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podendo ser regular ou irregular, transmitida por intermédio das partes do corpo que entram em
contato direto com a fonte, geralmente as nádegas, as mãos, os braços e os pés. É definida por três
variáveis: frequência, medida em hertz (Hz); intensidade do deslocamento, medida em cm ou mm
ou aceleração máxima sofrida pelo corpo, medida em g (1g = 9,81 m x s-2); e direção, composta
por três eixos ortogonais: x (das costas para frente), y (da direita para esquerda) e z (dos pés para a
cabeça).
A vibração pode ser transmitida ao corpo inteiro ou a partes dele. A vibração de corpo inteiro (corpo
total) é aquela transmitida inteiramente ao corpo do trabalhador, ocorrendo a partir dos pés (posição
em pé) ou do assento (posição sentada), muito comum no trabalho realizado em plataformas,
máquinas, tratores e veículos, com frequência variando de 0,5 a 80 Hz. Já a vibração de partes do
corpo (manubraquiais) é aquela transmitida diretamente às mãos e braços do trabalhador por
máquinas manuais vibrantes, como britadeiras, furadeiras de impacto etc., com frequência variando
de 5 a 1.000 Hz.
A medição da vibração é baseada principalmente nas Normas ISO 2631-1 (1997) para corpo inteiro
e ISO/DIS 5349-1 (2001) para mão e braço, as quais determinam os níveis de ação e os limites de
exposição. É realizada por meio de instrumentos ligados a um transdutor de aceleração conhecido
como acelerômetro, que capta o movimento vibratório, transformando-o em um sinal elétrico
proporcional à aceleração. Os acelerômetros mais utilizados são os piezoelétricos, que medem a
aceleração absoluta da vibração, tendo características gerais superiores em relação a qualquer outro
tipo de transdutor de vibrações. Na vibração de corpo inteiro (VCI), o acelerômetro triaxial é
montado em um adaptador de assento, posicionado no ponto de transmissão da superfície do corpo.
Já na medição de vibração de mão e braço (VMB), o acelerômetro é montado na superfície vibrante,
utilizando-se adaptadores adequados.
As medias ergonômicas a serem adotadas para a diminuição dos níveis de vibração deve ser feita ao
nível de projeto das máquinas e equipamentos. Neste aspecto, destacam-se as tecnologias existentes
em alguns produtos utilizados no manejo de áreas verdes, como o caso das motosserras, que
possuem dispositivos (amortecedores) que interligam as diferentes partes da máquina, minimizando
a vibração e os efeitos sobre o corpo humano. Existem, ainda, certos tipos de mecanismos que são
mais favoráveis, como o uso de movimentos de rotação ao invés de translação e o uso de
transmissões hidráulicas e pneumáticas em substituição a engrenagens.
Para manter os níveis de vibração dentro de limites toleráveis, ou mesmo quando no projeto não se
conseguem níveis abaixo do recomendado, a diminuição da vibração pode ser conseguida por meio
da eliminação da fonte vibratória com lubrificações e manutenções periódicas das máquinas;
isolamento da fonte com afastamento do trabalhador; ou uso de material isolante. Um assento
confortável também minimiza o problema. Por fim, se mesmo assim não se conseguir níveis
aceitáveis, o trabalhador deve ser protegido com luvas antivibração e botas e, se o efeito for por
longo período, devem ser programadas pausas para evitar a exposição contínua do trabalhador.
Portanto, como pode ser verificado, as vibrações ocupacionais são altamente prejudiciais à saúde do
trabalhador, sendo, então, muito importante que as empresas que possuem máquinas e
equipamentos portáteis que provocam vibrações possam realizar regularmente a medição da
vibração. Com isso, poderão ser tomadas medidas preventivas para neutralizar ou minimizar os
riscos no ambiente de trabalho, efetuar o pagamento da insalubridade de forma adequada e proteger
a saúde do trabalhador.