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Compensação, Autuação e Decisão Administrativa

A empresa X efetuou compensação de débitos do IPI com créditos de precatórios. Estes precatórios
derivaram de decisão que condenou a União a pagar indenização por dano que uma obra pública causou
à sede da empresa. A Receita Federal considerou como não declarado, impedindo a compensação. Neste
FA, você ocupará duas posições.

Etapa 1: você será um advogado recém contratado que deverá redigir uma manifestação de
inconformidade dirigida à DRJ pedindo o acatamento da compensação

Etapa 2: você será o fiscal da DRJ que deverá negar o pedido de compensação da empresa X.

Para auxiliar esta análise, o aluno deverá observar a Lei n.º 9.430/1996, a lei do PAF e a repercussão geral
tema 558, pendente de julgamento no STF.

Após cada postagem, o professor poderá pedir complementos antes de iniciar a fase seguinte ou concluir o FA.
Também poderá solicitar que o aluno faça leituras complementares para concluir o FA.

Critério de Notas:

Fase 1:

a. Aspectos formais da petição: 05 pontos;

b. Exposição dos fatos: 10 pontos;

c. Fundamentação defendendo o cabimento da compensação: 25 pontos;

d. Pedido: 15 pontos.

Fase 2:

a. Aspectos formais da petição: 05 pontos;

b. Fundamentação da negação da compensação: 25 pontos;

c. Dispositivo da decisão: 15 pontos

Compensação, Autuação e Decisão Administrativa


por Elza Nonaka - quarta, 6 Nov 2019, 18:09

O presente FA trata de compensação de débitos do IPI com créditos de precatórios, realizados pela
“Empresa X”. Os créditos utilizados na compensação são oriundos de decisão que obrigou a União a
indenizar referida empresa por danos a ela causados por obra pública. A Receita Federal considerou
como não declarados tais créditos de precatórios. Assim, foi solicitado ao aluno que defenda duas
posições antagônicas, em duas etapas distintas:

1. Etapa 1: pede-se ao aluno que assuma a posição do advogado que defenderá a compensação
perante a DRJ.
2. Etapa 2: pede-se ao aluno que assuma a posição do fiscal da DRJ que denegará o pedido de
compensação.

Segue, assim, a Etapa 1.

DO DIREITO

O Código Tributário Nacional, norma de status de Lei Complementar, impõe as regras gerais em
matéria tributária e, no tocante à questão da compensação, permite a sua realização nos termos de
seu artigo 170:

Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso
atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos
líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.

A lei que regulamenta a compensação é a Lei nº 9.430/96, que em seu artigo 74, autoriza a
compensação de créditos de origem judicial com trânsito em julgado com quaisquer tributos e
contribuições administrados pela Receita Federal. Trata-se, exatamente, da situação em que se
enquadra a Empresa X. Vejamos o teor do artigo 74:

Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a
tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de
ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e
contribuições administrados por aquele Órgão.

O § 12 do mesmo artigo prevê as hipóteses em que a compensação é considerada não declarada:

§ 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses:

I - previstas no § 3o deste artigo;

II - em que o crédito:

a) seja de terceiros;

b) refira-se a "crédito-prêmio" instituído pela art. 1o do Decreto-Lei no 491, de 5 de março de


1969;

c) refira-se a título público;

d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; ou


e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal -
SRF.

f) tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei, exceto nos casos em que a
lei:

1 – tenha sido declarada inconstitucional pela Supremo Tribunal Federal em ação direta de
inconstitucionalidade ou em ação declaratória de constitucionalidade;

2 – tenha tido sua execução suspensa pela Senado Federal;

3 – tenha sido julgada inconstitucional em sentença judicial transitada em julgado a favor do


contribuinte; ou

4 – seja objeto de súmula vinculante aprovada pela Supremo Tribunal Federal nos termos do art.
103-A da Constituição Federal.

Os precatórios nada mais são do que um ofício que o Juiz encaminha para o Presidente do Tribunal,
determinando que o valor da condenação seja comunicado ao ente público. Como se vê, a
compensação pretendida pela contribuinte não encontra impedimentos na lei por não se enquadrar
em nenhuma das hipóteses de vedação ou de compensação não declarada.

Devemos dar destaque à redação das alíneas “d” e “e” do parágrafo 12 do artigo 74, que contém a
palavra “ou”, o que evidencia a admissão de ambas as hipóteses. Em outras palavras, a compensação
é considerada não declarada quando: d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em
julgado; ou e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita
Federal - SRF.

Para que não reste sombra de dúvidas, vejamos o teor do parágrafo 3º do artigo 74, a que se refere
o inciso I do parágrafo 12:

§ 3o Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser
objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração referida no § 1o:

I - o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa


Física;

II - os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de Importação.

III - os débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal
que já tenham sido encaminhados à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para inscrição em
Dívida Ativa da União;
IV - o débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela Secretaria da
Receita Federal - SRF;

V - o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação se
encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa;

VI - o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade


competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil, ainda que o pedido se encontre pendente de
decisão definitiva na esfera administrativa;

VII - o crédito objeto de pedido de restituição ou ressarcimento e o crédito informado em declaração


de compensação cuja confirmação de liquidez e certeza esteja sob procedimento fiscal;

VIII - os valores de quotas de salário-família e salário-maternidade; e

IX - os débitos relativos ao recolhimento mensal por estimativa do Imposto sobre a Renda das Pessoas
Jurídicas (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) apurados na forma do art. 2º
desta Lei.

Portanto, Senhor julgador, são estes, em síntese, os pontos de discordância apontados nesta
Manifestação de Inconformidade:

a) A compensação pretendida pela Empresa X está plenamente em conformidade com


o que dispõe a lei;

b) O indeferimento merece reapreciação porque não encontra embasamento legal. A


compensação pretendida pela contribuinte não pode ser considerada não declarada, vez que não se
enquadra em nenhuma das hipóteses expressas nos §§ 3º e 12 do artigo 74 da Lei nª 9.430/96;

c) Pelo contrário, a compensação pretendida pela Empresa X encontra total respaldo


legal no caput do artigo 74;

d) Conforme se pode verificar nos documentos e declarações anexos, em momento algum


a contribuinte agiu de má fé com vistas a obter vantagens indevidas.

DOCUMENTOS ANEXADOS

Estão anexados a esta Manifestação de Inconformidade os seguintes documentos:

i. Procuração outorgada ao representante legal;

ii. Cópia do processo nº 123.456/2017;


iii. Comprovante de entrega da declaração e dos documentos de compensação;

iv. Declarações DCTF do período de 2017 a 2019 (parte).

DO PEDIDO

À vista do exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência do indeferimento de seu pleito,


requer que seja acolhida a presente Manifestação de Inconformidade.

São Paulo, 31 de outubro de 2019.

(Fulano de Tal - procurador)

Referências bibliográficas:

1. BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria da Receita Federal do Brasil. Modelos de


Impugnação e/ou Manifestação de Inconformidade, disponível
emhttp://www.receita.fazenda.gov.br/publico/formularios/DefesaContribuinte/ModelodeManifestaca
odeInconformidadePJ.doc, acesso em 06.11.2019.

2. MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito. Código Tributário Nacional. São Paulo, Editora Atlas,
6ª Edição, 2017.

3. SCHOUERI, Luis Eduardo. Direito Tributário. São Paulo, Saraiva Educação, 8ª Edição, 2018.

4. BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm, acesso em 06.11.2019.

5. BRASIL. Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9430.htm, acesso em 06.11.2019.

Prezada Elza,

sua postagem está boa, com uma argumentação consistente, focando-se em compara o conceito de
precatório com as restrições legais. Em uma petição verdadeira, talvez não seja necessário
transcrever todo o artigo da lei. Elabore a decisão da Receita, lembrando que deve ser negado o
pedido de compensação.
Abs., Georgenor.

FA Unidade III – Compensação, Autuação e Decisão Administrativa

Etapa 2: pede-se ao aluno que assuma a posição do fiscal da DRJ que denegará o pedido de
compensação.

Segue, assim, a Etapa 2.

MINISTÉRIO DA FAZENDA

SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL

DELEGACIA DE JULGAMENTO EM SÃO PAULO – DRJ/SP

ACÓRDÃO nº 12-345, de 19 de novembro de 2019.

Vistos, etc., acorda a 1ª Turma da Delegacia de Julgamento da Secretaria da Receita Federal do Brasil em São Paulo, NEGAR, por unanimidade dos votos,
PROVIMENTO AO RECURSO.

Fulano de Tal

Relator

Sessão de 18/11/2019

Fulano de Tal (Relator)

VO TO

EMPRESA X apresentou Manifestação de Inconformidade contra despacho


decisório da Delegacia Especial da Receita Federal de Administração Tributária em São Paulo de fls.
11, que indeferiu o seu pedido de compensação.
Sustenta a impugnante que possuía créditos a ela devidos pela União em
razão de danos causados por obra pública à sede da empresa. Juntou cópia do processo nº
123.456/2017, já transitado em julgado. O montante total desses créditos é da ordem de
R$ 850.000,00 e foram quitados pela União por meio de precatórios federais.

Informa que, até o mês de janeiro de 2018, possuía débitos de IPI no


montante de R$ 900.000,00 e, para proceder à extinção destes, recorreu à compensação prevista
no art. 74 da Lei nº 9.430/96, informando à Secretaria da Receita Federal do Brasil sua pretensão
de realizar a compensação, por meio de declaração específica. E, em 21.10.2019, foi cientificada
do indeferimento da compensação pretendida, sob a justificativa de que a Receita Federal
considerou a compensação como não declarada, nos termos da alínea “e”, inciso II, §12 do art. 74
da Lei nº 9.430/96.

É o relatório.

A legislação tributária permite a compensação de débitos de tributos administrados pela Receita Federal do Brasil com créditos da

mesma natureza, desde que administrados por aquele órgão.

A matéria é disciplinada pelo art. 74 da Lei nº 9.430/96, que traz a seguinte redação:

Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da
Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições
administrados por aquele Órgão. (grifos nossos)

No entanto, a compensação será vedada e considerada como não declarada na hipótese em que os
créditos que não se refiram a tributos administrados pela RFB. Tal vedação está expressa no §12, II,
“e” do art. 74 da Lei nº 9.430/96, que tem a seguinte redação:

§ 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses:

[...]

II - em que o crédito:

a) seja de terceiros;

e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal - SRF.
(grifos nossos)

A empresa X pretendeu extinguir seus débitos de IPI com créditos de


precatórios federais não administrados pela RFB. Portanto, impossível a compensação por incidir
em vedação expressa em lei.
Em vista do exposto, nego provimento ao recurso, mantendo o
indeferimento à compensação pretendida pela impugnante.

D ECISÃO ADMI NISTRATIVA

A compensação não declarada é hipótese que expressamente veda a possibilidade de compensação


de débitos junto à RFB com créditos que não se refiram a tributos e contribuições administrados por
aquele órgão. A previsão legal está contida na alínea “e”, inciso II, §12 do art. 74 da Lei nº
9.430/96.

A 1ª Turma de Julgamento da Delegacia de Julgamento da Secretaria da Receita Federal do Brasil


em São Paulo (DRJ/SP), decide, por unanimidade dos votos, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

Referências bibliográficas:

1. BRASIL. Secretaria da Receita Federal do Brasil. Pesquisa Ementário dos Acórdãos das
Delegacias da Receita Federal de Julgamento, disponível em
http://decisoes.fazenda.gov.br/netahtml/decisoes/decw/pesquisaDRJ.htm, acesso em 19.11.2019.

2. BRASIL. Secretaria da Receita Federal do Brasil. Sistema Normas. Instrução Normativa RFB
nº 1717, de 17 de julho de 2017, disponível em
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=84503,
acesso em 19.11.2019.

3. BRASIL. Secretaria da Receita Federal do Brasil. Sistema Normas. Atos Decisórios –


Ementário, disponível em https://atosdecisorios.receita.fazenda.gov.br/consultaweb/index.jsf,
acesso em 19.11.2019.

4. BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), disponível


em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm, acesso em 19.11.2019.

BRASIL. Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, disponível em


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9430.htm, acesso em 19.

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