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20/01/2019 Escritores do Oriente Médio encontram refúgio em obras distópicas - 30/05/2016 - Ilustrada - Folha de S.

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Escritores do Oriente Médio


encontram refúgio em obras distópicas
Richard Perry/The New York Times

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Plástico
Primórdios de Oiticica e Ivan
A escritora Basma Abdel Aziz, que escreveu a ficção 'The Queue' Serpa vão à Art Basel

ALEXANDRA ALTER Dramáticas


DO "THE NEW YORK TIMES"
Alemã que adaptou Fassbinder
30/05/2016 15h36 ao teatro dará oficina em SP

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siga a folha
Certa manhã, Basma Abdel Aziz caminhava no centro
do Cairo quando viu uma longa fila de pessoas RECEBA NOSSA NEWSLETTER

paradas em frente a um prédio do governo que estava Digite seu email... enviar
com as portas fechadas. Ao voltar horas depois,
Abdel Aziz, uma psiquiatra que atende vítimas de
tortura passou pelas mesmas pessoas esperando com
indiferença —uma jovem mulher e um idoso, uma
mãe carregando seu bebê. O prédio permanecia
fechado.

Quando ela chegou em casa, imediatamente começou a escrever sobre as PUBLICIDADE

pessoas na fila e não parou pelas 11 horas seguintes. A história se transformou


em seu surreal romance de estreia "The Queue" ("A Fila"), que se passa depois COMPARTILHE ESTE LINK
de uma fracassada revolução em uma cidade sem nome do Oriente Médio. A
narrativa se desenrola por 140 dias, enquanto civis são forçados a esperar em envie sua notícia
uma fila interminável para pedir a uma autoridade chamada The Gate por Compartilhar 31
serviços básicos. Fotos Vídeos Relatos

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20/01/2019 Escritores do Oriente Médio encontram refúgio em obras distópicas - 30/05/2016 - Ilustrada - Folha de S.Paulo
"A ficção me deu um espaço muito amplo para dizer o que eu gostaria de dizer + livraria
sobre autoridades totalitárias", afirmou Abdel Aziz em uma entrevista
recente. Coleção "Cinema Policial" reúne quatro
filmes de grandes diretores
"The Queue", que acaba de ser publicada em inglês pela Melville House, Sociólogo discute transformações do
atraiu comparações a clássicos ocidentais como "1984", de George Orwell, e século 21 em "A Era do Imprevisto"
"O Processo", de Franz Kafka. O livro representa uma nova onda de ficções
Livro de escritora russa compila contos
surreais e distópicas de escritores do oriente médio que lutam com o caótico
de fada assustadores; leia trecho
rescaldo e as urticantes decepções da Primavera Árabe.

Cinco anos após as insurreições populares no Egito, na Tunísia, na Líbia e em EM ILUSTRADA


outros lugares, uma sombria e apocalíptica literatura pós-revolucionária criou + LIDAS + COMENTADAS ÚLTIMAS
raízes na região. Alguns escritores estão usando ficção científica e fantasia
Não queríamos um filme sobre lésbicas,
para descrever realidades políticas sombrias. Outros estão escrevendo sobre
1 afirma diretor de 'A Favorita'
assuntos controversos como sexualidade e ateísmo, ou exumando episódios
históricos que anteriormente eram fora dos limites.
Marcelo Yuka, letrista de O Rappa e

Em uma cultura literária em que a poesia tem sido o meio mais célebre, 2 vítima da violência no Rio, morre aos 53
anos
escritores estão fazendo experiências com uma variedade de gêneros e estilos,
incluindo quadrinhos e graphic novels, livros de terror alucinantes e Música muda ruas de Mercedes,

alegóricas obras de ficção científica. 3 pequena cidade no interior do Uruguai

"Há um afastamento do realismo, que dominava a literatura árabe", disse o Guerra cultural faz censores buscarem
escritor nascido no Kuwait, Saleem Haddad, cujo novo livro, "Guapa", é 4 meandros legais para impor cartilha

narrado por um jovem gay árabe que tem um amigo preso após uma revolta
política. "O que está vindo à superfície agora é sombrio e mais profundo." Stephen King se queixa de fim de
5 resenhas literárias e jornal pede ajuda

A ficção científica e o surrealismo fornecem há tempos uma válvula de escape


para escritores que vivem sob regimes opressivos. Na américa latina, décadas
de fascismo e guerra civil ajudaram a inspirar obras-primas do realismo
mágico de autores como Gabriel García Márquez e Isabel Allende. Na Rússia,
o escritor pós-moderno Vladimir Sorokin publicou controversas e
perturbadoras obras futuristas que provocavam o governo repressivo do país. O Rei Leão (DVD)
Vários
Temas distópicos não são exatamente uma novidade na ficção árabe. Mas eles
se tornaram muito mais proeminentes em anos recentes, afirmam editores e Comprar
tradutores. O gênero se proliferou em parte porque captura o desespero que
muitos autores dizem sentir em face à violência cíclica e à repressão. Ao
mesmo tempo, cenários futuristas talvez tenham dado a escritores alguma
cobertura para explorar ideias políticas sem serem taxados como dissidentes.
A Elite do Atraso - Da
Escravidão à Lava Jato
"Essas histórias futuristas são todas sobre utopias perdidas", diz Layla al-
Zubaidi, coeditora de uma coleção de livros escritos após a Primavera Árabe Jesse Souza

chamada "Diários de uma Revolução Inacabada". "As pessoas poderiam Comprar


imaginar um futuro melhor, e agora é quase pior do que era antes."

Nos turbulentos meses após a insurreição, quando as promessas de


democracia e liberdade social permaneceram ilusórias, alguns escritores Maria Rita - Amor e
canalizaram suas frustrações e medos em cruéis contos apocalípticos. No Música (CD)
corajoso romance de Mohammed Rabie "Otared", que será publicado em Maria Rita
inglês neste ano pela Universidade Americana do Cairo, um ex-policial
Comprar
egípcio se junta a uma luta contra um misterioso poder que gerencia o país
em 2025.

Rabie diz que escreveu o livro em resposta às "sucessivas derrotas" que os


defensores da democracia enfrentaram após as manifestações que acabaram 1499 - O Brasil Antes
de Cabral
com a ditadura de 30 anos do presidente Hosni Mubarak. Embora a obra
Reinaldo José Lopes
tenha paralelos com a atual sociedade egípcia, ambientar a história em um
futuro próximo permitiu que ele escrevesse mais livremente, sem fazer Comprar
conexões explícitas ao atual governo egípcio, ele afirmou em uma entrevista
por e-mail, que foi traduzida pelo seu editor árabe.

Nael Eltoukhy, cuja sombria ficção satírica de 2013, "Women of Karantina", é Chico Buarque -
ambientada parcialmente em Alexandria no ano de 2064, disse que sentiu Caravanas (Digipack)
que a farsa futurista era a melhor maneira de refletir o humor cansado no (CD)

Egito. Chico Buarque

Comprar
"No Egito, especialmente depois da revolução, tudo era terrível, mas tudo era
também engraçado", ele afirmou em uma entrevista. "Agora, eu acho que está COMPARTILHE ESTE LINK

pior do que no tempo de Mubarak."


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Histórias futuristas sombrias se mostraram populares entre os leitores, e
muitas dessas ficções são sucesso comercial e de crítica. "Otared" foi finalista

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neste ano no prestigiado Prêmio Internacional da Ficção Árabe.

Editores dizem que os livros atraíram o público em parte porque eles destilam
um sentimento coletivo de frustração.

Esse novo corpo de literatura pós-revolucionária mostra uma mudança de


tom após o derramamento de êxtase que chegou imediatamente após a
Primavera Árabe, quando muitos escritores publicaram memórias sem fôlego
ou cavaram manuscritos antigos que haviam guardado por anos. Celebrados
escritores egípcios como Ahdaf Soueif e Mona Prince escreveram uma não
ficção dos protestos de 2011 da Praça Tahrir. O escritor sírio Samar Yazbek
publicou diários que ele manteve durante as insurreições na Síria. Uma nova
geração de escritores se inspiraram com as impressionantes cenas de cidadãos
lutando juntos contra as entrincheiradas ditaduras.

"Teve algo sobre a experiência da revolução em que repentinamente você


tinha voz, e sua voz tinha peso e significado", afirmou Yasmine el-Rashidi,
uma jornalista egípcia cuja primeira novela, "Chronicle of a Last Summer",
sobre o despertar político de uma mulher no Cairo durante e após o governo
de Mubarak, vai ser publicado nos Estados Unidos no próximo mês.

Nos anos após a revolução, o otimismo murchou e as autoridades reprimiram


expressões criativas em toda a região. Na Arábia Saudita, o poeta Ashraf
Fayadh foi condenado a morte no ano passado por seus versos, chamados por
autoridades religiosas de blasfemos. Após um clamor internacional, a
sentença dele foi reduzida para oito anos de prisão e 800 chibatadas.

No Egito, sob o rigoroso governo do presidente Abdel-Fattah el-Sissi, o


governo fechou galerias de arte, invadiu editoras e confiscou cópias de livros
que considerou controversos. No ano passado, agentes alfandegários
apreenderam 400 cópias de "Walls of Freedom", sobre arte de rua política no
Egito, e considerou que o livro "instigava revolta".

"Nós estamos agora preocupados com o que publicamos", disse Sherif-Joseph


Rizk, diretor da Dar al-Tanweer Egypt, uma editora árabe. "Se alguma coisa é
banida, cria problemas comerciais."

Apesar de pretensões explícitas para a liberdade de expressão na constituição


egípcia de 2014, as autoridades marcam escritores e artistas individualmente.
O autor Ahmed Naji está cumprindo uma sentença de prisão de dois anos pelo
seu livro experimental "The Use of Life". Muitos temem que sua prisão vá
acarretar em mais autocensura.

"A Primavera Árabe e a revolução acabaram com o medo das pessoas e deram
a elas a iniciativa de se expressarem", afirma Abdel Aziz, cujo livro "The
Queue" foi publicado em árabe em 2013. "Agora estamos de volta à opressão."

Abdel Aziz, 39, fez mestrado em neuropsiquiatria em 2005 e agora trabalha


meio período em um centro que ajuda vítimas de tortura e violência no Cairo.
Ela publicou duas coleções de contos e muitos livros de não ficção de temas
sensíveis como tortura e violações dos direitos humanos cometidos por
autoridades egípcias.

Mas, após a queda de Mubarak, escrever algo factual pareceu uma maneira
inadequada de captar a experiência surreal de egípcios comuns que viveram
as revoltas e repressões posteriores, ela afirma. Em vez disso, ela se destinou a
escrever a história universal que reflete o que se revelou em volta dela, mas
transcende a geografia e os eventos atuais.

Ela começou a escrever "The Queue" em setembro de 2012. O livro segue um


jovem vendedor, Yehya, que foi baleado durante uma insurreição frustrada.
Negam atendimento médico a Yehya e ele é forçado a esperar em uma
interminável fila para pedir a The Gate uma permissão para fazer uma
cirurgia. Quanto mais fraco ele fica, mais a fila cresce, se estendendo por
quilômetros.

Abdel Aziz usa uma linguagem codificada para expressar termos políticos e
eventos ao longo do livro, que foi traduzido por Elisabeth Jaquette. A
insurreição de 2011 contra Mubarak é chamada de "a Primeira Tempestade". COMPARTILHE ESTE LINK
Uma posterior revolução civil que terminou em derramamento de sangue é
chamada de "os Vergonhosos Eventos".
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Abdel Aziz se preocupa com o crescente escrutínio que escritores e ativistas
enfrentam. Cerca de uma dúzia de seus amigos estão na prisão, ela afirma. Ela
foi presa três vezes por participar de manifestações e protestos. Mas ela sente
que viver com medo é fútil. "Eu não tenho mais medo", ela afirma. "Eu não
vou parar de escrever."

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