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MECÂNICA

MECÂNICA INDUSTRIAL
INDUSTRIAL

Douglas Ribeiro dos Santos

querem aplicar os elementos de má-


É interessante analisar as exigências do mercado e da indús- quinas sem ter uma visão geral so-
tria atual e a postura do novo profissional que está sendo forma- bre o projeto; na verdade alguns até
desprezam esta etapa tão importan-
do. Antigamente, os profissionais se dedicavam exclusivamente
te na atividade de construção de má-
às atividades relativas a sua profissão, hoje o profissional precisa quinas, equipamentos e dispositivos.
conhecer a sua área de atuação, falar mais de uma língua, co-
nhecer as exigências legais, estar preocupado com o meio ambi- PROJETO DE MÁQUINAS -
PARÂMETROS BÁSICOS
ente, conhecer as ferramentas necessárias para o bom desem-
penho de seu serviço como, por exemplo, programas de Nos dias de hoje tudo está mais
informática. Isto é uma verdade para todas as áreas, com maior acessível principalmente na área da
eletrônica, e por causa da crescente
peso para a Mecatrônica e Automação de Processos. procura por produtos para realização
Atualmente, vivemos uma época em que profissionais são cha- de protótipos e mesmo produção de
mados ou contratados para conhecer o processo da empresa, máquinas dentro do conceito da
mecatrônica, cresce também a pro-
para depois atuar em na elaboração da otimização do processo,
cura por produtos e serviços na área
qualificação do processo e, principalmente, na sua automação. da mecânica.
Algumas pessoas, por exemplo,
procuram serviços de usinagem de
profissional atual não automação de uma estação de tra- metais, outras de soldagem, outras
tem mais medo de ensi- tamento de água e, portanto, pas- ainda de injeção de plásticos ou fa-
nar, pois está continua- sando a conhecer os padrões esta- bricação de produtos plásticos, e há
mente aprendendo e, fun- belecidos pela Organização Mundi- aquelas que já pensam na produção
damentalmente, ele está aberto a al da Saúde para aceitação da água em escala, estando à procura de es-
conhecer e atuar em novas áreas potável, ou seja, as quantidades tamparias, forjarias e indústrias de
do conhecimento. aceitáveis de produtos químicos fundição.
Trabalhar com automação de pro- como o cloro, o flúor e também as No entanto, antes de solicitar
cessos confere ao profissional co- quantidades de metais como, por um serviço (ou produto) é preciso
nhecimento em diferentes áreas da exemplo, o mercúrio, e passa a es- considerar a função da peça ou do
indústria: veja, por exemplo, que al- tudar quais sensores atendem esse elemento de máquina dentro do pro-
guém que trabalha hoje na tipo de exigência do processo. jeto, e analisar sua operação e ma-
automação de fornos de tratamento Trabalhar com automação é isso! nutenção. É necessário estudar, por
térmico, acaba conhecendo as carac- É entrar em várias áreas de conhe- exemplo, os materiais, pois eles
terísticas dos aços para os proces- cimento, é não economizar aprendi- irão influenciar diretamente no pro-
sos de cementação e têmpera e tam- zado, é procurar conhecer novas cesso de fabricação, tornando-o
bém as características das peças tecnologias, sem desprezar as téc- mais caro ou mais econômico, mais
que devem ou podem sofrer esses nicas ou os elementos já consagra- fácil ou mais difícil.
tipos de tratamento, e estuda os dos pelo uso. Em relação às máquinas é preci-
sensores termopares, isso sem fa- O nosso intuito neste artigo é co- so ter em mente alguns parâmetros
lar nas várias outras variáveis do pro- meçar a falar sobre o Projeto de básicos como operação, manuten-
cesso. Digamos que a mesma pes- Máquinas partindo de determinados ção, movimentação, segurança,
soa que trabalhou na automação de conceitos, e chegar até alguns Ele- transporte, embalagem e proteção ao
fornos, agora esteja trabalhando na mentos de Máquinas, pois muitos meio ambiente.

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Operação: Um bom equipamen- Transporte: É preferível que seja volume, capacidade, velocidade,
to é simples de operar, não oferece possível ser desmontado ou possuir torque, potência, etc.
riscos para quem deseja usá-lo, não dispositivos específicos de amarra Abordaremos agora alguns fa-
é carregado de botões e alavancas ou içamento, e deve ser pensado tores de projeto que não são bási-
ou dizeres relativos às ações de fun- qual veículo possibilita o transporte: cos, mas de grande impor tância
cionamento, deve-se preferir a lingua- carros de passeio, pick-up ou mes- para o sucesso do projeto, fatores
gem analógica para transmitir men- mo caminhão. que conferem uma visão mais am-
sagens de maneira que operador com Embalagens: Quanto mais simé- pla sobre as características dos
uma rápida olhada já verifique o que trico mais fácil de projetar a embala- materiais e, portanto, auxiliam na
está acontecendo. gem; o formato deve ser tal que re- elaboração de projetos e mesmo na
Manutenção: É de fácil manu- duza os custos com embalagem. resolução de alguns casos de ma-
tenção, com espaços adequados Proteção ao meio ambiente: nutenção.
para soltar e fixar peças, encaixar Não é citada na maioria dos livros
e desencaixar módulos, etc. Em al- tradicionais antigos por ser uma PROJETOS DE MÁQUINAS -
gumas máquinas percebemos que preocupação relativamente recen- FATORES DE PROTEÇÃO
não foi dada devida atenção para a te, porém as conseqüências para
execução da manutenção do equi- os que ignoram este parâmetro O Fator Resistência
pamento, pois muitos elementos básico serão altamente sensíveis
são de difícil acesso. Deve-se pre- em relação à aprovação, cer- Uma consideração fundamental
ferir usar elementos de fácil aqui- tificação e vendagem do projeto ou no momento de elaboração do proje-
sição no mercado, normalizados, produto. to de máquinas e seus elementos é
intercambiáveis (elementos que Quais materiais você emprega a resistência, a qual deve ser neces-
atendem a diferentes tipos de equi- como matéria-prima, tipos de plásti- sariamente maior do que a tensão
pamentos, a partir da utilização de cos, óleos de lubrificação? A emba- que solicita a máquina e seus ele-
dispositivos referenciadores, como lagem é do tipo reciclável? Alguns mentos.
bases ou sobrebases ou calços). materiais não são legais, ao con-
Hoje é possível disponibilizar trário, são proibidos como, por exem-
manuais de operação e manutenção plo, o amianto, antes usado nas pas-
através de acesso fácil via internet. tilhas de freio de automóveis.
Movimentação: Deve possuir
alças para possibilitar uma melhor PROJETOS DE MÁQUINAS -
pega, pode ter rodízios para me- RELAÇÃO:
lhor movimentação. Alguns equipa- FUNÇÃO X ECONOMIA
mentos são muito bons, mas na
hora de movimentá-los apresentam Quando começamos a pensar em
grandes dificuldades, às vezes um projeto devemos ter em mente a
nem é por causa do peso, mas pelo relação função versus economia, ou
tamanho. Se estamos projetando seja, é preciso que o elemento ou
eletrodomésticos, precisamos nos equipamento execute satisfatoria-
lembrar das dimensões padrões, mente a função para a qual foi proje-
Figura 1 - Diagrama tensão x deformação.
como dos batentes, pé direito,etc., tado com o menor custo possível, e
uma vez que se o equipamento é quando se fala em economia, refere-
de uso industrial devemos pes- se à economia na concepção da
quisar as dimensões e capacida- peça, na escolha do material, na es-
des das empilhadeiras. colha do processo de fabricação das
Segurança: Quem vai operar? peças e processo de montagem.
Qual o perfil do usuário? Sendo brin- Por isso, quando necessitamos de
quedo ou equipamento para diversão, algum elemento de máquina deve-
a segurança depende da idade do mos pensar em usar elementos
usuário, é preciso então pesquisar as normalizados, padronizados, elemen-
normas para esse tipo de projeto. tos que por serem muito produzidos
A segurança depende da utilida- têm seu custo mais reduzido, sendo
de do projeto, ou seja, é equipamen- elementos de fácil reposição no caso
to para trabalho ou lazer? Para ope- de quebra ou manutenção.
rar o equipamento será preciso algum Podemos mensurar o custo do
tipo de curso ou mesmo habilitação? nosso projeto pelo número de pe-
Tudo isso depende do projeto ser ou ças e também por indicadores de Figura 2 - Diagrama tensão x deformação -
Determinação do limite escoamento.
não motorizado, e até automático. custo como, por exemplo, área,

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Resistência é uma proprieda- Sendo assim, a lei de Hooke 3. Alguns materiais apresentam
de inerente à peça devido ao seu (σ =Kx) que estabelece que a ten- uma diminuição da tensão depois
material, tratamento térmico a ela são é proporcional à deformação só de atingir o limite de resistência,
aplicado e ao processo de fabri- é valida até o limite de propor- mas também é verdade que outros
cação utilizado para a sua produ- cionalidade. materiais como os aços de alta re-
ção. Alguns materiais durante o tes- sistência e o ferro fundido sofrem
Falar sobre resistência dos ele- te de tração a partir de um deter- ruptura na par te ascendente do
mentos de máquina exige a apre- minado ponto apresentam um au- diagrama.
sentação de alguns conceitos e mento muito rápido da deformação É possível também determinar
propriedades mecânicas, como sem um aumento correspondente a resistência a torção de um ma-
dureza e ductilidade. da tensão, este é o ponto C da fi- terial, aplicando-se sobre corpos
Através da realização de en- gura 1, conhecido como limite de de prova cilíndricos determinadas
saios normalizados em corpos de escoamento. Como nem todos os torções e registrar os torques apli-
prova com dimensões padroniza- materiais apresentam o mesmo tipo cados e os ângulos de torção cor-
das é possível verificar os valo- de curva quando submetidos ao en- respondentes, em seguida obtém-
res de resistência à tração e com- saio de tração, muitas vezes o pon- se o Diagrama Torque x Ângulo de
pressão de diversos materiais, os to C não é um ponto de fácil deter-
resultados desses testes com os minação. Define-se então para es-
valores de tensão são encontra- ses materiais o limite de escoamen-
dos em tabelas de fácil acesso e to como sendo o ponto onde o va-
em livros e também apresentados lor de tensão corresponde a uma
pelos fabricantes de materiais determinada deformação perma-
para a indústria através de catá- nente. Após o alívio da tensão, esta
logos. deformação permanente é normal-
O gráfico denominado de dia- mente fixada entre 0,2 a 0,5% do
grama de tensão x deformação comprimento inicial. Obtém-se gra-
nos dá a idéia do que acontece ficamente este limite de escoamen- Figura 3 - Diagrama tensão x deformação -
Teste de tração de material dúctil.
com o corpo de prova durante a to através da marcação do valor
realização do ensaio de tração, no pré-fixado de deformação (0,2 a
momento do ensaio durante a 0,5%) no eixo das deformações
aplicação das tensões. (eixo horizontal) traçando-se, por
Antes do ensaio de tração co- esse ponto, uma reta paralela à tan-
meçar são anotados o compri- gente à curva que passa pela ori-
mento e área originais do corpo gem. O ponto de intersecção des-
de prova. O corpo de prova é en- sa reta com a curva Tensão x De-
tão tracionado lentamente e, ao formação determina o ponto corres-
mesmo tempo, se observa a car- pondente ao limite de escoamen-
ga aplicada e a deformação pro- to, veja figura 2.
duzida, e no final do ensaio os O limite de resistência ou resis-
resultados são representados tência à tração é a maior tensão
Figura 4 - Diagrama torque x ângulo de
através do gráfico diagrama de alcançada durante o ensaio, este torção.
tensão x deformação.(Ver figura ponto está representado na figura
1 – Diagrama Tensão x Deforma-
ção).
O ponto A, na figura1, deno-
mina-se limite de proporciona-
lidade. Este é o ponto a partir do
qual o Diagrama Tensão x Defor-
mação começa a se desviar da
linha reta que apresentava desde
sua origem. O ponto B chama-se
limite elástico , e sendo a carga
retirada antes deste ponto, não se
observará deformação permanen-
te no corpo de prova. Entre A e
B, o diagrama já não é uma linha
reta, no entanto, o corpo de prova
Figura 5 - Diagrama tensão x deformação - (a) Material frágil - (b) Matéria dútil.
ainda está em regime elástico.

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Torção, de acordo com a figura 4,
onde : Tp = Tensão Limite de
Proporcionalidade, Te = Tensão de
Escoamento e Tr = Tensão de Rup-
tura.
A partir destes conhecimentos
básicos é possível esclarecer os
conceitos de dureza e ductilidade.
Pode-se ter dois materiais com a
mesma resistência e dureza, no
entanto um deles devido à proprie-
dade chamada ductilidade tem me-
lhor capacidade de absorver sobre-
cargas. A figura 5 apresenta a di-
ferença entre dois materiais que
possuem aproximadamente a mes-
ma dureza e resistência. Em (a)
nota-se através do Diagrama Ten-
são x Deformação de um material
frágil, uma pequena deformação
plástica, já em (b) observa-se que
o material apresenta capacidade de
suportar uma deformação plástica
relativamente grande antes de fra-
turar-se.
A ductilidade é medida pelo
alongamento percentual que ocor-
re no material por ocasião da fratu-
ra. A linha divisória entre
ductilidade e fragilidade é o alon-
gamento de 5%. Diz-se que um
material com menos de 5% de alon-
gamento na fratura é frágil, enquan-
to um que tenha mais de 5% é
dúctil, mede-se normalmente o
alongamento de um material com
relação a um comprimento de 50
mm.
A característica de um material
dúctil de permitir a absorção de
grandes sobrecargas é um fator de
segurança a mais no projeto. A
ductilidade também é importante no
que diz respeito ao trabalho de con-
formação por processo de
estampagem, onde geralmente o
material é trabalhado a frio.
A dureza é normalmente impor-
tante quando precisamos de mate-
riais para resistir ao uso, à erosão
ou deformação plástica.
Os testes de dureza mais co-
nhecidos são Shore, Rockwell,
Brinell, Vickers e Knoop. A maior
par te dos sistemas de testes de
dureza, exceto o Shore, aplica uma
carga-padrão. Esta carga é aplica-
Figura 6 - Tabela de conversão de durezas.
da a uma esfera ou pirâmide que é

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colocada em contato com o mate-
rial a ser testado. A dureza do ma-
terial é expressa em função do ta-
manho da massa criada pelo tes-
te. A dureza é fácil de se medir, já
que o teste pode ser aplicado dire-
tamente sobre a peça, pois o tes-
te não é destrutivo.A figura 6 apre-
senta uma correspondência entre
os diferentes sistemas de dureza,
e nos dá uma idéia de grandeza, Figura 7 - Potenciais iônicos dos metais.
entretanto, estes valores são ape-
nas orientativos, pois as corres-
pondências entre os diferentes especialização para adquirir este tro desta ciência podemos desta-
ensaios são aproximadas. tipo de material, até um revesti- car as camadas eletrodepositadas
mento por verniz, uma fosfa- (através da galvanoplastia) para
O fator corrosão tização, galvanização ou oxidação. proteção contra desgaste. Alguns
Revestimentos metálicos, como metais muito aplicados e bastante
Para quem trabalha na elabora- cromagem e niquelagem, são bons conhecidos são o cromo, o níquel
ção e construção de máquinas, é para evitar corrosão, todavia, redu- e o cobre. Para se ter uma idéia, a
indispensável a questão da prote- zem o limite de resistência à fadi- espessura da camada de cromo
ção anticorrosiva. É preciso ter ga da peça. É necessário, portan- duro normalmente aplicada está
noções das reatividades entre to, estudar os tipos de tratamento entre 0,025 e 0,3 milímetros e con-
materiais metálicos, conhecer os e revestimento para uma aplicação fere dureza superficial da ordem de
tipos de corrosão, pois pelo sim- adequada. A seguir, abordaremos 900 HV (Dureza Vickers), consulte
ples toque da mão o ferro começa um pouco mais sobre os revesti- a tabela comparativa de durezas
a se oxidar por causa do ácido mentos e tratamentos superficiais. para ter idéia de correspondências.
úrico. A dureza pode ser verificada atra-
A corrosão química é decorrên- O fator desgaste vés de ensaios de microdureza
cia de reações com o oxigênio pela (Knnop ou Vickers); outros ensai-
simples exposição dos metais O desgaste dos elementos de os de verificação de dureza já ci-
como ar (atmosfera), água, solu- máquina é inevitável, no entanto, tados aqui não devem ser aplica-
ções aquosas, ácidos ou bases, ou devemos minimizar o desgaste dos para verificar a dureza destas
mesmo outros materiais ativos qui- podendo fazer isso através da as- camadas eletrodepositadas em vir-
micamente. Daí teremos um pro- sociação adequada de materiais tude das elevadas cargas envolvi-
cesso de oxidação, que pode ser por meio de uma melhor definição das no ensaio.
consideravelmente acelerado atra- do acabamento superficial e tam- A cobreação é empregada na in-
vés da temperatura, através dos bém através de seleção correta dústria têxtil em rolos cobreados na
“cantos vivos” nas peças, da de lubrificantes para os elemen- parte de estamparia de tecidos, e
rugosidade superficial e das impu- tos que funcionam em condições também na indústria gráfica nos ro-
rezas no material. de deslizamento ou rolamento. É los para rotogravura; a niquelação
A corrosão eletroquímica é de- possível aplicar
corrente da formação de pares tratamento térmico
galvânicos, ou seja, quando dois em alguns elemen-
metais com diferentes potenciais tos ou apenas nas
são colocados juntos, imersos em superfícies de con-
um líquido eletrólito, que pode até tato.
ser água que se condensou entre Podemos tam-
os metais, acontece a corrosão do bém compensar o
metal menos nobre como, por desgaste (e mesmo
exemplo, o Zinco(-0,76) em relação a corrosão) apli-
ao Cobre(+0.34). A figura 7 apre- cando revestimen-
senta uma tabela de potenciais tos e tratamentos
iônicos de alguns metais. superficiais conhe-
Há várias maneiras para evitar cidos na indústria
a corrosão, desde a adição de ele- como serviços da
mentos ao aço quando da sua fa- área de tecnologia
bricação, o que requer uma maior de superfícies. Den- Figura 8 - Revestimento em carcaça de bomba.

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eletrolítica tem aplicação nas in- A redução de ruído também
dústrias químicas e alimentícias, pode ser obtida através da seleção
graças ao seu alto nível de resis- de materiais que absorvem ou
tência a vários meios agressivos. amortecem os ruídos, tais como a
Outra técnica muito empregada borracha e o ferro fundido, se com-
é a metalização por aspersão tér- parado com o aço.
mica. É um processo que permite
aplicar camadas de metais e ma- O fator vibração
teriais cerâmicos sobre superfíci-
es preparadas previamente. Os pro- Assim como o ruído, a vibração
cessos para metalização por as- tem sido cada vez mais indesejada,
persão térmica podem ser por cha- pelo fato de trazer conseqüências
ma, arco elétrico ou plasma. danosas ao equipamento. É lógico
Dentre os vários tipos de revesti- que aqui se exclui os equipamen-
mentos possíveis contra abrasão e tos onde a vibração é um fator cal-
corrosão, vale a pena citar os reves- culado e, sem ele, o equipamento
timentos denominados revestimen- não cumpriria sua função como, por
tos orgânicos. São basicamente de- exemplo, num alimentador de pe-
pósitos constituídos por compostos ças (onde através da vibração), um
orgânicos,tintas,borrachas, conjunto de peças é encaminhado Figura 9 - Engrenagens, A - Dentes retos,
B - Helicoidal.
polímeros e massas plásticas. A fi- para um canal ou funil, e por meio
gura 8 mostra o revestimento em de um sistema, a peça é alimenta-
Carcaça de Bomba, que é um exem- da num dispositivo de montagem, ou sem lubrificação, campo mag-
plo de revestimento contra a abrasão. o mesmo ocorrendo em peneiras nético desequilibrado, algo que
vibratórias, compactadores, mis- ocorre em motores elétricos, sis-
O fator ruído turadores de concreto e descar- temas de transporte e sistemas de
regadores de silos. bombeamento ou escoamento de
A redução de ruído nos novos pro- A vibração a que nos referi- fluido entre outros.
jetos tem sido uma exigência cada mos é aquela não calculada, não Existem maneiras de reduzir ou
vez mais acentuada, tanto por parte desejada, é aquela oriunda de mesmo controlar os níveis de vi-
das empresas e áreas de segurança transmissões que utilizamos bração, tanto na concepção do pro-
do trabalho como por parte do con- com bastante normalidade e que, jeto, quanto na instalação adequa-
sumidor final. Às vezes, o ruído é de repente, está lá causando fol- da das peças durante a montagem.
baixo, mas por ser constante traz um gas nos sistemas de fixação, des- Podemos citar três maneiras prin-
desgaste e aumenta o cansaço ao gaste prematuro de elementos de cipais de controlar este fenômeno,
usuário ou operador do equipamen- máquina, fadiga das estruturas, são elas:
to. Assim, por exemplo, no caso de perdas de energia, gastos com 1) Eliminação das fontes de
transmissões por meio de manutenção e, conseqüentemen- vibração, ou seja, é preciso reali-
engrenamentos deve-se preferir co- te, aumento nos custos da pro- zar um perfeito balanceamento de
roa-parafuso-sem-fim e engre- dução, isso sem falar no ambiente conjuntos girantes, alinhamento
namentos cônicos descentrados a de trabalho, que se torna inadequa- adequado entre eixos, eliminação
engrenamentos cilíndricos. As en- do. O que fazer diante de um fator de apoios “mancos”, aperto ade-
grenagens de dentes retos geram extremamente impor tante no mo- quado de parafusos, e até a insta-
muito mais ruído do que as engre- mento do projeto, modernização ou lação de amor tecedores de cho-
nagens helicoidais (Vide figura 9). atualização de uma máquina? ques ou vibração, muito utilizados
Na caixa de câmbio dos automó- Na verdade, tudo vibra com uma em máquinas operatrizes.
veis, por exemplo, é comum engre- certa freqüência e intensidade, o 2) I s o l a m e n t o d a s p a r t e s :
nagens de dentes inclinados nas que precisamos é ter atenção aos aqui significa prever no projeto a
marchas normais (aquelas que se níveis de vibração e saber quais colocação de um acoplamento ou
usa mais freqüentemente), mas na são as principais fontes de vibra- sistema de transmissão elástico
marcha ré aplica-se engrenagens ção. Dentre as diversas causas, po- ou amor tecedor de maneira a re-
de dentes retos, por isso o uso da demos citar o desequilíbrio de mas- duzir a transmissão da vibração
marcha a ré apresenta aquele ruí- sas girantes (mais conhecido como entre as partes. A figura 10 ilus-
do característico, já pensou se to- desbalanceamento),desalinha- tra como podemos realizar um
das as engrenagens fossem de mento de eixos, correias, estrutu- bom isolamento de vibração en-
dentes retos? Hoje já temos car- ras soltas ou sem elementos, amor- tre as par tes, pois entre os
ros com engrenagens helicoidais tecedores, folgas acima do reco- acoplamentos temos um materi-
também para a marcha a ré. mendado, mancais com problema

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MECÂNICA
MECÂNICA INDUSTRIAL
INDUSTRIAL
al de borracha, que absorve vi- Já que citamos freqüência na- te ter a mente aberta para todos
bração e desalinhamento. tural, torna-se necessário tecer esses fatores, pois fazendo assim,
3) Atenuação da resposta, algum comentário sobre resso- com certeza o produto final será
amenizando a emissão nância. um sucesso, podendo até ser uma
das freqüências através Todos os elementos grande invenção! Se for o caso, não
da instalação de refor- têm sua própria se esqueça de fazer o registro da
ços, adicionando mas- freqüência de patente ou invenção.
sas e alterando a fre- v i b r a ç ã o, à
qüência natural. qual denomi- CONCLUSÃO
namos de fre-
qüência natu- Não é difícil perceber que a ati-
ral. Temos res- vidade de projetos de máquinas en-
sonância quan- volve vários conceitos, desde con-
do, de alguma for- ceitos básicos até conceitos espe-
ma, emitimos uma cíficos relativos à área de atuação
vibração que tenha a do projetista, contudo, atualmente
mesma freqüência as áreas de projeto se sobrepõem,
que a freqüência na- o que faz com que haja com-
tural de algum ele- partilhamento de conhecimentos ao
mento. As duas se mesmo tempo que exige do pro-
encontram e o ele- fissional atual um espírito pesqui-
mento não supor ta sador .
a amplitude da nova Aqui abordamos parâmetros bá-
vibração, oriunda das sicos, mas muito necessários na
duas anteriores; vide atividade de elaboração de máqui-
ilustração ao lado. Evi- nas, citamos a relação função
tar o encontro das fre- versus economia tão discutida na
qüências naturais de dife- indústria, abordamos fatores espe-
rentes equipamentos ou es- cíficos de projeto, chegando até a
truturas significa evitar a res- conceitos da área de tecnologia
sonância. mecânica, que foram os ensaios
Com certeza, há outros fato- mecânicos.
res importantes para a elaboração Com certeza, alguns fatores de
de um bom projeto além dos projeto aqui discutidos merecem
parâmetros básicos e dos fatores um artigo só para eles, como é o
já destacados anteriormente, tais caso da vibração.
como, por exemplo, acabamento Esperamos ter contribuído de al-
superficial (não como tratamen- guma forma, para que o seu futuro
to anticorrosivo), mas como ino- projeto seja bem elaborado.l
vação tecno-
lógica ou atrativo
de venda, rigi-
dez do conjunto
ou de algum
item em particu-
lar, flexibilida-
de, tamanho,
forma, design ,
anatomia, pe-
so, caracte-
rísticas térmi-
cas, precisão,
confiabili-
dade, se-
gurança,
etc. Figura 10 - Acoplamento
Ao proje- que absorve desalinhamento
entre motor elétrico e bomba.
tar é importan-

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