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Segundo Sosin (2006), grande parte dos investigadores defendem que as crianças com
DDAH apresentam uma criatividade extraordinária, sendo esta a manifestação mais positiva da
impulsividade da DDAH.
De acordo com Gardner (1983, cit. por Sosin, 2006) e Thomas Hartmann (1993, cit. por
Sosin, 2006) “a criatividade é um dos muitos tipos diferentes de inteligência que podem ser
demonstrados por uma pessoa”. No entanto, ressaltam o facto de a escola e a sociedade hoje em
Neste sentido, Sosin (2006, p.22) refere que “o professor que acolhe bem a
essa criatividade na sala de aulas e nos exercícios muito provavelmente terá sucesso com os
seus alunos com DDA. O professor que espera que todos os alunos estejam e se comportem em
O educador, de acordo com Rief (2000), deverá tirar partido desta energia
apresentando, como já referi, um currículo criativo e aliciante que faça das experiências de
“O Currículo é uma estrada por onde as crianças viajam, sob a orientação de um guia e
companheiro experimentado, o educador. Os efeitos que a viagem terá sobre cada um dos
viajantes será diferente, de acordo com as características, intenções e formas de ser individuais
e também de acordo com os contornos da estrada” (Kliebard, 1995 cit. por Vasconcelos, 1990,
p.19)
crianças e para a própria melhoria do sistema educativo tem vindo a ganhar, cada vez mais,
consciência.
Neste sentido, a educação pré-escolar tem vindo a ser considerada a primeira etapa da
educação básica, na medida em que se articula cada vez mais com o sistema nacional de
Se é considerado importante que as crianças até aos seis anos frequentem a educação
normas e valores, se promovem atitudes úteis para o futuro escolar do aluno e úteis para o
futuro cidadão, ou seja, constitui “o alicerce de toda a formação e de toda a vida da pessoa,
devendo-lhe por isso ser dispensados os maiores cuidados, dado que quaisquer
psicológicos irreversíveis” (in “A República”, Liv. V, cit. por Sousa, 2003, p.17)
“Os modelos curriculares incorporam uma visão integradora dos fins da educação e
das fontes do currículo, dos objectivos e dos métodos de ensino, dos métodos e da organização
professores congruente com esses princípios. Assim os modelos curriculares são um poderoso
A opção dos educadores de infância por um modelo curricular é, segundo nos diz a
Ora um modelo curricular é, então, uma representação ideal das premissas teóricas,
crianças e de juízos de valor acerca do que é importante que as crianças saibam (Biber, 1984;
Schubert, 1986; cit. por Formosinho, 1998; Spodek, 1973). Assim, podem examinar-se os
2.1Gestão do currículo
“envolve todo o conjunto de processos e procedimentos através dos quais se tomam decisões
entre crianças. Torna-se, por isso, imprescindível uma nova cultura de uma “exigência e
uniformização das práticas, o que nunca seria desejável. Além disso, a tónica colocada mais no
educação pré-escolar, mas dificultam a tarefa de planear e avaliar a sua actividade (Silva,
1993;1997).
educador, “correr riscos, sair da norma, sem nenhuma certeza de ter razão ou chegar a
30 de Agosto) e, deste modo, analisar a congruência entre o que se deseja fazer e o que
realmente se faz, assim como possibilita que se avalie os processos de tomada de decisões e os
Por outro lado, com o crescente número de criança, que se tem vindo a sentir, com
que lhes proporcionemos os apoios necessários ao seu sucesso em ambientes inclusivos. (…)
especial e serviços de apoio para o máximo benefício dos alunos, sem esvaziar ou eliminar
programas e serviços críticos para eles” (Rief, 2000, pp. 270, 271).
Só neste sentido é que a educação pré-escolar se tornará, cada vez mais promotora do
desenvolvimento integral das crianças e do seu sucesso escolar posterior (Nunziati, 1990).
“Ar tis important, and that’s why we spend a lot og time doing it” (Schirrmacher, 2001)
A Arte e a Educação já nos tempos de Platão eram tema de grande discussão. Read
(1942, cit. por Sousa, 2003a; 1943) veio evidenciar que “a Arte deve ser a base da Educação”,
relevando que se estas não são o mesmo, andam, pelo menos, extraordinariamente unidas
Uma Educação com base na Arte, Educação Artística, segundo a Lei de Bases do
Sistema Educativo (Lei nº 46/86, de 30 de Setembro), refere-se a uma educação com objectivos
2004; Beltran, 2000; Dorfman, Leontiev, Petrv e Sozinov, 1991, cit. por Nabuco, 2000; Stern,
1974), o que nos remete para uma educação que actue equitativamente em diversas dimensões
(Wallon, 1941 e 1942, cit. por Sousa, 2003a) – biológicas, afectivas (Vigotsky, 1970),
cognitivas, sociais e motoras - de uma forma coerente, sem preferenciar ou omitir alguma
Descombes (1974), Sokolv (1975), Coopersmith (1976) e Harter (1978), citados por
Sousa (2003a), corroboraram, tal como a Fred Fundation (1955), que a Educação Artística é
Berendsen, 2008; Deweerdt, 2008; Eisner, cit. por Barbosa, 1988; Goes, 2006; Hohmann, 2004;
Parr, 2008; Read, 2007; Sousa, 2003a; Sousa, 2003b; Sousa, 2005; Vasconcelos, 2005) “para as
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Representações das Educadoras de Infância
Trevarthen (2008, p.12) afirma ainda que “a partilha da criação artística pode
defendendo, tal como o filósofo Alfred North Whitehead, que a criatividade é necessária para o
declaram que a Educação pela Arte deve proporcionar-se em todos os níveis de ensino,
premente e indispensável (Sousa, 2003a), devendo ser proporcionada à criança, sob a forma
lúdica-expressiva-criativa (Schiller, 1975; Spencer, 1982, cit. por Sousa, 2003a), de modo livre,
num clima que proporcione a inspiração, motive a expressão dos sentimentos e estimule a
criatividade (Arribas, 2004; Read, 2007). Albano (2008) salienta-nos a necessidade de que seja
um exercício diário, não ficando confinado a dias especiais ou quando há tempo livre.
Neste sentido, um currículo que exclua ou negligencie a Arte é como que uma doença
Em suma, devemos olhar a expressão artística como parte integral da educação de uma
criança e não como um adorno que pode ser negligenciado. Trata-se de um domínio que ostenta
para a compreensão dos conteúdos de outras áreas” (Arribas, 2004, p.211). Neste sentido,
devemos encará-la como um dos sete modos de funcionamento cognitivo que deve ser
cultivado, para que as crianças possam ser formadas de uma forma equilibrada (Rief, 2000;
Schirrmacher, 2001).
“A Arte deve ser a base da educação” (Read, citado por Sousa, 2003a)
O termo “Expressão Plástica” foi adoptado pela educação pela Arte Portuguesa, para
plásticos.
art. 5º, 1., f), a Educação Pré-escolar tem, entre outros objectivos, “desenvolver as capacidades
actividade lúdica”.
actividade natural, livre e espontânea da criança (Gloton e Clero, 1976), e que desenvolvem
todas as suas potencialidades (Schirrmacher, 2001; Stern, sd.). Estas condições passam pela
Stern, s.d.).
envolvimento da criança que se traduz pelo prazer e desejo de explorar e de realizar um trabalho
linguagem (Amaral, 2002, cit. por Valladares e Carvalho, 2006) que permite à criança
comunicar-se com os outros. Desse modo, possibilita não só a liberdade de expressão, mas
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também sustenta a sua autonomia criativa, ampliando o seu conhecimento sobre o mundo e
diz respeito.
Um estudo realizado por Estevens (2002), permitiu-lhe concluir, a propósito que, sendo
estimulante e agradável que possa favorecer a apropriação da expressão plástica por parte da
1
“Entender melhor para actuar melhor” (tradução própria)
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criança, duma forma informal, agradável e lúdica, pois sabe-se que o espaço físico e os
pedagógicos (Dempsey e Frost, 2002; Estevens, 2002; Fernandes, 2004/2005; Fernandes, 2003;
Ladd e Coleman, 2002; Pessanha, 1997; Rebelo, 1990; Riley, 2004; Schirrmacher, 2001; Santos,
Ora, este tipo de ambiente educativo é facilmente organizado pelo educador na sua sala
de actividades, através das áreas ou espaços pelos quais as salas de educação pré-escolar
actividades por diferentes áreas, pelo facto das crianças brincarem e interagirem de diferentes
qualidade do comportamento lúdico das crianças, para além de que o educador “solicita e
obtém o tipo de jogo desejado, não apenas através da organização do espaço em áreas de
aprendizagens, mas através da sua escolha de materiais e equipamentos” (op. cit., p.692)
Se nestes espaços ou áreas, a expressão plástica estiver presente e o material para que a
criança possa explorar, através desta organização, o educador estará, com certeza, a criar um
quais se tornam como uma estratégia por excelência a que o educador pode recorrer como forma
das actividades em que a expressão plástica esteja presente, o educador deve ter em atenção a
motivação intrínseca da criança, sendo o aspecto lúdico uma referência para a sua acção.
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