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Fato Jurídico

Fato Jurídico É Todo acontecimento, natural ou humano e suscetível de produzir efeitos jurídicos. Os
fatos Jurídicos constituem gênero que inclui eventos puramente naturais (fatos jurídicos em sentido
restrito), e atos humanos de que derivam efeitos jurídicos, quais sejam, atos jurídicos e atos ilícitos.
Tal a classificação adotada pelo Código Civil ao considerar que, no ato Jurídico ou lícito, o efeito
jurídico deriva da vontade do agente (contratos, testamentos), ao passo que no ato ilícito o feito
independe da vontade do agente, que, ao agir com dolo ou culpa e ocasionar dano a outrem, ocasionará
efeitos jurídicos que, em absoluto, desejou, porque sempre sujeito às sanções legais.

Caso fortuito ou força maior são fatos capazes de modificar os efeitos de relações jurídicas já
existentes, como também de criar novas relações de direito. São eventualidades que, quando ocorrem,
pode escusar o sujeito passivo de uma relação jurídica pelo não cumprimento da obrigação estipulada.
E o caso, por ex., de uma tempestade que provoque o desabamento de uma ponte por onde deveria
passar um carregamento confiado a urna transportadora. Diante de tal situação e da impossibilidade da
continuação do itinerário, a transportadora livra-se da responsabilidade pela entrega atrasada do
material. Porém, para que determinado caso fortuito ou força maior possa excluir a obrigação
estipulada em um contrato, é necessária a observação de certas circunstâncias, tais como a
inevitabilidade do acontecimento e a ausência de culpa das partes envolvidas na relação afetada. Caso
não haja a presença de qualquer destes requisitos, não pode haver caso fortuito ou força maior que
justifiquem o descumprimento contratual.

“Factum principis” é aquele fato também capaz de alterar relações jurídicas já constituídas, porém,
através da presença da intervenção do Estado e não da ação da natureza ou de qualquer eventualidade.
Tal situação se configura quando o Estado, por motivos diversos e de interesse público, interfere numa
relação jurídica privada, alterando seus efeitos e, por vezes, até assumindo obrigações que antes
competiam a um ou mais particulares. Por ex. o Estado pretende construir uma estrada que cortará o
espaço físico de determinada indústria, provocando sua desapropriação e a conseqüente extinção do
estabelecimento industrial, mediante, obviamente, indenização. Porém, não só a indústria será extinta
como também os demais contratos de trabalho dos empregados do local. Diante de tal situação, a
autoridade pública obriga-se a assumir as devidas indenizações trabalhistas, conforme disposto no art.
486 da CLT.

Atos Jurídicos no Sentido Amplo

O Ato jurídico “lato sensu”, necessariamente, é decorrente da vontade do homem devidamente


manifestada, ou seja, não há ato jurídico sem a devida participação volitiva humana.

Para que se constitua um ato jurídico, o direito brasileiro adotou a necessidade da declaração da
vontade, que pode ser expressa ou tácita.

Convém ressaltar que os efeitos jurídicos decorrentes da volição humana são instituídos pela norma
jurídica, assim como os provenientes da ação da natureza também o são. Porém, no âmbito dos atos
jurídicos, o caminho para a realização dos objetivos visados pelo declarante da vontade depende da
natureza ou do tipo do ato realizado. Tal caminho terá que ser seguido na conformidade da lei ou
poderá ser traçado autonomamente pela parte interessada.

Atos Jurídicos “Stricto Sensu”

Conforme a doutrina pandeccista alemã, os atos jurídicos no sentido estrito são aqueles decorrentes de
uma vontade moldada perfeitamente pelos parâmetros legais, ou seja, uma manifestação volitiva
submissa à lei.

São atos que se caracterizam pela ausência de autonomia do interessado para auto regular sua vontade,
determinando o caminho a ser percorrido para a realização dos objetivos perseguidos.
Defeitos dos atos Jurídicos

Vícios do Consentimento:

Erro
Podemos considerar o erro como um falso conhecimento ou noção equivocada sobre um fato ou
características referentes ao objeto, pessoa, cláusula ou sobre o próprio ato negocial como um todo.

Erro, entretanto, só é considerado como causa de anulabilidade do negócio se for essencial, escusável
e prejudicar real e efetivamente o declarante da vontade.

Erro de Fato, aquele que recai sobre uma situação fática referente ao negócio realizado, subdivide-se
em erro essencial e erro acidental.
Erro essencial ou substancial: É aquele que, de acordo com o direito positivo (CC, art. 86), é capaz
de viciar o consentimento do agente, tornando o negócio por ele praticado anulável. São quatro as
modalidades de erro substancial, a saber:

Error in negotio: Este tipo de erro diz respeito à natureza própria do ato, ou seja, incide sobre a
própria essência ou substância do negócio. Por ex., algum que pensa estar vendendo um objeto quando
na verdade estar realizando uma doação.

Error in corpore: É aquele que recai sobre a identidade do objeto principal da relação jurídica
negocial. Por ex., um indivíduo que acredita estar comprando uma motocicleta, mas na realidade
adquire uma bicicleta.

Error in substantia: Incide sobre as características essenciais do objeto da declaração da vontade. Por
ex., alguém que, sem saber, adquire uma casa de dois pavimentos, mas acreditava estar comprando
uma de três.

Error in persona: Induz a uma falsa idéia sobre a própria pessoa que figura como a outra parte da
relação negocial. É o caso, por ex., do marido que, sem ter o conhecimento do fato, contrai matrimônio
com mulher já deflorada.(Código Civil, art. 219, IV).

Erro acidental: Em tese, não é capaz de viciar o consentimento do sujeito, pois recai apenas sobre
qualidades acessórias do objeto da relação (error in qualitate), bem como sobre sua medida, peso ou
quantidade (error in quantitate), desde que não importe em prejuízo real ao individuo. Por ex., uma
pessoa que compra um automóvel e posteriormente descobre que o porta-malas é 5 cm2 menor do que
pensava.

Já o erro de direito ou error juris é aquele que diz respeito à norma jurídica disciplinadora do
negócio. Não se confunde, contudo, com a ignorantia legis, uma vez que esta é o desconhecimento
completo da existência da lei, sendo o erro de direito seu conhecimento equivocado, apesar do Código
Civil equiparar essas duas noções.

Dolo
A noção que teremos de dolo é diversa daquela empregada pelo direito penal, pois este o restringe
apenas à vontade livre e consciente de praticar um crime.Dolo civil é todo ato malicioso ou
fraudulento empregado por uma das partes ou por terceiro com o objetivo de ludibriar o outro
contratante para que este manifeste seu consentimento de maneira prejudicial a sua vontade livre ou ao
seu patrimônio, pois este consentimento seria declarado de forma diferente ou sequer teria existido
caso não fosse utilizado tal artifício astucioso.

Existem diversos tipos de dolo, sendo o dolus bonus e o dolus malus os que mais nos interessam.
Dolus bonus: É aquele freqüentemente empregado no comércio informal e até mesmo no formal.
Consiste em exageros nas vantagens e boas qualidades da mercadoria oferecida pelo comerciante.

Dolus malus: É o dolo que prejudica efetivamente a vítima, capaz de viciar sua vontade, tornando o
negócio anulável. E um artifício fraudulento que consegue enganar até mesmo as pessoas mais
cautelosas e instruídas.

Coação
Entende-se como coação capaz de viciar o consentimento todo fator externo capaz de influenciar,
mediante força física ou grave ameaça, a vítima a realizar negócio jurídico que sua vontade interna não
deseja efetuar.

Vícios Sociais

Simulação:
Negócio simulado é aquele forjado pelas partes e que na verdade não existe, com o objetivo de
prejudicar terceiros. São atos praticados sempre com a cumplicidade de outrem, ou seja, são bilaterais.
Podem apresentar uma declaração de vontade intencionalmente discrepante da vontade real ou um
consentimento externo em harmonia com a vontade interna, mas que de qualquer modo está em
detrimento com a ordem jurídica.

Fraude contra credores:


A fraude contra credores é um ato praticado pelo devedor, com ou sem a cumplicidade de outrem, com
o objetivo de desfazer o seu patrimônio para impossibilitar o pagamento de suas dívidas, prejudicando,
portanto, os credores. Pode decorrer de uma simulação ou da realização de um negócio de fato
existente, porém anulável, segundo o art. 147, II, CCB.

Atos Ilícitos

São atos que vão de encontro com o ordenamento jurídico, lesando o direito subjetivo de alguém.

Para que se configure o ato ilícito é mister que haja um dano moral ou material à vítima, uma conduta
culposa (dolo ou culpa “stricto sensu”) por parte do autor e um nexo causal entre o dano configurado e
a conduta ilícita.

Ilícito civil gera uma obrigação indenizatória pelos danos efetivos e, em alguns casos, pelo que a
vítima deixou de lucrar com o dano provocado.

Tal obrigação decorre da responsabilidade civil, que é a possibilidade jurídica que determinada pessoa
tem de responder pelos seus atos, sejam eles lícitos ou não. A responsabilidade pode ser direta
(responder pelos próprios atos) ou indireta (responder por atos de terceiros).

O Ato Jurídico Inexistente não constitui um ato propriamente dito, de vez que a própria
expressão ato inexistente constitui uma contradictio in adiectio.

Ato Jurídico Nulo, Ato desprovido de requisitos substanciais ou que fere a norma jurídica, sendo
inquinado de ineficácia absoluta. O Código Civil exige, no art. 82, para a validade do ato jurídico,
agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei.

Ato Jurídico Anulável ato praticável em desatendimento a formalidades legais, e que, embora
ratificável, pode ser anulado por quem tenha interesse na sua ineficácia. Determina o Código Civil
“Art. 147. anulável o ato Jurídico, por incapacidade relativa do agente (art. 6º); por vício resultante
de erro, dolo, coação, simulação, ou fraude (arts. 86 a 113). Art. 148. O ato anulável pode ser
ratificado pelas partes, salvo direito de terceiro. A ratificação retroage à data do ato”. O art. 152
estabelece: “As nulidades do art. 147 não tem efeito antes de julgadas por sentença, nem se
pronunciam de ofício. Só os interessados as podem alegar, e aproveitam exclusivamente aos que as
alegarem, salvo o caso de solidariedade, ou indivisibilidade”.

Ato-Condição é necessário para que a lei possa ser aplicada. Pressupõem um imperativo hipotético,
cuja concretização depende da realização de certos atos voluntários ou, mesmo, fatos. Ato-condições
não se confunde com o ato jurídico em sentido restrito porque no ato-condição o efeito jurídico,
produzido pela aplicação de uma situação jurídica criada, ao passo que no ato Jurídico em sentido
estrito, à vontade daquele que pratica o ato que produz o efeito jurídico.

Negócios Jurídicos

O negócio jurídico é todo ato decorrente de uma vontade auto regulada, onde uma ou mais pessoas se
obrigam a efetuar determinada prestação jurídica colimando a consecução de determinado objetivo.
Como em todo ato jurídico, os efeitos do negócio jurídico são previamente instituídos pelas normas de
direito, porém, os meios para a realização destes efeitos estão sujeitos à livre negociação das partes
interessadas, que estabelecem as cláusulas negociais de acordo com suas conveniências, claro que sem
ultrajar Os limites legais.

O negócio jurídico mais comum é o contrato, apesar de existirem outros tipos de atos negociais, como
o testamento, por exemplo.

A classificação mais comum dos negócios jurídicos é a seguinte:

Negócios receptícios e não receptícios: o negócio jurídico receptício é aquele em que a manifestação
da vontade de uma parte deve estar em consonância com a outra parte para que o negócio se constitua
e produza efeitos. Há a necessidade de duas vontades dirigidas em sentidos opostos, ou seja, à vontade
de uma parte deve ser direcionada à outra parte, que, por sua vez, deve recebe-la e manifestar suas
intenções ao outro interessado, produzindo então o acordo de vontades.

Já os negócios não receptícios são aqueles que se realizam com uma simples manifestação unilateral
de vontade, não havendo a necessidade de seu direcionamento a uma pessoa especifica para que se
plenifique e produza efeitos.

Negócios “inter vivos” e “mortis causa”: Os negócios


“inter vivos” são aqueles que se realizam e se aperfeiçoam enquanto as partes estão vivas.

“Mortis causa” são aqueles cujos efeitos só são produzidos com o advento da morte de uma das partes.
E o caso dos testamentos ou dos contratos de seguro de vida.

Negócios onerosos e gratuitos: Negócio jurídico oneroso é aquele em que as partes acordam uma
prestação e uma contra prestação pecuniária, produzindo, para ambas, vantagens e encargos.

O negócio gratuito ou gracioso caracteriza-se pela presença de vantagens para somente uma das partes,
enquanto que para a outra há somente encargos.

Negócios solenes e não solenes: Solenes são aqueles que, por sua própria natureza ou por disposição
legal, exigem o cumprimento de determinadas formalidades para que se configurem perfeitos.

Não solenes são aqueles que não exigem tais formalidades para se constituírem, apesar de, geralmente,
apresentarem forma apenas a título de prova de sua existência.

Estrutura dos Negócios Jurídicos


Consentimento
Sabemos que a presença da vontade é característica básica na formação de qualquer ato jurídico.
Porém, mister se faz a manifestação livre e consciente desta vontade, para que esta possa funcionar de
maneira a expressar a verdadeira intenção do agente a respeito do negócio que está realizando. Caso
isto não ocorra, caracterizam-se os chamados vícios do consentimento, situações que apreciaremos
adiante.

Capacidade das partes


Se a vontade é pressuposto essencial para a existência dos atos jurídicos, conseqüentemente, a
possibilidade jurídica ou capacidade para manifestá-la também o será.

Dessa maneira, à vontade declarada por incapaz torna o negócio jurídico, a depender do grau da
incapacidade (absoluta ou relativa), nulo ou anulável. Sendo assim, o Código Civil assim determina
em seu art. 145: É nulo o ato jurídico: I. quando praticado por pessoa absolutamente incapaz;...”. E na
mesma linha de raciocínio, o art. 147 assim reza: “É anulável o ato jurídico: I. por incapacidade
relativa do agente;...”.

Isso não significa que os incapazes não podem figurar como sujeitos de uma relação jurídica negocial.
Participam indiretamente de tais relações através de seus representantes legais, no caso dos
absolutamente incapazes, ou de um assistente, quando se trata dos relativamente incapazes. Dessa
forma, a representação é a forma de suprimento da incapacidade absoluta, sendo a assistência a
maneira adotada pelo direito para a proteção dos relativamente incapazes.

Há casos, entretanto, em que a capacidade ordinária ou geral a qual se referem os arts. 5º e 6º do


Código Civil não é suficiente para conferir a possibilidade jurídica para uma pessoa manifestar
validamente seu consentimento. Nestas situações, estamos na seara da chamada capacidade especial,
que é exigida ao indivíduo devido à sua posição em relação ao objeto do ato negocial, ou devido a
determinadas circunstâncias relativas à própria situação da pessoa.

Liceidade do objeto
Para que o negócio jurídico possa realizar-se de forma perfeita e eficaz, o direito, além de exigir a
presença do consentimento e a capacidade das partes, pressupõe que a relação jurídica gire entorno de
um objeto lícito, ou seja, tolerado pelo ordenamento jurídico e pelos bons costumes. De maneira que a
presença de objeto ilícito é causa incontestável de anulação do negócio, conforme dita o art. 145, II, do
Código Civil.

Idoneidade do objeto
Ainda nas considerações sobre o objeto da relação negocial, temos que, além de lícito, deve ser ele
idôneo, ou seja, passível de figurar como centro de uma relação jurídica. Assim, o objeto cuja
prestação for impossível de ser realizada tanto pelo devedor quanto por qualquer outra pessoa normal
gera a nulidade do ato ao qual pertence.

Forma
À vontade, para que possa dar eficácia ao negócio jurídico colimado pelas partes, deve ser manifestada
através de um meio determinado pela norma jurídica ou pelos próprios interessados. São solenidades
ou ritos que devem ser seguidos para que a vontade deixe o âmbito subjetivo e passe a existir no
mundo exterior ao individuo, gerando então efeitos jurídicos.

O nosso direito adota o princípio da forma livre para a validade das emissões volitivas na seara
negocial, conforme podemos apreender do art. 129 do Código Civil. Porém, esse mesmo artigo põe a
salvo os negócios cuja forma é previamente determinada pela lei, não se admitindo para a validade
destes atos qualquer outro tipo de meio para a exteriorização da vontade senão aquele imposta pela
norma legal. Dessa maneira, a regra é que os negócios jurídicos reputam-se válidos mediante qualquer
instrumento de manifestação volitiva, e a exceção que determinado ato só serão considerados
existentes caso observem a forma especial a eles determinada pela norma jurídica.
Como já pudemos observar, a forma nos negócios jurídicos pode ser determinada pela lei ou pelos
próprios interessados de maneira autônoma. No primeiro caso, estamos no campo dos negócios
solenes, ou seja, aqueles que exigem o cumprimento de determinadas solenidades para sua
configuração jurídica.

Elementos Acidentais Ou Modalidades

Condição
Segundo a art. 114 do Código Civil “considera-se condição a cláusula, que subordina o efeito do ato
jurídico a evento futuro e incerto”.

O legislador não poderia ser mais claro ao definir a condição, que, ao incidir sobre a eficácia
(capacidade de produzir consequências de direito) do negócio jurídico, deixa seus efeitos dependentes
de um acontecimento futuro que pode ou não se realizar.

Para que haja condição, o acontecimento, além de futuro e incerto, deve ser possível física e
juridicamente. A impossibilidade física da realização de determinado acontecimento gera a
invalidação da condição, porém, mantém o negócio ileso, devendo ignorar a existência da cláusula
condicional impossível, para que possa produzir efeitos desde sua formação.

Os principais tipos de condição admitidos em nosso direito são a condição suspensiva e a condição
resolutiva.

Segundo o art. 118 do Código Civil, “subordinando-se a eficácia do ato à condição suspensiva,
enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa”.

Dessa maneira, a condição resolutiva é o contrário da suspensiva, uma vez que esta última, ao se
observar o fato condicionante, permite que o ato passe a produzir seus efeitos normais, enquanto que a
primeira, quando se dá o acontecimento previsto por ela, cessa todos os efeitos que o negócio já
produzia desde sua formação.

Termo
Termo é todo evento futuro e certo ao qual ficam subordinados os efeitos decorrentes do negócio
jurídico. Aliás, a diferença básica entre termo e condição é justamente a certeza do acontecimento
futuro que, no caso do termo, deve existir necessariamente.

Nos negócios a termo é comum o aparecimento de um termo inicial, que corresponde ao dia em que o
negócio começará a produzir seus efeitos ordinários. Possui, portanto, características suspensivas, pois
deixa os efeitos do ato suspensos até a chegada da data acordada pelas partes. Contudo, o termo inicial
não corresponde ao dia em que os direitos das partes serão adquiridos, e sim, ao marco inicial para a
possibilidade do exercício destes direitos, estes existindo desde a formação do ato. E o que
encontramos disciplinado no art. 123 do Código Civil.

Também é comum o advento do chamado termo final, que nada mais é do que o dia marcado pelas
partes para o rompimento dos efeitos jurídicos do negócio, possuindo, com efeito, características
resolutivas.

Prazo é o lapso de tempo existente entre o termo inicial e o final. Assim, quando alguém compra um
automóvel e divide o pagamento em prestações, o termo inicial corresponderá ao dia acordado para o
pagamento da primeira prestação e o termo final à data para a efetuação da última parcela, sendo o
prazo o tempo que decorrer entre a primeira prestação e a última.

Modo ou Encargo
Modo é a determinação acidental que, quando aparece no negócio, restringe o direito ou as vantagens
auferidas por uma das partes, na medida que institui uma ou mais obrigações ao adquirente do direito,
em favor da outra parte, de terceiros ou de uma generalidade de pessoas. Geralmente aparecem nos
chamados negócios graciosos como a doação e o testamento ou legado. Apresenta-se sob a forma de
um compromisso ou uma prestação imposta à parte beneficiada pelo negócio e que deve ser
observada, sob pena do desfazimento do ato.

O modo, entretanto, é diferente da condição, na medida em que esta suspende a aquisição do direito
até que se realize determinado evento (condição suspensiva), porém, ao ser adquirido, o direito torna-
se pleno. Ao passo que, ao contrário da condição, o encargo permite a aquisição do direito desde a
formação do ato, porém restringindo-o a uma determinada obrigação que deve ser observada pelo
adquirente.

Negócio Jurídico. Em que pese o fato de considerável parte da doutrina civilista confundir as
expressões ato jurídico e negócio jurídico, modernamente uma nova concepção, de caráter dualista,
ressalta sensíveis diferenças entre estas duas figuras.

Relações Jurídicas (definição, espécie, nascimento e extinção).

Relações Jurídica, desde seu nascimento até a morte, o homem se acha envolvido em imensa teia de
relações sociais, muitas das quais a lhe imporem direitos e deveres.

Quando, numa relação jurídica, os direitos e deveres das partes são recíprocos, tal relação chama-se
complexa; quando apenas uma das partes tem direito, e a outras obrigações, a relação chama-se
simples. Por outro lado, se num dos pólos da relação jurídica acha-se o Estado, dotado de seu poder de
império, haver relação jurídica de direito público.

Classificação das Obrigações quanto ao objeto (de dar, de fazer e de não-fazer).

Em se adotando a classificação das obrigações prevista no Código Civil, temos o seguinte quadro,
quanto ao objeto e quanto ao sujeito.

Quanto ao objeto subdividem-se em: positivas, que são as de dar e as de fazer; negativas, que são
as de não fazer (arts. 882 e 883); alternativas; divisíveis; indivisíveis. Quanto ao sujeito, as
obrigações classificam-se em: individuais; solidárias.

A Obrigação Positiva de dar é aquela cujas prestações consiste na entrega de uma coisa móvel ou
imóvel, seja para constituir um direito real, seja somente para facultar o uso, ou ainda, a simples
detenção, seja, finalmente, para restituí-la ao seu dono. Tal definição compreende duas espécies de
obrigações: a de dar, propriamente dita, e a de restituir. O devedor não se desobriga, nesta relação
jurídica, oferecendo outra coisa, ainda que mais valiosa. Se a coisa a dar é certa, nela se compreendem
os seus acessórios, ainda que se achem, no momento, dela separados, salvo se, na convenção, o
devedor foi eximido desse encargo. A obrigação positiva de dar pode estar fundada em coisa certa ou
em coisa incerta. Na obrigação de dar coisa certa, o credor não está obrigado a receber outra coisa,
mesmo que seja mais valiosa. O devedor entregar ou restituir o bem ao credor, sem que se permita
qualquer modificação no objeto da prestação.

No tocante a obrigação positiva de fazer (arts. 878 a 881), o devedor obriga-se a criar algo novo, que
não existia no mundo real, transcendendo a simples entrega ou restituição do bem.

Compromete-se, então, a prestar uma atividade qualquer, lícita e vantajosa, ao seu credor, por
exemplo, escrever um livro sob encomenda da editora, ministrar aulas particulares. As obrigações de
fazer são, muitas vezes, resolvidas em prestações de trabalho por parte do devedor, como acontece nas
locações de obras; porém, muitas outras vezes, consistirão num ato ou fato, para cujas execuções se
não exige um desenvolvimento de força física ou intelectual. Quando alguém promete prestar uma
fiança, a essência do ato, objeto da prestação, não consiste no significante dispêndio de esforço, que a
prestação da fiança possa exigir, mas sim na necessidade de concluir a operação jurídica, a que se vem
ligar, de um lado, os riscos, e do outro, as vantagens do crédito fornecido ““.
Referentemente à obrigação negativa ou de não fazer (arts. 882 e 883), consiste, simplesmente, na
omissão ou abstenção obrigatória da prática de um ato.

Entretanto, se o devedor pratica livremente o ato a que se obrigara a não praticar, infringe o art. 883
do CC, podendo o credor exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o
culpado perdas e danos. Quanto à obrigação alternativa, a própria denominação o indica, é aquela que
tem natureza composta ou complexa, apresentando-se com vários objetos, dos quais o devedor
escolher um, se o contrário não se estipular.

Podem as partes, contudo, contratar que a escolha seja feita pelo credor ou por terceiro escolhido por
elas. No que tange às obrigações divisíveis, são aquelas que ensejam cumprimentos parciais. A
importância desta espécie de obrigação avulta quando se trata de vários credores e devedores para uma
só obrigação; em tal caso, cada credor tem direito apenas a uma parte, podendo reclama-Ia
independentemente dos demais credores. Em contrapartida, cada devedor responde apenas por sua
cota.

Quanto às obrigações indivisíveis, somente pode ser cumprida em sua integralidade. Havendo vários
credores na obrigação indivisível, qualquer deles pode cobrar a dívida toda; porém, recebendo
prestação, fica devedor junto aos demais credores pela cota-parte de cada um. O devedor, por sua vez,
desobriga-se por inteiro pagando a todos conjuntamente ou a um credor apenas, desde que dá caução
de ratificação dos demais. No que se refere à obrigação solidária, pode ser conceituada como a espécie
de obrigação em que há vários credores ou vários devedores, mantendo entre si uma solidariedade
jurídica quanto ao crédito ou débito. A solidariedade pode ser ativa, quando pertinente aos credores, e
passiva, quando referente aos devedores.

Determina o Código Civil no art. 896, parágrafo único, que há solidariedade quando na mesma
obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado a
divida toda. Não há solidariedade, pois esta não se compadece com o fracionamento do objeto.

Extinção das obrigações sem pagamento (novação, compensação, transação, confusão, compromisso e
remissão).

Novação do latim novare, inovar. Constituição de uma nova obrigação, em substituição à anterior, que
se extingue. E a extinção de uma dívida anterior pela criação de uma nova obrigação. Código Civil:
arts. 999 a 1.008.

É a forma de extinção da obrigação mediante a substituição de uma divida por outra. Opera-se pela
mudança do credor (art. 999, III, do Código civil), pela mudança do devedor (art. 999, II do Código
Civil), como, por igual, pela troca do objeto ou da causa da obrigação (art. 999, I, do mesmo Código).

Sua prova demonstra-se pela constituição válida da nova obrigação que substitui a anterior. Diante de
uma nova obrigação assim constituída após a penhora, a questão é passível de exame em sede de
embargos.

Compensação do latim, compensatio. Equilibrar, contrabalançar. Modo de extinção de obrigações


recíprocas. Quando duas pessoas são, simultaneamente, credoras e devedoras entre si, as obrigações
respectivas se compensam. Pode ser legal ou voluntária, conforme determinada em lei ou resultante da
vontade das partes. Somente se aplica a dívidas líquidas, que representem dinheiro ou coisas fungíveis.
Código Civil: arts. 1.009 a 1.024.

Transação do latim transigere, transigir, ceder, condescender, contemporizar, chegar a acordo.


In/transigente, aquele que não transige ou não cede. Ato jurídico pelo qual as partes (transigentes)
extinguem obrigações litigiosas mediante concessões mútuas. O Código Civil disciplina a transação
nos arts. 1.025 a 1.036, assim dispondo os arts. 1.025, 1.026, 1.027, 1.028, 1.029, 1.030, 1.033 e
1.035: “Art. 1.025. É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem o litígio mediante concessões
mútuas. Art. 1.026. Sendo nula qualquer das cláusulas da transação, nula será esta. Parágrafo único.
Quando a transação versar sobre diversos direitos contestados e não prevalecer em relação a um, fica,
não obstante, válida relativamente aos outros. Art. 1.027. A transação interpreta-se restritivamente. Por
ela não se transmitem, apenas se declaram ou reconhecem direitos. Art. 1.028. Se a transação recair
sobre direitos contestados em juízo, far-se-á”:

É também outra forma de extinção da obrigação. Nela, as partes previnem ou extinguem litígio por
meio de recíprocas concessões (art. 1.025 do Código Civil). A transação pode ser judicial e
extrajudicial: a primeira resulta de pendência processual que põe fim ao litígio, extinguindo, pois, o
processo com julgamento de mérito (art. 269, III, do CPC), mediante termo nos autos e homologado
pelo juiz; a segunda dá-se fora dos autos e “tanto pode ter a finalidade de evitar a demanda, como a ela
por termo”.

Por termo nos autos, assinado pelos transigentes e homologado pelo juiz; II - Por escritura pública,
nas obrigações em que a lei o exige, ou particular, nas em que ela o admite. Art. 1.029. Não havendo
ainda litígio, a transação realizar-se por aquele dos modos indicados no artigo antecedente, II, que no
caso couber. Art. 1.030. A transação produz entre as partes o efeito de coisa julgada, esse rescinde por
dolo, violência ou erro essencial quanto à pessoa ou coisa controversa. Art. 1.033. A transação
concernente a obrigações resultantes de delito não perime a ação penal da justiça pública. Art. 1.035.
Só quanto a direitos patrimoniais de caráter privado se permite a transação.

Confusão do latim confusione, fusão, mistura. Modo de extinção de obrigações consistente na


reunião, numa única pessoa, das qualidades de credor e de devedor. Tal conceito encontra apoio no
próprio Código Civil, art. 1.049: “Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se
confundam as qualidades de credor e devedor”.

Compromisso, geralmente aparece nos chamados negócios graciosos como a doação e o testamento
ou legado. Apresenta-se sob a forma de um compromisso ou uma prestação imposta à parte
beneficiada pelo negócio e que deve ser observada, sob pena do desfazimento do ato. Portanto, um dos
efeitos do aparecimento de uma cláusula modal num negócio gracioso é justamente a sua
compulsoriedade. Sendo assim, quando se trata de doações, o art. 1180 do Código Civil institui que
“o donatário é obrigado a cumprir os encargos da doação, caso forem a benefício do doador, de
terceiro, ou do interesse geral”.

O modo, entretanto, é diferente da condição, na medida em que esta suspende a aquisição do direito
até que se realize determinado evento (condição suspensiva), porém, ao ser adquirido, o direito torna-
se pleno. Ao passo que, ao contrário da condição, o encargo permite a aquisição do direito desde a
formação do ato, porém restringindo-o a uma determinada obrigação que deve ser observada pelo
adquirente.

Remissão, renúncia, liberação, perdão. Trata-se de ação de desobrigar, feita espontaneamente, sem
condição de espécie alguma. Remitir, perdoar incondicionalmente. As palavras remissão e aceptilação
têm o mesmo significado, qual seja, o de perdão da dívida. No direito, a causa de extinção de
obrigações e não se confunde com remissão. Código Civil: arts. 1.053 a 1.055.

O termo remissão, que na linguagem jurídica tem o significado de extinção da obrigação pelo perdão
dado pelo credor, seja por ato unilateral, verdadeira renúncia a direito, seja por ato de liberalidade a
pedido do devedor.
A estabilidade e imutabilidade que se pretende alcançar com a coisa julgada pode atingir somente a
sentença –
como ato processual – ou, além dela, seu conteúdo. Diz-se coisa julgada formal em referência à
imutabilidade da sentença (entendida aqui em sentido amplo como decisão irrecorrível, englobando,
naturalmente, os acórdãos) como ato jurídico processual. Ou seja, o impedimento de impugnar a decisão
proferida por via de qualquer recurso. Quando estiverem esgotados todos os recursos previstos na
lei processual, ou porque já utilizados, ou porque decorrido o prazo para sua interposição, ocorrerá a coisa
julgada formal, que é justamente a imutabilidade da decisão, no processo, por já esgotados os meios
jurídicos para sua impugnação. Trata-se, em verdade, de instituto técnico-processual que não
causa efeitos para além do campo do processo e que, por sua vez, produz uma estabilidade apenas relativa.
Ou seja, uma vez exauridos os recursos cabíveis para impugnar a sentença proferida, a decisão torna-se
inalterável na mesma relação processual que a originou, não havendo óbices à rediscussão da
controvérsia, desde que esta figure como objeto de outro processo, distinto daquele em que se formou a
coisa julgada formal.
É o processo, na realidade, que deixa de existir e sofre as conseqüências produzidas pela coisa julgada
formal, não a controvérsia que o originou. Daí a compreensão de que os efeitos da coisa julgada formal
não são exteriores à esfera processual. Para que os efeitos da imutabilidade e da estabilidade
extrapolem os limites técnico-processuais, atingindo a controvérsia como objeto, faz-se necessário que
estes alcancem primeiramente a relação jurídica de onde provém a decisão. Portanto, conclui-se que a
coisa julgada formal é pressuposto da coisa julgada material, na medida em que seja necessário que a
decisão se torne imutável antes na relação processual que a originou para que, em conseqüência, possa
ocorrer a imutabilidade em face de outros - tanto novos julgados, como também possíveis terceiros sobre
os quais também repercutam a imutabilidade da coisa julgada. O art. 467 do Código de Processo
Civil define a coisa julgada como “a eficácia<1> que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais
cabendo recurso ordinário ou extraordinário”. Complementado pelo art. 468 do mesmo diploma legal que
diz que “a sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da lide e das
questões decididas” alcança-se a compreensão de que toda sentença é apta a receber os efeitos da coisa
julgada formal, inclusive as oriundas de procedimento de jurisdição voluntária, não ocorrendo, porém, o
mesmo com os efeitos da coisa julgada material, que só poderão recair sobre decisões de mérito.

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