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MONTAGEM E ALINHAMENTO

DE MÁQUINAS
MONTAGEM E ALINHAMENTO
DE MÁQUINAS
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente

Diretoria-Geral do Sistema FIRJAN


Augusto Cesar Franco de Alencar
Diretor

Diretoria Regional do SENAI-RJ


Roterdam Pinto Salomão
Diretor

Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora
MONTAGEM E ALINHAMENTO
DE MÁQUINAS

Rio de Janeiro
2008
Montagem e alinhamento de máquinas
1ª. ed. 2003; 2ª. ed. 2008.
SENAI-Rio de Janeiro
Diretoria de Educação

Gerência de Educação Profissional Luis Roberto Arruda


Gerência de Produto Darci Pereira Garios

Ficha Técnica
Produção Editorial Vera Regina Costa Abreu
Coordenação Alda Maria da Glória Lessa Bastos
Revisão Técnica Ézio Zerbone
Revisão Editorial Raquel Soares Correa
Colaboração Antonio Carlos Cezar de Carvalho
Projeto Gráfico Artae Design & Criação
Editoração Conexão Gravatá Ltda.

Edição revista da apostila Montagem e alinhamento de


máquinas do convênio SENAI-RJ /MICHELIN, 2001.

SENAI - Rio de Janeiro


GEP - Gerência de Educação Profissional
Rua Mariz e Barros, 678 - Tijuca
20270-903 - Rio de Janeiro - RJ
Tel: (21) 2587-1323
Fax: (21) 2254-2884
http://www.rj.senai.org.br
Sumário
APRESENTAÇÃO................................................... 11

UMA PALAVRA INICIAL ........................................ 13

ALINHAMENTO DE MÁQUINAS............................... 17
1 Montagem de estruturas .......................................................... 19
• Folha de instruções .......................................................................... 19
• Praticando ...................................................................................... 24
• Conceito de alinhamento .................................................................. 25
• Alinhamento de máquinas ................................................................. 26
• Alinhamento de eixos ....................................................................... 27
• Praticando ...................................................................................... 31
• Classificação de alinhamento na mecânica .......................................... 32
• Requisitos necessários para alinhar ou conferir alinhamentos ................ 33
• Praticando ...................................................................................... 58
• Recursos para manter o alinhamento ................................................. 62
• Serviços de manutenção no alinhamento ............................................ 62

2 REGULAGEM DE MÁQUINAS .................................. 69


Regulagem de máquinas ........................................................... 71
• Seqüência para obter um paralelismo ................................................ 74
• Normas internas .............................................................................. 75
• Materialização dos eixos X e Y ........................................................... 76
• Montagem do teodolito ..................................................................... 77
• Teodolito e prisma autocolimador ...................................................... 80
• Verificação geométria de uma fresadora ............................................. 83
• Ajuste do subconjunto forma rolo/rolo raspador .................................. 84
• Verificação de concentricidade de tambor ........................................... 85
• Praticando ...................................................................................... 88
• Máquinas de ajuste fino .................................................................... 90
• Praticando ...................................................................................... 92
Prezado aluno,
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse
momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação profissional do país:
o SENAI. Há mais de 60 anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o
desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira e da formação profissional de jovens e
adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar
com uma visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio
do conteúdo técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia,
proatividade, capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas
de mudanças no processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis
flexíveis e polivalentes, assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o
comprometimento com os resultados.
Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias exigirá
de você a atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando a necessidade
de uma formação consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos
essenciais à auto-aprendizagem.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação
se organizem de forma flexível e ágil, motivos esses que levaram o SENAI a criar uma estrutura
educacional com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo
uma formação flexível e modularizada.
Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade
à sua educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária ao seu
desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação
dessa escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.
Mais do que formar um profissional, estamos buscando formar cidadãos.
Seja bem-vindo!

Andréa Marinho de Souza Franco


Diretora de Educação
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Montagem e Alinhamento de Máquinas - Apresentação

Apresentação

A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização constante.
Mesmo as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos, trazendo
desafios renovados a cada dia, e tendo como conseqüência para a educação a necessidade de
encontrar novas e rápidas respostas.
Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem
atualização constante durante toda a sua vida – e os docentes e alunos do SENAI-RJ incluem-se
nessas novas demandas sociais.
É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação
profissional, as condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e
aprender, favorecendo o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros
aspectos, ampliando suas possibilidades de atuar com autonomia, de forma competente.
O curso Montagem e alinhamento de máquinas foi especialmente organizado para os
trabalhadores de manutenção, na área da mecânica, que desejam dar continuidade aos estudos
para aperfeiçoar conhecimentos e, em conseqüência, tornar sua prática profissional mais
eficiente e capaz de atender às exigências do mercado de trabalho.
Durante seus estudos, você terá o apoio constante do docente e também deste material
didático. Nele se encontram os conteúdos a serem trabalhados na sala de aula e nas oficinas,
além de variados exercícios. Sua principal finalidade é facilitar a aprendizagem e o alcance do
objetivo previsto, ou seja, fazer o alinhamento e a regulagem de máquinas, usando com precisão
as técnicas indicadas.
Desejamos para você êxito nessa jornada de estudo e sucesso na vida profissional.

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12 SENAI-RJ
Montagem e Alinhamento de Máquinas - Uma palavra inicial

Uma palavra inicial

Meio ambiente...
Saúde e segurança no trabalho...
O que é que nós temos a ver com isso?
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a
relação entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no
trabalho.
As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e serviços
necessários, e dão acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas necessidades, precisam
usar recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqüentemente
decorrem do tipo de indústria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de como
produz.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos
sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de
volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir
bens, altera-se o equilíbrio dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos
naturais que não são renováveis ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade
da extração, superior à capacidade da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de
curto e longo prazos, para diminuir os impactos que o processo produtivo causa na natureza.
Além disso, as indústrias precisam se preocupar com a recomposição da paisagem e ter em
mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que vive ao redor dessas indústrias.
Com o crescimento da industrialização e a sua concentração em determinadas áreas, o
problema da poluição aumentou e se intensificou. A questão da poluição do ar e da água é
bastante complexa, pois as emissões poluentes se espalham de um ponto fixo para uma grande
região, dependendo dos ventos, do curso da água e das demais condições ambientais, tornando
difícil localizar, com precisão, a origem do problema. No entanto, é importante repetir que,
quando as indústrias depositam no solo os resíduos, quando lançam efluentes sem tratamento
em rios, lagoas e demais corpos hídricos, causam danos ao meio ambiente.

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Montagem e Alinhamento de Máquinas - Uma palavra inicial

O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a


falha básica de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas
através de processos de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos.
Fabricam-se produtos de utilidade limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos
aterros. Produzir, consumir e dispensar bens desta forma, obviamente, não é sustentável.
Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”)
são absorvidos e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias
não tem aproveitamento para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser
fatal. O meio ambiente pode absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma
forma que a Terra possui uma capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua
capacidade de receber resíduos também é restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente
não existe.
Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que
considerem a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se
devem adotar práticas que incluam tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o
uso de matérias-primas e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.
Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de
recursos é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade,
possibilidade de conserto e vida útil dos produtos.
As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição, como também buscar novas
formas de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir a poluição, o lixo, o uso de matérias-
primas. Reciclar e conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.
É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios
diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o
público, as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais
desejáveis e trabalhar com elas.
Infelizmente, tanto os indivíduos quanto as instituições só mudarão as suas práticas quando
acreditarem que seu novo comportamento lhes trará benefícios — sejam estes financeiros,
para sua reputação ou para sua segurança.
A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de
pessoas bem informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que
melhorem a capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de
forma sustentável.
Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana
provocados pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos
produtivos alguns riscos à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho
é uma questão que preocupa os empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências
acabam afetando a todos.

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Montagem e Alinhamento de Máquinas - Uma palavra inicial

De um lado, é necessário que os trabalhadores adotem um comportamento seguro no


trabalho, usando os equipamentos de proteção individual e coletiva, de outro, cabe aos
empregadores prover a empresa com esses equipamentos, orientar quanto ao seu uso, fiscalizar
as condições da cadeia produtiva e a adequação dos equipamentos de proteção.
A redução do número de acidentes só será possível à medida que cada um – trabalhador,
patrão e governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar
a segurança de todos.
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e,
portanto, é necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o
meio ambiente, sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores,
propondo alternativas que possam levar à melhoria de condições de vida para todos.
Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países,
empresas e indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm
desenvolvendo ações que contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde.
Mas, isso ainda não é suficiente... faz-se necessário ampliar tais ações, e a educação é um
valioso recurso que pode e deve ser usado em tal direção. Assim, iniciamos este material
conversando com você sobre o meio ambiente, saúde e segurança no trabalho, lembrando que,
no seu exercício profissional diário, você deve agir de forma harmoniosa com o ambiente,
zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho.
Tente responder à pergunta que inicia este texto: meio ambiente, saúde e segurança no
trabalho – o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é
responsável. Vamos fazer a nossa parte?

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Alinhamento de
máquinas
Nesta seção...

Montagem de estruturas

1
18 SENAI-RJ
Montagem e Alinhamento de Máquinas - Alinhamento de Máquinas

Montagem de estruturas

A montagem de estruturas de máquinas compreende tanto a montagem da máquina


propriamente dita, quanto a montagem do conjunto, no local de utilização desta máquina. A
seguir estudaremos apenas a montagem do conjunto da máquina no local de utilização, através
de exemplos práticos que retratam as experiências do nosso dia a dia na indústria.

Folha de instruções
Vamos analisar o exemplo que segue.

Folha de instruções
Idealizada pelo setor de estudo de projetos, visando um pedido de modificação de estrutura
de um posto.
Conjunto (exemplo: Enrolagem Posto BI-MS380).

Objetivo
Indicar qual o objetivo a que se destina a modificação proposta.
Exemplo: substituir a motorização pneumática da enrolagem do intercalar no posto BI-
MS380 por motor redutor elétrico RF30....(código pdr....)

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Montagem e Alinhamento de Máquinas - Alinhamento de Máquinas

I - Peças a fabricar
1ª opção:

A quantidade indicada é para uma máquina.

Quantidade Posição Desenho Observação


01 J1 2/107-295-OBE
01 J2 4/107-296-OBE
03 D57 3/323-867-O PDR A36763-9*
01 D59 3/323-867-O

1. A peça D57 pode ser adquirida por compra (do fabricante N ou externa), ou ser
retirada do armazém PDR (neste caso, é preciso fazer previsão do consumo
antecipadamente).
2. A peça D59 poderá ser fabricada a partir do código PDR A367 49-0. Neste caso,
é preciso retirar a peça do armazém e enviar ao fabricante (N ou externo).

2ª opção:

Fabricar todas as peças listadas nas folhas 3/7 e 4/7, da nomenclatura 5/107- 0302-OBE.

As peças que possuem código PDR poderão ser adquiridas tanto por compra
externa como por requisição de reserva do armazém J (neste caso, é imperativo
antecipar a requisição).

II – Peças a recuperar e/ou modificar


• A peça A64 deverá ser recuperada conforme o desenho 2/302-0567-OBE –rev 7 (encontra-
se danificada na máquina).
• A peça B49 (fabricada originalmente conforme o desenho 3/BR323-0869-0) deverá ser
modificada de modo a se fabricar a peça F41 (desenho 2/107-0214-OBE). Esta etapa deverá
ser realizada durante a parada de máquina para a instalação do conjunto (fazer reserva
dos meios necessários de forma a não se causar transtorno na instalação).

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Montagem e Alinhamento de Máquinas - Alinhamento de Máquinas

1. Peça a recuperar é aquela que se encontra danificada e vai causar transtornos à


instalação.
2. Peça a modificar é aquela que será reaproveitada da existente e com modificação
(poderá se usar um PDR, se houver).
3. Quando a peça que se pensa recuperar não possa ser modificada durante a
instalação (por exemplo, por falta de tempo ou meios), a sua modificação deverá
ser antecipada com relação à instalação, e desde que não venha a causar uma
perda de produção; pois, caso contrário, deverá ser fabricada outra peça completa
e nova, ou se usar o PDR, se houver.
4. Toda peça a ser modificada deverá ter a indicação, dentro da folha de instrução,
de quando (isto é, antes ou durante a instalação) e se existe código PDR que
possibilite a antecipação da modificação.

III – Materiais comerciais necessários (JN e PDR)


1ª opção:

Quantidade Descrição Código


16 Paraf M8X25 055032-5

2ª opção:

Todos os materiais listados nas folhas 6/7 e 7/7 da nomenclatura 5/107-0302-OBE.

Estes materiais poderão ser adquiridos por compra externa ou por requisição do
armazém J (neste caso, fazer a previsão de consumo antecipadamente).

IV – Montagem e instalação mecânica


Montagem

É a operação de se formar subconjuntos e/ou conjuntos, de modo a facilitar a instalação no


local de utilização da modificação proposta.

SENAI-RJ 21
Montagem e Alinhamento de Máquinas - Alinhamento de Máquinas

Instalação

É a operação de implantação da modificação no local de utilização (na máquina, no posto, etc.).

Listar os detalhes de montagem

• O conjunto de basculamento deverá vir montado conforme indicado no desenho 0/107-


0347-OBE, e também testado de forma a ter livre movimento de subida e descida. Se
necessário, ajustar a usinagem do furo da peça A67 (desenho 3/107-121-OBE).
• A solda executada sobre a peça B37 (desenho 1/314-0019-OBE) deverá ser de maneira a
possibilitar um perfeito encaixe e assentamento da peça B17 (desenho 2/314-0049-OBE),
conforme indicado sobre o desenho 1/314-0011-OBE (montagem).
• A retitude da peça B71 (desenho 2/314-0040-OBE) deverá estar de forma a não impedir o
movimento da peça B74 (desenho 3/314-0043-OBE), conforme montagem indicada no
desenho 1/314-0011-OBE.
• É importante citar detalhes de ajustes e movimentos.
• Sempre citar o número do desenho.

Listar os detalhes de instalação

• A instalação deverá ser executada conforme indicado nos desenhos 1/314-0011-OBE,


0/314-0009-OBE e nomenclatura 5/314-0010-OBE.
• A cota de 518 mm indicada sobre o desenho 0/314-0009-OBE, para a fixação da peça B97,
deverá ser ajustada na instalação, de forma a não impedir o acesso do operador no posto,
e a possibilitar o maior grau de liberdade possível ao aprovisionador.
• O alinhamento das peças B53 (desenho 4/314-0047-OBE) e B54 (desenho 4/31-0048-OBE)
deverá ser ajustado de modo que a guiagem do carro não danifique o produto (ver desenho
1/314-0011-OBE).
• É importante citar todos os detalhes e atentar para o correto funcionamento da
modificação proposta.
• Sempre citar o número do desenho.

V - Montagem/instalação hidráulica e/ou pneumática


• Indicar os números dos desenhos e nomenclatura a consultar.
• Indicar os detalhes de ajustes a efetuar (regulagens de pressão, velocidade, etc.).

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Montagem e Alinhamento de Máquinas - Alinhamento de Máquinas

VI - Instalação elétrica
• Indicar os números dos esquemas a consultar.

VII - Anexos
• Listar todos os documentos anexos (números, desenhos, nomenclaturas, esquemas, etc.).
• Descrever a modificação efetuada e atualizar o dossier BE; fazer também a indicação do
número da modificação no rodapé da folha.

1. Para instalação, o técnico ou responsável do setor utilizador deverá fazer e


antecipar os contatos com o serviço N, bem como prever parada de máquina
para a realização.
2. O responsável técnico (do setor utilizador) pela instalação deverá informar a
data da implantação do conjunto ao BE.

Uma boa folha de instrução não pode ter nada subentendido, pois dá margem a
dupla interpretação e, conseqüentemente, possibilitando ao erro.

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Montagem e Alinhamento de Máquinas - Alinhamento de Máquinas

Praticando

A folha de instruções deve conter dados precisos, isto é, deve ser preenchida com bastante
objetividade. Por isso, é importante realizar os exercícios a seguir para iniciar o treinamento
nesse instrumento de trabalho.

1. Montar uma estrutura de máquina requer unicamente conhecimento do local em que se


fará a montagem.
( ) certo ( ) errado

2. Utilizando o exemplo prático de nossa indústria, indicar qual a melhor seqüência para
solicitação de uma modificação em uma máquina.
A - Peças a fabricar, peças a recuperar e/ou modificar, materiais comerciais, montagem e
instalação mecânica, montagem e instalação hidráulica e/ou pneumática, instalação
elétrica, anexos e descrição da modificação.
B - Montagem e instalação hidráulica e/ou pneumática, peças a fabricar, peças a recuperar,
materiais comerciais, montagem e instalação mecânica.
C - Montagem e instalação mecânica, materiais comerciais, montagem e instalação elétrica,
peças a fabricar, peças a recuperar e anexos.
D - Peças a fabricar, peças a recuperar e/ou modificar, materiais comerciais, montagem e
instalação mecânica, montagem e instalação hidráulica e/ou pneumática, instalação
elétrica, anexos e descrição da modificação.

3. Os detalhes que deverão ser observados para o correto funcionamento da modificação


proposta não devem ser citados no pedido de modificação.
( ) certo ( ) errado

4. Se uma peça que se pensa recuperar não pode ser modificada durante a instalação, a sua
modificação deverá ser feita antecipadamente em qualquer caso.
( ) certo ( ) errado

24 SENAI-RJ
Montagem e Alinhamento de Máquinas - Alinhamento de Máquinas

Conceito de alinhamento
Alinhar ou fazer alinhamento significa colocar, em uma única linha reta, três ou mais
pontos ou, então, dois ou mais segmentos de linha reta.

SENAI-RJ 25
Montagem e Alinhamento de Máquinas - Alinhamento de Máquinas

Alinhar, em linguagem técnica, significa deixar concêntricos (com a mesma linha de centro)
eixos, engrenagens, mancais e outras partes rotativas de equipamentos, tais como motores,
turbinas, geradores, redutores, etc., ou com linearidade entre as estruturas dos mesmos.

Alinhamento de máquinas
Todas as máquinas devem ser alinhadas com a finalidade de atender aos requisitos do
projeto.
O alinhamento malfeito pode reduzir a vida de um equipamento sensivelmente,
provocando vibrações, desgastes prematuros de mancais, fadiga em eixos, deformação em
estruturas, etc.

Exemplo:
Ao se fazer a montagem da base de um equipamento, se todos os apoios não estiverem
bem nivelados, esta base sofrerá tensões, na ocasião em que for apertada pelos parafusos
chumbadores, que, com o tempo, se tornarão deformações permanentes.

26 SENAI-RJ
Montagem e Alinhamento de Máquinas - Alinhamento de Máquinas

Alinhamento de eixos
O processo consiste em tirar medidas radial e axial nos flanges de acoplamentos, em 4 pontos
eqüidistantes, conforme figura a seguir.

2 4 2

3
3

Instruções para montagem de acoplamentos


do tipo Steelflex

ESQUEMA DE VERIFICAÇÃO DA FOLGA VERIFICAÇÃO DO MONTAGEM DA GRADE


MONTAGEM PARA E ALINHAMENTO ALINHAMENTO ELÁSTICA
USINAR FUROS NO ANGULAR PARALELO
TORNO
Ver tabela Ver tabela Não usar
martelo
Y
Ver tabela de ferro
para furos
mínimos e Folga
máximos

SENAI-RJ 27
Montagem e Alinhamento de Máquinas - Alinhamento de Máquinas

Dimensões (mm)

Tamanho Furo Furo Folga Alinhar dentro de


mínimo máximo
Mínima Normal Máxima XY P

3F - 27 1,6 3,2 4,0 0,13 0,13


4F - 33 1,6 3,2 4,8 0,13 0,13
5F - 38 1,6 3,2 4,8 0,13 0,13
6F - 46 1,6 3,2 4,8 0,13 0,13
7F - 56 1,6 3,2 4,8 0,13 0,13
8F - 67 1,6 3,2 6,3 0,25 0,25
9F - 71 1,6 3,2 6,3 0,25 0,25
10F - 83 1,6 4,8 9,5 0,25 0,25
11F - 91 1,6 4,8 9,5 0,25 0,25
12F - 98 1,6 4,8 9,5 0,30 0,30
13F - 108 1,6 4,8 9,5 0,30 0,30
14F 50,8 118 1,6 6,3 12,7 0,30 0,30
15F 50,8 127 1,6 6,3 12,7 0,30 0,30
16F 50,8 140 1,6 6,3 12,7 0,30 0,30
17F 50,8 152 1,6 6,3 12,7 0,30 0,30
18F 50,8 178 1,6 6,3 12,7 0,30 0,30
190F 101,1 203 1,6 6,3 12,7 0,40 0,40
200F 101,1 222 1,6 6,3 12,7 0,40 0,40
210F 113,8 235 1,6 6,3 12,7 0,40 0,40
220F 113,8 254 1,6 6,3 12,7 0,40 0,40
230F 126,5 279 1,6 6,3 12,7 0,40 0,40

Os números deverão ser feitos com giz ou tinta, nunca com punção.
O relógio colocado na posição radial indicará o desnivelamento dos eixos, e o colocado na
posição axial, indicará o desalinhamento angular.

Desalinhamento Desalinhamento
radial ou paralelo angular ou axial

28 SENAI-RJ
Montagem e Alinhamento de Máquinas - Alinhamento de Máquinas

Analisando os pontos 1 e 3, os dois relógios indicarão o desnivelamento e o desalinhamento,


enquanto os pontos 2 e 4 indicarão o desalinhamento angular horizontal.
Para esta verificação é necessário um dispositivo para 2 relógios. Vejamos como realizar a
operação:
• Após a montagem dos relógios, marcar os 4 pontos e zerar os relógios na posição 1.
• Girar os dois flanges até a posição 2.
• Fazer a leitura dos 2 relógios e anotar no papel.
• Girar os flanges (sempre juntos) até a posição 3.
• Anotar novamente.
• Repetir as operações no ponto 4.
• Voltar ao ponto 1.

Os relógios poderão registrar uma variação positiva (+) sentido horário ou negativa (-)
sentido anti-horário, conforme o desalinhamento.
Para analisarmos este alinhamento, devemos construir uma tabela para as anotações das
leituras, conforme exemplo a seguir.

RADIAL AXIAL
0 0

1
1ª leitura
4 2 +20 +10
-10 +15

+40 +30

Vejamos agora como interpretar estas leituras:


- Sempre que a haste do relógio for pressionada, o relógio marcará uma leitura positiva;
ao contrário, indicará uma leitura negativa.
Vamos analisar as leituras:

Relógio Radial

Ponto 1 = 0 Ponto 2 = +20


Vertical + Horizontal +
Ponto 3 = +40 Ponto 4 = -10
Total +40 Total +30

SENAI-RJ 29
Montagem e Alinhamento de Máquinas - Alinhamento de Máquinas

Relógio Axial

Ponto 1 = 0 Ponto 2 = +10


Vertical + Horizontal -
Ponto 3 = +30 Ponto 4 = +15
Total +30 Total +5

Esta leitura nos mostra o acoplamento nesta posição:

Vista de frente Vista de cima

Supondo que dispuséssemos do raio laser para alinhar um equipamento, poderíamos dizer
que o alinhamento seria “quase perfeito”, mas nunca diríamos que estaria zero-zero. Sempre
teríamos valores residuais que são, na sua maioria, imprevistos e que na realidade não
justificariam um realinhamento.
Com o advento dos acoplamentos flexíveis, tornou-se possível chegarmos bem próximos
do “zero-zero”, visto que a função do acoplamento em si é corrigir os valores residuais de
desalinhamento.

Enfatize-se que acoplamento não alinha, mas sim corrige valores residuais de
desalinhamento, e é por essa razão que os fabricantes de máquinas estabelecem
tolerâncias que devem ser seguidas para cada tipo de equipamento.

30 SENAI-RJ
Montagem e Alinhamento de Máquinas - Alinhamento de Máquinas

Praticando
Os exercícios a seguir tratam das questões básicas de alinhamento, que você acabou de
estudar. Não deixe de realizá-los, pois essa tarefa vai ajudá-lo a fixar os conteúdos recém-
aprendidos.

1. Relacione a segunda coluna de acordo com a primeira:

A – Alinhar ( ) Apoios bem nivelados


B – Alinhamento de máquina ( ) Medidas radial e axial em flanges
C – Alinhamento quase perfeito ( ) Colocar em linha reta 3 ou mais pontos
D – Alinhamento de eixo ( ) Através de lazer
E – Correção de desalinhamento ( ) Acoplamentos flexíveis

2. O alinhamento conseguido, através de acoplamento flexível, tornou possível chegarmos


bem próximos do “zero-zero”.

( ) certo ( ) errado

3. Para o alinhamento de dois eixos, fixamos a base do relógio em um eixo e giramos o


outro, que nos indicará o desalinhamento, caso exista.

( ) certo ( ) errado

4) Instalando-se dois relógios no flange de um eixo, podemos verificar as diferenças radiais


e angulares em relação a outro, através de 4 pontos de verificação. Zerando-se o relógio no
ponto 1, teremos as seguintes leituras em centésimos de milímetros: 1 (R0;A0), 2 (R+20;A+10),
3 (R+40;A+30), 4 (R-10;A+15). Se tivéssemos iniciado com o zero no ponto 2, qual seria a leitura
dos outros pontos?

A– 1 (R-20;A-10), 2 (R0;A0), 3 (R-40;A-30), 4 (R-10;A-15)


B – 1 (R-20;A-10), 2 (R0;A0, 3 (R+20;A+20), 4 (R-30;A+5)
C – 1 (R0;A0), 2 (R0;A0), 3 (R+40;A+30), 4 (R-10;A-15)
D – 1 (R+20;A+10), 2 (R0;A0), 3 (R-20;A-20), 4 (R-10;A+15)
E – 1 (R0;A0), 2 (R+20;A+10), 3 (R+40;A+30), 4 (R-10;A+15)

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Classificação de alinhamento
na mecânica
O alinhamento em equipamentos mecânicos pode ser classificado em dois tipos:
• Estáticos
• Dinâmicos

Estáticos
É todo e qualquer tipo de alinhamento que necessite ser feito uma única vez, e que fique
aparentemente estático em sua função de trabalho.
Exemplos:
• O alinhamento dos trilhos de uma estrada de ferro.
• O alinhamento das furações de uma torre de transmissão, e também de várias torres entre
si, etc.

Dinâmicos
São alinhamentos feitos entre máquinas que trabalhavam em movimento de rotação,
translação ou de curso, tanto vertical quanto horizontal.
Exemplos:
• Hidrogeradores
• Motores
• Bombas
• Misturadores
• Pistões
• Moinhos
• Sistemas de engrenagens, etc.

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Requisitos necessários para alinhar


ou conferir alinhamentos
Instrumentos necessários
De acordo com a precisão requerida, devem ser escolhidos os instrumentos descritos a
seguir.

Prumo
O prumo é um instrumento
formado de uma peça de metal
suspensa por um fio e serve para
determinar a direção vertical. É muito
usado nas construções para verificar
a perpendicularidade, ou o prumo de
qualquer estrutura, ou parte dela.

Régua de alinhamento (régua de luz)


A régua de alinhamento é um dos instrumentos mais antigos que foram criados para alinhar.
Seu perfil consiste em um prisma formado por um triângulo equilátero e comprimento de
aproximadamente 40 cm.
Este prisma normalmente é fabricado em aço e seus vértices deverão ser precisamente
retilíneos, pois deles dependem a precisão do alinhamento.
O alinhamento feito com este tipo de instrumento é grosseiro e muito pouco usado
atualmente, pois também é importante a precisão do acabamento dos flanges e da visualização
do técnico.
Consiste em colocar um dos vértices do prisma sobre as faces do diâmetro externo dos
flanges a serem acoplados e, com auxílio de uma lâmpada, verificar visualmente a precisão do
alinhamento.

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Apalpador de folga

Em complemento ao alinha-
mento feito com a régua, eram usados
os acopladores de folga, para o
alinhamento axial.
O apalpador de folgas, também
chamado de calibrador de folgas, consiste de
várias lâminas de espessura calibrada, variando
de 5 em 5 centésimos de milímetro, desde 0,05
mm até 1,00 mm, ou também em polegadas.
A maneira de usá-lo em alinhamento é, após
apertar levemente os flanges de uma máquina, verificar a folga existente entre eles e alinhar a
máquina até que a folga desapareça, ou então que fique igualmente distribuída.
É um alinhamento grosseiro, que poderá criar tensões nos eixos do equipamento ou nos
próprios flanges, por imperfeições na usinagem.

Nível de precisão

Também chamado de nível de


bolha, o nível de precisão consiste de
uma base de aço, na qual é inserido
um recipiente transparente, geral-
mente cilíndrico, contendo líquido de
baixa viscosidade e densidade,
hermeticamente fechado.
A quantidade de líquido colocada dentro do cilindro é calculada de tal maneira que se
forme, quando em uso, uma bolha calibrada, cuja sensibilidade deve acusar a mínima diferença
de perpendicularidade de um plano em relação à gravidade terrestre.
A precisão requerida para níveis usados em alinhamentos de máquinas é de 0,05 mm/m,
ou também 0,002”/pé. O que significa que cada traço divisório da bolha corresponde a um
desnível de 0,05 mm para um metro de comprimento ou 0,002” para um pé.
Para se verificar o nivelamento, deve-se colocar o nível de bolha sobre o eixo, examinar o
desnivelamento e corrigi-lo até que a bolha se equilibre no centro do nível.

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Nível ótico
54
55
O nível ótico também usa a perpendicularidade 56
57
de um plano em relação à gravidade terrestre, criado 58

pelo instrumento para estabelecer o nivelamento.


Consiste de uma luneta de precisão montada
sobre um tripé, a qual é nivelada também por uma
bolha.
Uma vez acertado o seu próprio nivelamento, o
nível ótico estabelece um plano, onde qualquer ponto
que for visto através de sua luneta estará nivelado.

Micrômetro com dispositivo de sinal de contato


Principalmente para alinhamento de máquinas verticais, é necessário o uso de
micrômetros de sinal de contato.
O micrômetro de sinal de contato é um micrômetro para medidas internas que serve como
interruptor de um sinal elétrico. A finalidade é detectar o mais sensível toque entre as partes que
estão sendo medidas.
O uso deste tipo de micrômetro se faz necessário, visto que o alinhamento de uma máquina
em relação a um fio de aço requer uma absoluta condição de paralelismo, tanto para o prumo de
uma máquina vertical, quanto para o alinhamento com fio de aço de uma máquina de três
pedestais.
Sem o dispositivo de sinal de contato, originaria tomadas errôneas de medida, pois, por
erros de visualização humana, tenderíamos a empurrar o fio que está sendo usado como
referência.
O uso deste processo é feito da seguinte maneira:
Coloca-se um contato do sinalizador no fio de aço, o qual deverá estar completamente
isolado do restante do equipamento; em seguida, coloca-se o outro contato do sinalizador no
eixo a ser comparado.
Ao se tirar a medida, o menor contato entre o eixo, o micrômetro e o fio fecha o circuito do
sinalizador, anunciando a precisão da medida que está sendo tomada. Deve-se, então, ler no
micrômetro e registrar a medida obtida.

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Relógio indicador (apalpador)

Alinhamento e centragem de
peças nas máquinas

Relógios indicadores são dispositivos que servem para ampliar pequenas medidas,
normalmente abaixo de 1 mm.
O uso destes dispositivos permite corrigir erros de alinhamento imperceptíveis ao olho
humano.
O relógio indicador é composto de uma haste apalpadora, um sistema de engrenagens e
um mostrador.
Qualquer movimentação da haste apalpadora é transmitida ao sistema de engrenagens,
que amplia a medida tomada e a indica através de um ponteiro no mostrador.
O mostrador é dividido em 100 partes de 0,01 mm, ou em milésimos de polegada.
Há um contador de voltas completas do ponteiro maior, colocado na parte inferior do
próprio mostrador.
Para se fazer uma boa leitura com um relógio indicador, deve-se deixar sua haste pressionada
de tal forma que o ponteiro possa completar, no mínimo, duas voltas no sentido horário, e
também duas voltas no sentido oposto.
O relógio indicador deve ser montado de maneira que a haste do mesmo fique perpendicular
ao centro do flange, para medidas radiais, ou então paralela à linha de centro do eixo, para
medidas axiais.
Outros equipamentos (gabaritos) também auxiliam no alinhamento, porém os principais
são os anteriormente descritos.

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Instrumentos de mediação indireta (comparação)

O instrumento de medida é o meio pelo qual procuramos conhecer, com grau de precisão,
previamente estabelecido, quais as dimensões de uma peça.
A medida pode ser direta ou indireta.
A direta é quando a medida da peça é feita por meio de um instrumento de medida, régua
graduada, paquímetro, transferidor, etc. E é indireta quando se faz através de instrumento não
graduado, que transfere a dimensão a ser conhecida para outro, graduado, onde se lê a medida.
Os instrumentos típicos, usados nesse processo, são: o compasso de articulação central para
medidas externas e internas, etc.

Compassos

Compasso de medir é um instrumento constituído de duas pernas articuladas que podem


ser ajustadas em diversas separações para a execução de medidas. A articulação pode ser fixada
por meio de mola e pivô ou por meio do parafuso ou rebite. A separação é regulada por meio de
parafusos ou porcas recartilhadas.
Há os compassos para medidas externas que servem para medir diâmetros de peças
cilíndricas; por exemplo, compasso de volta.

A
C

E
D

Os de medidas internas, comumente chamados de pernas, são apropriados para medir


diâmetros de furos ou distâncias entre superfícies, de rasgos ou outras depressões.

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A
B

D
C

F
E

Para medir com o compasso, as duas pontas devem tocar as superfícies ligeiramente.
Isto é obtido por um ligeiro movimento de vaivém, sentindo-se o contato com a peça (figura E).
Quando se toma medidas em uma régua, para transferi-las à obra, um extremo do
compasso de medida externa é apoiado contra o extremo da régua e o outro é regulado de
acordo com a graduação da régua (figura F).
Com o compasso de medida interna, o extremo da régua e a ponta do compasso são
colocados em contato com qualquer superfície plana e lisa; a outra ponta do compasso é regulada
pela graduação da régua.
Compasso para parafusos: tem a forma geral de um compasso para medida externa, mas
suas pontas são afiladas em forma de V para adaptação no fundo dos filetes dos parafusos. É
usado para transferir medidas de um parafuso terminado para um em confecção.

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Relógio comparador

Apesar de apresentar uma graduação, o relógio comparador pode ser visto como um
instrumento de medição indireta, pois não nos fornece a dimensão e sim uma variação em
relação a uma referência.

Ponteiro principal

Capa do fuso Parafuso de fixação do aro

Aro

Limitador de Mostrador
tolerância

Contador
de voltas

Canhão

Fuso
Ponta de
contato

Centralizador a laser

Atualmente a tecnologia nos apresenta novos equipamentos de controle de medidas,


como o centralizador a laser, desenvolvido para auxiliar o posicionamento de peças na
manufatura, como, por exemplo, o perfeito posicionamento da banda sobre a carcaça no
processo de fabricação de pneus.
Instalado na máquina aplicadora de bandas, gera um traço de luz extremamente fino e
retilíneo, auxiliando a operação de centralização da banda.

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Especificações técnicas

Luz LASER vermelho/ visível: 670 mm


Potência do feixe laser: 1 mW
Espessura do traço gerado: 1 mm
Campo de trabalho (ajuste do foco): de 300 a
1.500 mm
Abertura do feixe: 7,5 graus ou 15 graus

7,5º 15º

Características técnicas Campo de trabalho

Alimentação elétrica: 110/220V


Consumo elétrico: 4 W
Dimensões do centralizador laser: Diâmetro 31,75 x 151 mm
Suporte ajustável: para tubo diâmetro 31,75 mm

O 60 mm

O 31,75 mm

151 mm

101 mm
O 31,8 mm

Conhecimento da técnica de alinhamento

A técnica de alinhamento não é uma regra rígida estabelecida para cada tipo de
equipamento. Embora muitos equipamentos pareçam iguais, existem diferenças entre si, em
especificações de projeto, em inovações ou, então, em adaptações ao local de uso.
Por esta razão, para cada equipamento a ser alinhado, deve-se elaborar um roteiro de alinha-
mento ou uma programação de trabalho, como veremos mais adiante, no item com este título.
Descrevemos a seguir alguns pontos que devem ser lembrados:

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Equipamentos estáticos
Em equipamentos estáticos, deve-se especial atenção aos pontos de referência e dimensões
do equipamento a ser montado. Geralmente, estes equipamentos têm acabamentos grosseiros,
os quais podem provocar desníveis ou desalinhamentos consideráveis, que só serão percebidos
no final da montagem.
Na montagem de um galpão de estruturas metálicas, o desnivelamento de uma coluna em
relação à outra só será percebido quando forem montadas as vigas do telhado.
Na montagem de tubulações soldadas, desalinhamentos ou disnivelamentos podem
provocar erros na junção com outras tubulações, ou então interferência com outros
equipamentos, por estar fora do trajeto previsto no projeto. Também não podem ser esquecidas
as bases e fundações, incluindo os testes de carga determinado para cada coluna.
A cada uma ou duas etapas da montagem, deve-se verificar se, até o ponto montado, o equi-
pamento não saiu das tolerâncias de perpendicularidade ou de prumo estabelecidas pelo projeto.

Equipamentos dinâmicos
Para efeito prático de entendimento, subdividiremos os equipamentos dinâmicos em:

Máquinas com movimento de curso

Exemplos:
- motores a explosão; e
- servomotores hidráulicos.

Sistemas de engrenagem

Exemplos:
- redutores de velocidade;
- multiplicadores de velocidade; e
- sistemas de transmissão de força.

Máquinas verticais

Mais adiante vamos apresentar algumas características desses equipamentos.

Máquinas horizontais

A seguir, vamos descrever cada um desses equipamentos.

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Máquinas com movimento de curso

Motores a explosão

Em motores a explosão, o movimento e a força gerados pela explosão do combustível são


transmitidos por um pistão a um eixo de manivelas (virabrequim, cujo curso é estabelecido
pela volta completa deste eixo.
Este pistão deverá estar alinhado dentro do cilindro, de tal maneira que a força que ele
recebe estará distribuída uniformemente em todo o seu corpo, evitando que o mesmo tenha
movimento irregular, o que provocará seu desgaste prematuro.
Este alinhamento é controlado pelas folgas dos eixos do pistão e do virabrequim, fornecidas
pelo fabricante do equipamento.
A mesma atenção deve ser dada ao eixo de manivelas, que sofre flexão quando transmite a
força e o movimento que recebeu dos pistões à máquina acionada.
Esta flexão deve ser limitada abaixo da tolerância fornecida pelo manual de montagem do
equipamento, e durante o alinhamento do acoplamento deve ser controlada com o auxílio de
um flexímetro, para que a mesma esteja dentro dos valores estabelecidos para trabalho.

Servomotores hidráulicos

Servomotores hidráulicos são pistões que se movimentam devido à força exercida por um
fluido às suas superfícies frontais.

Entrada e saída
de fluido
Válvula
de Entrada e saída
controle de fluido

Movimento
de curso

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A superfície que recebe esta força determina a direção do movimento. O alinhamento


deste tipo de equipamento deve ser feito tomando-se como base as tolerâncias de folga, o
paralelismo e o perpendicularismo das superfícies do conjunto, e a concentricidade dos dois
mancais que suportam o eixo do pistão.

Sistemas de engrenagem

Regra geral, deve-se verificar sempre o paralelismo dos eixos ou sua perpendicularidade,
visando obter o melhor contato possível entre os dentes de engrenamento.
Acima de 70% entre dois dentes, o contato do par engrenado, medidos em seis posições
diferentes do diâmetro da maior engrenagem, é considerado satisfatório. Salvo em condições
especiais de trabalho, as quais devem ser definidas pelo projeto e instruções de uso do
equipamento.
O teste de contato é feito colorindo-se a superfície de dois dentes que entrarão em contato,
com azul de metileno ou outro corante próprio para demarcação de peças metálicas; em seguida,
coloca-se uma fita de papel absorvente ao longo de toda a extensão do dente.
Gira-se a engrenagem e observa-se, no papel, a revelação do contato.

Máquinas verticais

É considerada máquina vertical todo o equipamento que trabalhe com seu eixo de rotação
coaxial à gravidade terrestre.
Exemplo: hidrogerador vertical.
O alinhamento deste tipo de equipamento é feito relacionando o paralelismo entre um fio
de prumo e o eixo da própria máquina, de tal maneira que a diferença entre dois pontos de
tomada de leitura esteja dentro da tolerância fornecida pelo fabricante do equipamento, ou por
norma específica.

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D=32”

Fio A
Fio B Ponto 1
12,468” Máquina 2 12,468”
Máquina 3

L=45”

12,467” Ponto 12,469”


2

Ponto
3 12,471” L=92”
12,465”

Ponto
4 L=137”
12,462” 12,474”

Tabela das medidas de prumo


Fios Fio A Fio B Diferença Distância
Máquina 2 Máquina 3 dividida entre
Pontos por “2” pontos

1 12,468” 12,468” 0 0

2 12,469” 12,467” 0,001 45”

3 12,471” 12,465” 0,003 92”

4 12,474” 12,462” 0,006 137”

Medidas em polegadas

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Tabela das medidas de prumo


Fios Fio C Fio D Diferença Distância
Montante Jusante dividida entre
Pontos por “2” pontos

1 12,468 12,468 0 0

2 12,467 12,467 0 45”

3 12,466 12,470 0,002 92”

4 12,465 12,471 40,003 137”

Medidas em polegadas

Os valores constantes nesta tabela correspondem à parte não visível no desenho


anterior.

No que diz respeito às duas tabelas apresentadas, é importante destacar os seguintes pontos:
• os fios de prumo deverão ser colocados a 90 graus um do outro, e também eqüidistantes
do eixo.
• A colocação dos fios deverá ter as seguintes direções:
- montante – é a direção de tomada de água da máquina;
- jusante – a 180 graus da montante; é a direção de descarga da máquina;
- máquina 2 – 90 graus à direita da montante; e
- máquina 3 – 90 graus à esquerda da montante.

• A norma NEMA (National Eletrical Manufactures Association) determina que a tolerância


máxima para hidrogeradores e conjuntos reversíveis geradores de motores é de ¼ de
milésimo de polegada para cada pé de comprimento do eixo.
• Devido à particularidade de cada instalação e também às dificuldades locais de colocação
dos fios de prumo, deverão ser feitos dispositivos em obra que melhor se adaptem ao
equipamento e facilitem as tomadas de leituras.
• Os pontos na superfície do eixo onde serão tomadas as leituras deverão ter acabamento
retificado, sem asperezas, ressaltos, rebaixos ou ovalização.

Todos os mancais de guia deverão ser removidos quando se fizer a


verificação de prumo do conjunto hidrogerador.

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Máquinas horizontais

Um desalinhamento vertical ou horizontal reflete evidentemente em perda de produção,


seja porque a máquina trabalha de forma incorreta, seja porque tem de ser constantemente
colocada fora de operação para manutenções ou ajustes.
Os cuidados com o alinhamento devem ser observados desde o assentamento da base até
a verificação final feita após a máquina ter trabalhado um mínimo de cinco horas.

Alinhamento de base

A primeira etapa de um alinhamento horizontal é o assentamento da base. Este


assentamento deve ser feito sobre placas de ancoragem, colocadas na região dos chumbadores,
as quais deverão estar niveladas respeitando as cotas dos desenhos de contorno do equipamento,
as fundações, e também a linha de centro do eixo da máquina que será acoplada.
Deve-se deixar uma folga em torno de 2 mm na altura do nivelamento das placas em
relação à cota estabelecida da linha de centro da máquina a ser acoplada, para ser preenchida
por calços na ocasião do ajuste final do alinhamento. Vejamos, como exemplo, a figura a seguir.

Cota Real 200 mm

Cota de trabalho 202 mm

Sapata de suporte
do pedestal

Base

Base de Placa de ancoragem


concreto

As placas de ancoragem deverão ser niveladas com nível ótico, e seu assentamento deverá
ser feito com massa de areia e cimento na proporção 2:1, usando o mínimo de água possível.
Após a cura do cimento, que demora no mínimo 72 horas, a base poderá ser montada,
apertada com torque determinado, devendo-se novamente conferir o seu nivelamento, tomando
como pontos de medição as sapatas de suporte dos pedestais. Se necessário, poderão ser feitos
alguns ajustes, colocando calços entre as placas de ancoragem e a base.

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Em seguida, é feita a montagem dos pedestais, centralizando-os e nivelando-os em


relação à linha de centro do eixo da máquina a ser acoplada. Então, monta-se o restante do
equipamento, fazendo-se em seguida o alinhamento final.

Alinhamento final

O alinhamento final é feito com relógios indicadores que possuam escalas em milésimos
de polegada ou centésimos de milímetro.
Para maior facilidade do alinhamento, deve-se usar seis relógios, dois no acoplamento,
para medir as diferenças axiais e radiais, e dois em cada pedestal, para controlar as movimentações
a serem feitas durante o trabalho.
O alinhamento final consiste em colocar a máquina dentro das tolerâncias estabelecidas
pelo fabricante.
Há vários métodos para alinhamento com relógios indicadores.
O método a seguir descrito visa tornar mais prática possível, e também de mais fácil
entendimento, uma maneira de alinhar usando-se relógios indicadores.
Deve-se ressaltar que este tipo de alinhamento só poderá ser feito para máquinas que
tenham, pelo menos, dois pedestais ou mancais por eixo.
O processo de alinhamento determina que sejam tiradas leituras radial e axial, nos flanges
do acoplamento.
Essas leituras deverão ser tomadas em 1
quatro pontos, marcados a 90 graus um do outro,
no flange que receberá o contato da haste apal-
4 2
padora do relógio, como indicado no desenho
ao lado.
Os números deverão ser marcados com giz 3
ou tinta e não com punções de bico, pois estes
causam erros de leitura.

Radial

Axial

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O relógio colocado na radial indicará o desnivelamento vertical e horizontal entre os dois


flanges; e o que está montado na axial indicará o desalinhamento angular.

Diferença Diferença
Radial Axial ou Angular

Nos pontos 1 e 3, os dois relógios em conjunto indicarão o desnivelamento e


desalinhamento angular na direção vertical, e nos pontos 2 e 4, o mesmo na direção horizontal.
Para o início da tomada de leitura, deve-se, após a montagem dos relógios com hastes
alinhadas na marca 1 do flange, colocar o número zero do mostrador na direção do ponteiro.
Em seguida, gira-se os eixos das duas máquinas até que o número 1 fique na posição onde
estava o número 2, anotando-se a leitura obtida nos dois relógios.
Movimenta-se novamente os eixos mudando a posição do número 1, para onde estava o
número 3, anotando-se também os valores obtidos e, após, repete-se a operação para onde
estava o número 4.
Conforme o desalinhamento em que
estiver a máquina, o ponteiro do relógio
se movimentará no sentido horário ou
anti-horário.
- 90
0
10
+
Para a movimentação no sentido 80
20

horário, é convencionado o sinal positivo


30
70
(+), e no sentido anti-horário, o sinal
60 40
negativo (-). Vejamos o exemplo ao lado. 50

Então, se tivermos a movimentação


do ponteiro na direção do número 10, no
sentido horário, teremos a leitura +10, e
se, ao inverso, a movimentação for de zero
para o número 90, no sentido anti-
horário, a leitura será –10.

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Para facilitar a interpretação e análise de alinhamento, deve-se construir uma tabela


para anotação das leituras radiais e axiais, conforme o exemplo a seguir.

Leituras dos relógios indicadores


Radial Axial

0 0
1ª Leitura

1 1

-0,20 mm 4 2 +0,30 mm +0,22 mm 4 2 +0,20 mm

3 3

+0,60 mm +0,40 mm

0 0
2ª Leitura

+0,08 mm +0,15 mm +0,23 mm +0,21 mm

+0,12 mm -0,08 mm

0 0
3ª Leitura

+0,10 mm +0,13 mm +0,20 mm +0,22 mm

+0,03 mm -0,01 mm

Mostraremos, agora, como interpretar as leituras obtidas.


• Toda vez que a haste do relógio for pressionada, o relógio indicará leituras positivas, e
quando a mesma for distendida, indicará leituras negativas.
• Analisando as leituras colocadas na tabela anterior, temos as seguintes diferenças:

Radial

Vertical Horizontal
Ponto 1 =
Ponto 3 = +60
0
+ Ponto 2 = +30
Ponto 4 = -20
+60 +50

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Axial

Vertical Horizontal
Ponto 1 = 0 - Ponto 2 = +20
Ponto 3 = +40 Ponto 4 = +22
+40 +2

• Então, teremos os acoplamentos nesta posição:

Vista Lateral Vista de Topo

+50
+40
+60
+2

• Devemos ainda lembrar que as leituras que possuam sinais diferentes deverão ser somadas
e, no resultado, colocado o sinal do maior, como aconteceu na leitura horizontal radial.
Ponto 2 = +30
Ponto 4 = -20
+50

• Havendo leituras com sinais iguais, deverá ser feita a subtração. Como exemplo, temos a
leitura horizontal axial.
Ponto 2 = +20
Ponto 4 = +22
+2

Vejamos o que nos indica o sinal após efetuado o cálculo.


- Tomando-se como referência a máquina movida (nos desenhos, o flange da direita),
teremos:

50 SENAI-RJ
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Leitura horizontal (vista de topo)

Radial

0
Correção

( + ) Deslocar todo o equipamento para a direita.


+D

0
Correção

-D ( - ) Deslocar todo o equipamento para a esquerda.

Axial

0
Correção

( + ) Deslocar o pedestal traseiro para a direita.


+B

0
Correção

( - ) Deslocar o pedestal traseiro para a esquerda.


-B

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Leitura vertical (vista lateral)

Radial

0
Correção

( + ) Retirar calços do equipamento.


+D

0
Correção

-D ( - ) Adicionar calços ao equipamento.

Axial

0
0
Correção
Correção

( + ) Adicionar calços no pedestal traseiro e/ou


+B
retirar calços no pedestal dianteiro.
+D

0
Correção

0
Correção

-B
( - ) Retirar calços no pedestal traseiro e/ou
adicionar calços no pedestal dianteiro.
-D

52 SENAI-RJ
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Sabendo-se o posicionamento em que se encontram os acoplamentos e também qual a


diferença, devemos então efetuar as correções como vimos nos exemplos anteriores.
Poderíamos fazer simplesmente por tentativas, colocando ou retirando calços em um
outro pedestal, para corrigir as diferenças verticais, ou, então, empurrando-os para um lado e
para outro, até conseguir acertar as diferenças horizontais. Desta forma seria muito demorado,
cansativo e trabalhoso.
Vamos mostrar, agora, como calcular aproximadamente a quantidade de calços necessários
que deverão ser colocados e qual movimentação deve ser feita em cada pedestal para que, com
poucas tentativas, alinhemos a máquina.
Em primeiro lugar, veremos a correção vertical:

Z
X

+0,60 mm

300 mm

D= +0,60 mm + C
C
A

L. A.

B L. O. A.

500 mm 2.500 mm

No esquema acima, se medíssemos os ângulos X, Y e Z, verificaríamos que possuem a


mesma quantidade de graus.
Isto significa que podemos aplicar a teoria de semelhança de triângulos, uma vez que
existe proporcionalidade entre os triângulos fechados pelas medidas A, B e C.
Partindo deste princípio, tendo uma das medidas A, B ou C, podemos calcular as outras
duas que nos interessam.

SENAI-RJ 53
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Para isto basta aplicar uma regra de três simples, correlacionando a medida A com a distância
entre os dois pedestais, a medida B com o comprimento do raio do flange, e a medida C com a
distância entre a fase externa do flange e o primeiro pedestal (L A – lado do acoplamento).
A medida B é dada pelo relógio indicador, colocado na axial, que é de +0,40 mm.
Vamos então calcular a medida C:
B = +0,40 mm
+0,40
Com a medida C, vamos calcular a medida A:
A medida A significa a quantidade de calços em milímetros que devemos colocar no segundo
pedestal (LOA – lado oposto ao acoplamento).
Colocando então estes calços, acertaremos a diferença axial, restando, porém, o acerto da
diferença radial.
Considerando que, com o acerto axial, os dois flanges ficam paralelos, basta, para acertar
a radial, colocar os calços na quantidade da leitura radial D, acrescida ou diminuída da medida
calculada C, nos dois pedestais.
No nosso caso, teremos de somar a medida calculada C na medida radial, pois com o
acerto axial houve uma movimentação para baixo, na mesma quantidade desta medida. Então,
teremos:

Medida radial = + 0,60


Medida calculada C = 0,67
1,27 mm/2 = 0,63 mm
Colocaremos 0,63 mm de calço.

Para o acerto das diferenças horizontais, deveremos calcular da mesma maneira.


O primeiro passo é analisar as leituras obtidas.
A diferença axial é pequena, mas, mesmo assim, vamos calcular a medida C, para verificar
se é significativa.
As medidas inferiores a 0,05 mm não são significativas, portanto, não precisamos acertar a
axial do acoplamento.
Deve-se observar sempre as tolerâncias exigidas pelo fabricante do equipamento.
Resta-nos então efetuar a correção radial horizontal no valor da medidaD, que é de 0,50 mm.
A correção da radial horizontal é feita movimentando-se os dois pedestais na direção
necessária.
Esta movimentação deverá ser feita usando-se relógios comparadores para controle da
posição do pedestal, pois o mesmo não poderá perder seu alinhamento em relação ao casquilho
do mancal ou, então, ao munhão do eixo.
São usados para a movimentação do pedestal pequenos macacos de parafusos, soldados
provisoriamente na base.

54 SENAI-RJ
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Com estes dispositivos, consegue-se controlar a movimentação com grande precisão.


Após a execução de todas as etapas, deve-se fazer a conferência, executando uma nova
leitura no acoplamento.

Devido à impossibilidade de se conseguir as medidas de distância entre pedestais


com precisão de centésimos de milímetro, e também devido a outros fatores,
raramente se consegue na primeira correção colocar o equipamento dentro
das tolerâncias estabelecidas.
Por esta razão, deve-se repetir tantas vezes quanto forem necessárias todo o
processo de alinhamento, baseando-se nos dados da última leitura feita, até
que se obtenha as condições satisfatórias.

Alinhamento do entreferro

O alinhamento do entreferro significa distribuir igualmente o rotor dentro da folga do


estator, com a finalidade de se ter uniformidade no campo magnético da máquina.
O processo comum é de se medir a folga e distribuí-la, movimentando-se ou colocando-se
calços no estator.
Não deverá ser feita nenhuma movimentação no rotor, pois se perderia o alinhamento do
acoplamento.

Programação de trabalho

Esta é uma das mais importantes fases de um serviço de alinhamento.


Todos nós elaboramos mentalmente uma programação de trabalho para cada serviço que
temos de executar; porém, esta programação é restrita a alguns pontos que julgamos
importantes, e, com isso, podemos esquecer pequenos detalhes como uma simples requisição
de material, que poderá comprometer seriamente um cronograma de serviços, ou apressar
indevidamente uma etapa de trabalho, que deveria ser feita com calma, para se chegar a uma
boa precisão.

Conhecimento do equipamento
Em primeiro lugar devemos conhecer, o melhor possível, o equipamento no qual devemos
trabalhar. Este conhecimento deve abranger vários aspectos.

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Aspectos relevantes

Folgas Tolerâncias de trabalho do equipamento.

Dimensões Devemos ter as dimensões reais do equipamento, nas quais ele se


encontra. Devemos medir e registrar dimensões de eixo, flanges,
distância entre mancais, e outras que envolvam direta ou
indiretamente o alinhamento.

Condições Condições em que a máquina vai trabalhar; se em regime constante,


de trabalho a frio, a quente, esforços nos pedestais, etc.

Referência O que usaremos como referência, a linha de centro do eixo da


máquina movida ou motora, o fio de prumo, contatos de dentes
de engrenagem, etc.

Rigidez Devemos verificar se os pontos de apoio são suficientemente rígidos,


com a finalidade de não se perder com facilidade o alinhamento.

Material e mão-de-obra
Em seguida, programar o material e mão-de-obra que serão necessários durante a execução,
abrangendo ferramentas, calços calibrados, instrumentos e pessoal auxiliar, na quantidade correta.

Tempo de execução
Deve ser elaborado um cronograma de barras, descrevendo, em seqüência, as etapas do
serviço com o seu tempo de duração.

Diário de obra
Sempre que se executa um serviço cuja duração foi prevista para mais de 15 dias, deve ser
elaborado um diário de obra.
O diário de obra tem a finalidade de demonstrar como foi utilizado o tempo de execução do
serviço, justificando atrasos, caso haja algum imprevisto, e de fornecer ao cliente condições de
acompanhar cada etapa do trabalho executado.

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Relatório técnico
Ao terminar o serviço, após os testes com carga, deve ser emitido um relatório técnico das
condições reais em que se encontra o equipamento.
Este relatório deverá conter:
• Todas as medidas e dimensões de importância do equipamento.
• A última leitura do alinhamento feita com os relógios indicadores, tanto na radial quanto
na axial.
• A quantidade de calços colocados em cada pedestal e sua espessura; deve ser lembrado
que o limite máximo de calços a ser colocado em cada pedestal é três. Cada vez que esta
quantidade for ultrapassada, deverão ser retirados e colocado somente um, com espessura
igual ao total da soma dos três anteriores.
• As medidas do entreferro da máquina também devem ser relatoriadas.
• Os dados de vibração da máquina, estando esta vazia e com carga.

A finalidade do relatório técnico é dar base ao pessoal que for fazer a manutenção
das condições iniciais em que o equipamento começou a funcionar; por isso,
deverá ser o mais completo possível.

SENAI-RJ 57
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Praticando

Os exercícios a seguir vão ajudá-los a fixar os conteúdos estudados acerca da classificação


de alinhamento, do reconhecimento dos requisitos e equipamentos necessários para a alinhar
ou conferir alinhamento, e das técnicas utilizadas em equipamentos estáticos e dinâmicos.

1. Podemos dizer que alinhamento estático é aquele que fica aparentemente estático em
sua função de trabalho.
( ) certo ( ) errado

2. A utilização de uma lâmina é auxiliar na utilização do(a):


A – micrômetro com dispositivo de sinal de contato.
B – nível de precisão.
C – régua de alinhamento.
D – nível ótico.
E – apalpador de folga.

3. Existem níveis de precisão de até 0,002”/pé, o que significa que cada traço divisório da
bolha corresponde a um desnível de 0,05 mm para um metro de comprimento.
( ) certo ( ) errado

4. O dispositivo que serve para ampliar pequenas medidas está acoplado no:
A – micrômetro.
B – nível ótico.
C – nível de precisão.
D – apalpador de folgas.
E – relógio indicador.

5. O controle do alinhamento de um pistão de motor a explosão é feito:


A – pelas folgas dos eixos do pistão e do virabrequim, fornecidas pelo fabricante do
equipamento.
B – pela posição do pistão paralelo ao eixo de manivela.
C – através de um flexímetro, que mostra a flexão sofrida pelo pistão.
D – pelo movimento irregular do pistão.
E – nenhuma das respostas anteriores.

58 SENAI-RJ
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6. Servomotor hidráulico é:
A – um motor de serviços hidráulicos.
B – um pistão que se movimenta devido à força exercida por um fluido às suas superfícies
frontais.
C – um motor a pistão transmitindo energia hidráulica.
D – um serviço hidráulico qualquer.
E – nenhuma das respostas anteriores.

7. O engrenamento entre dois dentes de uma engrenagem é considerado satisfatório se em


seis posições medidas em diferentes diâmetros tivermos o contato de 70%.
( ) certo ( ) errado

8. Indique a primeira etapa de um alinhamento horizontal.


A – Limpeza do terreno.
B – Alinhamento de base.
C – Alinhamento através de teodolito.
D – Alinhamento através de nível ótico.
E – Nenhuma das resposta anteriores.

9. A cura do cimento (massa de areia e cimento na proporção 2:1), utilizado em base de


máquinas, deverá ser de 27 horas.
( ) certo ( ) errado

10. Nas leituras através de relógios apalpadores as marcações nos flanges deverão ser feitas
ou com punções ou com giz e tinta.
( ) certo ( ) errado

11. Se em dois pontos opostos de um flange obtivermos as variações no relógio de -30 e


+20, podemos dizer que o desalinhamento radial é de:
A -30 B +20 C -10 D +50 E +30

12. Numa montagem de dois flanges, 1 (direita) e 2 (esquerda), com o relógio apoiado no
flange 2, encontramos as seguintes leituras radiais.
Ponto 1 = 0 Ponto 2 = +30 1
Ponto 3 = +60 Ponto 4 = -20 4+2
3
Indique a opção correta de correção radial a ser feita no flange 1.

SENAI-RJ 59
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A – Retirar calço de 30 e deslocar o flange 25 para a esquerda.


B – Colocar calço de 30 e deslocar o flange 25 para a direita.
C – Retirar calço de 30 e deslocar o flange 25 para a direita.
D – Colocar calço de 30 e deslocar o flange 25 para a esquerda.
E – Nenhuma das respostas anteriores.

13. Para determinar o alinhamento radial entre dois flanges, estes deverão ter o mesmo
diâmetro.
( ) certo ( ) errado

14. Utilizamos pequenos macacos de parafuso soldados provisoriamente na base para a


movimentação de pedestal deste equipamento, conseguindo grande precisão na movimentação.
( ) certo ( ) errado

15. Alinhamento do entreferro significa:


A – colocar calços paralelos entre barras metálicas, a fim de mantê-las alinhadas.
B – entre duas máquinas deve-se alinhar, mantendo-se o paralelismo.
C – espaçar igualmente um rotor de um estator de um motor elétrico, para manter o
campo magnético uniforme.
D – colocar dois eixos de aço concêntricos.
E – Nenhuma das respostas anteriores.

16. Para o bom alinhamento de um equipamento temos de conhecê-lo bem. Este


conhecimento deve abranger, por exemplo, as folgas ou:
A – tolerâncias de trabalho do equipamento.
B – dimensões reais.
C – condições de trabalho.
D – referências.
E – apoios rígidos.

17. São recursos para conservar o alinhamento:


A – Colocação de pinos guias nas partes removíveis.
B – Apertar os parafusos com torque certo.
E – Eliminar principalmente as baixas vibrações na máquina.
D – As respostas A e B estão corretas.
E – Nenhuma das respostas anteriores.

18. Pode haver desalinhamento de uma máquina por fatores externos à mesma.
( ) certo ( ) errado

60 SENAI-RJ
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19. O item mais importante na manutenção do alinhamento na montagem da estrutura de


uma prensa de cozimento em nossa indústria é:
A – resina de Sikadur.
B – base com 300 mm de espessura.
C – o traçado com teodolito.
D – o carro gabarito.
E – o nivelamento das placas de resina.

20. Solicite ao instrutor os meios necessários para a montagem da estrutura do ciclo-redutor,


e alinhe o conjunto para teste de funcionamento.

21. Um dos exemplos de instrumento de medição indireta é o paquímetro.


( ) certo ( ) errado

22. O compasso de pernas é utilizado para medir:


A – eixos.
B – chapas.
C – furos.
D – barras.
E – nenhuma das respostas anteriores.

23. Um dos itens abaixo indica a maior desvantagem da medição com compasso:
A – Transferência para outro instrumento.
B – Não exatidão da medição.
C – Quanto maior a medida, mais difícil a leitura.
D – Muitas maneiras de se medir.
E – Nenhuma das respostas anteriores.

24. O compasso de voltas serve para medir diâmetros internos e o compasso de pernas,
diâmetros externos.
( ) certo ( ) errado

25. Podemos considerar o relógio apalpador como instrumento de medição indireta.


( ) certo ( ) errado

26. Num teodolito, nós recolhemos informações para posterior resolução da medida.
Portanto, é um instrumento de medição indireta.
( ) certo ( ) errado

SENAI-RJ 61
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Recursos para manter o alinhamento


Uma vez alinhado, o equipamento deverá permanecer nesta condição indefinidamente,
salvo se alguma influência externa a altere.
Se forem tomadas as providências necessárias, pode-se desmontar uma máquina, e
novamente montá-la, sem perder o seu alinhamento.
Estas providências são:
1. Colocar pinos de guia nas partes removíveis da máquina que afetem diretamente o
alinhamento.
2. Apertar todos os parafusos com o torque certo, determinado pelo fabricante do
equipamento.
3. Proteger devidamente as bases, os pedestais, os pontos de apoio, etc. contra a corrosão.
4. Travar seguramente os parafusos da máquina.
5. Procurar eliminar as altas vibrações que venham existir na máquina.
6. Eliminar esforços que a máquina sofra, provenientes da dilatação por temperatura de
tubulações, estruturas metálicas, etc.

Serviços de manutenção no
alinhamento
Mesmo tomando todas as precauções, existem fatores de difícil previsão que afetam o
alinhamento, como, por exemplo, a movimentação do solo.
Por esta razão, deve-se fazer um plano de verificação periódica do alinhamento,
programando a primeira para uma semana após a máquina entrar em operação. Nesta
verificação, deve-se anotar as leituras dos relógios indicadores e compará-las com dados
anteriores.
Se houver modificações, deve-se alinhar novamente a máquina, mantendo-a sob
observação, executar novas leituras de alinhamento e também medir os índices de vibração, em
períodos de 24 horas.
Caso persistam as modificações, deve-se pesquisar, descobrindo e eliminando as causas.
Assim que se verifique que o alinhamento se mantém estável, deve-se então programar as
verificações em períodos mais longos, não excedendo seis meses.
Sendo o serviço de alinhamento bem-feito, e sua manutenção adequada, serão poupados
gastos desnecessários com o equipamento, que terá uma maior vida útil.
A seguir, vamos analisar um exemplo de montagem de estrutura de máquina na nossa
empresa.

62 SENAI-RJ
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Montagem de prensa de recozimento de pneus

MÁQUINA
Rosca p/fixação

Resina de Sikadur

Concreto

Concreto
[Parafuso]

Seis bases iguais


Concreto

A seguir, apresentamos algumas informações referentes à montagem da prensa de


recozimento de pneus.

Base Sua base, de cimento, é preparada no próprio setor com aproximadamente 300 mm de espessura,
com furos traçados por gabaritos que obedecem a um alinhamento traçado com teodolito. Estes
furos são executados com furadeira de impacto para receberem chumbadores resinados.
Resina de Esta resina é uma argamassa expansiva, e sua espessura depende da pressão a ser exercida
Sikadur (consultar catálogo do fabricante).
Nivelamento Para este nivelamento é ideal que se use um nível para quatro placas e outro para duas.
das placas
de resina

Carro A máquina é recebida em partes (subconjuntos) pré-montadas, e a montagem estrutural é feita


gabarito sobre um carro gabarito. As guias e furações são usinadas sem necessidade de ajuste. O carro
gabarito é montado em outro local e transportado para o local de montagem da máquina. Este
carro é provido de rodas de poliuretano.

Alimentação A alimentação de eletricidade, vapor, água, circuito de óleo, nobreak (bateria que mantém a
energia elétrica por um certo período), silicone, vácuo e ar comprimido é interligada à
máquina através de tubulação, mangueiras, quadro de calor (controlado por um quadro
pneumático, que por sua vez é controlado por um CLP – controlador lógico programável).
Regulagem Os parâmetros geométricos de funcionamento da máquina a serem regulados são:
de • Ângulo de x graus do braço para alimentar a prensa.
parâmetros • Subida do prato da membrana (altura).
• Velocidade de subida e descida da tampa.

Equipamento • Nível ótico.


/ acessórios • Nível prismático (0,1 mm/m; 0,02 mm/m e 0,05 mm/m).
utilizados na • Prumo.
montagem • Régua calibrada (tipo especial).
• Esquadro.
• Calços.
• Gabaritos.
• Teodolito.
Colocação É feito pelo setor responsável indicado para tal atividade, seguido de testes preliminares de
do molde recozimento do pneu.
Recepção da É de responsabilidade do setor onde será montada, em conjunto com outros setores: manutenção,
máquina qualidade, segurança e departamentos de engenharia.

SENAI-RJ 63
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Revisão (check-up)

Verificação prática de alinhamento

Por que você deve verificar alinhamentos

Situação 1

Inclinação dos jusentes pode não ser


evidente a olho nú, mas vibrações, situação de
construção, etc. abaixam ou mudam o nível
da máquina, desgastando os acoplamentos
flexíveis.
Caimento
Quebra

Situação 2

Mancal desgastado pode causar desnível.


Os equipamentos que saem de alinhamento
desgastam as superfícies de contato, mesmo
dos acoplamentos mais bem projetados. Desgaste

Situação 3

Expansão ou contração devida à variação de


temperatura das canalizações muitas vezes Calor

desloca o equipamento da linha. Alinhamento da


máquina fria não quer dizer que esteja bem
alinhada quando quente.
Calor
Aquecido

64 SENAI-RJ
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Emprego prático dos graminhos

Folga do mancal de escora ou jogo inicial, na maioria dos equipamentos rotativos, é


altamente importante. Se esta folga é excessiva, partes vitais, como rotores de turbinas ou
bombas, roçam na carcaça causando sérios danos. Para verificar o jogo axial, sem desmontar o
equipamento, desfaça o acoplamento e force o eixo em ambas as direções. O indicador de folga
é colocado conforme mostram as figuras a seguir.

Mancal Acoplamento Mancal

Como alinhar acoplamentos


Folga
Verificação radial
Mancal
Folga radial dos mancais por desgaste
radial é fácil verificar. Desfaça o acopla-
mento, prenda o indicador no acoplamento
e repouse o relógio no mancal.
Eixo
Barra

Verificação angular

Coloque uma borracha entre as


extremidades dos eixos (não próximo da
periferia do flange. Marque as metades,
prenda o graminho como está mostrado
na figura ao lado, e gire as metades juntas Marca Borracha

para checagem angular.

SENAI-RJ 65
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Verificação simples
Escala
Uma régua colocada sobre as duas metades
do acoplamento e em quatro lugares em volta
do acoplamento é uma verificação visual. A
verificação com o graminho é, no entanto, muito
mais precisa e evita desgaste dispendioso.

Apalpadores de folga entre as metades do


acoplamento e em quatro lugares em volta do
círculo mostram se os eixos estão alinhados. Este
método, é claro, não pode ser tão preciso como
o do uso do graminho relógio.

Situações encontradas em acoplamentos

Verifique o eixo inclinado ou partes do


acoplamento não paralelos girando uma metade,
enquanto o graminho está preso à outra. Não
admita que as metades do acoplamento estejam
certas no eixo.

O eixo empenado é observado com o graminho preso à capa do mancal, enquanto o pino
do relógio toca o eixo. Se o eixo está correto, verifique a parte do acoplamento deste eixo. Se não
está, a abertura pode estar excêntrica ao flange, ou o acoplamento pode não estar bem ajustado
no eixo. Logo que você verifique que o eixo e as metades do acoplamento estão corretos, você
pode alinhar o acoplamento como se verá adiante.

66 SENAI-RJ
Montagem e Alinhamento de Máquinas - Alinhamento de Máquinas

Para verificar se os flanges estão na mesma Zerar

altura, coloque o graminho como mostra a


figura ao lado. Gire as duas metades juntas,
lendo o graminho relógio. Suspenda a base da
máquina com calços, se a checagem angular
estiver perfeita.
Verificação dos flanges

Supondo que no topo tenhamos um


valor de 0,02” (valor indicado no relógio);
dividindo este valor por 2, na parte inferior,
teremos um valor de 0,01” de desalinhamento.
Para corrigir, eleve a máquina com um calço
de 0,01”. Medindo desalinhamento
de flanges

A folga axial entre as metades dos acoplamentos deve estar correta (verificar nos planos).
Se não, o desgaste de mancal de escora ou os rotores pesados podem sobrecarregar os motores
assim apertados, causando sérios danos.

Fim da folga

SENAI-RJ 67
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Nivelamento
Máquina nova deve ser nivelada

Alinhe horizontalmente o equipamento com o nível de precisão, colocando o nível sobre


o eixo ou sobre a superfície usinada. Isto faz com que as peças se desgastem uniformemente e
não de modo irregular.

Nível

Alinhamento horizontal também signi-


fica que a máquina deve estar a nível em todas
as direções. Isto ajuda na correta colocação
das canalizações e outros equipamentos Nível

presos à máquina.

Faça o alinhamento das jazentes e da


base, com auxílio do graminho relógio.
Aperte inicialmente os parafusos da
Zerar
unidade mais rígida. Se o graminho relógio
indicar empeno da base, afrouxar os
parafusos e colocar calços até que os
empenos tenham desaparecido.

Calço

68 SENAI-RJ
Regulagem de
máquinas
Nesta seção...

Regulagem de máquinas

2
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70 SENAI-RJ
Montagem e Alinhamento de Máquinas - Regulagem de Máquinas

Regulagem de máquinas
A regulagem de máquinas é uma operação longa e de alto custo, porque necessita do
emprego de mão-de-obra qualificada e de equipamentos especiais.
É feita para permitir o funcionamento da máquina dentro das melhores condições, as
quais vão permitir a manufatura de produtos dentro das especificações exigidas pelos
clientes.
O emprego da regulagem de uma máquina permite a realização de produtos confiáveis,
por exemplo, dimensionalmente, o que nos dará o retorno do custo desta regulagem em
pouco tempo.
Por ser uma operação demorada e exigir mão-de-obra especializada, deverá ser feito
antecipadamente um planejamento desta regulagem, por um departamento de engenharia
ou de projetos, para fornecer a ordem de operações da regulagem.
Para conhecermos as condições de regulagem será necessário o conhecimento da
máquina. Portanto, vamos utilizar, como exemplo, a regulagem de um homogeneizador.

SENAI-RJ 71
Montagem e Alinhamento de Máquinas - Regulagem de Máquinas

Homogeneizador
10

8
Cilindro

M 1

Especificações técnicas

Motor • Fabric: Leroy Somer


• Kw 1080 – Y V 440
• 1680 RPM
• Motor Assincrono

Redutor • Marca: Flender


• Tipo: D 4 290 Bocholt
• RPM Entr.: 1800
• RPM Saída: 228
• Tipo óleo: VG 680 H 04 JH 00000
• Quant. Óleo: 22 1

Funcionamento O motor ref. 1, quando acionado, gira o parafuso s/ fim ref. 3 através do acoplamento 2. O parafuso
s/ fim 3 movimenta a coroa ref. 5. Por estar solidária ao sem fim ref. 4, faz c/ que o mesmo gire, girando
a coroa ref. 6. Estando ligada ao parafuso ref. 7, por estrias cujo ajuste é deslizante, faz com que o
mesmo gire permitindo o deslocamento axial.
O parafuso 7 está montado na porca de bronze ref. 8 que é fixa à estrutura da máquina.
Conseqüentemente, quando o mesmo gira, desloca-se axialmente. O parafuso 7 é fixado
“axialmente” ao mancal ref. 10 através do flange de ligação ref. 9, o que faz com que o mancal e o
cilindro se movimentem.

72 SENAI-RJ
Montagem e Alinhamento de Máquinas - Regulagem de Máquinas

A cada giro completo do parafuso, o cilindro desloca 12 mm.

Parâmetro Modo operatório Norma Obs.

Cilindro
traseiro
A B 0,1
0,1
0,2 0,2

C
100 100
Cilindro
dianteiro

M M

• Aperto mínimo – aproximar os cilindros para que os mancais encostem nas placas de
segurança com leve compressão.

A = B = 0,5 + 0,1
C=0

• Aperto máximo – abrir os cilindros para retirar as folgas, após parada a fim de aproximá-
los, ajustando o fim de curso para que ocorra a parada do cilindro na cota desejada.

A = B = 0,7 + 0,2
C = 0,2

SENAI-RJ 73
Montagem e Alinhamento de Máquinas - Regulagem de Máquinas

• Desaperto máximo – abrir os cilindros e ajustar o fim de curso, após parada, a fim de que
atinjam a cota desejada.

A = B = 30 + 0,5

• Paralelismo

A – B // 0.2

• Ferramentas necessárias – calibre de folgas, bloco padrão de 30 mm e chave fixa de 13 mm.

Seqüência para obter um


paralelismo

A
P ∆

D B

X C

Alinhamento paralelo (P // 0,30 mm)

Este alinhamento deve ser feito com relógio.


1º - Montar a base do relógio no tambor do freio, conforme esquema apresentado.
2º - Girar o acoplamento lado motor para verificar a excentricidade, que deve ser menor
que 0,05 mm.
3º - Com o acoplamento do motor parado, tomar referência em um dos pontos (A, B, C ou
D) para zerar o relógio. Após, girar o tambor passando pelos demais pontos, anotando
os valores da cota P nas posições A, B, C ou D. A diferença máxima deverá ser menor
que 0,3 mm. Caso não seja, será necessário corrigir a altura do motor (colocando ou
retirando calços) e o deslocamento lateral.

74 SENAI-RJ
Montagem e Alinhamento de Máquinas - Regulagem de Máquinas

Alinhamento angular

O objetivo deste alinhamento é deixar o ângulo ∆ formado entre as linhas de centro do


motor e do redutor zero.
Com os dois acoplamentos parados, verificar o valor da cota X nos pontos A, B, C e D
introduzindo o calibre. A diferença máxima entre os pontos opostos deve ser menor que
0,30 mm. Caso não seja, corrigir o ângulo da linha de centro do motor.
XA – XC < 0,30 mm
XB – XD < 0,30 mm
1,6 < X < 12,7

Materiais utilizados

Relógio comparador centesimal com base magnética, martelo de bronze, martelo de 500 g, cabo de
aço para 3.000 kg, chaves Allen de 6,0 mm/impacto de 36/fixa de 13 e 17/inglesa de 6’’, calibre de lâminas.

Normas internas
Em nossa indústria utilizamos métodos de regulagem planejados, como, por exemplo, o
referencial geométrico para qualidade assegurada utilizado nas máquinas de confecção de
carcaças e bandagens.
O objetivo deste planejamento é organizar os diversos parâmetros da máquina que
influenciam na qualidade do produto. Neste planejamento encontramos normas, modos
operatórios e demais aspectos necessários para uma boa regulagem e verificação da máquina.
Trata-se de um conjunto de parâmetros geométricos, que tem uma incidência sobre a
qualidade do produto, com o objetivo de constatar a posição dos elementos da máquina e
transcrever os resultados da mediação para cada parâmetro. A verificação desse referencial deve
ser feito por pessoal qualificado e com ferramentas adequadas.
Elementos do referencial geométrico:
- Eixo X
- Eixo Y
- Mesa
- Postos da mesa (produtos)
- Posto de referência
- Posto PS
- Posto FE
- Traçador (barra traçadora)
- Roletagens e posicionador de aros
- Spots do FE

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Materialização dos eixos X e Y


rolamentos guias

alvo 6 BM MESA

alvo 1

cota gabarito
711
estação B
1365

377
ponto B 271
BT
eixo Y
alvo3 alvo 5
alvo 4
870
764
1668
1562

PS

711
5300

alvo 2

cota gabarito

(FE)
linha S
CXIII

estação A
ponto A
trilho

eixo X

Como achar o eixo X

• Montar o teodolito sobre a estação A (ver montagem do teodolito no próximo item).


Mirar o alvo 1, depois mirar o alvo 2. Os dois alvos devem estar perfeitamente alinhados.

Como achar o eixo Y

• Montar o teodolito sobre a estação B (ver montagem do teodolito no próximo item).


Mirar o alvo 3, depois mirar o alvo 4. Os dois alvos devem estar perfeitamente alinhados.

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1. O alvo ou ponto fixo no piso, devidamente alinhado na montagem estrutural


da máquina, serve como referência para o posicionamento do teodolito.
2. O alvo ou ponto é uma perfuração feita no solo (concreto), após ser colocado
um cilindro metálico, de acordo com as especificações. Acima deste cilindro é
colocado o alvo (disco de alumínio traçado centralizado-importado) e, para
protegê-lo, adiciona-se o produto Sikadur (resina de poliester transparente).

Montagem do teodolito
Meios
- Teodolito
- Base para teodolito
- Nível de precisão
- Mesa micrométrica

Modo operatório
A implantação do teodolito deve ser feita conforme
descrito a seguir.
• Colocação do tripé dentro das marcações no solo.
Verificar se o tripé está fixado na base, e se não se
movimenta.
• Regular o suporte, colocando o mesmo no nível para receber o teodolito.
• Colocar o teodolito sobre este suporte.
• Apertar o parafuso de fixação com a mão, porém com pouca folga.

Regulagem do nível do teodolito

A - Regulagem de nível aproximativa pela bolha do nível esférico:


• Fazer centragem do teodolito (sobre o ponto de referência no solo).
• Pela mira óptica.
B - Olhar pela mira óptica e colocar o ponto central na mira exatamente superposto ao
ponto da referência do eixo da máquina.

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C - Fazer regulagem fina de nível do teodolito com o nível tubular.


• Essa regulagem fina deverá ser feita com muita atenção, pois está condicionada à
precisão das medidas feitas pelo teodolito, e especialmente para a utilização horizontal
do aparelho.
• Fazer a regulagem sobre os tripés, de maneira a obter o nível perfeito sobre o nível
tubular em posições.
• Pode acontecer que, completada as três verificações do nível tubular, apresente-se
incorreta. Neste caso, é necessário dividir esta diferença sobre os pontos de verificação.
D - Reverificar a centragem com a mira ocular. Caso não esteja OK, corrigir e refazer o
nivelamento com o nível tubular.
E - Apertar definitivamente o parafuso de fixação.

Utilização da mesa micrométrica

- Montar o tripé do teodolito.


- Nivelar o tripé.
- Montar base de adaptação da mesa micrométrica sobre o tripé. É importante que o
micrômetro fique perpendicular ao eixo, o qual estamos medindo.

X Alvo atrás

X Alvo à frente

Micrômetro

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- Nivelar a mesa micrométrica sobre o tripé.


- Montar o teodolito sobre a mesa micrométrica.
- Nivelar o teodolito.
- Mirar o alvo atrás (exemplo: ponto B).
- Mirar o alvo à frente (exemplo: ponto A).

B B+ B

+A A A
y
eixo de movimento da
T
mesa micrométrica

Vista do operador sobre o teodolito

- O valor y é o resultado encontrado do desalinhamento entre os alvos A e B (máximo de


4,0 mm).
- Medir as distâncias entre os pontos (alvos A e B) e o centro do tripé (TA). Utilizando a
fórmula que segue, achar a medida d.

TA
d= y • ______
AB

AB
A
TA

y d Centro do teodolito

T
ponto O

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- Achando o valor d, deslocar mais este valor a partir do valor y, ou seja, y + d é a diferença
total a partir do zero.

Exemplo:
Diferença de alinhamento y = 2,0 mm
Valor de d = 3,0 mm
Valor total a partir do zero = 5,0 mm

- Soltar a mesa do teodolito e mirar o alvo B. O teodolito estará alinhado em A e B.

Teodolito e prisma autocolimador

O teodolito é um instrumento óptico destinado a medir com precisão ângulos horizontais


e ângulos verticais, e, em alguns casos, distâncias por processo indireto.
O prisma autocolimador é um componente de auxílio ao teodolito para montagem e
alinhamento de máquinas em geral (acessório).
A autocolimação é um processo no qual se aponta a um espelho opticamente plano, com
o foco orientado para o infinito. A retícula tem que estar iluminada do lado da ocular. Uma
silhueta da retícula iluminada se projeta até o espelho e é refletida para formar uma imagem no
plano da retícula. Se o espelho está exatamente em 90 graus com respeito à linha de mira, a
retícula coincide com sua imagem (figura a seguir).

Autocolimação

Retífica e imagem refletida

Para muitas tarefas é necessário uma referência somente para medir ângulos horizontais.
Se tem que se mover o teodolito e, sobretudo, se tem que se trocar de altura, o uso de um espelho
como referência é impossível. Para vencer esta dificuldade, utiliza-se o prisma autocolimador.

80 SENAI-RJ
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O prisma autocolimador é uma


combinação entre um espelho plano e
um refletor. O plano horizontal funciona
como um espelho autocolimador (figura
anterior), no vertical funciona como
retrorrefletor (figura a seguir).

Concluindo, um espelho define uma linha de referência, o prisma autocolimador define


um plano de referência.

Exemplo de aplicação de prisma autocolimador

A B C D E F G
eje de la
máquina

a c d e GAP 1

1 linea de control 2
b f g

E G
A C
F
B D

1 2

Controlando o paralelismo de rolos

SENAI-RJ 81
Montagem e Alinhamento de Máquinas - Regulagem de Máquinas

Em plantas laminadoras e com certos tipos de máquinas é fundamental alinhar os rolos


com precisão. Tem que ser exatamente paralelo uns aos outros e estar na linha correta.
Os rolos A, B, C, ... G devem ser alinhados. Uma linha de controle com os pontos terminais
1 e 2 se estabelece no piso da fábrica paralelamente ao eixo longitudinal da máquina. Centrar o
teodolito no ponto 1 e o prisma autocolimador no ponto 2. Enfocar e apontar no ponto 2 para
alinhar o foco ao largo da linha de controle 1 – 2. Colocar o foco no infinito, apontar ao prisma
autocolimador e girar o prisma até que resulte a autocolimação com o traço vertical da retícula.
O prisma está agora perpendicular à linha de controle e se pode usar como referência para
definir planos verticais paralelos à linha de controle.
Para controlar o rolo A: colocar o teodolito em a. Observe-se que não se pede mais do que
centrar com respeito à linha de controle dentro de uns 2 ou 3 cm. Autocolimar com o prisma (se
necessário, possibilidade de ler na escala milimétrica do prisma, à direita ou à esquerda da linha
de controle, o deslocamento do teodolito) e dar um giro de 90 graus. Aplicar uma escala a cada
extremidade do rolo e controlar o alinhamento. Observe-se que para medições do rolo com
precisão de 0,05 mm se pode adaptar um micrômetro de placa planoparalela no foco do teodolito
(lente). Os demais rolos se encontram do mesmo modo. As vantagens do método estão no fato
de que a centragem perde a importância e para tanto não podem ocorrer erros devido à
centragem, e que o teodolito pode ser montado em diferentes alturas de rolos, já que a
autocolimação acontece em todos os casos com o traço vertical da retícula.
Exemplos de aplicações típicas da autocolimação.

1 2

3 4

1 – Uma referência perfeita para medir ângulos horizontais sempre que as distâncias dos
pontos sejam limitadas.
2 – Controle de paralelismo e eixos de alinhamento com o teodolito em diferentes alturas.

82 SENAI-RJ
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3 – Estabelecimentos de marcos ópticos ao redor de estruturas para montar, alinhar e


controlar partes constituintes.
4 – Transferência de direções em níveis diferentes para montagem de máquinas,
alinhamento de eixos, colocação de vias condutoras, construção.

: Teodolito : Prisma autocolimador

Verificação geométrica de
uma fresadora

Objetivo

Verificar se a fresadora está regulada para uso.


Vejamos como o conhecimento de geometria se aplica à situação.

b-c

a-c

Objeto de medida

Deslocamento do console:
- Plano de simetria da máquina;
- Plano perpendicular ao ponto de simetria;
- Basculamento.

Material utilizado

Comparador e esquadro.

Tolerância em mm

Admissível = 0,02/300 mm

SENAI-RJ 83
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Ajuste do subconjunto forma rolo/


rolo raspador

+1,0 bar
+1,0 bar p2=4-
d1=4,0 mm d2=4,0 mm
P1=4-

x x
Cilindro Cilindro
dianteiro traseiro

d3

tapete elevador

calço

• Cotas d1 e d2, cotas entre rolo raspador e cilindro, devem estar com 4,0 mm cada.
Utilizando uma chave fixa de 24 mm, atuar (girando) o munhão na ponta da haste do
cilindro até obter a folga desejada, que é determinada pelo curso total do cilindro (cota X).
Se necessário, usinar o munhão.
• Cotas d3, cota entre formador de rolos e tapete, deve ficar 12 ± 1,0 mm.
Para realizar esse ajuste, utilizamos chave Allen de 8 mm e calibre de folgas. A folga se consegue
usinando ou colocando calços entre os batentes. Esta folga deve ser mínima para evitar a
passagem do produto; porém, o tapete e a emenda não devem tocar o rolo ao passar.
Ressaltamos que todo o trabalho deve ser feito com a máquina em segurança, com o rolo
em posição alta e travado mecanicamente.

d1=d2=4 mm D1=D2=8 mm

Cilindro Cilindro

rolo descolador rolo descolador

came came
detetor
detetor

84 SENAI-RJ
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• Cota D1 = D2 = 8,0 mm, cota entre rolo raspador e cilindro.


Utilizando calço de 8,0 mm, regular o came do detetor utilizando dois calços de 8 mm
entre o cilindro e rolo raspador (a 100 mm da extremidade de cada lado), para que o
mesmo saia da área de detecção, caindo em defeito.

Verificação de concentricidade
de tambor
A norma pede, para este caso, menos de 0,50 mm.
Utilizando relógio comparador e base magnética, montar o relógio comparador como
mostra a figura a seguir . Montar do lado R. Fazer girar em uma volta o tambor.

Bati
mandrin

Rail

Ao girar o tambor, levantar o pino do relógio a cada vez que passar em


algum obstáculo existente.

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Regulagem de perpendicularismo de tambor

Com o auxílio de gabarito especial, verificamos o perpendicularismo de tambor na


fabricação.

x1

frente Tambor

Árvore guia da luneta

Referência lateral X 1=X2 < 0,25

x2
trás
Plano de referência
(Plano de vista)

Teodolito

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Posicionamento do teodolito para verificação


de postos

posto Y
mesa
GI

posto
BT

alvo 5

posto
PS
alvo 1 posto
CXIII

ba
ti alvo 7
ma
nd
rin
alvo 2
tri
lho

Estação de teodolito no posto de BT


ponto B

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Praticando
1. Para verificação e regulagem da folga dos cilindros de homogeneizadores, necessitamos
de calibre de folgas, bloco padrão de 30 mm e chave fixa de 13 mm.
( ) certo ( ) errado

2. Se, num acoplamento entre dois flanges, apoiamos um relógio comparador em um


flange e o apalpador em outro, é necessário girar os dois flanges para se obter o desalinhamento
entre os eixos.
( ) certo ( ) errado

3. O objetivo do alinhamento angular é deixar o ângulo formado entre as linhas de centro


do motor e do redutor o mais próximo do zero.
( ) certo ( ) errado

4. Indique porque se utiliza um martelo de 500 g no alinhamento angular dos cilindros de


homogeneização.
A – Para utilizar como batedor no movimento dos cilindros.
B – Para utilizar como o batedor de bronze.
C – Para fixar o cabo de aço de 3.000 kg.
D – Para bater na chave de impacto os parafusos Allen.
E – É um erro utilizar martelo na obtenção de um alinhamento angular.

5. A correção do alinhamento paralelo entre o acoplamento do lado do motor e do lado do


redutor, num homogeneizador, deve ser feita se ultrapassar 0,03 mm.
( ) certo ( ) errado

6. Na regulagem planejada das máquinas de confecção de carcaças e bandagens, temos


como objetivo:
A – colocar pontos alvos no solo.
B – montar teodolitos para verificação de linhas e planos.
C – fixar todos os componentes das máquinas na posição certa.
D – organizar os diversos parâmetros que influenciam na qualidade do produto.
E – interferir na geometria da máquina.

7. Ao encontrarmos um alvo no solo, próximo de uma máquina, podemos entender de


imediato que se trata de ponto de verificação geométrica desta máquina.
( ) certo ( ) errado

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8. A resina de poliéster utilizada sobre o alvo de alumínio tem a função de aumentar a


visibilidade do alvo por ser transparente e funcionar como uma lente.
( ) certo ( ) errado

9. A regulagem do teodolito no local de utilização deve ser feita inicialmente regulando o


suporte no nível para receber o teodolito.
( ) certo ( ) errado

10. Na utilização do prisma autocolimador, temos possibilidade de:


A – colocar diversos cilindros paralelos.
B – definir um plano de referência.
C – mover o teodolito sem interferir no processo de alinhamento.
D – as respostas a, b e c estão corretas.
E – nenhuma das respostas anteriores.

11. Se o espelho do autocolimador está exatamente em 90 graus com respeito à retícula,


a linha de mira coincide com sua imagem.
( ) certo ( ) errado

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Máquinas de ajuste fino


As máquinas de ajuste fino são máquinas que exigem atenção muito maior do fabricante,
do utilizador, do regulador, em relação à sua composição física. São máquinas onde gabaritos
especiais são montados a fim de se atender aos ajustes necessários, o que possivelmente não
seriam alcançados sem o mesmo.
Ajuste fino é sinônimo de tolerância pequena, e portanto, em todos os equipamentos
onde houver essa necessidade, podemos considerar que é uma máquina de ajuste fino.
Para elucidarmos melhor, vamos apresentar algumas máquinas onde estas tolerâncias são
utilizadas.
Por exemplo, em determinado setor da fábrica temos um equipamento que necessita, para
um processo de medida, de uma alta qualidade das medições (figura a seguir).

Comparador

90 SENAI-RJ
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Para obter uma alta qualidade das medições, é necessário ajustar um ângulo conforme
descrito a seguir.
• O ajuste do ângulo se faz posicionando-se o excêntrico B7 em relação ao eixo descentrado B5.
• Calcular a diferença (d) entre o valor (X) a regular e o valor (I) encontrado, ou seja, X – I = d.
• Parar o motor.
• Posicionar o braço B23 no máximo de elongação, girando o motor manualmente no
sentido normal.
• Colocar o comparador a zero.
• Desbloquear a peça B15.
• Desaparafusar de 2 ½ voltas aproximadamente até sentir uma segunda resistência; é
suficiente então fazer ¼ de volta suplementar para descalçar o excêntrico B7 do eixo B5.
• Aparafusar novamente, sem bloquear o parafuso B15 somente o necessário para repor
em contato B7 com B5.
• Posicionar duas hastes diâmetro 8 nos furos de B5 e B7 previstos para este fim.
• Manter B5 e agir sobre B7 para levar o comparador a zero, depois aumentar ou diminuir,
conforme o caso, a indicação do valor d/2.
• Rebloquear em seguida o parafuso B15.
• Controlar a amplitude total, fazendo girar o motor manualmente.
• Tolerâncias de ajuste: X +
- 0,005 mm.

SENAI-RJ 91
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Praticando

1. Por que é necessário posicionar duas hastes diâmetro 8 nos furos B5 e B7?

2. O posicionamento do braço B23, no máximo de elongação, é para que finalidade?

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