja ele feito individualmente ou com alunos pois pode
servir de inspiração para outros professores de ciências e biologia
que queiram descobrir o quanto é agradável a observação de aves ou
ainda implantar pesquisas como método de ensino, afinal quando se
pesquisa, não só o aluno aprende como também o próprio professor.
Carlos Humberto Biagolini, Biólogo formado pela Universidade
Cidade de São Paulo, formado também em Administração de
Empresas pela Universidade Capital e em Pedagogia pela
Universidade Nove de Julho-UNINOVE
Contato : carloshbiagolini@ig.com.br
c.biagolini@gmail.com
REFERÊNCIAS:
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Brasileiras. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1988.
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Aventuras da Vida Selvagem. São Paulo: Ed. Readers Digest
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Livro Técnico S/A Ind. Com, 1977.
CARVALHO, J. C. M. Atlas da Fauna Brasileira. São Paulo:
Editora Melhoramentos, 1978.
25
CRZIMEK, B. Animal Life Encyclopedia. 2 ed. E.U.A : Editora
AZA Michael Hutchin, 2004.
ENDRIGO, E. Aves da Amazônia. São Paulo: Editora Nobel, 2007.
FRISCH, J. D ; FRISCH. Aves brasileiras e plantas que as
atraem. 3 ed. São Paulo: Dalgas Ecoltec ? Ecologia Técnica Ltda,
2005.
FRISCH, J.D. Aves brasileiras minha paixão. São Paulo: Dalgas
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FRISCH, J.D. Os Doze Cantos do Brasil. São Paulo: Ecoltec ?
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GRZIMEK, B. Animal Life Encyclopedia. Alemãnha:Editora
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MARX, R. B ; TABACOW, J ; ALCANTARA, A. Árvores. 2 ed.
São Paulo: AC& M Editora, 1989.
PINTO, O.M.O. Catálogo das Aves do Brasil. São Paulo: Editora
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QUEIROZ, L.R.S. 100 Animais Brasileiros. São Paulo: Editora
Oesp, 1997.
SICK, H. Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Editora Nova
Fronteira, 2004.
Revisado por Editor do Webartigos.com
http://www.webartigos.com/artigos/observacao-de-aves-em-areas-
urbanas-relato-de-uma-experiencia/41797/

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Aves urbanas

16/07/2016Ricardo Ernesto Rose | Comente

O Brasil abriga
1.833 espécies de aves, cerca de 20% do total mundial. Este número, no
entanto, continua crescendo, já que são constantes as descobertas
novas espécies nas diversas regiões do país, até nos arredores de
grandes cidades como São Paulo e Curitiba. O número de variedades de
pássaros habitando a região metropolitana de São Paulo (RMSP) gira em
torno de 400, segundo a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da
cidade de São Paulo. Somente na área do Parque do Ibirapuera, já foram
observados 159 tipos de aves, cujo número aumenta em direção à Serra
da Cantareira, na região Norte da cidade, e do parque Capivarí-Mono, no
extremo sul da cidade, nos contrafortes da Serra do Mar.
Muitos dos habitantes antigos das cidades da região têm a impressão de
que as espécies e o número de aves urbanas, as aves sinantropicas (que
sendo selvagens se beneficiam da presença humana), vêm crescendo ao
longo das últimas décadas. Mais plantio de árvores frutíferas e floríferas,
aumento das áreas verdes e praças, conscientização em relação à
proteção das aves (as crianças nem conhecem mais os estilingues e as
arapucas); são alguns dos motivos que parecem ter atraído mais

27
pássaros para áreas urbanas da RMSP. Tal interpretação é defendida
pelo engenheiro e ornitólogo brasileiro Johan Dalgas Frisch, um dos
maiores estudiosos das aves brasileiras.
Impressão ou não, o fato é que quanto maior o número de aves urbanas
em nossas cidades, tanto melhor. Os pássaros, além dos seus cantos e
de suas belas cores, prestam-nos serviços ambientais como o controle
biológico de pragas (insetos, pequenos vertebrados), a polinização de
flores e a disseminação de sementes. As aves também são um indicador
ambiental; quanto maior a presença e a variedade de pássaros, melhor a
qualidade do ambiente. Por isso é importante que os habitantes e os
administradores municipais façam o plantio de árvores frutíferas e
floríferas, atraindo grande número e tipos de aves para os ambientes
urbanos.
As aves mais comuns na RMSP são o pardal e o pombo doméstico
(ambas as espécies trazidas da Europa durante os primeiros anos de
colonização), o sabiá da terra, sabiá laranjeira, tico-tico, saíra, sanhaço,
bem-te-vi, cambacicas, beija-flor, coleirinha, corruíra, periquito, joão de
barro, pica-pau anão, coruja buraqueira, entre outros. Para aqueles que
querem alimentar as aves urbanas, especialistas recomendam
recipientes colocados em árvores ou lugares abertos, contendo frutas
como mamão, laranja, banana, tangerina, maçã, pêra, carambola; e
sementes como o girassol, painço, quirera de milho e alpiste.
As cidades brasileiras, em geral, ainda têm grandes deficiências de
infraestrutura, urbanismo e meio ambiente. Córregos poluídos por
esgotos, loteamentos semiclandestinos sem arruamento e construídos
em áreas de risco, falta de parques e arborização nas ruas; são
problemas comuns a todos os municípios, há muitas décadas. Para
modernizar o país é preciso que novas gerações de vereadores e
prefeitos, devidamente preparados, tomem a si a tarefa de melhorar o
padrão de habitabilidade de todos os bairros de nossas cidades,
distribuindo democraticamente os benefícios do desenvolvimento
econômico e tecnológico. Quando esta época chegar, será talvez o
número e as espécies de aves urbanas que se avistam em cada rua, um
dos fatores que definirá o padrão de desenvolvimento de cada município.
28
*Ricardo Ernesto Rose é consultor em inteligência de mercado,
desenvolve atividades de marketing, transferência tecnológica e
consultoria comercial na área da sustentabilidade. Jornalista, autor, com
especialização em gestão ambiental e sociologia. Graduado e pós-
graduado em filosofia. Coordenou o lançamento de diversas publicações
sobre os setores de meio ambiente e energia e escreve regularmente
para sites, jornais e revistas. É editor do blog “Da natureza e da
cultura” (www.danaturezaedacultura.blogspot.com.br) e autor dos
livros “Como está a questão ambiental – 100 artigos sobre a relação
do meio ambiente com a economia e o clima”, “Os recursos e a
cidade” e “A religião e o riso e outros textos de filosofia e
sociologia”. Contatos através do site www.ricardorose.com.br
http://www.debatesculturais.com.br/aves-urbanas/

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Plantas que atraem pássaros


Por Rosmari Lazarini
Bióloga e Editora do Portal Flora e Fauna
http://www.floraefauna.com

As aves são animais muito interessantes e que atraem pela beleza. Dentre elas estão os pássaros, que além da
beleza encantam pelo seu canto característico e único que cada um produz.

Por gostar de ouvir o canto dos pássaros e admirar sua beleza é que as pessoas costumam criá-los em gaiolas,
cultivar plantas ou fornecer alimentos que possam atraí-los. Desta forma, a natureza parece estar mais próxima,
trazendo uma sensação de paz e tranqüilidade, proporcionando bem-estar.

Havendo disponibilidade de espaço, uma opção muito interessante para atrair os pássaros é cultivar plantas
ornamentais e plantar espécies vegetais arbóreas que possam fornecer alimento, abrigo e local para o ninho. Um
local arborizado proporciona muitos benefícios ecológicos, dentre eles a instalação de fauna urbana.

A conservação de áreas verdes, principalmente dos remanescentes florestais urbanos é uma estratégia valiosa para a
conservação, tanto de espécies vegetais quanto de espécies animais. Ao longo de milhões de anos de convívio, a
relação entre animais e plantas com flores foi se estabelecendo de forma harmônica, adaptando hábitos e
necessidades mútuas. A perpetuação da espécie vegetal depende principalmente da polinização de flores e
dispersão de frutos e sementes.

Cada pássaro tem características e preferências próprias que devem ser observadas no momento da escolha das
espécies vegetais que se pretende plantar para atraí-los. As espécies vegetais devem ser compatíveis ao local,
devendo ser observado o tamanho que a planta alcançará quando adulta.

Por haver maior espaço, é possível plantar grande variedade de plantas ornamentais e principalmente árvores em
lugares mais abertos como parques, praças e canteiros ajardinados. A plasticidade paisagística, com o florescimento
contínuo das plantas durante todas as estações do ano, favorece a diversidade da avifauna. Pelo potencial
ornamental, muitas palmeiras são utilizadas em parques, nos canteiros centrais de avenidas e no paisagismo em
geral, atraindo muitos pássaros que apreciam seus frutos.

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O coqueiro-jerivá (Syagrus romanzoffiana) atrai, principalmente, os
periquitos.

Para o plantio de árvores em calçadas recomenda-se a consulta de um guia


de arborização urbana, evitando plantar espécies muito altas que
comprometam a rede elétrica, e espécies que apresentam raízes agressivas
que possam interferir em encanamentos e no trajeto de pessoas. Sendo
assim, essas espécies não necessitarão de qualquer tipo de poda mais
drástica ou predatória.

Os pássaros despendem altas taxas de energia, principalmente quando


alimentam seus filhotes no ninho, e para satisfazer seus requisitos
metabólicos, precisam fazer várias visitas às plantas. A vantagem do vôo
possibilita percorrer grandes distâncias a procura de alimentos.

A flor possui algum atributo como tamanho, forma, cor, cheiro ou um


conjunto de características que atrai muitos animais, dentre eles os pássaros. Flores visitadas por pássaros produzem
grande quantidade de néctar, geralmente têm pouco ou nenhum odor, pois nas aves o sentido do olfato é pouco
desenvolvido. Entretanto, flores coloridas chamam a atenção das aves, principalmente as vermelhas e amarelas,
assim como as tipicamente grandes ou com grandes inflorescências.

Alguns pássaros visitam as flores regularmente para se alimentar de néctar (nectarívoros), partes florais (fitófagos) e
insetos que vivem nas flores (insetívoros). Quando se alimentam do néctar de alguma flor, mantém contato com o
pólen em alguma parte do corpo, geralmente a cabeça, e logo após o contato com outra flor atuam como
polinizadores. Outros se alimentarem de frutos (frugívoros), sementes e grãos (granívoros) e atuam como
dispersores, após a defecação ou seleção do alimento.

Pássaros frugívoros possuem grande percepção visual e se alimentam de sementes muitas vezes bem pequenas.
Frutos doces e coloridos são os mais convidativos. Os pássaros onívoros, como o pardal, são os que possuem dieta
variada a partir de diversos tipos de alimentos, tanto vegetal como animal.

Muitos pássaros brasileiros são considerados como domésticos, sendo comum encontrá-los em ambientes urbanos
ou antropizados, entre eles estão: sabiá, sanhaço, tico-tico, canário-da-terra, beija-flor, pardal, rolinha, bem-te-vi,
bigodinho, caboclinho, trinca-ferro, azulão, pintassilgo, entre outros.

Atrair os pássaros com alimentos é uma prática muito comum. O beija-flor é um dos pássaros que mais são atraídos
nos centros urbanos; as pessoas costumam manter bebedouros com água açucarada, pendurados em árvores ou
ganchos. Mas é preciso ter cuidado, pois caso a água não seja trocada diariamente e fermentar, poderá causar sua
morte. Alguns pássaros como os sanhaços são atraídos com frutas como mamão e banana.

Algumas aves respondem à ação antrópica e buscam novas áreas para colonizar. Outras se adaptam à cidade ou
permanecem em habitats pouco alterados. Em certas épocas do ano, as aves migratórias usam áreas urbanas para
se acasalar ou, simplesmente, para descansar antes de seguir sua trajetória. Espécies típicas de campos secos ou
brejosos e de borda da mata ocupam na cidade as áreas semelhantes aos seus ambientes naturais.

Por causa do alto grau de tolerância e capacidade de aproveitar eficientemente os diferentes recursos oferecidos
pelo ambiente é que o sabiá-laranjeira e o sanhaço são chamados de pássaros generalistas.

Numa grande metrópole como o Município de São Paulo, que apresenta um mosaico de ambientes é possível
encontrar variedade de pássaros, desde espécies tipicamente urbanas até espécies que necessitam de matas
preservadas como o Ramphastos dicolorus (tucano-de-bico-verde), Tangara seledon (sete-cores), Thraupis
ornata (sanhaço-de-encontro-amarelo) e Pyrrhura frontalis (tiriba-de-testa-vermelha). Já as áreas abertas e os
campos antropizados da cidade são habitados porVanellus chilensis (quero-quero), Crotophaga ani (anu-

31
preto), Speotyto cunicularia (buraqueira),Colaptes campestris (pica-pau-do-campo), Paroaria
dominicana (cardeal), Volatina jacarina (tiziu), etc.

Alguns fatores podem impedir a visita dos pássaros às plantas, como barulhos e ruídos, animais próximos que
possam afugentá-los, tipo de habitat e, principalmente, a ausência de determinada espécie de pássaro naquele
ambiente. Uma relação de plantas que atraem os pássaros é simplesmente sugestiva, não significando
necessariamente que sejam atraídos.

Uma pequena lista foi elaborada contendo nome de pássaros e suas características e preferências alimentares para
poder auxiliar as pessoas interessadas na preservação e manutenção dos pássaros em seu entorno.

Alguns pássaros e plantas são comuns em várias regiões, porém outros são endêmicos. Em função dos valores
culturais e regionais o nome comum das espécies pode variar muito e causar erros de identificação. Por isso torna-se
interessante e importante observar o nome científico que reconhece a espécie em qualquer lugar do planeta,
independente da língua oficial do local.

ANDORINHAS: Notiochelidon cyanoleuca - As andorinhas são exímias voadoras. Encontradas em várias


regiões do mundo, vivendo em bandos, sempre muito próximas das árvores e de várias plantas, alimentam-
se basicamente de insetos. Nas cidades, pousam geralmente na fiação da rede elétrica e nas antenas de
aparelhos eletrônicos.

ARAÇÁS: Estas aves são atraídas pelos frutos da pitangueira (Eugenia uniflora).

ARARAS: voam diariamente muitos quilômetros na busca de frutos, principalmente de diversas palmeiras.
Para o ninho, escavam os estipes dos buritis (Mauritia flexuosa).

ARARA AZUL- Anodorhynchus hyacinthinus, tem preferência pelas castanhas retiradas de cocos da palmeira
acuri (Scheelea phalerata) e bocaiúva (Acrocomia sp). Quase todos os ninhos são escavados nos estipes do manduvi
(espécie de árvore gigante e frágil, quase sempre completamente oca, cujos galhos se quebram com facilidade, mas
onde as araras nidificam predominantemente).

ARARA-AZUL-DE-LEAR- Anodorhynchus leari, é encontrada em áreas de canyons e rochedos. Sua principal fonte
alimentar provém de sementes das palmeiras conhecidas por licuri (Syagrus coronata e S. picrophylla).

ARARA-AZUL-GRANDE- habita áreas de buritizais em matas ciliares e cerrados adjacentes, alimentando-se também
de sementes de acuri e bocaiúva.

ARARINHA AZUL- Cyanopsitta spixii, aprecia as sementes de buriti (Mauritia flexuosa).

ARARAJUBAS: Aratinga guarouba - apreciam sementes e frutos oleosos, principalmente da palmeira buriti.

AZULÃO: Passerina brissonii - habita bordas de matas e florestas ralas; é onívoro, consumindo sementes de
capim, pequenas frutas silvestres e vários insetos.

BEIJA-FLORES: são atraídos por flores coloridas, geralmente tubulosas, e produtoras de néctar, seu principal
alimento, porém completam sua dieta comendo insetos em flores ou em vôos rápidos. Seu bico arrojado
permite beber diretamente do nectário floral sem precisar pousar. Entre todas as espécies de beija-flores do
Brasil o tesourão é o mais comum. As flores mais visitadas por eles são das seguintes espécies vegetais:

Abutilon darwinii - (sino-amarelo, arbusto perene, de corolas amarelas, semi-abertas).


Abutilon striatum - (lanterna-chinesa, arbusto perene, de flores de cor alaranjada com estrias vermelhas).
Erythrina falcata - (árvore conhecida como crista-de-galo, de flores vermelhas).
Fuchsia hybrida - (brinco-de-princesa, herbácea escandente, de flores pendentes e vistosas).

32
Heliconia sp - (caetês, bananeiras, tracoá, arbusto que possui
inflorescências grandes e atrativas).

Hibiscus
rosa-

sinensis - (hibisco, graxa-de-estudante, de flores com inúmeras cores).

Lonicera japonica - (madressilva, trepadeira semi-lenhosa, flor cor branco-amarelada).


Malvaviscus arboreus - (malvavisco, hibisco-de-sino - flores vermelhas, cleistogâmicas "fechadas").

Pachystachys lutea - (camarão-amarelo, com brácteas amarelas e


flores branco-creme).

Russelia equisetiformis - (russélia, flor-de-coral, arbusto perene,


flor vermelha).

Sanchezia
nobilis - (sanquésia).

Strelitzia reginae - (ave-do-paraíso, herbácea, inflorescências com


flores alaranjadas).
Thunbergia erecta - (tumbérgia-azul-arbustiva, flores azuis).
Thunbergia grandiflora - (tumbérgia-azul, trepadeira semi-lenhosa,
flor azul ou branca).

33
Thunbergia mysorensis - (sapatinho-de-judia, trepadeira com numerosas flores
amarelas).

BEM-TE-VI: Pitangus sulphuratus - seu nome popular é onomatopéico, pois


seu canto imita um chamado, dando a impressão de cantar seu próprio nome: "bem-te-vi, bem-te-vi".
Seus principais alimentos são frutas de pessegueiro, ameixeira, romãzeira, mangueira, pitangueira, uvaia,
goiabeira, jabuticabeira, araçazeiro, amoreira e figueira e insetos, mas não dispensam algumas sementes.

BICO-DE-LACRE: Estrilda astrid - restrito aos ambientes urbanos ou antropizados se alimenta das sementes
do capim colonião africano, o que condiciona sua distribuição.

BICUDO: Oryzoborus crassirostris, O. magnirostris e O. gigantirostris - costumam pousar no último galho da


árvore mais alta do local onde se encontram, imitando em seu canto o som de flauta. O bico robusto e cônico
é próprio para esmagar sementes.

CABOCLINHO: Sporophila palustris - é o menor pássaro canoro brasileiro. Habita várzeas à procura de
sementes de capim verde, entre outros, especialmente o capim de flor amarela e o colonião.

CAMBACICA: Coereba flaveola - visitante de parques e jardins, disputa o alimento das flores com o beija-
flor. Diferencia-se no modo de obter o néctar, agarrando-se à corola das flores e com o bico curvo e
pontiagudo perfura o cálice, atingindo assim os nectários. Completa sua dieta alimentando-se de
artrópodes.

CANÁRIO BELGA: São pássaros granívoros e, portanto, as sementes representam a parte mais importante de sua
dieta.

CANÁRIO DA TERRA: Sicalis flaveola - o pássaro canoro mais popular do Brasil, come de tudo,
principalmente sementes, podendo ser alpiste, painço amarelo, linhaça e se adapta com facilidade a
qualquer tipo de ambiente.

CARDEAL: Paroaria coronata - encontrado em campo aberto com árvores altas, capões de mato e beira de rios.
Onívoros, sua dieta é composta de grande variedade de sementes, insetos e frutinhas, mas em época de reprodução,
seu regime alimentar passa a ser exclusivamente insetívoro, que se prolonga por mais alguns dias após o nascimento
dos filhotes.

COLEIRINHA/COLEIRO: Sporophila caerulescens - habita áreas antrópicas (pomares, pastos, praças das
cidades), brejos, capoeiras e restingas, sendo encontrado empoleirado em arbustos ou agarrados em talos
das inflorescências de gramíneas, alimentando-se de sementes do capim ou que estão no chão.

CURIÓ: Oryzoborus angolensis - de origem tupi, seu nome significa "amigo do homem". Dispõe de bico
forte, curto de cor preta, capaz de quebrar as sementes mais duras, especialmente semente do capim

34
navalha, base de sua alimentação, completando sua dieta com insetos. Habita normalmente áreas nas proximidades
de lagos, várzeas e rios.

GATURAMOS: Tanagra violacea Linnaeus - também conhecido pelos nomes de Tietê e Bonito, sua dieta é
composta por frutas (laranjas, goiabas e bananas) e insetos. Apreciam os frutos da planta erva-de-
passarinho, que são facilmente encontradas nas copas dos ipês, árvores comuns no cerrado e também nos
centros urbanos.

GATURAMOS-VERDADEIROS: Euphonia violacea - hábil imitador do canto de outras aves como do gavião (Buteo
magnirostris), do sabiá-laranjeira (Turdus rufiventris), da andorinha-serradora(Stelgidopteryx rufficollis) e o
pardal (Passer domesticus). Basicamente, sua dieta restringe-se a frutos de epífitas, parasitas, bromeliáceas e
cactáceas, embora possa incluir alguns artrópodes na sua alimentação.

JOÃO DE BARRO: Furnarius rufus - utiliza habilmente o barro misturado com fibras vegetais, capim, pêlos e
estrume para construir sua casa no alto dos postes de iluminação e dos galhos de árvores em regiões
urbanas e campestres. É na vegetação baixa, onde pode caminhar, que ele busca insetos, larvas e
artrópodos em geral para compor sua dieta.

PAPAGAIOS: seu bico forte e encurvado para baixo é apropriado para quebras sementes duras e coquinhos.
Frutos, sementes, brotos, flores e, eventualmente, insetos que estão nas frutas fazem parte de sua dieta na
natureza. ·

PAPAGAIO-CHORÃO: Amazona pretrei, ave típica do sul do Brasil, aprecia o pinhão, semente da araucária (Araucaria
angustifólia).

PARDAL: Passer domesticus - encontrado facilmente em áreas urbanas, pode construir seu ninho no oco de alguma
árvore, no beiral de telhado ou outra saliência. Sua dieta variada consiste em sementes, insetos, frutas e restos
alimentares como migalhas de pão.

PÁSSARO-PRETO: Gnorimopsar chopi - dieta composta por sementes, frutos de pessegueiro, ameixeira, romãzeira,
mangueira, pitangueira, uvaia, goiabeira, jabuticabeira, araçazeiro, amoreira e figueira, incluindo principalmente
cocos do buriti.

PICA-PAU: com bico forte e apropriado para lascar o tronco das árvores à procura de alimento,
normalmente come larvas de insetos e alguns insetos, mas prefere besouros.

· Uma espécie de pica-pau do gênero Celeus, de pelagem amarelada com pontos pretos visita as flores
vermelhas da árvore conhecida como anani (Symphonia globulifera), cujo tronco solta um látex de um amarelo
intenso, para procurar por insetos.

PINTASSILGO: Carduelis magellanica icterica - é o mais comum. Com seu canto longo e repicado estimula o canto de
todos os outros pássaros ao seu redor. É encontrado em ambientes variados como brejos, capoeiras, pastos,
pomares, florestas ralas, pinheirais. Sua dieta consiste de vários tipos de sementes de capim, de assa-peixe, dente-
de-leão, além de apreciar as flores dos eucaliptos e os insetos que vivem nos pinheirais. Em proximidade de áreas
urbanas aprecia sementes e pequenos frutos secos, de revestimento duro, além de frutas encontradas em pomares.

POMBOS: Columba livia - o pombo-doméstico, comum de ser encontrado na cidade, é uma ave mansa que
vive em parques, praças e principalmente em beirais de telhados residenciais ou comerciais, onde nidificam.
Sua alimentação é variada, aproveitando todos os recursos que o ambiente oferece. As pessoas costumam
atraí-los com sementes de milho e migalhas de pão. Apreciam também os frutos maduros de chumbinho (Ligustrum
japonicum), planta muito utilizada na arborização urbana. Devido a grande oferta de alimento, a população tem
crescido muito, ocasionando transtornos como sujeiras provenientes de suas fezes que podem transmitir muitas
doenças.

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QUERO-QUERO: Vanellus chilensis - pode ser encontrado próximo das áreas urbanas, fazendo seu ninho
camuflado no chão de gramados, utilizando folhas secas, não hesitando em atacar quem por perto passar.
Alimenta-se de insetos e outros artrópodes capturados no solo.

ROLINHA: Columbina talpacoti - habita áreas com plantações, campos abertos e os centros urbanos, onde é
muito comum. Constrói o ninho em arbustos utilizando gravetos. Sementes de gramíneas e de pequeninos
frutos apanhados do chão fazem parte de sua dieta. Em ambientes urbanos sua alimentação é variada,
nutrindo-se de sementes e outros alimentos encontrados à disposição naquele ambiente.

SABIÁ-LARANJEIRA: Turdus rufiventris - seu canto longo e melodioso semelhante ao som de flauta, serviu de
inspiração a alguns poetas. É encontrado tanto no campo quanto na cidade. Por estar muito próximo ao
homem, sua popularidade o tornou símbolo representativo da fauna ornitológica brasileira e foi
considerado popularmente a Ave Nacional do Brasil através de decreto federal. É muito comum encontrá-lo
andando pelo chão capturando invertebrados, mas sua dieta consiste basicamente em frutos de
pitangueiras (Eugenia uniflora), figueiras-benjamim (Ficus microcarpa), palmeiras como o jerivá (Syagrus
romanzoffianus)e a seafórtia (Archontophoenix cunninghamiana) e amoreiras (Morus nigra). Ele costuma visitar
comedouros para comer frutas (mamão, banana, laranja) e pão que são ofertados pelo homem.

SAÍRAS: - O canto da maioria das saíras é inexpressivo e podem ser encontradas principalmente em árvores
floridas ou ricamente frutificadas.

SAÍRA-AMARELA: Tangara cayana - habita matas abertas e ciliares, áreas cultivadas, parques e jardins,
freqüentando árvores com frutos maduros, como a aroeira-vermelha(Schinus terebinthifolia) e
magnólias (Magnolia spp) e completa sua dieta com insetos cupins e vespas.

SAÍRA-PARAÍSO: Tangara chilensis - vive na mata, sobretudo na área de várzea.

SAÍRA-SETE-CORES: Tangara seledon - ameaçada de extinção como espécie vulnerável é uma ave lindíssima
por ser multicolorida. Costuma fazer seu ninho em bromélias que podem estar no tronco de palmeiras como,
por exemplo, a da palmeira-imperial, cujos frutos são apreciados.

SANHAÇO-CINZA: Thraupis sayaca - pode ser encontrado em áreas rurais e nas cidades, especialmente em bairros
bem arborizados. Utiliza buracos de árvores para fazer o ninho, especialmente os de coqueiros. Freqüenta
principalmente árvores frutíferas como pessegueiro, pitangueira, ameixeira, romãzeira e comedouros onde são
oferecidas frutas como mamão, banana, laranja entre outras. Aprecia os frutos de figueiras (Ficus carica, F.
microcarpa, F. elastica), amoreira (Morus nigra) e embaúba (Cecropia sp.) e come as pétalas de ipê-
amarelo (Tabebuia sp.). Alimenta-se ainda de néctar de flores de eucalipto (Eucalyptus sp.) e mulungu (Erythrina).

TICO-TICO: Zonotrichia Capensis - seu nome veio do pio: "tic...tic. Habita paisagens abertas, campos de
cultura, fazendas e jardins. Conhecido como irrequieto, devido ao modo como captura alimento no solo por
meio de pequenos. Sua dieta é composta de sementes, muitas vezes, extremamente amargas e de insetos. É
considerado útil ao homem por alimentar-se de larvas daninhas encontradas em hortas e ao Chopim (Molothurs
bonariensis) a quem serve de ama seca.

TUCANO-TOCO: Ramphastos toco - é uma espécie onívora, alimentando-se basicamente de frutos e


sementes, de insetos, ovos de outras aves e dos filhotes destas caso lhe falte alimento. Vive em bordas de
matas e freqüenta os palmitais em busca de seus frutos. Seu bico é leve e oco, porém muito resistente,
proporcionando pular com facilidade os galhos das árvores e apanhar delicadas frutinhas.

TUCANO-DE-BICO-VERDE: Ramphastos dicolorus - habita áreas florestadas, do litoral a zonas montanhosas,


incluindo as florestas de planalto. Sua alimentação é variada: frutos, artrópodes e pequenos vertebrados.
Entre os frutos apreciados pelos tucanos estão os de várias palmeiras como o palmiteiro (Euterpe edulis), o
jerivá (Syagrus romanzoffiana) e a palmeira-elegante (Archontophoenix cunninghamiana). Completa sua dieta
comendo aranhas e insetos como lagarta, cigarra, grilos.
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TRINCA-FERRO: Saltator maximus - seu nome é devido ao canto alto e estridente que vocaliza. Habita bordas de
matas e clareiras, tanto nas baixadas como nas montanhas. Pode ser visto também em pomares alimentando-se de
frutas.

Referências bibliográficas: Lorenzi, H.; Souza, H. M. 2001. Plantas Ornamentais no Brasil: arbustivas, herbáceas e
trepadeiras. 3ª edição Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 1088p.
Raven, P. H.; Evert, R. F.; Eichorn, S. E. Biologia vegetal. 6ª edição Rio de Janeiro: Guanabara Koogan., 2001. 906p.
Rogrigues R.M. e Coutinho L.M. 1993. Interações entre plantas insetos e outros seres. Ed. Cultrix, vol.2, 400p. Sick, H.
(1997) Ornitologia brasileira. 2a. edição revista e ampliada por José Fernando Pacheco. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira.
Endereços eletrônicos (acessos: 13/02/2005)
http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/meio_ambiente/servicos/herbario/001
http://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/meio_ambiente/fauna_flora/fauna/0001
http://www.bibvirt.futuro.usp.br/especiais/aves_no_campus/aves_ordens.html
http://www.faunacps.cnpm.embrapa.br/ave/ave.html

Fonte: http://birdmania.sites.uol.com.br

http://www.jardimdeflores.com.br/paisagismo/a34plantaspassaros.htm

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Aves nas Cidades / Aves e Cidades

1. Artigo de Maria Guimarães

Há mais aves nos grandes centros urbanos hoje?

Bebedouros com água e açúcar, potes com frutas e sementes, casinhas para ninho. Estratégias para atrair
passarinhos fazem parte do dia-a-dia de muitos habitantes de grandes cidades. Em anos recentes, apreciadores de
aves têm notado um aumento em número e diversidade de aves urbanas. Mas será que esse aumento reflete a
realidade?
A impressão, ainda não confirmada por estudos científicos, vem tanto de leigos como de especialistas. "Lá em
casa há um número surpreendente de pássaros no quintal. Sempre achei que estivesse relacionado à presença da
jabuticabeira que anda muito produtiva", diz a urbanista Regina Meyer, da Universidade de São Paulo (USP).
Pedro Develey, ornitólogo (especialista em aves) e autor do guia de campo Aves da Grande São Paulo (2004),
concorda que há uma impressão geral de que houve um aumento das aves na cidade mas acredita ser difícil
avaliar a realidade, já que não existiu um monitoramento anterior: "Os principais trabalhos sobre aves urbanas
começaram mais recentemente, cerca de 15 anos atrás", diz. Na sua opinião, o que mudou foi percepção das
pessoas. "A constante presença de notícias na mídia em geral teve uma grande contribuição nessa maior
valorização e percepção das pessoas em relação às aves", sugere. O bom índice de vendas de seu guia de campo,
cerca de 4,5 mil exemplares desde o lançamento em 2004, ilustra o interesse do público em relação às aves.
A impressão de aumento populacional é confirmada por Elizabeth Höfling, ornitóloga do Instituto de Biociências
da USP e autora do livro Aves no campus, que reúne informações sobre as aves presentes no campus da USP.
Elizabeth conta que a primeira edição, de 1993, lista 130 espécies de aves. Na terceira, de 1999, o número cresceu
para 146 espécies. A quarta edição está sendo finalizada pela autora, e contará com 156 aves diferentes. Segundo
a pesquisadora, agora se vê a pomba-de-bando (Zenaida auriculata) que antes não era vista, e o papagaio-
verdadeiro (Amazona aestiva) era mais raro do que agora. Porém, ela avisa que as diferenças entre os
levantamentos sucessivos não refletem somente um aumento real no número de espécies, pois quanto mais
longo o tempo de observação, mais se descobre sobre um ambiente. A ornitóloga, porém, acredita que houve de
fato um aumento no tamanho das populações nas cidades, embora falte um trabalho de censo.
CIDADES MAIS HOSPITALEIRAS? Qual seria a causa de um aumento na população de aves das cidades? Elizabeth
acredita que o elemento mais decisivo é o "fim do estilingue". Ela conta que durante a sua infância era comum
crianças capturarem aves. Hoje em dia, a ornitóloga acredita que houve uma mudança cultural, que se deve em
grande parte à veiculação de campanhas de proteção aos animais através dos meios de comunicação.
Há quem diga que a redução das áreas de floresta ao redor das cidades forçou as aves a mudarem-se para as áreas
urbanas, mas de acordo com especialista não é isto que ocorre. "As aves que se vê nas cidades são principalmente
aquelas de áreas abertas", diz. Develey concorda, mas acredita que as aves que vivem em áreas verdes ao redor
de áreas urbanas podem aventurar-se pela cidade, mesmo que ocasionalmente. "Elas não se estabelecem, voltam
para as áreas de mata nos entornos para se reproduzir", explica.
Por outro lado, o aumento de áreas verdes dentro das cidades poderia causar um aumento na população de aves.

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Mas áreas verdes não bastam. Elizabeth Höfling adverte que isso só ocorre se for instaurada a cadeia alimentar
completa. Por exemplo, árvores floridas atraem insetos que são essenciais para certas aves. A urbanista Regina
Meyer diz que hoje em dia há mais áreas verdes associadas a certos tipos de habitação. "Há uma quantidade
muito grande de condomínios fechados em São Paulo", diz. Esses condomínios incluem áreas verdes, que embora
de baixa qualidade em termos paisagísticos, segundo Meyer, talvez reúnam os atributos necessários às aves. O
ornitólogo Develey acredita que um bairro bem arborizado proporciona mais abrigo e alimentação do que áreas
de pasto, por exemplo.
O FUTURO DA CONSERVAÇÃO Apesar de uma conscientização ecológica mais presente nos meios de comunicação,
o mundo está cada vez mais carente em áreas verdes. É preciso que haja um movimento generalizado na direção
de se instituir mais parques, arborizar as cidades de forma a possibilitar a sobrevivência de uma maior diversidade
de organismos. Uma nova disciplina para tratar do embate entre humanos e os demais seres vivos foi proposta
por Michael Rosenzweig, da Universidade do Arizona (EUA), a "ecologia da reconciliação". Em seu polêmico livro
Win-win ecology (Oxford USA Trade, 2003), Rosenzweig argumenta que o conservacionismo tradicional já não é
suficiente, visto que humanos ocuparam boa parte da Terra — e não pretendem desocupá-la. É preciso, então,
encontrar estratégias para permitir que as exigências da vida humana sejam compatíveis com as necessidades
ecológicas de outras espécies. Como? A resposta varia conforme características locais. O ecólogo Marco Pizo, da
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), sugere utilizar o conhecimento existente para planejar áreas de
lazer. "Nas grandes cidades, além de aumentarmos as áreas verdes, poderíamos, por exemplo, usar plantas que
fornecem recursos alimentares para as aves e prover locais de nidificação para elas", propõe. Por enquanto, na
falta de estratégias mais abrangentes, o jeito é continuar com nossas pequenas contribuições à vida das aves.

3. Escutar e observar aves entre o barulho da cidade,por Rita Carvalho

Objectivo da acção em Lisboa foi dar a conhecer as aves mais comuns


O jardim da Gulbenkian, bem no centro de Lisboa, não é certamente o local mais apropriado para observar aves
migradoras. Aquelas que chegam a percorrer 20 mil quilómetros para alcançar um habitat agradável. Mas o local
para assinalar o Dia Mundial das Aves Migradoras não tinha esse objectivo, destinava-se apenas a dar a conhecer
aves comuns. As que todos já ouviram falar mas na prática não sabem identificar.Os binóculos e telescópios
montados na relva em redor do lago do jardim pertencem à Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA),
promotora da actividade, e atraem curiosos. Destinam-se a olhar aves comuns como o melro, preto de bico
amarelo, a andorinha, o verdilhão ou a galinha de água, que insiste em esconder-se na margem.As crianças são as
mais entusiastas, pedindo espreitadelas pelos telescópios e explicações a quem sabe. Beatriz tem 10 anos e os fins
de semana no jardim vão ser diferentes a partir de agora, pois o que aprendeu permite-lhe ver as coisas de outra
forma . "Gosto disto", confessa, mostrando já distinguir as espécies que nadam no lago. E cada vez são mais os
interessados nas acções de observação, diz Alexandra Lopes, da organização. A prova é que os sócios da SPEA não
têm parado de crescer.

2.Luiz Fernando Figueiredo

Aves na cidade

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O processo de urbanização transforma profundamente os ambientes naturais, criando uma paisagem variável, à
medida em que se intensifica o adensamento das construções. Povoamentos pequenos podem ainda preservar
muitas áreas com cobertura vegetal, nos quintais e jardins das casas e nas vias públicas. A pequena extensão da
área construída, e o mosaico de áreas vegetadas permite um contato estreito com as comunidades de aves do
entorno e da região. Algumas espécies já podem mostrar uma afinidade com este espaço alterado, demonstrando
sua tendência sinantrópica (etimologicamente = amigo do homem). Alguns fatores responsáveis por esta atração
podem ser apontados. A maior disponibilidade de locais para ninhos, como cavidades artificiais, pode atrair aves
que se utilizam destes lugares, como a corruíra, Troglodytes musculus. A ocorrência nestes espaços de uma
concentração maior de espécies vegetais atrativas para aves por seus frutos e flores, muitas destas exóticas, como
diversas plantadas em pomares, podem atrair espécies de frugívoros e nectarívoros, como o sabiá-laranjeira,
Turdus rufiventris, e o beija-flor-rabo-de-tesoura, Eupetomena macroura. Também a tendência moderna de fazer
a arborização urbana de vias públicas com espécies de importância biológica para a fauna é um fator a ser
considerado. Restos de alimentos humanos podem ser aproveitados também por diversas espécies, notadamente
pelo pardal, Passer domesticus, mas também por outras como o bentevi, Pitangus sulphuratus. A disponibilidade
aumentada de ratos, próximo de habitações humanas, pode atrair predadores como o gavião-peneira, Elanus
leucurus, ou o falcão, Falco sparverius. Práticas de atração de aves, com a colocação de fontes de água, alimentos,
bebedouros para beija-flores e caixas para ninhos, podem também ser fatores responsáveis pelo adensamento
populacional de algumas espécies nos ambientes urbanos. Por outro lado diversas espécies tendem a
desaparecer, especialmente aquelas dependentes de hábitats específicos ou especialistas em seus hábitos
alimentares e reprodutivos. A presença de muitas destas no ambiente urbano dependerá de quanto o processo de
transformação do ambiente natural permitir a manutenção de áreas remanescentes destes ambientes ou mesmo
áreas relativamente urbanizadas que funcionem como "arremedos" destes ambientes naturais.
Com o adensamento do processo de urbanização, verticalização das construções e progressiva redução dos
espaços verdes, processo chamado por alguns de "desertificação antrópica" ou "savanização" do ambiente,
reduzem-se as possibilidade de ocorrência das espécies.
Algumas questões conceituais precisam ser esclarecidas. A expressão "aves urbanas" frequentemente usada para
referir-se às espécies encontradas nas cidades é um termo impróprio, pois indica espécies próprias do ambiente
urbano, da mesma forma que "aves da mata" ou "aves campestres" indicam espécies típicas destes ambientes.
Entretanto, a única espécie típica do ambiente urbano por excelência em nosso meio é o pardal, Passer
domesticus, espécie exótica aqui introduzida. Sem considerar o pombo-doméstico, Columba livia. Por outro lado é
indiscutível que diversas outras espécies de aves parecem ter uma afinidade tal com o ambiente urbano que
permite que nestes espaços tenham densidades populacionais maiores que nos próprios ambientes naturais, de
onde são originárias. Esta diferença ou gradiente nas densidades populacionais pode ser medida, indicando
diversos graus de sinantropia e com base nisto podem ser nomeadas as diversas situações:

A cidade simula, grosso modo, uma savana, ou seja, espaços abertos campestres ponteados com vegetação
arbórea dispersa. Desta forma, as espécies mais prováveis de se encontrarem nela são as próprias deste tipo de
ambiente. Estudos realizados em fragmentos florestais de diversos tamanhos mostraram a sucessão de
desaparecimento de espécies de aves. Estas são então as menos prováveis de serem vistas nas cidades. Podem
desta forma serem usadas como "bioindicadores" do processo de transformação ambiental.
A disponibilidade de alimento é um dos fatores principais da distribuição das espécies. Na cidade, a
impermeabilização do solo e redução dos espaços verdes leva à redução da produção de insetos e
consequentemente das aves insetívoras. Por outro lado, o plantio seletivo de espécies vegetais frutíferas, tanto
em pomares como na arborização de vias públicas, prática que tem sido adotada modernamente, favorece as
espécies frugívoras. Uma análise técnica disto pode ser feita por meio das chamadas guildas, que são grupos de
espécies que têm hábitos alimentares parecidos, também no que é comido como na forma de obtenção destes
alimentos. Nesta análise percebe-se que as guildas mais favorecidas no ambiente urbano são as de aves que têm
regimes alimentares onívoros, ou seja, que se valem de diversos tipos de alimentos. Também os frugívoros.
Insetívoros exclusivos tendem a desaparecer. Alguns de pequeno porte, que se alimentam de pequenos insetos
nas ramagens das árvores podem permanecer mesmo em pequenas praças e ruas arborizadas, como o risadinha,
Camptostoma obsoletum e o teque-teque, Todirostrum cinereum. O acúmulo de detritos urbanos em muitos
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pontos da cidade podem manter grandes populações do urubu, Coragyps atratus. Aves piscívoras podem ser vistas
com alguma facilidade, sempre próximo aos lagos piscosos.
As cidades são lugares também onde muitas espécies exóticas à região podem ser soltas ou escaparem do
cativeiro, colonizando-a. O Parque Ibirapuera em São Paulo é um bom exemplo, tendo se instalado ali uma
população do cardeal, Paroaria dominicana. Há reportagens antigas de jornais que relatam a prática de
autoridades soltarem ali aves comemorando o Dia das Aves, e entre estas são citadas os "cardeais". Da mesma
forma um pequeno grupo da maracanã-nobre, Dyopsittaca nobilis, procedente de apreensão de cativeiro, foi solto
e hoje parece está em franco crescimento, já tendo sido vistas em variadas áreas verdes da cidade de São Paulo.
Mesmo espécies raras e consideradas ameaçadas de extinção ocasionalmente são vistas em áreas verdes urbanas.
É possível que estas espécies se valham destas áreas em suas rotas migratórias ou deslocamentos e esta função
das áreas verdes urbanas precisa ainda ser melhor estudada.

AUDUBON
Common Birds in Decline
AUDUBON
Every Backyard Is Important
NATIONAL WILDLIFE FEDERATION
Garden for Wildlife
PROJECT FEEDERWATCH
Birds and Bird Feeding
SAVE BIOGEMS
Saving Our Greatest Bird Nursery
MACAULAY LIBRARY
Animal Sound & Video Catalog

http://bioterra.blogspot.com.br/2007/07/aves-e-cidades.html

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