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Energia cinética
Autores
aula
05
Governo Federal Revisoras de Língua Portuguesa
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Ministro da Educação
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Revisora Tipográfica
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Reitor
José Ivonildo do Rêgo Ilustradora
Carolina Costa
Vice-Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz
Editoração de Imagens
Secretária de Educação a Distância Adauto Harley
Vera Lúcia do Amaral Carolina Costa
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Coordenador de Edição
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Adaptação para Módulo Matemático
Projeto Gráfico
André Quintiliano Bezerra da Silva
Ivana Lima
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Revisores de Estrutura e Linguagem Thaísa Maria Simplício Lemos
Eugenio Tavares Borges Imagens Utilizadas
Jânio Gustavo Barbosa Banco de Imagens Sedis - UFRN
Thalyta Mabel Nobre Barbosa Fotografias - Adauto Harley
Stock.XCHG - www.sxc.hu
Revisora das Normas da ABNT
Verônica Pinheiro da Silva
1. Energia. 2. Ondas. 3. Campo elétrico. 4. Campo Magnético. I. Jefelice, Luiz Carlos. II. Título
ISBN
CDD 333.79
RN/UF/BCZM 2007/53 CDU 620.91
Copyright © 2007 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Apresentação
N
esta aula, você estudará o conceito de energia cinética e terá oportunidade de
compreender as relações existentes entre o trabalho realizado por uma força sobre
um determinado corpo e a mudança que ocorre em sua velocidade devido à ação
dessa força, resultando numa variação de sua energia cinética. Nesse sentido, partiremos
de exemplos relacionados com as atividades práticas realizadas pelo ser humano no seu dia-
a-dia e de situações simples observadas nos fenômenos naturais.
Nossa finalidade, agora, é abrir uma janela para o mundo da energia, com ênfase no
movimento dos objetos, de modo que possamos construir juntos o conceito de energia
cinética em Física e você possa compreendê-lo e determinar o seu valor em vários tipos de
aplicações bem como no desenvolvimento das atividades propostas.
Objetivos
Compreender o conceito de energia cinética em Física a partir
1 de situações presentes no mundo vivencial e nos equipamentos e
procedimentos tecnológicos.
n quando criança, após ter jogado uma pedra mais distante que os companheiros de
brincadeira;
Como podemos notar, em todas essas atividades, o movimento é essencial para que
possam ocorrer. Contudo, também sabemos, de forma intuitiva, que tais atividades só
podem ocorrer com consumo de energia. Quer dizer, se você está há muitos dias sem se
alimentar de modo adequado, dificilmente se sentirá muito disposto(a). Ter uma alimentação
apropriada às suas necessidades corporais (embora não baste por si mesma) é condição
necessária para que você disponha de uma reserva energética suficiente para poder se sentir
“com muita energia”.
Observação - Mesmo que você já saiba como calcular a energia cinética dos
corpos em movimento, aqui não vale calcular, só vale pensar, avaliar usando a
sua intuição e responder no espaço entre parênteses ao lado de cada situação
seguinte qual vem antes de qual. Este é um exercício para estimular a intuição
e não seu conhecimento de “fórmulas” ou habilidade em cálculos. Numere as
situações na coluna da direita em ordem crescente, ou seja, a que envolve menor
energia correspondendo a 1 e a de maior energia correspondendo a 10.
É fácil perceber que na determinação da energia cinética de um objeto, seja ele chamado
de móvel, partícula ou corpo, é necessário saber o valor de sua velocidade. Percebemos,
também, de maneira intuitiva, que objetos com mesma velocidade e massas diferentes
devem ter energia cinética diferentes. Por exemplo: consideremos uma situação em que um
automóvel pequeno e vazio e um caminhão grande e carregado sejam abandonados, ladeira
abaixo, e se dirijam, com a mesma velocidade, rumo a um muro. Esperamos, intuitivamente,
que o caminhão fará maior “estrago” no muro. “Estrago”, neste caso, significa trabalho feito
sobre as partes que compõem o muro; trabalho este realizado às custas da energia cinética
que cada veículo possuía no instante imediatamente anterior à colisão com o muro. Embora
ambos tivessem a mesma velocidade, esperamos que o caminhão tenha maior energia
cinética que o automóvel na situação descrita.
Já avançamos bastante, mas não o suficiente, pois ainda não sabemos como quantificar
a relação entre energia cinética, velocidade e massa, isto é, ainda não temos uma expressão
matemática que possibilite determinar o valor da energia cinética dos objetos. Vamos,
agora, partir de uma situação bem corriqueira, que você deve observar freqüentemente, e
analisá-la em profundidade para chegarmos à expressão necessária ao cálculo da energia
cinética dos corpos.
Note que é muito comum, em Física, analisarmos uma mesma situação enfocando
diferentes aspectos dela, dependendo de nosso interesse ou necessidade em
cada caso. Ou seja, em geral, há mais de uma maneira de olharmos para os
fenômenos físicos e enfatizarmos um conjunto de processos ali presente ou
outro conjunto, também presente. A descrição de certos aspectos ou processos
não exclui a análise de outros. Na maioria das vezes, as diferentes descrições de
uma mesma situação, por assim dizer, se complementam e enriquecem nossa
compreensão acerca do que está sendo estudado do ponto de vista físico.
ya
yb
Figura 2 - Um objeto caindo a partir de uma certa altura, ya, para uma altura, yb, menor que ya, sob a ação da
força gravitacional, que atua na direção e sentido do deslocamento.
Enquanto o objeto cai, sob a ação da força gravitacional, que atua na direção e sentido
do deslocamento, há a realização de trabalho sobre o mesmo. Neste caso, o deslocamento
do objeto é dado pela diferença entre sua posição final e a inicial:
y b − ya
e a força que atua sobre o objeto, suposto de massa m, é a força gravitacional, isto é, seu
peso, P, dado por:
F = P = m · g;
Logo, o trabalho realizado pela força gravitacional para deslocar o objeto da posição ya
para a posição yb pode ser determinado pela expressão:
uma vez que a força gravitacional atua na mesma direção e sentido que o deslocamento
do objeto.
Como já escrevemos, durante sua queda, o objeto perde altura e ganha velocidade, isto
é, ganha energia de movimento ou cinética. Aqui precisamos, então, relacionar o trabalho
realizado sobre o objeto com a variação ocorrida em sua velocidade. Neste ponto, teremos
que recorrer a conhecimentos básicos de cinemática para dar conta dessa tarefa.
Aplicando essa relação à nossa situação problema, na qual a velocidade final será
representada por vb, a velocidade inicial por va, a aceleração por g e o deslocamento ∆x por
(ya − yb ), ficamos com:
multiplicando, agora, os dois lados da equação pela massa do objeto m, e dividindo ambos
os membros por 2, chegaremos a
No caso particular em que a velocidade inicial do objeto (partícula), va, é igual a zero, a
expressão anterior toma a forma:
ou:
Ec = [m · v 2 ]/2.
ou ainda:
τab = ∆Ecab .
Isto é, o trabalho realizado para deslocar o corpo do ponto a até o ponto b é igual à
variação da energia cinética do corpo em seu movimento entre os referidos pontos.
Exemplo 1
Um automóvel, de massa igual a 800 kg, passa sobre uma lombada com velocidade
igual a 18 km/h. Logo após a passagem da lombada, ele é acelerado até que sua velocidade
atinja 162 km/h. Determine o trabalho realizado pela força de atrito da estrada sobre os
pneus do carro para elevar sua velocidade de 18 km/h para 162 km/h.
Solução
Já sabemos que o trabalho realizado é igual à variação da energia cinética, logo:
Vb = 162.000/3.600 = 45m/s.
Analogamente:
Logo:
τab = [800 × (45)2 ]/2 − [800 × (5)2 ]/2;
Atividade 2
A tabela a seguir mostra quanto um carro percorre entre o instante em
que o motorista vê algo que exige uma freada e o instante em que o carro
para completamente.
36 10 6 6 12
72 20 12 14 36
108 30 18 54 72
144 40 24 96 120
Vamos procurar entender cada um dos vários aspectos dessa situação específica.
b) Quais as conclusões que você pode tirar sobre o tempo de reação?
A quarta coluna mostra que a distância total percorrida pelo veículo até parar
aumenta muito à medida que a velocidade do carro aumenta, isso significa que
a distância entre os carros, numa estrada, deve ser aumentada em muito para
evitar acidentes.
Sabemos que ao efetuar uma freada, até parar, o carro perde toda sua energia
cinética, porém, sabemos também que a energia cinética perdida pelo carro
deve se transformar em outras formas de energia.
Atividade 3
Para sistematizar e complementar aquelas informações solicitadas, você deverá resolver
nesta atividade as situações propostas de ordem ímpar, enquanto as de ordem par serão
resolvidas como exemplo.
Supondo que o atleta corra os 100 metros em 10 segundos, sua velocidade média
será igual a 10 m/s.
Determine a energia cinética do atleta enquanto este corre com velocidade de 10 m/s.
A velocidade do ovo no instante imediatamente anterior ao choque com o chão deve ser
calculada da seguinte forma:
a) proponha uma altura razoável para a mesa, por exemplo, oitenta centímetros de altura,
isto é, h = 0, 8 m ;
b) use a expressão para a determinação da velocidade de um corpo que cai de uma altura h,
√
com velocidade inicial igual a zero, v = 2gh,, e considere g = 10 m/s2 .
Solução
A velocidade da Lua deve ser determinada dividindo-se a distância percorrida
numa volta completa pelo tempo gasto para isso, daí:
Distância percorrida
= 2πdT L = 2 × 3, 14 × 380.000 = 2.386.400 km = 2.386.400.000 m.
Ou melhor:
ou:
19
EC = 3, 7 × 10 GJ,
Durante uma maratona a atleta percorre 42.200 metros num tempo de aproximadamente
2 horas e 40 minutos.
Solução
A velocidade da carreta, em m/s, será:
v = 54 km/h = 54 × 1.000/3.600 = 54.000/3.600 = 15 m/s.
Logo, sua energia cinética será dada por:
2 2
EC = [m.v ]/2 = [35.000 × (15) ]/2 = 17.500 × 225 = 3.937.500 J = 3, 94 M J,
2 2
EC = [m.v ]/2 = [35.000 × (15) ]/2 = 17.500 × 225 = 3.937.500 J = 3, 94 M J,
onde M é a sigla para mega = 106.
Considere a massa do bate-estaca igual a 200 kg e que este foi levantado de uma altura
de 6 metros.
Solução
A velocidade do transatlântico, em m/s, será:
v = 50 km/h = 50 × 1/3, 6 m/s = 13, 9 m/s.
E sua energia cinética será:
2 8 2 7
EC = [m.v ]/2 = [1, 5 × 10 × (13, 8) ]/2 = 7, 5 × 10 × 193, 2 = 1.449 × 10
2 8 2 7 7
EC = [m.v ]/2 = [1, 5 × 10 × (13, 8) ]/2 = 7, 5 × 10 × 193, 2 = 1.449 × 10 J
ou:
EC = 14, 5 GJ.
Tabela 2
Ordem
Situação EC
crescente
Note que, embora alguns valores da energia cinética apresentem a mesma ordem de
grandeza, quando a situação de menor energia é comparada com a de maior energia, várias
ordens de grandeza as diferenciam. Isso realça a grande diferença que existe entre os valores
da energia cinética dos objetos cotidianamente observados.
Tabela 3
Tabela 2 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
Ordem crescente 7º 3º 5º 1º 2º 10 º 4º 8º 6º 9º
Em nosso jogo não há perdedor, nele todos são ganhadores, pois, observando
atentamente os dados apresentados e realizando todos os cálculos solicitados, você terá
exercitado habilidades intuitivas e perceptivas que certamente lhe darão segurança para
enfrentar novos desafios.
Auto-avaliação
Com base no que você aprendeu nesta aula, resolva as seguintes questões e problemas.
Em quais das situações mostradas nas figuras a seguir podemos dizer que os
1 objetos em destaque têm energia cinética? Explique sua resposta.
1 2
b) O trabalho que deve ser realizado para fazer parar o garrote é menor, igual ou maior do
que o trabalho para fazer parar o touro? Explique sua resposta.
c) Se ambos são freados pelos chifres, até pararem, por um vaqueiro que faz uma força
de mesmo valor em ambos os casos, a distância percorrida pelo garrote durante o
freamento será maior, igual ou menor que a percorrida pelo touro na situação similar?
Explique sua resposta.
Referências
CARMONA, Humberto de Andrade. Energia e movimento. Fortaleza: Demócrito
Rocha, 2002.
MÁXIMO, Antônio; ALVARENGA, Beatriz. Curso de física. São Paulo: Scipione, 2000. v 1.
YOUNG, H.; FREEDMAN, R. A. Física I: mecânica: Sears e Zemansky. 10. ed.São Paulo:
Addison Wesley, 2003.