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Para discussão no dia 04/07/2019

Aquisição de L2 - p. 83 a 105

8) Explique as três formas de aquisição de L2.

a) aquisição simultânea da L1 e da L2 - pode ocorrer com crianças que são filhas de pais que usam
duas línguas diferentes ou usam uma língua diferente da língua usada na comunidade onde vivem.

b) aquisição espontânea da L2 não simultânea – pode ocorrer com pessoas que passam a morar em um
outro país onde é usada outra língua.

c) aprendizagem da L2 de forma sistemática – refere-se a situação de escolas de línguas estrangeiras,


em que a aquisição ocorre um ambiente artificial, de forma sistemática, observando metodologias de
ensino.

9) Por que parece ser impossível para o surdo adquirir L2 de forma simultânea e espontânea?

Devido a sua condição física de ser surdo. Embora nasça num país que utiliza uma língua diferente
daquela que ele vai adquirir naturalmente, pode ser surdo, ele não pode desenvolver as duas línguas de
forma espontânea e simultânea.

Para o surdo só seria possível adquirir de forma simultânea e espontânea outras línguas de sinais.

Já para os filhos ouvintes de pais surdos, a aquisição simultânea e espontânea de L1 e L2 é típica.

10) Que aspectos compõem o processo completo de aquisição de L1?

O domínio das regras morfológicas e sintáticas mais complexas;


A elaboração de atos de fala;
O domínio semântico;
A aquisição do vocabulário que é ampliado ao longo da vida.

11) Por que a Libras deve ser a primeira língua dos surdos brasileiros?

Porque ela é adquirida pelos surdos brasileiros de forma natural por meio do contato com
sinalizadores, sem ser ensinada. Ademais, a autora defende: “A aquisição dessa língua precisa ser
assegurada para realizar um trabalho sistemático com a L2, considerando a realidade do ensino formal.
A necessidade formal do ensino da língua portuguesa evidencia que essa língua é, por excelência, uma
segunda língua para a pessoa surda.” (p. 84).

Mais a frente (Scliar-Cabral, 1998, apud Quadros, 1997, p. 85), a autora considera o contexto do aluno
que adquire uma língua antes de ir para a escola: “o domínio de uma segunda língua (...) estará afetado
por fatores de semelhança e diferença entre a estrutura das mesmas e a cultura em jogo. Na verdade, as
pessoas formam esquemas automáticos de produção que são acionados na aprendizagem da segunda
língua.”

Quando adquire L1, a criança aciona um dispositivo de aquisição de língua, que é a sua gramática
universal, com parâmetros e princípios que ela aciona e fixa na linguagem. Da mesma forma, na
aquisição de L2, ela busca em sua L1 os parâmetros já fixados para acessar outros parâmetros e
adquirir outras línguas.

12) Que importância tem para o surdo a aquisição da L1 e da L2?

Scliar-Cabral observa que a não exposição a uma língua, no caso a língua nativa, no período natural de
aquisição da linguagem, causa danos irreparáveis à organização psicossocial de um indivíduo. (...) No
caso da comunidade surda, a L1 é essencial – as crianças surdas precisam ter acesso a uma língua de
sinais para garantir o desenvolvimento da linguagem e, consequentemente, do pensamento – e a L2 é
necessária – as crianças precisam dominar a L2 para fazer valer os seus direitos diante da sociedade
ouvinte. (p. 85)

OBSERVAÇÃO:

No estudo do texto anterior (Scarpa), aprendemos que Chomsky pesquisa o conhecimento e uso da
linguagem por meio de dois conceitos:

Input – conjunto de sentenças ouvidas no contexto

Output – sistema de regras para a linguagem

Neste capítulo, Quadros apresenta a redefinição desses conceitos dada por Damhuis (1993) para tratar
sobre os aspectos da interação verbal no ambiente linguístico em que ocorre o processo de aquisição de
L2:

Input (a recepção/ LER E OUVIR) – linguagem oferecida para o estudante por falantes nativos (ou por
outros estudantes); os aprendizes de L2 usam o input para formar hipóteses sobre a linguagem.

Output (a produção/ ESCREVER E FALAR ) – linguagem falada pelos próprios alunos; através da
própria produção, os alunos podem testar suas hipóteses.

Feedback – reação oferecida na conversação diante da produção do aluno; ajuda os alunos a avaliarem
suas hipóteses.

IPC – No caso do aluno surdo brasileiro adquirindo a língua portuguesa, o input visual (ler)
dessa língua é essencial nesse processo.

13) Considerando os estudos de Krashen, sintetize as cinco hipóteses para o ensino de línguas.

a) a distinção entre aquisição e aprendizagem – aquisição (informal) é um processo relacionado com


o conhecimento inconsciente (implícito), focado no desenvolvimento da competência linguística para a
atuação espontânea do falante; aprendizagem (formal) é um processo relacionado com o conhecimento
consciente (explícito), depende de atividades didáticas formais (intelecto), que envolvem aspectos
formais (gramaticais).

b) a hipótese da ordem natural - tanto a criança quanto o adulto adquire linguagem da mesma forma,
seguindo uma série de etapas, numa mesma ordem de desenvolvimento. É preciso considerar o período
crítico.
c) a hipótese do input natural - a aquisição da linguagem depende de um input linguístico que seja
compreensível. A compreensão oral é pré-requisito para a produção oral; a leitura é pré-requisito para
a escrita.

d) a hipótese do filtro afetivo - fatores emocionais bloqueiam o input compreensível impedindo a


ativação da faculdade da linguagem.

e) a hipótese do monitor gramatical - o conhecimento linguístico consciente (aprendido/não adquirido)


serve somente de editor da atuação linguística.

14) Por que, para a criança surda, o processo de aquisição de L2 não é natural?

Porque para uma criança (surda ou ouvinte), a língua é uma coisa usada em contextos sociais, serve a
necessidade de comunicação, está ligada a interação social, ao contexto imediato. Para uma criança
surda, o movimento dos lábios pode ser entendido como um comportamento estranho, sem
significação. Da mesma forma, a língua escrita, apesar se der percebida visualmente, em si mesma não
comunica nada a criança surda.

15) Que propostas/sugestões os teóricos apresentam para facilitar o ensino de L2 para surdos?

Ellis (1993) aborda o enfoque natural - afirma que o conhecimento implícito/inconsciente/informal


(que é internalizado na comunicação) e o explícito/consciente/formal (relacionado aos aspectos
formais da língua) não dependem um do outro, são separados. Para facilitar a aquisição de L2, a
prática deve estar inserida num processo comunicativo, com foco na natureza do significado. A
gramática pode ser explicada e entendida na linguagem do dia a dia. O processo de conscientização é
considerado como um facilitador potencial da aquisição implícita da língua. O autor afirma que a
aquisição envolve três processos: a) percepção de um aspecto linguístico através do input. b)
comparação com a gramática mental; c) integração da nova informação. (p. 89).

Nunan (1991) menciona a importância da aquisição do sistema gramatical da L2 para que os


indivíduos sejam capazes de comunicar as ideias através da linguagem de forma mais elaborada e
complexa.

Scliar-Cabral (1988) argumenta que, que quanto maior o domínio linguístico na língua nativa, maior a
facilidade para a proficiência no processo de aquisição de L2; e que as estratégias metalinguísticas
conscientes devem se concentrar nos procedimentos e no uso da língua.

Willians (1991) aponta que as atividades de ensino dever ser significativas e motivadoras, oferecendo
aos alunos a oportunidade de usar a linguagem. Para preparar suas atividades, o professor deve
considerar: o interesse dos alunos; a idade; a iniciativa; o uso da linguagem; o input linguístico (oral e
escrito); o domínio dos conceitos pelas crianças e a promoção do processo de aprendizagem.

Brown (1994) afirma que os adultos têm mais habilidade para adquirir vocabulários e aprender
conceitos linguísticos e gramaticais. Por outro lado, as crianças são mais espontâneas no processo de
aquisição. Independente da idade, o autor aponta que fatores pessoais, sociais, culturais e políticos
podem dificultar o processo de aquisição. Para auxiliar o ensino de crianças, Brown sugere que para
planejar o ensino o professor deve considerar cinco categorias:
a) o desenvolvimento intelectual da criança para entender os níveis mais abstratos;
b) a capacidade de prestar atenção da criança é determinada pelo seu interesse;
c) input sensorial – estimular todos os sentidos da criança;
d) fatores afetivos – as crianças podem ser inibidas...;
e) linguagem autêntica e significativa – usar a língua em contextos compreensíveis, do dia a dia.

Pesquisas recentes apresentam:

Estilos de aprendizagem (learning styles)/ Estratégias de aprendizagem (learning strategies)

Para Willing (1998), em pesquisa realizada sobre ensino de inglês como L2, os alunos podem ser
classificados como:
Tipo 1 – concretos – gostam de jogos, gravuras, filmes, trabalho em dupla, etc
Tipo 2 – analíticos – gostam de estudar gramática através de livros e ler jornais, estudar sozinhos, etc.
Tipo 3 – comunicativos – gostam de aprender assistindo e ouvindo falantes nativos, conversando, etc.
Tipo 4 – passivos – preferem que o professor explique tudo, fazem anotações, estudam gramática,
aprendem lendo, visualizando novas palavras.

Ellis (1993) afirma que os alunos diferem em estilo sob duas dimensões:
afetiva (alunos ativos e/ou passivos) – os alunos ativos são mais independentes, tem motivação
própria; os alunos passivos exigem que o professor explique tudo atribuindo a ele a responsabilidade
pelo seu aprendizado.
cognitiva (alunos estudados e experientes) – os alunos experientes preferem aprender a L2 através do
uso da língua (significado e fluência); os alunos estudados preferem o processo sistemático (forma e
exatidão/acuracidade).

Para ser bem sucedido, o ensino deve ser elaborado de acordo com a dimensão cognitiva do estilo de
aprendizagem do aluno, caso contrário, a dimensão afetiva determina o processo: os ativos se adaptam
para aprender; os passivos ficam ansiosos e prejudicam a própria aprendizagem.

Perfil do bom aluno – equilíbrio entre os estilos de orientação cognitiva e a postura ativa;
conscientização dos estilo de cada aluno para facilitar uma mudança que seja necessária.

QUADROS CONCLUI:
Informações que podem nortear o trabalho do professor de LP como L2 para surdos:
- a importância vital da aquisição da L1 no processo de ensino de L2;
- a idade favorável para a aquisição;
- o tempo de exposição à L2 (input);
- a qualidade do input;
- o tempo do processo de aquisição de L2;
- a importância da gramática;
- o nível de maturidade do aluno;
- o estilo de aprendizagem e os tipos de atividades preferidas pelo aluno;
16) Sobre o ensino de Leitura e Escrita em L2, destaque orientações práticas para o trabalho
com os alunos surdos.

Taglieber (1988) O processamento da leitura leitura de L2 funciona de forma semelhante ao


processamento na L1 – ocorre pela interação entre conhecimento prévio, linguístico e de mundo.

Para crianças, o contato com a língua escrita pode ser por meio de estórias, de textos que apresentem
um conteúdo interessante e significativo, com um nível linguístico adequado ao grau de maturidade
dos alunos. Não simplificar os textos para não comprometer a coesão e a coerência. Tornar a leitura
parte do cotidiano escolar. O professor pode fornecer pistas para ajudar na compreensão.

Meurer (1988) Equilibrar os dois tipos de leitura – ascendente (das partes para o todo) e descendente
(do geral para as informações particulares).

Coste (1988) Primeiro passo na leitura de L2 – a) levantamento de aspectos formadores do texto


(títulos, parágrafos, etc); b) identificação de palavras chave que favoreçam a identificação do sentido;
c) conhecimento do leitor a respeito da situação para o entendimento global. O Segundo passo – fazer
anotações e traduções.

Taglieber (1988) – Buscar o sentido no próprio texto. Em vez de usar o dicionário, tentar entender o
significado das palavras por meio do contexto (situação que envolve o texto).

Walter (1982) Bons leitores – lê o texto lentamente, observando o que deve ser lido; relê fazendo
conexões entre as partes; por último faz um sumário do que foi lido.

Zamel (1982) Bons escritores – têm a escrita como uma atividade recursiva, envolvendo revisões e
esboços de um texto que são flexíveis, podem ser mudados ao longo da redação.

Nunan (1991) – Habilidades do bom escritor –

a) O domínio de mecanismos de formação de estruturas;


b) A obediência as regras de pontuação e formação de palavras;
c) Uso do sistema gramatical para transmitir significado;
d) Organização do conteúdo em parágrafo e texto;
e) Aprimoramento e revisão de esforços iniciais;
f) Seleção de um estilo apropriado ao interlocutor.

O autor menciona três níveis de escrita – pré-escrita, escrita e reescrita.

As atividades de produção escrita devem ter significação social, oportunizar a expressão em situações
significativas; envolver situações comunicativas. Assim, a L2 será vista como objeto de interação
social.

Andersson (1994) A pessoa surda não relaciona o sinal gráfico como som da palavra, a língua escrita é
percebida visualmente. Logo, os surdos precisam dominar a língua de sinais, pois é nessa língua que
eles aprendem que palavras, frases, sentenças e parágrafos significam algo e que palavras devem ser
situadas em um contexto.
Para criar o interesse dos alunos surdos pela L2 escrita e tornar o ensino significativo, é preciso saber
quando, por que e onde eles utilizam a língua nacional.

Ao observar as características da língua escrita, torna-se interessante a sua comparação com as línguas
faladas e sinalizadas.

Exemplos:

1) na escrita a interação não é simultânea como na língua falada/sinalizada. Perceber e decodificar


a língua escrita só é possível quando o autor termina de escrever. Porém, é preciso entender
diferentes realizações da escrita dentro da comunidade surda (que podem ser simultâneas, on
line), suas funções sociais e institucionais.
2) Na escrita a entonação é marcada pela pontuação e recursos tipográficos (negrito, itálico...); na
fala, é marcada pelas estruturas acústicas (voz) e na sinalização, pelas expressões corporais.
Então, a entonação é mais evidente na fala e na sinalização porque são simultâneas.
3) As expressões escritas das crianças surdas são diferentes porque elas associam o conhecimento
da língua de sinais (sua língua natural) ao processo de aquisição da L2 escrita. Transferem o
conhecimento da L1 para a L2. Por isso, as crianças surdas devem ter contato com textos
escritos desde a fase pré-escolar para preparar os alunos para o ensino da segunda língua.

17) Defina Linguística Contrastiva.

É uma forma de trabalhar com o conhecimento explicito no ensino de L2. Envolve a comparação entre
duas ou mais línguas quanto aos níveis fonológico, semântico/pragmático, morfológico e sintático, a
fim de apontar diferentes e similaridades.

O uso é indicado para o ensino de L2 para adolescentes e adultos (não para crianças), por demandar
mais maturidade linguística da L1, isto é, trabalha com o conhecimento explicito das línguas.

A medida que o aluno tem condições de lidar com o conhecimento explicito, ele pode ser
conscientizado das mesmas, a fim de monitorar a sua própria aquisição.

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