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Teoria Como estes reagiram, Pero recuou e ergueu o Forte

de São Lourenço nas ribeiras do rio Jaguaribe. Mas,


UNIDADE 1 como as “hostilidades” indígenas continuavam,
sofrendo os pesados efeitos da seca de 1605-07, Pero
Coelho viu-se obrigado a deixar o Ceará, indo para o
A CONQUISTA DO LITORAL CEARENSE
Rio Grande do Norte.
O povoamento humano do atual território do
A segunda tentativa de conquistar a terra cearense
Ceará começou há milhares de anos, conforme
deu-se com os padres jesuítas Francisco Pinto e Luis
indicam as pesquisas arqueológicas. Há fósseis
Filgueira, em 1607. A catequização e colonização
também no estado, alguns de dinossauros,
andavam juntas no Brasil – aumentava-se o número
anteriores à presença dos homens, evidenciando
de cristãos e garantia-se a posse da terra. Os dois
a evolução das espécies e as diferença de clima e
O Quase religiosos fizeram praticamente o mesmo percurso de
1.1.
vegetação do Abandono
passado em dorelação
Siará ao presente.
Pero Coelho, indo parar na Ibiapaba. Ali procuraram
Existem igualmente restos de mamíferos gigantes
No século XVI, o Siará ficou praticamente esquecido cristianizar os nativos. Mas os índios lembravam ainda
que chegaram a conviver com humanos.
por Portugal, devido, sobretudo, à falta de grandes dos maus tratos impostos por Pero Coelho. Assim, os
atrativos econômicos – não tinha ouro, prata, nativos Tocariju atacaram os jesuítas e mataram
especiarias, etc., e suas riquezas (como sal, âmbar- Francisco Pinto. Luis Filgueira conseguiu escapar, indo
gris, macacos, papagaios, etc.), não eram lá muito para o Rio Grande do Norte.
lucrativas. Prova do abandono cearense é que o
primeiro donatário da capitania, Antônio Cardoso de
Barros, nunca veio colonizar suas posses.
1.3. Martim Soares Moreno
A presença do espanhol Vicente Pinzón, em janeiro
de 1500, para alguns autores, teria feito do Ceará o Outra tentativa de conquista do Ceará deu-se com
“verdadeiro” local do “descobrimento” do Brasil. Há Martim Soares Moreno.
muita controvérsia sobre isso.
A primeira vez que Moreno esteve no Ceará foi com
Foi apenas no século XVII que Portugal decidiu a fracassada bandeira de Pero Coelho em 1603. Seis
colonizar o litoral cearense, por razões estratégico- anos depois, em 1609, na condição de tenente do
militares: defender a faixa litorânea setentrional do forte dos Reis Magos, já dava combate a traficantes
Brasil contra estrangeiros (em particular, os franceses no litoral cearense.
franceses, que chegaram a fundar uma colônia no
Maranhão – A “França Equinocial”) e criar no Ceará Em 1611, com a ajuda de índios da região, chefiados
uma base de apoio logístico que facilitasse a conquista por Jacaúna, Moreno fundou às margens do rio Ceará
da região norte da colônia (daí a História do Ceará o Forte de S. Sebastião. No ano seguinte, apesar de
inicialmente girar em torno de “fortes”). suas pretensões colonizadoras, foi convocado para
combater os franceses que haviam fundado a França
Equinocial no Maranhão.

1.2. As Tentativas de Conquista Moreno só retornou ao Ceará em 1621, no cargo de


capitão-mor. Encontrando o Forte de S. Sebastião
A primeira tentativa oficial de colonizar do Ceará praticamente destruído, reconstruiu o possível,
deu-se em 1603, com Pero Coelho. Na condição de também incentivando, sem muito êxito, a pecuária e
capitão-mor, esse açoriano organizou uma expedição, a cana-de-açúcar.
cujo objetivo era explorar estas terras, combater
piratas, fazer a paz com os índios e tentar encontrar A falta de recursos e da atenção de Portugal fizeram
metais preciosos. com que Moreno se retirasse do Ceará em 1631,
dirigindo para Pernambuco, onde foi combater os
Após combater franceses e índios na Ibiapaba, Pero holandeses que então invadiam o Brasil. Anos depois,
e seus homens instalaram-se nas margens do rio regressou às terras portuguesas, não vindo mais ao
Ceará, onde foi erguido o Forte de São Tiago (a região Ceará. Na visão tradicional, tem-se Moreno como
foi batizada de Nova Lusitânia). Não encontrando “fundador” do Ceará – tanto que é homenageado pelo
riquezas na região, Pero passou a escravizar os índios. escritor José de Alencar no livro Iracema.
pernambucanos, vindos pelo litoral, e sertão-de-
dentro, dominada por baianos. Tais rotas se
1.4. Tempos Flamengos confluíram no Ceará, com os colonos ocupando o
litoral inicialmente e daí as ribeiras dos rios Jaguaribe
No ano de 1630, os holandeses invadem e Acaraú.
Pernambuco na pretensão de dominar a região
açucareira e de encontrar outras riquezas. Assim, em A terra era obtida através da requisição às
1637, tropas flamengas conquistam o forte cearense autoridades de cartas de sesmarias, o que deu
de São Sebastião. De início, contaram os holandeses margem a formação dos latifúndios cearenses.
com o apoio dos índios. Depois, contudo, a “aliança”
se desfez, pois o holandês não se diferenciava do Nesse processo de conquista, a grande vítima foi o
português no mau trato do índio. Revoltados, em índio – exterminado ou expulso para dar espaço aos
1644, os nativos atacaram e destruíram o fortim, currais de gado. Outras vezes, os índios eram jogados
trucidando os holandeses. em aldeamentos, áreas onde eram construídas aldeias
artificiais nas quais padres jesuítas os
Os flamengos retornam em 1649, sob o mando do “catequizavam”, “civilizando-os”. O aldeamento
capitão Matias Beck, em busca de minas de prata. também possuía uma função militar – dali, o índio
Erguem no monte Marajaitiba, nas margens do riacho “manso” era levado a combater os índios “selvagens”.
Pajeú, o forte de Schoonemborch, em torno do qual, Depois, muitas cidades se formaram em torno desses
depois, iria espontaneamente surgir a atual cidade de aldeamentos, como Caucaia (antigo aldeamento de N.
Fortaleza. S. de Caucaia, depois Soure), Pacajus (aldeamento de
Paiacu, em seguida chamado monte-mor-velho,
Os holandeses ficam no Ceará até 1654, quando Guarani), Messejana (Paupina), Baturité (Monte Mor
retiram-se em virtude de sua derrota em Pernambuco Novo), Iguatu (Telha), Crato (Miranda), Parangaba
e expulsão do Brasil. Sob a liderança do capitão-mor (Arronches), etc.
Álvaro de Azevedo, os portugueses retomam a
colonização e mudam o nome do forte para Fortaleza Óbvio que os índios lutaram contra os invasores,
de Nossa Senhora da Assunção. como na “Guerra dos Bárbaros”, quando os nativos
Janduim, Baiacu, Icó, Anacé, Quixelô, Já-
Bom atentar que por esse período o “Siará” esteve guaribara, Acriú, Canindé, Tremembé, Cariri e outros
submisso a outras entidades administrativas. Entre lutaram por quase 50 anos contra os conquistadores
1621 e 1656, foi gerenciado pelo Maranhão. De 1656 (final do século XVII e início do seguinte). Acabaram
a 1799, esteve submetido a Pernambuco. Isso derrotados, massacrados ou escravizados. Os
atrapalhou o crescimento material da capitania. remanescentes indígenas que possui hoje o Ceará é o
retrato do genocídio e do etnocídio dos quais foram
vítimas.
Por anos, o “Siará” dos invasores europeus estava
restrito ao litoral. Isso, contudo, mudaria a partir da
segunda metade do séc. XVII com a conquista dos O grande símbolo associado aos sertões (ainda hoje)
sertões em função da pecuária. foi o vaqueiro – mestiço, branco pobre, negro livre ou
escravo, índio submetido. Conhecedor da fauna e da
flora, cuidava da fazenda quando da ausência do
senhor. Não recebia salário – era pago no sistema de
“quarteação”.
UNIDADE 2
Na quarteação, o vaqueiro, após trabalhar certo
A CONQUISTA DOS SERTÕES CEARENSES tempo na fazenda (geralmente 4 ou 5 anos), recebia
uma cria de cada quatro nascidas anualmente. Assim,
– A PECUÁRIA – com o tempo, poderia o vaqueiro fundar uma fazenda
por conta própria (daí por que a condição de vaqueiro
A partir da segunda metade do século XVII, deu-se era uma situação que muitos desejavam).
a conquista dos sertões cearenses, em função da
pecuária, atividade inicialmente restrita ao litoral de Pouco usou-se o negro escravo na pecuária
Pernambuco e Bahia (Zona da Mata). cearense, devido sobretudo ao o alto preço dos
africanos (o Ceará sempre foi um local pobre) e à
Foram razões que possibilitaram a colonização do grande oferta de mão- de-obra sertaneja livre, barata
interior do “Siará” e do Nordeste: o crescimento e ociosa (as fazendas absorviam poucos braços e
populacional da região açucareira (onde inexistia terra existia uma massa populacional “vagabundeando”
para todos os habitantes), o aumento do número de pelo interior). Usado em pequena escala no pastoreio,
rebanhos bovinos, dificultando ou dando prejuízos o negro foi empregado mais nas atividades
para o plantio da cana-de-açúcar (o gado era domésticas e artesanais.
atividade complementar da cana: fornecia alimentos,
força de tração, etc.) e o próprio incentivo do governo As fazendas tinham um caráter autônomo e auto-
português com a Carta Régia de 1701, que proibia a suficiente – eram mundos à parte, onde imperava a
criação de gado a menos de 10 léguas da costa (para vontade dos senhores proprietários, os “nossos
que no litoral de Pernambuco e Bahia apenas se primeiros coronéis”. A baixa rentabilidade da pecuária
cultivasse cana). ensejava o uso do couro para a fabricação de
utensílios do dia-a-dia sertanejo – chapéus, roupas,
A penetração e conquista dos sertões aconteceram bainhas de faca, botas, etc. Era a chamada “civilização
por duas rotas: sertão-de- fora, dominada por do couro”.
Os rebanhos bovinos cearenses eram conduzidos como Aracati (o principal núcleo charqueador e mais
pelos tangerinos para a venda em Pernambuco, Bahia importante cidade do Ceará até pelo menos a metade
e, posteriormente, nas Minas Gerais. Percorriam rudes do séc. XIX) e uma diversificação de produção
veredas, chamadas de “estradas sertanejas”. Nos (comercialização e até exportação de couro).
cruzamentos de muitas destas, surgiram cidades,
como Icó, Quixeramobim e Sobral. Não se sabe quando instalaram-se as primeiras
charqueadas cearenses, mas o certo é que essa
Em pouco tempo, os sertões cearenses estavam atividade dominou o comércio cearense por todo o
conquistados pelos invasores. Para a expansão séc. XVIII.
pastoril, contribuíram: a demanda dos mercados
consumidores do litoral açucareiro e da região Contudo, no final do citado século XVIII, o charque
mineradora, a facilidade na obtenção de sesmarias e local entrou em decadência, devido às calamitosas
de novas terras, o crescimento vegetativo (mas não secas do período (que dizimavam os rebanhos), a
qualitativo) dos rebanhos, as pastagens abundantes concorrência com Rio Grande do Sul, e a atenção que
(na época das chuvas), as vastas áreas sertanejas, o os cearenses passaram a dar ao algodão (que então
caráter salino do solo, a exigência de pouco capital e alcançava bons preços no mercado externo).
mão-de-obra na montagem da fazenda e o próprio
fato do gado se auto-transportar.

Mas a venda de gado para outras capitanias não era


3.2. Cotonicultura
tão lucrativa assim – o gado emagrecia, perdia-se,
morria por ataque de feras, era assaltado. Havia ainda
O algodão já era cultivado pelos nossos índios antes
o peso dos impostos. Assim, os criadores do gado do
da invasão portuguesa. Com a colonização, passou a
litoral passaram, no século XVIII, a vender seus
ser cultivado como atividade de subsistência nas
rebanhos na forma de charque (carne seca salgada ao
fazendas de criar.
sol), produzido nas oficinas ou charqueadas. O
charque, além de seu papel dentro da própria colônia,
apresentou destaque também no trafico de escravos Foi a partir do final do século XVIII que se
desenvolveu a cotonicultura no Brasil e no Ceará. Isso
entre o Brasil e os centros comerciais de negros em
devido aos bons preços do algodão no mercado
África, especialmente Angola.
internacional e à demanda da Inglaterra, que usava a
fibra em suas fábricas têxteis, típicas da primeira fase
da Revolução Industrial. Os preços também subiram
devido a desorganização da produção dos EUA, que
UNIDADE 3 viviam sua Guerra de Independência (década de
1770).
OUTRAS ATIVIDADES ECONÔMICAS COLONIAIS
Pela primeira vez o Ceará tinha um produto voltado
diretamente para o mercado internacional.

3.1. Charque Fatores que favoreceram a cotonicultura no Ceará:


o clima quente e a regularidade das chuvas (no
Para o desenvolvimento das charqueadas no litoral sentido de que há uma época certa para o inverno e
cearense, contribuíram os ventos constantes e a baixa outra para o verão), a fertilidade dos solos
umidade relativa do ar, a abundância de sal, as barras (praticamente virgens), o curto ciclo vegetativo do
dos rios acessíveis à navegação de cabotagem da algodão, a não exigência de muitos investimentos na
época, o grande rebanho cearense e o próprio fato da lavoura (facilidade de cultivo, colheita,
técnica salineira não exigir muitos conhecimentos e beneficiamento, etc.). Com isso, não só latifundiários
nem muito investimento. dedicaram-se à atividade, mas também pequenos
proprietários, agregados, moradores e arrendatários.
As oficinas situavam-se na porção litorânea,
próximas aos rios, de onde levava-se a carne seca em As principais regiões produtoras, inicialmente, eram
sumacas a Recife, Salvador e até o Rio de Janeiro – ali os distritos de Fortaleza e Aracati, além das serras de
seria alimento para pobres e escravos. Assim, Baturité, Uruburetama, Meruoca, Pereiro e Aratanha.
destacaram-se como centros charqueadores: Aracati
(na foz do rio Jaguaribe), Acaraú, Sobral (rio Acaraú), No algodão cearense, também pouco empregou-se
Granja e Camocim (rio Coreaú). o negro escravo – o curto ciclo vegetativo da fibra
tornava desvantajoso o emprego de muitos africanos.
Em tais oficinas, além de trabalhadores livres não Era mais barato usar mulheres e crianças ou a mão-
absorvidos pela pecuária, empregou-se mão-de-obra de-obra livre não absorvida no pastoreio.
escrava, índia e negra, embora em escala pequena.
A cotonicultura e a pecuária acomodaram-se uma à
O charque traz mudanças socioeconômicas para o outra, dando origem ao chamado binômio gado-
Ceará. Verificou-se uma divisão de trabalho na algodão. A rama do algodoeiro servia de alimento ao
capitania (áreas para criar gado e áreas para boi na época da estiagem e o animal adubava os solos
charquear), uma maior integração política, cultural e com esterco.
comercial entre sertão e litoral, um crescimento do
pequeníssimo mercado interno local, o A expansão da cotonicultura seria fundamental para
enriquecimento de um grupo de latifundiários e separar o Ceará de Pernambuco de 1799; até então,
comerciantes, o crescimento de centros urbanos, o comércio externo cearense era feito via porto do
Recife, o que encarecia o algodão local. Daí a por quando morreram e saíram feridos muitos dos
pressão de autoridades, comerciantes e produtores habitantes. A vila esvaziou, pois quase todos foram
para a separação cearense (embora continuasse a procurar a segurança dos canhões da Fortaleza.
influência pernambucana).
Em conseqüência, Fortaleza ganhou status de capital
O comércio de algodão também favoreceu Fortaleza, e, em 13 de abril de 1726, foi elevada finalmente à
que passou a crescer a passos largos, superando condição de vila. Mas sua importância econômica era
Aracati (abalada com a crise do charque) e assumindo muito pequena. Aquele era o período da expansão da
a condição de principal núcleo urbano cearense na pecuária nos sertões. Daí surgirem vilas interioranas
segunda metade do século XIX. Com a separação de em função do pastoreio, como Icó (1738), Aracati
Pernambuco, Fortaleza começou a ser dotada de uma (1748), Sobral (1773), Granja (1773) e
infra-estrutura administrativa (porto, estrada, Quixeramobim (1789). A criação de vila era também
alfândega, etc.), que possibilitou tornar-lhe o grande uma forma de estimular a produção e de controle
centro coletor e exportador de algodão do Ceará. sobre a população sertaneja.

No final do período colonial, devido à recuperação da Com a expulsão dos padres jesuítas do Brasil, em
cotonicultura dos EUA, o algodão e, por conseqüência, 1759, os aldeamentos foram transformados em vilas,
o próprio Ceará entraram em crise, o que contribuiu como foram os casos de Viçosa do Ceará, Caucaia,
para Parangaba (ainda em 1759), Messejana (1760),
Baturité e Crato (1764). Curioso que os “diretores”
o envolvimento de cearenses na “Revolução” administradores das vilas indígenas passaram a
Pernambucana de 1817 e na Confederação do explorar ou expulsar os nativos, apossando-se das
Equador. terras destes. Essa espoliação foi oficializada na
segunda metade do século XIX, quando o governo
O auge do algodão cearense dar-se-ia na segunda provincial passou a declar que “não havia mais índios
metade do século XIX, beneficiado com a no Siará”. Dessa forma, os remanescentes indígenas
desorganização da produção americana em virtude da cada vez mais perderam suas terras e até o “direito
Guerra da Secessão (1861-65). de existir”.

UNIDADE 4 UNIDADE 5

CRIAÇÃO DE VILAS O CEARÁ NAS REVOLTAS DO SÉCULO XIX

Em 1699, Portugal autorizou a instalação da primeira


vila do Ceará, chamada de São José de Ribamar. Com
isso, a metrópole desejava evitar os excessos dos 5.1. O Ceará na “Revolução” Pernambucana de
capitães-governadores e ter um maior controle sobre 1817
a elite latifundiária, envolvida em lutas por terras e
em grandes embates com índios, militares do Forte e A influência de Pernambuco sobre o Ceará era muito
religiosos. forte. Mesmo com a autonomia político-administrativa
obtida em 1799, a capitania cearense continuou ligada
Acontece que não houve especificação quanto ao econômica, social e politicamente às terras
local onde seria erguido o pelourinho (coluna que pernambucanas. Some-se a isso, os efeitos da crise
simbolizava a elevação de uma localidade à condição econômica e política (seca, decadência do algodão),
de vila). Isso deu margem a uma série de atritos entre que também faziam-se presente no Ceará. Assim, a
o capitão-mor governador, padres e os “homens bons” adesão dos cearenses à “revolução” pernambucana de
(os latifundiários, que exerciam os cargos de 1817 parecia certa.
vereadores na Câmara municipal da vila).
Essa “revolução” era influenciada pelas idéias
Tais disputas pela vila não passavam de uma iluministas européias, visando a independência da
maneira dos envolvidos tentarem aumentar seus colônia ante a exploração portuguesa. Teve uma
poderes e influência. Assim, por anos, o pelourinho foi grande participação de religiosos. Os rebeldes
deslocado entre o Forte de N. S. da Assunção (no qual conseguiram apoio da Paraíba e do Rio Grande do
residiam militares e religiosos), a Barra do Ceará (a Norte, mas foram brutalmente derrotados.
Vila Velha, habitada por mestiços e índios
catequizados) e Aquiraz (onde moravam os “homens A participação cearense na “revolução” foi pequena
bons”). – a crise do algodão não atingira intensamente ainda
a capitania. A elite praticamente não aderiu e as
Em 1713, por fim, o pelourinho foi definitivamente massas não se mobilizaram. Além disso, o governador
instalado em Aquiraz – daí o porquê de muitos do Ceará, Inácio de Sampaio, estava pronto para
historiadores afirmarem que Aquiraz foi a primeira reprimir qualquer movimento contra os interesses da
capital do Ceará (mas outros negam esse argumento, coroa portuguesa.
lembrando que o poder decisório quase sempre esteve
no forte). Somente a família Alencar, na região do Cariri,
aderiu ao movimento.
No mesmo ano de 1713, contudo, Aquiraz foi
atacada pelos índios na “Guerra dos Bárbaros”, Os Alencar, sob a chefia de Dona Bárbara de Alencar,
apoiaram a revolta, obtendo, de início, a neutralidade aliado da monarquia daí em diante.
do capitão do Crato, José Pereira Filgueiras.

José Martiniano de Alencar (jovem seminarista


enviado por Pernambuco para “revolucionar” o 5.3. A Sedição de Pinto Madeira
Ceará), no dia 3 de abril de 1817, em frente à igreja
do Crato, proclamou a República. Dali, marchou para Em 1831, D. Pedro I abdicou ao trono do Brasil, em
o prédio da Câmara Municipal, onde, apoiado por consequência da oposição movida, sobretudo, pela
alguns “cabras”, depôs às autoridades monárquicas, elite latifundiária. Como o herdeiro, Pedro de
soltou os presos e içou uma bandeira branca. Alcântara, tinha apenas 5 anos, até a maioridade
deste, o País seria governado por regentes. A fase
Os rebeldes tomaram ainda a vila de Jardim. Mas, o regencial (1831-40) foi conturbada, com muitas
movimento era frágil, não “sensibilizou” a população. revoltas.
Assim, sem apoio, os rebeldes ficaram isolados.
Com a queda de D. Pedro, os liberais moderados,
O movimento foi sufocado 8 dias após o início – 11 ligados à família Alencar, chegaram ao governo
de abril de 1817. cearense e passam a perseguir um grande desafeto:
Pinto Madeira. Joaquim Pinto Madeira era um coronel
Os membros da família Alencar e outros líderes de milícias da vila de Jardim, autoritário, absolutista
foram presos e enviados para Fortaleza e, depois, e aliado de D. Pedro I. Perseguido pelos liberais, para
Salvador (BA). Em 1821, acabaram anistiados. escapar às perseguições dos inimigos, Madeira
articulou uma revolta, sob o pretexto que pretendia
O movimento fora sufocado, mas suas causas não.
O descontentamento da elite continuaria, o que o regresso de D. Pedro ao trono.
futuramente provocaria, em 1824, a mais importante
mobilização rebelde da região, a Confederação do A causa principal da revolta, porém, era local e
Equador. estava nas disputas entre os coronéis de Crato, de
tendência liberal, e de Jardim, de tendência
absolutista, pelo domínio político do Cariri cearense.

5.2. O Ceará na Confederação do Equador (1824) Exércitos formados por sertanejos humildes de Crato
e Jardim travaram sangrentos combates, num dos
Em 1824, estourou em Pernambuco, propagando-se quais faleceria o liberal José Pinto Cidade. O governo
para outras províncias do que hoje é chamado de provincial cearense, entregue ao presidente José
Nordeste, a Confederação do Equador, um movimento Mariano de Albuquerque, bem como o governo
liberal (influenciado pelo Iluminismo, Revolução regencial, com o mercenário francês Pedro Labatut,
Francesa e independência dos EUA), separatista (tinha intervieram no confronto contra Pinto Madeira.
o propósito de separar a região do restante do Brasil)
e republicano (desejava proclamar uma República) Em outubro de 1832, Pinto Madeira rendeu-se. Após
contra o autoritarismo e centralismo do governo de D. vários adiamentos, foi julgado e considerado culpado
Pedro I (1822-31). pelo assassinato do citado José Pinto Cidade – isso por
pressão de seu inimigo José Martiniano de Alencar,
O Ceará, tendo à frente os liberais (chefiado pela que então ocupava o governo cearense.
família Alencar) aderiu ao movimento devido à
influência pernambucana sobre os cearenses, ao A Pinto Madeira não foi sequer dado o direito de
descontentamento geral com a crise econômica da recorrer da decisão, sendo fuzilado no Crato em 1834.
região e ao temor dos “patriotas” (liberais) em perder
o comando do Ceará para os “corcundas”
(conservadores, aliados de D. Pedro I).
UNIDADE 6
A dissolução da Assembleia Constituinte de 1823 e a
outorga da Constituição de 1824 por D. Pedro I O CEARÁ NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX
provocou protestos no Ceará. Em abril de 1824, os
liberais, tendo à frente Pereira Filgueiras e Tristão
Gonçalves, depuseram o recém-nomeado presidente
da província (e aliado de D. Pedro I) Costa Barros.
6.1. Abolicionismo no Ceará
Em agosto de 1824 escolheu-se como presidente
definitivo da província Tristão Gonçalves, deliberando- Tradicionalmente considera-se o Ceará como a
primeira província do Brasil a abolir a escravidão em
se pela anexação do Ceará à Confederação.
1884. Desde o início da colonização, se verificava a
escravidão negra no Ceará. Inexistia tráfico negreiro
A revolta, entretanto, fracassaria – o Ceará foi a
direto da África para o Ceará. Sempre houve
última província a se render. Tristão Gonçalves morre
resistência negra contra a escravidão, o que não
em combate. Pereira Filgueiras se rendeu e faleceu em
descartava “negociações de cotidiano”.
Minas Gerais. Pe. Mororó, Pessoa Anta, Francisco
Ibiapina, Feliciano Carapinima e Azevedo Bolão foram
Quatro anos antes da Lei Áurea, em 1884, a
julgados, condenados e fuzilados no Campo da Pólvora
(Praça dos Mártires/Passeio Público). José Martiniano província “acabou” com o sistema escravista, virando,
para os bairristas, “terra da luz”, “berço da liberdade”,
de Alencar foi perdoado por D. Pedro I e tornou-se
etc. coletor e exportador.

Mas a abolição não veio por “bondade” dos Houve igualmente a ampliação das atividades
cearenses. Há explicações para essa “precocidade”. tradicionais (como a pecuária) e a diversificação da
Em primeiro lugar, citaríamos o pequeno número de pauta de exportação, a exemplo da borracha, açúcar
cativos e sua menor influência na economia local – e, com destaque, o café, produto que chegou algumas
como vimos, a economia cearense, baseada no vezes a superar as exportações de algodão, sendo
binômio gado-algodão, não absolvia muita mão-de- cultivado em serras como Baturité, Maranguape,
obra escrava negra (assim, a abolição não traria Meruoca, Aratanha, Grande, Uruburetama e Araripe.
muitos abalos para a economia local).
Ampliam-se os serviços urbanos e de transportes
Em segundo, poderíamos falar da pressão da (em 1870, inicia-se a construção da EFB) e o comércio
campanha abolicionista. Como no resto do Brasil, (com a instalação, inclusive, de negocistas
ocorreu uma influência marcante da cultura européia estrangeiros). Apesar dessa “modernização”, não se
sobre os cearenses na segunda metade do século XIX. alterou a estrutura sócio-econômica do Ceará, que
As ideias de “civilização”, “progresso” e terminou o século XIX em grave crise desse modelo
“modernização” do Iluminismo, do positivismo e agro- exportador e comercial.
outros sistemas filosóficos chocavam-se com uma
instituição tão brutal como o sistema escravista. Por 6.3 A Hegemonia de Fortaleza
isso, segmentos das elites e das classes médias
fundaram entidades abolicionistas (como a A capital cearense assume na segunda metade do
“Sociedade Cearense Libertadora” e o “Centro século XIX, a condição de principal núcleo econômico,
Abolicionista”), visando o fim do regime servil. Essa político e social da província, superando Aracati. Para
campanha abolicionista, contudo, não visava uma tanto contribuíram: a) os capitais acumulados com o
ruptura radical, mas ao fim da escravidão de forma comércio algodoeiro e de outros produtos; b) a
“ordeira”, priorizando a compra de cartas de alforria. centralização política da monarquia brasileira, que
concorria para concentrar nas capitais das províncias
Em terceiro, citaríamos o tráfico interprovincial (a todo o poder decisório, beneficiando-as com obras –
venda de escravos do Nordeste para os cafezais do assim, a condição de capital de Fortaleza transformo-
Sudeste), que diminuía ainda mais o número – e o a em ponto destacado na recepção de obras e
peso econômico – dos escravos locais. Também deve- recursos; a) a construção e melhorias de estradas e
se mencionar a questão das secas (era inviável um ferrovias, como a Estrada de Ferro Fortaleza-Baturité
grande número de negros numa área sujeita a secas (EFB), inaugurada em 1873; d) e a intensa migração
e, por conseguinte, à fome, à sede, à doenças, etc.) e rural-urbana, principalmente na época das secas.
a atuação dos setores populares que aderiram à ideia
abolicionista – o maior exemplo foi Francisco José do O crescimento de Fortaleza se evidencia em seu
Nascimento, o “Dragão do Mar”, que liderou o “aformoseamento”, ofertas de serviços urbanos e
jangadeiros em vitoriosas greves em 1881, adoção de uma infra-estrutura razoável. Passa a ter
objetivando impedir o embarque de escravos no porto transporte coletivo por bondes de tração animal,
de Fortaleza. calçamento nas ruas centrais, linhas de telégrafo e de
vapor para a Europa e Rio de Janeiro, iluminação à gás
Assim, em janeiro de 1883, Acarape (atual carbônico, telefonia, biblioteca pública, bons
Redenção) passou para a história nacional como o educandários (como o Liceu e o Colégio Imaculada
primeiro núcleo urbano a libertar seus negros. Conceição), seminário (da Prainha), jornais, etc.
Fortaleza deu liberdade a seus cativos em 24 de maio
de 1883. Finalmente, a 25 de março de 1884, É a chamada Belle Époque. A elite inspirava-se nos
promulgou- se lei inviabilizando a escravidão na valores “civilizados” da Europa – luvas, chapéus,
província – embora existam registros de cativos no casacos, nomes franceses, idéias do velho mundo. O
Ceará em datas posteriores. Passeio Público era local de encontros e paqueras. Os
intelectuais reuniam-se nos famosos “cafés”
(quiosques) da Praça do Ferreira. Num desses cafés,
o Java, em 1892, formaria- se a mais irônica e crítica
6.2. Economia associação de letrados cearenses, a Padaria Espiritual.
Em sua publicação, O Pão, homens como Adolfo
Na segunda metade do século XIX, o Ceará Caminha, Antônio Sales, Lopes Filhos, entre outros,
reproduziu, em escala menor, a expansão da criticavam os valores da época, defendiam a cultura
economia brasileira. popular e, de certo modo, antecipavam a preocupação
nacionalista da Semana de Arte Moderna paulista de
O algodão cearense, cultivado comercialmente 1922.
desde o final do século XVIII, conheceu o apogeu na
segunda metade do século XIX, na década de 1860 Em 1875, o engenheiro pernambucano Adolfo
precisamente Herbster elabora um plano urbanístico, objetivando
disciplinar a expansão da cidade através do
alinhamento de suas ruas e da abertura de novas
– isso porque os preços da fibra atingiram um alto avenidas.
patamar, em virtude da desorganização da produção
dos Estados Unidos (principais fornecedores das
Os lucros do algodão, no entanto, reduzir-se-iam
fábricas inglesas), mergulhados na brutal Guerra da
com a recuperação da cotonicultura norte-americana
Secessão (1861-65). Essa vultosa produção
na década de 1870. Com isso, o Ceará entrou no
algodoeira tinha em Fortaleza seu grande centro
século XX em difícil situação econômica. gaúcho Hermes da Fonseca. Em seu período,
Curiosamente, foi o algodão encalhado e os capitais verificou-se a ocorrência da chamada “política das
acumulados do comércio que possibilitaram a salvações”, pela qual militares e classe média
instalação das pequenas primeiras fábricas têxteis promoveram pelo País levantes armados na pretensão
cearenses. de derrubar as oligarquias estaduais e enfraquecer o
senador Pinheiro Machado, o homem forte da
Mas se Fortaleza conhecia algum progresso material, república. Uma das oligarquias “derrubadas” foi a de
o mesmo não se podia dizer dos sertões, onde Accioly no Ceará.
imperava ainda a violência, a arbitrariedade e a
exploração da massa pelos coronéis latifundiários. Os Assim, para as eleições estaduais de 1912, as
camponeses sofriam os males da concentração da oposições cearenses lançaram, dentro da “política das
terra. Grupos de jagunços a serviço de coronéis salvações”, a candidatura do tenente-coronel Marcos
lutavam por terra e influência política, massacrando Franco Rabelo para o governo, enquanto Accioly
inocentes. Imperava a impunidade. apontava como seu candidato o manipulável
Domingos Carneiro. A campanha foi bastante agitada
As secas, como a de 1877-80, dizimavam de fome e e violenta, tendo como clímax a repressão do governo
sede milhares de cearenses, outros muitos morriam à “passeata das crianças”, uma manifestação dos
nos surtos de varíola. O povo migrava sobretudo para rabelistas, na qual morreram e saíram feridas diversas
a Amazônia, onde ia explorar os seringais. crianças.

Mas os oprimidos reagiram. Um dos meios foi Em conseqüência, a cidade de Fortaleza rebelou-se,
através dos movimentos messiânicos, em que o povo mergulhando numa verdadeira guerra civil (21 a 24
seguia um líder religioso em busca de dignidade, de janeiro de 1912). Para não perder a vida, Accioly
condições de vida melhores e assistência espiritual. aceitou renunciar ao governo cearense. Em seguida,
Foram líderes messiânicos nordestinos: padre Franco Rabelo foi eleito para governar o Ceará, sendo,
Ibiapina, padre Cícero, beato Zé Lourenço e o líder de porém, deposto dois anos depois, em 1914, na
Canudos (BA), Antônio Conselheiro. Sedição de Juazeiro.

Outros nordestinos, no entanto, partiam para a


violência como meio de escapar da miséria. Formavam
grupos de cangaceiros, saqueando, assaltando e UNIDADE 8
amedrontando e todos. O mais famoso líder do
cangaço dos sertões foi Virgulino Ferreira, o Lampião, PADRE CÍCERO
morto apenas em 1938, em Sergipe.
A trajetória de Padre Cícero Romão Batista foi de
polêmicas. Praticante de um catolicismo popular,
acabou entrando em atrito com a romanização
UNIDADE 7 promovida pela alta cúpula da Igreja Católica, isto é,
com a política de valorização dos dogmas e da
A OLIGARQUIA ACCIOLINA hierarquia católica promovida a partir do final do
século XIX pelo Vaticano. Cícero nasceu no Craro-CE,
Por oligarquia acciolina, entendemos o grupo político em 1844 e instalou-se em Juazeiro no ano de 1872,
liderado pelo comendador Nogueira Accioly, que ganhando o respeito da comunidade por seu trabalho
dominou de forma autoritária, nepótica, despótica, religioso. Em 1889, obteve destaque por ter realizado
corrupta e monolítica o Estado do Ceará, entre 1896 um “milagre”, transformando em sangue uma hóstia
e 1912. Para tanto, foi fundamental a adesão à política na boca da beata Maria de Araújo. Tal milagre não foi
dos governadores (um mecanismo de apoio mútuo aceito pela cúpula católica, e Cícero acabou
entre o presidente da república e os governadores dos perseguido. Ao contrário de Antônio Conselheiro em
Estados, levando à formação de oligarquias), o apoio Canudos, Pe. Cícero aliou-se aos políticos e oligarcas
dos coronéis latifundiários, à aliança com fortes visando preservar Juazeiro dos inimigos. Para os
grupos econômicos locais, a prática de nepotismo, críticos, ao envolver-se com políticos, virou um
corrupção eleitoral e repressão às oposições. “coronel de batinas”. Juazeiro prosperou bastante em
função do “milagre”. A atuação política do Padre
No primeiro mandato de Accioly (1896-1900), aumentou com a chegada de Floro Bartolomeu, seu
destacaram-se a corrupção em larga escala e o “caso “alter ego”. Cícero e Floro participariam da Sedição de
da vacina”, quando a oligarquia atritou-se com o Juazeiro, em 1914, contribuindo para a queda do
farmacêutico Rodolfo Teófilo, que criticava o descaso governador cearense Franco Rabelo. A morte de Floro
do governo ante um surto da doença. em 1926 e a Revolução de 30 marcaram a decadência
de Cícero. Nos últimos anos de vida, tentou
O governo de Pedro Borges (1900-04), eleito para inutilmente recuperar os plenos poderes do
desmascarar Accioly, acabou sendo uma continuidade sacerdócio. Faleceu em 1934.
da oligarquia. Accioly foi ainda reeleito para dois
mandatos, em 1904 e 1908, respectivamente. Isso
intensificou as ações dos oposicionistas, integrados UNIDADE 9
por oligarcas dissidentes do esquema governista, por
burgueses, pela classe média, por populares e até por A SEDIÇÃO DE JUAZEIRO (1913-14)
coronéis.
Tal fato liga-se ao fracasso nacional da “política das
Em 1910, chegava à Presidência da República o salvações” – o presidente Hermes da Fonseca,
Pinheiro Machado e as oligarquias articularam revoltas afastar dos governos estaduais as oligarquias da
armadas nos estados, visando derrubar os governos República Velha e se colocar em prática as medidas
“salvacionistas” no poder. Assim caiu Franco Rabelo, centralizadoras da Era Vargas.
o “salvador” cearense, eleito em 1912, após o fim da
oligarquia acciolina. No Ceará, após o afastamento das oligarquais da
primeira república, foi nomeado interventor o médico
Rabelo, inábil, em poucos meses perdeu o apoio de Fernandes Távora (1931), que governou por pouco
muitos dos políticos que o tinham ajudado a chegar ao tempo, pois continuou com as práticas políticas do
poder – daí porque a Assembléia Legislativa tentou, período histórico anterior. Távora, na realidade, era
sem êxito, votar o “impeachment” do “salvacionista”. um dissidente das oligarquias “caídas” em 30.

O governador das “salvações”, contudo, possuía o O segundo interventor cearense foi Roberto Carneiro
apoio dos fortalezenses, temerosos da volta de Accioly de Mendonça (1931- 34), que procurou conciliar os
e da fúria vingativa deste. Diversas vezes, o povo da “revolucionários” de 1930 com os oligarcas da Velha
capital cearense frustrou as pretensões golpistas dos República. Em seu período, no ano de 1932, ante
opositores de Franco Rabelo. fortíssima seca, os cearenses foram enviados para
combater a Revolução Constitucionalista de São
Logo, os opositores concluíram que a única forma de Paulo. Nessa seca, ergueram-se campos de contração
acabar com o “salvador” seria com uma revolta vinda para controlar os flagelados da estiagem.
do interior para capital. Dessa maneira, com apoio de
Hermes da Fonseca, Pinheiro Machado, Nogueira Em 1933, convocaram-se eleições para uma
Accioly, João Brígido e outros oligarcas, arquitetaram Assembléia Constituinte, o que ensejou a
um plano golpista nos sertões, onde tinham o apoio reorganização dos partidos locais. Os tenentes e
do deputado Floro Bartolomeu e do padre Cícero liberais apoiadores da “Revolução” de 30 fundaram o
Romão Batista, de Juazeiro. Partido Social-Democrático (PSD), enquanto as
tradicionais oligarquias, junto com segmentos
Floro e Cícero haviam sido aliados da oligarquia conservadores da Igreja, reuniram-se na Liga Eleitoral
acciolina, e se constituíram nas figuras centrais da Católica (LEC).
Sedição de Juazeiro. Os oposicionistas convocaram
extraordinariamente a Assembléia Legislativa em A LEC, por seus vínculos religiosos e apoio dos
Juazeiro e cassaram o mandato de Rabelo. Este, de latifundiários interioranos, obteve enorme penetração
Fortaleza, enviou tropas para aquela cidade no eleitorado cearense. Dessa maneira, essa sigla
caririense, na pretensão de derrotar os golpistas. O religiosa elegeu a maioria dos deputados constituintes
povo sertanejo, pensando ser uma agressão ao santo em 1933. A LEC também apoiava os segmentos
“Padim Ciço”, dirigiu-se a Juazeiro, para lutar numa fascistas que organizaram por essa época a AIB (Ação
“guerra santa”. Integralista Brasileira) no Ceará.

Os homens de Rabelo cercaram Juazeiro, mas, após O terceiro interventor foi Felipe Moreira Lima (1934-
alguns meses de combate, acabaram derrotados pelos 35), que realizou uma gestão agitada. Aliado ao PSD,
seguidores de padre Cícero. Os golpistas, então, não conseguiu evitar que a LEC vencesse as eleições
marcharam sobre Fortaleza e obrigaram Rabelo a para deputado estadual de 1934 e elegesse,
renunciar ao governo cearense (antes, o presidente indiretamente, no ano posterior, o novo governador
Hermes da Fonseca já havia decretado a intervenção do estado, Menezes Pimentel. Dessa forma, as antigas
no Estado). oligarquias cearenses da primeira república
retomavam o poder.
Após a Sedição de Juazeiro, houve um relativo
equilíbrio entre as oligarquias cearenses – nenhuma Menezes Pimentel administrou o Ceará por 10 anos,
delas dominou sozinha o Estado, sendo o povo entre 1935 e 1937, como governador legal, e entre
reprimido em suas manifestações. Tal quadro se 1937 e 1945, como interventor do Estado Novo. Foi
manteria até 1930, quando, com a “Revolução de 30”, um movimento de muita violência e autoritarismo.
houve um reajuste das forças políticas locais.

10.2. A Legião Cearense do Trabalho (LCT)


UNIDADE 10
A Legião Cearense do Trabalho (LCT) foi uma
O CEARÁ NOS ANOS TRINTA organização operária conservadora, nacionalista,
cristã, paternalista, autoritária, corporativista,
10.1. As Interventorias anticomunista e antiliberal, existente no Ceará entre
1931 e 1937, sendo fundada e liderada pelo tenente
Em 1930, Getúlio Vargas chegava à Presidência da Severino Sombra.
República através duma “revolução”. Iniciava-se uma
nova era para o País: leis trabalhistas, industrialização Sombra conseguiu muito sucesso com a LCT devido
de base, centralismo político, etc. ao baixo grau de organização e politização dos
trabalhadores, à política de conciliação do interventor
Vitoriosa a “Revolução” de 30, passaram os Estados cearense Carneiro de Mendonça e ao apoio da Igreja
a serem governados por interventores – indicados por e da LEC.
Getúlio e escolhidos entre os tenentes e civis que
haviam apoiado o golpe varguista. Queria-se, assim, O pensamento da LCT e de Sombra estava no livro
“Ideal Legionário”. Visava criar um estado ficou por herança para os padres salesianos, as
centralizado, intervencionista, harmonioso e classes dominantes passaram a difamar ainda mais a
corporativista, “protegendo” os trabalhadores. comunidade de Lourenço. Em setembro de 1936, a
Também se destacou na entidade o padre Hélder comunidade foi dispersa e o sítio, incendiado numa
Câmara (depois, um dos mais importantes líderes da ação da polícia.
ala progressista da Igreja, falecido em 1999).
Lourenço e sua gente instalaram-se, então, no alto
Sombra pensava em estender a legião para todo o da Serra do Araripe e reorganizaram uma nova
Brasil. Mas, por apoiar a Revolução Constitucionalista comunidade. Alguns moradores, liderados por
de 1932, foi preso e exilado em Portugal. Depois, a Severino Tavares, queriam vingança e, realizando
LCT acabou filiando-se à AIB (Ação Integralista uma emboscada, mataram alguns policiais.
Brasileira) de Plínio Salgado, que se tornou rival de
Sombra. Enviou-se em seguida, em maio de 1937, um grande
contingente policial para a Serra do Araripe,
Em 1933, Sombra retornou do exílio e, não massacrando os camponeses (os dados são
conseguindo obter a chefia da AIB, abandonou a LCT imprecisos, mas especula-se entre 300 e 1000
e fundou no Ceará uma entidade semelhante, a mortos).
Campanha Legionária. Mas não obteve sucesso devido
ao apoio agora prestado pela Igreja aos integralistas, José Lourenço conseguiu escapar, retornando
ao surgimento de entidades operárias de esquerda, às mesmo depois ao Caldeirão – as autoridades
disputas com a própria LCT e à lei de sindicalização de convenceram-se de que ele não participara da
Vargas. A Campanha Legionária, a LCT e AIB foram emboscada aos policiais. Mas, no final de 1939,
fechadas em 1937, com a implantação da ditadura do retirou-se da terra por nova pressão dos salesianos.
Estado Novo. Comprou um pequeno sítio, o “União”, em Exu (PE),
vivendo em paz até 1946, quando veio a falecer. Seu
corpo está enterrado em Juazeiro.

10.3. O Caldeirão

O Caldeirão foi uma comunidade religiosa e coletiva UNIDADE 11


surgida no Crato sob a liderança do beato Zé Lourenço
e destruída em 1936 pelo governo de Menezes O CEARÁ NA REPÚBLICA POPULISTA (1945-64)
Pimentel, com o apoio da Igreja e dos latifundiários.

José Lourenço, paraibano, negro e analfabeto,


chegou a Juazeiro por volta de 1890, sendo 11.1. A “Redemocratização” de 1945
aconselhado pelo padre Cícero (de quem era seguidor)
a se estabelecer na região e a trabalhar com algumas Durante o Estado Novo (1937-45), foi o Ceará
das famílias de romeiros. Arrendou, então, um lote de administrado pelo interventor Menezes Pimentel (que
terra no sítio Baixa D’anta e passou a desenvolver um governava já desde 1935), nomeado por Vargas.
fenomenal trabalho coletivo, dividindo entre os Nessa fase de autoritarismo, censura, torturas e
trabalhadores o produzido. O sítio rapidamente repressão, as atividades políticas cearenses
prosperou e começou a chamar a atenção. praticamente inexistiram. Com o envolvimento do
Brasil na II Guerra Mundial (1939-45), montou-se
Na década de 1920, adversários políticos de padre uma base norte-americana em Fortaleza, mudando os
Cícero e Floro Bartolomeu, na pretensão de atingir hábitos locais e empolgando a população, que realizou
estes, espalharam o boato de que as pessoas de Baixa diversos atos, manifestos e passeatas contra o
D’anta estavam cultuando a um boi como se fosse nazismo. Ao mesmo tempo, uma intensa propaganda
santo. Lourenço foi preso, sendo o boi morto. Pouco governamental influenciava os sertanejos a migrar
depois, o novo dono do sítio Baixa D’anta exigiu que o para a Amazônia e explorar látex nos seringais da
beato e os camponeses deixassem a terra. região num “esforço de guerra”. Milhares de cearenses
foram para o norte em busca de “tempos novos” – a
Talvez por volta de 1926, padre Cícero acomodou maioria só encontrou miséria e até mesmo a morte na
Lourenço e os seguidores deste no sítio Caldeirão, de floresta. Era a “Batalha da Borracha”.
sua propriedade. O Caldeirão tornou-se um Canudos
em dimensões menores. Em busca de uma vida digna No Ceará, como no restante do Brasil, as
e de conforto espiritual, muitos nordestinos foram manifestações contra o nazismo passaram a criticar
para lá. Lourenço recebia a todos, e o sítio prosperava igualmente a ditadura getulista. E o Estado Novo caiu
num sistema igualitário e coletivo. como um castelo de areia. O País se
“redemocratizava”, marcando-se eleições e
O progresso do Caldeirão incomodou as elites, visto formando-se partidos nacionais.
que os latifundiários perdiam a mão-de-obra barata
que exploravam. Além disso, a Igreja condenava a Assim, os opositores ao interventor Menezes
religião popular praticada na comunidade. Para Pimentel organizaram a secção local da União
complicar, o País vivia um clima de histeria Democrática Nacional (UDN), enquanto o interventor
anticomunista – Lourenço foi acusado de ser um fundava o Partido Social Democrático (PSD). Eram
agente bolchevique! agremiações conservadoras, elitistas, sem muito
conteúdo ideológico. Também surgiu uma secção do
Como o sítio, após a morte de padre Cícero em 1934, Partido Comunista do Brasil (PCB)
– apesar de toda a campanha anticomunista iria superar o “olavismo” como “fiel da balança”, o
movida pela classe dominante e pela igreja Católica, Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), sobre a chefia do
então chefiada pelo bispo Dom Almeida Lustosa. rico comerciante Carlos Jereissati – elemento
vinculado nacionalmente ao getulismo e a João
Da mesma forma, organizou-se o Partido Social Goulart.
Progressista (PSP), chefiado por Olavo Oliveira, que
pelo menos na década de 50, atuaria como “fiel da Foram governadores do Ceará nesse período:
balança” nas disputas eleitorais cearenses. Faustino Albuquerque (UDN 1947-51), Raul Barbosa
(PSD 1951-54), Paulo Sarasate (UDN 1955-58),
A demissão de Menezes Pimentel da interventoria Parsifal Barroso (PSB, PTB 1959-63) e Virgílio Távora
local e a coligação entre PSP e UDN deram aos (UDN- PSD/“União Pelo Ceará” 1963- 66).
udenistas a vitória nas eleições de 1947, elegendo o
governador Faustino Albuquerque. O único momento em que um governo elegeu seu
sucessor foi em 1962, quando, sob as bênçãos do
governador Parsifal Barroso, UDN e PSD se coligaram
e se formou a chamada “União Pelo Ceará” – coligação
de direita das elites, que tinha como candidato Virgílio
11.2. A Fragilidade das Elites Távora.

A novidade no pós-45 foi a existência de partidos A “União pelo Ceará” foi esmagadoramente
nacionais (até então os partidos eram estaduais), o triunfante nessas eleições, só perdendo um cargo
que, porém, não evitou especificidades políticas
importante: uma vaga no Senado. O eleito foi
locais. No Ceará, havia outro complicador do jogo exatamente seu adversário maior, Carlos Jereissati
político: a histórica fragilidade estrutural das elites
(PTB).
cearenses, em virtude da econômica precária
(baseada na exportação agrícola e no comércio), em
Com Távora no governo, teve-se o incremento da
virtude do estado ser uma região pobre, de solos ruins
“modernização conservadora” cearense, baseada na
e castigada por secas periódicas, além da própria
industrialização (influência direta do “nacional-
divisão interna das camadas dominantes.
desenvolvimentismo”). Daí Virgílio ter se esforçado
para trazer para o Ceará a energia de Paulo Afonso,
Essa fragilidade fica clara quando se percebe que no
atrair indústrias do Sudeste, conseguir recursos da
período 1945-64, nas eleições, o governador não
SUDENE, BNB e Governo Federal, criar o Banco do
conseguia eleger seu sucessor. Quem ganhava era a
Estado do Ceará (BEC) para facilitar financiamentos e
oposição (exceção dá-se em 1962, como adiante instalar o Primeiro Pólo Industrial, em Maracanaú.
veremos).
Com o golpe de 1964, ocorrem várias prisões de
militantes de esquerda e cassações de parlamentares.
Os dois principais partidos do período, UDN e PSD,
alternam-se no poder. Não eram agremiações de forte
conteúdo ideológico. Ao contrário, havia dentro desses
partidos alas brigando entre si. O que lhes dava um
UNIDADE 12
pouco de unidade era o clientelismo, a capacidade de
estar no poder, garantir cargos, verbas públicas,
privilégios econômicos, etc. O CICLO DOS CORONÉIS

Na UDN tinham-se duas facções: uma do sul do


Ceará, liderada por Fernandes Távora, e outra, no
norte, chefiada por José Sabóia de Albuquerque, de O golpe de 1964 ocorreu exatamente um ano após a
Sobral. posse de Virgílio Távora. O coronel ficou então
dividido, pois, apesar de criticar as “Reformas de
O PSD, surgido da burocracia do Estado Novo, Base” de João Goulart, era seu amigo pessoal e fora
possuía como maiores líderes Menezes Pimentel, José dele ministro. Essa aproximação de Távora com Jango
Martins Rodrigues e Expedito Machado. Um grupo fez até com que alguns militares “linha dura”
chefiado por Olavo Oliveira deixaria o PSD e formaria pedissem a cassação do governador. Távora escapou
o PSP (Partido Social Progressista). Dependendo de da deposição por sua amizade com Castelo Branco e
quem lhe ofertasse mais vantagens, o “olavismo” ora influência do tio, Juarez Távora, junto aos golpistas. A
apoiava a UDN, ora o PSD. Era o “fiel da balança”, longo prazo, a Ditadura acabou beneficiando Távora,
capaz de decidir as eleições. pois, contando com a amizade do presidente
(cearense) Castelo Branco, obteve, além de prestígio
político, muitos recursos para seus projetos
Havia ainda, tendo como maior reduto a capital, o
industrialistas.
pequeno Partido Republicano (PR), chefiado pelo ex-
interventor e prefeito de Fortaleza entre 1947-51
Acrísio Moreira da Rocha, figura carismática, o qual, As esquerdas buscaram se reorganizar após o Golpe
junto com os irmãos Péricles e Crisanto, de 64, tendo grande influência junto ao movimento
representava genuinamente no Ceará o populismo estudantil através do PORT (Partido Operário
reinante no Brasil. Após a cassação do registro do Revolucionário Trotskista), AP (Ação Popular) e PCdoB.
PCB, em l947, muitos comunistas foram “abrigar-se” O Partido Comunista do Brasil liderou o movimento
estudantil universitário e instalou campos de
no PR.
treinamentos de guerrilheiros visando apoiar a futura
guerrilha do Araguaia. ALN (Ação Libertadora
A partir de mais ou menos 1954, um novo partido
Nacional) e PCBR (Partido Comunista Brasileiro
Revolucionário) fizeram ações armadas no Ceará. políticas: em 1985, Maria Luiza Fontenelle, do PT, era
eleita prefeita de Fortaleza. Em 1986, um grupo de
Na sucessão, contudo, Távora não conseguiu indicar “jovens empresários”, um deles Tasso Jereissati,
um nome de seu agrado. O quadro político mudara passaria a governar o Ceará. Eram tempos de
com a instalação do bipartidarismo no país (no Ceará, “mudanças”.
a ARENA reuniu a maior parte dos políticos da UDN,
do PSD e do PSP, enquanto no MDB ingressaram
políticos do PTB, das esquerdas e uma ala do PSD,
chefiada por José Martins Rodrigues) e com a UNIDADE 13
determinação de eleições indiretas para governador
(seria este escolhido pelos deputados estaduais, A GERAÇÃO CAMBEBA
embora, na prática, apenas se referendasse o nome
indicado pelos militares). Paulo Sarasate, amigo de Em 1986, Tasso Jereissati era eleito governador do
Castelo Branco e ardoroso defensor da “Revolução” de Ceará, derrotando os três famosos coronéis do Ceará,
1964, conseguiu que fosse eleito, para surpresa geral, Adauto, Vírgílio e César, e inaugurando uma nova
o obscuro deputado Plácido Aderaldo Castelo, que etapa política no estado.
governa o Estado entre 1966-71.
Mas tal fato não foi ocasional. Na realidade,
Em 1971, com as bênçãos do presidente da enquadra-se dentro de um projeto político burguês-
República, Médici, e a pressão dos militares do Recife, capitalista, com origens no ano de 1978, quando
foi indicado para governar o Ceará um tecnocrata, o “jovens empresários” assumiram o controle do Centro
coronel e engenheiro César Cals de Oliveira, o que não Industrial Cearense (CIC). Até aquela data, a chefia
agradou muito Vírgílio Távora, que contava em voltar do CIC era ocupada pelo presidente da Federação das
ao poder. Concomitantemente, dentro da ARENA Indústrias do Estado do Ceará (FlEC).
fortalecia-se o grupo do coronel Adauto Bezerra,
figura vinda de uma poderosa família de Juazeiro, Esses “jovens empresários”, como Beni Veras, Tasso
ligada ao cultivo de algodão e ao ramo bancário. Jereissati, Amarílio Macedo, Sérgio Machado e Assis
Machado Neto, tornam o CIC um centro de debates e
Surgiam assim os famosos três “coronéis do Ceará”, gestam uma candidatura ao governo. Embora tenha o
todos militares de carreira, Vírgílio Távora, Adauto CIC de início mantido boas relações com os coronéis
Bezerra e César Cals, que, nos anos de 1970 e início (por exemplo, apoiaram a candidatura de Gonzaga
da década de 1980, dominaram politicamente o Mota ao governo em 1982), criticavam duramente o
Estado. Tinham entre si um acordo (“Acordo dos excessivo intervencionismo do Estado na economia, a
Coronéis”) que os mantinha na “cúpula” do Estado e corrupção, o clientelismo e outros problemas da
“dividia” as bases entre eles, não deixando espaços máquina pública, pregando uma gestão “moderna”,
para o MDB local. (neo) liberal no Ceará e empresarial para “acabar com
a miséria”.
Após a administração de César Cals (1971-75), foi a
vez de Adauto Bezerra assumir o poder local, A oportunidade para os “jovens empresários”
governando entre 1975-78. assumirem o governo dar-se-ia em 1986. O então
governador Gonzaga Mota (PMDB), já rompido com
No ano de 1979, Virgílio Távora, com o apoio de seus “padrinhos políticos” (os coronéis), resolveu
Geisel, regressou ao governo cearense e consolidou a apoiar um nome do CIC para concorrer a sua
transição para a “modernidade conservadora”, com sucessão: Tasso Jereissati. Este, valendo-se do
obras estruturais e de cunho industrialista, como o sucesso nacional do Plano Cruzado, da crise e
sistema Pacoti-Riachão, a energização rural e o decadência das “velhas” elites chefiadas pelos
término do Distrito Industrial. coronéis e contando com o apoio e simpatia de amplos
segmentos sociais (até das esquerdas), derrota o
Com a “distensão política” e a “abertura candidato do PFL (dissidente do PDS, atual DEM),
democrática” ocorridas no País no final da década de coronel Adauto Bezerra.
1970 (a ARENA virou PDS e o MDB, PMDB), o acordo
dos coronéis passa a se desestruturar. Em 1982, os Encontrando o Estado em lastimável situação
três coronéis disputavam acirradamente nos financeira, Tasso, sob o lema “Governo das
bastidores a indicação de quem seria o novo Mudanças”, busca moralizar a máquina pública,
governador do estado. Ante o impasse, a questão diminuindo o nepotismo e o empreguismo – embora
sucessória foi levada ao presidente Figueiredo, que achate o salário dos servidores públicos e tenha com
firmou o “Pacto de Brasília”, pelo qual os coronéis estes uma relação de atritos.
dividiriam o Estado entre si, na base dos 33% dos
cargos públicos de lo e 2o escalões, além dos cargos Visando dar ao governo uma “gestão técnica”, o
executivos. Gonzaga Mota, “um homem neutro” (na “Governo das Mudanças” elimina a intermediação de
prática, ligado a Virgílio Távora), seria o governador, “políticos profissionais”, sobretudo na primeira gestão
cabendo a Adauto o cargo de vice, a Virgílio, uma vaga (1987-91), o que lhe traz um certo isolamento da
no Senado e a César Cals, a prefeitura de Fortaleza. sociedade civil e a tacha de autoritário. Em pouco
Assim ocorreu nas eleições de 1982. tempo, ganhou forte oposição, mesmo daqueles que
o haviam apoiado na eleição (daí o grupo tassista ter
Mas foi ilusória a vitória dos coronéis. Estes haviam deixado o PMDB e entrado no PSDB). O Cambeba
preparado a “modernidade” do estado, mas suas (Palácio do Governo e sinônimo dos partidários de
práticas autoritárias e clientelistas ironicamente os Tasso) procurou descredenciar essa oposição
enfraqueceriam. Abria-se espaço para novas forças chamando-a genericamente de “forças do atraso”,
elementos “corporativistas”, pessoas de “interesses quase não contanto com oposição institucional.
contrariados”. Manteve praticamente o mesmo modelo econômico e
administrativo da Geração Cambeba.
A geração Cambeba procurou a “modernização” da
máquina administrativa cearense, ou seja, a
promoção de uma “gestão técnica” e pró-capitalismo
do Estado, de modo que se buscasse o equilíbrio Exercícios
orçamentário (o que aconteceu principalmente no
primeiro mandato de Tasso e na gestão de Ciro
Gomes, com a austeridade nos gastos públicos, 01. (UECE) Sobre o processo de ocupação da costa
aumento da arrecadação de tributos, corte de cearense durante o século XVII, pode-se afirmar
gratificações, eliminação de cargos públicos, corretamente:
achatamento de salários dos servidores, etc.), a
eficiência da máquina estatal (por exemplo, com a a) Os portugueses aliaram-se aos indígenas que
informatização da burocracia e a qualificação dos habitavam essas terras e construíram fortes apenas
servidores públicos), a probidade no trato com a para defender o centro do comércio do pau-brasil.
coisa pública (sem privilégios a particulares), o
investimento em obras de infra-estruturas b) A presença portuguesa no Ceará tem a ver com
(sobretudo a partir do segundo mandato de Tasso, a ocupação de Pernambuco pêlos franceses e do
com verbas e empréstimos do governo federal e de Maranhão pelos holandeses.
órgãos internacionais de desenvolvimento) e os
estímulos à indústria e atividade conexas.
c) O litoral foi intensamente disputado por índios e
forças militares de várias potências européias, e várias
Utilizando também muito “marketing” (um dos
fortificações foram construídas por portugueses e
estados que mais investe em propaganda no Brasil é
holandeses.
o Ceará), a geração Cambeba ganhou a hegemonia
política do Estado e projeção nacional, embora as
“mudanças” tão propaladas, como a industrialização d) A conquista do litoral cearense foi empenhada
cearense, venha de décadas, desde os anos 1960, a por motivos econômicos, já que o cultivo de cana-de-
partir da criação do Banco do Nordeste (1952), da açúcar estava bastante desenvolvido e o açúcar
SUDENE (1959) e das administrações do coronel necessitava ser transportado diretamente para
Virgílio Távora (1963-66/1979-82). Portugal.

O domínio cambebista garantiu a eleição em 1990


de Ciro Gomes ao governo pelo PSDB. Depois, Ciro iria
para o PPS, mantendo-se, porém, “fiel” a Tasso. Em 02. Sobre os primeiros tempos da história do
1994, há o retorno de Jereissati ao Executivo Ceará, marque (V) para as afirmações verdadeiras e
cearense. Tasso seria reeleito ainda em 1998. Um dos (F) para as falsas:
maiores núcleos de oposição ao Cambeba encontrava-
se em Fortaleza, onde nos anos 90 e início do século a) ( ) O donatário da capitania do Ceará, Antônio
XXI dominou o grupo político conservador do então Cardoso de Barres, não chegou sequer a tomar posse
prefeito Juraci Magalhães. Na capital também são de sua doação, somente vindo ao Brasil como
fortes as esquerdas, tanto que em 2004 o PT provedor da fazenda no governo de Tomé de Souza
conseguiu eleger Luizianne Lins como gestora da em 1549.
cidade.

Apesar das “mudanças” realizadas pelo Cambeba na


b) ( ) A primeira tentativa de conquista foi efetuada
em 1603, pela bandeira dirigida por Pero Coelho de
política e economia do Estado – o PIB cearense
Sousa, por isso ele é considerado o fundador do Ceará.
cresceu nos últimos anos em média mais que o do
restante do Brasil – não houve empenho suficiente
para acabar com a pobreza absoluta que impera no c) ( ) Não existe relação entre a conquista do Ceará
Ceará. Ao contrário, o projeto burguês-capitalista do e a luta pela expulsão dos franceses do Maranhão.
“Governo das Mudanças” não alterou
substancialmente a concentração de renda no estado, d) ( ) Numa visão tradicional, Martim Soares
também uma das maiores do País. O modelo Moreno é considerado o fundador oficial do Ceará.
capitalista, neoliberal, urbano e industrialista
abandonou quase por completo a agricultura
e) ( ) A base da fundação de Fortaleza foi criada
interiorana, salvo as grandes agroindústrias, pelos holandeses, na figura de Matias Beck, que,
incrementando a miséria e o êxodo rural. chegando ao Ceará, construiu o forte de
Schoonenborck, ficando este, após a expulsão dos
Esse caos social ajuda a entender a dificuldade tida flamengos, sob a direção governamental do capitão-
pelo Cambeba para eleger Lúcio Alcântara governador mor Álvaro de Azevedo Barreto.
em 2002, numa dramática e apertada vitória sobre o
petista José Airton Cirilo e, por fim, perder o comando e) ( ) Os missionários da Companhia de Jesus
cearense em 2006, quando foi eleito Cid Gomes, irmão
Francisco Pinto e Luís Filgueira, com "objetivos
de Ciro Gomes, para o executivo local. catequéticos", chegaram às terras do Siará Grande em
1607, mas não foram bem-sucedidos.
O grupo dos Ferreira Gomes conseguiu formar um
governo coligando vários agrupamentos político,
03. (UECE) - “A incorporação do Ceará ao Projeto
Colonial Português deu-se de modo tardio, quando Ceará, marque (V) se as afirmativas forem
comparado à conquista do litoral pernambucano, verdadeiras e (F) se forem falsas.
iniciada ainda na primeira metade do século XVI. As
primeiras tentativas de conquista do Ceará só a) ( ) O desenvolvimento do Ceará colonial foi
ocorreram no início do século XVII com Pero Coelho propiciado pela expansão das fazendas de gado.
de Souza, em 1603. Depois com Martim Soares
Moreno e por fim, com holandeses, a mais duradoura.
No entanto, as tentativas de conquista ocorridas entre
b) ( ) O Ceará:foi conquistado pêlos donos de frotas
1603 e 1654 não deixaram marcas importantes”. que expulsaram os indígenas da região.
Fonte: PINHEIRO, Francisco José. Os Povos Nativos do
Ceará (uma síntese possível) in: Ceará de Corpo e c) ( ) O colono português radicado no Ceará
Alma – um olhar contemporâneo de 53 autores sobre dedicou-se, unicamente, às tarefas relacionadas com
a Terra da Luz – Rio de Janeiro: Relume/Dumará – as charqueadas.
Fortaleza: Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e
Antropológico), 2002, págs. 21/22. d) ( ) A única função desempenhada pelos escravos
nos engenhos cearenses foi a de vaqueiro.
No que concerne ao processo de ocupação do
território cearense é correto afirmar: e) ( ) O povoamento e a colonização do Ceará
relacionam-se, diretamente, com a. atividade pastoril.
I.O processo de anexação e ocupação efetiva da
Capitania do Ceará ao Projeto Colonial Português só
f) ( ) O ciclo do couro foi responsável não só pela
se efetuou no final do século XVII e início do século
ocupação dos sertões cearenses, mas também de toda
XVIII
a faixa litorânea do Nordeste.
II.A Capitania do Ceará despertou imediato interesse
dos colonizadores portugueses

III.A resistência armada dos povos nativos do 06. (UFC- adaptada) Sobre o processo de ocupação
território cearense aos colonizadores estendeu-se até do território do atual estado do Ceará:
o final do século XIX. Marque a opção verdadeira:
a) As áreas centrais foram ocupadas
A) II e III são falsas economicamente antes do litoral.

B) II e III são verdadeiras b) Os rios Jaguaribe e Acaraú foram os principais


caminhos naturais de penetração.
C) I e II são verdadeiras
c) A pecuária desenvolveu-se, sobretudo, nas
D) I e III são falsas regiões serranas.

d) Os colonizadores no Ceará respeitaram as terras


indígenas, evitando exterminar os índios.
04. As principais atividades econômicas que
modificaram a paisagem do sertão cearense ao longo e) Os historiadores do Ceará, sem exceção,
de sua história foram: afirmam que a ocupação do Cariri deu-se como
resultado da expansão da Casa da Torre.
A) o cultivo de arroz e a exploração da carnaúba;

B) o cultivo de cana-de-açúcar e de feijão;


07. (UFC) Leia com atenção o texto abaixo e
depois responda ao que se pede:
C) o cultivo de café e de banana;
"As secas de 1777-78 e 1790-93 são apresentadas
D) a pecuária e o cultivo de algodão; (...) como causa única dos primeiros impasses
desenvolvimentistas do criatório do Ceará e pela
E) a criação de lagosta e o cultivo de milho. falência das charqueadas (...). Não deve ser
esquecido, porém, que naquele período o Ceará não
apenas perdeu parte do rebanho e ganhou um
competidor no comércio de carne seca, um outro fato
05. (UFC- adaptada) "O couro era o boi. O avanço foi acrescido à economia cearense, a partir daí (...)".
coloniza dor ganhava terreno financiando currais onde
antes somente pisava o índio bravio. E cada curral iria a) Explique o que eram as charqueadas.
ser uma fazenda, que se garantia juridicamente com
a obtenção da sesmaria ou data". (Fonte: GIRÃO, b) Analise o outro elemento responsável pela
Raimundo. Pequena História cio Ceará. 4" edição. falência das charqueadas, considerando o contexto
Fortaleza: UFC, 1984, p. 85-86). histórico.

Sobre o texto acima, relativo ao período colonial do


08. No século XIX, o plantio de algodão no Ceará c) A pecuária extensiva foi a responsável pela
resultou da: ocupação dos sertões do Ceará, principalmente ao longo
dos grandes rios e dos vales úmidos.
a) necessidade de abastecer as indústrias têxteis
paulistas. d) A cidade de Fortaleza foi o centro da produção
pecuarista cearense, tornando-se a “capital do couro”.
b) demanda gerada pela Revolução Industrial
inglesa. e) A pecuária extensiva cearense localizava-se no
litoral, às margens das praias, já que o interior era muito
seco e impróprio para o gado.
c) necessidade de abastecer as indústrias têxteis
nordestinas.

d) necessidade de aproveitar o grande contingente


de escravos na agricultura. 11. (UFC) O contato dos indígenas "cearenses"
com os invasores europeus contribuiu para:

a) o fortalecimento da identidade étnico-cultural


dos indígenas diante da superioridade da cultura
09. (UFC) A indústria têxtil inglesa demandou, no européia.
século XIX, quantidades crescentes de algodão.
Provedores tradicionais dessa matéria-prima, como a
Índia e o Egito, foram substituídos pelos Estados b) a coesão social entre as diversas tribos
Unidos; mas, na década de 1860, os conflitos entre o indígenas através dos aldeamentos.
norte e o sul desse país interromperam o
fornecimento. Nessa década, o algodão se converteu c) o fortalecimento da cultura indígena dos
no principal produto das exportações cearenses. aldeamentos jesuíticos.

Em relação ao cultivo de algodão no Ceará, em 1860, d) o processo de perda da identidade cultural dos
é correto afirmar que: indígenas.

A) Realizou-se com a utilização, de forma e) que os missionários católicos evitassem o


generalizada, da mão-de-obra escrava. genocídio e o etnocídio dos indígenas no Ceará.

B) foram trazidos trabalhadores das áreas de


seringais decadentes, criando-se o SEMTA, Serviço
Especial de Mobilização de Trabalhadores do
12. (UECE) Leia o texto a seguir.
Amazonas.
“Animados pelo exemplo e fortalecidos pela certeza
C) Foi realizado com parceiros, escravos e de mútua assistência, entraram na luta os Baiacus
trabalhadores livres. seguidos, mais tarde, pelos Cratiús e Icós cearenses”.
“Não obstante batidos e dizimados, os nativos
D) Realizou-se a abolição prematura da continuaram a resistir corajosamente aos
escravidão, e se ofereceram salários atraentes para os portugueses, fazendo prolongar a campanha de 1713
ex-escravos. pelos subseqüentes anos de 1714 e 1715”. (Carlos
Studart Filho. Páginas de História e Pré-História.
E) foi introduzido por imigrantes norte-americanos, Fortaleza: Editora do Instituto do Ceará, 1966, pp. 63
provenientes das áreas algodoeiras. e 133).

Assinale a alternativa que apresenta corretamente o


conflito ao qual o autor do texto acima se refere.
10. (UNIFOR) A economia cearense foi marcada por
dois grandes ciclos econômicos: o Ciclo do Gado (séculos A) A Guerra pela Terra, que envolveu os
XVIII e XIX) e o Ciclo do Algodão (séculos XIX e XX). conquistadores portugueses contra nativos cristãos.
Marque a alterativa correta
B) A Guerra dos Bárbaros, que envolveu
quanto à história econômica do Ceará: portugueses e seus aliados contra nativos não
cristianizados.
a) O algodão ocupou um papel secundário na
economia cearense, muito mais vin-culada à pecuária. C) A Guerra do Sertão, que envolveu portugueses
Neste sentido, as conseqüências econômicas do comércio e nativos católicos contra holandeses e nativos
algodoeiro foram quase imperceptíveis, principalmente protestantes.
em Fortaleza.
D) A Guerra entre portugueses e franceses, sendo
b) Com a riqueza do algodão, a cidade de Aracati, com que os segundos foram auxiliados por nativos que
seu porto natural na foz do rio Jaguaribe, tornou-se a eram seus aliados.
principal cidade cearense.
E) A Guerra entre as potências mercantilistas, representantes das demais comarcas".
Portugal e Holanda, sendo que os nativos foram
(Maria do Carmo R. Araújo. "A participação do Ceará na Confederação do
insuflados pelos holandeses. Equador".In: Simone Souza (coord.). HISTÓRIA DO CEARÁ. 2 ed. Fortaleza.
Fundação Demócrito Rocha. 1994, p.152.).

13. (UFC – Adaptada) “... Os aldeamentos O texto acima fala de um momento simbólico
funcionaram frequentemente como acampamentos importante, quando da participação do Ceará na
militares [...] Parangaba. Paupina (atualmente Confederação do Equador. Sobre isto:
Messejana), Soure (atualmente Caucaia)...
a) Responda o que foi a Confederação do Equador.
(Fonte: HOORNAERT, Eduardo. Catequese e aldeamentos na história do
Ceará. Universidade Aberta. O POVO, 1984).
b) Indique dois aspectos que influenciaram na
Marque V ou F: adesão do Ceará à Confederação do Equador.

A partir do texto acima, pode-se deduzir que os


aldeamentos indígenas no Ceará, tiveram outros
objetivos, além da específica evangelização, uma vez 17. (UECE) Sobre a Confederação do Equador, é
que: correto afirmar que:

a) ( ). tornava-se necessário aos colonizadores A) como a Balaiada e a Farroupilha, ocorreu no


controlar os nativos. período regencial;

b) ( ). utilizavam-se dos indígenas pacificado, para B) foi uma revolta de escravos na Bahia;
combater os considerados indóceis.

C) foi uma revolta ocorrida no sul do Brasil, que


c) ( ). planejava-se o emprego da mão-de-obra
acabou com a criação de um novo país: o Uruguai;
indígena em prol da economia pecuária.

D) teve início em Pernambuco e proclamou a


d) ( ). idealizava-se educar os índios nos moldes independência de várias províncias do Nordeste;
europeus para elevar o nível cultural da região.

E) foi a maior revolta ocorrida nos primeiros anos


da República.

14. (UECE) As três vilas mais importantes do Ceará


no Período da Pecuária (1720- 1790) eram:

18. (UFC) Leia o texto a seguir.


A) Aracati, Sobral e Icó
Ofício da Villa do Crato. Temos presente o Ofício de
B) Sobral, Icó e Fortaleza V. Excelências do primeiro do corrente a que
acompanharam os Decretos da dissolução da
C) Aquiraz, Fortaleza e Icó Assembleia Constituinte e Legislativa do Brasil

D) Icó, Aracati e Fortaleza plenamente congregada no Rio de Janeiro [...] e


apesar do laconismo que se observa em dito Ofício,
ele

15. "Na manhã do dia 11, Pereira Filgueiras, após veio pôr-nos em perplexidade pelo modo decisivo
reunir seus soldados e cercar as principais estradas do com que V. Excelências, supremas Autoridades desta
Grato, invade a vila, restabelecendo a antiga ordem.
Homens armados, cavalos correndo, poeira, Província, mandam sem mais reflexão (...)
ansiedade, medo. Era a repressão. O Capitão-Mor dá
Jornal Diário do Governo do Ceará, 1º de abril de 1824.
vivas a Monarquia e ao Rei, no que é correspondido
pêlos cratenses, alguns dos quais há poucos dias
"ferozes" republicanos (...) José Martiniano de Alencar A citação acima se refere à dissolução da Assembleia
é o único que se dispõe a resistir, pateticamente, com Constituinte, em 1823, fato que se relaciona com a
uma faca. Inútil. Logo é detido. Oito dias após seu eclosão da Confederação do Equador. Sobre a
início, a revolução pernambucana e liberal de 1817 no participação do Ceará nesse movimento revoltoso,
Ceará está derrotada." (FARIAS, Airton de. Senador assinale a alternativa correta.
Alencar. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha. 2000. p,
A) O Ceará participou da Confederação do Equador
16. (UFC) “Em 26 de agosto foi constituída a porque pretendia romper com a dependência
República do Ceará, em um Grande Conselho de 405 econômica e política em relação a Pernambuco.
eleitores formado pelas pessoas economicamente
mais expressivas da província com a presença das B) A província do Ceará almejava se isolar das
Câmaras de Fortaleza, Aquiraz e Messejana e demais províncias do atual Nordeste: Paraíba,
Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí e Alagoas. e) A sedição de Pinto Madeira não passou de uma
disputa entre os coronéis de Crato e Jardim pelo
C) O crescimento da exportação de algodão fez com controle do Cariri no contexto da abdicação de Pedro
que os proprietários e comerciantes cearenses I
lutassem pelos interesses do grupo “corcunda”, aliado
de D. Pedro I.

D) O grupo “patriota”, composto por membros da 21. Sobre a História do Ceará, podemos dizer que:
família Alencar, defendia idéias monarquistas para
garantir os direitos do Ceará junto ao imperador.
a) a ocupação holandesa não se refletiu no Ceará.

E) A maior parte das elites cearenses aderiu ao


b) o Ceará participou ativamente das revoluções
movimento levada pelo receio de perder sua
de 1817 e da Confederação do Equador.
autonomia,em decorrência do centralismo político
imposto pela Constituição de 1824.
c) o Ceará não participou de nenhum movimento
revolucionário liderado por Pernambuco.

19. (UECE) Os cearenses tomaram parte ativa em d) a ação catequética dos padres jesuítas não se
importantes acontecimentos da História do Brasil, estendeu ao Ceará.
como a Confederação do Equador ocorrida em 1824,
que teve, entre suas causas:

a) as frustrações liberais diante da dissolução da 22. (UFC) "A chamada revolução de 1832,
Constituinte, a imposição da Constituição de 1824, liderada por Joaquim Pinto Madeira, coronel que
agravada pela nomeação de Paes Barreto à ocupava o posto de comandante de armas do Cariri
Presidência de Pernambuco. cearense, melhor seria caracterizada corno revolta,
pois não traria mudanças profundas ou substanciais
na região em que se produziu" - João Alfredo
b) a organização do Ministério dos Marqueses,
Montenegro. A respeito do movimento que o texto se
integrado por amigos pessoais do imperador.
refere, analise as seguintes afirmativas e marque a
opção correta:
c) a questão sucessória do trono português, que
provocou violenta reação na população, que temia
I. Reunia forças políticas em torno do
nossa recolonizarão.
movimento a favor da restauração de Pedro I.

d) o incentivo dado pelo imperador ao Partido


Brasileiro, contrariando o interesse da burguesia e
II. Caracterizava-se por sua feição liberal à
semelhança dos movimentos de 1817 e 1824.
militares portugueses.

e) a proclamação da Independência da Cisplatina,


III. Pretendia tão somente alterar a fase política do
país com a proclamação da República.
descontentando a opinião pública pela perda
territorial.
IV. Concorreu para sua eclosão a rivalidade
política entre os coronéis do Crato e Jardim que
disputavam o domínio político do Cariri.
20. Sobre os movimentos insurrecionais em que o
Ceará participou no século XIX é falso: a) I e IV estão corretas.

a) A revolução de 1817 tinha caráter b) II e III estão corretas.


emancipacionista e republicano, sendo comandado
pela família Alencar, lideres da facção liberal local. c) I e III estão corretas.

b) Os insurretos de 1817 acabaram fuzilados na d) II e IV estão corretas.


Praça dos Mártires por terem participado de uma
revolta contra El Rei de Portugal e) III e IV estão corretas.

c) A confederação do Equador visava criar uma


república liberal no Nordeste, longe do centralismo de
D. Pedro I e das ameaças recolonizadoras de Portugal
23. (UFC) Considerando-se a economia do Ceará,
na segunda metade do século XIX, podemos afirmar,
d) A influencia pernambucana e o corretamente:
descontentamento dos liberais cearenses com D.
a) Apesar de o Ceará contar com uma diversidade
Pedro I explicam a adesão da província à de produtos do setor primário, estes não figuravam
Confederação do Equador nas exportações.
b) A principal fonte de receita da Província era a Fortaleza no final do século XIX se deveu,
exportação de artesanato, principalmente objetos de principalmente, à (ao).
couro e madeira.
a) êxodo rural provocado pela seca de 1877,
c) O consumo interno de algodão, sobretudo na evitando o perigo das mortes, das invasões e da
produção de tecidos grossos para escravos, miséria da população que encontra abrigo confortável
impossibilita qualquer excedente para exportação. na cidade.

d) O charque, produzido inicialmente em Pelotas b) crescimento das indústrias têxteis a absorver


(RS), logo após sua técnica de produção chegar ao mão-de-obra, infra-estrutura e serviços urbanos.
Ceará, passou a figurar na pauta de exportação.
c) expansão da cultura algodoeira de exportação,
e) Dentre os produtos de exportação da Província concentrando na capital do comércio importador e
do Ceará figurava o café, que tinha, como principal exportador, além das atividades de serviços,
região produtora a Serra de Baturité. administração e recolhimento de impostos.

d) concentração das atividades portuárias com a


transferência do comércio exportador açucareiro de
24. (UFC adaptada). Marque V ou F. A Recife para Fortaleza, devido ã epidemia de cólera na
consolidação de Fortaleza como centro político, capital pernambucana.
econômico e administrativo, a partir da segunda
metade do século passado, verificou-se por (pelo):

a) ( ) sua condição de centro coletor e exportador 27. (UECE) "Os associados adotavam um
de algodão. criptônimo ou nome de guerra e eram denominados
padeiros. O jornal do grupo tinha o título de O Pão. O
presidente era o padeiro-mor. Os secretários
b) ( ) sediar os principais serviços da administração receberam a alcunha de forneiros e o tesoureiro o de
pública.
gaveta. Padeiros livres eram os sócios
correspondentes. As sessões eram as fornadas."
c) ( ) ser a capital da Província e cidade portuária.
(GIRÃO, Raimundo. Pequena História do Ceará. 4a ed. Fortaleza: UFC, 1984,
p, 229)
d) ( ) ter sido a primeira vila estabelecida no Ceará.
O texto traz aspectos da organização interna da
e) ( ) desenvolvimento do comércio exportador. Padaria Espiritual que foi:

a) Associação benemérita de fundo religioso em


Fortaleza.
25. (UFC) A partir do século XVIII, contribuíram
para consolidar Fortaleza como principal centro b) Clube dos caixeiros viajantes cearenses.
urbano do Ceará. Marque (V) para verdadeiro ou (F)
para falso.
c) Sindicato dos padeiros de Fortaleza.
a) ( ) A emancipação do Ceará da jurisdição de
Pernambuco. d) Agremiação literária fortalezense.

b) ( ) A fundação do Forte Schoonenborch pelos


holandeses.
28. (UECE). Reportando-se ao banditismo e
cangaceirismo no Ceará, podendo afirmar que:
c) ( ) O declínio das "oficinas" de salga e
exportação de carne no Aracati.
a) os setores dominantes locais sempre
combateram a formação de bandos armados.
d) ( ) A ação do boticário António Rodrigues
Ferreira, presidente da Câmara Municipal, em prol da
urbanização. b) o aperfeiçoamento dos mecanismos do controle
do Estado contribuiu para a expansão de bandos
armados.
e) ( ) O traçado urbano da capital pelo arquiteto
Adolfo Herbster.
c) o “Pacto dos Coronéis”, sob a égide de Padre
Cícero, objetivava combater o fanatismo e o
f) ( ) O aumento da exportação algodoeira em
misticismo no Ceará.
virtude da Guerra de Secessão.

d) a estrutura fundiária, o mandonismo e o


clientelismo favoreceram a sua formação.
26. (UECE) O Crescimento urbano da cidade de
29.(UFC – adaptada). “(...) A EFB (Estrada de Ferro a) foi unicamente decorrente da força do
Baturité) surge quando o Ceará vai-se incorporando movimento abolicionista local, enfrentando
ao mercado internacional através de seus produtos proprietários de escravos e governo.
(...), ora sofre as influências do mercado externo, ora
as conseqüências da política nacional e ora
interferência de fatores internos quer históricos, quer
b) o aumento do tráfico interprovincial em direção
ao Sul do país, a seca de 1877-1880 e o movimento
naturais”.
abolicionista, que favorecia as fugas, fizeram com
que, em 1884, poucos escravos ainda existissem no
(Fonte FERREIRA, Benedito Genésio. A estrada de Ceará.
ferro de Baturité: 1870-1930. Fortaleza: UFC/Stylus,
1989,p. 194).
c) com a abolição, a economia cearense se viu
Tendo como base o texto acima e os conhecimentos inteiramente desestruturada, já que dependia
de História do Ceará, podemos afirmar (marque V ou
F): totalmente da mão-de-obra escrava.

a) ( ) a FFB procurava atender a demanda de d) foi com a decisiva participação do jangadeiro


transporte para o café e o algodão, produzidos no Dragão do Mar que a abolição no Ceará se tornou
Ceará. possível, libertando milhares de negros através da
compra de suas cartas de alforria.
b) ( ) na construção da EFB explorava-se a mão-
de-obra de flagelados das secas que se abatiam sobre
o Ceará.
32. “Dos ferros que acorrentaram o negro na
penitência
c) ( ) como “o sertanejo é antes de tudo um
forte", nos períodos de seca, a produtividade do seu
a ciência de nobre afro fez um agogô para tocar
trabalho aumentava.
loas de maracatu cantigas de liberdade

d) ( ) a inserção do Ceará no mercado hoje eu sou Dragão do Mar”


internacional se fazia com a produção e
comercialização de produtos primários.
“Dragão do Mar”— Calé Alencar

e) ( ) a construção da EFB excluía o Ceará do


quadro da divisão internacional do trabalho.
Sobre a abolição da escravidão no Ceará é correto
afirmar:

30. (UECE) As grandes secas de 1877-1879 não a) Deu-se em virtude da ação revolucionária
somente secaram os reservatórios de água de das entidades abolicionistas, que incitavam os
Fortaleza; trouxeram graves efeitos para a cidade. escravos a fugir.
Neste sentido, aponte a única alternativa FALSA:
b) O Ceará foi pioneiro na abolição da
a) Nos três anos que perdurou a estiagem, mais escravidão, libertando-os oficialmente em 1884
de 100 mil sertanejos migraram para a capital devido, sobretudo, ao peso menor da escravatura em
cearense, transformando a cidade num grande sua economia.
formigueiro humano.
c) Ocorreu pela união entre Francisco José do
b) A maior parte desses retirantes famintos ficava Nascimento, o Dragão do mar, e os proprietários de
abrigada nos chamados “campos de concentração” ou escravos.
“abarracamentos” localizados nos arredores da cidade
sem qualquer condição de higiene.
d) O pioneirismo cearense na abolição mostra o
espírito libertador das elites cearenses.
c) A grande seca de 1877 – 1879 agravou o
estado sanitário de Fortaleza. Em 1877 uma epidemia
e) Com a abolição a economia cearense se viu
de varíola vitimou milhares de retirantes nos inteiramente desestruturada, já que dependia
arrabaldes da cidade. totalmente da mão-de-obra escrava

d) A partir de 1879 algumas chuvas caíram, o


que contribuiu para nova onda da epidemia de varíola.
A lista de mortos duplicou assim como o número 33. (UFC) Leia o texto a seguir:
devítimas da doença a mendigar pela cidade.
“A Abolição dos escravos no Ceará foi um ato de
amor ao próximo, foi um ato de fé!”.

31. (UECE) Sobre a abolição dos escravos no (THEOPHILO, Tácito (general). “Abolição – um ato
Ceará, podemos afirmar corretamente que: de fé!” Revista do Instituto do Ceará. Fortaleza/CE:
Secretaria de Cultura e Desporto do Ceará. Tomo crescimento de sua capital. Assinale a alternativa que
Especial nº. 7. Comemorativo do Centenário da expressa corretamente o momento em que esta
Abolição dos Escravos no Ceará, 1984, p. 27). produção atinge o seu apogeu.

A partir da leitura desse texto e de seus a) Durante o bloqueio continental imposto aos
conhecimentos, responda às questões propostas. ingleses por Napoleão.

A) Indique dois fatores determinantes para que a b) Durante a Guerra de Secessão nos EUA (1861-
abolição da escravatura tenha ocorrido, no Ceará, 1865).
antes da Lei Áurea e, em seguida, justifique sua
resposta.
c) Logo após a transferência da família real
portuguesa para o Brasil em 1808.
B) Como ficou a condição social dos ex-
escravos, no Ceará, após a Abolição da Escravatura,
em 1884?
d) Com a abolição da escravatura no Ceará em
1883.

34. (UFC) ESCRAVOS


36. (UFC) Sobre a economia cearense entre os
períodos colonial e imperial, marque a opção certa.
Vende uma pessoa chegada há pouco do Norte
bonitos e moços, entre elles notão-se um official de
ourives, uma bonita crioula, uma parda de 18 a 20 a) O trabalho de vaqueiro no Ceará colonial era
annos com habilidades, um preto padeiro e torneiro, ocupado por homens livres que recebiam salários.
um bonito pardo de 17 annos, optimo para pagem e
mais pretos moleques; na rua da Alfândega n. 278. b) A cultura algodoeira foi responsável pelo
(Fonte: Jornal do Commércio, 1854 apud NOVAIS, povoamento da terra cearense a partir do século XVI.
Fernando. A História da Vida Privada ao Brasil, v.2. São
Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 251.) c) As oficinas de charque e a comercialização da
carne seca fizeram do Cariri a principal região
O anúncio acima, publicado num jornal do Rio de econômica do Ceará colonial.
Janeiro, indica que os referidos escravos eram
oriundos de uma província do Norte, classificação
onde se inseria o Ceará, que participou do comércio
d) A predominância da exportação do algodão pelo
porto de Fortaleza contribuiu para consolidar a capital
negreiro interprovincial, em virtude:
como principal centro urbano do Ceará no século XIX.

a) da promulgação da Lei do Ventre Livre, que e) O café no Ceará só foi cultivado nas regiões de
proibia a permanência da mão-de-obra escrava nas
Sobral e Camocim, e não teve nenhuma
atividades agrárias algodoeiras.
expressividade na economia exportadora cearense do
século passado.
b) da qualificação dos escravos, garantida através
da educação ministrada pela Igreja e apoiada pelos
abolicionistas locais.
37. “Santo, milagreiro, visionário. Charlatão,
c) do fracasso da campanha desenvolvida por herege, coronel de batinas.Talvez não haja em nossa
Francisco Nascimento, o Dragão do Mar, contra o história uma figura mais controvertida que Pe Cícero
comércio de escravos. Romão Batista.Entre os últimos anos do século XIX e
as primeiras décadas do século passado, o patriarca
d) da proibição do tráfico negreiro internacional e de Juazeiro envolveu-se em uma série de embates
da ausência de atividade produtiva que dependesse políticos e religiosos que ainda hoje suscitam
sobretudo do trabalho escravo. apaixonados debates.Não é ousado dizer que foi o
cearense mais conhecido de todos os tempos - sua
e) do declínio da Sociedade Cearense Libertadora, popularidade espalhou-se por todo o país,
considerada prejudicial aos interesses do intenso movimentou romarias durante décadas inteiras, foi
tráfico negreiro existente. alvo de discussões no parlamento, na imprensa e nos
meios intelectualizados, colocou a cúpula da Igreja
Católica em situação delicada, acirrou discórdias e
lutas entre facções políticas.Um homem polêmico.”
(Farias, Airton de. História da sociedade cearense.
35. (UECE) "O binômio gado-algodão vai ter em Fortaleza. Livro Técnico. 2003.)
Fortaleza seu grande centro, assim como a cana-de-
açúcar teve o Crato e a carne-de-sol teve Aracati". Sobre Pe. Cícero é falso afirmar:
(SILVA, José B. da. Os incomodados não se retiram: uma análise dos
movimentos sociais em Fortaleza. Fortaleza- Multigraf, 1992, p. 22) A) A questão religiosa de juazeiro é resultado das
divergências entre a postura romanizadora da alta
A produção do algodão, no século XIX, foi de grande hierarquia da Igreja e a prática cotidiana próxima do
importância para a economia do Ceará e para o misticismo popular dos padres do Sertão.
B) Enquanto a devoção ao Pe. Cícero contou com c) Esses movimentos se explicam,
apoio do coronelismo e da oligarquia acciolyna no fundamentalmente, pelo fanatismo religioso dos seus
Ceará, Canudos sofreu repressão dos latifundiários e seguidores, marcados pelo analfabetismo e pela
do estado. superstição.

C) Sua atuação política fê-lo prefeito de Juazeiro, d) Enquanto a devoção ao Padre Cícero contou com
vice-governador e deputado, o que em boa parte era a simpatia do coronelisrno e da oligarquia acciolyna no
articulado por Floro Bartolomeu Ceará, Canudos sofreu repressão dos latifundiários e
do Estado.
D) O encontro de Lampião com Pe.Cícero
provocou muita repercussão, aumentando o e) Ambos tinham em comum a crítica ao regime
preconceito contra os fiéis de Juazeiro republicano que separou a Igreja do Estado e proibiu
o direito de voto a padres e analfabetos.
E) A igreja Católica, após alguma indecisão, acabou
reconhecendo o milagre de Juazeiro e a santidade de
Pe. Cícero.
40. (UECE) A questão religiosa no Ceará,
envolvendo o Padre Cícero e a Igreja Católica,
propiciou:
38. (UECE) "A Questão Religiosa de Juazeiro,
embora aparentemente se tenha apresentado como a) o fortalecimento das práticas do catolicismo
um problema de existência ou não de Sangue de popular, das beatas e dos penitentes.
Cristo nas hóstias em transformação, na realidade foi
uma luta dentro da Igreja." (BARROS, Luitgarde b) o fortalecimento do processo de "romanização"
Oliveira Cavalcanti. O. movimento religioso de no Ceará.
Juazeiro do Norte. Padre Cícero e fenômeno do
Caldeirão. Apud: SOUZA, Simone - coord. História do
Ceará. Fortaleza: UPC/FDR/Stylus. 1989, p, 257).
c) o enfraquecimento de Juazeiro do Norte,
enquanto núcleo do catolicismo popular.
Sobre esta luta a que a autora se refere, pode-se
afirmar que: d) o incentivo à ação dos leigos junto às massas
populares.
a) representava as divergências entre os adeptos
políticos de Padre Cícero e Floro Bartolomeu contra os
chamados "rabelistas", que apoiavam o presidente da
província, Flanco Rabelo. 41 (UNIFOR) O Ceará foi palco de importantes eventos
de caráter sócio religioso, entre os quais ressalta o
b) é resultado da divergência entre a orientação fenômeno de Juazeiro do Padre Cícero. A respeito
romanizadora e elitista da hierarquia da Igreja e a
disso, identifique a opção correta:
prática cotidiana próxima do misticismo popular dos
padres do sertão cearense, especialmente Padre
Cícero. a) Tais eventos demonstram que o catolicismo oficial
sempre reconheceu os movimentos religiosos de caráter
popular.
c) esta cisão no interior da Igreja já era resultado
da ação desagregadora da Teologia da Libertação,
praticada nas Comunidades Eclesiais de base, b) Em nenhuma circunstância houve aproveitamento
especialmente em Juazeiro, sob a orientação do Padre político do sentimento de religiosidade de seus
Cícero. seguidores.

d) significava a diferença de orientação pastoral c) Os movimentos religiosos foram resultado de uma


entre Padre Cícero e o beato José Lourenço, de forte e bem articulada conversão das pessoas ao
Canudos. catolicismo oficial, sendo, desta maneira, exemplos da
ortodoxia católica.

d) A liderança religiosa que exerceu o Padre Cícero


sobre seus seguidores capacitou-o a manter sobre eles
39. (UFC) Confrontando os movimentos religiosos uma liderança política, coisa que fez até o final de sua
políticos de Juazeiro com o Padre Cícero, e de Canudos
vida.
com António Conselheiro, podemos afirmar:

e) As condições econômicas, sociais e culturais do


a) Padre Cícero e António Conselheiro se tomaram povo cearense em nada se relacionam com os eventos
líderes religiosos porque, além de realizarem de ordem religiosa e messiânica.
milagres, conseguiram terra e trabalho para seus
seguidores.

b) Tanto Padre Cícero como António Conselheiro 42. (UECE) Sobre a política cearense, no alvorecer
não sofreram censuras da Igreja Católica Romana. do século XX, é correto afirmar que:
A) caracterizou-se pelo exercício da ampla e irmão do presidente. CÂMARA MUNICIPAL
participação popular.
Secretário; Jovino Pinto (sobrinho de Acioli)
B) era polarizada pela disputa entre os partidos Procurador Fiscal; António Acioli BATALHÃO DO
Comunista e Conservador. EXERCITO

Comandante: Capitão Borges (genro de Acioli)


C) os governadores do Estado eram nomeados pelo
Imperador.
SENADORES: Tomaz Acioli e Francisco Sá (filho e
genro de Acioli)
D) ao contrário dos demais Estados, aqui já havia
o voto feminino. DEPUTADOS FEDERAIS: João Lopes (primo de
Acioli), Gonçalo Souto (tio de uma nora de Acioli)."
E) foi dominada pelo grupo oligárquico de Nogueira
Accioly. (Fonte: JANOTTI, Mª de Lourdes M. O Coronelismo: uma política de
compromisso. São Paulo, Brasiliense, p. 65-66).

Considerando a estrutura de poder no Ceará,


durante a primeira República sugerida no quadro
43. (UECE) "O Ceará é uma terra condenada mais acima, podemos concluir que:
pela tirania dos governos do que pela inclemência da
natureza." (Fonte; TEÓFILO, Rodolfo. A seca de 1915.
Fortaleza UFC, 1980. p. 31) a) ( ) não podemos afirmar que no Ceará chegou a
se constatar uma oligarquia aciolina.
Esta frase, escrita em 1916, expressa uma revolta
com aquilo que o autor via acontecer no governo deste b) ( ) no sistema oligárquico, o "público" se
período. Marque a alternativa que indica corretamente confunde com o "privado".
algumas características da política cearense na
Primeira República: c) ( ) a solidariedade política entre os membros
da oligarquia sedimenta-se na solidariedade familiar.
a) A crítica do conservador Rodolfo Teófilo se dirigia
às iniciativas democráticas e socializantes que o d) ( ) a estrutura de poder oligárquico se estabelece
governo de Franco Rabelo vinha implementando sem vinculação com a estrutura de "classe".
desde a queda de Accioly em 1912.
e) ( ) no Ceará, estado-membro de uma
b) O controle político era assegurado pelo domínio "República Liberal", observava-se a democratização
oligárquico e coronelista, em que se sobressai a das funções públicas.
presença de Nogueira Accioly como principal oligarca
do Estado.

c) Apesar do rígido controle oligárquico sobre o 45. (UECE) "Fortaleza era pura agitação. As
governo, havia um clima de liberdade de expressão, acusações, os manifestos, as passeatas, os comícios e
em que os jornalistas e críticos do governo podiam as provocações de parte a parte tornavam o ambiente
manifestar-se sem medo de repressão. explosivo. O povo estava entusiasmado com a
possibilidade real de depor Accioly. De fato, esse
d) As oligarquias que se sucediam no poder tinham sonho estava na iminência de concretizar-se, não pelo
que enfrentar freqüentes revoltas urbanas, como a voto, mas pelas armas, em uma revolta popular, cujo
Sedição de Juazeiro, em 1914. estopim foi a passeata das crianças."

(FARIAS, Airton de. História do Ceará: dos índios à


geração Cambeba. Fortaleza: Tropical, 1997 p. 130)
44. (UFC – adaptada)
Sobre a deposição do Comendador Nogueira Accioly
“Presidente do Estado: Nogueira Acioli. Secretário da Presidência do Estado do Ceará, em 1912,
do Interior; José Acioli. comentada no texto acima citado, é conoto afirmar
que:
Diretor de Secção: Lindolfo Pinho, Sobrinho do
presidente. ACADEMIA DE DIREITO a) a expectativa popular foi frustrada pelos acordos
políticos entre Accioly e o candidato da oposição,
Diretor: Nogueira Acioli Franco Rabelo, garantindo uma transição pacífica.

Vice-Diretor: Tomaz Pompeu (cunhado de Acioli). b) a queda de Accioly está ligada à "Política das
LICEU Salvações" do Presidente Hermes da Fonseca e à
revolta popular diante dos desmandos do oligarca.
Professores; Tomaz Acioli, Jorge de Sousa (genro
de Acioli) ESCOLA NORMAL c) a revolta popular não só garantiu a deposição de
Accioly como instalou um governo revolucionário de
Tomaz Acioli, José Acioli, e mais sobrinho, sobrinha caráter socialista que durou apenas duas semanas.
d) a derrota eleitoral de Accioly foi comemorada governo de Nogueira Accioly.”
com entusiasmo pela população que, apesar de tudo,
(PONTE, Sebastião R. Fortaleza belle evoque. Fortaleza: FDR/Multigraf, 1993,
manteve a ordem na cidade. p. 48).

Com relação ao governo de Nogueira Accioly,


presidente do Estado do Ceará até 1912, podemos
46. (UFC) Sobre a Sedição de Juazeiro, é carreto assinalar corretamente que:
afirmar que:
a) apesar de impopular, Accioly consegue manter-
a) o conflito pôs em confronto, de um lado, os se estável no poder estadual até a descoberta de
grupos conservadores urbanos, liderados pela Igreja fraudes e outras irregularidades administrativas, o
Católica, e os proletários de Fortaleza e, de outro, os que provocou a intervenção do governo federal.
camponeses e produtores rurais, ligados ao setor de
exportação.
b) durante a campanha eleitoral de 1912,
passeatas de oposição duramente reprimidas pela
b) foi a reação contra uma intervenção militar que polícia são o estopim para uma grande insurreição
visava transformai o Ceará num pólo de produção popular que cerca o palácio e obriga Accioly a
cerealífera, mediante a expansão dos polígonos renunciar.
irrigados.
c) após uma intensa campanha de desgaste
c) originou-se no confronto dos interesses, político, o movimento oposicionista consegue eleger
vinculados à indústria de exportação, com os pacificamente seu candidato ao governo do Estado,
interesses dos produtores de bens duráveis, Franco Rabelo, empossado respeitosamente por
vinculados à expansão do mercado interno. Accioly.

d) era liderada pelo alto clero da Igreja Católica d) diante das manifestações populares exigindo a
que, da cidade de Juazeiro, tentava depor o Padre sua renúncia, Accioly se retira do governo para
Cícero, que tinha criado uma cisão no catolicismo. retornar mais forte do que nunca em 1914, com a
Sedição de Juazeiro.
e) opôs a classe média e os comerciantes,
apoiados por fazendeiros: contrários a Accioly, aos
interesses agrários tradicionais, apoiados por Padre
Cícero. 49. (CEFET) A Sedição de Juazeiro caracterizou-se
por ser um movimento político que:

a) promoveu a manutenção da oligarquia de


47. (UECE). Em 1914, exércitos de sertanejos Accioly no poder, com o mesmo como Presidente do
armados chegaram até as portas de Fortaleza Estado do Ceará.
exigindo a renúncia do governo estadual: era a
chamada Sedição de Juazeiro. Como elementos deste
b) derrubou o governo de Matos Peixoto e
conflito que abalou a sociedade cearense, podemos
inaugurou a Revolução Tenentista no Ceará.
assinalar corretamente:

c) provocou a derrubada de Franco Rabelo, e as


a) significou o retorno de Nogueira Accioly ao
oligarquias conservadoras voltaram a mandar no
poder, com o apoio do Padre Cícero e do governo
Ceará, mas sem a liderança de Nogueira Accioly.
federal.

d) defendeu os direitos sociais das camadas mais


b) a formação de exércitos de sertanejos
humildes e sertanejas, gerando uma sociedade
representou um dado de instabilidade que levou o alternativa, mais justa e humana, sob a liderança de
governo federal a reprimir violentamente a Sedição,
José Lourenço.
recolocando Franco Rabelo no poder.

e) ratificou a Política das Salvações no estado


c) foi provocada pelas dissidências oligárquicas
cearense, colocando, no controle estadual, o
entre rabelistas e aciolistas, que disputavam o apoio
democrata Liberato Barroso e pondo fim ao nepotismo
do governo federal.
da oligarquia Paula Rodrigues.

d) representou uma manifestação do poder do


Padre Cícero., que se sentiu ameaço pelo governo
liberal e democrático de Franco Rabelo. 50. (UFC) "Povo cearense, começa hoje o regime
de ginecocracia: às treze horas empossar-se-á o
governador eleito pelo voto das beatas inconscientes
e dos padres politiqueiros. Guardai, neste instante,
48. (UECE) “Nem a construção do teatro, nem as um minuto de silêncio em homenagem aos mortos da
tentativas de instalar o abastecimento de água e Revolução."
esgoto, ou mesmo o embelezamento da cidade
promovido pela Intendência Municipal impediram o (SOUZA, Sirnone, As interventorias no Ceará - 1930-1935, Apud. SOUZA.
Simone- coord. História do Ceará. Fortaleza. UFC/Fundação Demócrito)ação,
crescente descontentamento da população contra o
O texto acima se refere ao contexto histórico do pós- Brasileira, fundada por Plínio Salgado.
30 cearense, no qual as seguintes forças políticas
polarizaram a disputa eleitoral: c) Tinha lideranças provenientes dos círculos
operários e de outras organizações católicas e estava
a) LEC (Liga Eleitoral Católica) e LCT (Legião ligada ao projeto de recristianização da sociedade
Cearense do Trabalho). moderna.

b) Integralistas e Liga Eleitoral Católica. d) Baseando-se em temas como a família e a


tradição, ela trouxe para as suas fileiras a elite e a
c) Oligarquias mais tradicionais e os integralistas. classe média, mas não conseguiu atingir seu alvo
principal, os trabalhadores.
d) Círculos Operários Católicos e Legião Cearense
do Trabalho. e) Reuniu os vários setores profissionais
organizados do Ceará, encontrando por isso a
simpatia tanto do trabalhismo varguista quanto de
e) Setores Liberais e Liga Eleitoral Católica. grupos ligados ao Partido Comunista.

51. (UECE) "Esta preocupação em conter a


53. Sobre o Caldeirão marque (V) para as
politização e emancipação do operariado por parte do
afirmações verdadeiras e (F) para as falsas:
governo getulista concorre para explicar o surgimento
e expansão de movimentos políticos como a LCT
(Legião Cearense do Trabalho), no contexto de 30”. a) ( ) Foi um movimento messiânico chefiado pelo
beato José Lourenço, paraibano, negro, analfabeto,
(FONTE, Sebastião R. A Legião Cearenses do Trabalho. Apud, SOUZA, seguidor do Pé. Cícero.
Simone-coord. História do Ceará. Fortaleza: UFC/FDR/Styllus, 1989. p. 360.)

Com relação ao avanço destes movimentos no


b) ( ) A princípio, Lourenço e seus seguidores
estabeleceram-se no sítio Baixa Danta, no Crato, onde
Ceará, podemos afirmar que:
surgiu a lenda "Mansinho", o boi santo.

a) a força e a organização do movimento operário c) ( ) Expulsos do Baixa Danta, Lourenço


no Ceará, sob a liderança doa comunistas, impediram
estabeleceu-se no sítio Caldeirão, pertencente a Pe.
que a influência do movimento legionário se
Cícero.
expandisse.

b) o objetivo da LCT era harmonizar as relações


d) ( ) No Caldeirão imperava uma comunidade
coletiva, na qual todos trabalhavam, dividiam o
entre capital e trabalho, eliminando a influência de
produzido e seguiam orientação espiritual de Pe.
grupos comunistas e anarquistas sobre o operariado.
Cícero e José Lourenço.

c) o trabalho dos legionários foi decisivo para a e) ( ) O crescimento do Caldeirão nos anos 30
propaganda anti-getulista no Ceará, através de
começou a desagradar os latifundiários e a Igreja
greves, comícios e outras ações de massa.
Católica, que pedem para que as autoridades acabem
com aquele antro de "comunistas" e "fanáticos".
d) a LCT, corno os Círculos Operários Católicos
(COC), realizou um amplo papel de conscientização
dos operários sobre seus direitos e sobre a situação
f) ( ) O governador cearense Menezes Pimentel,
eleito pela LEC (Liga Eleitoral Católica), foi contra a
de exploração em que viviam.
destruição do Caldeirão.

g) ( ) O Caldeirão acabou destruído pela polícia em


1936. Um seguidor de Lourenço, Severino Tavares,
52. (UFC) Em 07 de maio de 1933, o jornal O
depois, numa emboscada, mata alguns policiais em
Legionário, porta-voz da Legião Cearense do
Trabalho, defendia a instauração de “uma nova vingança. A polícia, em seguida, promove um
massacre aos remanescentes da comunidade (1937).
ordem social, repelindo a oligarquia burguesa e a
oligarquia proletária, repudiando o liberalismo
grotesco e o socialismo anárquico”. h) ( ) A destruição do Caldeirão se inseriu no
contexto da perseguição aos comunistas na Era Vargas
A partir desse trecho e de seus conhecimentos, e centralização do poder.
assinale a alternativa correta sobre a Legião Cearense
do Trabalho e suas idéias políticas. 54. (CEFET) “Ao chegar na nova localidade, o
beato José Lourenço só encontrou ‘mato e pedra’,
a) Abraçou plenamente os princípios do liberalismo, nada que lembrasse produção. (...) Ergueram-se
pequenas casas, cercas, barragens, armazéns (...).
propondo uma sociedade com a mínima intervenção
Passaram a cultivar cereais e frutos, e a criar diversos
do Estado.
animais domésticos. (...) Criou-se uma sociedade
igualitária, de sistema econômico coletivo, que
b) Surgiu no contexto da implantação do Estado impunha aos seus membros a cooperação para
Novo e foi uma cópia fiel da Ação Integralista
assegurar a existência e o desenvolvimento, tendo II. Os flagelados caminhavam longos trechos à
como base de tudo a religião.” (Farias, Airton de. procura das estações ferroviárias, de onde saiam em
História da sociedade cearense. Fortaleza. Livro grandes levas em direção à capital do Estado. A partir
Técnico. 2003). de 1932, os trens que saíam em direção à Fortaleza,
oriundos do interior, levavam um grande número de
O texto acima refere-se a um movimento ocorrido retirantes.
no Ceará:
III. Os Campos de Concentração do Sertão foram
A) Confederação do Equador construídos em lugares onde havia, nas proximidades,
uma estação ferroviária. Com essa medida, os poderes
B) Sedição de Juazeiro constituídos procuravam diluir as tensões que se
formavam nos “pontos de trens” e ao mesmo tempo,
tentavam evitar a migração para a capital.
C) Caldeirão
É correto o que se afirma
D) Sedição de Pinto Madeira.
A) apenas em I e III.
E) Batalha da borracha
B) apenas em II e III.

55. (UECE) Na década de 40 deste século, uma C) em I, II e III.


grande migração de cearenses para a Amazônia foi
amplamente incentivada pelo governo federal. D) apenas em I e II.
Assinale a alternativa que identifica corretamente os
objetivos desta migração:

a) fornecer empregos aos flagelados cearenses da 57. (UFC – adaptada) A redemocratização de


seca de 1930, através da criação de núcleos 1945, no Ceará, representou:
coloniais, com distribuição de terras e crédito aos
colonos. a) ( ) a ruptura com os setores tradicionais da
política cearense;
b) ocupar as áreas amazônicas ameaçadas pelo
capital internacional, a Marcha para o Oeste, e b) ( ) a oportunidade de manifestação política dos
fornecer mão-de-obra para as indústrias de Manaus. setores de esquerda;

c) realizar a reforma agrária na região amazônica. c) ( ) a liberdade de expressão dos meios de


comunicação de massa;
d) aliviar as pressões demográficas decorrentes do
acentuado êxodo rural no Ceará e fornecer mão-de- d) ( ) a reorganização do movimento operário
obra para a produção de borracha destinada aos sindical com plena autonomia;
países aliados durante a II Guerra Mundial.
e) ( ) a busca de espaços políticos pela Igreja
Católica a fim de neutralizar a ação, exclusivamente,
dos movimentos de direita.
56. No final do mês de março, grandes levas de
retirantes já enchiam de tristeza e fome as estradas
do Sertão. Das mais longínquas paragens saíam
homens e mulheres arrastando filhos e alguns
58. (UECE) As eleições para governador do Estado
pertences a caminho da cidade. “Muitos se juntavam,
do Ceará, no período democrático entre a queda do
formando enormes bandos de flagelados.”
Estado Novo e a ditadura empresarial-militar de 1964,
Fonte: RIOS, Kênia Sousa. Campos de Concentração no Ceará: isolamento e
tiveram a seguinte característica:
poder na seca de 1932. Fortaleza, Museu do Ceará/Secretaria de Cultura do
Estado do Ceará, 2006. p 10.
a) a oligarquia política, formada no regime
O fragmento narra um pouco da saga dos retirantes ditatorial do Estado Novo, alojada no Partido Social
Democrático (PSD), ganhou todas as eleições para
do Sertão do Ceará, durante a seca de 1932. Sobre o
tema, analise atentamente as afirmações a seguir, governador.
classificando-as como verdadeiras (V) ou falsas (F).
b) a União Democrática Nacional (UDN), partido
I. Os retirantes, na luta para manterem-se político formado pelos opositores a Getúlio Vargas,
vivos, enquanto realizavam longas caminhadas em ganhou todas as eleições para governador.
direção à Fortaleza, matavam e comiam algumas
reses que ainda resistiam nos pátios das grandes c) os políticos populistas do Partido Trabalhista
fazendas. Nos jornais de Fortaleza, eram comuns Brasileiro (PTB), partidários de Getúlio Vargas,
notícias de roubos de bois e vacas. ganharam todas as eleições para governador.
d) a única vez que a situação fez o sucessor foi nas capitalista vigente e possibilitar a criação de uma
eleições de 1962, com a vitória do candidato da sociedade diferente, mais justa, digna com os mais
aliança do PSD com a UDN, na chamada União pelo pobres e excluídos, e que fosse uma etapa para a
Ceará. implantação do socialismo no Brasil. Os militantes
desses grupos realizaram treinamentos militares,
praticaram assaltos (melhor dizendo, “ações de
expropriação da burguesia” ou “ações de resgate da
59. Marque (V) para verdadeiro ou (F) para falso: riqueza que a burguesia explorava do povo”),
travaram combates contra as forças do Estado,
cometeram erros e assassínios, sonharam, viveram
a) ( ) No período 1945-64 evidenciou-se a perigosamente, foram derrotados, torturados,
fragilidade estrutural das elites cearenses, as quais se mortos, achincalhado e por fim, esquecidos pelas
revezavam no governo através de UDN e PSD. correntes historiográficas mais conservadoras”.

b) ( ) A "União pelo Ceará", coligação da UDN In: FARIAS, Airton de. Além das Armas: Guerrilheiros de Esquerda no Ceará
Durante a Ditadura Militar. Fortaleza: Livro Técnico, 2007.
com o PSD em 1962, foi esmagadoramente triunfante
nas eleições, perdendo apenas uma vaga no senado
Sobre a Ditadura Militar no Ceará, marque a opção
para Carlos Jereissati (PTB).
verdadeira:

c) ( ) O "fiel da balança", nas eleições cearenses,


deixou de ser, na década de 1950, o PSP de Olavo
A) Com o Golpe Militar de 1964, o governador
cearense Virgílio Távora, por suas ligações com as
Oliveira, passando a condição para o PTB de Carlos
esquerdas e com o presidente da República João
Jereissati.
Goulart, acabou deposto, sendo substituído por Paulo
Sarasate.
d) ( ) O governos de Virgílio Távora (1963-66) foi
importante para a "modernização conservadora" do
Ceará, a partir do incentivo à industrialização.
B) Apesar do Golpe de 1964, a mobilização popular
continuou bastante ativa no Ceará nos anos seguintes,
destacando-se o Pacto Sindical, o PCB e os
e) ( ) A "Geração Cambeba" incrementou a estudantes, que realizaram grandes manifestações de
"modernização conservadora" do Estado, mas não rua, tendo como ponto de concentração o CÉU (Clube
acabou com os alarmantes níveis de miséria e de do Estudante Universitário).
concentração de renda.
C) As principais organizações armadas a agirem
no Ceará foram Ação Libertadora Nacional (ALN) e
Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR),
60. (UFC) O "Governo dos Coronéis", que dominou responsáveis por várias ações revolucionárias, como o
a política cearense na década de 80 e nos primeiros assalto do Banco Mercantil, da Coca-cola, do “carro
anos da década de 1980, caracteriza-se: pagador” do London Bank e Banco do Brasil de
Maranguape, e que acabaram desbaratadas pela
a) por ser um governo que representou a repressão.
continuidade das práticas efetivadas pelas velhas-
oligarquias cearenses no poder. D) Ao contrário do que se pensa comumente, a
repressão da Ditadura Militar no Ceará foi branda,
b) pelas práticas populares que marcaram a contando o governo com apoio de amplos setores da
administração dos coronéis que estiveram no poder imprensa e sociedade no combate à “subversão”.
durante o regime militar.

c) por ser uma administração entregue a


governantes de formação militar, afirmando a força do 62. (UECE) “A 15 de março de 1987 o estreante na
governo central, marcada pela tecnocracia. política e empresário Tasso Jereissati tomava posse no
comando do executivo (...) conseguira derrotar os
d) pelo controle da política local por um segmento famosos coronéis do Ceará e inaugurar uma nova
empresarial ligado à indústria e ao capital financeiro. etapa na história política do Estado.”

No que concerne à ascensão de Tasso Jereissati e seu


e) pela expansão do clientelismo, mas com a
grupo de sustentação política e à citada nova etapa da
introdução de uma nova forma de fazer política,
história política do Ceará, é correto afirmar que:
estimulando o pluripartidarismo.

a) a vitória de Tasso constituiu um duro golpe nas


tradicionais oligarquias locais, significando o fim da
dominação das elites sobre o povo cearense.
61. “Essa visão pacífica e de concórdia sobre o
Ceará, sem atritos, conflitos, lutas e movimentos
sociais, obviamente que não se sustenta quando se b) O grupo político liderado por Tasso formou-se
analisa amiúde a história local (...) Em meio ao principalmente a partir de um grupo de jovens
caldeirão político e cultural dos anos 60, vários empresários comprometidos com os interesses da
cearenses tiveram a ousadia de empunhar armas num embrionária juventude operária cearense.
sonho audacioso visando derrubar o sistema
c) A ascensão de Tasso e seu grupo no comando Paraguai, o governo imperial passou a recrutar à força
dos quadros políticos do Estado foi o coroamento de sertanejos para “defender a Pátria”, o que gerou
um projeto cujas origens estão no CIC (Centro inúmeros conflitos e perseguições.
Industrial do Ceará)

d) Uma das características fundamentais de


Tasso e do grupo de empresários que representa é a 65. (UECE) O desenvolvimento das primeiras vilas
consistência ideológica e principalmente partidária, e cidades no Ceara foi um processo relativamente
presentes na condução do estado do Ceará. lento.

Estas por sua vez tinham dentre os seus objetivos a


implantação e implementação de atividades
63. Sobre a História do Ceará no século XX é administrativas, militares e religiosas. Sobre esse
correto afirmar: processo evolutivo de construção do espaço cearense
considere as seguintes proposições

a) Nos anos 30 a política cearense foi disputada I – Muitos povoados foram originados a partir de
entre LEC e LCT.
fazendas de criacao de gado bovino, que deram
origem as vilas e depois as cidades. Ate o final do
b) A presença de uma base americana em Fortaleza seculo XVIII o Ceara so possuia 12 vilas instaladas,
durante a II Guerra Mundial não alterou a hegemonia dentre as quais Aquiraz, Fortaleza, Aracati e Crato.
cultural francesa.
II – A principal cidade do sertao cearense ate o
c) O período compreendido entre 1945-64 seculo XIX era a vila de Ico, por ser esta um lugar de
caracterizou-se, de modo geral, pela alternância no passagem dos principais fluxos comerciais com os
poder entre PSD e UDN, sendo a disputa decidida por estados de Pernambuco, Bahia e Piaui e onde era
um fiel da balança (PSP e PTB) – a única exceção franco o comercio de gado, couro, algodao e sal.
ocorreu em 1962, quando da União Pelo Ceará,
coligação entre PSD e UDN. III – As condicoes ambientais e principalmente
hidroclimaticas predominantes no territorio cearense
d) Na Ditadura Militar os coronéis perderam o foram consideradas para o surgimento das primeiras
comando político do estado, só o recuperando com a vilas que se localizavam proximo as margens dos rios
democratização do país nos anos 80. para facilitar o abastecimento d’agua aproveitar os
solos mais facilmente. As ocupacoes nos vales dos rios
e) A geração Cambeba centrando sua política na Jaguaribe e Acarau sao exemplos.
modernização da máquina pública e na
industrialização do Estado, diminuiu sensivelmente o Está correto o que se afirma
nível de concentração de renda cearense.
A) apenas em I

B) apenas em I e II
64. Sobre o Ceará na segunda metade do século
XIX, marque a opção falsa: C) em I, II e III
a) Nesse momento Fortaleza se consolida como D) apenas em I e III
principal centro urbano cearense, o que se deveu,
sobretudo, ao comércio exportador, ao êxodo rural e
à política centralizadora do Império.
66. (UECE) “As ações efetivas no sentido de
b) Há uma profunda valorização da cultura e do modernizar as elites políticas nordestinas tem seu
pensamento local, opondo-se ao modelo da Belle ponto alto na década de 1950 com a criação de
Époque, tido então como fruto da ação imperialista instituições responsáveis por uma política de
européia sobre o Ocidente. modernização conservadora na região”.

c) Teve-se a abolição da escravatura negra, em Fonte: PARENTE, Josênio. O Ceará e a Modernidade. In PARENTE, Josênio e
ARRUDA, José Maria. A Era Jereissati: Modernidade e Mito. Fortaleza: Edições
1884, fato dos mais exaltados na historiografia local, Demócrito Rocha, 2002, p 125
apesar de o Ceará apresentar poucos cativos e estes
terem um peso pequeno na economia cearense. Podem estar relacionadas com a modernizacao de
que fala o texto, as seguintes instituicoes:
d) A seca de 1877-79 assola o Ceará,
aumentando a tensão social – diante disso, os setores I. Banco do Nordeste (BNB).
dominantes criaram abarracamentos, utilizaram mão-
de-obra dos flagelados em construções públicas e II. Superintendência do Desenvolvimento
chegaram a pagar passagens retirando populares da Economico do Nordeste (SUDENE).
província.
III. Departamento Nacional de Obras Contra as
e) Após uma euforia inicial, quando era Secas (DNOCS).
grande o número de voluntários para a Guerra do
E correto o que se afirma A) Exigiu o retorno do imperador D. Pedro I,
estando alinhado aos ideais restauradores.
A) Apenas em I e II.
B) Defendeu os interesses políticos dos
B) Apenas em II e III. proprietários de terras das Vilas do Crato e Jardim.

C) Em I, II e III. C) Liderou e teve apoio em 1831 dos liberais


envolvidos nos movimentos de 1817 e 1824.
D) Apenas em III.
D) Atuou em defesa da projeção política nacional do
Presidente de Província do Ceará.

E) Debelou no Cariri os conflitos adversos à


67 Prova da PM Com relação à historia do ceará, instauração da Regência Trina Provisória.
julgue os itens seguintes:

A) ( ) Ao longo do século XVIII, a principal


atividade econômica do cearense foi a pecuária, por
meio da qual se desenvolveu o comercio do charque.
70 Acerca dos aspectos socioeconômicos que
contribuíram para o declínio da escravidão no Ceará,
final do século XIX, assinale a alternativa correta.
B) ( ) No Ceará, o predomínio das oligarquias na
política loca teve fim com a revolução de 1930. A) As fugas constantes de escravos das
propriedades rurais para os centros urbanos dirimiu a
C) ( )A introdução de bondes de tração animal, necessidade de mão-de-obra escrava para os
do telegrafo e da telefonia, bem como o calçamento e trabalhos na lavoura e na pecuária.
a canalização da água são ações que caracterizaram
a modernização de fortaleza no século XIX. B) A Sociedade Cearense Libertadora, através de
denúncias no jornal O Libertador, interveio contra os
D) ( )A cidade de Fortaleza foi fundada no senhores de escravos devido aos excessos de castigos
século XVIII, para conter a ação de piratas ingleses aplicados.
no litoral cearense.
C) A manumissão, fundo de emancipação pago ao
68 A Ordem Régia de 22 de Julho de 1766 tratava senhor de escravo, foi uma das formas de
da necessidade de formação de vilas no interior do alforriamento que corroboraram para o fim do
Ceará. Sobre o processo de territorialização e escravismo no Ceará.
ocupação do Ceará, assinale a alternativa correta.
D) Os debates abolicionistas no Ceará, fins do
A) A criação de vilas no Ceará contemplava os século XIX, estabeleceram fortes conflitos com os
interesses da Coroa Portuguesa, dos criadores de escravagistas cearenses acerca das condições de vida
gado e de Pernambuco, no que se refere à do cativo.
arrecadação tributária, ao controle social e a expansão
da pecuária. E) As consequências sociais e econômicas da seca
de 1877 no Ceará, como a escassez de mão- de-obra,
B) As vilas do Ceará, por exigência dos fizeram com que o escravo servisse como trabalhador
proprietários de terras locais, não construiriam igreja livre.
matriz, nem Casa de Câmara.

C) As várias secas que ocorreram no Ceará no


século XVIII foram responsáveis pela inexistência de 71 (UECE) Atente para o que se diz sobre o Forte
vilas no sertão cearense. Schoonenborch, fundado pelos holandeses em 1649,
naquela que seria a capital cearense:
D) A catequese e o aldeamento dos povos
indígenas por jesuítas foram ações vigentes na I- Foi a primeira construção que irradiou o
consolidação de vilas no sertão do Ceará, até final do núcleo urbano de Fortaleza. Ele foi, naquele contexto,
século XVIII. um espaço centralizador de atividades.

E) A função da vila de Icó e Aracati, destacadas II- Além de sua importância estratégico-militar,
pela expansão econômica da pecuária, era prover o uma das suas funções era vigiar os nativos rebeldes.
abastecimento do mercado interno e fundar novas
vilas.
III- Depois da expulsão dos Holandeses, a Coroa
Portuguesa conquistou o Forte e rebatizou-o de
69 Sobre a revolta liderada por Joaquim Pinto Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição.
Madeira, no Ceará, em 1831, e a relação com o
contexto político do período regencial no Brasil,
assinale a alternativa correta.
Está correto o que se afirma em
A) I, II e III. movimento ocorrido no Ceará, no século XIX,
conhecido como “Padaria Espiritual”. A respeito desse
movimento, podemos afirmar que
B) I e III apenas.

I. Foi a primeira manifestação explícita de


C) II e III apenas.
adeptos da doutrina espírita no estado

D) I e II apenas. do Ceará, tendo como objetivo principal a divulgação


da obra de Allan Kardec, recémlançada na França.

II. Consistiu numa agremiação cultural, fundada


72 A ocupação do território cearense se deu em 1892, formada por escritores, pintores,
fundamentalmente sob a égide da pecuária. Analise as desenhistas e músicos, que teve como idealizador e
seguintes afirmações a esse respeito: um de seus fundadores o escritor Antonio Sales.

I. A atividade da pecuária atraiu certo interesse da


III. Foi um movimento formado por jovens
Coroa Portuguesa sobre a capitania do Ceará e, a intelectuais, que tinha como principal objetivo criticar
partir dessa atividade, ocorreu um aumento e protestar, especialmente por meio das letras, a
significativo de uma população não indígena neste
sociedade burguesa, o clero e tudo o que fosse
território. tradicional.

II. A partir da expansão pecuarista, o solo do Ceará


foi esquadrinhado através de doações de sesmarias, IV. Foi um movimento de natureza católica,
tornando-se palco de sangrentas batalhas entre os nascido no seio da burguesia e apoiado
fazendeiros criadores de gado e os nativos.
pelo 1º bispo do Ceará, D. Luis Antonio dos Santos,
com o propósito de fortalecer os valores cristãos na
sociedade cearense.

73 “Desta forma, em 1924, com base no Relatório


do então Diretor de Higiene Pública do Ceará, Dr. V. Durou cerca de 6 anos, publicou periodicamente
Clóvis Barbosa de Moura, percebia-se o um jornal chamado “O Pão”, no qual os “padeiros”
funcionamento de uma máquina de controle médico na tratavam de assuntos diversos da vida literária do
Ceará e do Brasil, além de publicarem seus próprios
capital e no interior.”
textos.
Atente para o que se diz acerca da criação de uma
rede de controle médico no estado do Ceará, no início Assinale a opção CORRETA.
da década de 1920, referida no excerto acima.
(A) São verdadeiros somente I e III.
I. Análises e discursos desse porte são
indicativos de que, no período em questão, (B) São verdadeiros somente II, III e V.
instaurava-se um movimento médico-higienista, no
sentido de operar transformações na saúde pública da (C) São verdadeiros somente I, II e V.
capital e do interior do Ceará.
(D) São verdadeiros somente II, IV e V.
II. É plausível considerar que no Ceará, no
período citado, foi difícil a aceitação da chamada
(E) São verdadeiros somente II e IV.
medicina científica entre a maioria da população,
habituada que estava a uma medicina, digamos,
popular e mais acessível.

Sobre as afirmações acima, é correto dizer-se que

A) I é falsa e II é verdadeira.

B) I é verdadeira e II é falsa.

C) ambas são verdadeiras.

D) ambas são falsas.

74 (UNIFOR) A X Bienal Internacional do Livro do


Ceará (nov/2012) homenageou um importante

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