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LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

O QUE É INTERPRETAR TEXTOS? DE ONDE VEM A IMPORTÂNCIA DE INTERPRETAR


TEXTOS?

Há muito tempo se discute sobre “analfabetismo”, e os seus níveis. Logo se chegou


a conclusão de que “ alfabetizado” é aquele que consegue escrever, ler e
interpretar textos; identificando entre estes, os modelos de comparação,
paráfrases, paródias, entre outros.

Assim, hoje, a leitura e interpretação além de ser um dos indicadores mais


importantes nas provas do ENEM, elas atestam o seu grau de instrução e
competência leitora.

Para interpretar textos com sucesso, é preciso:

1. LER E CONHECER DIVERSOS TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS: Diferenciando


textos: VERBAIS, NÃO-VERBAIS E MITOS:

GÊNEROS TEXTUAIS – São incontáveis os gêneros textuais e, o tempo todo,


escolhemos diversos deles para diversas práticas sociais, seguindo sempre a
necessidade temática, a relação entre os interlocutores e a vontade enunciativa.
Enquadram-se nesse rol de práticas comunicativas: diálogo face-a-face, bilhete,
carta (pessoal, comercial etc), receita culinária, horóscopo, artigo, romance, conto,
novela, cardápio de restaurante, lista de compras, aula virtual, piada, resenha,
inquérito policial, ofício, requerimento, ata, relatório etc. Hoje, com a “cultura
eletrônica”, surgem novos gêneros textuais e novas formas de comunicação (oral
ou escrita) como o bate-papo on-line (MSN), blog, twitter (micro blog), Orkut,
Facebook, mensagens SMS (celular) etc. Toda essa dinâmica é confirmada quando
Marcuschi diz: “(…) os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente
vinculados à vida cultural e social”.
TIPOS TEXTUAIS – – os tipos textuais são limitados em número, são construções
textuais teóricas com aspectos sintáticos, lexicais, gramaticais, e com atenção
especial aos tempos verbais, uso de advérbios etc.
Narrativo –Modalidade em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num
determinado tempo e lugar, envolvendo certos personagens. Ex: Era meia-noite
quando o policial percebeu dois homens entrarem na casa.
Descritivo – Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma
pessoa, um animal ou um objeto. Ex: O garoto, com bastante medo, tremia e
suava frio. A casa onde ele se escondia era bastante velha e grande e estava às
escuras.
Expositivo – Apresenta informações sobre assuntos, expõe ideias; explica, avalia,
reflete. (analisa ideias). Ex: A história do celular é recente, mas remonta ao
passado – e às telas de cinema.
Injuntivo – Indica como realizar uma ação
Argumentativo – é o texto em que defendemos uma idéia, opinião ou ponto de
vista, uma tese, procurando (por todos os meios) fazer com que nosso
ouvinte/leitor aceite-a, creia nela.

2.TEXTO E CONTEXTO:

ANALISAR,
COMPARAR, INFERIR, DEDUZIR, CONCLUIR, INTERPRETAR
Vamos treinar:

1) Antigamente Acontecia o indivíduo apanhar constipação; ficando perrengue,


mandava o próprio chamar o doutor e, depois, ir à botica para aviar a receita, de
cápsulas ou pílulas fedorentas. Doença nefasta era a phtísica, feia era o gálico.
Antigamente, os sobrados tinham assombrações, os meninos, lombrigas (…)
Carlos Drummond de Andrade. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro:
Companhia José Aguilar, p.1.184.
O texto acima está escrito em linguagem de uma época passada. Observe uma
outra versão, em linguagem atual.

Antigamente Acontecia o indivíduo apanhar um resfriado; ficando mal, mandava o


próprio chamar o doutor e, depois,ir à farmácia para aviar a receita, de cápsulas ou
pílulas fedorentas. Doença nefasta era a tuberculose, feia era a sífilis. Antigamente,
os sobrados tinham assombrações, os meninos, vermes (…)
Comparando-se esses dois textos, verifica-se que, na segunda versão, houve
mudanças relativas a:

A vocabulário.
B construções sintáticas.

C pontuação.

D fonética.

E regência verbal.
2) Leia os textos abaixo:

I – A situação de um trabalhador
Paulo Henrique de Jesus está há quatro meses desempregado. Com o Ensino Médio
completo, ou seja, 11 anos de estudo, ele perdeu a vaga que preenchia há oito
anos de encarregado numa transportadora de valores, ganhando R$800,00. Desde
então, e com 50 currículos já distribuídos, só encontra oferta para ganhar
R$300,00, um salário mínimo. Ele aceitou trabalhar por esse valor, sem carteira
assinada, como garçom numa casa de festas para fazer frente às despesas.
(O Globo, 20/07/2005.)
II – Uma interpretação sobre o acesso ao mercado de trabalho
Atualmente, a baixa qualificação da mão-de-obra é um dos responsáveis pelo
desemprego no Brasil. A relação que se estabelece entre a situação (I) e a
interpretação (II) e a razão para essa relação aparece em:
(A) II explica I – Nos níveis de escolaridade mais baixos há dificuldade de acesso ao
mercado de trabalho.
(B) I reforça II – Os avanços tecnológicos da Terceira Revolução Industrial
garantem somente o acesso ao trabalho para aqueles de formação em nível
superior.

(C) I desmente II – O mundo globalizado promoveu desemprego especialmente


para pessoas entre 10 e 15 anos de estudo.

(D) II justifica I – O desemprego estrutural leva a exclusão de trabalhadores com


escolaridade de nível médio incompleto.

(E) II complementa I – O longo período de baixo crescimento econômico acirrou a


competição, e pessoas de maior escolaridade passam a aceitar funções que não
correspondem a sua formação.

3) Álcool, crescimento e pobreza O lavrador de Ribeirão Preto recebe em média


R$ 2,50 por tonelada de cana cortada. Nos anos 80, esse trabalhador cortava cinco
toneladas de cana por dia. A mecanização da colheita o obrigou a ser mais
produtivo. O corta-cana derruba agora oito toneladas por dia. O trabalhador deve
cortar a cana rente ao chão, encurvado. Usa roupas mal-ajambradas, quentes, que
lhe cobrem o corpo, para que não seja lanhado pelas folhas da planta. O excesso
de trabalho causa a birola: tontura, desmaio, cãibra, convulsão. A fim de agüentar
dores e cansaço, esse trabalhador toma drogas e soluções de glicose, quando não
farinha mesmo. Tem aumentado o número de mortes por exaustão nos canaviais.
O setor da cana produz hoje uns 3,5% do PIB. Exporta US$ 8 bilhões. Gera toda a
energia elétrica que consome e ainda vende excedentes. A indústria de São Paulo
contrata cientistas e engenheiros para desenvolver máquinas e equipamentos mais
eficientes para as usinas de álcool. As pesquisas, privada e pública, na área agrícola
(cana, laranja, eucalipto etc.) desenvolvem a bioquímica e a genética no país.
Folha de S. Paulo, 11/3/2007 (com adaptações).

01. ÁLCOOL: O MUNDO DE OLHO EM NOSSA TECNOLOGIA

Confrontando-se as informações do texto com as da charge acima, conclui-se que:

A) a charge contradiz o texto ao mostrar que o Brasil possui tecnologia avançada


no setor agrícola.

B) a charge e o texto abordam, a respeito da cana-de-açúcar brasileira, duas


realidades distintas e sem relação entre si.

C) o texto e a charge consideram a agricultura brasileira avançada, do ponto de


vista tecnológico.

D) a charge mostra o cotidiano do trabalhador, e o texto defende o fim da


mecanização da produção da cana-de-açúcar no setor sucroalcooleiro.

E) o texto mostra disparidades na agricultura brasileira, na qual convivem alta


tecnologia e condições precárias de trabalho, que a charge ironiza.

PRODUÇÃO DE TEXTO
NÃO ENLOUQUEÇA: Vamos aprender a fazer redação.
Mandamentos de uma boa redação
1- Nunca esnobe – escrever difícil não é mostrar que é bom;

2- Palavrão – Nunca;

3- Criticar Universidade, autoridades e instituições – Nunca;

4- Ser negativista – demais estraga;

5- Letra grande demais – Nunca;

6- Gíria – Nunca;

7- Encher linguiça – Nunca.

TIRE O MEDO DE COMEÇAR:


Comece por:
1- Citação: o assunto sobre … pode ser analisado … quando se afirma que …

2- Pergunta – Ex: A educação escolar do jovem brasileiro, por si só, possibilita


garantia de futuro?;

3- Dado geográfico – Ex: Em Criciúma Santa Catarina, oito mil jovens vivem uma
aventura todos os dias: a aventura de entrar nas minas do carvão.

4- Dado estatístico: Nas universidades públicas no Brasil 70% das vagas estão
nas mãos da elite.

O SEGREDO É: COESÃO E COERÊNCIA


COERÊNCIA: É escrever com clareza
COESÃO: Unir o texto através das conjunções/conectivos:
Causa, consequência,
explicação:
por conseguinte, por isso, de fato, pois, já que, de tal forma;
 Contraste, oposição,
restrição:
exceto, salvo, todavia, mas, pelo menos, contrário, contudo;
 Adição, continuidade: por outro lado,
também, e, nem, não apenas, além disso, outrossim;
 Semelhança,
comparação, conformidade: segundo, conforme, igualmente,
semelhantemente, por
analogia, de acordo, do mesmo modo, de maneira idêntica;
 Prioridade: principalmente,
sobretudo, acima de tudo, em primeiro lugar;
 Condição, Hipótese: Se caso;
 Alternativa,
escolha: ou, ora, quer;
 Surpresa: de repente,
inesperadamente, de súbito;
 Conclusão, resumo: em síntese, em
súmula, dessa forma, logo, pois, enfim;
 Dúvida: quem sabe, é
provável, talvez, possivelmente, quiçá;
 Certeza, ênfase: certamente, sem
dúvida, inegavelmente, com toda certeza;
 Propósito, finalidade: a fim de que, com o
fim de, para que, de

Elementos da Comunicação
A comunicação está associada à linguagem e interação, de forma que
representa a transmissão de mensagens entre um emissor e um receptor.
Derivada do latim, o termo comunicação (“communicare”) significa “partilhar,
participar de algo, tornar comum”, sendo, portanto, um elemento essencial da
interação social humana.
Os elementos que compõem a comunicação são:
 Emissor: chamado também de locutor ou falante, o emissor é aquele que emite a
mensagem para um ou mais receptores, por exemplo, uma pessoa, um grupo de
indivíduos, uma empresa, dentre outros.
 Receptor: denominado de interlocutor ou ouvinte, o receptor é quem recebe a
mensagem emitida pelo emissor.
 Mensagem: é o objeto utilizado na comunicação, de forma que representa o conteúdo,
o conjunto de informações transmitidas pelo locutor, por isso.
 Código: representa o conjunto de signos que serão utilizados na mensagem
 Canal de Comunicação: corresponde ao local (meio) onde a mensagem será
transmitida, por exemplo, jornal, livro, revista, televisão, telefone, dentre outros.
 Contexto: Também chamado de referente, trata-se da situação comunicativa em que
estão inseridos o emissor e receptor.
 Ruído na Comunicação: ele ocorre quando a mensagem não é decodificada de
forma correta pelo interlocutor, por exemplo, o código utilizado pelo locutor,
desconhecido pelo interlocutor; barulho do local; voz baixa; dentre outros.
Fique Atento!!!
A comunicação somente será efetivada se o receptor decodificar a mensagem
transmitida pelo emissor.
Em outras palavras, a comunicação ocorre a partir do momento que o
interlocutor atinge o entendimento da mensagem transmitida.
Nesse caso, podemos pensar em duas pessoas de países diferentes e que não
conhecem a língua utilizada por elas (russo e mandarim).
Sendo assim, o código utilizado por elas é desconhecido e, portanto, a
mensagem não será inteligível para ambas, impossibilitando o processo
comunicacional.
Importância da Comunicação
O ato de comunicar-se é essencial tanto para os seres humanos e os animais,
uma vez que através da comunicação partilhamos informações e adquirimos
conhecimentos.
Note que somos seres sociais e culturais. Ou seja, vivemos em sociedade e
criamos culturas as quais são construídas através do conjunto de
conhecimentos que adquirimos por meio da linguagem, explorada nos atos de
comunicação.
Quando pensamos nos seres humanos e nos animais, fica claro que algo
essencial nos distingue deles: a linguagem verbal.
A criação da linguagem verbal entre os seres humanos foi essencial para o
desenvolvimento das sociedades, bem como para a criação de culturas.
Os animais, por sua vez, agem por extinto e não pelas mensagens verbais que
são transmitidas durante a vida. Isso porque eles não desenvolveram uma
língua (código) e por isso, não criaram uma cultura.
Saiba mais! Leia Teorias da Comunicação.
Linguagem Verbal e Não Verbal
Importante lembrar que existem duas modalidades básicas de linguagem, ou
seja, a linguagem verbal e a linguagem não verbal.
A primeira é desenvolvida pela linguagem escrita ou oral, enquanto a outra
pode ocorrer por meio de gestos, desenhos, fotografias, dentre outros.
Meios de Comunicação
Os meios de comunicação representam um conjunto de veículos destinados à
comunicação, e, portanto, se aproximam do chamado “Canal de
Comunicação”.
Eles são classificados em dois tipos: individual ou de massa (comunicação
social). Ambos são muito importantes para difusão de conhecimento entre os
seres humanos na atualidade, por exemplo: a televisão, o rádio, a internet, o
cinema, o telefone, dentre outros.
.Tipos de Comunicação
De acordo com a mensagem transmitida a comunicação é classificada de duas
maneiras:
 Comunicação verbal: uso da palavra, por exemplo na linguagem oral ou escrita.
 Comunicação não verbal: não utiliza a palavra, por exemplo, a comunicação
corporal, gestual, de sinais, dentre outras.
Funções da Linguagem
Os elementos presentes na comunicação estão intimamente relacionados com
as funções da linguagem. Elas determinam o objetivo e/ou finalidade dos atos
comunicativos, sendo classificadas em:
 Função Referencial: fundamentada no “contexto da comunicação”, a função
referencial objetiva informar, referenciar sobre algo.
 Função Emotiva: relacionada com o “emissor da mensagem”, a linguagem emotiva,
apresentada em primeira pessoa, objetiva transmitir emoções, sentimentos.
 Função Poética: associada à “mensagem da comunicação”, a linguagem poética
objetiva preocupa-se com a escolha das palavras para transmitir emoções, por
exemplo, na linguagem literária.
 Função Fática: relacionada com o “contato da comunicação”, uma vez que a função
fática objetiva estabelecer ou interromper a comunicação.
 Função Conativa: relacionada com o “receptor da comunicação”, a linguagem
conativa, apresentada em segunda ou terceira pessoa objetiva sobretudo, persuadir o
locutor.
 Função Metalinguística: relacionada ao “código da comunicação”, uma vez que a
função metalinguística objetiva explicar o código (linguagem), através dele mesmo.

Semântica
O estudo das significações das palavras é um assunto na língua
portuguesa exclusivo da Semântica.
No que diz respeito ao aspecto semântico da língua, pode-se destacar
três propriedades:

• Sinonímia

• Antonímia

• Polissemia

Sinonímia

Sinonímia é a divisão na Semântica que estuda as palavras sinônimas,


ou aquelas que possuem significado ou sentido semelhante. Vejamos:

1. A garota renunciou veementemente ao pedido para que comesse.


2. A menina recusou energeticamente ao pedido para que comesse.
3. A mocinha rejeitou impetuosamente ao pedido para que comesse.
Vemos que os substantivos “garota”, “menina” e “mocinha” têm um
mesmo significado, sentido, todos correspondem e nos remete à figura
de uma jovem. Assim também são os verbos “renunciou”, “recusou” e
“rejeitou”, que nos transmite ideia de repulsa, de “não querer algo” e
também os advérbios que nos fala da maneira que a ação foi cometida
“veementemente”, “energeticamente” e “impetuosamente”, ou seja, de
modo intenso.

Podemos concluir, a partir dessa análise, que sinonímia é a relação


das palavras que possuem sentido, significados comuns.

O objeto possuidor da maior quantidade de sinonímias ou sinônimos


que existe é, com certeza, o dicionário.

Antonímia

Se por um lado sinonímia é o estudo das palavras dos significados


semelhantes na língua, antonímia é o contrário dessa definição.
Vejamos:

1. A garota renunciou veementemente ao pedido para que comesse.


2. A senhora aceitou passivamente ao pedido para que comesse.

Percebemos que “garota” tem significado oposto à “senhora” assim


como os verbos “renunciou” e “aceitou” e os advérbios
“veementemente” e “passivamente”. Assim, quando opto por uma
palavra opto também pelo seu significado que de alguma forma
remete a outro sentido, em oposição. Por exemplo, se alguém diz:

“Ela é bela”, quer dizer o mesmo que, “Ela não é feia”.

Ao estudo das palavras que indicam sentidos opostos,


denominamos antonímia.

Polissemia ou Homonímia

Uma mesma palavra na língua pode assumir diferentes significados, o


que dependerá do contexto em que está inserida. Observe:

1. A menina fez uma bola de sabão com o brinquedo.


2. A mãe comprou uma bola de basquete para o filho.
3. O rapaz disse que sua barriga tem formato de bola.
4. A professora falou para desenhar uma bola.

Constatamos que uma mesma palavra, “bola”, assumiu diferentes


significados, a partir de um contexto (situação de linguagem) diferente
nas frases, respectivamente: o formato que a bolha de sabão fez; o
objeto usado em jogos; o aspecto arredondado da barriga e ainda o
sentido de círculo, circunferência na última oração.

Polissemia (poli=muitos e semos= significados) é o estudo, a


averiguação das significações que uma palavra assume em
determinado contexto linguístico.

Semântica

Semântica – Definição
Refere-se ao estudo do significado, em todos os sentidos do termo. De alguma forma
podemos dizer que a semântica opõe-se à sintaxe, na medida em que a primeira se ocupa
do que "algo significa", enquanto a sintaxe busca estudar as estruturas ou padrões formais
do modo como esse "algo" é expresso (escritos ou falados, por exemplo).

Para conhecer o significado das palavras (semântica) deveremos estudar


os sinônimos, antônimos, homônimos, a conotação e a denotação.
Sinônimos

Sinônimos são palavras que têm significados iguais ou semelhantes; são


palavras que mantêm uma relação de significado entre si.

Veja alguns exemplos:

1) Casa, moradia, lar;


2) Apreciar, gostar;
3) Decidir, resolver;
4) Opostos, antagônicos, contrários;
5) Magnífico, encantador, esplêndido.
Antônimos
São palavras que apresentam significados opostos, antagônicos.

Veja alguns exemplos:

1) frio e quente;
2) masculino e feminino;
3) bom e mau;
4) bem e mal;
5) claro e escuro.
Homônimos
De acordo com o Dicionário Aulete Digital é a "...palavra que se escreve e
se pronuncia ou só se pronuncia da mesma maneira que outra, mas cujo
significado é diferente.

As palavras homônimas podem ser:

1) Homógrafas: também denominadas homófonas perfeitas, são palavras


que a mesma grafia e a mesma pronúncia de outras e significados diferentes.
Ex.: manga (fruta) e manga (parte de vestuário).
2) Homófonas: também denominadas homófonas imperfeitas, são
palavras que tem a mesma pronúncia de outras, mas grafia e significado
diferentes. Ex.: seção (porção ou parte de um todo), sessão (reunião de uma
assembleia) e cessão (Ato ou efeito de ceder algo em favor de outrem).
3) Heterófonas: Palavra que tem a mesma grafia de outra(s) mas
pronúncia e significado diferente. Ex.: colher (é) (substantivo)
e colher (ê) (verbo).
Parônimos

São as palavras que apresentam pequenas diferenças na escrita e na


pronúncia, e também têm significados diferentes.

Veja alguns exemplos:

1) comprimento (extensão) - cumprimento (saudação);


2) coro (conjunto de vozes) - couro (pêlo de animal);
3) flagrante (evidente) - fragrante (perfumado);
4) fluir (correr em estado fluido) - fruir (desfrutar);
5) ratificar (confirmar) - retificar (corrigir).
Hiperônimos e Hipônimos
Hiperônimo é uma palavra que apresenta um significado mais
abrangente do que o do seu hipônimo, que, por sua vez, é uma palavra de
sentido mais específico (ou restrito).

Veja este exemplo:


A doença não lhe abandonava. Aquela gripe prometia não ir embora.
Observe que palavras destacadas se relacionam pelo sentido, ligando-se
por afinidade: doença é o hiperônimo (termo mais abrangente) de que seu
hipônimo gripe (termos mais específico).
Veja outros exemplos de hipônimos:
1) tomate e melão são hipônimos de fruta;
2) alface e agrião são hipônimos de verdura;
3) alicate é hipônimo de ferramenta.
Veja outros exemplos de hiperônimos:
1) fruta é hiperônimo de tomate e melão;
2) verdura é hiperônimo de alface e agrião;
3) ferramenta é hiperônimo de alicate.

TIPOS TEXTUAIS

Você sabe o que são tipos textuais?

Podemos chamar de tipos textuais o conjunto de enunciados organizados em


uma estrutura bem definida e facilmente identificada por suas características
predominantes. O termo tipologia textual (outra nomenclatura possível)
designa uma sequência definida pela natureza linguística de sua composição,
ou seja, está relacionado com questões estruturais da língua, determinadas por
aspectos lexicais, sintáticos, relações lógicas e tempo verbal. Objetivamente,
dizemos que o tipo textual é a forma como o texto apresenta-se.

Podem variar entre cinco e nove tipos, contudo, os mais estudados e exigidos
nas diferentes provas de vestibular e concursos no Brasil são a narração,
a dissertação, a descrição, a injunção e a exposição. Veja as principais
características de cada um deles:

→ Narração
Sua principal característica é contar uma história, real ou não, geralmente
situada em um tempo e espaço, com personagens, foco
narrativo, clímax, desfecho, entre outros elementos. Os gêneros que se
apropriam da estrutura narrativa são: contos, crônicas, fábulas, romance,
biografias etc.

→ Dissertação
Tipo de texto opinativo em que ideias são desenvolvidas por meio de
estratégias argumentativas. Sua maior finalidade é conquistar a adesão do
leitor aos argumentos apresentados. Os gêneros que se apropriam da estrutura
dissertativa são: ensaio, carta argumentativa, dissertação, editorial etc.

→ Descrição
Têm por objetivo descrever objetiva ou subjetivamente coisas, pessoas ou
situações. Os gêneros que se apropriam da estrutura descritiva
são: laudo, relatório, ata, guia de viagem etc. Também podem ser
encontrados em textos literários por meio da descrição subjetiva.

→ Injunção
São textos que apresentam a finalidade de instruir e orientar o leitor, utilizando
verbos no imperativo, no infinitivo ou presente do indicativo, sempre
indeterminando o sujeito. Os gêneros que se apropriam da estrutura injuntiva
são: manual de instruções, receitas
culinárias, bulas, regulamentos, editais, códigos, leis etc.

→ Exposição
O texto expositivo tem por finalidade apresentar informações sobre um objeto
ou fato específico, enumerando suas características por meio de uma
linguagem clara e concisa. Os gêneros que se apropriam da estrutura
expositiva são: reportagem, resumo, fichamento, artigo
científico, seminário etc.

Para que você conheça com detalhes cada um dos tipos textuais citados, o
sítio de Português preparou uma seção sobre tipologia textual. Nela você
encontrará vários artigos que têm como objetivo discutir as características que
compõem a narração, a dissertação, a descrição, a injunção e a exposição,
bem como apresentar as diferenças entre tipos e gêneros textuais.
Esperamos que você aproveite o conteúdo disponibilizado e, principalmente,
desejamos que todas as informações aqui encontradas possam transformar-se
em conhecimento.

Elementos da estrutura narrativa


O texto narrativo baseia-se na ação que envolve personagens, tempo, espaço e
conflito. Conheça a estrutura e os elementos da narrativa

A narração é um tipo de texto que conta uma sequência de fatos, sejam eles
reais ou imaginários, nos quais as personagens atuam em um determinado
espaço e no decorrer do tempo.
O texto narrativo baseia-se na ação que envolve personagens, tempo, espaço e
conflito. Apresenta uma determinada estrutura e os seus elementos incluem o
narrador, enredo, espaço, personagens, espaço e tempo.

Na narrativa, o narrador é o responsável por contar a história, criando um


texto que flui no imaginário do leitor, com a composição de tramas e a
elaboração de personagens mais ou menos complexas. O texto narrativo
também pode ser perpassado pelo tom poético, e as personagens podem ser
conhecidas através de seus elementos físicos e por suas características
psicológicas.

A estrutura do texto narrativo

O texto narrativo apresenta uma certa estrutura, composta pela apresentação,


complicação, clímax e desfecho.

 Apresentação: parte do texto em que algumas personagens são


apresentadas e algumas circunstâncias da história são expostas, como o
momento e o lugar de desenvolvimento da ação;
 Complicação: parte do texto em que a ação tem início propriamente
dito. Os episódios se sucedem, conduzindo ao clímax;
 Clímax: ponto da narrativa em que a ação alcança o seu momento
crítico, tornando o desfecho inevitável;
 Desfecho: solução do conflito produzido pelas ações das personagens.

Personagens

A narrativa é centrada em um conflito vivido pelas personagens, que são os


elementos vitais na construção deste tipo de texto. Elas podem ser principais
ou secundárias, de acordo com o papel que desempenham no enredo, e podem
ser apresentadas de forma direta ou indireta.

A apresentação direta ocorre quando a personagem aparece claramente no


texto, retratando as suas características físicas e/ou psicológicas; a
apresentação indireta é quando as personagens aparecem aos poucos, e o leitor
constroi a sua imagem com o desenrolar do enredo, a partir de suas ações.

Pode-se dizer que existe um protagonista, personagem principal, e um


antagonista, personagem que age contra o protagonista, tentando impedi-lo de
alcançar os seus objetivos. Também há a presença dos adjuvantes ou
coadjuvantes, que são os personagens secundários que também exercem
papéis essenciais na história.

Elementos da narrativa

Os elementos que compõem a narrativa são o foco narrativo (1ª e 3ª pessoa),


as personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante), narrador (narrador-
personagem, narrador-observador), tempo (cronológico e psicológico) e
espaço.

São três os tipos de foco narrativo:

 Narrador-personagem: tipo de narrador que conta a história na qual é


participante. A história é contada em 1ª pessoa e ele é narrador e
personagem ao mesmo tempo;
 Narrador-observador: narrador em 3ª pessoa que conta a história como
alguém que observa tudo o que acontece, transmitindo os fatos ao leitor;
 Narrador-onisciente: sabe todas as informações sobre o enredo e as
personagens, revelando seus pensamentos e sentimentos íntimos.
Normalmente ele utiliza o discurso indireto livre em suas narrativas.

Estrutura do texto dissertativo


O texto dissertativo é composto por três partes essenciais:

- Introdução:

É um bom início de texto que desperta no leitor vontade de continuar a


lê-lo. Na introdução é que se define o que será dito, e é nessa parte que
o escritor deve mostrar para o leitor que seu texto merece atenção.

O assunto a ser tratado deve ser apresentado de maneira clara, existem


assuntos que abrem espaço para definições, citações, perguntas,
exposição de ponto de vista oposto, comparações, descrição.

A introdução pode apresentar uma:

- Afirmação geral sobre o assunto


- Consideração do tipo histórico-filosófico
- Citação
- Comparação
- Uma ou mais perguntas
- Narração

Além destes, outras introduções podem ser empregados de acordo com


quem escreve.

- Desenvolvimento:
Na dissertação a persuasão aparece de forma explícita, essa se faz
presente no desenvolvimento do texto. É nesse momento que o escritor
desenvolve o tema, seja através de argumentação por citação,
comprovação ou raciocínio lógico, tomando sua posição a respeito do
que está sendo discutido.

O conteúdo do desenvolvimento pode ser organizado de diversas


maneiras, dependerá das propostas do texto e das informações
disponíveis.

- Conclusão:

A conclusão é a parte final do texto, um resumo forte e breve de tudo o


que já foi dito, cabe também a essa parte responder à questão proposta
inicialmente, expondo uma avaliação final do assunto.
Coesão e Coerência
A Coesão e a Coerência são mecanismos fundamentais na construção textual.
Para que um texto seja eficaz na transmissão da sua mensagem é essencial que faça
sentido para o leitor.
Além disso, deve ser harmonioso, de forma a que a mensagem flua de forma segura,
natural e agradável aos ouvidos.
Coesão Textual
A coesão é resultado da disposição e da correta utilização das palavras que propiciam a
ligação entre frases, períodos e parágrafos de um texto. Ela colabora com sua
organização e ocorre por meio de palavras chamadas de conectivos.
Mecanismos de Coesão
A coesão pode ser obtida através de alguns mecanismos: anáfora e catáfora.
A anáfora e a catáfora se referem à informação expressa no texto e, por esse motivo, são
qualificadas como endofóricas.
Enquanto a anáfora retoma um componente, a catáfora o antecipa, contribuindo com a
ligação e a harmonia textual.
Algumas Regras
Confira abaixo algumas regras que garantem a coesão textual:
Referência
 Pessoal: utilização de pronomes pessoais e possessivos. Exemplo: João e Maria
casaram. Eles são pais de Ana e Beto. (Referência pessoal anafórica)
 Demonstrativa: utilização de pronomes demonstrativos e advérbios. Exemplo: Fiz todas as
tarefas, com exceção desta: arquivar a correspondência. (Referência demonstrativa catafórica)
 Comparativa: utilização de comparações através de semelhanças. Exemplo: Mais um
dia igual aos outros… (Referência comparativa endofórica)
Substituição
Substituir um elemento (nominal, verbal, frasal) por outro é uma forma de evitar as
repetições.
Exemplo: Vamos à prefeitura amanhã, eles irão na próxima semana.
Observe que a diferença entre a referência e a substituição está expressa especialmente
no fato de que a substituição acrescenta uma informação nova ao texto.
No caso de “João e Maria casaram. Eles são pais de Ana e Beto”, o pronome pessoal
referencia as pessoas João e Maria, não acrescentando informação adicional ao texto.
Elipse
Um componente textual, quer seja um nome, um verbo ou uma frase, pode ser omitido
através da elipse.
Exemplo: Temos ingressos a mais para o concerto. Você os quer?
(A segunda oração é perceptível mediante o contexto. Assim, sabemos que o que está
sendo oferecido são ingressos para o concerto.)
Conjunção
A conjunção liga orações estabelecendo relação entre elas.
Exemplo: Nós não sabemos quem é o culpado, mas ele sabe. (adversativa)
Coesão Lexical
A coesão lexical consiste na utilização de palavras que possuem sentido aproximado ou
que pertencem a um mesmo campo lexical. São elas: sinônimos, hiperônimos, nomes
genéricos, entre outros.
Exemplo: Aquela escola não oferece as condições mínimas de trabalho. A
instituiçãoestá literalmente caindo aos pedaços.
Coerência Textual
A Coerência é a relação lógica das ideias de um texto que decorre da sua argumentação
- resultado especialmente dos conhecimentos do transmissor da mensagem.
Um texto contraditório e redundante ou cujas ideias iniciadas não são concluídas, é um
texto incoerente. A incoerência compromete a clareza do discurso, a sua fluência e a
eficácia da leitura.
Assim a incoerência não é só uma questão de conhecimento, decorre também do uso de
tempos verbais e da emissão de ideias contrárias.
Exemplos:
 O relatório está pronto, porém o estou finalizando até agora. (processo verbal acabado e
inacabado)
 Ele é vegetariano e gosta de um bife muito mal passado. (os vegetarianos são assim
classificados pelo fato de se alimentar apenas de vegetais)
Fatores de Coerência
São inúmeros os fatores que contribuem para a coerência de um texto, tendo em vista a
sua abrangência. Vejamos alguns:
Conhecimento de Mundo
É o conjunto de conhecimento que adquirimos ao longo da vida e que são arquivados na
nossa memória.
São o chamados frames (rótulos), esquemas (planos de funcionamento, como a rotina
alimentar: café da amanhã, almoço e jantar), planos (planejar algo com um objetivo, tal
como jogar um jogo), scripts (roteiros, tal como normas de etiqueta).
Exemplo: Peru, Panetone, frutas e nozes. Tudo a postos para o Carnaval!
Uma questão cultural nos leva a concluir que a oração acima é incoerente. Isso porque
“peru, panetone, frutas e nozes” (frames) são elementos que pertencem à celebração do
Natal e não à festa de carnaval.
Inferências
Através das inferências, as informações podem ser simplificadas se partimos do
pressuposto que os interlocutores partilham do mesmo conhecimento.
Exemplo: Quando os chamar para jantar não esqueça que eles são indianos. (ou seja,
em princípio, esses convidados não comem carne de vaca)
Fatores de contextualização
Há fatores que inserem o interlocutor na mensagem providenciando a sua clareza, como
os títulos de uma notícia ou a data de uma mensagem.
Exemplo:
— Está marcado para às 10h.
— O que está marcado para às 10h? Não sei sobre o que está falando.
Informatividade
Quanto maior informação não previsível um texto tiver, mais rico e interessante ele
será. Assim, dizer o que é óbvio ou insistir numa informação e não desenvolvê-la, com
certeza desvaloriza o texto.
Exemplo: O Brasil foi colonizado por Portugal.
Princípios Básicos
Após termos visto os fatores acima, é essencial ter em atenção os seguintes princípios
para se obter um texto coerente:
 Princípio da Não Contradição - ideias contraditórias
 Princípio da Não Tautologia - ideias redundantes
 Princípio da Relevância - ideias que se relacionam
Diferença entre Coesão e Coerência
Coesão e coerência são coisas diferentes, de modo que um texto coeso pode ser
incoerente. Ambas têm em comum o fato de estarem relacionadas com as regras
essenciais para uma boa produção textual.
A coesão textual tem como foco a articulação interna, ou seja, as questões gramaticais.
Já a coerência textual trata da articulação externa e mais profunda da mensagem.
Descrição Objetiva e Subjetiva
Descrição objetiva e subjetiva é a forma como são apresentados os detalhes e
características de algo ou alguém.
Enquanto a descrição objetiva é feita de forma imparcial, ou seja, na tentativa de
demonstrar apenas aquilo que se vê da forma mais realista possível, sem acrescentar
qualquer juízo de valor, na descrição subjetiva o aspecto opinativo não é só
contemplado, como muito valorizado.
A utilização do tipo de descrição depende do objetivo que o autor da descrição quer
transmitir, por exemplo, influenciar quem ouve ou lê a descrição.
Exemplos
Texto 1
Não sei se o nome dela é Maria. A moça é bastante alta e magra. Negra, tem cabelos
cacheados e compridos até o meio das costas. Usa óculos e deve ter entre 25 e 30 anos.
Texto 2
Não sei se o nome dela é Maria. A moça parece uma modelo de tão alta. Seus cabelos
cheios de cachos escorrem até o meio das suas costas. Seus óculos dão um olhar
intelectual a essa musa que está na flor da idade. Não dou mais do que 25 ou 30 anos
para essa deusa de ébano.
Comparando os textos acima, é possível perceber como esses dois tipos de descrição
acontecem na prática.
A partir dessa percepção, podemos destacar as seguintes características que se
sobressaem no texto 1, cuja descrição é objetiva, e no texto 2, cuja descrição é subjetiva:
Características da descrição objetiva
 Descrição objetiva - Descrição subjetiva
 Descrição direta, neutra
 Valorização da imparcialidade
 Transmissão dos detalhes com exatidão
 Utilização de substantivos concretos
 Utilização da função referencial da linguagem, de sentido denotativo
Características da descrição subjetiva
 Interferência emocional
 Transmissão de visão pessoal
 Utilização de muitos adjetivos
 Utilização de substantivos abstratos
 Utilização da função poética da linguagem, de sentido conotativo
Exercício
Pratique você também! Sem citar o nome de um objeto, faça dois textos, um
descrevendo-o de forma objetiva e outro, de forma subjetiva.
Leia para um grupo de amigos e observe os comentários. Pode ser um jogo bem
divertido!
Conotação e Denotação
A Conotação e a Denotação são as variações de significados que ocorrem no
signo linguístico. O signo linguístico é composto de um significante (letras e
sons) e um significado (conceito, ideia).
Sentido Conotativo e Sentido Denotativo
Sentido conotativo é a linguagem em que a palavra é utilizada em sentido
figurado, subjetivo ou expressivo. Ele depende do contexto em que é
empregado, sendo muito utilizado na literatura. Isso porque, no meio literário,
muitas palavras tem forte carga de sensações e sentimentos.
Sentido denotativo é a linguagem em que a palavra é utilizada em seu sentido
próprio, literal, original, real, objetivo.
1. Aquele homem é um cachorro. (linguagem conotativa, sentido figurado)
2. O cachorro da vizinha fugiu essa manhã. (linguagem denotativa, sentido próprio)
Nesse exemplo, podemos notar que a palavra cachorro é utilizada em dois
sentidos diferentes: conotativo e denotativo.
Na primeira frase o termo refere-se ao caráter do homem "cachorro", numa
linguagem conotativa que indica que o homem é mulherengo ou infiel.
Na segunda frase o termo está empregado de forma denotativa, ou seja, no
sentido real e original da palavra cachorro: animal doméstico.
O sentido denotativo é muito vezes caracterizado como o sentido do dicionário,
ou seja, o primeira acepção da palavra.
Contudo, depois da acepção denotativa há uma abreviação, normalmente entre
parênteses (fig), que indica o sentido figurado da palavra, ou seja, o sentido
conotativo.
Segundo o dicionário online de português (dicio.com.br), a
palavra cachorro significa:
"Significado de Cachorro
s.m. Cão novo.
Cria da loba, da leoa e de outros animais parecidos com o cão.
Bras. Qualquer cão.
Construção. Peça saliente de madeira ou pedra para sustentação de cimalha
ou sacada; modilhão.
Escora de navio em estaleiro.
Fig. Pop. Homem desaforado, de mau caráter ou mau gênio; indivíduo
desprezível, canalha."
Leia Semântica e Estilística.
Exercícios
1. (Enem 2005) O termo (ou expressão) destacado que está empregado em
seu sentido próprio, denotativo, ocorre em
a) “(....)
É de laço e de nó
De gibeira o jiló
Dessa vida, cumprida a sol (....)”
(Renato Teixeira. Romaria. Kuarup Discos. setembro de 1992.)
b) “Protegendo os inocentes
é que Deus, sábio demais,
põe cenários diferentes
nas impressões digitais.”
(Maria N. S. Carvalho. Evangelho da Trova. /s.n.b.)
c) “O dicionário-padrão da língua e os dicionários unilíngues são os tipos mais
comuns de dicionários. Em nossos dias, eles se tornaram um objeto de
consumo obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas.”
(Maria T. Camargo Biderman. O dicionário-padrão da língua. Alfa (28), 2743,
1974 Supl.)
d)

e) “Humorismo é a arte de fazer cócegas no raciocínio dos outros. Há duas


espécies de humorismo: o trágico e o cômico. O trágico é o que não consegue
fazer rir; o cômico é o que é verdadeiramente trágico para se fazer.”
(Leon Eliachar. www.mercadolivre.com.br . acessado em julho de 2005.)
Alternativa c: “O dicionário-padrão da língua e os dicionários unilíngues são
os tipos mais comuns de dicionários. Em nossos dias, eles se tornaram um
objeto de consumo obrigatório para as nações civilizadas e desenvolvidas.”.
VER RESPOSTA

2. (Fuvest) O filme Cazuza - O tempo não para me deixou numa espécie de


felicidade pensativa. Tento explicar por quê. Cazuza mordeu a vida com todos
os dentes. A doença e a morte parecem ter-se vingado de sua paixão
exagerada de viver. É impossível sair da sala de cinema sem se perguntar
mais uma vez: o que vale mais, a preservação de nossas forças, que garantiria
uma vida mais longa, ou a livre procura da máxima intensidade e variedade de
experiências? Digo que a pergunta se apresenta “mais uma vez” porque a
questão é hoje trivial e, ao mesmo tempo, persecutória. (...) Obedecemos a
uma proliferação de regras que são ditadas pelos progressos da prevenção.
Ninguém imagina que comer, fumar, tomar pinga, transar sem camisinha e
combinar, sei lá, nitratos com Viagra seja uma boa ideia. De fato não é. À
primeira vista, parece lógico que concordemos sem hesitação sobre o seguinte:
não há ou não deveria haver prazeres que valham um risco de vida ou,
simplesmente, que valham o risco de encurtar a vida. De que adiantaria um
prazer que, por assim dizer, cortasse o galho sobre o qual estou sentado? Os
jovens têm uma razão básica para desconfiar de uma moral prudente e um
pouco avara que sugere que escolhamos sempre os tempos suplementares. É
que a morte lhes parece distante, uma coisa com a qual a gente se preocupará
mais tarde, muito mais tarde. Mas sua vontade de caminhar na corda bamba e
sem rede não é apenas a inconsciência de quem pode esquecer que “o tempo
não para”. É também (e talvez sobretudo) um questionamento que nos desafia:
para disciplinar a experiência, será que temos outras razões que não sejam só
a decisão de durar um pouco mais? (Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo)
Considere as seguintes afirmações:
I. Os trechos “mordeu a vida com todos os dentes” e “caminhar na corda
bamba e sem rede” podem ser compreendidos tanto no sentido figurado quanto
no sentido literal.
II. Na frase “De que adiantaria um prazer que (...) cortasse o galho sobre o qual
estou sentado”, o sentido da expressão sublinhada corresponde ao de “se está
sentado”.
III. Em “mais uma vez”, no início do terceiro parágrafo, o autor empregou aspas
para indicar a precisa retomada de uma expressão do texto.
Está correto o que se afirma em:
a) I, somente
b) I e II, somente
c) II, somente
d) II e III, somente
e) I, II e III
Alternativa d: II e III, somente.

Vícios de linguagem
Ao contrário das figuras de linguagem, que representam realce e beleza às
mensagens emitidas, os vícios de linguagem são palavras ou construções que
vão de encontro às normas gramaticais.

Os vícios de linguagem costumam ocorrer por descuido, ou ainda por


desconhecimento das regras por parte do emissor. Observe a seguir.

Pleonasmo vicioso ou redundância


Diferentemente do pleonasmo tradicional, tem-se pleonasmo vicioso quando há
repetição desnecessária de uma informação na frase. Exemplos:

Entrei para dentro de casa quando começou a anoitecer.


Hoje fizeram-me uma surpresa inesperada.
Encontraremos outra alternativa para esse problema.

Observação: o pleonasmo é considerado vício de linguagem quando usado


desnecessariamente, no entanto, quando usado para reforçar a mensagem,
constitui uma figura de linguagem.

Barbarismo
É o desvio da norma que ocorre nos seguintes níveis:

1) Pronúncia

a) Silabada: erro na pronúncia do acento tônico. Por exemplo:

Solicitei à cliente sua rúbrica. (rubrica)

b) Cacoépia: erro na pronúncia dos fonemas. Por exemplo:


Estou com poblemas a resolver. (problemas)

c) Cacografia: erro na grafia ou na flexão de uma palavra. Exemplos:

Eu advinhei quem ganharia o concurso. (adivinhei)


O segurança deteu aquele homem. (deteve)

2) Morfologia

Exemplos:

Se eu ir aí, vou me atrasar. (for)


Sou a aluna mais maior da turma. (maior)

3) Semântica

Por exemplo:

José comprimentou seu vizinho ao sair de casa. (cumprimentou)

4) Estrangeirismos

Considera-se barbarismo o emprego desnecessário de palavras estrangeiras,


ou seja, quando já existe palavra ou expressão correspondente na língua.

Exemplos:

O show é hoje! (espetáculo)


Vamos tomar um drink? (drinque)

Solecismo
É o desvio de sintaxe, podendo ocorrer nos seguintes níveis:

1) Concordância

Por exemplo:

Haviam muitos alunos naquela sala. (Havia)

2) Regência

Por exemplo:

Eu assisti o filme em casa. (ao)

3) Colocação

Por exemplo:

Dancei tanto na festa que não aguentei-me em pé. (não me aguentei em


pé)
Variações Linguísticas
As variações linguísticas reúnem as variantes da língua que foram criadas pelos
homens e são reinventadas a cada dia.

Dessas reinvenções surgem as variações que envolvem diversos aspectos


históricos, sociais, culturais e geográficos.
No Brasil, é possível encontrar muitas variações linguísticas, por exemplo, na
linguagem regional.

Nas falas do Chico bento e de seu primo Zé Lelé notamos o regionalismo

Tipos de Variações Linguísticas


Há diversos tipos de variações linguísticas segundo o campo de atuação:
 Variações Geográficas: está relacionada com o local em que é desenvolvida, por
exemplo, as variações entre o português do Brasil e de Portugal.
 Variações Históricas: ela ocorre com o desenvolvimento da história, por exemplo, o
português medieval e o atual.
 Variações Sociais: são percebidas segundo os grupos (ou classes) sociais
envolvidos, por exemplo, um orador jurídico e um morador de rua.
 Variação Situacional: ocorre de acordo com o contexto o qual está inserido, por
exemplo, as situações formais e informais.
Exemplos
Dentre os tipos de variações linguísticas podemos destacar:
 Regionalismo: particularidades linguísticas de determinada região.
 Dialetos: variações regionais ou sociais de uma língua.
 Socioletos: variantes da língua utilizadas por determinado grupo social.
 Gírias: expressões populares utilizadas por determinado grupo social.
Linguagem Formal e Informal
Quanto aos níveis da fala, podemos considerar dois padrões de linguagem:
a linguagem formal e informal.
Certamente, quando falamos com pessoas próximas utilizamos a linguagem
dita coloquial, ou seja, aquela espontânea, dinâmica e despretensiosa.
No entanto, de acordo com o contexto ao qual estamos inseridos, devemos
seguir as regras e normas impostas pela gramática, seja quando elaboramos
um texto (linguagem escrita) ou organizamos nossa fala numa palestra
(linguagem oral).
Em ambos os casos, utilizaremos a linguagem formal, que está de acordo com
a normas gramaticais.
Observe que as variações linguísticas são expressas geralmente nos discursos
orais. Quando produzimos um texto escrito, seja em qual for o lugar do Brasil,
seguimos as regras do mesmo idioma: a língua portuguesa.
VEJA TAMBÉM: Oralidade e Escrita
Preconceito Linguístico
O preconceito linguístico está intimamente relacionado com as variações
linguísticas, uma vez que ele surge para julgar as manifestações linguísticas
ditas "superiores".
Para pensarmos nele não precisamos ir muito longe, pois em nosso país,
embora o mesmo idioma seja falado em todas as regiões, cada uma possui
suas peculiaridades que envolvem diversos aspectos históricos e culturais.
Sendo assim, a maneira de falar do norte é muito diferente da falada no sul do
país. Isso ocorre porque nos atos comunicativos, os falantes da língua vão
determinando expressões, sotaques e entonações de acordo com as
necessidades linguísticas.
De tal modo, o preconceito linguístico surge no tom de deboche, sendo a
variação apontada de maneira pejorativa e estigmatizada.
Quem comete esse tipo de preconceito, geralmente tem a ideia de que sua
maneira de falar é correta e ainda, superior a outra.
Entretanto, devemos salientar que todas variações são aceitas e nenhuma
delas é superior, ou considerada a mais correta.
VEJA TAMBÉM: Preconceito Linguístico

Exercícios: Caiu no Enem!


1. (Enem-2014)
Em Bom Português
No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Não é somente
pela gíria que a gente é apanhada (aliás, não se usa mais a primeira pessoa,
tanto do singular como do plural: tudo é “a gente”). A própria linguagem
corrente vai-se renovando e a cada dia uma parte do léxico cai em desuso.
Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas, chamou minha atenção
para os que falam assim:
– Assisti a uma fita de cinema com um artista que representa muito bem.
Os que acharam natural essa frase, cuidado! Não saber dizer que viram um
filme que trabalha muito bem. E irão ao banho de mar em vez de ir à praia,
vestido de roupa de banho em vez de biquíni, carregando guarda-sol em vez
de barraca. Comprarão um automóvel em vez de comprar um carro, pegarão
um defluxo em vez de um resfriado, vão andar no passeio em vez de passear
na calçada. Viajarão de trem de ferro e apresentarão sua esposa ou sua
senhora em vez de apresentar sua mulher.
(SABINO, F. Folha de S. Paulo, 13 abr. 1984)

A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes socioculturais. O


texto exemplifica essa característica da língua, evidenciando que
a) o uso de palavras novas deve ser incentivado em detrimento das antigas.
b) a utilização de inovações do léxico é percebida na comparação de gerações.
c) o emprego de palavras com sentidos diferentes caracteriza diversidade
geográfica.
d) a pronúncia e o vocabulário são aspectos identificadores da classe social a
que pertence o falante.
e) o modo de falar específico de pessoas de diferentes faixas etárias é
frequente em todas as regiões.
Alternativa b) a utilização de inovações do léxico é percebida na comparação
de gerações.
VER RESPOSTA

2. (Enem-2014)
Óia eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo pra xaxar
Vou mostrar pr’esses cabras
Que eu ainda dou no couro
Isso é um desaforo
Que eu não posso levar
Que eu aqui de novo cantando
Que eu aqui de novo xaxando
Óia eu aqui de novo mostrando
Como se deve xaxar.
Vem cá morena linda
Vestida de chita
Você é a mais bonita
Desse meu lugar
Vai, chama Maria, chama Luzia
Vai, chama Zabé, chama Raque
Diz que tou aqui com alegria.
(BARROS, A. Óia eu aqui de novo. Disponível em Acesso em 5 maio 2013)
A letra da canção de Antônio Barros manifesta aspectos do repertório
linguístico e cultural do Brasil. O verso que singulariza uma forma do falar
popular regional é:
a) “Isso é um desaforo”
b) “Diz que eu tou aqui com alegria”
c) “Vou mostrar pr’esses cabras”
d) “Vai, chama Maria, chama Luzia”
e) “Vem cá, morena linda, vestida de chita”
Aternativa c) “Vou mostrar pr’esses cabras”

Linguagem oral e linguagem escrita: suas diferenças


A linguagem oral e a linguagem escritas são duas manifestações da linguagem
verbal, ou seja, da linguagem feita através de palavras. Tanto a linguagem oral
como a linguagem escrita visam estabelecer comunicação.

Características da linguagem oral

 Há uma maior aproximação entre emissor e receptor.


 Estabelece um contato direto com o destinatário.
 É mais espontânea e informal, usufruindo de maior liberdade.
 Há uma maior tolerância relativamente ao cumprimento da norma culta.
 É passageira e encontra-se em permanente renovação, não deixando
qualquer registro.
 Não requer escolarização, sendo um processo aprendido socialmente.
 Usa recursos extralinguísticos como entonação, gestos, postura e expressões
faciais que facilitam a compreensão da mensagem.
 Não ocorre sempre linearidade de pensamento, sendo possível a existência
de rupturas e desvios no raciocínio.
 Apresenta repetições e erros que não podem ser corrigidos.
 Apresenta maioritariamente um vocabulário reduzido e construções frásicas
mais simples.

Características de linguagem escrita

 Há um maior distanciamento entre emissor e receptor.


 Estabelece um contato indireto com o destinatário.
 É mais formal, sendo mais pensada e planejada.
 Há um maior rigor gramatical e exigência de cumprimento da norma culta.
 Tem duração no tempo e pode ser relida inúmeras vezes porque tem registro
escrito.
 Requer escolarização e uma aprendizagem formal da escrita.
 Todas as indicações necessárias para a compreensão da mensagem são
feitas através de pontuação e das próprias palavras.
 Exige linearidade, ou seja, a existência de uma sequência de pensamento
clara e estruturada.
 Possibilita a revisão do conteúdo e a correção dos erros.
 Deve apresentar um vocabulário variado e construções frásicas mais
elaboradas.

Quando usar a linguagem oral e a linguagem escrita?


Essas duas formas de linguagem são usadas diariamente pelos falantes.
A linguagem oral é usada em…

 conversas;
 diálogos;
 apresentações;
 telefonemas;
 aulas;
 entrevistas;
 …

A linguagem escrita é usada em…

 cartas;
 e-mails;
 bilhetes;
 jornais;
 revistas;
 sites;
 livros;
 …

Apesar das diferenças existentes entre a linguagem oral e a linguagem escrita, não
podemos considerar uma mais complexa ou importante do que a outra, uma vez
que existem vários níveis de formalidade e informalidade na oralidade e na
escrita.
Há momentos que exigem uma linguagem falada extremamente cuidada, como
entrevistas de emprego, discursos, apresentações públicas,… Há também
situações em que uma linguagem escrita mais descontraída e próxima da
oralidade é aceitável, como em chats, fóruns, mensagens do celular,…
Linguagem Formal e Informal
A linguagem formal e informal são duas variantes linguísticas que possuem o
intuito de comunicar. No entanto, elas são utilizadas em contextos distintos.
Sendo assim, é muito importante saber diferenciar essas duas variantes para
compreender seus usos em determinadas situações.
Quando falamos com amigos e familiares utilizamos a linguagem informal.
Entretanto, se estamos numa reunião na empresa, numa entrevista de
emprego ou escrevendo um texto, devemos utilizar a linguagem formal.
Diferenças

Na tirinha acima podemos notar a presença da linguagem formal e informal

A linguagem formal, também chamada de "culta" está pautada no uso correto


das normas gramaticais bem como na boa pronúncia das palavras.
Já a linguagem informal ou coloquial representa a linguagem cotidiana, ou seja,
trata-se de uma linguagem espontânea, regionalista e despreocupada com as
normas gramaticais.
No âmbito da linguagem escrita, podemos cometer erros graves entre as
linguagens formal e informal.
Dessa forma, quando os estudantes produzem um texto, pode haver
dificuldade de se distanciar da linguagem mais espontânea e coloquial. Isso
acontece por descuido ou mesmo por não dominarem as regras gramaticais.
Assim, para que isso não aconteça, é muito importante estar atento à essas
variações, para não cometer erros.
Duas dicas muito importantes para evitar escrever um texto repleto de erros e
expressões coloquiais são:
 Conhecer as regras gramaticais;
 Possuir o hábito da leitura, que auxilia na compreensão e produção dos textos, uma
vez que amplia o vocabulário do leitor.
Exemplos
Para melhor entender essas duas modalidades linguísticas, vejamos os
exemplos abaixo:
Exemplo 1
Doutor Armando seguiu até a esquina para encontrar o filho que chegava da
escola, enquanto Maria, sua esposa, preparava o almoço.
Quando chegaram em casa, Armando e seu filho encontraram Dona Maria na
cozinha preparando uma das receitas de família, o famoso bolo de fubá
cremoso, a qual aprendera com sua avó Carmela.
Exemplo 2
O Doutor Armando foi até a esquina esperá o filho que chegava da
escola. Nisso, a Maria ficou em casa preparando o almoço.
Quando eles chegarão em casa a Maria tava na cozinha preparando a famosa
receita da família boa pra caramba o bolo de fubá cremoso.
Aquele que ela aprendeu cum a senhora Carmela anos antes da gente
se casâ.
De acordo com os exemplos acima fica claro distinguir o texto formal (exemplo
1) do texto informal (exemplo 2).
Observe que o primeiro exemplo segue as regras gramaticais de concordância
e pontuação.
Já o segundo, não segue as normas da língua culta, ou seja, apresenta erros
gramaticais, ortográficos e falta de pontuação.
VEJA TAMBÉM: Funções da Linguagem

Exercícios Resolvidos
1. Utilizamos a linguagem coloquial em qual situação:
a) Durante uma entrevista de emprego
b) Durante uma conversa com os amigos
c) Numa palestra para o público
d) Na sala de aula com a professora
Alternativa b) Durante uma conversa com os amigos.
A linguagem coloquial representa a linguagem informal, ou seja, aquela que
utilizamos em contextos de informalidade com familiares, amigos e vizinhos).
VER RESPOSTA

2. Transforme os discursos abaixo apresentados na linguagem informal, para a


linguagem formal:
Doeu pra caramba a injeção.
Doeu muito a injeção.
VER RESPOSTA

Fui na casa da Mariana porque tava rolando uma festa manera.


Fui até a casa de Mariana porque estava acontecendo uma festa divertida.
VER RESPOSTA

O Filipe ficô babando na Cíntia.


O Filipe ficou admirando muito a Cíntia.
VER RESPOSTA

Tem uma galera muito sem noção.


Tem muita gente (muitas pessoas) que não compreende as coisas.
VER RESPOSTA

E aê Brother, como cê tá?


Olá amigo, como você está?
O que é Gíria?
As Gírias são fenômenos linguísticos utilizados num contexto informal, sendo
muita utilizada entre os jovens.
São palavras ou frases não-convencionais segundo a norma culta, as quais
são utilizadas em algumas regiões e culturas, por determinados grupos e/ou
classes sociais. Por exemplo, no grupo da escola, do trabalho, dentre outros.
Elas são criadas no intuito de substituir termos formais da língua, ou seja, não
podem ser interpretadas de maneira literal e sim em seu sentido conotativo (ou
figurado).
Por serem criadas por determinado grupo, muitas vezes são incompreendidas
por outros. Isso determina sua importância e função social na medida que
fomenta e consolida o sentimento de identidade desses grupos.
Muitas vezes ela é inventada por um grupo marginalizado com o intuito de não
serem compreendidos por outros, por exemplo, as gírias utilizadas pelos
detentos numa prisão ou dos jovens numa favela.
Em outras palavras, as gírias são termos populares específicos que surgem em
determinados contextos sociais e que aos poucos, vai fazendo parte do
processo de comunicação entre pessoas de determinado círculo social.
Importante destacar sua utilização no contexto oral e informal, posto que
devem ser excluídas da linguagem escrita e formal, por exemplo, numa
redação. Note que as gírias podem estar relacionadas a uma época específica.
De tal modo, as gírias são geralmente termos temporários e que podem ser
excluídos da linguagem popular com o tempo, sendo substituída por outras
palavras.
Por exemplo, a palavra “broto” que antes era utilizada frequentemente para
designar um homem bonito, atualmente foi substituída pela palavra “gato”.
Quando utilizadas durante muito tempo, em razão da aceitação e utilização de
alguma sociedade, elas são incluídas nos dicionários. Com a expansão dos
meios de comunicação e da internet, muitas gírias foram criadas, por exemplo:
chatear, teclar, trolar, lol, etc.
Estrangeirismo e Neologismo
Algumas gírias podem surgir de palavras estrangeiras, por exemplo, “brother”,
que significa “irmão” em inglês, sendo utilizada por grupos para indicar um
grande amigo.
Nesse caso, trata-se de um vício de linguagem denominada de estrangeirismo.
O estrangeirismo determina o uso de palavras estrangeiras e dependendo da
sua utilização, são absorvidas pela língua e acrescidas aos dicionários, por
exemplo: show, hot-dog, mouse, dentre outros.
Além dele, os neologismos estão intimamente relacionados com as gírias, pois
significam a criação de novas palavras as quais suprem determinadas lacunas
da língua, por exemplo, “internetês”, ou seja, a linguagem da internet.
Jargão e Calão
O jargão ou gírias profissionais designa palavras ou expressões específicas
utilizadas por um grupo, sobretudo no meio profissional. Por exemplo, o jargão
dos médicos, dos engenheiros, dos cineastas, dentre outros.
Trata-se, portanto, de termos específicos e técnicos já popularizados pelos
atores sociais que compõem determinados grupos laborais. Os jargões
facilitam a comunicação entre as pessoas de um grupo profissional.
Já o calão é uma gíria popular que designa palavras ou expressões vulgares.
Ou seja, é uma forma de gíria com palavras ou expressões grosseiras. Muitas
vezes as palavras de baixo calão possuem um teor obsceno.
Exemplos de Gírias
Segue abaixo, alguns exemplos de gírias:
Palavras
 Canhão: mulher muito feia
 Cara: vocativo para amigo ou colega
 Corno: pessoa que foi traída
 Coroa: mulher mais velha
 Pelada: jogo de futebol
 Veado: homem homossexual
 Goró: bebida espirituosa
 Milianos: Muito tempo
 Firmeza: com certeza
 Pico: indicação de lugar interessante
Expressões
 Pagar mico: situação em que a pessoa sente vergonha
 Cabeça dura: pessoa muito teimosa
 Tapar o sol com a peneira: que demostra ineficiência ou negligência
 Gente fina: pessoa simpática e educada
 Sangue bom: pessoa que pode confiar
 Rei na barriga: pessoa que se acha importante
 À pampa: muito bem, legal, divertido
 Chapô o côco: ficou muito alterado com uso de drogas
 Dá a letra: contar a história, avisar alguém de algo
 Dois p: indica a rapidez

Sílaba
A - MOR

A palavra amor está dividida em grupos de fonemas pronunciados


separadamente: a - mor. A cada um desses grupos pronunciados numa só
emissão de voz dá-se o nome de sílaba. Em nossa língua, o núcleo da sílaba é
sempre uma vogal: não existe sílaba sem vogal e nunca há mais do que uma
vogal em cada sílaba. Dessa forma, para sabermos o número de sílabas de
uma palavra, devemos perceber quantas vogais tem essa palavra. Atenção: as
letras i e u (mais raramente com as letras e e o) podem representar
semivogais.

Classificação das Palavras quanto ao Número de Sílabas

1) Monossílabas: possuem apenas uma sílaba.


Exemplos: mãe, flor, lá, meu

2) Dissílabas: possuem duas sílabas.


Exemplos: ca-fé, i-ra, a-í, trans-por

3) Trissílabas: possuem três sílabas.


Exemplos: ci-ne-ma, pró-xi-mo, pers-pi-caz, O-da-ir

4) Polissílabas: possuem quatro ou mais sílabas.


Exemplos: a-ve-ni-da, li-te-ra-tu-ra, a-mi-ga-vel-men-te, o-tor-ri-no-la-
rin-go-lo-gis-ta

Divisão Silábica
Na divisão silábica das palavras, cumpre observar as seguintes normas:

a) Não se separam os ditongos e tritongos.


Exemplos: foi-ce, a-ve-ri-guou

b) Não se separam os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu.


Exemplos: cha-ve, ba-ra-lho, ba-nha, fre-guês, quei-xa

c) Não se separam os encontros consonantais que iniciam sílaba.


Exemplos: psi-có-lo-go, re-fres-co

d) Separam-se as vogais dos hiatos.


Exemplos: ca-a-tin-ga, fi-el, sa-ú-de
e) Separam-se as letras dos dígrafos rr, ss, sc, sç xc.
Exemplos: car-ro, pas-sa-re-la, des-cer, nas-ço, ex-ce-len-te

f) Separam-se os encontros consonantais das sílabas internas,


excetuando-se aqueles em que a segunda consoante é l ou r.
Exemplos: ap-to, bis-ne-to, con-vic-ção, a-brir, a-pli-car

Acentuação
Na língua portuguesa escrita, a acentuação é um dos elementos mais difíceis de
serem memorizados. Porém, ao contrário do que se pensa, os acentos em nossa
escrita não são tão complicados de serem aprendidos. A acentuação, na maioria
das vezes, é feita para indicar a tonicidade de uma palavra escrita. Embora
oralmente nós possamos nem notar, o acento faz uma grande diferença na hora
de escrever as palavras.

Tipos de acentos gráficos


Aprender quais são os acentos gráficos da língua portuguesa e quais são suas
funções é tão importante quanto aprender onde usá-los. No português, utilizamos
quatro acentos, cada um representado por um símbolo. São eles:

 Acento Agudo (´) – Sua função é simples: indicar a as vogais tônicas. O


acento agudo sempre será usado na vogal da sílaba tônica. Quando aparece
sobre o “e” e “o” também indica um timbre aberto.
 Acento Circunflexo (^) – Só é usado nas vogais “a”, “e” e “o”, e além de
indicar a vogal tônica, indica também o timbre fechado na pronúncia.
 Til (~) – Também conhecido como “tilde”, é usado nas vogais para indicar
nasalidade. Não necessariamente é usado na vogal tônica. Uma palavra pode
ter um acento til e outro agudo ou circunflexo.
 Acento Grave (`) – Mais conhecido como crase, é o acento que indica uma
fusão entre as preposições “a” e “as” com os pronomes demonstrativos “a” e
“as”, ou com a letra inicial de “aquela(s)”, “aquele(s)” e “aquilo”, além dos
artigos definidos femininos “a” e “as”.

Uso dos acentos gráficos


O uso dos acentos gráficos tônicos (agudo e circunflexo) está relacionado a alguns
fatores. São eles: sílaba tônica, terminações, pronúncia e encontros de vogais.
Além disso, os acentos podem ser usados para diferenciar palavras que têm a
mesma grafia. Veja as regras gerais abaixo:

Monossílabos

 Acentua-se os monossílabos tônicos terminados em “a”, “e” e “o”, seguidos de


“s” ou não. Exemplos: pá, cá, lá, já, gás, pé, fé, três, ré, pó, vô, dó, nós.
 Não são acentuados os monossílabos terminados em “z”, “i(s)” e
“u(s)”. Exemplos: paz, faz, dez, voz, vi, li.
 Os monossílabos átonos também não são acentuados: artigos definidos,
conjunções, preposições, pronomes oblíquos, contrações e pronome relativos.

Oxítonas

 Sâo acentuadas as oxítonas terminadas em “a(s)”, “e(s)” e “o(s)”, assim como


as monossílabas. Exemplos: café, xará, cipó, guaraná, cadê.
 Levam acentos também as oxítonas terminadas “em” e “ens”. Exemplos:
alguém, parabéns, amém.

Paroxítonas

 São acentuadas as paroxítonas terminadas em “i(s)” e “u(s)”. Exemplos: táxi,


júri, lápis, vírus, bônus.
 As palavras paroxítonas terminadas em consoantes também são
acentuadas. Exemplos: difícil, Éden, ônix, túnel, íons.
 Terminações “ã(s)” e “ão(s)” em palavras paroxítonas também levam
acentos. Exemplos: ímã, bênção, sótão.
 Paroxítonas terminadas em ditongo (seguido ou não de “s”) levam
acento. Exemplos: área, várzea, contínuo, água.

Proparoxítonas
São acentuadas todas as palavras proparoxítonas. Exemplos: tráfego, máquina,
veículo, lágrima, sólido, lógica, música.

Ditongos
Os ditongos “eu”, “ei” e “oi” com pronuncia aberta são acentuados. Exemplos: céu,
papéis, dói, réu.

Hiatos
São acentuados os hiatos onde as letras “i” e “u” estão em uma sílaba isolada e
são precedidas de vogal. Exemplos: saída, caída, viúva, saúde.

Acentos diferenciais
Algumas palavras de grafia semelhante e pronúncia diferente requerem o uso
obrigatório de acentos para que possam ser diferenciadas pelo leitor. Exemplos:
pôde (pretérito perfeito do indicativo do verbo “poder”)/ pode (verbo no presente do
indicativo do verbo “poder”), pôr (verbo)/ por (preposição), vêm (terceira pessoa do
plural do verbo “vir”)/vem (terceira pessoa do singular do verbo “vir”).

Regras de acentuação gráfica


Baseiam-se na constatação de que, em nossa língua, as palavras mais numerosas são
as paroxítonas, seguidas pelas oxítonas.

A maioria das paroxítonas termina em -a, -e, -o, -em, podendo ou não ser seguidas de
"s". Essas paroxítonas, por serem maioria, nãosão acentuadas graficamente. Já
as proparoxítonas, por serem pouco numerosas, são sempre acentuadas.

Proparoxítonas
Sílaba tônica: antepenúltima

As proparoxítonas são todas acentuadas graficamente. Exemplos:

trágico, patético, árvore

Paroxítonas
Sílaba tônica: penúltima

Acentuam-se as paroxítonas terminadas em:

l fácil

n pólen

r cadáver

ps bíceps

x tórax

us vírus

i, is júri, lápis

om, ons iândom, íons

um, uns álbum, álbuns

ã(s), ão(s) órfã, órfãs, órfão, órfãos

ditongo oral (seguido ou não de s) jóquei, túneis

Observações:

1) As paroxítonas terminadas em "n" são acentuadas (hífen), mas as que terminam


em "ens", não (hifens, jovens).

2) Não são acentuados os prefixos terminados em "i "e "r" (semi, super).

3) Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos crescentes: ea(s), oa(s), eo(s),


ua(s), ia(s), ue(s), ie(s), uo(s), io(s).
Exemplos: várzea, mágoa, óleo, régua, férias, tênue, cárie, ingênuo, início

Oxítonas
Sílaba tônica: última

Acentuam-se as oxítonas terminadas em:

a(s): sofá, sofás

e(s): jacaré, vocês

o(s): paletó, avós

em, ens: ninguém, armazéns

Crase (Regras)
Conceito: é a fusão de duas vogais da mesma natureza. No português assinalamos a crase

com o acento grave (`). Observe:

Obedecemos ao regulamento.

(a+o)

Não há crase, pois o encontro ocorreu entre duas vogais diferentes. Mas:

Obedecemos à norma.

(a+a)

Há crase pois temos a união de duas vogais iguais ( a + a = à )

Regra Geral:

Haverá crase sempre que:

I. o termo antecedente exija a preposição a;

II. o termo consequente aceite o artigo a.

Fui à cidade.

( a + a = preposição + artigo )

( substantivo feminino )

Conheço a cidade.

( verbo transitivo direto – não exige preposição )

( artigo )
( substantivo feminino )

Vou a Brasília.

( verbo que exige preposição a )

( preposição )

( palavra que não aceita artigo )

Observação:

Para saber se uma palavra aceita ou não o artigo, basta usar o seguinte artifício:

I. se pudermos empregar a combinação da antes da palavra, é sinal de

que ela aceita o artigo

II. se pudermos empregar apenas a preposição de, é sinal de que não

aceita.

Ex: Vim da Bahia. (aceita)

Vim de Brasília (não aceita)

Vim da Itália. (aceita)

Vim de Roma. (não aceita)

Nunca ocorre crase:

1) Antes de masculino.

Caminhava a passo lento.

(preposição)

2) Antes de verbo.

Estou disposto a falar.

(preposição)

3) Antes de pronomes em geral.

Eu me referi a esta menina.

(preposição e pronome demonstrativo)


Eu falei a ela.

(preposição e pronome pessoal)

4) Antes de pronomes de tratamento.

Dirijo-me a Vossa Senhoria.

(preposição)

Observações:

1. Há três pronomes de tratamento que aceitam o artigo e, obviamente, a crase: senhora,

senhoritae dona.

Dirijo-me à senhora.

2. Haverá crase antes dos pronomes que aceitarem o artigo, tais como: mesma, própria...

Eu me referi à mesma pessoa.

5) Com as expressões formadas de palavras repetidas.

Venceu de ponta a ponta.

(preposição)

Observação:

É fácil demonstrar que entre expressões desse tipo ocorre apenas a preposição:

Caminhavam passo a passo.

(preposição)

No caso, se ocorresse o artigo, deveria ser o artigo o e teríamos o seguinte: Caminhavam

passo aopasso – o que não ocorre.

6) Antes dos nomes de cidade.

Cheguei a Curitiba.

(preposição)

Observação:

Se o nome da cidade vier determinado por algum adjunto adnominal, ocorrerá a crase.
Cheguei à Curitiba dos pinheirais.

(adjunto adnominal)

7) Quando um a (sem o s de plural) vem antes de um nome plural.

Falei a pessoas estranhas.

(preposição)

Observação:

Se o mesmo a vier seguido de s haverá crase.

Falei às pessoas estranhas.

(a + as = preposição + artigo)

Sempre ocorre crase:

1) Na indicação pontual do número de horas.

Às duas horas chegamos.

(a + as)

Para comprovar que, nesse caso, ocorre preposição + artigo, basta confrontar com uma

expressão masculina correlata.

Ao meio-dia chegamos.

(a + o)

2) Com a expressão à moda de e à maneira de.

A crase ocorrerá obrigatoriamente mesmo que parte da expressão (moda de) venha implícita.

Escreve à (moda de) Alencar.

3) Nas expressões adverbiais femininas.

Expressões adverbiais femininas são aquelas que se referem a verbos, exprimindo

circunstâncias de tempo, de lugar, de modo...

Chegaram à noite.

(expressão adverbial feminina de tempo)


Caminhava às pressas.

(expressão adverbial feminina de modo)

Ando à procura de meus livros.

(expressão adverbial feminina de fim)

Observações:

No caso das expressões adverbiais femininas, muitas vezes empregamos o acento indicatório

de crase (`), sem que tenha havido a fusão de dois as. É que a tradição e o uso do idioma se

impuseram de tal sorte que, ainda quando não haja razão suficiente, empregamos o acento de

crase em tais ocasiões.

4) Uso facultativo da crase

Antes de nomes próprios de pessoas femininos e antes de pronomes possessivos femininos,

pode ou não ocorrer a crase.

Ex: Falei à Maria.

(preposição + artigo)

Falei à sua classe.

(preposição + artigo)

Falei a Maria.

(preposição sem artigo)

Falei a sua classe.

(preposição sem artigo)

Note que os nomes próprios de pessoa femininos e os pronomes possessivos femininos

aceitam ou não o artigo antes de si. Por isso mesmo é que pode ocorrer a crase ou não.

Casos especiais:
1) Crase antes de casa.

A palavra casa, no sentido de lar, residência própria da pessoa, se não vier determinada por

um adjunto adnominal não aceita o artigo, portanto não ocorre a crase.

Por outro lado, se vier determinada por um adjunto adnominal, aceita o artigo e ocorre a

crase. Ex:

Volte a casa cedo.

(preposição sem artigo)

Volte à casa dos seus pais.

(preposição sem artigo)

(adjunto adnominal)

2) Crase antes de terra.

A palavra terra, no sentido de chão firme, tomada em oposição a mar ou ar, se não vier

determinada, não aceita o artigo e não ocorre a crase. Ex:

Já chegaram a terra.

(preposição sem artigo)

Se, entretanto, vier determinada, aceita o artigo e ocorre a crase. Ex:

Já chegaram à terra dos antepassados.

(preposição + artigo)

(adjunto adnominal)

3) Crase antes dos pronomes relativos.

Antes dos pronomes relativos quem e cujo não ocorre crase. Ex:

Achei a pessoa a quem procuravas.

Compreendo a situação a cuja gravidade você se referiu.

Antes dos relativos qual ou quais ocorrerá crase se o masculino correspondente for ao qual,

aos quais. Ex:

Esta é a festa à qual me referi.

Este é o filme ao qual me referi.

Estas são as festas às quais me referi.


Estes são os filmes aos quais me referi.

4) Crase com os pronomes demonstrativos aquele (s), aquela (s), aquilo.

Sempre que o termo antecedente exigir a preposição a e vier seguido dos pronomes

demonstrativos: aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo, haverá crase. Ex:

Falei àquele amigo.

Dirijo-me àquela cidade.

Aspiro a isto e àquilo.

Fez referência àquelas situações.

5) Crase depois da preposição até.

Se a preposição até vier seguida de um nome feminino, poderá ou não ocorrer a crase. Isto

porque essa preposição pode ser empregada sozinha (até) ou em locução com a preposição a

(até a). Ex:

Chegou até à muralha.

(locução prepositiva = até a)

(artigo = a)

Chegou até a muralha.

(preposição sozinha = até)

(artigo = a)

6) Crase antes do que.

Em geral, não ocorre crase antes do que. Ex: Esta é a cena a que me referi.

Pode, entretanto, ocorrer antes do que uma crase da preposição a com o pronome

demonstrativo a(equivalente a aquela).

Para empregar corretamente a crase antes do que convém pautar-se pelo seguinte artifício:

I. se, com antecedente masculino, ocorrer ao que / aos que, com o

feminino ocorrerá crase;

Ex: Houve um palpite anterior ao que você deu.

(a+o)

Houve uma sugestão anterior à que você deu.

(a+a)
II. se, com antecedente masculino, ocorrer a que, no feminino não ocorrerá

crase.

Ex: Não gostei do filme a que você se referia.

(ocorreu a que, não tem artigo)

Não gostei da peça a que você se referia.

(ocorreu a que, não tem artigo)

Observação:

O mesmo fenômeno de crase (preposição a + pronome demonstrativo a) que ocorre antes

do que,pode ocorrer antes do de. Ex:

Meu palpite é igual ao de todos.

(a + o = preposição + pronome demonstrativo)

Minha opinião é igual à de todos.

(a + a = preposição + pronome demonstrativo)

7) há / a

Nas expressões indicativas de tempo, é preciso não confundir a grafia do a (preposição) com a

grafia do há (verbo haver).

Para evitar enganos, basta lembrar que, nas referidas expressões:

a (preposição) indica tempo futuro (a ser transcorrido);

há (verbo haver) indica tempo passado (já transcorrido). Ex:

Daqui a pouco terminaremos a aula.

Há pouco recebi o seu recado.


Encontros Vocálicos
Encontros vocálicos são encontros de vogais ou semivogais, sem consoantes
intermediárias.
Eles acontecem na mesma ou em outra sílaba e são classificados
em: ditongo, tritongo e hiato.
Ditongo
Ditongo é o encontro de vogal + semivogal ou de semivogal + vogal
(SV + V ou V + SV) que ocorre na mesma sílaba.
Exemplos:
 céu (céu)
 tranquilo (tran-qui-lo)
 boi (boi)
De acordo com a localização da vogal e da semivogal, os ditongos podem
ser: crescentesou decrescentes.
VEJA TAMBÉM: Separação de Sílabas

Ditongos Crescentes
São aqueles em que a semivogal vem antes da vogal (SV + V).
Exemplos:
 igual (i-gual)
 quota (quo-ta)
 pátria (pá-tria)
Ditongos Decrescentes
São aqueles em que a vogal vem antes da semivogal (V + SV).
Exemplos:
 meu (meu)
 herói (he-rói)
 cai (cai)
De acordo com a pronúncia, os ditongos podem ser orais ou nasais.
VEJA TAMBÉM: Vogal, Semivogal e Consoante

Ditongos Orais
O ditongo é oral quando o seu som é produzido pela boca. É o caso de ai, ia,
iu, ui, eu, éu, ue, ei, éi, ie, oi, ói, io, au, ua, ao, oa, ou, uo, oe, eo, ea.
Exemplos:
 mau (mau)
 sei (sei)
 viu (viu)
Ditongos Nasais
O ditongo é nasal quando o seu som é produzido pela boca, mas também pelo
nariz. É o caso de ão, ãe, õe, am, an, em, en, ãi, ui (ocorre apenas na palavra
"muito").
Exemplos:
 mãe (mãe)
 levem (le-vem)
 muito (mui-to)
VEJA TAMBÉM: Ditongo

Tritongo
Tritongo é o encontro de semivogal + vogal + semivogal (SV + V + SV) que
ocorre na mesma sílaba.
Exemplos:
 Uruguai (U-ru-guai)
 saguão (sa-guão)
 enxaguam (en-xa-guam)
Os tritongos podem ser orais ou nasais.
Tritongos Orais
O tritongo é oral quando é pronunciado pela boca.
Exemplos:
 Paraguai (Pa-ra-guai)
 enxaguei (en-xa-guei)
 iguais (i-guais)
Tritongos Nasais
O tritongo é nasal quando é pronunciado pela boca e pelo nariz. As consoantes
"m" e "n" podem acompanhar os tritongos. Quando isso acontecer, os tritongos
são classificados como tritongos nasais.
Exemplos:
 quão (quão)
 saguões (sa-guões)
 enxaguem (en-xa-guem)
Hiato
Hiato é o encontro de duas vogais (V + V) que ocorre em sílabas diferentes.
Exemplos:
 raiz (ra-iz)
 Saara (Sa-a-ra)
 país (pa-ís)
Atenção!
Os ditongos e os tritongos não se separam, somente os hiatos.
VEJA TAMBÉM: Hiato

Encontros Vocálicos e Consonantais


Como vimos, os encontros vocálicos representam a união de vogais ou
semivogais, sem consoantes intermediárias. Os encontros consonantais, por
sua vez, ocorrem pela união de duas ou mais consoantes, sem vogais
intermediárias.
Exemplos:
 Brasil
 cacto
 flor
 objetivo
 psicologia

Exercícios
1. Classifique os encontros vocálicos abaixo:
a) saguão
tritongo (sa-guão)
VER RESPOSTA

b) lua
hiato (lu-a)
VER RESPOSTA

c) delinquiu
tritongo (de-lin-quiu)
VER RESPOSTA

d) mau
ditongo (ma-u)
VER RESPOSTA

e) ruim
hiato (ru-im)
VER RESPOSTA

2. Separe os ditongos em crescentes e decrescentes.


a) pai
ditongo decrescente (pai: vogal "a" + semivogal "i")
VER RESPOSTA

b) linguiça
ditongo crescente (lin-gui-ça: semivogal "u" + vogal "i")
VER RESPOSTA

c) frequente
ditongo crescente (fre-quen-te: semivogal "u" + vogal "e")
VER RESPOSTA

d) moita
ditongo decrescente (moi-ta: vogal "o" + semivogal "i")
VER RESPOSTA

e) sério
ditongo crescente (sé-rio: semivogal "i" + vogal "o")
VER RESPOSTA

3. (Fasp) Indique a alternativa cuja sequência de vocábulos apresenta, na


mesma ordem, o seguinte: ditongo, hiato, hiato, ditongo:
a) jamais, Deus, luar, daí
b) joias, fluir, jesuíta, fogaréu
c) ódio, saguão, leal, poeira
d) quais, fugiu, caiu, história
Alternativa b: joi-as (ditongo), flu-ir (hiato), je-su-í-ta (hiato), fo-ga-réu (ditongo)
Quanto às alternativas restantes:
a) ja-mais (ditongo), Deus (ditongo), lu-ar (hiato), da-í hiato)
c) ó-dio (ditongo), sa-guão (tritongo), le-al (hiato), po-ei-ra (hiato, em "o-e", e
ditongo, em "ei")
d) quais (tritongo), fu-giu (ditongo), ca-iu (ditongo, em "iu", e hiato, em "a-i"),
his-tó-ria(ditongo)
VER RESPOSTA

Dígrafo
Dígrafo é o encontro de duas letras que representam um único fonema. Também
chamado de digrama, há dois tipos de
dígrafos: dígrafo consonantal e dígrafo vocálico.
Lembre-se! Dígrafo vem de di, que é o mesmo que dois e grafo, que é o mesmo que
escrever. Assim, escreve-se duas letras, mas o som é apenas de uma.
Dígrafo Consonantal
Encontro de duas letras que representam um fonema consonantal. Os principais são: ch,
lh, nh, rr, ss, sc, sç, xc, gu e qu.
Exemplos:
 chave, chefe
 olho, ilha
 unha, dinheiro
 arranhar, arrumação
 ossos, assadeira
 descer, crescer
 desço, cresça
 exceder, excelência
 gueixa, guirlanda
 queijo, quilômetro
É importante frisar que gu e qu são dígrafos se seguidos de e ou i. Se todavia, o u for
pronunciado deixa de ser dígrafo. Em aguentar e linguiça, por exemplo, tal como em
guaraná, o u é pronunciado.
Dígrafos e Encontros Consonantais
Dígrafo e Encontro Consonantal são encontros de letras, mas como vimos, no dígrafo
essas letras são pronunciadas uma única vez, ao contrário do encontro consonantal. Essa
é a diferença!
Exemplos de Encontros Consonantais:
brinde, claridade, flor, sopro, refrão.
Dígrafo Vocálico
Encontro de uma vogal seguida das letras m ou n, que resulta num fonema vocálico.
Eles são: am, an; em, en; im, in; om, on e um, un.
Vale lembrar que nessa situação, as letras m e n não são consoantes; elas servem para
nasalizar as vogais.
Exemplos:
 amplo, anta
 temperatura, semente
 empecilho, tinta
 ombro, conto
 umbanda, fundo

Exercícios
1) Em quais palavras há ocorrência de dígrafo?
a) quiabo
b) escola
c) igual
d) guisado
e) chuvisquinho
f) chuvisco
quiabo, guisado, chuvisquinho, chuvisco
VER RESPOSTA

Ortografia
A ortografia se caracteriza por estabelecer padrões para a forma escrita das
palavras. Essa escrita está relacionada tanto a critérios etimológicos (ligados à
origem das palavras) quanto fonológicos (ligados aos fonemas representados).
É importante compreender que a ortografia é fruto de uma convenção. A forma
de grafar as palavras é produto de acordos ortográficos que envolvem os
diversos países em que a língua portuguesa é oficial. A melhor maneira de
treinar a ortografia é ler, escrever e consultar o dicionário sempre que houver
dúvida.

O Alfabeto
O alfabeto da língua portuguesa é formado por 26 letras. Cada letra apresenta
uma forma minúscula e outra maiúscula. Veja:

a A (á) j J (jota) s S (esse)

b B (bê) k K (cá) t T (tê)

c C (cê) l L (ele) u U (u)


d D (dê) m M (eme) v V (vê)

e E (é) n N (ene) w W (dáblio)

f F (efe) o O (ó) x X (xis)

g G (gê ou guê) p P (pê) y Y (ípsilon)

h H (agá) q Q (quê) z Z (zê)

i I (i) r R (erre)

Observação: emprega-se também o ç, que representa o fonema /s/ diante das


letras: a, o, e u em determinadas palavras.

Emprego das letras K, W e Y

Utilizam-se nos seguintes casos:

a) Em antropônimos originários de outras línguas e seus derivados.

Exemplos: Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Taylor, taylorista.

b) Em topônimos originários de outras línguas e seus derivados.

Exemplos: Kuwait, kuwaitiano.

c) Em siglas, símbolos, e mesmo em palavras adotadas como unidades de


medida de curso internacional.

Exemplos: K (Potássio), W (West), kg (quilograma), km (quilômetro), Watt.

Emprego de X e Ch
Emprega-se o X:

1) Após um ditongo.

Exemplos: caixa, frouxo, peixe

Exceção: recauchutar e seus derivados

2) Após a sílaba inicial "en".

Exemplos: enxame, enxada, enxaqueca

Exceção: palavras iniciadas por "ch" que recebem o prefixo "en-"

Exemplos: encharcar (de charco), enchiqueirar (de chiqueiro),


encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher...)
3) Após a sílaba inicial "me-".

Exemplos: mexer, mexerica, mexicano, mexilhão

Exceção: mecha

4) Em vocábulos de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas


aportuguesadas.

Exemplos: abacaxi, xavante, orixá, xará, xerife, xampu

5) Nas seguintes palavras:

bexiga, bruxa, coaxar, faxina, graxa, lagartixa, lixa, lixo, puxar, rixa,
oxalá, praxe, roxo, vexame, xadrez, xarope, xaxim, xícara, xale, xingar,
etc.

Emprega-se o dígrafo Ch:

1) Nos seguintes vocábulos:

bochecha, bucha,
cachimbo, chalé, charque, chimarrão, chuchu, chute, cochilo,
debochar, fachada, fantoche, ficha, flecha, mochila, pechincha,
salsicha, tchau, etc.

Próximo: Emprego das letras G e J

Sinais de Pontuação
Sinais de Pontuação são sinais gráficos que contribuem para a coerência e a coesão de
textos, bem como têm a função de desempenhar questões de ordem estílica.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de
exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as reticências (...), as aspas (“”), os
parênteses ( ( ) ) e o travessão (—).
Como usar e exemplos
Ponto (.)
O ponto, ou ponto final, é utilizado para terminar a ideia ou discurso e indicar o
final de um período. O ponto é, ainda, utilizado nas abreviações.
Exemplos:
 Acordei e logo pensei nela e na discussão que tivemos. Depois, saí para trabalhar e
resolvi ligar e pedir perdão.
 O filme recebeu várias indicações para o óscar.
 Esse acontecimento remonta ao ano 300 a.C., segundo afirmam os nossos
historiadores.
 Sr. João, lamentamos informar que o seu voo foi cancelado.
Vírgula (,)
A vírgula indica uma pausa no discurso. Sua utilização é tão importante que
pode mudar o significado quando não utilizada ou utilizada de modo incorreto.
A vírgula também serve para separar termos com a mesma função sintática,
bem como para separar o aposto e o vocativo.
Exemplos:
 Vou precisar de farinha, ovos, leite e açúcar.
 Rose Maria, apresentadora do programa da manhã, falou sobre as receitas
vegetarianas. (aposto)
 Desta maneira, Maria, não posso mais acreditar em você. (vocativo)
Ponto e Vírgula (;)
O ponto e vírgula serve para separar várias orações dentro de uma mesma
frase e para separar uma relação de elementos.
É um sinal que muitas vezes gera confusão nos leitores, já que ora representa
uma pausa mais longa que a vírgula e ora mais breve que o ponto.
Exemplos:
 Os empregados, que ganham pouco, reclamam; os patrões, que não lucram,
reclamam igualmente.
 Joaquim celebrou seu aniversário na praia; não gosta do frio e nem das montanhas.
 Os conteúdos da prova são: Geografia; História; Português.
Dois Pontos (:)
Esse sinal gráfico é utilizado antes de uma explicação, para introduzir uma fala
ou para iniciar uma enumeração.
Exemplos:
 Na matemática as quatro operações essenciais são: adição, subtração, multiplicação e
divisão.
 Joana explicou: — Não devemos pisar na grama do parque.
Ponto de Exclamação (!)
O ponto de exclamação é utilizado para exclamar. Assim, é colocado em frases
que denotam sentimentos como surpresa, desejo, susto, ordem, entusiasmo,
espanto.
Exemplos:
 Que horror!
 Ganhei!
Ponto de Interrogação (?)
O ponto de interrogação é utilizado para interrogar, perguntar. Utiliza-se no final
das frases diretas ou indiretas-livre.
Exemplos:
 Quer ir ao cinema comigo?
 Será que eles prefere jornais ou revistas?
Reticências (...)
As reticências servem para suprimir palavras, textos ou até mesmo indicar que
o sentido vai muito mais além do que está expresso na frase.
Exemplos:
 Ana gosta de comprar sapatos, bolsas, calças…
 Não sei… Preciso pensar no assunto.
Aspas (" ")
É utilizado para enfatizar palavras ou expressões, bem como é usada para
delimitar citações de obras.
Exemplos:
 Satisfeito com o resultado do vestibular, se sentia o “bom”.
 Brás Cubas dedica suas memórias a um verme: "Ao verme que primeiro roeu as frias
carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas."
Parênteses ( ( ) )
Os parênteses são utilizados para isolar explicações ou acrescentar informação
acessória.
Exemplos:
 O funcionário (o mais mal-humorado que já vi) fez a troca dos artigos.
 Cheguei à casa cansada, jantei (um sanduíche e um suco) e adormeci no sofá.
Travessão (—)
O Travessão é utilizado no início de frases diretas para indicar os diálogos do
texto bem como para substituir os parênteses ou dupla vírgula.
Exemplos:
 Muito descontrolada, Paula gritou com o marido: — Por favor, não faça isso agora pois
teremos problemas mais tarde.
 Maria - funcionária da prefeitura - aconselhou-me que fizesse assim.
Agora que você já conhece os sinais e as regras de pontuação, conheça
também a Acentuação Gráfica.
Exercícios
Exercício 1
O texto abaixo precisa de pontuação. Pontue-o adequadamente.
Acordei às oito e pouco da manhã atrasada como sempre e peguei o ônibus
com as minhas amigas Ana Maria e Bia e fomos para a escola
A Ana que gosta de ir à janela pediu para a Maria trocar de lugar com ela a
Maria que estava cheia de calor disse que preferia ficar onde estava ambas
ficaram chateadas logo cedo
Li um cartaz que anunciava Feira de Livros Usados Vamos Mas ninguém me
deu resposta, nem sequer a Bia Que começo de dia
Na escola aulas apresentações de trabalhos Sim, não lembrava que a
professora devolveria as provas corrigidas
Ninguém sai da sala até que eu termine de dizer o resultado de todos
Quando chegou a minha vez
Estou decepcionada
E entregando o meu teste completou Teve o melhor resultado da turma
Acordei às oito e pouco da manhã (atrasada como sempre) e peguei o ônibus
com as minhas amigas: Ana, Maria e Bia e fomos para a escola.
A Ana - que gosta de ir à janela - pediu para a Maria trocar de lugar com ela, a
Maria - que estava cheia de calor - disse que preferia ficar onde estava; ambas
ficaram chateadas logo cedo.
Li um cartaz que anunciava: Feira de Livros Usados. Vamos? Mas ninguém me
deu resposta, nem sequer a Bia. Que começo de dia!
Na escola aulas, apresentações de trabalhos... Sim, não lembrava que a
professora devolveria as provas corrigidas.
— Ninguém sai da sala até que eu termine de dizer o resultado de todos.
Quando chegou a minha vez:
— Estou decepcionada.
E entregando o meu teste completou: — Teve o melhor resultado da turma.
VER RESPOSTA

Exercício 2
Nas frases abaixo há um sinal de pontuação incorreto. Indique.
a) Vou comprar agora mesmo: protetor solar; água e fruta.
b) Preciso saber se você vai almoçar antes de sair?
c) Que susto
d) Maria, você vem com a gente amanhã!
e) Como dizia a minha avó: mais vale um pássaro na mão do que dois voando.
a) Vou comprar agora mesmo: protetor solar; água e fruta.
b) Preciso saber se você vai almoçar antes de sair.
c) Que susto!
d) Maria, você vem com a gente amanhã?
e) Como dizia a minha avó "mais vale um pássaro na mão do que dois
voando".
VER RESPOSTA

Classes gramaticais: as 10 classes de palavras


Segundo um estudo morfológico da língua portuguesa, as palavras podem ser
analisadas e catalogadas em dez classes de palavras ou classes
gramaticais distintas, sendo elas: substantivo, artigo, adjetivo, pronome,
numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição.

Substantivo

Substantivos são palavras que nomeiam seres, lugares, qualidades, sentimentos,


noções, entre outros. Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino),
número (singular e plural) e grau (diminutivo, normal, aumentativo). Exercem
sempre a função de núcleo das funções sintáticas onde estão inseridos (sujeito,
objeto direto, objeto indireto e agente da passiva).

Substantivos simples

 casa;
 amor;
 roupa;
 livro;
 felicidade.

Substantivos compostos

 passatempo;
 arco-íris;
 beija-flor;
 segunda-feira;
 malmequer.

Substantivos primitivos

 folha;
 chuva;
 algodão;
 pedra;
 quilo.

Substantivos derivados

 território;
 chuvada;
 jardinagem;
 açucareiro;
 livraria.

Substantivos próprios

 Flávia;
 Brasil;
 Carnaval;
 Nilo;
 Serra da Mantiqueira.

Substantivos comuns
 mãe;
 computador;
 papagaio;
 uva;
 planeta.

Substantivos coletivos

 rebanho;
 cardume;
 pomar;
 arquipélago;
 constelação.

Substantivos concretos

 mesa;
 cachorro;
 samambaia;
 chuva;
 Felipe.

Substantivos abstratos

 beleza;
 pobreza;
 crescimento;
 amor;
 calor.

Substantivos comuns de dois gêneros

 o estudante / a estudante;
 o jovem / a jovem;
 o artista / a artista.

Substantivos sobrecomuns
 a vítima;
 a pessoa;
 a criança;
 o gênio;
 o indivíduo.

Substantivos epicenos

 a formiga;
 o crocodilo;
 a mosca;
 a baleia;
 o besouro.

Substantivos de dois números


 o lápis / os lápis;
 o tórax / os tórax;
 a práxis / as práxis.

Artigo

Artigos são palavras que antecedem os substantivos, determinando a definição


ou a indefinição dos mesmos. Sendo flexionados em gênero (masculino e
feminino) e número (singular e plural), indicam também o gênero e o número
dos substantivos que determinam.

Artigos definidos
 o;
 a;
 os;
 as.

Artigos indefinidos

 um;
 uma;
 uns;
 umas.

Adjetivo

Adjetivos são palavras que caracterizam um substantivo, conferindo-lhe uma


qualidade, característica, aspecto ou estado. Podem ser flexionados em gênero
(masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (normal,
comparativo, superlativo).

Adjetivos simples

 vermelha;
 lindo;
 zangada;
 branco.

Adjetivos compostos

 verde-escuro;
 amarelo-canário;
 franco-brasileiro;
 mal-educado.

Adjetivo primitivo

 feliz;
 bom;
 azul;
 triste;
 grande.

Adjetivo derivado
 magrelo;
 avermelhado;
 apaixonado.

Adjetivos biformes

 bonito;
 alta;
 rápido;
 amarelas;
 simpática.

Adjetivos uniformes

 competente;
 fácil;
 verdes;
 veloz;
 comum.

Adjetivos pátrios

 paulista;
 cearense;
 brasileiro;
 italiano;
 romeno.

Pronome

Pronomes são palavras que substituem o substantivo numa frase (pronomes


substantivos) ou que acompanham, determinam e modificam os substantivos,
atribuindo particularidades e características aos mesmos (pronomes adjetivos).
Podem ser flexionados em gênero (masculino e feminino), número (singular e
plural) e pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa do discurso).

Pronomes pessoais retos


 eu;
 tu;
 ele;
 nós;
 vós;
 eles.

Pronomes pessoais oblíquos

 me;
 mim;
 comigo;
 o;
 a;
 se;
 conosco;
 vos.
Pronomes pessoais de tratamento

 você;
 senhor;
 Vossa Excelência;
 Vossa Eminência.

Pronomes possessivos

 meu;
 tua;
 seus;
 nossas;
 vosso;
 sua.

Pronomes demonstrativos

 este;
 essa;
 aquilo;
 o;
 a;
 tal.

Pronomes interrogativos

 que;
 quem;
 qual;
 quanto.

Pronomes relativos

 que;
 quem;
 onde;
 a qual;
 cujo;
 quantas.

Pronomes indefinidos
 algum;
 nenhuma;
 todos;
 muitas;
 nada;
 algo.

Numeral

Numerais são palavras que indicam quantidades de pessoas ou coisas, bem


como a ordenação de elementos numa série. Alguns numerais podem ser
flexionados em gênero (masculino e feminino) e número (singular e plural),
outros são invariáveis.

Numerais cardinais

 um;
 sete;
 vinte e oito;
 cento e noventa;
 mil.

Numerais ordinais
 primeiro;
 vigésimo segundo;
 nonagésimo;
 milésimo.

Numerais multiplicativo

 duplo;
 triplo;
 quádruplo;
 quíntuplo.

Numerais fracionários

 um meio;
 um terço;
 três décimos.

Numerais coletivos
 dúzia;
 cento;
 dezena;
 quinzena.

Verbo

Verbos são palavras que indicam, principalmente, uma ação. Podem indicar
também uma ocorrência, um estado ou um fenômeno. Podem ser flexionados
em número (singular e plural), pessoa (1.ª, 2.ª ou 3.ª pessoa do discurso), modo
(indicativo, subjuntivo e imperativo), tempo (passado, presente e futuro),
aspecto (incoativo, cursivo e conclusivo) e voz (ativa, passiva e reflexiva).

Verbos regulares

 cantar;
 amar;
 vender;
 prender;
 partir;
 abrir.
Verbos irregulares

 medir;
 fazer;
 ouvir;
 haver;
 poder;
 crer.

Verbos anômalos

 ser;
 ir.

Verbos principais

 comer;
 dançar;
 saltar;
 escorregar;
 sorrir;
 rir.

Verbos auxiliares

 ser;
 estar;
 ter;
 haver;
 ir.

Verbos de ligação

 ser;
 estar;
 parecer;
 ficar;
 tornar-se;
 continuar;
 andar;
 permanecer.

Verbos defectivos

 falir;
 banir;
 reaver;
 colorir;
 demolir;
 adequar.

Verbos impessoais

 haver;
 fazer;
 chover;
 nevar;
 ventar;
 anoitecer;
 escurecer.

Verbos unipessoais

 latir;
 miar;
 cacarejar;
 mugir;
 convir;
 custar;
 acontecer.

Verbos abundantes

 aceitado / aceito;
 ganhado / ganho;
 pagado / pago.

Verbos pronominais essenciais

 arrepender-se;
 suicidar-se;
 zangar-se;
 queixar-se;
 abster-se;
 dignar-se.

Verbos pronominais acidentais

 pentear / pentear-se;
 sentar / sentar-se;
 enganar / enganar-se
 debater / debater-se.

Advérbio

Advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um advérbio,


indicando uma circunstância (tempo, lugar, modo, intensidade,…). São
invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número. Contudo, alguns
advérbios podem ser flexionados em grau.

Advérbio de lugar

 aqui;
 ali;
 atrás;
 longe;
 perto;
 embaixo.

Advérbio de tempo
 hoje;
 amanhã;
 nunca;
 cedo;
 tarde;
 antes.

Advérbio de modo

 bem;
 mal;
 rapidamente;
 devagar;
 calmamente;
 pior.

Advérbio de afirmação

 sim;
 certamente;
 certo;
 decididamente.

Advérbio de negação

 não;
 nunca;
 jamais;
 nem;
 tampouco.

Advérbio de dúvida

 talvez;
 quiçá;
 possivelmente;
 provavelmente;
 porventura.

Advérbio de intensidade

 muito;
 pouco;
 tão;
 bastante;
 menos;
 quanto.

Advérbio de exclusão
 salvo;
 senão;
 somente;
 só;
 unicamente;
 apenas.
Advérbio de inclusão

 inclusivamente;
 também;
 mesmo;
 ainda.

Advérbio de ordem

 primeiramente;
 ultimamente;
 depois.

Preposição

Preposições são palavras que estabelecem conexões com vários sentidos entre
dois termos da oração. Através de preposições, o segundo termo (termo
consequente) explica o sentido do primeiro termo (termo antecedente). São
invariáveis, não sendo flexionadas em gênero e número.

Preposições simples essenciais

 a;
 após;
 até;
 com;
 de;
 em;
 entre;
 para;
 sobre.

Preposições simples acidentais


 como;
 conforme;
 consoante;
 durante;
 exceto;
 fora;
 mediante;
 salvo;
 segundo;
 senão.

Preposições compostas ou locuções prepositivas

 acima de;
 a fim de;
 apesar de;
 através de;
 de acordo com;
 depois de;
 em vez de;
 graças a;
 perto de;
 por causa de.

Conjunção

Conjunções são palavras utilizadas como elementos de ligação entre duas


orações ou entre termos de uma mesma oração, estabelecendo relações de
coordenação ou de subordinação. São invariáveis, não sendo flexionadas em
gênero e número.

Conjunções coordenativas aditivas


 e;
 nem;
 também;
 bem como;
 não só...mas também.

Conjunções coordenativas adversativas

 mas;
 porém;
 contudo;
 todavia;
 entretanto;
 no entanto;
 não obstante.

Conjunções coordenativas alternativas

 ou;
 ou...ou;
 já…já;
 ora...ora;
 quer...quer;
 seja...seja.

Conjunções coordenativas conclusivas

 logo;
 pois;
 portanto;
 assim;
 por isso;
 por consequência;
 por conseguinte.

Conjunções coordenativas explicativas

 que;
 porque;
 porquanto;
 pois;
 isto é.

Conjunções subordinativas integrantes


 que;
 se.

Conjunções subordinativas adverbiais causais

 porque;
 que;
 porquanto;
 visto que;
 uma vez que;
 já que;
 pois que;
 como.

Conjunções subordinativas adverbiais concessivas

 embora;
 conquanto;
 ainda que;
 mesmo que;
 se bem que;
 posto que.

Conjunções subordinativas adverbiais condicionais

 se;
 caso;
 desde;
 salvo se;
 desde que;
 exceto se;
 contando que.

Conjunções subordinativas adverbiais conformativas

 conforme;
 como;
 consoante;
 segundo.

Conjunções subordinativas adverbiais finais

 a fim de que;
 para que;
 que.

Conjunções subordinativas adverbiais proporcionais

 à proporção que;
 à medida que;
 ao passo que;
 quanto mais… mais,…

Conjunções subordinativas adverbiais temporais


 quando;
 enquanto;
 agora que;
 logo que;
 desde que;
 assim que;
 tanto que;
 apenas.

Conjunções subordinativas adverbiais comparativas

 como;
 assim como;
 tal;
 qual;
 tanto como.

Conjunções subordinativas adverbiais consecutivas

 que;
 tanto que;
 tão que;
 tal que;
 tamanho que;
 de forma que;
 de modo que;
 de sorte que;
 de tal forma que.

Interjeição

Interjeições são palavras que exprimem emoções, sensações, estados de espírito.


São invariáveis e seu significado fica dependente da forma como as mesmas são
pronunciadas pelos interlocutores.

Interjeições de alegria
 Oh!;
 Ah!;
 Oba!;
 Viva!;
 Opa!.

Interjeições de estímulo

 Vamos!;
 Força!;
 Coragem!;
 Ânimo!;
 Adiante!.

Interjeições de aprovação

 Apoiado!;
 Boa!;
 Bravo!.
Interjeições de desejo

 Oh!;
 Tomara!;
 Oxalá!.

Interjeições de dor

 Ai!;
 Ui!;
 Ah!;
 Oh!.

Interjeições de surpresa

 Nossa!;
 Cruz!;
 Caramba!;
 Opa!;
 Virgem!;
 Vixe!.

Interjeições de impaciência

 Diabo!;
 Puxa!;
 Pô!;
 Raios!;
 Ora!.

Interjeições de silêncio

 Psiu!;
 Silêncio!.

Interjeições de alívio
 Uf!;
 Ufa!;
 Ah!.

Interjeições de medo
 Credo!;
 Cruzes!;
 Uh!;
 Ui!.

Interjeições de advertência

 Cuidado!;
 Atenção!;
 Olha!;
 Alerta!;
 Sentido!.
Interjeições de concordância

 Claro!;
 Tá!;
 Hã-hã!.

Interjeições de desaprovação

 Credo!;
 Francamente!;
 Xi!;
 Chega!;
 Basta!;
 Ora!.

Interjeições de incredulidade

 Hum!;
 Epa!;
 Ora!;
 Qual!.

Interjeições de socorro

 Socorro!;
 Aqui!;
 Piedade!;
 Ajuda!.

Interjeições de cumprimentos

 Olá!;
 Alô!;
 Ei!;
 Tchau!;
 Adeus!.

Interjeições de afastamento

 Rua!;
 Xô!;
 Fora!;
 Passa!.

Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivoou outro advérbio.
São flexionados em grau (comparativo e superlativo) e divididos em: advérbios de
modo, intensidade, lugar, tempo, negação, afirmação, dúvida.
Classificação dos Advérbios
De acordo com a circunstância que os advérbios exprimem nas frases, eles
podem ser:
Advérbio de Modo
Bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, devagar, acinte, debalde e
grande parte das palavrasque terminam em "-mente": cuidadosamente,
calmamente, tristemente, dentre outros.
Exemplos:
 Fui bem na prova.
 Estava andando depressa por causa da chuva.
Advérbio de Intensidade
Muito, demais, pouco, tão, quão, demasiado, bastante, imenso, demais, mais,
menos, quanto, quase, tanto, assaz, tudo, nada, todo.
Exemplos:
 Comeu demasiado naquele almoço.
 Ela gosta bastante dele.
Advérbio de Lugar
Aí, aqui, acolá, cá, lá, ali, adiante, abaixo, embaixo, acima, adentro, dentro,
afora, fora, defronte, atrás, detrás , atrás, além, aquém, antes, algures,
nenhures, alhures, aonde, longe, perto.
Exemplos:
 Minha casa é ali.
 O livro está embaixo da mesa.
Advérbio de Tempo
Hoje, já, afinal, logo, agora, amanhã, amiúde, antes, ontem, tarde, breve, cedo,
depois, enfim, entrementes, ainda, jamais, nunca, sempre, doravante, outrora,
primeiramente, imediatamente, antigamente, provisoriamente, sucessivamente,
constantemente.
Exemplos:
 Ontem estivemos numa reunião de trabalho.
 Sempre estamos juntos.
Advérbio de Negação
Não, nem, tampouco, nunca, jamais.
Exemplos:
 Jamais reatarei meu namoro com ele.
 Não saiu de casa naquela tarde.
Advérbio de Afirmação
Sim, deveras, indubitavelmente, decididamente, certamente, realmente,
decerto, certo, efetivamente.
Exemplos:
 Certamente passearemos nesse domingo.
 Ele gostou deveras do presente de aniversário.
Advérbio de Dúvida
Possivelmente, provavelmente, acaso, porventura, quiçá, será, talvez,
casualmente.
Exemplos:
 Provavelmente irei ao banco.
 Quiçá chova hoje.
Veja também as Classificação dos Advérbios.
Flexão dos Advérbios
Os advérbios são consideradas palavras invariáveis pois não sofrem flexão
de número (singular e plural) e gênero (masculino, feminino); porém, são
flexionadas nos graus comparativo e superlativo.
Grau Comparativo
No Grau Comparativo, o advérbio pode caracterizar relações de igualdade,
inferioridade ou superioridade.
1. Igualdade: formado por "tão + advérbio + quanto" (como), por exemplo: Joaquim é tão
baixo quanto Pedro.
2. Inferioridade: formado por "menos + advérbio + que" (do que), por exemplo: Joana
é menos alta que Sílvia.
3. Superioridade:
 analítico: formado por "mais + advérbio + que" (do que), por exemplo: Ana é mais
alta que Carolina.
 sintético: formado por "melhor ou pior que" (do que), por exemplo: Paula tirou
notamelhor que Júlia na prova.
Grau Superlativo
No Grau Superlativo, o advérbio pode ser:
1. Analítico: quando acompanhado de outro advérbio, por exemplo: Isabel fala muito
baixo.
2. Sintético: quando é formado por sufixos, por exemplo: Isabel fala baixíssimo.
Curiosidades
 Há também os advérbios que exprimem exclusão (só, somente, salvo, exclusivamente,
apenas), inclusão (também, inclusivamente, ainda, mesmo, até) e ordem (ultimamente,
depois, primeiramente).
 Os Advérbios Interrogativos são utilizados nas interrogações diretas e indiretas
relacionados com as circunstâncias de modo, tempo, lugar e causa. São eles: quando,
como, onde, aonde, donde e por que.
 As locuções adverbiais são duas ou mais palavras que exercem a função de advérbio,
por exemplo, às pressas, passo a passo, de longe, hoje em dia, de vez em quando,
dentre outras.
Tipos de frases
Os tipos de frases são cinco: exclamativas, declarativas, imperativas,
interrogativas e optativas.
A intencionalidade do discurso é manifestada através dos diferentes tipos de
frases. Para tanto, os sinais de pontuação que as acompanham auxiliam para
expressar o sentido de cada uma delas.
Frases exclamativas
As frases exclamativas são empregadas quando o emissor quer manifestar
emoção. São sinalizadas com ponto de exclamação:
 Puxa!
 Que sorvete gostoso!
 Até que enfim!
Frases declarativas
As frases declarativas representam a constatação de um fato pelo emissor.
Levam ponto final e podem ser afirmativas ou negativas.
Declarativas afirmativas:
 O documento foi enviado ontem.
 Gosto de comida apimentada.
 As matrículas começam hoje.
Declarativas negativas:
 O documento não foi enviado ontem.
 Não gosto de comida apimentada.
 As matrículas não começam hoje.
Frases imperativas
As frases imperativas são utilizadas para emissão de ordens, conselhos e
pedidos. Levam ponto final ou ponto de exclamação e também podem ser
afirmativas ou negativas.
Imperativas afirmativas:
 Desista!
 Vá por ali.
 Siga-me!
Imperativas negativas:
 Não desista!
 Não vá por ali.
 Não me siga!
Frases interrogativas
As frases interrogativas ocorrem quando o emissor faz uma pergunta na
mensagem. Podem ser diretas ou indiretas.
As interrogativas diretas devem ser sinalizadas com ponto de interrogação,
enquanto as interrogativas indiretas levam ponto final.
Interrogativas diretas:
 Aceita um café?
 Escreveu o discurso?
 O prazo terminou?
Interrogativas indiretas:
 Gostaria de saber se deseja um café.
 Quero saber se o discurso está feito.
 Precisava saber se o prazo terminou.
Frases optativas
As frases optativas expressam um desejo e são sinalizadas com ponto de exclamação:
 Que Deus te abençoe!
 Espero que dê tudo certo!
 Muita sorte para a nova etapa!

Período simples e composto


Período é a frase organizada com uma ou mais orações e orações é a frase que se divide
em sujeito e predicado, que são os termos principais ou essenciais da oração.

De maneira resumida, o sujeito é o termo que representa o ser sobre o qual se faz
referência e o predicado, é o termo que contém o verbo e representa aquilo que se diz do
sujeito.

O período da oração pode ser classificado em simples e composto:

Período Simples
É aquele formado por apenas uma oração. Exemplos:

A chuva forte derrubava todas as árvores da rua.

O dia está maravilhoso!

Fabiana acordou seu irmão cedo para seu aniversário.

Letícia passou no vestibular.

Período Composto
É aquele formado por duas ou mais orações. Exemplos:

Não imaginei que fosse demorar tanto assim para te ver.

Conversamos com calma, quando eu voltar.


Carina levantou e foi direto para a televisão.

Preciso que me empreste sua blusa.

O período composto, também, é classificado em:

Período composto por coordenação


Quando as orações são independentes, cada uma delas têm sentido completo e são
formadas por orações coordenadas. Exemplos:

Alice veio, gostou e ficou para sempre.

Perto dela tem metrô, mas só anda de carro.

Ele não veio nem telefonou.

Período composto por subordinação


Quando uma das orações depende da outra, elas se relacionam e, sem uma delas, o
sentido fica incompleto. O Período Composto por Subordinação pode ter o valor
de sujeito, complemento nominal, adjunto adverbial, adjunto adnominal; dentro da
estrutura da oração principal. Exemplos:

Sofia, que é a melhor aluna de Português, não conseguiu atingir um bom resultado na
prova.

Diego não pôde esperar, porque estava atrasado para o curso.

Embora ela fosse teimosa, continuou ouvindo os conselhos dos mais velhos.

O período termina sempre por uma pausa, que se marca na escrita com ponto, ponto de
interrogação, reticências ou dois pontos. É importante saber que a oração que forma o
período simples é denominada de oração absoluta, já que ela é única. Além disso, todo o
período simples ou oração absoluta corresponde a uma frase.

Termos Essenciais da Oração


Os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado. É em torno
desses dois elementos que as orações são estruturadas.
O elemento a quem se declara algo é denominado sujeito. Na estrutura da
oração, o sujeito é o elemento que estabelece a concordância com o verbo. Por
sua vez, o predicado é tudo aquilo que se diz sobre o sujeito.
Para fixar!
Sujeito = o ser sobre o qual se declara alguma coisa.
Predicado = o que se declara sobre o sujeito.
Na oração, sujeito e predicado funcionam assim:
Exemplo 1:
 As ruas são intransitáveis.
 Sujeito: as ruas
 Verbo: são
 Predicado: são intransitáveis (este é um predicado nominal e abaixo você vai
entender o porquê!)
Exemplo 2:
 Os alunos chegaram atrasados novamente.
 Sujeito: os alunos
 Verbo: chegaram
 Predicado: chegaram atrasados novamente
Sujeito
Núcleo do sujeito
Núcleo do sujeito é a palavra com carga mais significativa em torno do sujeito. Quando
o sujeito é formado por mais de uma palavra, há sempre uma com maior importância
semântica.
Exemplo:
 O garoto logo percebeu a festa que o esperava.
 Sujeito: O garoto
 Núcleo do sujeito: garoto
 Predicado: logo percebeu a festa que o esperava
O núcleo do sujeito pode ser expresso por substantivo, pronome substantivo, numeral
substantivo ou qualquer palavra substantivada.
Exemplo de substantivo:
A casa foi fechada para reforma.
Sujeito: A casa
Núcleo do sujeito: casa
Predicado: foi fechada para reforma.
Exemplo de pronome substantivo:
Eles não gostam de carne vermelha.
Sujeito: Eles
Núcleo do sujeito: Eles
Predicado: não gostam de carne vermelha.
Exemplo de numeral substantivo:
Três excede.
Sujeito: Três
Núcleo do sujeito: Três
Predicado: excede.
Exemplo de palavra substantivada:
Um oi foi expresso rapidamente.
Sujeito: Um oi
Núcleo do sujeito: oi
Predicado: foi expresso rapidamente.
Tipos de sujeito
O sujeito pode ser determinado (simples, composto,
oculto), indeterminado ou inexistente.
Sujeito simples
Quando possui um só núcleo. Ocorre quando o verbo se refere a um só substantivo ou
um só pronome, ou um só numeral, ou a uma só palavra substantivada.
Exemplo:
O desenho em nanquim será sempre uma expressão admirada.
Sujeito: O desenho em nanquim
Núcleo: desenho
Predicado: será sempre uma expressão admirada.
Sujeito composto
Com mais de um núcleo. As orações com sujeito composto são compostas por mais de
um pronome, mais de um numeral, mais de uma palavra ou expressão substantivada ou
mais de uma oração substantivada.
Exemplo:
Cristina, Marina e Bianca fazem balé no Teatro Municipal.
Sujeito: Cristina, Marina e Bianca
Núcleo: Cristina, Marina, Bianca
Predicado: fazem balé no Teatro Municipal.
Sujeito oculto
Ocorre quando o sujeito não está materialmente expresso na oração, mas pode ser
identificado pela desinência verbal ou pelo período contíguo.
Também é chamado de sujeito elíptico, desinencial ou implícito.
Exemplo:
Estávamos à espera do ônibus.
Sujeito oculto: nós
Desinência verbal: estávamos
Sujeito indeterminado
O sujeito indeterminado ocorre quando não se refere a um elemento identificado de
maneira clara. É observado em três casos:
 quando o verbo está na 3ª pessoa do plural, sem que o contexto permita identificar o sujeito;
 quando um verbo está na 3.ª pessoa do singular acompanhado do pronome (se);
 quando o verbo está no infinitivo pessoal.
Sujeito inexistente
A oração sem sujeito ocorre quando a informação veiculada pelo predicado está
centrada em um verbo impessoal. Por isso, não há relação entre sujeito e verbo.
Exemplo:
Choveu muito em Manaus.
Predicado: Choveu muito em Manaus
Predicado
O predicado pode ser verbal, nominal ou verbo-nominal.
Predicado Verbal
O predicado verbal ocorre quando o núcleo da informação veiculada pelo predicado está
contido em um verbo significativo que pode ser transitivo ou intransitivo. Nesse caso, a
informação sobre o sujeito está contida nos verbos.
Exemplo:
O entregador chegou.
Predicado verbal: chegou.
Predicado Nominal
O predicado nominal é formado por um verbo de ligação + predicativo do sujeito.
Exemplo:
O entregador está atrasado.
Predicado nominal: está atrasado.
Predicado Verbo-nominal
O predicado verbo-nominal apresenta dois núcleos: o verbo transitivo ou intransitivo +
o predicativo do sujeito ou predicativo do objeto.
Exemplo:
A menina chegou ofegante à ginástica.
Sujeito: A menina
Predicado verbo-nominal: chegou ofegante à ginástica.
Complemente sua pesquisa com a leitura dos artigos:
Exercícios
1. (EMM) Há predicado verbo-nominal em:
a) Ela descansava em casa.
b) Todos cumpriram o juramento
c) Ele vinha preocupado.
d) Ele está abatido
e) Ela marchava alegremente.
Alternativa c: Ele vinha preocupado.
2. (EMM) A única oração com sujeito simples é:
a) Existem algumas dúvidas.
b) Compraram-se livros e revistas.
c) Precisa-se de ajuda.
d) Faz muito frio.
e) Há alguns problemas.
Alternativa a: Existem algumas dúvidas.
Termos Integrantes da Oração
Os termos integrantes da oração são o complemento verbal, o complemento nominal
e o agente da passiva.

Complemento Nominal
O complemento nominal é o termo da oração que é ligado ao sujeito, predicativo,
objetivo direto, o objeto indireto, o agente da passiva, o adjunto adverbial, o aposto ou
ao vocativo.
O complemento nominal liga-se ao substantivo, adjetivo ou advérbio por intermédio de
uma preposição.
Exemplo 1:
A mulher tinha necessidade de medicamentos.
Nome (substantivo): necessidade
Complemento nominal: de medicamentos.
Exemplo 2:
Esta conduta é prejudicial à saúde.
Nome (adjetivo): prejudicial
Complemento nominal: à saúde.
Exemplo 3:
Decidiu favoravelmente ao acusado.
Nome (advérbio): favoravelmente
Complemento nominal: ao acusado.
O núcleo do complemento nominal, em geral, é representado por um substantivo ou
palavra com valor de substantivo. O pronome oblíquo também pode representar um
complemento nominal deixando a preposição implícita no pronome.
Exemplo:
Andar a pé lhe era agradável. (era agradável a ele)
Complemento nominal: Lhe
Quando houver um período composto, a função do complemento nominal pode agir na
oração com valor de substantivo. Nos casos em que isso ocorre, a denominação é de
oração substantiva completiva nominal.
Exemplo:
Tinha a necessidade de que o socorressem.
Complemento nominal: de que o socorressem.
Oração: Tinha necessidade
Agente da Passiva
O agente da passiva é o complemento preposicionado que representa o ser que pratica a
ação expressa por um verbo na voz passiva.
Exemplo:
A criança foi orientada pelo professor.
Sujeito: A criança
Verbo na voz passiva: pelo professor.
Transposição da Voz Passiva para a Voz Ativa
O agente da passiva é o sujeito na voz ativa. O objeto direto da voz ativa passa a sujeito
da voz passiva.

Complemento Verbal
Objeto Direto
O objeto direto é o complemento de um verbo transitivo direto sem preposição
obrigatória. Ele indica o ser para a qual se dirige a ação verbal. Pode ser apresentado por
substantivo, pronome, numeral, palavra ou expressão substantivada ou oração
substantiva.
Exemplo:
Algumas pessoas tomam vinho.
Sujeito: Algumas pessoas
Verbo transitivo direto: tomam
Objeto direto: vinho
Objeto Direto Preposicionado
Ocorre quando o objeto direto vem regido por preposição.
Exemplos:
Nunca enganaram a mim.
Objeto direto preposicionado: a mim.
Verbo transitivo direto: enganaram
Objeto Indireto
O objeto indireto completa a significação de um verbo e vem sempre acompanhado de
preposição. Pode ser representado por substantivo ou palavra substantivada, pronome,
numeral, expressão substantivada ou oração substantiva.
Exemplo:
Amélia acredita em discos voadores.
Sujeito: Amélia
Verbo transitivo direto: em discos voadores.
Nos casos de Pronome Oblíquo
Há casos em que os pronomes oblíquos assumem a função de complementos verbais.
Exemplo:
A proposta interessava-lhe.
Objeto indireto: lhe
Verbo transitivo indireto: interessava-lhe.

Aposto
O aposto é o nome que se dá ao termo que exemplifica ou especifica melhor outro de
valor substantivo ou pronominal, já mencionado anteriormente na oração.
Geralmente, a pausa entre um termo e outro vem separado dos demais termos da oração
por vírgula, dois pontos, parênteses ou travessão.
Exemplos:
 Maria, irmã de Bernadete, vendeu todos seus bordados.
 Gosto de tudo o que servem no restaurante: os peixes, as carnes e as sobremesas.
 A Semana Santa de Sevilla (maior festa religiosa da Europa) é um dos eventos mais
procurados pelos turistas na época das celebrações pascais.
 Chico Buarque — um dos maiores compositores da música brasileira — lançou outra obra
literária.
Tipos de aposto
Segundo a intenção do discurso o aposto pode ser classificado em:
1. Explicativo
Oferece uma explicação sobre o termo anterior:
A geografia, estudo da terra, é uma disciplina fundamental do currículo escolar.
Júlia, dos Recursos Humanos, pediu para você preencher essas fichas.
2. Distributivo
Retoma as explicações sobre os termos, contudo, de maneira separada na oração:
Vitória e Luís foram os vencedores, aquela na corrida e este no atletismo.
Adoro João e Maria, um exemplo de calma e a outra, de agitação.
3. Enumerativo
Enumera as explicações sobre o termo, sendo separado por vírgulas:
Na bolsa levava o que precisava: roupas, biquínis e toalhas.
O programa de hoje é: praia, pizza e cinema.
4. Comparativo
Compara o termo da oração:
A garota, que parecia desacordada, foi levada para o hospital.
Do doce, manjar dos deuses, não tinha sobrado nada.
5. Resumidor ou recapitulativo
Resume os termos anteriores do enunciado:
Saúde, educação e acesso à cultura, tudo isso são prioridades para a melhoria de um
país.
Paz e sossego, esses são os meus desejos para as férias.
6. Especificativo
Especifica um termo da oração:
A aluna Joana continua se nos surpreender.
A avenida Paulista é lindíssima.
7. Aposto de oração
Consiste numa oração que depende da outra em termos sintáticos:
Os bolos ficaram lindos e saborosos, fruto da sua técnica e dedicação.
As coisas correram mal, desfecho inevitável.
Aposto e Vocativo
Muito comum haver confusão entre o aposto e o vocativo. Porém, enquanto o aposto
explica um termo anterior dito no enunciado, o vocativo, é um chamamento, uma
invocação ou pode caracterizar uma pessoa que chama pela outra no enunciado.
Além disso, o vocativo corresponde a um termo que não possui relação sintática com
outro termo da oração de forma que não faz parte nem do sujeito e nem do predicado.
Enquanto isso, o aposto mantém relação sintática com outros termos da oração.
Exemplos:
Moisés, venha jantar! (Vocativo)
Moisés, o profeta religioso, é considerado o grande libertador dos judeus. (Aposto)
Exercícios com Gabarito
1. (UNESP) "Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição da
família, célula da sociedade." O trecho destacado é:
a) complemento nominal
b) vocativo
c) agente da passiva
d) objeto direto
e) aposto
Alternativa e: aposto.
2. (Fundação Carlos Chagas) Dê a função sintática do termo em destaque em: "Uniu-se
à melhor das noivas, a Igreja, e oxalá vocês se amem tanto."
a) aposto
b) adjunto adnominal
c) adjunto adverbial
d) pleonasmo
e) vocativo
Alternativa a: aposto.
3. (Faculdade Tibiriçá-SP) Na oração "José de Alencar, romancista brasileiro, nasceu
no Ceará", o termo destacado exerce a função sintática de:
a) aposto
b) vocativo
c) predicativo do objeto
d) complemento nominal
e) n.d.a
Alternativa a: aposto.

Adjunto Adverbial
O adjunto adverbial é o termo que se refere ao verbo, ao adjetivoe ao advérbio.
Classificação
Dependendo do uso, eles são classificados em diversos tipos:
Adjunto Adverbial de Modo
Bem, mal, melhor, pior, assim, diferente, igual, felizmente e quase todos terminados em
"mente"
Ex: Felizmente, a criança chegou.
Adjunto Adverbial de Tempo
Hoje, amanhã, ontem, cedo, tarde, ainda, agora
Ex: Ontem jantamos juntos.
Adjunto Adverbial de Intensidade
Muito, pouco, mais, menos, bastante, extremamente, intensamente
Ex: Gostamos muito da apresentação.
Adjunto Adverbial de Negação
Não, nunca, jamais
Ex: Não estamos na mesma classe.
Adjunto Adverbial de Afirmação
Sim, certamente, realmente
Ex: Certamente faremos o curso.
Adjunto Adverbial de Dúvida
Talvez, acaso, provavelmente
Ex: Provavelmente chegarei atrasada.
Adjunto Adverbial de Finalidade
A fim de, para
Ex: Eu me esforcei para a prova.
Adjunto Adverbial de Matéria
De, a partir de
Ex: O caderno é feito de papel reciclado.
Adjunto Adverbial de Lugar
Aqui, ali, lá, acolá, acima, abaixo, embaixo, dentro, fora, longe, perto, em cima, em casa
Ex: Ficamos em casa.
Adjunto Adverbial de Meio
Por, a, de, entre
Ex: Viajamos de carro.
Adjunto Adverbial de Concessão
Todavia, contudo, se bem que, apesar disso
Ex: Saímos, apesar da neve
Adjunto Adverbial de Argumento
Chega de, basta de
Ex: Chega de brigas.
Além disso, há os advérbios que indicam:
 Companhia (Jantamos com a família);
 Causa (O pássaro morreu de fome);
 Assunto (eles falavam sobre você);
 Instrumento (Ela se feriu com o garfo),
 Fenômeno da Natureza (O Japão foi atingido por um terremoto);
 Paladar (O maracujá estava azedo);
 Sentimento (Natália estava triste);
 Preço (Compramos a boneca por 50 reais);
 Oposição (O flamengo jogará com o fluminense);
 Acréscimo (Além da tristeza, sentia muita dor);
 Condição (Sem aulas, não haverá prova).
VEJA TAMBÉM: Adjunto Adnominal

Locuções Adverbiais
A locuções adverbiais são duas ou mais palavras, geralmente introduzidas por
uma preposição, que correspondem a um advérbio.
 Tempo: de dia, de manhã, de noite, à noite, à tarde, às vezes, por vezes, em breve, de quando
em quando, de vez em quando, de tempos a tempos.
 Lugar: por ali, por aqui, por dentro, por fora, por perto, à direita, à esquerda, à distância, ao
lado, ao largo, em cima, de cima, de dentro, para dentro, de fora, de longe, de perto, embaixo,
para onde.
 Modo: à pressa, à toa, à vontade, às avessas, às claras, às direitas, às escuras, ao acaso, a sós, a
custo, a torto e a direito, ao contrário, de bom grado, de cor, de má vontade, em geral, em
silêncio, em vão.
 Intensidade: de muito, de pouco, de todo.
 Afirmação: com certeza, com efeito, de facto, na verdade, sem dúvida, claro que sim.
 Negação: de maneira nenhuma, de modo algum, de forma alguma.
 Dúvida: se possível, quem sabe, ao acaso
Adjunto Adnominal
Adjunto adnominal é o termo acessório da oração que tem a função de caracterizar ou
determinar um substantivo. Isso pode ser feito através de artigos, adjetivos e outros
elementos que desempenhem a função adjetiva.
Exemplo:
As melhores receitas foram deixadas pelos nossos avós.
Sujeito: As melhores receitas
Núcleo do sujeito: receitas
As (artigo), melhores (adjetivo) são os adjuntos adnominais do substantivo receita.
Predicado: foram deixadas pelos nossos avós
Agente da passiva: pelos nossos avós
Núcleo do agente da passiva: avós
Os (artigo) da contração por + os é adjunto adnominal de avós. O mesmo acontece com
nossos (pronome adjetivo): os e nossos referem-se aos avós.
Como vemos, um único substantivo pode ser caracterizado ou determinado por vários
adjuntos adnominais. Neste caso: as, melhores, os e nossos são todos adjuntos
adnominais.
Adjunto adnominal e Complemento nominal
O adjunto adnominal se refere somente a substantivos, enquanto o complemento
nominal, a nomes (substantivos, adjetivos e advérbios).
A melhor forma de afastar a dúvida quanto se um termo é adjunto adnominal ou
complemento nominal é através dos sentidos ativo e passivo que carregam.
ativo: adjunto adnominal
passivo: complemento nominal
Exemplo:
Os elogios da diretora aos estudantes.
Adjunto adnominal: os, da diretora.
Complemento nominal: aos estudantes.
Isso porque a diretora fez os elogios (sentido ativo), enquanto os alunos os receberam
(sentido passivo).
Adjunto adnominal e Predicativo
Por vezes, também é comum confundir o adjunto adnominal com o predicativo.
Neste caso, substitua o substantivo (núcleo do termo) por um pronome substantivo. Se o
elemento que caracteriza esse substantivo for retirado, esse elemento é adjunto
adnominal.
Exemplo:
O recente método de avaliação beneficia os alunos irresponsáveis.
Sujeito: O recente método de avaliação
Predicado: beneficia os alunos irresponsáveis
Ele os beneficia.
Sujeito: Ele
Predicado: os beneficia
Adjuntos adnominais: o, recente, de avaliação, os, irresponsáveis
Exercícios
1. (UFPR) Em 'Ele morreu de fome', a expressão sublinhada classifica-se como:
a) adjunto adnominal
b) aposto
c) adjunto adverbial
d) vocativo
Alternativa c: adjunto adverbial
2. (UFMG) A propósito do trecho que segue, aponte a classificação correta referente ao
termo em destaque:
“Minha bela Marília, tudo passa,
A sorte deste mundo é mal segura
Se vem depois dos males a ventura
Vem depois dos prazeres a desgraça”.
(Tomás Antônio Gonzaga.)
a) vocativo
b) sujeito
c) aposto
d) adjunto adnominal
Alternativa a: vocativo
3. (UFSC) Observe os períodos abaixo e assinale a alternativa em que o lhe funciona
como adjunto adnominal:
a) “… anunciou-lhe: Filho, amanhã vais comigo.”
b) O peixe cai-lhe na rede.
c) Ao traidor, não lhe perdoaremos jamais.
d) Comuniquei-lhe o fato ontem pela manhã.
e) Sim, alguém lhe propôs emprego.
Alternativa b: O peixe cai-lhe na rede.
4. (FCMSC-SP) Observe as duas frases seguintes:
I - O proprietário da farmácia saiu.
II - O proprietário saiu da farmácia.
Sobre elas são feitas as seguintes considerações:
I - Na I, "da farmácia" é adjunto adnominal.
II - Na II, "da farmácia" é adjunto adverbial.
III - Ambas as frases têm exatamente o mesmo significado.
IV - Tanto em I como em II, "da farmácia" tem a mesma função sintática.
Destas quatro considerações:
a) apenas uma é verdadeira.
b) apenas duas são verdadeiras.
c) apenas três são verdadeiras.
d) as quatro são verdadeiras.
Alternativa b: apenas duas são verdadeiras.
Concordância Verbal e Nominal
Concordância verbal e nominal é a parte da gramática que estuda a conformidade
estabelecida entre cada componente da oração.
Enquanto a concordância verbal se ocupa da relação entre sujeito e verbo, a
concordância nominal se ocupa da relação entre as classes de palavras:
concordância verbal = sujeito e verbo
concordância nominal = classes de palavras
Exemplo: Nós estudaremos regras e exemplos complicados juntos.
Na oração acima, temos esses dois tipos de concordância:
Ao concordar o sujeito (nós) com o verbo (estudaremos), estamos diante de um caso de
concordância verbal.
Já, quando os substantivos (regras e exemplos) concordam com o adjetivo
(complicados), estamos diante de um caso de concordância nominal.
VEJA TAMBÉM: Classes de Palavras

Conheça as principais regras em cada caso:

Concordância Verbal
1. Sujeito composto antes do verbo
Quando o sujeito é composto e vem antes do verbo, esse verbo deve estar sempre no
plural.
Exemplo:
Maria e José conversaram até de madrugada.
2. Sujeito composto depois do verbo
Quando o sujeito composto vem depois do verbo, o verbo tanto pode ficar no plural
como pode concordar com o sujeito mais próximo.
Exemplos:
Discursaram diretor e professores.
Discursou diretor e professores.
3. Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes
Quando o sujeito é composto, mas as pessoas gramaticais são diferentes, o verbo
também deve ficar no plural. No entanto, ele concordará com a pessoa que, a nível
gramatical, tem prioridade.
Isso quer dizer que 1.ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2.ª (tu, vós) e a 2.ª
tem prioridade em relação à 3.ª (ele, eles).
Exemplos:
Nós, vós e eles vamos à festa.
Tu e ele falais outra língua?
Concordância Nominal
1. Adjetivos e um substantivo
Quando há mais do que um adjetivo para um substantivo, os adjetivos devem concordar
em gênero e número com o substantivo.
Exemplo:
Adorava comida salgada e gordurosa.
2. Substantivos e um adjetivo
No caso inverso, ou seja, quando há mais do que um substantivo e apenas um adjetivo,
há duas formas de concordar:
2.1. Quando o adjetivo vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o
substantivo mais próximo.
Exemplo:
Linda filha e bebê.
2.2. Quando o adjetivo vem depois dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o
substantivo mais próximo ou com todos os substantivos.
Exemplos:
Pronúncia e vocabulário perfeito.
Vocabulário e pronúncia perfeita.
Pronúncia e vocabulário perfeitos.
Vocabulário e pronúncia perfeitos.
Exercícios com Gabarito
1. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de acordo com a gramática:
I. Os brasileiros somos todos eternos sonhadores.
II. Muito obrigadas! – disseram as moças.
III. Sr. Deputado, V. Exa. Está enganada.
IV. A pobre senhora ficou meio confusa.
V. São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.
a) em I e II
b) apenas em IV
c) apenas em III
d) em II, III e IV
e) apenas em II
Alternativa c: apenas em III.
2. (IBGE) Indique a opção correta, no que se refere à concordância verbal, de acordo
com a norma culta:
a) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
b) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
c) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
d) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
e) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.
Alternativa c: Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
3. (Mackenzie) Indique a alternativa em que há erro:

a) Os fatos falam por si sós.


b) A casa estava meio desleixada.
c) Os livros estão custando cada vez mais caro.
d) Seus apartes eram sempre o mais pertinentes possíveis.
e) Era a mim mesma que ele se referia, disse a moça.
Alternativa d: Seus apartes eram sempre o mais pertinentes possíveis.

Regência verbal e nominal


A regência verbal e a regência nominal ocorrem entre os diferentes termos de
uma oração. Ocorre regência quando há um termo regente que apresenta um
sentido incompleto sem o termo regido, ou seja, sem o seu complemento.
O que é regência verbal?
A regência verbal indica a relação que um verbo (termo regente) estabelece
com o seu complemento (termo regido) através do uso ou não de uma
preposição. Na regência verbal os termos regidos são o objeto direto (sem
preposição) e o objeto indireto (preposicionado).
O que é regência nominal?
A regência nominal indica a relação que um nome (termo regente) estabelece
com o seu complemento (termo regido) através do uso de uma preposição.
Exemplos de regência verbal preposicionada

 assistir a;
 obedecer a;
 avisar a;
 agradar a;
 morar em;
 apoiar-se em;
 transformar em;
 morrer de;
 constar de;
 sonhar com;
 indignar-se com;
 ensaiar para;
 apaixonar-se por;
 cair sobre.

Exemplos de regência nominal

 favorável a;
 apto a;
 livre de;
 sedento de;
 intolerante com;
 compatível com;
 interesse em;
 perito em;
 mau para;
 pronto para;
 respeito por;
 responsável por.

Regência verbal sem preposição


Os verbos transitivos diretos apresentam um objeto direto como termo regido,
não sendo necessária uma preposição para estabelecer a regência verbal.
Exemplos de regência verbal sem preposição:

 Você já fez os deveres?


 Eu quero um carro novo.
 A criança bebeu o suco.

O objeto direto responde, principalmente, às perguntas o quê? e quem?,


indicando o elemento que sofre a ação verbal.
Regência verbal com preposição
Os verbos transitivos indiretos apresentam um objeto indireto como termo
regido, sendo obrigatória a presença de uma preposição para estabelecer a
regência verbal.
Exemplos de regência verbal com preposição:

 O funcionário não se lembrou da reunião.


 Ninguém simpatiza com ele.
 Você não respondeu à minha pergunta.

O objeto indireto responde, principalmente, às perguntas de quê? para quê? de


quem? para quem? em quem?, indicando o elemento ao qual se destina a ação
verbal.
Preposições usadas na regência verbal
As preposições usadas na regência verbal podem aparecer na sua forma
simples, bem como contraídas ou combinadas com artigos e pronomes.
Preposições simples: a, de, com, em, para, por, sobre, desde, até, sem,...
Contração e combinação de preposições: à, ao, do, das, destes, no, numa,
nisto, pela, pelo,...
As preposições mais utilizadas na regência verbal são: a, de, com, em, para e
por.

 Preposição a: perdoar a, chegar a, sujeitar-se a,...


 Preposição de: vangloriar-se de, libertar de, precaver-se de,...
 Preposição com: parecer com, zangar-se com, guarnecer com,...
 Preposição em: participar em, teimar em, viciar-se em,...
 Preposição para: esforçar-se para, convidar para, habilitar para,...
 Preposição por: interessar-se por, começar por, ansiar por,...

Regência nominal com preposição


A regência nominal ocorre quando um nome necessita obrigatoriamente de
uma preposição para se ligar ao seu complemento nominal.
Exemplos de regência nominal com preposição:

 Sempre tive muito medo de baratas.


 Seu pai está furioso com você!
 Sinto-me grato a todos.
Preposições usadas na regência nominal
Também na regência nominal as preposições podem ser usadas na sua forma
simples e contraídas ou combinadas com artigos e pronomes.
As preposições mais utilizadas na regência nominal são, também: a, de, com,
em, para, por.

 Preposição a: anterior a, contrário a, equivalente a,...


 Preposição de: capaz de, digno de, incapaz de,...
 Preposição com: impaciente com, cuidadoso com, descontente com,...
 Preposição em: negligente em, versado em, parco em,...
 Preposição para: essencial para, próprio para, apto para,...
 Preposição por: admiração por, ansioso por, devoção por,...

Colocação Pronominal
A Colocação Pronominal respeita aos três tipos de posição que os pronomes átonos me,
te, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes podem ocupar na oração:
 Próclise - o pronome é colocado antes do verbo.
 Mesóclise - o pronome é colocado no meio do verbo.
 Ênclise - o pronome é colocado depois do verbo.
Embora existam regras, a colocação dos pronomes está pendente de fatores como por
exemplo, o ritmo, a ênfase e o estilo.
Uso da Próclise
1. Orações negativas, que contenham palavras tais como não, ninguém, nunca.
Exemplos:
 Não o quero aqui.
 Nunca o vi assim.
2. Pronomes relativos, indefinidos ou demonstrativos.
Exemplos:
 Foi ela que o fez.
 Alguns lhes deram maus conselhos.
 Isso me lembra algo.
3. Verbos antecedidos por advérbios ou expressões adverbiais, exceto quando haja
vírgula depois do advérbio, uma vez que dessa forma o advérbio deixa de atrair o
pronome.
Exemplos:
 Ontem me disseram que havia greve hoje.
 Agora, descansa-se.
4. Orações exclamativas e orações que exprimam desejo de que algo aconteça.
Exemplos:
 Deus nos dê forças.
 Oxalá me dês a boa notícia.
5. Orações com conjunções subordinativas.
Exemplos:
 Embora se sentisse melhor, saiu.
 Conforme lhe disse, hoje vou sair mais cedo.
6. Verbo no gerúndio regido da preposição em.
Exemplos:
 Em se tratando de confusão, ele está presente.
 Em se decidindo pelo churrasco, eu trato da carne.
7. Orações interrogativas.
Exemplos:
 Quando te deram a notícia?
 Quem te presenteou?
Leia também Quando Usar a Próclise.
Uso da Mesóclise
A Mesóclise é possível apenas com verbos do Futuro do Presente ou do Futuro do
Pretérito. Se houver palavra atrativa, todavia, dá-se preferência ao uso da Próclise.
Exemplos:
 Orgulhar-me-ei dos meus alunos.
 Orgulhar-me-ia dos meus alunos.
Uso da Ênclise
Quando o uso da Próclise e da Mesóclise não for possível, usa-se a Ênclise. A colocação
de pronome depois do verbo é atraída pelas seguintes situações:
1. Verbo no imperativo afirmativo.
Exemplos:
 Depois de terminar, chamem-nos.
 Para começar, joguem-lhes a bola!
2. Verbo no infinitivo impessoal.
Exemplos:
 Gostaria de pentear-te a minha maneira.
 O seu maior sonho é casar-se.
3. Verbo inicia a oração.
Exemplos:
 Fiz-lhe a pessoa mais feliz do mundo.
 Acordei e surpreendi-me com o café da manhã.
4. Verbo no gerúndio (sem a preposição em, pois quando regido pela preposição em
deve ser usada a Próclise).
Exemplos:
 Vive a vida encantando-me com as suas surpresas.
 Faço sempre bolos diferentes experimentando-lhes ingredientes novos.
Com Locução Verbal
Nos exemplos acima existe apenas um verbo atraindo o pronome.
Agora, vejamos como ocorre a colocação do pronome nas locuções verbais. Lembrando
que as regras citadas para os verbos na forma simples devem ser seguidas.
1. Usa-se a Ênclise depois do verbo auxiliar ou depois do verbo principal nas locuções
verbais em que o verbo principal está no infinitivo ou no gerúndio.
Exemplos:
 Devo explicar-te o que se passou
 Devo-lhe explicar o que se passou.
2. Caso não haja palavra que atraia a Próclise, usa-se a Ênclise depois do verbo auxiliar
em que o verbo principal está no particípio.
Exemplos:
 Foi-lhe explicado como deveria agir.
 Tinha-lhe feito as vontades se não tivesse sido mal criado.
Pronome Se e Suas Funções
O pronome "se" pode ter a função de objeto direto ou, por vezes, de objeto indireto em
orações em cuja voz verbal é reflexiva.
Exemplos:
 Queimou-se quando estava preparando o jantar.
 Animou-se para ir à festa.
O pronome "se" também pode ter a função de sujeito indeterminado.
Exemplos:
 Procura-se cãozinho.
 Alugam-se casas.
O pronome "se" pode, ainda, ter a função de simplesmente realçar o discurso.
Exemplos:
 Lá se vai a minha chance de ganhar na loto.
 Foi-se embora sem dizer nada.
Quer saber mais? Leia:
 Pronomes Reflexivos
 Vozes Verbais
 Verbos Pronominais
 Exercícios de Pronomes
 Exercícios de regência verbal
Exercícios
Corrija as orações incorretas.
a) Rapidamente atendem-nos se formos simpáticos.
b) Te chamei há horas.
c) Quanto mais o critica, menos ele trabalha.
d) Quantos disseram-te a mesma coisa?
e) Queria lhe dizer que não posso ir à reunião de amanhã.
f) Ninguém vai te ouvir.
g) Continuo elogiando-lhe o seu comportamento.
h) Teria me dado tudo se eu fosse fiel.
i) Isto traz-me boas recordações.
j) Quem me dera!
k) Acordem-me quando chegarem.
l) Chegou à casa e se trancou no quarto.
a) Rapidamente nos atendem se formos simpáticos.
b) Chamei-te há horas.
d) Quantos te disseram a mesma coisa?
e) Queria dizer-lhe que não posso ir à reunião de amanhã.
f) Ninguém te vai ouvir.
i) Isto me traz boas recordações.
l) Chegou à casa e trancou-se no quarto.
Estrutura e formação das palavras
Embora utilizemos as palavras como um todo significativo, elas são formadas
por estruturas menores, com significados próprios. Além disso, existem
diferentes processos que contribuem para a formação das palavras.

Estrutura das palavras

As palavras podem ser subdivididas em estruturas significativas menores - os


morfemas, também chamados de elementos mórficos:

 radical e raiz;
 vogal temática;
 tema;
 desinências;
 afixos;
 vogais e consoantes de ligação.

Morfemas Caracterização Exemplos


Morfemas Caracterização Exemplos

Parte fundamental da vender (vend- er)


Radical e raiz
palavra, que define o seu venda (vend- a)
significado principal. vendedor (vend- e dor)

Aparece entre o radical e


uma desinência. -a: estudar (1.ª conjugação)
-e: atender (2.ª conjugação)
Vogal As vogais temáticas verbais -i: assumir (3.ª conjugação)
temática definem a conjugação verbal.
-a: casas (cas-a-s)
As vogais temáticas nominais -o: carros (carr-o-s)
atuam também como -e: pares (par-e-s)
desinência de gênero.

Temas verbais:
estudar (estuda-r)
atender (atende-r)
assumir (assumi-r)
Tema É a junção do radical com
uma vogal temática.
Temas nominais:
casas (casa-s)
carros (carro-s)
pares (pare-s)

-o = masculino
Indicam as flexões que uma -a = feminino
palavra pode apresentar: -s = plural
em número; -va = pretérito imperfeito do
Desinências em gênero; indicativo
em modo; -sse = pretérito imperfeito do
em tempo; subjuntivo
em número; -mos = 1.ª pessoa do plural
em pessoa. -m = 3.ª pessoa do plural

Prefixos:
São prefixos e sufixos que se
descontente (des- + contente)
juntam a uma palavra para
impossível (im- + possível)
Afixos formar uma nova palavra.

Sufixos:
Prefixos = antes do radical
cantar (canto + -ar)
Sufixos = depois do radical
somente (so + -mente)
Morfemas Caracterização Exemplos

Estabelecem uma ligação


Vogais e
entre dois morfemas. -i-: parisiense (Paris-i-ense)
consoantes
Ocorrem por razões fonéticas, -l-: chaleira (chá-l-eira)
de ligação não apresentando valor
significativo.

Análise de morfemas

Avissássemos
aviss-á-sse-mos
aviss (radical)
á (vogal temática)
sse (desinência indicativa do modo e tempo verbal)
mos (desinência indicativa da pessoa e número verbal)

Separação de morfemas

Força
força (forç-a)
forçar (forç-a-r)
forçado (forç-a-do)
forcinha (forc-inh-a)
esforçar (es-forç-a-r)
esforçadamente (es-forç-a-da-mente)

Formação de palavras

Existem diversos processos que possibilitam a formação de novas palavras. Os


dois processos principais são a derivação e a composição.

Existem vários tipos de derivação e composição:

 derivação prefixal;
 derivação sufixal;
 derivação parassintética;
 derivação regressiva;
 derivação imprópria;
 composição por justaposição;
 composição por aglutinação.

Processos de
Caracterização Exemplos
formação

Derivação Acrescenta-se um prefixo a


infiel (in- + fiel)
Processos de
Caracterização Exemplos
formação

prefixal uma palavra já existente. reaver (re- + haver)


antemão (ante- + mão)

Derivação gentileza (gentil + -eza)


Acrescenta-se um sufixo a
sufixal chatice (chato + -ice)
uma palavra já existente.
tapar (tapa + -ar)

envernizar
(en- + verniz + -izar)
Acrescenta-se um sufixo e um
Derivação apodrecer
parassintética prefixo a uma palavra já existente. (a- + podre + -ecer)
engordar
(en- + gordo + -ar)

Derivação Ocorre a redução da palavra amparo (de amparar)


regressiva primitiva. sobra (de sobrar)
choro (de chorar)

Não há alteração da palavra jovem (de adjetivo para


Derivação primitiva. Há mudança de substantivo)
imprópria significado e de saber (de verbo para
classe gramatical. substantivo)

aguardente
Composição Há alteração das palavras
(água + ardente)
por aglutinação formadoras, que se fundem.
vinagre (vinho + acre)
dessarte (dessa + arte)

Composição Não há alteração das palavras


beija-flor
por formadoras, que apenas se
segunda-feira
justaposição juntam.
paraquedas

Outros processos de formação de palavras

Além da derivação e da composição, existem outros processos secundários de


formação de palavras:
 abreviação (vídeo, de videocassete)
 reduplicação (zum-zum)
 combinação (showmício, de show + comício)
 intensificação (culpabilizar, de culpar)
 hibridismo (monóculo, do grego mono + o latim oculus)

Classificação das palavras Que e Se

As palavras "que" e "se" podem exercer inúmeros papéis em uma frase, como
conjunção, pronome, partícula expletiva ou de realce etc.

Que e Se podem exercer inúmeros papéis em uma frase!


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A palavra que em português pode ser:


 Interjeição: exprime espanto, admiração, surpresa.
Nesse caso, será acentuado e seguido de ponto de exclamação. Usa-se
também a variação "o quê"! A palavra que não exerce função sintática quando
funciona como interjeição.
Quê! Você ainda não está pronto?
O quê! Quem sumiu?
 Substantivo: equivale a alguma coisa.
Nesse caso, virá sempre antecedido de artigo ou outro determinante e
receberá acento por ser monossílabo tônico terminado em e. Como
substantivo, designa também a 16ª letra de nosso alfabeto. Quando a
palavra que for substantivo, exercerá as funções sintáticas próprias dessa
classe de palavra (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo etc.)
Ele tem certo quê misterioso. (substantivo na função de núcleo do objeto
direto)
 Preposição: liga dois verbos de uma locução verbal em que o auxiliar é o
verbo ter. Equivale a de. Quando é preposição, a palavra que não exerce
função sintática.
Tenho que sair agora.
Ele tem que dar o dinheiro hoje.
 Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase, sem prejuízo
algum para o sentido. Nesse caso, a palavra que não exerce função sintática;
como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce. Como partícula
expletiva, aparece também na expressão é que.
Quase que não consigo chegar a tempo.
Ela é que conseguiu chegar.
 Advérbio: modifica um adjetivo ou um advérbio. Equivale a quão. Quando
funciona como advérbio, a palavra que exerce a função sintática de adjunto
adverbial; no caso, de intensidade.
Que lindas flores!
Que barato!
 Pronome: como pronome, a palavra que pode ser:

⇒ Pronome relativo: retoma um termo da oração antecedente, projetando-o


na oração consequente. Equivale a o qual e flexões.
Não encontramos as pessoas que saíram.
⇒ Pronome indefinido: nesse caso, pode funcionar como pronome
substantivo ou pronome adjetivo:
⇒ Pronome substantivo: equivale a que coisa. Quando for pronome
substantivo, a palavra queexercerá as funções próprias do substantivo (sujeito,
objeto direto, objeto indireto, etc.)
Que aconteceu com você?
⇒ Pronome adjetivo: determina um substantivo. Nesse caso, exerce a função
sintática de adjunto adnominal.
Que vida é essa?
 Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce função
sintática. Como conjunção, a palavra que pode relacionar tanto orações
coordenadas quanto subordinadas, por isso, classifica-se como conjunção
coordenativa ou conjunção subordinativa. Quando funciona como conjunção
coordenativa ou subordinativa, a palavra que recebe o nome da oração que
introduz. Por exemplo:

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Venha logo, que é tarde. (conjunção coordenativa explicativa)
Falou tanto que ficou rouco. (conjunção subordinativa consecutiva)

Quando inicia uma oração subordinada substantiva, a palavra que recebe o


nome de conjunção subordinativa integrante.
Desejo que você venha logo.
Palavra "se"

Pode ser:
 Conjunção: relaciona entre si duas orações. Nesse caso, não exerce função
sintática. Como conjunção, a palavra se pode ser:
⇒ Conjunção subordinativa integrante: inicia uma oração subordinada
substantiva.
Perguntei se ele estava feliz.
⇒ Conjunção subordinativa condicional: inicia uma oração adverbial
condicional (equivale a caso).
Se todos tivessem estudado, as notas seriam boas.
 Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase sem prejuízo
algum para o sentido. Nesse caso, a palavra se não exerce função sintática.
Como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce.
Passavam-se os dias e nada acontecia.
 Parte integrante do verbo: faz parte integrante dos verbos pronominais.
Nesse caso, não exerce função sintática.
Ele arrependeu-se do que fez.
 Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede objeto direto, caracteriza as
orações que estão na voz passiva sintética. É também chamada de pronome
apassivador. Nesse caso, não exerce função sintática.
Vendem-se casas.
Aluga-se carro.
Compram-se joias.
 Índice de indeterminação do sujeito: liga-se a um verbo que não é transitivo
direto, tornando o sujeito indeterminado. Não exerce propriamente uma função
sintática. Lembre-se de que, nesse caso, o verbo deve estar na terceira pessoa
do singular.
Trabalha-se de dia.
Precisa-se de vendedores.
 Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome pessoal, deve estar
sempre na mesma pessoa do sujeito da oração de que faz parte. Por isso, o
pronome oblíquo se sempre será reflexivo (equivalendo a a si mesmo),
podendo assumir as seguintes funções sintáticas:
⇒ Objeto direto
Ele cortou-se com o facão.
⇒ Objeto indireto
Ele se atribui muito valor.
⇒ Sujeito de um infinitivo
“Sofia deixou-se estar à janela.”

Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa


O atual Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa foi aprovado em definitivo no dia 12
de outubro de 1990 e assinado em 16 de dezembro do mesmo ano.
O documento foi firmado pela Academia de Ciências de Lisboa, a Academia Brasileira
de Letras e representantes de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São
Tomé e Príncipe.
Também houve adesão da delegação de observadores da Galiza. Isso porque na Galiza,
região localizada no norte da Espanha, a língua falada é o galego, a língua-mãe do
português.
Prazo para Implantação no Brasil
No Brasil, a implantação do novo acordo começou em 2008. O prazo final para a adesão
é 31 de dezembro de 2015, conforme o Decreto 7875/2012.
Este também é o prazo em Portugal, mas nem todos os países unificarão ao mesmo
tempo. Cabo Verde, por exemplo, só estará totalmente adaptado ao novo acordo em
2019.
Até lá, concursos públicos, provas escolares e publicações oficiais do governo estarão
adaptadas às regras. A implantação nos livros didáticos brasileiros começou em 2009.
O objetivo do acordo é unificar a ortografia oficial e reduzir o peso cultural e político
gerado pelas duas formas de escrita oficial do mesmo idioma. A ideia é aumentar o
prestígio internacional e a difusão do Português.
Acordos Ortográficos Anteriores
As diferenças na grafia da língua utilizada por Brasil e Portugal começaram em 1911,
quando o país lusitano passou pela primeira reforma ortográfica. A reformulação não foi
extensiva ao Brasil.
As primeiras tentativas para minimizar a questão ocorreram em 1931. Nesse momento,
representantes da Academia Brasileira de Letras e da Academia das Ciências de Lisboa
passaram a discutir a unificação dos dois sistemas ortográficos. Isso só ocorreu em
1943, mas sem sucesso.
Representantes dos dois países voltaram a discutir o assunto novamente em 1943,
quando ocorreu a Convenção Ortográfica Luso-brasileira.
Tal como o primeiro, este também não surtiu o efeito desejado e somente Portugal
aderiu às novas regras.
Uma nova tentativa reuniu novamente os representantes. Desta vez, em 1975, quando
Portugal não aceitou a imposição de novas regras ortográficas.
Somente em 1986, estudiosos dos dois países voltaram a tocar na reforma ortográfica
tendo, pela primeira vez, representantes de outros países da comunidade de língua
portuguesa.
Na ocasião, foi identificado que entre as principais justificativas para o fracasso das
tratativas anteriores estava a drástica simplificação do idioma.
A crítica principal estava na supressão dos acentos diferenciais nas palavras
proparoxítonas e paroxítonas, ação rejeitada pela comunidade portuguesa.
Já os brasileiros discordaram da restauração de consoantes mudas, abolidas há tempo.
Outro ponto rejeitado pela opinião pública brasileira estava na acentuação de vogais
tônicas "e" e "o" quando seguidas das consoantes nasais "m" e "n". Essa regra era válida
para as palavras proparoxítonas com acento agudo e não o circunflexo.
Seriam assim no caso de Antônio (António), cômodo (cómodo) e gênero (género).
Assim, além da grafia, os estudiosos passaram a considerar também a pronúncia das
palavras.
Considerando as especificidades dos países signatários do Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa, foi acordada a unificação em 98% dos vocábulos.

Principais Mudanças
As Consoantes C, P, B, G, M e T
Ficam consideradas neste caso as especificidades da pronúncia conforme o espaço
geográfico. Ou seja, a grafia é mantida quando há pronúncia é retirada quando não são
pronunciadas.
A manutenção de consoantes não pronunciadas ocorria, principalmente, pelos falantes
de Portugal, que o Brasil há muito havia adaptado a grafia.
Também houve casos da manutenção da dupla grafia, também respeitando a pronúncia.
Ficou decidido que nesses casos, os dicionários da língua portuguesa passarão a
registrar as duas formas em todos os casos de dupla grafia. O fato será esclarecido para
apontar as diferenças geográficas que impõem a oscilação da pronúncia.
Exemplos de consoantes pronunciadas:
Compacto, ficção, pacto, adepto, aptidão, núpcias, etc.
Exemplos de consoantes não pronunciadas:
Acção, afectivo, direcção, adopção, exacto, óptimo, etc.
Exemplos de dupla grafia:
Súbdito e súdito, subtil e sutil, amígdala e amídala, amnistia e anistia, etc.
Acentuação Gráfica
Os acentos gráficos deixam de existir em determinadas palavras oxítonas e paroxítonas.
Exemplos:
Para – na flexão de parar
Pelo – substantivo
Pera – substantivo
Também deixam de receber acento gráfico as paroxítonas com ditongos "ei" e "oi" na
sílaba tônica.
Exemplos:
Assembleia, boleia, ideia.
Cai, ainda, o acento nas palavras paroxítonas com vogais dobradas. Isto ocorreu porque
em palavras paroxítonas ocorre a mesma pronúncia em todos os países de língua
portuguesa.
Exemplos:
Abençoo – flexão de abençoar
Enjoo – flexão de enjoar
Povoo – flexão de povoar
Voo – flexão de voar

Emprego do Hífen
É empregado o hífen nos casos de palavras em que a segunda formação se inicia com a
letra "h". O mesmo vale quando a primeira formação começa com letra igual àquela que
finaliza o prefixo.
Exemplos:
Anti-higiênico, contra-almirante, micro-ondas, hiper-resistente.
Também é empregado o hífen quando o prefixo termina em "m" e o segundo elemento
da palavra começa com vogal.
Exemplo:
Pan-africano
O hífen não é usado:
Nos casos das consoantes "r" e "s" dobradas em "rr" e "ss":
Exemplos:
Ecossistema, microssistema, antirreligioso
O hífen também não é usado nos casos em que o prefixo termina em vogal e o sufixo
começa com uma vogal diferente.
Exemplos:
Antiaéreo, aeroespacial
Trema
O uso do trema (¨) foi abolido.
Exemplo:
Lingüiça - linguiça
O Alfabeto
O alfabeto da língua portuguesa passa a contar com 26 letras, nas suas formas
maiúsculas e minúsculas. Incorpora-se as letras K, Y e W. Fica, assim, então, o alfabeto:
A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, W, X, Y, Z.
Pelas regras do Acordo Ortográfico, além das 26 letras do alfabeto, também são
utilizadas na constituição das palavras:
 o ç (cê cedilhado)
 os dígrafos: rr (erre duplo), ss (esse duplo), ch (cê -agá), lh (ele -agá), nh (ene -agá), gu (guê -u)
e qu (quê -u).

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