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Informática Básica

Apostila de

Informática

Professor Régis
Novembro 2017

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Informática Básica
Conteúdo programático

1. Como é realizado o armazenamento da informação


1.1. Estrutura de um arquivo
1.1.1. Do registro ao byte
1.2. Sistema de numeração
1.2.1. Decimal
1.2.2. Binário
1.2.3. Hexadecimal
2. Geração
2.1. Quanto à geração
2.2. Primeira geração
2.3. Segunda geração
2.4. Terceira geração
2.5. Quarta geração
2.6. Quinta geração
2.7. Tipo de computadores
2.7.1. Estrutura interna de um computador
3. Quanto ao porte
3.1. Mainframe
3.2. Médio porte
3.3. Microcomputador
3.4. Tipo de processamento da informação
4. Unidade de entrada e saída
5. Software
5.1. Divisões do software
5.1.1. Funções básicas do sistema operacional
5.1.2. Classificação dos sistemas operacionais
5.2. Aplicativos comerciais
5.3. Sistema gerenciador de banco de dados – SGBD
5.3.1. Modelo hierárquico
5.3.2. Modelo de rede
5.3.3. Modelo relacional
6. Linguagem de programação
7. Lógica de programação
8. Rede de computadores
8.1. Redes
8.2. Lan
8.3. Man
8.4. Wan
8.5. Internet
8.5.1. História da internet
8.6. Modem, Hub e Switch
8.7. Topologia de redes
8.7.1. Estrela
8.7.2. Anel
8.7.3. Barramento
8.7.4. Ponto a ponto
8.7.5. Processamento cliente servidor

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Informática Básica
8.7.6. Meios físicos para interligar os computadores em rede
9. Engenharia de software
9.1. Crise do software
9.2. Engenharia de Software
9.3. Ciclo de vida do software
9.4. Ferramentas de desenvolvimento
9.5. metodologia de desenvolvimento de software
10. Organização de funções de um CPD
11. Informática eficaz
11.1. Por que informatizar a empresa?
11.2. Por que aprender a lidar com a informática, se ele não é uma exigência da sua função
11.3. Usando o computador para simplificar o cotidiano
11.4. Criativo é o homem, simplificador é a máquina.
11.5. Usando a informática para melhorar o ritmo da empresa.....
11.6. Uso da informática no gerenciamento da empresa
11.7. Trabalhando com os dados e obtendo informação
11.8. A importância de dados e processos disponíveis para análise
11.9. Usando a informática para agilizar, otimizar e ampliar resultados.
11.10. A evolução continua e tecnológica....
11.11. Planejando a informatização
11.12. Estrutura conceitual da informática
11.13. Modelo de organização da informática
11.14. Evoluindo por constância, não por saltos

Bibliografia
VELOSO, Fernado de Castro. “Informática : Uma introdução. Campus”.
GUIMARÃES, Ângelo de Moura. "Introdução à ciência da computação".LTC.
RIOS, Emerson. "Processamento de dados e informática".
SHIMZU, Tamio. "Processamento de dados : conceitos básicos". Ática.
HABERKORN, Ernesto. “Introdução ao processamento de dados. Atlas”.
CARUSO, ADOLFO. José André. Gustavo de Almeida. “Processamento de Dados -”.
Plataforma para os anos 90 “. ÉRICA”.
NEREU, DELGADO. Informática eficaz. Nobel
RALPH, Stair, PrincípioS de Sistemas de Informação, LTC

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Informática Básica
Temas para pesquisa e escolha do trabalho a ser apresentado ao final do semestre

1. Analise orientada a objeto


2. Cargos na Informática
3. Ciclo de vida de um software
4. Comércio eletrônico = (e-commerce)
5. Firewall (Segurança da informação)
6. Gerenciadores de banco de dados
7. Hacker, Cracker e Phaeak
8. Computador quântico
9. História do computador
10. Inteligência artificial
11. Internet
12. Internet 2.0
13. Intranet
14. Linguagem de programação
15. Metodologia de desenvolvimento de sistemas (analise estruturada, essencial)
16. Organograma de um CPD (centro de processamento de dados)
17. Rede de computadores
18. Sistemas comerciais (aplicativos)
19. Sistemas de informação baseado em computador (SIBC)
20. Sistemas especialistas
21. Sistemas operacionais
22. Vírus e antivírus

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Informática Básica
1. Como é realizado o armazenamento da informação dentro do
computador

1.1 Estrutura de um arquivo

Matricula Nome Endereço Referencia comercial


010222 Antônio Jose Rua xx Bemol
003344 Antônio Carlos Rua A Lojas milla
045544 Berenice da silva Rua B Utilar
011232 Dalmom da Silva Rua C GR Eletro
044565 Maria da Silva Rua D D calçados
. . . .
. . . .
. . . .
. . . .
099999 Zenildo da Silva Rua Z Utilar

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1.2 Sistemas numéricos


“Sistema de numeração é o conjunto de símbolos, palavras e regras que nos permite escrever e dar
nomes a todas as informações”.
Conceitos básicos: base de um sistema de numeração - quantidade de símbolos utilizada para
representar as quantidades desse sistema. (decimal, binário, octal e hexadecimal). Ou seja, dada uma
base N qualquer, são necessários N símbolos diferentes para representar um número.
A base é indicada entre parênteses abaixo e no final do número.

Sistema decimal (base 10)


Sistema binário (base 2)
Sistema hexadecimal (base 16) 32 base 10 para base 2

0 00 0 0 0 0
1 01 0 0 0 1
2 02 0 0 1 0
3 03 0 0 1 1
4 04 0 1 0 0
5 05 0 1 0 1
6 06 0 1 1 0
7 07 0 1 1 1
8 08 1 0 0 0
9 09 1 0 0 1
10 A 1 0 1 0
11 B 1 0 1 1
12 C 1 1 0 0
13 D 1 1 0 1
14 E 1 1 1 0
15 F 1 1 1 1

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32 = 1 0 0 0 0 0

0 0 1 0 0 0 0 0

3 2 2
0 16 2 1 0 0 0 0 0 = 32
0 8 2
0 4 2
0 2 2
0 1

2. Geração
2.1 Quanto a geração
 A geração é o resultado da tecnologia aplicada na área de eletrônica. A cada geração há uma
procura por maior velocidade de processamento = mega hertz ou MH
o Menor dimensão física
o Menor custo
o Maior capacidade de memória para armazenamento das informações (disco regido, Hard
Disk = HD), que é medido em mega byte.

2.2 1 GERAÇÃO
 Surgiu em 1945 com o UNIVAC I
 Componente eletrônico - válvulas
 Tempo de Operação : milisegundos (seg)
 Tamanho : grande
 Pouco confiáveis
 Poucas horas de funcionamento
 Monoprogramáveis
 Programados em linguagem de máquina (zeros e uns)

2.3 2 GERAÇÃO
 Surgiu em 1958
 Computador mais popular foi o IBM 1401
 Componente eletrônico - transistor
 100 vezes menor
 Não precisava aquecer para funcionar
 Consumo menor de energia
 Mais rápido e confiável
 Tempo de operação ; microssegundos (10-6 seg)
 Auxílio no controle de E/S (surgimento dos discos magnéticos)
 Monoprogramável
 Surgimento do primeiro minicomputador : PDP-5 ($ 120.000)

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2.4 3 GERAÇÃO
 Surgiu em 1965 : IBM 360
 Componente eletrônico : Circuito Integrado (LSI)
 Mais confiáveis
 Miniaturização dos componentes
 Baixíssimo consumo de energia
 Custo muito mais baixo
 Menor tamanho
 Multiprogramação
 IBM 360 - vendeu 30.000 unidades

2.5 4 GERAÇÃO
 Surgiu em 1975
 Competentes eletrônicos - Circuitos Integrados (LSI e VLSI)
 Tempo de operação - 0,5 nanosegundos (10-9 seg)
 Popularização no uso

2.6 5 GERAÇÃO
 Em fase de estudo (quântico)
 Dúvidas quanto à existência
 Componentes eletrônicos : Circuito integrado (ULSI)
 Inteligência artificial
 O hardware é construído visando o software
 Multiprocessamento
 Tempo de operação : pico-segundo (10-12)
 Memória primária - Gigabytes
2.7 Tipo de computadores
Quanto ao tipo ou forma de operação
 Analógico - processa sinais elétricos
 Digital - utiliza dígitos binários para representar sua programação e efetuar o armazenamento
de dados.
 Híbrido - Reúne características dos dois anteriores.
2.7 1 Estrutura interna de um computador
Barra de
endereços ou
endereçameno

Unidade de Registradores Entrada e


Memória
Resutados controle de uso geral saída
para
tomada
de
decisões

Unidade Dados e Barra de


central de instrução dados
Unidade lógica
e aritmética
processamento
CPU
ULA

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Informática Básica
 Unidade de Controle (U.C) é responsável por controlar as atividades de todos os
componentes do computador, mediante a emissão de pulsos elétricos (sinais de controle)
gerados por um dispositivo denominado clock. Este controle pode ser agravação de uma
informação no disco ou a busca de uma instrução na memória.
a. A especificação da velocidade de processamento de uma CPU é determinada pelo
número de instruções que o processador executa por unidade de tempo, normalmente
segundo. Alguns fabricantes utilizam unidades de processamento próprias. Já que
não existe uma padronização, sendo os mais comuns, MIPS (milhões de instruções
por segundo) e o MFLOPS/GFLOPS (milhões/bilhões de ponto flutuante por
segundo).

b. A Tabela 1.0 mostra alguns processadores e suas respectivas velocidades de


processamento
Tipo processador Intel 80386 Intel 80486 Intel Pentium Intel Pentium pro
Velocidade de processamento 5 mips 20 mips 100 mips 250 mips

 Clock o clock é um dispositivo, localizado na CPU, que gera pulsos elétricos


sincronizados em um determinado intervalo de tempo (sinal clock). A quantidade de
vezes que este pulso se repete em um segundo define a freqüência do clock.. O sinal do
clock é utilizado pela unidade de controle para execução das instruções. As medidas do
clock são (mega hertez = mhz) 700 mhz, 800 mhz e 1,2 1,3 1,4 ghz

 Os registradores os registradores são dispositivos de alta velocidade, localizados


fisicamente na CPU, para armazenamento temporário de dados. O número de
registradores varia em função da arquitetura de cada processador. Alguns registradores
são de uso específicos e têm propósitos especiais, enquanto outros são ditos de uso geral.

 Memória principal : A memória principal, também conhecida como memória primária


ou real, é à parte do computador onde são armazenados instruções e dados. Ela é
compostas por unidades de acessos chamadas células, sendo cada célula composta por
um determinado número de bits (binary digit). O bit é a unidade básica de memória,
podendo assumir valor O ou 1. Atualmente, a grande maioria dos computadores utiliza o
byte (8 bits) como tamanho de célula, porém encontramos computadores de gerações
passadas com células de 16 e 32 e até mesmo 60 bits. Podemos concluir, então, que a
memória é formada por um conjunto de células, onde cada célula possui um determinado
número de bits. A memória principal pode ser classificada em função de sua volatilidade,
que é a não preservação do seu conteúdo quanto está sem uma fonte de alimentação ativa
(energia). As memórias chamadas voláteis se caracterizam por poderem ser lidas ou
gravadas, como o tipo RAM (random Access memory), que constitui quase que a
totalidade da memória principal do computador. O outro tipo chamado de não volátil,
não permite alterar ou apagar seu conteúdo. Este tipo de memória, conhecida com ROM
(read-only memory), já vem pré-gravado do fabricante, geralmente com algum programa,
e seu conteúdo é preservado mesmo quando a alimentação é desligada. Uma variação da
ROM é a EPROM (eraseble programmable ROM), onde podemos gravar e regravar a
memória através da exposição de luz ultravioleta por um dispositivo especial.

 Memória cache A memória cache é uma memória volátil de alta velocidade. O tempo de
acesso a um dado nela contido é muito menor que se o mesmo estivesse na memória
principal. Toda vez que o processador faz referência a um dado armazenado na memória
principal, ele “olha” antes na memória cache. Se o processador encontra o dado na

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cache, não há necessidade do acesso à memória principal; do contrário, o acesso é
obrigatório.

 Memória Secundária A memória secundária é um meio permanente (não volátil) de


armazenamento de programas e dados. Enquanto a memória principal precisa estar sempre
energizada para manter suas informações, a memória secundária não precisa de alimentação
(energia). O acesso à memória secundária é lento, se comparado com o acesso à memória
cache ou a principal, porém seu custo é baixo e sua capacidade de armazenamento é bem
superior à da memória principal. Enquanto a unidade de acesso à memória secundária é da
ordem de milissegundos, o acesso à memória principal é da ordem de nanossegundos.
Podemos citar, como exemplos de memórias secundárias, a fita magnética, o disco
magnético e o disco óptico.(disco magnético ou disco rígido ou Winchester ou
simplesmente H.D), que é medido em mega byte conforme exemplo a baixo:

1. (1024 byte = 1 Kbytes ( 1024 letras = character)


2. 1024 k byte = 1 M byte (1 milhão de letras)
3. 1024 M byte = 1 G byte (1 bilhão de letras) (medidas atuais)
4. 1024 G byte = 1 T byte (1 trilhão de letras)
 Dispositivos de entrada saída e Saída Os dispositivos de entrada e saída (E/S) são
utilizados para permitir a comunicação entre o computador e o mundo externo. Através
desses dispositivos, a UCP e a memória principal podem se comunicar, tanto com usuários
quanto com memórias secundárias, a fim de realizar qualquer tipo de processamento. Os
dispositivos de E/S podem ser divididos em duas categorias: os que são utilizados como
memória secundária e os que servem para interface homem-máquina.
 ULA - Unidade de lógica e aritmética, nesta unidade são efetuadas as operações de lógicas
e aritméticas.
 Barramento A CPU, a memória principal e os dispositivos de E/S, são interligados através
de linhas de comunicação denominadas barramentos, ou barras ou vias. Um barramento
(bus) é um conjunto de fios paralelo (linhas de transmissão), onde trafegam informações,
como dados, endereço ou sinais de controle. Ele pode ser classificado como unidirecional
(transmissão em um só sentido) ou bidirecional (transmissão em ambos os sentidos).
3. Quanto ao porte
Segundo a capacidade e potência desta categoria de máquinas, pode-se distinguir em três classes bem
diferentes de computadores:

3.1 Grande porte Mainframes, computador central


 Os computadores de grande porte são equipamentos que não são vendidos, semente alugados,
usados nas grandes empresas, tem capacidade para armazenamento de grande volume de
informação e alta velocidade de processamento, utilizados como computador central das
informações etc.
3.2 Médio porte
 Computadores com capacidade inferiores as do grande porte, estes são vendidos embora ainda
sejam de custo elevado, muito utilizados como servidores: (web, banco de dados, arquivo, e-
mail, rede e aplicativos etc.), ajudam na descentralização de processamento e de
armazenamento de informações, conforme as características, necessidades e porte das
empresas.

3.3 Microcomputadores
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Informática Básica
 Os micros ou estações de trabalho são utilizados para pequenos e médios processamentos, ou
seja, dependendo do ambiente de processamento em que estão instalados, podem estar
trabalhando independente, ou ligados em rede a um servidor. Se estiverem ligados a um
servidor podem estar trabalhando com processamento distribuído, local ou tudo centralizado
no servidor, conforme figuras a baixo:
3.4 Tipos de processamentos da informação (sistemas aplicativos)
 Processamento centralizado no computador (mainframe), os terminais burros, servindo apenas
para entrada de dados, ou seja todas as informações estão no computador central.

Terminal Terminal
burro burro
Mainframe

Terminal Terminal
burro burro

 Processamento descentralizado com distribuição ou não de informação (banco de dados), as


informações processadas pelos terminais inteligentes, podem estar centralizadas no computador
central, mas também podem estar distribuídas entre si, havendo posteriormente atualizações
destas informações no mainframe.

Terminal
inteligente Terminal
inteligente
Mainframe

Terminal
inteligente Terminal
inteligente

 Processamento igual ao modelo acima

Terminal Terminal
inteligente inteligente

Servidor

Terminal Terminal
inteligente inteligente

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4. Unidades de E/S
Interface Serial e Paralela
 Unidades de Entrada
Teclado
Mouse
Pen
Leitora Óptica (Código de Barras e Scanner - OCR)
Leitora de Cartões (80 colunas e não reutilizável)
Leitora de Tarja Magnética (cartão de crédito, 56 bytes em 3 trilhas)
Mesa Digitalizadora
Joystick

 Unidades de Saída
Impressora
Mecanismo de Impressão
Impacto
Não-Impacto
Velocidade de Impressão (cps, lpm, ppm)
character por segundo
linha por minuto
pagina por minuto
Tipos de Impressoras
Linha (imprime um alinha por vez)
Margarida (imprime character por character)
Matricial (9 e 24 pinos)
Jato de Tinta
Laser
Ploterrs
Monitores e Placas de Vídeo
 Tipos : Quanto à formação da Imagem
 CRT (canhão e tela foto-sensível)
 LCD - Alteração das condições de absorção e reflexão da luz sobre a tela de
cristal líquido
 Resolução - PIXEL (picture element)
 Tipo : Quanto à resolução
 CGA - 320 X 200 - até 16 cores
 EGA - 640 X 350 - até 64 cores
 VGA - 640 X 480 - até 256 cores
 SVGA - 1024 X 768 - até 256 mil cores

 Unidades de Entrada e Saída


Unidade de Disco Magnético
 Tecnologia de Leitura/Gravação
 Tipo : Fixo
 Face, Trilha, Setor
 Formatação (física e lógica)
 Densidade (alta e baixa)
 3./12
 Discos Rígidos (Removíveis e Fixos) características dos servidores (médio porte)
Unidades de Fita Magnética

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 Tecnologia de Leitura/Gravação
 Tipos: Carretel e Cartucho
 Velocidade de Acesso Baixa
 Custo Baixo
 Acesso Seqüencial
 Aplicação

Modem
 Modulador/Demodulador
 Aplicações
 Velocidades de Transmissão (2.400, 9.600, 14.400, 28.800, …, bps)
 Placas de FAX/MODEM
5. Software: são programas que fazem o computador trabalhar e são os meios de interface entre o
homem e a maquina. Os programas de computadores são desenvolvidos pelo ser humano,
independente da categoria, são considerados como obra de arte.
5.1 Divisões do software
 Apoio (uso geral) – sistemas de escritórios, editor de textos, planilhas de cálculos,
apresentação (Word, Excel, PowerPoint, etc)
 Básico essencial
o Sistema Operacional
Conjunto de programas que tem por finalidade gerenciar os recursos do computador e
facilitar a comunicação entre o homem e a máquina. Ou seja, unir : hardware, software e
peopleware. Um computador sem seu software nada mais é do que um pedaço inútil de
metal. No entanto, quando equipado com o software, ele é capaz de armazenar, processar e
recuperar informação, encontrar erros de sintaxe em textos, controlar os recursos disponíveis,
executar uma imensa variedade de jogos eletrônicos e de engajar seu usuário em muitas
outras atividades bastante produtivas. Alguns tipos de sistemas operacionais (Windows, Dos,
Unix, Linux, Solares, Mcp, etc.)
5.1.1 Funções básicas dos sistemas operacionais
 Permitir o funcionamento básico do computador e dos seus periféricos
 Permitir a interação do homem e máquina , através de comandos previamente definidos
 Executar tarefas básicas e rotineiras dentro de um sistema de computação (classificação,
edição, cópia, deleção, impressão de um arquivo, formatação de discos, alocar e liberar
memória, gerenciar periféricos)
 Execução de programas
 Tornar o uso do equipamento mais simples, seguro e eficiente
 Características
 Escrito em linguagem de baixo nível
 Eficiente e eficaz
 Dependente da arquitetura do hardware
5.1.2 Classificação dos Sistemas Operacionais
 Os sistemas operacionais podem ser classificados de acordo com serviços e o modo pelo
qual se apresentam em termos de recursos oferecidos aos usuários, podem ser sistemas
de:
 Monoprogramação ou de monotarefa, isto significa dizer que o mesmo executa um
programa por vez, com isso perde-se tempo com periféricos e CPU ociosa.
 Multiprogramação ou multitarefa, são sistemas que permitem a execução de vários
programas ao mesmo tempo, fazem o gerenciamento perfeito da divisão da CPU E
memórias, eliminando assim o tempo ocioso da CPU e dos periféricos.

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Informática Básica
 Sistemas Multiusuários, permitem a conexão de vários Usuários, compartilhamento da
CPU, memória e periféricos na execução das tarefas, grandes capacidades de
processamento e armazenamento.
 Sistemas de tempo compartilhado, os sistemas de tempo compartilhado (time
sharing), permitem a interação dos usuários com o sistema, basicamente através de
terminais que incluem vídeo, teclado e mouse. Dessa forma o usuário pode interagir
diretamente com o sistema em cada fase do desenvolvimento das suas aplicações e, se
preciso modificá-las imediatamente. Devido a esse tipo de interação, os sistemas de
tempo compartilhado também ficaram conhecidos como sistemas on-line.
 Sistemas de Tempo Real – Os sistemas de tempo real (real-time) são semelhantes em
implementação aos sistemas de tempo compartilhado. A maior diferença é o tempo de
resposta exigido no processamento das aplicações. Enquanto os sistemas de tempo
compartilhado o tempo de resposta pode variar sem comprometer as aplicações em
execução, nos sistemas de tempo real os tempos de respostas devem estar dentro de
limite rígidos, que devem ser obedecidos, caso contrário poderão ocorrer problemas
irreparáveis. Nos sistemas de tempo real não existe a idéia de fatia de tempo, utilizada
pelos sistemas de tempo compartilhado. Um programa detém o processador o tempo
que for necessário em função de sua importância no sistema. Esta importância ou
prioridade de execução é controlada pela própria aplicação e não pelo sistema
operacional, como nos sistemas de tempo compartilhado. Estes sistemas normalmente
estão presentes em controle de processos, como no monitoramento de refinarias de
petróleo, controle de tráfego aério, de usinas termoelétricas nucleares, ou em qualquer
aplicação onde o tempo de resposta é fator fundamental.
 Modalidades de Processamento
 Batch - processamento no qual os dados ou programas a serem executados são
agrupados para que seus processamentos sejam efetuados de uma só vez
(processamento em lote)
 grande volume de dados
 o tempo de resposta não precisa ser baixo
 Geralmente existe intervenção humana
 Filas de espera
 On-line - Designação dada ao funcionamento dos terminais, arquivos e
equipamentos auxiliares do computador, que operam sob controle direto deste,
eliminando a necessidade de intervenção humana em qualquer das fases
compreendidas entre a entrada de dados e o resultado final.
 Usuário-terminal-computador
 Pouco ou nenhuma intervenção humana
 Grande uso de teleprocessamento
 Precisa de um tempo de resposta baixo
5.2 Aplicativos comerciais, sistemas desenvolvidos especificamente para o processamento e
gerenciamento das informações das instituições, tais como, sistema de folha de pagamento,
contas a receber, a pagar, controle de estoque, gerenciamento de patrimônio, gerenciamento
de serviços prestados etc.
5.3 Sistemas de gerenciadores de banco de dados - SGBD, A tecnologia de banco e dados já
foi descrita como sendo “uma das áreas de mais rápido crescimento na ciência da computação
e da informação”, os fabricantes só começaram a oferecer sistemas de gerenciamento de
banco de dados no final da década de 1960.
Entretanto a pesar da sua recenticidade, o campo tornou-se rapidamente de
considerável importância, tanto no plano prático como no teórico. A quantidade total de
dados hoje comprometida com banco de dados pode, ser medido em bilhões de bytes, o
investimento financeiro envolvidos representam um valor correspondentemente grande, e não
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Informática Básica
há exagero em dizer-se que milhares de organizações tornaram-se criticamente dependente da
operação continua e bem sucedida do sistema gerenciador de banco de dados. Então o que é
exatamente um sistema de banco de dados?, basicamente nada mais é do que um sistema de
armazenamento de dados baseado em computador. (benefícios, cópia de segurança, proteção,
recuperação etc.)
1. Tipos de gerenciadores (hierárquico, relacional, rede e pós-relacional)
2. Diferença entre um aplicativo que usa gerenciador de banco de dados e um que não
usa

Aplicativo sem a utilização de um gerenciador de Banco de Dados, o acesso às informações


são realizadas diretamente pelo programa.

Programas
Programas
Programas
Arquivos de
Informações de dados
Programas
entrada

Aplicativo com a utilização de um SGBD

Vantagens de se utilizar um SGDB


1. Controle de acesso do usuário
2. Manipulação da informação feita pelo gerenciador Informações de
entrada
3. Segurança da informação quanto a situações inesperadas
4. Suporta um maior volume de informação
5. Gerenciado pelo DBA
Programas
6. Eliminação de redundância (duplicidade de informação) Programas
7. Pode ser acessado por mais de um aplicativo Programas
8. Vários usuários com visões diferentes (dados)
Programas

Tipos de SGDB
1. SQL-server
2. Oracle SGDB - Sistema
3. Informix Gerenciador de
Banco de Dados
4. Caché
5. Ingress
6. My-SQL
7. Interbase
Arquivos de
5.3.1 Modelo hierárquico dados

 Hierárquico: modelo lógico (estrutura de


armazenamento da informação), neste modelo existe uma repetição da informação
principal do cliente para cada artigo utilizado

Código cleinte Nom e cliente Endreço Data entrega

Código do artigo Nome Artigo Preço do aluguel Quantidade Uti lizada

Código do artigo Nome Artigo Preço do aluguel Quantidade Uti lizada


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Código do artigo Nome Artigo Preço do aluguel Quantidade Uti lizada

Código do artigo Nome Artigo Preço do aluguel Quantidade Uti lizada


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Informática Básica

5.3.2 Modelos rede:


 Rede: modelo lógico (estrutura de armazenamento da informação), neste modelo existe uma
repetição excessiva de ponteiros para relacionar a informação principal do cliente com artigo
utilizado.
Código cleinte Nome cliente Endreço Data entrega

Quantidade utilizada Quantidade utilizada Quantidade utilizada

Descrição preço Descrição preço Descrição preço

5. 3.3 Modelo relacional:


 Relacional: modelo lógico (estrutura de armazenamento da informação), neste modelo não
existe repetição da informação para referenciar uma outra informação, existe um
relacionamento através de uma identificação (chave), atualmente é o modelo mais utilizado
no mundo.

Estrutura da informação do cliente

COD-CLI NOME ENDEREÇO DIA-ENTREGA

Estrutura da informação do artigo utilizado pelo cliente

COD-CLI COD-ARTIGO QUANT-UTILIZADA

Estrutura da informação do artigo

COD-ARTIGO DESCRIÇÃO PREÇO-ALUGUEL

6. Linguagem de programação
 Linguagem de programação
 Linguagem - conjunto de regras e símbolos, obedecendo a regras e contendo um vocabulário
com o objetivo de produzir comunicação
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Informática Básica
 Linguagem de programação - linguagem destinada a permitir a comunicação entre o homem e
o computador
 Programa
 Rotina
 Classificação das Linguagens de Programação
1. Quanto ao método de tradução - compiladores X interpretadores. Compiladores geram
um arquivo executável (zeros e uns), o interpretador gera o executável em tempo de
execução.
Programa fonte
Compilador es crito Programa
E scrito em uma
por uma liguagem
liguagem de
de programação executável
programaç ão. Ex.
de baixo nível folha.exe
folha.prg

 Linguagens de alto nível, nível intermediário e baixo nível (pesquisa Internet)

 Exemplos de Linguagens de Programação


 Assembler
Primeira Linguagem de programação, tinha como objetivo substituir as seqüências de 0 e
1 por mnemônicos. Grande potencialidade, porque manipula internamente os recursos do
computador. Alguns vírus são desenvolvidos com esta linguagem.
 Basic
Foi desenvolvida em 1963/65 com objetivos acadêmicos, linguagem bastante difundida no
mundo dos microcomputadores e facilitou a popularização dos micros. É uma linguagem
interpretada.
 Cobol
Linguagem muito utilizada em aplicativos comerciais em ambiente de grande porte, tem
pouco uso no mercado de microcomputadores, poderosa na manipulação de grandes
volumes de dados a sua extinção é um assunto bastante polêmico, pois muitos aplicativos
das grandes empresas estão desenvolvidos nesta linguagem.
 Logo
É uma linguagem interpretada voltada para aplicações educacionais, muito utilizada na
iniciação de crianças nos conceitos de programação matemática, seus comandos são
formados por instruções primitivas e simulam o andar de uma tartaruga na tela para
formação de desenhos geométricos.
 Pascal
Surgiu no início da década de 70, foi criada com o objetivo de ensinar os conceitos de
programação estruturada, hoje é o padrão de linguagem estruturada possui código
transportável e com bom nível de padronização, voltado para o ambiente acadêmico, mas
as últimas versões possuem a criação de aplicações comerciais.
 Fortran
É a linguagem mais usada para a manipulação de números em aplicações científicas e de
engenharia, usada desde 1956, foi à primeira linguagem de alto nível, é inadequada para
construção de aplicações comercial, bastante difundida no ambiente acadêmico, porém
vem perdendo seu lugar para linguagens mais modernas.
 C
Criada em 1974. Era inicialmente um conjunto de ferramentas do sistema operacional
para engenheiros ou programadores de software, linguagem de nível médio, formada por
funções que permitem ao programador desenvolver programas eficientes, altamente
portáveis entre plataformas, tem como principal característica à flexibilidade, é uma
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Informática Básica
linguagem de grande popularidade e possui um grande número de aplicações, o sistema
operacional UNIX foi desenvolvido em C
 Delphi, V. Basic, V. Basic.Net., Java…
Linguagem recente com grande aceitação pelo mercado, visual, orientada a eventos,
baseada em objeto, desenvolvimento de sistemas com grande produtividade, acesso à
banco de dados direta ou indiretamente (utilização de SGBD).

6. LÓGICA DE PROGRAMAÇÃO
É o processo de construção de um algoritmo (ou fluxograma) contendo os passos para a solução de um
problema proposto.

 OPERADORES Lógicos
Os operadores são representados por símbolos e funcionam como valores relacionais para criar
um único resultado. Existem os operadores matemáticos, relacionais e lógicos.
Operador lógico (E) Operador lógico (OU)
E Conjunção A B AeB A B AeB
OU Disjunção F F F F F F
NÃO Negação F V F F V V
V F F V F V
Operador lógico Não V V V V V V

A Não A
F V
V F

Linha de um programa
Se = A > B e C < D ou A = B
Considere os seguintes valores
1. A = -5
2. B = 4
3. C = 10
4. D = 3
Faça as atividades (definidas em sala de aula)

 OPERADORES MATEMÁTICOS
Os operadores matemáticos a seguir estão em ordem de prioridade (cima para baixo) que são
efetuadas as operações:

Operador Sinal
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Informática Básica
exponenciação ^
multiplicação *
divisão /
adição +
subtração -

 OPERADORES RELACIONAIS

Os operadores relacionais servem para comparar dois valores do mesmo tipo, e nesta relação
poderemos encontrar constantes, variáveis ou expressões. Os operadores relacionais são:

Operação Operador

menor que <


maior que >
igual a =
diferente de <>
menor ou igual a <=
maior ou igual a >=

Fluxograma

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Informática Básica
Inicio
Inicio Inicio
programa
programa programa

Falso =
Falso = senão = Verdadeiro = senão = Verdadeiro = Falso = senão = Verdadeiro =
então = them else então = them else então = them
else
Se = If ? Se = If ? Se = If ?

Ação B Ação A Ação A Ação B

Fim Fim Fim


programa programa programa

Inicio programa Inicio programa Inicio programa


Se ? Se ? Se ?
Então Então
Ação A Ação A Senão
Ação B
Senão Fim-se Fim-se
Ação B
Fim programa Fim programa
Fim-se

Fim programa Inicio


programa

Declaração
Inicio e fim de um de variáveis
programa

Ação, Leitura entrada


de informação
processamento

Condição
Seleção

Sub-rotina
Relatório 1

Enquanto Sub-rotina
N
Entrada de
informação leitura

Sub-rotina Sub-rotina
de finalizar

Finalizar
programa

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Informática Básica
1.1.1.1 INTRODUÇÃO À LÓGICA DE PROGRAMAÇÃO

Para um computador executar operações é necessário que ele seja programado, e esta
programação é feita através de uma linguagem que “ele” entenda. Os computadores só executam
instruções expressas em linguagem de máquina (forma numérica) e isto gera vários inconvenientes
para o ser humano. Diante de tais problemas, surgiram as linguagens simbólicas de fácil
compreensão para o homem, que são traduzidas para linguagem de máquina por um programa
chamado compilador.

Para elaborar um programa é necessário ter toda a seqüência de passos e operações estabelecidas de
modo formal para a resolução do problema. Para isso, encontraremos, nas próximas páginas, uma técnica
muito útil e eficiente que é o algoritmo.

 ALGORITMO

Como vimos, os algoritmos são simples e bem objetivos, possuem palavras chaves - comandos,
que nos auxiliam na ordenação das instruções. No desenvolvimento de um algoritmo, precisamos
analisar todas as possibilidades e ordená-las de forma a atingir nosso objetivo. Este processo requer
paciência e persistência, por sinal, estas são qualidades importantes para um programador,
principalmente no início da carreia.

Vamos analisar algumas partes de nosso algoritmo exemplo, que servem como regras básicas
para a montagem de outros algoritmos:

 COMANDOS DE ENTRADA E SAÍDA


O fluxo de dados em um computador poderia ser representado, basicamente, pelo diagrama
abaixo:

ENTRADA  PROCESSAMENTO  SAÍDA

 O momento da entrada poderá ser iniciado com dados obtidos externamente, como exemplo, a
leitura do código gravado em um cartão magnético. Muitos programas iniciam o processamento
mediante o recebimento de um dado (entrada) e gera, após o processamento, um resultado
(saída).

 Em nossos algoritmos utilizaremos comandos para receber algum dado, e enviar para o usuário
o resultado do processamento. O meio através do qual receberemos ou enviaremos os dados, é
irrelevante em nossos estudos sobre lógica de programação.

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Informática Básica
8. Rede de computadores
8.1 Rede é uma forma de interligar equipamentos (micros e periféricos) para que seja possível a troca
de informação e compartilhamento dos recursos de hardware e software. Aspectos positivos das
redes, comunicação e intercâmbio de dados entre usuários, processamento distribuído,
compartilhamento de recurso em geral, racionalização do uso de periféricos, acesso rápido a
informações compartilhadas, flexibilidade lógica e física de expansão, interação entre diversos
usuários e departamentos de uma empresa, redução, eliminação de redundância de armazenamento
de informação.

8.2 Lan = (Local área network) é uma rede local, ou seja vários computadores interligados em um
mesmo ambiente fisicamente perto

8.3 Man Metropolitan Área Network, é uma rede com abrangência de alguns quilômetros como uma
região geográfica de tipo Grande São Paulo.

8.4 Wan = Wide Área Network é uma rede na qual a abrangência se estende por grandes regiões,
como estados ou mesmo paises. Nesse tipo de rede são comuns conexões via linhas telefônicas
ou canais de satélite. São redes mais encontradas em grandes organizações.

8.4.1 Internet: história da Internet e suas aplicações no momento atual, na área do comércio,
saúde, etc. (pesquisar em laboratório).

8.5 Modem, Hub, Switch


8.5.1 Modem - um modem é um dispositivo que possibilita a comunicação entre computadores
através da linha telefônica. Um modem converte os sinais analógicos das linhas telefônicas
em sinais digitais que podem ser compreendidos pelos computadores e vice-versa, através
dos processos de modulação e demodulação. Os modems também são conhecidos como
DCE (data communication equipment).
8.5.2 Hub – dispositivo responsável por interligar vários computadores e cada ligação do
computador ao Hub será chamado de (nó), cada nó e conectado diretamente ao HUB de
forma que este centraliza o trafego de informação da rede.
8.5.3 Switch – os switch são utilizados para alongar a distância entre os computadores ou redes.(a
distancia entre dois computadores pode ser até 300 mts direto, acima desta distancia a
informação pode não chegar ao seu destino, ou seja o a informação pode se perder).
8.6 Topologias de rede
8.6.1 Estrela
 Existe um elemento central, ao qual são conectados os computadores. Todos os dados que
transitam pela rede passam necessariamente pelo nó central
Top olog ia estr lel a
co necta da a um H UB

H ub

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Informática Básica
8.6.2 Anel (token)
 A rede é formada por um circulo de estações ligadas em série. Neste esquema,
uma,mensagem é retransmitida por elementos intermediários, até atingir o nó destino. Cada
nó deve somente reconhecer seu próprio endereço - meio físico comum a todos os nós de
comunicação, sendo constituído por vários segmentos de transmissão ponto a ponto entre
pares de nós de comunicação adjacentes.

Topol ogia ane l

8.6.3 Barramento
 Uma informação transmitida se difunde pela rede, atingindo os elementos destinatários. Sem
armazenamento intermediário das mensagens na rede, meio físico composto por um único
segmento de transmissão multiponto, compartilhado pelas diversas estações interconectadas.
Fatores para dimensionamento de uma rede, arquitetura e equipamentos a serem utilizados,
quantidade e tipos de micros, quantidade e tipos de periféricos a serem compartilhados,
tráfegos de informação, nível de proteção e segurança de dados desejado, comunicação com
outras redes públicas ou privadas e/ou outros sistemas, distâncias entre nós e o comprimento
total da rede e simultaneidade e freqüência de acesso a periféricos ou banco de dados
compartilhado.

Topol ogia de barramento

8.6.4 Ponto a Ponto


 A implantação das redes ponto a ponto é bastante simples, nas redes ponto a ponto não existe
um microcomputador “servidor”, todos eles podem ser clientes ou servidores a, depender do
pedido. (impressão, backup, Arquivos, Comunicação).
T opo log ia po nto
a p onto

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Informática Básica
8.6.5 Processamento Cliente-Servidor.
 Os clientes seriam microcomputadores que solicitam informações ao servidor, porem faz
processamento local, aplicações Back-End - são aquelas que devem ser rodadas no servidor.
(Criação de tabelas, tratamento de erros, liberação de acesso), aplicações Front-End - são
executadas no cliente. Meio Físico para comunicação.

8.5.6 Meios físicos para interligação das redes


 Par Trançado - é largamente utilizado em telefonia. É de fácil manuseio devido a suas
pequenas dimensões e grande maleabilidade, permitindo uma instalação sem grandes
transtornos, baixo custo, alcance reduzido, menor imunidade a ruídos, requer cuidado
adicional de instalações : proximidades a cabos de energia, etc.
 Cabo Coaxial - possuem uma tecnologia mais recente onde usa uma blindagem para
proteger o meio de transmissão de interferência externo, maior velocidade de transmissão,
alta imunidade a ruídos e requerem cuidados na sua instalação, como espaços de
canalização, dobras, etc.
 Fibra Óptica - tecnologia bastante recente, totalmente imune a interferências
eletromagnéticas, alta confiabilidade, alto custo e instalação complexa.
 As transmissões de informações entre os computadores podem ser:
 SIMPLEX - Quando a linha permite a transmissão em um único sentido
 HALF-DUPLEX ou SEMIDUPLEX - quando a linha permite a transmissão nos dois
sentidos, mas somente de modo alternado, ou seja, uma de cada vez
 FULL-DUPLEX - permite a ligação nos dois sentidos, simultaneamente
 Rede sem fio (WI – FI), conexão via ondas de rádio

1. Firewall (parede de fogo)

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Informática Básica
Um firewall é usado para regular o tráfego entre duas redes. Pode-se
dizer que é uma barreira “inteligente” entre essas redes, através da qual só passa tráfego
autorizado. Esse tráfego é examinado pelo firewall em tempo real e a seleção feita de acordo com
a regra “o que não foi expressamente permitido, é proibido”. Para criar as regras através das quais
o firewall selecionará o tráfego, é preciso saber os serviços, os endereços e as estações para as
quais o tráfego será permitido ou negado. A orientação do firewall quanto à passagem de recursos
pode ser resumida a duas posições diametralmente opostas:
Tudo o que não for especificamente permitido é proibido - posição que determina que o
firewall deve bloquear todo e qualquer tráfego e que cada serviço ou aplicação desejada deve ser
implementada caso-a-caso. Esta abordagem é, sem dúvida, a mais segura e recomendada. Sua
desvantagem é dar à questão da segurança maior peso que à questão da facilidade de uso, tudo o
que não for especificamente proibido é permitido - posição que determina que o firewall deve
permitir a passagem de todo e qualquer tráfego, e que serviços ou aplicações potencialmente
perigosas devem ser desabilitadas caso-a-caso. Esta abordagem cria um ambiente mais flexível,
oferecendo mais serviços aos usuários, mas sua desvantagem é colocar a facilidade de uso num
patamar de importância maior que a segurança. Tradicionalmente, essas duas redes têm sido a
Internet e a rede corporativa, mas os firewalls também podem ser usados entre duas redes
quaisquer com diferentes necessidades de segurança. Os firewalls podem ser utilizados
praticamente em qualquer ponto da rede, e são cada vez mais usados entre duas redes internas,
sobre as quais uma organização exerce diferentes níveis de controle e tem diferentes exigências de
segurança (tais como o ambiente de pesquisas, no qual deve haver um alto nível de conectividade
e poucas restrições, e a LAN do departamento de recursos humanos e folha de pagamento, onde
deve haver um grande número de restrições). Este trabalho pressupõe que as duas redes
envolvidas são a rede corporativa e a Internet. Assim, vamos nos referir às duas redes como
“interna”, ou a rede na qual estão as propriedades a serem protegidas, e “externa”, que
corresponde à Internet, a melhor maneira de se entender como trabalha um firewall é imaginá-lo
como sendo um guarda, ou sentinela, da rede, que inspeciona a documentação para os pacotes que
chegam e depois decide se dará passagem ou não.
Além disso, os firewalls também servem para “ocultar” algumas máquinas de outras. Além
de regular o tráfego que chega e que sai das máquinas, alguns firewalls podem ser configurados
para mascarar a topologia interna de uma rede através da restrição das divulgações do DNS
(Domain Name System) e dos endereços de rede no tráfego de saída, talvez uma das maiores
vantagens do firewall é que ele oferece um único ponto de controle para a segurança da rede pelo
qual todo o tráfego deve passar antes de entrar na rede da corporação ou sair dela. Os firewalls
também oferecem um único ponto de administração da segurança sendo um ótimo ponto para
auditoria e Monitoração. Assim os firewalls tendem a ser os principais alvos para ataques
externos o que nos impõe como prioridade garantir a segurança da máquina. Por outro lado, os
firewalls apresentam um único ponto para uma falha na segurança. Se o firewall for
comprometido, o perímetro seguro será violado e um intruso terá acesso livre a toda a rede da
corporação. Por essa razão, os melhores firewall são compostos de vários “blocos”, cada um dos
quais oferece algum reforço e aumenta a segurança do sistema firewall.

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Informática Básica
9. Engenharia de Software e conceito de sistemas.

9.1 Crise do Software


Expressão utilizada já na década de 60, em alusão a um conjunto de problemas encontrados no
processo de Desenvolvimento - construção, implantação e manutenção - de Software.
Esses problemas não se referem apenas a programas que não funcionam. Na verdade, a chamada
crise do software abrange todos os problemas relacionados a:
 Construção dos sistemas computacionais
 Implantação dos sistemas computacionais. (substituição, desativação ou instalação inicial)
 Atendimento da crescente demanda de sistemas, gerada pelos variados anseios de nossa
sociedade moderna
 Inexiste uma métrica, universalmente aceita, que permita avaliações quantitativas e qualitativas
dos diferentes produtos. Fazendo com que, cada desenvolvimento de software seja uma experiência
única, que pouco contribui para assegurar o sucesso de desenvolvimentos subseqüentes
 Freqüente insatisfação do cliente em relação ao software “acabado”
 Traumatização gerada pela implantação do software desenvolvido.
 Grande dificuldade (alto custo, 60 a 80%) na manutenção do software construído

9.2 Engenharia de software


“Engenharia de software é a área interdisciplinar que engloba vertentes tecnológicas e gerenciais
visando a abordar, de modo sistemático, os processos de construção, implantação e manutenção de
produtos de software com qualidade assegurada por construção, segundo cronogramas e custos
previamente definidos.” Considera-se que a engenharia de software é uma área interdisciplinar
baseadas nos fundamentos.
 Ciência da Computação - prover os fundamentos científicos da engenharia de software.
 Administração de Projetos - prover os fundamentos para gerenciamento de projetos de
desenvolvimento de software, incluíndo as atividades de planejamento que envolva estimativas de
recursos e cronogramas, bem como da definição de estrutura organizacional, formas de controle
e de liderança.
 Comunicação - na construção de um software é necessário um alto grau de interação pessoal,
isso impõe ao engenheiro de software o domínio de habilidades de comunicação interpessoal,
tanto oral quanto escrita.

 Sistemas e Modelos
Conceito de Sistema, Um conjunto, identificável e coerente, de elementos que interagem
coesivamente, onde cada elemento pode ser um sistema
Chamar alguma coisa de sistema significa traçar uma fronteira virtual (conceitual) separando
essa coisa do resto do mundo.
 O Conceito de Modelo
Uma representação que permite descrever e/ou prever comportamentos específicos de um
sistema, através do estudo de características relevantes do sistema, a arquitetura básica de um
modelo requer especificação de:
 Linguagem de representação rigorosa, com sintaxe e semântica suficientemente ricas para
comunicar toda a complexidade requerida pelo idealizador do modelo, formal o bastante para
evitar ambigüidades nesse processo de comunicação.
 Hipótese simplificadora que requer sua construção (critérios utilizados para realizar a
segmentação de um sistema de grande porte e a abstração de detalhes excessivos de um
sistema complexo)

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Informática Básica
 todas as entidades (objetos) relevantes para o modelo
 todos os relacionamentos (interações) existentes entre as entidades do modelo, relevantes para
a construção deste
 Todas as informações relativas às entidades e aos seus relacionamentos
 Leis básicas que regem os “fenômenos” relevantes (comportamento do sistema), adequadas ao
nível de abstração no qual o modelo está construído.

9.3 Ciclo de vida do software


Ciclo de vida do software constitui o modelo de implementação de mais alto nível de abstração do
processo de desenvolvimento de software: ele deve especificar as (macro) atividades a serem
executadas durante o processo, bem como o sequenciamento de execução, identificando, para cada
uma, seus pré-requisitos, produtos, pontos de controle, formas de controle.

Ciclo de vida
Desenvolvimento x custos

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Informática Básica

 Engenharia de requisitos
o Descrição de Problema (Levantamento das Informações Visão do Usuário)
o Deu (Descrição do Problema) Descrição Técnica.
o Declaração de Propósito (Sumário dos Objetivos do Sistema)
o Lista de Evento ( Funções em Nível Macro)
o Diagrama de Contexto (Sistema e suas entidades externas)
o Diagrama de caso de uso
 Projeto sistema e de software
o Diagrama de Fluxo de Dados Primeiro Nível
o Descrição detalhada das funções (por módulo)
o Lista de Funções (por Módulo)
o Explosões Segundo Nível em Diante (Detalhamento das Funções do Módulo
Graficamente)
o Dicionário de Dados ( Processos, Deposito de Dados e Fluxo de Dados)
o Diagrama de Entidade E Relacionamento
o Definição de Programas (Fluxograma e Algoritmo)
o Programação
o Depuração
o Testes de módulos
o Testes com dados fictícios módulo
 Integração e testes de unidades.
o Integração de módulos
o Testes de integração
o Programação
o Depuração
o Testes de módulos integrados com dados fictícios
o Testes com dados reais
o Carga de dados
o Elaboração de manuais
 Usuário
 Sistema
 Técnico
 Operação e manutenção
o Manutenção preventiva
o Corretiva
o Adaptativa
o Operação

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Informática Básica
9.4 Ferramentas de desenvolvimento de sistemas

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Informática Básica

9.5 Metodologia de desenvolvimento de software


Uma metodologia de desenvolvimento de software detalhará o ciclo de vida, especificando um conjunto
completo, único e internamente coerente, de princípios, técnicas, linguagens de representação
(ferramentas conceituais), normas, procedimentos e documentos, que permitam ao engenheiro de
software implementar sem ambigüidades a especificação contida no ciclo de vida do software

Ferramentas de desenvolvimento
 Processos
 Entidades externas
 Fluxos de dados
 Depósitos de dados
 Diagramas de bloco
 Diagramas de classe (orientado a objeto)

Exemplos de metodologias:
Estruturada
Essencial
Orienta a Objetos
Atividade: desenvolvimento de um projeto de médio porte

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31
Informática Básica

10. Organização de funções de um CPD


Organograma
Modelo de organização
Cargos e funções

Organogramas de T.I
Modelo 01

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Informática Básica

Modelo 02

32
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Informática Básica
2. Cargos de Informática

35.1 Peopleware
O terceiro pilar dos sistemas computacionais é as pessoas envolvidas com o hard ou soft, seja com a
operação, construção, desenvolvimento, gerenciamento, etc.
Orbitando nesse universo tecnológico existem diversas classes de profissionais diretamente ligados aos
sistemas e programas. Da mesma forma, dando suporte, desde ao planejamento, construção, operação,
manutenção e operação das máquinas. Abaixo relacionamos algumas das profissões ligadas a tecnologia da
informatização.

 Administrador de bancos de dados (DBA)- responsável pela manutenção e refinamento de


bancos de dados corporativos Formação: Curso Superior em Engenharia da Computação,
Processamento de dados, Informática.
 Administrador de Redes Conhecimentos: Sistemas operacionais (Windows NT e UNIX),
infra-estrutura e protocolos de rede, ambientes de programação (Visual Basic para NT, C ou
Perl para UNIX etc) e ferramentas para facilitar o gerenciamento (preferencialmente com
linguagens para plataforma Web).
 Analista de Segurança: Responsável pela segurança da rede (equipamento, sistemas
operacionais de servidores e clientes e programas utilizados). Também monitora tentativas de
invasão e uso indevido dos recursos da rede, além de definir e manter as regras de uso
dos recursos computacionais da empresa.
 Analista de Sistemas: responsável pelo levantamento das necessidades do cliente e pela
elaboração de um modelo conceitual do sistema a ser desenvolvido.
 Analista de Suporte - Responsável pela instalação e configuração de software e hardware.
Formação: Curso Superior em Ciência da Computação, Engenharia da Computação, Informática
ou Tecnólogo em Processamento de Dados.
 Auditor de Sistemas - Profissional encarregado de auditar sistemas e redes corporativas,
identificando fraudes e outros tipos de irregularidade, além de analisar políticas e investimentos
necessários para a estrutura de segurança em informática.
 CIO ( Chief Information Officer) - Conhecido no Brasil como diretor de informática.
Formação: Curso superior de Informática / Processamento de dados / Engenharia da
computação.
 Consultor de TI - Propor soluções e projetos de TI a empresas. Formação: Curso Superior em
Informática.
 Gerente de Sistemas (Internet) - Gerencia, planeja e coordena as atividades de sistemas para a
Internet, visando a padronização e racionalização de procedimentos, controles, implantação de
sistemas para os sites, processamento eletrônico e segurança das informações, a fim de atender
as exigências de funcionamento dos sites.
 Gerente de e-commerce - Profissional responsável pela adaptação dos produtos e serviços da
empresa à Internet, integrando as áreas de marketing, logística e infra-estrutura tecnológica.
 Programador Web - Profissional responsável pelo desenvolvimento de aplicações para Web.
 Suporte Técnico - encarregado de atender e solucionar problemas de usuários de software e
hardware em uma empresa.
 Web designer - Profissional responsável pela concepção e produção visual de web sites.
 Webmaster - Responsável pela estrutura, desenvolvimento, design e gerência de sites.
 Engenheiro de software – Responsável pela especificação, implantação de software

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Informática Básica
11. Informática eficaz.
11.1 por que informatizar a empresa?
A informatização deve ser feita com prioridade nas atividades por meio das quais a empresa ganha
dinheiro, para que continue ganhando ou ganhe ainda mais. Também deve atender as atividades através
das quais pretenda ganhar dinheiro ou a possibilidade de fazê-lo. As atividades em que está perdendo
dinheiro, senão puderem ser descartadas, também devem ser atendidas para que as perdas cessem
reduzam –se ou sejam controladas. O que deve levar à informatização da empresa é uma das grandes
questões que todos os executivos deparam. Na verdade, todo mundo imagina por que as empresas se
informatizam. Porém, se isso for perguntado aos executivos, a maioria deles titubeará ao responder,
haverá muitas respostas diferentes e algumas até poderão ser conflitantes. São raras as empresas que
têm esta questão bem clara e definida. Se a todos os remadores desse barco (empresa) for passada a
resposta desta questão, certamente haverá mais empenho e eles terão maiores possibilidades de
tornarem-se vencedores na acirrada competição pelo mercado. Há alguma empresa que não quer ser
vencedora? Pois então: não acredito que uma empresa sem informatização conseguirá competir com
desenvoltura em seu mercado específico.
Muitas outras questões igualmente embaraçosas também surgem com freqüência. Uma delas é –por
onde começar a informatização? Pode-se Ter até um objetivo claro; porém, por onde começar a
informatização nem sempre está definido. É preciso que todos saibam como a informatização será feita
na empresa, a fim de se evitarem atropelos ou sobrecargas. Uma escala bem definida permitirá que os
resultados comecem a ser colhido mais cedo e a informatização possa ser feita com maior naturalidade e
eficácia.
O que deve ser informatizado? –também é uma questão difícil de ser respondida. Muitas atividades
devem ser informatizadas na empresa, porém nem todas devem Ter a mesma prioridade e a mesma
necessidade. Não vejo como decisão acertada, por exemplo, informatizar o refeitório antes da produção
industrial. E, assim muitas questões complicadas e outras tantas dúvidas vão surgindo durante a
elaboração do plano de informatização. Todas elas precisam ser consideradas e superadas
conscientemente, como veremos adiante no capitulo “planejando a informatização”. Se isso não for feito
irão se constituir em problemas e entraves que poderão levar ao insucesso.
Algumas empresas menosprezam essas questões e se informatizam de qualquer jeito. Outras deixam que
as diversas áreas existentes se manifestem quando tiverem interesse. Muitas têm dificuldades em
levantar parâmetros que facilitem a decisão. Há empresa que optam por informatizar atividades pouco
nobres, pois temem que o processo de informatização não seja benéfico, eficiente e seguro. É comum
optar-se pelas funções mais trabalhosas, volumosas, morosas, visuais ou por aquelas em que os
responsáveis se dispõem ou mostram mais interesse em aderir à informatização do que os de outra
áreas.
A conseqüência de tais procedimentos é uma informatização traumática, confusa, dispersa, muito
abrangente, morosa, insegura e com resultados pouco significativos.
As três premissas enunciadas no início deste capitulo –obtendo lucros, querendo obter ainda mais lucros
e deixando de perder dinheiro e oportunidades –são entretanto destacadamente importantes e, na
maioria das vezes, conduzem a informatização a uma direção perfeita. Elas podem balizar as respostas a
tantas perguntas complicadas. Seguindo esses três princípios básicos a empresa terá a informatização
como uma de suas mais importantes aliadas. Esses princípios oferecerão sólido apoio à decisão porque
está e estará em consonância com a essência da empresa: o lucro. As demais atividades que inicialmente
não forem beneficiadas com a informatização com certeza poderão esperar por outra
oportunidade. Bem ou mal elas estarão e continuarão sendo realizadas. Com a manutenção ou o
aumento dos lucros mais recursos poderão ser liberados para a informatização dessas tarefas, sem que a
empresa tenha que se descuidar das suas atividades essenciais.
Quando digo neste trabalho ganhar dinheiro, ou obter lucros, não estou me restringindo apenas a
empresas de iniciativa privada. Todos esses conceitos se aplicam também às chamadas entidades sem
fins lucrativos: empresas públicas, de pesquisa, ensino, assistenciais, recreativas etc. afinal, existe alguma
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35
Informática Básica
entidade que consiga sobreviver sem dinheiro? Seja por meio de doação, de contribuições, impostos ou
taxas, elas dependem dele para realizar suas atividades mais básicas. Quanto mais arrecadarem, mais
poderão realizar.
Uma informatização que não tenha seu foco principal calcado nesses princípios provavelmente não tem
valor –e a empresa que a fizer estará fadada a desaparecer junto com sua geração.

- Obtendo lucros
Todas as empresas certamente têm uma ou mais atividades de onde provêm seus lucros. Também
executam uma série de outras tarefas que servem de suporte às que efetivamente trazem os recursos de
fora para dentro da empresa. É a diferença entre o que ela traz para dentro e o que ela manda para fora
que constitui o seu verdadeiro lucro, ou seja, o quanto ela ganha de dinheiro, já é assim há milhares de
anos e me parece haver poucas chances de que isso mude nos próximos milênios.
Exemplificando: uma indústria tem no processo de comercialização uma de suas atividades principais,
muito embora o processo produtivo pareça ser de longe sua principal atividade. Vejamos então: de que
adianta um excelente processo produtivo se os produtos gerados não conseguem ser comercializados?
Um primoroso processo de comercialização, porém, também não traria bons resultados por muito
tempo caso o produto a ser comercializado não tivesse uma qualidade compatível com o público alvo da
política de comercialização, neste caso, é claro, ainda que de modo simplista e apenas com ilustração,
duas atividades poderiam ser tratadas como prioritárias nessa empresa: o processo produtivo e a
comercialização. Elas se completam e são altamente dependente, o que não significa que as outras áreas
da empresa não sejam importantes. Todas elas fazem parte do processo, porém essas duas têm um peso
maior.
No caso dessa suposta empresa já identificamos as atividades por meio das quais ela ganha dinheiro.
Logicamente, essas áreas devem ser priorizadas em um processo de informatização, para que a empresa
continue ganhando dinheiro ou ganhe ainda mais. Não é uma obrigação somente da produção produzir
bem, nem da área de comercialização comercializar bem. Todas as demais áreas da empresa devem
colaborar de forma efetiva para que se produza cada vez melhor e comercialize cada vez mais. A
informática é uma das ferramentas que podem ser de grande valia para essas áreas. Talvez a que mais
contribuição poderá dar.

- Querendo obter ainda mais lucros


Uma empresa dinâmica não deve se sentir em situação confortável só porque no momento está obtendo
bons lucros. Ela precisa colocar os olhos no futuro, lançar novos produtos, enveredar por caminhos
pouco explorados, ampliar seus negócios, aperfeiçoar-se, influenciar o mercado, mudar as tendências.
Afinal, o objeto de fartos lucros hoje pode ser o objeto de largos prejuízos amanhã. A literatura está
repleta de exemplos desse gênero. O mercado é dinâmico, mudo com rapidez e sem piedade. Por isso é
preciso ser um pouco como um “guru”, antever o futuro e investir sempre, porém, sem riscos
exagerados e que não possam ser suportados caso os caminhos se mostrem infrutíferos.
Mesmo que a empresa seja um pouco arrojada, a informatização deve atuar com prioridade nessas
investidas. Tal processo deve ser aliado principal nas atividades pelas quais a empresa procura encontrar
novos caminhos para ganhar mais dinheiro. A informática deve ajudar a abrir esses novos caminhos,
ampliar e agilizar as possibilidades de ganhos da empresa e, com isso, contribuir par sua consolidação,
solidez, e longevidade.
Basta olhar para o passado –e este não precisa ser tão distante, há apenas duas ou três décadas –e
vermos que as empresas que não mudaram, se não desapareceram, tornaram-se inexpressivas. As que
demoraram a se transformar passaram por momentos de grandes dificuldades. Por outro lado, as que
foram se moldando à realidade ou que certeiramente apostaram no futuro transformaram-se nas
empresas exemplares de hoje. certamente daqui a duas ou três décadas nenhuma empresa estará
realizando suas atividades do mesmo modo que as realiza hoje. as que resistirem às mudanças perecerão
ou se tornarão inexpressivas. As que se adaptarem permanecerão ativas no mercado. As que na
antevisão do futuro forem mais felizes farão novos e grandes sucessos, além dos substanciais lucros que

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obterão. Esse ciclo continuará eternamente, ora mais intenso ora mais ameno, tal qual tem ocorrido há
milênios.
É claro que a maioria das empresas que –tentando antever o futuro- se lançarem cegamente no mercado
perecerá antes de poder obter qualquer resultado relevante. É correto e necessário apostar no futuro,
porém com parcimônia, dentro do limite em que se possa suportar um eventual fracasso. O sensato é
garantir a sobrevivência mantendo-se dentro da realidade. Apostar no futuro somente “as fichas”
coerentemente separadas para isso, pois a qualquer momento pode-se descobrir um grande atalho rumo
ao futuro.
Já é certo, e não mais uma simples previsão, que para na próxima geração de empresas a informática
constituirá a base mínima indispensável de criação, controle e sustentação. Certamente haverá muitas
atividades não informatizadas. Ela, porém, serão classificadas como habilidade pessoal, arte ou
simplesmente artesanato, e terão grande valor de mercado como tais, não como produtos de consumo
em massa. A sobrevivência de uma empresa estará diretamente relacionada à eficácia de sua
informática. É preciso, então, que se comece a aprender já a construir o que será o pé direito das
estruturas empresariais do futuro. Não consigo ver como uma empresa poderá existir sem estar
informatizada! A informática já é indispensável em quase tudo, principalmente em atividades com as
quais se pretende ganhar dinheiro.

- Deixando de perder dinheiro e oportunidades


Como nada é perfeito, em todas as empresas existem “buracos” pelos quais sangram os lucros e foge o
dinheiro. O mais prudente é descartar essas atividades, embora nem sempre isso seja possível. Então, a
informatização deve desempenhar um papel preponderante e colocar essas atividades em sua lista de
prioridades. Pelo menos deverá ajudar a reduzir ou controlar esse sangramento. De nada adianta a
empresa estar ganhando dinheiro de um lado e perdendo-o de outro.
É preciso “amar” a empresa e suas atividades para que se possa idealizar e construir seu futuro com
solidez. Mas esse amor não pode ser cego, tão intenso a ponto de se definhar por ele. Sei que existem
muitos “Romeu & Julieta Ltda”, mas não são casos racionais no mundo dos negócios. Aqui a
separação, o divórcio e mesmo o término de atividades ou empresas é uma questão de sobrevivência e
não de morte. Uma empresa pode se tornar mais forte, ágil e sólida se tiver uma de sua parte
improdutiva amputadas.
Quando a empresa insistir em atividades nada ou pouco lucrativas, sem nenhuma perspectiva concreta
de recuperação, ela, além de perder dinheiro, estará perdendo oportunidades. O certo seria dirigir suas
atenções ao mercado e ás novas oportunidades, em vez de se concentrar em atividades sem retorno.
Essas devem ser descartadas ou controladas para não roubarem mais atenção do que merecem. Nesses
casos, a informatização pode se prestar a um papel doloroso, mas importante.

Embora essas três premissas sejam claras, cada empresa ainda precisa saber de modo específico, como a
informática pode contribuir para que ela continue ganhando dinheiro ou ganhe ainda mais e deixe de
perdê-lo. Sinceramente não há uma fórmula poderosa que se aplique a todas as empresas com
resultados sempre satisfatórios. Cada empresa tem seus objetivos, seus ideais, seu mercado, seus
segredos, e uma série de peculiaridades que a caracterizam. De acordo com essas características é que se
faz o levantamento das maneiras como a informática pode realmente ajudar. É mais ou menos o modo
como um psiquiatra trata seus clientes. Se a todos tratar do mesmo modo, certamente trará cura aos
poucos. Porém, se para cada um direcionar um tratamento voltado às suas peculiaridades, trará a cura
para um número bem maior de pacientes. A cura para todos será muito difícil; afinal, ninguém é
infalível, tanto em seu diagnóstico quanto em suas ações, e não existe o método perfeito.
As questões mais comuns, contudo, estão sendo tratadas neste trabalho e soluções estarão sendo
sugeridas. É possível, somente a partir delas, redirecionar a informática da empresa e obter resultados
expressivos.

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11.2 Por que aprender a lidar com a informática, se ela não é uma exigência da sua função?
A informática simplesmente estará em tudo.
Embora a informática já seja bastante popular, poucos sabem lidar efetivamente com ela. O profissional
de informática tem uma função técnica bem definida e especializada que lhe custou muitos anos de
estudos e sacrifícios. Os demais profissionais não precisam ser especialistas em informática para tirar do
computador informações importantes. Para melhor entender essa relação, vamos supor um executivo de
uma determinada área. Ele consegue interpretar números, balancetes e demonstrativos contábeis, porém
não precisa ser um contador ou economista. O gerente de uma área administra com desenvoltura, mas
pode não ser um administrador de empresa... e assim por diante o que todo profissional precisa entender
de informática é um mínimo para poder extrair e exigir dela bons resultados.
Diz um ditado popular: tudo que não se entende admira-se. Muitas coisas que não entendemos, além
de despertar um certo temor. É o caso da informática. Aproveitando o pouco conhecimento sobre
informática das pessoas de mais idade, e por ser uma atividade acessível às pessoas há tão pouco
tempo, a informática tem se aproveitado para traçar seu próprio caminho dentro das empresas. Este mal
certamente estará extirpado na próxima geração, pois praticamente todas as pessoas terão um
conhecimento mínimo sobre ela, suficiente para influenciar no seu destino. Basta olhar para as crianças
brincando sem medo no computador em casa e na escola. Para elas, essa máquina não traz qualquer
receio ou susto. Conseqüentemente, quando crescerem não terão a mesma dificuldade de entendê-la
quanto temos nós, das gerações anteriores a delas.

- O que é preciso saber sobre a informática


Primeiro é preciso entender e aceitar que a informática estará em tudo. As pessoas serão altamente
dependentes dela. Será como uma bengala para um deficiente visual que, sem ela, terá bastante
dificuldade para se locomover. mas também poderá trazer algumas dificuldades e prejuízos, tais como
ser usada para observar, registrar e verificaras atividades das pessoas –claro prejuízo à liberdade de
todos. Muitas atribuições exclusivamente humanas passarão a ser feita pelo computador, livrando a
todos de tarefas enfadonhas. Isso, porém, poderá fazer com que o ser humano perca algumas de suas
habilidades. o exercício diário que as pessoas fazem para guardar informações e compromissos será
desnecessário, pois o computador fará essa tarefa com maior confiabilidade. Apesar de esse quadro
parecer aterrorizador, acredito que não seja um fator alarmante. O mundo sempre foi dividido em seres
“mais pensantes” e “menos pensantes”. O homem certamente achará um meio termo que mantenha em
harmonia essa relação, ainda mais porque a capacidade do computador estará sempre limitada à
inteligência de quem o criou ou programou. Aliás, nenhum computador tem inteligência: eles tem
instruções lógicas que executam a risca. Não acredito que um dia tenhamos um computador capaz de
pensar, com sentimentos e intuição. Antes disso morreremos todos de loucura. Somente o homem
poderá tomar decisões mesclando conhecimentos, lógica, emoções e sentimentos. Ao passar esse
modismo (ou febre!) o computador tomará seu assento e os homens se recusarão a aceitar uma máquina
interferindo no que eles têm de mais valioso: inteligência e discernimento, que os diferencia dos outros
seres animados ou inanimados conhecidos.
O segundo ponto a ser considerado é que a informática é segura, funciona bem e em harmonia com o
usuário, tal qual um carro novo. Porém como no caso do carro, para que continue funcionando assim
devem se observar inúmeros fatores, tais como: o ambiente e as condições dos locais por onde circula,
revisões periódicas e principalmente como trabalha o condutor. Se todos os fatores com alguma
influência forem observados, o que está sendo conduzido certamente chegará ao seu destino intacto e
no tempo certo. Seguindo as recomendações e o bom senso, certamente o nível de confiabilidade no
computador pode ser adequado.
Acredito ser ilusório que as pessoas, principalmente os executivos, devam sentar-se na frente de um
computador para criar programas, algoritmos, digitar dados e tantas outras tarefas que levam tempo,
podem e devem ser feitas por pessoas especializadas. Qualquer pessoa é capaz de tirar uma fotografia
ou fazer um filme; porém quando se deseja boa qualidade procura-se um profissional, pois somente ele
está habilitado para tanto.

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Mas o que todos precisam saber de verdade é que o computado pode fazer tudo o que as pessoas
querem. É claro, isso depende dos dados. Se os dados estiverem dentro dele, ou em algum lugar onde
ele possa buscá-los, qualquer que seja a informação desejada, ele será capaz de gerá-la –essa história
comum na área da informática de que não é possível é apenas lorota. Pode ser até difícil, demorado,
complexo. Mas possível é. Pode não ser possível exatamente do modo desejado, por falta de algum
recurso, por exemplo, deseja um gráfico colorido e a informática não tem um programa gráfico ou uma
impressora gráfica colorida.
Sei que é um exagero dizer que um computador pode fazer tudo. Mas isso serve apenas para
demonstrar que, na verdade, pouca coisa solicitada pelo usuário não se podem fazer. Na maioria das
vezes, o que falta é somente boa vontade (boa administração). Só acredite que não dá para ser feito o
que pediu se lhe for explicado com palavras comuns de modo bastante lógico o motivo pelo qual não
pode ser feito. Desconfie também se a informática não apresentar uma solução alternativa para
compensar o que não pode fazer. Se o que lhe explicarem tiver muitos termos que não lhe são
familiares ou seja algo difícil de compreender, então certamente estão tentando “passá-lo para trás”.
Qualquer pessoa, que por menos que entenda de informática tem a capacidade de discernir uma
simples desculpa de uma razão lógica. Nunca aceite um “não” como resposta.
Quanto ao computador, o que todos precisam de imediato é não Ter medo dele. Se ao esbarrar numa
tecla ou emitir um comando qualquer por engano acontecer uma perda irrecuperável, não se culpe. Se
não houver uma opção para evitar a perda ou a recuperação for difícil de ser feita, então o que está
errado é o aplicativo, que não tem o mínimo de qualidade e preocupação com aspectos de segurança e
navegabilidade. Mesmo que se jogue o computador pela janela, não se devem perder os dados
registrados, desde, é claro, que sejam mantidas cópias de segurança.
Fazer e manter cópias de segurança de tudo que há em seu computador é fundamental. É um trabalho
rápido, indolor e fácil de ser feito, embora pareça ser uma verdadeira tortura para muitas pessoas. Elas
passam horas na frente do computador realizando um trabalho, mas no momento de fazer uma cópia de
segurança, que demora alguns segundos, geralmente não o fazem. Os back-ups, como se chamam
tecnicamente essas cópias de segurança, devem fazer parte da disciplina e rotina de trabalho. Quando os
dados são guardados em um computador central (servidor), geralmente não há necessidade de se
preocupar com as cópias de segurança. Existem método e programas que fazem cópias automaticamente
e com muita qualidade . geralmente há também um administrador ou um profissional que se preocupa
com isso. Porém, quando os dados estão contidos no seu computador pessoal ou no dispositivo de
armazenamento de dados de sua estação de trabalho, é fundamental que você faça criteriosamente essas
cópias de segurança.
Quanto aos aplicativos (programas) de que todos precisam e os quais devem saber usar, limitam-se a
poucos. É indispensável que se tenha um conhecimento mínimo sobre um editor de textos, uma vez que
ele substitui com larga vantagem, qualidade e facilidade a velha máquina de escrever. Deve-se conhecer
um pouco sobre planilhas eletrônicas, pois elas são bastante úteis no dia-a-dia. Deve-se saber navegar na
Internet, pois ela é a maior promessa de abertura de uma janela para o mundo. Quem tem mais objetivo
claro consegue achar na Internet tudo aquilo que mais lhe interessa. O mais importante de tudo isso,
porém, é que se deve Ter apenas um editor de texto, uma planilha eletrônica e um navegador para usar
a Internet. É bobagem mais do que um. Aliás, é melhor dominar um do que Ter muitos e não Ter
domínio sobre nenhum.
Para obter os conhecimentos necessários sobre esses aplicativos o melhor é fazer um curso rápido,
qualquer um desses enunciados nos jornais. Não se assuste quando eles começarem a apresentar uma
série de facilidades que na ocasião vão lhe parecer dificuldades, de comandos que não vai conseguir
perceber para que servem e uma série de tarefas que nunca utilizará. Afinal eles precisam provar o
conhecimento que tem para se manter no mercado. Preocupe-se em aprender apenas o “feijão com
arroz”, aquilo que se aplica ao seu dia-a-dia, que tenha utilidade imediata. Caso um dia precise de um
comando que não conheça ou domine, esse seu conhecimento mínimo lhe dará condições de procurá-
lo, estudá-lo, aprendê-lo e aplicá-lo. É claro que sua atividade profissional poderá exigir outros tipos de
aplicativos. A idéia quanto a eles é a mesma: limite-se aos que são realmente necessários.

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Além desses poucos aplicativos é importante também aprender a acessar os programas desenvolvidos
e/ou utilizados pela sua empresa, necessários para suas atividades profissionais. Mas você também não
deve se assustar com isso. O primeiro item a observar é se o aplicativo precisa de algum treinamento
para ser utilizado, sem confundir treinamento com uma simples e rápida explicação sobre seu uso. Todo
programa de computador que precise de um treinamento demorado ou é uns aplicativos mal projetados,
que tem uma interface inadequada com o usuário, ou processa umas operações complexas, especiais,
que não pode ser tratada por qualquer um. Ao olhar para a tela do computador, tudo tem que estar
suficientemente claro para que você saiba o que fazer, possa tomar uma decisão lógica ou solicitar uma
ajuda ou esclarecimento rápido ao próprio aplicativo. Ninguém deveria ter dificuldades na utilização de
um aplicativo. Ninguém poderia perder tempo navegando, navegando e tentando descobrir como fazer
uma determinada tarefa. Nunca deveria ser necessário fazer anotações dos passos que se devem dar, das
conseqüências, dos resultados que obterá. Um bom aplicativo tem que ser adequado para facilitar o dia-
a-dia de quem utiliza e para dar-lhe as respostas de que precisa, sem muito trabalho ou dificuldade.
Não se deixe tentar pelas maravilhas que o mercado apresenta todos os dias. A primeira pergunta que
deve fazer sobre o produto é: isso trará algum benefício significativo ao meu trabalho ou à minha vida
pessoal? Caso não, deixe que as outras pessoas fiquem com ele, que desfrutem essa maravilha! Se ficar
claro que lhe será bem útil, talvez valha a pena adquiri-lo. Não seja um maníaco cibernético que instala
em seu computador todas as novidades e programas existentes, que copia todos os programas ofertados
pela Internet. Não transforme seu computador numa lata de lixo. Ninguém pode saber tudo e dominar
tudo. Seja um profissional de poucas ferramentas, mas perfeitamente dominadas. A capacidade de
alguém jamais será medida pelo número de aplicativos que possui, mas sim pelo proveito que pode tirar
dos poucos que realmente lhe são úteis. Não se deixe intimidar pelos que só falam de informática. Se o
seu negócio não é informática, então se concentre no seu negócio e não na informática. Qualquer que
seja sua necessidade, em termos de informática, sempre haverá um profissional qualificado que saberá
como atendê-la, ou um aplicativo no mercado que poderá ser adquirido por um bom preço.
Se você pretende desenvolver algum aplicativo, multiplique o custo da sua hora de trabalho pelas horas
que deverá demorar em construí-lo e veja se não é mais barato adquiri-lo no mercado ou encomendá-lo
a um profissional qualificado. Ah! É um modelo inexistente, um segredo, um produto que não existe no
mercado! Sendo assim, esse aplicativo pode apresentar um diferencial que justifique o investimento.
Certifique-se de que seja realmente necessário e poderá trazer algum valor para o seu negócio. Agora, se
fazer programas por lazer, fora do seu horário de expediente, lhe dá prazer, então vá em frente!

11.3 Usando o computador para simplificar o cotidiano


o que fazemos é em sua maior parte desperdício de tempo e pura rotina. Pouca coisa sobra que
realmente exige abstração e decisão.

A grande queixa de todo executivo é a falta de tempo. Parece que os afazeres são muitos para as
minguadas horas de um dia. Como não é possível “espichar” o dia, só resta uma alternativa: simplificar
a carga de trabalho. Se analisarmos tudo que fazemos durante um dia de expediente, notaremos que a
maior parte consiste em tarefas repetitivas, burocráticas, de busca, de pesquisa, de conversas inúteis, de
prestação de esclarecimentos sobre o que está escritas e esclarecidas, reuniões inúteis, reuniões
prolongadas sem nenhuma necessidade, cobranças de tarefas repassadas, dar ou ouvir desculpas e
justificativas de tarefas não-cumpridas, locomoções não planejadas (ir daqui para lá, fazer isso, voltar
para cá, fazer outra coisa, retornar para lá, pegar alguma coisa, ir acolá, falar algo, voltar para cá,
perceber que esqueceu algo, voltar para lá e, como ninguém é de ferro, ir até ali para tomar um café. O
dia acabou e nada de substancial foi feito) etc.
Quantas e quantas vezes, ou quase sempre, voltamos para casa com a sensação de dever não-cumprido,
estressado, preocupados, agitados, nervosos, agressivos e, também cansados de tanto trabalhar!
Se pararmos para nos organizar, automatizarmos as tarefas que mais nos roubam tempo e adquirimos
uma disciplina (está é a palavra mágica), certamente o dia será suficiente para tanto trabalho. Algumas
tarefas podem ser transferidas para outras pessoas, outras evitadas e muitas podem ser feitas pelo
computador. Muitos contatos demorados, explicações, telefonemas, justificativas, delegação de tarefas e
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esclarecimentos podem ser feitos via correio eletrônico (e-mail). Prestação de contas, cobrança de
serviço, agendamento de tarefas, planejamento do deslocamento, entre tantas, também podem ser
simplificadas com a informatização. Para nada disso é preciso desenvolver aplicativos, pois nas
prateleiras das casas especializadas eles são encontrados já prontos por preços bem razoáveis, e são
compatíveis com diversos sistemas operacionais. O custo do tempo que irá ser poupado compensará, em
poucos dias o investimento. Ao adquirir um programa desses não compre o mais sofisticado, compre
aquele que lhe parece mais simples e capaz de fazer as tarefas de que precisa e não um que invente
novas tarefas que passarão a fazer parte da sua rotina diária sobrecarregando-a.
Recentemente li em uma reportagem que um executivo, enquanto se dirigia para seu escritório ou para
um compromisso, trabalhava em sei laptop no carro. Durante esse tempo ele colocava todos os seus e-
mails em dia, organizava sua agenda, fazia e lia relatórios etc. Para ele era bem mais barato pagar um
motorista do que gastar seu precioso tempo no trânsito.para ele o computador era indispensável na
organização e execução do seu trabalho e certamente ele encontrou um modo bastante eficaz para
“aumentar” as horas de seu dia portanto, todos nós podemos simplificar as coisas e descobrir modos de
utilizar melhor o tempo disponível.
Além dessas tarefas corriqueiras, existem muitas outras atividades, peculiares a cada um, que podem ser
informatizadas com expressivos ganhos de tempo, qualidade e resultado. Basta apenas parar de correr
por uns instantes e observar tudo á nossa volta para perceber o quanto se desperdiça de tempo.
Um colega de profissão contou-me que, em uma empresa em que trabalhou, foi-se solicitado fazer um
sistema de contas a receber. Uma das tarefas desse sistema era emitir faturas/duplicatas. Eram centenas
por dia. Embora tenha tentado argumentar e provar ao diretor que eram desnecessárias a sua assinatura
e a do cliente em todas elas, desde que na nota fiscal constassem detalhadamente às condições de
pagamento e a assinatura do cliente, ele insistia em assinar uma a uma e exigir que o cliente as assinasse
também. Na impossibilidade de demovê-la da sua idéia propuseram ao diretor que passasse a
incumbência a um funcionário qualquer, cujo salário fosse bem menor que o dele. Mas não o diretor
continuou irredutível ainda por muito tempo, pois entendia ser aquela uma tarefa de grande
irresponsabilidade. Gastava diariamente horas preciosíssimas assinando inutilmente aquelas
faturas/duplicatas. O pior de tudo é que irritava o cliente -que também tinha que assinar 20, 30 ou mais
documentos!
Atualmente fala-se muito em qualidade de vida. Acontece que para obtê-la a pessoa precisa simplificar
seu cotidiano! Deve reduzir sua correria para que o trabalho se torne mais agradável e sobre mais tempo
para atividades criativas de lazer e dedicação ã família. O computador pode e deve ser usado para
simplificar as tarefas, sem causar qualquer prejuízo na qualidade; aliás, provavelmente trazendo
significativas melhorias.
Numa determinada empresa, semanalmente, vários profissionais têm que fazer registros sucintos de suas
atividades por meio de programas de computador. Isso representou umas facilidades muito grandes, que
reduziu o tempo necessário para produzir extensos e detalhados relatórios. Seria perfeito se, além desses
registros, não tivessem que fazer mais um relatório para sua chefia, outro registro em um sistema de
cronogramas e mais um em uma base de dados de projetos! No final do mês eles ainda tem que
informar seus próprios índices de produtividade, todos eles partindo praticamente dos mesmos dados!
Assim, um funcionário gasta em média meio expediente por semana para fazer esses registros. Ou seja,
gasta 10% do seu tempo fazendo registros pouco confiáveis e respondendo via e-mail ou telefone as
dúvidas na analise desses registros.
Tarefas como a exemplificada são comuns, feitas com pouco interesse e desagradam quem as faz e
quem as analisa. Inclusive, nessa empresa, o dia da semana dedicado a fazer esses registros era
conhecido como “o dia da mentira”. É óbvio que muitas daquelas informações são necessárias. A
informática pode -a partir de um único registro- gerar todas as informações desejadas pelas diversas
áreas da empresa, com melhor qualidade e confiabilidade. Dessa forma pode simplificar ainda mais o
trabalho dos já atarefados profissionais e reverter o tempo em qualidade e produtividade.

- Afinal como um computador pode ser usado para simplificar o cotidiano?

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Uma da facilidade que se aplica bem a quase todas as empresas é o correio eletrônico (e-mail). Através
dele os memorandos internos e externos podem ser enviados com relativa segurança e agilidade. Pode-
se endereçar um memorando para vários destinatários, ou grupos deles, ao mesmo tempo. Pode-se até
exigir a confirmação do recebimento ou um recibo entrega. O destinatário pode redirecioná-lo para
quem deseja. Pode-se mantê-lo arquivado no computador, imprimi-lo ou simplesmente eliminá-lo.
Pode-se transcrevê-lo, copiá-lo ou anexá-lo em qualquer outro documento no computador. Através
desse correio eletrônico podem-se enviar recados, dar felicitações, fazer pedidos, anexar planilhas,
textos desenhos, dar notícias, manter um setor de classificados, agendar reuniões etc. com ele, muitas
saídas do local de trabalho, telefonemas demorados e deslocamento desnecessários são evitados.Tudo
pode ser feito com informalidade e rapidez.
A agenda eletrônica é outra facilidade que também pode ser incorporada ao cotidiano. O ideal é que ele
faça parte do correio eletrônico. Assim, quando alguém tiver que agendar uma reunião, bastará
relacionar as pessoas que devem participar e o programa se encarregará de consultar a agenda de cada
um deles e sugerir uma data e hora em que eles possam participar, ou que a maioria possa, ou ainda que
os principais elementos da lista tenham disponíveis.
Além disso, existem ainda eficientes programas para gerenciamento de projetos e cronogramas,
versáteis planilhas eletrônicas, editoras de texto, editoração eletrônica, de apresentação (palestras,
cursos, demonstrações), enfim, há programas e máquinas que fazem eficientemente quase tudo de que
precisamos.
Embora gostemos de dizer que o nosso trabalho tem alta dose de abstração, que cada momento é critico
e exige análise profunda, acredito que o que fazemos é, em sua maior parte, desperdício de tempo e
pura rotina. Até mesmo aquela analise diária indispensável que só nos sabemos fazer não passa de um
ritual: todo dia é feita do mesmo modo. Pouca coisa sobra que realmente exija abstração e decisão. Se
essa minha suspeita for verdadeira, então é possível simplificar drasticamente o nosso cotidiano. A
maior parte do que fazemos pode ser automatizado, o que fará com que sobre mais tempo para tarefas
que realmente exijam abstração.
Minha sugestão é fazer periodicamente um levantamento verdadeiro do cotidiano, listando as tarefas
que mais nos tomam tempo. Com essa lista em mãos, devemos pegar a mais “gastadora de tempo”,
dissecá-la completamente, etapa por etapa, passo a passo, detalhe por detalhe. A seguir colocamos tudo
isso no papel. Chamamos um profissional de informática e discutimos profundamente com ele até que
uma solução informatizada seja definida. Não devemos nos deixar levar pela conversa de que é preciso
considerar todas as tarefas para que um planejamento geral seja feito. Isso implicará um projeto
demorado e complexo e nenhuma garantia de que, ao término, a tecnologia em pregada ainda estará de
acordo. A informática tem que dominar a técnica de fazer as coisas seccionadas, passíveis de serem
alteradas de acordo com a necessidade e evolução. A solução a ser dada deve ser simples, prática,
flexível (certamente será melhorada depois) e não deve acrescentar ainda mais trabalho ao dia-a dia. É
preciso concentrar-se somente no que é necessário e importante, embora mais tarde as possibilidades e
facilidades possam ser ampliadas. Saber desfazer-se do que não é necessário e se concentrar apenas no
que é importante constitui-se na melhor ferramenta para quem deseja simplificar seu cotidiano.

11.4 Criativo é o homem. Simplificadora é a máquina


a dupla homem e computador, com homem sempre no comando, será uma das mais produtivas
uniões.
Tem se falado muito sobre a informática e as maravilhas que essa máquina chamada popularmente de
computador pode fazer. Mas de uma coisa não podemos nunca nos esquecer, se desejamos ter sucesso
com ela e obter o Máximo de resultados com sua utilização: ela faz somente e exatamente o que lhe
ensinamos a fazer e solicitamos para que faça. Seu limite está exatamente na nossa capacidade de criar e
passar-lhe as instruções corretas. Nenhuma máquina é ainda capaz de pensar e criar. Se um dia

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entendermos exatamente os mecanismos que nos levam a pensar e criar, talvez seja possível
construirmos máquinas também com essa capacidade, pois o limite exato de tudo que fazemos é o
quanto entendemos das coisas.
Portanto, se a empresa espera que o computador lhe dê todas as respostas, assuma riscos, descubra
novos nichos de negócios, encontre soluções para seus problemas, identifique como reduzir custos,
aumentar os lucros, abrir novos mercados, conquistar novos clientes, selecionar bons colaboradores,
evitar que a empresa tenha perdas e tantas outras questões tão intrigantes e difíceis do dia-a-dia, então
pode ir encerrando suas atividades, pois essas respostas só podem vir de uma mente criativa e repleta de
conhecimentos. Se a empresa tiver em seu quadro de colaboradores pessoas preparadas, criativas,
sensíveis, então estas poderão idealizar tarefas extremamente complexas e lógicas para que essa
maravilhosa máquina trabalhe com desenvoltura e as ajude a encontrar, com maior rapidez e segurança,
as respostas a que tanto almejam.
As mentes criativas é que influenciam e movem o mundo. No cinema encontramos muitas mentes
extremamente imaginativas e criativas. Na ficção, os computadores tomam decisões estratégicas, lêem
pensamentos, resolvem qualquer problema apresentado pelo homem sem a necessidade de ser
previamente programados, computadores com vontade própria, com capacidade para eliminar qualquer
pessoa que interfira na missão para a qual foram instruído, inclusive seu próprio criador. Isso tudo
ajuda o homem a acelerar suas pesquisas e procurar atingir o estágio em que se encontram esses
personagens de ficção. O difícil é quando uma pessoa vê tudo isso, acredita que já seja realidade e exige
da informática resultados idênticos!

Eu não tenho nenhuma dúvida de que o diferencial existente entre as empresas está na capacidade de
seus colaboradores. Não é só o conhecimento que leva a bons resultados, é preciso muita criatividade e
capacidade de realização. É claro que raramente uma pessoa reúne amplos conhecimentos, grande
capacidade criativa e de realização. O normal é a pessoa ter apenas uma dessas habilidades. Portanto, é
preciso um quadro de pessoas na empresa que mescle essas habilidades, para que possa haver criação
(criatividade) e sustentação (conhecimento) e as idéias possam ser implementadas (capacidade de
realização).
Conheço pessoas que são extremamente criativas e visionárias e estão relegadas à periferia do mercado
de trabalho porque não tem capacidade de realizar o que idealizam. Por outro lado, existem muitas
pessoas com capacidade esplêndida de fazer as coisas acontecerem mas que não tem o que fazer
acontecer, pois não tem capacidade criativa. Há, muitos profissionais extremamente qualificados que
dirigem mal suas áreas, pois não tem capacidade administrativa ou de realização. Se sob o mesmo teto
forem reunidas algumas pessoas com capacidade criativa, outras com capacidade técnica e outro grupo
com capacidade de realização, sem a menor dúvida poderá haver sucesso em qualquer empreendimento.
Algumas empresas já se preocupam em colocar as pessoas certas no lugar certo. Mas identificar com
clareza as características das pessoas para então colocá-las na posição correta é um trabalho muito
difícil. Parece que o ambiente e a rotina moldam as pessoas e obscurecem suas reais características.
Não conheço os resultados que estão sendo obtidos por essas empresas. Acredito que ainda não seja
possível quantificá-las, mas certamente já devem ser sensíveis. Acredito que a sobrevivência das
empresas dependerá sobretudo desse discernimento e dessa capacidade de aproveitar o potencial das
pessoas. É nisso que se deve investir. O fator humano continuará sendo o principal diferencial enquanto
existirmos. A dupla homem e computador, com o homem sempre no comando, será uma das mais
produtivas uniões.
A informática é um instrumento de apoio, indispensável para permitir criação, a base técnica e a
realização do que foi idealizado. O homem terá mais tempo e condições para criar se a tarefa de realizar
o que se pode prever for delegada à máquina. Nunca a máquina será capaz de criar para o homem
realizar.

11.5 Usando a informática para melhorar o ritmo da empresa e a interação entre as áreas

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A informática deve ser instrumento de apoio à evolução da inteligência da empresa,
proporcionando e acompanhando esse apoio e, ao mesmo tempo, mantendo constante capacidade
de mutação.

É sabido que nas empresas em que a interação entre as áreas ocorre de modo mais natural e em maior
grau e os resultados são melhores. Há boa produtividade, melhor em qualidade, satisfação dos
funcionários, dos dirigentes, dos fornecedores e dos clientes. Há muito orgulho pela empresa. Há lucro.
Para haver interação é preciso que haja ritmo, ou seja, cada área e cada pessoa fazendo racional e
progressivamente seu trabalho, sem a intenção de se sobrepor uma à outra. Tudo ocorre no tempo certo
e de forma harmoniosa.
Para que haja ritmo é preciso que haja um elo de ligação entre uma atividade e outra, entre uma área e
outra, entre uma pessoa e outra. Todos devem ter a consciência de que seus papéis são importantes e
de que fazem parte de uma intrincada cadeia produtiva. Quanto melhor e mais rápido for esse ritmo,
tanto melhor será o resultado obtido pela empresa.
Por conseguinte, esse elo de ligação constitui-se na chave do sucesso da empresa e deve ser construído
com bases nos seus objetivos, de modo impessoal, respeitando as características, as necessidades e os
interesses de cada área, promovendo a interação entre elas sem ressentimentos, sem desvalorização ou
submissão.
A informática se presta muito bem a essa complexa atribuição: ser o elo entre as diversas áreas e
atividades da empresa. Ela é o canal pelo qual transita a quase totalidade dos dados e onde a maior parte
das informações é gerada. Não se trata do poder para mudar o sistema ou impor nova rotina. Não há
razão para simplesmente substituir o que é eficiente. A informática detém os dados e gera informações,
mas não detém o conhecimento e a especialização necessários e específicos a cada atividade para
promover mudanças complexas. O que ela pode fazer é agregar valor agilizando o escoamento dos
dados, melhorando a geração das informações, oferecendo novas facilidades e ferramentas. Ainda
existem muitas empresas em que isso não é praticado e à informática foi dado um poder de mudanças
enorme, como se todas as inteligências da empresa nela se concentrassem.
Sem dúvida, deve existir inteligência na informática, mas também em todas as demais áreas da
empresa. Não há uma só área sem inteligência que possa trazer bons resultados e estar perfeitamente
enquadrada no ritmo da empresa. Cada área deve executar de modo inteligente as sua atribuições.
Nenhuma empresa pode se sustentar na dependência da inteligência de uma única área ou pessoa. Ainda
mais se essa área for a de informática, cuja mais nobre função hoje é a de integração das diversas áreas
e não a de se sobrepor a elas. Numa empresa em que uma área é colocada em posição de superioridade
não há um nível de decisão rápido e consistente, e as demais áreas deixam naturalmente de produzir
com eficiência, pois tendem a se sentir inferiorizadas, com pouca importância e poder.
Sempre que uma área procura promover mudanças, mesmo que sejam de pouco impactos, descobre
que está atreladas às demais áreas da empresa num laço de maior ou menor dependência. Por isso,
poucas vezes pode promover mudanças sem antes levantar as conseqüências que causará em outras
áreas -e sem a concordância delas. E é essa dependência que geralmente trava o processo evolutivo. Na
maioria das vezes os impedimentos são meros caprichos ou ciúmes entre os profissionais.
Com a disseminação da informatização, os maiores laços de dependência das áreas passaram a ser com
a área de informática. Por meio dela passou a ser gerada a maior parte das informações. No principio
ela centralizava a maior parte dos dados. Somente pela intervenção de um especialista é que se podia
obter, realizar ou enviar informações. Com tanto poder, a área de informática passou a ditar o ritmo da
empresa e a decidir sobre a importância das coisas. Havia, porém, uma limitação na capacidade e na
disposição dos profissionais dessa área em aceitar e atender a avalanche de necessidades dos demais
setores da empresa e colaborar com eles. Muitas vezes sentiam-se com o poder de um deus, pois
podiam decidir qualquer coisa, traçar destinos, impor interesses, e ainda tinham a vantagem de poder
falar numa língua que só eles entendiam. Aos demais, cabia apenas aceitar.
Alguns perceberam logo que tudo aquilo era uma “oportunidade de ouro” para que a informática se
transformasse no principal elo entre as áreas e melhorasse substancialmente o ritmo da empresa. Outros

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Informática Básica
demoraram mais para perceber isso enquanto alguns, até hoje, nada perceberam! Talvez isso explique
por que certas empresas evoluíram rapidamente e se tornaram as grandes estrelas do mercado, enquanto
outras ainda estão se debatendo ou foram dizimadas por um poder que desconheciam.
Ainda hoje é muito comum, e até de praxe, a informática definir e classificar seus usuários de
inconstantes, indecisos, sem domínio do que fazem e sem firmeza de propósitos. Isso ocorre porque as
solicitações dos usuários são carregadas de pontos de interrogação e constantemente alteradas, muitas
vezes até mesmo antes de se tornarem programas de computador.
Antes de ser um defeito, essa atitude dos usuários é uma virtude. Quando um usuário se decide por
alterar um trabalho, quase sempre significa que a idéia inicial evoluiu e, conseqüentemente, deve ser
alterada para que mantenha cadência com a evolução. As alterações não param por aí, elas continuam
existindo, pois a idéia continua evoluindo. O real perigo ocorre quando os pedidos de mudança cessam.
Isso significa que a idéia foi descartada ou que o usuário perdeu o interesse por ela ou, ainda, que ela
deixou de ser útil. É claro também que a partir de um determinado nível de evolução, uma idéia estará
suficientemente madura e ajustada à situação presente. Desse momento em diante a evolução ocorrerá
de modo mais lento, porém nunca estagnará. Somente nessa fase a área da informática terá seus
trabalhos em situação mais estável.
Com sua costumeira postura crítica e defensiva, a informática causa uma retração nos usuários. Ou seja,
inibe a criatividade, restringe a evolução. No inicio a situação pode não parecer tão grave, porém, com o
passar do tempo à estagnação começa a ser sentida e então a informatização, que foi introduzida para
ajudar, passa a ser também um problema. Quando isso começa a ser sentido certamente é porque os
dados e os processos estão centrados na informática e absolutamente dependentes dela. Reverter esse
quadro é uma grande dificuldade. Por esse motivo é que a reengenharia se deu muito bem na
informática. É um modo polido de dar um basta em tudo e colocar informática novamente em
compasso com a realidade. De toda forma, é inútil quando o pensamento não acompanha o processo de
mudança e, dentro de pouco tempo, nova reengenharia será necessária. Embora essa situação esteja
sendo apresentada vinculada à informática, é preciso considerar que o problema não é exclusivo dessa
área, sendo encontrado também em outros setores da empresa.
Para evitar a estagnação é preciso que a informática adote umas posturas ativas, críticas no sentido
construtivo, acessível, receptiva, abrangente, flexível o suficiente para implementar e fomentar a
evolução da inteligência da empresa e a integração entre as áreas. Deve ser capaz, porém, de avaliar e
dimensionar uma idéia para que nenhuma atitude inconseqüente coloque em risco toda a organização.
Precisa ter o espírito político para negociar, integrar as áreas e os interesses antagônicos. A
administração da área de informática (aliás, de qualquer área de uma empresa) deve ser conduzida com
mais habilidade e sensibilidade administrativa e política do que técnica. Somente assim poderá
transformar a informática no principal elo entre as áreas e melhorar os ritmos da empresa.
A informática precisa estar em constante (diária) mutação para dar vazão à evolução. Nenhum trabalho
idealizado hoje será tão bom que amanhã já não esteja entrando em um processo de adolescência.
Nenhum projeto será tão bom a ponto de contar, no momento de sua implantação, com o mesmo
interesse e empolgação que seu criador tinha na época de sua idealização.
Por mais evoluída que a informática possa estar, sempre será dependente do grau de evolução das
demais áreas da empresa, porém é a área cuja maior vocação consiste em incentivar e proporcionar
condições para que a inteligência da empresa evolua e seja mantida em condições de vencer os desafios
do mercado.

11.6 Uso da informática no gerenciamento da empresa

Gerenciar a empresa com a informática é estabelecer pontos de sensibilidade na organização e


transformar os gerentes em estrategistas.

Quando se fala em gerenciar a empresa utilizando a informática é comum às pessoas entenderem que a
área de informática é que gerenciará a empresa. Isso nunca daria certo por que a informática é de

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caráter acentuadamente lógico, enquanto a administração é de caráter perceptivo e estratégico. Um
gerenciamento baseado somente na percepção, sem uma razoável fundamentação lógica, certamente
seria uma administração com um grau de risco muito elevado. A informática numa administração é
fundamental para que haja equilíbrio nas decisões. As decisões não devem ser tomadas com base
somente na percepção do administrador nem tão-somente na lógica dos acontecimentos. Muitas vezes
percebemos equivocadamente e os acontecimentos podem ocorrer de acordo com uma lógica
inesperada.
Quando digo administração, não me refiro especificamente àquela exercida pelos altos comandos da
empresa. Refiro-me também à administração setorizada, àquela exercida de forma quase isolada em
cada área da empresa. Qualquer que seja a tarefa que um setor tenha que realizar, ele terá que contar
com uma administração específica para realizá-la, mesmo que seja feita por um técnico e não por um
administrador.
E é justamente no auxilio que pode prestar a esses administradores que está uma das grandes utilidades
da informática. Essas pessoas precisam estar permanentemente atentas ao que ocorre em suas áreas e ter
tudo sob o absoluto controle. Geralmente são pessoas com grande conhecimento do trabalho que é
realizado em suas áreas, porém muitas vezes desprovidas dos conhecimentos necessários para uma
gerência adequada. É muito difícil para alguém que domina um determinado trabalho desprender-se
dele para se dedicar apenas à sua administração. É uma resistência natural, compreensiva, pois há o
receio da perda do conhecimento e da habilidade adquiridos para se arriscar com um trabalho para o
qual ainda não se sente preparado e seguro. Toda pessoa passa por um período de transição crítico no
qual, em uma primeira etapa, custa a se desvincular do trabalho que realiza. Numa segunda etapa a
pessoa começa a perder a habilidade no que fazia e então evita fazê-lo com medo descerrar e de ser
ridicularizada por seus colegas. Alguns procuram desesperadamente recuperar a habilidade perdida.
Esse é um período de transição que pode ser curto, longo ou até permanente; depende muito do nível de
conscientização do profissional e de seu preparo. Essa insegurança naturalmente se reflete em toda área.
Mais uma vez a informática pode ter a função de facilitadora nesse processo auxiliando, apoiando,
direcionando, conduzindo o administrador e fazendo com que ele se sinta mais seguro e confiante em
seu trabalho. A interferência da informática não deve ser arbitrária, mas seguir um modelo determinado
pela gerência geral e que tenha o suporte de gerentes experientes.
Gerenciar a empresa utilizando a informática pode simplificar todo o processo de administração,
ampliar o inter-relacionamento das áreas, aproximar os procedimentos, disseminar as boas práticas,
apontar com mais rapidez os desvios e as tendências benéficas ou malévolas decorrentes de decisões
tomadas ou de procedimentos adotados. Por meio da informática, a gerência pode acompanhar o que
ocorre na empresa, em todos os estágios, sem muito esforço.
Quando penso em gerenciamento com o uso da informática, o que primeiramente me “salta os olhos” é
o estabelecimento de pontos de sensibilidade em toda a organização. Esses pontos é que deverão acionar
de forma automática a necessidade de uma observação mais acurada ou a tomada de uma atitude
preventiva ou corretiva. A informática deve ser um instrumento de alerta permanente para que não haja
desvios sérios e, ao mesmo tempo, permitir ajustes e melhorias na rota estabelecida pela empresa.
É muito difícil determinar os pontos de sensibilidade de uma empresa ou área sem conhecê-los
profundamente. Grosso modo esses pontos funcionam como sensores que, com base em parâmetros,
indicam o nível de risco, de qualidade e desequilíbrio do trabalho que está sendo realizado, acionando os
responsáveis sempre que o menor sinal de desvio for detectado. Os programas de computador são ideais
para esse trabalho, pois são impessoais e quando bem programados muito raramente falham. O ideal é
que ao acionar um alerta o programa também mostre o que deve ser feito. Isso facilita e agiliza a tomada
de decisão. Há casos e níveis de sensibilidade em que o próprio computador pode tomar uma decisão.
Pode se ter à impressão de que o estabelecimento desses pontos de sensibilidade se aplique somente em
áreas de produção e de maior risco de acidentes. Mas isso não é verdade. Esses pontos existem em
qualquer área, desde a recepção até a área contábil, financeira, e de recursos humanos. É só uma
questão de sensibilidade...talvez seja por falta deles que muitas empresas só percebem que estão
endividadas, perdendo mercado ou entrando em crise, quando a situação já é grave ou irreversível.

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Lembro-me de que, quando ainda garoto, no entusiasmo do meu primeiro emprego, criei um conceito
um tanto radical: “chefe que trabalha não presta”. A expressão não significa que o chefe não deva fazer
coisa alguma. Significa que ele não deve estar sempre tão ocupado que não tenha tempo para observar,
para sentir e perceber os desajustes em sua área. Significa que ele está nessa posição para idealizar
soluções, melhorias, fazer experimentos e correções. Não significa que o chefe não deva pôr as mãos na
massa, mas que isso o faça natural e eventualmente e não seja parte de sua rotina diária. Embora esse
pensamento seja um pouco chocante e tenha sido idealizado no resplendor de minha juventude, ainda
não perdi a crença nele, aliás, acho até que está bem atualizado!
O parêntese que acabo de fazer foi com intenção de reforçar a idéia de que o uso da informática no
gerenciamento da empresa deve visar também à redução da carga de trabalho das chefias, para que elas
tenham mais tempo de observar, procurar e criar soluções. Para que uma empresa possa crescer e se
solidificar é preciso possuir um time de estrategistas, pessoas com os olhos atentos, sempre à frente, mas
que organizem corretamente a retaguarda de acordo com que percebem. Afinal, se um comando se
distrair limpando armas, poderá ser surpreendido pelo inimigo.

11.7 Trabalhando com dados e obtendo informações


Os dados de uma empresa são comparáveis ao DNA de um ser vivo. A saúde da empresa e seu
futuro nele estão estampados. O segredo está em sua interpretação.

A forma de guardar dados utilizados pela informática é a mesma que já vem sendo empregada pelas
empresas há séculos. Calma! Isso não é nenhuma crítica maliciosa. Um método de trabalho que vem
sendo empregado e melhorado há tanto tempo não pode ser ruim. Aliás, tem que ser muito bom.
Por mais que os profissionais de informática abominem essa idéia (vou ser apedrejado por isso), por
mais termos “novos” criados para diferenciá-la, por mais sofisticadas que sejam as metodologias, a
informática ainda não conseguiu emplacar um modelo próprio diferenciado de armazenar dados.
Acredito que essa dificuldade está atrelada à cultura humana e à qualidade desse método centenário.
Acredito que, no futuro, a informática irá mudar a forma de guardar os dados, porém isso só ocorrerá
quando houver umas mudanças culturais, incluindo aspectos jurídicos e tributários, de proporções
mundiais. Aliás, uma mudança pela qual a informática certamente será a principal responsável.
Para que qualquer pessoa não habituada com a informática possa entender bem o que será detalhado a
seguir, faço agora uma correlação entre a forma de guardar dados utilizados pela informática e o modo
tradicional, não-informatizado.
No armazenamento tradicional, são usados arquivos de aço para guardar fichas, relatórios e pastas
suspensas; na informática, o armazenamento deixa de ser feito em meios magnéticos, registrados em
CD, disquete, disco rígido, fitas magnéticas etc.
Na informática também existe o velho arquivo de aço de escritório, porém de forma invisível, contido
em um meio de armazenamento. Ele pode ser chamado de arquivo mesmo ou de file, database, base de
dados, banco de dados etc. embora tenha uma variedade de nomes, a idéia continua sendo a mesma:
dentro deles se “colocam” pastas, caixas, documentos, fichários e tudo o que couber. O que ele tem de
mais importante é que possui controles mais rígidos, é mais seguro e não pode ser comido por traças. Às
vezes é bem mais desorganizado do que o seu arquivo de aço, porém, pode-se controlar nele o que se
deseja com muita rapidez e facilidade. Tal qual seu armário, de vez em quando precisa de uma limpeza,
pois também pega poeira, documentos são arquivados em lugar errado, misturam-se às coisas... e muito
lixo é guardado!
Aquele fichário guardado no seu armário de aço, na informática continua existindo com nome de tabela,
entidade etc..., dentro do banco de dados. A idéia é a mesma: dentro de um fichário existem fichas; na
informática existem registros, instâncias etc. nas fichas existem campos que contêm dados; na
informática também são chamados de campos ou atributos e contem dados.
Não sei ainda porque os profissionais de informática acham ruim quando se faz comparação entre
armazenagem eletrônica e o armário de aço. Não há nenhum demérito nisso. Aliás, essa foi até hoje a

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melhor forma de organização encontrada pelo homem. Por isso é que a informática a usa. Usa o que há
de melhor, até que um dia alguém invente algo mais eficaz.
Essa correlação simplista costuma deixar os profissionais do setor um tanto decepcionado. Acho, porém
que com ela fica mais fácil para as pessoas, não-profissionais de informática, entenderem como as
coisas estão dentro de um computador e, assim, melhorar seus relacionamentos com aqueles que
verdadeiramente entendem da área. É claro que a semelhança fica somente na correlação. A sofisticação
é tão grande e as facilidades tão eloqüentes que já é até difícil imaginar como é que as empresas
conseguiam se organizar sem a informática! Arrisco-me a afirmar que certamente as grandes empresas
não estariam tão grandes como estão se não fosse a informática. Se isso é verdade, então também é
verdade que a informática é o instrumento mínimo e indispensável para o crescimento de uma empresa.
- O que é informação?
Quando se pega um punhado de fichas e se somam seus valores, por exemplo, os créditos (cada crédito
é um dado), obtém-se um resultado, ou seja, uma informação. Se somarmos os débitos (cada débito
também é um dado), obtém-se outro resultado ou seja, outra informação. Se subtrairmos um do outro
obteremos uma terceira informação: o saldo. Conclusão: os dados são obtidos de registros reais de ações
ou produtos da empresa enquanto a informação é o resultado da manipulação ou combinação de dados.
Normalmente a informação não está disponível, pronta para ser usada. Para obtê-la é preciso trabalhar
os dados, muitas vezes combinando os da própria empresa com os obtidos do mercado, os obtidos no
concorrente e os das mais variadas fontes.
A principal característica de uma informação é a inconstância. Muitas vezes ela é até imprecisa. Assim
que chegamos a ela, ao repetirmos exatamente os mesmos procedimentos poderemos chegar a outro
resultado. Isso porque constantemente novos dados são inseridos e outros são eliminados ou alterados,
embora, em média, o ciclo de vida de um dado seja muito superior ao de uma informação. Porém,
como o volume de dados considerados na geração de uma informação geralmente é muito grande, a
possibilidade de que haja uma alteração nesse universo em um curto espaço de tempo é significativa.
Em nosso exemplo, enquanto a soma dos valores das diversas fichas está sendo feita, alguém pode
precisar de uma das fichas e retirá-la do fichário. Ou ainda, alguém pode introduzir uma nova ficha no
fichário. Alguém também pode alterar os valores de uma das fichas, e por aí a fora...
Isso tudo é normal, embora pareça estranho e de difícil controle. O fato é que a empresa não pode
parar enquanto alguém busca uma informação. Por isso a tomada de uma decisão é tão difícil e
arriscada. Geralmente é feita com base em uma informação que não representa mais o momento. A
informática introduziu um fator relevante na geração da informação: a velocidade que pode ser obtida.
Mesmo assim, a informação continua com alguma defasagem, mas pode ser melhorada para que haja
menos riscos numa decisão.
Existem muitas maneiras de fazer isso. A mais comum é a combinação de informações. Por exemplo:
apresenta-se o saldo, conforme anteriormente desejado, mostrando-se também a tendência para um
determinado período.
As informações podem ser apresentadas sob os mais diversos modos: um numero, um índice, um valor,
um texto, um relatório, um gráfico, uma planilha, etc..., de uma forma concisa, pronta para uma tomada
de decisão ou de modo que facilite ou agilize.

- Os segredos contidos nos dados


É comum as pessoas ocultarem dados com medo dos concorrentes. Apesar de os dados, isoladamente
ou mesmo agrupados, poderem não ter nenhum significado importante, é legitima essa preocupação. A
sua interpretação, ciência que poucas pessoas dominam, é o segredo. É bom proteger tais dados, pois
algum inimigo pode interpretá-los e utilizar essas informações para prejudicar a empresa. Contudo,
maior preocupação deve-se ter com as informações, pois elas representam a interpretação dos dados
pela empresa, mesmo que feita com superficialidade, e não é difícil deduzir a tendência ou atitude que a
empresa tomará com relação a uma informação.
O dado é o elemento mais primitivo de uma informação. Somente depois de um tratamento e da
combinação com outros dados é que se origina uma informação. É muito difícil, trabalhoso e complexo

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trabalhar dados para que gerem informações. As pessoas conseguem entender as informações com
facilidade, o que raramente acontece com os dados. O trunfo da informática é manter os dados em seus
estados naturais para que por meio de fórmulas e algoritmos, gerem as mais diversas informações. A
sabedoria da empresa está na sua capacidade de interpretar os dados existentes e, assim, ter um perfeito
diagnóstico do passado, a imagem do presente e a projeção do futuro. Os dados guardam com precisão
o momento da empresa. Um equívoco em seu tratamento pode fazer com que as informações sejam
percebidas pelos executivos da empresa de forma errada. Isso é, sem dúvida, a principal causa que tem
levado muitas empresas a tomar decisões sem obter resultados.
Os dados devem ser capturados íntegros na origem e armazenados na forma natural. As diversas
funções de inteligência da empresa é que deve estar preparado para fazer o tratamento desejado dos
dados e, com isso, gerarem informações estratégicas, rápidas, seguras e claras. Os dados, inclusive,
nunca devem ser modificados, suprimidos, agrupados ou seccionados. Devem ficar sempre em seu
estado natural e primitivo. Partindo-se do nível mais baixo pode-se escolher um leque de caminhos ou
tratamentos possíveis, enquanto partindo-se de um nível mais alto esse leque se torna bem mais restrito.
Por exemplo: se ao fazer uma venda à empresa registra apenas a data e o valor total da nota fiscal, esses
dados possibilitam a apuração do montante das vendas do dia, da semana, do mês, entre outras. Agora
imagine o leque de informações possíveis se forem registrados também o nome da loja, do vendedor do
comprador e as condições de pagamento!

- Gerando informações
A informática nas empresas até que está bem evoluída em relação à captação e guarda dos dados,
porém em se tratando de geração de informações, ainda é muito pobre. A culpa não cabe só à
informática ou ao usuário, mas sim a ambos. A informática não poderá gerar informações inteligentes se
o usuário não lhe explicar claramente o “que” precisará fazer, com “quais” dados e onde eles se
encontram ou podem ser encontrados para gerar a informação necessária. Por outro lado, cabe à
informática incentivá-lo a fazer isso e mostrar que ela é o meio mais seguro e rápido para fazê-lo. O
que vemos hoje é a informática gerando uma gama muito grande de informações, porém a maioria
delas de cunho meramente operacional, burocrático ou legal, o que é uma pena.
Embora os executivos tenham prioridade na obtenção de informações, às vezes seus pedidos atropelam
o processo de informatização. Alguns deles fazem a informática entrar em polvorosa. Nem sempre os
dados necessários estão à disposição. Por causa disso, criam-se muitos artifícios precários para atender a
determinada necessidade. É feita uma série de quebra-galhos e acabam sendo armazenados dados já
consolidados (transformando por premissas em simulações sem registro), e não em seus estados
primitivos, invalidando a sua utilidade. A solução sempre implica muito trabalho, é difícil de
administrar, é morosa e não inspira confiança. Assim é que começa a degradação do setor de
informática de uma empresa.
É importante ter em mente que a informática deve primeiramente estruturar os dados, isto é, relacioná-
los de uma forma ordenada e facilmente rastreável. As necessidades, embora essenciais, não devem
atropelar o processo de estruturação de dados existentes. Se a informática tiver todos os dados
necessários, bem estruturados, qualquer que seja o desejo atendido com facilidade, rapidez, eficiência e
o resultado inspirará total confiança. Se o processo de informatização for bem conduzido, em um curto
espaço de tempo todos terão mais informações do que podem imaginar. Em termos de utilização, a
informática é comparável, hoje, ao cérebro humano. Tem uma capacidade extremamente grande, porém
ninguém consegue utilizar ou desvendar mais do que uma pequena parcela dessa capacidade.

11.8 A importância de dados e processos disponíveis para análise


Os dados precisam estar permanente à disposição dos usuários de cujas decisões depende o futuro
da empresa. Porém, não basta somente torná-los disponíveis, é preciso que haja processos e
ferramentas para seu rápido tratamento.

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É indiscutível que a velocidade na obtenção de uma informação e a rapidez com que uma decisão deve
ser tomada se tornaram os fatores de importância critica no competitivo mundo capitalista.
Necessitando-se de uma informação, ela tem que estar à mão ou ser gerada num “piscar de olhos”. Para
isso é preciso que os dados necessários estejam disponíveis e haja processos e ferramentas para
rapidamente tratá-los e gerar as informações desejadas. Somente com uma informatização consciente
pode-se chegar a tal estágio.

- A propriedade dos dados


É muito comum os dados de uma empresa serem tratados como segredos pessoais ou setoriais, embora
na maioria das vezes a pessoa que deveria ter os dados à disposição não saiba como lidar com eles.
Estou longe de afirmar que os dados tenham pouco valor: eles são bem mais preciosos do que podemos
imaginar. O problema é que o legitimo dono dos dados -o proprietário da empresa ou os executivos que
constantemente precisam tomar importantes e arriscadas decisões- invariavelmente não tem acesso,
poder e domínio sobre eles. Além disso, tem muita dificuldade em obtê-los, ou os obtém distorcidos e
adulterados. É claro que nem sempre intencionalmente, mas por falta de sensibilidade do responsável
pela sua manutenção.
A extração de informações muitas vezes vitais, principalmente aquela ainda não programadas,
geralmente é demorada, depende de processos burocráticos , disponibilidades de técnicos e autorização
de alguém ou de algum setor que se julga proprietário dos dados. Às vezes, quando tudo parece
resolvido surgem às famosas impossibilidades técnicas que são pacientemente detalhadas e explicadas,
porém difíceis de serem compreendidas e digeridas.
Os irrefutáveis argumentos: estratégicos, importante ou confidencial geralmente são somente rótulos
atribuídos aos dados, visando apenas garantir a sua posse. Guardar os dados a sete chaves não tem
nenhum significado. A cada dia que passa eles perdem atualidade e utilidade e a empresa perde
oportunidades. Atualmente um executivo atuante extrapola os limites de sua área e se mune de
informações das mais diversas áreas, inclusive externas à empresa, para tomada de uma decisão. Daí a
necessidade da disponibilidade e atualidade dos dados.
Quando sugiro que os dados não sejam trotados como segredos, pessoais ou setoriais, não significa que
devam ficar a disposição de qualquer pessoa. Significa que apenas áreas e pessoas estratégicas devem ter
livre acesso aa eles. As restrições devem continuar, mas não as dificuldades burocráticas e técnicas. Os
processos existentes deverão ser vistos e utilizados por qualquer pessoa, bastando para isso um simples
comando de autorização, ano importando a área da qual provenha ou quem seja o responsável pela
atualização de dados.
Na organização os segredos devem ser minimizados em vez de incentivados, pois podem servir apenas a
propósitos pessoais, contrários aos interesses da empresa.
Numa era em que os executivos estão saindo das trincheiras construídas para defender seus feudos, para
se integrar à organização e ao mundo, não é correto colocar à sua disposição apenas os dados que se
referem às suas áreas. Eles têm que ter acesso a todos os dados da empresa, pois não devem ser
confinados às suas limitações físicas, mas sim integrados a um esforço comum e geral.

- Procurando acabar com a prioridade dos dados


Acabar com a prioridade dos dados é uma missão impossível, pois sempre restará algum dado detido ou
escondido. Esconder dados é uma necessidade íntima das pessoas, às vezes, uma estratégia para suas
ascensões profissionais. É possível, porém, minimizar e reduzir as conseqüências desse problema.
Fazer com que toda organização tenha conhecimento da existência dos dados e dos processos que os
tratam é o primeiro passo para minimizar a propriedade dos dados. Ainda assim, não significa que todos
terão acesso livre a eles, pois, no mínimo, irão precisar da autorização de quem administra os dados e
processos da empresa. O fundamental é que todos saibam que eles existem e que também existem
processos que os tratam e que os dados estarão facilmente à disposição.
Mesmo como profissional de informática tenho muita dificuldade de saber quais os dados disponíveis e
quais os processos que os tratam no momento em que preciso atender a uma nova necessidade. Essa é a

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razão de muitos aplicativos serem gerados com redundância. No momento de criar um aplicativo acaba-
se por criar bancos de dados e processos que já existem na empresa. Há casos em que diversos
aplicativos se prestam para gerar informações semelhantes. O pior é que geralmente uma informação
não bate com a outra. Às vezes são até contraditórias. Outro mal é que nesses casos os aplicativos são
gerados e somente depois integrados aos demais, quando o correto seria que já fossem gerados de modo
integrado.
Como exemplo: em uma certa empresa havia um aplicativo que alimentava um banco de dados e, na
seqüência, emitia uma extensa listagem. Essa listagem seguia para um setor da empresa que precisava
daqueles dados, porém não tinha acesso a eles através do computador. A solução encontrada pelo setor
foi, com base naquela listagem, digitar todos os dados e alimentar o seu próprio banco de dados (que
por sua vez, residia no mesmo computador), para então extrair as informações de que necessitava. Este
é um caso real, extremo e idiota em todos os sentidos. Uma área queria proteger seus dados, porém não
o fazia, já que a listagem tinha que ser apresentada a outro setor. Por sua vez, este tinha um retrabalho
desnecessário, caro e inseguro. Provavelmente nenhuma das duas áreas chegava a algum resultado
importante, pois, ambas agiam como verdadeiras “toupeiras”.
Atingir o estágio ideal para se tornar disponíveis os dados e processos não implica necessariamente
centralização. Os dados e processos podem estar distribuídos por diversas áreas, filiais e computadores.
O que importa é que eles sejam confiáveis e possam ser, quando necessários, imediatamente
recuperados.
O método tradicional de construção de sistema isolados (contabilidade, contas a pagar, contas a receber,
administração de pessoal, estoque, etc) tem alimentado e reforçado a propriedade dos dados. Para
complicar ainda mais, os sistemas às vezes não são construídos sob a mesma plataforma tecnológica, os
que dificulta a integração dos dados e o acesso a eles por diferentes áreas.
A grande preocupação que as empresas geralmente têm quanto a essa mudança de enfoque é que seja
necessário desenvolver novamente todos os aplicativos. De fato, o ideal seria começar tudo de novo,
mas isso não é necessário e racional. Dá para aproveitar quase tudo que já foi feito anteriormente. Seria
até irracional jogar fora tanto investimento.
Sua empresa já fez um levantamento de quanto custou o desenvolvimento de todos os aplicativos? Se
não o fez, experimente fazê-lo. Muitas empresas se surpreendem ao constatar que o maior investimento
que fizeram não está nas áreas essenciais, como a produção, mas sim no desenvolvimento de aplicativos
pela informática. O que geralmente consideram são os preços dos equipamentos, que são os menos
onerosos. O que custa realmente caro é o desenvolvimento de aplicativos e sua manutenção. O pior é
que em grande parte a qualidade desses aplicativos é duvidosa. Muitos deles são desnecessários, muitos
não são terminados, e muitos deixam de ser utilizados! Experimente exigir uma planilha de custo
(principalmente da mão-de-obra técnica a ser utilizada), antes de aprovar o desenvolvimento de um
novo aplicativo em sua empresa.
Embora cada empresa tenha uma situação peculiar e necessite de uma estratégia especifica, no geral
basta seguir alguns princípios básicos para a obtenção de uma mudança de postura frente à
informatização. O primeiro deles é a definição clara da plataforma e da linha tecnológica a ser seguida
(que serão detalhadas no capítulo a evolução contínua da tecnologia -mudanças necessárias e
desnecessárias). Em seguida determina-se um modelo de administração para dados e processos. A
administração de dados e processos evitará a redundância de dados e processos e o retrabalho, unificará
a forma de navegação (procedimentos de acesso e operação do sistema pelos usuários) e critérios de
segurança. A partir desse ponto todos os programas que foram adquiridos e desenvolvidos deverão ser
compatíveis com a plataforma escolhida. Para os aplicativos e programas existentes, pequenos trabalhos
e adaptações poderão ser desenvolvidos para permitir sua comunicação com os da nova plataforma.
A grande vantagem dessa estratégia é que não serão despendidos grandes esforços e recursos para
reconstrução de sistemas. Afinal, um grande investimento foi feito em informática e não seria louvável
jogar tudo fora para se começar algo que, ao ser terminado, estará implacavelmente desatualizado
tecnologicamente. E, o mais importante: enquanto uma reformulação se processa a empresa não pode
sofrer pela carência de informações estratégicas.

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Outra grande vantagem é que qualquer necessidade não implicará um projeto grandioso e demorado e a
confecção de redundâncias tais como a migração, criação e atualização de tabelas. Além disso, qualquer
projeto poderá se seccionado e cada uma das pequenas partes, desenvolvidas e implantada rapidamente,
sem que se necessite esperar que todo projeto esteja pronto. Com isso, novos projetos encontrarão
grande parte de suas funções já desenvolvidas.

- Administrando processos
Processo é um conjunto de instruções (comandos do computador) logicamente ordenadas que, quando
executadas, dão origem a uma ação ou informação. Um processo equivale a um programa, uma rotina
ou a um procedimento. Tecnicamente se constitui numa evolução desses. Ele tem umas funções bem
mais restritas, especializadas e melhor performance. Exemplo de processo: calculo do dígito verificador.
Talvez eu fale muito em administrar processos, além da administração de dados. Sei que poucas
empresas fazem isso. Ao considerarmos que os processos são o que há de mais caro, na informática e
na empresa, poderemos atribuir-lhes a devida importância. Aqui residem os maiores custos de hoje
existentes nessa área. Vejamos. Um aplicativo desenvolvido no decorrer de seis meses por uma equipe
de três técnicos -computando- se todos os custos, tempo de usuário que prestarão as informações e
farão os testes finais, depreciação de equipamentos, custos dos softwares de apoio e muitos outros,
principalmente o da equipe técnica (salários, encargos, benefícios etc.), não custa menos de US$100
mil. Por esse valor podem-se adquirir no mercado centenas de aplicativos iguais (senão melhores), já
prontos e testado. É claro que às vezes vale a pena pagar esse preço por um segredo comercial que dará
um retorno muito significativo, mas o que pretendo destacar é que pelo menos 30% do que se faz no
desenvolvimento de um aplicativo é redundante: já foi feito por outra pessoa, já existe em outro
aplicativo dentro da empresa e, às vezes, em mais de um. Ou seja, desse nosso hipotético sistema US$
30 mil foram gastos inutilmente. Agora multiplique isso pelo número de aplicativos desenvolvidos em
sua empresa. Em muitas empresas esse valor é maior que o seu próprio capital social. Isto não é muito?!
Ao introduzirmos nesse valor o custo da manutenção do aplicativo vamos perceber que isso é quase um
“saco sem fundo”, como se diz. Em média os programadores e analistas dedicam cerca de 80% de seu
tempo à manutenção de aplicativos. Considerando que 90% das manutenções são conseqüências de
programas malfeitos e aplicativos mal projetados, veremos que o tamanho do rombo é assustador.
Muito dinheiro é desperdiçado. Por isso insisto na necessidade da administração de processos. Além de
evitar custos desnecessários com o desenvolvimento de aplicativos, pode reduzir em muito o dinheiro
gasto com a sua manutenção. Processos bem estanques e estruturados comumente não dão problemas.

11.8 Usando a informática para agilizar, otimizar e ampliar resultados.


Agilidade na captação dos dados e na geração das informações é de vital importância. Ser ágil é
antes de tudo antever o futuro e preparar-se para ele.

Não basta capturar dados em sua forma primitiva e na origem se isso não for feito de forma ágil.
Tem pouco valor estratégico um demonstrativo que retrate apenas o ocorrido há meses. O que
realmente importa é saber o que está acontecendo, qual a tendência futura e como tirar proveito
(resultados) disso tudo. Perde tempo e oportunidades o executivo que fica se lamentando das loucuras
da economia e do mercado. É preciso encarar tudo como uma oportunidade e ver que, mesmo em
momentos adversos, é possível buscar resultados positivos.
Os dados devem ser capturados preferencialmente no momento em que ocorrem. Qualquer demora
pode trazer conseqüências desagradáveis, pois a empresa deixa de estar momentaneamente retratada.
Mas não adianta capturar os dados rapidamente se eles não ficarem imediatamente à disposição e a
empresa não tiver a capacidade de gerar, com agilidade, informações estratégicas. É preciso, entretanto,
estar atento para não confundir agilidade com precipitação. A precipitação pode ser um mal tão grande
quanto uma ação lenta.
Exemplificando. Vamos considerar a entrada de um material qualquer na empresa. De imediato os
usuários deverão ter o material à disposição, o controle de estoques deverá ser atualizados, os

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Informática Básica
lançamentos contábeis deverão ser automaticamente gerados, ao caixa ser autorizado o seu pagamento e
os indicadores deverão imediatamente considerar a entrada. Enfim, onde possa haver algum reflexo
motivado por essa transação, essa informação deverá estar disponível. Assim, qualquer que seja a
informação solicitada ela será gerada com atualidade, no momento da necessidade e também com muita
agilidade. Caso não ocorram desse modo, os procedimentos de agilização não estarão corretos.
Portanto, a agilidade deve existir no momento em que os dados, o material e a geração de informações
sejam solicitados. Não adianta muito saber que já tenho o material desejado no estoque mas que ele
estará disponível para ser requisitado somente daqui a 30 dias, ou que só obterei nova informação após
o fechamento do mês. Ter rapidamente uma informação pode ser vital para uma tomada de decisão.
Pode ser a diferença entre uma decisão acertada ou errada, com maior ou menor risco, com melhor ou
menor índice de retorno. Pode ser um passo a mais na frente da concorrência. Assim, a empresa tem, a
cada momento, sua situação presente, o passado mais recente e maior segurança quanto à projeção do
futuro.
Quando me refiro a informações estratégicas, não estou falando da emissão dos tradicionais relatórios e
dos demonstrativos corriqueiros. Refiro-me a extrair algo mais, um diferencial que balize e alicerce uma
tomada de decisão.
Como exemplo temos uma empresa cujas vendas eram sazonais. Nela se queria montar uma linha de
produção contínua mais estável, de modo que se estocasse adequadamente em momentos de baixa e se
vendesse em momentos de alta. Porém, para isso era preciso saber-se com antecedência o grau de
sazonalidade para não se correr riscos de produzir a mais ou a menos. Paralelamente a isso era preciso
prever os compromissos financeiros, de modo que se pudesse poupar para poder saldá-los no momento
necessário.
Além dessas dificuldades, os produtos tinham certa interferência da moda, o que exigia boa sintonia
com o mercado. Era um quebra-cabeça difícil e que se tornara mais complicado porque poucos dados
do passado estavam guardados. Depois de muito estudo o modelo foi definido e implantado com uma
margem de segurança muito grande, porém, com a expectativa de poder ser refinado a cada ano, à
medida que mais dados fossem coletados e informações diferenciadas e confiáveis geradas.
Nesse caso, a empresa optou por correr o risco de implantar o modelo sem ter dados suficientes do
passado, os quais permitiriam fazer projeções mais precisas a respeito do futuro. Mesmo assim, um
avanço importante foi feito, e em poucos anos uma confiável base de dados poderá dar sustentação a
decisões estratégicas, otimizando o processo produtivo e ampliando os resultados da empresa.

- Otimizando e ampliando os resultados


Há alguns anos, quando a informática começou a se tornar mais viável para as empresas, ela se
destinava basicamente à captação, armazenamento e emissão de minuciosas e extensas listagens. Em
outras palavras, destinava-se a substituir o homem em trabalhos volumosos e repetitivos. Mas ela
evoluiu e hoje seu papel mais nobre é o de otimizar e ampliar a produção de resultados. Apesar disso,
não deixou de realizar com eficiência aquelas tarefas; pelo contrario, está mais apta a realizá-las, mas
captar e armazenar dados é a função básica indispensável para a realização de atividades mais
complexas.
No inicio da informatização, um dos trabalhos mais complexos era a ordenação dos dados para geração
das listagens. Na época, os executivos se debruçavam sobre essas listagens, faziam muitos cálculos e
analises e chegavam às suas inseguras conclusões. Hoje, a informática continua absorvendo muitos
dados, muito mais do que no passado, porém com maior refinamento e qualidade. Não mais são geradas
aquelas intermináveis listagens!geram-se apenas informações concisas, poupando o trabalho maçante
que era feito pelo executivo e sua equipe. Basta ao executivo usar sua capacidade conclusiva e tomar a
decisão. Aliás, em muitas situações a própria máquina pode ser programada para tomar uma decisão.
Aos executivos restaram as tarefas mais nobres, a função política, a responsabilidade pelas decisões e o
exercício da criatividade, a coisa que a máquina ainda não esta habilitada para fazer. Contudo, não está
sobrando mais tempo aos executivos, como seria de se supor. Embora se tenham reduzido

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Informática Básica
significativamente o número e o tamanho das listagens, a complexidade das informações e as exigências
de mercado aumentaram. É preciso que o executivo esteja mais atento e sensível aos negócios. Tudo
ocorre a uma velocidade estonteante e apresenta mais dificuldade.
Apesar da significativa evolução, ainda existem muitos sistemas informativos executando apenas
atividades burocráticas. A grande vocação da nova informática é para a extração de informações
imaginadas pelo homem, porém difíceis de serem rapidamente obtidas apenas com suas habilidades
manuais. A nova informática representa um grande diferencial na disputa de mercado, na conquista e
consolidação do cliente. A empresa que estiver utilizando fora desse propósito estará cruelmente
condenada a deixar de atuar no primeiro plano do mercado.
A informática deixou de ser apenas o “bicho-papão” de dados e a produtora de listagens. A nova
informática está voltada para a produção de resultados.

11.10 A evolução contínua da tecnologia - mudanças necessárias e desnecessárias


o grande erro do comprador de computador e softwares é acreditar em tudo o que o vendedor
diz. O grande erro do vendedor é acreditar que o comprador saberá usar tudo o que ele lhe vendeu.
Para adquirir um equipamento ou software (sistema ou programa), não basta ir a uma loja e optar pela
melhor sugestão de um vendedor. Também não é possível ligar o equipamento adquirido em uma
tomada e sair trabalhando imediatamente, com toda a eficiência! O computador ainda não é um
eletrodoméstico, embora alguns vendedores mais afoitos afirmem que seja. Mesmo que fossem, ainda
há muitas pessoas que mal sabem ligar os eletrodomésticos mais simples.
Antes de escolher os equipamentos e softwares é preciso levantar uma série de variáveis para
dimensionar corretamente os produtos necessários. Existem produtos adequados para cada situação. É
importante observar uma infinidade de detalhes e necessidades, como capacidade para tratamento de
som e imagem (estática ou em movimento) resolução e cores de monitor, velocidade de processamento,
capacidade de armazenamento, tipo de operação (de modo isolado, em rede, centralizado ou
distribuído) características das pessoas e áreas que irão utilizá-los, distâncias, linhas de comunicação,
qualidade e cores de impressão, estabilizadores de voltagem, geradores de energia, nobreaks, piso,
estática, sobressalentes, leitoras ópticas etc. existem alguns grandes fornecedores que já se preocupam
em dimensionar as necessidades de seus clientes e montar equipamentos adequados e exclusivos.
Para cada necessidade há um produto na medida certa. Não adianta comprar pouco e ficar limitado ou
comprar com exagero e ficar com equipamentos ociosos. Em qualquer das situações o prejuízo será
grande.
Os softwares devem merecer especial atenção. Geralmente custam mais caro que os equipamentos em
que serão instalados. Por isso devem-se adquirir softwares que terão utilização e utilidade e, ainda, que
sejam compatíveis entre si. São muitos os tipos existentes: planilhas eletrônicas, editoras de texto,
editoração eletrônica, desenhos, pintura, banco de dados, linguagens de programação, aplicativos e etc.
é preciso identificar os que existem no mercado pronto para ser adquirido, os que realmente atendem a
necessidade o que será preciso desenvolver, qual o tempo necessário e se isso será feito com recursos
próprios e de terceiros.
Paralelamente, será preciso dimensionar a necessidade de treinamento do pessoal técnico e dos usuários.
Às vezes o custo com o treinamento supera em muito o custo do equipamento ou do software a que se
destina. É preciso também avaliar o suporte técnico oferecido pelo fornecedor. Não sendo bom e
rápido, é melhor tomar cuidado. Alguns minutos fora do ar podem trazer incalculáveis prejuízos para
uma empresa que trabalha com computadores em rede.
Depois que todos esses detalhes tiverem sido resolvidos, será necessária ainda muita paciência até que os
equipamentos estejam instalados, os softwares utilizados e que surjam os primeiros e talvez apáticos
resultados.
Muitas empresas optam por adquirir produtos de informática que representem a tecnologia mais
avançada, independentemente de quem seja o fornecedor. Essa opção é feita em virtude do medo da
desatualização ou de que a ocorrência obtenha mais vantagens antecipando-se na utilização de produtos
novos. Acontece que a informática ainda é uma atividade nova, em sua fase de maior evolução e

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Informática Básica
ebulição. Mesmo assim, as pessoas compram e os utilizam indiscriminadamente. As empresas acabam
tendo uma miscelânea de fornecedores e produtos que, na maioria das vezes, têm problemas de
compatibilidade. Conseqüentemente, as empresas acabam tendo dificuldade em manter e utilizar seu
equipamento sem tirar todo o proveito que possuem. Em entregar os produtos novos com os que já
estão em uso, e finalmente gastam muitos e obtêm uma produtividade muito abaixo do esperado.Em
resumo, as empresas acabam por se decepcionar com a informatização!
Se for feita uma verificação em todos os computadores de uma empresa, certamente na maioria deles
haverá uma quantidade muito grande de softwares instalados que não são utilizados. É mínimo o
número de produtos que realmente são necessários e úteis. Há um grande desperdício de recurso, de
conhecimento e de treinamento, adquirindo e instalando produtos que são dispensáveis.
Encontrei um usuário cuja sala de trabalho parecia mais com uma loja do que com um simples
escritório. Havia diversas impressoras, scanner e equipamentos de todos os tipos.Seu microcomputador
fazia inveja para muitos servidores de rede. Ele exibia com orgulho a infinidade de softwares que
possuía, a maioria dos quais copiadas pela Internet. Com exceção de alguns, não tinha a menor idéia do
que fazer com eles. Antivírus, tinha todos! No início senti-me até humilhado perante tanta tecnologia,
depois fui percebendo de quando era ridículo tudo aquilo. O pior é que ele justificava com ênfase e
convicção a utilização de tudo: “-Dependendo do relatório eu utilizo uma impressora, conforme o caso a
outra, com isso otimizo meus resultados”. Só que eles emitia por dia duas ou três páginas de relatórios
sem nenhuma importância e todas basicamente com a mesma diagramação! O scanner ele já havia
utilizado para copiar sua fotografia para pôr no currículo e a fotografia da sua filha para colocar na tela
de proteção do micro! Esposa ele já não tinha, e claro. Seu computador nunca podia ser desligado,
afinal, a qualquer momento podia chegar um e-mail que, alias, a cada nova mensagem fazia um
estardalhaço danado. A janela da Internet ficava permanentemente aberta, pois qualquer tempo
disponível era importante para vasculhar o mundo à procura de...
Este caso somente ilustra o exagero e o conceito errado que muitas pessoas têm quanto às necessidades
de inovação tecnológica. É evidente que toda tecnologia que traga produtividade, qualidade, que
acrescente um diferencial à empresa e que possa melhorar seus resultados deve ser considerada. Antes,
porém, de optar pela aquisição é preciso fazer uma análise fria e realista quanto aos resultados
operacionais, financeiros, sociais, ecológicos etc.que isso trará. Nem toda tecnologia se aplica à
realidade da empresa. É preciso ser realista e não um maníaco por tecnologia.

- Adote um fornecedor e uma linha de produtos


Quando digo fornecedor, ano estou me referindo à loja da esquina que vende de tudo sobre
informática, nem a um distribuidor ou representante de produtos (embora seja com eles que
mantenhamos contatos e por intermédio deles que compremos nossos produtos). Geralmente essas
empresas tem vida curta e não podem oferecer muitas vantagens, a segurança e a garantia dos produtos
que vendem. Refiro-me a uma empresa que produz e coloca seus produtos em termos globais. Pois o
que importa é a origem do produto, e quem o produz. Para bons produtos certamente sempre haverá
alguém interessado em sua representação.
Algumas empresas, numa tentativa desesperada, criam junto à informática áreas exclusivas para
estudo e pesquisa de novas tecnologias. Se o negocio dessas empresas não é informática, elas acabam
consumindo muitos recursos para um retorno duvidoso. Todos os fornecedores de produtos de
informática têm grandes áreas de pesquisa e estão sintonizados com as tendências e novidades do
mercado. Gastam milhões para se manter atualizados e criar produtos cada vez melhores e eficientes. Se
os grandes fornecedores fazem intensos investimentos, centenas de vezes superiores ao que qualquer
usuário é capaz de fazer, parece-me pouco proveitoso às empresas fim também investirem em
pesquisas. Por que não pegar uma carona com esses fornecedores? É melhor estudar, pesquisar, investir
e se especializar no seu negocio e deixar que as empresas cujo negocio é informática estudem,
pesquisem e invistam em novas tecnologias!
Adotar um fornecedor e uma linha de produtos pode ser uma pratica muito lucrativa para a
empresa. A especialização dos usuários em um universo limitado de produtos, todos com as mesmas
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Informática Básica
características, será natural, mais rápida e trará grande produtividade e qualidade. Se a empresa ficar
correndo atrás de toda nova tecnologia que aparece no mercado, seu pessoal nunca terá domínio ou
grande produtividade e nunca poderá oferecer boa qualidade. A adoção de qualquer nova tecnologia é
um processo moroso e caro, cujo retorno pode demorar ou nunca vir. Acompanhar a evolução de uma
linha tecnológica adotada é mais simples, tudo ocorre com naturalidade, sua avaliação é fácil, seu custo
é menor e propicia um retorno a curtíssimo prazo.
Para adotar um fornecedor e uma linha de produtos não é preciso observar muitos e
complicados critérios. O mais importante dos critérios é que ambos estejam classificados entre os
grandes do mercado e que atendam suas necessidades mais importantes. Não é preciso que no
momento sejam os maiores, com uma tecnologia na dianteira. A liderança na informática se alterna
constantemente. Outro critério importante é saber se o fornecedor e os produtos tem boa aceitação e
bom conceito entre seus usuários (pergunte isso aos clientes, não ao fornecedor). É preciso também que
tanto ao fornecedor quanto aos produtos tenham atingido maturidade no mercado. Produtos e
fornecedores da moda tem vida curta. Quanto aos custos, não são muito relevantes, desde de que, é
claro, caibam no orçamento da empresa. Os custos não devem se constituir no principal critério para
uma empresa que busca, acima de tudo, qualidade e produtividade. Os produtos mais baratos na maioria
das vezes exigem manutenção e treinamento mais caros e propiciam menor produtividade. Por final,
depois de identificado o fornecedor mais interessante, a empresa deve perguntar para si mesma: quem
tem maior chance de desaparecer do mercado nos próximos 20 anos, o fornecedor ou eu? Se a resposta
for eu ou houver qualquer dúvida quanto a isso, então não deve vacilar: adote esse fornecedor.
Nenhum fornecedor de porte correrá o risco de ficar afastado das tecnologias de ponta. Seus
produtos fatalmente acompanharão a evolução ou estará condenado a ser alijado do mercado em pouco
tempo, por conseguinte, nenhum produto fica por muito tempo na vanguarda, logo aparece outro que
supera. A empresa que deseja estar permanentemente na vanguarda sem adotar um fornecedor, terá que
trocar de produtos pelo menos uma vez ao ano, o que parece absolutamente inviável. O que importa é
que o fornecedor se mantenha atualizado e possa oferecer produtos viáveis. Não é necessário que
sempre seja o mais elaborado ou o mais atualizado. O mais importante é que sua evolução seja
constante e que seus produtos atendam plenamente as necessidades da empresa. Porém, é
imprescindível que a empresa troque as versões de seus produtos de acordo com a evolução do
fornecedor. Por pior que seja uma versão de produto, ela será melhor que a anterior e propiciará uma
conversão natural e tranqüila para próxima versão. Quando se salta uma versão, a dificuldade para
readequação é muito grande. As diferenças podem ser muito significativas, o que exige um
reaprendizado. Isso fatalmente irá se refletir na produtividade e qualidade da empresa. É claro também
que a empresa não devera adquirir toda linha de produtos do fornecedor, mas apenas o produto que lhe
são mais úteis e necessários.
Mesmo que o fornecedor saia do mercado, o suporte aos seus produtos não desaparecerá tão
cedo. Certamente surgirão outras empresas para dar continuidade à comercialização e ao suporte do
produto ou, ainda, este será incorporado por outro grande fornecedor. Ainda que nada disso aconteça
sempre haverá um tempo relativamente grande para estudar e adotar um novo fornecedor. Se for
necessária ou desejável a troca de fornecedor, qualquer outro, de porte, fará a conversão de tudo que a
empresa possui para a sua linha de produtos, de modo seguro, rápido, pouco indolor, de graça ou por
um custo bastante reduzido, só para tê-la como cliente. É a lei do mercado.
Se a empresa costuma adquirir produtos de diversos fornecedores, você sempre será um
pequeno, inexpressivo ou desconhecido consumidor perante todos eles, portanto, não merecedor de
tratamento e atenção especiais. Agora, se adotar um fornecedor, será para ele um grande cliente,
portanto merecedor de especial e melhor tratamento. É a lei da fidelidade.
A indústria e a literatura afirmam que não há mais problemas em se conectar equipamentos e
softwares de fornecedores diferentes. No momento é muito difícil e quase impossível provar o
contrário. É como uma lei promulgada é referência e base para o assunto, mas na pratica não funciona
do mesmo modo para todos. Cada indústria procura incessantemente embutir “vantagens” em seus
produtos para suplantar a concorrência. Assim, até certo ponto os equipamentos e softwares podem se

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conectar sem problemas. A dificuldade, porém, começa nessas “vantagens” que roubam muitas noites
de sono dos técnicos e dos usuários. No meu entender, nuca haverá plena transparência e similaridade
entre equipamentos e softwares de diferentes fornecedores. Se isso acontecer, então significará a quase
cessação da evolução e a concorrência estará se limitando a apenas questões de aparência.

11.11 Planejando a informatização


Administrar sem um plano é desperdiçar esforços plantando sobre pedras. Planejar sem um
objetivo é o mesmo que caçar com uma venda nos olhos.
A informatização é um processo lento, trabalhoso, por vezes muito caro e nem sempre indolor.
Lento, porque é preciso que os técnicos em informática compreendam em seus mínimos detalhes o
trabalho que as áreas desenvolvem. Esse aprendizado pode ser demorado pois depende da familiaridade
dos técnicos com o assunto tratado, suas propensões ao aprendizado, a facilidade de absorção de
conceitos,a forma de organizar as idéias, os conhecimentos, a disposição em aprender, a capacidade
para perceber detalhes importantes não-revelados, oculto ou ignorados. Por outro lado, as áreas
envolvidas necessitam rever alguns conceitos, reaprender alguns processos e se reorganizar para que a
informatização possa ser feita de acordo com um modelo mais adequado.
A informatização pode ser trabalhosa porque exige muitos contatos, muitas explicações, muito
detalhamento, muita compreensão do modelo idealizado pelo técnico para que ele reflita a verdade
sobre a área envolvida. Depois, é preciso transformar o modelo em milhares, às vezes milhões de
códigos de programa perfeitamente sequenciáveis e inter-relacionados. Antes que se possa utilizá-lo são
necessários ainda exaustivos e minuciosos testes, feitos principalmente pelos futuros usuários, para
confirmar a sua exatidão e por vezes corrigir conceitos mal-entendidos.
É um processo caro, principalmente porque envolve por um longo período o trabalho de pessoas
bem formadas e treinadas, cujos salários são elevados custo em função das correções necessárias e
alterações decorrentes da evolução do processo. Além da mão-de-obra, há ainda equipamentos, outros
softwares, serviços e materiais de alta tecnologia, cujos preços são elevados.
Nem sempre a informatização é indolor, porque há desentendimentos, equívocos, dúvidas,
necessidades de mudança bruscas e profundas de hábitos, de atribuições, além de aprendizagem,
submissão, dependência, readaptação.
É claro que é possível informatizar a empresa toda de uma vez só e rapidamente. Existem no
mercado algumas empresas e produtos que se propõem a isso. Mas é uma possibilidade remota, ao
menos para a maioria da empresa. É preciso que a empresa tenha muitos recursos, excelente
organização e esteja culturalmente preparada para contratar uma solução de tal porte. São poucas as
empresas que podem contratar uma solução tão abrangente. Mesmo para essas é necessário um
detalhamento profundo e demorado planejamento. Precisam ainda reformular sua organização e treinar
o pessoal. é preciso ter controle sobre o processo para não gerar falsas expectativas, impasses difíceis de
transpor e descontinuidade de trabalho, trazendo como conseqüência a perda dos investimentos. Enfim,
para que realmente haja qualidade, produtividade e ganhos financeiros com a informatização é preciso
haver segurança de que planejamento feito é o melhor possível e de que haverá força de realização para
concretizá-lo.
Por outro lado, apenas ter um plano não significa que tudo ira correr bem e que a informatização
dará certo. Um plano é apenas um mapa de um caminho desconhecido, elaborado sob a visão de quem
já passou por ele ( às vezes por quem nunca passou por ele!). se o mapa não for realista e inteligente e
não for elaborado a partir do mesmo ponto de vista de quem terá que passar por ele, certamente serão
tomados desvios que nem sempre conduzirão a meta prevista. Pelo caminho haverá muita insegurança,
dúvidas, discussões, imprevistas e obstáculos, alguns até intransponíveis. A missão poderá se perder
num desvio sem retorno ou retornar debilitada, sob forte frustração. Um plano seguro deve ter inúmeros
pontos de referência para que a missão não se desvie muito do caminho principal. Caso haja um desvio,
deve ser percebido a tempo para a retomada da rota correta. É indispensável que os participantes da
missão estejam bem informados, treinados, conscientes dos riscos, concordantes, empenhados e
comprometidos com os objetivos traçados. Será preciso também uma liderança expressiva, para que os

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participantes do processo não queiram, em um momento de dificuldade e por conta própria, dividir o
grupo e cada um seguir o caminho que achar mais correto.
Parece até uma guerra, não é? Bem, ao menos a estratégia é bem parecida...

- Dificuldades de planejamento
A maior dificuldade na elaboração de um plano é estabelecer um objetivo de consenso. Um
plano que não foque corretamente o objetivo não é um plano, é apenas uma lista de vontades, uma
aventura em que os imprevistos e dificuldades se constituem no âmago da atividade. Se o plano não for
de conhecimento e domínio dos envolvidos, então de nada adiantará, pois cada um traçará objetivos e
estratégias de acordo com seus interesses e visões.
É comum surgirem dificuldades para estabelecer os parâmetros que facilitem a tomada de
decisão e a elaboração de um plano. Também é muito comum a pessoa não confiarem na informática.
Isso ocorre porque é corriqueira a existência de problemas, tais como demora, perda de dados e
informações equivocadas. A informática hoje é comparável a um avião, meio de transporte mais seguro
do mundo. O índice de confiabilidade de um avião está diretamente relacionado à experiência do piloto,
à sua propensão a correr riscos, ao conhecimento e eficácia dos mecânicos, à observação das normas de
segurança, à atenção dos controladores de vôos. Na informática a correlação é a mesma. Se cuidados
básicos não forem tomados, certamente um dia haverá um grave acidente em uma tradicional empresa,
com incalculável prejuízo, o que fará com que a informática passe a ser tratada com menos
displicência...
A informática é uma área muito nova ainda, comparada às outras centenárias e milenares
atividades exercidas pelo homem. Está passando por um momento de grande evolução. O que traz
muita dificuldade de assimilação e domínio, uma vez que a tecnologia tem evoluído bem mais
rapidamente do que a nossa capacidade de absorvê-la. Fala-se que quando alguém freqüenta até mesmo
um curso rápido de algumas horas sobre a mais avançada tecnologia ou metodologia, ao sair da sala já
está desatualizado (ops! Acabo de perder um pouco de estímulos. Será que quando acabar de escrever
este livro ele já estará um tanto quanto desatualizado?! Ainda bem que ele é mais conceitual que
técnico... ufa!) deixando os exageros de lado, a velocidade da evolução tecnológica faz com que os
técnicos e especialistas em informática encontrem dificuldade em se entender, usem técnicas e
ferramentas que o colega ao lado ainda desconhece que o chefe mal ouviu falar, mas finge que conhece
porque tem medo de ser tachado de ultrapassado. Isso demonstra que na maioria das empresas os
profissionais de informática estão trabalhando de forma quase individualizada, numa competição
desenfreada, numa busca descontrolada pelas melhores opções. Nessas empresas só existe o mínimo
necessário de integração; o que mantém o ferramental funcionando é a dependência que se tem da
informática. É sensível a fragilidade desse mínimo que sustenta.
Por todas essas razões muitas empresas optam por iniciar a informatização por funções poucos
nobres. Temem que o processo de informatização não seja benéfico, eficiente e seguro. É comum a
informatização de atividades mais trabalhosas, volumosas, morosas ou de áreas cujos responsáveis se
mostram especialmente mais interessados do que os de outras áreas. A informática que é feita assim,
dispersa, sem um planejamento, tende a ser confusa, improdutiva, sem qualidade, carregada de
conflitos, morosos e cara. Uma informatização não-planejada jamais trará soluções, trará problemas.

- Traçando objetivos
Existe uma farta literatura sobre a importância dos objetivos e de como determiná-los. Não cabe
aqui nos aprofundarmos sobre o assunto, mas vale a pena relembrar algumas idéias.
É comum nas empresas que os objetivos traçados para a informática sejam amplo demais,
superficial ou inexistente. Quando não se tem um objetivo claro fica difícil até argumentar e justificar a
impossibilidade ou a necessidade da execução de um projeto. Fica muito difícil avaliar e quantificar a
contribuição da informática quanto à realização dos objetivos maiores da empresa.
Há empresa que estão em situação lamentável, não tem objetivos bem definidos e, por isso, tudo
internamente é muito confuso. Cada um age de acordo com seus próprios conceitos. O que retarda o

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desmoronamento dessas empresas é a responsabilidade, o esforço e o desejo de acertar de cada um de
seus colaboradores.
As coisas não devem e não precisam ser assim. É preciso que exista um objetivo bem claro para
concentrar os esforços e não mais se dispersem conhecimentos e habilidades de modo pouco produtivo.
Umas informatizações adequadas, participativas e produtivas só podem ser obtidas se houver um
objetivo de verdade.
Traçar objetivos comuns à empresa e persegui-los não é uma tarefa das mais fáceis. Os
interesses setoriais e pessoais dificultam a identificação dos objetivos que realmente interessam para a
empresa. Traçá-los perfeitos, exeqüíveis, atingíveis, depende de conhecimento, mas sobretudo de
consciência, para que não sejam confundidos com um sonho, uma vingança ou com uma agonia. Parece
incrível, mas é comum certos dirigentes sonharem e esse sonho ser transcrito como objetivo da empresa.
Daí ele já nasce inatingível, difícil de ser sustentado. Todo objetivo deve provir de um sonho, é claro,
mas ser moldado e envolvido pela realidade. É também muito comum objetivos serem traçados só para
exibir poder, ou até mesmo para uma disputa pessoal. Sobreviver a uma competição já é uma façanha
admirável, porém usar a empresa para uma vingança pessoal ou pelo simples prazer de destruir um
concorrente não é um objetivo coerente. Também há muitas empresas que, encontrando-se em estado
de agonia, traçam grandiosos objetivos, impossíveis de ser atingido, o que desvia a atenção de todos do
seu real problema. Todos esquecem que o objetivo do momento deveria estar vinculado à necessidade
de sair do estado agonizante em que se encontram. Desse modo, os recursos e esforços são direcionados
para o lado oposto da necessidade, o que leva à aceleração dos problemas e até a morte da empresa.
Poucas são as empresa cujo real objetivo de sua existência não seja o lucro. Heureca! Será que
esse não seria o único e principal objetivo a ser traçado pela maioria das empresas?! Se é, então por que
tanta discussão sobre esse assunto? Se existem outros objetivos, certamente devem ser departamentais,
pois sem lucro nada poderá ser feitos, principalmente os projetos de expansão, mesmo os assistenciais.
Bem, se já descobrimos o grande objetivo da empresa, então ficou muito fácil definir os
objetivos para a sua informatização. Será que ainda há alguma dúvida sobre isso?

11.12 Estrutura conceitual da informática


A maioria dos grandes problemas e dificuldades com a informática não tem origem técnica,
mas sim gerencial.
A informática como ferramenta evoluiu muito, mas em algumas empresas, a organização de um
CPD (aliás, termo já em desuso) ainda procura imitar os modelos mais tradicionais. Geralmente um
modelo hierárquico, centralizador e ultrapassado, mesmo para áreas que poucas mudanças
experimentaram nos últimos anos. No organograma da empresa geralmente a informática é colocada
numa posição superior, privilegiada e segura, o que lhe traz algumas sensíveis vantagens. Talvez seja
por esse motivo que, com freqüência, adote uma postura presunçosa, autoritária e de gestão autônoma.
A informática já deveria estar presente no dia-a-dia de cada uma das áreas da empresa,
sustentando a produção e a administração, mais ainda encontramos muitas empresas resistindo às
mudanças e insistindo no modelo estritamente centralizado. Já é possível, tranqüilamente, promover-se a
descentralização da informática. Equipamentos, funções e pessoal podem ser estrategicamente
distribuídos nas diversas áreas da empresa. Captar dados e extrair informações já não devem ser tarefas
exclusivas da área de informática. Devem ser feitas por técnicos e usuários diretamente em seus postos
de trabalho.
Por outro lado, a estruturação dos dados, dos processos, dos acessos, a instalação e manutenção
de equipamentos e softwares, entre outras tarefas, dependem de conhecimentos especializados, dos
cuidados com a segurança e da política de informatização da empresa, o que justifica ter essas tarefas
centradas numa só área que se pode denominar de informática. Não cabe mais aos especialistas em
informática o papel de desenhar relatórios e confeccionar programas que possam emiti-los. Isso é papéis

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exclusivos dos interessados, cabendo aos especialistas assegurar que esse trabalho seja feito com
desenvoltura, eficiência e rapidez e de modo estruturado.
A informática não é mais uma área independente e isolada na empresa, mas sim a principal
responsável pela integração das diversas áreas existentes. É uma extensão, um fragmento de cada uma
das demais áreas. Cada setor da empresa deve conter um pouco da área de informática para que possa
realizar melhor seu trabalho.

- Colocando a informática junto ao usuário


Quando se fala em colocar a informática junto ao usuário, muitos entendem que basta instalar
alguns microcomputadores ou terminais nas áreas, ligá-los a uma rede de computadores ou a um
computador central e instalar alguns aplicativos tais como editores de texto e planilhas. Isso
evidentemente é indispensável, mas além disso deve-se colocar à disposição dos usuários uma estrutura
que lhes permitam retirar do computador todas as informações desejadas. Conforme proposto no
modelo de organização da informática, no capitulo seguinte, o ideal é colocar ao lado dos usuários,
fisicamente alocados, profissionais intermediários que tenham um mínimo de conhecimento das
atividades da empresa e razoável conhecimento de informática. Esses profissionais devem ser capazes de
entender estruturas de dados bem criadas e extrair delas, com segurança, rapidez, exatidão e qualidade,
as informações de que as áreas necessitam.
O objetivo básico do modelo proposto é facilitar, agilizar e otimizar o acesso aos dados por
parte dos usuários, principalmente dos executivos. Por mais que um usuário ou executivo conheça
informática, dificilmente terá a mesma desenvoltura de um técnico na extração de informações. É uma
simples questão de especialidade.
A primeira grande vantagem desse modelo é que ele evita a criação de bases de dados paralelas
para acessos exclusivos pelos usuários. São economizados esforços e recursos necessários para a
duplicação e/ou consolidação de dados. Evitando-se a consolidação de dados, afastam também as
limitações ao leque de informações que se podem obter a partir dos dados. Como já vimos neste
trabalho, os dados nunca devem ser consolidados, porque dessa forma criam-se limitações.
Por mais simples que uma estrutura paralela possa ser, em uma grande organização ela é muito
complexa para usuários não-profissionais de informática. As bases de dados paralelas tendem a ficar
cada vez maior e, portanto, mais complexas. Aos poucos irão tornar-se parecidas com as complicadas
bases estruturadas (bancos de dados cuidadosamente projetados para inter-relacionarem-se e obterem a
melhor performance possível do computador). Então, a extração de informações passará a ser uma
tarefa muito enfadonha para os usuários. Nesse momento poderá haver erros de interpretação e de
acesso e a elaboração de procedimentos equivocados. Conseqüentemente, uma decisão tomada com
base em tais informações poderá ser muito prejudicial á empresa.
A segunda grande vantagem do modelo proposto é a atualidade. Os dados são retirados de uma
base de dados única, estruturada, estável e atualizada. Isso é muito importante numa era em que a
atualidade da informação é uma riqueza. Uma informação atualizada gera uma decisão compatível com
a atualidade, portanto, com menor risco e com maior validade. Para mim, somente este fato já é
suficiente para sepultar qualquer estrutura paralela, salvo raras exceções eu que as informações são
geradas com base somente em dados históricos, distantes do momento presente, ou ainda cuja precisão
e atualidade não sejam relevantes.
Ainda que muitos argumentem que é difícil extrair informações de bases estruturadas, acredito
que essa dificuldade não é por causa da sua complexidade, mas sim por ainda estarem a meio caminho
da estruturação. Pressupõe clareza. Ninguém se propõe a estruturar alguma coisa com o intuito de
torná-la menos compreensível. Se uma base de dados não esta clara, então não está estruturada. Além
disso, como já foi comentado anteriormente, não basta estruturar os dados, é preciso também estruturar
os processos.
Uma verdadeira reestruturação de dados e processos leva ao fácil entendimento e á fácil
obtenção das informações, sem ser necessário replicar ou consolidar dados. O caminho correto e tornar
as estruturas sólidas, límpidas e simples. Impossível? Não, perfeitamente exeqüível , rápido e não tão

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complexo quanto parecer ser. É claro que para isso é preciso alguém com a capacidade de simplificar as
coisas. Há muitas pessoas, principalmente na informática, que tem o dom de complicar tudo e
transformar uma simples necessidade num complexo quebra-cabeça.
Um dos fortes argumentos daqueles que são adeptos de uma estrutura analítica paralela
(aplicativos especialmente preparados para serem compreendidos pelos usuários finais e facilitarem a
geração das mais diversas informações) é que as altas exigências dessas estruturas podem prejudicar a
performance dos aplicativos estruturados. Para se ter uma estrutura paralela é preciso adquirir ou
seccionar os equipamentos de informática. Minha dúvida: continuaria havendo significativa perda de
performance se em vez de criar uma estrutura paralela fossem ampliados os equipamentos existentes na
quantidade exigida por essa estrutura? Nunca tive a oportunidade de fazer essa verificação, porém
suspeito de que o custo seria menor e a performance não seria prejudicada!
É um erro pensar que executivos e especialistas de outras áreas sentarão na frente de uma
estação de trabalho e criarão procedimentos eficientes para extração das informações que desejam,
principalmente as de cunho gerencial. Eles não tem tempo para isso. Suas especialidades, necessidades,
focos e prioridades são outras. Eles precisam canalizar o tempo para as necessidades especificas de suas
áreas e especialidades. Além disso, embora pareçam simples e os fornecedores digam que são fáceis de
serem utilizados por qualquer pessoa, os aplicativos estão se tornando cada vez mais complexos e
especializados. Muitos executivos acham que dominam a informática, mas na verdade apenas
substituem a máquina de escrever por um editor de textos e a calculadora por uma planilha eletrônica. O
treinamento e atualização são necessidades constantes. Basta observar que até mesmo os simples
editores de texto e planilhas são subtilizados por seus usuários. Existem muitos recursos contidos nesses
aplicativos, desconhecidos pela maioria das pessoas e raramente utilizados. O que cada profissional deve
saber não é operar um grande número de aplicativos, mas sim ter perfeita noção do que eles podem
oferecer e exigir dos profissionais as informações de que necessitam.

11.13 Modelo de Organização da Informática


Para comandar a área de informática de uma empresa, o ideal é um administrador com
sensibilidade em informática, que é melhor do que um técnico em informática travestido de
administrador.
O modelo de organização da informática, proposto a seguir, pode ser aplicado em qualquer
empresa, independentemente do seu ramo de atividade, tamanho ou nível de informatização. Ele pode
ser ajustado de acordo com as necessidades, suprimindo, seccionando ou adicionando funções. As
funções constantes do modelo são as mais básicas e necessárias numa organização. Porem existem
outras, derivadas ou não dessas, que também podem ser necessárias. O que realmente importa é o
modo como as funções são distribuídas e como elas atuam dentro da empresa.
As funções estão distribuídas em três faixas de atuação: administrativa, de especialidade e
técnica. Não é um modelo hierárquico, embora a idéia de que a gerencia se coloca em um nível
hierarquicamente acima dos demais cargos seja evidente. Não há necessidade de se estabelecer qualquer
vinculo hierárquico entre as funções. Porem, se houver preferência pela hierarquização, ela poderá ser
feita sem nenhuma dificuldade e sem nenhum prejuízo, desde que não seja perdida a essência do
modelo.

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ADMINISTRATIVA ESPECIALIZADA TÉCNICA

Infra- Infra-
Gerência estrutura estrutura Internas
física física

Secretaria Comunicação Comunicação Externas

Auxilio Dados e Dados e


administrativo Processos Processos

Tratados Tratados

 Administrativa
A faixa administrativa contempla as funções da área de informática necessárias à administração.
São funções para as quais não são necessários conhecimentos profundos em informática. Certamente
muitos diriam que pelo menos a gerência deveria ter domínio em informática. Eu acho que a área de
informática já está cheia de especialistas, porém vazia em administradores. Portanto, está bem servida
quanto às questões técnicas da área, e mal servida quanto às administrativas. Penso que o ideal está claro
no pensamento que abre este capítulo.
A secretaria deverá secretariar não só a gerência, como também todos os demais profissionais da
área. Dependendo do tamanho da organização ela poderá contemplar ou não as tarefas de recepção e
telefonia.
O auxilio administrativo é constituído pelos serviços rotineiros internos e externos tais como
expedientes bancários, correios busca e entrega de documentos e materiais.
É importante ressaltar que as funções da faixa administrativa devem absorver todas as tarefas da
área que não sejam estritamente técnicas. É comum vermos especialistas caros gastando tempo
atendendo telefonemas que não lhes dizem respeito, transcrevendo textos, enfrentando longas filas
bancárias, locomovendo-se pela empresa à procura de um material ou de um papel qualquer. São muitas
as tarefas que executam que poderiam ser perfeitamente feitas por alguém cujo salário seja bem inferior
ao seu.

 Especializada
Devem ser classificados como pertencente à faixa especializada os serviços que exijam domínio,
permanente atenção e monitoramento de um profissional. São serviços específicos da área de
informática e que, para ser realizado, necessitam de experiência e conhecimentos profundos.
A principal característica dessa faixa de atuação é que os profissionais que nela atuam sempre
trabalharão em duplas. A razão disso será explicada ainda neste item.
Cada dupla atenderá um segmento bem definido e cuidadosamente planejado. Exemplificamos
conforme o modelo:
 Segmento de infra-estrutura física: serviço de instalação e manutenção de equipamentos
(computadores, cabos, antenas, periféricos etc.) e softwares básicos (gerenciador de rede, sistema
operacional, gerenciador de banco de dados, linguagens de programação, editor de texto, planilha
eletrônica etc.)
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 Segmento da comunicação: serviço que garante a perfeita circulação dos dados e informações
pela rede interna e externa, inclusive pela Internet, extranet, intranet e correio eletrônico.
 Segmento de dados e processos: conforme já foi tratado no capítulo, a importância de dados e
processos disponíveis para analise, esse serviço se responsabiliza principalmente pela representação,
detalhamento e disponibilidade dos dados e processos estruturados existentes na organização.
 Segmentos dos tratados: serviço de desenvolvimento e manutenção de aplicativos. O nome
tratado provém de uma metodologia para desenvolvimento de aplicativos, administração de dados e
processos baseada em assuntos, que leva esse nome. Cada dupla de especialista (analista de sistema) cuida
especificamente de determinados assuntos, não necessariamente correlacionados. Cada assunto é tratado
de modo completamente desvinculado dos demais, porém tem a capacidade de se relacionar com
qualquer programa ou aplicativo dentro da organização. Exemplos de tratados: livros fiscais, código de
endereçamento postal, plano de contas, clientes, fornecedores e tratamento de resíduos. Uma dupla de
analistas terá como função a estruturação dos dados de seus tratados, a construção de processos,
otimização de processos desenvolvidos dentro da organização, suporte aos técnicos internos e externos,
treinamento e documentação, entre outras.
Dependendo do volume de responsabilidade conferidas a um segmento, ele poderá ser
seccionado e cada parte ser atribuída a uma dupla diferente. O segmento em que isso será mais comum
é o dos tratados. Dependendo do número de tratados, uma dupla de analista de sistemas não conseguirá
dominá-los.assim, será necessário fazer uma redistribuição para outras duplas.
A razão principal para a instituição de duplas de especialistas é proporcionar maior segurança,
qualidade, melhor atendimento e suporte aos demais profissionais e usuários.
É por exemplo, muito comum existirem sistemas e rotinas nas quais o analista responsável não
tem um substituto para as suas ausências. Quando tem, o substituto não está preparado ou não possui
domínio sobre esse serviço para atender adequadamente às necessidades. Substituir um analista ausente
é desgastante, desagradável e um risco que pode ser evitado na maioria das empresas. A baixa qualidade
e velocidade de resposta do substituto costuma ser motivo de constantes queixas e descontentamento
dos usuários.
A implantação do conceito de duplas pode se constituir em uma grande oportunidade para
qualificar, quantificar e redistribuir os serviços da área de informática. Novamente exemplificando,
facilmente podemos encontrar analistas pouco experientes responsáveis por aplicativos críticos, quando
deveriam estar apenas auxiliando um analista mais bem qualificado ou respondendo por aplicativos
simples. Por outro lado, temos muitos analistas altamente experientes codificando programas ou
executando trabalhos corriqueiros para os quais não são necessárias tantas qualificações.
Conseqüentemente, temos usuários e aplicativos mal atendidos por falta de recursos qualificados,
enquanto há recursos preciosos sendo mal geridos e desperdiçados.
As duplas de especialistas deverão ser constituídas por profissionais bem qualificados e, de
preferência, sem diferenças significativas no nível de suas carreiras. O objetivo não é que um ensine o
outro, mas que possam discutir os problemas e resolvê-los em igualdade de condições.
Todo trabalho a ser executado em cada segmento passará a ser feito em conjunto pela dupla
responsável, isto é, os dois devem ter pleno domínio sobre o mesmo universo de trabalho. Nesse ínterim
necessita-se de uma boa racionalização do trabalho para que haja produtividade. A divisão do trabalho,
não sendo feita adequadamente, poderá fazer com que um deles perca o domínio sobre o ambiente em
que está envolvido. Se isso ocorrer o objetivo da instituição da dupla estará perdido. A total submissão
de um ao outro também trará prejuízos ao modelo.
O maior desafio desse modelo de trabalho, para os especialistas, é aprender a conviver
harmoniosamente, dividir o trabalho e a informação com alguém que é um concorrente direto e
potencial. Assumir compromissos e distribuir o trabalho racionalmente é uma das qualidades mais
essenciais e a dupla terá que saber lidar com isso.
Durante o horário normal de expediente, pelo menos de um dos especialistas deverá estar
presente ao local de trabalho. Fora desse horário, um deverá estar de plantão, com um Pager ou celular,

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pronto para atender qualquer emergência. Durante férias, licenças, feriados, fins de semana, ausências
por motivos particulares, tratamento de saúde etc..., um dos especialistas deve poder ser contatado.
Desse modo às questões relativas às ausências ou escalas de plantão poderão ser tratadas
somente entre dupla, não necessitando o envolvimento de chefia. Isso significa mais liberdade e
flexibilidade à dupla, menos carga de trabalho para a chefia e delegação de responsabilidades. Até a
metade dos especialistas poderá estar temporariamente ausente do trabalho sem que qualquer transtorno
ou dificuldade seja causado aos usuários da informática.
No caso de um dos dois se demitir, aposentar-se, ter que se ausentar de modo definitivo ou por
um longo período, o atendimento não sofrerá nenhum impacto significativo. Bastará à chefia designar
outro profissional para ocupar a vaga. Caso se tenha optado pelo modelo hierárquico e o especialista
secundário esteja bem preparado, ele poderá ser promovido a principal e outro técnico indicado como
secundário na dupla.
Porém nem todos os profissionais da área de informática deverão fazer parte de uma dupla, o
objetivo não é criar duplas indiscriminadamente, mas sim de acordo com a amplitude dos aplicativos e
da necessidade. Os profissionais que não passarem a fazer parte de uma dupla serão caracterizados
como técnicos -internos ou externos- e poderão prestar seus serviços a uma dupla, com exclusividade,
ou aleatoriamente a varias duplas, conforme a necessidade.

 Técnica
Caracteriza-se como técnico o profissional de informática cujos conhecimentos e experiências
sejam inferiores aos dos especialistas e que não faça parte de uma dupla de especialistas. Como pro
exemplo de técnico temos os analistas de sistemas menos experientes, os programadores, digitadores e
os instaladores de equipamentos de softwares.
Os técnicos internos trabalharão junto à área de informática. Atenderão exclusivamente às
necessidades das duplas de especialistas.
Os técnicos externos trabalharão junto ao usuário final. Desenvolverão especificamente
processos para atender as necessidades dos usuários, tais como relatórios, consultas, análises, operação
de equipamentos e alimentação de dados. Tais técnicos, que no capítulo anterior foram classificados
como sendo profissional de nível intermediário, fariam basicamente diálogos, acessos aos processos
escritos de modo eficiente por especialistas e criariam processos específicos às necessidades de suas
áreas. Trabalhariam alocados físicos e/ou hierarquicamente junto aos executivos, atendendo de forma
ágil e desburocratizada suas necessidades. Porém, continuariam sendo orientados e supervisionados
pelos especialistas em informática. O técnico externo seria o elo entre área em que se encontra alocado e
a informática. Os processos e tabelas que esses profissionais criarem poderão, se forem de utilidade mais
abrangente, ser otimizados e transformados pelos especialistas, em processos e banco de dados padrões
e estruturados para ficar à disposição de toda a organização.
É bem verdade que a grande maioria dos acessos aos dados da empresa bem como seu manuseio
desejado pelos usuários é previsível, portanto, passível de se tornar processo padrão. Uma minoria se
constitui em experimentos. Na maioria das vezes esses experimentos não levam a lugar nenhum. Mas é
assim que muitas vezes se encontram valiosíssimas informações.
O principal papel dos técnicos externo seria facilitar e permitir esses experimentos.
Comprovando a hipótese que levou a essa construção, esta poderá ser transformada em estrutura
permanente. Caso contrario, será descartada, sem grandes prejuízos, porque somente se investiria em
projetos comprovadamente importantes.
Embora o modelo não estabeleça uma hierarquia funcional, ele restabelece o principio da
competitividade por meio da abertura de oportunidades e evolução profissional. Fazer parte de uma
dupla de especialista e obter a liderança será um dos principais objetivos de todos os profissionais da
área. Isso certamente trará significativas melhorias à produtividade, e preocupação quanto à qualidade
do trabalho.

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A adoção desse modelo não implicará mudanças de estruturas, salários, planos de cargos da
empresa ou custos adicionais. Essa é uma das suas grandes virtudes. Ele é muito simples e fácil de
aplicar.

11.14 Evoluindo por constância, e não por saltos


O ideal não é revolucionar
o inicio desse trabalho foi motivado por um incômodo descontentamento aparentemente sem
nenhuma razão de existir. Comecei o trabalho com o objetivo apenas de desenhar a empresa em que
gostaria de estar trabalhando. Agora que cheguei ao final, acho que já sei o porque desse
descontentamento. Já sei como sair dele e evitar que seja novamente tomado por ele.
Quando assumimos um trabalho, por mais habilidade e conhecimentos que possamos ter, ele
constitui para nós um verdadeiro e emocionante desafio. Os desafios excitam, atraem, fazem nascer os
interesses e ativam a criatividade. Nessas circunstâncias temos animo para pesquisar, estudar,
desenvolver o trabalho, enfrentar e vencer dificuldades. Conseqüentemente, evoluímos e nos nivelamos
ao desafio assumido. Quando atingimos esse estágio evolutivo, o trabalho deixa de ser um desafio, já
não atrai, excita, não interessa. Mas continuamos executando-o, já sem a mesma qualidade, cuidados e
produtividade. Mesmo em um ritmo bem menor, às vezes nos automotivamos inventando pequenos
desafios para continuarmos evoluindo, pois não há crescimento sem desafios. Já nesse estágio nos
sentimos preparados para fazer julgamentos e avaliações, estamos sensíveis o bastante para fazer
críticas, temos experiência para antever os problemas e resultados, temos conhecimentos para propor
soluções, exigimos alguma perspectiva.
Como é quase natural, tirando os modismos, uma organização segue modelos e diretrizes
predeterminantes. Pelos mesmos motivos que já citei, as diretrizes deixam de ser revistas constantemente
e então começam a perder contato com a modernidade e a dificultar o acesso a essa evolução. Crescem
o medo, as resistências, as dificuldades de adaptação e as incertezas. A ausência da necessidade de
correr riscos, os impedimentos estruturais e a insensibilidade às pequenas e necessárias evoluções, entre
as situações, levam à ausência de projetos e orçamento para modernização constante.
Conseqüentemente, abre-se um hiato entre o estágio em que se encontra a empresa e a modernidade.
Gradativamente, esse espaço vai aumentando. Chega um momento em que ele é tão grande e
incômodo que decidimos dar um salto na evolução e ficar ao lado da modernidade novamente. Assim,
muitas organizações evoluem por saltos e não por constância, o que seria mais racional.
Ao evoluir por saltos incorre-se em muitos riscos. O primeiro deles é o alto investimento exigido
de uma só vez. A empresa pode já estar debilitada e não ter os recursos necessários. Muitas empresas
recorrem a empréstimos e financiamentos, o que abre uma sangria através dos exorbitantes juros
cobrados pelas instituições financeiras. Outras se debatem até perder a força. Algumas têm sorte e
conseguem um parceiro com capital ou um concorrente interessado em sua aquisição.
Outro risco é a necessidade de readequação rápida a uma nova realidade. É muito comum essa
readaptação ser difícil ou mais demorada do que o necessário, pois há resistência, acomodação, medo,
falta de conhecimento. Muitas nem consegue se adaptar a uma nova situação. As mudanças já não
fazem parte da cultura da organização.
Um risco comum é a opção por um modelo errado. À distância da modernidade é tão grande
que não há mais conhecimento para diferenciar um modelo emergente de um modelo decadente ou de
um modismo. Uma mudança muito grande pode levar a um caminho sem retorno.
Mas em que momento surge o descontentamento? Surge exatamente dentro do tal hiato e tem a
gravidade proporcional ao tamanho do hiato. Quando isso ocorre temos dois caminhos a seguir: o
primeiro mais, usual, é o da acomodação e do pouco caso (é o fim); o segundo é reagir, tentar ou mudar
a situação ou, quando todo esforço tiver sido inútil, procurar um novo desafio, antes que o hiato seja tão
grande que também seja capaz de nos colocar definitivamente à margem da evolução.
O ideal não é revolucionar. A revolução deve ser a ultima alternativa. O ideal é permanecer
sensível às mudanças e se manter coeso aos caprichos da realidade. É preciso ser ousado, não louco. É

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Informática Básica
preciso correr riscos- porém com consciência das alternativas das conseqüências- nunca maiores do que
nossa capacidade de recuperação. É preciso evoluir sempre...

Questionários:
1. Questão
Numere a coluna das características conforme a geração dos computadores
Computadores Características
01 Computadores de primeira geração Componentes básicos circuitos integrados
Maior velocidade de processamento, chegando processar em
média 1.000.000 de somas por segundo
02 Computadores de terceira geração Mais veloz quanto ao processamento, 10 vezes superior ao da 1ª
geração, processa 50.000 somas por segundo
03 Computadores de segunda geração Componentes básicos válvulas
Surgiu comercialmente em 1951 e chamava-se UNIVAC
Processava em média 5.000 somas por segundo

2. Questão
O Qual é a função da CPU (unidade central de processamento) no computador
1. ( ) Processar a informação que entram no computador, determinar o destino dessas informações, controlar
de forma geral todas as ações que devam ser realizadas internamente.
2. ( ) Controlar os periféricos de entrada e saída
3. ( ) É o coração do computador
4. ( ) Todos característicos acima são referentes a CPU.
5. ( ) Estão certos apenas os itens 1 e 3

3. Questão
Identifique as características dos computadores, na coluna vazia à esquerda escrever GP para grande porte e MP para
médio porte
Tipo computador Características
São vendidos
Utilizado principalmente pelas grandes empresas
Tem como característica centralizar o processamento
Em caso de pane todos os computadores ligados ao mesmo param (obs. Depende
da forma de processamento das informações)
vulnerável a invasão por intrusos
Necessita de um ambiente especial para funcionar
Processamento das informações descentralizadas
Não necessitam de um ambiente especial para funcionar
Muito utilizado pelas pequenas, médias e grandes empresas
Não são vendidos e o aluguel é muito caro
difícil de ser invadido por intrusos
4. Questão
Qual é a forma que o computador armazena as informações internamente
1. ( ) Em letras e números
2. ( ) Em zeros e uns
3. ( ) Em códigos que não conhecemos
4. ( ) Em bit
5. ( ) Estão corretos os itens 1 e 3
6. ( ) Estão corretos os itens 2 e 4
5. Questão
Quando você necessita saber a capacidade de armazenamento de informação de um computador qual característica
deve-se procurar saber?
1. Capacidade do Hard Disk
2. Capacidade da memória RAM
3. Capacidade da memória ROM
4. Tamanho da palavra (barramento interno)
( ) Escreva no parêntese o número da resposta
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6. Questão
Quais módulos compõem a CPU.

7. Questão
Escreva as funções da ULA e os registradores

8 Questão
O que determina a velocidade de processamento do computador?

9. Questão
Qual é a utilidade da memória RAM e ROM?

10. Questão
O que quer dizer Hardware e software?

11. Questão
Qual a diferença entre a rede mundial (Internet) e uma Lan?

12. Questão
Qual a diferença entre o código fonte e programa executável?

13. Questão
Por que não podemos modificar o código executável?

14. Questão
Qual a função do compilador?

15 Questão
Qual a diferença entre os aplicativos comercias e os básicos essenciais. ?

16 Questão
Quais as vantagens de se utilizar um SGBD para gerenciar as informações da empresa. ?

16 Questão
O que quer dizer um S.O. ?, Quantos tipos você ouviu falar?.

17 Questão
O que um processamento batch?
18 Questão
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Informática Básica
O para que serve a linguagem de programação em seus respectivos níveis de desenvolvimento?

19 Questão
Quais os tipos de SGBD existem com relação à organização interna dos dados armazenados.

20 Questão
O que um sistema de informação

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