Vous êtes sur la page 1sur 18

Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

65 ANOS DE TELEJORNALISMO: das “notícias fordistas” às “notícias


flexíveis”

65 YEARS TELEJOURNALISM: the “fordist news” to “flexible news”


1 2
Alfredo Eurico Vizeu Pereira Junior / Tenaflae da Silva Lordêlo

Resumo: O presente artigo estuda as rotinas produtivas das notícias, que


contribuem para a compreensão do mundo diariamente construído. No atual
contexto de convergência, que nas últimas décadas pavimentam perspectivas para
a reconfiguração/redesenho do fazer no telejornalismo, por meio da adoção
tecnológica, evidenciam as alterações e as predominâncias características de dois
momentos: as rotinas do final do século XX (rotinas fordistas) e do início do
século XIX (rotinas flexíveis). Desta feita, o objetivo é estabelecer uma breve
discussão que perpassa o contexto das rotinas e as notícias no final da década de
90 tomando por base pesquisa realizada por Vizeu (2002) e Lordêlo (2015), que
aponta como as rotinas da redação, longe de serem como alguns afirmam
mecânicas, estão em constante transformação, num fluxo constante de mudanças
contribuindo com para a construção social da realidade a partir de novos desafios
das tecnologias sociais ao Jornalismo.

Palavra chave: Rotinas flexíveis. Telejornalismo. Rotinas fordistas.

Abstract: This paper studies the production routines of news, contributing to the
understanding of the world built daily. In the current context of convergence,
which in recent decades pave prospects for reconfiguration / redesign to television
journalism, through technological adoption, show the changes and the
predominant characteristics of two moments: the routines of the late twentieth
century (fordist routines) and the early nineteenth century (flexible routines). This
time, the goal is to establish a brief discussion that pervade the context of the
routines and the news at the end of the 90 building on research conducted by Vizeu
(2002) and Lordêlo (2015), who points out how the newsroom routines away from
serve as some claim mechanics are constantly changing, a constant stream of
changes contributing to the social construction of reality from new challenges of
social technologies to Journalism.

Keywords: Flexible routines. TV Journalism. Fodist routines

1. Introdução

No Brasil, o telejornalismo nasceu junto com a televisão, em 20 de setembro de 1950, um


dia após a inauguração da estação pioneira de TV, a Tupi-Difusora (PRF-3) São Paulo, quando foi
lançado a edição do primeiro telejornal brasileiro: Imagens do Dia (REZENDE, 2010). Nestes 65
anos a televisão permanece com o meio de comunicação predominante do País, no atual contexto
convergência, tendo no Jornalismo seu principal gênero.

A televisão é o meio hegemônico entre os brasileiros, como aponta a Pesquisa Brasileira de

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 1
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

Mídia Brasileira 2014 e 2015, encomendada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência
da República – Secom. A Pesquisa Brasil (2014a, 2014b) mostra que 95% dos entrevistados
afirmam ver tevê diariamente, dais quais 79% dos brasileiros assistem TV para ver notícias. A
pesquisa, ainda, evidencia melhorias na confiança dos brasileiros nas notícias da TV, com 49% na
pesquisa de 2014 e 54% para a pesquisa de 2015. Desta feita, salientamos que não é de agora que a
televisão vem sendo o meio predominante no Brasil, contribuindo de uma forma efetiva para as
mudanças sociais, culturais e políticas, colaborando para a compreensão da realidade social.
Realidade esta, entendida como o processo socialmente determinado, intersubjetivamente e
institucionalizado pelas práticas, pelos papéis e pelos agentes da vida cotidiana (ALSINA, 2009).

Dentro deste contexto que desenvolvemos este trabalho procurando estudar algo que é
central no telejornalismo, as rotinas produtivas das notícias, que contribuem para este olhar sobre
nosso País e o mundo diariamente construído. Neste sentido o presente artigo coloca as rotinas
produtivas no centro do atual contexto de convergência, que nas últimas décadas pavimentam
perspectivas e reflexões para a reconfiguração/redesenho, por meio da adoção tecnológica no fazer
do telejornalismo. Assim, observamos as alterações e as predominâncias características de dois
momentos do fazer no telejornalismo brasileiro: as rotinas do final do século XX (rotinas fordistas)
e do início do século XIX (rotinas flexíveis). Nosso objetivo é estabelecer uma breve discussão que
perpassa o contexto das rotinas e as notícias no final da década de 90, tomando por base pesquisa
realizada por Vizeu (2000) e Lordêlo (2015), atualmente com a preocupação de mostrar como as
rotinas da redação, longe de serem como alguns afirmam mecânicas, estão em transformação, num
fluxo constante de mudanças, contribuindo para a construção social da realidade a partir de novos
desafios das tecnologias sociais ao Jornalismo. Como parte deste olhar sobre estes dois momentos,
apontamos também, que as chamadas rotinas produtivas e valores-notícias, longe de terem
desaparecido, ainda estão presentes e são básicos no telejornalismo de hoje.

Na pesquisa que realizamos em março de 1990, no jornal RJTV, da Rede Globo Rio, com a
finalidade de identificar quais os aspectos que influenciavam os jornalistas e a redação na hora de
decidir o que era noticiável, cada jornalista tinha sua função definida. Ou seja, não tínhamos, como
aos poucos vai se tornando comum nas redações do País, o profissional que exerce várias
atividades (polivalente). Dentro deste contexto que procuramos explicar o cenário, as rotinas e a
notícia na época. Nos anos 90, a estrutura da redação era composta por um diretor-regional, um
chefe de redação, 12 editores de texto, um chefe de reportagem, quatro subchefes de reportagem,

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 2
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

três assistentes de produção e dez repórteres. Os quais possuíam funções e meio de distribuição
noticiosa fixa, ou seja, restrito ao meio televisivo: “TV fazia TV”.

A redação já era informatizada, mas cada um tinha a sua função. E neste período em que se
apontam as primeiras iniciativas de convergência nos veículos de comunicação tradicionais: por
meio das operações das emissoras de televisão na internet que passaram a distribuir os conteúdos
para mídias digitais, como uma extensão dos processos produtivos (LOPEZ, 2009). O RJTV1 tinha
um editor-chefe, um editor executivo, uma subchefia de reportagem, três produtores, uma
editora/apresentadora, três editores de texto e quatro repórteres. As fontes de informação são: as
agências noticiosas (A Globo, por exemplo), a editoria de esporte, a rádio CBN, entre outros. Todo
o fluxo de informação que circula pela Rede Globo no Rio de Janeiro, desde a pauta dos telejornais
locais e nacionais até o texto final que os apresentadores vão ler no ar pode ser – e é – acessado
pelos jornalistas a qualquer momento. No entanto, não havia uma integração entre as equipes dos
diversos jornais.

Como podemos ver dentro desta breve descrição algo que é central para todos na redação é
que cada jornalista sabe a própria função, ou melhor, tem uma função própria. Vamos denominar
esse contexto para fins deste trabalho como “notícias fordistas”, em que as notícias estão bem
categorizadas como mostramos acima. O jornalista ao chegar na redação já sabe como enquadrar
cada material informativo que recebe. As rotinas não são muito diferentes. Provavelmente
levaríamos um susto se comparássemos como uma redação de hoje: jornalistas parados esperando
material informativo!

Acreditamos que este momento que descrevemos até agora sobre as rotinas e as notícias
pode ser chamado de “notícias fordistas”. Grosso modo, entendemos por notícia fordista aquela
notícia uniforme e padronizada em que a redação parecia uma linha de produção, com funções,
processos e meios fixos.

Após esta breve introdução, até este período para nos determos no que entramos agora, que
estamos chamando provisoriamente de “notícias flexíveis”. Nossa pesquisa atual ocorreu por
observações etnográficas: no Jornal da Record, em janeiro de 2014, os demais: Jornal da Clube
ª ª
(Rede Record), NETV 2 edição, ABTV 2 edição, em agosto de 2014 (Rede Globo). A pesquisa
atual aponta que as rotinas produtivas noticiosas vêm se reconfigurando, em que o fazer

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 3
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

jornalístico é realizado por profissionais polivalentes multimídia e distribuído de modo


multiplataforma entre meios televisivos e digitais, flexibilizando como tendência o modelo de
produção dos anos 70, observado por nós na década de 90, em uma perspectiva conservadora de
uma produção convergente.

Nesta flexibilização das rotinas produtivas, as potencialidades do digital ainda estão em


curso, primeiramente em virtude da tradicional característica de conservação, por parte dos grupos
de comunicação que formam as redes de TV brasileiras, com base no modelo centrado nas mídias
tradicionais (impresso, rádio e TV). Tal posição conservadora se reforça também pela ausência de
um modelo confiável de integração, bem como modelos convergentes que envolva o
telejornalismo. No atual estágio, o que identificamos o fazer do telejornalismo, não se caracteriza
com um modelo convergente de fato e muito menos um fazer jornalístico resistente na lógica
fordista, dos anos 90, momento da informatização das redações, mas em um interstício migratório
de assimilação do digital, de flexibilização da produção, distribuição e perfis profissionais.

2. Rotinas no telejornalismo

Para identificar e compreender as mudanças no atual telejornalismo brasileiro, em rotinas


produtivas flexíveis, é preciso perceber os distintos fatores que perpassam o meio televisivo e o
noticiário desde 1990. Desta maneira, o debate permeia as relação entre as NTIC’s e a televisão
tradicional, no que se refere à formação e ao desenvolvimento do meio original do telejornalismo,
que atualmente se apresenta como renovada e revigorada, mediante a adaptação do meio e
produtos, como o telejornal (Hohlfeld, 2010).

Para Williams (2011) e Gomes (2011), na perspectiva sócio-técnica a televisão é uma


tecnologia e uma forma cultural, e o jornalismo é uma instituição social, de produção da notícia. O
telejornal é um dos formatos mais importantes e um dos mais produtivos da televisão, em âmbito
mundial (HOHLFED, 2010). Visto que este produto jornalístico é
uma construção social, no sentido de que se desenvolve numa formação econômica,
social, cultural particular e cumpre funções fundamentais nessa formação. A
concepção de que o jornalismo tem como função institucional tornar a informação
publicamente disponível e de que o faz através das várias organizações jornalísticas é
uma construção (GOMES, 2011, p.19).

Assim, as possibilidades tecnológicas não são determinantes para a prática jornalística, pois
o jornalismo, como instituição social, não se configura somente a partir das possibilidades

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 4
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

tecnológicas oferecidas, mas na correlação das possibilidades tecnológicas com as condições


históricas, os agentes sociais e fatores culturais. Contudo, isso não permite configurar o jornalismo
como algo imobilizado, frente a tais fatores, mas sim salientar e reforçar uma perspectiva de
complexidade de aspectos sociais, culturais e tecnológicos, presentes no fazer jornalístico brasileiro.

Nossa compreensão de rotinas produtivas está associado à abordagem de Tuchman (1983) e


Vizeu (2002), que apontam que as rotinizações do trabalho nas empresas jornalísticas aperfeiçoam
os modos de produzir a notícia entre os profissionais. Desta forma, as rotinas produtivas são
operações cotidianas de reconstrução da realidade como notícias, em que estão realizadas com as
regras e as atividades dos profissionais nas redações, como local de institucionalização da produção
da notícia (VIZEU, 2002), e a periodicidade de distribuição das mesmas nos telejornais.

Na década de 90 do século passado, diferente de hoje, os jornalistas estabeleciam um certo


número de categorias com as quais trabalhavam, o que vai mudando na medida em que você tem
novas perspectivas tecnológicas e uma audiência interativa cada vez mais exigente. Mas, eles se
organizavam conforme observou Tuchman (1983) entre as notícias duras (duras), leves (blandas),
súbitas (súbitas), em desenvolvimento (en desarollo), e em seqüência (en secuencia).

Conforme Tuchman (1983), essas tipificações estão embutidas nas tarefas práticas dos
jornalistas e se baseiam na sincronização do seu trabalho com o programa provável segundo o qual
se realizarão os fatos informativos potenciais. As notícias duras são as notícias factuais. Tuchman
(1983) explica que administrar o fluxo do trabalho informativo envolve algo mais que a
programação. Envolve também a distribuição de recursos e o controle de trabalho mediante o
planejamento. As distinções entre as notícias súbitas, em desenvolvimento e em sequência são
determinadas por essas tarefas práticas.

As notícias súbitas não são programadas e devem ser processadas imediatamente. As


notícias de sequência são aqueles fatos que já estão pré-programados. Consideramos que nos
trabalhos de newsmaking, o frame temporal depende muito da dimensão do trabalho, do
conhecimento do objeto e, mais do que isso, do que se pretende.

Quanto às rotinas propriamente ditas os jornalistas também tinham um processo organizado


e sistematizado. Constatamos que o dia dos jornalistas era dividido em três fases distintas, mas
integradas, interconectadas: 1) a chegada a redação, momento inicial de se inteirar de como o jornal

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 5
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

começa a se organizar; 2) meio da manhã, quando os editores de texto já estão editando algumas
matérias ou esperando para editar as que estão na rua; 3) o fechamento, já no final da manhã,
quando se aproxima a hora do jornal entrar no ar e a correria é geral na redação.

Deste modo, as aqui denominadas rotinas produtivas fordistas, se caracterizam como


resistente à integração nas redações, operando com uma “linha de produção” noticiosa. Assim, a
integração é eventualmente funcional, em que as redações estão concentradas em um mesmo
espaço físico diferentes, em que a produção e distribuição são independentes dos demais meios,
ficando a produção orientada para um meio específico. Neste tipo de rotina produtiva, as atividades
estão mais ancoradas na lógica produtiva consolidada nos anos 70, para cada meio um tipo
específico de rotina, notícia e profissional, como observamos na pesquisa realizada no RJTV, na
década de 90.

No atual cenário convergente, o jornalismo de TV resiste, para alguns autores, como


elemento fundamental na distribuição de informação noticiosa, nas atuais sociedades liberais
democráticas. Os noticiários das redes televisivas nacional constituem-se como “um lugar de
referência para os brasileiros muito semelhante ao da família, dos amigos, da escola, da religião e
do consumo” (VIZEU; CORREIA, 2008, p. 12). Para Porcello (2006), os noticiários “são hoje a
principal fonte de informação da sociedade brasileira: mais barata, mais cômoda e de fácil acesso
[...]. O telejornalismo ocupa hoje um lugar central na vida dos brasileiros” (PORCELLO, 2006,
p.13). Segundo Lage (2004), os noticiários de horário fixo, como os evening news (boletins do
começo de noite), são os de maior audiência, entre os jornais de TV.

Monzoncillo (2011) faz uma reflexão sobre as mutações relacionadas ao meio televisivo
que foi a referência do século passado; com o advento da internet se estabelece uma reformulação
na cadeia de valores tradicionais, que separavam produção, distribuição e público, em que “os
públicos generalistas e massivos dão origem a novos cidadãos que exigem a liberdade de escolha e
de participar” (MONZONCILLO, 2011, p.2)[3]. Deste modo, estabelece-se o desenvolvimento das
televisões temáticas que pressupõe uma lógica distinta da televisão de massa e começa a estruturar
a televisão de uso flexível aos interesses pessoais (on demand / dieta de conteúdo). A TV está
passando por um processo de fragmentação e digitalização de conteúdos, além de menos coletiva e
mais individual (pessoal/personalizada). As telas ampliaram-se em termos de tamanho da imagem,
e multiplicou-se em muitos dispositivos, incluindo os dispositivos móveis. Os processos digitais,

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 6
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

coexistentes com os modelos e processos anteriores, estão viabilizando as condições de alteração


da TV e os conteúdos produzidos, relacionados aos fatores culturais, políticos e econômicos.

A alteração na cadeia de valores tradicionais da TV, oriunda da adoção social da


tecnologia, em especial, no que se refere à produção de conteúdos, coloca certa dificuldade em
conceituar o próprio meio, bem como sustentar a lógica fordista de produção noticiosa.
Esta evolução nas redes e dispositivos resultou em novas formas de entretenimento
que questionam o próprio conceito de TV. Se trataria do conceito de “nossa
Televisão” em relação ao passado: “minha TV” e “sua televisão”. Esta seria a nova
maneira de entender a nova televisão, opinativa, mas o ponto crucial está na
produção de conteúdo. (MONZONCILLO, 2011, p.2)[4]

Neste sentido, se estabelece o desafio de refletir o telejornalismo, bem como o suporte


original televisivo, no atual contexto tecnológico, frente às inovações, invenções e adoções que
estão transformando tanto o meio como o veículo jornalístico. No atual estágio do telejornalismo
depara-se com a busca de novos modelos, para além do último modelo fordista consagrado dos
anos 70, em uma configuração que envolve portabilidade, mobilidade e interatividade digital.
Paralelo ao cenário do jornalismo de TV encontra-se o meio televisivo em um estágio de processo
de convergência e qualidade digital. Os aspectos do entorno de meio e veículo, apontam para
distribuição de conteúdos em formato digital para multiplataforma.

3. A convergência jornalística

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 7
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

A convergência tecnológica implica uma reorganização do processo de produção e


distribuição jornalística, favorecendo o surgimento de novos modelos de produção jornalísticas,
com a proliferação dos recursos característicos das mídias digitais, tais como distribuição
multiplataforma. No caso específico do jornalismo de TV, além dos recursos de distribuição
multiplataforma, o fazer telejornalístico vêm incorporando, na produção noticiosa, imagens de
amadores, produzidas com telefones celulares, que não seguem quaisquer dos critérios
profissionais de controle e verificação da informação (GOMES, 2011). A princípio, tais
reconfigurações e alterações estão centradas na lógica da transposição, calcada na crença de que a
TV estava sendo digitalizada para a internet. Entretanto, a internet também está indo para a TV, o
que gera uma complexidade maior aos produtos da TV, como os noticiários, que se encontra em
um cenário de coexistência/junção de meios com funções tradicionais e digitais, possibilitando
fluxos de conteúdos multiplataformas e um descolamento do noticiário, com o seu meio de origem:
a TV.

A convergência está para além de uma simples mudança tecnológica ou uma estratégia de
integração de redação, é uma alteração na relação entre tecnologias existentes, grupos empresariais,
mercados, gêneros e públicos (JENKINS, 2008). O contexto de convergência nos meios de
comunicação reconfigura a lógica operacional das emissoras, produtos, distribuição de conteúdos,
perfil profissional e modelo produtivo. Nesta alteração de modelo, os grupos de comunicação em
rede estão implantando as integrações, como:

estratégias baseadas na convergência explorando as vantagens dos conglomerados; a


convergência cria múltiplas formas de vender conteúdos aos consumidores; a convergência
consolida a finalidade do consumidor, numa época em que a fragmentação do mercado e o
aumento da troca de arquivos ameaçam os modos antigos de fazer negócios (JENKINS, 2008, p.
325).

Os grupos de comunicação jornalísticos privados, estruturados em rede, frente aos desafios


da atual sociedade, apresentam, como parte destas estratégias de adaptação, o processo de
convergência como chave para reestruturar o jornalismo contemporâneo. Entretanto, a maioria
destes grupos de comunicação no Brasil, em relação à convergência, parece se encontrar em uma
etapa inicial do processo, com aspectos de improvisação, na ausência de um modelo confiável, na

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 8
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

migração das rotinas produtivas noticiosas nas redações.

Os modelos convergentes nas redes televisivas, em que o jornalismo se insere, ainda não
são precisos e estruturados, embora exista uma percepção, que se trata de um processo que aponta
um futuro de convergência dos meios de comunicação (López-García et al, 2012). Entretanto,
dentro das estratégias empresariais existem ou residem os efeitos não previstos, que dentro das
contradições do capitalismo podem abrir outras perspectivas, para além dos anseios empresariais,
calcadas no jornalismo e na sociedade, nestes processos de convergência.

Os grupos de comunicação acreditam e, gradativamente afirmam, estarem no caminho da


convergência, reforçando a tendência de identidade comum em múltiplas plataformas, como parte
de uma renovada estratégia: fusão ou integração das redações (Salaverría, 2010). “A confluência de
redações em um espaço comum é a marca de uma transformação inexorável para as empresas que
desejam manter sua presença no setor infocomunicacional”. (Corbière, 2010, p. 71). Contudo, na
perspectiva apontada por López-García et al. (2012), existem basicamente duas características
claras que diferenciam as intenções empresariais envoltas nos processos de convergência, dos
grupos que formam as rede de comunicação televisiva: a) conservação e; b) renovação.

A estratégia de conservação está relacionada às reconfigurações que colocam a


convergência e o encaixe das mídias digitais em uma perspectiva basicamente empresarial de
gestão de custos operacionais e maximização de produção e distribuição de conteúdos. Assim, os
processos de concentração, integração e movimentos estratégicos são destinados a reduzirem
custos operacionais com a integração de redações, numa tendência de manutenção do modelo de
produção e sustentação tradicional, com a adoção das mídias digitais aos moldes dos meios
convencionais (López-García et al, 2012). Desta forma, as estratégias de conservação são
caracterizadas por uma pseudo-convergência que colocam as integrações de redações, distribuição
multiplataforma, perfil profissional, não como uma etapa rumo à convergência jornalística, mas
como um fim ou limite estratégico para conviver com as NTIC’s justapostas às mídias analógicas.

Na outra mão das intenções estão as estratégias de renovação, mais relacionadas com as
mudanças provocadas pela convergência tecnológica que promovem as reconfigurações
inovadoras, associando meios tradicionais e digitais. Estas estratégias apostam fortemente nas
novas tecnologias digitais em multiplataformas e na reconfiguração do modelo de sustentação na

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 9
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

lógica das mídias digitais. Neste sentido, buscam-se novos modelos de produção, distribuição,
perfil profissional, reorganização das estruturas empresariais, abrindo caminho para à participação
do público nos processos de produção e distribuição de conteúdos (López-García et al., 2012).

Assim, é importante perceber que a sobrevivência é o objetivo primordial dos grupos de


comunicação, em redes televisivas, seja ela renovadora ou conservadora. Entretanto, os processos
correntes de convergência são implantados com improvisos, atenção e cautela, visto que, as
adoções de tecnologias de interação com o público, rotinas produtivas integradas (verticais ou
horizontais), polivalência e distribuição multiplataforma são reconfigurações graduais, muitas
vezes experimentais, restritas ao setor dos grupos de comunicação. Estes experimentos ocorrem nas
rotinas produtivas em si, como experimentos isolados de produção noticiosa diferenciada que
associam aos meios digitais e televisivos a cobertura de um acontecimento especial, e não de um
planejamento ou um rotina produtiva contínua. Neste sentido, mesmo que os experimentos, que
envolvem rotinas produtivas integradas, ocorram esporadicamente nas redes de comunicação
televisivas, não necessariamente evidencia-se que etapas contínuas rumo à convergência serão
realizadas.

As renovadas integrações de redações, com base em canais digitais, de caráter horizontal


(entre diferentes meios), como etapa ou característica do processo de convergência, são um dos
estágios delicado e controverso, pois unificam lógicas e processos de meios distintos, abrindo
discussões sobre divergência e autonomia. Salaverría (2010) aponta a convergência como um rumo
empresarial do jornalismo, como estratégia de sobrevivência renovadora, no cerne das cadeias
produtivas de notícias, por meio da infraestrutura tecnológica socialmente adotada, abrindo uma
porta para o debate sobre as rotinas produtivas jornalísticas.

Desta forma, estabelece a relevância do conceito de convergência cunhado por Salaverría et


al (2010), os quais apontam uma definição que permite um norte para a compreensão inter-
relacionada na perspectiva do processo de convergência tecnológica midiática no jornalismo, que
comumente é vista como não relacionadas.

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 10
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação
A convergência jornalística é um processo multidimencional, que facilitado pela
implementação generalizada das tecnologias digitais de telecomunicações, afeta os
âmbitos tecnológico, empresarial, profissional e editorial dos meios de comunicação,
propiciando uma integração de ferramentas, espaços, métodos de trabalho e
linguagens anteriormente separados, de forma que os jornalistas elaboram conteúdos
que são distribuídos através de múltiplas plataformas, mediante as linguagens
próprias de cada uma (SALAVERRÍA et al, 2010, p. 59)[5].

Para caracterizar um cenário em que se evidenciam as rotinas produtivas flexíveis presentes


no atual modelo de noticiário televisivo em redações integradas de distribuição multiplataforma de
notícias, é necessário uma reflexão estrutural correlacionada com três áreas fundamentais do fazer
no telejornalismo: produção da notícia, perfil profissional e distribuição.

4. As atuais rotinas flexíveis e características

Neste cenário de recursos digitais e processo de convergência, abrem-se reflexões sobre a


possibilidade de rotinas produtivas flexíveis – que apresentam as características do atual estágio do
fazer nas redações dos telejornais em rede televisiva, que tenciona o modelo produtivo fordista
consolidado nos anos 70 à configuração de um modelo convergente, em que se evidenciam
diferenças, neste interstício de assimilação do digital nos grupos de comunicação em redes
televisivas. Tal distinção se apresenta por três elementos chaves: a) Produção – no modelo fordista,
a configuração da produção nas redações do meio televisivo se caracteriza de forma própria e
separada de outros meios analógicos, como impresso e rádio. Entretanto, a integração de redações
não é uma estratégia recente, no percurso dos meios analógicos ocorreram tentativas pontuais de
unificação das rotinas produtivas. Desta forma, no atual cenário apresenta-se uma tendência
renovada das estratégias de integração pela adoção dos meios digitais, configurados como canais
de integração (veículos e meios) e interação (profissionais e fontes); b) Distribuição – a
distribuição fordista está centrada no meio televisivo, na configuração atual aponta-se uma
flexibilização da produção entre o meio televisivo e digitais; c) Perfil profissional - no modelo
fordista a orientação empresarial pela polivalência estava relacionada à flexibilização
circunstancial temática e funcional. No modelo corrente, a polivalência passa pela flexibilização de
forma estrutural, dos temas e funções dos profissionais nas redações, somado a orientação de
naturalização da atuação em variados meios, funções e temas: polivalência multimídia.

Neste sentido, o desenvolvimento das tecnologias digitais, em que se destaca a internet,


permeia a discussão em relação às diversas possibilidades de aplicações dos recursos digitais, tais
como a rotina produtiva, canais digitais de integração e interação, distribuição multiplataforma e

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 11
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

perfil profissional na cadeia produtiva do jornalismo em rede televisiva. As estruturas digitais


permitem uma abordagem, que apontam para as possibilidades de alterações, na compreensão do
próprio telejornalismo contemporâneo. As rotinas produtivas flexíveis são caracterizadas pela:
a) a integração vertical das redações, por canais digitais de uma mesma rede televisiva; b)
distribuição de notícias multiplataformas entre suporte televisivo e mídias digitais, e c) realizadas
por profissionais polivalentes multimídia.

Canais digitais de integração vertical de redações - Nas rotinas produtivas flexíveis, os


canais digitais de integração são elementos viabilizadores para os grupos de comunicação, que
formam as redes televisivas jornalísticas em que são adotadas estratégias de integração vertical
entre os telejornais, de modo diferenciada da necessidade de integração horizontal e física das
redações. Considerando as estratégias de integração vertical de redações, verifica-se que os
conteúdos, que alimentam os telejornais de um determinada rede de comunicação, são
componentes centrais para estruturação e fortalecimento da produção, abrangência e velocidade
dos processos das redações integradas. Este compartilhamento de conteúdos operam segundo a
lógica orientada ao modelo de jornalismo convergente, principalmente pela proximidade física,
entre as redações e profissionais das mídias digitais e as redações dos telejornais. Assim, os canais
digitais de integração de redações desempenham um papel central, porque nele reside o peso dos
sistemas de publicação e gestão de conteúdos, os quais permitem a integração editorial do
telejornal com os distintos produtos e veículos pertencentes aos respectivos grupos. As redes
televisivas, formadas pelos grupos de comunicação, otimizando a produção noticiosa.

Tais canais digitais de integração das redações, de uma mesma rede televisiva, podem ser
sofisticados e de alto inverstimentos como a fibra ótica (Metrolan), ou simples e acessíveis, como
as redes sociais e o email. Na estruturação por meio de canais, as redes sociais, e-mails e
smartphones, tablets e as páginas web, são configuradas como canais de interação entre as equipes
e a redação local, fontes e população, e perspectivas de canais de integração entre redações, nas
redes televisivas. Nas rotinas flexíveis, a integração vertical das redações, possibilitam o
compartilhamento estrutural de imagens e conteúdos, fortalecendo e aperfeiçoando a produção de
rede televisivas, como o evidenciado na análise dos dados do monitoramento das atividades nas
duas redes televisivas de comunicação. Percebe-se sinais de integração vertical das redações dos
veículos, no compartilhamento de reportagens e cobertura de acontecimentos. Neste sentido, é
importante considerar que a integração não é uma estratégia nova. Em especial a integração física

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 12
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

de espaços de trabalho, que está ancorada na lógica dos meios tradicionais de centralização das
rotinas produtivas. A integração vertical das redações, pela adoção dos canais digitais, no atual
contexto de convergência, expressa uma lógica fragmentada da mídias digitais, que integra
profissionais e produção de redações separadas. A lógica de produção e sustentação dos meios
tradicionais, que conduz as ações operativas das redes televisiva, no atual contexto, está
configurando a adoção dos meios digitais, em uma perspectiva de conservação dos grupos de
comunicação nos moldes dos meios analógico.

Distribuição de conteúdo noticioso multiplataforma - Outro ponto relevante para reflexão


sobre rotinas produtivas flexíveis, é a distribuição do produto noticioso. Nas atuais rotinas
produtivas, a maioria dos portais noticiosos na internet é subsidiado pelo conteúdo da mídia
tradicional, em que os jornais das emissoras de televisão e os veículos tradicionais tentam obter
rentabilidade com a distribuição mutltiplataforma de notícias. Para a criação deste produto
mutiplataforma faz-se necessária a integração orientada dos diversos veículos das redes de
comunicação, bem como a produção jornalística. Com a orientação empresarial da produção de
notícias adequadas a diversos veículos, reforça-se a necessidade do jornalista polivalente midiático.

Essa nova posição do profissional, não representa, necessariamente, a melhoria na


produção e na percepção da qualidade da notícia na rede televisiva, pois a mera distribuição de um
mesmo conteúdo em meios distintos, restringe a pluralidade e a diversidade de visões nos meios
de comunicação. Esta relação ocorre na relação da TV mídia tradicional e os meios digitais,
multipataforma restrita a um meio tradicional televisivo e os diversos meios digitais, que suportam
o produto noticioso gerado nos telejornais de som e imagens em movimento. Entretanto, a
produção televisiva já está disponível, em mídias digitais, pois a produção e compartilhamento de
conteúdos são concomitantes em formatos analógicos e digitais, dos portais, ou seja, os grupos de
comunicação são estruturalmente pré-dispostos para a distribuição multiplataforma.

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 13
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

Realização das atividade por perfil profissional polivalente - Os fatores que configuram a
polivalência jornalística não são casuais, naturais e nem unidirecional, pois como um processo de
mudança sistêmica, a polivalência não está dissociada de um conjunto de forças, tendências e
anseios empresariais. Desta forma, as alterações tecnológicas de informatização, a digitalização da
produção e a gestão dos recursos na reestruturação das redações corroboram para transformações
dos perfis profissionais no processo de convergência.

No atual processo de convergência multiplicam-se as novas plataformas e formatos que


estão diretamente relacionados às condições de exercício da profissão jornalística. Esta perspectiva
cria um receio que os profissionais tenham que atualizar-se na aquisição de competências para
atuação em multiplataformas, em detrimento de competências reflexivas para a construção da
notícia, nas sociedade liberais democráticas.

A operação em mídia digitais abrem a possibilidade da busca por perfis de profissionais


polivalentes funcionais para compor as redações. Na rotina produtiva em que ocorre colaborações
entre profissionais do mesmo meio, as funções e papéis, muitas vezes apresentam flexibilização de
profissionais, como uma polivalência funcional. Na proximidade física dos portais com o meio
televisivo, as colaborações entre os profissionais, quando ocorrem entre meios distintos, amplia a
flexibilização para a polivalência multimídia.

A flexibilização profissional, funcional ou midiática, no fazer telejornalístico, está se


naturalizando. Estas formas de polivalência são mais comuns nos portais, que na configuração de
meios dos grupos de comunicação, e estão cada vez se aproximando do fazer no telejornalismo. A
flexibilização profissional apresenta nas rotinas produtivas, com a adoção tecnológica, no que se
refere às necessidades e às regras das redações, colaboram para o aumento das funções do
jornalistas, de forma colaborativa na produção do telejornal. Este fator propicia na rede televisiva,
uma cultura da polivalência, em especial a funcional, exigindo rotinas diferenciadas para os
profissionais. Neste sentido, a flexibilidade se apresenta como uma tendência profissional e um
anseio empresarial, no contexto de convergência jornalística.

5. Considerações finais

Este trabalho se apresenta no momento em que os processos de convergência jornalística se

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 14
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

encontram em um interstício de assimilação do digital, nos 65 anos de telejornalismo no Brasil.


Neste sentido, ao longo dos desdobramentos tecnológicos da televisão na sociedade brasileira,
como suporte primário de distribuição das práticas jornalísticas de TV, relacionadas ao modelo de
sustentação econômico que conciliou rentabilidade e credibilidade, favoreceram as atuais
estratégias de reconfiguração dando novos sentidos às tradicionais rotinas produtivas, em uma
tendência conservadora de flexibilização, dentro dos modos de produção, distribuição e perfil
profissional do fazer no jornalismo de TV contemporâneo. Neste cenário, residem os esforços
empreendidos para a construção de um referencial teórico que permitiram cumprir os objetivos que
traçamos, bem como refletir dois momento do fazer jornalístico de TV (fordista e flexível), de
forma articulada com o estudo empírico realizado nos telejornais analisados das duas pesquisa,
levando à identificação de alterações no fazer noticioso.

Neste sentido, o presente trabalho permite compreender o atual estágio do telejornalismo


contemporâneo em rede de início de noite, em que se inserem a adoção tecnológica e estratégias de
integração no atual contexto de convergência jornalística. O atual estágio flexível nas rotinas se
evidencia pelo tensionamento entre o modelo fordista consolidado na década de 70, que não foi
plenamente abandonado nas atuais rotinas produtivas, nem ocorreu a adoção de um novo modelo
convergente, embora se evidenciem alguns experimentos e práticas que apontem para a
convergência, como a integração horizontal entre os meios digitais e a mídia televisiva. Esta
configuração que concentra traços do fazer da década de 70 e sinais que apontam para a
convergência reforça o estado flexível das rotinas produtivas no telejornalismo contemporâneo.

O presente trabalho pauta uma tendência de perceber outros tipos de rotinas produtivas face
a convergência – no percurso de elaboração da pesquisa, ainda foi percebido outros tipos de rotinas
produtivas nos telejornais em rede de início de noite. Foram possíveis de ser consideradas na
caraterização do fazer nas redações do telejornalismo contemporâneo, em dois polos que cercam as
rotinas produtivas flexíveis, que contempla o modelo produtivo corrente consolidado nos anos 70 e
o modelo convergente: Rotinas produtivas convergentes – A produção é centrada na integração
horizontal de meios diversos e a distribuição é multiplataforma de caráter amplo, envolvendo TV,
rádio, impresso e mídias digitais. No que se refere ao fazer jornalístico, o mesmo sofre adaptações
conforme a veiculação de meios, ou seja, polivalência midiática. Nestas rotinas produtivas, as
notícias e profissionais assumem os formatos e atribuições dos distintos veículos de distribuição de
conteúdos, entre os meios integrados horizontalmente. Assim, na rotina produtiva convergente dilui

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 15
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

a ideia de rotinas produtivas veiculadas a um determinado veículo jornalístico ou suporte


específico.
1
Doutor em Comunicação, Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, a.vizeu@yahoo.com.br
2
Doutorando em Comunicação, Discente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da
Universidade Federal de Pernambuco - UFPE, tenaflae@gmail.com

[3] Do original: “las audiencias interclasistas y masivas dan lugar a nuevos ciudadanos que reivindican la libertades de
elegir y de participar” (MONZONCILLO, 2011, p.2) [Tradução nossa]

[4] Do original: “Esta evolución de redes y dispositivos ha dado lugar las nuevas formas de entretenimiento que
cuestionan el proprio concepto de televisión. Se trataría del concepto de “nuestra televisón”, frente a los del pasado: “mi
televisión” y “su televisión”. Ésta sería la nueva forma de entender la nueva televisión, etiquetada, pero el punto crucial
está en la producción de contenidos” (MONZONCILLO, 2011, p.2) [Tradução nossa]

[5] Do original : “La convergencia periodística es un proceso multidimensional que, facilitado por la implantación
generalizada de las tecnologías digitales de telecomunicación, afecta al ámbito tecnológico, empresarial, profesional y
editorial de los medios de comunicación, propiciando una integración de herramientas, espacios, métodos de trabajo y
lenguajes anteriormente disgregados, de forma que los periodistas elaboran contenidos que se distribuyen a través de
múltiples plataformas, mediante los lenguajes propios de cada una” (SALAVERRÍA et al, 2010, p. 59) [Tradução nossa].

Referências

ALSINA, Miquel Rodrigo. A construção da notícia: tradução de Jacob A. Pierce. Petrópolis RJ:
Vozes. 2009

BRASIL. Presidência da República. Secretaria de Comunicação Social. Pesquisa brasileira de


mídia 2014 : hábitos de consumo de mídia pela população brasileira. – Brasília : Secom, 2014a.

___________. Presidência da República. Secretaria de Comunicação Social. Pesquisa brasileira


de mídia 2015 : hábitos de consumo de mídia pela população brasileira. – Brasília : Secom, 2014b.

Corbière, Federico. Megabuscadores: implicancias del cambio tecnológico en el orden periodístico


In: Lila Luchessi (org). Novas escenarios detrás de las noticias: agendas, tecnologias y consumos
–buenos Aires: la crujía, 2010.

GOMES, Itania. Metodologia de Análise de Telejornalismo in: GOMES, Itania (org.) Gêneros

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 16
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

televisivos e modos de endereçamento no telejornalismo. Salvador, BA: EDUFBA, 2011.

HOHLFELD, Antonio. Apresentação – revisão oportuna In: Vizeu, A., Porcello, F., Coutinho, I
(Orgs.). 60 Anos de telejornalismo no Brasil: história, análise e crítica. Florianópolis: insular,
2010.

JENKINS, H. Cultura da Convergência. São Paulo: Aleph. 2008.

LOPEZ, Debora Cristina. Radiojornalismo hipermidiático: tende?ncias e perspectivas do


jornalismo de ra?dio all news brasileiro em um contexto de converge?ncia tecnolo?gica. 2009. 239
f. Tese (Doutorado em Comunicação e Cultura Contemporânea)-Universidade Federal da Bahia,
Faculdade de Comunicação, Salvador, 2009.

LÓPEZ GARCÍA, Xosé; FERNÁNDEZ. Moisés; BRAN, Carlos; FARIÑA, José. A convergência
como instrumento de renovação/conservação do jornalismo em galícia: estratégias e indefinições.
BJR - Brazilian Journalism Research - V.8, n.1, 2012. Disponível em :
<http://bjr.sbpjor.org.br/bjr/article/view/400>. acessado em: 28 setembro 2012.

LORDÊLO, Tenaflae. Rotinas Produtivas Flexíveis: As tende?ncias e perspectivas do


telejornalismo em redes televisivas no contexto de converge?ncia no Brasil. 2015. 225 f. Tese
(Doutorado em Comunicação)-Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2015.

Monzoncillo, J.M. La televisión etiquetada: nuevas audiências, nuevos negocios. Madrid:


Fundación Telefónica, 2011.

PORCELLO, Flávio. Introdução in: Vizeu, Alfredo; Mota, Célia; Porcello, Flávio. (Orgs).
Telejornalismo: A nova praça pública. Florianópolis: Insular, 2006.

REZENDE, Guilherme. 60 anos de jornalismo na TV brasileira: percalços e conquistas. In: Vizeu,


A., Porcello, F., Coutinho, I (Orgs.). 60 Anos de telejornalismo no Brasil: história, análise e
crítica. Florianópolis: insular, 2010.

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 17
Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação

SALAVERRÍA, Ramón. Estructura de la convergência in: LÓPEZ GARCÍA, Xosé; PEREIRA


FARIÑA, Xosé (eds.): Convergencia Digital. Reconfiguración de los medios de comunicación en
España, Servizo de Publicacións da Universidade de Santiago de Compostela, Santiago de
Compostela. 2010.

SALAVERRÍA, Ramón; GARCÍA AVILÉS, José Alberto.; MASIP, Pere. Concepto de


convergencia periodística in: LÓPEZ GARCÍA, Xosé; PEREIRA FARIÑA, Xosé (eds.):
Convergencia Digital. Reconfiguración de los medios de comunicación en España, Servizo de
Publicacións da Universidade de Santiago de Compostela, Santiago de Compostela. 2010.

TUCHMAN, G. La producción de la noticia : estudio sobre la construcción de la realidad.


Barcelona : Gili, 1983. p.291.

VIZEU. A; CORREIA, J. A construção do real no telejornalismo: do lugar de segurança ao lugar


de referência. In: VIZEU, A. (Org). A sociedade do telejornal. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

VIZEU. A. Decidindo o que é notícia : os bastidores do telejornalismo. Porto Alegre: edipucrs,


2000.

WILLIAMS, R. Televisíon tecnología y forma cultural. – 1a ed. – Buenos Aires: Paidós, 2011.

Arquivo PDF gerado pela COMPÓS

www.compos.org.br - nº do documento: F447A67B-8FB0-4BF8-BC83-C742085EC5E0


Page 18

Vous aimerez peut-être aussi