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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Constituição Federal: da Administração Pública (do Art. 37 ao Art. 41). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01


Estatuto da Cidade (Lei Federal nº 10.257, de 10 de Julho de 2001) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Lei Orgânica do Município de Niterói . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Plano Diretor (Lei nº 3.385/19) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Lei de Uso e Ocupação do Solo (Lei Municipal nº 1.470/95) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 99
Planos Urbanísticos (Leis nº 1967/02 e 1968/02, Lei nº 2.233/05 e Lei nº 3.195/16) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 113
Código de Posturas (Lei nº 2.624/08). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 206
Noções Básicas de Direito Administrativo (Poder de Polícia e Atos Administrativos). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 248
Direito Penal (Crimes contra a Administração Pública) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 263
Estatuto dos Funcionários Públicos. Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos do Município de Niterói (regime estatutário, regime
disciplinar e estágio probatório). Deveres e proibições dos servidores públicos da Administração Municipal. . . . . . . . . . . . . . . . . . 266
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Segundo este princípio, a administração pública deve tratar


CONSTITUIÇÃO FEDERAL: DA ADMINISTRAÇÃO PÚ- igualmente todos aqueles que se encontrem na mesma situa-
BLICA (DO ART. 37 AO ART. 41). ção jurídica (princípio da isonomia ou igualdade). Por exemplo,
a licitação reflete a impessoalidade no que tange à contratação
1) Princípios da Administração Pública de serviços. O princípio da impessoalidade correlaciona-se ao
Os valores éticos inerentes ao Estado, os quais permitem princípio da finalidade, pelo qual o alvo a ser alcançado pela ad-
que ele consolide o bem comum e garanta a preservação dos ministração pública é somente o interesse público. Com efeito,
interesses da coletividade, se encontram exteriorizados em prin- o interesse particular não pode influenciar no tratamento das
cípios e regras. Estes, por sua vez, são estabelecidos na Consti- pessoas, já que deve-se buscar somente a preservação do inte-
tuição Federal e em legislações infraconstitucionais, a exemplo resse coletivo.
das que serão estudadas neste tópico, quais sejam: Decreto n° c) Princípio da moralidade: A posição deste princípio no ar-
1.171/94, Lei n° 8.112/90 e Lei n° 8.429/92. tigo 37 da CF representa o reconhecimento de uma espécie de
Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética no setor moralidade administrativa, intimamente relacionada ao poder
público partem da Constituição Federal, que estabelece alguns público. A administração pública não atua como um particular,
princípios fundamentais para a ética no setor público. Em outras de modo que enquanto o descumprimento dos preceitos morais
palavras, é o texto constitucional do artigo 37, especialmente o por parte deste particular não é punido pelo Direito (a priori), o
caput, que permite a compreensão de boa parte do conteúdo ordenamento jurídico adota tratamento rigoroso do comporta-
das leis específicas, porque possui um caráter amplo ao preco- mento imoral por parte dos representantes do Estado. O prin-
nizar os princípios fundamentais da administração pública. Esta- cípio da moralidade deve se fazer presente não só para com os
belece a Constituição Federal: administrados, mas também no âmbito interno. Está indissocia-
velmente ligado à noção de bom administrador, que não somen-
Artigo 37, CF. A administração pública direta e indireta de te deve ser conhecedor da lei, mas também dos princípios éticos
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal regentes da função administrativa. TODO ATO IMORAL SERÁ DI-
e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impes- RETAMENTE ILEGAL OU AO MENOS IMPESSOAL, daí a intrínseca
soalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao ligação com os dois princípios anteriores.
seguinte: [...] d) Princípio da publicidade: A administração pública é obri-
gada a manter transparência em relação a todos seus atos e a
São princípios da administração pública, nesta ordem: todas informações armazenadas nos seus bancos de dados. Daí
Legalidade a publicação em órgãos da imprensa e a afixação de portarias.
Impessoalidade Por exemplo, a própria expressão concurso público (art. 37, II,
Moralidade CF) remonta ao ideário de que todos devem tomar conhecimen-
Publicidade to do processo seletivo de servidores do Estado. Diante disso,
Eficiência como será visto, se negar indevidamente a fornecer informações
ao administrado caracteriza ato de improbidade administrativa.
Para memorizar: veja que as iniciais das palavras formam No mais, prevê o §1º do artigo 37, CF, evitando que o princí-
o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza esperada da Adminis- pio da publicidade seja deturpado em propaganda político-elei-
tração Pública. É de fundamental importância um olhar atento toral:
ao significado de cada um destes princípios, posto que eles es- Artigo 37, §1º, CF. A publicidade dos atos, programas,
truturam todas as regras éticas prescritas no Código de Ética e obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter ca-
na Lei de Improbidade Administrativa, tomando como base os ráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não
ensinamentos de Carvalho Filho1 e Spitzcovsky2: podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
a) Princípio da legalidade: Para o particular, legalidade sig- promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
nifica a permissão de fazer tudo o que a lei não proíbe. Contudo,
como a administração pública representa os interesses da cole- Somente pela publicidade os indivíduos controlarão a lega-
tividade, ela se sujeita a uma relação de subordinação, pela qual lidade e a eficiência dos atos administrativos. Os instrumentos
só poderá fazer o que a lei expressamente determina (assim, na para proteção são o direito de petição e as certidões (art. 5°,
esfera estatal, é preciso lei anterior editando a matéria para que XXXIV, CF), além do habeas data e - residualmente - do man-
seja preservado o princípio da legalidade). A origem deste prin- dado de segurança. Neste viés, ainda, prevê o artigo 37, CF em
cípio está na criação do Estado de Direito, no sentido de que o seu §3º:
próprio Estado deve respeitar as leis que dita. Artigo 37, §3º, CF. A lei disciplinará as formas de partici-
b) Princípio da impessoalidade: Por força dos interesses pação do usuário na administração pública direta e indireta,
que representa, a administração pública está proibida de pro- regulando especialmente:
mover discriminações gratuitas. Discriminar é tratar alguém de I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públi-
forma diferente dos demais, privilegiando ou prejudicando. cos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendi-
mento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da
1 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad- qualidade dos serviços;
ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a in-
2 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São formações sobre atos de governo, observado o disposto no art.
Paulo: Método, 2011. 5º, X e XXXIII;

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III - a disciplina da representação contra o exercício negli- Meirelles4 entende que o ato discricionário, editado sob os
gente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administra- limites da Lei, confere ao administrador uma margem de liber-
ção pública. dade para fazer um juízo de conveniência e oportunidade, não
sendo necessária a motivação. No entanto, se houver tal fun-
e) Princípio da eficiência: A administração pública deve damentação, o ato deverá condicionar-se a esta, em razão da
manter o ampliar a qualidade de seus serviços com controle de necessidade de observância da Teoria dos Motivos Determinan-
gastos. Isso envolve eficiência ao contratar pessoas (o concurso tes. O entendimento majoritário da doutrina, porém, é de que,
público seleciona os mais qualificados ao exercício do cargo), ao mesmo no ato discricionário, é necessária a motivação para que
manter tais pessoas em seus cargos (pois é possível exonerar se saiba qual o caminho adotado pelo administrador. Gasparini5,
um servidor público por ineficiência) e ao controlar gastos (li- com respaldo no art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta inclusive a
mitando o teto de remuneração), por exemplo. O núcleo deste superação de tais discussões doutrinárias, pois o referido arti-
princípio é a procura por produtividade e economicidade. Alcan- go exige a motivação para todos os atos nele elencados, com-
ça os serviços públicos e os serviços administrativos internos, se preendendo entre estes, tanto os atos discricionários quanto os
referindo diretamente à conduta dos agentes. vinculados.
Além destes cinco princípios administrativo-constitucionais
2) Regras mínimas sobre direitos e deveres dos servidores
diretamente selecionados pelo constituinte, podem ser apon-
O artigo 37 da Constituição Federal estabelece os princípios
tados como princípios de natureza ética relacionados à função
da administração pública estudados no tópico anterior, aos quais
pública a probidade e a motivação:
estão sujeitos servidores de quaisquer dos Poderes em qualquer
a) Princípio da probidade: um princípio constitucional in-
das esferas federativas, e, em seus incisos, regras mínimas sobre
cluído dentro dos princípios específicos da licitação, é o dever o serviço público:
de todo o administrador público, o dever de honestidade e fi- Artigo 37, I, CF. Os cargos, empregos e funções públicas são
delidade com o Estado, com a população, no desempenho de acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabe-
suas funções. Possui contornos mais definidos do que a mora- lecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
lidade. Diógenes Gasparini3 alerta que alguns autores tratam Aprofundando a questão, tem-se o artigo 5º da Lei nº
veem como distintos os princípios da moralidade e da probidade 8.112/1990, que prevê:
administrativa, mas não há características que permitam tratar
os mesmos como procedimentos distintos, sendo no máximo Artigo 5º, Lei nº 8.112/1990. São requisitos básicos para in-
possível afirmar que a probidade administrativa é um aspecto vestidura em cargo público:
particular da moralidade administrativa. I - a nacionalidade brasileira;
b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida ao ad- II - o gozo dos direitos políticos;
ministrador de motivar todos os atos que edita, gerais ou de III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
efeitos concretos. É considerado, entre os demais princípios, IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
um dos mais importantes, uma vez que sem a motivação não V - a idade mínima de dezoito anos;
há o devido processo legal, uma vez que a fundamentação surge VI - aptidão física e mental.
como meio interpretativo da decisão que levou à prática do ato § 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de
impugnado, sendo verdadeiro meio de viabilização do controle outros requisitos estabelecidos em lei. [...]
da legalidade dos atos da Administração. § 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e
Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicável ao tecnológica federais poderão prover seus cargos com professo-
caso concreto e relacionar os fatos que concretamente levaram res, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas
à aplicação daquele dispositivo legal. Todos os atos administrati- e os procedimentos desta Lei.
vos devem ser motivados para que o Judiciário possa controlar o
mérito do ato administrativo quanto à sua legalidade. Para efe- Destaca-se a exceção ao inciso I do artigo 5° da Lei nº
tuar esse controle, devem ser observados os motivos dos atos 8.112/1990 e do inciso I do artigo 37, CF, prevista no artigo 207
da Constituição, permitindo que estrangeiros assumam cargos
administrativos.
no ramo da pesquisa, ciência e tecnologia.
Em relação à necessidade de motivação dos atos adminis-
Artigo 37, II, CF. A investidura em cargo ou emprego público
trativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um único com-
depende de aprovação prévia em concurso público de provas
portamento possível) e dos atos discricionários (aqueles que a
ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexi-
lei, dentro dos limites nela previstos, aponta um ou mais com- dade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalva-
portamentos possíveis, de acordo com um juízo de conveniên- das as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de
cia e oportunidade), a doutrina é uníssona na determinação da livre nomeação e exoneração.
obrigatoriedade de motivação com relação aos atos administra- Preconiza o artigo 10 da Lei nº 8.112/1990:
tivos vinculados; todavia, diverge quanto à referida necessidade
quanto aos atos discricionários.
4 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro.
São Paulo: Malheiros, 1993.
3 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São 5 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São
Paulo: Saraiva, 2004. Paulo: Saraiva, 2004.

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Artigo 10, Lei nº 8.112/90. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo depende de prévia habilita-
ção em concurso público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade.
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão
estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos.
No concurso de provas o candidato é avaliado apenas pelo seu desempenho nas provas, ao passo que nos concursos de provas e
títulos o seu currículo em toda sua atividade profissional também é considerado. Cargo em comissão é o cargo de confiança, que não
exige concurso público, sendo exceção à regra geral.
Artigo 37, III, CF. O prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período.
Artigo 37, IV, CF. Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de
provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira.

Prevê o artigo 12 da Lei nº 8.112/1990:

Artigo 12, Lei nº 8.112/1990. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, por
igual período.
§1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário Oficial
da União e em jornal diário de grande circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade não expira-
do.

O edital delimita questões como valor da taxa de inscrição, casos de isenção, número de vagas e prazo de validade. Havendo
candidatos aprovados na vigência do prazo do concurso, ele deve ser chamado para assumir eventual vaga e não ser realizado novo
concurso.

Destaca-se que o §2º do artigo 37, CF, prevê:

Artigo 37, §2º, CF. A não-observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade res-
ponsável, nos termos da lei.
Com efeito, há tratamento rigoroso da responsabilização daquele que viola as diretrizes mínimas sobre o ingresso no serviço
público, que em regra se dá por concurso de provas ou de provas e títulos.
Artigo 37, V, CF. As funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em
comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Observa-se o seguinte quadro comparativo6:

Função de Confiança Cargo em Comissão


Exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efe- Qualquer pessoa, observado o percentual mínimo reservado ao
tivo. servidor de carreira.
Com concurso público, já que somente pode exercê-la o servidor
Sem concurso público, ressalvado o percentual mínimo reserva-
de cargo efetivo, mas a função em si não prescindível de concur-
do ao servidor de carreira.
so público.
É atribuído posto (lugar) num dos quadros da Administração
Somente são conferidas atribuições e responsabilidade Pública, conferida atribuições e responsabilidade àquele que irá
ocupá-lo
Destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assesso- Destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assesso-
ramento ramento
De livre nomeação e exoneração no que se refere à função e não
De livre nomeação e exoneração
em relação ao cargo efetivo.

Artigo 37, VI, CF. É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical.
A liberdade de associação é garantida aos servidores públicos tal como é garantida a todos na condição de direito individual e de
direito social.
Artigo 37, VII, CF. O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica.
O Supremo Tribunal Federal decidiu que os servidores públicos possuem o direito de greve, devendo se atentar pela preservação
da sociedade quando exercê-lo. Enquanto não for elaborada uma legislação específica para os funcionários públicos, deverá ser obe-
decida a lei geral de greve para os funcionários privados, qual seja a Lei n° 7.783/89 (Mandado de Injunção nº 20).

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Artigo 37, VIII, CF. A lei reservará percentual dos cargos e Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício
empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e de cargo público, com valor fixado em lei.
definirá os critérios de sua admissão. Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo,
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabeleci-
Neste sentido, o §2º do artigo 5º da Lei nº 8.112/1990: das em lei.
Artigo 5º, Lei nº 8.112/90. Às pessoas portadoras de defici- § 1º A remuneração do servidor investido em função ou car-
ência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público go em comissão será paga na forma prevista no art. 62.
para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis § 2º O servidor investido em cargo em comissão de órgão
com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão ou entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração
reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no de acordo com o estabelecido no § 1º do art. 93.
concurso. § 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vanta-
gens de caráter permanente, é irredutível.
Prossegue o artigo 37, CF: § 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos
Artigo 37, IX, CF. A lei estabelecerá os casos de contratação de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou en-
por tempo determinado para atender a necessidade temporária tre servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de ca-
de excepcional interesse público.
ráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
A Lei nº 8.745/1993 regulamenta este inciso da Constitui-
§ 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao
ção, definindo a natureza da relação estabelecida entre o servi-
salário mínimo.
dor contratado e a Administração Pública, para atender à “ne-
cessidade temporária de excepcional interesse público”.
“Em se tratando de relação subordinada, isto é, de relação Ainda, o artigo 37 da Constituição:
que comporta dependência jurídica do servidor perante o Es- Artigo 37, XI, CF. A remuneração e o subsídio dos ocupan-
tado, duas opções se ofereciam: ou a relação seria trabalhista, tes de cargos, funções e empregos públicos da administração
agindo o Estado iure gestionis, sem usar das prerrogativas de direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer
Poder Público, ou institucional, estatutária, preponderando o ius dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
imperii do Estado. Melhor dizendo: o sistema preconizado pela Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais
Carta Política de 1988 é o do contrato, que tanto pode ser traba- agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie re-
lhista (inserindo-se na esfera do Direito Privado) quanto admi- muneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as
nistrativo (situando-se no campo do Direito Público). [...] Uma vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não po-
solução intermediária não deixa, entretanto, de ser legítima. derão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros
Pode-se, com certeza, abonar um sistema híbrido, eclético, no do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos
qual coexistam normas trabalhistas e estatutárias, pondo-se em Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito
contiguidade os vínculos privado e administrativo, no sentido de Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder
atender às exigências do Estado moderno, que procura alcançar Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no
os seus objetivos com a mesma eficácia dos empreendimentos âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargado-
não-governamentais”7. res do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
Artigo 37, X, CF. A remuneração dos servidores públicos e e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie,
o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Po-
fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa der Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério
privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos.
na mesma data e sem distinção de índices. Artigo 37, XII, CF. Os vencimentos dos cargos do Poder Le-
Artigo 37, XV, CF. O subsídio e os vencimentos dos ocupan- gislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos
tes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o pagos pelo Poder Executivo.
disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150,
II, 153, III, e 153, § 2º, I.
Prevê a Lei nº 8.112/1990 em seu artigo 42:
Artigo 37, §10, CF. É vedada a percepção simultânea de
Artigo 42, Lei nº 8.112/90. Nenhum servidor poderá per-
proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts.
ceber, mensalmente, a título de remuneração, importância su-
42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pú-
perior à soma dos valores percebidos como remuneração, em
blica, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Cons-
tituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados espécie, a qualquer título, no âmbito dos respectivos Poderes,
em lei de livre nomeação e exoneração. pelos Ministros de Estado, por membros do Congresso Nacio-
nal e Ministros do Supremo Tribunal Federal. Parágrafo único.
Sobre a questão, disciplina a Lei nº 8.112/1990 nos artigos Excluem-se do teto de remuneração as vantagens previstas nos
40 e 41: incisos II a VII do art. 61.
Com efeito, os §§ 11 e 12 do artigo 37, CF tecem aprofunda-
7 VOGEL NETO, Gustavo Adolpho. Contratação de servido-
mentos sobre o mencionado inciso XI:
res para atender a necessidade temporária de excepcional inte-
Artigo 37, § 11, CF. Não serão computadas, para efeito dos
resse público. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/cci-
limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste
vil_03/revista/Rev_39/Artigos/Art_Gustavo.htm>. Acesso em:
artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
23 dez. 2014.

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Artigo 37, § 12, CF. Para os fins do disposto no inciso XI do § 1o A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos
caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Fede- e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públi-
ral fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Cons- cas, sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal,
tituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.
dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limi- § 2o A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicio-
tado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento nada à comprovação da compatibilidade de horários.
do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, § 3o Considera-se acumulação proibida a percepção de ven-
não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos cimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas re-
Por seu turno, o artigo 37 quanto à vinculação ou equipa- munerações forem acumuláveis na atividade.
ração salarial: Art. 119, Lei nº 8.112/1990. O servidor não poderá exercer
Artigo 37, XIII, CF. É vedada a vinculação ou equiparação de mais de um cargo em comissão, exceto no caso previsto no pa-
quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remunera- rágrafo único do art. 9o, nem ser remunerado pela participação
ção de pessoal do serviço público. em órgão de deliberação coletiva.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à re-
Os padrões de vencimentos são fixados por conselho de muneração devida pela participação em conselhos de adminis-
política de administração e remuneração de pessoal, integrado tração e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia
por servidores designados pelos respectivos Poderes (artigo 39, mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer em-
caput e § 1º), sem qualquer garantia constitucional de tratamen- presas ou entidades em que a União, direta ou indiretamente,
to igualitário aos cargos que se mostrem similares. detenha participação no capital social, observado o que, a res-
Artigo 37, XIV, CF. Os acréscimos pecuniários percebidos por peito, dispuser legislação específica.
servidor público não serão computados nem acumulados para Art. 120, Lei nº 8.112/1990. O servidor vinculado ao regime
fins de concessão de acréscimos ulteriores. desta Lei, que acumular licitamente dois cargos efetivos, quando
A preocupação do constituinte, ao implantar tal preceito, foi investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado
de que não eclodisse no sistema remuneratório dos servidores, de ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver
ou seja, evitar que se utilize uma vantagem como base de cál- compatibilidade de horário e local com o exercício de um deles,
culo de um outro benefício. Dessa forma, qualquer gratificação declarada pelas autoridades máximas dos órgãos ou entidades
que venha a ser concedida ao servidor só pode ter como base envolvidos.
de cálculo o próprio vencimento básico. É inaceitável que se leve “Os artigos 118 a 120 da Lei nº 8.112/90 ao tratarem da
acumulação de cargos e funções públicas, regulamentam, no
em consideração outra vantagem até então percebida.
âmbito do serviço público federal a vedação genérica constan-
Artigo 37, XVI, CF. É vedada a acumulação remunerada de
te do art. 37, incisos VXI e XVII, da Constituição da República.
cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de ho-
De fato, a acumulação ilícita de cargos públicos constitui uma
rários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: a) a
das infrações mais comuns praticadas por servidores públicos,
de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com
o que se constata observando o elevado número de processos
outro, técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos
administrativos instaurados com esse objeto. O sistema adotado
privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamen-
pela Lei nº 8.112/90 é relativamente brando, quando cotejado
tadas.
com outros estatutos de alguns Estados, visto que propicia ao
Artigo 37, XVII, CF. A proibição de acumular estende-se a servidor incurso nessa ilicitude diversas oportunidades para re-
empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empre- gularizar sua situação e escapar da pena de demissão. Também
sas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, prevê a lei em comentário, um processo administrativo simplifi-
e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder cado (processo disciplinar de rito sumário) para a apuração des-
público. sa infração – art. 133” 9.
Segundo Carvalho Filho8, “o fundamento da proibição é im- Artigo 37, XVIII, CF. A administração fazendária e seus ser-
pedir que o cúmulo de funções públicas faça com que o servidor vidores fiscais terão, dentro de suas áreas de competência e ju-
não execute qualquer delas com a necessária eficiência. Além risdição, precedência sobre os demais setores administrativos,
disso, porém, pode-se observar que o Constituinte quis também na forma da lei.
impedir a cumulação de ganhos em detrimento da boa execu- Artigo 37, XXII, CF. As administrações tributárias da União,
ção de tarefas públicas. [...] Nota-se que a vedação se refere à dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades
acumulação remunerada. Em consequência, se a acumulação só essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servido-
encerra a percepção de vencimentos por uma das fontes, não res de carreiras específicas, terão recursos prioritários para a
incide a regra constitucional proibitiva”. realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, in-
clusive com o compartilhamento de cadastros e de informações
A Lei nº 8.112/1990 regulamenta intensamente a questão: fiscais, na forma da lei ou convênio.
Artigo 118, Lei nº 8.112/1990. Ressalvados os casos pre-
vistos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de
9 MORGATO, Almir. O Regime Disciplinar dos Servidores
cargos públicos.
Públicos da União. Disponível em: <http://www.canaldoscon-
8 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad- cursos.com.br/artigos/almirmorgado_artigo1.pdf>. Acesso
ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. em: 11 ago. 2013.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

“O Estado tem como finalidade essencial a garantia do bem- Artigo 37, § 9º, CF. O disposto no inciso XI aplica-se às em-
-estar de seus cidadãos, seja através dos serviços públicos que presas públicas e às sociedades de economia mista e suas sub-
disponibiliza, seja através de investimentos na área social (edu- sidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Dis-
cação, saúde, segurança pública). Para atingir esses objetivos trito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de
primários, deve desenvolver uma atividade financeira, com o pessoal ou de custeio em geral.
intuito de obter recursos indispensáveis às necessidades cuja sa-
tisfação se comprometeu quando estabeleceu o “pacto” consti- Continua o artigo 37, CF:
tucional de 1988. [...] A importância da Administração Tributária
foi reconhecida expressamente pelo constituinte que acrescen- Artigo 37, XXI, CF. Ressalvados os casos especificados na
tou, no artigo 37 da Carta Magna, o inciso XVIII, estabelecendo a legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão con-
sua precedência e de seus servidores sobre os demais setores da tratados mediante processo de licitação pública que assegure
Administração Pública, dentro de suas áreas de competência”10. igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas
que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as con-
Artigo 37, XIX, CF. Somente por lei específica poderá ser dições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente
criada autarquia e autorizada a instituição de empresa públi- permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica in-
ca, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo dispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, regulamenta o art.
atuação. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para lici-
tações e contratos da Administração Pública e dá outras provi-
Artigo 37, XX, CF. Depende de autorização legislativa, em dências. Licitação nada mais é que o conjunto de procedimentos
cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas administrativos (administrativos porque parte da administração
no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas pública) para as compras ou serviços contratados pelos gover-
em empresa privada. nos Federal, Estadual ou Municipal, ou seja todos os entes fe-
derativos. De forma mais simples, podemos dizer que o governo
Órgãos da administração indireta somente podem ser cria- deve comprar e contratar serviços seguindo regras de lei, assim
dos por lei específica e a criação de subsidiárias destes depen- a licitação é um processo formal onde há a competição entre os
dem de autorização legislativa (o Estado cria e controla direta- interessados.
mente determinada empresa pública ou sociedade de economia Artigo 37, §5º, CF. A lei estabelecerá os prazos de prescri-
mista, e estas, por sua vez, passam a gerir uma nova empresa, ção para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou
denominada subsidiária. Ex.: Transpetro, subsidiária da Petro- não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas
brás). “Abrimos um parêntese para observar que quase todos ações de ressarcimento.
os autores que abordam o assunto afirmam categoricamente
A prescrição dos ilícitos praticados por servidor encontra
que, a despeito da referência no texto constitucional a ‘subsi-
disciplina específica no artigo 142 da Lei nº 8.112/1990:
diárias das entidades mencionadas no inciso anterior’, somente
Art. 142, Lei nº 8.112/1990. A ação disciplinar prescreverá:
empresas públicas e sociedades de economia mista podem ter
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com de-
subsidiárias, pois a relação de controle que existe entre a pes-
missão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destitui-
soa jurídica matriz e a subsidiária seria própria de pessoas com
ção de cargo em comissão;
estrutura empresarial, e inadequada a autarquias e fundações
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;
públicas. OUSAMOS DISCORDAR. Parece-nos que, se o legislador
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto á advertência.
de um ente federado pretendesse, por exemplo, autorizar a cria-
ção de uma subsidiária de uma fundação pública, NÃO haveria § 1o O prazo de prescrição começa a correr da data em que
base constitucional para considerar inválida sua autorização”11. o fato se tornou conhecido.
Ainda sobre a questão do funcionamento da administração § 2o Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-
indireta e de suas subsidiárias, destaca-se o previsto nos §§ 8º e -se às infrações disciplinares capituladas também como crime.
9º do artigo 37, CF: § 3o A abertura de sindicância ou a instauração de processo
Artigo 37, §8º, CF. A autonomia gerencial, orçamentária e disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida
financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indi- por autoridade competente.
reta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado en- § 4o Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a
tre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto correr a partir do dia em que cessar a interrupção.
a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade,
cabendo à lei dispor sobre: Prescrição é um instituto que visa regular a perda do direi-
I - o prazo de duração do contrato; to de acionar judicialmente. No caso, o prazo é de 5 anos para
II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, di- as infrações mais graves, 2 para as de gravidade intermediária
reitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; (pena de suspensão) e 180 dias para as menos graves (pena de
III - a remuneração do pessoal. advertência), contados da data em que o fato se tornou conhe-
cido pela administração pública. Se a infração disciplinar for
10 http://www.sindsefaz.org.br/parecer_administracao_
crime, valerão os prazos prescricionais do direito penal, mais
tributaria_sao_paulo.htm
longos, logo, menos favoráveis ao servidor. Interrupção da pres-
11 ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Administrativo Des-
crição significa parar a contagem do prazo para que, retornando,
complicado. São Paulo: GEN, 2014.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

comece do zero. Da abertura da sindicância ou processo admi- Pode até mesmo ser uma entidade privada que desempe-
nistrativo disciplinar até a decisão final proferida por autoridade nhe tais fins, desde que a verba de criação ou custeio tenha sido
competente não corre a prescrição. Proferida a decisão, o prazo ou seja pública em mais de 50% do patrimônio ou receita anual.
começa a contar do zero. Passado o prazo, não caberá mais pro- Caso a verba pública que tenha auxiliado uma entidade privada
por ação disciplinar. a qual o Estado não tenha concorrido para criação ou custeio,
Artigo 37, §7º, CF. A lei disporá sobre os requisitos e as res- também haverá sujeição às penalidades da lei. Em caso de cus-
trições ao ocupante de cargo ou emprego da administração teio/criação pelo Estado que seja inferior a 50% do patrimônio
direta e indireta que possibilite o acesso a informações privile- ou receita anual, a legislação ainda se aplica. Entretanto, nestes
giadas. dois casos, a sanção patrimonial se limitará ao que o ilícito re-
A Lei nº 12.813, de 16 de maio de 2013 dispõe sobre o con- percutiu sobre a contribuição dos cofres públicos. Significa que
flito de interesses no exercício de cargo ou emprego do Poder se o prejuízo causado for maior que a efetiva contribuição por
Executivo federal e impedimentos posteriores ao exercício do parte do poder público, o ressarcimento terá que ser buscado
cargo ou emprego; e revoga dispositivos da Lei nº 9.986, de 18 por outra via que não a ação de improbidade administrativa.
de julho de 2000, e das Medidas Provisórias nºs 2.216-37, de 31 A legislação em estudo, por sua vez, divide os atos de im-
de agosto de 2001, e 2.225-45, de 4 de setembro de 2001.
probidade administrativa em três categorias:
a) Ato de improbidade administrativa que importe enri-
Neste sentido, conforme seu artigo 1º:
quecimento ilícito (artigo 9º, Lei nº 8.429/1992)
Artigo 1º, Lei nº 12.813/2013. As situações que configuram
O grupo mais grave de atos de improbidade administrativa
conflito de interesses envolvendo ocupantes de cargo ou empre-
go no âmbito do Poder Executivo federal, os requisitos e restri- se caracteriza pelos elementos: enriquecimento + ilícito + re-
ções a ocupantes de cargo ou emprego que tenham acesso a sultante de uma vantagem patrimonial indevida + em razão do
informações privilegiadas, os impedimentos posteriores ao exer- exercício de cargo, mandato, emprego, função ou outra ativida-
cício do cargo ou emprego e as competências para fiscalização, de nas entidades do artigo 1° da Lei nº 8.429/1992.
avaliação e prevenção de conflitos de interesses regulam-se pelo O enriquecimento deve ser ilícito, afinal, o Estado não se
disposto nesta Lei. opõe que o indivíduo enriqueça, desde que obedeça aos dita-
mes morais, notadamente no desempenho de função de inte-
3) Atos de improbidade administrativa resse estatal.
A Lei n° 8.429/1992 trata da improbidade administrativa, Exige-se que o sujeito obtenha vantagem patrimonial ilícita.
que é uma espécie qualificada de imoralidade, sinônimo de de- Contudo, é dispensável que efetivamente tenha ocorrido dano
sonestidade administrativa. A improbidade é uma lesão ao prin- aos cofres públicos (por exemplo, quando um policial recebe
cípio da moralidade, que deve ser respeitado estritamente pelo propina pratica ato de improbidade administrativa, mas não
servidor público. O agente ímprobo sempre será um violador atinge diretamente os cofres públicos).
do princípio da moralidade, pelo qual “a Administração Pública Como fica difícil imaginar que alguém possa se enriquecer
deve agir com boa-fé, sinceridade, probidade, lhaneza, lealdade ilicitamente por negligência, imprudência ou imperícia, todas
e ética”12. as condutas configuram atos dolosos (com intenção). Não cabe
A atual Lei de Improbidade Administrativa foi criada devi- prática por omissão.13
do ao amplo apelo popular contra certas vicissitudes do serviço b) Ato de improbidade administrativa que importe lesão
público que se intensificavam com a ineficácia do diploma então ao erário (artigo 10, Lei nº 8.429/1992)
vigente, o Decreto-Lei nº 3240/41. Decorreu, assim, da necessi- O grupo intermediário de atos de improbidade administra-
dade de acabar com os atos atentatórios à moralidade adminis- tiva se caracteriza pelos elementos: causar dano ao erário ou
trativa e causadores de prejuízo ao erário público ou ensejado- aos cofres públicos + gerando perda patrimonial ou dilapidação
res de enriquecimento ilícito, infelizmente tão comuns no Brasil. do patrimônio público. Assim como o artigo anterior, o caput
Com o advento da Lei nº 8.429/1992, os agentes públicos descreve a fórmula genérica e os incisos algumas atitudes espe-
passaram a ser responsabilizados na esfera civil pelos atos de
cíficas que exemplificam o seu conteúdo14.
improbidade administrativa descritos nos artigos 9º, 10 e 11,
Perda patrimonial é o gênero, do qual são espécies: desvio,
ficando sujeitos às penas do art. 12. A existência de esferas dis-
que é o direcionamento indevido; apropriação, que é a trans-
tintas de responsabilidade (civil, penal e administrativa) impede
ferência indevida para a própria propriedade; malbaratamento,
falar-se em bis in idem, já que, ontologicamente, não se trata de
punições idênticas, embora baseadas no mesmo fato, mas de que significa desperdício; e dilapidação, que se refere a destrui-
responsabilização em esferas distintas do Direito. ção15.
Destaca-se um conceito mais amplo de agente público pre- O objeto da tutela é a preservação do patrimônio público,
visto pela lei nº 8.429/1992 em seus artigos 1º e 2º porque o em todos seus bens e valores. O pressuposto exigível é a ocor-
agente público pode ser ou não um servidor público. Ele poderá rência de dano ao patrimônio dos sujeitos passivos.
estar vinculado a qualquer instituição ou órgão que desempe-
nhe diretamente o interesse do Estado. Assim, estão incluídos 13 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São
todos os integrantes da administração direta, indireta e funda- Paulo: Método, 2011.
cional, conforme o preâmbulo da legislação. 14 Ibid.
12 LENZA, Pedro. Curso de direito constitucional esquema- 15 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
tizado. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Este artigo admite expressamente a variante culposa, o Será preciso utilizar razoabilidade e proporcionalidade
que muitos entendem ser inconstitucional. O STJ, no REsp n° para não permitir a caracterização de abuso de poder, diante
939.142/RJ, apontou alguns aspectos da inconstitucionalidade do conteúdo aberto do dispositivo. Na verdade, trata-se de tipo
do artigo. Contudo, “a jurisprudência do STJ consolidou a tese subsidiário, ou seja, que se aplica quando o ato de improbidade
de que é indispensável a existência de dolo nas condutas des- administrativa não tiver gerado obtenção de vantagem
critas nos artigos 9º e 11 e ao menos de culpa nas hipóteses Com efeito, os atos de improbidade administrativa não são
do artigo 10, nas quais o dano ao erário precisa ser comprova- crimes de responsabilidade. Trata-se de punição na esfera cível,
do. De acordo com o ministro Castro Meira, a conduta culposa não criminal. Por isso, caso o ato configure simultaneamente um
ocorre quando o agente não pretende atingir o resultado dano- ato de improbidade administrativa desta lei e um crime previsto
so, mas atua com negligência, imprudência ou imperícia (REsp na legislação penal, o que é comum no caso do artigo 9°, respon-
n° 1.127.143)”16. Para Carvalho Filho17, não há inconstitucionali- derá o agente por ambos, nas duas esferas.
dade na modalidade culposa, lembrando que é possível dosar a
pena conforme o agente aja com dolo ou culpa. Em suma, a lei encontra-se estruturada da seguinte for-
O ponto central é lembrar que neste artigo não se exige que ma: inicialmente, trata das vítimas possíveis (sujeito passivo)
o sujeito ativo tenha percebido vantagens indevidas, basta o e daqueles que podem praticar os atos de improbidade admi-
dano ao erário. Se tiver recebido vantagem indevida, incide no nistrativa (sujeito ativo); ainda, aborda a reparação do dano ao
artigo anterior. Exceto pela não percepção da vantagem indevi- lesionado e o ressarcimento ao patrimônio público; após, traz a
da, os tipos exemplificados se aproximam muito dos previstos tipologia dos atos de improbidade administrativa, isto é, enume-
ra condutas de tal natureza; seguindo-se à definição das sanções
nos incisos do art. 9°.
aplicáveis; e, finalmente, descreve os procedimentos adminis-
c) Ato de Improbidade Administrativa Decorrentes de Con-
trativo e judicial.
cessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tribu-
No caso do art. 9°, categoria mais grave, o agente obtém um
tário (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
enriquecimento ilícito (vantagem econômica indevida) e pode
Uma das alterações recentes à disciplina do ISS visou evitar
ainda causar dano ao erário, por isso, deverá não só reparar
a continuidade da guerra fiscal entre os municípios, fixando-se a
eventual dano causado mas também colocar nos cofres públicos
alíquota mínima em 2%.
tudo o que adquiriu indevidamente. Ou seja, poderá pagar so-
Com efeito, os municípios não poderão fixar dentro de sua
mente o que enriqueceu indevidamente ou este valor acrescido
competência constitucional alíquotas inferiores a 2% para atrair
do valor do prejuízo causado aos cofres públicos (quanto o Esta-
e fomentar investimentos novos (incentivo fiscal), prejudicando do perdeu ou deixou de ganhar). No caso do artigo 10, não have-
os municípios vizinhos. rá enriquecimento ilícito, mas sempre existirá dano ao erário, o
Em razão disso, tipifica-se como ato de improbidade admi- qual será reparado (eventualmente, ocorrerá o enriquecimento
nistrativa a eventual concessão do benefício abaixo da alíquota ilícito, devendo o valor adquirido ser tomado pelo Estado). Na
mínima. hipótese do artigo 10-A, não se denota nem enriquecimento ilí-
d) Ato de improbidade administrativa que atente con- cito e nem dano ao erário, pois no máximo a prática de guerra
tra os princípios da administração pública (artigo 11, Lei nº fiscal pode gerar. Já no artigo 11, o máximo que pode ocorrer é
8.429/1992) o dano ao erário, com o devido ressarcimento. Além disso, em
Nos termos do artigo 11 da Lei nº 8.429/1992, “constitui todos os casos há perda da função pública. Nas três categorias,
ato de improbidade administrativa que atenta contra os prin- são estabelecidas sanções de suspensão dos direitos políticos,
cípios da administração pública qualquer ação ou omissão que multa e vedação de contratação ou percepção de vantagem,
viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e graduadas conforme a gravidade do ato. É o que se depreende
lealdade às instituições [...]”. O grupo mais ameno de atos de da leitura do artigo 12 da Lei nº 8.929/1992 como §4º do artigo
improbidade administrativa se caracteriza pela simples viola- 37, CF, que prevê: “Os atos de improbidade administrativa im-
ção a princípios da administração pública, ou seja, aplica-se a portarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
qualquer atitude do sujeito ativo que viole os ditames éticos do pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erá-
serviço público. Isto é, o legislador pretende a preservação dos rio, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação
princípios gerais da administração pública. penal cabível”.
O objeto de tutela são os princípios constitucionais. Basta a A única sanção que se encontra prevista na Lei nº
vulneração em si dos princípios, sendo dispensáveis o enriqueci- 8.429/1992 mas não na Constituição Federal é a de multa. (art.
mento ilícito e o dano ao erário. Somente é possível a prática de 37, §4°, CF). Não há nenhuma inconstitucionalidade disto, pois
algum destes atos com dolo (intenção), embora caiba a prática nada impediria que o legislador infraconstitucional ampliasse a
por ação ou omissão. relação mínima de penalidades da Constituição, pois esta não li-
mitou tal possibilidade e porque a lei é o instrumento adequado
16 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Improbidade ad-
para tanto18.
ministrativa: desonestidade na gestão dos recursos públicos.
Carvalho Filho19 tece considerações a respeito de algumas
Disponível em: <http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/
engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=103422>. Acesso em: 26 das sanções:
mar. 2013. 18 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad-
17 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito ad- ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010.
ministrativo. 23. ed. Rio de Janeiro: Lumen juris, 2010. 19 Ibid.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

- Perda de bens e valores: “tal punição só incide sobre os dade pelos danos que seus agentes causem durante a prestação
bens acrescidos após a prática do ato de improbidade. Se alcan- do serviço, inclusive se tais danos caracterizarem uma violação
çasse anteriores, ocorreria confisco, o que restaria sem escora aos direitos humanos reconhecidos.
constitucional. Além disso, o acréscimo deve derivar de origem Trata-se de responsabilidade extracontratual porque não
ilícita”. depende de ajuste prévio, basta a caracterização de elementos
- Ressarcimento integral do dano: há quem entenda que genéricos pré-determinados, que perpassam pela leitura conco-
engloba dano moral. Cabe acréscimo de correção monetária e mitante do Código Civil (artigos 186, 187 e 927) com a Constitui-
juros de mora. ção Federal (artigo 37, §6°).
- Perda de função pública: “se o agente é titular de man- Genericamente, os elementos da responsabilidade civil se
dato, a perda se processa pelo instrumento de cassação. Sendo encontram no art. 186 do Código Civil:
servidor estatutário, sujeitar-se-á à demissão do serviço público.
Havendo contrato de trabalho (servidores trabalhistas e tempo- Artigo 186, CC. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
rários), a perda da função pública se consubstancia pela rescisão negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a ou-
do contrato com culpa do empregado. No caso de exercer ape- trem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
nas uma função pública, fora de tais situações, a perda se dará
pela revogação da designação”. Lembra-se que determinadas Este é o artigo central do instituto da responsabilidade ci-
autoridades se sujeitam a procedimento especial para perda da vil, que tem como elementos: ação ou omissão voluntária (agir
função pública, ponto em que não se aplica a Lei de Improbida- como não se deve ou deixar de agir como se deve), culpa ou dolo
de Administrativa. do agente (dolo é a vontade de cometer uma violação de direito
- Multa: a lei indica inflexibilidade no limite máximo, mas e culpa é a falta de diligência), nexo causal (relação de causa e
flexibilidade dentro deste limite, podendo os julgados nesta efeito entre a ação/omissão e o dano causado) e dano (dano é o
margem optar pela mais adequada. Há ainda variabilidade na prejuízo sofrido pelo agente, que pode ser individual ou coleti-
base de cálculo, conforme o tipo de ato de improbidade (a base vo, moral ou material, econômico e não econômico).
será o valor do enriquecimento ou o valor do dano ou o valor da 1) Dano - somente é indenizável o dano certo, especial e
remuneração do agente). A natureza da multa é de sanção civil, anormal. Certo é o dano real, existente. Especial é o dano espe-
não possuindo caráter indenizatório, mas punitivo. cífico, individualizado, que atinge determinada ou determinadas
- Proibição de receber benefícios: não se incluem as imu- pessoas. Anormal é o dano que ultrapassa os problemas comuns
nidades genéricas e o agente punido deve ser ao menos sócio da vida em sociedade (por exemplo, infelizmente os assaltos são
comuns e o Estado não responde por todo assalto que ocorra, a
majoritário da instituição vitimada.
não ser que na circunstância específica possuía o dever de im-
- Proibição de contratar: o agente punido não pode partici-
pedir o assalto, como no caso de uma viatura presente no local
par de processos licitatórios.
- muito embora o direito à segurança pessoal seja um direito
humano reconhecido).
4) Responsabilidade civil do Estado e de seus servidores
2) Agentes públicos - é toda pessoa que trabalhe dentro da
O instituto da responsabilidade civil é parte integrante do
administração pública, tenha ingressado ou não por concurso,
direito obrigacional, uma vez que a principal consequência da
possua cargo, emprego ou função. Envolve os agentes políticos,
prática de um ato ilícito é a obrigação que gera para o seu auto
os servidores públicos em geral (funcionários, empregados ou
de reparar o dano, mediante o pagamento de indenização que
temporários) e os particulares em colaboração (por exemplo,
se refere às perdas e danos. Afinal, quem pratica um ato ou in- jurado ou mesário).
corre em omissão que gere dano deve suportar as consequên- 3) Dano causado quando o agente estava agindo nesta qua-
cias jurídicas decorrentes, restaurando-se o equilíbrio social.20 lidade - é preciso que o agente esteja lançando mão das prerro-
A responsabilidade civil, assim, difere-se da penal, podendo gativas do cargo, não agindo como um particular.
recair sobre os herdeiros do autor do ilícito até os limites da he- Sem estes três requisitos, não será possível acionar o Estado
rança, embora existam reflexos na ação que apure a responsabi- para responsabilizá-lo civilmente pelo dano, por mais relevante
lidade civil conforme o resultado na esfera penal (por exemplo, que tenha sido a esfera de direitos atingida. Assim, não é qual-
uma absolvição por negativa de autoria impede a condenação quer dano que permite a responsabilização civil do Estado, mas
na esfera cível, ao passo que uma absolvição por falta de provas somente aquele que é causado por um agente público no exer-
não o faz). cício de suas funções e que exceda as expectativas do lesado
A responsabilidade civil do Estado acompanha o raciocínio quanto à atuação do Estado.
de que a principal consequência da prática de um ato ilícito é a É preciso lembrar que não é o Estado em si que viola os
obrigação que gera para o seu auto de reparar o dano, mediante direitos humanos, porque o Estado é uma ficção formada por
o pagamento de indenização que se refere às perdas e danos. um grupo de pessoas que desempenham as atividades estatais
Todos os cidadãos se sujeitam às regras da responsabilidade diversas. Assim, viola direitos humanos não o Estado em si, mas
civil, tanto podendo buscar o ressarcimento do dano que sofreu o agente que o representa, fazendo com que o próprio Estado
quanto respondendo por aqueles danos que causar. Da mesma seja responsabilizado por isso civilmente, pagando pela indeni-
forma, o Estado tem o dever de indenizar os membros da socie- zação (reparação dos danos materiais e morais). Sem prejuízo,
20 GONÇALVES, Carlos Roberto. Responsabilidade Civil. 9. com relação a eles, caberá ação de regresso se agiram com dolo
ed. São Paulo: Saraiva, 2005. ou culpa.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Prevê o artigo 37, §6° da Constituição Federal: Quanto à responsabilidade administrativa, menciona-se, a
título de exemplo, as penalidades cabíveis descritas no art. 127
Artigo 37, §6º, CF. As pessoas jurídicas de direito público e da Lei nº 8.112/90, que serão aplicadas pelo funcionário que
as de direito privado prestadoras de serviços públicos responde- violar a ética do serviço público, como advertência, suspensão
rão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem e demissão.
a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o respon- Evidencia-se a independência entre as esferas civil, penal e
sável nos casos de dolo ou culpa. administrativa no que tange à responsabilização do agente pú-
blico que cometa ato ilícito.
Este artigo deixa clara a formação de uma relação jurídica Tomadas as exigências de características dos danos acima
autônoma entre o Estado e o agente público que causou o dano colacionadas, notadamente a anormalidade, considera-se que
no desempenho de suas funções. Nesta relação, a responsabi- para o Estado ser responsabilizado por um dano, ele deve ex-
lidade civil será subjetiva, ou seja, caberá ao Estado provar a ceder expectativas cotidianas, isto é, não cabe exigir do Estado
culpa do agente pelo dano causado, ao qual foi anteriormente uma excepcional vigilância da sociedade e a plena cobertura de
condenado a reparar. Direito de regresso é justamente o direito todas as fatalidades que possam acontecer em território nacio-
de acionar o causador direto do dano para obter de volta aqui- nal.
lo que pagou à vítima, considerada a existência de uma relação Diante de tal premissa, entende-se que a responsabilidade
obrigacional que se forma entre a vítima e a instituição que o civil do Estado será objetiva apenas no caso de ações, mas sub-
agente compõe. jetiva no caso de omissões. Em outras palavras, verifica-se se o
Assim, o Estado responde pelos danos que seu agente cau- Estado se omitiu tendo plenas condições de não ter se omitido,
sar aos membros da sociedade, mas se este agente agiu com isto é, ter deixado de agir quando tinha plenas condições de fa-
dolo ou culpa deverá ressarcir o Estado do que foi pago à vítima. zê-lo, acarretando em prejuízo dentro de sua previsibilidade.
O agente causará danos ao praticar condutas incompatíveis com São casos nos quais se reconheceu a responsabilidade omis-
o comportamento ético dele esperado.21 siva do Estado: morte de filho menor em creche municipal, bura-
A responsabilidade civil do servidor exige prévio processo cos não sinalizados na via pública, tentativa de assalto a usuário
administrativo disciplinar no qual seja assegurado contraditório do metrô resultando em morte, danos provocados por enchen-
e ampla defesa. Trata-se de responsabilidade civil subjetiva ou tes e escoamento de águas pluviais quando o Estado sabia da
com culpa. Havendo ação ou omissão com culpa do servidor que problemática e não tomou providência para evitá-las, morte de
gere dano ao erário (Administração) ou a terceiro (administra- detento em prisão, incêndio em casa de shows fiscalizada com
do), o servidor terá o dever de indenizar. negligência, etc.
Não obstante, agentes públicos que pratiquem atos viola- Logo, não é sempre que o Estado será responsabilizado. Há
dores de direitos humanos se sujeitam à responsabilidade pe- excludentes da responsabilidade estatal, notadamente: a) caso
nal e à responsabilidade administrativa, todas autônomas uma fortuito (fato de terceiro) ou força maior (fato da natureza) fora
com relação à outra e à já mencionada responsabilidade civil. dos alcances da previsibilidade do dano; b) culpa exclusiva da
Neste sentido, o artigo 125 da Lei nº 8.112/90: vítima.

Artigo 125, Lei nº 8.112/1990. As sanções civis, penais e ad- 5) Exercício de mandato eletivo por servidores públicos
ministrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si. A questão do exercício de mandato eletivo pelo servidor
público encontra previsão constitucional em seu artigo 38, que
No caso da responsabilidade civil, o Estado é diretamente notadamente estabelece quais tipos de mandatos geram incom-
acionado e responde pelos atos de seus servidores que violem patibilidade ao serviço público e regulamenta a questão remu-
direitos humanos, cabendo eventualmente ação de regresso neratória:
contra ele. Contudo, nos casos da responsabilidade penal e da Artigo 38, CF. Ao servidor público da administração direta,
responsabilidade administrativa aciona-se o agente público que autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, apli-
praticou o ato. cam-se as seguintes disposições:
São inúmeros os exemplos de crimes que podem ser prati- I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou dis-
cados pelo agente público no exercício de sua função que violam trital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;
direitos humanos. A título de exemplo, peculato, consistente em II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do car-
apropriação ou desvio de dinheiro público (art. 312, CP), que go, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua re-
viola o bem comum e o interesse da coletividade; concussão, muneração;
que é a exigência de vantagem indevida (art. 316, CP), expondo III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibi-
a vítima a uma situação de constrangimento e medo que viola lidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, empre-
diretamente sua dignidade; tortura, a mais cruel forma de tra- go ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e,
tamento humano, cuja pena é agravada quando praticada por não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
funcionário público (art. 1º, §4º, I, Lei nº 9.455/97); etc. anterior;
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercí-
cio de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para
21 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São
todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
Paulo: Método, 2011.

10
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afas- Artigo 40, CF. Aos servidores titulares de cargos efetivos da
tamento, os valores serão determinados como se no exercício União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, inclu-
estivesse. ídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de pre-
vidência de caráter contributivo e solidário, mediante contribui-
6) Regime de remuneração e previdência dos servidores ção do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos
públicos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilí-
Regulamenta-se o regime de remuneração e previdência brio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.
dos servidores públicos nos artigo 39 e 40 da Constituição Fe- § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência
deral: de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus
Artigo 39, CF. A União, os Estados, o Distrito Federal e os proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:
Municípios instituirão conselho de política de administração e I - por invalidez permanente, sendo os proventos proporcio-
remuneração de pessoal, integrado por servidores designados nais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de aciden-
pelos respectivos Poderes. (Redação dada pela Emenda Cons- te em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagio-
titucional nº 19, de 1998 e aplicação suspensa pela ADIN nº sa ou incurável, na forma da lei;
2.135-4, destacando-se a redação anterior: “A União, os Estados, II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao
o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complemen-
servidores da administração pública direta, das autarquias e das tar;
fundações públicas”). III - voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo
§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais
de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos
componentes do sistema remuneratório observará:
no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as
I - a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade
seguintes condições:
dos cargos componentes de cada carreira;
a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição,
II - os requisitos para a investidura;
III - as peculiaridades dos cargos. se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contri-
§ 2º A União, os Estados e o Distrito Federal manterão es- buição, se mulher;
colas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos ser- b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta
vidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tem-
dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, po de contribuição.
a celebração de convênios ou contratos entre os entes federa- § 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por oca-
dos. sião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposenta-
o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV,XVI, XVII, XVIII, doria ou que serviu de referência para a concessão da pensão.
XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferen- § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por
ciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir. ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações
§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os utilizadas como base para as contribuições do servidor aos re-
Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais se- gimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na
rão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela forma da lei.
única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferencia-
abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remu- dos para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo re-
neratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, gime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos
X e XI. em leis complementares, os casos de servidores:
§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu- I - portadores de deficiência;
nicípios poderá estabelecer a relação entre a maior e a menor II - que exerçam atividades de risco;
remuneração dos servidores públicos, obedecido, em qualquer III - cujas atividades sejam exercidas sob condições espe-
caso, o disposto no art. 37, XI. ciais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publica- § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição se-
rão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos rão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º,
cargos e empregos públicos.
III, a, para o professor que comprove exclusivamente tempo de
§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-
efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil
nicípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários pro-
e no ensino fundamental e médio.
venientes da economia com despesas correntes em cada órgão,
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos
autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de
programas de qualidade e produtividade, treinamento e desen- acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percep-
volvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização ção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previ-
do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio dência previsto neste artigo.
de produtividade. § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão
§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados por morte, que será igual:
em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.

11
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

I - ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposen-
até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime tadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este
geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de artigo que superem o limite máximo estabelecido para os be-
setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso apo- nefícios do regime geral de previdência social de que trata o art.
sentado à data do óbito; ou 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores
II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no titulares de cargos efetivos.
cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha comple-
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência tado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas
social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus
parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contri-
óbito. buição previdenciária até completar as exigências para aposen-
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para pre- tadoria compulsória contidas no § 1º, II.
servar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme cri- § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime pró-
térios estabelecidos em lei. prio de previdência social para os servidores titulares de car-
§ 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou munici- gos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo
pal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142,
serviço correspondente para efeito de disponibilidade. § 3º, X.
§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá
§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de conta-
apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de
gem de tempo de contribuição fictício.
pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido
§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total
para os benefícios do regime geral de previdência social de que
dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da
trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na
acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de ou- forma da lei, for portador de doença incapacitante.
tras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de 7) Estágio probatório e perda do cargo
previdência social, e ao montante resultante da adição de pro- Estabelece a Constituição Federal em seu artigo 41, a ser
ventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na lido em conjunto com o artigo 20 da Lei nº 8.112/1990:
forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei
de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. Artigo 41, CF. São estáveis após três anos de efetivo exercí-
§ 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdên- cio os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo
cia dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, em virtude de concurso público.
no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime § 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
geral de previdência social. I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em II - mediante processo administrativo em que lhe seja asse-
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem gurada ampla defesa;
como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica- III - mediante procedimento de avaliação periódica de de-
-se o regime geral de previdência social. sempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- defesa.
pios, desde que instituam regime de previdência complementar § 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor
para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se
poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a se- estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indeni-
rem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite zação, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade
máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de com remuneração proporcional ao tempo de serviço.
previdência social de que trata o art. 201. § 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração
o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveita-
Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, mento em outro cargo.
§ 4º Como condição para a aquisição da estabilidade, é obri-
no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previ-
gatória a avaliação especial de desempenho por comissão insti-
dência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos
tuída para essa finalidade.
respectivos participantes planos de benefícios somente na mo-
Art. 20, Lei nº 8.112/1990. Ao entrar em exercício, o servidor
dalidade de contribuição definida.
nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a está-
§ 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o dis- gio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, duran-
posto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver te o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação
ingressado no serviço público até a data da publicação do ato para o desempenho do cargo, observados os seguinte fatores:
de instituição do correspondente regime de previdência com- I - assiduidade;
plementar. II - disciplina;
§ 17. Todos os valores de remuneração considerados para o III - capacidade de iniciativa;
cálculo do benefício previsto no § 3° serão devidamente atuali- IV - produtividade;
zados, na forma da lei. V - responsabilidade.

12
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio § 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Fe-
probatório, será submetida à homologação da autoridade com- deral e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as
petente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por disposições do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e
comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do
dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos oficiais conferidas
sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumera- pelos respectivos governadores.
dos nos incisos I a V do caput deste artigo. § 2º Aos pensionistas dos militares dos Estados, do Distrito
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei especí-
exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente fica do respectivo ente estatal.
ocupado, observado o disposto no parágrafo único do art. 29.
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quais- ESTATUTO DA CIDADE (LEI FEDERAL Nº 10.257, DE 10
quer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, DE JULHO DE 2001).
chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e
somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocu-
par cargos de Natureza Especial, cargos de provimento em co- LEI N 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001.
missão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS,
de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal,
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras pro-
ser concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. vidências.
81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para parti-
cipar de curso de formação decorrente de aprovação em concur- O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
so para outro cargo na Administração Pública Federal. Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licen-
ças e os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, CAPÍTULO I
bem assim na hipótese de participação em curso de formação, e DIRETRIZES GERAIS
será retomado a partir do término do impedimento.
O estágio probatório pode ser definido como um lapso de Art. 1o Na execução da política urbana, de que tratam os
tempo no qual a aptidão e capacidade do servidor serão avalia- arts. 182 e 183 da Constituição Federal, será aplicado o previsto
das de acordo com critérios de assiduidade, disciplina, capaci- nesta Lei.
dade de iniciativa, produtividade e responsabilidade. O servidor Parágrafo único. Para todos os efeitos, esta Lei, denominada
não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se es- Estatuto da Cidade, estabelece normas de ordem pública e inte-
resse social que regulam o uso da propriedade urbana em prol
tável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado. Não existe
do bem coletivo, da segurança e do bem-estar dos cidadãos,
vedação para um servidor em estágio probatório exercer quais-
bem como do equilíbrio ambiental.
quer cargos de provimento em comissão ou funções de direção,
Art. 2o A política urbana tem por objetivo ordenar o pleno
chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação.
desenvolvimento das funções sociais da cidade e da proprieda-
Desde a Emenda Constitucional nº 19 de 1998, a discipli-
de urbana, mediante as seguintes diretrizes gerais:
na do estágio probatório mudou, notadamente aumentando o
I – garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido
prazo de 2 anos para 3 anos. Tendo em vista que a norma cons-
como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento am-
titucional prevalece sobre a lei federal, mesmo que ela não te-
biental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços
nha sido atualizada, deve-se seguir o disposto no artigo 41 da públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras ge-
Constituição Federal. rações;
Uma vez adquirida a aprovação no estágio probatório, o II – gestão democrática por meio da participação da popu-
servidor público somente poderá ser exonerado nos casos do lação e de associações representativas dos vários segmentos da
§1º do artigo 40 da Constituição Federal, notadamente: em comunidade na formulação, execução e acompanhamento de
virtude de sentença judicial transitada em julgado; mediante planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;
processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla III – cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os
defesa; ou mediante procedimento de avaliação periódica de demais setores da sociedade no processo de urbanização, em
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla atendimento ao interesse social;
defesa (sendo esta lei complementar ainda inexistente no âm- IV – planejamento do desenvolvimento das cidades, da dis-
bito federal. tribuição espacial da população e das atividades econômicas do
Município e do território sob sua área de influência, de modo
8) Dos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Ter- a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus
ritórios efeitos negativos sobre o meio ambiente;
Prevê o artigo 42, CF: V – oferta de equipamentos urbanos e comunitários, trans-
Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bom- porte e serviços públicos adequados aos interesses e necessida-
beiros Militares, instituições organizadas com base na hierar- des da população e às características locais;
quia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal VI – ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar:
e dos Territórios. a) a utilização inadequada dos imóveis urbanos;

13
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

b) a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; trabalhadores domésticos, observados requisitos mínimos de


c) o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos dimensionamento, ventilação, iluminação, ergonomia, privaci-
ou inadequados em relação à infra-estrutura urbana; dade e qualidade dos materiais empregados.(Incluído pela Lei
d) a instalação de empreendimentos ou atividades que pos- nº 13.699, de 2018)
sam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão Art. 3o Compete à União, entre outras atribuições de inte-
da infra-estrutura correspondente; resse da política urbana:
e) a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na I – legislar sobre normas gerais de direito urbanístico;
sua subutilização ou não utilização; II – legislar sobre normas para a cooperação entre a União,
f) a deterioração das áreas urbanizadas; os Estados, o Distrito Federal e os Municípios em relação à po-
g) a poluição e a degradação ambiental; lítica urbana, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e
h) a exposição da população a riscos de desastres.(Incluído do bem-estar em âmbito nacional;
dada pela Lei nº 12.608, de 2012) III - promover, por iniciativa própria e em conjunto com os
VII – integração e complementaridade entre as atividades Estados, o Distrito Federal e os Municípios, programas de cons-
urbanas e rurais, tendo em vista o desenvolvimento socioeco- trução de moradias e melhoria das condições habitacionais, de
nômico do Município e do território sob sua área de influência; saneamento básico, das calçadas, dos passeios públicos, do mo-
VIII – adoção de padrões de produção e consumo de bens biliário urbano e dos demais espaços de uso público; (Redação
e serviços e de expansão urbana compatíveis com os limites da dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
sustentabilidade ambiental, social e econômica do Município e IV - instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, in-
do território sob sua área de influência; clusive habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade
IX – justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do urbana, que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso
processo de urbanização; público; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
X – adequação dos instrumentos de política econômica, tri- V – elaborar e executar planos nacionais e regionais de or-
butária e financeira e dos gastos públicos aos objetivos do de- denação do território e de desenvolvimento econômico e social.
senvolvimento urbano, de modo a privilegiar os investimentos
geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferen- CAPÍTULO II
tes segmentos sociais; DOS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA
XI – recuperação dos investimentos do Poder Público de
que tenha resultado a valorização de imóveis urbanos; SEÇÃO I
XII – proteção, preservação e recuperação do meio ambien- DOS INSTRUMENTOS EM GERAL
te natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artísti-
co, paisagístico e arqueológico; Art. 4o Para os fins desta Lei, serão utilizados, entre outros
XIII – audiência do Poder Público municipal e da população instrumentos:
interessada nos processos de implantação de empreendimen- I – planos nacionais, regionais e estaduais de ordenação do
tos ou atividades com efeitos potencialmente negativos sobre o território e de desenvolvimento econômico e social;
meio ambiente natural ou construído, o conforto ou a segurança II – planejamento das regiões metropolitanas, aglomera-
da população; ções urbanas e microrregiões;
XIV – regularização fundiária e urbanização de áreas ocupa- III – planejamento municipal, em especial:
das por população de baixa renda mediante o estabelecimento a) plano diretor;
de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e b) disciplina do parcelamento, do uso e da ocupação do
edificação, consideradas a situação socioeconômica da popula- solo;
ção e as normas ambientais; c) zoneamento ambiental;
XV – simplificação da legislação de parcelamento, uso e d) plano plurianual;
ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas a permitir a e) diretrizes orçamentárias e orçamento anual;
redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades f) gestão orçamentária participativa;
habitacionais; g) planos, programas e projetos setoriais;
XVI – isonomia de condições para os agentes públicos e pri- h) planos de desenvolvimento econômico e social;
vados na promoção de empreendimentos e atividades relativos IV – institutos tributários e financeiros:
ao processo de urbanização, atendido o interesse social. a) imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana
XVII - estímulo à utilização, nos parcelamentos do solo e nas - IPTU;
edificações urbanas, de sistemas operacionais, padrões constru- b) contribuição de melhoria;
tivos e aportes tecnológicos que objetivem a redução de impac- c) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;
tos ambientais e a economia de recursos naturais.(Incluído pela V – institutos jurídicos e políticos:
Lei nº 12.836, de 2013) a) desapropriação;
XVIII - tratamento prioritário às obras e edificações de infra- b) servidão administrativa;
estrutura de energia, telecomunicações, abastecimento de água c) limitações administrativas;
e saneamento.(Incluído pela Lei nº 13.116, de 2015) d) tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano;
XIX – garantia de condições condignas de acessibilidade, e) instituição de unidades de conservação;
utilização e conforto nas dependências internas das edificações f) instituição de zonas especiais de interesse social;
urbanas, inclusive nas destinadas à moradia e ao serviço dos g) concessão de direito real de uso;

14
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

h) concessão de uso especial para fins de moradia; II - dois anos, a partir da aprovação do projeto, para iniciar
i) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; as obras do empreendimento.
j) usucapião especial de imóvel urbano; § 5o Em empreendimentos de grande porte, em caráter ex-
l) direito de superfície; cepcional, a lei municipal específica a que se refere o caput po-
m) direito de preempção; derá prever a conclusão em etapas, assegurando-se que o pro-
n) outorga onerosa do direito de construir e de alteração jeto aprovado compreenda o empreendimento como um todo.
de uso; Art. 6o A transmissão do imóvel, por ato inter vivos ou cau-
o) transferência do direito de construir; sa mortis, posterior à data da notificação, transfere as obriga-
p) operações urbanas consorciadas; ções de parcelamento, edificação ou utilização previstas no art.
q) regularização fundiária; 5o desta Lei, sem interrupção de quaisquer prazos.
r) assistência técnica e jurídica gratuita para as comunida-
des e grupos sociais menos favorecidos; SEÇÃO III
s) referendo popular e plebiscito; DO IPTU PROGRESSIVO NO TEMPO
t) demarcação urbanística para fins de regularização fundiá-
ria; (Incluído pela Lei nº 11.977, de 2009) Art. 7o Em caso de descumprimento das condições e dos
u) legitimação de posse. (Incluído pela Lei nº 11.977, de prazos previstos na forma do caput do art. 5o desta Lei, ou não
2009) sendo cumpridas as etapas previstas no § 5o do art. 5o desta
VI – estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e estudo pré-
Lei, o Município procederá à aplicação do imposto sobre a pro-
vio de impacto de vizinhança (EIV).
priedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tem-
§ 1o Os instrumentos mencionados neste artigo regem-se
po, mediante a majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos
pela legislação que lhes é própria, observado o disposto nesta
consecutivos.
Lei.
§ 2o Nos casos de programas e projetos habitacionais de § 1o O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixa-
interesse social, desenvolvidos por órgãos ou entidades da Ad- do na lei específica a que se refere o caput do art. 5o desta Lei
ministração Pública com atuação específica nessa área, a con- e não excederá a duas vezes o valor referente ao ano anterior,
cessão de direito real de uso de imóveis públicos poderá ser respeitada a alíquota máxima de quinze por cento.
contratada coletivamente. § 2o Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não
§ 3o Os instrumentos previstos neste artigo que demandam esteja atendida em cinco anos, o Município manterá a cobrança
dispêndio de recursos por parte do Poder Público municipal de- pela alíquota máxima, até que se cumpra a referida obrigação,
vem ser objeto de controle social, garantida a participação de garantida a prerrogativa prevista no art. 8o.
comunidades, movimentos e entidades da sociedade civil. § 3o É vedada a concessão de isenções ou de anistia relati-
vas à tributação progressiva de que trata este artigo.
SEÇÃO II
DO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COM- SEÇÃO IV
PULSÓRIOS DA DESAPROPRIAÇÃO COM PAGAMENTO EM TÍTULOS

Art. 5o Lei municipal específica para área incluída no plano Art. 8o Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progres-
diretor poderá determinar o parcelamento, a edificação ou a uti- sivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de par-
lização compulsórios do solo urbano não edificado, subutilizado celamento, edificação ou utilização, o Município poderá proce-
ou não utilizado, devendo fixar as condições e os prazos para der à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da
implementação da referida obrigação. dívida pública.
§ 1o Considera-se subutilizado o imóvel: § 1o Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação pelo
I – cujo aproveitamento seja inferior ao mínimo definido no Senado Federal e serão resgatados no prazo de até dez anos, em
plano diretor ou em legislação dele decorrente; prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real
II – (VETADO) da indenização e os juros legais de seis por cento ao ano.
§ 2o O proprietário será notificado pelo Poder Executivo § 2o O valor real da indenização:
municipal para o cumprimento da obrigação, devendo a notifi-
I – refletirá o valor da base de cálculo do IPTU, descontado
cação ser averbada no cartório de registro de imóveis.
o montante incorporado em função de obras realizadas pelo Po-
§ 3o A notificação far-se-á:
der Público na área onde o mesmo se localiza após a notificação
I – por funcionário do órgão competente do Poder Públi-
de que trata o § 2o do art. 5o desta Lei;
co municipal, ao proprietário do imóvel ou, no caso de este ser
pessoa jurídica, a quem tenha poderes de gerência geral ou ad- II – não computará expectativas de ganhos, lucros cessantes
ministração; e juros compensatórios.
II – por edital quando frustrada, por três vezes, a tentativa § 3o Os títulos de que trata este artigo não terão poder libe-
de notificação na forma prevista pelo inciso I. ratório para pagamento de tributos.
§ 4o Os prazos a que se refere o caput não poderão ser in- § 4o O Município procederá ao adequado aproveitamento
feriores a: do imóvel no prazo máximo de cinco anos, contado a partir da
I - um ano, a partir da notificação, para que seja protocolado sua incorporação ao patrimônio público.
o projeto no órgão municipal competente;

15
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 5o O aproveitamento do imóvel poderá ser efetivado III – como substituto processual, a associação de moradores
diretamente pelo Poder Público ou por meio de alienação ou da comunidade, regularmente constituída, com personalidade
concessão a terceiros, observando-se, nesses casos, o devido jurídica, desde que explicitamente autorizada pelos representa-
procedimento licitatório. dos.
§ 6o Ficam mantidas para o adquirente de imóvel nos ter- § 1o Na ação de usucapião especial urbana é obrigatória a
mos do § 5o as mesmas obrigações de parcelamento, edificação intervenção do Ministério Público.
ou utilização previstas no art. 5o desta Lei. § 2o O autor terá os benefícios da justiça e da assistência
judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de registro de
SEÇÃO V imóveis.
DA USUCAPIÃO ESPECIAL DE IMÓVEL URBANO Art. 13. A usucapião especial de imóvel urbano poderá ser
invocada como matéria de defesa, valendo a sentença que a
Art. 9o Aquele que possuir como sua área ou edificação ur- reconhecer como título para registro no cartório de registro de
bana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco imóveis.
anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua Art. 14. Na ação judicial de usucapião especial de imóvel
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que urbano, o rito processual a ser observado é o sumário.
não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1o O título de domínio será conferido ao homem ou à mu- SEÇÃO VI
lher, ou a ambos, independentemente do estado civil. DA CONCESSÃO DE USO ESPECIAL PARA FINS DE MORADIA
§ 2o O direito de que trata este artigo não será reconhecido
ao mesmo possuidor mais de uma vez. Art. 15. (VETADO)
§ 3o Para os efeitos deste artigo, o herdeiro legítimo conti- Art. 16. (VETADO)
nua, de pleno direito, a posse de seu antecessor, desde que já Art. 17. (VETADO)
resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão. Art. 18. (VETADO)
Art. 10.Os núcleos urbanos informais existentes sem oposi- Art. 19. (VETADO)
ção há mais de cinco anos e cuja área total dividida pelo núme- Art. 20. (VETADO)
ro de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros
quadrados por possuidor são suscetíveis de serem usucapidos SEÇÃO VII
coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietá- DO DIREITO DE SUPERFÍCIE
rios de outro imóvel urbano ou rural.(Redação dada pela lei nº
13.465, de 2017) Art. 21. O proprietário urbano poderá conceder a outrem o
§ 1o O possuidor pode, para o fim de contar o prazo exigido direito de superfície do seu terreno, por tempo determinado ou
por este artigo, acrescentar sua posse à de seu antecessor, con- indeterminado, mediante escritura pública registrada no cartó-
tanto que ambas sejam contínuas. rio de registro de imóveis.
§ 2o A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será § 1o O direito de superfície abrange o direito de utilizar o
declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título solo, o subsolo ou o espaço aéreo relativo ao terreno, na forma
para registro no cartório de registro de imóveis. estabelecida no contrato respectivo, atendida a legislação urba-
§ 3o Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terre- nística.
no a cada possuidor, independentemente da dimensão do ter- § 2o A concessão do direito de superfície poderá ser gratui-
reno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre ta ou onerosa.
os condôminos, estabelecendo frações ideais diferenciadas. § 3o O superficiário responderá integralmente pelos encar-
§ 4o O condomínio especial constituído é indivisível, não gos e tributos que incidirem sobre a propriedade superficiária,
sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável tomada arcando, ainda, proporcionalmente à sua parcela de ocupação
por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execu- efetiva, com os encargos e tributos sobre a área objeto da con-
ção de urbanização posterior à constituição do condomínio. cessão do direito de superfície, salvo disposição em contrário do
§ 5o As deliberações relativas à administração do condomí- contrato respectivo.
nio especial serão tomadas por maioria de votos dos condômi- § 4o O direito de superfície pode ser transferido a terceiros,
nos presentes, obrigando também os demais, discordantes ou obedecidos os termos do contrato respectivo.
ausentes. § 5o Por morte do superficiário, os seus direitos transmi-
Art. 11. Na pendência da ação de usucapião especial ur- tem-se a seus herdeiros.
bana, ficarão sobrestadas quaisquer outras ações, petitórias Art. 22. Em caso de alienação do terreno, ou do direito de
ou possessórias, que venham a ser propostas relativamente ao superfície, o superficiário e o proprietário, respectivamente, te-
imóvel usucapiendo. rão direito de preferência, em igualdade de condições à oferta
Art. 12. São partes legítimas para a propositura da ação de de terceiros.
usucapião especial urbana: Art. 23. Extingue-se o direito de superfície:
I – o possuidor, isoladamente ou em litisconsórcio originário I – pelo advento do termo;
ou superveniente; II – pelo descumprimento das obrigações contratuais assu-
II – os possuidores, em estado de composse; midas pelo superficiário.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 24. Extinto o direito de superfície, o proprietário recu- § 5o A alienação processada em condições diversas da pro-
perará o pleno domínio do terreno, bem como das acessões e posta apresentada é nula de pleno direito.
benfeitorias introduzidas no imóvel, independentemente de in- § 6o Ocorrida a hipótese prevista no § 5o o Município po-
denização, se as partes não houverem estipulado o contrário no derá adquirir o imóvel pelo valor da base de cálculo do IPTU ou
respectivo contrato. pelo valor indicado na proposta apresentada, se este for inferior
§ 1o Antes do termo final do contrato, extinguir-se-á o di- àquele.
reito de superfície se o superficiário der ao terreno destinação
diversa daquela para a qual for concedida. SEÇÃO I
§ 2o A extinção do direito de superfície será averbada no DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR
cartório de registro de imóveis.
Art. 28. O plano diretor poderá fixar áreas nas quais o di-
SEÇÃO VIII reito de construir poderá ser exercido acima do coeficiente de
DO DIREITO DE PREEMPÇÃO aproveitamento básico adotado, mediante contrapartida a ser
prestada pelo beneficiário.
Art. 25. O direito de preempção confere ao Poder Público § 1o Para os efeitos desta Lei, coeficiente de aproveitamen-
municipal preferência para aquisição de imóvel urbano objeto
to é a relação entre a área edificável e a área do terreno.
de alienação onerosa entre particulares.
§ 2o O plano diretor poderá fixar coeficiente de aproveita-
§ 1o Lei municipal, baseada no plano diretor, delimitará as
mento básico único para toda a zona urbana ou diferenciado
áreas em que incidirá o direito de preempção e fixará prazo de
para áreas específicas dentro da zona urbana.
vigência, não superior a cinco anos, renovável a partir de um ano
após o decurso do prazo inicial de vigência. § 3o O plano diretor definirá os limites máximos a serem
§ 2o O direito de preempção fica assegurado durante o pra- atingidos pelos coeficientes de aproveitamento, considerando a
zo de vigência fixado na forma do § 1o, independentemente do proporcionalidade entre a infra-estrutura existente e o aumento
número de alienações referentes ao mesmo imóvel. de densidade esperado em cada área.
Art. 26. O direito de preempção será exercido sempre que o Art. 29. O plano diretor poderá fixar áreas nas quais poderá
Poder Público necessitar de áreas para: ser permitida alteração de uso do solo, mediante contrapartida
I – regularização fundiária; a ser prestada pelo beneficiário.
II – execução de programas e projetos habitacionais de in- Art. 30. Lei municipal específica estabelecerá as condições
teresse social; a serem observadas para a outorga onerosa do direito de cons-
III – constituição de reserva fundiária; truir e de alteração de uso, determinando:
IV – ordenamento e direcionamento da expansão urbana; I – a fórmula de cálculo para a cobrança;
V – implantação de equipamentos urbanos e comunitários; II – os casos passíveis de isenção do pagamento da outorga;
VI – criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes; III – a contrapartida do beneficiário.
VII – criação de unidades de conservação ou proteção de Art. 31. Os recursos auferidos com a adoção da outorga
outras áreas de interesse ambiental; onerosa do direito de construir e de alteração de uso serão apli-
VIII – proteção de áreas de interesse histórico, cultural ou cados com as finalidades previstas nos incisos I a IX do art. 26
paisagístico; desta Lei.
IX – (VETADO)
Parágrafo único. A lei municipal prevista no § 1o do art. 25 SEÇÃO X
desta Lei deverá enquadrar cada área em que incidirá o direito DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS
de preempção em uma ou mais das finalidades enumeradas por
este artigo. Art. 32. Lei municipal específica, baseada no plano diretor,
Art. 27. O proprietário deverá notificar sua intenção de alie- poderá delimitar área para aplicação de operações consorcia-
nar o imóvel, para que o Município, no prazo máximo de trinta das.
dias, manifeste por escrito seu interesse em comprá-lo.
§ 1o Considera-se operação urbana consorciada o conjunto
§ 1o À notificação mencionada no caput será anexada pro-
de intervenções e medidas coordenadas pelo Poder Público mu-
posta de compra assinada por terceiro interessado na aquisição
nicipal, com a participação dos proprietários, moradores, usu-
do imóvel, da qual constarão preço, condições de pagamento e
ários permanentes e investidores privados, com o objetivo de
prazo de validade.
§ 2o O Município fará publicar, em órgão oficial e em pelo alcançar em uma área transformações urbanísticas estruturais,
menos um jornal local ou regional de grande circulação, edital de melhorias sociais e a valorização ambiental.
aviso da notificação recebida nos termos do caput e da intenção § 2o Poderão ser previstas nas operações urbanas consor-
de aquisição do imóvel nas condições da proposta apresentada. ciadas, entre outras medidas:
§ 3o Transcorrido o prazo mencionado no caput sem ma- I – a modificação de índices e características de parcelamen-
nifestação, fica o proprietário autorizado a realizar a alienação to, uso e ocupação do solo e subsolo, bem como alterações das
para terceiros, nas condições da proposta apresentada. normas edilícias, considerado o impacto ambiental delas decor-
§ 4o Concretizada a venda a terceiro, o proprietário fica rente;
obrigado a apresentar ao Município, no prazo de trinta dias, có- II – a regularização de construções, reformas ou ampliações
pia do instrumento público de alienação do imóvel. executadas em desacordo com a legislação vigente.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - a concessão de incentivos a operações urbanas que uti- SEÇÃO XI


lizam tecnologias visando a redução de impactos ambientais, e DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR
que comprovem a utilização, nas construções e uso de edifica-
ções urbanas, de tecnologias que reduzam os impactos ambien- Art. 35. Lei municipal, baseada no plano diretor, poderá au-
tais e economizem recursos naturais, especificadas as modalida- torizar o proprietário de imóvel urbano, privado ou público, a
des de design e de obras a serem contempladas. (Incluído pela exercer em outro local, ou alienar, mediante escritura pública,
Lei nº 12.836, de 2013) o direito de construir previsto no plano diretor ou em legislação
Art. 33. Da lei específica que aprovar a operação urbana urbanística dele decorrente, quando o referido imóvel for consi-
consorciada constará o plano de operação urbana consorciada, derado necessário para fins de:
contendo, no mínimo: I – implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
I – definição da área a ser atingida; II – preservação, quando o imóvel for considerado de inte-
II – programa básico de ocupação da área; resse histórico, ambiental, paisagístico, social ou cultural;
III – programa de atendimento econômico e social para a III – servir a programas de regularização fundiária, urbaniza-
população diretamente afetada pela operação; ção de áreas ocupadas por população de baixa renda e habita-
IV – finalidades da operação; ção de interesse social.
V – estudo prévio de impacto de vizinhança; § 1o A mesma faculdade poderá ser concedida ao proprie-
VI - contrapartida a ser exigida dos proprietários, usuários tário que doar ao Poder Público seu imóvel, ou parte dele, para
permanentes e investidores privados em função da utilização os fins previstos nos incisos I a III do caput.
dos benefícios previstos nos incisos I, II e III do § 2o do art. 32 § 2o A lei municipal referida no caput estabelecerá as con-
desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.836, de 2013) dições relativas à aplicação da transferência do direito de cons-
VII – forma de controle da operação, obrigatoriamente com- truir.
partilhado com representação da sociedade civil.
VIII - natureza dos incentivos a serem concedidos aos pro- SEÇÃO XII
prietários, usuários permanentes e investidores privados, uma DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA
vez atendido o disposto no inciso III do § 2o do art. 32 desta Lei.
(Incluído pela Lei nº 12.836, de 2013) Art. 36. Lei municipal definirá os empreendimentos e ati-
§ 1o Os recursos obtidos pelo Poder Público municipal na vidades privados ou públicos em área urbana que dependerão
forma do inciso VI deste artigo serão aplicados exclusivamente de elaboração de estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV)
na própria operação urbana consorciada. para obter as licenças ou autorizações de construção, ampliação
§ 2o A partir da aprovação da lei específica de que trata o ou funcionamento a cargo do Poder Público municipal.
caput, são nulas as licenças e autorizações a cargo do Poder Pú- Art. 37. O EIV será executado de forma a contemplar os
blico municipal expedidas em desacordo com o plano de opera- efeitos positivos e negativos do empreendimento ou atividade
ção urbana consorciada. quanto à qualidade de vida da população residente na área e
Art. 34. A lei específica que aprovar a operação urbana con- suas proximidades, incluindo a análise, no mínimo, das seguin-
sorciada poderá prever a emissão pelo Município de quantidade tes questões:
determinada de certificados de potencial adicional de constru- I – adensamento populacional;
ção, que serão alienados em leilão ou utilizados diretamente no II – equipamentos urbanos e comunitários;
pagamento das obras necessárias à própria operação. III – uso e ocupação do solo;
§ 1o Os certificados de potencial adicional de construção IV – valorização imobiliária;
serão livremente negociados, mas conversíveis em direito de V – geração de tráfego e demanda por transporte público;
construir unicamente na área objeto da operação. VI – ventilação e iluminação;
§ 2o Apresentado pedido de licença para construir, o cer- VII – paisagem urbana e patrimônio natural e cultural.
tificado de potencial adicional será utilizado no pagamento da Parágrafo único. Dar-se-á publicidade aos documentos inte-
área de construção que supere os padrões estabelecidos pela grantes do EIV, que ficarão disponíveis para consulta, no órgão
legislação de uso e ocupação do solo, até o limite fixado pela lei competente do Poder Público municipal, por qualquer interes-
específica que aprovar a operação urbana consorciada. sado.
Art. 34-A.Nas regiões metropolitanas ou nas aglomerações Art. 38. A elaboração do EIV não substitui a elaboração e a
urbanas instituídas por lei complementar estadual, poderão ser aprovação de estudo prévio de impacto ambiental (EIA), reque-
realizadas operações urbanas consorciadas interfederativas, ridas nos termos da legislação ambiental.
aprovadas por leis estaduais específicas.(Incluído pela Lei nº
13.089, de 2015) CAPÍTULO III
Parágrafo único.As disposições dos arts. 32 a 34 desta Lei DO PLANO DIRETOR
aplicam-se às operações urbanas consorciadas interfederativas
previstas no caput deste artigo, no que couber.(Incluído pela Lei Art. 39. A propriedade urbana cumpre sua função social
nº 13.089, de 2015) quando atende às exigências fundamentais de ordenação da
cidade expressas no plano diretor, assegurando o atendimento
das necessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à
justiça social e ao desenvolvimento das atividades econômicas,
respeitadas as diretrizes previstas no art. 2o desta Lei.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 40. O plano diretor, aprovado por lei municipal, é o I – a delimitação das áreas urbanas onde poderá ser apli-
instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão cado o parcelamento, edificação ou utilização compulsórios,
urbana. considerando a existência de infra-estrutura e de demanda para
§ 1o O plano diretor é parte integrante do processo de pla- utilização, na forma do art. 5o desta Lei;
nejamento municipal, devendo o plano plurianual, as diretrizes II – disposições requeridas pelos arts. 25, 28, 29, 32 e 35
orçamentárias e o orçamento anual incorporar as diretrizes e as desta Lei;
prioridades nele contidas. III – sistema de acompanhamento e controle.
§ 2o O plano diretor deverá englobar o território do Muni- Art. 42-A.Além do conteúdo previsto no art. 42, o plano
cípio como um todo. diretor dos Municípios incluídos no cadastro nacional de muni-
§ 3o A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, cípios com áreas suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de
pelo menos, a cada dez anos. grande impacto, inundações bruscas ou processos geológicos
§ 4o No processo de elaboração do plano diretor e na fisca- ou hidrológicos correlatos deverá conter:(Incluído pela Lei nº
lização de sua implementação, os Poderes Legislativo e Executi- 12.608, de 2012)
vo municipais garantirão: I - parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do solo, de
I – a promoção de audiências públicas e debates com a par- modo a promover a diversidade de usos e a contribuir para a ge-
ticipação da população e de associações representativas dos vá- ração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
rios segmentos da comunidade; II - mapeamento contendo as áreas suscetíveis à ocorrên-
II – a publicidade quanto aos documentos e informações cia de deslizamentos de grande impacto, inundações bruscas ou
produzidos; processos geológicos ou hidrológicos correlatos;(Incluído pela
III – o acesso de qualquer interessado aos documentos e Lei nº 12.608, de 2012)
informações produzidos. III - planejamento de ações de intervenção preventiva e re-
§ 5o (VETADO) alocação de população de áreas de risco de desastre;(Incluído
Art. 41. O plano diretor é obrigatório para cidades: pela Lei nº 12.608, de 2012)
I – com mais de vinte mil habitantes; IV - medidas de drenagem urbana necessárias à prevenção
II – integrantes de regiões metropolitanas e aglomerações e à mitigação de impactos de desastres; e(Incluído pela Lei nº
urbanas; 12.608, de 2012)
III – onde o Poder Público municipal pretenda utilizar os ins- V - diretrizes para a regularização fundiária de assentamen-
trumentos previstos no § 4o do art. 182 da Constituição Federal; tos urbanos irregulares, se houver, observadas a Lei no 11.977,
IV – integrantes de áreas de especial interesse turístico; de 7 de julho de 2009, e demais normas federais e estaduais
V – inseridas na área de influência de empreendimentos ou pertinentes, e previsão de áreas para habitação de interesse
atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regio- social por meio da demarcação de zonas especiais de interesse
nal ou nacional. social e de outros instrumentos de política urbana, onde o uso
VI - incluídas no cadastro nacional de Municípios com áreas habitacional for permitido.(Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
suscetíveis à ocorrência de deslizamentos de grande impacto, VI - identificação e diretrizes para a preservação e ocupa-
inundações bruscas ou processos geológicos ou hidrológicos ção das áreas verdes municipais, quando for o caso, com vistas à
correlatos. (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012) redução da impermeabilização das cidades.(Incluído pela Lei nº
§ 1o No caso da realização de empreendimentos ou ativi- 12.983, de 2014)
dades enquadrados no inciso V do caput, os recursos técnicos e § 1oA identificação e o mapeamento de áreas de risco leva-
financeiros para a elaboração do plano diretor estarão inseridos rão em conta as cartas geotécnicas.(Incluído pela Lei nº 12.608,
entre as medidas de compensação adotadas. de 2012)
§ 2o No caso de cidades com mais de quinhentos mil ha- § 2oO conteúdo do plano diretor deverá ser compatível com
bitantes, deverá ser elaborado um plano de transporte urbano as disposições insertas nos planos de recursos hídricos, formula-
integrado, compatível com o plano diretor ou nele inserido. dos consoante a Lei no 9.433, de 8 de janeiro de 1997.(Incluído
§ 3oAs cidades de que trata o caput deste artigo devem ela- pela Lei nº 12.608, de 2012)
borar plano de rotas acessíveis, compatível com o plano diretor § 3oOs Municípios adequarão o plano diretor às disposições
no qual está inserido, que disponha sobre os passeios públicos a deste artigo, por ocasião de sua revisão, observados os prazos
serem implantados ou reformados pelo poder público, com vis- legais. (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
tas a garantir acessibilidade da pessoa com deficiência ou com § 4oOs Municípios enquadrados no inciso VI do art. 41 des-
mobilidade reduzida a todas as rotas e vias existentes, inclusive ta Lei e que não tenham plano diretor aprovado terão o prazo de
as que concentrem os focos geradores de maior circulação de 5 (cinco) anos para o seu encaminhamento para aprovação pela
pedestres, como os órgãos públicos e os locais de prestação de Câmara Municipal.(Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012)
serviços públicos e privados de saúde, educação, assistência so- Art. 42-B.Os Municípios que pretendam ampliar o seu perí-
cial, esporte, cultura, correios e telégrafos, bancos, entre outros, metro urbano após a data de publicação desta Lei deverão ela-
sempre que possível de maneira integrada com os sistemas de borar projeto específico que contenha, no mínimo:(Incluído pela
transporte coletivo de passageiros. (Incluído pela Lei nº 13.146, Lei nº 12.608, de 2012)
de 2015) (Vigência) I - demarcação do novo perímetro urbano;(Incluído pela Lei
Art. 42. O plano diretor deverá conter no mínimo: nº 12.608, de 2012)

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

II - delimitação dos trechos com restrições à urbanização e Art. 45. Os organismos gestores das regiões metropolita-
dos trechos sujeitos a controle especial em função de ameaça nas e aglomerações urbanas incluirão obrigatória e significativa
de desastres naturais; (Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012) participação da população e de associações representativas dos
III - definição de diretrizes específicas e de áreas que se- vários segmentos da comunidade, de modo a garantir o controle
rão utilizadas para infraestrutura, sistema viário, equipamentos direto de suas atividades e o pleno exercício da cidadania.
e instalações públicas, urbanas e sociais; (Incluído pela Lei nº
12.608, de 2012) CAPÍTULO V
IV - definição de parâmetros de parcelamento, uso e ocupa- DISPOSIÇÕES GERAIS
ção do solo, de modo a promover a diversidade de usos e con-
tribuir para a geração de emprego e renda;(Incluído pela Lei nº Art. 46.O poder público municipal poderá facultar ao pro-
12.608, de 2012) prietário da área atingida pela obrigação de que trata o caput
V - a previsão de áreas para habitação de interesse social do art. 5o desta Lei, ou objeto de regularização fundiária urba-
por meio da demarcação de zonas especiais de interesse social na para fins de regularização fundiária, o estabelecimento de
e de outros instrumentos de política urbana, quando o uso ha- consórcio imobiliário como forma de viabilização financeira do
bitacional for permitido;(Incluído pela Lei nº 12.608, de 2012) aproveitamento do imóvel.(Redação dada pela lei nº 13.465, de
VI - definição de diretrizes e instrumentos específicos para 2017)
proteção ambiental e do patrimônio histórico e cultural; e (Inclu- § 1oConsidera-se consórcio imobiliário a forma de viabili-
ído pela Lei nº 12.608, de 2012) zação de planos de urbanização, de regularização fundiária ou
VII - definição de mecanismos para garantir a justa distri- de reforma, conservação ou construção de edificação por meio
buição dos ônus e benefícios decorrentes do processo de urba- da qual o proprietário transfere ao poder público municipal seu
nização do território de expansão urbana e a recuperação para imóvel e, após a realização das obras, recebe, como pagamento,
a coletividade da valorização imobiliária resultante da ação do unidades imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas,
poder público. ficando as demais unidades incorporadas ao patrimônio públi-
§ 1oO projeto específico de que trata o caput deste artigo co. (Redação dada pela lei nº 13.465, de 2017)
deverá ser instituído por lei municipal e atender às diretrizes do § 2oO valor das unidades imobiliárias a serem entregues ao
plano diretor, quando houver.(Incluído pela Lei nº 12.608, de proprietário será correspondente ao valor do imóvel antes da
2012) execução das obras. (Redação dada pela lei nº 13.465, de 2017)
§ 2oQuando o plano diretor contemplar as exigências esta- § 3oA instauração do consórcio imobiliário por proprietá-
belecidas no caput, o Município ficará dispensado da elaboração rios que tenham dado causa à formação de núcleos urbanos
do projeto específico de que trata o caput deste artigo. (Incluído informais, ou por seus sucessores, não os eximirá das respon-
pela Lei nº 12.608, de 2012) sabilidades administrativa, civil ou criminal(incluído pela lei nº
§ 3oA aprovação de projetos de parcelamento do solo no 13.465, de 2017)
novo perímetro urbano ficará condicionada à existência do pro- Art. 47. Os tributos sobre imóveis urbanos, assim como as
jeto específico e deverá obedecer às suas disposições.(Incluído tarifas relativas a serviços públicos urbanos, serão diferenciados
pela Lei nº 12.608, de 2012) em função do interesse social.
Art. 48. Nos casos de programas e projetos habitacionais de
CAPÍTULO IV interesse social, desenvolvidos por órgãos ou entidades da Ad-
DA GESTÃO DEMOCRÁTICA DA CIDADE ministração Pública com atuação específica nessa área, os con-
tratos de concessão de direito real de uso de imóveis públicos:
Art. 43. Para garantir a gestão democrática da cidade, deve- I – terão, para todos os fins de direito, caráter de escritura
rão ser utilizados, entre outros, os seguintes instrumentos: pública, não se aplicando o disposto no inciso II do art. 134 do
I – órgãos colegiados de política urbana, nos níveis nacional, Código Civil;
estadual e municipal; II – constituirão título de aceitação obrigatória em garantia
II – debates, audiências e consultas públicas; de contratos de financiamentos habitacionais.
III – conferências sobre assuntos de interesse urbano, nos Art. 49. Os Estados e Municípios terão o prazo de noventa
níveis nacional, estadual e municipal; dias, a partir da entrada em vigor desta Lei, para fixar prazos, por
IV – iniciativa popular de projeto de lei e de planos, progra- lei, para a expedição de diretrizes de empreendimentos urbanís-
mas e projetos de desenvolvimento urbano; ticos, aprovação de projetos de parcelamento e de edificação,
V – (VETADO) realização de vistorias e expedição de termo de verificação e
Art. 44. No âmbito municipal, a gestão orçamentária parti- conclusão de obras.
cipativa de que trata a alínea f do inciso III do art. 4o desta Lei Parágrafo único. Não sendo cumprida a determinação do
incluirá a realização de debates, audiências e consultas públicas caput, fica estabelecido o prazo de sessenta dias para a reali-
sobre as propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes or- zação de cada um dos referidos atos administrativos, que vale-
çamentárias e do orçamento anual, como condição obrigatória rá até que os Estados e Municípios disponham em lei de forma
para sua aprovação pela Câmara Municipal. diversa.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 50.Os Municípios que estejam enquadrados na obriga- 39) da constituição do direito de superfície de imóvel urba-
ção prevista nos incisos I e II do caput do art. 41 desta Lei e que no;” (NR)
não tenham plano diretor aprovado na data de entrada em vigor Art. 57. O art. 167, inciso II, da Lei no 6.015, de 1973, passa
desta Lei deverão aprová-lo até 30 de junho de 2008. (Redação a vigorar acrescido dos seguintes itens 18, 19 e 20:
dada pela Lei nº 11.673, 2008) Vigência “Art. 167. ....................................................
Art. 51. Para os efeitos desta Lei, aplicam-se ao Distrito Fe- II – ..............................................................
deral e ao Governador do Distrito Federal as disposições relati- 18) da notificação para parcelamento, edificação ou utiliza-
vas, respectivamente, a Município e a Prefeito. ção compulsórios de imóvel urbano;
Art. 52. Sem prejuízo da punição de outros agentes públicos 19) da extinção da concessão de uso especial para fins de
envolvidos e da aplicação de outras sanções cabíveis, o Prefeito moradia;
incorre em improbidade administrativa, nos termos da Lei no 20) da extinção do direito de superfície do imóvel urbano.”
8.429, de 2 de junho de 1992, quando: (NR)
I – (VETADO) Art. 58. Esta Lei entra em vigor após decorridos noventa
II – deixar de proceder, no prazo de cinco anos, o adequado dias de sua publicação.
aproveitamento do imóvel incorporado ao patrimônio público, Brasília, 10 de julho de 2001; 180o da Independência e 113o
conforme o disposto no § 4o do art. 8o desta Lei; da República.
III – utilizar áreas obtidas por meio do direito de preempção
em desacordo com o disposto no art. 26 desta Lei;
IV – aplicar os recursos auferidos com a outorga onerosa do LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE NITERÓI.
direito de construir e de alteração de uso em desacordo com o
previsto no art. 31 desta Lei;
LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE NITERÓI/RJ.
V – aplicar os recursos auferidos com operações consorcia-
PREÂMBULO
das em desacordo com o previsto no § 1o do art. 33 desta Lei;
VI – impedir ou deixar de garantir os requisitos contidos nos
incisos I a III do § 4o do art. 40 desta Lei; Exaltando a glória do passado, contemplando a realidade
VII – deixar de tomar as providências necessárias para ga- do presente e acreditando nas promessas do futuro, nós, Verea-
rantir a observância do disposto no § 3o do art. 40 e no art. 50 dores de Niterói, identificados com o seu povo no ideal de paz e
desta Lei; prosperidade, invocando a proteção de Deus para os destinos do
VIII – adquirir imóvel objeto de direito de preempção, nos Brasil, temos a honra de promulgar a Lei Orgânica do Município
termos dos arts. 25 a 27 desta Lei, pelo valor da proposta apre- de Niterói.
sentada, se este for, comprovadamente, superior ao de merca-
do. INSTITUI A LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE NITERÓI
Art. 53. (Revogado pela Medida Provisória nº 2.180-35, de
24.8.2001) TÍTULO I
Art. 54. O art. 4o da Lei nº 7.347, de 1985, passa a vigorar DOS PRINCÍPIOS, DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
com a seguinte redação:
“Art. 4o Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta Art. 1º O Município de Niterói, sob a proteção de Deus e
Lei, objetivando, inclusive, evitar o dano ao meio ambiente, ao objetivando uma sociedade fraterna, democrática e sem pre-
consumidor, à ordem urbanística ou aos bens e direitos de valor conceitos, garantirá ao seu povo o pleno exercício dos direitos
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (VETADO).” sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o
(NR) desenvolvimento, a igualdade e a justiça.
Art. 55. O art. 167, inciso I, item 28, da Lei no 6.015, de 31 Art. 2º Todo poder municipal emana do povo, que o exerce
de dezembro de 1973, alterado pela Lei no 6.216, de 30 de ju- por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
nho de 1975, passa a vigorar com a seguinte redação: desta Lei Orgânica.
“Art. 167. ................................................... Art. 3º No Município de Niterói, por suas leis, agentes e
I - .............................................................. órgãos, não haverá discriminação, em razão de local de nasci-
.................................................................. mento, idade, raça, etnia, sexo, estado civil, trabalho, religião,
28) das sentenças declaratórias de usucapião, independen- orientação sexual, convicções políticas ou filosóficas, por defici-
te da regularidade do parcelamento do solo ou da edificação;
ências de qualquer tipo, por ter cumprido pena ou por qualquer
.........................................................” (NR)
particularidade ou condição.
Art. 56. O art. 167, inciso I, da Lei no 6.015, de 1973, passa a
Parágrafo Único - Lei Municipal estabelecerá sanções admi-
vigorar acrescido dos seguintes itens 37, 38 e 39:
nistrativas à pessoa jurídica que incorrer em qualquer tipo de
“Art. 167. ....................................................
I – .............................................................. discriminação.
37) dos termos administrativos ou das sentenças declara- Art. 4º O Município defenderá, na forma da Lei, o consu-
tórias da concessão de uso especial para fins de moradia, inde- midor.
pendente da regularidade do parcelamento do solo ou da edi- Parágrafo Único - O Município promoverá, por Lei, a cria-
ficação; ção de um órgão de defesa do consumidor, regulamentando sua
38) (VETADO) competência, organização e funcionamento.

21
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 5º Todos têm direito de participar, nos termos da Lei, II - suplementar a legislação federal e a estadual no que cou-
das decisões do Poder Público Municipal, exercendo-se a sobe- ber;
rania popular, através do voto direto, mediante plebiscito e refe- III - elaborar o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
rendo, além da cooperação das associações representativas, no Integrado;
planejamento municipal. IV - elaborar o orçamento anual e o plurianual de investi-
mentos;
TÍTULO II V - instituir e arrecadar tributos de sua competência, bem
DA ORGANIZAÇÃO MUNICIPAL como aplicar a suas rendas;
CAPÍTULO I VI - fixar, fiscalizar e cobrar tarifas ou preços pela prestação
DO MUNICÍPIO de serviços públicos;
SEÇÃO I VII - dispor sobre organização, administração e execução
DISPOSIÇÕES GERAIS dos seus serviços;
VIII - dispor sobre a organização, utilização e alienação dos
Art. 6º O Município de Niterói é pessoa jurídica de direito bens públicos;
público interno e entidade político-administrativa, integrante da IX - organizar o quadro e estabelecer o regime jurídico único
organização nacional e do território do Estado do Rio de Janeiro,
dos servidores públicos;
com autonomia política, administrativa e financeira, nos termos
X - conceder e renovar licença para localização e funciona-
da Constituição da República, da Constituição do Estado do Rio
mento de estabelecimentos industriais, comerciais, prestadoras
de Janeiro e desta Lei Orgânica.
de serviços e quaisquer outros;
Parágrafo Único - No exercício de sua autonomia, o Municí-
pio decretará leis, expedirá atos e adotará medidas pertinentes XI - cassar licença concedida ao estabelecimento que des-
aos seus interesses, às necessidades da administração e ao bem- respeitar a Legislação vigente e que se tornar prejudicial ao
-estar de seu povo. meio ambiente, à saúde, à higiene, ao sossego, à segurança ou
Art. 7º São poderes do Município, independentes e harmô- aos bons costumes, fazendo cessar a atividade ou determinando
nicos entre si, o Legislativo e o Executivo. o fechamento do estabelecimento;
Parágrafo Único - É vedada aos poderes do Município a de- XII - estabelecer servidões administrativas necessárias à re-
legação de atribuições. alização de seus serviços, inclusive à dos seus concessionários;
Art. 8º Constituem símbolos do Município a Bandeira, o XIII - adquirir bens, inclusive mediante desapropriação;
Hino e o Brasão e a representação gráfica do Museu de Arte XIV - regular disposição, tratado e demais condições dos
Contemporânea, a ser definido em Decreto do Poder Executivo, bens públicos de uso comum;
alusivos à sua cultura e à sua história. (Redação dada pela Emen- XV - regulamentar a utilização dos logradouros públicos e,
da à Lei Orgânica nº 14/1997) especialmente, no perímetro urbano, determinar o itinerário,
Art. 9º O Município compreende a sede e os distritos atual- bem como pontos de parada dos transportes coletivos munici-
mente existentes e os que forem criados. pais e intermunicipais;
§ 1º A sede do Município dá-lhe o nome e tem a categoria XVI - fixar locais para estabelecimentos de pontos de táxis e
de cidade. demais veículos;
§ 2º Os distritos serão criados, organizados e suprimidos XVII - conceder, permitir ou autorizar os serviços de trans-
por lei municipal, preservando-se a unidade histórico-cultural portes coletivos e de táxis, fixando as respectivas tarifas;
do ambiente urbano, observada a legislação estadual. XVIII - fixar e sinalizar as zonas de silêncio, de trânsito e trá-
Art. 10 Constitui patrimônio do Município os seus direitos, fego em condições especiais;
os bens móveis e imóveis de seu domínio pleno, direto ou útil, a XIX - disciplinar os serviços e horários de carga e descarga e
renda proveniente do exercício das atividades de sua competên- determinar os veículos que podem circular em cada tipo de via
cia e a prestação de seus serviços. pública municipal;
Art. 11 O Município como entidade autônoma e básica da XX - sinalizar as vias urbanas e as estradas municipais, bem
Federação, garantirá vida digna ao seu povo e será administrado
como regulamentar e fiscalizar sua utilização;
com:
XXI - prover sobre a limpeza das vias e logradouros públi-
I - transparência de seus atos e ações;
cos, remoção e destino do lixo domiciliar e de outros resíduos
II - moralidade;
de qualquer natureza, respeitando as condições necessárias à
III - descentralização administrativa.
manutenção do meio ambiente;
CAPÍTULO II XXII - ordenar as atividades urbanas, fixando condições e
DA COMPETÊNCIA DO MUNICÍPIO horários para funcionamento de estabelecimentos industriais,
SEÇÃO I comerciais e de serviços, observadas as normas federais perti-
DA COMPETÊNCIA PRIVATI nentes;
XXIII - dispor sobre os serviços funerários e cemitérios;
Art. 12 Ao Município compete prover tudo quanto diga res- XXIV - regulamentar, licenciar, permitir, autorizar e fiscalizar
peito ao interesse local e ao bem-estar de sua população, caben- a fixação de cartazes, anúncios e faixas, considerando especial-
do-lhe, privativamente, dentre outras, as seguintes atribuições: mente os aspectos de zoneamento, poluição sonora e visual e a
I - legislar sobre assuntos de interesse local; proteção do meio ambiente, assim como a utilização de alto-fa-

22
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

lantes, distribuição volante ou quaisquer outros meios de pu- III - proteger os documentos, as obras e outros bens de va-
blicidade e propaganda, nos locais sujeitos ao poder de polícia lor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens
municipal; naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
XXV - organizar e manter os serviços de fiscalização necessá- IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de
rios ao exercício do seu poder de polícia administrativa; obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou
XXVI - dispor sobre o depósito e venda de animais e merca- cultural;
dorias apreendidos, em decorrência de transgressão da legisla- V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação
ção em vigor; e à ciência;
XXVII - estabelecer e impor penalidades por infrações a suas VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em
leis e regulamentos; qualquer de suas formas;
XXVIII - prover os seguintes serviços: VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
a) mercados, feiras e matadouros; VIII - fomentar a produção agropecuária e organizar o abas-
b) construção e conservação de estradas e caminhos mu- tecimento alimentar;
nicipais; IX - promover programas de construção de moradias e a
c) transportes coletivos municipais; melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico;
d) iluminação pública; X - combater as causas da pobreza e os fatores de margina-
XXIX - regulamentar o serviço de carros de aluguel, inclusive lização, promovendo a integração social dos setores desfavore-
com o uso de taxímetro; cidos;
XXX - assegurar a expedição de certidões requeridas às re- XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de di-
partições administrativas municipais, para defesas de direitos e reitos de pesquisa e exploração de recurso hídricos e minerais;
esclarecimentos de situações, estabelecendo os prazos de aten- XII - estabelecer e implantar política de educação para a se-
dimento; gurança do trânsito;
XXXI - controlar e fiscalizar as empresas concessionárias ou XIII - manter, com a cooperação técnica e financeira da
permissionárias de serviços públicos, observando-se, na execu- União e do Estado, programas de educação pré-escolar e de
ção dos serviços: ensino fundamental, assim como o atendimento aos que não
a) plena satisfação do direito dos usuários; freqüentaram a escola em idade própria;
b) política tarifária revisada periodicamente, conforme va- XIV - prestar assistência, nas emergências médico-hospita-
riação acumulada dos preços dos insumos; lares de pronto-socorro, por seus próprios serviços ou mediante
c) melhoramento e expansão dos serviços, assegurando o convênio com instituições especializadas;
equilíbrio econômico e financeiro da concessão ou permissão; XV - fiscalizar, nos locais de vendas, o peso, a medida e as
d) obrigação de manutenção do serviço em níveis plena-
condições sanitárias dos gêneros alimentícios, na forma da lei;
mente satisfatórios e adequados.
XVI - dispor sobre registro, vacinação e captura de animais,
XXXII - manter a Guarda Comunitária para proteção de seus
com a finalidade precípua de erradicar as moléstias de que pos-
bens, instalações e serviços; (Redação dada pela Emenda à Lei
sam ser portadores ou transmissores.
Orgânica nº 27/2001)
Art. 14 O Município terá direito à participação no resultado
XXXIII - prestar serviços públicos, diretamente ou sob regi-
da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos,
me de concessão ou permissão, sempre através de concorrência
para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos mi-
pública, na forma da lei;
nerais de seu território.
XXXIV - criar normas gerais para exploração ou concessão
dos serviços públicos municipais, bem como para a sua reversão
e encampação destes ou a expropriação dos bens das concessio- SEÇÃO III
nárias ou permissionárias, autorizando, previamente, cada um DA COMPETÊNCIA SUPLEMENTAR
dos atos de retomada ou de intervenção;
XXXV - regulamentar e conceder licença para o exercício do Art. 15 Ao Município compete suplementar a legislação fe-
comércio ou prestação de serviços eventuais ou ambulantes, to- deral e estadual, no que couber e naquilo que se referir ao seu
mando medidas para impedir a prática de atividades não licen- peculiar interesse.
ciadas, inclusive com a apreensão de mercadorias e materiais; Parágrafo Único - A competência prevista neste artigo será
XXXVI - promover as desapropriações de imóveis que se fi- exercida, em relação às legislações federal e estadual, no que
zerem necessários à execução da Política Urbana. for de interesse municipal, visando adaptá-las à realidade local.
Art. 16 Ao Município é vedado:
SEÇÃO II
DA COMPETÊNCIA COMUM CAPÍTULO III
DAS VEDAÇÕES
Art. 13 É da competência do Município, em comum com a
União e o Estado: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas subvencioná-los,
I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das institui- embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles e seus re-
ções democráticas e conservar o patrimônio público; presentantes relações de dependência ou aliança, ressalvada,
II - cuidar da saúde e assistência públicas, da proteção e ga- na forma da lei, a colaboração de interesse público;
rantia das pessoas portadoras de deficiências; II - recusar fé aos documentos públicos;

23
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - criar distinção entre brasileiros ou preferência entre § 4º Nas sessões legislativas extraordinárias, a Câmara Mu-
pessoas; nicipal somente deliberará sobre a matéria para a qual foi con-
IV - subvencionar ou auxiliar, de qualquer modo, com recur- vocada.
sos pertencentes aos cofres públicos, quer pela imprensa, rádio, Art. 21 As deliberações da Câmara serão tomadas por maio-
televisão, serviço de alto-falante ou qualquer outro meio de co- ria ou maioria absoluta de votos, presente a maioria de seus
municação, propaganda político-partidária ou de fins estranhos membros, salvo disposição em contrário.
à administração; Art. 22 O período legislativo não será interrompido sem
V - manter publicidade de atos, propaganda de obras e ser- aprovação da Lei Orçamentária.
viços de órgãos públicos que não tenham caráter educativo, in- Art. 23 As sessões da Câmara deverão ser realizadas em re-
formativo ou de orientação social, bem como a publicidade que cinto destinado ao seu funcionamento.
contenha nomes, símbolos ou imagens que caracterizem pro- § 1º Comprovada a impossibilidade de utilização do recinto
moção pessoal de autoridades ou serviços públicos; da Câmara e havendo motivos que impeçam as suas sessões,
VI - outorgar isenções e anistias fiscais ou permitir a remis- estas poderão ser realizadas em outro local.
são de dívidas, a não ser por interesse público justificado e após Art. 24 As sessões serão sempre públicas.
autorização legislativa. Art. 25 As sessões somente poderão ser abertas com a pre-
sença de, no mínimo, um terço dos membros da Câmara.
TÍTULO III Parágrafo Único - Considerar-se-á presente à sessão o Vere-
DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ador que assinar o livro de presença, até o início da ordem do
CAPÍTULO I dia, participar dos trabalhos do plenário e das votações.
DO PODER LEGISLATIVO
SEÇÃO I SEÇÃO II
DA CÂMARA MUNICIPAL DO FUNCIONAMENTO DA CÂMARA

Art. 17 O poder Legislativo do Município é exercido pela Câ- Art. 26 Os vereadores diplomados reunir-se-ão, em caráter
mara Municipal. preparatório, a partir de 1º de janeiro, no primeiro ano de cada
Parágrafo Único - Cada legislatura constará de quatro perío- legislatura, com vistas à posse e eleição da Mesa.
dos legislativos de um ano, compreendendo sessões e reuniões. § 1º A posse dos Vereadores ocorrerá em sessão solene,
Art. 18 A Câmara Municipal é composta de Vereadores elei- que se realizará independentemente de número, sob a presi-
tos pelo sistema proporcional, como representantes do povo,
dência do Vereador mais idoso, dentre os presentes.
com mandato de quatro anos.
§ 2º O Vereador que não tomar posse na sessão prevista
§ 1º São condições de elegibilidade para o mandato de Ve-
no parágrafo anterior deverá fazê-lo, dentro do prazo de 15
reador, na forma da lei federal:
(quinze) dias, no início do funcionamento normal da Câmara,
I - a nacionalidade brasileira;
sob pena de perder o mandato, salvo motivo justo aceito pela
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
maioria dos membros da Câmara.
III - o alistamento eleitoral;
§ 3º Imediatamente após a posse, os Vereadores reunir-se-
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
-ão sob a presidência do mais idoso, dentre os presentes; ha-
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de dezoito anos. vendo maioria elegerão os componentes da Mesa, que serão
§ 2º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. automaticamente empossados.
Art. 19 É de 21 (vinte e um) o número de vereadores da § 4º Inexistindo número legal, o Vereador mais idoso, den-
Câmara Municipal de Niterói. (Redação dada pela Emenda à Lei tre os presentes, assumirá a presidência e convocará sessões
Orgânica nº 37/2011) diárias, até que seja eleita a Mesa.
Parágrafo Único - Revogado. (Revogado pela Emenda à Lei § 5º A eleição da Mesa da Câmara, para o segundo biênio,
Orgânica nº 37/2011) far-se-á no dia 15 de dezembro do segundo ano de cada legis-
Art. 20 A Câmara Municipal reunir-se-á, anualmente, na latura, sendo empossados os eleitos no dia 1º de janeiro subse-
sede do Município, de 15 de fevereiro a 30 de junho, e de 1º de qüente.
agosto a 15 de dezembro. § 6º No ato da posse e ao término do mandato, os Verea-
§ 1º As reuniões marcadas para essas datas serão transferi- dores deverão fazer declarações de seus bens, as quais ficarão
das para o primeiro dia útil subseqüente, quando recaírem aos arquivadas na Câmara, constando das respectivas atas o seu re-
sábados, domingos ou feriados. sumo.
§ 2º A Câmara reunir-se-á em sessões ordinárias, extraor- Art. 27 O mandato da Mesa Executiva será de 2 (dois) anos,
dinárias e solenes, conforme dispuser o seu Regimento Interno. permitida a recondução de seus membros para qualquer cargo
§ 3º A convocação extraordinária da Câmara Municipal far- na eleição imediatamente subsequente na mesma legislatura.
-se-á: (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 17/1998)
I - pelo Prefeito, quando a entender necessária; Art. 28 A Mesa da Câmara se compõe do Presidente, do Pri-
II - pelo Presidente da Câmara ou a requerimento da maio- meiro Vice-Presidente, do Segundo Vice-Presidente, do Primei-
ria dos membros da Casa, em caso de urgência ou interesse pú- ro Secretário e do Segundo Secretário, os quais se substituirão
blico relevante. nessa ordem.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 1º Na ausência dos membros da Mesa, o Vereador mais dimento incompatível com a dignidade da Câmara, sendo ins-
idoso assumirá a presidência. taurado o respectivo processo, na forma da lei e conseqüente
§ 2º Qualquer componente da Mesa poderá ser destituído cassação do mandato.
da mesma pelo voto da maioria absoluta dos membros da Câ- Art. 35 A Mesa da Câmara poderá encaminhar pedidos
mara, quando faltoso, omisso ou ineficiente no desempenho de escritos de informações às autoridades, tais como Secretários
suas atribuições regimentais, elegendo-se outro Vereador para Municipais, Presidentes de entidades da administração indireta
complementar o mandato. ou fundacional e ao Procurador Geral, importando infração polí-
Art. 29 A Câmara terá comissões permanentes e especiais. tico-administrativa a recusa ou não atendimento, no prazo de 30
§ 1º Às Comissões Permanentes, em razão da matéria de (trinta) dias, bem como a prestação de informação fls.
sua competência, cabe: Art. 36 À Mesa, dentre outras atribuições, compete:
I - receber petições, reclamações, representações ou quei- I - tomar todas as medidas necessárias à regularidade dos
xas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades trabalhos legislativos;
ou entidades públicas; II - propor projetos que criem ou extingam cargos nos servi-
II - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; ços da Câmara e fixem os respectivos vencimentos;
III - exercer, no âmbito de sua competência, a fiscalização III - apresentar projetos de lei, dispondo sobre abertura de
dos atos do Executivo e da administração indireta. créditos suplementares ou especiais, através do aproveitamento
§ 2º As Comissões especiais, criadas por deliberação do ple- total ou parcial das consignações orçamentárias da Câmara;
nário, serão destinadas ao estudo de assuntos específicos e atu- IV - promulgar a Lei Orgânica e suas Emendas;
ará, junto à comunidade, na busca de soluções para problemas V - representar, junto ao executivo, sobre a necessidade de
de suas áreas. economia interna;
§ 3º As Comissões Parlamentares de Inquérito, que terão VI - contratar, na forma da lei, por tempo determinado, para
poderes de investigação próprios, além de outros previstos no atender à necessidade temporária de excepcional interesse pú-
Regimento Interno da Casa, serão criadas pela Câmara Muni- blico;
cipal, mediante requerimento de um terço dos seus membros, Art. 37 Dentre outras atribuições, compete ao Presidente
sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Minis- da Câmara:
tério Público, para que se promova a responsabilidade criminal I - representar a Câmara em juízo e fora dele;
dos infratores. II - dirigir, executar e disciplinar os trabalhos legislativos e
Art. 30 A maioria, a minoria, as representações partidárias administrativos da Câmara;
com número de membros superior a 1/10 (um décimo) da com- III - interpretar e fazer cumprir o Regimento Interno;
posição da Casa, e os blocos parlamentares, terão líder e vice- IV - promulgar as Resoluções e Decretos legislativos;
-líder. V - promulgar as leis com sanção tácita ou cujo veto tenha
§ 1º A indicação dos líderes será feita em documento subs- sido rejeitado pelo Plenário, desde que não aceita essa decisão,
crito pelos membros das representações majoritárias, minoritá- em tempo hábil, pelo Prefeito;
rias, blocos parlamentares ou partidos políticos à Mesa, nas vin- VI - fazer publicar os Atos da Mesa, as Resoluções, Decretos
te e quatro horas que se seguirem à instalação de cada período Legislativos e as Leis que vier a promulgar;
legislativo. VII - autorizar as despesas da Câmara;
§ 2º Os líderes indicarão os respectivos vice-líderes, dando VIII - representar, por decisão da Câmara, sobre a inconsti-
conhecimento à Mesa da Câmara. tucionalidade da Lei ou Ato Municipal;
Art. 31 Além de outras atribuições previstas no Regimento IX - solicitar, por decisão de 2/3, no mínimo, da Câmara, a in-
Interno, os líderes indicarão os representantes partidários nas tervenção no Município, nos casos admitidos pela Constituição
Comissões da Câmara. Federal e pela Constituição Estadual;
Parágrafo Único - Ausente ou impedido o líder, suas funções X - manter a ordem no recinto da Câmara, podendo solicitar
serão exercidas pelo vice-líder. a força necessária para esse fim;
Art. 32 À Câmara Municipal, observado o disposto nesta Lei XI - encaminhar, para parecer prévio, a prestação de contas
Orgânica, compete elaborar seu Regimento Interno, dispondo do Município ao Tribunal de Contas do Estado ou ao órgão ao
sobre sua organização política e provimento de cargos de seus qual for atribuída tal competência.
serviços, além de todo e qualquer assunto de sua administração.
Art. 33 Por deliberação da maioria absoluta de seus mem- SEÇÃO III
bros, a Câmara poderá convocar o Prefeito ou o Vice-Prefeito DAS ATRIBUIÇÕES DA CÂMARA MUNICIPAL
para, pessoalmente, prestar informações acerca de assuntos
previamente estabelecidos.
Art. 34 Por deliberação da maioria de seus membros, a Câ- Art. 38 Compete à Câmara Municipal, com sanção do Prefei-
mara poderá convocar Secretário Municipal ou Diretor para, to, dispor sobre todas as matérias de competência do Município,
pessoalmente, prestar informações acerca de assuntos previa- especialmente se a matéria for a respeito de:
mente estabelecidos. I - instituir e arrecadar tributos, bem como aplicação de
Parágrafo Único - O não comparecimento do convocado, suas rendas;
sem justificativa razoável, será considerado desrespeito à Câma- II - autorizar as isenções, as anistias fiscais e a remissão de
ra e, se o mesmo for Vereador licenciado, caracterizará proce- dívidas;

25
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - votar o orçamento anual e plurianual de investimento, VIII - decretar a perda do mandato do Prefeito, do Vice-Pre-
bem como a autorização para abertura de créditos suplementa- feito e Vereadores, nos casos indicados na Legislação Federal,
res e especiais; Estadual e nesta Lei Orgânica;
IV - deliberar sobre obtenção, concessão de empréstimos IX - autorizar a realização de empréstimos, operação ou
e operações de créditos, bem como a forma e os meios de pa- acordo de qualquer natureza, de interesse do Município;
gamento; X - proceder à tomada de contas do Prefeito, através de co-
V - autoriza a concessão: missão especial, quando não apresentadas à Câmara, dentro de
a) de auxílio e subvenções; 60 (sessenta) dias, após a abertura da Sessão Legislativa;
b) de serviços públicos; XI - aprovar convênio, acordo ou qualquer outro instrumen-
c) do direito real e de uso de bens municipais; to celebrado pelo Município com a União, o Estado, outra pes-
d) administrativa de uso de bens municipais; soa jurídica de direito público interno, entidades assistenciais ou
VI - autorizar a alienação de bens imóveis culturais; (Inciso XI Declarado Inconstitucional pela ADIn nº nº
VII - autorizar a aquisição de bens imóveis, salvo quando 0036546-59.2017.8.19.0000)
se tratar de doação sem encargo, adjudicação, sub-rogação ou XII - estabelecer e mudar temporariamente o local de suas
desapropriação, ainda que por composição amigável; reuniões;
VIII - criar, transformar, extinguir cargos, empregos ou fun- XIII - convocar, nos termos dos artigos 33 e 34 desta Lei Or-
ções públicas, bem como fixar seus respectivos vencimentos; gânica, o Prefeito, o Vice-Prefeito, o Procurador Geral, Secretá-
IX - criar, estruturar e conferir atribuições a Secretários ou rios do Município ou Diretores para prestarem esclarecimentos,
Diretores equivalentes e órgãos da Administração Pública; aprazando dia e hora para comparecimento à Câmara;
X - aprovar os Planos Diretores, inclusive o de Desenvolvi- XIV - deliberar sobre o adiamento e suspensão de suas reu-
mento Urbano Integrado; niões;
XI - autorizar convênios e acordos com entidades públi- XV - conceder título de cidadão honorário ou conferir ho-
menagens a pessoas que, reconhecidamente, tenham prestado
cas ou particulares e consórcios com outros Municípios; (In-
relevantes serviços ao Município, ao Estado, à União, à Demo-
ciso XI Declarado Inconstitucional pela ADIn nº nº 0036546-
cracia ou à Humanidade, mediante Resolução Legislativa apro-
59.2017.8.19.0000)
vada pela maioria absoluta dos seus membros;
XII - delimitar o perímetro urbano;
XVI - solicitar a intervenção do Estado no Município;
XIII - autorizar a alteração da denominação de próprios, vias
XVII - fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, inclu-
e logradouros públicos;
ídos os da Administração Indireta;
XIV - estabelecer normas urbanísticas, particularmente às
XVIII - fixar a remuneração dos Vereadores, em cada legis-
relativas a zoneamento e loteamento;
latura, para a subseqüente e que corresponderá a, no máximo,
XV - legislar sobre o disposto no inciso XXXIV do artigo 12
setenta e cinco por cento da que for estabelecida, em espécie,
desta Lei Orgânica. para os Deputados Estaduais, não podendo ultrapassar o mon-
Art. 39 Compete privativamente à Câmara Municipal exer- tante de cinco por cento da receita do Município e ressalvado os
cer as seguintes atribuições, dentre outras: limites impostos no art. 37, XI da Constituição Federal. (Redação
I - eleger sua Mesa; dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 9/1995)
II - organizar os serviços administrativos internos e prover XIX - Fixar, em cada legislatura e para vigorar na seguinte, a
os cargos respectivos; remuneração do Prefeito e do Vice-Prefeito. (Redação dada pela
III - propor a criação ou a extinção dos cargos dos serviços Emenda à Lei Orgânica nº 1/1993).
administrativos internos e a fixação dos respectivos vencimen- XX - conhecer os vetos e sobre eles deliberar, pela maioria
tos; absoluta dos Vereadores.
IV - dar posse ao Prefeito e ao Vice-Prefeito eleitos, rece-
ber suas renúncias e afastá-los definitivamente do exercício do SEÇÃO IV
cargo; DOS VEREADORES
V - conceder licença ao Prefeito, ao Vice-Prefeito e aos Ve-
readores;
VI - autorizar o Prefeito a ausentar-se do Município, por Art. 40 Os Vereadores são invioláveis, no exercício do man-
mais de quinze dias, por necessidade de serviço; dato e na circunscrição do Município, por suas opiniões, pala-
VII - tomar e julgar as contas do Prefeito, deliberando sobre vras e votos.
o parecer do Tribunal de Contas, no prazo máximo de sessenta Art. 41 Em conformidade com a Constituição Estadual, na
(60) dias de seu recebimento, observados os seguintes precei- circunscrição do Município, os Vereadores da Câmara Municipal
tos: de Niterói gozam das seguintes prerrogativas:
a) decorrido o prazo de sessenta (60) dias, sem delibera- I - desde a expedição do diploma, os Vereadores em exer-
ção pela Câmara, as contas serão consideradas aprovadas ou cício não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime ina-
rejeitadas, de acordo com a conclusão do parecer do Tribunal fiançável, nem processados criminalmente, sem prévia licença
de Contas; da Câmara.
b) rejeitadas as contas, serão estas imediatamente remeti- II - o indeferimento do pedido de licença ou a ausência de
das ao Ministério Público para os fins de direito; deliberação suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - no caso de flagrante de crime inafiançável, os autos se- § 1º Além de outros casos definidos no Regimento Interno
rão remetidos, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, à Câmara da Câmara Municipal, considerar-se-á incompatível com o deco-
Municipal, a fim de que esta, pelo voto da maioria de seus mem- ro parlamentar o abuso das prerrogativas asseguradas ao Verea-
bros, resolva sobre a prisão e autorize ou não a formação de dor ou a percepção de vantagens ilícitas.
culpa. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 30/2006) § 2º Nos casos dos incisos I e II, a perda do mandato será
IV - as imunidades dos Vereadores subsistirão durante o es- declarada pela Câmara, por voto de 2/3 (dois terços) de seus
tado de sítio, só podendo ser suspensas mediante voto de dois membros, mediante provocação da Mesa, assegurada ampla
terços dos membros da Casa, no caso de atos praticados fora do defesa. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 30/2006)
recinto da Câmara, que sejam incompatíveis com a execução da § 3º Nos casos previstos nos incisos III e IV, a perda será
medida. declarada pela Mesa da Câmara, por ofício ou mediante pro-
V - os Vereadores não serão obrigados a testemunhar sobre vocação de qualquer um de seus membros, assegurada ampla
informações recebidas ou prestadas, em razão do exercício do defesa.
mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles re- Art. 44 O Vereador poderá licenciar-se:
ceberam informações. I - por motivo de doença;
Art. 42 É vedado ao Vereador: II - para tratar, sem remuneração, de interesse particular,
I - desde a expedição do diploma: desde que o afastamento não ultrapasse 120 (cento e vinte)
a) firmar ou manter contrato com o Município, suas autar- dias, por período legislativo;
quias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia III - para desempenhar missões temporárias de caráter cul-
mista ou com empresas concessionárias de serviço público; tural ou de interesse do Município.
§ 1º Não perderá o mandato o Vereador investido no cargo
b) aceitar cargo, emprego ou função, no âmbito da Adminis-
de Secretário Municipal, Procurador Geral ou Diretor equiva-
tração Municipal Direta ou Indireta, salvo mediante aprovação
lente do Município de Niterói, ou em cargos em comissão ou
em concurso público;
funções de confiança vinculados a outros entes da federação,
II - desde a posse:
consoante os termos do artigo 42, inciso II, alínea a e § 1º des-
a) ocupar cargo, função ou emprego, na Administração Pú- ta Lei Orgânica; (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
blica Direta ou Indireta do Município, de que seja exonerável ad 36/2011)
nutum, salvo o cargo de Secretário Municipal ou Diretor equiva- § 2º Independentemente de requerimento, considerar-se-á
lente, desde que se licencie do exercício do mandato; como licença o não comparecimento às reuniões do Vereador
b) exercer outro cargo eletivo federal, estadual ou munici- privado temporariamente de sua liberdade, em virtude de pro-
pal; cesso criminal em curso.
c) ser proprietário, controlador ou diretor de empresa, que Art. 45 Dar-se-á a convocação do Suplente de Vereador nos
goze de favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de di- casos de vaga ou de licença.
reito público do Município ou nela exercer função remunerada; § 1º O Suplente convocado deverá tomar posse, no prazo
d) patrocinar causa junto ao Município em que seja inte- de 15 (quinze) dias, contados da data de convocação, salvo justo
ressada quaisquer das entidades a que se refere a alínea “a” do motivo aceito pela Câmara, quando se prorrogará o prazo.
inciso I. § 2º Enquanto a vaga a que se refere o parágrafo anterior
§ 1º Não se aplica a vedação de que trata a alínea “a” nos não for preenchida, calcular-se-á o quórum, em função dos Ve-
casos de exercício de cargos em comissão ou funções de con- readores remanescentes.
fiança vinculados a outros entes federados da administração
direta, indireta e fundacional desde que licenciado o Vereador SEÇÃO V
do exercício do mandato. (Redação acrescida pela Emenda à Lei DO PROCESSO LEGISLATIVO
Orgânica nº 36/2011, transformando o Parágrafo único em § 2º)
§ 2º Na hipótese da alínea a do inciso II deste artigo, o Vere-
ador poderá optar pela remuneração do mandato. Art. 46 O Processo Legislativo Municipal compreende a ela-
Art. 43 Perderá o mandato o Vereador: boração de:
I - que infringir quaisquer das proibições estabelecidas no I - Emendas à Lei Orgânica Municipal;
artigo anterior; II - Leis Complementares;
II - cujo procedimento for considerado, pela maioria abso- III - Leis Ordinárias;
IV - Decretos Legislativos;
luta dos membros da Câmara, incompatível com o decoro parla-
V - Resoluções. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica
mentar ou atentatório às instituições vigentes;
nº 12/1996)
III - que se utilizar o mandato para a prática de atos de cor-
Art. 47 A Lei Orgânica Municipal poderá ser Emenda da, me-
rupção ou de improbidade administrativa,
diante proposta:
IV - que deixar de comparecer, em cada período legislativo a) de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara Mu-
anual, à terça parte das sessões ordinárias da Câmara, salvo do- nicipal;
ença comprovada, licença ou missão autorizada pela edilidade; b) do Prefeito Municipal.
V - que fixar residência fora do Município; § 1º A proposta será votada em dois turnos, com interstício
VI - que perder ou tiver suspendido os direitos políticos. mínimo de 10 (dez) dias, e aprovada pela maioria absoluta dos
membros da Câmara Municipal.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 2º A Emenda da Lei Orgânica Municipal será promulgada § 1º O Prefeito, considerando o projeto, no todo ou em par-
pela Mesa da Câmara, com o respectivo número de ordem. te, inconstitucional ou contrário ao interesse público, oporá seu
Art. 48 A iniciativa das leis cabe a qualquer Vereador, ao veto total ou parcial, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, con-
Prefeito e a qualquer cidadão, que a exercerá sobre a forma de tando da data do recebimento, só podendo o veto ser rejeitado
moção articulada, subscrita no mínimo por cinco por cento do pelo voto da maioria dos Vereadores. (Redação dada pela Emen-
total do número de eleitores do Município, apurado na eleição da à Lei Orgânica nº 30/2006)
imediatamente anterior. § 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de ar-
Parágrafo Único - Serão Leis, dentre outras previstas nesta tigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
Lei Orgânica: § 3º Decorrido o prazo do parágrafo anterior, o silêncio do
I - Código Tributário do Município; Prefeito importará sanção.
II - Código de Obras; § 4º A apreciação do veto pelo Plenário da Câmara será rea-
III - Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Integrado; lizada no prazo de 30 (trinta) dias, a contar do seu recebimento,
IV - Código de Postura; numa só discussão e votação, com parecer ou sem ele, conside-
V - Lei instituidora do regime jurídico único dos servidores rando-se rejeitado pelo voto da maioria dos Vereadores. (Reda-
municipais; ção dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 30/2006)
VI - Lei de criação de cargos, funções ou empregos públicos. § 5º Rejeitado o veto, será o projeto enviado ao Prefeito
Art. 49 São de iniciativa exclusiva do Prefeito as Leis que para sanção.
§ 6º Esgotado, sem deliberação, o prazo estabelecido no
disponham sobre:
parágrafo 1º, o veto será colocado na Ordem do Dia da sessão
I - criação, transformação ou extinção de cargos, funções
imediata, sobrestada às demais proposições até a sua votação
ou empregos públicos na Administração Direta ou Autárquica ou
final, ressalvadas as matérias de que trata o artigo 51 desta Lei
aumento de sua remuneração;
Orgânica.
II - servidores públicos, seu regime jurídico, provimento de § 7º Se o Prefeito não sancionar a Lei, no prazo de 48 (qua-
cargos, estabilidade e aposentadoria; renta e oito) horas, nos casos dos parágrafos 3º e 5º, o Presiden-
III - criação, estruturação e atribuições das Secretarias ou te da Câmara terá a obrigação de promulgá-la no mesmo prazo.
Departamentos equivalentes e órgãos na Administração Pública. § 8º Suprimido. (Suprimido pela Emenda à Lei Orgânica nº
Art. 50 É da competência exclusiva da Mesa da Câmara a 5/1993)
iniciativa de Leis que disponham sobre autorização para aber-
tura de créditos suplementares ou especiais, através do apro- SEÇÃO VI
veitamento total ou parcial das consignações orçamentárias da DA PROCURADORIA GERAL DA CÂMARA MUNICIPAL
Câmara;
Art. 51 O Prefeito poderá solicitar urgência para apreciação
de projetos de sua iniciativa. Art. 55 A Consultoria Jurídica, a supervisão dos serviços de
§ 1º Solicitada a urgência, a Câmara deverá se manifestar assessoramento jurídico, bem como a representação judicial ou
sobre a proposição, no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) extrajudicial da Câmara Municipal, quando couber, são exerci-
dias, contados da data em que for feita a solicitação. das por seus Procuradores, integrantes da Procuradoria Geral da
§ 2º Esgotado o prazo previsto no parágrafo anterior, sem Câmara Municipal, diretamente vinculada ao Presidente.
deliberação da Câmara, será a proposição na Ordem do Dia, so- § 1º O Procurador Geral, nomeado pelo Presidente dentre
brestando-se às demais proposições, para que se ultime a vo- cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, tem o
tação. nível de Secretário Municipal.
§ 3º O prazo do parágrafo 1º não corre no período de reces- § 2º Os Procuradores da Câmara, com iguais direitos e de-
so da Câmara, nem se aplica ao Projeto de Lei. veres, são organizados em carreira, na qual o ingresso depende
Art. 52 Os projetos de Resolução disporão sobre matérias de concurso público de provas e títulos, realizado pela Câmara
de interesse interno ou da competência legal exclusiva da Câ- Municipal, observados os requisitos estabelecidos em Lei.
mara, e os projetos de Decretos Legislativos sobre atos e proce- § 3º À Procuradoria Geral da Câmara é cometido ofício de
dimentos do Poder Executivo sujeitos à autorização ou passíveis controle interno da legalidade dos atos do Poder Legislativo,
exercendo a defesa dos interesses legítimos do Legislativo Mu-
de posicionamento do Legislativo.
nicipal.
Parágrafo Único - Nos casos de projeto de Resolução e de
§ 4º A Lei disciplinará a organização e funcionamento da
Decreto Legislativo, considerar-se-á encerrada com a votação
Procuradoria Geral da Câmara, bem como a carreira e regime
final a elaboração da norma jurídica, que será promulgada pelo
jurídico dos seus Procuradores.
Presidente da Câmara.
Art. 53 A matéria constante de projeto de lei rejeitado, CAPÍTULO II
somente poderá constituir objeto de novo projeto, no mesmo DO PODER EXECUTIVO
período legislativo, mediante proposta da maioria absoluta dos SEÇÃO I
membros da Câmara. DO PREFEITO E DO VICE-PREFEITO
Art. 54 O projeto de lei, depois de aprovado em 1ª e 2ª dis-
cussão, será imediatamente enviado do Prefeito, que o sancio- Art. 56 O Poder Executivo Municipal é exercido pelo Prefei-
nará. to, auxiliado pelos Secretários Municipais.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Parágrafo Único - Aplica-se a exigibilidade para Prefeito e Art. 62. O mandato do Prefeito é de 04 (quatro) anos, com
Vice-Prefeito o dispositivo do parágrafo 1º do início em 1º de janeiro do ano seguinte ao de sua eleição, per-
Art. 18 desta Lei Orgânica, sendo a idade mínima 21 (vinte mitida a sua recondução para um único período subseqüente.
e um) anos. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 19/2001)
Art. 57 A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizar-se-á, Art. 63 O Prefeito e o Vice-Prefeito, quando no exercício do
simultaneamente, nos termos da Constituição Federal. cargo, não poderão, sem licença da Câmara Municipal, ausentar-
§ 1º A eleição do Prefeito importará a do Vice-Prefeito, com -se do Município, por período superior, a 15 (quinze) dias, sob
ele registrado. pena de perda do cargo ou do mandato.
§ 2º Será considerado eleito Prefeito o candidato que, re- § 1º O Prefeito, regularmente licenciado, terá direito a per-
gistrado por partido político, obtiver maioria absoluta de votos, ceber a remuneração, quando:
não computados os em brancos e os nulos. I - impossibilitado de exercer o cargo, por motivo de doença
§ 3º Se nenhum candidato alcançar a maioria absoluta, na devidamente comprovada;
primeira votação, far-se-á nova eleição, em até 20 (vinte) dias, II - a serviço ou em missão de representação do Município.
após a proclamação do resultado, concorrendo os dois candida- § 2º A remuneração do Prefeito será estipulada na forma do
tos mais votados e considerando-se eleito àquele que obtiver a inciso IXI do art. 39 desta Lei Orgânica.
maioria dos votos válidos. Art. 64 Na ocasião da posse e ao término do mandato, o
§ 4º Ocorrendo, antes de realizado o segundo turno, morte, Prefeito e o Vice-Prefeito farão declaração de seus bens que fica-
desistência ou impedimento legal do candidato, convocar-se-á, rão arquivadas na Câmara, constando das respectivas atas o seu
dentre os remanescentes, o de maior votação. resumo. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 24/2001)
§ 5º Na hipótese dos parágrafos anteriores, remanescendo, Parágrafo Único - Suprimido. (Suprimido pela Emenda à Lei
em segundo lugar, mais de um candidato, com a mesma vota- Constitucional nº 24/2001)
ção, qualificar- se-á o mais idoso.
Art. 58 O Prefeito e o Vice-Prefeito tomarão posse, no dia SEÇÃO II
1º de janeiro do ano subseqüente à eleição, em sessão da Câ- DAS ATRIBUIÇÕES DO PREFEITO
mara Municipal, prestando o compromisso de manter, defender
e cumprir a Constituição Federal, a Constituição Estadual e a Lei Art. 65 Ao Prefeito, como Chefe da Administração Munici-
Orgânica, observar as Leis da União, do Estado e Município, pro- pal, compete dar cumprimento às deliberações da Câmara, diri-
mover o bem geral dos munícipes e exercer o cargo sob a inspi- gir, fiscalizar e defender os interesses do Município, bem como
ração da democracia, da legitimidade e da legalidade. adotar, de acordo com a lei, todas as medidas administrativas de
Parágrafo Único - Se, decorridos 10(dez) dias da data fixa- utilidade pública, sem exceder as verbas orçamentárias.
da para posse, o Prefeito ou o Vice-Prefeito, salvo por motivo Parágrafo Único - No exercício de suas atribuições, o Prefei-
de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado to zelará para que haja moralidade e permanente transparência
vago. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 24/2001) de seus atos e ações, bem como para que os serviços municipais
Art. 59 Substituirá o Prefeito, no caso de impedimento, o se aproximem dos munícipes, através do processo de descen-
Vice-Prefeito. tralização.
§ 1º O Vice-Prefeito não poderá se recusar a substituir o Art. 66 Compete ao Prefeito, dentre outras atribuições:
Prefeito, sob pena de perda do mandato. I - a iniciativa das leis, na forma e casos previstos nesta Lei
§ 2º O Vice-Prefeito, além de outras atribuições, que lhe fo- Orgânica;
rem conferidas por lei, auxiliará o Prefeito, sempre que por ele II - representar o Município em juízo ou fora dele;
for convocado para missões especiais. III - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis aprovadas
Art. 60 Em caso de impedimento do Prefeito e do Vice-Pre- pela Câmara e expedir os regulamentos para sua fiel execução;
feito, ou vacância do cargo, assumirá a Administração Municipal IV - vetar, no todo ou em parte, os projetos de lei aprovados
o Presidente da Câmara. pela Câmara;
Parágrafo Único - O Presidente da Câmara, recusando-se, V - decretar, nos termos da lei, a desapropriação por neces-
por qualquer motivo, a assumir o cargo de Prefeito, renunciará, sidade ou utilidade pública, ou por interesse social;
incontinente, à sua função de dirigente do Legislativo, ensejan- VI - expedir decretos, portarias e outros atos administrati-
do, assim, a eleição de outro membro para ocupar, como Presi- vos;
dente da Câmara, a Chefia do Poder Executivo. VII - permitir ou autorizar o uso de bens municipais, por ter-
Art. 61 Verificando-se a vacância do cargo de Prefeito e ine- ceiros;
xistindo Vice-Prefeito, observar-se-á o seguinte: VIII - permitir ou autorizar a execução de serviços públicos
I - ocorrendo a vacância nos três primeiros anos do manda- por terceiros;
to, far-se-á nova eleição, 90 (noventa) dias após a sua abertura, IX - prover os cargos públicos e expedir os demais atos refe-
cabendo aos eleitos complementar o período de seus anteces- rentes à situação funcional dos servidores;
sores; X - enviar à Câmara os projetos de lei relativos ao orçamen-
II - Ocorrendo vacância no último ano de mandato, assumirá to anual e plurianual do Município e de suas autarquias;
o Presidente da Câmara, que completará o período. XI - encaminhar aos órgãos competentes os planos de apli-
cação e as prestações de contas exigidas em lei;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XII - publicar os atos oficiais, mencionando a autoria das In- a) as aplicações de que trata este inciso far-se-ão, priorita-
dicações Legislativas, quando estas derem origem àqueles atos. riamente, em títulos da dívida pública do Estado do Rio de Ja-
(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 33/2009) neiro ou de responsabilidade de suas instituições financeiras, ou
XIII - prestar a Câmara, dentro de 30 (trinta) dias, a contar em outros títulos da dívida pública, sempre por intermédio do
do recebimento, as informações pela mesma solicitada, salvo estabelecimento bancário oficial do Estado do Rio de Janeiro ou
prorrogação, a seu pedido e com prazo determinado, em face do Banco do Brasil S/A;
da complexidade da matéria ou da dificuldade de obtenção, nas b) as aplicações referidas no item anterior não poderão ser
respectivas fontes, dos dados pleiteados; (Redação dada pela realizadas em detrimento da execução orçamentária programa-
Emenda à Lei Orgânica nº 20/2001) da e do andamento de obras ou do funcionamento de serviços
XIV - prover os serviços e obras da administração pública; públicos, nem determinar atraso no processo de pagamento da
XV - superintender a arrecadação dos tributos, bem como a despesa pública.
guarda e aplicação da receita, autorizando as despesas e paga- XXXIV - aprovar projetos de edificação e planos de lotea-
mentos, dentro da disponibilidade orçamentária ou dos créditos mento, arruamento e zoneamento urbano ou para fins urbanos,
votados pela Câmara; devendo emitir parecer no prazo de 70 (setenta) dias após sua
XVI - remeter a Câmara, até o dia 25 (vinte e cinco) de cada protocolização.(Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
mês, os recursos correspondentes ao duodécimo orçamentário 25/2001)
do Poder Legislativo; XXXV - apresentar, anualmente, a Câmara, relatório circuns-
XVII - aplicar multas previstas em lei e contratos, bem como tanciado sobre o estado das obras e dos serviços municipais,
revê-las, quando impostas irregularmente; bem como o programa da administração para o ano seguinte;
XVIII - resolver sobre os requerimentos, reclamações ou re- XXXVI - organizar os serviços internos das repartições cria-
presentações que lhe forem dirigidas; dos por lei, sem exceder as verbas para tal destinada;
XIX - oficializar, obedecidas às normas urbanísticas aplicá- XXXVII - contrair empréstimos e realizar operações de crédi-
veis, as vias e logradouros públicos; to, mediante prévia autorização da Câmara;
XX - convocar extraordinariamente a Câmara, quando o in- XXXVIII - providenciar sobre a administração dos bens do
teresse da Administração exigir; Município e sua alienação, na forma da lei;
XXI - nomear e exonerar seus auxiliares para cargos ou fun- XXXIX - organizar e dirigir, nos termos da lei, os serviços re-
ções de livre nomeação e exoneração; lativos às terras do Município.
XXII - celebrar acordos e convênios com a União, Estados, XL - desenvolver o sistema viário do Município;
Distrito Federal, Municípios e respectivas entidades públicas e XLI - conceder auxílio, prêmios e subvenções, nos limites
pessoa jurídica de direito privado, desde que exerça atividade de das respectivas verbas orçamentárias e do plano de distribui-
interesse público ou social; ções prévias e anualmente aprovadas pela Câmara;
XXIII - encaminhar à Câmara Municipal projetos de Lei de XLII - providenciar sobre a melhoria constante das condi-
sua exclusiva iniciativa e outros de interesse da Administração; ções do ensino público municipal;
XXIV - remeter mensagem a Câmara Municipal, por ocasião XLIII - estabelecer a divisão administrativa do Município, de
da inauguração da Sessão Legislativa, expondo a situação do acordo com a lei;
Município e solicitando medidas que julgar necessárias; XLIV - solicitar o auxílio das autoridades policiais do Estado
XXV - executar e fazer cumprir as Leis, Resoluções e Atos para garantia do cumprimento de seus atos;
Municipais; XLV - solicitar, obrigatoriamente, autorização à Câmara para
XXVI - planejar, organizar e dirigir obras e serviços públicos ausentar-se do Município, por tempo superior a 15 (quinze) dias;
locais; XLVI - adotar providências para a conservação e salvaguarda
XXVII - prestar contas da administração e publicar balance- do patrimônio municipal;
tes, nos prazos estabelecidos em lei; XLVII - publicar, até o último dia do mês subseqüente ao da
XXVIII - prestar anualmente a Câmara Municipal, dentro de arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecada-
60 (sessenta) dias, após a abertura da Sessão Legislativa, as con- dos, os recursos recebidos, os valores de origem tributária e a
tas relativas ao exercício anterior, acompanhadas de inventários expressão numérica dos critérios de rateio.
e balancetes orçamentário, econômico e patrimonial; (Redação Parágrafo Único - A competência de que tratam os incisos
dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 22/2001) VII, VIII e XXII dependerá de autorização da Câmara Municipal,
XXIX - instituir servidões e estabelecer restrições adminis- que poderá revestir-se de Lei, dispondo sobre as condicionantes
trativas; de seu exercício pelo Chefe do Executivo.
XXX - fixar os preços dos serviços públicos, concedidos ou Art. 67 O Prefeito poderá delegar, por decreto, a seus auxi-
permitidos; liares, as funções administrativas previstas em Lei.
XXXI - abrir créditos extraordinários, nos casos de calamida-
de pública, comunicando o fato a Câmara Municipal, na primeira SEÇÃO III
sessão desta; DAS INFRAÇÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS
XXXII - comparecer a Câmara Municipal, por sua própria ini-
ciativa, para prestar os esclarecimentos que julgar necessários Art. 68 São infrações político-administrativas do Prefeito de-
sobre o andamento dos negócios municipais; finidas em Lei Federal, e também:
XXXIII - autorizar aplicações de recursos públicos disponí- I - deixar de fazer declaração de bens, nos termos do artigo
veis, no mercado aberto, obedecido ao seguinte: 64 desta Lei;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

II - impedir o livre e regular funcionamento da Câmara Mu- d) assumir outro cargo ou função na Administração Pública,
nicipal; direta ou indireta, ressalvada a posse, em virtude de concurso
III - deixar de repassar, até o dia 25 (vinte e cinco) de cada público.
mês, o duodécimo da Câmara Municipal; II - por cassação quando:
IV - impedir o exame de livros, folhas de pagamento ou do- a) sentença definitiva o condenar por crime comum;
cumentos que devem ser do conhecimento da Câmara Munici- b) incidir em infração político-administrativa, nos termos do
pal ou constarem dos arquivos desta, bem como a verificação artigo 68.
de obras e serviços pelas comissões de investigação da Câmara § 1º É assegurada ampla defesa ao Prefeito nas hipóteses
Municipal e suas comissões permanentes, assim como de audi- do inciso II.
toria regularmente constituída; § 2º O Prefeito será julgado pela prática de crime de respon-
V - desatender, sem motivação justa, às convocações da sabilidade, perante o Tribunal de Justiça do Estado.
Câmara Municipal e seus pedidos de informações, sonegar ou § 3º Será declarado vago, pela Câmara Municipal, o cargo
impedir o acesso às mesmas; de Prefeito, quando ocorrer falecimento, renúncia ou condena-
VI - retardar a publicação ou deixar de publicar leis, decre- ção por crime funcional ou eleitoral.
tos e atos sujeitos a essa formalidade;
VII - deixar de enviar a Câmara Municipal, no prazo devido, SEÇÃO V
os projetos de lei relativos ao plano plurianual de investimentos, DA PROCURADORIA GERAL DO MUNICÍPIO
às diretrizes orçamentárias e ao orçamento anual;
VIII - descumprir o orçamento aprovado para o exercício fi- Art. 72 A representação judicial e a consultoria jurídica do
nanceiro; Município são exercidas pelos procuradores municipais, mem-
IX - praticar ato contra expressa disposição de lei ou omitir- bros da Procuradoria Geral, diretamente vinculada ao Prefeito,
-se na prática daquela de sua competência; com funções, como órgão central do sistema jurídico, de super-
X - deixar de prestar contas ou tê-las rejeitadas; visão dos serviços da Administração direta e indireta no âmbito
XI - omitir-se ou negligenciar, na defesa de dinheiro, bens, do Poder Executivo.
rendas, direitos ou interesses do Município, sujeitos à adminis- § 1º O Poder Executivo poderá delegar a terceiros pro tem-
tração da Prefeitura; pore, a execução da dívida ativa e a representação dos interes-
XII - ausentar-se do Município, por tempo superior ao per- ses municipais junto aos Tribunais Superiores sediados na Ca-
mitido nesta Lei Orgânica, sem obter licença da Câmara Muni- pital Federal, sem prejuízo do disposto no caput deste artigo.
cipal; (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 16/1997)
XIII - proceder de modo incompatível com a dignidade e o § 2º O Procurador Geral, nomeado pelo Prefeito, dentre ci-
decoro do cargo. dadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, exerce a
XIV - deixar de emitir parecer para aprovação de projetos chefia da Procuradoria Geral, que tem as mesmas prerrogativas
de edificação e planos de loteamento e arruamento no prazo dos Secretários Municipais.
estabelecido pelo inciso XXXIV do art. 66. (Redação dada pela § 3º Os Procuradores do Município são organizados em
Emenda à Lei Orgânica nº 25/2001) carreira, à qual têm acesso depois de aprovados em concurso
Parágrafo Único - O Vice-Prefeito, ou quem vier a substituir público de provas e títulos, realizado pela Prefeitura Municipal,
o Prefeito, fica sujeito a infrações político-administrativas de que observados os requisitos estabelecidos em lei.
trata este artigo, sendo-lhe aplicável o processo pertinente, ain- § 4º Compete à Procuradoria Geral do Município o controle
da que cessada a substituição. interno da legalidade dos atos do Poder Executivo e a defesa
Art. 69 A apuração da responsabilidade do Prefeito, assim dos interesses legítimos do Município, inclusive os de natureza
como do Vice-Prefeito e de quem vier a substituí-lo, na hipótese financeiro-orçamentária, sem prejuízo das atribuições do Minis-
do parágrafo único do artigo 68 far-se-á nos termos da legislação tério Público.
federal, desta Lei Orgânica e do Regimento Interno da Câmara Art. 73 São auxiliares diretos do Prefeito:
Municipal.
SEÇÃO VI
SEÇÃO IV DOS AUXILIARES DIRETOS DO PREFEITO
DA SUSPENSÃO E DA PERDA DO MANDATO DO PREFEITO
I - o Procurador Geral, os Secretários Municipais e Diretores
Art. 70 Nos crimes comuns, nos de responsabilidade e nas equivalentes;
infrações político-administrativas, é facultado a Câmara Munici- II - os Subprefeitos.
pal, uma vez recebida à denúncia pela autoridade competente, Parágrafo Único - Os cargos de que trata o presente artigo
suspender o mandato do Prefeito, pelo voto de dois terços de são de livre nomeação e exoneração do Prefeito.
seus membros. Art. 74 Lei Municipal estabelecerá as atribuições dos auxi-
Art. 71 O Prefeito perderá o mandato: liares diretos do Prefeito, definindo-lhes a competência, deveres
I - por extinção quando: e responsabilidades.
a) perder ou tiver suspendido os direitos políticos; Art. 75 São condições essenciais para a investidura no cargo
b) o decretar a Justiça Eleitoral; de Procurador Geral, de Secretário ou Diretor equivalente:
c) sentença definitiva o condenar, por crime de responsa- I - ser brasileiro;
bilidade; II - estar no exercício dos direitos políticos;

31
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - ser maior de 21 (vinte e um) anos. II - empresa pública - entidade dotada de personalidade ju-
Art. 76 Além das atribuições fixadas em lei, compete ao Pro- rídica de direito privado, com patrimônio e capital do Município,
curador Geral, Secretários ou Diretores: criada por lei para exploração de atividades econômicas que o
I - subscrever atos e regulamentos referentes aos seus ór- Município seja levado a exercer, por força de contingência ou
gãos; conveniência administrativa, podendo revestir-se de qualquer
II - expedir instruções para a boa execução das leis, decretos das formas admitidas em direito;
e regulamentos; III - sociedade de economia mista - entidade dotada de
III - apresentar ao Prefeito relatório anual dos serviços reali- personalidade jurídica de direito privado, criada por lei, para ex-
zados por suas repartições; ploração de atividades econômicas, sob a forma de sociedade
IV - comparecer a Câmara Municipal, sempre que convo- anônima, cujas ações, com direito a voto, pertençam, em sua
cados pela mesma, para prestação de esclarecimentos oficiais. maioria, ao Município ou à entidade da administração indireta;
§ 1º Os decretos, atos e regulamentos referentes aos servi- IV - fundação pública - entidade dotada de personalidade
ços autônomos ou autárquicos serão referendados pelo Secretá- jurídica de direito privado, criada em virtude de autorização le-
rio ou Diretor da Administração. gislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam
§ 2º A infringência do inciso IV deste artigo, sem justifica- execução por órgão ou entidades de direito público, com auto-
ção, importa infração político-administrativa. nomia administrativa, patrimônio próprio, gerido pelos respec-
Art. 77 Os Secretários, Procurador Geral ou Diretores são tivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos
solidariamente responsáveis com o Prefeito pelos atos que assi- do Município e outras fontes, para atender às necessidades mu-
narem, ordenarem ou praticarem. nicipais no campo da assistência e atividades de lazer, esporte,
Art. 78 A competência do Subprefeito limitar-se-á ao Distri- cultura, educação e saúde.
to para o qual foi nomeado. Art. 82 As empresas públicas e sociedades de economia
Parágrafo Único - Aos Subprefeitos, como delegados do Exe- mista, criadas para a prestação de serviços públicos ou como
cutivo, compete: instrumento de atuação no domínio econômico, estão sujeitas
I - cumprir e fazer cumprir, de acordo com as instruções re- às normas relativas às licitações e contratação de pessoal, defi-
cebidas do Prefeito, as leis, resoluções, regulamentos e demais nidas na Constituição Federal e nesta Lei Orgânica.
atos do Prefeito e da Câmara; Art. 83 As empresas públicas e as sociedades de economia
II - fiscalizar os serviços distritais; mista em que o Município detenha, ou venha a deter, direta ou
III - atender às reclamações das partes e encaminhá-las ao indiretamente, a maioria do capital, com direito a voto, são pa-
Prefeito, quando se tratar de matéria estranha às suas atribui- trimônio do Município e só poderão ser extintas fundidas ou ter
ções ou quando lhes for favorável à decisão proferida; alienado o controle acionário, mediante autorização Legislativa.
IV - indicar ao Prefeito as providências necessárias ao Dis-
trito; CAPÍTULO II
V - prestar contas ao Prefeito mensalmente ou quando lhe DOS ATOS MUNICIPAIS
forem solicitadas. SEÇÃO I
Art. 79 O Subprefeito, em caso de licença ou impedimento, DA PUBLICIDADE DOS ATOS MUNICIPAIS
será substituído por pessoa de livre escolha do Prefeito.
Art. 80 Os auxiliares diretos do Prefeito farão declaração de
Art. 84 A publicação das Leis, Decretos, Resoluções e Atos
bens, no ato da posse e ao término do exercício do cargo.
Administrativos Municipais far-se-á em órgão da imprensa local
ou regional.
TÍTULO IV
§ 1º A escolha do órgão de imprensa para divulgação das
DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA MUNICIPAL
leis e atos administrativos, será feita através de licitação, em que
CAPÍTULO I
se levarão em conta as condições de preço, as circunstâncias da
DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA
freqüência, horário, tiragem e distribuição.
§ 2º Nenhuma Lei, Decreto, Resolução e Ato Administrativo
Art. 81 A administração municipal é constituída dos órgãos
integrados na estrutura administrativa da Prefeitura e de entida- Municipal produzirá efeito antes de sua publicação.
des dotadas de personalidade jurídica. § 3º A publicação dos atos não normativos poderá ser feita
§ 1º Os órgãos da administração direta, que compõem a es- por extrato que conterá, ao menos, os seus elementos essen-
trutura administrativa da Prefeitura, se organizam e se coorde- ciais.
nam, atendendo aos princípios técnicos recomendáveis ao bom § 4º Considera-se Ato Normativo qualquer ato Municipal
desempenho de suas atribuições. que se refira às relações do Município com os munícipes ou ser-
§ 2º As entidades dotadas de personalidade jurídica pró- vidores, estabelecendo rotinas e procedimentos.
pria, que compõem a Administração Indireta do Município, se Art. 85 A Câmara Municipal e a Prefeitura manterão arqui-
classificam em: vos das edições das publicações oficiais, facultando-lhes o aces-
I - autarquia - serviço autônomo, criado por lei, com per- so a qualquer pessoa.
sonalidade jurídica, patrimônio e receita própria, para executar Art. 86 É vetada a veiculação, com recursos públicos, de pro-
atividades típicas da administração pública que requeiram, para paganda dos órgãos da administração municipal que implique
seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira promoção pessoal de ocupantes de cargos de qualquer hierar-
descentralizada; quia.

32
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 87 O Executivo deverá publicar, até o último dia do mês, Parágrafo Único - Os atos constantes dos itens II e III deste
subseqüente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos artigo, poderão ser delegados.
tributos arrecadados, os recursos recebidos, os valores de ori- Art. 90 A Administração Pública tem o dever de anular os
gem tributária, entregues e a entregar, e a expressão numérica próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais,
dos critérios de rateio, bem como os dados relativos à obser- bem como a faculdade de revogá-los, por motivo de conveniên-
vância dos percentuais de que tratam os artigos 169 e 212 da cia ou oportunidade, respeitados, neste caso, os direitos adqui-
Constituição Federal. ridos, além de observado, em qualquer circunstância, o devido
Parágrafo Único - As contas do Município ficarão, durante processo legal.
sessenta dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuin- § 1º A motivação suficiente será requisito essencial dos atos
te, para exame e apreciação, o qual poderá questionar-lhes a administrativos municipais, excetuados os de provimento e de
legitimidade, na forma da lei. desprovimento de cargos e funções de confiança, assim decla-
rados por Lei.
SEÇÃO II § 2º A autoridade que, ciente do vício invalidado de ato ad-
DOS LIVROS ministrativo, deixar de saná-lo, incorrerá nas penalidades da Lei,
Art. 88 O Município manterá os livros que forem necessá- pela omissão, sem prejuízo das sanções previstas no artigo 37, §
rios ao registro de seus serviços. 4º, da Constituição da República, se for o caso.
§ 1º Os livros serão abertos, rubricados e encerrados pelo
Prefeito ou pelo Presidente da Câmara, conforme o caso, ou por SEÇÃO IV
funcionário designado para tal fim. DAS PROIBIÇÕES

§ 2º Os livros referidos neste artigo poderão ser substituídos Art. 91 O Prefeito, o Vice-Prefeito, os Vereadores e os Servi-
por fichas ou outro sistema, convenientemente autenticado. dores Municipais não poderão contratar com o Município, sub-
sistindo a proibição até seis (6) meses, após findas as respectivas
SEÇÃO III funções.
DOS ATOS ADMINISTRATIVOS § 1º A proibição de que trata este artigo se estende às pes-
soas ligadas ao Prefeito, Vice-Prefeito e aos Vereadores, por ma-
Art. 89 Os atos administrativos de competência do Prefeito trimônio ou parentesco, afim ou consangüíneo, até o segundo
devem ser expedidos com obediência às seguintes normas: grau ou por adoção.
I - decreto, numerado em ordem cronológica, nos seguintes § 2º Não se incluem nesta proibição os contratos, cujas cláu-
casos: sulas e condições sejam uniformes para todos os interessados.
a) regulamentação de lei; Art. 92 A pessoa jurídica, em débito com o sistema de se-
b) instituição, modificação ou extinção de atribuições não guridade social, como estabelecido em Lei Federal, não poderá
constantes de lei; contratar com o Poder Público Municipal nem dele receber be-
c) regulamentação interna dos órgãos que forem criados na nefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
administração municipal;
d) abertura de créditos especiais e suplementares, até o li- CAPÍTULO III
mite autorizado por lei, assim como de créditos extraordinários; DOS BENS MUNICIPAIS
e) declaração de utilidade pública ou necessidade social,
Art. 93 Cabe ao Prefeito a administração dos bens munici-
para fins de desapropriação ou de servidão administrativa;
pais, respeitada a competência da Câmara quanto àqueles utili-
f) aprovação de regulamento ou de regimento das entida-
zados em seus serviços.
des que compõem a administração municipal;
Art. 94 Todos os bens municipais deverão ser cadastrados
g) medidas executórias do Plano Diretor de Desenvolvimen-
com a identificação respectiva, numerando-se os móveis, segun-
to Integrado;
do o que for estabelecido em regulamento, os quais ficarão sob
h) normas de efeitos externos, não privativos da lei;
a responsabilidade do Chefe da Secretaria ou Diretoria a que fo-
i) fixação e alteração de preços.
rem distribuídos.
II - portaria, nos seguintes casos: Art. 95 Nenhum servidor será dispensado, transferido, exo-
a) provimento e vacância dos cargos públicos e demais atos nerado ou terá aceitado o seu pedido de exoneração ou rescisão,
de efeitos individuais; sem que o órgão responsável pelo controle de bens patrimoniais
b) lotação e relotação nos quadros de pessoal; da Prefeitura ou da Câmara ateste que o mesmo devolveu os
c) abertura de sindicância e processos administrativos, apli- bens móveis do Município, que estavam sob sua guarda;
cação de penalidades e demais atos individuais de efeitos inter- Art. 96 Os bens patrimoniais do Município deverão ser clas-
nos. sificados:
d) outros casos determinados em lei ou decreto. I - pela sua natureza;
III - contrato, nos seguintes casos: II - em relação a cada serviço.
a) admissão de servidores para serviços de caráter tempo- Parágrafo Único - Deverá ser feita, anualmente, a conferên-
rário; cia da escrituração patrimonial dos bens existentes e, na pres-
b) execução de obras, fornecimentos e serviços municipais, tação de contas de cada exercício, será incluído o inventário de
nos termos da lei. todos os bens municipais.

33
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 97 A alienação de bens municipais, subordinada à exis- § 6º O contrato de concessão de direito real de uso, nos
tência de interesse público devidamente justificado, será sem- termos do parágrafo 4º, se fará com o homem ou a mulher, ou
pre precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: a ambos, independentemente de seu estado civil, e será inego-
§ 1º Quando imóveis, dependerá de autorização legislativa ciável pelo prazo de 10 (dez) anos, subordinando-se, ainda, as
e concorrência pública, dispensada esta, nos casos de permuta, seguintes cláusulas sob pena de cancelamento, na forma do dis-
na forma da lei; posto no parágrafo 5º deste artigo:
§ 2º A investidura de áreas urbanas remanescentes, inapro- a) exploração e utilização da área direta, pessoal ou familiar;
veitáveis como logradouros públicos ou modificações de alinha- b) residência permanente dos beneficiários da área obje-
mento, dependerá da decisão do Prefeito, de prévia avaliação, to do contrato. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº
dispensada a autorização legislativa, consultados os proprietá- 2/1993)
rios lindeiros. Art. 102 A utilização e administração dos bens públicos, de
Art. 98 O Município, preferencialmente à venda ou doa- uso especial, como mercados, matadouros, estações, recintos
ção de seus bens imóveis, outorgará concessão de direito real de espetáculos e campos de esportes, serão na forma da Lei re-
de uso, mediante prévia autorização legislativa e concorrência gulamentado.
pública. Art. 103 Os bens imóveis do Município não poderão ser ob-
Parágrafo Único - A concorrência poderá ser dispensada por jeto de doação nem de utilização gratuita por terceiros, salvo
lei, quando o uso dos bens imóveis municipais for destinado a: se houver autorização do Prefeito, se o beneficiário for pessoa
I - entidades componentes da administração indireta; jurídica de direito público interno, entidade competente de sua
II - entidades assistenciais; administração indireta ou fundação instituída pelo Município.
III - assento de população de baixa renda; § 1º Exceto no caso de imóveis residenciais, destinados à
IV - quando houver relevante interesse público, devidamen- população de baixa renda, através de órgão próprio municipal,
te justificado. a alienação, a título oneroso, de bens imóveis do Município ou
Art. 99 É proibida a doação, venda ou concessão de uso de de suas autarquias dependerá de autorização prévia da Câmara
qualquer fração dos parques, praças, ruas, jardins ou largos pú- Municipal, salvo nos casos previstos em Lei, e será precedida
blicos. de licitação, sendo esta dispensada, quando o adquirente for
Art. 100 Os bens imóveis municipais não utilizados ou su- pessoa referida no parágrafo 5º do artigo 101 ou nos casos de
butilizados serão, prioritariamente, destinados a assentamentos doação em pagamento, permuta ou investidura.
de população de baixa renda e à instalação de equipamentos co- § 2º Entende-se por investidura a alienação aos proprietá-
letivos públicos, urbanos e comunitários, ou conservados como rios de imóveis lindeiros, por preço nunca inferior ao da ava-
áreas verdes, se de relevante interesse social. liação, da área remanescente ou resultante de obra pública e
Art. 101 O uso de bens imóveis municipais, por terceiros, que tornado inapropriável, isoladamente, para fim de interesse
poderá ser feito mediante permissão, cessão, concessão e con- público.
cessão de direito real de uso. § 3º O disposto no parágrafo 1º não se aplica aos bens imó-
§ 1º A permissão de uso será a título precário, mediante veis das sociedades de economia mista e de suas subsidiárias,
remuneração na forma da Lei Municipal. que não sejam de uso próprio para o desenvolvimento de sua
§ 2º A cessão de uso será feita, mediante remuneração atividade nem aos que constituam exclusivamente objeto dessa
ou imposição de encargos à pessoa jurídica de direito público, mesma atividade.
Art. 104 As concorrências para a concessão de bens munici-
e pelo prazo de 10 (dez) anos, às pessoas jurídicas de direito
pais deverão ser precedidas de ampla publicidade, na Imprensa
privado, cujo fim principal consista em atividade de assistência
Oficial do Estado, em jornais locais e de grande circulação.
social, em amparo à educação ou outras de relevante interes-
Art. 105 As entidades beneficiárias de doação de bens mu-
se social, observados os demais requisitos estabelecidos em Lei
nicipais ficam impedidas de alienar o referido objeto.
Municipal.
Parágrafo Único - No caso de o bem doado não mais servi-
§ 3º A concessão de uso será feita mediante remuneração
dor às finalidades que motivaram o ato de disposição, reverterá
cujo objeto é a exploração de bens de dominialidade pública,
ao domínio do Município, sem qualquer indenização, inclusive
por terceiros, segundo a sua destinação específica, na forma da
por benfeitorias de qualquer natureza nele introduzidas.
Lei Municipal e mediante concorrência pública. Art. 106 Na hipótese de privatização de empresa pública ou
§ 4º A concessão de direito real de uso mediante remunera- sociedade de economia mista, mediante expressa autorização
ção ou imposição de encargos, terá por objeto apenas terrenos, legislativa, seus empregados terão preferência, em igualdade de
para fins específicos de titulação de assentamentos de baixa condições, para assumi-las, sob forma de cooperativas.
renda, de urbanização, industrialização, edificação, cultivo da Art. 107 É vedada a concessão de uso de bem imóvel do
terra ou outra utilização de interesse social, observados os de- Município à empresa privada, com fins lucrativos, quando o bem
mais requisitos estabelecidos na Lei Municipal e as disposições possuir destinação social específica.
da Legislação Federal.
§ 5º O uso permitido, cedido ou concedido, ainda que este
como direito real, poderá ser cancelado a qualquer tempo, aten-
dendo a expresso interesse da comunidade ou da municipalida-
de, por desvirtuamento e descumprimento de suas obrigações,
compromissos e finalidade.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO I III - vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, ex-


DAS CERTIDÕES ceto óleo diesel;
IV - serviços de qualquer natureza, não compreendidos na
Art. 108 A Prefeitura e a Câmara são obrigadas a fornecer a competência do Estado definido na lei complementar prevista
qualquer interessado, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, cer- no art. 146 da Constituição Federal.
tidões dos atos, contratos e decisões, desde que requeridos para Parágrafo Único - O imposto previsto no inciso I poderá ser
fim de direito determinado, sob pena de responsabilidade da progressivo, nos termos da lei, de forma a assegurar o cumpri-
autoridade ou servidor que negar ou retardar a sua expedição. mento da função social.
Art. 115 As taxas só poderão ser instituídas por lei, em ra-
CAPÍTULO IV zão do exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou
DAS OBRAS E SERVIÇOS PÚBLICOS potencial de serviços públicos, específicos e divisíveis, prestados
ao contribuinte ou postos à disposição pelo Município.
Art. 109 Nenhum empreendimento de obras e serviços do Art. 116 A contribuição de melhoria poderá ser cobrada dos
Município poderá ter início, sem prévia elaboração do plano res- proprietários de imóveis valorizados por obras públicas munici-
pectivo, no qual, obrigatoriamente, conste: pais, tendo como limite total à despesa realizada e como limite
I - a viabilidade do empreendimento, sua conveniência e individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada
oportunidade para o interesse comum; imóvel beneficiado.
II - os pormenores para a sua execução;
Art. 117 Sempre que possível, os impostos terão caráter
III - os recursos para atendimento das respectivas despesas;
pessoal e serão graduados, segundo a capacidade econômica do
IV - os prazos para o seu início e conclusão, acompanhados
contribuinte, facultado à administração municipal, especialmen-
da respectiva justificação.
te para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respei-
§ 1º Excluem-se desta exigência as obras e serviços desti-
tados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os
nados a atender situações de emergência ou que se destinem a
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
evitar dano iminente.
Parágrafo Único - As taxas não poderão ter base de cálculo
§ 2º As obras públicas poderão ser executadas pela Prefei-
própria de impostos.
tura, por suas autarquias e demais entidades da administração
Art. 118 O Município poderá instituir contribuição cobrada
indireta, ou por terceiros.
Art. 110 Lei disporá sobre o regime das concessões e per- de seus servidores para o custeio, em benefício destes, de siste-
missões de serviços públicos, o caráter essencial desses servi- mas de previdência e assistência social, estando isentos do pa-
ços, quando assim determinar a Legislação Federal, o caráter gamento das contribuições os segurados na inatividade, desde
especial de seu contrato, de sua prorrogação e as condições de que seu ingresso tenha se dado quando ainda em efetivo exer-
caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão. cício de suas funções.

CAPÍTULO V SEÇÃO II
DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA E FINANCEIRA DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
SEÇÃO I
DOS TRIBUTOS MUNICIPAIS Art. 119 Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao
contribuinte, é vetado ao Município:
Art. 111 O Sistema Tributário Municipal é regido pelo dis- I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
posto na Constituição da República Federativa do Brasil, na II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que
Constituição Estadual, na Legislação Complementar pertinente, se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer dis-
bem como, no limite da respectiva competência, na Legislação tinção, em razão de ocupação profissional ou função por eles
Tributária Municipal. exercida, independentemente da denominação jurídica dos ren-
Art. 112 São Tributos municipais os impostos, as taxas e as dimentos, títulos ou direitos;
contribuições de melhoria, decorrentes de obras públicas, insti- III - estabelecer diferença tributária entre bens e serviços
tuídas por lei municipal, atendidos nos princípios estabelecidos de qualquer natureza em razão de sua procedência ou destino;
na Constituição Federal e nas normas gerais de Direito Tributá- IV - cobrar tributos:
rio. a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da
Art. 113 A concessão de isenção e de anistia de tributos vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
municipais dependerá de autorização legislativa, aprovada por b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publica-
maioria de dois terços dos membros da Câmara Municipal. da a lei que os instituiu ou aumentou;
Art. 114 São de competência do Município instituir e arreca- V - utilizar tributos com efeito de confisco;
dar os impostos sobre: VI - estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens,
I - propriedade predial e territorial urbana; por meio de tributos;
II - transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato onero- VII - instituir impostos sobre:
so, de bens imóveis, por natureza ou cessão física, e de direitos a) patrimônio, renda ou serviços da União, do Estado e de
reais sobre imóveis, exceto de garantia, bem como cessão de outros Municípios;
direitos à sua aquisição; b) templos de qualquer culto;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, in- III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do im-
clusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhado- posto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores,
res, das instituições de educação e de assistência social sem fins licenciados no território municipal;
lucrativos, atendidos os requisitos da Lei Federal; IV - vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do
d) livros, jornais periódicos e o papel destinado a sua im- imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias
pressão; e sobre prestação de serviços de transportes interestadual e in-
e) associações comunitárias e entidades filantrópicas, já termunicipal;
consideradas de utilidade pública. V - setenta por cento do imposto sobre o ouro originário de
§ 1º A vedação do inciso VII, alínea a, é extensiva às autar- seu território, quando definido em Lei, como ativo financeiro ou
quias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, ativo cambial;
no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vincula- VI - os percentuais de tributos federais componentes do
dos às suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Fundo de Participação dos Municípios;
§ 2º As vedações do inciso VII, alínea a, e do parágrafo ante- VII - os percentuais das quotas do imposto sobre industriali-
rior não se aplicam ao patrimônio, à renda e aos serviços relacio- zação, entregues ao Estado.
nados com exploração das atividades econômicas, regidas pelas Art. 124 A fixação de tarifas públicas, devidas pela utilização
normas aplicáveis e empreendimentos privados ou em que haja de bens, serviços e atividades municipais, será feita pelo Prefei-
contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usu- to ou Órgãos criados em Lei.
ário, nem exoneram o promitente comprador da obrigação de Parágrafo Único - As tarifas dos serviços públicos deverão
pagar imposto relativo ao bem imóvel. cobrir os seus custos, sendo reajustáveis, quando se tornarem
§ 3º As vedações expressas no inciso VII, alíneas b e c, com- deficientes ou excedentes, conforme avaliação dos preços dos
preendem somente o patrimônio, a renda e os serviços relacio- insumos.
nados com as finalidades essenciais das entidades nelas men- Art. 125 A despesa pública atenderá aos princípios estabele-
cionadas. cidos na Constituição Federal e às normas de direito financeiro.
§ 4º A Lei Municipal determinará medidas para que os con- Art. 126 Nenhuma despesa será ordenada ou satisfeita sem
sumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam que exista recurso disponível e crédito votado pela Câmara.
sobre mercadorias e serviços. Art. 127 Nenhuma lei que crie aumento de despesa será
Art. 120 O Município dispensará às microempresas defini- executada, sem que dela conste a indicação do recurso para
das em Lei tratamento jurídico diferenciado, visando incentivá- atendimento do correspondente encargo.
-las, pela simplificação de suas obrigações administrativas. Art. 128 As disponibilidades de caixa do Município, de suas
Art. 121 As isenções, anistias e remissões de tributos muni- autarquias, fundações e das empresas por ele controladas serão
cipais somente poderão ser concedidas mediante lei específica, preferencialmente depositadas no Banco do Estado do Rio de
votada em dois turnos, com interstício mínimo de 10 (dez) dias, Janeiro, no Banco do Brasil ou em qualquer instituição financeira
e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal. oficial, salvo os casos previstos em lei.
§ 1º Ficam submetidos à regra do caput os projetos de lei
que reduzam alíquotas, base de cálculo, criem incentivos fiscais, SEÇÃO IV
subsídios ou, de qualquer forma, diminuam a receita tributária DO ORÇAMENTO
do Município.
§ 2º Em todos os casos previstos neste artigo, os projetos de Art. 129 A elaboração e a execução da lei orçamentária
lei serão acompanhados de demonstrativo de sua repercussão anual e plurianual de investimentos obedecerá às regras estabe-
sobre a receita municipal. lecidas na Constituição Federal, na Constituição do Estado, nas
normas de Direito Financeiro e nos preceitos desta Lei Orgânica.
SEÇÃO III Parágrafo Único - O Poder Executivo publicará, até trinta
DA RECEITA E DA DESPESA dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido
da execução orçamentária.
Art. 122 A receita municipal constituir-se-á da arrecadação Art. 130 Leis de iniciativa do Prefeito estabelecerão:
dos tributos municipais, a participação em tributos da União e I - programa de metas
do Estado, dos recursos resultantes do Fundo de Participação I - o plano plurianual;
dos Municípios e da utilização de seus bens, serviços, atividades II - as diretrizes orçamentárias;
e de outros interesses. III - os orçamentos anuais.
Art. 123 Pertencem ao Município: § 1º O Prefeito, eleito ou reeleito, apresentará o Programa
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre de Metas de sua gestão, até noventa dias após sua posse, que
rendas e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, conterá as prioridades, as ações estratégicas, os indicadores e
sobre rendimentos pagos, a qualquer título, pela administração metas quantitativas para cada um dos setores da Administração
direta, autárquica e fundações municipais; Pública Municipal, observando no mínimo as diretrizes, as ações
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do im- estratégicas e as demais normas do Plano Diretor da cidade de
posto da União sobre a propriedade territorial rural, relativa- Niterói.
mente aos imóveis situados no Município;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

a) o Programa de Metas será amplamente divulgado, por I - o orçamento fiscal referente aos poderes do Município,
meio eletrônico, pela mídia impressa, radiofônica e televisiva e seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e in-
publicado no Diário Oficial do Município no dia imediatamente direta, inclusive Fundações instituídas ou mantidas pelo Poder
seguinte ao término do prazo a que se refere o caput deste pa- Público;
rágrafo; II - o orçamento de investimento das empresas, dos quais o
b) o Poder Executivo promoverá, dentro de trinta dias após Município direta ou indiretamente detenha a maioria do capital
o término do prazo a que se refere este artigo, o debate público social, com direito a voto;
sobre o Programa de Metas mediante audiências públicas ge- III - o orçamento de seguridade social, abrangendo todas
rais; as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta
c) o Poder Executivo divulgará semestralmente os indicado- ou indireta.
res de desempenho relativos à execução dos diversos itens do § 7º O Projeto de Lei Orçamentária será acompanhado de
Programa de Metas; demonstrativo dos efeitos sobre as receitas e despesas decor-
d) o Prefeito poderá proceder às alterações programáticas rentes de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de
natureza financeira, tributária ou creditícia;
no Programa de Metas, sempre em conformidade com a Lei do
§ 8º Os orçamentos de que tratam os incisos I e II do § 4º
Plano Diretor, justificando-as por escrito e divulgando-as ampla-
deste artigo, compatibilizados com o plurianual, terão entre
mente pelos meios de comunicação previstos neste item.
suas funções reduzir desigualdades locais, segundo o critério
§ 2º Os indicadores de desempenho serão elaborados e fi-
populacional.
xados conforme os seguintes critérios: Art. 131 Os projetos de lei relativos ao plano plurianual e
I - promoção do desenvolvimento ambientalmente, social- ao orçamento anual e os créditos adicionais serão apreciados
mente e economicamente sustentável; pela Comissão Permanente de Orçamento e Finanças da Câmara
II - inclusão social, com redução das desigualdades Regio- Municipal, à qual caberá:
nais e sociais; I - examinar e emitir parecer sobre os projetos e as contas
III - atendimento das funções sociais da cidade com Melho- apresentadas, anualmente, pelo Prefeito Municipal;
ria da qualidade de vida urbana; II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas
IV - promoção do cumprimento da função social da proprie- de investimentos e exercer o acompanhamento e fiscalização
dade; orçamentária, sem prejuízo de atuação das demais Comissões
V - promoção e defesa dos direitos fundamentais individu- da Câmara.
ais e sociais de toda pessoa humana; § 1º As Emendas serão apresentadas na Comissão que so-
VI - promoção de meio ambiente ecologicamente equilibra- bre elas emitirá parecer, e apreciadas na forma regimental;
do e combate a poluição sob todas as formas; § 2º As Emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou
VII - universalização do atendimento dos serviços públicos aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas
Municipais, com observância das condições de regularidade; caso:
continuidade; eficiência rapidez e cortesia no atendimento ao I - sejam compatíveis com o plano plurianual;
cidadão; segurança; atualidade com as melhores técnicas, mé- II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os
todos, processos e equipamentos; e modicidade das tarifas e provenientes de anulação de despesas, excluídas as que incidam
preços públicos que considerem diferentemente as condições sobre:
econômicas da população. a) dotação para pessoal e seus encargos;
e) Ao final de cada ano, o Prefeito divulgará o relatório da b) serviço de dívida.
execução do Programa de Metas, o qual será disponibilizado in- III - ou sejam relacionadas:
tegralmente pelos meios de comunicação previstos neste artigo. a) com a correção de erro ou omissões;
f) As diretrizes do Programa de Metas, serão incorporadas b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 3º Os recursos que em decorrência de veto, Emenda
ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias dentro do prazo
ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem
legal. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 32/2008)
despesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o
§ 3º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá di-
caso, como créditos especiais ou suplementares, com prévia e
retrizes, objetivos e metas da administração pública municipal
específica autorização legislativa.
para as despesas de capital, as destas decorrentes e as relacio- § 4º Os Projetos de Lei do Plano Plurianual, das Diretrizes
nadas com programas de duração continuada. Orçamentárias e do Orçamento Anual serão enviados pelo Pre-
§ 4º A Lei de Diretrizes Orçamentárias compreenderá as feito à Câmara Municipal, até a entrada em vigor da lei mencio-
metas e prioridades da administração pública municipal, incluin- nada no caput, serão obedecidas às seguintes regras:
do as despesas de capital para o exercício seguinte; orientará I - o projeto de plano plurianual, para vigência até o final
a elaboração da Lei Orçamentária, disporá sobre alterações na do primeiro exercício financeiro do mandato executivo subse-
Legislação Tributária e estabelecerá a política de aplicação das quente, será encaminhado até 31 de agosto do primeiro exer-
agências financeiras oficiais de fomento. cício financeiro e devolvido para sanção até o encerramento do
§ 5º O Plano de programas municipais e os regionais serão período legislativo;
apreciados pela Câmara Municipal. II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias será enca-
§ 6º A Lei Orçamentária Anual compreenderá: minhado até 15 de abril e devolvido para sanção até o encerra-
mento do 1º semestre do período legislativo; e

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - o projeto de lei orçamentária será encaminhado até 30 VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
de setembro do exercício financeiro e devolvido para sanção VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica,
até o encerramento do período legislativo. (Redação dada pela de recursos dos orçamentos fiscais e da seguridade social para
Emenda à Lei Orgânica nº 35/2009) suprir necessidades ou cobrir déficit de empresas, fundações e
§ 5º Aplicam-se aos projetos mencionados, neste artigo, as fundos;
demais normas relativas ao processo legislativo. IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem pré-
Art. 132 O Prefeito enviará à Câmara, no prazo estabeleci- via autorização legislativa.
do em lei, a proposta de orçamento anual do Município para o § 1º Nenhum investimento, cuja execução ultrapasse um
exercício seguinte. exercício financeiro, poderá ser iniciado sem prévia inclusão no
§ 1º O não cumprimento do disposto neste artigo implicará plano plurianual ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de
na elaboração pela Câmara, da competente Lei de Meios, to- crime de responsabilidade.
mando por base a Lei Orçamentária em vigor. § 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência
§ 2º O Prefeito poderá enviar mensagem à Câmara para no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o
propor a modificação do projeto da Lei Orçamentária, enquanto ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses
não iniciada a votação da parte que deseja alterar. daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus
Art. 133 Rejeitado pela Câmara o projeto de lei orçamen- saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro
tária anual, prevalecerá, para o ano seguinte, o orçamento do subseqüente.
exercício em curso, aplicando-se a atualização dos valores. § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será ad-
Art. 134 Aplica-se ao projeto de lei orçamentária, no que mitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como
não contrariar o disposto nesta Seção, as regras do processo le- as decorrentes de calamidade pública.
gislativo. Art. 139 A despesa com pessoal ativo e inativo do Município
Art. 135 O Município para execução de projetos, programas, não poderá exceder os limites estabelecidos em lei.
obras, serviços ou despesas, cuja execução se prolongue além Parágrafo Único - A concessão de qualquer vantagem ou
de um exercício financeiro, deverá elaborar orçamentos pluria- aumento de vencimentos, a criação de cargos ou alteração de
nuais de investimentos. estrutura de carreiras, bem como a admissão de pessoal, a qual-
Parágrafo Único - As dotações dos orçamentos plurianuais quer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou
deverão ser incluídas no orçamento de cada exercício, para utili- indireta, só poderão ser feitas, se houver prévia dotação orça-
zação do respectivo crédito. mentária suficiente, para atender às projeções de despesa de
Art. 136 O orçamento será uno, incorporando-se, obrigato- pessoal e aos acréscimos dela decorrentes, após a aprovação da
riamente, na receita, todos os tributos, rendas e suprimentos Câmara Municipal.
de fundos e incluindo-se, discriminadamente, na despesa, as
dotações necessárias ao custeio de todos os serviços municipais.
CAPÍTULO VI
Art. 137 O orçamento não conterá dispositivo estranho à
DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁ-
previsão da receita, nem à fixação da despesa anteriormente
RIA.
autorizada. Não se incluem nesta proibição:
I - autorização para abertura de créditos suplementares;
II - contratação de operações de crédito, ainda que por an-
Art. 140 A fiscalização contábil, financeira e orçamentária
tecipação de receita, nos termos da lei.
do Município será exercida pela Câmara Municipal, mediante
Art. 138 São vetados:
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei controle externo e pelos sistemas de controle interno do Execu-
orçamentária anual; tivo, instituídos em lei.
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações § 1º O controle externo da Câmara será exercido com o au-
diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais; xílio do Órgão estadual a que for atribuída essa incumbência, e
III - a realização de operações de créditos que excedam o compreenderá a apreciação das contas do Prefeito e da Mesa
montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas da Câmara, o acompanhamento das atividades financeiras e or-
mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade çamentárias do Município, o desempenho das funções de au-
precisa, aprovados pela Câmara por maioria absoluta; ditoria financeira e orçamentária, bem como o julgamento das
IV - a vinculação de receita de impostos a órgãos, fundo ou contas dos administradores e demais responsáveis, por bens e
despesa, ressalvadas a repartição do produto de arrecadação valores públicos.
dos impostos a que se referem os artigos. 158 e 159 da Cons- § 2º As contas da Prefeitura e da Câmara Municipal, presta-
tituição Federal, a destinação de recursos para manutenção e das anualmente, serão julgadas pela Câmara, dentro de 60 (ses-
desenvolvimento do ensino, e a prestação de garantias às ope- senta) dias, após o recebimento do parecer prévio do Tribunal
rações de crédito por antecipação de receita; de Contas ou órgão estadual a que for atribuída essa incumbên-
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem pré- cia, considerando-se julgadas, nos termos das conclusões desse
via autorização legislativa e sem indicação dos recursos corres- Parecer, se não houver deliberação dentro desse prazo.
pondentes; § 3º Somente por decisão de dois terços (2/3) dos membros
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de da Câmara Municipal, deixará de prevalecer o parecer emitido
recursos de uma categoria de programação para outra ou de um pelo Tribunal de Contas ou órgão estadual incumbido dessa mis-
órgão para outro, sem prévia autorização legislativa; são.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 4º As contas relativas à aplicação dos recursos transferi- CAPÍTULO VII


dos pela União e Estado serão prestadas, na forma da legislação DAS FINANÇAS PÚBLICAS
federal e estadual em vigor, podendo o Município suplementar SEÇÃO I
essas contas, sem prejuízo de sua inclusão na prestação anual. DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 5º Deverá prestar contas qualquer pessoa física ou entida-
de pública que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre Art. 144 Obedecidas às legislações Federal e Estadual com-
dinheiro, bens e valores públicos, ou pelos quais o Município petentes, o planejamento municipal contará com os seguintes
responda, ou que, em nome deste, assuma obrigações de natu- instrumentos:
reza pecuniária. I - plano de governo;
Art. 141 A Comissão Permanente a que se refere o art. 131 II - orçamento plurianual de investimento;
desta Lei Orgânica, diante de indícios de despesas não autori- III - orçamento anual;
zadas, ainda que sob a forma de investimentos, não programa- IV - Lei de Diretrizes Orçamentárias;
dos ou subsídios não aprovados, poderá solicitar à autoridade V - planos diretores.
governamental responsável que, no prazo de 15 (quinze) dias, Art. 145 O processo de planejamento municipal será avalia-
preste os esclarecimentos necessários. do e modificado, de acordo com as transformações ocorridas na
§ 1º Não prestados os esclarecimentos ou considerados dinâmica do Município.
estes insuficientes, a Comissão solicitará ao Tribunal de Contas Art. 146 O Poder Executivo manterá sistema de informações
pronunciamento conclusivo sobre a matéria, no prazo de 30 do Município, visando cumprir os objetivos do planejamento
(trinta) dias. municipal.
§ 2º Entendendo o Tribunal irregular a despesa, a Comissão, Art. 147 O Poder Executivo levantará e registrará, sob a for-
se julgar que o gasto possa causar dano irreparável ou grave le- ma de cadastro, dados correspondentes à situação econômica,
são à economia pública, proporá à Câmara de Vereadores sua social, físico- territorial, institucional e administrativo-financei-
sustação. ra do Município, os quais, mantidos em arquivo, constituirão o
Art. 142 O Executivo manterá sistema de controle interno, Sistema de Informações do Município, respeitadas as seguintes
a fim de: diretrizes:
I - criar condições indispensáveis, para assegurar eficácia I - o Planejamento Municipal será elaborado com recursos
ao controle externo e regularidade às realizações da receita e técnicos capazes de garantir a fidelidade e segurança dos dados,
despesa; a agilidade necessária no manuseio e recuperação das informa-
II - acompanhar as execuções de programas de trabalho e ções;
do orçamento; II - os cadastros serão permanentemente atualizados, de
III - avaliar os resultados alcançados pelos administradores; forma a acompanhar o processo de desenvolvimento do Muni-
IV - verificar a execução dos contratos; cípio;
V - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plu- III - a Lei disporá sobre as condições em que haverá para os
rianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos cidadãos e contribuintes obrigatoriedade de prestação de da-
do Município; dos;
VI - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto IV - o Poder Executivo poderá realizar convênios e tomar as
à eficácia da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos demais medidas necessárias a compatibilização e integração dos
órgãos e entidades da administração municipal, bem como da dados e informações de posse dos concessionários de serviços
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; públicos estaduais e federais, e de órgãos de outras entidades
VII - exercer o controle das operações de crédito, avais e estatais, visando complementar o Sistema de Informações;
garantias, bem como dos direitos e deveres do Município; V - o Poder Executivo programará recursos orçamentários
VIII - apoiar o controle externo no exercício de sua missão anuais para realização e manutenção do Sistema de Informa-
institucional. ções.
Parágrafo Único - Os responsáveis pelo controle interno, ao Parágrafo Único - Fica assegurado à sociedade civil o acesso
tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalida- ao Sistema de Informações do Município.
de, darão ciência ao Tribunal de Contas, sob pena de responsa- Art. 148 Fica considerado patrimônio do Município o Siste-
bilidade solidária. ma de Informações Municipais, a ser criado, e todo o acervo de
Art. 143 A Câmara Municipal fixará, na Lei Orçamentária informações já existentes.
anual, o percentual obrigatório que a rede bancária, detentora Art. 149 O Município buscará, por todos os meios ao seu
da conta- movimento da Prefeitura, depositará a seu favor, no alcance, a cooperação das associações representativas do pla-
ato do recebimento de todos os recursos destinados aos cofres nejamento municipal.
do Município. Parágrafo Único - Para fins deste artigo, entende-se como
§ 1º Suprimido. (Suprimido pela Emenda à Lei Orgânica nº associação representativa qualquer grupo organizado, de fins
13/1997). lícitos, que tenha legitimidade para representar seus filiados, in-
§ 2º Suprimido. (Suprimido pela Emenda à Lei Orgânica nº dependentemente de seus objetivos ou natureza jurídica.
13/1997). Art. 149-A Fica criado o Fundo de Equalização da Receita
- FER -, vinculado à Secretaria Municipal de Fazenda, compos-
to exclusivamente pelos recursos provenientes de arrecadação
com participação especial, espécie de compensação financeira

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

extraordinária, prevista no art. 45, inciso III da Lei Federal nº II - a investidura em cargo ou emprego público depende de
9478/97, devida pelo concessionário de exploração e produção aprovação prévia, em concurso público de provas ou de provas e
de petróleo e gás natural, nos casos de grande volume de pro- títulos, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão, de-
dução ou grande rentabilidade, conforme critérios definidos na clarado em lei, de livre nomeação e exoneração;
legislação federal. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgâ- III - é vedada a fixação de limite máximo de idade para can-
nica nº 41/2019) didatos a concurso público no Município;
Art. 149-B Ao FER serão destinados 10% dos valores arreca- IV - será garantida, na organização e nas bancas examinado-
dados a título de participação especial a que aduz o art. 149-A. ras dos concursos públicos, a participação de representantes do
Parágrafo único. A cada repasse dos recursos arrecadados Conselho Seccional regulador do exercício profissional, quando
a título de participação especial, será destacado o percentual for exigido conhecimento técnico da profissão;
a que se refere o caput. (Redação acrescida pela Emenda à Lei V - é vedada a presença, na banca examinadora, de paren-
Orgânica nº 41/2019) tes, até terceiro grau, consangüíneos ou afins, de candidatos
Art. 149-C O FER tem como objetivo garantir a equalização inscritos, admitida a argüição de suspeição ou de impedimento,
intertemporal da receita proveniente da arrecadação de partici- nos termos da lei processual civil, sujeita à decisão hierárquica,
pação especial. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica no prazo de cinco dias.
nº 41/2019) VI - o prazo de validade do concurso público será de até dois
Art. 149-D O FER será destinado ao propósito de cobrir as anos, prorrogável, uma vez, por igual período;
despesas do Município de Niterói, caso haja redução da receita VII - durante o prazo improrrogável, previsto no edital de
de royalties ou participação especial para ano fiscal corrente. convocação, o aprovado em concurso público de provas ou de
(Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 41/2019) provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos
Art. 149-E A utilização dos recursos do FER somente será concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;
admitida caso a receita de royalties ou de participação especial VIII - os cargos em comissão e as funções gratificadas de
seja inferior ao estimado pela Agência Nacional de Petróleo para confiança serão exercidos, preferencialmente, por servidores
ano fiscal corrente e a estimada na Lei Orçamentária Anual - LOA. ocupantes de cargo de carreira técnica ou profissional, nos casos
§ 1º A utilização a que se refere o caput não poderá exceder e condições previstos em lei;
a 50% (cinquenta por cento) da frustração estimada na LOA e IX - é garantido ao servidor público civil o direito à livre as-
será limitada a 20% (vinte por cento) do montante geral do FER. sociação sindical;
§ 2º A apuração da frustração de receita disposta no caput X - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
será realizada trimestralmente quando do recebimento em con- definidos em lei complementar federal;
ta dos valores da Participação Espacial.
XI - é obrigatória a participação do Sindicato dos Funcioná-
§ 3º É vedada aplicação dos recursos oriundos do FER para
rios Municipais nas negociações coletivas de trabalho;
pagamento de dívida e no quadro de permanente de pessoal.
XII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado, a par-
§ 4º As vedações constantes do § 1º deste artigo não se
tir do registro da candidatura a cargo de direção ou representa-
aplicam:
ção sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o
I - ao pagamento de dívidas para com a União e suas enti-
final do mandato, salvo se cometer falta grave, nos termos da
dades;
lei;
II - ao custeio de despesas com manutenção e desenvolvi-
XIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos pú-
mento do ensino, especialmente na educação básica pública em
tempo integral, inclusive as relativas a pagamento de salários e blicos para as pessoas portadoras de deficiência, e definirá os
outras verbas de natureza remuneratória a profissionais do ma- critérios para sua admissão;
gistério em efetivo exercício na rede pública. XIV - a revisão geral da remuneração dos servidores públi-
§ 5º Os recursos oriundos do FER poderão ser utilizados cos far-se-á sempre na mesma data;
também para capitalização de fundos de previdência. (Redação XV - a lei fixará o limite máximo e a relação de valores entre
acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº 41/2019) a maior e a menor remuneração dos servidores públicos, obser-
Art. 149-F A Comissão de Programação Financeira e Gestão vados, como limite máximo, os valores percebidos como remu-
Fiscal - CPFGF, criada por meio do Decreto nº 11.319, de 15 de neração, em espécie, pelo Prefeito;
janeiro de 2013 , será responsável por aprovar a liberação dos XVI - os acréscimos pecuniários percebidos por servidor pú-
recursos do FER. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica blico não serão computados nem acumulados, para fins de con-
nº 41/2019) cessão de acréscimos ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico
fundamento.
CAPÍTULO VIII XVII - os vencimentos dos servidores públicos são irredutí-
DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA veis e a remuneração observará o que dispõe os artigos 37, XI,
XII; 150, II; 153, III; e 153, § 2º, I, da Constituição Federal;
Art. 150 A administração pública direta e indireta, de qual- XVIII - é vedada acumulação remunerada de cargos públi-
quer dos Poderes do Município, obedecerá aos princípios de le- cos, exceto quando houver compatibilidade de horários:
galidade, impessoalidade, moralidade e publicidade, observan- a) a de dois cargos de professor;
do as seguintes normas: b) a de um cargo de professor com outro técnico ou cien-
I - os cargos, empregos e funções públicos são acessíveis aos tífico;
brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei; c) a de dois privativos de médicos;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XIX - a proibição de acumular não se aplica a proventos de III - investido do mandato de Vereador, havendo compatibi-
aposentadoria, mas se estende a empregos e funções e abrange lidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, empre-
autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e go ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e
fundações mantidas pelo Poder Público; não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso
XX - a administração fazendária e seus servidores fiscais te- anterior;
rão, dentro de suas áreas de competência e jurisdição, prece- IV - em qualquer caso que exija afastamento, para o exer-
dência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei; cício de mandato eletivo, o tempo de serviço será contado para
XXI - somente por lei específica poderá ser criadas empresa todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação V - para efeito de benefício previdenciário, no caso de afas-
pública; tamento, os valores serão determinados, como se no exercício
XXII - depende de autorização legislativa, em cada caso, a estivesse.
criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso an- Art. 154 Os planos de cargos e carreiras do serviço público
terior, assim como a participação de qualquer delas em empresa municipal serão elaborados de forma a assegurar aos servidores
privada; municipais remuneração compatível com o mercado de trabalho
XXIII - ressalvados os casos especificados na legislação, as para a função respectiva, oportunidade de progresso funcional e
obras, serviços, compras e alienações serão contratados me- acesso a cargos de escalão superior.
diante processo de licitação pública, que assegure igualdade de § 1º O Município proporcionará aos servidores oportunida-
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabele- de de crescimento profissional, através de programas de forma-
çam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas ção de mão-de- obra, aperfeiçoamento e reciclagem.
da proposta, nos termos da lei, exigindo-se a qualificação téc- § 2º Os programas mencionados no parágrafo anterior te-
nico-econômica indispensável à garantia do cumprimento das rão caráter permanente.
obrigações. § 3º Para dar cumprimento ao disposto nos parágrafos an-
§ 1º A não observância do disposto nos incisos II e III impli- teriores, o Município poderá manter convênio com instituições
cará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, especializadas.
nos termos da lei. Art. 155 O Município assegurará aos seus servidores e de-
§ 2º As reclamações relativas à prestação de serviços públi- pendentes, na forma da Lei Municipal, serviços de atendimentos
cos, serão disciplinadas em lei. médicos, odontológicos e de assistência social.
§ 3º Os atos de improbidade administrativa importarão per- Parágrafo Único - Os serviços referidos nestes artigos são
da da função pública, disponibilidade dos bens e ressarcimento extensivos aos aposentados e aos pensionistas do Município.
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da Art. 156 Os concursos públicos, para preenchimento de car-
gos, empregos ou funções na Administração Municipal, não po-
ação penal cabível.
derão ser realizados antes de decorridos 30 (trinta) dias do en-
§ 4º A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos
cerramento das inscrições, as quais deverão estar abertas pelo
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem
menos durante 15(quinze) dias.
prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressar-
Art. 157 As empresas públicas, as sociedades de economia
cimento.
mista e as fundações instituídas pelo Poder Público Municipal
§ 5º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
garantirão a participação em seus conselhos, com poder deci-
privado, prestadoras de serviços públicos, responderão pelos
sório e na proporção de um terço de sua composição, de repre-
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
sentantes de seus servidores e de usuários ou contribuintes, de
assegurado o direito de regresso contra o responsável, nos casos forma paritária.
de dolo ou culpa. Art. 158 Os representantes dos servidores municipais serão
§ 6º A participação de que trata o inciso IV será dispensada eleitos por estes, mediante voto direto e secreto, atendidas as
se, em dez dias, o Conselho Seccional não se fizer representar exigências legais para o preenchimento dos respectivos cargos.
por titular e suplente, prosseguindo-se no concurso.
Art. 151 O Município assegurará a livre inscrição de pessoa CAPÍTULO IX
portadora de deficiência em concurso público mediante: DOS SERVIDORES PÚBLICOS MUNICIPAIS
I - a adaptação de provas;
II - a comprovação de compatibilidade da deficiência com o Art. 159 Os servidores públicos municipais, dos Poderes
cargo, emprego ou função, por parte do candidato. Executivo e Legislativo, neles incluídos os das autarquias e fun-
Art. 152 O Município não adotará critérios discriminatórios dações públicas, obedecerão a regime único e serão agrupados
para a administração, a promoção, a remuneração e a dispensa em Plano de Carreiras, com a observância dos seguintes precei-
no serviço público municipal, por motivo de deficiência. tos:
Art. 153 Ao servidor público, com exercício de mandato ele- I - garantias constitucionais básicas:
tivo, aplicam-se as seguintes disposições: a) salário-mínimo;
I - tratando-se de mandato eletivo federal ou estadual, fica- b) irredutibilidade do salário;
rá afastado de seu cargo, emprego ou função; c) salário mínimo para os que percebam remuneração va-
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do car- riável;
go, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua re- d) décimo terceiro salário, com base na remuneração inte-
muneração; gral ou no valor da aposentadoria;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

e) remuneração do trabalho noturno superior ao diurno; Art. 161 O servidor será aposentado:
f) salário família para seus dependentes; I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais,
g) duração da jornada de trabalho não superior a 08 (oito) quando de corrente de acidente em serviço, moléstia profissio-
horas diárias e quarenta semanais, facultada a compensação de nal ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em
horários; lei, e proporcionais nos demais casos;
h) repouso semanal remunerado, preferencialmente aos II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com pro-
domingos; ventos proporcionais ao tempo de serviço,
i) remuneração do serviço extraordinário, superior, no míni- III - voluntariamente:
mo, em cinquenta por cento ao normal; a) aos trinta e cinco anos de serviço, se homem, e aos trinta,
j) gozo de férias anuais remuneradas, com, pelo menos, um se mulher, com proventos integrais;
terço a mais que o salário normal; b) aos trinta anos de serviço efetivo em funções de magis-
k) licença à gestante, sem prejuízo do emprego e da remu- tério e nas funções consideradas penosas, insalubres ou perigo-
neração, com a duração de 180 dias; (Redação dada pela Emen- sas, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher, com proventos
da à Lei Orgânica nº 31/2006) integrais;
l) licença-paternidade, nos termos fixados em lei; c) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco,
m) proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante se mulher, com proventos proporcionais ao respectivo tempo;
incentivos específicos, nos termos da lei; d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem e aos
n) redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de sessenta se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de
normas de saúde, higiene e segurança; serviço.
o) adicional de remuneração para as atividades penosas, in- § 1º A lei poderá estabelecer exceções ao disposto no inciso
salubres ou perigosas, na forma da lei; III, a e c, no caso de exercício de atividades consideradas peno-
p) proibição de diferença de salário, no exercício de funções sas, insalubres ou perigosas.
e de critério de admissão, por motivo de sexo, idade, cor ou es- § 2º A lei disporá sobre a aposentadoria em cargos ou em-
tado civil. pregos temporários.
II - valorização da escolaridade como processo de ascensão § 3º O tempo de serviço público federal, estadual ou muni-
funcional, reagrupando os Grupos Ocupacionais dentro deste cipal será computado integralmente para os efeitos de aposen-
critério e articulando-os de forma a estruturá-los por níveis, de tadoria e disponibilidade.
maneira a colocar na classe de padrão mais elevado de uma sé- § 4º Os proventos da aposentadoria serão revistos na mes-
rie de classes de reagrupamento de menor nível, a exigência de ma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a re-
escolaridade que tenha seqüência na classe de padrão menos muneração dos servidores em atividade, também estendidos
elevado da série de classes do nível subseqüente de escolari- aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente
dade; concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando de-
III - gratificação adicional, por tempo de serviço correspon- correntes da transformação ou reclassificação do cargo ou fun-
dente a 5% do vencimento do cargo, por triênio efetivo presta- ção em que se deu a aposentadoria, na forma da lei.
do, o primeiro contemplável com 10%. (Declarado inconstitucio- § 5º O benefício da pensão por morte corresponderá à to-
nal pelo Órgão Especial do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado talidade dos vencimentos ou proventos do servidor falecido, até
do Rio de Janeiro em 30 de janeiro de 2012) o limite estabelecido em lei, observado o disposto no parágrafo
IV - preferência no aproveitamento do percentual de vagas anterior.
reservadas para pessoas portadoras de deficiência, para readap- Art. 162 Integrarão os proventos da aposentadoria as van-
tagens, decorrentes do exercício de cargo de provimento em co-
tação de servidores que se tornem inaptos, por essa razão, para
missão e função gratificada ou parcelas financeiras percebidas
as tarefas para as quais foram admitidos;
pelo servidor público, em caráter permanente.
V - instituição, por lei, de estímulos sob a forma de adicional
§ 1º As vantagens ou parcelas financeiras percebidas em
sobre o vencimento, até o total de 40% como vantagem pessoal
caráter permanente incorporar-se-ão aos proventos da inativi-
para os servidores, quaisquer que sejam seus cargos, como pre-
dade, desde que percebidos pelo período de 12 (doze) meses.
miação pela melhoria de seu padrão de escolaridade, atendida a
§ 2º A incorporação das vantagens decorrentes de Cargo em
regulamentação por parte do Poder Executivo.
Comissão ou à Função Gratificada dar-se-á sempre que o servi-
Parágrafo Único - A lei assegurará aos servidores isonomia
dor as tiver exercido por no mínimo 12(doze) meses, quando da
de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelha-
passagem para a inatividade e será calculada na proporção de
das do mesmo Poder, na administração direta ou entre servi- 1/35, (um trinta e cinco avos) por ano para os do sexo masculino
dores dos Poderes Executivo e Legislativo, ressalvadas as van- e 1/30 (um trinta avos) por ano para os do sexo feminino.
tagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local § 3º A incorporação das vantagens decorrentes do exercício
de trabalho. de cargos de provimento em comissão e função gratificada são
Art. 160 O servidor que vier a falecer, homem ou mulher, inacumuláveis com quaisquer outras da mesma natureza. (Reda-
deixará pensão para o cônjuge, filha solteira, filhos menores de ção dada pela Emenda à Lei Orgânica nº 21/2001)
21 (vinte e um) anos e outros dependentes, na forma da lei. Art. 163 Para os efeitos de aposentadoria, disponibilidade
e acréscimo, será computado integralmente o tempo de serviço
público federal, estadual, municipal e autárquico.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Parágrafo Único - Para os efeitos de aposentadoria e dispo- Art. 175 É vetado o desvio de função, assim entendido o
nibilidade, até o máximo de 15 (quinze) anos, será computado exercício de cargo ou emprego estranho àquele ocupado pelo
o tempo de exercício de advocacia, apurado conforme critérios servidor.
estabelecidos em decreto executivo, desde que não desempe- § 1º Constitui falta grave do servidor responsável por órgão
nhado cumulativamente com qualquer outra função pública. de qualquer hierarquia a permissão do desvio de função de ser-
Art. 164 Para os efeitos de incorporação de que tratam os vidor sob sua responsabilidade, sempre que apurado dolo ou
parágrafos 2º e 3º do artigo anterior, será considerado o tempo má fé.
de serviço das vantagens decorrentes do exercício de cargo em § 2º Anualmente, o Poder Executivo procederá à avaliação
comissão, função gratificada e direção, será considerado o tem- das necessidades de pessoal dos órgãos da Prefeitura, a fim de,
po de serviço exclusivamente prestado ao Executivo e Legislati- na forma estabelecida na Constituição da República, na Consti-
vo Municipal, em sua administração direta e indireta, inclusive tuição do Estado do Rio de Janeiro e nesta Lei Orgânica, promo-
de autarquias. ver a criação e o provimento de cargos e empregos que atendam
Parágrafo Único - O tempo mínimo exigido, neste artigo, à demanda decorrente de vacância ou da necessidade de am-
será de 06 (seis) anos consecutivos ou 08 (oito) alternados. pliação ou melhoria dos serviços públicos municipais.
Art. 165 Para efeito desta Lei considera-se remuneração a Art. 176 É vedada a lotação de servidores em órgãos da ad-
totalidade dos ganhos auferidos pelo servidor público munici- ministração direta, indireta, fundacional e empresas mantidas
pal, pagos pelos cofres do Município. pelo Poder Público Municipal acima do quantitativo estabeleci-
do pelo Executivo, através de regulamentação própria.
Art. 166 Os cargos organizados em carreira serão de manei- Art. 177 A cessão de funcionário e servidor público entre
ra que a diferença entre as classes ou níveis não sejam de valor órgãos e entidades da administração pública direta, indireta e
inferior a 15% do antecedente em relação ao subseqüente. (De- fundacional, respeitado o disposto no artigo anterior, somente
clarado inconstitucional pelo Órgão Especial do Egrégio Tribunal se dará se o servidor tiver completado 02 (dois) anos de efetivo
de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em 30 de janeiro de 2012) exercício no órgão de origem, ressalvado o exercício de cargo
Art. 167 Revogado. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica em comissão.
nº 21/2001) Parágrafo Único - É vedada a cessão de servidores das áreas
Art. 168 O servidor público municipal poderá gozar de li- de saúde e educação, excetuados os casos de cessão para pro-
vimento de cargo em comissão, respeitado o interstício de que
cença especial e férias, na forma da lei, ou de ambas dispor, sob
trata este artigo.
forma de direito de contagem em dobro, para efeito de aposen-
Art. 178 O servidor municipal transferido compulsoriamen-
tadoria, ou tê-las transformado em pecúnia indenizatória, se-
te ou mediante opção, da administração direta para a indireta,
gundo sua opção.
com a modificação do seu regime jurídico, não poderá perder a
Art. 169 Revogado. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica
garantia de estabilidade, desde que já a tenha adquirido.
nº 21/2001)
Art. 179 Os vencimentos dos profissionais de nível superior
Art. 170 São estáveis, após dois anos de efetivo exercício, os
obedecerão, no mínimo, aos valores estabelecidos na Legislação
servidores nomeados, em virtude de concurso público.
Federal, para as diversas categorias.
§ 1º O servidor público estável só perderá por força de sen- Art. 180 Ficam os Poderes Executivo e Legislativo autoriza-
tença judicial transitada em julgado ou mediante processo ad- dos a conferir bonificação de 01 (um) salário mínimo, por ano de
ministrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. serviço, ao servidor que, voluntariamente, pedir exoneração do
§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor serviço público municipal, que esteja percebendo atualmente,
estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga re- observado o seguinte:
conduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, apro- I - a bonificação só poderá ser conferida aos servidores es-
veitado em outro cargo ou posto em disponibilidade. táveis;
§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o II - será graduada, em razão do tempo de serviço efetivo ao
servidor estável ficará em disponibilidade remunerada, até seu servidor;
adequado aproveitamento em outro cargo. III - subsidiariamente à disciplina da matéria, serão utiliza-
Art. 171 É assegurada a participação dos servidores e em- dos, no que couberem, os preceitos do Decreto-Lei Federal nº
pregados públicos nos colegiados municipais em que seus inte- 2465, de 31 de agosto de 1988.
resses profissionais ou previdenciários seja objeto de discussão Art. 181 Fica assegurado aos servidores municipais o bene-
e deliberação. fício do Auxílio Transporte.
Art. 172 É assegurada, na forma e nos prazos da lei, a parti- Art. 182 Fica permitido o afastamento do Presidente, Se-
cipação dos representantes do funcionalismo público municipal cretário ou Tesoureiro de entidade sindical que seja funcionário
e dos aposentados na gestão administrativa do sistema previ- público municipal, sem prejuízo de seus vencimentos, direitos e
denciário municipal - IBASM. vantagens.
Art. 173 Será assegurada na forma da Lei aos pensionistas
a manutenção de seus benefícios em valores reais equivalentes
aos da época da concessão da aposentadoria.
Art. 174 É garantida a relotação aos membros do magistério
público, no caso de mudança de residência, observados os crité-
rios de distância estabelecidos em lei.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

TÍTULO V VII - a criação de programa de combate ao uso ilegal de


DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL substância entorpecente e de qualquer tipo de droga, principal-
CAPÍTULO I mente através da rede de ensino oficial;
DISPOSIÇÕES GERAIS VIII - a criação de campanhas para divulgação e esclareci-
mentos sobre as perigosas conseqüências do álcool, do fumo e
Art. 183 O Município, dentro de sua competência, organiza- de outros males sociais;
rá a ordem econômica e social, conciliando a liberdade de inicia- § 1º É beneficiário da assistência social todo cidadão em
tiva com os superiores interesses da coletividade. situação de incapacidade, impedimento permanente ou tempo-
Art. 184 A intervenção do Município, no domínio econômi- rário, por motivos sociais, pessoais ou de calamidade pública,
co, terá por objetivo estimular e orientar a produção, defender de prover para si e sua família ou ter por ela provido o acesso à
os interesses do povo e promover a justiça e solidariedade so- renda mínima e aos serviços sociais básicos.
cial. § 2º Compete ao Serviço de Assistência Social do Município
Art. 185 O trabalho é um dever social, garantido a todos manter um cadastro completo e atualizado das obras sociais e
o direito ao emprego e à justa remuneração, que proporcione de outros organismos do bem estar social, providenciando peri-
existência digna, na família e na sociedade. ódicas visitas, reuniões, abordagens e pesquisas, para conheci-
Art. 186 O Município dispensará à microempresa e à empre- mento dos recursos existentes, a fim de exercer ação coordena-
sa de pequeno porte, assim definidas em lei federal, tratamento dora, orientando e promovendo a integração das atividades de
jurídico diferenciado, visando incentivá-las, pela simplificação assistência social no Município.
de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias § 3º O Serviço de Assistência Social atuará nas áreas po-
e creditícias, pela eliminação ou redução destas, por meio de lei. pulacionais mais carentes, através de suas unidades de saúde,
escolas e centros administrativos, exercendo levantamento
CAPÍTULO II sócio-econômico para o conhecimento das reais necessidades
DA PREVIDÊNCIA E DA ASSISTÊNCIA SOCIAL comunitárias, a fim de que sejam canalizados recursos para o
melhor atendimento, de maneira descentralizada.
Art. 187 O Município, na área de sua competência, criará § 4º Os recursos para atender a esses serviços constarão
um sistema supletivo de atendimento, controle, orientação e de dotação orçamentária própria, além daquelas provenientes
ajuda à população de baixa renda, com vistas à melhoria e ao de repasses feitos pela União e pelo Estado e de outras fontes.
equilíbrio social da comunidade. Art. 191 Será instituído um organismo deliberativo sobre a
Art. 188 O Município exercerá uma ação supletiva e com- política de assistência social no Município, através de Lei Muni-
plementar no atendimento aos programas de atenção ao menor, cipal.
ao adolescente, à família, aos aposentados, aos idosos, aos de- Art. 192 O Município poderá conceder isenção de paga-
ficientes, e aos necessitados, em suas diferentes faixas etárias. mento de impostos sobre a propriedade predial, a aposentados,
pensionistas e pessoas portadoras de deficiência que residam
SEÇÃO I em imóveis de valor estimado em até 300 UFINIT`s e que, com-
DA ASSISTÊNCIA SOCIAL provadamente, percebam até dois salários mínimos mensais e
possuam apenas um imóvel.
Art. 189 A Assistência Social, enquanto direito de cidada- Parágrafo Único - Fica obrigada a comprovação, junto ao
nia, é a política social que provê a quem necessitar, independen- órgão competente, de que o solicitante do benefício seja pro-
temente de contribuição específica, benefícios e serviços para prietário desse imóvel.
acesso à renda mínima e atendimento das necessidades huma- Art. 193 O Poder Público garantirá a criação de um progra-
nas básicas, historicamente determinadas. ma especial para o idoso, com as seguintes diretrizes:
Art. 190 O Município, na área de sua competência, organi- I - atenção aos programas que propiciem aos idosos o estí-
zará serviços de assistência social, visando a garantir o equilíbrio mulo a uma participação social;
social da comunidade, em perfeita articulação com os organis- II - implantação e manutenção, com recursos próprios do
mos comunitários existentes, mediante: Município, de casas de acolhimento e reabilitação para idosos,
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adoles- sem amparo da família, com atendimento especializado;
cência e à velhice; III - incentivo à criação de centros de oportunidades, como
II - o amparo às crianças e adolescentes em situação de ris- clubes de idosos e outros, para o lazer, recreação, atividades só-
co; cio-culturais, excursões, passeios e outras iniciativas.
III - incentivo à participação social do idoso; Art. 194 O Município assegurará à criança e ao adolescen-
IV - a promoção da integração ao mercado de trabalho; te, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos à vida, à
V - a habilitação e a reabilitação das pessoas portadoras de alimentação, à educação, à dignidade, ao lazer, à profissionali-
deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; zação, à cultura, à liberdade, à convivência familiar comunitária,
VI - cooperação da União e do Estado objetivando a garantia garantindo, ainda:
de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora I - primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
de deficiência e ao idoso, que comprovem não possuir meios de circunstâncias;
prover a própria manutenção ou tê-la provida por sua família, II - precedência no atendimento por órgãos públicos de
conforme dispõe a Lei; qualquer poder;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - prioridade nos programas de atendimento à criança e III - aglutinar iniciativas, na área de assistência social, bus-
ao adolescente, na formulação e na execução das políticas so- cando a participação ativa de instituições, inclusive filantrópicas,
ciais básicas; propiciando maior racionalização no planejamento e aplicação
IV - acompanhamento da gestante, a partir do pré-natal, e de recursos;
estabelecimento de programas educativos, no período pré-nup- IV - dar oportunidade para que os organismos que atuem na
cial; área de promoção social passem progressivamente, à melhoria
V - verificação de casos de crianças distrofias, ou portadoras qualitativa de suas atividades, através de administração ágil e
de qualquer anomalia, em hospitais e maternidades, para uma sem estratificações, buscando a otimização com a geração de
orientação médica adequada imediata e especializada; melhor produtividade, eficiência e eficácia;
VI - indicação, encaminhamento e aplicação de vacinas indi- V - promoção e emancipação do assistido, visando sua inde-
cadas nas épocas apropriadas; pendência da ação assistencial.
VII - promoção de palestras educativas e orientadoras para a
formação de uma mocidade consciente e preparada para a vida. SEÇÃO II
Parágrafo Único - Nenhum obstáculo de caráter burocrático, DOS DIREITOS DAS PESSOAS PORTADORAS DE
de qualquer órgão do poder municipal, poderá atuar como im- DEFICIÊNCIA
pedimento ao pleno exercício dos direitos definidos nos incisos
Art. 201 É dever do Município assegurar às pessoas porta-
anteriores.
doras de deficiência o pleno exercício da cidadania, através de
Art. 195 Caberá ao Município fiscalizar as ações de iniciação
inserção na vida econômica e social, assim como o total desen-
ao trabalho para que não seja, sob quaisquer pretextos, utilizada
volvimento de suas potencialidades, obedecendo aos seguintes
a profissionalização como exploração do trabalho do menor. princípios:
Art. 196 O Poder Público garantirá a criação de programa I - proibir a adoção de critérios diferentes para admissão, a
especial para adolescentes que inclua aprendizagem artesanal e promoção, a remuneração e a dispensa de deficientes no serviço
profissionalizante nas escolas, palestras educativas e apresenta- público municipal, garantindo-se o exame médico funcional, na
ção de filmes educativos com debates. forma da Lei;
Art. 197 O Município criará e manterá creches e escolas co- II - assegurar às pessoas portadoras de deficiência o direito
munitárias para os filhos dos trabalhadores, preferencialmente à assistência, desde o nascimento, incluindo a estimulação pre-
nos bairros onde residam, para a guarda e educação das crianças coce, à educação de primeiro grau e profissionalizante, obrigató-
de idade até sete anos, a fim de lhes proporcionar bom acompa- rias e gratuitas, sem limite de idade, com preferência de matrí-
nhamento biopsicossocial, mediante os seguintes critérios: cula em estabelecimento próximo à sua residência;
a) a instalação das creches e escolas comunitárias dar-se-á III - garantir às pessoas portadoras de deficiência o direito à
prioritariamente em comunidades com maior necessidade, de- habilitação, com todo o equipamento necessário e à reabilitação
finidas por anterior levantamento sócio-econômico, realizado profissional de servidores municipais;
pelos órgãos municipais competentes, em sintonia com as asso- IV - garantir ao servidor municipal acidentado a readapta-
ciações comunitárias. ção funcional, ao invés da aposentadoria por invalidez, visando
b) é imperativo que as creches e escolas comunitárias sejam sua reintegração em função compatível com a limitação, assegu-
organizadas oficialmente, sem fins lucrativos. rando a irredutibilidade de seus vencimentos;
Art. 198 O Município desenvolverá programas de amparo V - garantir a redução em cinqüenta por cento da carga ho-
à criança e adolescente órfão, abandonado ou vítima de violên- rária de trabalho ao servidor municipal, responsável legal por
cia familiar ou social, bem como escolas profissionalizantes para portador de deficiência que necessite de cuidados especiais e
adolescentes, entre 12 (doze) e 18 (dezoito) anos. requeira atenção permanente;
Art. 199 O Poder Público garantirá a gratuidade do sepulta- VI - prover a criação de programa de prevenção de doenças
mento pelo serviço funerário do Município às pessoas compro- ou condições que levem à deficiência, e atendimento especiali-
vadamente carentes. zado aos portadores de deficiências física, sensorial ou mental,
e de integração social do adolescente portador de deficiência,
Parágrafo Único - É vedada a transferência do serviço fune-
mediante treinamento para o trabalho e convivência;
rário do Município para a iniciativa privada.
VII - promover a adaptação de logradouro e edifícios de uso
Art. 200 Em observância às orientações constitucionais, de-
público e privado, além de veículos de transporte coletivo, a fim
verá ser criado, por lei, órgão cujo objetivo geral seja contribuir
de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiên-
para a política de desenvolvimento social, com prioridade para cia, na forma da Lei;
as comunidades periféricas, de baixa renda, e pela integração VIII - assegurar a formação de recursos humanos especia-
de recursos e ações sociais existentes no Município, obedecidos lizados, em todos os níveis, no tratamento, na assistência e na
aos princípios desta Lei Orgânica e as seguintes diretrizes: educação dos portadores de deficiência;
I - centralizar democraticamente as ações de seguridade so- IX - garantir o direito à informação e à comunicação da pes-
cial, de âmbito municipal, evitando a dispersão de recursos e a soa portadora de deficiência, envolvendo:
superposição de iniciativas; a) criação e manutenção da Imprensa Braile e livros Brailes
II - implementar projetos sociais que interfiram no perfil das gravados em Biblioteca Pública;
áreas carentes, trabalhando para a configuração de bairros po- b) criação da carreira de intérprete para deficiente auditivo;
pulares, através da ação participativa; c) adaptações necessárias para deficientes motores.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

X - regulamentar e organizar o trabalho das oficinas adapta- Art. 208 As entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos
das para pessoas portadoras de deficiência, enquanto estas não terão preferência para participar do Sistema Único de Saúde
possam integrar-se ao mercado de trabalho competitivo; se aderir ao contrato em que se estabeleçam mecanismos de
XI - estabelecer obrigatoriedade de utilização de tecnolo- controle, emanados por Colegiado Gestor, como dispõe a Lei do
gias e normas de segurança destinadas à prevenção de doenças Sistema Único de Saúde (SUS).
e deficiências; Parágrafo Único - As cooperativas médicas participarão do
XII - garantir reserva de vagas para automóveis nos estabe- Sistema Único de Saúde (SUS), através de contrato de direito pú-
lecimentos e estacionamentos públicos, na proporção de uma blico ou convênio.
vaga por quarteirão ou prédio público na zona central da Cidade, Art. 209 Aos serviços de saúde de natureza privada, que
aos portadores de deficiência, com a identificação nos automó- descumpram as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) ou
veis que os conduzam; os termos previstos nos contratos firmados com o Poder Públi-
XIII - apoiar movimentos destinados a desenvolver as apti- co, aplicar-se-ão as sanções previstas em Lei.
dões artísticas das pessoas deficientes, com o objetivo de criar Art. 210 É vedada a participação direta ou indireta de capital
fontes de recursos para as respectivas famílias, inclusive forne- estrangeiro na assistência à saúde no Município salvo nos casos
cendo recursos materiais e patrocinando mostras e exposições; previstos em Lei e mediante autorização do Colegiado Gestor e
XIV - criar os convênios necessários a garantir aos portado- da Câmara Municipal.
res de deficiência condições ideais para convívio social, estudo, Art. 211 O Município não poderá cobrar do usuário a pres-
trabalho, saúde e locomoção. tação de serviços de assistência à saúde, mantidos pelo Poder
Art. 202 O Município promoverá censos periódicos de sua Público, ou por terceiros, contratados ou conveniados.
população portadora de deficiência. Art. 212 É vetado a proprietário ou dirigentes de serviços
Art. 203 O Município implantará sistema de aprendizagem privados ocuparem cargos de Chefia ou Coordenação, no âmbito
e comunicação para o deficiente visual e auditivo, de forma a Municipal do Sistema Único de Saúde (SUS).
atender às suas necessidades educacionais e sociais. Art. 213 Compete ao Município, no âmbito do Sistema Úni-
Art. 204 A Lei reservará percentual dos cargos e empregos co de Saúde:
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os I - a assistência à saúde;
critérios de admissão. II - instituir, por lei, o Código Sanitário Municipal;
III - acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores de morbi-
-natalidade no Município;
CAPÍTULO III
IV - controlar, fiscalizar e inspecionar procedimentos contra-
DA SAÚDE
ceptivos, imunobiológicos, equipamentos médico-hospitalares
e odontológicos, insumos e outros de interesse para a saúde;
Art. 205 A saúde é direito de todos os munícipes e dever do
V - executar as ações de vigilância e fiscalização sanitária,
Poder Público, assegurado mediante políticas sociais, econômi-
vigilância epidemiológica e controle de zoonoses, inclusive com
cas e ambientais, que visem à prevenção e à eliminação do risco
campanha de esclarecimentos junto à comunidade, quanto à
de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitá-
importância da prevenção;
rio às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação
VI - participar da formulação da política e da execução das
da Saúde. ações de saneamento básico, promovendo investimento maciço
Art. 206 A ação municipal, na gestão da saúde, far-se-á em no setor, para melhoria da qualidade de vida da comunidade;
articulação com a União, o Estado e Municípios vizinhos median- VII - fiscalizar as agressões ao meio ambiente que tenham
te consórcios, constituindo o Sistema Único de Saúde, de rele- repercussão sobre a saúde humana e atuar junto aos órgãos Es-
vância pública, consoante os preceitos da Constituição Federal e taduais e Federais para controlá-las;
Estadual, o qual seguirá as seguintes diretrizes: VII - desenvolver ações visando à segurança e à saúde do
I - comando único, no âmbito do Município, exercido pela trabalhador, em conjunto com sindicatos e associações técnicos,
Secretaria Municipal de Saúde; compreendendo a fiscalização, normatização e coordenação
II - integralização e continuidade na prestação das ações de geral na prevenção, prestação de serviços e recuperação, me-
saúde e reabilitação; diante:
III - organização de distritos sanitários, com alocação de re- a) notificação compulsória pelos ambulatórios médicos dos
cursos técnicos e práticas de saúde adequadas à realidade epi- órgãos, empresas públicas ou privadas, das doenças profissio-
demiológica local, de área geográfica definida e de acordo com a nais e dos acidentes de trabalho;
resolutividade de serviços à disposição da população; b) garantia do exame funcional multiprofissional no acesso
IV - as instituições privadas poderão participar de forma das pessoas portadoras de deficiência ao mercado de trabalho,
complementar, do Sistema Único de Saúde, segundo diretrizes em substituição ao simples exame médico;
deste, mediante contrato de direito público ou convênio; c) proibição do uso de atestado de esterilização, de teste de
V - ressarcimento das despesas, em saúde, feitas com o gravidez e de teste positivo anti HIV, para admissão ou perma-
atendimento de segurados de empresas privadas de assistência nência no trabalho;
médica, administradoras de planos de saúde. IX - elaborar e executar programas de prevenção e atendi-
Art. 207 É vedada a destinação de recursos públicos para mento aos portadores de doenças sexualmente transmissíveis;
auxílios ou subvenções às instituições privadas, com fins lucra- X - elaborar programas de prevenção e atendimento a usu-
tivos. ários de drogas psicoativas e outras;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XI - destinar verba específica para instalação e manutenção legiado Gestor do Sistema Único de Saúde (SUS) e de outros
de leitos destinados a pacientes aidéticos; órgãos públicos relacionados com os processos de controle de
XII - garantir financiamento de programas de capacitação alimentos e nutrição;
de recursos humanos voltados para o atendimento a pacientes XXVII - determinar a todo estabelecimento público, conve-
aidéticos; niado ou contratado de saúde, a obrigação de utilizar a coleta
XIII - participar do controle e fiscalização da produção, trans- seletiva de lixo hospitalar, cuja legislação específica o Poder Exe-
porte, guarda e utilização de substância e produtos psicoativos, cutivo encaminhará à apreciação do Legislativo;
tóxicos e radioativos; XXVIII - formular e implantar política de atendimento à saú-
XIV - ordenar política de recursos humanos, na área de saú- de de portadores de deficiência, nem como coordenar e fiscali-
de, garantindo a admissão, através de concurso público, bem zar os serviços e ações específicas, de modo a garantir a preven-
como a capacitação técnica e reciclagem permanente, de acor- ção de doenças ou condições que favoreçam o seu surgimento,
do com as políticas nacional, estadual e municipal de saúde; assegurando:
XV - garantir, em todas as fases de concurso público, a par- a) o direito à habilitação, reabilitação e integração social,
ticipação das entidades representativas das categorias favoreci- com todos os recursos necessários, inclusive o acesso ao mate-
rial e equipamento de reabilitação, aí compreendidos os trans-
das e de Universidade Públicas, seguindo diretrizes do Colegiado
plantes de órgãos;
Gestor;
b) o acompanhamento rigoroso das gestantes e dos bebês
XVI - formar agentes de saúde, aproveitando pessoas dis-
de alto risco, com a criação de ficha caracterológica-padrão;
poníveis na comunidade, com treinamento e aperfeiçoamento,
c) a realização de exames pré-nupciais, abrangendo investi-
garantidos pelo Poder Público, preservando seu conhecimento gação de causas predisponentes de deficiência;
popular, visando sua colaboração em futuros ações preventivas, d) a difusão de informação sobre o modo correto do primei-
integradas em saúde; ro atendimento aos acidentados no trânsito e no trabalho, com
XVII - assegurar aos profissionais de saúde um plano de car- vistas à prevenção da instalação de lesões irreversíveis, especial-
gos e salários único, o estímulo ao regime de tempo integral e mente os traumas medulares;
condições de trabalho adequado a todos os níveis; e) a definição, incentivo e implantação de programas de
XVIII - celebrar convênios com Universidades Públicas, ob- pesquisas e desenvolvimento tecnológico sobre tratamentos e
jetivando a integração destas ao Sistema Único de Saúde (SUS); equipamentos para uso de pessoas portadoras de deficiência;
XIX - utilizar o método epidemiológico para estabelecimen- f) a adoção de programas de suplementação nutricional
to de prioridades, alocação de recursos e orientação programá- materno-infantil;
tica; g) a integração das ações de tratamento e reabilitação das
XX - promover a descentralização política, administrativa e pessoas portadoras de deficiência, incluindo fornecimento de
orçamentária do Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito mu- medicamentos, transplantes de órgãos, aparelhos de órtese,
nicipal; prótese e bolsas coletoras, garantindo o atendimento em unida-
XXI - viabilizar a implantação, na rede oficial de assistência, des mais completas, principalmente aos grandes lesados;
da homeopatia, da acupuntura, da fitoterapia e outras práticas h) o atendimento especializado aos deficientes mentais pro-
de comprovada base científica, inclusive garantindo o suprimen- fundos, junto á rede hospitalar;
to de insumos específicos para esses atendimentos; i) o atendimento domiciliar às pessoas portadoras de defici-
XXII - criar e implantar sistema coleta, processamento, esto- ência graves, não internadas na rede hospitalar;
cagem, distribuição e transfusão de sangue, seus componentes j) a implantação de atendimento especializado ao trauma-
e derivados, bem como os mecanismos de fiscalização e contro- tizado raquimedular por equipe multidisciplinar na rede hospi-
le de qualidade, denominado Sistema Municipal de Sangue, ob- talar;
jetivando a auto- suficiência, o emprego de métodos e técnicas k) a criação de um Centro de Reabilitação Física para os por-
que assegurem a preservação da saúde do doador e do receptor tadores de deficiência;
XXIX - garantir aos alunos da rede pública de ensino acom-
de sangue, vedada sua comercialização, sendo a mesma assegu-
panhamento médico-odontológico e psicológico, e às crianças
rada, após regulamentação estadual;
que ingressem no pré-escolar exames e tratamento oftalmo-
XXIII - permitir a todo cidadão a obtenção de informações
lógicos e fonoaudiológicos, mediante ação conjunta das áreas
sobre o produto do sangue humano que lhe tenha sido ou vá
de educação e saúde, com a participação e conscientização dos
ser aplicado; pais e responsáveis, inclusive através de unidades móveis, devi-
XXIV - normatizar e executar a política nacional e equipa- damente equipadas;
mentos para a saúde; XXX - definir a obrigatoriedade de apresentação de atestado
XXV - dispor sobre a fiscalização e normatização da remo- de vacina contra moléstias infecto-contagiosas por ocasião de
ção de órgãos, tecidos e substâncias para fins de transplante, matrículas nas redes públicas e privadas de ensino;
nos termos da Lei Federal, pesquisa e tratamento, vedada sua XXXI - viabilizar assistência odontológica de boa qualidade;
comercialização; XXXII - estabelecer medidas de proteção à saúde dos cida-
XXVI - elaborar e atualizar o Plano Municipal de Alimenta- dãos não fumantes nas escolas, restaurantes, hospitais, trans-
ção e Nutrição, em termos de prioridade e estratégias regionais, portes coletivos, repartições públicas, cinemas, teatros e demais
em consonância com o Plano Nacional e Estadual de Alimenta- estabelecimentos de grande afluência, resguardando áreas pró-
ção e Nutrição e de acordo com as diretrizes ditadas pelo Co- prias, sempre que possível;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XXXIII - integrar a assistência farmacêutica à assistência glo- k) instalação, na forma da lei, de centro de atendimento in-
bal à saúde, visando: tegral, com prestação de assistência médica, psicológica e jurídi-
a) garantir o acesso de toda a população aos medicamentos ca à mulher e seus dependentes, que forem vítimas de violência;
básicos, através da elaboração e aplicação da lista padronizada l) prestação de atendimento à criança e adolescentes, inde-
dos medicamentos essenciais; pendente da presença de responsáveis;
b) definir postos de manutenção de medicamentos, drogas XXXVI - implantação de atendimento especializado em fisio-
e insumos farmacêuticos, destinados ao uso e consumo huma- terapia, por equipe multidisciplinar, na rede hospitalar;
no, como integrantes do Sistema Único de Saúde (SUS) e sob a XXXVII - garantir a destinação de recursos materiais e huma-
responsabilidade exclusiva de farmacêuticos habilitados. nos na assistência às doenças crônicas e à terceira idade;
XXXIV - implantar política de atenção em saúde mental, que XXXVIII - assegurar a adaptação das gestantes e dos porta-
observe os seguintes princípios: dores de epilepsia ao trabalho no Serviço Público Municipal;
a) rigoroso respeito aos direitos humanos dos usuários de XXXIX - fiscalizar os nosocômios beneficentes, os considera-
serviços de saúde mental; dos de utilidade pública e conveniados, no que tange à determi-
b) integração dos serviços de emergência em saúde mental nação da destinação de leitos e demais benefícios previstos em
aos serviços de emergência geral; Lei Municipal;
c) ênfase à abordagem multiprofissional, bem como à aten- XL - estabelecer política prioritária de instalação de banhei-
ção extra-hospitalar e ao grupo familiar; ros públicos, inclusive adaptados para pessoas portadoras de
d) ampla informação aos usuários, familiares e à sociedade deficiência, nos principais logradouros da Cidade, Sob controle e
sobre os métodos de tratamento a serem utilizados; vigilância de servidores municipais.
e) definição de estratégias que objetivem a progressiva ex- Art. 214 O Prefeito convocará anualmente a Conferência
tinção de leitos de características manicomial, através da instala- Municipal de Saúde, para avaliar a situação do Município, com
ção de recursos não manicomiais de atendimento; ampla apresentação da sociedade, e fixas as diretrizes gerais da
f) garantia de fornecimento de medicação psiquiátrica para política sanitária municipal.
as pessoas que dela necessitem; Parágrafo Único - A Conferência Municipal de Saúde se rea-
XXXV - garantir a assistência integral à saúde da mulher e da lizará no primeiro quadrimestre de cada ano.
criança, mediante: Art. 215 O Sistema Único de Saúde (SUS), no âmbito muni-
a) assistência médica no pré-natal, parto, no climatério, na cipal, será financiado com recursos do orçamento do Município,
prevenção do câncer cérvico-uterino e de mama, e controle das do Estado, da União, da seguridade social, além de outras fon-
doenças sexualmente transmissíveis; tes, desde que na forma de auxílios, subvenções ou doações.
b) assistência na auto-regulação da fertilidade como livre § 1º O conjunto de recursos destinados às ações e serviços
decisão da mulher, do homem ou do casal, tanto para exercer de saúde no Município constituem o Fundo de Natureza Contá-
a procriação como para evitá-la, sendo competência do Muni- bil, conforme dispuser a Lei.
cípio, em seus diversos níveis administrativos, fornecer recursos § 2º Os sistemas e serviços de saúde, privativos de funcioná-
educacionais, científicos e assistenciais, bem como acesso gra- rios da administração direta e indireta, deverão ser financiados
tuito aos métodos anticoncepcionais, esclarecendo os resulta- pelos seus usuários, sendo vedada a transferência de recursos
dos, indicações e contra- públicos ou qualquer tipo de incentivo fiscal direto ou indireto.
indicações, vedada qualquer forma coercitiva ou de indução Art. 216 A transferência dos recursos do Fundo de Natureza
por parte de instituições públicas ou privadas; Contábil deverá obedecer aos seguintes critérios:
c) atendimento à mulher, vítima de violência sexual, tanto I - perfil demográfico da região;
no caso de aborto previsto em Lei, como na possibilidade de II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;
contágio de doenças venéreas, bastando que a vítima apresente III - características quantitativas e qualitativas da rede de
o registro policial e resultado de perícia do IML; saúde;
d) instalação, no Município, de maternidade pública inte- IV - desempenhos técnico, econômico e financeiro do perí-
grada a uma casa maternal, onde poderão se internar as ges- odo anterior.
tantes no pré-parto, e melhoria da qualidade de assistências nas Parágrafo Único - É vedada a transferência de recursos para
maternidades, evitando cesarianas desnecessárias; o financiamento de ações não previstas nos Planos de Saúde,
e) assistência especializada e priorizada, com regulamenta- exceto nas situações emergenciais ou de calamidade pública, de
ção sobre gestação de alto risco; acordo com decisão conjunta dos Poderes Executivo e Legisla-
f) alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a perma- tivo.
nência junto à mãe; Art. 217 A Fundação Municipal de Saúde de Niterói terá
g) incentivo ao aleitamento materno e orientação alimentar suas finalidades e formas de administração regulamentadas, de
para o desmame; modo a ajustar- se às normas constitucionais, e à atual Lei Or-
h) acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento gânica.
infantil; Parágrafo Único - Será constituído do Fundo de Natureza
i) adequação do quadro de profissionais de saúde, capaci- Contábil, destacado nas Leis Orçamentárias do Município.
tando-os ao atendimento materno-infantil;
j) articulação do Sistema Único de Saúde (SUS) com órgãos
de defesa dos direitos da mulher, de forma a aprimorar sua atu-
ação;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

CAPÍTULO IV I - o atendimento educacional das crianças de zero a quatro


DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA anos, em creches, de quatro a seis anos em pré-escolar, com
SEÇÃO I o objetivo de promover o desenvolvimento físico, emocional e
DA EDUCAÇÃO intelectual das crianças dessas faixas etárias;
II - o oferecimento de ensino de 1º grau, obrigatório, inclu-
Art. 218 A Educação, direito de todos e dever do Estado e sive para aqueles que não tiverem acesso ou não concluírem em
da família, promovida com a colaboração da sociedade e inspi- idade própria;
rada nos princípios da democracia e da liberdade, visa ao pleno III - jornada escolar mínima de quatro horas e meia a ser,
desenvolvimento da pessoa e à formação do cidadão, dando-lhe progressivamente, ampliada para se atingir o turno único, pro-
consciência de seus direitos e responsabilidades, frente à natu- movendo-se a aquisição de uma base comum de conhecimen-
reza, a si mesmo, aos seus cidadãos, ao Estado e aos demais tos científico-tecnológicos, das letras e das artes pela população
organismos da sociedade. escolarizável.
Art. 219 No âmbito do Município de Niterói, o ensino será Art. 221 A cada quatro anos proceder-se-á à realização do
ministrado com base nos seguintes princípios: censo escolar e, anualmente, a chamada escolar, garantindo-se
I - ensino público, gratuito e laico em estabelecimentos inte- à população ampla informação sobre o direito à educação e à
grantes da rede municipal: obrigatoriedade escolar.
a) não será permitida, a qualquer título, a instituição de ta- Art. 222 O Poder Público Municipal exercerá as funções co-
xas escolares ou qualquer espécie de cobrança ao aluno, no âm- ordenadora e fiscalizadora dos serviços educacionais, de modo
bito da escola, pelo fornecimento de material didático escolar, a resguardar que o processo pedagógico, tendo por referência
transporte, alimentação ou assistência à saúde. as características sócio-econômicas e culturais da população
II - igualdade de condições de acesso e permanência; escolarizável, garanta-lhes a aquisição de uma base comum de
III - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o conhecimento.
pensamento, a arte e o saber, Art. 223 O Município garantirá a oferta de ensino funda-
IV - valorização dos profissionais da educação garantindo, mental regular noturno para todos os padrões idênticos ao en-
na forma da lei, plano de carreira com piso salarial nunca inferior sino diurno sob metodologia adequada a este tipo de demanda,
ao do Estado, e Estatuto para os profissionais da Educação; respeitadas as condições de vida do aluno.
V - gestão democrática, na forma da lei, respeitadas as se- § 1º Lei Municipal disciplinará a educação especial da crian-
guintes diretrizes: ça excepcional.
a) provimento dos cargos de Diretores e Diretores Adjun- § 2º Fica garantida a adaptação dos prédios escolares a fim
tos das instituições educacionais, mantidas pelo Poder Público de permitir o livre trânsito dos portadores de deficiência.
Municipal, será feito por eleições diretas, com a participação Art. 224 O Município promoverá o desenvolvimento de pro-
da comunidade escolar, conforme normas estabelecidas pela gramas de alimentação, saúde e material didático para atendi-
Secretaria Municipal de Educação, em consonância com as en- mento dos alunos do ensino fundamental.
tidades representativas dos segmentos integrantes da referida Art. 225 O Poder Público realizará, quando necessário, tes-
comunidade; tes de acuidade visual e auditiva, junto aos alunos matriculados
b) participação de estudantes, pais de alunos, profissionais na rede regular de ensino, assim como garantirá atendimento
da educação, representantes da comunidade científica e enti- médico-pedagógico e foniátrico.
dades de classe, na formulação e acompanhamento da política Art. 226 A instituição de ensino religioso, como disciplina
educacional, bem como recursos financeiros destinados ao de- dos horários normais das escolas municipais, será administrada
senvolvimento da mesma, notadamente no que se refere aos com:
planos municipais de educação; I - matrícula facultativa e ministrado por professores do pró-
c) assegurar a presença de representantes da comunidade prio quadro do magistério Municipal, garantindo o seu caráter
escolar nas reuniões de avaliação dos alunos; ecumênico.
d) criação de mecanismos de prestação de contas à socieda- II - garantia de atividade alternativa aos alunos não matricu-
de da utilização dos recursos destinados à educação; lados para ensino religioso.
e) estabelecimentos das unidades pré-escolares e de 1º Art. 227 O acesso ao ensino fundamental é direito público
grau como unidades orçamentárias próprias. subjetivo, perante o Poder Público.
VI - revigoramento político e técnico das unidades escolares Art. 228 O Poder Público Municipal aplicará anualmente,
com a vigência de regimentos escolares que, quando elabora- vinte e cinco (25) por cento da receita resultante dos impostos,
dos, permitam a participação dos vários segmentos da comu- inclusive provenientes de transferências, exclusivamente na ma-
nidade escolar e reflitam os fins e princípios da educação mu- nutenção e desenvolvimento do ensino municipal, na forma pre-
nicipal; sente na Constituição Estadual.
VII - garantia de padrão de qualidade mediante a dotação Art. 229 A celebração de convênios, acordos de contratos
da rede municipal de ensino de toda a infra-estrutura física, téc- de assistência técnica ou financeira do Município de Niterói,
nica e de serviços indispensável aos objetivos educacionais. com outros Municípios, o Estado ou a União, dependerá de au-
Art. 220 É dever do Poder Público Municipal para com a torização prévia da Câmara Municipal.
Educação:

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Parágrafo Único - Fica vetado ao Poder Público Municipal Parágrafo Único - Somente poderá ser Diretor de escola
estabelecer vínculo empregatício com o pessoal do magistério municipal ou de unidade municipal de educação infantil o ser-
integrante de outras redes de ensino, por força deste tipo de vidor que integrar o Quadro Permanente do Grupo Magistério
convênio. da Fundação Municipal de Educação de Niterói. (Redação dada
Art. 230 Os Planos Municipais de Educação, elaborados du- pela Emenda à Lei Orgânica nº 29/2005)
rante os primeiros meses de cada mandato executivo, deverão Art. 237 É vetado ao Município qualquer tipo de convênio
considerar os Planos Nacional e Estadual de Educação, de modo com a iniciativa privada, visando à concessão de bolsa de estu-
a promover, por seu intermédio, a necessária integração dos di- do.
versos níveis do Poder Público, com vista a incluir ações que con- Art. 238 Os currículos escolares serão adequados às pecu-
duzam ao cumprimento do artigo 313 da Constituição Estadual e liaridades do Município, objetivando valorizar sua cultura e seu
214 da Constituição Federal. patrimônio histórico, artístico, cultural e ambiental.
Art. 231 Os profissionais da educação da rede municipal não Art. 239 O Município zelará por todos os meios ao seu al-
poderão ser afastados de seu exercício, salvo para ocupar cargos cance, pela permanência do educando na escola.
em comissão ou por licença sindical. Art. 240 O Município manterá um sistema de bibliotecas
Parágrafo Único - Fica vetado o aproveitamento de pessoal escolares na rede pública municipal de ensino, e exigirá a exis-
do magistério em serviços burocráticos ou administrativos do tência de bibliotecas na rede escolar privada, na forma da lei.
Município. Parágrafo Único - As bibliotecas referidas neste artigo serão
Art. 232 Fica assegurado ao educando do ensino fundamen- dirigidas por profissionais formados em Biblioteconomia.
tal da rede municipal o passe livre nos transportes coletivos da Art. 241 Fica obrigatória no currículo pré-escolar a atividade
Cidade. de Educação Física, na rede municipal de ensino.
Art. 233 O Município promoverá e incentivará o desenvol- Art. 242 Fica a rede municipal de ensino obrigada a instituir
vimento científico e tecnológico, a pesquisa científica básica, a o hasteamento da Bandeira Nacional em seus estabelecimentos,
autonomia e a capacitação tecnológica e a difusão dos conhe- e o hábito patriótico do canto do Hino Nacional pelos alunos.
cimentos, tendo em vista o bem-estar da população, a solução
dos problemas sociais e o progresso das ciências. SEÇÃO II
§ 1º O desenvolvimento científico e tecnológico deverá ser DA CULTURA
promovido através da ação cooperativa com as Universidades,
instituições públicas de ensino e pesquisa localizada no municí- Art. 243 O Poder Municipal garantirá a todos os munícipes o
pio, empresas e outros órgãos do governo. pleno exercício do direito a qualquer atividade cultural, através
§ 2º A implantação ou expansão de sistemas tecnológicos de:
de grande importância social, econômico ou ambiental deve ser I - respeito à identidade cultural do município, de suas co-
objeto de lei. munidades e cidadãos, que será pressuposto básico na elabora-
Art. 234 A rede pública de ensino municipal deverá garantir ção da política cultural, assim como de todo e qualquer planeja-
o atendimento aos meninos e meninas que estejam nas ruas, mento urbano, seu orçamento e legislação;
não importando seu local de origem e independentemente do II - garantia da preservação do modo de vida das suas comu-
acompanhamento dos pais ou responsáveis e do período de ma- nidades, dos bens constituídos de valor histórico e cultural para
trícula. o Município, das paisagens e bens naturais que sejam marcos
Art. 235 O ensino é livre à iniciativa privada; observadas as referenciais das comunidades e de suas origens, dos bens mó-
seguintes condições: veis e imóveis de valor histórico e artístico, da documentação
I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; escrita, oral e audiovisual e quaisquer marcos simbólicos mate-
II - autorização e avaliação, pelo Poder Público Municipal, riais e imateriais, inclusive arqueológicos, que não poderão ser
da qualidade de ensino ministrado. destruídos ou prejudicados, nem mesmo em nome do desenvol-
Art. 236 O atendimento especializado aos portadores de vimento e progresso, que sempre deverão ser harmônicos com
deficiência por equipe multidisciplinar de educação especial, a preservação cultural;
assegurará: III - estímulo à difusão do conhecimento e respeito dos cida-
I - a matrícula em escolas da rede municipal mais próxima dãos ao patrimônio cultural niteroiense, inclusive sua História, a
de sua residência, em turmas comuns ou, quando especiais, se- história de seus bairros, além das datas comemorativas e perso-
gundo critérios determinados para cada tipo de deficiência. nagens exemplares;
II - a oferta de equipamento, recursos humano e material IV - proteção e estímulo ao artesanato e às artes do povo
nas escolas municipais, adequando-as, sempre, ao tipo de de- em geral, inclusive festejos religiosos;
ficiência; V - estímulo aos criadores artísticos, em toda e qualquer
III - o atendimento especializado aos alunos superdotados, linguagem, quer através da ação cultural dos seus órgãos, quer
a ser implantado por legislação específica; apoiando os produtores independentes, entidades representati-
IV - o oferecimento do ensino regular noturno de 5º e 8º vas e a vida artística em geral;
série para alunos que, comprovadamente, estejam impossibili- VI - reestruturação, manutenção, aparelhamento adequado
tados de freqüentar escolas, nos horários tradicionais: e dinamização dos espaços e unidades culturais do Poder Mu-
nicipal;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

VII - ampliação e criação de novos espaços culturais e artís- II - destinar recursos públicos à promoção prioritária do des-
ticos, dotados dos recursos necessários ao seu bom funciona- porto educacional, atividades de lazer e, em casos específicos,
mento e condições técnicas adequadas, especialmente aqueles do desporto de alto rendimento, na forma da lei;
que possam atender às demandas das comunidades menos fa- III - complementar os processos tradicionais de aprendiza-
vorecidas; gem pela sua associação a jogos e atividades recreativas;
VIII - manutenção adequada das existentes e criação de no- IV - avaliar e propor exercícios compensatórios do sedenta-
vas bibliotecas e salas de leitura, que facilitem e estimulem o rismo específico de cada atividade profissional;
acesso ao livro e a outros meios de registro do conhecimento V - proporcionar a integração dos vários grupos sociais atra-
humano; vés de competições periódicas, com premiação dos resultados
IX - pleno exercício da liberdade de expressão, criação e di- alcançados;
fusão da arte e do conhecimento. VI - abranger todas as faixas etárias de praticantes, objeti-
Art. 244 Cabe ao Poder Público a recuperação e manuten- vando assegurar a todos os cidadãos o exercício sadio e perma-
ção do Teatro Municipal de Niterói, inserindo-o, em nível técni- nente de atividades físicas necessárias à sua saúde e bem-estar;
co, no rol das grandes salas de espetáculo do País.
VII - compor a programação de eventos patrocinados pela
Parágrafo Único - Fica vedada a extinção de qualquer espa-
municipalidade;
ço cultural sem a criação prévia de espaço equivalente, em área
VIII - conscientizar a população dos benefícios trazidos pelas
próxima.
práticas desportivas, como forma de incentivar novos adeptos;
Art. 245 O Poder Municipal promoverá o aperfeiçoamento
e valorização dos profissionais da cultura e da criação artística, IX - a autonomia das entidades desportivas, dirigentes e as-
especialmente os pertencentes aos seus quadros funcionais. sociações, quanto à sua organização e ao seu funcionamento;
Art. 246 O Poder Municipal procurará estabelecer intercâm- X - o voto unitário nas decisões das entidades desportivas;
bio cultural e artístico com outros Municípios do Brasil e do ex- XI - o tratamento diferenciado para o desporto profissional
terior. e o não profissional, dando-se prioridade ao desporto não pro-
Art. 247 O Poder Municipal protegerá o patrimônio cultural fissional, enfatizando-se seu caráter educativo;
do Município, por meio de inventários, registros, declaração de XII - o incentivo aos esportes de criação nacional e olímpico;
interesse cultural, vigilância, tombamento, desapropriação e de XIII - a utilização das praias como pólos de práticas esporti-
outras formas possíveis de acautelamento e preservação, inclu- vas por meio de atividades físicas orientais, sem prejuízo de sua
sive normas urbanísticas e legislação sobre o uso do solo: utilização normal pelos banhistas.
§ 1º O Poder Municipal promoverá o resgate da memória § 1º O Município assegurará o direito ao lazer e a utilização
da Cidade. criativa do tempo destinado ao descanso, mediante oferta de
§ 2º Entende-se como patrimônio cultural o estabelecido áreas públicas para fins de recreação, prática de esportes, pro-
no art. 216 da Constituição Federal, aplicado ao âmbito do Mu- gramas culturais e projetos turísticos.
nicípio. § 2º O Poder Público, ao formular a política de esporte e
Art. 248 Os atos de tombamento serão feitos através de ela- lazer, considerará as características sócio-culturais de cada co-
boração e aprovação de lei específica. munidade.
Art. 249 A lei estabelecerá estímulos e incentivos para a pre- Art. 254 Para assegurar o cumprimento do disposto no ar-
servação e difusão do patrimônio cultural e a dinamização da tigo anterior, o Poder Público Municipal incentivará as práticas
vida cultural e artística do Município. desportivas e as atividades de lazer através de:
Art. 250 O Poder Municipal adotará sanções administrati- I - criação e manutenção de espaços públicos adequados;
vas para os responsáveis, por danos ou ameaças ao patrimônio II - formulação de acordos de assistência mútua com enti-
cultural do Município, sem prejuízos das penalidades previstas dades esportivas;
em Lei. III - preparação e fornecimento de pessoal necessário para
Art. 251 O Município providenciará o tombamento dos sí-
direção e controle de competições e de apoio aos especialistas
tios arqueológicos, situados no seu território, especialmente as
das áreas de Educação Física e Desportos;
dunas e sambaquis do Distrito de Itaipu.
IV - promoção com estudantes e comunidades, de competi-
Art. 252 O Município estabelecerá convênios com a iniciati-
ções esportivas amadoras.
va privada para criação de espaços culturais.
Art. 255 A Educação Física é considerada disciplina obriga-
CAPÍTULO V tória na rede municipal de ensino público, inclusive no período
DO ESPORTE, LAZER E TURISMO pré-escolar.
SEÇÃO I § 1º Nos estabelecimentos de ensino público e privado, de-
DO ESPORTE E DO LAZER verão ser reservados espaços para a prática de atividades físicas,
equipados materialmente e com recursos humanos qualificados.
Art. 253 É dever do Município fomentar práticas desportivas § 2º O município assegurará as condições de cumprimento
em todas as suas modalidades, formais e não formais, e incenti- dessa obrigatoriedade, na rede municipal de ensino público, a
var o lazer nos diversos segmentos sociais, inclusive para pesso- ser efetivada com o mínimo de três atividades semanais.
as portadoras de deficiência, observando-se: § 3º Nenhuma escola poderá ser construída pelo Município,
I - assegurar a formação integral da criatura humana a partir sem área destinada à pratica de Educação Física.
de seu ingresso na vida escolar;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 4º O desporto educacional terá prioritariamente o obje- terceiros, para ser divulgada ao público, de modo que as comu-
tivo de proporcionar condições para que todos tenham contato nidades possam participar do zelo e guarda dos próprios muni-
com as diversas modalidades esportivas enquanto elementos cipais, principalmente daqueles destinados à recreação e lazer.
importantes para formação integral do homem. Art. 264 É dever do Poder Público Municipal investir recur-
Art. 256 Os estabelecimentos especializados em exercícios, sos públicos em programas desportivos direcionados ao menor
atividades físicas, esportes e recreações, somente poderão fun- carente de rua ou menor em situação de risco, criando espaços
cionar quando dirigidos por profissionais com habilitação téc- e alocando os recursos humanos e físicos necessários.
nica específica, exigida pela Lei Federal, e ficam sujeitos a re- Parágrafo Único - O Poder Público poderá solicitar, através
gistros, supervisão e orientação normativa do Poder Público, na de convênios, espaços às escolas, igrejas, clubes, grêmios recre-
forma da Lei. ativos e escolas de samba, em locais onde não houver espaços
Art. 257 Os atletas e membros de comissões técnicas que disponíveis para atividades de lazer com menores carentes.
forem selecionados para representar o Município, o Estado ou Art. 265 É vetado ao Município ou instituições financeiras a
o País, em competições oficiais, quando servidores públicos ele vinculadas, fazer doações, investimentos ou conceder finan-
municipais, terão, no período de duração dos treinamentos, e ciamentos, subsidiados a entidades desportivas profissionais ou
das competições, seus vencimentos, direitos e vantagens garan- que tenham em seus quadros atletas profissionais, salvo o dis-
posto no art. 256.
tidos, de forma integral, sem prejuízo de sua ascensão profissio-
Art. 266 As ligas e associações esportivas estarão isentas de
nal e tempo de serviço, para todos os efeitos.
taxas e impostos, desde que:
Art. 258 Não será aprovado projeto de loteamento, ou re-
I - a associação esportiva tenha, no mínimo, 200 (duzentos)
gularização, que não preveja a existência de local destinado à
associados;
implantação de espaço polivalente para esporte e lazer. II - da liga sejam integrantes no mínimo, 3 (três) associações
Art. 259 A prática do desporto pela população é considera- esportivas registradas no Município.
da função social, para os efeitos da utilização dos instrumentos Art. 267 Nenhuma aplicação dos benefícios fiscais, previstos
de que trata o em Lei, poderá ser feita através de qualquer tipo de intermedia-
Art. 227 da Constituição Estadual. ção ou corretagem.
Art. 260 Caberá ao Município: Art. 268 Ficam os proprietários de áreas não edificadas con-
I - atender a todos os segmentos da sociedade, sem distin- templados com a redução de até 50% (cinqüenta por cento) de
ção; seu Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU), enquanto perdu-
II - tornar obrigatório com registro de eventos esportivos rar a destinação nas áreas de sua propriedade, a atendimento à
junto aos órgãos municipais competentes; comunidade nos setores de Esporte e Lazer.
III - incentivar a realização de torneios esportivos interbair- Parágrafo Único - Ficam resguardados os direitos de pro-
ros, interclubes, intercolegiais, interestaduais e internacionais. priedade das pessoas físicas ou jurídicas que cederem suas áre-
Art. 261 O Município implantará a política de esporte e lazer as para os fins especificados neste artigo.
promovendo a reciclagem dos agentes envolvidos na sua criati- Art. 269 O Município poderá conceder subvenção aos Clu-
vidade e execução, garantindo, para sua implantação. bes de Futebol Profissional de Niterói, que vierem a participar
I - a utilização racional de todos os espaços e equipamentos do Campeonato Estadual, nas diversas categorias ou divisões.
públicos, urbanos e comunitários;
II - a integração de todas as áreas non aedificandi, de inte- SEÇÃO II
resse paisagístico, ou florestal; DO TURISMO
III - a integração, num programa pedagógico específico, dos
sítios históricos, arqueológicos e memoriais, do centro da cida- Art. 270 O Município promoverá e incentivará o turismo,
de, dos patrimônios arquitetônicos e naturais, além de todos os como fator gerador de desenvolvimento econômico e social,
marcos de referência da nossa história e cultura, promovendo o bem como de divulgação, valorização do patrimônio cultural e
interesse dos cidadãos pelo Município. natural, cuidando para que sejam respeitadas as peculiaridades
locais, não permitindo efeitos desagregadores sobre a vida das
Art. 262 Os espaços públicos que, atualmente, são utiliza-
comunidades envolvidas, assegurando, sempre, o respeito ao
dos em esportes e lazer, terão suas áreas preservadas para o
meio ambiente e à cultura das localidades, aonde vier a ser ex-
uso das comunidades, sendo vetado o desvirtuamento de suas
plorado.
finalidades.
§ 1º O Município definirá a política municipal de turismo
§ 1º O Poder Municipal assegurará os meios necessários buscando proporcionar as condições necessárias ao pleno de-
para o seu respectivo registro e controle específico por cadas- senvolvimento dessa atividade.
tramento que garanta a continuidade dos seus fins. § 2º O instrumento básico de intervenção do Município no
§ 2º A eventual permuta desses espaços poderá se realizar setor será o Plano Diretor de Turismo, atualizado anualmente,
mediante o oferecimento de áreas ou imóveis equivalentes, pró- que fixará os eventos de interesse turísticos, as festividades
ximos aos anteriores e em condições de uso imediato. tradicionais, o planejamento de ações e programas e as alter-
Art. 263 A Secretaria Municipal de Fazenda encaminhará nativas de intercâmbio turístico com outras regiões, através de
ao Conselho criando pelos Decretos 4044 e 4030, a relação dos entidades públicas e particulares.
imóveis públicos municipais com os respectivos gravames, inclu- § 3º Para cumprimento do disposto no parágrafo anterior,
sive aqueles cedidos ou contratados a empresas públicas ou a caberá ao Município promover, especialmente:

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

I - o inventário e a regulamentação do uso, fruição dos bens Parágrafo Único - Serão consideradas inidôneas para presta-
naturais e culturais do interesse turístico; ção dos serviços de transportes coletivos as concessionárias ou
II - a infra-estrutura básica necessária à prática do turismo, eventuais permissionárias que não observarem:
apoiando e realizando investimentos na produção, criação e I - os requisitos essenciais de qualidade, segurança, confor-
qualificação dos empreendimentos, equipamentos e instalações to e rapidez dos serviços;
ou serviços turísticos, por intermédio de linhas de créditos espe- II - a legislação de proteção ao meio ambiente e ao patri-
ciais e incentivos; mônio cultural.
III - o fomento ao intercâmbio permanente com outros Mu- Art. 275 Os sistemas viários de transportes subordinar-se-
nicípios, Estados da Federação e com o Exterior, visando forta- -ão à preservação da vida humana, à segurança e conforto dos
lecimento do espírito de fraternidade e aumento do fluxo turís- cidadãos, à defesa da ecologia e do patrimônio arquitetônico e
tico, nos dois sentidos, bem como a média de permanência do paisagístico, bem como às diretrizes do uso do solo.
turista, em território Municipal; Art. 276 O transporte coletivo de passageiros é um serviço
IV - o estímulo à implantação de novas unidades da indús- público, sendo de responsabilidade do Município seu planeja-
tria hoteleira, visando ao incremento das atividades turísticas; mento, operação, concessão, permissão e fiscalização.
V - a adoção de medidas específicas para o desenvolvimen- Art. 277 É dever do Município garantir o transporte coletivo
to dos recursos humanos para o setor; com tarifa condizente ao poder aquisitivo da população, assegu-
VI - infra-estrutura especial para o desenvolvimento do tu- rando-lhe um serviço satisfatório.
rismo nas praias oceânicas; Art. 278 A lei disporá em relação aos transportes coletivos
VII - a criação de condições favoráveis à implantação de ma- sobre:
rinas dotadas de escolas de treinamento náutico, objetivando, I - o planejamento;
também, melhor desenvolvimento da indústria náutica no Mu- II - a organização;
nicípio. III - a prestação dos serviços;
§ 4º O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano preverá IV - a política tarifária;
a destinação de áreas ou zonas para atividades turísticas e para V - os direitos dos usuários;
implantação de marinas, a serem instituídas, após ampla e pré- VI - a obrigação de manter serviço adequado.
via discussão com as comunidades locais. Art. 279 São isentos de pagamento de tarifas nos transpor-
§ 5º As áreas de interesse turístico são colocadas sob a pro- tes coletivos urbanos, na forma da lei:
teção especial do Poder Público Municipal, estabelecidas em Le- I - idosos acima de 65 anos;
gislação própria às condições de utilização e ocupação, incluin- II - policiais uniformizados em serviço;
do-se entre as obrigações dos seus proprietários, sem prejuízo III - crianças até 05 (cinco) anos, inclusive;
das sanções ambientais: IV - pessoas portadoras de deficiência com reconhecida di-
I - a de conservar os recursos naturais em geral; ficuldade de locomoção, e acompanhante quando necessário;
II - a de reparar, repor e restaurar os recursos naturais dani-
V - estudantes de 1º e 2º graus da rede pública de ensino,
ficados ou destruídos pela sua má utilização.
devidamente identificados;
§ 6º O planejamento do turismo municipal visará, sempre
VI - trabalhadores rodoviários devidamente identificados;
que possível, à participação e o patrocínio da iniciativa priva-
VII - pessoas portadoras da doença de Parkinson;
da voltada para esse setor, e terá por objetivo a divulgação das
VIII - ex-combatentes, devidamente identificados;
potencialidades culturais, históricas e paisagísticas da Cidade de
IX - os Ostomizados Peritonais e Intestinais. (Redação acres-
Niterói.
cida pela Emenda à Lei Orgânica nº 10/1995)
§ 7º O Município deverá ajudar a comunidade a definir as
Art. 280 O Poder Público estimulará à substituição de com-
zonas de interesse turístico para fins de incentivos.
bustíveis poluentes, utilizados em veículos, privilegiando a im-
Art. 271 O Município manterá um calendário anual de even-
tos turísticos. plantação e incentivando a operação dos sistemas de transpor-
Art. 272 O Município considerará o turismo atividade es- tes que utilizem combustíveis não poluentes, como a energia
sencial para a Cidade, definindo uma política com o objetivo de elétrica e o gás natural.
proporcionar as condições necessárias para o seu pleno desen- Art. 281 O Poder Público periodizará, para efeito de con-
volvimento. cessão de serviços de transportes coletivos, depois de definidas
Art. 273 É obrigação do Município criar as condições neces- as normas de planejamento viário e respeitado o Plano Diretor:
sárias que facilitem a participação e o acesso das pessoas porta- I - a regulamentação de horário;
doras de deficiência à prática de turismo. II - o estabelecimento do número mínimo e do tipo dos ve-
ículos utilizados;
CAPÍTULO VI III - a obrigatoriedade de instalações que possibilitem aces-
DOS TRANSPORTES so aos veículos por parte de pessoas portadoras de deficiência
física e dos idosos;
Art. 274 Compete ao Município planejar, organizar e prestar IV - a fiscalização dos serviços.
diretamente, ou sob regime de concessão ou permissão, o ser- Art. 282 Todo projeto de empreendimento que venha a di-
viço de transporte coletivo local, o qual possui caráter essencial, ficultar o trânsito será submetido ao órgão próprio da estrutura
na forma do artigo 240 da Constituição Estadual. do Executivo.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 283 As concessões ou permissões para exploração dos III - sistema eficiente de segurança e controle da velocidade.
serviços de transportes coletivos atenderão às seguintes nor- Parágrafo Único - Todas as unidades de transporte coleti-
mas: vo, em operação no Município, deverão sofrer adaptações, em
I - serão precedidas de concorrência pública; prazo definido por lei, para permitir o livre acesso e circulação
II - para a concessão e permissão, serão estabelecidas nor- de pessoas portadoras de deficiência física, gestantes e idosos.
mas específicas pelo Poder concedente; Art. 291 Compete ao Município o planejamento e a admi-
III - as concessões e permissões poderão ser prorrogadas, a nistração do trânsito.
critério do Poder concedente; § 1º Para execução dessas atribuições, será utilizado o re-
IV - as concessões e permissões poderão ser suspensas, a passe do Estado, nas arrecadações com multas, taxas, tarifas e
qualquer tempo, desde que não sejam satisfatórios os respecti- pedágios, relativos ao sistema de trânsito.
vos serviços prestados. § 2º Nas transferências de multas e taxas arrecadadas pelo
Art. 284 É obrigatória a manutenção das linhas de transpor- Estado, não se incluem aquelas referentes às condições do ve-
te coletivo, no período noturno em freqüência a ser estabelecia ículo, controle da frota, registro de licenciamento e habilitação
por lei. do condutor.
Art. 285 As empresas que detiverem concessões de serviços § 3º O Município pode delegar ao Estado, através de convê-
de utilidade pública serão fiscalizadas por órgãos municipais e nio, as atribuições previstas no artigo anterior, cuja execução de-
obrigadas a manter os serviços ordenados, atendendo as neces- verá respeitar a política de trânsito municipal e do Plano Diretor
sidades de seus destinatários. de Desenvolvimento Urbano Integrado.
Parágrafo Único - Sempre que os insumos comprometerem Art. 292 A implantação de estrada Federal ou Estadual, atra-
a fiel observância deste artigo, serão revistas às tarifas, permi- vessando o perímetro do Município, está condicionada à apro-
tindo-se o aumento das mesmas, assegurando-se o equilíbrio vação prévia de seu projeto pela Câmara Municipal.
econômico e financeiro da concessão. Art. 293 Os projetos de duplicação ou grandes reformas das
Art. 286 Serão passíveis de cassação as empresas que: estradas que incluírem modificações de traçado ficam condicio-
I - descumprirem as obrigações assumidas nos termos con- nados a aprovação prévia pela Câmara Municipal.
tratuais que importem em prejuízo para os usuários; Art. 294 As áreas contíguas às estradas deverão ter trata-
II - reduzir à metade as viagens previstas no horário aprova- mento específico, através de disposições urbanísticas de defesa
do, em 05 (cinco) dias consecutivos; da segurança dos cidadãos e dos patrimônios paisagístico e ar-
III - colocar na linha número menor de ônibus do que o de- quitetônico da Cidade.
finido no termo contratual. Art. 295 O transporte de material radioativo, inflamável, tó-
Art. 287 As informações referentes às condições menciona- xico ou potencialmente perigoso para o ser humano ou à ecolo-
das no art. 286 serão acessíveis à consulta pública. gia, obedecerá a normas de segurança, a serem expedidas pelo
Art. 288 O transporte, sob responsabilidade do Município, órgão técnico competente e fiscalizadas pela Secretaria Munici-
localizado no meio urbano, deve ser planejado e operado de pal de Urbanismo e Meio Ambiente.
acordo com o respectivo Plano Diretor. Art. 296 Na exploração dos transportes coletivos de passa-
Art. 289 A Lei disporá sobre as diretrizes gerais do sistema geiros, serão obrigatórias as observâncias das seguintes exigên-
de transportes, observados os seguintes princípios: cias:
I - integração dos principais sistemas e meios de transpor- I - a colocação, nos terminais rodoviários e no interior dos
tes; ônibus, de dados e informações, que permitam aos usuários
II - prioridade a pedestres e a ciclistas sobre o tráfego de apresentarem queixas e reclamações contra irregularidade;
veículos automotores; II - o controle de velocidade e de sinalização adequada, que
III - sinalização nos cruzamentos; levem em consideração a segurança da população.
IV - poderão ser construídas as passarelas sobre: Parágrafo Único - Nas escolas municipais da rede oficial de
a) leito dos rios; ensino, haverá aulas periódicas sobre educação no trânsito.
b) leito das estradas de ferro; Art. 297 A omissão por parte do Município de colocação de
c) estradas bloqueadas; sinalização horizontal e vertical em frente das escolas, além de
d) rodovias federais, estaduais e municipais, cuja densidade quebra-molas, onde se fizerem necessários, julgado pelo órgão
populacional, criada em suas margens, obrigue a travessia diária competente, tratando-se de área de alta periculosidade no trân-
de pedestres, ressalvadas as legislações específicas; sito, demandará responsabilidade.
e) outros casos definidos pelo Executivo como necessários, Art. 298 Fica permitido o uso de veículos tipo “Kombi” e
desde que não prejudiquem o Plano Diretor de Urbanismo e se- “Microônibus”, ou equivalente, no serviço de transporte de pas-
jam aprovados pela Câmara Municipal. sageiros, em regime de lotação, para locais de difícil acesso, obe-
Art. 290 Só será permitida a entrada em circulação de novas decidos aos seguintes requisitos:
unidades de transporte coletivo, atendidas as exigências defini- I - solicitação escrita de mais de 100 (cem) usuários;
das em lei e: II - não existir exploração de linha regular de ônibus, no iti-
I - facilidade para subida e descida e para a circulação dos nerário a que vai servir o referido sistema de transporte, nem
usuários, inclusive gestantes e idosos, no interior do veículo; haver comprovado possibilidade de implantá-la;
II - adaptações para o livre acesso e circulação das pessoas III - dispor o candidato à exploração do serviço de autoriza-
portadoras de deficiência física e motora, em conformidade com ção do órgão competente do Município e do número convenien-
as instalações dos pontos de embarque e desembarque; te de usuários e veículos.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 299 A permissão de que trata o artigo anterior, não será teresse especial e social, tendo como instrumento básico para
transferida sem a devida autorização. sua execução o Plano Diretor e Desenvolvimento Urbano Inte-
§ 1º Caberá ao órgão Municipal competente fixar, para cada grado.
caso, as condições operacionais indispensáveis a serem cumpri- § 1º Por função social da Cidade entende-se o direito de
das pelos permissionários. todo munícipe ter acesso à moradia, transporte público, sanea-
§ 2º A execução dos serviços será precedida de Termo de mento geral básico, energia elétrica, gás canalizado, iluminação
Permissão a motoristas profissionais autônomos, as cooperati- pública, cultura, lazer e recreação, segurança, preservação, pro-
vas de motoristas autônomos e a cooperativas comunitárias que teção e recuperação do patrimônio ambiental, arquitetônico e
satisfaçam as condições a serem fixadas pelo órgão municipal cultural e ter garantido a contenção de encostas e precauções
competente, com preferência a motoristas que já venham exe- quanto a inundações.
cutando o serviço e que, até a data da publicação desta Lei, ha- § 2º A elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento
jam requerido a permissão. Urbano Integrado, abrangendo o território municipal, e subse-
§ 3º Os serviços serão permitidos por prazo indeterminado, qüentes alterações e desdobramentos, será precedida, obriga-
enquanto convierem ao interesse público. toriamente, da realização de diagnóstico ambiental específico,
§ 4º Todo veículo deverá ser de cor branca ou bege e ter parcial ou total, que deverá contemplar os aspectos qualitativos
uma faixa azul em sua lateral. e quantitativos dos componentes sócio-econômicos, culturais,
§ 5º A documentação do veículo deverá ser a exigida pela urbanísticos, físicos e biológicos do Município.
Legislação em vigor além do selo de vistoria, que deverá ser fi- Art. 304 O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano In-
xado em local próprio. tegrado, parte integrante de um processo contínuo de planeja-
§ 6º O veículo deverá estar em condições normais de uso, mento, aprovado por lei, é o instrumento básico da política de
aprovado pelo órgão competente do Município. desenvolvimento urbano, do uso e ocupação do solo, servindo
§ 7º Os veículos serão vistoriados 02 (duas) vezes por ano, de referência para todos os agentes públicos e privados que atu-
de acordo com os números e datas fixadas pelo órgão municipal. am no Município e expressando as exigências fundamentais de
Art. 300 O proprietário da concessão não poderá deixar ordenação da Cidade, devendo atender aos seguintes princípios:
descoberta a linha concedida, estando sujeito às seguintes pe- I - aplicar critérios ecológicos e de justiça social em seu pla-
nalidades: nejamento com vista a garantir o pleno desenvolvimento das
I - multa a ser estipulada pela Coordenadoria do Sistema funções sociais do Município, nos termos do Artigo 226 da Cons-
tituição Estadual;
Viário do Município de Niterói;
II - garantir a proteção de sítios e monumentos que inte-
II - cassação da concessão da linha.
gram o patrimônio natural, histórico, paleontológico, arqueoló-
Art. 301 Não será permitido o transporte de cargas inflamá-
gico, étnico e cultural, demarcando também espaços destinados
veis e animais no veículo.
a manifestações culturais e esportivas;
Art. 302 Não será permitido o tráfego de veículo Kombi de
III - delimitar áreas representativas de sistemas naturais
transporte de pessoas sem a devida permissão fornecida pelo
existentes no município, para implantação de unidades de con-
órgão competente do Município.
servação e de áreas de lazer;
§ 1º Os condutores deverão trabalhar devidamente unifor-
IV - estabelecer o zoneamento ambiental, incluindo o das
mizados, de acordo com os padrões a serem estabelecidos. atividades potencialmente poluidoras;
§ 2º A tarifa deverá estar fixada no pára-brisa dianteiro do V - propor mecanismos que solucionem conflitos de uso e
veículo. ocupação do solo, assegurando às populações de baixa renda o
§ 3º Crianças maiores de 05 (cinco) anos, pagarão passa- acesso à titulação e posse da terra;
gem. VI - delimitar as áreas faveladas e de baixa renda, com vista
§ 4º A tarifa de subida obedecerá ao preço médio do menor a garantir sua urbanização, regularização e titulação, promoven-
ao maior quilômetro rodado, no transporte coletivo, fixado pelo do assentamentos à sua população;
Município. VII - garantir às pessoas portadoras de deficiência o livre
§ 5º A tarifa de descida deverá ser de 50% da tarifa estipu- acesso a prédios coletivos, públicos e particulares, e a logradou-
lada no artigo anterior. ros públicos, mediante eliminação de barreiras arquitetônicas;
VIII - dispor sobre zoneamento, parcelamento do solo, seu
CAPÍTULO VII uso e ocupação, construções e edificações, proteção ao meio
DO URBANISMO, DA POLÍTICA URBANA DO MEIO AM- ambiente, licenciamento e fiscalização, e parâmetros urbanísti-
BIENTE, DA PESCA E DA POLÍTICA AGRÍCOLA E AGRÁRIA cos básicos;
SEÇÃO I IX - definir espaços destinados à colocação de equipamen-
DO URBANISMO tos urbano e comunitário, compatíveis com cada local, inclusive
os indispensáveis ao saneamento básico;
Art. 303 A política de desenvolvimento urbano do Muni- X - definir o sistema viário integrado, contemplando as ci-
cípio, respeitados os dispositivos constitucionais vigentes, tem clovias;
por objetivo atender ao pleno desenvolvimento das funções so- XI - definir o zoneamento para atividades extrativas, indus-
ciais da Cidade e garantir a melhoria da qualidade de vida e o triais, comerciais, residenciais, mistas e de serviços, através da
bem-estar social, conter diretrizes de uso e ocupação do solo, utilização racional do território e dos recursos naturais, através
definição e manutenção das áreas agrícolas rurais e áreas de in- de controle de sua implantação e do seu funcionamento;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XII - determinar as condições em que uma propriedade V - reintegrar-se na posse e recuperar as áreas integrantes
cumpre sua função social. dos bens de uso comum do povo, desvirtuadas de suas finalida-
§ 1º As áreas de micro-bacias hidrográficas urbanas deverão des originais ou indevidamente privatizadas.
ser consideradas como unidade de planejamento para elabora- Art. 311 Para assegurar as funções sociais da Cidade e da
ção do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Integrado e, propriedade, o Poder Público poderá valer-se dos seguintes ins-
posteriormente, como base para o planejamento, execução e trumentos, além de outros que a lei definir:
análise de programas e projetos, públicos e privados, de uso e I - de caráter financeiro:
ocupação do solo; a) imposto predial e territorial urbano, progressivo e dife-
§ 2º Deverão ser utilizados no planejamento territorial, os renciado por zonas e outros critérios de ocupação do uso do
recursos técnicos adequados, como instrumentos básicos para solo;
confecção de mapas temáticos, ficando estes à disposição do b) taxas e tarifas;
público. c) contribuição de melhoria;
Art. 305 Sistema de Planejamento é o conjunto de órgãos, d) incentivos e benefícios fiscais;
normas, recursos humanos e técnicas voltadas para a coordena- e) recursos públicos destinados especificamente ao desen-
ção da ação planejada da administração. volvimento urbano.
Art. 306 A licença concedida para lotear, parcelar a terra,
II - de caráter jurídico-urbanístico:
edificar, construir e fazer acréscimo terá vigência a partir da data
a) desapropriação por interesse social ou de utilidade;
de sua concessão.
b) servidão administrativa e limitações administrativas;
Art. 307 A prestação dos serviços públicos à comunidade de
c) tombamento de imóveis;
baixa renda independerá do reconhecimento de seus logradou-
ros e da regularização urbanística das áreas de suas edificações d) declaração de áreas de preservação ou proteção ambien-
ou construções. tal;
Parágrafo Único - O ato de reconhecimento de logradouros e) concessão real de uso;
de uso da população, não significa aprovação de parcelamento f) concessão de direito real de uso resolúvel;
de solo, nem aceitação de obras de urbanização, nem dispensa g) lei de parcelamento do solo urbano;
das obrigações previstas na legislação aos proprietários, lotea- h) lei de perímetro urbano;
dores e demais responsáveis. i) código de Obras e Edificações;
Art. 308 São áreas de preservação permanente no Municí- j) código de Posturas;
pio aquelas estabelecidas pela Lei Federal 4771, de 15 de setem- k) lei de solo Criado;
bro de 1965, e pela Resolução CONAMA nº 04/85. l) Código de Licenciamento e Fiscalização.
Parágrafo Único - As coberturas vegetais existentes nas áre- III - de caráter urbanístico institucional:
as de preservação permanente são consideradas indispensáveis a) programas de regularização fundiária;
ao desenvolvimento urbano equilibrado e não poderão ser re- b) programas de reservas de áreas para utilização pública;
movidas. c) programas de assentamentos de população de baixa ren-
Art. 309 O Município preservará os locais e os espaços físi- da;
cos de moradia e trabalho das comunidades dedicadas à pesca, d) programas de preservação, proteção e recuperação das
não permitindo a descaracterização das suas referências cultu- áreas urbanas.
rais e do seu território. IV - de caráter administrativo:
Art. 310 O Poder Público Municipal fica obrigado a: a) subsídios à construção habitacional para população de
baixa renda;
SEÇÃO II b) urbanização de áreas faveladas, loteamentos irregulares
DA POLÍTICA URBANA e clandestinos, integrando-os aos bairros, onde estão situados.
Art. 312 O Poder Público Municipal poderá exigir do pro-
I - promover a regularização dos loteamentos clandestinos, prietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utili-
irregulares, abandonados ou não titulados, existentes até a data
zado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena de
da promulgação da Constituição Estadual, que não firam a legis-
sucessivamente, de:
lação ambiental;
I - parcelamento ou edificação compulsória, no prazo máxi-
II - priorizar, facilitar, promover e executar programas de
mo de um ano, a contar da data da notificação pela Prefeitura ao
construção de moradias populares, garantida toda a infra-estru-
tura urbana para o seu funcionamento; proprietário do imóvel;
III - propor mecanismos que solucionem conflitos de uso II - impostos progressivos, no tempo, exigível até a aquisição
e ocupação do solo, assegurando a urbanização, regularização do imóvel pela desapropriação, cuja ação deverá ser proposta
fundiária e titulação das áreas faveladas e de baixa renda, sem no prazo de dois anos, contando da data do primeiro lançamen-
remoção dos moradores, salvo em risco de vida e em áreas de to do imposto;
preservação ambiental; III - desapropriação, com pagamento mediante título da dí-
IV - preservar áreas de destinação e vocação agrícolas que vida Pública de emissão, previamente aprovada pelo Senado Fe-
não prejudiquem a preservação ambiental e estimular suas ati- deral, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais
vidades primárias, bem como criar mecanismos de distribuição iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os
e comercialização direta ao consumidor; juros legais.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 313 O processamento para desapropriação por inte- VI - controlar e fiscalizar as instalações, equipamentos, ati-
resse social e utilidade pública, para estocar e reservar terras vidades, obras, processos produtivos e extrativos ou empreen-
para o atendimento de Política Urbana e diretrizes do Plano Di- dimentos, que comportem risco efetivo à qualidade de vida e
retor, adotará como valor justo e real da indenização do imóvel ao meio ambiente, adotando medidas preventivas ou corretivas,
desapropriado, o preço do terreno como tal, sem computar os aplicando as sanções administrativas pertinentes, e indicar ju-
acréscimos da expectativa de lucro ou mais-valia decorrentes de dicialmente, independentemente da obrigação ao infrator de
investimentos públicos na região. reparar o dano causado;
Art. 314 O Poder Público garantirá os meios de acesso da VII - condicionar a implantação de instalações e atividades
população ao conjunto de informações sobre Política Urbana, efetiva ou potencialmente causadoras de significativas altera-
como forma de controle sobre a responsabilidade de suas ações, ções do meio ambiente e da qualidade de vida, à prévia elabora-
tanto no Plano Diretor, como na discussão do processo da dota- ção de estudo de impacto ambiental, a que se dará publicidade,
ção orçamentária referente à matéria da questão. além de condicionar a expedição de licenças e alvarás e os siste-
Art. 315 O exercício do direito de propriedade atenderá à mas de concessão e permissão de serviços públicos à observân-
sua função social, de acordo com as exigências do Plano Diretor. cia das normas estabelecidas pelo Sistema Municipal de Meio
Parágrafo Único - O direito de construir atenderá à sua fun- Ambiente;
ção social. VIII - determinar a realização periódica por instituição ca-
pacitada e, preferencialmente, sem fins lucrativos, de auditorias
SEÇÃO III ambientais e programas de monitoragem que possibilitem a
DO MEIO AMBIENTE correta avaliação e a minimização da poluição, às expensas dos
responsáveis por sua ocorrência;
Art. 316 O Município assegurará a todos o direito a um meio IX - buscar a integração das universidades, centros de pes-
ambiente ecologicamente equilibrado, essencial à sadia quali- quisas, associações civis e organizações sindicais nos esforços
dade de vida, bem como fará observar o dever constitucional para garantir aprimorar o gerenciamento ambiental;
de preservá-lo. X - estimular a utilização de fontes energéticas alternativas
§ 1º Para alcançar estes objetivos, o Poder Público formu- e, inclusive, em participar, do gás natural e do Biogás, bem como
lará, mediante lei, a Política Municipal de Meio Ambiente, na de equipamentos e sistemas de aproveitamento de energia so-
forma do disposto no artigo 30 da Constituição da República, lar e eólica;
respeitados os princípios estabelecidos na Constituição Federal, XI - garantir o acesso dos interessados às informações sobre
na Constituição Estadual, nas Leis Federais e nas Leis Estaduais, as causas e efeitos da poluição e da degradação ambiental;
criando o Sistema Municipal de Meio Ambiente, para organizar, XII - promover a conscientização da população e a adequa-
coordenar e integrar órgãos e entidades da administração públi- ção do ensino, de forma a difundir os princípios e objetivos da
ca direta e indireta, com o fim de: proteção ambiental;
I - zelar pela utilização racional dos recursos naturais, e, em XIII - criar mecanismos de entrosamento com outras instân-
particular, pela integridade do patrimônio biológico paisagístico, cias do Poder Público, que atuem na proteção do meio ambiente
histórico, arquitetônico e arqueológico, em benefício das gera- e áreas correlatas, sem prejuízo da competência e autonomia
ções atual e futura; Municipais;
II - definir a Política Municipal de Saneamento Básico, in- XIV - coibir qualquer tipo de poluição.
tegrada aos Planos Regionais, no que couber, estruturando-se § 1º O sistema mencionado no caput deste artigo será coor-
para assumir plenamente seus serviços; denado por órgão da administração direta.
III - criar, implantar e manter unidades de conservação, de § 2º É vedada a implantação e ampliação de atividades po-
forma a administrar espaços territoriais especialmente protegi- luidoras, cujas emissões possam causar, ao meio ambiente, con-
dos e seus componentes, vedada qualquer utilização ou ativida- dições em desacordo com as normas e padrões de qualidade
de que comprometa seus atributos essenciais; ambiental em vigor.
IV - promover a reposição da cobertura vegetal, priorizando § 3º Aplica-se à atividade já implantadas o cumprimento
espécies vegetais nativas da mata atlântica e restinga, objetivan- das exigências de padrões de qualidade ambiental em vigor.
do especialmente: § 4º Os prazos para atendimento aos padrões ambientais
a) reflorestamento ecológico de encostas, áreas degrada- serão improrrogáveis e não poderão ser superior a 2 (dois) anos.
das, manguezais, margens de rios e unidades de conservação; § 5º O Poder Público divulgará, anualmente, os seus planos,
b) a fixação de dunas; programas e metas para a recuperação da qualidade ambiental,
c) a recomposição paisagística e a arborização das vias pú- incluindo informações detalhadas sobre a alocação dos recursos
blicas e áreas de lazer; humanos e financeiros, bem como relatório de atividades e de-
d) a consecução de um índice mínimo de cobertura florestal sempenho, relativos ao período anterior.
não inferior a 20% (vinte por cento) do território do Município. § 6º Será considerada falta grave a ação ou omissão do ser-
V - estabelecer critério, normas e padrões de proteção am- vidor municipal contrária às diretrizes e normas da Política Mu-
biental, com ênfase, quando for o caso, na adotação de indica- nicipal do Meio Ambiente.
dores biológicos; § 7º É vetado a construção, armazenamento e o transporte
de armas nucleares no Município de Niterói.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 317 O Município adotará o princípio poluidor pagador, § 3º Qualquer árvore poderá ser declarada imune de cor-
devendo as atividades efetivas ou potencialmente causadoras te, mediante ato do órgão especializado da administração por
da degradação ambientar arcar integralmente com os custos de motivo de sua localização, raridade, beleza e condições de por-
monitoragem, controle e recuperação das alterações do meio ta-semente.
ambiente decorrentes de seu exercício, sem prejuízo da aplica- § 4º Os serviços de poda ou cortes, em logradouros pú-
ção de penalidades administrativas e da responsabilidade civil. blicos, somente poderão ser efetuados mediante prévia auto-
§ 1º O disposto neste artigo incluirá a imposição de taxa rização do órgão ambiental do Município. (Redação dada pela
pelo exercício do poder de polícia proporcional aos seus custos Emenda à Lei Orgânica nº 11/1995)
totais e vinculadas à sua operacionalização. Art. 323 São declaradas áreas de preservação permanente a
§ 2º O Poder Público estabelecerá política tributária que serem definidas por lei, como de uso comum do povo de Niterói:
apene, de forma progressiva, as atividades poluidoras, em fun- I - a Serra da Tiririca;
ção da quantidade e da toxicidade dos poluentes. II - as serras Grande, do Malheiro e do Cantagalo;
§ 3º Poderão ser concedidos incentivos por prazos limita- III - as Praias de Adão e Eva e do Sossego;
dos, na forma da Lei, àquelas que: IV - a laguna de Piratininga, com alinhamento de orla esta-
I - adotarem tecnologia poupadoras de energia; belecido pelo Decreto Estadual nº 7.5657 de 19 de setembro de
II - manterem unidade de conservação. 1984, e respectivo sistema fluvial contribuinte;
§ 4º É vetada a concessão de qualquer tipo de incentivo, V - a laguna de Itaipu, com alinhamento de orla estabeleci-
isenção ou anistia àqueles que tenham infringido normas e pa- da em Lei, e respectivo sistema fluvial contribuinte;
drões de proteção ambiental, no mínimo nos 5 anos anteriores VI - a Ilha da Boa Viagem;
à promulgação desta lei. VII - a Duna Grande de Itaipu;
Art. 318 As infrações à Legislação Municipal de proteção ao VIII - a Estação ecológica Parque da Cidade e o Morro da
meio ambiente serão objeto das sanções administrativas relacio- Viração;
nadas abaixo, sem prejuízo das Legislações Federal e Estadual: IX - o Morro das Andorinhas;
I - multa proporcional à gravidade da infração e do dano X - outras que assim vierem a ser declaradas pelo Poder Pú-
efetivo ou potencial; blico.
II - redução do nível de atividade, de forma a assegurar o Art. 324 Os servidores Públicos Municipais encarregados da
atendimento às normas e padrões em vigor; execução da política Municipal de Meio Ambiente, que tiverem
III - embargo ou interdição;
conhecimento de infrações persistentes, intencionais ou por
IV - cassação do alvará de funcionamento.
omissão às normas e padrões de proteção ambiental, deverão
Parágrafo Único - As multas a que se refere o Inciso I deste
comunicar o fato ao Ministério Público e à Procuradoria do Mu-
Artigo serão diárias e progressivas, nos casos de persistência ou
nicípio. Indicando os elementos de convicção, sob pena de res-
reincidência.
ponsabilidade administrativa.
Art. 319 Fica criado o Serviço de Fiscalização e Proteção Am-
Parágrafo Único - Constatada a procedência da denúncia, o
biental, composto por profissionais do meio ambiente.
Município ajuizará ação pública, por danos ao meio ambiente,
Parágrafo Único - Inclui-se entre as incumbências do Serviço
no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da mesma, sempre que o
de Fiscalização e Proteção Ambiental, exercer a fiscalização das
Ministério Público não tenha feito.
áreas protegidas pela legislação ambiental, do comércio de ma-
deiras, lenha, carvão, plantas ornamentais, animais silvestres e Art. 325 O Poder Público estimulará e executará a coleta se-
recursos minerais, complementando a ação dos órgãos Federais letiva e a reciclagem, bem como a implantação de um sistema
e Estaduais competentes. descentralizado de usinas de processamento de resíduos urba-
Art. 320 O Poder Público permitirá a criação e a manuten- nos, de forma a minimizar custos ambientais e de transportes.
ção de unidades de conservação privadas, sempre que for asse- § 1º Os projetos de implantação das usinas de beneficia-
gurado o acesso de acordo com as características das mesmas e mento a que se refere este artigo deverão optar por tecnologia
na forma dos respectivos Planos Diretores. que assegure as melhores relações custo-benefício, tanto na im-
Art. 321 O Poder Público poderá estabelecer restrições ad- plantação quanto na operação.
ministrativas de uso de áreas privadas, objetivando a proteção § 2º As taxas incidentes sobre os serviços de limpeza ur-
de ecossistemas e da qualidade de vida. bana incluirão previsão de reservas para a implementação de
Parágrafo Único - As restrições administrativas a que se re- programas de coleta seletiva e de implantação de usinas de pro-
fere este artigo, serão averbadas no registro de imóveis no prazo cessamento.
máximo de 3 (três) meses, a contar e da promulgação desta Lei. § 3º A disposição final de resíduos urbanos sólidos obede-
Art. 322 É vetada a desafetação total de unidade de conser- cerá a todos os critérios de controle ambiental, previstos em Lei,
vação, áreas verdes, praças e jardins bem como qualquer utili- para atividade poluidora, quer para projeto, implantação e ope-
zação. ração.
§ 1º Poderá ser desafetada parte de praça e jardins que, não Art. 326 Caberá ao Município a coordenação das atividades
estejam urbanizados e utilizados pela comunidade para constru- destinadas a controlar e evitar quaisquer tipos de degradação
ção de bens públicos de interesse comunitário. ambiental nas áreas florestais.
§ 2º À parte desafetada não poderá ultrapassar a 50% (cin-
qüenta por cento) da área.

58
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 1º O Órgão ambiental Municipal declarará Estado de Aler- I - elaborar programas anuais de produção agrícola em con-
ta de Incêndio Florestal, a ser veiculado durante a sua vigência junto com os pequenos produtores através de suas representa-
da forma mais eficaz e abrangente, nos períodos climáticos crí- ções sindicais e organizações similares;
ticos, favorável às queimadas, objetivando alertar à população II - estimular o plantio de gêneros alimentícios utilizados na
quanto aos riscos existentes. merenda escolar;
§ 2º Durante a vigência do Estado de Alerta serão intensifi- III - promover e apoiar a implementação de hortas comu-
cados os controles de atividades potencialmente danosas. nitárias;
§ 3º As áreas de preservação permanente terão planos de IV - preservar o solo, nos termos do artigo 251, III, da Cons-
controle específicos a serem preparados pelo órgão ambiental tituição Estadual;
e o sistema de vigilância envolverá, prioritariamente, a própria V - apoiar os serviços de assistência gratuita aos pequenos
comunidade. produtores, proprietários ou não, trabalhadores e suas organi-
Art. 327 Aqueles que exploram recursos minerais ficam zações;
obrigados a restaurar o meio ambiente degradado, de acordo VI - criar e manter infra-estrutura de educação, saúde,
com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na transporte e lazer nas áreas agrícolas;
forma da lei. VII - estimular a produção e o plantio de mudas de árvo-
Art. 328 - O lançamento de esgotos sanitários, em ambien- res nativas de mata atlântica e restinga, objetivando atender os
tes aquáticos, tais como rios e lagunas, somente será permitido princípios do art. 316, inciso IV da seção III.
após tratamento, no mínimo, a nível secundário ou até terciário, VIII - promover a fiscalização sanitária municipal do abate
de acordo com o órgão municipal de meio ambiente dentro de de animais;
padrões preconizados pela OMS e padrões nacionais em vigor. IX - colaborar no controle e fiscalização de venda de agro-
§ 1º O Município reservará áreas, através dos instrumentos tóxicos, promovendo inclusive a cassação do alvará do estabe-
legais adequados, com a finalidade de atender às necessidades lecimento que não cumprir a legislação Federal e Estadual per-
de saneamento. tinente.
Art. 333 O Poder Público Municipal fará o levantamento e
§ 2º Caberá ao Município a gestão de serviços de sanea-
cadastramento de áreas agrícolas ocupadas por posseiros e os
mento, através de órgão especializado da administração, facul-
encaminhará à Defensoria Pública ou às entidades representa-
tada a realização de convênios para serviços de execução e ma-
tivas da categoria rural que tenham assistentes jurídicos com o
nutenção.
mesmo fim, para garantir- lhes a propriedade pelo usucapião.
Art. 334 A alienação ou concessão, a qualquer título de ter-
SEÇÃO IV
ra pública municipal, com área superior a 50 hectares, depende-
DA PESCA
rá de prévia autorização da Câmara de Vereadores, nos termos
do art. 248 da Constituição Estadual.
Art. 329 Considerando o caráter vivo e natural do recurso Art. 335 As ações do Poder Público Municipal darão apoio
pesqueiro e sua vocação espontânea, o Município definirá po- prioritário às áreas, onde existirem projetos de regularização
lítica específica para o setor pesqueiro, em consonância com fundiária e assentamentos rurais em implantação ou já implan-
as diretrizes dos Governos Estadual e Federal, promovendo seu tados de caráter municipal, estadual ou federal, inclusive com a
planejamento, ordenamento e desenvolvimento, enfatizando destinação de recursos municipais para o seu desenvolvimento,
sua função de abastecimento alimentar, através da implantação podendo também firmar convênios com entidades públicas e
de mercados de peixes nas sedes distritais, provimento de infra- privadas, para a implementação desses projetos.
estrutura de suporte à pesca, incentivo a aquicultura e implan- Art. 336 A regularização de ocupação referente à imóvel
tação do sistema de informação setorial. rural incorporado ao patrimônio público municipal far-se-á atra-
§ 1º Incumbe ao Município criar mecanismos de proteção e vés de contrato de concessão do direito real do uso, inegociável,
preservação de áreas ocupadas pelas comunidades de pescado- pelo prazo de 10 (dez) anos, nos termos do art. 247 da Consti-
res, assegurando seu espaço vital. tuição Estadual.
Art. 330 O Município articulará com os Governos Federal e Parágrafo Único - A concessão do direito real de uso de ter-
Estadual mecanismo de apoio à fiscalização das normas vigen- ras públicas municipais subordinar-se-á, obrigatoriamente, além
tes, relacionadas com as atividades de pesca. de outras que forem estabelecidas pelas partes, às seguintes
Art. 331 O Município deve promover permanente adequa- cláusulas definidoras:
ção dos conteúdos dos currículos escolares das comunidades I - o uso da terra direta, pessoal ou familiar, para cultivo ou
relacionadas econômica e socialmente à pesca, à sua vivência, qualquer outro tipo de utilização, que atenda aos objetivos da
realidade e potencialidade pesqueira. política agrária;
II - a obrigatória residência permanente dos beneficiários,
SEÇÃO VA na área objeto do contrato;
POLÍTICA AGRÍCOLA E AGRÁRIA III - a manutenção das reservas florestais obrigatória e a ob-
servância das restrições de uso do imóvel, nos termos da Lei.
Art. 332 O Município definirá política específica para o se-
tor, em consonância com as diretrizes do Governo Federal e Es-
tadual, promovendo seu planejamento, ordenamento e desen-
volvimento, atendendo os seguintes princípios:

59
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

TÍTULO VI Art. 350 O Município garantirá proteção especial à servido-


DISPOSIÇÕES GERAIS ra pública gestante, adequando ou mudando temporariamente
suas funções nos tipos de trabalho comprovadamente prejudi-
Art. 337 O Município celebrará convênio com a União e o ciais à sua saúde e à do nascituro, sem que disso decorra qual-
Estado, objetivando o cumprimento dos benefícios sociais para quer ônus posterior para o Município.
os trabalhadores em geral. Art. 351 À funcionária gestante do Executivo e Legislativo
Art. 338 Os programas de habitação popular, estabelecidos será concedida, mediante inspeção médica, licença com venci-
pelo Município, considerarão as seguintes prioridades para efei- mentos e vantagens integrais, pelo prazo de 04 (quatro) meses,
to de venda: prorrogáveis, no caso de aleitamento materno, por, no mínimo,
I - munícipes que percebam até 03 (três) salários mínimos; 30 (trinta) dias, estendendo-se no máximo até 90 (noventa) dias.
II - munícipes em geral. Art. 352 Para efeito do cumprimento do artigo 220 da pre-
Parágrafo Único - Para efeito de programas de habitação sente Lei, a prioridade será o ensino de 1º grau.
popular estabelecidos exclusivamente para os servidores, serão § 1º A população de 7 a 14 anos terá atendimento imediato.
considerados prioritariamente para efeito de venda: § 2º A população de mais de 14 anos será atendimento prio-
I - aposentados e pensionistas da municipalidade; ritariamente segundo os seguintes critérios:
II - funcionários ativos da municipalidade que percebam até
a) alfabetização ampla, atingindo a universalização do pri-
03 (três) salários mínimos;
meiro segmento do 1º grau, num prazo de 10 anos;
III - outros funcionários da municipalidade.
b) universalização do 1º grau completo em 15 anos.
Art. 339 O comércio de gêneros alimentícios é obrigado a
Art. 354 Entidades filantrópicas, voltadas principalmente à
afixar, na entrada do estabelecimento, placas visíveis com o pre-
ço das mercadorias integrantes da cesta básica. educação do menor carente e ao idoso, poderão requerer ao
Art. 340 Os responsáveis pelos estabelecimentos de presta- Poder Público Municipal, autorização para receber taxas de uti-
ção de serviços médicos, contratados ou conveniados, deverão lização dos estacionamentos da orla marítima.
afixar na entrada principal: Art. 355 O Poder Municipal poderá celebrar convênios,
I - a relação de seu pessoal médico e de apoio especializado; acordos, protocolos e contratos que visem viabilizar e dotar de
II - dias e horários dos plantões do pessoal de que trata o recursos técnicos e financeiros, específicos, com órgãos gover-
inciso anterior; namentais, fundações, entidades e empresas, para a implemen-
III - as especialidades dos profissionais referidos. tação de planos, programas e projetos e demais ações de inte-
Art. 341 Em todos os estabelecimentos públicos deverão ser resse social.
afixados, em local visível e destacado, todos os direitos funda- Art. 356 É obrigação do Poder Público incentivar as práticas
mentais do cidadão, bem como os locais que deverão procurar de agricultura orgânica e agropecuária sem defensivos, podendo
em caso de violação destes direitos. o Município viabilizar a implantação dos seus projetos.
Art. 342 É lícito a qualquer cidadão obter informações e Art. 357 Fica transformado em Anexo do Teatro Municipal o
certidões sobre assuntos referentes à administração Municipal. imóvel situado à Rua 15 de novembro nº 27.
Art. 343 Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear Art. 358 Ficam criadas no Município de Niterói as Zonas de
a declaração de nulidade ou anulação dos atos lesivos ao patri- Livre Comércio para efeito do horário de funcionamento do co-
mônio Municipal. mércio varejista, cuja regulamentação será remetida pelo Execu-
Art. 344 O Município não poderá dar nome de pessoas vivas tivo para apreciação e votação pela Câmara.
a bens e serviços públicos de qualquer natureza. Art. 359 Fica o Município autorizado a cobrar, inclusive atra-
Art. 345 É vetada na Administração Pública Direta, Indire- vés de convênios com entidades representativas da sociedade,
ta e Fundacional do Município, a contratação de empresas que pela guarda de veículos automotores em logradouros públicos,
reproduzam práticas discriminatórias na admissão de mão-de- estabelecidos por Lei específica.
-obra. Art. 360 Ficam os Poderes Municipais obrigados a colocar
Art. 346 O Município proporcionará aos servidores, homens em todos os veículos da frota Municipal o logotipo do Municí-
e mulheres, oportunidades adequadas de crescimento profissio-
pio, como símbolo de identificação da Cidade.
nal através de programas de formação de mão-de-obra, aper-
Parágrafo Único - Se submetem a obrigação contida no
feiçoamento e reciclagem, inclusive para habilitação no atendi-
caput do artigo anterior os veículos da Administração Direta e
mento específico à mulher.
Indireta, Câmara Municipal, IBASM, EMUSA, IDURB, CLIN e ou-
Art. 347 É assegurada a isenção de pagamento de taxas de
inscrição para todos os estudantes à investidura em cargo ou tras que porventura sejam criadas.
emprego público, desde que comprovem insuficiência de recur- Art. 361 Os despachantes oficiais devidamente nomeados
so na forma da lei. pelo Estado, ficam autorizados a exercer livremente suas fun-
Art. 348 Os cemitérios no Município terão sempre caráter ções, junto aos órgãos do Poder Municipal.
secular, e serão administrados pela autoridade Municipal, sen- Parágrafo Único - A autorização de que trata o presente
do permitida a todas as confissões religiosas e práticas de seus artigo fica condicionada à apresentação junto à Secretaria de
ritos. Administração de documento comprobatório da condição de
Art. 349 As associações religiosas e os particulares poderão, Despachante Oficial.
na forma da Lei, manter cemitérios próprios, fiscalizados, porém
pelo Município.

60
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 362 O Poder Executivo estabelecerá estímulos perma- I - em nível setorial, por participação igualitária nos conse-
nentes para cobrança da dívida ativa judicial, de forma a torná-la lhos existentes ou que vierem a ser criado, por Decreto do Exe-
elemento coercitivo capaz de assegurar a eficácia do recebimen- cutivo.
to das receitas municipais, utilizando como instrumento para tal II - em nível superior, por representante comunitário de
fim: cada conselho setorial, juntamente com um representante da
I - o aumento de participação dos serventuários da justiça área técnica em cada um dos Conselhos referidos;
na penalidade de ajuizamento; III - a cada grupamento de unidades administrativas com
II - a eliminação do passivo fiscal existente com a anistia de funções destacadas no sistema corresponderá um colegiado,
processos, cujos valores não justifiquem a sua continuação de como expresso neste artigo.
tramitação, conforme se dispuser em regulamento; IV - constituem grupamentos todos os segmentos de ação
III - a ampliação do número de prestações não reajustáveis, comunitária devidamente legalizados e organizados, inclusive os
em parcelamentos, quando se tratar: de pessoas carentes, favelados, servidores municipais e pessoas
a) de pessoas físicas de pouca renda; portadoras de deficiência.
b) de pessoas jurídicas de pequeno porte, inclusive micro- § 2º A indicação dos representantes comunitários, como de-
empresas; finidos em regulamento, far-se-á através de indicação direta da
c) associações comunitárias, sem fins lucrativos, inclusive entidade que legitimamente os representem.
associações esportivas, culturais e recreativas, sindicatos, clubes § 3º As pessoas portadoras de deficiência, em cada área,
sociais, associações de moradores e assemelhados. terão assegurado a participação em reuniões nas quais se deli-
Parágrafo Único - Dar-se-á prioridade de alocação de recur- berem matérias a elas relacionadas, independente da presença
sos materiais e humanos para enfatização das providências ne- ou representação das entidades filantrópicas do campo.
cessárias à cobrança judicial da dívida ativa. Art. 372 Ficam mantidos o IBASM, IDURB, ENITUR, EMUSA,
Art. 363 Revogado. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica FUNIARTE e CLIN como entidades da Administração Indireta do
nº 21/2001) Município.
Art. 364 Revogado. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica Art. 373 É facultada na forma da lei a transferência da exe-
nº 21/2001) cução dos serviços de utilidade pública, por concessão e per-
Art. 365 O artigo 2º da Lei nº 526, de 11 de dezembro de missão, mediante concorrência pública e ainda, por autorização,
1984, passa a ter a seguinte redação: sujeitando-se estas a normas uniformes.
“Art. 2º Para efeitos desta Lei computar-se-á inclusive o Art. 374 O Município deverá incentivar a prática de festivais
tempo de serviço no desempenho de cargos e funções de con- de música, poesia, dança, teatro e outras formas de atividades
fiança em empresas públicas, sociedades de economia mista, culturais ligadas às artes.
autarquias, fundações públicas do Município, e na Câmara Mu- Art. 375 Aplica-se aos servidores municipais em geral o in-
nicipal de Niterói”. ciso V do artigo 7º da Constituição Federal, que atribui como
Art. 366 (Declarado inconstitucional pelo Órgão Especial do direito piso salarial proporcional à extensão e à complexidade
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro em 30 de do trabalho.
janeiro de 2012) Art. 376 Ainda que submetidos a prazos, os preceitos desta
Art. 367 Suprimido. (Suprimido pela Emenda à Lei Orgânica Lei Orgânica, que importarem em isenções serão implementa-
nº 3/1993) dos através de mensagens do Executivo, submetida a Câmara
Art. 368 Ficam os estabelecimentos bancários autorizados a Municipal, desde que apontadas às fontes de custeio e obedeci-
atender a aposentados, devidamente identificados, nos dias dos dos os dispositivos pertinentes da Constituição Federal e Cons-
respectivos pagamentos a partir de uma hora antes do horário tituição Estadual.
normal de abertura, respeitada a legislação trabalhista em vigor. Art. 377 Ainda que submetidos a prazos, os preceitos desta
Art. 369 Fica autorizada a ampliação do horário de atendi- Lei Orgânica que importarem em novos encargos ou em aumen-
mento bancário ao público, desde que sejam estabelecidos dois to dos existentes, serão implementados através de Mensagem
turnos, de 6 (seis) horas cada um, para os funcionários. do Poder Executivo, submetida à Câmara Municipal, desde que
Art. 370 Os jogos tidos como de azar poderá ser explora- atendidas às disponibilidades do erário e obedecidos os dispo-
do, mediante concessão do Município, como fim de incentivo sitivos pertinentes da Constituição Federal e da Constituição Es-
e como forma de lazer social nos termos em que dispuser a Lei tadual.
Federal. Art. 378 Exigir-se-á para concessão do título de utilidade
Parágrafo Único - A área destinada ao funcionamento de pública às Lojas Maçônicas apenas o atestado de regularidade
cassinos será definida através de proposta do Legislativo ao Exe- junto à entidade estadual a que devem obediência.
cutivo. Art. 379 O Município definirá em Plano Diretor as áreas de
Art. 371 O Poder Executivo adotará, nos termos das Cons- preservação permanente, adequando-as às legislações federais
tituições Federal e Estadual, as medidas legais e pertinentes à e estaduais pertinentes, de modo a estabelecer ordenamento
manutenção e criação de Conselhos Municipais e Fundos Con- territorial conforme estabelecido no artigo 30, inciso VIII, da
tábeis Municipais. Constituição Federal, além do que determina o artigo 1º, pará-
§ 1º A cooperação das associações representativas Munici- grafo único, da Lei Federal nº 7.803, de 18 de julho de 1989.
pais de que trata o inciso X do artigo 29 da Carta Federal far-se-á:

61
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 380 Será facultada a utilização das instalações das uni- Art. 394 Cabe à Câmara Municipal, com a sanção do Prefeito
dades de ensino da rede municipal para atividades das Associa- do Prefeito do Município, cumprir o disposto no Inciso XXXIV do
ções Profissionais de Educação, dos Grêmios e das Associações artigo 12, Capítulo II - Seção I.
de Pais, sem prejuízo das atividades educacionais. Art. 395 Não será admitido Projeto ou Lei a respeito de gra-
Art. 381 Os planos elaborados para os empreendimentos tuidade em serviços públicos municipais, sem indicação da cor-
de obras e serviços do Município, incluindo seus cronogramas, respondente fonte de custeio.
serão entregues ao Poder Legislativo, para ciência do conjunto Art. 396 Poderá a Câmara Municipal de Niterói criar comis-
dos Vereadores. são parlamentar de inquérito sobre fato determinado e prazo
Art. 382 O Poder Público Municipal, nos limites de sua com- certo, mediante requerimento de um terço de seus membros.
petência, garantirá a inviolabilidade das sedes de entidades re- Art. 397 Aplicam-se aos Membros do Poder Legislativo do
presentativas do movimento popular e associativo. Município o preceito contido na alínea D do inciso I do
Art. 383 Os hospitais da rede municipal destinarão 10% (dez Art. 159. (Redação acrescida pela Emenda à Lei Orgânica nº
por cento) de seus leitos para atendimentos dos portadores da 8/1995)
Síndrome da imunodeficiência Adquirida. Art. 398 Suprimido. (Suprimido pela Emenda à Lei Orgânica
Art. 384 O Município não manterá convênio cultural, espor- nº 26/2005)
tivo, econômico, comercial ou científico ou estados que adotem
política segregacional. ATO DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Parágrafo Único - É vetada a instalação no Município cuja
matriz estiver localizada nos países ou estados referidos neste Art. 1º O Prefeito e os Vereadores da Câmara Municipal
artigo. prestarão compromisso de manter, defender e cumprir esta Lei
Art. 385 Revogado. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica Orgânica, no ato e na data de sua promulgação.
nº 21/2001) Art. 2º No prazo de 12 (doze) meses, para efeito do disposto
Art. 386 Ficam resguardados direitos e vantagens à viúva de no artigo 183, o Município deverá instituir, por Lei, órgão go-
Vereador que vier a falecer durante seu mandato Legislativo, na vernamental com o objetivo de dar cumprimento às diretrizes
sua integralidade, durante o período restante do mandato. apontadas na Constituição Federal.
Art. 3º Fica estipulado o prazo de até 180 dias, após a pro-
Art. 387 O servidor público que adotar crianças de 0 a 12
mulgação desta Lei Orgânica, para a criação de estrutura das Co-
(doze) anos de idade, terá direito ao gozo integral da licença e
missões Permanentes da Câmara Municipal, através de Projeto
o auxilio maternidade, incluindo as hipóteses de adoção de gru-
de Resolução.
pos de irmãos. Já o servidor que adotar crianças entre 13 (treze)
Art. 4º Deverá o órgão de defesa do consumidor, no prazo
e 16 (dezesseis) anos, terá direito a 03 meses de licença e ao
máximo de 90(noventa) dias depois de constituído, ser registra-
auxilio maternidade. (Redação dada pela Emenda à Lei Orgânica
do no Conselho Nacional de Defesa do Consumidor (CNDC), no
nº 34/2009).
Ministério da Justiça.
Parágrafo Único - O termo de adoção prescrito pela legisla-
Art. 5º Fica fixado em 180 (cento e oitenta) dias o prazo para
ção pertinente será o documento hábil para requerer o gozo da elaboração do Regimento Interno da Câmara Municipal de Ni-
licença e o auxílio maternidade. terói.
Art. 388 O Poder Executivo poderá instituir cursos de Artes Art. 6º Serão revistas pela Câmara Municipal, através de Co-
Cênicas no Teatro Municipal de Niterói, dentro das normas per- missão Mista, até cinco de outubro de 1991, todas as doações,
tinentes. vendas, concessões de utilidade pública, arrendamentos, loca-
Art. 389 Compete ao Município, de acordo com o dispos- ções, comodatos de próprios municipais, aplicados à revisão dos
to no inciso IX do artigo 29 da Constituição Federal, promover critérios contidos nos parágrafos do art. 51 do ato das Disposi-
a proteção de seu patrimônio cultural, por meio de inventário, ções Transitórias da Constituição da República.
registro, tombamento e demais atos que se fizerem necessários. Art. 7º A Câmara Municipal fará um levantamento, através
Art. 390 Todo cidadão que doar seus olhos ao Banco de de Comissão Mista integrada pelo Legislativo e Executivo, de to-
Olhos de Niterói para restabelecer a visão às pessoas cegas, pro- das as ocupações, doações, vendas e concessões de terras públi-
piciará a sua família gratuidade das taxas municipais, referentes cas realizadas até a promulgação da Lei Orgânica do Município.
ao seu sepultamento. § 1º O referido levantamento deverá ser concluído no prazo
Art. 391 Os recursos financeiros do sistema de saúde serão máximo de 12 (doze) meses após a promulgação da Lei Orgâni-
administrados, em cada esfera, por fundos de natureza contábil, ca.
criados na forma da Lei ex vi do artigo 289, parágrafo único da § 2º Não se enquadram neste item às ocupações urbanas
Constituição Estadual e administrado pela Fundação Municipal utilizadas para a construção de moradia pela população de baixa
de Saúde. renda.
Art. 392 Suprimido. (Suprimido pela Emenda à Lei orgânica Art. 8º O Município realizará, até 6 (seis) meses após a pro-
nº 04/1993) mulgação da Lei Orgânica, um levantamento de todas as áreas
Parágrafo Único - Suprimido. (Suprimido pela Emenda à Lei públicas de sua propriedade, mantendo-as cadastradas e atua-
orgânica nº 04/1993) lizadas.
Art. 393 A lei disciplinará a reversão dos bens vinculados Art. 9º O Poder Executivo tem o prazo máximo de 2 (dois)
aos serviços públicos municipais objeto de concessão ou per- anos para elaborar, com base em critérios técnicos adequados,
missão, mediante prévia e justa remuneração em dinheiro. e submeter à aprovação da Câmara Municipal:

62
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

I - o Plano Diretor Viário, incluindo a previsão de sistemas II - recuperação das lagunas de Piratininga, Itaipu e respec-
de ciclovias; tivas bacias hidrográficas;
II - o Plano Diretor de Macro-Micro-Drenagem; III - zoneamento da área de Proteção Ambiental das lagunas
III - o Plano Diretor de Transportes Públicos; de Piratininga e Itaipu;
IV - o Plano Diretor de contenção, estabilização e proteção IV - plano municipal de saneamento;
de encostas sujeitas à erosão e a deslizamentos, que deverá in- V - urbanização, regulamentação fundiária e titulação das
cluir a recomposição da cobertura vegetal com espécies adequa- áreas faveladas e de baixa renda;
das a tais finalidades. VI - programas de construção de moradias populares;
Art. 10 O Poder Público Municipal fica obrigado a dar cum- VII - implantação de núcleos agrícolas;
primento ao inciso V do artigo 219 da presente Lei, bem como VIII - compatibilização dos espaços urbanos ao trânsito de
previsto no seu artigo 228, quando da elaboração da proposta livre circulação de deficientes.
orçamentária para 1991. Art. 21 As atividades poluidoras já instaladas no Município
Art. 11 A carga horária mínima será universalizada imedia- têm o prazo máximo de 03 (três) anos para atender às normas e
tamente, podendo o turno único ser estendido ao conjunto da padrões federais e estaduais em vigor da data da promulgação
rede. desta Lei Orgânica.
Art. 12 A universalização de o ensino regular noturno se fará § 1º O prazo máximo a que se refere o presente artigo po-
nos moldes do art. 220, item III, devendo, ao final de 15 (quinze) derá ser reduzido em casos particulares, a critério do Executivo
anos, ser extinto o ensino supletivo, na mesma proporção da Municipal, não devendo servir de argumento, em nenhuma hi-
implantação do ensino regular que o substituirá. pótese, para justificar a dilatação de prazos estabelecidos por
Art. 13 Fica estabelecido um prazo de 04 (quatro) Meses, a órgãos federais e estaduais de meio ambiente.
partir da data da publicação desta Lei, para que o atual Executivo § 2º O não cumprimento do disposto no caput deste arti-
Municipal apresente o Plano Municipal de Educação, com vistas go implicará na imposição de multa diária retroativa à data de
a incluir ações que garantam o cumprimento do disposto no ar- vencimento do referido prazo e proporcional à gravidade da
tigo 313 da Constituição Estadual e 214 da Constituição Federal. infração, em função da quantidade de toxidade dos poluentes
Art. 14 Num prazo de 12 (doze) meses, os prédios escola- emitidos, sem prejuízo da interdição da atividade.
res serão adaptados aos portadores de deficiência física, sendo Art. 22 O Município poderá implantar, no prazo máximo de
5 (cinco) anos a contar da promulgação desta Lei Orgânica, uma
exigidas a partir da promulgação da presente Lei a construção
Usina de Reciclagem de Lixo para processamento de resíduos a
de novos prédios, já dentro das especificações técnicas exigidas
fim de atender às suas necessidades.
para a plena utilização por este tipo de aluno.
Art. 23 Para o exercício de 1990, fica com validade a licita-
Art. 15 Revogado. (Revogado pela Emenda à Lei Orgânica
ção já realizada que tomou órgãos oficiais da municipalidade os
nº 21/2001)
jornais O Fluminense e A Tribuna.
Art. 16 Num prazo máximo de 12 (doze) meses, a partir da
Art. 24 O Poder Público Municipal promoverá edição popu-
promulgação da presente Lei, o Poder Público Municipal pro-
lar do texto integral desta Lei Orgânica, que será posta à dis-
videnciará o pleno cumprimento do artigo 175, garantindo o
posição das unidades da rede municipal de ensino público, dos
direito de opção pelos servidores em questão, ou mediante a cartórios, dos sindicatos, das associações de moradores, de bair-
adoção, inclusive, de concurso público para suprir os cargos ou ros e favelas, dos quartéis, das igrejas e de outras instituições
empregos vagos. representativas da comunidade, gratuitamente, de modo que
Art. 17 O próximo censo escolar deverá ser realizado no ano possa o cidadão tomar conhecimento desta Lei.
de 1992, coincidindo com o último ano do atual governo muni- Art. 25 O Poder Executivo encaminhará a Câmara Munici-
cipal. pal, no prazo previsto na Constituição Federal, o Plano de Cargos
Art. 18 O Poder Público definirá, no prazo máximo de 06 e Salários para os servidores da administração direta, autárquica
(seis) meses, na forma da lei, entre as categorias de unidade de e fundacional.
conservação estabelecida pela Resolução CONAMA nº 11 de 03 Parágrafo Único - Na elaboração do Plano será garantida a
de dezembro de 1987, aquelas adequadas à proteção das áreas participação do funcionalismo municipal, através de suas enti-
de preservação permanentes. dades representativas.
Art. 19 A contar da promulgação da Lei Orgânica, no prazo Art. 26 Fica estipulado o prazo previsto na Constituição Fe-
máximo de 05 (cinco) meses, exploradores de recursos minerais deral para que o Poder Legislativo implante o Plano de Cargos e
ficam obrigados a apresentar ao órgão público competente um Salários.
projeto de recuperação de áreas degradadas. Art. 27 O Poder Público Municipal contará com o prazo de
Parágrafo Único - A inobservância deste preceito sujeitará o 06 (seis) meses para dar cumprimento ao inciso V do artigo 218
infrator à cassação do alvará de funcionamento. da Seção I do Capítulo IV, Título V.
Art. 20 Fica estabelecido o prazo de até 12 (doze) meses, a Art. 28 No prazo de 02 (dois) anos, a contar da promulga-
partir da promulgação desta Lei, para o Executivo apresentar a ção desta Lei Orgânica, ficam obrigadas as diretoras das escolas
CAES (Comissão de Análise Especial) criada pela Lei Municipal nº municipais a cumprir os requisitos a que refere o artigo 236, §
659/87, os Planos de trabalho contendo metodologia, normas, 1º desta Lei.
cronogramas e custo para as seguintes atividades: Art. 29 No prazo de 12 (doze) meses o Poder Executivo de-
I - levantamento, mapeamento e cadastro fundiário do Mu- verá criar uma legislação específica de turismo em nível Muni-
nicípio; cipal, enviando- a a apreciação e votação do Poder Legislativo.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 1º Obedecidas às normas constitucionais, na legislação Parágrafo Único - O Pagamento dos servidores será feito até
deste artigo, poderá o Poder Executivo conceder incentivos fis- o dia 05 (cinco) do mês subseqüente.
cais. Art. 38 Os Poderes Executivo e Legislativo do Município pro-
§ 2º Poderão ser beneficiadas as entidades que comprova- cederão, dentro de 02 (dois) anos, à reclassificação de todos os
damente investirem no turismo, obedecida à regulamentação seus servidores, mediante prova de títulos e concurso interno,
do órgão competente. observadas as seguintes disposições:
Art. 30 Fica estabelecido o prazo máximo de 12 (doze) me- I - serão transformados os cargos anteriormente regidos
ses, a contar da promulgação desta Lei, para que os poderes Exe- pela Consolidação das Leis do Trabalho, incluídos no Regime
cutivos e Legislativos dêem início ao processo de elaboração das Único de que tratam a Lei Municipal nº 765, de 17 de novembro
leis que complementarão desta Lei Orgânica. de 1989, e a Resolução nº 1.888, de 06 de dezembro de 1989,
Parágrafo Único - As Comissões Permanentes da Câmara enquadrados os excedentes em Quadro Suplementar.
Municipal elaborarão, no prazo de iniciativa deste artigo, os pro- II - idêntico procedimento será adotado com servidor de um
jetos do Legislativo, em matéria do âmbito de sua competência Poder, colocado à disposição de outro, que opte pelo exercício
específica, de forma a serem discutidos e convertidos em reso- definitivo na situação atual;
lução. III - será realizada uma reclassificação geral, com enquadra-
Art. 31 A revisão desta Lei Orgânica será realizada após a da mento que corrija os desvios de funções, colocados os exceden-
Constituição do Estado do Rio de Janeiro, pelo voto de 2/3 (dois tes em Quadro Suplementar, nela incluídos os servidores de que
terços) dos membros da Câmara Municipal. tratam os incisos anteriores.
Art. 32 Dentro de 90 (noventa) dias, a contar da publica- Art. 39 Ficam as empresas concessionárias dos transpor-
ção desta Lei Orgânica, o Executivo e o Legislativo, através de, tes coletivos urbanos obrigados a retirar dos veículos qualquer
respectivamente, Lei e Resolução, compatibilizarão as compe- equipamento que dificulte ou impeça o passageiro a se locomo-
tências mútuas das Procuradorias respectivas, de forma a har- ver em qualquer direção, exceto retorno à roleta, num prazo má-
monizar a atuação jurídica de ambas nos estritos limites de suas ximo de 360 (trezentos e sessenta) dias, a partir da promulgação
competências, cabendo: desta Lei Orgânica.
I - à Procuradoria Geral do Município a representação, em Art. 40 A aprovação do projeto de parcelamento ou edifica-
juízo ou fora dele, da cidade como um todo; ção deverá obedecer à legislação vigente à época de sua aprova-
II - à Procuradoria Geral da Câmara Municipal, tudo que ção, independentemente da legislação vigente de sua protoco-
diga respeito à legitimidade dos atos do Legislativo, a sustenta- lização, assegurado o prazo máximo de 12 (doze) meses para o
ção desta em juízo ou fora dele, inclusive no que tange a diver- licenciamento das obras.
gências com o próprio Executivo. § 1º O prazo máximo para conclusão das fundações será de
Art. 33 A Fundação Municipal de Saúde de Niterói terá 12 (doze) meses, contados do licenciamento da obra, sob pena
suas finalidades e formas de administração regulamentadas, de do projeto ser reanalisado com base na legislação que estiver
modo a ajustar- se às normas Constitucionais, à atual Lei Orgâni- em vigor.
ca da Saúde e à presente Lei. § 2º Os prazos de licenciamento das edificações coletivas e
Art. 34 No prazo máximo de 06 (seis) meses, a contar da arruamentos serão de 24 meses, podendo ser alterados, a cri-
promulgação desta Lei Orgânica, a Comissão Executiva da Câ- tério do órgão municipal competente, com a apresentação pré-
mara Municipal deverá realizar um Censo de seus funcionários. via de cronograma físico, de modo a se evitar a proliferação de
§ 1º Constatado o fato de algum servidor acumular dois ou obras inacabadas, salvo casos de excepcionalidade.
mais empregos públicos, deverá o mesmo optar por um deles, Art. 41 É vetada a ampliação dos serviços educacionais
de acordo com o artigo 37, incisos XVI e XVII, da Constituição prestados pelo Poder Público Municipal para os níveis ulterio-
Federal. res, enquanto não estiver plenamente atendida a demanda do
§ 2º Excluem-se do disposto no parágrafo anterior os ocu- pré-escolar e de 1º grau.
pantes de cargo em comissão ou de confiança. Art. 42 Esta Lei Orgânica, aprovada e assinada pelos inte-
§ 3º Para efeito do Censo referido no caput deste artigo, grantes da Câmara Municipal, será promulgada pela Mesa e en-
deverá ser realizado um estudo de todos os setores da admi- trará em vigor na data de sua promulgação, revogadas as dispo-
nistração, objetivando o número de funcionários estritamente sições em contrário.
necessários.
Art. 35 Ficam garantidas todas as conquistas sociais e popu- MESA DIRETORA
lares não explícitas nesta Lei Orgânica e prescritas pelas Cons- 2011
tituições Federal e Estadual, exceto as que, objeto de argüição
de inconstitucionalidade, deixarem de compor o texto das Leis PLANO DIRETOR (LEI Nº 3.385/19).
Constitucionais referidas.
Art. 36 Ficam anistiados os servidores demitidos pelos atos
do Poder Executivo de nºs. 342 e 343, de 23 de julho de 1975, Prezado Candidato, a lei supracitada não está disponível no
com a imediata readmissão, sem direito a qualquer ressarcimen- órgão responsável, para que seus estudos não sejam lesionados
to. estamos disponibilizando o Plano Diretor disponível na Câmara
Art. 37 O Município formulará, com antecedência de pelo municipal de Niterói
menos seis meses, o calendário de pagamento dos servidores
municipais.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

INSTITUE O PLANO DIRETOR DE NITERÓI. VII - promover e incentivar o turismo como fator de de-
senvolvimento econômico e social, respeitando e valorizando
A CÂMARA MUNICIPAL DE NITERÓI DECRETA E EU SANCIO- o Patrimônio Cultural e Natural e observando as peculiaridades
NO E PROMULGO A SEGUINTE LEI: locais;
VIII - valorizar o Patrimônio Cultural, reforçando o senti-
TÍTULO I mento de cidadania e proporcionando o reencontro do habitan-
DA POLÍTICA URBANA te com sua Cidade;
IX - estimular a implantação de sistemas de circulação viária
CAPÍTULO I e de transportes coletivos não poluentes e prevalentes sobre o
DOS OBJETIVOS transporte individual, assegurando acessibilidade satisfatória a
todas as regiões da Cidade;
Art. 1º O Plano Diretor é o Instrumento básico da Política de X - reduzir os deslocamentos casas-atividades por meio de
Desenvolvimento Urbano, parte integrante do processo contí- criteriosa distribuição das atividades econômicas no território
nuo de planejamento, que deverá contar com a participação da municipal;
coletividade, orientando agentes públicos e privados que atuam XI - promover a distribuição dos serviços públicos e dos
na produção e gestão da Cidade. equipamentos urbanos e comunitários de forma socialmente
Art. 2º O Plano Diretor tem como objetivo orientar o pleno justa e espacialmente equilibrada, garantindo reserva suficien-
desenvolvimento das diversas funções sociais da Cidade e garan- te de terras públicas municipais, adequadas para implantação
tir o resgate da dignidade urbana, o bem-estar e a melhoria da de equipamentos urbanos e comunitários, de áreas verdes e de
qualidade de vida de seus habitantes, com utilização de critérios programas habitacionais;
ecológicos e de justiça social. XII - definir instrumentos para a atuação conjunta do setor
Parágrafo Único - Por função social da Cidade entende-se o público e privado visando à efetivação das transformações urba-
direito de todo o cidadão ter acesso à moradia, transporte pú- nísticas necessárias ao desenvolvimento da Cidade;
blico, saneamento básico, energia elétrica, iluminação pública, XIII - perseguir mecanismos para integração do Município
saúde, educação, segurança, cultura, lazer, recreação e à pre- de Niterói com o Estado do Rio de Janeiro, com a União e com os
servação, proteção e recuperação dos Patrimônios Ambiental, Municípios do Estado, especialmente com aqueles limítrofes, no
Arquitetônico e Cultural da Cidade. que diz respeito aos interesses comuns.
Art. 3º Constituem objetivos estratégicos do Plano Diretor: Art. 4º O Plano Diretor orienta os processos de desenvolvi-
I - compatibilizar o uso e a ocupação do solo com a prote- mento urbano para a realização da política urbana e ambiental
ção do meio ambiente natural e construído, reprimindo a ação do Município.
especulativa e propiciando melhores condições de acesso à ter- § 1º As Leis Municipais de Diretrizes Orçamentárias, do
ra, habitação, trabalho, transportes, equipamentos públicos e Orçamento Plurianual de Investimentos e do Orçamento Anual
serviços urbanos para o conjunto da população, evitando-se a observarão as orientações e diretrizes estabelecidas nesta Lei.
ociosidade ou a saturação dos investimentos coletivos em infra- § 2º As intervenções de órgãos federais, estaduais e mu-
estrutura e equipamentos instalados; nicipais na Cidade de Niterói deverão estar de acordo com as
II - estabelecer, considerando que o Município de Niterói determinações desta Lei.
integra a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, novas alter-
nativas de transportes com os municípios vizinhos e novas al- CAPÍTULO II
ternativas econômicas compatíveis com as condições naturais e DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
econômicas da região onde se insere;
III - viabilizar a urbanização e a regularização fundiária das Art. 5º O exercício do direito de propriedade dos bens
áreas ocupadas por população de baixa renda; imóveis atenderá a sua função social quando condicionado às
IV - estabelecer um sistema de planejamento urbano e am- funções sociais da Cidade e às exigências desta Lei, subordinan-
biental, que garanta a integração dos agentes setoriais de plane- do-se os direitos decorrentes da propriedade individual aos in-
jamento e de execução da Administração Municipal e assegure a teresses da coletividade.
participação da sociedade civil nos processos de planejamento, Parágrafo Único - O direito de construir atenderá a função
implementação, avaliação e revisão das diretrizes do Plano Di- social da propriedade imobiliária.
retor; Art. 6º Para cumprir sua função social, a propriedade deve
V - proporcionar uma melhoria da qualidade ambiental atender, simultaneamente, no mínimo as seguintes exigências:
através do controle da utilização dos recursos naturais, da recu- I - aproveitamento e utilização para atividades inerentes
peração das áreas deterioradas e da preservação do Patrimônio ao cumprimento das funções sociais da Cidade, em intensidade
Natural e Paisagístico; compatível com a capacidade de atendimento dos equipamen-
VI - orientar o desenvolvimento econômico da Cidade, res- tos e serviços públicos;
peitadas suas tradições e vocações, de forma a ampliar as opor- II - aproveitamento e utilização compatíveis com a preser-
tunidades de desenvolvimento para a economia do Município vação da qualidade do meio ambiente e do Patrimônio Cultural;
e, em particular, para os setores de serviços e de indústrias não III - aproveitamento e utilização compatíveis com a seguran-
poluentes; ça e saúde de seus usuários e da vizinhança.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 7º O Município, por interesse público, usará os instru- § 1º A propriedade urbana cumpre sua função social quan-
mentos previstos nesta Lei para assegurar o cumprimento da do atende às exigências fundamentais de ordenação da Cidade
função social da propriedade. expressas na forma da Lei, assegurando o atendimento das ne-
cessidades dos cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça
TÍTULO I social e ao desenvolvimento das atividades econômicas.
DA POLÍTICA URBANA § 2º Os Instrumentos mencionados neste artigo regem-se
CAPÍTULO III pela legislação que lhes é própria, observado o disposto nesta
DOS INSTRUMENTOS EM GERAL (REDAÇÃO DADA PELA LEI Lei.
Nº 2123/2004) § 3º Os Instrumentos previstos neste artigo que demandam
dispêndio de recursos por parte do poder público municipal de-
Art. 8º Consideram-se Instrumentos implementadores do vem ser objeto de controle social, garantida a participação de
Plano Diretor, sem prejuízo dos Instrumentos urbanísticos rela- comunidades, movimentos e entidades da sociedade civil atra-
cionados no artigo 311 da Lei Orgânica do Município, com o ob- vés de:
jetivo de fazer cumprir a função social da propriedade urbana: I - promoção de audiências públicas e debates com a partici-
I - Instrumentos de Planejamento Municipal: pação da população e de associações representativas dos vários
a) Plano Diretor; segmentos da comunidade;
b) Lei de Parcelamento, II - publicidade quanto aos documentos e informações pro-
c) Lei de Uso e Ocupação do Solo; duzidos;
d) Zoneamento Ambiental; III - acesso de qualquer interessado aos documentos e infor-
e) planos, programas, projetos setoriais; mações produzidos;
f) Planos Urbanísticos Regionais (PUR); IV - apreciação nos conselhos municipais competentes.
g) Plano Plurianual; § 4º Fica o Poder Executivo autorizado a celebrar Convênios,
h) Lei de Diretrizes Orçamentárias e Orçamento Anual; Contratos e Consórcios com outros Municípios e Órgãos da Ad-
i) gestão orçamentária participativa; ministração Direta, Indireta e Fundacional do Estado e da União,
j) planos de desenvolvimento econômico e social; para a consecução dos objetivos e diretrizes definidos nesta Lei.
l) Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) (Redação acrescida pela Lei nº 2123/2004)
m) Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV).
II - institutos tributários e financeiros: TÍTULO I
a) Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana DA POLÍTICA URBANA
(IPTU); CAPÍTULO III
b) Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana DOS INSTRUMENTOS
(IPTU) progressivo no tempo; SEÇÃO I
c) Fundo Municipal de Urbanização, Habitação e Regulari- DO IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITO-
zação Fundiária; RIAL URBANA (IPTU) PROGRESSIVO NO TEMPO (REDAÇÃO
d) Fundo Municipal de Conservação Ambiental (FMCA); DADA PELA LEI Nº 2123/2004)
e) contribuição de melhoria;
f) incentivos e benefícios fiscais e financeiros;
Art. 9º Em caso de descumprimento das obrigações decor-
III - institutos jurídicos e políticos:
rentes da incidência de parcelamento, edificação ou utilização
a) desapropriação;
compulsórias, ou de qualquer de suas condições ou prazos, o
b) servidão administrativa;
Município procederá à aplicação do Imposto sobre a Proprie-
c) limitações administrativas;
dade Predial e Territorial Urbana (IPTU) progressivo no tempo,
d) tombamento de imóveis ou de mobiliário urbano;
mediante a majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos con-
e) instituição de unidades de conservação;
secutivos.
f) instituição de Áreas de Especial Interesse;
§ 1º O Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Ur-
g) concessão de direito real de uso;
h) concessão de uso especial para fins de moradia; bana (IPTU) poderá ainda ser progressivo no tempo de forma
i) parcelamento, edificação ou utilização compulsórios; a assegurar a função social da propriedade, nos termos do art.
j) usucapião especial de imóvel urbano; 156, § 1º, da Constituição Federal de 1988, nos vazios urbanos
l) direito de superfície; e em Áreas de Especial Interesse Social criadas para fins de im-
m) direito de preempção; plantação de programas ou projetos habitacionais de baixa ren-
n) outorga onerosa do direito de construir (solo criado) e de da.
alteração de uso; § 2º O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado
o) transferência do direito de construir; na mesma lei específica que determinar a incidência do parcela-
p) operações urbanas consorciadas; mento, edificação ou utilização compulsórias, e não excederá a
q) regularização fundiária; duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquo-
r) assistência técnica e jurídica gratuita para as comunida- ta máxima de quinze porcento.
des e grupos sociais menos favorecidos;
s) referendo popular e plebiscito;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 3º Caso a obrigação de parcelar, edificar ou utilizar não a) por funcionário do órgão competente do poder público
esteja atendida em cinco anos, o Município manterá a cobrança municipal, ao proprietário do imóvel ou, no caso de este ser
pela alíquota máxima, até que se cumpra a referida obrigação, pessoa jurídica, a quem tenha poderes de gerência geral ou ad-
garantida a prerrogativa do Município proceder à desapropria- ministração;
ção do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública, na b) por edital quando frustrada, por três vezes, a tentativa de
forma da Lei. notificação na forma prevista na alínea a deste parágrafo.
§ 4º É vedada a concessão de reduções, isenções ou de anis- § 7º A transmissão do imóvel, por ato inter vivos ou causa
tia relativas à tributação progressiva de que trata este artigo. mortis, posterior à data da notificação, transfere as obrigações
§ 5º O IPTU progressivo no tempo de que trata este arti- de parcelamento, edificação ou utilização prevista no caput des-
go não incidirá sobre terrenos até duzentos e cinquenta metros te artigo, sem interrupção de quaisquer prazos.
quadrados, cujos proprietários não tenham mais outro imóvel § 8º O poder público municipal poderá facultar ao proprie-
urbano no Município de Niterói. (Redação dada pela Lei nº tário de área atingida pela obrigação de parcelamento, edifica-
2123/2004) ção ou utilização compulsórios, a requerimento deste, o estabe-
lecimento de consórcio imobiliário como forma de viabilização
TÍTULO I financeira do aproveitamento do imóvel.
DA POLÍTICA URBANA I - considera-se consórcio imobiliário a forma de viabiliza-
CAPÍTULO III ção de planos de urbanização ou edificação por meio da qual o
DOS INSTRUMENTOS proprietário transfere ao poder público municipal seu imóvel e,
SEÇÃO II após a realização das obras, recebe, como pagamento, unidades
DO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO OU UTILIZAÇÃO COM- imobiliárias devidamente urbanizadas ou edificadas;
PULSÓRIOS (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 2123/2004) II - o valor das unidades imobiliárias a serem entregues ao
proprietário será correspondente ao valor do imóvel antes da
Art. 10 O parcelamento, edificação ou utilização compulsó- execução das obras, observado o valor real da indenização, que
rios do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado refletirá o valor da base de cálculo do IPTU, descontado o mon-
poderão ser aplicados em toda a Zona Urbana do Município de tante incorporado em função de obras realizadas pelo Poder
Niterói, devendo os prazos e as condições para implementação Público na área onde o mesmo se localiza após a notificação de
serem fixados em lei municipal específica. que trata o § 6º deste artigo, e não computará expectativas de
§ 1º Considera-se subutilizado o imóvel cujo aproveitamen- ganhos, lucros cessantes e juros compensatórios. (Redação dada
to seja inferior ao mínimo a ser definido nos Planos Urbanísticos pela Lei nº 2123/2004)
Regionais (PUR) ou em legislação específica.
§ 2º O parcelamento e edificação compulsórios não pode- DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR
rão incidir sobre áreas de preservação permanente, Áreas de (SOLO CRIADO) E DA ALTERAÇÃO DE USO DO SOLO
Especial Interesse Ambiental, unidades de conservação de pro-
teção integral, Zonas de Conservação da Vida Silvestre, Zonas de Art. 11 O direito de construir será oneroso em toda a Zona
Preservação da Vida Silvestre, Parques Urbanos, áreas que com- Urbana do Município de Niterói, sempre que o coeficiente de
põem a Zona de Restrição à Ocupação Urbana e sobre terrenos aproveitamento do terreno for superior ao coeficiente básico de
até duzentos e cinquenta metros quadrados, cujos proprietários aproveitamento do terreno respeitado os limites máximos dos
não tenham mais outro imóvel urbano no Município de Niterói. parâmetros urbanísticos estabelecidos para o local nos Planos
§ 3º A edificação ou utilização compulsória poderão ser Urbanísticos Regionais (PUR).
exigidas quando as edificações estiverem em ruínas ou tenham § 1º Os Planos Urbanísticos Regionais (PUR) poderão indicar
sido objeto de demolição, abandono, desabamento ou incêndio, frações urbanas isentas da outorga onerosa do direito de cons-
ou que de outra forma não cumpram a função social da proprie- truir (solo criado).
dade urbana. § 2º Estão isentas da outorga onerosa do direito de cons-
§ 4º Os prazos a que se referem o caput deste artigo serão: truir (solo criado) as edificações residenciais individuais, hospi-
I - de 01 (um) ano, a partir da notificação, para que seja pro- tais, escolas, hotéis e pousadas, e empreendimentos habitacio-
tocolado o projeto no órgão municipal competente; nais de interesse social destinados à população de baixa renda
II - de 02 (dois) anos, no mínimo, e de 05 (cinco) anos, no classificada de acordo com legislação específica.
máximo, a partir da aprovação do projeto, para iniciar as obras § 3º A cobrança da outorga onerosa do direito de construir
do empreendimento. será definida pela fórmula:
§ 5º Em empreendimentos de grande porte, em caráter ex- SC = [(Ca - Cb)² / FC] x VV, sendo: SC = valor do solo criado,
cepcional, a lei municipal específica a que se refere o caput po- Ca = coeficiente de aproveitamento do terreno, Cb = coeficiente
derá prever a conclusão em etapas, assegurando-se que o pro- de aproveitamento básico, FC = fator de correção, VV = valor
jeto aprovado compreenda o empreendimento como um todo. venal do terreno, utilizado para o cálculo do Imposto sobre a
§ 6º O proprietário será notificado pelo Poder Executivo Propriedade Territorial e Urbana (IPTU).
Municipal para o cumprimento da obrigação, devendo a notifi- § 4º O coeficiente de aproveitamento do terreno (Ca) é
cação ser averbada no cartório de registro de imóveis. obtido pela divisão da área edificável computável pela área do
I - a notificação far-se-á: terreno.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 5º Entende-se por área edificável computável a soma da § 5º Não será permitida a transferência de área construída
área construída das unidades privativas situadas no embasa- acima da capacidade da infraestrutura local ou que gere impac-
mento e na cobertura e do somatório da área de todos os pa- tos no Sistema Viário, degradação ambiental e da qualidade de
vimentos da lâmina, descontadas as áreas de varandas e jardi- vida da população local. (Redação dada pela Lei nº 2123/2004)
neiras.
§ 6º Os Planos Urbanísticos Regionais (PUR) e a regulamen- TÍTULO I
tação das áreas de especial interesse definirão o coeficiente de DA POLÍTICA URBANA
aproveitamento básico e o fator de correção cada fração urbana. CAPÍTULO III
§ 7º O valor a ser pago como contrapartida do beneficiário DOS INSTRUMENTOS
será fixado pelo índice utilizado pelo Município no momento da SEÇÃO III
expedição da licença de construir, podendo o seu pagamento ser DAS OPERAÇÕES URBANAS CONSORCIADAS (REDAÇÃO
efetuado em parcelas mensais e sucessivas, no prazo da licença DADA PELA LEI Nº 2123/2004)
de obras expedida e, no máximo, em trinta e seis parcelas, fi-
cando o respectivo aceite condicionado à quitação de todas as Art. 13 Considera-se operação urbana consorciada o con-
parcelas. junto de intervenções e medidas coordenadas pelo poder públi-
§ 8º O atraso no pagamento do valor a ser pago como con- co municipal, com a participação dos proprietários, moradores,
trapartida do beneficiário implicará na incidência sobre seu va- usuários permanentes e investidores privados, com o objetivo
lor de multa de dez porcento, além de juros de mora de 0,3% ao de alcançar em uma área transformações urbanísticas estrutu-
dia. (Redação dada pela Lei nº 2123/2004) rais, melhorias sociais e a valorização ambiental.
§ 1º Poderão ser previstas nas operações urbanas consor-
DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR ciadas, entre outras medidas:
I - a modificação de índices e características de parcelamen-
Art. 12 O proprietário de imóvel urbano, privado ou público, to, uso e ocupação do solo e subsolo, bem como alterações dos
poderá exercer em outro local o direito de construir, ou aliená- índices urbanísticos, considerado o impacto ambiental delas de-
-lo, mediante escritura pública, quando o respectivo imóvel for correntes;
considerado necessário para fins de: II - a regularização de construções, reformas ou ampliações
I - implantação de equipamentos urbanos e comunitários; executadas em desacordo com a legislação vigente.
II - preservação, quando o imóvel for considerado de inte- § 2º As operações urbanas consorciadas, após a elaboração
resse ambiental, arqueológico, cultural, histórico, paisagístico Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV e aprovação do respec-
ou social; tivo Relatório de Impacto de Vizinhança - RIV, serão aprovadas,
III - servir a programas de regularização fundiária, urbaniza- caso a caso, por lei municipal específica, que delimitará a área
ção de áreas ocupadas por população de baixa renda e implan- para aplicação e estabelecerá o plano da operação, contendo,
tação de habitação de interesse social. no mínimo:
§ 1º A mesma faculdade prevista neste artigo poderá ser I - definição da área a ser atingida;
concedida ao proprietário que doar ao Poder Público seu imó- II - programa básico de ocupação da área, com as medidas
vel, ou parte dele, para os fins previstos nos incisos I a III do previstas nos incisos I e II do § 1º deste artigo que serão incluí-
caput deste artigo. das, definindo-se o potencial adicional de construção que a área
§ 2º A aplicação do Instrumento previsto no caput deste ar- poderá receber e os gabaritos máximos que deverão ser respei-
tigo fica condicionada ao abastecimento d`água e esgotamento tados;
sanitário no imóvel de recepção do direito de construir, e à apre- III - programa de atendimento econômico e social para a
sentação de Estudo de Impacto de Vizinhança - EIV nos casos em população diretamente afetada pela operação;
que o acréscimo de potencial transferido somado à área permi- IV - finalidades da operação;
tida enquadrar a edificação na exigência da sua elaboração. V - estudo prévio de impacto de vizinhança e respectivo re-
§ 3º A transferência do direito de construir será estabele- latório com parecer conclusivo;
cida por lei municipal específica, caso a caso, especificando-se: VI - contrapartida a ser exigida dos proprietários, usuários
I - definição do imóvel doador do direito de construir, do permanentes e investidores privados em função da utilização
respectivo potencial de construção a ser transferido e da finali- das medidas previstas nos incisos I ou II do § 1º deste art.;
dade a ser dada ao mesmo imóvel; VII - forma de controle da operação, obrigatoriamente com-
II - definição do imóvel receptor, do potencial adicional de partilhado com representação da sociedade civil.
construção que o mesmo poderá receber e de todos os índices § 3º Os recursos obtidos pelo poder público municipal na
urbanísticos; forma do inciso VI deste artigo serão aplicados exclusivamente
III - as recomendações do Relatório de Impacto de Vizinhan- na própria operação urbana consorciada.
ça - RIV. § 4º A partir da aprovação da lei específica de que trata o
§ 4º É vedada a aplicação da transferência do direito de caput, são nulas as licenças e autorizações a cargo do poder pú-
construir de áreas de risco e de preservação permanente con- blico municipal expedidas em desacordo com o plano de opera-
sideradas non aedificandi nos termos da legislação pertinente. ção urbana consorciada. (Redação dada pela Lei nº 2123/2004)

68
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 14 A lei específica que aprovar a operação urbana con- II - execução de programas e projetos habitacionais de in-
sorciada poderá prever a emissão pelo Município de quantidade teresse social;
determinada de certificados de potencial adicional de constru- III - constituição de reserva fundiária;
ção, que serão alienados em leilão ou utilizados diretamente no IV - ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
pagamento das obras necessárias à própria operação. V - implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
§ 1º Os certificados de potencial adicional de construção VI - criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;
serão livremente negociados, mas conversíveis em direito de VII - criação de unidades de conservação ou proteção de
construir unicamente na área objeto da operação. outras áreas de interesse ambiental;
§ 2º Apresentado pedido de licença para construir, o cer- VIII - proteção de áreas de interesse histórico, cultural, pai-
tificado de potencial adicional será utilizado no pagamento da sagístico ou arqueológico.
área de construção que supere os padrões estabelecidos pela § 1º O direito de preempção será definido por lei munici-
legislação de uso e ocupação do solo, até o limite fixado pela lei pal, que deverá enquadrar cada imóvel em que incidirá o direito
específica que aprovar a operação urbana consorciada. (Reda- de preempção em uma ou mais das finalidades enumeradas no
ção dada pela Lei nº 2123/2004) caput deste artigo, e deverá fixar o seu prazo de vigência, não
superior a cinco anos, renovável a partir de um ano após o de-
TÍTULO I
curso do prazo inicial de vigência.
DA POLÍTICA URBANA
§ 2º O direito de preempção fica assegurado durante o pra-
CAPÍTULO III
zo de vigência fixado na forma do § 1º deste artigo, independen-
DOS INSTRUMENTOS
SEÇÃO IV temente do número de alienações referentes ao mesmo imóvel.
DA DESAPROPRIAÇÃO COM PAGAMENTO EM TÍTULOS (RE- § 3º O proprietário deverá notificar sua intenção de alienar
DAÇÃO DADA PELA LEI Nº 2123/2004) o imóvel, para que o Município, no prazo máximo de trinta dias,
manifeste por escrito seu interesse em comprá-lo.
Art. 15 Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progres- § 4º À notificação mencionada § 3º será anexada propos-
sivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de par- ta de compra assinada por terceiro interessado na aquisição do
celamento, edificação ou utilização, o Município poderá proce- imóvel, da qual constará preço, condições de pagamento e prazo
der à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da de validade.
dívida pública. § 5º O Município fará publicar, em órgão oficial e em pelo
§ 1º Os títulos da dívida pública terão prévia aprovação pelo menos um jornal local ou regional de grande circulação, edital
Senado Federal e serão resgatados no prazo de até dez anos, em de aviso da notificação recebida nos termos § 3º e da intenção
prestações anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real de aquisição do imóvel nas condições da proposta apresentada.
da indenização e os juros legais de seis porcento ao ano. § 6º Transcorrido o prazo mencionado no caput sem ma-
§ 2º O valor real da indenização refletirá o valor da base de nifestação, fica o proprietário autorizado a realizar a alienação
cálculo do IPTU, descontado o montante incorporado em função para terceiros, nas condições da proposta apresentada.
de obras realizadas pelo Poder Público na área onde o mesmo § 7º Concretizada a venda a terceiro, o proprietário fica
se localiza após a notificação de que trata o § 2º do art. 5º desta obrigado a apresentar ao Município, no prazo de trinta dias, có-
Lei, não podendo computar expectativas de ganhos, lucros ces- pia do Instrumento público de alienação do imóvel.
santes e juros compensatórios. § 8º A alienação processada em condições diversas da pro-
§ 3º Os títulos de que trata este artigo não terão poder libe- posta apresentada é nula de pleno direito.
ratório para pagamento de tributos. § 9º Ocorrida à hipótese prevista no § 8º deste artigo o Mu-
§ 4º O Município procederá ao adequado aproveitamento nicípio poderá adquirir o imóvel pelo valor da base de cálculo do
do imóvel no prazo máximo de cinco anos, contado a partir da IPTU ou pelo valor indicado na proposta apresentada, se este for
sua incorporação ao Patrimônio Público. inferior àquele. (Redação dada pela Lei nº 2123/2004)
§ 5º O aproveitamento do imóvel poderá ser efetivado di-
retamente pelo Poder Público ou por meio de alienação ou con-
TÍTULO I
cessão a terceiros, na forma da Lei.
DA POLÍTICA URBANA
§ 6º Ficam mantidas para o adquirente de imóvel nos ter-
CAPÍTULO III
mos do § 5º deste artigo as mesmas obrigações de parcelamen-
to, edificação ou utilização previstas no art. 10 desta Lei. (Reda- DOS INSTRUMENTOS
ção dada pela Lei nº 2123/2004) SEÇÃO V
DO ESTUDO DE IMPACTO DE VIZINHANÇA (REDAÇÃO
DO DIREITO DE PREEMPÇÃO (REDAÇÃO ACRESCIDA PELA DADA PELA LEI Nº 2123/2004)
LEI Nº 2123/2004)
Art. 17 Lei municipal definirá os empreendimentos e ati-
Art. 16 O direito de preempção confere ao poder público vidades privados ou públicos em área urbana que dependerão
municipal preferência para aquisição de imóvel urbano objeto de elaboração de estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV)
de alienação onerosa entre particulares, que poderá ser exerci- para obter as licenças ou autorizações de construção, ampliação
do sempre que o Poder Público necessitar de áreas para: ou funcionamento a cargo do poder público municipal.
I - regularização fundiária;

69
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 1º O EIV será executado de forma a contemplar os efeitos II - execução de programas e projetos habitacionais de in-
positivos e negativos do empreendimento ou atividade quanto teresse social;
à qualidade de vida da população residente na área e suas pro- III - constituição de reserva fundiária;
ximidades, incluindo a análise, no mínimo, das seguintes ques- IV - ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
tões: V - implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
I - adensamento populacional; VI - criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;
II - equipamentos urbanos e comunitários; VII - criação de unidade de conservação ou proteção de ou-
III - uso e ocupação do solo; tras áreas de interesse ambiental;
IV - valorização imobiliária; VIII - proteção de áreas de interesse arqueológico, histórico,
V - geração de tráfego e demanda por transporte público; cultural, ambiental ou paisagístico.
VI - ventilação e iluminação; § 3º Os recursos auferidos com a adoção da outorga onero-
VII - paisagem urbana e Patrimônio Natural e Cultural; sa do direito de construir - solo criado - serão aplicados somente
VIII - nível de ruídos; com as seguintes finalidades, garantida uma alocação mínima
IX - qualidade do ar; de 30% para as ações referidas nos itens I, II e II:
X - vegetação e arborização urbana; I - regularização fundiária;
XI - capacidade da infraestrutura de saneamento. II - execução de programas e projetos habitacionais de in-
§ 2º Dar-se-á publicidade aos documentos integrantes do teresse social;
EIV, que ficarão disponíveis para consulta, no órgão competente III - constituição de reserva fundiária;
do poder público municipal, por qualquer interessado. IV - ordenamento e direcionamento da expansão urbana;
§ 3º A elaboração do EIV não substitui a elaboração e a V - implantação de equipamentos urbanos e comunitários;
aprovação de Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA), reque- VI - criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes;
ridas nos termos da legislação ambiental. (Redação dada pela VII - criação de unidade de conservação ou proteção de ou-
Lei nº 2123/2004) tras áreas de interesse ambiental;
VIII - proteção de áreas de interesse arqueológico, histórico,
CAPÍTULO IV cultural, ambiental ou paisagístico. (Redação acrescida pela Lei
DOS FUNDOS nº 2123/2004)
Art. 19 Os recursos do Fundo Municipal de Urbanização se-
Art. 18 Ficam criados o Fundo Municipal de Urbanização e o rão aplicados nas Áreas de Especial Interesse, prioritariamente
Fundo Municipal de Conservação Ambiental, de natureza finan- nas Áreas de Especial Interesse Social, e em planos e projetos es-
ceiro-contábil, vinculados à Secretaria Municipal de Urbanismo tabelecidos pelo Poder Executivo para cumprimento das diretri-
zes fixadas no Plano Diretor, devendo ser garantido um mínimo
e Meio Ambiente, que se constituirão dos seguintes recursos:
de 5% (cinco porcento) dos recursos para as ações de planeja-
I - as dotações orçamentárias;
mento da Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente.
II - as receitas decorrentes da aplicação de instrumentos
Parágrafo Único - Os recursos do Fundo Municipal de Con-
previstos nesta Lei;
servação Ambiental serão aplicados na implantação e gerencia-
III - o produto de Operações de Crédito celebradas com or-
mento das unidades municipais de conservação ambiental e na
ganismos nacionais ou internacionais;
realização das ações necessárias para o controle e a recuperação
IV - as subvenções, contribuições, transferências e partici-
ambiental.
pações do Município em convênios, contratos e consórcios, re-
lativos ao desenvolvimento urbano e à conservação ambiental; TÍTULO II
V - as doações, públicas ou privadas; DO ZONEAMENTO AMBIENTAL
VI - o resultado da aplicação de seus recursos;
VII - as receitas decorrentes da cobrança de multas por in- CAPÍTULO I
fração à legislação urbanística, edilícia e ambiental; DO MACROZONEAMENTO AMBIENTAL
VIII - as taxas de ocupação de terras públicas municipais;
IX - as receitas decorrentes da concessão onerosa da autori- Art. 20 O macrozoneamento ambiental condiciona o uso e
zação de construir (solo criado). a ocupação do solo no território municipal, dividindo-o nas se-
§ 1º As receitas decorrentes da cobrança de multas relati- guintes macrozonas, cuja delimitação encontra-se no Mapa 1,
vas à legislação ambiental constituirão recursos específicos do do Anexo VI, desta Lei:
Fundo Municipal de Conservação Ambiental e as decorrentes da I - Zona Urbana - aquela adequada à urbanização, efetiva-
cobrança de multas relativas à legislação urbanística e edilícia mente ocupada ou destinada à expansão da Cidade;
constituirão recursos específicos do Fundo Municipal de Urba- II - Zona de Restrição à Ocupação Urbana - aquela que
nização. abrange as áreas cujas condições físicas são adversas à ocupa-
§ 2º O Poder Executivo, no prazo de 180 (cento e oitenta) ção urbana por características geológicas, paisagísticas, topográ-
dias, a partir da data da publicação desta Lei, regulamentará, ficas, de cobertura vegetal e de importância para preservação de
mediante decreto, o funcionamento, a gestão e as normas de espécies nativas da flora e da fauna.
aplicação dos recursos dos Fundos Municipais criados no caput Parágrafo Único - As áreas incluídas na Zona de Restrição à
deste artigo. Ocupação Urbana terão seus critérios de uso e ocupação defini-
I - regularização fundiária; dos segundo suas destinações, através de legislação específica

70
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

ou dos Planos Urbanísticos Regionais, ficando garantidas as áre- d) Área de Especial Interesse Econômico, aquela onde há
as de preservação permanente através das Áreas de Especial In- interesse em preservar, implantar e incentivar alguma outra ati-
teresse Ambiental indicadas para criação no artigo 45 desta Lei. vidade econômica definida.
Art. 21 Na Zona Urbana o adensamento será prioritaria- IV - Interesse Urbanístico:
mente direcionado para os locais onde a infraestrutura urbana a) Área de Especial Interesse Urbanístico, aquela onde o Po-
instalada permita a intensificação controlada do uso e ocupação der Público Municipal tem interesse na implantação de projetos
do solo, secundariamente para aqueles onde a infraestrutura visando alcançar transformações urbanísticas e estruturais na
possa ser mais facilmente instalada e desestimulado nos locais Cidade e provê-la de equipamentos urbanos e serviços públicos;
que apresentem sinais de saturação. b) Área de Preservação do Ambiente Urbano, aquela que
testemunha a formação da Cidade e cujo significado se identifi-
CAPÍTULO II ca ainda com a escala tradicional, devendo, por essa razão, ter
DAS ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE protegidas e conservadas as principais relações ambientais dos
seus suportes físicos, constituídos pelos espaços de ruas, praças
Art. 22 As Áreas de Especial Interesse, permanentes ou e outros logradouros, bem como a volumetria das edificações
transitórias, poderão ser delimitadas no Município, a fim de se- em geral, e, ainda, para a qual deverão ser criados mecanismos
rem submetidas a um regime urbanístico específico, que defi- de estímulo para atividades típicas ou compatíveis com objeti-
nirá parâmetros e padrões de parcelamento, edificação, uso e vos de revitalização destas áreas, preservando e estimulando
ocupação do solo. seus aspectos socioeconômicos e culturais.
Art. 23 As Áreas de Especial Interesse são instrumentos da Art. 24 Além das Áreas de Especial Interesse criadas nesta
política urbana e ambiental e caracterizam-se por um interesse Lei, outras poderão ser instituídas posteriormente, por ato do
público definido, sendo classificadas nas seguintes categorias: Poder Executivo.
I - Interesse Social: § 1º O ato de que trata o caput deste artigo definirá seus
a) Área de Especial Interesse Social, aquela que apresenta: limites, denominação e diretrizes que orientarão a sua regula-
1. terreno público ou particular ocupado por favela ou con- mentação.
junto habitacional de população de baixa renda ou outras for- § 2º A Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente
mas de sub-habitação, onde se pretende promover a urbaniza- analisará, apreciará e encaminhará ao Chefe do Poder Executivo
ção e regularização jurídica da posse da terra; as propostas de criação das Áreas de Especial Interesse.
2. loteamento irregular, onde haja interesse público na pro- § 3º A regulamentação deverá ser feita no prazo máximo de
moção da regularização jurídica do parcelamento, da comple- 360 (trezentos e sessenta) dias após sua instituição, mediante
mentação da infraestrutura urbana ou dos equipamentos comu- ato do Poder Executivo.
nitários; § 4º A análise, apreciação e elaboração do ato de criação e
3. terreno não edificado, subutilizado ou não utilizado ne- regulamentação de Áreas de Preservação do Ambiente Urbano
cessário à implantação de programas habitacionais para popula- e de Áreas de Preservação do Ambiente Paisagístico serão feitas
ção de baixa renda, cabendo aplicação dos artigos 156 e 182 da conjuntamente pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio
Constituição Federal. Ambiente e pela Secretaria Municipal de Cultura.
II - Interesse Ambiental: § 5º Nas Áreas de Especial Interesse criadas o Poder Exe-
a) Área de Especial Interesse Ambiental, aquela destinada cutivo poderá determinar, temporariamente, em prazo nunca
à criação de unidades municipais de conservação ambiental e superior a 360 (trezentos e sessenta) dias, a suspensão de con-
para delimitação de áreas de preservação permanente; cessão de alvarás e o licenciamento de obras de edificações e
b) Área de Risco, aquela que pode expor as populações lo- acréscimos, de modificação de uso em edificações, de parcela-
cais a riscos de vida e prejuízos econômicos, tais como encostas mento e remembramento do solo, da abertura de logradouros e
com acentuados processos erosivos e locais sujeitos a inunda- a instalação de mobiliários urbanos.
ções;
c) Área de Preservação do Ambiente Paisagístico, aquela TÍTULO III
cuja ambiência contempla sítios ou paisagens de feição notável, DAS DIRETRIZES SETORIAIS
naturais ou agenciadas pelo homem, que importem preservar.
III - Interesse Econômico: CAPÍTULO I
a) Área de Especial Interesse Turístico, aquela onde há inte- DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO
resse público em se aproveitar o potencial turístico e para a qual
se façam necessários investimentos e intervenções visando ao Art. 25 Com o objetivo de orientar o desenvolvimento eco-
desenvolvimento da atividade turística; nômico ficam estabelecidas as seguintes diretrizes gerais:
b) Área de Especial Interesse Agrícola, aquela onde há inte- I - integração do Município de Niterói no processo de de-
resse público de preservar atividades agropecuárias e aquelas senvolvimento econômico da Região Metropolitana e do Estado
de apoio ao sistema da produção e comercialização agrícola; do Rio de Janeiro;
c) Área de Especial Interesse Pesqueiro, aquela onde há in- II - compatibilização do desenvolvimento econômico com a
teresse público de preservar as atividades de pesca profissional proteção do meio ambiente;
e aquelas necessárias à preservação das espécies pesqueiras, III - estímulo a empreendimentos absorvedores de mão de
bem como as de apoio às atividades de pesca; obra, em especial junto aos bairros populares;

71
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

IV - estabelecimento de mecanismos de cooperação com a b) permissão de uso publicitário no mobiliário urbano de


Universidade Federal Fluminense - UFF nas áreas de desenvolvi- apoio;
mento econômico, científico e tecnológico; c) realização de eventos culturais e esportivos;
V - estímulo à legalização das atividades econômicas infor- d) colaboração na produção e veiculação de material de di-
mais com a simplificação dos procedimentos de licenciamento. vulgação.
V - estímulo ao desenvolvimento das atividades esportivas,
SEÇÃO I através de:
DAS ATIVIDADES INDUSTRIAIS, COMERCIAIS E DE a) inclusão da exigência de área de domínio público destina-
SERVIÇOS da à prática de esporte e de lazer nos projetos de loteamentos
e condomínios;
Art. 26 Com o objetivo de orientar o desenvolvimento e o b) recuperação e construção de centros esportivos, praças
ordenamento no território municipal, ficam estabelecidas as se- e áreas de lazer em número compatível com a necessidade de
guintes diretrizes para as atividades industriais, comerciais e de cada região;
serviços: c) aproveitamento das áreas de escolas públicas para im-
I - distribuição e localização do comércio e serviços em cen- plantação de equipamentos esportivos e de lazer, para utilização
tros estrategicamente situados nas áreas residenciais, visando pela população local;
orientar e disciplinar os fluxos de pedestres e veículos, de acordo d) não aplicação do imposto progressivo nos terrenos não
com a estrutura urbana local, e evitar incômodos à vizinhança; edificados onde haja efetiva prática de esportes ou lazer e com
II - descentralização das atividades econômicas, com a coe- interesse público na sua continuidade;
xistência do uso residencial com os de comércio, serviços e de e) garantia de áreas públicas com condições apropria-
indústrias de pequeno porte; das para práticas esportivas nos Planos Urbanísticos Regionais
III - gestão junto ao Governo Federal para otimização do (PUR).
parque industrial naval instalado; Art. 28 Nas áreas com deficiência de infraestrutura, espe-
IV - estímulo à criação de micropolos para indústrias sele- cialmente de abastecimento de água e esgotamento sanitário,
cionadas cuja proximidade possa trazer benefícios à produtivi- os projetos para empreendimentos turísticos deverão apresen-
dade e ao aproveitamento de serviços comuns; tar soluções para implantação da infraestrutura básica necessá-
V - estímulo à atividade comercial e de serviços no Centro
ria.
da Cidade, com vistas à sua revitalização.
Art. 29 A utilização da orla marítima do Município para ativi-
dades de turismo, esportes e lazer, será incentivada, desde que
SEÇÃO I
não comprometa a qualidade ambiental e paisagística.
DO TURISMO, ESPORTE E LAZER
Art. 30 Ficam isentos de pagamento de alvará e Imposto So-
bre Serviços durante 05 (cinco) anos, os meios de hospedagem
Art. 27 Com o objetivo de promover e incentivar o desenvol-
- hotéis, hotéis de lazer, pousadas e hospedarias de turismo - nas
vimento do turismo na Cidade ficam estabelecidas as seguintes
Áreas de Especial Interesse Turístico, que possam ser classifica-
diretrizes:
I - promoção dos bens naturais e culturais da Cidade como dos com um mínimo de 02 (duas) estrelas, de acordo com parâ-
atrativos turísticos, através de: metros da EMBRATUR, e tenham seus projetos de construção
a) melhoria da infraestrutura de atendimento e serviços aos aprovados e licenciados após a data de publicação desta Lei.
turistas na orla marítima, com a instalação de equipamentos e Art. 31 A elaboração e atualização do Plano Diretor de Turis-
mobiliário urbano; mo deverão observar o disposto nesta Lei.
b) implantação e gestão de unidades municipais de conser-
vação ambiental com condições de receber o turismo ecológico; SEÇÃO III
c) desenvolvimento de atividades culturais, de esporte e DA ATIVIDADE AGRÍCOLA
lazer nos imóveis públicos de valor arquitetônico, histórico ou
cultural, buscando gestão municipalizada naqueles estaduais e Art. 32 O Município apoiará a atividade agrícola, observan-
federais. do as seguintes diretrizes:
II - promoção das características turísticas da Cidade, atra- I - organização do cadastro de produtores rurais;
vés de: II - implementação do processo de regularização fundiária
a) divulgação dos atrativos e eventos de interesse turístico; em áreas já ocupadas por posseiros e com produção agropecu-
b) implantação de postos de informação e de atendimento ária;
ao turista; III - concessão de uso para produção de alimentos em áreas
c) implantação de sinalização turística. ociosas de propriedade municipal;
III - crescimento e melhoria da rede hoteleira, através de: IV - criação de mecanismos que visem à comercialização di-
a) incentivos fiscais; reta do produtor para o consumidor, melhorando o sistema de
b) legislação urbanística e edilícia adequada nas Áreas de abastecimento;
Especial Interesse Turístico. V - estabelecimento de legislação restritiva ao microparce-
IV - incentivo à participação e patrocínio da iniciativa priva- lamento nas Áreas de Especial Interesse Agrícola;
da, através de: VI - incentivo à produção sem agrotóxicos e à criação de
a) operações interligadas; pequenos animais;

72
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

VII - orientação e estímulo às atividades adequadas às pe- CAPÍTULO III


quenas propriedades e que se harmonizem com o ambiente na- DO MEIO AMBIENTE
tural;
VIII - estímulo à implantação de infraestrutura de apoio à Art. 38 Para a garantia da proteção do meio ambiente natu-
atividade. ral e de uma boa qualidade de vida da população, são fixados os
seguintes objetivos:
SEÇÃO IV I - conservar a cobertura vegetal;
DA ATIVIDADE PESQUEIRA II - controlar atividades poluidoras;
III - promover a utilização racional dos recursos naturais;
Art. 33 Com vistas ao estabelecimento de bases para a ex- IV - preservar e recuperar ecossistemas essenciais;
ploração racionalizada dos recursos pesqueiros, de forma equili- V - proteger os recursos hídricos.
brada socialmente e preservando o meio ambiente, o Município
deverá: SEÇÃO I
I - apoiar a formação de infraestrutura de suporte da pesca DAS DIRETRIZES
e da comercialização de pescado;
II - preservar o direito das comunidades pesqueiras ao seu Art. 39 O Município instituirá o Sistema Municipal de Meio
espaço vital;
Ambiente, vinculado ao Sistema Municipal de Planejamento Ur-
III - apoiar especialmente a pesca de pequena escala com
bano e Ambiental, para execução da Política Municipal de Meio
vistas à aquisição de seus insumos essenciais e à implantação de
Ambiente.
infraestrutura própria, inclusive de acesso e atracação de bar-
Parágrafo Único - O Órgão Central do Sistema Municipal
cos;
IV - garantir a conservação dos recursos pesqueiros. de Meio Ambiente será a Secretaria Municipal de Urbanismo e
Meio Ambiente, que terá a competência da gestão ambiental e
CAPÍTULO II exercerá o poder de polícia ambiental do Município.
DA HABITAÇÃO Art. 40 Para a realização dos objetivos fixados no artigo 38
desta Lei deverão ser observadas as seguintes diretrizes na ges-
Art. 34 Para assegurar o direito à moradia ficam estabeleci- tão do meio ambiente:
das as seguintes diretrizes: I - incorporação da proteção do Patrimônio Natural e Paisa-
I - revisão da legislação urbanística e edilícia, com a altera- gístico ao processo permanente de planejamento e ordenação
ção dos atuais parâmetros para parcelamento e edificação, de do território;
forma a ampliar o universo da população que hoje tem acesso II - criação de instrumentos normativos, administrativos e
ao mercado formal; financeiros para viabilizar a gestão do meio ambiente;
II - inserção das favelas e de loteamentos irregulares no III - consolidação das unidades de conservação ambiental
planejamento da Cidade, com vistas a constituírem bairros ou no Município;
integrarem efetivamente aqueles em que se situam; IV - formulação e execução de projetos de recomposição
III - urbanização de áreas faveladas e ocupadas por popu- vegetal, inclusive visando à interligação de fragmentos de matas
lação de baixa renda, independentemente da sua regularização remanescentes;
fundiária; V - implementação de programa de combate a incêndios
IV - estabelecimento de Programas de Assentamento de Po- florestais, de acordo com o artigo 326 da Lei Orgânica do Muni-
pulação de Baixa Renda; cípio, em conjunto com demais órgãos competentes;
V - promoção de Programas de Regularização Fundiária. VI - implantação de processo de planejamento de arboriza-
Art. 35 Os Planos Urbanísticos Regionais (PUR) deverão ção urbana;
criar as Áreas de Especial Interesse Social passíveis de aplicação VII - estabelecimento de programas de mapeamento da
do imposto progressivo e do parcelamento e edificação compul- vegetação, cadastramento da fauna e flora, inclusive da arbo-
sórios, para execução dos Programas de Assentamento de Popu- rização urbana, em conjunto com órgãos ambientais estaduais,
lação de Baixa Renda.
federais e instituições de pesquisas;
Art. 36 Para fins de assentamento de população de baixa
VIII - integração dos procedimentos legais e administrativos
renda deverão ser priorizadas:
de licenciamentos e das ações de fiscalização do Município com
I - a oferta de lotes urbanizados;
as dos órgãos ambientais do Estado e da União;
II - a construção de moradias populares para relocalização
de moradores removidos de Áreas de Risco, de áreas não edifi- IX - criação de instrumentos administrativos e legais de con-
cantes e de outras áreas de interesse público. trole específico das unidades municipais de conservação am-
Art. 37 Serão criadas Áreas de Especial Interesse Social nas biental e de outros espaços naturais protegidos legalmente;
favelas e nos locais ocupados por loteamentos clandestinos, ir- X - fixação de normas e padrões ambientais municipais, que
regulares, abandonados ou não titulados, para fins de regulari- assegurem a melhoria da qualidade do meio ambiente, e esta-
zação urbanística e fundiária. belecimento de respectivas penalidades e infrações;
XI - implementação de programas de controle da poluição;
XII - implantação de processo de avaliação de impacto am-
biental;

73
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XIII - estabelecimento da obrigatoriedade de colocação de nais e científicos de forma conciliada com a preservação dos
placas indicativas contendo as principais informações de inte- ecossistemas naturais existentes, para o que deverá ter um Pla-
resse público nas atividades poluidoras instaladas no Município; no de Manejo que contenha seu zoneamento e normas de uso;
XIV - mapeamento das Áreas de Risco, com desenvolvimen- IV - Reserva Biológica - de domínio público; destinada à pre-
to de estudos geotécnicos dos morros da Cidade, priorizando servação integral de ecossistemas naturais e de espécies raras,
aqueles com ocupação humana; endêmicas ou ameaçadas de extinção da biota regional, onde
XV - formulação e execução de programas e projetos de serão proibidas quaisquer atividades modificadoras do meio
recuperação de ecossistemas, diretamente ou mediante convê- ambiente, ressalvadas as atividades científicas autorizadas pelo
nios; órgão ambiental municipal;
XVI - incorporação do gerenciamento dos recursos hídricos V - Estação Ecológica - de domínio público; destinada à
às tarefas da gestão do meio ambiente do Município, de forma proteção de ecossistemas regionais ou locais representativos,
integrada aos órgãos do Estado e da União, que possibilite uma à realização de pesquisas básicas e aplicadas de ecologia e ao
melhoria da qualidade da água dos corpos hídricos; desenvolvimento de educação ambiental, podendo ocorrer no
XVII - integração das Secretarias de Desenvolvimento Regio- interior de outras unidades de conservação ambiental.
nal às tarefas de gestão ambiental; Art. 43 O Poder Executivo declarará como áreas de preser-
XVIII - criação de um sistema permanente de informações vação permanente aquelas que, após avaliado o seu interesse
sobre meio ambiente, aberta ao público. ambiental, não se constituírem em unidades municipais de con-
servação ambiental, de acordo com a classificação estabelecida
SEÇÃO II nesta Lei, mas apresentarem características de declividade, alti-
DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO AMBIENTAL tude e cobertura vegetal que não recomende sua utilização para
ocupação humana ou para quaisquer atividades que importem
Art. 41 As unidades municipais de conservação ambiental na alteração do meio ambiente.
municipais serão criadas pelo Poder Público para proteção de Parágrafo Único - O ato de declaração das áreas de preser-
áreas representativas de ecossistemas naturais, impróprias à ur- vação permanente deverá conter sua delimitação e relação dos
banização, ainda não degradadas ou recuperáveis. lotes ou glebas tornados não edificantes.
Art. 44 Fica criada a Área de Proteção Ambiental - APA das
§ 1º O ato de criação de uma unidade municipal de conser-
Lagunas e Florestas de Niterói, que substitui a Área de Proteção
vação ambiental deverá definir a sua classificação, denominação
Ambiental - APA das Lagunas de Piratininga e Itaipú, criada pela
e objetivos de sua criação e fixar sua delimitação.
Lei Municipal nº 458, de 11 de maio de 1983, que fica revogada.
§ 2º A Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente
§ 1º A APA das Lagunas e Florestas de Niterói tem como ob-
analisará, apreciará e encaminhará ao Chefe do Poder Executivo
jetivo proteger e melhorar a qualidade ambiental dos sistemas
as propostas de criação de unidades de conservação ambiental.
naturais - representados pelas Lagunas de Piratininga e Itaipú,
§ 3º O Poder Executivo poderá declarar como Área de Espe-
pela zona costeira e pelos remanescentes significativos de Mata
cial Interesse Ambiental uma determinada área de estudo para
Atlântica existentes nos morros e serras locais - e proporcionar
avaliação de seu interesse ambiental e definição de sua delimi- um adequado desenvolvimento urbano da área.
tação e classificação em uma unidade municipal de conservação § 2º A delimitação da APA das Lagunas e Florestas de Niterói
ambiental ou em área de preservação permanente. encontra-se descrita e mapeada, respectivamente nos Anexos I
§ 4º As unidades municipais de conservação ambiental se- e no Mapa 2 do Anexo VI, partes integrantes desta Lei.
rão gerenciadas pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio § 3º O Poder Executivo deverá, no prazo máximo de 360
Ambiente, ficando autorizada para tanto a celebração de convê- (trezentos e sessenta) dias a partir da data da publicação desta
nios com órgãos públicos e órgãos não governamentais. Lei, definir de acordo com os itens a seguir, o zoneamento da
Art. 42 As unidades municipais de conservação ambiental APA das Lagunas e Florestas de Niterói, mediante decreto, fican-
classificam-se em: do até a data de sua publicação, em vigor o Decreto Municipal
I - Reserva Ecológica - de domínio público ou privado; desti- nº 5.353, de 03 de junho de 1988:
nada à proteção de mananciais, remanescentes da Mata Atlânti- I - Zona de Preservação da Vida Silvestre - ZPVS: onde serão
ca e demais formas de vegetação natural de preservação perma- proibidas quaisquer atividades que importem na alteração do
nente, onde não serão permitidas quaisquer atividades modifi- meio ambiente, não sendo permitidas nesta Zona novas edifica-
cadoras do meio ambiente e, quando existente em território de ções, parcelamento do solo, abertura de vias, extração mineral
APA, constituirão zonas de preservação da vida silvestre; ou quaisquer tipos de exploração de recursos naturais e desma-
II - Área de Proteção Ambiental - APA - contém áreas de do- tamentos;
mínio privado ou público; destinada à proteção de sistemas na- II - Zona de Conservação da Vida Silvestre - ZCVS: onde se-
turais a fim de assegurar o bem-estar das populações humanas e rão definidos parâmetros restritivos de uso e ocupação do solo,
conservar ou melhorar as condições ecológicas locais, onde será na forma da lei, de forma a assegurar a manutenção dos ecos-
definido um zoneamento que estabelecerá as permissões, limi- sistemas locais;
tações e proibições de uso e ocupação do solo para cada uma III - Zona de Uso Especial - ZUE: locais que sejam unidades
de suas zonas; de conservação ambiental ou outros espaços naturais protegi-
III - Parque Municipal - de domínio público; destinado à pro- dos legalmente;
teção da flora, fauna e belezas naturais, onde será permitida a IV - Zona de Uso Urbano - ZU: áreas próprias para ocupação
visitação pública e a utilização para fins recreativos, educacio- urbana obedecida os parâmetros na forma da lei.

74
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 45 Para fins de avaliação de seu interesse ambiental, III - as condições de ocupação dos terrenos pelas edifica-
de forma a permitir a classificação e delimitação de unidades ções nos lotes passíveis de renovação;
municipais de conservação ambiental, das áreas de preservação IV - as formas de incentivo à conservação, recuperação e
permanente e de áreas cujos parâmetros de uso e ocupação do integração no quadro ambiental urbano das construções, logra-
solo deverão ser restritivos, ficam indicadas para criação as Áre- douros, arborização e mobiliários urbanos.
as de Especial Interesse Ambiental que se encontram descritas Parágrafo Único - No projeto de lei referido no caput deste
no Anexo II e assinaladas no Mapa 2 do Anexo VI desta Lei. artigo serão obedecidas as diretrizes e parâmetros estabeleci-
Art. 46 Fica suspensa, por um prazo de 360 (trezentos e ses- dos neste Plano Diretor.
senta) dias a partir da data da publicação desta Lei, a concessão Art. 52 Nos imóveis de interesse para preservação deverão
de licenças de parcelamento do solo e de abertura de logradou- ser respeitadas as características arquitetônicas, volumétricas,
ros nas Áreas de Especial Interesse Ambiental indicadas para artísticas e decorativas, que compõem o conjunto de fachadas
criação neste Plano Diretor. e telhados.
Art. 47 Fica transformado em Parque da Cidade a atual Es- § 1º Os projetos de reconstrução total ou parcial dos pré-
tação Ecológica do Parque da Cidade de Niterói, mantendo-se os dios, recuperação, restauração, reconstituição, inclusive pintura
mesmos limites desta, que encontram-se descritos e mapeados, ou qualquer reparo na fachada, de alterações internas, acrésci-
respectivamente, no Anexo III e no Mapa 3 do Anexo VI, partes mos, inclusive derrubadas ou acréscimos dos muros divisórios
integrantes desta Lei. existentes, bem como a modificação de uso deverão ser subme-
Parágrafo Único - Fica fixado o prazo de 360 (trezentos e tidos à análise e aprovação conjunta das Secretarias Municipais
sessenta) dias, a partir da data da publicação desta Lei, para ela- de Urbanismo e Meio Ambiente e de Cultura.
boração do Plano de Manejo do Parque da Cidade, que deverá § 2º No caso de demolição ou modificação não licenciada
conter seu zoneamento e as normas de uso e propor seu de- ou de ocorrência de sinistro, por decisão conjunta das Secreta-
senvolvimento físico de acordo com o objetivo de preservar os rias Municipais de Urbanismo e Meio Ambiente e de Cultura,
ecossistemas e as belezas naturais ali existentes. poderá ser estabelecida a obrigatoriedade de reconstrução da
edificação, mantidas as suas características originais.
CAPÍTULO IV Art. 53 Nos imóveis passíveis de renovação, bem como nos
DO PATRIMÔNIO CULTURAL terrenos não edificados, os projetos de edificações deverão obe-
decer os parâmetros fixados para a Área de Preservação do Am-
Art. 48 Com o objetivo de incorporar ao processo perma- biente Urbano onde se situa, a fim de integrar-se ao conjunto
nente de planejamento urbano e ambiental o pressuposto bási- arquitetônico ao qual pertence.
co de respeito à memória construída e à identidade cultural da Art. 54 As renovações e concessões de licenças de marqui-
Cidade e de suas comunidades, ficam estabelecidas as seguintes ses, letreiros, anúncios ou quaisquer engenhos de publicidade
diretrizes: nas Áreas de Preservação do Ambiente Urbano e de Preservação
I - formulação e execução de projetos e atividades visando do Ambiente Paisagístico serão concedidas após análise e apro-
à revitalização, preservação e recuperação das Áreas de Preser- vação conjunta das Secretarias Municipais de Urbanismo e Meio
vação do Ambiente Urbano e de Áreas de Preservação do Am- Ambiente e de Cultura.
biente Paisagístico; Art. 55 Para as Áreas de Preservação do Ambiente Urbano e
II - destinação de áreas para instalação de novos espaços de Preservação do Ambiente Paisagístico serão elaborados pro-
culturais e artísticos, especialmente aqueles que possam aten- jetos específicos de mobiliário urbano, pavimentação, passeio
der às demandas das comunidades carentes; público, arborização e ajardinamento, pelas Secretarias Munici-
III - utilização do tombamento visando à preservação de pais de Urbanismo e Meio Ambiente e de Cultura.
bens naturais e construídos. Parágrafo Único - Qualquer alteração de projeto durante a
Parágrafo Único - Os Planos Urbanísticos Regionais respeita- execução da obra deverá ser submetida à aprovação das Secre-
rão as diretrizes fixadas neste artigo. tarias Municipais de Urbanismo e Meio Ambiente e de Cultura.
Art. 49 O ato de tombamento seguirá o disposto na Lei Mu- Art. 56 Nas Áreas de Preservação do Ambiente Urbano será
nicipal nº 827, de 25 de junho de 1990. obrigatória a especificação de acabamento e cor de todos os
Parágrafo Único - No ato de tombamento definitivo deverão elementos visíveis externamente nos projetos em imóveis de in-
constar as normas para o entorno do bem tombado, com sua teresse para preservação e nos imóveis passíveis de renovação.
delimitação. Art. 57 As primeiras Áreas de Preservação do Ambiente Ur-
Art. 50 Para a compatibilização da preservação com a con- bano serão as delimitadas pelos então chamados Corredores
tinuidade da evolução urbana nas Áreas de Preservação do Am- Culturais de Niterói do Centro, de São Domingos/Gragoatá/Boa
biente Urbano os imóveis serão classificados como de interesse Viagem e da Ponta d`Areia, nos termos do Decreto Municipal nº
para preservação e passíveis de renovação. 6.101, de 16 de abril de 1991.
Art. 51 O Poder Executivo enviará à Câmara Municipal pro- Art. 58 Nas Áreas de Preservação do Ambiente Urbano po-
jeto de lei regulamentando as Áreas de Preservação do Ambien- derão ser concedidos incentivos fiscais temporários e renová-
te Urbano, no prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias a partir veis para a recuperação, restauração ou reinserção no quadro
de sua criação, estabelecendo: ambiental urbano tradicional das edificações de interesse para
I - a listagem dos imóveis de interesse para a preservação; a preservação, mediante proposta das Secretarias Municipais de
II - a regulamentação do uso do solo e das obras, de forma Urbanismo e Meio Ambiente e de Cultura.
consentânea com a preservação ambiental;

75
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

CAPÍTULO V II - estímulo ao uso do transporte coletivo sobre o individu-


DO TRANSPORTE E SISTEMA VIÁRIO al, orientando neste sentido os investimentos públicos e priva-
dos, tendo em vista democratizar o Sistema Viário;
Art. 59 Para elaboração do Plano Diretor Viário ficam esta- III - estímulo à implantação de sistema integrado de trans-
belecidas as seguintes diretrizes: portes;
I - priorização da circulação de pedestres, garantidos os es- IV - melhoria dos terminais rodoviários existentes e criação
paços a eles destinados nas principais vias de circulação, através de novos, com vistas à implantação do sistema integrado de
da regulamentação do uso dos passeios e da implantação de si- transportes;
nalização horizontal e vertical; V - definição da viabilidade da implantação de um sistema
II - planejamento e operação da rede viária com o estabele- de transporte público de alta capacidade para ligação com São
cimento da hierarquização das vias, para sua utilização prioritá- Gonçalo, utilizando-se o leito da Estrada de Ferro Leopoldina;
ria para o transporte público de passageiros, definindo, quando VI - definição de novas alternativas de ligação de diversos
couber, faixas exclusivas; Bairros de Niterói com São Gonçalo, através de sistema integra-
III - estabelecimento de mecanismos para controle da velo- do de transportes coletivos;
cidade dos veículos nas vias principais; VII - definição de itinerários facilitando a ligação interbair-
IV - definição da rede estrutural da Cidade; ros, especialmente na Região Oceânica;
V - realização de estudo para implantação da ligação de VIII - implantação de infraestrutura de drenagem e pavi-
Charitas-Piratininga (Cafubá), via túnel, prioritariamente para o mentação nas vias onde se faça necessário o transporte público;
transporte de massa; IX - estabelecimento de medidas que levem ao disciplina-
VI - realização de estudo para implantação de via turística mento do tráfego, em especial dos pontos de carga e descarga,
ligando Charitas-Piratininga (Tibau); de entrada e saída de colégios e dos estacionamentos irregula-
VII - indicação de melhorias necessárias na estrutura viá- res;
ria existente com vistas a resolver os problemas dos corredores X - estímulo à descentralização física do sistema de trans-
congestionados e pontos críticos de tráfego; porte hidroviário, considerando prioritariamente a ligação Cha-
VIII - estabelecimento de Projetos de Alinhamento (P.A.), ritas (Niterói)-Rio de Janeiro com objetivo de atender a Região
que deverão ser incorporados aos novos projetos de parcela- Oceânica, Pendotiba, São Francisco, Charitas, Jurujuba e grande
mento, com vistas à integração e à adequação hierárquica da parte de Icaraí e Santa Rosa;
estrutura viária; XI - definição de rotas para cargas perigosas;
IX - estabelecimento de condições estruturais e de tráfego XII - estímulo à adaptação dos veículos automotores a pa-
para a Alameda São Boaventura que visem separar o tráfego de drões da operação que reduzam as emissões de gases poluen-
passagem, intermunicipal ou de acesso a outras regiões do Mu- tes, resíduos em suspensão e poluição sonora;
nicípio, do tráfego local; XIII - estímulo à utilização e distribuição de gás natural em
X - estabelecimento de Projetos de Alinhamento (P.A.) para postos de abastecimento.
as rodovias, de forma a permitir nos trechos definidos como Art. 61 As diretrizes aqui fixadas para os Planos Diretores
centros de atividades por esta Lei a implantação de vias para- Viários e de Transportes Públicos deverão ser igualmente respei-
lelas de serviço, de tráfego lento, independentes das faixas de tadas na elaboração dos Planos Urbanísticos Regionais.
Art. 62 O Município deverá envidar esforços para uma ação
tráfego rápido de passagem;
integrada com outros órgãos federais e estaduais que busque a
XI - elaboração de planos de ação para situações de emer-
municipalização da gestão do Sistema Viário e dos transportes
gência;
da Cidade.
XII - ampliação, melhoria e manutenção permanente do sis-
Art. 63 O Município deverá estabelecer em conjunto com as
tema de comunicação visual de informação, orientação e sinali-
concessionárias de serviço público, em especial a CERJ, a CEDAE
zação nas vias, acompanhando os avanços tecnológicos;
e a TELERJ, o planejamento das obras nas vias da Cidade, com o
XIII - estímulo à implantação e consolidação de estaciona-
objetivo de evitar transtornos à população.
mentos de veículos na periferia dos centros de comércio e servi-
Art. 64 O Município deverá estabelecer ação conjunta com
ços, integrados ao sistema de transporte coletivo; o órgão responsável pelo licenciamento dos veículos, de forma
XIV - definição das ciclovias a serem implantadas, como a viabilizar ações fiscais municipais no disciplinamento do trân-
complementação do sistema de vias de transporte; sito.
XV - análise e monitoramento das atividades existentes ge-
radoras de tráfego quanto aos impactos sobre o Sistema Viário,
para sua adequação às condições de fluidez das vias;
XVI - melhoria da capacidade da atual ligação da Região
Oceânica com o Largo da Batalha.
Art. 60 Para elaboração do Plano Diretor de Transportes Pú-
blicos ficam estabelecidas as seguintes diretrizes:
I - adequação da oferta de transporte à demanda atual e
projetada, procurando aproveitar seus efeitos indutores e com-
patibilizar a acessibilidade local às propostas de uso e ocupação
do solo;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

CAPÍTULO VI III - controle eficaz da potabilidade das águas distribuídas


DOS SERVIÇOS PÚBLICOS E EQUIPAMENTOS URBANOS E por redes públicas de abastecimento;
COMUNITÁRIOS IV - reserva de áreas nos Planos Urbanísticos Regionais para
instalação dos equipamentos necessários ao sistema de abaste-
SEÇÃO I cimento de água, de acordo com os projetos para instalação e
DO SANEAMENTO BÁSICO ampliação da rede pública.

SUBSEÇÃO I SUBSEÇÃO III


DA COLETA, TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO DE ESGOTOS DA LIMPEZA URBANA
SANITÁRIOS
Art. 70 A coleta e destinação final do lixo em todo o territó-
Art. 65 Para garantia da proteção dos ecossistemas aquáti- rio municipal deverá obedecer critérios de controle da poluição
cos, da saúde humana e da balneabilidade das praias em todo o e de minimização de custos ambientais e de transportes, obser-
território municipal, a ampliação, implantação e complementa- vando as seguintes diretrizes:
ção dos sistemas de esgotamento sanitário conterão, no mínimo I - avaliação do impacto sobre a circunvizinhança do aterro
e obrigatoriamente o tratamento secundário dos efluentes de do Morro do Céu, com vistas à recuperação do ambiente degra-
acordo com artigo 328 da Lei Orgânica do Município, observan- dado;
do as seguintes diretrizes: II - instalação de usinas de reciclagem e compostagem no
I - elaboração e execução dos planos, programas e projetos aterro do Morro do Céu e na Região Oceânica;
da empresa concessionária, de acordo com o planejamento ur- III - expansão de programas especiais de coleta em áreas de
bano e ambiental do Município; difícil acesso;
II - exigência de implantação, em cada caso, de sistema IV - implementação do sistema de coleta seletiva de lixo,
adequado nos novos loteamentos, condomínios, construções para separação do lixo orgânico daquele reciclável, com orienta-
e empreendimentos, nos locais desprovidos de rede pública de ção para separação na fonte do lixo domiciliar;
esgotamento sanitário; V - tratamento diferenciado dos resíduos sólidos provenien-
III - controle e orientação por parte do Poder Público para tes dos serviços de saúde, desde seu recolhimento nas unidades
implantação de sistemas alternativos nos locais desprovidos de
geradoras até a disposição final, ficando proibido o uso de inci-
rede pública de esgotamento sanitário;
neradores para lixo hospitalar.
IV - reserva de áreas nos Planos Urbanísticos Regionais para
instalação dos equipamentos necessários ao sistema de esgo-
SUBSEÇÃO IV
tamento sanitário, de acordo com os projetos para instalação e
DA DRENAGEM
ampliação da rede pública.
Art. 66 Para aprovação de projetos particulares de grande
Art. 71 Considerando a importância do perfeito escoamen-
porte com sistemas de coleta, tratamento e disposição final de
to das águas pluviais para o bom funcionamento da Cidade, o
esgotos sanitários, será exigido termo de compromisso da em-
presa concessionária ou do órgão municipal competente para Plano Diretor de Macro e Microdrenagem obedecerá as seguin-
operação dos mesmos. tes diretrizes:
Art. 67 Fica autorizado o Município, diretamente ou por I - detalhamento das bacias e sub-bacias de drenagem em
contratação de terceiros, a prestar serviços de manutenção dos todo o território municipal;
sistemas alternativos individuais e coletivos, que deverão ser re- II - adequação das faixas marginais de proteção de todos os
embolsados pelos usuários. cursos d`água, considerando a calha necessária para as vazões
Art. 68 A empresa concessionária deverá apresentar anual- máximas, o acesso para manutenção e a preservação da vegeta-
mente ao Município os programas para implantação gradual, em ção marginal existente;
todo o território municipal, dos sistemas de coleta, tratamento e III - levantamento dos pontos de estrangulamento dos cur-
disposição de esgotos sanitários. sos d`água, estabelecendo as intervenções necessárias, de for-
ma a possibilitar a adequada drenagem;
SUBSEÇÃO II IV - estabelecimento dos greides dos logradouros e de cotas
DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA de soleira nas áreas de baixada, para fins de aprovação de edifi-
cações e parcelamentos e de pavimentação das vias;
Art. 69 Deverá ser garantido o abastecimento de água para V - indicação das áreas onde se faça necessário o refloresta-
toda a população do Município, observadas as seguintes dire- mento para garantia da eficácia do sistema de drenagem;
trizes: VI - implantação de um cadastro técnico de rede de drena-
I - atuação junto à concessionária com vistas a priorizar a gem permanentemente atualizado;
ampliação dos serviços públicos de distribuição de água potável VII - elaboração de programa de manutenção e limpeza da
de acordo com os parâmetros de expansão e adensamento da rede de drenagem;
Cidade estabelecidos nesta Lei e nos Planos Urbanísticos Regio- VIII - programação de execução de rede de drenagem e pa-
nais; vimentação das vias em áreas de aclive acentuado;
II - realização de pesquisa de fontes alternativas, com garan- IX - definição de índices de impermeabilização para cada
tia da qualidade da água de consumo; bacia, que sirvam de parâmetros para uso e ocupação do solo;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

X - realização de estudos para definição de vazões especí- IV - dimensionamento da rede de serviços prevendo os três
ficas; níveis de atenção à saúde, privilegiando o primeiro e pressupon-
XI - estabelecimento das exigências a serem cumpridas nos do suficiência no segundo nível e em urgências, obstetrícia e tra-
projetos de drenagem para aprovação de parcelamentos e ou- tamento hospitalar eletivo nas grandes áreas clínicas no terceiro
tros empreendimentos. nível.
§ 1º Os Médicos de Família e os postos ou unidades de saú-
SEÇÃO II de garantirão suficiência nas ações de saúde pública pertinentes
DOS EQUIPAMENTOS DE EDUCAÇÃO ao perfil epidemiológico local e nas demandas assistenciais em
clínica e odontologia básicas, referenciando aos demais níveis
Art. 72 Para garantir condições ao cumprimento do dever quando necessário.
do Município para com a educação, ficam fixadas as seguintes § 2º Os Distritos Sanitários deverão buscar autossuficiên-
diretrizes gerais: cia em atendimento ambulatorial especializado e tratamento
I - determinação de áreas para implantação de unidades de hospitalar eletivo, cuja magnitude indique ser indispensável sua
educação com características adequadas às peculiaridades do descentralização, bem como em urgências e emergências, ga-
tipo de atendimento ofertado; rantindo agilidade e eficiência na prestação destes serviços.
II - planejamento da rede de educação considerando a de- § 3º Ao Município compete as ações que garantam a inte-
manda local e deslocamento mínimo; gralidade da atenção em saúde, em conjunto ou não com outros
III - garantia da qualidade do padrão arquitetônico da Rede Municípios, Estado ou União.
de Ensino Público com ambientes, além das salas de aula, que Art. 80 Os locais para implantação dos equipamentos de
permitam educação integral de qualidade, inclusive com condi- saúde necessários, bem como a previsão de instrumentos para
ções para livre trânsito dos deficientes físicos. reserva dessas áreas, deverão ser fixados nos Planos Urbanísti-
Art. 73 Caberá à Fundação Pública Municipal de Educação cos Regionais.
realizar o censo escolar, periodicamente, no espaço máximo de
5 (cinco) anos. Capítulo VII
Art. 74 Para garantia do atendimento integral para o ensino DO PATRIMÔNIO IMOBILIÁRIO MUNICIPAL
público de 1º Grau, o déficit de salas de aula deverá ser supri-
do a curto prazo, considerando-se a Rede Pública Estadual e a Art. 81 Com o objetivo de manter um Patrimônio Imobiliá-
Privada. rio Municipal capaz de atender as demandas de áreas públicas
Parágrafo Único - A oferta do ensino público de 1º Grau para equipamentos e serviços urbanos, em benefício da coletivi-
deverá acompanhar as novas demandas levantadas nos censos dade, o Poder Executivo deverá:
I - regularizar juridicamente os imóveis municipais sem re-
escolares.
gistro em cartório;
Art. 75 O Município deverá ofertar escolas de 1º Grau em
II - promover a reintegração de posse dos bens municipais
horário integral.
indevidamente ocupados por terceiros, de acordo com o inte-
Art. 76 As localidades de comunidades de baixa renda ficam
resse do Município;
consideradas prioritárias para a instalação de equipamentos de
III - estabelecer utilização onerosa dos bens municipais in-
ensino pré-escolar através da implantação de Casas da Criança
devidamente ocupados por terceiros em que não haja interesse
(pré-escolar de horário integral).
para reintegração de posse;
Art. 77 A Fundação Pública Municipal de Educação buscará
IV - permitir o uso privativo dos bens municipais situados
influenciar o planejamento do 2º Grau, de competência estadu- em loteamentos já implantados, quando houver restrição do
al, integrado à rede do 1º Grau. acesso da população a estes bens, mediante imediata remune-
Art. 78 Nos Planos Urbanísticos Regionais deverão estar in- ração, podendo estes bens serem permutados por outros de no
dicadas as áreas necessárias à implantação dos equipamentos mínimo a mesma área, de acordo com o interesse do Município,
de educação, com previsão dos instrumentos para reserva des- ficando vedada a permuta das áreas das vias de circulação;
sas áreas. V - identificar e reservar, através de instrumentos legais, ter-
ras para implantação de equipamentos urbanos, serviços públi-
SEÇÃO III cos e projetos urbanísticos e habitacionais, com a finalidade de
DOS EQUIPAMENTOS DE SAÚDE suprir a deficiência de terras municipais.

Art. 79 Para a garantia de acesso igualitário e universal à TÍTULO IV


prestação de serviços de saúde, ficam estabelecidas as seguintes DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
diretrizes para alocação de equipamentos urbanos em saúde:
I - implementação das ações preventivas e promotoras de Art. 82 A legislação municipal urbanística, edilícia e ambien-
saúde; tal, que ordena e controla o uso e ocupação do solo, será com-
II - cobertura integral pelo serviço público municipal da de- posta de:
manda de vigilância epidemiológica e sanitária e de controle de I - Lei de Parcelamento;
zoonoses; II - Lei de Uso e Ocupação do Solo;
III - compatibilização do planejamento da rede de serviços III - Leis de Edificações, que comporão o Código de Obras;
com a distritalização das ações de saúde; IV - Planos Urbanísticos Regionais (PUR);

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

V - Legislação específica para as Áreas de Especial Interesse; § 6º Em qualquer forma de parcelamento deverá ser garan-
VI - Código Municipal de Meio Ambiente; tido o livre acesso aos bens de uso comum do povo, tais como
VII - Código de Postura; praias, mares, lagunas, costões rochosos, rios e praças através
VIII - Leis ordinárias, que disciplinem as matérias referidas de logradouro público.
e seus respectivos regulamentos e demais normas admissíveis Art. 87 Nos desmembramentos de glebas superiores a
pertinentes. 10.000m² (dez mil metros quadrados), excluídas as áreas de
Parágrafo Único - A legislação em vigor deverá ser conso- preservação permanente, deverá ser doada ao Município área
lidada e revista, no que couber, a fim de se adequar às dispo- correspondente a 10% (dez porcento) do total para equipamen-
sições desta Lei, e deverá ser elaborado o Código Municipal de tos públicos e lotes com destinação social, a juízo do Poder Exe-
Meio Ambiente. cutivo.
§ 1º A aprovação do projeto dependerá da definição no res-
CAPÍTULO I pectivo memorial das áreas a serem doadas ao Município.
DO PARCELAMENTO DO SOLO § 2º As áreas a serem doadas ao Município deverão ter fren-
te para via pública, podendo situar-se fora dos limites da área
Art. 83 A lei estabelecerá os seguintes parâmetros para par- desmembrada, resguardados no mínimo o percentual de que
celamento do solo, dentre outros, observado o disposto nesta trata o caput deste artigo e o interesse do Município.
Lei: Art. 88 Os projetos de parcelamento do solo deverão conter
I - dimensões dos lotes; ainda:
II - dimensões e características técnicas dos logradouros; I - planta indicando a cobertura vegetal existente;
III - percentagem e características das áreas a serem desti- II - definição e delimitação das áreas verdes propostas, que
nadas ao uso público; se incluirão no percentual de áreas com destinação de uso pú-
IV - áreas não edificáveis. blico;
Art. 84 Os projetos de parcelamento ou remembramento III - projeto paisagístico, inclusive de arborização das vias,
não poderão conter disposições sobre o uso e ocupação do solo, com utilização prioritária de espécies vegetais nativas e aprovei-
com exceção das áreas destinadas ao uso público e das áreas tamento das árvores já existentes.
não edificáveis.
Art. 85 Nos parcelamentos de glebas que possuam áreas de CAPÍTULO II
preservação permanente, estas, embora integrantes do projeto, DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
não serão consideradas para efeito do cálculo de áreas públicas
ou coletivas. Art. 89 Ficam definidos os seguintes parâmetros de uso e
Art. 86 Os novos projetos de parcelamento na forma de lo- ocupação do solo, a serem considerados pela legislação:
teamento e de condomínio deverão reservar da área total do I - cota de controle de densidade - CD: é a variável que de-
empreendimento, excluídas as áreas de preservação permanen- termina o número de unidades habitacionais possíveis de serem
te, 35% (trinta e cinco porcento) para uso público ou coletivo e construídas em cada lote, expressando a área mínima de terre-
5% (cinco porcento) para lotes de destinação social. no por unidade habitacional;
§ 1º Os lotes de destinação social serão utilizados obrigato- II - número admissível de unidades habitacionais - NUH:
riamente em programas habitacionais para população de baixa obtido pelo resultado da divisão da área do lote pela cota de
renda, ficando autorizada a sua alienação pelo Município. controle de densidade - CD de onde se situa;
§ 2º Nos parcelamentos em forma de loteamento, serão III - taxa de ocupação do lote - TO: é a relação percentual
doadas ao Município as áreas de uso público e os lotes de des- entre a projeção do pavimento tipo e a área do terreno;
tinação social, que deverão totalizar 40% (quarenta porcento) IV - gabarito de altura - G: é o número total de pavimentos
da área do empreendimento, exclusive as áreas de preservação de uma construção, com exceção dos pavimentos enterrados
permanente. e semienterrados - aqueles que tenham enterrado no mínimo
§ 3º Nos parcelamentos em forma de condomínio, da área 50% (cinquenta porcento) do seu pé-direito;
total do empreendimento, excluídas aquelas de preservação V - taxa máxima de impermeabilização do lote - TI: é a por-
permanente, 30% (trinta porcento) serão destinadas ao uso co- centagem máxima da superfície do lote possível de ser coberta
letivo do condomínio e 10% (dez porcento) serão doadas ao Mu- ou pavimentada;
nicípio, sendo 5% (cinco porcento) para uso público e 5% (cinco VI - número de vagas para estacionamento;
porcento) para lotes de destinação social. VII - limite de profundidade de ocupação: é a profundida-
§ 4º As áreas a serem doadas ao Município deverão ter de máxima que qualquer construção poderá alcançar a partir
frente para via pública, podendo situar-se fora dos limites do de um alinhamento e perpendicularmente a este na direção do
parcelamento, resguardados no mínimo o mesmo percentual interior da quadra;
de que trata os parágrafos 2º e 3º deste artigo e o interesse do VIII - afastamentos das construções: são as distâncias que
Município. separam os planos de fachadas de outras construções (afasta-
§ 5º O aceite das obras de loteamentos e condomínios de- mento entre construções), divisas laterais (afastamento lateral),
penderá da definição no respectivo memorial das áreas a serem da divisa de fundos (afastamento de fundos) ou da testada do
doadas ao Município. terreno (afastamento frontal);

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

IX - recuo: é a parte do afastamento frontal da construção Art. 93 Os projetos de edificações de uso público e de re-
estabelecido pelos projetos de alinhamento das vias que deverá levante interesse social poderão ter parâmetros de uso e ocu-
passar obrigatoriamente ao domínio do Município; pação do solo diferentes daqueles indicados nesta Lei, que se-
X - investidura: é a incorporação a um lote de área do terre- rão apreciados pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio
no a ele adjacente e pertencente a logradouro público, a fim de Ambiente, ouvido o Conselho Municipal de Urbanismo e Meio
recompor seu alinhamento; Ambiente.
XI - faixa não edificável: área que não pode ser ocupada, Art. 94 A indústria, cuja tipologia requer edificação com
visando ao interesse público na proteção de corpos hídricos, en- parâmetros diferentes dos estabelecidos na legislação para o
costas e para passagem de redes de serviços públicos; seu funcionamento, terá seu projeto apreciado pela Secretaria
XII - prisma de iluminação e ventilação: é a parte da área Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente, devendo ser sempre
dos pavimentos que é destinada à iluminação e à ventilação dos obedecidos os parâmetros relativos à implantação do prédio no
seus compartimentos internos, que não pode ser edificada; terreno.
XIII - área mínima da unidade habitacional. Parágrafo Único - Para fins de concessão de licença de locali-
Art. 90 A cota de controle de densidade poderá ser igual a 0 zação de indústrias, deverá ser considerado o potencial poluidor
(zero), ficando, neste caso, indeterminado o número admissível da indústria e o nível local de saturação dos poluentes no am-
de unidades residenciais, como estímulo ao adensamento. biente, a fim de resguardar a qualidade ambiental.
Art. 91 As leis de edificações deverão estabelecer tipologias Art. 95 Deverão ser permitidas atividades de serviços nos
de edificações que permitam uma diversidade de padrões arqui- locais indicados para uso comercial.
tetônicos e uma simplificação das exigências, de forma compatí- Art. 96 Ficam limitadas em 2 (duas) a construção de uni-
vel com os modelos de organização territorial e com as diretrizes dades residenciais unifamiliares por lote em todo o Município.
de uso e ocupação do solo indicadas nesta Lei para as sub-regi- Art. 97 A construção de mais de 2 (duas) unidades residen-
ões de planejamento, garantindo, ainda, condições mínimas de ciais unifamiliares por lote deverá obedecer à legislação de pla-
saúde e segurança. nos de vila, permitidos em todo o Município, exceto nos centros
§ 1º O número de vagas de garagem deverá ser definido comunais e vicinais, nas áreas agrícolas definidas por este Plano
considerando-se as características urbanísticas e socioeconômi- Diretor, nas unidades de conservação ambiental e em outros es-
cas locais. paços naturais protegidos legalmente.
§ 2º Nas unidades multifamiliares a edificação da cobertura Art. 98 Os parâmetros de uso e ocupação do solo para cons-
poderá se constituir em unidade independente, limitada a 50% trução em encostas, a serem estabelecidos nos Planos Urbanís-
(cinquenta porcento) da área do pavimento tipo. ticos Regionais ou em legislação ordinária, deverão estabelecer
Art. 92 As edificações de uso hoteleiro poderão se localizar baixa taxa de ocupação e uma morfologia que não descaracte-
em qualquer local do território municipal, com as seguintes ex- rize o seu perfil, com vistas à preservação ambiental e à segu-
ceções: rança.
I - nas Unidades de Conservação Ambiental, onde exista sua Art. 99 As taxas de ocupação de térreo e subsolo de edifi-
proibição; cações deverão assegurar uma impermeabilização que garanta
II - nas Zonas de Preservação Permanente; uma adequada drenagem local.
III - nas frações urbanas ITA 1-A e ITA 1-B, correspondentes Art. 100 Os afastamentos das construções, a serem esta-
ao Bairro de Itacoatiara; belecidos pela legislação urbanística, deverão compatibilizar as
IV - nas ZCVS 11 e 12, nos limites do Bairro de Itacoatiara; novas edificações com a morfologia e ambiências existentes ou
V - nos espaços naturais protegidos legalmente. desejadas.
§ 1º Para efeito do que trata o caput deste artigo, as edifi- Art. 101 Deverão ser delimitadas na Zona de Restrição à
cações de uso residencial com serviços não são consideradas de Ocupação Urbana, estabelecida nesta Lei, as áreas de preser-
uso hoteleiro. vação permanente, de acordo com a avaliação das Áreas de
§ 2º Os empreendimentos hoteleiros quando localizados Especial Interesse Ambiental, indicadas para criação nesta Lei,
em áreas com uso multifamiliar, permitido e em centros de ati- devendo ser fixados para as áreas remanescentes parâmetros
vidades deverão obedecer aos parâmetros estabelecidos para restritivos de uso e ocupação do solo.
estes locais e quando localizados em áreas de uso unifamiliar
poderão ter no máximo 03 (três) pavimentos, exceto nos locais TÍTULO V
vedados pela legislação. (Redação dada pela Lei nº 2810/2011) DO SISTEMA E PROCESSO DE PLANEJAMENTO
Art. 92-A As unidades unifamiliares, as edificações de uso
institucional, os equipamentos escolares e de saúde, públicos, CAPÍTULO I
filantrópicos e particulares poderão se localizar em qualquer lo- DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO E DA GESTÃO DEMOCRÁ-
cal do território municipal, exceto nas unidades de conservação TICA DA CIDADE (REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 2123/2004)
ambiental, onde seja proibido ou em outros espaços naturais
protegidos legalmente. Art. 102 O Poder Executivo instituirá o Sistema Municipal
Parágrafo Único - Os projetos das edificações de uso públi- de Planejamento Urbano e Ambiental que garantirá a implanta-
co, privado e filantrópicos citado no caput deste artigo deverão ção, revisão e acompanhamento deste Plano Diretor, composto
considerar as interferências no Sistema Viário e de vizinhança, pelos órgãos municipais responsáveis pela gestão ambiental e
sobretudo quando localizadas em vias arteriais e localidades re- urbanística e pelo Conselho Municipal de Política Urbana. (Re-
sidenciais. (Redação acrescida pela Lei nº 2810/2011) dação dada pela Lei nº 2123/2004)

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 103 A Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Am- VIII - propor a criação de mecanismos de articulação entre
biente é o Órgão Central do Sistema, responsável por sua coor- os programas e os recursos municipais de impacto sobre o de-
denação. senvolvimento urbano;
Art. 104 Fica criado o Conselho Municipal de Política Urba- IX - promover mecanismos de cooperação entre os Gover-
na, Órgão colegiado que reúne representantes do poder público nos da União, Estado, e os Municípios da Região Metropolitana
e da sociedade civil, permanente e deliberativo, conforme suas e a sociedade na formulação e execução da política municipal e
atribuições, integrante da Administração Pública Municipal, ten- regional de desenvolvimento urbano;
do por finalidade assessorar, estudar e propor diretrizes para o X - promover a integração da política urbana com as políti-
desenvolvimento urbano com participação social e integração cas socioeconômicas e ambientais municipais e regionais;
das políticas fundiária e de habitação, de saneamento ambiental XI - promover a integração dos temas da Conferência das
e de trânsito, transporte e mobilidade urbana. Cidades com as demais conferências de âmbito municipal e re-
§ 1º O Conselho Municipal Política Urbana é parte integran- gional;
te do Sistema Nacional de Conselhos de Cidades e do Sistema XII - dar publicidade e divulgar seus trabalhos e decisões;
Municipal de Planejamento, e ficará vinculado funcionalmente XIII - convocar e organizar a cada dois anos a etapa prepara-
ao Órgão Gestor da Política Urbana Municipal. tória municipal da Conferência Nacional das Cidades;
§ 2º O Plenário do Conselho Municipal de Política Urbana XIV - propor a realização de estudos, pesquisas, debates, se-
será composto de 18 (dezoito) membros titulares e de 18 (dezoi- minários ou cursos afetos a política de desenvolvimento urbano;
to) membros suplentes, respeitando a seguinte proporcionalida- XV - opinar sobre todos os assuntos que lhe forem reme-
de entre os segmentos, estabelecida pela Conferência Nacional tidos, pela sociedade civil organizada e pelo Poder Público, re-
das Cidades para o Conselho Nacional das Cidades: lativos à política urbana e aos Instrumentos previstos no Plano
5 (cinco) representantes indicados pelo Poder Executivo; Diretor;
2 (dois) representantes indicados pelo Poder Legislativo; XVI - elaborar e aprovar o regimento interno e formas de
5 (cinco) representantes indicados pelos movimentos so- funcionamento do Conselho e das suas Câmaras Setoriais.
ciais e populares; § 4º As deliberações do Conselho Municipal de Política
2 (dois) representantes indicados pelo segmento empresa- Urbana deverão estar articuladas com os outros conselhos se-
rial; toriais do Município, buscando a integração das diversas ações
2 (dois) representantes indicados pelos trabalhadores; e políticas responsáveis pela intervenção urbana, garantindo a
1 (um) representante indicados pelas entidades profissio- participação da sociedade.
nais e acadêmicas; § 5º O Poder Executivo indicará a Presidência do Conse-
1 (um) representante indicados pelas organizações não go- lho Municipal de Política Urbana. (Redação dada pela Lei nº
vernamentais. 2123/2004)
§ 3º No cumprimento de suas finalidades, são atribuições Art. 105 À Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio
do Conselho Municipal de Política Urbana: Ambiente, na qualidade de Órgão Central do Sistema de Pla-
I - propor, debater e aprovar diretrizes para a aplicação de nejamento Urbano e Ambiental, ficam atribuídas as seguintes
Instrumentos da política de desenvolvimento urbano e das po- funções, além daquelas que lhe são cometidas pela legislação
líticas setoriais em consonância com as deliberações da Confe- aplicável:
rência Nacional das Cidades; I - coordenar a implantação, revisão, acompanhamento e
II - propor, debater e aprovar dretrizes e normas para a im- avaliação do Plano Diretor e dos demais planos urbanísticos;
plantação dos programas a serem formulados pelos órgãos da II - elaborar, apreciar, analisar e encaminhar propostas de
Administração Pública Municipal relacionados à política urbana; legislação urbanística, edilícia e ambiental, inclusive dos instru-
III - acompanhar e avaliar a execução da política urbana mentos implementadores da política urbana, previstos nesta
municipal e recomendar as providências necessárias ao cumpri- Lei;
mento de seus objetivos; III - implantar, coordenar e manter atualizado o Cadastro
IV - propor a edição de normas municipais de direito urba- Técnico Municipal, composto de um sistema de informações
nístico e manifestar-se sobre propostas de criação e de alteração sobre a Cidade, que acompanhe o seu desenvolvimento e trans-
da legislação pertinente ao desenvolvimento urbano; formações;
V - emitir orientações e recomendações referentes à aplica- IV - promover e executar as medidas necessárias à aplicação
ção da Lei Federal 10.257/2001 - “Estatuto da Cidade” e demais desta Lei, desempenhando as demais atividades que para tanto
legislação e atos normativos relacionados ao desenvolvimento se façam necessárias.
urbano municipal; Art. 106 Para garantir a gestão democrática da Cidade, de-
VI - propor aos órgãos competentes medidas e normas para verão ser utilizados, entre outros, os seguintes Instrumentos:
implementação, acompanhamento, avaliação da legislação ur- I - Conselho Municipal de Política Urbana, com a participa-
banística, e em especial do Plano Diretor; ção da população e de associações representativas dos vários
VII - Sugerir eventos destinados a estimular a conscientiza- segmentos sociais;
ção sobre os problemas urbanos e o conhecimento da legislação II - Conselho Municipal de Meio Ambiente, com a partici-
pertinente, e a discutir soluções alternativas para a gestão da pação da população e de associações representativas dos vários
Cidade, bem como outros temas referentes à política urbana e segmentos sociais;
ambiental do Município; III - debates, audiências e consultas públicas;

81
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

IV - conferências sobre assuntos de interesse urbano e am- Art. 110 Os modelos de organização territorial estabelecem
biental; por sub-região as unidades de planejamento, definidas a seguir,
V - iniciativa popular de projeto de lei e de planos, progra- organizadas espacialmente conforme o número de habitantes
mas e projetos de desenvolvimento urbano; na sua área de influência, indicando os respectivos centros de
VI - acesso às informações disponíveis; atividades - comerciais, de serviços públicos e privados, religio-
VII - encontros locais e de Câmaras Temáticas, a serem pro- sas, de lazer e culturais - existentes ou a serem estimulados:
movidos periodicamente pelos órgãos municipais responsáveis; I - Unidade de Vizinhança - formada pelo conjunto de 5.000
VIII - integração dos conselhos de políticas setoriais no Con- (cinco mil) a 15.000 (quinze mil) habitantes, atendidos por um
selho Municipal de Política Urbana. centro de atividades denominado Centro de Bairro, onde loca-
Parágrafo Único - No âmbito municipal, a gestão orçamen- lizam-se comércio e serviços de uso frequente, além do diário;
tária participativa de que trata a alínea `i` do inciso I do art. 8º II - Sub-região - composta por no mínimo 2 (duas) Unidades
desta Lei incluirá a realização de debates, audiências e consultas de Vizinhança, espacialmente próximas, com um centro de ati-
públicas sobre as propostas do Plano Plurianual, da Lei de Di- vidades denominado Centro ou Subcentro Urbano, onde loca-
retrizes Orçamentárias e do Orçamento Anual, como condição lizam-se comércio e serviços de uso ocasional e especializado,
obrigatória para sua aprovação pela Câmara Municipal. (Reda- além dos frequentes e diário.
ção dada pela Lei nº 2123/2004) Art. 111 Os Planos Urbanísticos Regionais (PUR) detalharão
os modelos de organização territorial das sub-regiões, onde de-
CAPÍTULO II verão constar:
DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO I - a delimitação das unidades de planejamento e de seus
centros de atividades a nível de Centro ou Subcentro Urbano e
Art. 107 As diretrizes estabelecidas neste Plano Diretor
Centro de Bairro indicados nesta Lei, assim como os centros de
serão desenvolvidas, resguardando-se as características locais,
atividades locais para comércio e serviços de interesse diário da
através da legislação urbanística de que trata o artigo 82 desta
população;
Lei, em especial dos Planos Urbanísticos Regionais (PUR) e da
II - a especificação das tipologias das edificações e de parce-
legislação específica das Áreas de Especial Interesse.
Art. 108 Para a aplicação do artigo 107 desta Lei, o território lamento do solo adequados à morfologia urbana de cada área,
municipal fica dividido em 5 (cinco) Regiões de Planejamento, através do estabelecimento de índices para os parâmetros de
com base em critérios de homogeneidade em relação à paisa- uso e ocupação do solo aplicáveis;
gem, à tipologia, ao uso das edificações e ao parcelamento do III - a indicação das atividades de comércio e de serviços
solo, considerados, ainda, aspectos socioeconômicos e físicos, compatíveis com os centros de atividades;
em especial as bacias hidrográficas, conforme o Mapa 4 do Ane- IV - a indicação das áreas necessárias para implantação dos
xo VI desta Lei: equipamentos urbanos públicos e previsão dos instrumentos
I - Região das Praias da Baía; para reserva dessas áreas;
II - Região Norte; V - a indicação das áreas cujo adensamento deverá ser es-
III - Região de Pendotiba; timulado ou restringido e os instrumentos para atingir estes ob-
IV - Região Oceânica; jetivos;
V - Região Leste. VI - outras definições que se façam necessárias para atender
Parágrafo Único - As Regiões de Planejamento são subdividi- as diretrizes estabelecidas nesta Lei.
das em sub-regiões definidas por analogias físicas e urbanísticas. Art. 112 Além do detalhamento dos modelos de organiza-
ção territorial, os Planos Urbanísticos Regionais também pode-
SEÇÃO ÚNICA rão:
DOS PLANOS URBANÍSTICOS REGIONAIS I - propor o traçado de novas vias de circulação, inclusive
ciclovias;
Art. 109 Os Planos Urbanísticos Regionais (PUR) são leis de II - hierarquizar e definir funcionalmente a rede viária, indi-
iniciativa do Poder Executivo, elaborados pelos órgãos munici- cando também as modificações, alargamentos e outros melho-
pais responsáveis pela gestão urbanística e ambiental, que esta- ramentos necessários nas vias existentes;
belecem o modelo de uso e ocupação do solo para cada região III - propor a implantação de novos meios de transporte co-
de planejamento, devendo obedecer às condicionantes estabe- letivo, assim como alterações necessárias no sistema de trans-
lecidas pelo diagnóstico ambiental e viário municipal, cuja exis- porte;
tência é condição para a elaboração do PUR, garantida a ampla
IV - definir, em conjunto com as Fundações Municipais de
participação da comunidade local, observadas as diretrizes fixa-
Educação e Saúde, a carência de atendimento em cada nível por
das na presente Lei e considerando:
unidade de planejamento e escolher as áreas apropriadas para
I - as particularidades locais, ouvidas as comunidades dire-
implantação dos equipamentos destinados a supri-la;
tamente envolvidas;
II - as diretrizes traçadas neste Plano Diretor, em especial as V - efetuar as recomendações cabíveis quanto aos aspectos
Diretrizes Setoriais; ambientais, econômicos ou sociais de maior relevância;
III - os modelos de organização territorial definidos neste VI - indicar os locais adequados para as áreas destinadas ao
Plano Diretor para cada uma das sub-regiões de planejamento. lazer e à prática de esportes.
(Redação dada pela Lei nº 2123/2004)

82
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 113 Os Planos Urbanísticos Regionais e demais Leis Ur- da Conceição e o Hospital da Beneficência Portuguesa, que é
banísticas deverão obedecer às diretrizes de uso e ocupação do área de entorno para proteção da ambiência da Igreja de Nossa
solo estabelecidas nesta Lei para as sub-regiões de planejamen- Senhora da Conceição, bem tombado a nível municipal;
to da Cidade. c) 4 (quatro) pavimentos nos terrenos da Área de Preser-
vação do Ambiente Urbano do Centro não compreendidos no
CAPÍTULO III - DA REGIÃO DAS PRAIAS DA BAÍA trecho descrito na alínea b deste item.
II - limitar a altura máxima por pavimento, a que se refere o
Art. 114 A Região das Praias da Baía compreende 5 (cinco) item I deste artigo, a 3,50m (três metros e cinquenta centíme-
Sub-Regiões: Centro, Icaraí, Santa Rosa, São Francisco e Juruju- tros) de piso a piso, exceto o pavimento térreo que não deverá
ba, conforme Mapa 5 do Anexo VI, e descrição do Anexo V, am- exceder 5,50m (cinco metros e cinquenta centímetros);
bos partes integrantes desta Lei. III - incentivar atividades turísticas, principalmente bares e
restaurantes, e culturais, preservando a ambiência urbana e os
SEÇÃO aspectos culturais na Rua Barão de Mauá, na Área de Preser-
vação do Ambiente Urbano da Ponta d`Areia e na Praça Leonir
DA SUB-REGIÃO DO CENTRO
Ramos, na Área de Preservação do Ambiente Urbano de São
Domingos/Gragoatá/Boa Viagem, especialmente no prédio da
Art. 115 A Sub-Região do Centro compreende os Bairros
antiga Estação da Cantareira;
do Centro, Ponta d`Areia, São Domingos, Gragoatá, Fátima, Boa
IV - incentivar a preservação e intensificação do uso resi-
Viagem e Morro do Estado e parte de São Lourenço, Santana e dencial na Área de Preservação do Ambiente Urbano do Centro,
Ingá. compatibilizando-o com os usos comerciais e de serviços;
Art. 116 O modelo de organização territorial da Sub-Região V - manter na Área de Preservação do Ambiente Urbano
do Centro corresponde a um Centro Urbano e mais 3 (três) Uni- do Centro os usos, a capacidade e a localização no pavimento
dades de Vizinhança, assinaladas no Mapa 5: térreo dos cinemas e salas de espetáculos existentes, tanto nos
I - Centro Urbano onde situa-se a Área Central de Negócios casos de obras de restauração como nos casos de reconstrução;
que corresponde ao Centro Histórico da Cidade e funciona como VI - declarar não edificante o trecho da orla da Baía de Gua-
polarizador das atividades comerciais, institucionais e de servi- nabara ao longo da Rua Miguel Lemos, na Área de Preservação
ços da sub-região e do Município; do Ambiente Urbano da Ponta d`Areia, garantido o pleno acesso
II - Unidade de Vizinhança Bairro de Fátima; público à beira do cais;
III - Unidade de Vizinhança Ponta d`Areia; VII - evitar usos e atividades que guardem ou utilizem pro-
IV - Unidade de Vizinhança São Domingos. dutos perigosos ou que acarretem poluição sonora, bem como
Parágrafo Único - Para as Unidades de Vizinhança desta usos e atividades com grande movimentação de trânsito de car-
Sub-Região não foram definidos centros de bairros uma vez que ga e descarga;
as atividades características destes desenvolvem-se no Centro VIII - dispensar das exigências em vigor quanto a estacio-
Urbano. namento e vagas de garagem os projetos de restauração de
Art. 117 Ficam criadas as Áreas de Preservação do Ambien- imóveis de interesse para a preservação, mediante aprovação
te Urbano da Ponta d`Areia, do Centro e de São Domingos/Gra- das Secretarias Municipais de Urbanismo e Meio Ambiente e de
goatá/Boa Viagem, cujas delimitações estão descritas no Anexo Cultura.
VI desta Lei, e ficam fixadas as seguintes diretrizes para suas re- § 1º Ficam suspensos os licenciamentos de remembramen-
gulamentações: to de lotes, no prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias a partir
I - estabelecer gabaritos para construção de forma que as da data da publicação desta Lei, nas Áreas de Preservação do
novas edificações não excedam em altura, em cada caso, o nú- Ambiente Urbano criadas no caput deste artigo.
mero de pavimentos compatível com a preservação da ambiên- § 2º A regulamentação das Áreas de Preservação do Am-
biente Urbano, criadas no caput deste artigo, deverá conter a lis-
cia tradicional, que são os seguintes:
tagem dos imóveis de interesse para preservação de cada área,
a) 3 (três) pavimentos nas Áreas de Preservação do Ambien-
os critérios para uso do solo, condições edilícias e de execução
te Urbano da Ponta d`Areia e de São Domingos/Gragoatá/Boa
de obras, de forma consentânea com a preservação ambiental e
Viagem;
as formas de incentivo à conservação, recuperação e integração
b) 12 (doze) pavimentos no trecho da Área de Preservação no quadro ambiental urbano das construções, logradouros, ar-
do Ambiente Urbano do Centro que compreende os seguintes borização e mobiliários urbanos.
Logradouros: Av. Amaral Peixoto, da Av. Visconde do Rio Branco Art. 118 Ficam indicadas para criação as seguintes Áreas de
até a Rua Marquês do Paraná; a Rua Coronel Gomes Machado Especial Interesse, de acordo com Capítulo II, do Título II desta
entre as Ruas Maestro Felício Toledo e Visconde de Sepetiba; a Lei, assinaladas no Mapa 5:
Rua Barão do Amazonas entre as Ruas da Conceição e São Pe- I - Área de Especial Interesse Pesqueiro da Ponta d`Areia,
dro; a Rua Maestro Felício Toledo entre a Rua Coronel Gomes localizada na Rua Barão de Mauá, indicada para apoio ao setor
Machado e a Av. Amaral Peixoto; a Rua Visconde de Sepetiba pesqueiro;
entre a Rua Coronel Gomes Machado e a Av. Amaral Peixoto; II - Área de Especial Interesse Urbanístico do Aterro Praia
a Rua da Conceição entre as Ruas Maestro Felício Toledo e Vis- Grande Norte, indicada para:
conde de Sepetiba; a Rua Feliciano Sodré e a Rua Dr. Celestino, a) construção do Terminal Norte;
exceto o trecho compreendido entre a Igreja de Nossa Senhora b) construção de cais de apoio às atividades pesqueiras;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

c) instalação da estação de tratamento de esgotos de To- Art. 120 O Plano Diretor de Contenção, Estabilização e Pro-
que-Toque; teção de Encostas, sujeitas à erosão e deslizamentos, deverá
d) consolidação da Vila Olímpica; priorizar as áreas assinaladas no Mapa 5 e situadas:
e) duplicação da Av. Visconde do Rio Branco; I - próximo à Rua Alberto de Oliveira, entre as cotas 75 e
f) estabelecimento de projeto urbanístico que compatibilize 100, no Morro do Abílio, Bairro de Fátima;
os usos residencial, comercial e de serviços; II - em 2 (dois) pontos próximos à Rua Jornalista Moacir Pa-
g) incentivo à construção de hotéis e de outros meios de dilha, próximo à cota 35, no Morro do Estado;
hospedagem para apoio às atividades da Área Central de Ne- III - próxima à Rua Badger da Silveira, em frente ao Edifício
gócios. dos Bancários, entre as cotas 50 e 75, no Morro do Estado;
III - Área de Especial Interesse Urbanístico do Aterro Praia IV - na encosta do Morro da Boa Viagem.
Grande Sul, indicada para: Art. 121 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes
a) remodelação do Terminal Sul; elementos arquitetônicos, urbanísticos, paisagísticos e arqueo-
b) consolidação do Centro de Espetáculos de São Domingos; lógicos:
c) duplicação da Av. Visconde do Rio Branco. I - Forte do Gragoatá;
IV - Áreas de Especial Interesse Social dos Morros da Penha, II - Câmara Municipal;
Estado, Arroz, Chácara e Fátima, indicadas para urbanização e III - Fórum;
regularização fundiária; IV - Biblioteca Municipal;
V - Área de Preservação do Ambiente Paisagístico da Boa V - Praça da República, incluindo o monumento;
Viagem, localizada ao longo da Av. Litorânea e Praia da Boa Via- VI - Liceu Nilo Peçanha;
gem, indicada para preservação do entorno do conjunto tomba- VII - Prédio da Secretaria da Polícia Civil;
do da Ilha da Boa Viagem; VIII - Solar Norival de Freitas;
VI - Área de Especial Interesse Urbanístico do Centro, situ- IX - Palácio São Domingos (Agência BANERJ - Rua Marechal
ada no polígono formado pelas Ruas Marquês do Paraná, São Deodoro);
João, Visconde de Sepetiba e Coronel Gomes Machado, visando X - Casarão Condessa Pereira Carneiro;
à implantação de parque público e o estabelecimento de condi- XI - Casa Antonio Virzi;
ções especiais para edificação na sua parte plana, compatíveis XII - Teatro Municipal João Caetano;
com a preservação ambiental do morro, do conjunto de constru- XIII - Agência Central de Correios e Telégrafos;
ções existentes no lado ímpar da Rua Visconde de Sepetiba, no XIV - Antigo Mercado Municipal (Depósito Público Estadu-
trecho entre as Ruas São Pedro e Coronel Gomes Machado, e do al);
muro de interesse histórico existente no seu interior; XV - Jardim São João;
VII - Área de Especial Interesse Urbanístico de São Domin- XVI - Igreja Matriz de São João Batista;
gos situado entre a Via 100 e Av. Visconde do Rio Branco. XVII - Vila Pereira Carneiro;
Art. 119 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para XVIII - Paço Municipal de Niterói (Prédio da Secretaria Mu-
elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub- nicipal de Educação);
-Região Centro: XIX - Palácio Araribóia;
I - direcionar preferencialmente o adensamento da Sub-Re- XX - Prédio do Corpo de Bombeiros;
gião para a Área Central de Negócios, respeitadas as diretrizes XXI - Praia do Forte do Gragoatá;
da Área de Preservação do Ambiente Urbano do Centro, estabe- XXII - Igreja Nossa Senhora da Conceição;
lecendo tipologias de edificação compatíveis com as ambiências XXIII - Solar do Jambeiro;
urbanas; XXIV - Prédios da Faculdade de Arquitetura - UFF;
II - definir atividades incentivando a diversidade de usos, XXV - Praia da Boa Viagem;
com ênfase no uso residencial multifamiliar, para melhor utiliza- XXVI - Prédio da Secretaria Estadual de Fazenda na Av. Jan-
ção da infraestrutura instalada; sen de Mello;
III - definir, através de afastamentos e recuos, condições fí- XXVII - Ilha da Boa Viagem;
sicas adequadas para o trecho da ligação Centro-Icaraí, constitu- XXVIII - Ilha dos Cardos;
ído pelas Ruas Paulo Alves, São Sebastião e Badger da Silveira; XXIX - Prédio da Companhia Docas do Rio de Janeiro (Antiga
IV - estabelecer medidas que disciplinem o estacionamento Estação Ferroviária);
de veículos; XXX - Ruínas do primeiro sistema de abastecimento de água
V - considerar na hierarquização das vias de circulação a no Morro do Abílio;
criação de um corredor de passagem e de ruas de uso restrito XXXI - Morro do Abíllio;
no miolo da Área Central de Negócios; XXXII - Morro do Gragoatá;
VI - proibir novos aterros na orla da Baía de Guanabara, XXXIII - Morro da CEDAE;
devendo ser cadastrada a orla atual com o objetivo de melhor XXXIV - Morro da Ponta d`Areia;
controle; XXXV - Morro do Arroz;
VII - estudar a adequação da Av. Litorânea (Boa Viagem) XXXVI - Morro do Solar do Jambeiro;
para suporte das atividades de lazer e turismo, características XXXVII - Praça General Gomes Carneiro (do Rink);
desta Avenida. XXXVIII - Ruínas da Estação da Cantareira.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 122 Ficam consideradas prioritárias para refloresta- I - no Morro do Ingá, próxima à Rua “K” e à cota 60;
mento as encostas dos Morros da Ponta da Armação, da Penha, II - no Morro do Cavalão, na vertente de Icaraí, em cima do
do Estado, do Arroz, do Gragoatá e da Boa Viagem. Túnel Roberto Silveira, entre as cotas 25 e 50;
III - no Morro do Cavalão, entre a Rua Professora Elza Bitten-
SEÇÃO II court e a Alameda Paris, entre as cotas 50 e 75.
DA SUB-REGIÃO DE ICARAÍ Art. 128 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes
elementos arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos:
Art. 123 A Sub-Região de Icaraí compreende os Bairros de I - Prédio da Reitoria da Universidade Federal Fluminense;
Icaraí e Ingá e parte de Santa Rosa e Vital Brazil. II - Pedras da Itapuca e do Índio;
Art. 124 O modelo de organização territorial corresponde a III - Palácio Nilo Peçanha (Palácio do Ingá);
um Subcentro Urbano e 2 (duas) Unidades de Vizinhança, assi- IV - Morro da Pedreira;
naladas no Mapa 5: V - Igreja Porciúncula de Santana;
I - Subcentro Urbano de Icaraí corresponde ao Bairro do VI - Museu Antônio Parreiras;
mesmo nome, cujas atividades comerciais e de serviço encon- VII - Praias das Flexas e Icaraí;
tram-se distribuídas por toda a área, atendendo não apenas a VIII - Campo de São Bento, incluindo o coreto;
está Sub-Região como a todo o Município; IX - Faculdade de Direito - UFF;
II - Unidade de Vizinhança Praia das Flexas, cujo Centro de X - Praça Getúlio Vargas;
Bairro deverá ser estimulado nas Ruas Tiradentes, Nilo Peçanha, XI - Igreja São Judas Tadeu;
Pereira Nunes e Pres. Pedreira;
XII - Conjunto Arquitetônico do Colégio São Vicente de Pau-
III - Unidade de Vizinhança Ingá, atendida pelo Centro de
la;
Bairro da Unidade de Vizinhança Praia das Flexas.
XIII - Colégio Aurelino Leal.
Art. 125 Ficam indicadas para criação, conforme Capítulo II,
XIV - Morro do Arroz;
do Título II desta Lei, as seguintes Áreas de Especial Interesse,
assinaladas no Mapa 5, as Áreas de Especial Interesse Social dos XV - Morro do Caniço;
Morros do Ingá, da Cotia e do Cavalão, indicadas para urbaniza- XVI - Morro do Cavalão;
ção e regularização fundiária. XVII - Morro do Museu Antonio Parreiras;
Art. 126 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para XVIII - Prédio da Faculdade de Economia da UFF;
elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub- XIX - Igreja Anglicana (Rua Gavião Peixoto com Otávio Car-
-Região de Icaraí: neiro).
I - restringir o adensamento da Sub-Região através de cotas Art. 129 Ficam consideradas prioritárias para refloresta-
de densidade e outras medidas adequadas; mento as encostas dos Morros do Cavalão, Caniço e Ingá.
II - manter para as edificações nas Praias de Icaraí e João Ca-
etano (Praia das Flexas) o gabarito e demais condições em vigor, SEÇÃO III
consolidando a volumetria existente; DA SUB-REGIÃO DE SANTA ROSA
III - estabelecer as tipologias de edificação compatíveis com
as ambiências urbanas fixadas para cada unidade de planeja- Art. 130 A Sub-Região de Santa Rosa compreende o Bairro
mento através de parâmetros referentes à morfologia urbana; do Pé Pequeno e parte de Santa Rosa, Vital Brazil, Cubango, Vi-
IV - estudar a valorização paisagística dos Morros de Santa radouro e Ititioca.
Tereza, da Pedreira, do Caniço e do Cavalão, protegendo em es- Art. 131 O modelo de organização territorial da Sub-Região
pecial os promontórios divisórios das praias; de Santa Rosa corresponde a 3 (três) Unidades de Vizinhança,
V - desestimular no Subcentro Urbano de Icaraí as ativida- assinaladas no Mapa 5, não comportando Subcentro Urbano
des geradoras de tráfego nas vias principais de circulação e na- devido a sua proximidade de Icaraí que polariza as atividades:
quelas onde a conveniência urbanística não recomende; I - Unidade de Vizinhança do Largo do Marrão, com Centro
VI - em todo o Subcentro Urbano de Icaraí, compatibilizar as de Bairro no entorno do Largo do Marrão;
atividades comerciais e de serviços com o uso residencial; II - Unidade de Vizinhança Martins Torres, cujo Centro de
VII - hierarquizar as vias, estudando a possibilidade de esta- Bairro deverá ser estimulado no entorno do entroncamento da
belecer a circulação principal de trânsito de passagem nas vias Rua Vereador Duque Estrada com a Rua Martins Torres;
periféricas e restringir o tráfego nas vias internas, destinando-as
III - Unidade de Vizinhança Mario Viana, com Centro de
prioritariamente ao tráfego de moradores, serviços e parquea-
Bairro no entorno do entroncamento da Travessa Beltrão com a
mento;
Rua Mario Viana (Largo do Beltrão).
VIII - estudar a construção de canteiro central ou outra for-
Art. 132 Ficam indicadas para criação, conforme Capítulo II,
ma de bloqueio na Praia de Icaraí, restringindo as entradas à es-
querda e prevendo a criação de bainhas para parada de ônibus Título II desta Lei, assinaladas no Mapa 5, as Áreas de Especial
e estacionamento. Interesse Social da Rua Itaperuna, dos Morros de Atalaia, Alari-
IX - redefinir os percursos das linhas de transporte coletivo, co de Souza, Africano, Viradouro e Souza Soares, indicadas para
tendo em vista o item V deste artigo. urbanização e regularização fundiária.
Art. 127 O Plano Diretor de Contenção, Estabilização e Pro- Art. 133 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para
teção de Encostas, sujeitas à erosão e deslizamentos, deverá a elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub-
priorizar as Áreas de Risco assinaladas no Mapa 5 e situadas: -Região de Santa Rosa:

85
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

I - intensificar a ocupação nas áreas dos Centros de Bairro III - Unidade de Vizinhança Charitas, cujo Centro de Bairro
do Largo do Marrão, Mario Viana e Martins Torres, incentivando deverá ser estimulado no entorno da Rua Juiz Alberto Nader;
o uso misto; IV - Unidade de Vizinhança Cachoeira, com Centro de Bairro
II - distribuir o adensamento populacional da Sub-Região no Largo da Cachoeira e adjacências, em direção à Rua Fernan-
para todas as Unidades de Vizinhança, restringindo o adensa- des Couto.
mento no Pé Pequeno e estabelecendo as tipologias de edifica- Art. 140 Ficam indicadas para criação as seguintes Áreas de
ção compatíveis com as ambiências urbanas; Especial Interesse, conforme Capítulo II, Título II desta Lei, assi-
III - reservar área para implantação de terminal de ônibus naladas no Mapa 5:
no Viradouro e Martins Torres; I - Área de Especial Interesse Turístico da Charitas, locali-
IV - garantir área, através de instrumentos apropriados, zada em toda a Unidade de Vizinhança Charitas, exceto a Área
para o alargamento das Ruas Dr. Paulo Cézar, Noronha Torrezão, de Especial Interesse Urbanístico da Charitas, para incentivo às
Mario Viana e Santa Rosa e estudar o entroncamento no Centro atividades turísticas;
de Bairro do Largo do Marrão; II - Área de Especial Interesse Urbanístico da Charitas, lo-
V - prever melhoria da ligação entre a Av. Ary Parreiras e a calizada na área denominada Seminário São José, com fins de
Rua Mario Viana. implantar terminal de transporte de massa à Região Oceânica,
Art. 134 O Plano Diretor de Contenção, Estabilização e Pro- via túnel, integrado ao transporte coletivo existente e terminal
teção de Encostas, sujeitas à erosão e deslizamentos, deverá hidroviário;
priorizar as Áreas de Risco assinaladas no Mapa 5 e situadas: III - Área de Especial Interesse Turístico de São Francisco,
I - na Favela Souza Soares, entre as cotas 25 e 75 acima da localizada na orla da Praia de São Francisco, indicada para uso
Rua José Dalossi; turístico principalmente de restaurantes e bares;
II - no Morro Alarico de Souza, entre a Estrada Alarico de IV - Áreas de Preservação do Ambiente Urbano de São Fran-
Souza e a Travessa Otávio Lana, entre as cotas 50 e 75; cisco, localizada no entorno da Igreja de São Francisco, tombada
III - em 3 (três) pontos de risco no Morro Alarico de Souza pelo Patrimônio da União;
próximos à Estrada Alarico de Souza, no final da Rua Capitão Ma- V - Área de Especial Interesse Social dos Morros do Preven-
tar, entre as cotas 50 e 100. tório e da União, indicadas para urbanização e regularização
Art. 135 O Plano Diretor de Macro e Microdrenagem deverá fundiária.
priorizar a área sujeita a enchentes situada na Rua Mario Viana, Art. 141 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para
na altura do Largo do Viradouro e da Travessa Santa Marta. elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub-
Art. 136 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes -Região de São Francisco:
elementos arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos: I - manter a volumetria e a ambiência característica do Bair-
I - Morro do Querosene; ro de São Francisco;
II - Morro do Cavalão; II - estimular o uso comercial na Av. Rui Barbosa, através dos
III - Morro Souza Soares; centros vicinais, compatibilizado com o uso residencial;
IV - Morro do Atalaia; III - estimular na Unidade de Vizinhança Charitas a implan-
V - Igreja Nossa Senhora Auxiliadora; tação de hotéis, residenciais com serviços e equipamentos di-
VI - Igreja Santa Rosa do Viterbo; recionados à recreação, para atender as finalidades da Área de
VII - Monumento Nossa Senhora Auxiliadora; Especial Interesse Turístico da Charitas;
VIII - Praça do Vital Brazil; IV - direcionar preferencialmente o adensamento da Sub-
-Região para a Unidade de Vizinhança Cachoeira;
IX - Morro da Boa Vista;
V - nas áreas de encosta já loteadas, rever parâmetros para
X - Morro do Bumba.
as edificações compatibilizando a ocupação com a preservação;
Art. 137 Ficam consideradas prioritárias para refloresta-
VI - manter a legislação em vigor na Estrada Leopoldo Fróes;
mento as encostas dos Morros do Pé Pequeno, Querosene, Ala-
VII - rever recuos e afastamentos para a Av. Rui Barbosa,
rico de Souza, Atalaia, Souza Soares e Africano.
especialmente no trecho entre a Av. Pres. Roosevelt e o Largo
da Cachoeira;
SEÇÃO IV
VIII - estudar a implantação de uma via rodoviária turística
DA SUB-REGIÃO DE SÃO FRANCISCO
ligando Charitas a Piratininga (Tibau);
IX - estudar o traçado de via de ligação entre Charitas e Pira-
Art. 138 A Sub-Região do São Francisco compreende os tininga (Cafubá) para implantação de transporte de massa, atra-
Bairros de São Francisco, Cachoeira e Charitas. vés de túnel no Morro do Preventório;
Art. 139 O modelo de organização territorial corresponde a X - reservar área para implantação de terminal hidroviário
4 (quatro) Unidades de Vizinhança, com Centros de Bairro sendo na Praia de Charitas, incluindo parqueamento de carros e a inte-
as atividades a nível do Subcentro desempenhadas pelos Sub- gração com outros meios de transporte.
centros Urbanos de Icaraí e do Largo da Batalha, assinalados no Art. 142 O Plano Diretor de Macro e Microdrenagem deverá
Mapa 5: priorizar as áreas sujeitas a enchentes situadas:
I - Unidade de Vizinhança Praia de São Francisco, com Cen- I - junto ao córrego próximo à Rua Albino Pereira, na en-
tro de Bairro em trecho da Av. Rui Barbosa; costa do Morro da União voltada para a Unidade de Vizinhança
II - Unidade de Vizinhança Alto de São Francisco, cujo Centro Cachoeira;
de Bairro deverá ser estimulado em trecho da Av. Rui Barbosa; II - na bacia do canal na Av. Taubaté.

86
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 143 O Plano Diretor de Contenção, Estabilização e Pro- Art. 149 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para
teção de Encostas, sujeitas à erosão e deslizamentos, deverá elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub-
priorizar as áreas de risco assinaladas no Mapa 5 e situadas: -Região de Jurujuba:
I - no Morro da União, próxima à Rua Rute de Oliveira Fer- I - direcionar preferencialmente o adensamento populacio-
reira, próxima à cota 75; nal da Sub-Região para a Área de Especial Interesse Turístico de
II - no Morro do Santo Inácio, acima da Rua Mário Joaquim Jurujuba, através de cotas de densidade e de outras medidas
Santana, entre as cotas 50 e 75; adequadas à finalidade de incentivo à instalação de hotéis e re-
III - no Morro do Preventório, atrás do Hospital Psiquiátrico, sidenciais com serviços, compatível com a vocação turística da
entre as cotas 50 e 75; região, condicionado à implantação de infraestrutura de esgota-
IV - no Morro do Preventório, atrás do Hospital do ASPERJ, mento sanitário;
entre as cotas 25 e 40; II - estabelecer as tipologias de edificação compatíveis com
V - no Morro do Preventório, atrás do Educandário Paula as ambiências urbanas fixadas para cada unidade de planeja-
Cândido, abaixo da cota 50. mento através de parâmetros referentes à morfologia urbana;
Art. 144 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes III - implementar instrumentos que permitam a legalização
elementos arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos: das construções existentes;
I - Morro do Santo Inácio; IV - verificar a situação de controle ambiental das indústrias
II - Morro do Cavalão; de beneficiamento de pescado desta Sub-Região, com vistas à
III - Morro da Viração; adequação aos usos residencial e turístico, podendo inclusive
IV - Morro do Preventório; determinar a transferência de unidades produtivas;
V - Morro do Sapezal; V - estabelecer critérios para que as novas edificações loca-
VI - Ilha dos Amores; lizadas na orla, nos terrenos situados entre a orla marítima e a
VII - Parque da Cidade; Av. Carlos Ermelindo Marins, no trecho entre o limite desta Sub-
VIII - Igreja de São Francisco Xavier; -Região com a de São Francisco e o ponto inicial da Praia da Vár-
IX - Casarão de Charitas; zea, tenham altura não superior ao greide da referida Avenida;
VI - estabelecer critérios para ocupação dos lotes entre a Av.
X - Cemitério de São Francisco Xavier;
Carlos Ermelindo Marins e a orla marítima de forma a garantir a
XI - Praias de São Francisco, Charitas e da Areia Grossa;
visão da Baía de Guanabara;
XII - Morro Souza Soares.
VII - estudar soluções viárias para os pontos de estrangula-
Art. 145 Ficam consideradas prioritárias para refloresta-
mento no trecho entre o Clube Naval e a Praia de Jurujuba;
mento as encostas dos Morros do Preventório e da União.
VIII - estudar a viabilidade da abertura de um canal ligando
a Praia da Várzea e a Praia do Forte Rio Branco com o objetivo de
SEÇÃO V
melhorar a qualidade da água na enseada de Jurujuba.
DA SUB-REGIÃO DE JURUJUBA
Art. 150 O Plano Diretor de Contenção, Estabilização e Pro-
teção de Encostas, sujeitas à erosão e deslizamentos, deverá
Art. 146 A Sub-Região de Jurujuba corresponde ao Bairro de priorizar a Área de Risco situada na Favela do Pau-Ferro, entre
mesmo nome. as cotas 25 e 75, acima da Av. Carlos Ermelindo Marins.
Art. 147 O modelo de organização territorial da Sub-Região Art. 151 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes
de Jurujuba, dada as suas características especiais, correspon- elementos arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos:
de a uma Unidade de Vizinhança com Centro de Bairro entre as I - Morro do Morcego;
Praias das Várzeas e do Canal, assinaladas no Mapa 5. II - Morro do Macaco e do Pico;
Art. 148 Ficam indicadas para criação as seguintes Áreas de III - Morro do Ourives;
Especial Interesse, conforme Capítulo II, Título II desta Lei, assi- IV - Praia do Adão;
naladas no Mapa 5: V - Praia da Eva;
I - Área de Especial Interesse Turístico de Jurujuba, localiza- VI - Forte do Rio Branco;
da na orla da Baía de Guanabara, situada entre o limite da Sub- VII - Fortaleza de Santa Cruz;
-Região de Jurujuba com a de São Francisco e o ponto final da VIII - Forte São Luiz;
Praia do Canal, indicada para estimular a implantação de hotéis, IX - Praias da Várzea, do Canal, de Jurujuba e de Fora;
residenciais com serviços, pousadas e outros meios de hospe- X - Igreja de Nossa Senhora da Conceição;
dagem, bem como de serviços de apoio às atividades turísticas, XI - Igreja de São Pedro.
coexistindo em harmonia com as atividades pesqueiras;
II - Área de Especial Interesse Pesqueiro de Jurujuba, locali- CAPÍTULO IV
zada nas Praias do Canal, da Várzea e de Jurujuba, indicada para DA REGIÃO NORTE
dar apoio ao setor pesqueiro;
III - Área de Preservação do Ambiente Paisagístico de Juru- Art. 152 A Região Norte compreende 4 (quatro) Sub-Regi-
juba, abrangendo toda a Sub-Região, indicada para preservar o ões: Barreto, Engenhoca, Fonseca e Caramujo, conforme Mapa
ambiente urbano e a paisagem local; 6, do Anexo VI, e descrição do Anexo V, ambos partes integran-
IV - Áreas de Especial Interesse Social do Peixe Galo e Sali- tes desta Lei.
na, do Lazareto, de Nova Brasília e do Pau Ferro, indicadas para
urbanização e regularização fundiária.

87
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO I de cotas de densidade e outras medidas adequadas a esta finali-


DA SUB-REGIÃO DO BARRETO dade, resguardando os imóveis de valor histórico e estimulando
o uso residencial multifamiliar, especialmente nos centros de
Art. 153 A Sub-Região do Barreto compreende os Bairros atividades;
do Barreto, Santana, São Lourenço e Ilha da Conceição, parte da II - estabelecer as tipologias de edificação compatíveis com
Engenhoca e as Ilhas do Caju, Mocanguê, Mocanguê Pequeno, as ambiências urbanas fixadas para cada unidade de planeja-
do Vianna, de Santa Cruz e de Manoel João. mento através de parâmetros referentes à morfologia urbana;
Art. 154 O modelo de organização territorial da Sub-Região III - indicar áreas para instalação de novas indústrias com
do Barreto corresponde a uma comunidade urbana composta definição das tipologias adequadas, considerando o nível de sa-
de 5 (cinco) Unidades de Vizinhança, assinaladas no Mapa 6: turação dos poluentes no ambiente e a compatibilidade com o
I - Unidade de Vizinhança do Largo do Barradas, com o Cen- uso residencial;
tro de Bairro no Largo do Barradas; IV - utilizar para atividades de lazer, com intenso tratamento
II - Unidade de Vizinhança do Barreto, cujo Subcentro Urba- paisagístico, as áreas sob os viadutos de acesso à Ponte Rio-Ni-
no, para atendimento de toda a Sub-Região, deverá ser estimu- terói;
lado no entorno da Praça do Barreto; V - buscar soluções em conjunto com São Gonçalo para os
III - Unidade de Vizinhança Luiz Palmier que não compor- problemas dos principais eixos da Sub-Região que estão localiza-
dos na área de conurbação das duas Cidades;
ta Centro de Bairro, sendo atendida pelo Subcentro Urbano do
VI - considerar a alteração da demanda de transporte para a
Barreto;
ligação com São Gonçalo decorrente da construção do Terminal
IV - Unidade de Vizinhança São Lourenço, com Centro de
Porto da Madama;
Bairro localizado no Ponto Cem Réis;
VII - estudar a implantação de transporte rápido de alta ca-
V - Unidade de Vizinhança da Ilha da Conceição, cujo Centro pacidade para a ligação com São Gonçalo no leito da Estrada
de Bairro deverá ser estimulado no entorno das Ruas Caraíbas e de Ferro Leopoldina, integrado à estação hidroviária de Niterói;
Dr. Salo Brand e Mário Neves. VIII - estabelecer hierarquia e dimensionar a estrutura vi-
Art. 155 Ficam indicadas para criação as seguintes Áreas de ária para melhoria do fluxo de veículos, eliminando os pontos
Especial Interesse, de acordo com Capítulo II, do Título II desta de conflito e gargalos existentes, em especial na Rua Benjamin
Lei, assinaladas no Mapa 6: Constant, no trecho inicial da Rua Luiz Palmier e nos cruzamen-
I - Área de Interesse Pesqueiro da Ilha da Conceição, situada tos na Praça Eneas de Castro (Largo do Barreto);
na orla Leste da Ilha da Conceição, indicada para apoio ao setor IX - estabelecer novos percursos para o transporte coletivo,
pesqueiro; compatibilizando-os com o afluxo de pessoas e veículos aos cen-
II - Área de Interesse Econômico da Ilha da Conceição, indi- tros de atividades;
cada para implantação de um micropolo de indústrias de equi- X - indicar logradouros públicos prioritários para a arbori-
pamentos náuticos; zação urbana;
III - Área de Preservação do Ambiente Urbano da Igreja de XI - levantar as atividades industriais localizadas na Sub-
São Lourenço dos Índios, no entorno da própria Igreja, indicada -Região e respectiva situação de controle ambiental, visando à
para sua revitalização; adoção de medidas que permitam a compatibilização com uso
IV - Área de Interesse Urbanístico do Parque do Barreto, in- residencial, inclusive podendo determinar a transferência de
dicada para criação de parque esportivo e de lazer nos terrenos unidades produtivas.
ocupados por armazéns e pelo pátio da Leopoldina, com o ob- Art. 157 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes
jetivo de suprir a carência de áreas livres, atendendo, ainda, ao elementos arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos:
adensamento populacional induzido por esta Lei para a Unidade I - Casa Oliveira Viana;
de Vizinhança; II - Morro do Holofote;
V - Área de Preservação do Ambiente Urbano do Ponto Cem III - Morro Boa Vista;
Réis e seu entorno, indicada para sua revitalização e preservação IV - Parque Municipal Monteiro Lobato (Horto do Barreto);
do conjunto arquitetônico; V - Capela de São Pedro do Maruí;
VI - Cemitério do Maruí;
VI - Áreas de Especial Interesse Social da Ilha da Conceição,
VII - Igreja São Lourenço dos Índios;
do Aterrado São Lourenço e dos Morros do Mic, do Holofote,
VIII - Igreja São Lourenço do Ponto Cem Réis;
Boa Vista, do Maruí e do Buraco do Boi, indicadas para urbaniza-
IX - Ruínas da Estação do Maruí;
ção e regularização fundiária.
X - Estação da Estrada de Ferro Leopoldina;
Art. 156 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para XI - Companhia Fluminense de Tecidos;
elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub- XII - Vila Operária da Cia. Fluminense de Tecidos;
-Região do Barreto: XIII - Casa da Baronesa de Goitacazes (Colégio Macedo So-
I - direcionar preferencialmente o adensamento da Sub-Re- ares);
gião para as Unidades de Vizinhança do Barreto, do Largo do XIV - Seminário São José;
Barradas e de São Lourenço, esta no polígono formado pelos XV - Museu da Eletricidade;
eixos da Rua Padre Augusto Lamego, da Travessa Luiz Paulino, XVI - Morro da Ilha da Conceição;
da Av. Feliciano Sodré, da Rua Washington Luiz, da Av. Jansen de XVII - Igreja de São Sebastião;
Melo, da Rua São Lourenço e da Rua Benjamin Constant, através XVIII - Morro do Abílio.

88
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 158 O Plano Diretor de Macro e Microdrenagem deve- Art. 165 O Plano Diretor de Macro e Microdrenagem deve-
rá priorizar a área sujeita a enchentes situadas ao longo do Rio rá priorizar a área sujeita a enchentes situadas ao longo do Rio
Maruí, incluindo a Rua Coronel Guimarães, Av. Dr. Renato Silva, Maruí, incluindo a Rua Coronel Guimarães, Av. Dr. Renato Silva e
Rua Assis de Vasconcelos, Rua General Castrioto e Rua do Maruí Rua Assis de Vasconcelos.
Grande. Art. 166 O Plano Diretor de Contenção, Estabilização e Pro-
Art. 159 O Plano Diretor de Contenção, Estabilização e Pro- teção de Encostas, sujeitas à erosão e deslizamentos, deverá
teção de Encostas, sujeitas à erosão e deslizamentos, deverá priorizar as Áreas de Risco assinaladas no Mapa 6 e situadas:
priorizar as Áreas de Risco assinaladas no Mapa 6 e situadas: I - no Morro dos Marítimos, próxima à cota 75, entre a Rua
I - no Morro Boa Vista, próxima à Rua Lino Passos, em São Monteiro Lobato e a Travessa Assumpção e entre as cotas 25 e
Lourenço, em 2 (dois) pontos próximos às cotas 25 e 100; 50, acima da Escola Mululo da Veiga;
II - no Morro de São Lourenço, próxima à cota 25 na Ladeira II - no Morro do Correia, entre as cotas 50 e 75, no final das
de São Lourenço. Travessas Elias David Sili e Irani Avelino da Silva;
Art. 160 Ficam consideradas prioritárias para refloresta- III - no Morro de São José, na Travessa Francisco Angelo,
mento as encostas dos Morros da Ilha da Conceição, dos Maríti- próxima à cota 50;
mos, Boa Vista e do Holofote.
IV - no Morro dos Marítimos, entre as cotas 50 e 75, próxi-
ma à Travessa Gonçalves.
SEÇÃO II
Art. 167 Ficam consideradas prioritárias para refloresta-
DA SUB-REGIÃO DA ENGENHOCA
mento as encostas dos Morros do Holofote, Santo Cristo, Tenen-
Art. 161 A Sub-Região da Engenhoca compreende os Bairros te Jardim e dos Marítimos.
Tenente Jardim e Engenhoca.
Art. 162 O modelo de organização territorial da Sub-Região SEÇÃO III
da Engenhoca corresponde a 2 (duas) Unidades de Vizinhança, DA SUB-REGIÃO DO FONSECA
assinaladas no Mapa 6:
I - Unidade de Vizinhança da Engenhoca Sul, cujo centro de Art. 168 A Sub-Região do Fonseca compreende o Bairro do
atividades está localizado no Largo de São Jorge e adjacências, Fonseca e parte do Cubango, Viçoso Jardim, Caramujo, Ititioca
devendo ser estimulado o seu crescimento para tornar-se um e Baldeador.
Subcentro Urbano; Art. 169 O modelo de organização territorial da Sub-Região
II - Unidade de Vizinhança da Engenhoca Norte, com Centro do Fonseca corresponde a um Subcentro Urbano e 2 (duas) Uni-
do Bairro a ser estimulado no Largo do Bonfim. dades de Vizinhança, assinaladas no Mapa 6:
Art. 163 Ficam indicadas para criação as Áreas de Especial I - Subcentro Urbano do Fonseca, que corresponde ao Bair-
Interesse Social do Morro da Correia, de Nova Brasília, dos Ma- ro do mesmo nome, onde as atividades comerciais e de serviços
rítimos e de Santo Cristo, assinaladas no Mapa 6, visando sua distribuem-se linearmente ao longo da Alameda São Boaventu-
urbanização e regularização jurídica, conforme Capítulo II, do ra, atendendo à Sub-Região e a todo o Município, em serviços
Título II desta Lei. especializados;
Art. 164 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para II - Unidade de Vizinhança Cubango, cujo Centro de Bairro
elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub- está localizado na Rua Noronha Torrezão, entre a Rua Hugo Fran-
-Região da Engenhoca: co e a Travessa Nossa Senhora de Lourdes;
I - direcionar preferencialmente o adensamento da Sub- III - Unidade de Vizinhança Viçoso Jardim, cujo Centro de
-Região para a Avenida Professor João Brazil e para os centros Bairro está localizado na Estrada do Viçoso Jardim próximo à Rua
de atividades, através de cotas de densidade e outras medidas Retiro Saudoso.
adequadas a esta finalidade, condicionado a edificação multifa- Art. 170 Ficam indicadas para criação as seguintes Áreas de
miliar à implantação de infraestrutura de esgotamento sanitário Especial Interesse, de acordo com Capítulo II, do Título II desta
no trecho não servido;
Lei, assinaladas no Mapa 6:
II - estabelecer as tipologias de edificação compatíveis com
I - Áreas de Especial Interesse Social da Vila Ipiranga, Pal-
as ambiências urbanas fixadas para cada unidade de planeja-
meiras, Bonfim, Travessa Figueiras e Morros do Saraiva, de São
mento através de parâmetros referentes à morfologia urbana;
Feliciano, Boa Vista, Nossa Senhora de Lourdes, do Querosene e
III - transformar para uso de lazer a área da Rua Coronel
Leôncio assinalada no Mapa 6; do Bumba, indicadas para regularização jurídica e urbanização;
IV - reservar área para uso de lazer no centro comunal da II - Área de Especial Interesse Urbanístico no terreno do Ins-
Unidade de Vizinhança da Engenhoca Sul; tituto Penal Ferreira Neto, na Alameda São Boaventura, indicada
V - estimular a legalização das construções existentes, me- para implantação de áreas de lazer, esportes, educação e cul-
diante o estabelecimento de padrões de ocupação especiais; tura, destinada ao atendimento da comunidade local, uma vez
VI - estabelecer, em conjunto com a Prefeitura de São Gon- viabilizada junto ao Governo Estadual a desativação do Instituto.
çalo, afastamentos e recuos para a Av. Professor João Brazil, de Art. 171 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para
forma a adequá-la ao adensamento previsto e à sua função de elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub-
via arterial; -Região do Fonseca:
VII - indicar logradouros prioritários para arborização urba-
na.

89
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

I - direcionar preferencialmente o adensamento da Sub-Re- VII - no Morro do Querosene, no final da Rua Jonatas Bote-
gião para a Alameda São Boaventura e para as seguintes Vias: 22 lho, próxima à cota 100 e a Travessa Expedicionário Celso Lima,
de Novembro, Desembargador Lima Castro, Noronha Torrezão, entre as cotas 50 e 75.
São José e Retiro Saudoso, bem como para os Centros de Bairros Art. 173 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes
das Unidades de Vizinhança Cubango e Viçoso Jardim, através elementos arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos:
do estabelecimento de gabaritos diferenciados, de cotas de den- I - Morro do Saraiva;
sidade e outras medidas adequadas a esta finalidade; II - Morro do Querosene;
II - estabelecer as tipologias de edificação compatíveis com III - Morro do Bumba;
as ambiências urbanas fixadas para cada unidade de planeja- IV - Morro do Holofote;
mento através de parâmetros referentes à morfologia urbana; V - Morro Boa Vista;
III - estabelecer critérios para parqueamento de veículos VI - Jardim Botânico de Niterói, incluindo o Palácio Euclides
e para carga e descarga nas novas edificações comerciais e de da Cunha;
serviços, compatíveis com a função estrutural da Alameda São VII - Pavilhão do Instituto Penal Ferreira Neto;
VIII - Casa do Barão de Icaraí;
Boaventura;
IX - Colégio Nossa Senhora das Mercês;
IV - equacionar prioritariamente os problemas gerados com
X - Casa do Escritor Cândido de Carvalho na Rua Gonçalves
a interferência do tráfego local e interurbano através da Alame-
Ledo;
da São Boaventura, estudando a viabilidade das seguintes op-
XI - Morro da Vila Ipiranga;
ções: XII - Morro de São Feliciano;
a) criação de faixa alternativa para acesso direto à Av. Prof. XIII - Morro da Riodades.
João Brazil pelo canteiro central da Alameda São Boaventura, Art. 174 Ficam consideradas prioritárias para refloresta-
de forma a resolver o cruzamento com a Rua Magnólia Brasil, mento as encostas dos Morros Boa Vista, da Vila Ipiranga e São
facilitando a ligação Centro-Engenhoca e permitindo o melhor Feliciano, da Riodades, da Travessa Santo Cristo e do Holofote.
escoamento do trânsito em direção ao Fonseca;
b) alargamento dos passeios em ambos os lados, através do SEÇÃO IV
aumento dos afastamentos para construção, permitindo melho- DA SUB-REGIÃO DO CARAMUJO
rias no fluxo de pedestres, construção de bainhas de estaciona-
mento e de paradas de ônibus, disciplinamento dos percursos Art. 175 A Sub-Região do Caramujo compreende os Bairros
e paradas dos veículos de transporte coletivo e o planejamento do Caramujo, Baldeador, Santa Bárbara e parte do Fonseca.
de arborização; Art. 176 O modelo de organização territorial da Sub-Região
c) utilização de vias alternativas, paralelas em ambos os la- do Caramujo corresponde a 3 (três) Unidades de Vizinhança, as-
dos, para distribuição de tráfego local; sinaladas no Mapa 6, não comportando Subcentro Urbano devi-
d) implantação de via expressa elevada, para o tráfego de do a sua proximidade com o Fonseca que polariza as atividades:
passagem pelo Bairro; I - Unidade de Vizinhança do Caramujo, cujo Centro de Bair-
e) solução do cruzamento de pedestre em seu trecho final ro situa-se nas imediações da confluência da Rua Dr. Nilo Peça-
no Largo do Moura; nha e Rua Pastor José Gomes de Souza (antiga Av. Colônia);
f) implantação de via seletiva para transporte de massa, dis- II - Unidade de Vizinhança Santa Bárbara, cujo Centro de
ciplinando linhas e pontos de parada. Bairro está localizado na Av. Desembargador Nestor Perlingeiro,
V - estabelecer, através de afastamentos e recuos, condi- entre a Rodovia Amaral Peixoto e a Rua 9;
ções adequadas para os seguintes eixos de ligação com outras III - Unidade de Vizinhança do Baldeador, cujo Centro de
regiões: Rua 22 de Novembro, Rua Desembargador Lima Castro, Bairro deverá ser estimulado na Estrada Bento Pestana próxima
Rua Noronha Torrezão, Rua São José e Estrada Viçoso Jardim; à Estrada Rio das Pedras, no Morro do Castro.
Art. 177 Ficam indicadas para criação as seguintes Áreas de
VI - indicar logradouros prioritários para arborização urba-
Especial Interesse, de acordo com Capítulo II, do Título II desta
na.
Lei, assinaladas no Mapa 6:
Art. 172 O Plano Diretor de Contenção, Estabilização e Pro-
I - Áreas de Especial Interesse Social do Morro do Céu, do
teção de Encostas, sujeitas à erosão e deslizamentos, deverá
Morro do Castro, da Travessa Alberto Oliveira e da Rua Castro
priorizar as áreas de risco assinaladas no Mapa 6 e situadas: Alves, indicadas para urbanização e regularização fundiária;
I - na Favela da Vila Ipiranga, próxima à cota 50 e à Rua Ilka II - Área de Especial Interesse Urbanístico do Aterro do Mor-
Brazil Barbosa; ro do Céu, indicada para criação e implantação de usina de reci-
II - no Morro do Santo Cristo, próxima à cota 50, entre as clagem de lixo e recuperação ambiental da área do atual aterro
Ruas Souza Soares e Santo Cristo; sanitário e seu entorno.
III - no Morro no final da Travessa M. Lacerda, próxima à Art. 178 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para
Alameda São Boaventura e à cota 44; elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub-
IV - no Morro próximo à Rua Bonfim; -Região do Caramujo:
V - no Morro Boa Vista, na Rua Lopes da Cunha, entre as I - direcionar preferencialmente o adensamento da Sub-Re-
cotas 50 e 75; gião para os Centros de Bairros, para a Estrada Bento Pestana,
VI - na Favela Nossa Senhora de Lourdes, Cubango, junto à para a Avenida Desembargador Nestor Perlingeiro (Avenida “I”),
Travessa Nossa Senhora de Lourdes, entre as cotas 50 e 75; para a Rodovia Amaral Peixoto (entre o trevo de acesso ao Cara-

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

mujo e a divisa com São Gonçalo), para a Rua Pastor José Gomes SEÇÃO I
de Souza e para o Caminho Gerônimo Afonso, através de cotas DA SUB-REGIÃO DE ITITIOCA
de densidade e outras medidas adequadas a esta finalidade,
condicionando a edificação multifamiliar à implantação de in- Art. 184 A Sub-Região de Ititioca compreende os Bairros
fraestrutura de esgotamento sanitário, abastecimento de água Sapê e Ititioca.
e drenagem; Art. 185 O modelo de organização territorial da Sub-Região
II - estabelecer as tipologias de edificação compatíveis com de Ititioca corresponde a 2 (duas) Unidades de Vizinhança, as-
as ambiências urbanas fixadas para cada unidade de planeja- sinaladas no Mapa 7, não comportando um Subcentro Urbano
mento através de parâmetros referentes à morfologia urbana; devido a sua proximidade com o Largo da Batalha que polariza
III - permitir atividades comerciais, de serviços e industriais, as atividades:
na Rodovia Amaral Peixoto desde que implantadas em lotes com I - Unidade de Vizinhança Ititioca, cujo Centro de Bairro de-
área mínima de 2.000m² (dois mil metros quadrados), exclusive verá ser estimulado na Rua Padre José Euger e no entorno da
recuos; Escola Vila Costa Monteiro;
IV - estabelecer, através de afastamentos e recuos, condi- II - Unidade de Vizinhança Sapê, cujo Centro de Bairro de-
ções adequadas para que tenham função de eixo de ligação o verá ser estimulado na Estrada do Sapê no entorno da Escola
Caminho Gerônimo Afonso, interligando Caramujo com Fonse- Municipal Levy Carneiro.
ca e Viçoso Jardim, e Estrada Bento Pestana, interligando Santa Art. 186 Ficam indicadas para criação as seguintes Áreas de
Bárbara, Baldeador e Tenente Jardim; Especial Interesse, conforme Capítulo II, do Título II desta Lei,
V - estudar solução através de rótula para o cruzamento da assinaladas no Mapa 7:
Rodovia Amaral Peixoto com a Avenida “I” (Desembargador Nes- I - Área de Especial Interesse Social do Morro do Bumba, do
tor Perlingeiro), em Santa Bárbara; Poço Largo, Mato Grosso e do Meu Cantinho, para urbanização
VI - indicar logradouros públicos prioritários para arboriza- e regularização fundiária;
ção urbana; II - Área de Espacial Interesse Social da Rua Portugal, para
VII - promover a ligação Caramujo, Santa Bárbara e Largo da implantação de programas habitacionais para população de bai-
Batalha através de transporte coletivo; xa renda.
VIII - estudar alternativa para tráfego de passagem no Cen- Art. 187 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para
tro do Caramujo. elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub-
Art. 179 O Plano Diretor de Macro e Microdrenagem deverá -Região de Ititioca:
priorizar a área sujeita a enchentes situadas no trecho do Rio Ca- I - direcionar preferencialmente o adensamento da Sub-
ramujo, entre o aterro sanitário e a Rua Artur Pereira da Mota. -Região para a Unidade de Vizinhança Sapê, através de cotas de
Art. 180 O Plano Diretor de Contenção, Estabilização e Pro- densidade e outras medidas adequadas a esta finalidade, condi-
teção de Encostas, sujeitas à erosão e deslizamentos, deverá cionado à implantação de infraestrutura de esgotamento sanitá-
priorizar as Áreas de Risco assinaladas no Mapa 6 e situadas: rio, abastecimento de água potável e drenagem;
I - no Morro do Caramujo, entre a Rua Projetada “A” e a
II - estabelecer as tipologias de edificação compatíveis com
Rodovia Amaral Peixoto, próxima à cota 125;
as ambiências urbanas fixadas para cada unidade de planeja-
II - no Morro nas imediações das Ruas Central e do Alto,
mento através de parâmetros referentes à morfologia urbana;
próxima à cota 25.
III - estimular a legalização das construções existentes, me-
Art. 181 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes
diante o estabelecimento de padrões especiais para ocupação
elementos arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos:
que levem em consideração particularidades socioeconômicas
I - Morro do Castro;
da Sub-Região;
II - Florália;
IV - reservar áreas para implantação de programas habi-
III - Morro da Antena da Embratel;
IV - Morro próximo à Florália; tacionais de caráter popular, especialmente lotes urbanizados,
V - Morro da Rádio Relógio Federal; tendo como instrumento a criação de Áreas de Especial Interes-
VI - Morro entre a Estrada Bento Pestana e a Rodovia Ama- se Social;
ral Peixoto. V - estabelecer recuos com vistas ao alargamento da Estra-
Art. 182 Ficam consideradas prioritárias para recuperação da do Sapê no trecho correspondente ao Centro de Bairro;
e reflorestamento as encostas do morro acima da Travessa Co- VI - estudar a implantação de terceira pista nos aclives da
elho no Baldeador, do morro entre a Rua Bonfim e a Travessa ligação entre o Largo da Batalha e Cubango, constituída pelas
Figueira, do Morro do Céu e de parte do Morro da Rádio Relógio Estradas Alarico de Souza o do Viçoso Jardim e pela Rua Padre
Federal. José Euger, garantindo área com a utilização de instrumentos
apropriados;
CAPÍTULO V VII - estudar implantação de nova ligação entre o Largo da
DA REGIÃO DE PENDOTIBA Batalha e Viçoso Jardim, iniciando na Estrada Erasmo Braga e
terminando na Estrada do Viçoso Jardim, garantindo área com a
Art. 183 A Região de Pendotiba compreende 3 (três) Sub- utilização de instrumentos apropriados;
-Regiões: Ititioca, Largo da Batalha e Vila Progresso, conforme VIII - considerar prioritária a pavimentação da Rua Portugal,
Mapa 7, do Anexo VI, e descrição do Anexo V, ambos partes in- para permitir a implantação de programa habitacional na Área
tegrantes desta Lei. de Especial Interesse Social da Rua Portugal;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

IX - permitir atividades comercial, industrial de pequeno Art. 193 Ficam indicadas para criação, conforme Capítulo II,
porte e residencial multifamiliar na Estrada do Sapê, fora do do Título II desta Lei, com objetivo de urbanização e regulari-
Centro de Bairro, desde que em terrenos com área mínima de zação jurídica, as Áreas de Especial Interesse Social do Morro
2.000m² (dois mil metros quadrados) e testada mínima de 20m do Caranguejo, Vila Atalaia, Estrada do Monan Grande, Estrada
(vinte metros). do Monan Pequeno, Morros do Cantagalo e Matogrosso, Lotea-
Art. 188 O Plano Diretor de Contenção, Estabilização a Pro- mento Santo Inácio e toda a Unidade de Vizinhança União, assi-
teção de Encostas, sujeitas à erosão e deslizamentos, deverá naladas no Mapa 7.
priorizar a Área de Risco situada no Morro do Céu entre a Estra- Art. 194 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para
da Viçoso Jardim e a Rua Dr. Ignácio Bezerra de Menezes, entre elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub-
as cotas 150 e 170. -Região do Largo da Batalha:
Art. 189 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes I - direcionar o adensamento da Sub-Região para o Subcen-
elementos urbanísticos e paisagísticos: tro Urbano e Centros de Bairro, através de cotas de densidade
I - Morro entre a Estrada do Sapê e a Estrada da Fazendinha; e outras medidas adequadas a esta finalidade, condicionando a
edificação multifamiliar à implantação do esgotamento sanitá-
II - Morro entre a Estrada do Sapê e a Estrada do Caramujo.
rio, abastecimento de água potável e drenagem;
II - estabelecer as tipologias de edificação compatíveis com
SEÇÃO II
as ambiências urbanas fixadas para cada unidade de planeja-
DA SUB-REGIÃO DO LARGO DA BATALHA
mento através de parâmetros referentes à morfologia urbana;
III - criar instrumentos para permitir a legalização das cons-
Art. 190 A Sub-Região do Largo da Batalha compreende os truções existentes e padrões especiais para a ocupação horizon-
Bairros do Largo da Batalha, Maceió e Badu e parte do Cafubá tal que levem em consideração particularidades socioeconômi-
e Cantagalo. cas da Sub-Região;
Art. 191 O modelo de organização territorial da Sub-Região IV - considerar para fins de planejamento o anel viário no
do Largo da Batalha corresponde a 4 (quatro) Unidades de Vizi- Largo da Batalha, conforme indicado no Mapa 7, periférico ao
nhança, assinaladas no Mapa 7: centro comunal, em pista de mão única, funcionando como uma
I - Unidade de Vizinhança Largo da Batalha, cujo Subcen- rótula para onde confluirão as principais vias de acesso as outras
tro Urbano localiza-se na Área de Especial Interesse Urbanístico Sub-Regiões, compatibilizando os tráfegos de veículos de passa-
criada no interior do anel viário do Largo da Batalha, atendendo gem e o gerado pelo centro comunal, bem como o de pedestres;
a todas as Unidades de Vizinhança desta Sub-Região, bem como V - estudar a implantação da rótula de articulação da Estra-
as de Vila Progresso, Ititioca e Rio do Ouro; da Alcebíades Pinto com a Estrada Caetano Monteiro;
II - Unidade de Vizinhança União, não dispõe de Centro de VI - garantir, através de instrumentos apropriados, área para
Bairro, sendo atendida pelo Subcentro do Largo da Batalha; implantação de terceira faixa nos trechos em aclive da Estrada
III - Unidade de Vizinhança Badu, cujo Centro de Bairro está Francisco da Cruz Nunes, entre o Largo do Viradouro e o Largo
localizado na Estrada Caetano Monteiro, entre a Estrada do Sapê da Batalha;
e a Estrada Alcebíades Pinto; VII - direcionar preferencialmente as atividades comerciais
IV - Unidade de Vizinhança Cantagalo, cujo Centro de Bairro coletivas para os centros de atividades;
está localizado no entorno do entroncamento da Estrada Fran- VIII - permitir atividades comercial e industrial de pequeno
cisco da Cruz Nunes com a Estrada Alcebíades Pinto. porte nas Estradas Francisco da Cruz Nunes e Caetano Monteiro,
Art. 192 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico fora dos Centros de Bairro, desde que implantadas em lotes com
do Largo da Batalha delimitada por uma linha paralela externa, área mínima de 2.000m² (dois mil metros quadrados) e testada
distando 50m (cinquenta metros) do anel viário que começa mínima de 20m (vinte metros).
no entroncamento da Estrada Engenheiro Pacheco de Carvalho Art. 195 Ficam consideradas prioritárias para refloresta-
mento as encostas dos Morros de Santo Inácio, no Maceió, e do
(Estrada Velha de Itaipu) com a Av. Rui Barbosa (Cachoeira), se-
Africano, no Viradouro.
guindo pela primeira até a Travessa Souza Soares; continuando
Art. 196 O Plano Diretor de Macro e Microdrenagem deve-
por esta até a Estrada Francisco da Cruz Nunes; deste ponto por
rão priorizar as áreas sujeitas a enchentes situadas:
uma linha imaginária até o entroncamento da Estrada Caetano
I - ao longo do Rio Sapê, no lado Norte da Estrada Caeta-
Monteiro com a Rua Amadeu Gomes, seguindo pela última até a no Monteiro e na Rua Guilhermina Bastos, e ao longo de seu
Estrada Municipal e por esta até a Estrada do Sapê (Washington afluente na Travessa Alcebíades Pinto e na Rua Eduardo Barbosa
Luiz), por onde segue até o encontro das Estradas Francisco da de Carvalho;
Cruz Nunes e Reverendo Armando Ferreira, por onde segue até II - no Maceió, no rio entre a Estrada Demétrio de Freitas e
o ponto inicial. o antigo Caminho do Maceió;
Parágrafo Único - O objetivo da Área de Especial Interesse III - no Morro da União, na região da Rua Pedra Branca, pró-
Urbanístico do Largo da Batalha criada no caput deste artigo é xima à Estrada da Cachoeira.
a implantação de projeto urbanístico que contenha a criação do Art. 197 O Plano Diretor de Contenção, Estabilização e Pro-
anel viário, a implantação de equipamentos públicos, a reserva teção de Encostas, sujeitas à erosão e deslizamentos, deverá
de área para terminal rodoviário de integração, a criação de área priorizar as Áreas de Risco assinaladas no Mapa 7 e situadas:
de lazer compatível com a importância do Subcentro Urbano e a I - na Rua N, do Jardim Boa Esperança, Cantagalo, próxima
definição das condições específicas de uso e ocupação do solo. à cota 50;

92
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

II - na interseção das Ruas N e F, do Jardim Boa Esperança, II - estabelecer as tipologias de edificação compatíveis com
entre as cotas 150 e 175; as ambiências urbanas fixadas para cada unidade de planeja-
III - no morro ao Leste da Estrada do Monan Pequeno e Nor- mento através de parâmetros referentes à morfologia urbana;
te da Estrada Francisco da Cruz Nunes, entre as cotas 125 e 150; III - em toda a Unidade de Vizinhança Vila Progresso, exceto
IV - entre as Ruas Roberto Lyra (Rua H) e Rua A no Lotea- no Centro de Bairro, estabelecer para os novos parcelamentos
mento Santo Inácio, Cantagalo, entre as cotas 100 e 140; lotes com área mínima de 2.000m² (dois mil metros quadrados)
V - próxima às Ruas Vereador Oto Bastos e 11, entre as cotas e com testada mínima de 20m (vinte metros);
100 e 125, no Morro da União, Largo da Batalha; IV - na Estrada Caetano Monteiro e na Estrada Velha de Ma-
VI - próxima à Rua 12, entre as cotas 75 e 50, no Morro da ricá, exceto nos Centros de Bairro nelas situados, na Av. Inde-
União, Largo da Batalha; pendência, na Estrada Brígido Tinocona, Estrada 22 de Outubro,
VII - abaixo da Estrada General Castro Guimarães, entre as na Estrada Coração de Pedra, na Estrada Muriqui e na Estrada
cotas 100 e 60, 100m (cem metros) a Oeste do encontro com a Muriqui Pequeno, estabelecer para os novos parcelamentos lo-
Travessa São Luiz, no Morro da União, Largo da Batalha; tes com área mínima de 2.000m² (dois mil metros quadrados) e
VIII - entre a Estrada Francisco da Cruz Nunes e o córrego com testada mínima de 20m (vinte metros);
abaixo da Estrada General Castro Guimarães, entre as cotas 75 e V - priorizar a pavimentação da Rua Portugal e da Av. Fran-
100, no Morro da União, Largo da Batalha; ça, a fim de viabilizar a implantação da Área de Especial Interes-
IX - entre a Estrada Francisco da Cruz Nunes e o córrego se Social da Rua Portugal e a ligação entre Maria Paula, Santa
abaixo da Estrada General Castro Guimarães, 150m (cento e cin- Bárbara e Caramujo;
quenta metros) a Noroeste da Ponte dos Arcos, entre as cotas 75 VI - garantir área, através da aplicação de instrumentos
e 55, Morro da União, Largo da Batalha. apropriados, para a implantação de vias de serviço na Estrada
Art. 198 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes Velha de Maricá e na Estrada Caetano Monteiro, nos trechos
elementos arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos: correspondentes aos Centros de Bairros;
I - Morro do Cantagalo; VII - priorizar a execução de acostamentos e passeios para
II - Morro do Sapezal; pedestres na Estrada Caetano Monteiro;
III - Escola Estadual Paulo Assis Ribeiro (Polivalente); VIII - direcionar preferencialmente as atividades comerciais
IV - Ponte dos Arcos na Estrada General Castro Guimarães; coletivas para os Centros de Bairros;
V - Casa do Sítio do Caranguejo. IX - permitir atividades comercial e industrial de pequeno
porte nas Estradas Velha de Maricá e Caetano Monteiro, fora
SEÇÃO III dos centros de atividades, desde que implantados em lotes com
DA SUB-REGIÃO DE VILA PROGRESSO área mínima de 2.000m² (dois mil metros quadrados) e testada
mínima de 20m (vinte metros).
Art. 199 A Sub-Região de Vila Progresso compreende os Art. 203 O Plano Diretor de Macro e Microdrenagem deverá
priorizar as áreas sujeitas a enchentes situadas:
Bairros de Vila Progresso, Maria Paula e Matapaca e parte do
I - em Maria Paula, ao longo do Rio Caramujo, entre as Ruas
Muriqui.
Hungria e França;
Art. 200 O modelo de organização territorial corresponde
II - em Matapaca, no trecho de 250m (duzentos e cinquenta
a 2 (duas) Unidades de Vizinhança, assinaladas no Mapa 7, não
metros) do Rio Pendotiba, ao Sul da ponte da Estrada de Mata-
comportando um Subcentro Urbano devido a sua proximidade
paca;
com o Largo da Batalha:
III - em Maria Paula, no trecho de 700m (setecentos metros)
I - Unidade de Vizinhança Maria Paula, cujo Centro de Bair-
do Rio Muriqui, ao Sul da Estrada Velha de Maricá.
ro deverá ser estimulado no entorno do entroncamento da Av.
Art. 204 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes
França com a Estrada Velha de Maricá; elementos arquitetônicos, artísticos e paisagísticos:
II - Unidade de Vizinhança Vila Progresso, cujo Centro de I - Morro do Cantagalo;
Bairro deverá ser localizado ao longo da Estrada Caetano Mon- II - Serra Grande;
teiro, prioritariamente no trecho entre a Rua Chile e a Rua Ceará. III - Morro entre a Estrada do Muriqui Pequeno e a Estrada
Art. 201 Fica indicada para criação a Área de Especial In- Caetano Monteiro;
teresse Social da Rua Portugal, abrangendo a Rua Portugal e a IV - Morro entre a Estrada do Muriqui e a Estrada do Muri-
Av. França, conforme Capítulo II, do Título II desta Lei, para im- qui Pequeno;
plantação de programas habitacionais para população de baixa V - Morro entre a Rua Portugal e a Estrada Matapaca;
renda, assinaladas no Mapa 7. VI - Morro entre as Estradas Fazendinha e Caetano Mon-
Art. 202 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para teiro;
elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub- VII - Igreja de Santa Edwiges;
-Região de Vila Progresso: VIII - Morro da antena da EMBRATEL.
I - direcionar preferencialmente o adensamento da Sub-
-Região para a Rua Portugal e Av. França, através de cotas de
densidade e outras medidas adequadas a esta finalidade, con-
dicionando a edificações multifamiliares à implantação de in-
fraestrutura de esgotamento sanitário, abastecimento de água
potável e drenagem;

93
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Capítulo VI I - direcionar preferencialmente o adensamento da Sub-Re-


DA REGIÃO OCEÂNICA gião para a Unidade de Vizinhança Cafubá, bem como ao longo
das Avenidas Conselheiro Paulo de Mello Kalle e Raul de Oliveira
Art. 205 A Região Oceânica compreende 5 (cinco) Sub-Re- Rodrigues, da Estrada Francisco da Cruz Nunes e nos centros de
giões: Piratininga, Maravista, Itaipu, Engenho do Mato e Jacaré, atividades, através de cotas de densidade e outras medidas ade-
conforme Mapas 8 e 9 do Anexo VI e descrição do Anexo V, am- quadas a esta finalidade, condicionando a edificação multifami-
bos partes integrantes desta Lei. liar à implantação de infraestrutura de esgotamento sanitário,
abastecimento de água potável e drenagem;
SEÇÃO I II - estabelecer as tipologias de edificação compatíveis com
DA SUB-REGIÃO DE PIRATININGA as ambiências urbanas fixadas para cada unidade de planeja-
mento, através de parâmetros referentes à morfologia urbana;
Art. 206 A Sub-Região compreende os Bairros de Piratininga III - no “Tibau” (Jardim Imbuí) e na Unidade de Vizinhança
e Cafubá e parte do Cantagalo. Restinga, incentivar atividades turísticas, recreativas e de lazer,
Art. 207 O modelo de organização territorial corresponde a preservando a paisagem urbana e natural;
4 (quatro) Unidades de Vizinhança, assinaladas no Mapa 8: IV - direcionar preferencialmente as atividades comerciais
I - Unidade de Vizinhança Restinga, cujo Centro de Bairro coletivas para os centros de atividades;
deverá ser estimulado no entorno da Rua 15 (Rua Orestes Bar- V - permitir comércio individual, indústria de pequeno por-
bosa), do Loteamento Maralegre; te e edificação multifamiliar na Estrada Francisco da Cruz Nunes,
II - Unidade de Vizinhança Cafubá, cujo Subcentro Urbano no trecho fora do Centro de Bairro, desde que implantados em
deverá ser estimulado na área adjacente ao entroncamento da lotes com área mínima de 1.000m² (hum mil metros quadrados)
Av. Raul de Oliveira Rodrigues (Av. 7) com a Av. Conselheiro Pau- e testada mínima de 20m (vinte metros);
lo de Mello Kalle (Av. 6); VI - permitir, na Estrada Francisco da Cruz Nunes fora do
III - Unidade de Vizinhança Piratininga, cujo Centro de Bairro Centro de Bairro, a implantação de atividades comerciais cole-
está localizado em ambos os lados da Estrada Francisco da Cruz tivas, desde que em lotes com área mínima de 2.000m² (dois
Nunes (antiga Estrada Celso Peçanha), no trecho situado entre o mil metros quadrados) e testada mínima de 20m (vinte metros);
limite da Unidade de Vizinhança Cafubá e o Rio Jacaré; VII - estabelecer projeto de alinhamento destinado à im-
IV - Unidade de Vizinhança Trevo, cujo Centro de Bairro está plantação da ligação Charitas-Piratininga, através de túnel, com
localizado no entorno do entroncamento da Av. Raul de Oliveira continuidade até Itaipu e Engenho do Mato, priorizando o trans-
Rodrigues (Av. 7) com a Av. Almirante Tamandaré. porte de massa;
Art. 208 São indicadas para criação as seguintes Áreas de VIII - considerar para fins de planejamento a Av. Conselheiro
Especial Interesse, conforme Capítulo II, do Título II desta Lei, Paulo de Mello Kalle e Av. Raul de Oliveira Rodrigues, como vias
assinaladas no Mapa 8:
de circulação principal de veículos alternativas à Estrada Fran-
I - Área de Especial Interesse Turístico da Restinga de Pirati-
cisco da Cruz Nunes, prevendo na Av. Raul de Oliveira Rodrigues
ninga, localizada na orla da Praia de Piratininga e Praia da Barra
faixa exclusiva para o transporte de massa de que trata o item
(Prainha), indicada para estímulo às atividades turísticas, deven-
VII deste artigo;
do ser incentivada a construção de hotéis, residenciais com ser-
IX - garantir, através de instrumentos apropriados, áreas
viços, pousadas e outros meios de hospedagem, bem como de
que viabilizem a implantação de vias de serviço na Estrada Fran-
equipamentos direcionados à recreação e lazer;
cisco da Cruz Nunes;
II - Área de Especial Interesse Urbanístico do Cafubá, locali-
X - indicar a construção de canteiro central e pontos de re-
zada no Subcentro Urbano, indicada para elaboração de projeto
urbanístico, atendendo aos objetivos desejados de implementa- torno ao longo da Estrada Francisco da Cruz Nunes;
ção das atividades econômicas e públicas, adequação das vias XI - propor a solução através de rótulas para os pontos de
de circulação e integração de transportes; entroncamento da Estrada Francisco da Cruz Nunes com a Av.
III - Área de Preservação do Ambiente Paisagístico do Imbuí, Conselheiro Paulo de Mello Kalle e da Av. Almirante Tamandaré
localizada no entorno do Forte Imbuí, indicada para preservar o com a Av. “I” (acesso à Camboinhas);
ambiente natural; XII - estabelecer o projeto para via rodoviária de caráter tu-
IV - Área de Especial Interesse Social de Piratininga, localiza- rístico, ligando Charitas a Piratininga, via Imbuí, garantindo área
da na Estrada Francisco da Cruz Nunes, indicada para programas para sua implantação através da aplicação dos instrumentos
habitacionais para população de baixa renda; apropriados;
V - Área de Especial Interesse Social dos Morros do Bonsu- XIII - estudar rede de ciclovias de interligação entre as Uni-
cesso e do Cafubá e da margem da Lagoa de Piratininga, indica- dades de Vizinhança, prevendo áreas de estacionamento de bi-
das para urbanização e regularização fundiária; cicleta em pontos de integração de transportes;
VI - Área de Especial Interesse Turístico da Lagoa de Pirati- XIV - garantir a recuperação da Laguna de Piratininga, no
ninga, localizada às margens da lagoa, indicada para estimular a que diz respeito à materialização da orla, elevação do nível d`á-
implantação de equipamentos direcionados à recreação, lazer, gua e melhoria da qualidade de suas águas;
turismo e de meios de hospedagem. XV - reservar áreas para estações de tratamento de esgoto
Art. 209 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para sanitário.
elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub- Art. 210 O Plano Diretor de Macro e Microdrenagem deverá
-Região de Piratininga: priorizar as áreas sujeitas a enchentes situadas:

94
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

I - ao longo do Rio Jacaré, entre as Ruas 38 e 39 do Lotea- II - Área de Especial Interesse Social do Rato Molhado, loca-
mento Maralegre; lizada na Unidade de Vizinhança Maravista, indicada para urba-
II - na área compreendida pela Av. Raul de Oliveira Rodri- nização e regularização jurídica.
gues, Av. 9, Rua Brasília e Rua Dr. Hélio Rosa; Art. 215 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para
III - ao longo do Valão do Cafubá, entre as Ruas Demócrito elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub-
da Cunha Silveira e Maestro Carlos Monteiro de Souza, e na Rua -Região de Maravista:
79, Av. 8, Av. Raul de Oliveira Rodrigues e Av. 2, no Loteamento I - direcionar preferencialmente o adensamento da Sub-Re-
Maralegre; gião para os Centros de Bairros e para a Área de Especial Inte-
IV - ao longo do Córrego da Viração, a Oeste do Sítio Pedra resse Urbanístico de Maravista, através de cotas de densidade
Cintra, próxima à Rua 100; e outras medidas adequadas a esta finalidade, condicionando
V - ao longo do Córrego Santo Antônio. a edificação multifamiliar à implantação de infraestrutura de
Art. 211 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes esgotamento sanitário, abastecimento de água potável e drena-
elementos arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos: gem;
I - Morro da Viração; II - estabelecer tipologias de edificação compatíveis com as
II - Morro do Preventório; ambiências urbanas fixadas para cada unidade de planejamento
III - Morro do Sapezal; através de parâmetros referentes à morfologia urbana;
IV - Ilha do Veado; III - estudar interligação da Sub-Região com as demais da
V - Ilha do Modesto; Região Oceânica, privilegiando o transporte coletivo;
VI - Forte do Imbuí; IV - considerar para fins de planejamento a Av. Ewerton Xa-
VII - Lagoa de Piratininga; vier e a Av. 3 como vias de circulação principal de tráfego, pre-
VIII - Capela Nossa Senhora do Bonsucesso; vendo faixas exclusivas para transporte de massa, bem como
IX - Praia de Piratininga, Praia da Barra (Prainha) e do Imbuí; reservando área para construção de canal de drenagem;
X - Ilha do Pontal; V - direcionar preferencialmente as atividades comerciais
XI - Morro da Peça; coletivas para os centros de atividades;
XII - Morro dos Ourives; VI - permitir comércio individual, indústria de pequeno por-
XIII - Morro do Cantagalo; te e edificação multifamiliar na Estrada Francisco da Cruz Nu-
XIV - Morro do Imbuí; nes, e Av. Ewerton Xavier, no trecho fora dos Centros de Bairros,
desde que implantados em lotes com área mínima de 1.000m²
XV - Ilha das Duas Irmãs.
(hum mil metros quadrados) e testada mínima de 20m (vinte
metros);
SEÇÃO II
VII - permitir, na Estrada Francisco da Cruz Nunes e Av. Ewer-
DA SUB-REGIÃO DE MARAVISTA
ton Xavier, fora do Centro de Bairro a implantação de atividades
comerciais coletivas, desde que implantadas em lotes com área
Art. 212 A Sub-Região de Maravista compreende parte de
mínima de 2.000m² (dois mil metros quadrados) e testada míni-
Itaipu e parte do Bairro Jacaré.
ma de 20m (vinte metros).
Art. 213 O modelo de organização territorial corresponde
Art. 216 O Plano Diretor de Macro e Microdrenagem deverá
a 3 (três) Unidades de Vizinhança, o Subcentro Urbano deverá priorizar as áreas sujeitas a enchentes situadas:
ser estimulado na Área de Especial Interesse Urbanístico do Ma- I - ao longo do Rio João Mendes, entre a Estrada Francisco
ravista, entre a Av. Ewerton Xavier e a Av. 3, que atenderá tam- da Cruz Nunes e a Rua 40;
bém as Sub-Regiões do Engenho do Mato e Itaipu, assinaladas II - entre a Estrada do Engenho do Mato e a Rua 25, pas-
no Mapa 9: sando pelas Ruas 6, 28, 9, 33 e 16 e pela Av. 5, até a Estrada
I - Unidade da Vizinhança Terranova, cujo Centro de Bairro Francisco da Cruz Nunes.
está localizado na Estrada Francisco da Cruz Nunes, em ambos Art. 217 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes
os lados, entre a Rua Vale Itaipu e a subestação da CERJ; elementos urbanísticos e paisagísticos:
II - Unidade de Vizinhança Maravista, cujo Centro de Bairro I - Serra da Tiririca;
está localizado na Av. Ewerton Xavier, estendendo-se pela Estra- II - Morro da Peça.
da Francisco da Cruz Nunes até o Rio João Mendes; SEÇÃO III
III - Unidade de Vizinhança Boavista, cujo Centro de Bairro DA SUB-REGIÃO DE ITAIPU
deverá ser estimulado na Estrada do Engenho do Mato, nos ar-
redores da Rua 14. Art. 218 A Sub-Região de Itaipu compreende os Bairros de
Art. 214 São indicadas para criação as seguintes Áreas de Camboinhas e Itacoatiara e parte de Itaipu.
Especial Interesse, conforme Capítulo II, do Título II desta Lei, Art. 219 O modelo de organização territorial corresponde
assinaladas no Mapa 9: a 3 (três) Unidades de Vizinhança, assinaladas no Mapa 9, não
I - Área de Especial Interesse Urbanístico do Maravista, loca- comportando um Subcentro Urbano devido a sua proximidade
lizada entre a Av. Ewerton Xavier e a Av. 3, indicada com a fina- do Maravista que polariza as atividades:
lidade de modificação do desenho urbano, para implantação do I - Unidade de Vizinhança Camboinhas, cujo Centro de Bair-
Subcentro Urbano, áreas de lazer, equipamentos públicos para ro deverá ser estimulado na quadra formada pela Av. Deputado
atendimento à coletividade, habitações multifamiliares e siste- Cunha Bueno, Av. “5”, Av. “2”, Rua “A” e Rua “5” (setor 12 do
ma de drenagem para a região; Plano Estrutural de Itaipu e adjacências);

95
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

II - Unidade de Vizinhança Camboatá, cujo Centro de Bairro II - nas demais áreas, manter a volumetria e a ambiência
deverá ser estimulado na Área de Especial Interesse Urbanístico dos bairros;
da Lagoa de Itaipu; III - estabelecer tipologias de edificações compatíveis com
III - Unidade de Vizinhança Campo Belo, cujo Centro de Bair- as ambiências urbanas fixadas para cada unidade de planeja-
ro deverá ser estimulado no entorno da Praça do Campo Belo e mento através de parâmetros referentes à morfologia urbana;
nas Quadras 25 e 26 do Plano Estrutural de Itaipu. IV - reservar área para implantação de terminal de transpor-
Art. 220 Ficam indicadas para criação as seguintes Áreas de te na Unidade de vizinhança Campo Belo;
Especial Interesse, conforme Capítulo II, do Título II desta Lei, V - reservar áreas para estações de tratamento de esgoto
assinaladas no Mapa 9: sanitário;
I - Área de Especial Interesse Turístico de Camboinhas, loca- VI - permitir o comércio individual, a indústria de pequeno
lizada na orla marítima nos trechos correspondentes às Quadras porte e a edificação multifamiliar na Estrada Francisco da Cruz
70, 69, 67 A, 67 B e 143 A do Plano Estrutural de Itaipu, indicadas Nunes e Avenida Ewerton Xavier, observados os seguintes pa-
para implantação de hotéis, residenciais com serviços e outros râmetros:
meios de hospedagem, bares e outros equipamentos para ativi- a) área mínima de 360m² - um estabelecimento comercial
dades turísticas e de lazer; ou de serviço ou uma indústria de pequeno porte;
II - Área de Especial Interesse Turístico de Itaipu, localizada b) área mínima de 720m² - um comércio individual, ou uma
ao longo da Estrada Francisco da Cruz Nunes, da Quadra “A” do indústria de pequeno porte ou uma edificação multifamiliar;
Loteamento Cidade Balneária de Itaipu até a Estrada de Itacoa- c) área mínima de 1800m² - comércio coletivo ou uma in-
tiara, seguindo até o início da Av. Mathias Sandri, indicada para dústria de pequeno porte ou uma edificação multifamiliar. (Re-
estimular empreendimentos hoteleiros; dação dada pela Lei nº 1594/1997)
III - Área de Preservação do Ambiente Paisagístico do Canto VII - permitir, na Estrada Francisco da Cruz Nunes e Av. Ewer-
de Itaipu, localizada junto à Praia de Itaipu, indicada para pre- ton Xavier fora do Centro de Bairro a implantação de atividades
servação do ambiente natural, da vila de pescadores, dos bens comerciais coletivas, desde que implantadas em lotes com área
arquitetônicos tombados e da Duna Grande; mínima de 2.000m² (dois mil metros quadrados) e testada míni-
IV - Área de Especial Interesse Pesqueiro da Vila dos Pesca- ma de 20m (vinte metros).
dores, localizada na Praia de Itaipu, indicada para apoiar e pre- Art. 222 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes
servar a pesca local; elementos arquitetônicos, urbanísticos, paisagísticos e arqueo-
V - Área de Especial Interesse Urbanístico da Lagoa de Itai-
lógicos:
pu, localizada na orla da Lagoa de Itaipu, do setor 10 do Plano
I - Lagoa de Itaipu;
Estrutural de Itaipu (inclusive), prolongando-se até a área ainda
II - Praia do Sossego;
não implantada do Loteamento Maravista, abrangendo as Uni-
III - Ilha da Menina;
dades de Vizinhança Camboinhas e Camboatá, indicada para im-
IV - Ilha da Mãe;
plantação de projeto urbanístico que contenha:
V - Ilha do Pai;
a) estabelecimento de faixa marginal de proteção à Lagoa e
VI - Duna Grande;
ao seu ecossistema;
VII - Morro das Andorinhas;
b) desenho urbano especial para uso residencial multifami-
liar, garantindo áreas de preservação da Lagoa e drenagem da VIII - Serra da Tiririca;
área; IX - Igreja Nossa Senhora da Conceição dos Pescadores;
c) via arterial rodoviária ligando a Sub-Região de Piratininga X - Remanescentes do Recolhimento de Santa Teresa;
ao Engenho do Mato e à Praia de Itaipu; XI - Igreja de São Sebastião de Itaipu;
d) via para transporte de massa paralela à via arterial pro- XII - Canto Sul da Praia de Itaipu;
posta, bifurcando para o Engenho do Mato e para o Centro de XIII - Praias de Camboinhas, Itaipu e Itacoatiara.
Bairro do Campo Belo;
e) clubes do lazer, áreas públicas de lazer e áreas para equi- SEÇÃO IV
pamentos públicos; DA SUB-REGIÃO DO ENGENHO DO MATO
f) instalação de equipamentos para atividades turísticas, in-
clusive hospedagem, recreativas e de lazer junto à orla da Lagoa Art. 223 A Sub-Região do Engenho do Mato compreende a
de Itaipu. maior parte do Bairro de mesmo nome.
Art. 221 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para Art. 224 O modelo de organização territorial corresponde
elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub- a 2 (duas) Unidades de Vizinhança, assinaladas no Mapa 9, não
-Região de Itaipu: comportando um Subcentro Urbano devido a sua proximidade
I - direcionar o adensamento populacional nas Unidades de do Maravista que polariza as atividades:
Vizinhança Campo Belo e Camboinhas para as quadras multifa- I - Unidade de Vizinhança Engenho do Mato, cujo Centro de
miliares previstas no Plano Estrutural de Itaipu e para a Área de Bairro deverá ser estimulado no entorno da Praça do Engenho
Especial Interesse Urbanístico da Lagoa de Itaipu, através de co- do Mato;
tas de densidade e outras medidas adequadas a esta finalidade, II - Unidade de Vizinhança Soter, cujo Centro de Bairro de-
condicionando a edificação multifamiliar à implantação de in- verá ser estimulado em trecho da Av. Ewerton Xavier, somente
fraestrutura de esgotamento sanitário, abastecimento de água no lado contíguo à Unidade de Vizinhança do Engenho do Mato,
potável e drenagem; estendendo-se pelas primeiras quadras das transversais.

96
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 225 Ficam indicadas para criação as seguintes Áreas de SEÇÃO V


Especial Interesse, de acordo com Capítulo II, do Título II desta DA SUB-REGIÃO DO JACARÉ
Lei, assinaladas no Mapa 9:
I - Área de Especial Interesse Urbanístico do Engenho do
Mato, localizada entre a Av. Ewerton Xavier e a Av. 3, indicada Art. 229 A Sub-Região do Jacaré compreende a maior parte
para modificação do desenho urbano, permitindo a implantação do Bairro de mesmo nome.
de áreas de lazer, equipamentos públicos para atendimento à Art. 230 O modelo de organização territorial da Sub-Região
coletividade, habitações multifamiliares e sistema de drenagem do Jacaré, devido as suas características especiais compõe-se de
para a região; uma única Unidade de Vizinhança cujo Centro de Bairro deve
II - Área de Especial Interesse Agrícola do Engenho do Mato, ser estimulado próximo à Área de Especial Interesse Social do
localizada no entorno da Estrada do Vai e Vem, indicada para Jacaré, indicada para criação nesta Lei.
estimular as atividades agropecuárias, observando-se para os Art. 231 Ficam indicadas para criação as seguintes Áreas de
novos parcelamentos, lotes com área mínima de 2.000m² (dois Especial Interesse, conforme Capítulo II, do Título II desta Lei,
mil metros quadrados). assinaladas no Mapa 9:
Art. 226 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para I - Área de Especial Interesse Turístico do Jacaré, abrangen-
elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub- do toda Sub-Região, face às características físicas e ambientais,
-Região do Engenho do Mato: indicada para estímulo da localização de sítios e clubes de lazer,
I - direcionar preferencialmente o adensamento da Sub-Re- áreas para camping e pequenas pousadas, garantindo a preser-
gião para a Área de Especial Interesse Urbanístico do Engenho vação do Vale do Rio Jacaré;
do Mato e para os Centros de Bairros, através de cotas de den- II - Área de Especial Interesse Social do Jacaré, localizada na
sidade e outras medidas adequadas a esta finalidade, condicio- parte inicial do entorno da Estrada Frei Orlando (Jacaré), indi-
nando a edificação multifamiliar à implantação de infraestrutu- cada para desenvolvimento de projetos de habitação popular;
ra de esgotamento sanitário, abastecimento de água potável e III - Área de Especial Interesse Social da Favela do Jacaré e
drenagem; da Saibreira, indicadas para urbanização e regularização fundi-
II - estabelecer tipologias de edificações compatíveis com as ária.
ambiências urbanas fixadas para cada unidade de planejamento Art. 232 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para
através de parâmetros referentes à morfologia urbana; elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub-
III - reservar áreas para estações de tratamento de esgoto -Região do Jacaré:
sanitário e para terminais de ônibus; I - direcionar preferencialmente o adensamento da Sub-
IV - estudar interligação da Sub-Região com as demais Sub- -Região para a Área de Especial Interesse Social do Jacaré, sem
-Regiões da Região Oceânica, privilegiando o transporte coleti- limitação de cota da densidade, condicionando a edificação mul-
vo; tifamiliar à implantação de infraestrutura de esgotamento sani-
V - estudar a utilização de binário de circulação de veículos tário, abastecimento de água potável e drenagem;
com a Av. Ewerton Xavier e a Av. 3, prevendo faixas exclusivas II - estabelecer as tipologias de edificação compatíveis com
para transporte de massa e reservando áreas para construção as ambiências urbanas fixadas para a unidade de planejamento
de canais de drenagem; através de parâmetros referentes à morfologia urbana;
VI - permitir comércio individual, indústria de pequeno por- III - estabelecer para os novos parcelamentos lotes com
te e edificação multifamiliar na Av. Ewerton Xavier, no trecho área mínima de 5.000m² (cinco mil metros quadrados), excetu-
fora dos Centros de Bairro, desde que implantados em lotes com ando-se as Áreas de Especial Interesse Social;
área mínima de 1.000m² (hum mil metros quadrados) e testada IV - implantar melhorias físicas na Estrada Frei Orlando (Ja-
mínima de 20m (vinte metros); caré).
VII - permitir, na Av. Ewerton Xavier fora do Centro de Bairro Art. 233 O Plano Diretor de Macro e Microdrenagem deve-
a implantação de atividades comerciais coletivas, desde que em rá priorizar a área sujeita a enchentes adjacente ao Rio Jacaré,
lotes com área mínima de 2.000m² (dois mil metros quadrados) localizada no trecho inicial de 400m (quatrocentos metros) da
e testada mínima de 20m (vinte metros). Estrada Frei Orlando (Jacaré), a partir da Estrada Francisco da
Art. 227 O Plano Diretor de Macro e Microdrenagem deverá Cruz Nunes.
priorizar as áreas sujeitas a enchentes situadas ao longo da Es- Art. 234 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes
trada do Engenho do Mato, entre a Av. Ewerton Xavier e a Praça elementos paisagísticos: Morro do Cantagalo, do Jacaré e Serra
do Engenho do Mato, e o trecho ao longo da Av. 3. Grande.
Art. 228 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes
elementos arquitetônicos, urbanísticos e paisagísticos: Capítulo VII
I - Serra da Tiririca e Morro do Cordovil; DA REGIÃO LESTE
II - Morro do Jacaré;
III - Sede da Fazenda do Engenho do Mato. Art. 235 A Região Leste compreende 2 (duas) Sub-Regiões:
Várzea das Moças e Rio do Ouro, conforme Mapa 10, do Anexo
VI, e descrição do Anexo V, ambos partes integrantes desta Lei.
Dada a sua baixa densidade populacional não comporta a im-
plantação de um Subcentro Urbano, sendo sua população aten-
dida pelo Subcentro Urbano do Maravista.

97
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO I Art. 240 O Plano Diretor de Macro e Microdrenagem deverá


DA SUB-REGIÃO DE VÁRZEA DAS MOÇAS priorizar a área sujeita a enchentes situada ao longo do Rio da
Aldeia, no trecho próximo à Estrada do Engenho do Mato e à
Art. 236 A Sub-Região de Várzea das Moças compreende o Estrada Velha de Maricá.
Bairro de mesmo nome. Art. 241 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes
Art. 237 O modelo de organização territorial dada as suas elementos urbanísticos e paisagísticos:
características especiais corresponde a uma única Unidade de I - Serra da Tiririca e Morro do Cordovil;
Vizinhança, cujo Centro de Bairro está localizado no entorno do II - Morro entre a Rua Itália e a Estrada da Serrinha;
Largo de Várzea das Moças, conforme assinalada no Mapa 10. III - Morro entre a Rua Itália e o Morro do Cordovil.
Art. 238 Ficam indicadas para criação as seguintes Áreas de
Especial Interesse, de acordo com Capítulo II, do Título II desta SEÇÃO II
Lei, assinaladas no Mapa 10: DA SUB-REGIÃO DO RIO DO OURO
I - Área de Especial Interesse Social da Serrinha, indicada
para regularização fundiária e urbanização; Art. 242 A Sub-Região do Rio do Ouro compreende o Bairro
II - Área de Especial Interesse Agrícola de Várzea das Moças, do Rio do Ouro e parte do Muriqui.
situada na Rua Itália e ruas adjacentes, indicada para preservar Art. 243 O modelo de organização territorial, dada as suas
uma das últimas áreas pouco parceladas no Município. características especiais, corresponde a uma única Unidade de
Art. 239 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para Vizinhança, com Centro de Bairro no entorno do Largo do Rio do
elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub- Ouro e na Estrada Senador Fernandes da Cunha até o entronca-
-Região de Várzea das Moças: mento com a via de acesso ao Hospital do IPCT, assinalada no
I - restringir o adensamento na Área de Especial Interesse Mapa 10.
Agrícola de Várzea das Moças e ao longo da Estrada do Engenho Art. 244 Fica indicada para criação, conforme Capítulo II, Tí-
do Mato, através de cotas de densidade e outras medidas ade- tulo II desta Lei, a Área de Especial Interesse Agrícola do Rio do
quadas a esta finalidade; Ouro, assinalada no Mapa 10.
II - estabelecer as tipologias de edificação compatíveis com Art. 245 São diretrizes para o uso e ocupação do solo para
as ambiências urbanas fixadas para cada unidade de planeja- elaboração do Plano Urbanístico Regional que abrange a Sub-
mento através de parâmetros referentes à morfologia urbana; -Região do Rio do Ouro:
III - na Área de Especial Interesse Agrícola de Várzea das I - direcionar o adensamento para o Centro de Bairro e para
Moças, estabelecer para os novos parcelamentos lotes com área a Estrada Velha de Maricá, através de cotas de densidade e ou-
mínima de 2.000m² (dois mil metros quadrados) e testada míni- tras medidas adequadas a esta finalidade;
ma de 20m (vinte metros); II - estabelecer as tipologias de edificação compatíveis com
IV - ao longo da Rodovia Amaral Peixoto e da Av. Ewerton as ambiências urbanas fixadas para cada unidade de planeja-
Xavier, com exceção do Centro de Bairro, estabelecer para os mento através de parâmetros referentes à morfologia urbana,
novos parcelamentos lotes com área mínima de 2.000m² (dois mantendo a horizontalidade em toda a Sub-Região;
mil metros quadrados) e testada mínima de 20m (vinte metros), III - ao longo da Estrada Velha de Maricá e da Rodovia Ama-
permitindo os usos comercial e industrial de pequeno porte so- ral Peixoto, estabelecer para os novos parcelamentos lotes com
área mínima de 2.000m² (dois mil metros quadrados) e testada
mente em lotes com estas dimensões;
mínima de 20m (vinte metros);
V - na Rodovia Amaral Peixoto, permitir atividades indus-
IV - na Estrada Velha de Maricá e na Rodovia Amaral Pei-
triais, devendo ser estimulada preferencialmente a instalação
xoto, permitir atividades industriais, desde que implantadas em
de agroindústrias, desde que implantadas em lote mínimo de
lote mínimo de 2.000m² (dois mil metros quadrados);
2.000m² (dois mil metros quadrados);
V - permitir atividades agropecuárias em todas as proprie-
VI - permitir atividades agropecuárias em todas as proprie-
dades da Sub-Região, criando regulamentação específica para
dades da Sub-Região, criando regulamentação específica para
aquelas adjacentes às áreas de preservação permanente;
aquelas adjacentes às áreas de preservação permanente;
VI - estabelecer, através de afastamentos e recuos, adequa-
VII - definir como prioritários o calçamento e a instalação
das condições para implantação das atividades econômicas na
de rede de águas pluviais no núcleo populacional da Estrada da Estrada Velha de Maricá;
Serrinha e da Estrada Noruega, com vistas à extensão do trans- VII - estabelecer, em conjunto com o DER-RJ, recuos e afas-
porte coletivo à primeira e ao aumento do tráfego na segunda; tamentos de construção para implantação de via auxiliar de ser-
VIII - estabelecer, em conjunto com o DER-RJ, afastamen- viço ao longo do Centro de Bairro da Rod. Amaral Peixoto;
tos e recuos de construção para implantação de via paralela de VIII - na Área de Especial Interesse Agrícola do Rio do Ouro,
serviço ao longo da Rodovia Amaral Peixoto, onde se fizer ne- estabelecer para os novos parcelamentos lotes com área míni-
cessário; ma de 2.000m² (dois mil metros quadrados) e testada mínima
IX - estudar alteração do tráfego no Centro de Bairro de Vár- de 20m (vinte metros).
zea das Moças, com a incorporação da Estrada Noruega após Art. 246 Constituem bens sujeitos à proteção os seguintes
sua pavimentação; elementos urbanísticos e paisagísticos:
X - promover a interligação das linhas de ônibus de Várzea I - Morro entre a Estrada do Muriqui e Muriqui Pequeno;
das Moças e de Rio do Ouro. II - Serra Grande, do Malheiro e Morro do Jacaré;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - Morro entre a Rua Jean de Moulliac e a Estrada Senador Art. 254 Para o licenciamento das obras de modificação e
Fernandes da Cunha; acréscimos em imóveis situados nas Áreas de Preservação do
IV - Capela de Nossa Senhora das Dores, na Estrada Velha Ambiente Urbano do Centro, Ponta d`Areia, Gragoatá e São Do-
de Maricá. mingos, os respectivos projetos deverão sofrer análise e apro-
TÍTULO VI vação conjunta pela Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS e de Cultura, para adequação aos objetivos da sua criação, da
data de publicação desta Lei até sua regulamentação observado
Art. 247 Permanecem em vigor a legislação vigente de uso e o disposto no artigo 117.
ocupação do solo, de parcelamento da terra e de construções e Art. 255 O Poder Executivo nomeará os membros titulares
edificações em geral, naquilo que não contraria esta Lei. e suplentes indicados para o Conselho Municipal de Política Ur-
Art. 248 Fica o Poder Executivo autorizado a abrir Crédito bana, conforme previsto no § 2º do artigo 104, no prazo de 90
Especial para acorrer às despesas do Fundo Municipal de Ur- (noventa) dias contados a partir da aprovação da presente Lei.
banização e do Fundo Municipal de Conservação Ambiental, (Redação dada pela Lei nº 2123/2004)
podendo para tanto alterar total ou parcialmente dotações do Art. 256 A lei que institui o Plano Diretor deverá ser revis-
Orçamento vigente. ta, pelo menos, a cada dez anos, devendo o Plano Plurianual,
Art. 249 Para assegurar o cumprimento das diretrizes esta- as Diretrizes Orçamentárias e o Orçamento Anual incorporar as
belecidas para as Regiões de Planejamento passam a vigorar a Diretrizes e as prioridades nele contidas. (Redação dada pela Lei
partir da data de publicação desta Lei: nº 2123/2004)
I - os gabaritos estabelecidos para as Áreas de Preservação
do Ambiente Urbano do Centro, da Ponta d`Areia e de São Do- PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI, EM 29 DE DEZEMBRO
mingos/Gragoatá/Boa Viagem, mantidas as demais condições DE 1992.
edilícias;
II - as dimensões de lotes para novos parcelamentos;
III - os usos permitidos nas condições estabelecidas para a LEI DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO (LEI MUNICIPAL
Rodovia Amaral Peixoto, Estrada do Sapê, Estrada Francisco da Nº 1.470/95).
Cruz Nunes, Estrada Caetano Monteiro, Estrada Velha de Maricá
e Av. Ewerton Xavier.
Art. 250 Fica o Poder Executivo autorizado a suspender
temporariamente, mediante decreto, a concessão de alvarás, o LEI Nº 1470, DE 11/12/1995 - PUB. ÓRGÃO OFICIAL, DE
licenciamento de obras de edificações e acréscimos, de explora- 12/12/1995
ção mineral e desmontes, de modificação de uso e de parcela-
mentos e a instalação de mobiliários urbanos nas regiões objeto DISPÕE SOBRE O USO E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO NO
de estudo de Plano Urbanístico Regional (PUR) durante o perío- MUNICÍPIO DE NITERÓI E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.
do de sua elaboração.
Art. 251 O Município deverá, no prazo de 120 (cento e vin- A CÂMARA MUNICIPAL DE NITERÓI DECRETA E EU SAN-
te) dias, criar as Áreas de Especial Interesse Agrícola indicadas CIONO E PROMULGO A SEGUINTE LEI:
nesta Lei em razão de sua destinação, na forma do que dispõe o
artigo 303 da Lei Orgânica do Município de Niterói, sem prejuízo TÍTULO I
de obrigatoriedade da comunicação ao Município, pelo interes- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
sado, no caso da impossibilidade do aproveitamento do imóvel
para fins rurais, atendida a legislação federal pertinente. CAPÍTULO I
Art. 252 Nos imóveis cuja destinação econômica não seja INTRODUÇÃO
agrícola, ainda que cadastrados nos órgãos federais competen-
tes, o Município procederá aos lançamentos do tributo referen- Art. 1º Esta Lei tem por objetivo a promoção da liberdade
te ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a partir do de instalação dos mais diversos usos em todo o território muni-
Exercício de 1993. cipal e sua necessária compatibilização com a qualidade das es-
Parágrafo Único - Para efeito do caput deste artigo o Mu- truturas ambientais urbanas e naturais, bem como do equilíbrio
nicípio oficiará aos órgãos federais, para fins de baixa em seus das relações sociais de vizinhança.
cadastros, relativamente ao lançamento do Imposto Territorial Art. 2º Esta Lei estabelece as modalidades e a intensidade
Rural (ITR) no Exercício de 1993, determinando a retificação do dos usos e das atividades permitidas e os parâmetros para a
Registro de Imóveis competente, anulando os lançamentos an- ocupação do solo urbano do Município de Niterói.
teriores do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), desde Art. 3º Os usos e atividades e a ocupação do solo urbano
que comprovado pagamento do Imposto Territorial Rural (ITR) referidas no artigo 2º dependem de licenciamento prévio da
nos Exercícios anteriores. Prefeitura Municipal e estarão sujeitas à sua fiscalização, no que
Art. 253 Ainda que destinados à exploração agrícola, pecu- couber, observadas esta Lei e toda a legislação urbanística per-
ária ou agropastoril, os imóveis de área inferior ao que dispõe tinente.
a lei federal estarão sujeitos ao pagamento do Imposto Predial
e Territorial Urbano (IPTU) e como urbanos devem ser conside-
rados.

99
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Parágrafo Único - O poder de polícia urbanística municipal b) Zona de Restrição à Ocupação Urbana - aquela que
será exercido de modo a garantir os índices e parâmetros esta- abrange as áreas cujas condições físicas são adversas à ocupa-
belecidos para o uso e ocupação do solo, padrões mínimos de ção urbana por características geológicas, paisagísticas, topográ-
segurança, higiene e saúde pública, bem como o equilíbrio do ficas, de cobertura vegetal e de importância para preservação de
meio ambiente urbano. espécies nativas de flora e fauna.
Art. 4º Para efeito de aplicação da presente Lei, ficam esta- § 2º A divisão territorial correspondente às regiões de pla-
belecidas as definições constantes no Glossário, Anexo I, parte nejamento e serve como demarcação dos Planos Urbanísticos
integrante desta Lei. Regionais.
Art. 7º O Modelo de Organização Territorial tem por objeti-
CAPÍTULO II vo estabelecer espacialmente:
DAS DIRETRIZES PARA O USO E A OCUPAÇÃO DO SOLO I - a especificação das tipologias das edificações e de par-
celamento do solo adequados à morfologia urbana de cada fra-
Art. 5º São diretrizes para o uso e a ocupação do solo em ção urbana, através dos parâmetros de uso e ocupação do solo
Niterói: aplicáveis;
I - garantir a fluidez do tráfego no Sistema Viário respeitan- II - a indicação de áreas urbanas cujo adensamento deverá
do sua hierarquia e promovendo consequente condicionamento ser estimulado ou restringido e os instrumentos para atingir es-
físico das vias e ainda sua utilização prioritária pelo transporte tes objetivos;
coletivo; III - a distribuição dos usos não residenciais compatíveis
II - garantir a qualidade ambiental e de vida da população, com o Sistema Viário e com o uso residencial;
assegurando um efetivo controle de fontes efetivas ou poten- IV - outras definições que se façam necessárias para atender
cialmente poluidoras, com um tratamento adequado dos po- as diretrizes estabelecidas nesta Lei.
luentes gerados;
III - simplificar as categorias e subcategorias de usos urba- SEÇÃO I
nos reduzindo as listas de atividades, dada a dificuldade de sua DAS SUB-REGIÕES DE PLANEJAMENTO E DAS FRAÇÕES
atualização diante da dinâmica da vida moderna; URBANAS
IV - propiciar a mudança de usos de modo a permitir a des-
centralização de atividades na Cidade; Art. 8º As Sub-Regiões de Planejamento são subdivisões
V - promover a adequação dos empreendimentos que por da Região de Planejamento e correspondem àquelas porções
seu porte e natureza venham ocasionar impacto sobre a vizi- geograficamente identificáveis e que apresentam critérios de
homogeneidade em relação à paisagem, à tipologia, ao uso das
nhança onde se instalam;
edificações e ao parcelamento do solo, considerados, ainda, os
VI - delegar às instâncias descentralizadas (Secretarias de
aspectos socioeconômicos.
Desenvolvimento Regional), a partir de manifestação da popu-
Art. 9º As Frações Urbanas são divisões territoriais delimita-
lação interessada, as decisões que se configuram como de ca-
das no interior da Zona Urbana das Sub-Regiões de Planejamen-
ráter eminentemente local ou que possam variar de um a outro
to e submetidas a um controle urbanístico cujos índices refletem
bairro, e que não sejam estrategicamente importantes para o
as condições de intensificação de ocupação do solo que se pre-
conjunto da Cidade.
tende alcançar naquele local.
Art. 10 Cada Sub-Região de Planejamento possui um núme-
CAPÍTULO III
ro determinado de Frações Urbanas, definidas e delimitadas nos
DA ORGANIZAÇÃO FÍSICO-TERRITORIAL Planos Urbanísticos Regionais.
Parágrafo Único - A denominação oficial das Frações Urba-
Art. 6º O Município de Niterói está estruturado em um mo- nas obedece os seguintes critérios:
delo de organização territorial estabelecido no Plano Diretor e I - nome do bairro em que está inserida a maior parte da
consolidado na Lei de Uso e Ocupação do Solo, tratando esta Lei fração urbana;
especialmente das seguintes divisões territoriais: II - sigla da Sub-Região seguida de um número em ordem
I - Macrozonas Ambientais; sequencial e crescente.
II - Regiões e Sub-Regiões de Planejamento; Art. 11 Os bairros são subdivisões político-administrativas
III - Frações Urbanas; da Sub-Região de Planejamento, referenciada pela população,
IV - Áreas de Especial Interesse; que reconhece sua unidade espacial, traduzida pela homogenei-
V - Unidades de Conservação Ambiental. dade tipológica e identidade cultural com o lugar.
§ 1º As Macrozonas Ambientais dividem o território muni- § 1º A denominação “Bairro” substitui a divisão territorial
cipal em duas zonas condicionando o uso e a ocupação do solo: denominada “Unidade de Vizinhança” no Plano Diretor de Ni-
a) Zona Urbana - aquela adequada à urbanização, efetiva- terói.
mente ocupada ou destinada à expansão da Cidade, e subdivi- § 2º As delimitações dos bairros serão aquelas disposta no
dida, de acordo com os Planos Urbanísticos Regionais, em Fra- Dec. Nº 4.895/86, de Abairramento, até a regulamentação dos
ções Urbanas e Áreas de Especial Interesse Urbanístico, Social Planos Urbanísticos Regionais, os quais poderão definir um novo
ou Econômico. abairramento.

100
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO II II - as vias tipo “B” possuem pista com largura maior que
DAS ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE 7,00m (sete metros) e menor que 10,50m (dez metros e cin-
quenta centímetros);
Art. 12 As Áreas de Especial Interesse são porções do terri- III - as vias tipo “C” possuem pista com largura igual ou me-
tório municipal, permanentes ou transitórias, que poderão ser nor que 7,00m (sete metros).
delimitadas a qualquer tempo pelo Poder Público, com o propó- Parágrafo Único - Portaria do órgão municipal competen-
sito de serem submetidas a um Regime Urbanístico especial que te estabelecerá o enquadramento das vias urbanas, conforme
estabelecerá os padrões específicos de parcelamento e de uso e classificação definida neste artigo. (Redação dada pela Lei nº
ocupação do solo, visando cumprir seus objetivos. 1563/1996)
§ 1º Quando o ato de regulamentação a que se refere o
caput deste artigo não especificar parâmetros ou índices urba- SUBSEÇÃO I
nísticos, prevalecerão as normas estabelecidas na presente Lei e DA CLASSIFICAÇÃO
nos Planos Urbanísticos Regionais.
§ 2º Quando o ato de regulamentação implicar em altera- Art. 15 Para efeito de aplicação da presente Lei deve-se ain-
da classificar as vias em:
ção de parâmetros de uso e ocupação do solo, esta deverá ser
I - vias sem saída - são aquelas vias ou trechos de vias cujas
feita através de Lei.
terminações não tem conexão direta para veículos com outro
logradouro;
CAPÍTULO IV
II - vias de encostas - são aquelas situadas na Zona de Res-
DO SISTEMA VIÁRIO trição a Ocupação Urbana e quaisquer outras que venham a ser
SEÇÃO I indicadas através de portaria do órgão municipal competente.
DA CLASSIFICAÇÃO FÍSICA E FUNCIONAL DAS VIAS URBA-
NAS SEÇÃO II
SUBSEÇÃO I DAS BAINHAS
DA CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL
Art. 16 A execução de bainhas de estacionamento e de em-
Art. 13 A classificação funcional do Sistema Viário é o pro- barque e desembarque deverá seguir as condições dispostas no
cesso pelo qual as vias urbanas são agrupadas hierarquicamente Quadro I e Croquis do Anexo II, parte integrante desta Lei.
em subsistemas, conforme o tipo de serviço que oferecem e a Parágrafo Único - Ficam resguardadas as regulamentações
função que exercem. A Rede Viária Urbana do Município é divi- específicas através dos Planos Urbanísticos Regionais, Planos
dida em quatro classes especificas: específicos de Trânsito e Transporte e/ou legislação pertinente.
I - Arteriais Principais: são vias que atendem ao tráfego de Art. 17 As bainhas de estacionamento deverão ser execu-
longo percurso e aos grandes fluxos de tráfego interno. Essa rede tadas de acordo com os tipos 1 (com faixa de manobra), 2 (sem
proporciona acesso direto aos eixos rodoviários e aos principais faixa de manobra) e 3 (linear), conforme indicado no Anexo II,
geradores de tráfego, tais como a Área Central de Negócios, o parte integrante desta Lei.
Subcentro Urbano de Icaraí, terminais de carga e passageiros e § 1º A critério do órgão municipal competente poderá ser
faz a ligação de toda a área urbana; utilizada a bainha tipo 3 (linear) em substituição ao tipo 2 (sem
II - Arteriais Secundárias: são vias que atendem às ligações faixa de manobra).
entre bairros, na maioria dos casos ligadas às artérias principais, § 2º A largura mínima do passeio, quando for implantada
com grande e médio fluxos de veículos; bainha de estacionamento, será de 3,00m (três metros). (Reda-
III - Vias Coletoras: são vias que têm função de coletar o trá- ção dada pela Lei nº 1563/1996)
fego das vias arteriais e canalizá-lo às vias locais e bairros, aco- Art. 18 A execução de bainhas de estacionamento será obri-
modando fluxos de tráfego local dentro das áreas residenciais, gatória para as edificações de comércio e serviços de Médio e
grande porte situadas em vias coletoras e naquelas vias onde a
comerciais e industriais, além de atender aos trechos coletores/
tipologia de embasamento comercial for permitida.
distribuidores de alguns itinerários de ônibus;
Parágrafo Único - Nos demais casos, a critério da análise,
IV - Vias Locais: são vias destinadas ao tráfego interno dos
poderá ser dispensada a bainha de estacionamento em função
bairros.
das características locais.
Parágrafo Único - A listagem de hierarquização viária do Art. 19 Em todos os tipos de vias estão dispensados de bai-
Município será estabelecida através de decreto do executivo nha de estacionamento os lotes com testada igual ou menor a
municipal. 18,00m (dezoito metros) e nos casos em que, a critério do órgão
municipal competente, a bainha entre em conflito com arboriza-
SUBSEÇÃO II ção e infraestrutura urbana existentes.
DA CLASSIFICAÇÃO TIPOLÓGICA Parágrafo Único - Excetuam-se do caput deste artigo as situ-
ações em que já houver bainha de estacionamento em um dos
Art. 14 As Vias Arteriais Principais e Secundárias, Coletoras terrenos adjacentes.
e Locais são ainda classificadas como de tipos “A”, “B” e “C”: Art. 20 A critério do órgão municipal competente poderão
I - as vias tipo “A” possuem pista com largura igual ou maior ser exigidas bainhas de estacionamento nos lotes cujo(s) vizi-
a 10,50m (dez metros e cinquenta centímetros); nho(s) laterais já as possuam de forma consolidada.

101
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 21 Nos casos em que se fizer necessária a implantação Parágrafo Único - Os embasamentos não serão computados
de faixas de acumulação para a entrada de estacionamento ou no cálculo da taxa de ocupação (TO), devendo, no entanto, res-
locais para embarque e desembarque, o órgão municipal com- peitar a taxa máxima de impermeabilização do lote (TI).
petente regulamentará tais condições. Art. 26 A Taxa de Ocupação do Lote (TO) é a relação percen-
Art. 22 A instalação de equipamentos urbanos tais como tual entre a projeção máxima da edificação e a área do terreno,
bancas, quiosques e guaritas, desde que autorizados pelo órgão incluídas as áreas de recuo, quando houver, expressa pela se-
municipal competente, somente será permitida em passeios guinte fórmula:
onde se garanta uma largura livre de no mínimo 2,00m (dois Art. 27 Nas edificações individuais e coletivas, a área de va-
metros), respeitadas as condições estabelecidas através de le- randas e jardineiras em balanço não será computada no cálculo
gislação específica, resguardando-se as condições de fluxo de da taxa de ocupação.
pedestres no local. Art. 28 A Taxa Máxima de Impermeabilização do Lote (TI)
é a porcentagem máxima da superfície do lote possível de ser
TÍTULO II coberta ou pavimentada.
DA OCUPAÇÃO DO SOLO Parágrafo Único - Para o cálculo deste parâmetro incluem-
CAPÍTULO I -se as áreas de subsolo e os acessos pavimentados e excluem-se
as projeções de varandas e jardineiras em balanço, desde que as
DOS PARÂMETROS URBANÍSTICOS
áreas sob estas não sejam pavimentadas.
Art. 23 Serão considerados nesta Lei os seguintes parâme-
SEÇÃO III
tros de ocupação do solo para as edificações em geral:
DO GABARITO DE ALTURA
I - Cota de densidade (CD);
II - Taxa de ocupação do lote (TO); Art. 29 Considera-se Gabarito de Altura (G) o número total
III - Gabarito de altura (G); de pavimentos de uma construção, com exceção dos pavimen-
IV - Taxa máxima de impermeabilização do lote (TI); tos enterrados e semienterrados e de cobertura.
V - Número de vagas para estacionamento (NV); § 1º Para não serem computados no gabarito, os pavimen-
VI - Afastamento das construções (AF e L); tos semienterrados deverão ter no máximo 1,30m (um metro e
VII - Recuo (R); trinta centímetros) de altura acima do nível do solo até o piso do
VIII - Investidura (In); térreo, contados a partir do ponto médio da testada por onde se
IX - Faixa não edificável (FNE), fará o acesso à edificação, conforme ilustrado no Croquis 1 do
X - Prisma de iluminação e ventilação (PIV); Anexo V, parte integrante da presente Lei.
Parágrafo Único - As edificações situadas nas Zonas de Res- § 2º Considera-se, para efeito desta Lei, o térreo como pri-
trição a Ocupação Urbana, em terrenos com acentuado declive meiro pavimento.
e em encostas, em vias sem saída e edificações especiais terão § 3º As condições de edificação das coberturas estão dis-
seus parâmetros dispostos no Capítulo II do presente Título. postas na Seção II do Capitulo III, do presente Título.
Art. 30 As edificações nos terrenos com duas testadas de-
SEÇÃO I verão respeitar o gabarito medido no logradouro numa faixa de
DA COTA DE DENSIDADE 50,00m (cinquenta metros) de profundidade a partir do alinha-
mento do terreno, prevalecendo como referência o logradou-
Art. 24 A Cota de Densidade é a variável que determina o ro situado em cota inferior, conforme ilustrado no Croquis 2 do
número de unidades habitacionais (NUH) possíveis de serem Anexo V, parte integrante da presente Lei.
construídas em cada lote, expressando a área mínima de ter- Art. 31 Nos terrenos situados total ou parcialmente acima
reno por unidade habitacional, tratando-se de uma grandeza da cota de referência de gabarito da fração correspondente, o
absoluta obtida pela relação entre a área do lote e o número gabarito deverá ser reduzido de 1 (um) pavimento a cada 3,50m
de unidades admissível neste lote, e cuja unidade é m²/unidade (três metros e cinquenta centímetros) que se eleva em altitude,
ficando sempre assegurado o gabarito mínimo de 3 (três) pavi-
(metros quadrados por unidade).
mentos, exceto quando houver restrição específica estabelecida
Parágrafo Único - As Cotas de Densidade admitidas no Mu-
na legislação, conforme ilustrado no Croquis 3 do Anexo V, parte
nicípio de Niterói deverão ser indicadas nos Planos Urbanístico
integrante desta Lei.
Regionais para cada uma das frações urbanas pertencentes à
§ 1º Considera-se Cota de Referência de Gabarito a cota
região de planejamento. topográfica indicada nos Planos Urbanísticos Regionais para as
frações que apresentem variação de relevo considerável;
SEÇÃO II § 2º Nas frações urbanas onde não for indicada cota topo-
DAS TAXAS DE OCUPAÇÃO E DE IMPERMEABILIZAÇÃO DO gráfica como referência será utilizada a cota de nível médio do
LOTE meio-fio da testada por onde se fará o acesso à edificação.
§ 3º As referências de nível serão consideradas a partir da
Art. 25 A implantação das edificações deverá respeitar as base cartográfica disponível no órgão municipal responsável
taxas de ocupação e de impermeabilização máximas definidas pela análise e licenciamento de obras.
nos Planos Urbanísticos Regionais para cada uma das frações ur-
banas pertencentes à região de planejamento.

102
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO IV SEÇÃO V
DOS AFASTAMENTOS DAS CONSTRUÇÕES DOS PRISMAS DE ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO

Art. 32 O afastamento das construções é a menor distância Art. 37 O prisma de iluminação e ventilação (PIV) é destina-
que separa os planos de fachadas de outras construções (afas- do à iluminação e ventilação dos compartimentos internos de
tamentos entre construções), das divisas laterais e de fundos uma edificação, podendo ser classificado em:
(afastamento lateral) ou da testada do terreno (afastamento I - Prisma Principal: é a área destinada a iluminar e ventilar
frontal). os compartimentos de permanência prolongada.
Art. 33 Deverá ser respeitado o afastamento frontal mínimo II - Prisma Secundário: é a área destinada a iluminar e venti-
das edificações, contado a partir da testada do lote, considera- lar os compartimentos de serviço.
dos os alinhamentos projetados.
§ 1º Os afastamentos frontais mínimos serão estabelecidos SEÇÃO VI
pelos Planos Urbanísticos Regionais, sendo que para o uso resi- DO RECUO, DA INVESTIDURA E DA FAIXA NÃO EDIFICÁVEL
dencial individual poderá ser de 3,00m (três metros).
§ 2º Nas edificações comerciais, de serviços ou mistas, a
área resultante da faixa de afastamento e recuo e o antigo pas-
Art. 38 O recuo (R) é a incorporação ao logradouro público
seio deverão constituir um novo passeio contínuo, não sendo
da faixa de terreno a ele adjacente, que assim deverá se ma-
permitidos muros divisórios frontais.
terializar, quando da construção, reconstrução, modificação ou
§ 3º Deverá ser garantida largura mínima de 3,00m (três
acréscimo desse terreno, ou a sua transformação de uso, a fim
metros) para os passeios das vias com gabarito de 04 (quatro)
ou mais pavimentos, sem prejuízo do afastamento contado de recompor o alinhamento previsto. (Redação dada pela Lei nº
a partir da testada original do lote. (Redação dada pela Lei nº 1795/2000)
1563/1996) Art. 39 A Investidura (In) deverá observar sempre o proces-
Art. 34 Deverão ser respeitados os afastamentos laterais samento legal adequado.
mínimos correspondentes ao gabarito da edificação, conforme Art. 40 A faixa não edificável não pode ser ocupada e corres-
Quadro I do Anexo IV e ilustrados no Croquis 4 do Anexo V, par- ponde às seguintes áreas, delimitadas de acordo com o estabe-
tes integrantes desta Lei. lecido pelo órgão competente:
§ 1º Para efeito da aplicação do Quadro I do Anexo IV, o nú- I - Faixa de drenagem ao longo dos cursos d`água, que in-
mero de pavimentos será contado a partir do pavimento térreo, cluirá a seção de cheia do respectivo curso d`água e as faixas
conforme ilustrado no Croquis 5. marginais de proteção;
§ 2º O afastamento da divisa de fundos em edificações co- II - Áreas de Preservação Permanente, bem como outras
letivas ou individuais não residenciais com 3 (três) pavimentos áreas naturais legalmente protegidas;
corresponderá a 2,40m (dois metros e quarenta centímetros). III - Faixa Marginal de Proteção no entorno de corpos d`á-
§ 3º Ficam dispensadas do afastamento lateral as edifica- gua;
ções residenciais com até 02 (dois) pavimentos, exceto quando IV - Faixa de servidão para passagem de redes de serviços
confrontantes com áreas verdes existentes ou projetadas. públicos.
Art. 35 O afastamento mínimo entre duas ou mais edifica-
ções coletivas, no mesmo lote será a soma dos afastamentos SEÇÃO VII
laterais exigidos para as mesmas, inclusive quando as fachadas DO NÚMERO DE VAGAS PARA ESTACIONAMENTO
que se confrontam não possuam abertura para o exterior. Art. 41 O Número de Vagas para Estacionamento (NV) será
Parágrafo Único - Não se enquadram no caput deste artigo estabelecido conforme os parâmetros para o uso do imóvel, dis-
aquelas edificações que possuam empenas cegas justapostas e postos no Capítulo II do Título III da presente Lei.
que se inscrevam, em conjunto, num quadrado de 50,00m (cin-
quenta metros) por 50,00m (cinquenta metros). CAPÍTULO II
Art. 36 Será admitida a ocupação da área dos afastamentos
DOS PARÂMETROS URBANÍSTICOS ESPECIAIS
frontais, respeitada a taxa de impermeabilização, nas situações
SEÇÃO I
previstas no Quadro III do Anexo IV, parte integrante desta Lei.
DA ZONA DE RESTRIÇÃO À OCUPAÇÃO URBANA
Parágrafo Único - Será permitida a ocupação como estacio-
Art. 42 Fica permitida a edificação na Zona de Restrição à
namento coberto, exceto vedado por laje, de uso exclusivo para
guarda de veículos e com pé direito máximo de 3,50m (três me- Ocupação Urbana, exceto nas Áreas de Especial Interesse Am-
tros e cinquenta centímetros), nos seguintes casos: biental até a sua regulamentação, nas Áreas de Preservação
I - lotes com uso residencial individual em vias locais; Permanente e nas Unidades de Conservação onde não for per-
II - lotes com até 04 unidades habitacionais existentes em mitida a ocupação humana, desde que sejam obedecidas as se-
vias locais; guintes restrições:
III - em regime de vila, conforme legislação específica. I - nenhum elemento construtivo poderá ultrapassar a altu-
ra de 9,70m (nove metros e setenta centímetros) em relação ao
perfil natural do terreno ou dos cortes executados;
II - não serão permitidos cortes ou aterros com altura supe-
rior a 3.00 (três metros);

103
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - a taxa de impermeabilização máxima não poderá ultra- I - nas vias com pista de tráfego de largura maior ou igual
passar 40% (quarenta porcento) podendo ser reduzida a critério a 5,50m (cinco metros e cinquenta centímetros), distância en-
do órgão municipal ambiental competente. tre os alinhamentos dos lotes inferior a 12,00m (doze metros) e
Parágrafo Único - Nas Unidades de Conservação Ambiental com as condições de retorno previstas na legislação, o gabarito
será permitida a construção de instalações de apoio. máximo permitido será de 4 (quatro) pavimentos, salvo restri-
Art. 43 Os Planos Urbanísticos Regionais poderão estabele- ção maior na fração urbana;
cer condições mais restritivas para a edificação e o parcelamen- II - nas vias sem condições de retorno o gabarito máximo
to na Zona de Restrição à Ocupação Urbana. permitido será de 2 (dois) pavimentos.
Art. 44 A aprovação dos projetos de parcelamento e de edi- Art. 51 Considera-se condições de retorno aquelas dispos-
ficação está condicionada à apresentação de projetos de reve- tas no Anexo III, parte integrante desta Lei.
getação das áreas remanescentes, ficando vedada a retirada de Parágrafo Único - As condições de retorno referidas no
vegetação nativa. caput deste artigo poderão ser viabilizadas no interior do lote
Art. 45 As edificações deverão obedecer os parâmetros de a ser edificado, devendo a área resultante ser incorporada ao
taxas de ocupação e de impermeabilização e cota de densidade logradouro público.
correspondentes à declividade do terreno dispostos nos Qua-
dros II, do Anexo IV, parte integrante desta Lei. SEÇÃO IV
Parágrafo Único - A declividade do terreno será calculada DAS EDIFICAÇÕES ESPECIAIS
através da declividade média obtida em intervalos de 5,00m
(cinco metros) de variação das curvas de nível ao longo do ter- Art. 52 Para as edificações industriais serão aplicados os se-
reno. guintes parâmetros urbanísticos:
Art. 46 Em áreas com declividade acima de 45º (quarenta I - considera-se gabarito a altura da edificação medida em
e cinco graus) não será permitido o parcelamento do solo, ca- metros, guardando-se a correspondência de 3,50m (três metros
bendo aos Planos Urbanísticos Regionais estabelecer condições e cinquenta centímetros) por pavimento para efeito de aplica-
mais restritivas. ção do gabarito estabelecido nos Planos Urbanísticos Regionais;
II - as indústrias de médio e grande porte deverão apresen-
SEÇÃO II tar, sempre, afastamento lateral de no mínimo 2,60m (dois me-
DAS OCUPAÇÕES EM TERRENOS COM ACENTUADO DECLI- tros e sessenta centímetros), quando apresentarem até 14,00m
VE E EM ENCOSTAS (quatorze metros) de altura;
III - para as edificações com altura superior a 14,00m (qua-
Art. 47 A ocupação nos terrenos com declividade média torze metros) os afastamentos laterais serão acrescidos de
igual ou superior a 20º (vinte graus) em qualquer fração urbana 0,40m (quarenta centímetros) por pavimento ou equivalente a
seguirá o disposto nesta Seção. cada 3,50m (três metros e cinquenta centímetros) excedente;
§ 1º O empreendedor deverá apresentar ao órgão munici- IV - os afastamentos das divisas de fundos serão, para os
pal competente o projeto de microdrenagem dos terrenos situ- casos enquadrados no inciso III, acrescidos de 0,50m (cinquenta
ados em áreas em declive ou em aclive. centímetros) por pavimento ou equivalente a 3,50m (três me-
§ 2º Somente serão permitidos cortes ou aterros com altura tros e cinquenta centímetros) excedente;
superior a 3.00m (três metros) através de análise especial, con- V - a área permeável do lote deverá ter no mínimo 50% (cin-
dicionada à apresentação de estudos de sondagem e projeto de quenta porcento) de sua área reservada para jardim arborizado.
contenção de encostas. Parágrafo Único - As definições de médio e grande porte es-
Art. 48 Nos terrenos com acentuado declive em relação ao tão dispostas na Subseção I, da Seção I, do Capítulo I do Título
logradouro público lindeiro, o primeiro pavimento pode se situ- III da presente Lei.
ar até 3 (três) pavimentos abaixo do nível fixado para o pavimen- Art. 53 A altura máxima dos edifícios garagem não poderá
to de acesso, respeitando o gabarito total conforme ilustrado no exceder o equivalente ao gabarito da fração multiplicado por
Croquis 6, do Anexo V, parte integrante desta Lei. 3,50m (três metros e cinquenta centímetros), resguardando um
Art. 49 Altura máxima admitida entre o piso do pavimento e afastamento lateral mínimo de 2,50m (dois metros e cinquenta
o perfil natural do terreno no seu ponto mais desfavorável será centímetros), conforme ilustrado no Croquis 8 do Anexo V, parte
de 5,50m (cinco metros e cinquenta centímetros) conforme ilus- integrante desta Lei, salvo exceções previstas nos Planos Urba-
trado nos Croquis 7 do anexo V, parte integrante desta Lei. nísticos Regionais.
Parágrafo Único - O espaço resultante não poderá ser uti-
lizado para cômodos de permanência prolongada de uso resi- SEÇÃO V
dencial. DO IMPACTO SOBRE A MORFOLOGIA URBANA

SEÇÃO III Art. 54 Causam impacto sobre a morfologia urbana as edifi-


DAS VIAS SEM SAÍDA cações cuja forma, tipo ou porte, impliquem em conflito com a
morfologia natural ou edificada local, como:
Art. 50 Para os lotes situados nas vias ou trechos de vias sem I - obstrução de vistas públicas notáveis que se constituam
saída com pista de tráfego de largura inferior a 6,00 (seis metros) em horizonte visual de ruas e praças, tanto naturais, como em
valerão índices urbanísticos diferentes dos da fração urbana na orlas de mar, lagoa e franjas de morros, quanto edificadas como
qual estão inseridos, conforme a seguinte especificação: no caso de marcos de referência local;

104
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

II - desertificação de passeios por extensão excessiva de mu- SEÇÃO II


ros e paredes cegas, superiores a 30,00m (trinta metros), e con- DAS EDIFICAÇÕES COLETIVAS
sequente perda de vitalidade urbana, ou empobrecimento esté-
tico da paisagem da rua e de sua ambiência urbana, excetuados Art. 57 Nas edificações coletivas o pavimento térreo pode-
os muros de arrimo ou de vedação por segurança institucional; rá ter aproveitamento com jirau de no máximo 50% (cinquenta
III - interrupção significativa do alinhamento com outras porcento) da área máxima definida pela taxa de impermeabi-
edificações, que se constitua em exceção à situação dominante, lização (TI) permitida, guardando sempre distância mínima de
resguardada a oportunidade de seu papel contrastante como 5,00m (cinco metros) em relação ao plano de fachada do pavi-
marco de referencia local; mento térreo, conforme ilustrado nos Croquis 1 e 5 do Anexo V,
IV - contraste ostensivo de volume em relação à escala do- parte integrante desta Lei.
minante na massa edificada local, provocando conflito de pro- Art. 58 Os embasamentos estão dispensados dos afasta-
porções com outras edificações, com a rua ou a praça, resguar- mentos laterais e de fundos e devem ter no máximo 3 (três) pa-
dada a oportunidade de seu papel como marco de referência, vimentos, sendo a cobertura do seu último pavimento utilizável
para o qual suas proporções deverão ser adequadas; como terraço, conforme ilustrado no Croquis 5 do Anexo V, par-
V - criação de vazios desproporcionais à massa edificada lo- te integrante desta Lei.
cal ou que provoquem sua descontinuidade, interrompendo a § 1º Excetuam-se da dispensa referida no caput deste arti-
típica contiguidade urbana da rua, com exceção da necessidade go os embasamentos em lotes confrontantes com áreas verdes
de se abrir ou se manter espaços para observação de vistas no- existentes ou projetadas.
táveis a que se refere o item I; § 2º A cobertura do último pavimento do embasamento
VI - edificações coletivas situadas em vias cuja distancia en- não poderá ser em laje quando o pavimento imediatamente aci-
tre as testadas for menor que 9,00m (nove metros), que, quan- ma deste for pavimento tipo.
do superiores a 4 pavimentos podem provocar uma ambiência Art. 59 Será facultado o aproveitamento da cobertura, não
opressiva pelo efeito visual de túnel, computável no gabarito, desde que contido em um único pavi-
VII - edificações que não possam ser contidas em um qua- mento, limitado a 50% (cinquenta porcento) da área do pavi-
drado de 50,00m (cinquenta metros) de lado que, por ultrapas- mento tipo e que respeite um afastamento mínimo de 3,50m
sarem estas dimensões, poderão provocar novas relações entre (três metros e cinquenta centímetros) em relação à fachada
as fachadas que compõem o cenário urbano local. frontal, e de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) em re-
§ 1º As instâncias de enquadramento nos incisos deste arti- lação as demais fachadas, conforme ilustrado no Croquis 1 do
go, de exigências, consequentes de análise dos casos e de apro- Anexo V, parte integrante desta Lei.
vação final dos relatórios, serão definidas através de portaria do § 1º Quando a edificação for colada nas divisas laterais o
órgão municipal competente. aproveitamento a que se refere o caput deste artigo fica dispen-
§ 2º Os casos enquadrados nos incisos deste artigo, pode- sado do afastamento nestas divisas.
rão ter que atender a exigências especificas, de adequação des- § 2º O pavimento citado no caput deste artigo poderá se
te regulamento as condições locais, sem prejuízo do número de constituir em unidades independentes ou dependência do pavi-
unidades habitacionais e da área equivalente. mento imediatamente inferior, ter uso coletivo ou abrigar equi-
§ 3º A aprovação final dos relatórios resultantes da análise pamentos tais como reservatórios e equipamentos mecânicos.
de impacto sobre a morfologia urbana será de responsabilidade § 3º Acima do pavimento de cobertura serão admitidos so-
do órgão municipal competente. mente compartimentos destinados aos equipamentos referidos
§ 4º Caberá ao Conselho Municipal de Urbanismo e Meio no parágrafo anterior.
Ambiente a aprovação dos recursos e dos casos em que se fizer § 4º Ficam dispensados do afastamento previsto no caput
necessária a alteração de índices urbanísticos para a adequação do artigo os elementos de circulação vertical, e reservatórios
as condições locais. d`água.
Art. 60 Poderá ser construída platibanda na laje de cober-
CAPÍTULO III tura projetada no máximo 1,00m (um metro) ao longo do perí-
DAS CONDIÇÕES DAS EDIFICAÇÕES metro da edificação, além dos planos de todas as fachadas, de
SEÇÃO I modo a constituir fator de segurança em caso de incêndio.
DAS EDIFICAÇÕES INDIVIDUAIS Art. 61 As edificações em lotes com profundidade inferior a
dois terços da largura de sua testada poderão guardar um afas-
Art. 55 Fica permitida a construção de até 2 (duas) unidades tamento mínimo de 2,50 (dois metros e cinquenta centímetros),
residenciais por lote em todo o Município, correspondendo ao na divisa de fundos quando não houver abertura de vãos dos
uso residencial individual. compartimentos principais ou de copas, cozinhas, quarto de em-
Parágrafo Único - Na Região Oceânica, só será permitida a pregada e áreas de serviço, caso em que deverão respeitar os
construção de 01 (uma) unidade residencial por lote, para uso prismas correspondentes.
individual. (Redação acrescida pela Lei nº 1594/1997) Art. 62 As edificações residenciais e comerciais deverão ob-
Art. 56 As edificações comerciais administrativas e de ser- servar as condições dispostas nas Subseções I e II e as edifica-
viços individuais que possuírem mais de 4 (quatro) pavimentos ções mistas deverão observar ambas.
deverão obedecer as condições para as edificações coletivas.

105
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SUBSEÇÃO I TÍTULO III


DAS EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS DA INSTALAÇÃO DE USOS

Art. 63 O balanço máximo de varandas, jardineiras e ele- Art. 70 Serão estabelecidas as condições necessárias e su-
mentos decorativos sobre os afastamentos, será de no máximo ficientes para garantir a convivência entre atividades diversifi-
2,00m (dois metros), devendo ter duas faces sem fechamentos cadas sem provocar comprometimento do ambiente natural e
e guardar um afastamento mínimo de 3,00m (três metros) em construído e das condições de circulação da Cidade, estabele-
relação as divisas. cendo, para tanto, a possibilidade de instalação de cada uso fun-
Parágrafo Único - Será permitida a ocupação dos afasta- damentada em:
mentos laterais com balanços, referidos no caput deste artigo I - infraestrutura viária instalada e condições físicas e funcio-
desde que estes ocupem no máximo 50% (cinquenta porcento) nais da via onde a atividade pretende se instalar;
da extensão de cada fachada. II - características da atividade pretendida.
Art. 64 Os pavimentos de embasamento estão dispensados
dos afastamentos laterais e de fundos e devem estar recuados CAPÍTULO I
no mínimo 10,00m (dez metros) em relação à testada do lote, DA CLASSIFICAÇÃO DE USOS
conforme ilustrado no Croquis 5 do Anexo V, parte integrante
desta Lei. Art. 71 Serão adotadas no Município seis categorias de usos:
Parágrafo Único - Poderá ser utilizada como estacionamen- I - residencial: destinado à habitação;
to a área contida na projeção da lamina, exceto o terço anterior II - comercial: destinado à venda direta ou indireta de pro-
desta, no pavimento térreo. dutos;
Art. 65 Os afastamentos laterais poderão ser reduzidos a III - serviços: destinado à prestação de serviços públicos ou
2,50m (dois metros e cinquenta centímetros), com possibilidade privados à população;
de abertura de vãos, que no caso dos compartimentos principais IV - misto: destinado simultaneamente a usos diferentes;
ou de cozinhas, áreas de serviço e quartos de empregada não V - industrial: destinado à produção de bens;
serão computáveis para efeito de iluminação e ventilação. VI - uso público: destinado a uso público ou especial.
Art. 66 As edificações que possuam mais que 12 (doze) uni- Parágrafo Único - Cada categoria de uso será normatizada
dades habitacionais por pavimento deverão ser submetidas a segundo as seguintes propriedades, que poderão incidir isola-
análise especial pelo órgão municipal competente. das ou associadamente:
I - quanto à edificação:
SUBSEÇÃO II 1. porte da edificação;
DAS EDIFICAÇÕES COMERCIAIS, DE SERVIÇOS E MISTAS 2. regime de apropriação do espaço.
II - quanto à interferência no Sistema Viário:
Art. 67 O afastamento frontal estabelecido nos Planos Ur- 1. atividades atratoras de veículos de carga;
banísticos Regionais será adotado tanto para o embasamento 2. atividades de horas de pico;
comercial quanto para a lâmina. 3. polos geradores de tráfego.
III - quanto ao grau de adequação ao meio ambiente;
Art. 68 O embasamento comercial poderá seguir a seguinte
IV - quanto ao grau de adequação ao meio urbano:
tipologia, conforme ilustrado no Croquis 9 do Anexo V, parte in-
1. impacto sobre a infraestrutura urbana;
tegrante da presente Lei:
2. impacto sobre a vizinhança;
I - o pavimento térreo será destinado a comércio, serviços
3. usos especiais.
e acessos, podendo conter jirau; o segundo pavimento poderá
V - quanto a garantir o uso público. (Redação dada pela Lei
ser comercial e/ou garagem e o terceiro pavimento deverá ser
nº 1563/1996)
destinado a garagem;
II - qualquer que seja o tipo de cobertura do último pavi-
SEÇÃO I
mento do embasamento, esta deverá estar recuada no mínimo
QUANTO AO PORTE E REGIME DE APROPRIAÇÃO
5,00m (cinco metros) em relação ao alinhamento frontal da lâ- SUBSEÇÃO I
mina; DO PORTE DA EDIFICAÇÃO
III - será facultada a ocupação do térreo com estacionamen-
to, desde que este não ocupe a faixa dos 5,00 (cinco) primeiros Art. 72 Os estabelecimentos de uso comercial e de presta-
metros a contar do alinhamento do embasamento. ção de serviços serão classificados de acordo com o porte da
Art. 69 A tipologia de edificação com embasamento comer- edificação, expresso em área total construída (ATC), conforme a
cial será restrita as vias tipo coletoras e outras que venham a ser seguinte classificação:
indicadas nos Planos Urbanísticos Regionais. I - pequeno porte: até 200,00m² (duzentos metros quadra-
dos);
II - médio porte: de 200,00m² (duzentos metros quadrados)
a 1.000,00m² (mil metros quadrados);
III - grande porte: acima de 1.000,00m² (mil metros quadra-
dos).

106
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Parágrafo Único - Para as atividades de serviço abaixo rela- Art. 77 São consideradas Atividades com Hora de Pico aque-
cionadas, o porte da edificação será calculado pela área do ter- las que induzem à concentração de automóveis nas horas de
reno (AT), conforme a seguir: pico a exemplo de estabelecimentos de ensino de 1º e 2º Grau
I - garagens de transporte coletivo de passageiros e de car- e Pré-Escolar de qualquer porte e creches de médio e grande
ga: porte. (Redação dada pela Lei nº 1563/1996)
a) pequeno - até 2.500,00m² (dois mil e quinhentos metros Art. 78 São considerados Pólos Geradores de Tráfego (PGT),
quadrados) AT; os estabelecimentos que em decorrência de suas atividades e
b) médio - de 2.500,00m² (dois mil e quinhentos metros porte de suas edificações, atraem ou produzem grande número
quadrados) a 5.000,00m² (cinco mil metros quadrados) AT; de viagens gerando conflitos na circulação de pedestres e veícu-
c) grande - acima de 5.000,00m² (cinco mil metros quadra- los em seu entorno imediato.
dos) AT. § 1º As atividades PGT podem ser enquadradas em catego-
II - clubes recreativos e desportivos: rias “P1” e “P2”, a partir de seus portes, conforme relacionado
a) pequeno - até 5.000,00m² (cinco mil metros quadrados) no Quadro do Anexo VI, parte integrante desta Lei.
AT; § 2º Os estabelecimentos que se enquadrarem como PGT
b) médio - de 5.000,00m² (cinco mil metros quadrados) a do tipo “P1” terão suas condições de instalação para cada tipo
10.000,00m² (dez mil metros quadrados) AT; de via dispostas nos quadros do Anexo VI, parte integrante desta
c) grande - acima de 10.000,00m² (dez mil metros quadra-
Lei.
dos) AT.
§ 3º Os estabelecimentos que se enquadrarem como PGT
Art. 73 O porte de edificações industriais é definido pela
do tipo “P2” serão objeto de análise especial pelo órgão munici-
área total construída (ATC) do empreendimento ou área do ter-
pal competente, observado o disposto na legislação.
reno (AT), prevalecendo a maior, conforme a seguir:
I - pequeno - até 800,00m² (oitocentos metros quadrados)
ATC ou 1.000,00m² (mil metros quadrados) AT; SEÇÃO III
II - médio - de 800,00m² (oitocentos metros quadrados) QUANTO AO GRAU DE ADEQUAÇÃO AO MEIO AMBIENTE
ATC até 4.000,00m² (quatro mil metros quadrados) ATC ou de
1.000,00m² (mil metros quadrados) AT a 5.000,00m² (cinco mil Art. 79 Os usos não residenciais que se caracterizem como
metros quadrados) AT; fonte efetiva ou potencialmente poluidora deverão ser analisa-
III - grande - acima de 4.000,00m² (quatro mil metros qua- dos segundo legislação especifica municipal, estadual e federal
drados) ATC ou 5.000,00m² (cinco mil metros quadrados) AT. para fins de sua localização e funcionamento.

SUBSEÇÃO II SEÇÃO IV
DO REGIME DE APROPRIAÇÃO DO ESPAÇO QUANTO AO GRAU DE ADEQUAÇÃO AO MEIO URBANO
SUBSEÇÃO I
Art. 74 Para efeito da aplicação desta Lei os usos serão clas- DO IMPACTO SOBRE A INFRAESTRUTURA URBANA
sificados como individuais e coletivos, conforme a seguir:
I - uso individual: Art. 80 Serão submetidos a análise especial e sujeitos a exi-
a) a ocupação de um lote por até 02 (duas) unidades habita- gências especificas, além daquelas que regulamentam o tipo de
cionais, quando não se tratar de vila; uso e ocupação, os empreendimentos que se enquadrarem nos
b) a ocupação de um lote em regime de vila, conforme le- seguintes casos:
gislação específica. I - aqueles empreendimentos que causam impacto sobre a
c) a ocupação de um lote por apenas 01 (uma) unidade não infraestrutura urbana, ou seja, que provoquem demandas estru-
residencial; turais que superem as previsões de concessionárias nos abas-
II - uso coletivo: são os casos que não se enquadram no tecimentos de energia, água, telefonia e esgotamento sanitário
inciso anterior, tais como edifícios de apartamentos, shopping ou pluvial;
centers, edifícios comerciais e pólos industriais. II - a instalação em terreno com área superior ou igual a
20.000,00m² (vinte mil metros quadrados) e/ou quando o ter-
SEÇÃO II
reno não puder ser contido em superfície com raio de 150,00m
QUANTO A INTERFERÊNCIA NO SISTEMA VIÁRIO
(cento e cinquenta metros), devido a interferências no Sistema
Viário;
Art. 75 As atividades poderão estar ainda classificadas como
atividades atratoras de veículos de carga, atividades com hora III - quando a edificação possuir área construída computável
de pico e pólos Geradores de Tráfego, cujas definições estão dis- maior ou igual a 20.000,00m² (vinte mil metros quadrados).
postas nesta Seção.
Art. 76 Considera-se Atividades Atratoras de Veículos de
Carga aquelas de comércio e serviços que atraem veículos de
carga com lentidão de manobras, a exemplo de entrepostos, ar-
mazéns, depósitos, comércio atacadista (grande porte), hiper-
mercado e supermercado (grande porte), garagens de ônibus e
de transportadoras e afins.

107
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SUBSEÇÃO II final (existente mais acréscimo) não ultrapasse 400m² (quatro-


DO IMPACTO SOBRE A VIZINHANÇA centos metros quadrados) e manter o seu afastamento quando
não se localizarem em vias arteriais. (Redação dada pela Lei nº
Art. 81 Causam impacto sobre a vizinhança as instalações 1563/1996)
de usos que pela natureza de suas atividades sejam incompatí- Art. 86 Nas edificações residenciais as vagas serão exigidas
veis com usos dominantes na área em que se pretende implan- de acordo com a área útil de suas unidades habitacionais (UH)
tar, independentemente do cumprimento de normas que o re- conforme a seguir.
gulamentem, podendo estes usos ter sua implantação proibida I - residencial coletivo:
após análise específica da área urbana em que são propostos. a) UH até 80,00m² (oitenta metros quadrados) - 1 (uma)
Parágrafo Único - Os Planos Urbanísticos Regionais dispo- vaga;
rão sobre o grau de adequação de usos e atividades nas frações b) UH de 80,00m² (oitenta metros quadrados) a 120,00m²
urbanas, podendo excetuar as condições estabelecidas na pre- (cento e vinte metros quadrados) - 1,5 (um e meia) vaga;
sente Lei, com a indicação de usos proibidos, permissíveis e con- c) UH de 120,00m² (cento e vinte metros quadrados) a
dicionados. 170,00m² (cento e setenta metros quadrados) - 2 (duas) vagas;
d) UH acima de 170m² - 3 (três) vagas.
SUBSEÇÃO III II - residencial individual:
DOS USOS ESPECIAIS a) até 180,00m² (cento e oitenta metros quadrados) - 1
(uma) vaga;
Art. 82 Os Usos Especiais terão suas condições de instalação b) acima 180,00m² (cento e oitenta metros quadrados) - 2
definidas em análise especial. Enquadram-se nesta categoria os (duas) vagas;
seguintes usos, listados no Anexo VIII, parte integrante desta Lei: Parágrafo Único - O número de vagas a que se refere o inciso
I - usos extraordinários: são aqueles destinados a esportes e I poderá ter a sua redução determinada pelos Planos Urbanísti-
lazer, de âmbito regional; cos Regionais, conforme as Tabelas a seguir:
II - usos institucionais especiais: são aqueles destinados ao
interesse público, à preservação ambiental, à segurança pública Tabela “A”
e a proteção e utilização de recursos energéticos;
III - uso público sem restrições. a)UHaté 50,00m²(cin-
dispensadas;
quentametros quadrados)
CAPÍTULO II b)UH de 50,00m²(cin-
DOS CRITÉRIOS PARA INSTALAÇÃO DE USOS E ATIVIDADES quentametros quadrados)
0,7 (setedécimos) vaga
até 80,00m² (oitenta metros
Art. 83 Para fins do que trata esta Lei, as atividades de uso quadrados)
comercial e de prestações de serviços se sujeitam aos mesmos c)UH de80,00m² (oi-
parâmetros de uso e ocupação sendo denominadas respectiva- tentametros quadrados)a
mente de comércio e serviços. 1 (uma) vaga;
120,00m² (cento e vinte me-
Art. 84 As limitações para a instalação de usos que decor- tros quadrados)
rem da sua interferência no tráfego dependerão da classificação
física e funcional das vias, disposta no Capitulo IV do Título I. d)UH de 120,00m²(cento
Art. 85 Nos estabelecimentos comerciais serão exigidas va- e vinte metros quadrados) 1,3(um e três décimos)
gas para estacionamento de veículos, de acordo com o porte da a 170,00m² (cento e setenta vagas;
edificação: metros quadrados)
I - pequeno porte: 1 (uma) vaga para cada 100,00m² (cem e)UH acima
metros quadrados) de Área Construída Computável (ACC); de170,00m²(cento e setenta 2 (duas) vagas
II - médio porte e grande porte: 1 (uma) vaga para cada metros quadrados)
60,00m² (sessenta metros quadrados) de Área Construída Com-
putável (ACC).
§ 1º A Área Construída Computável (ACC) é a área total Tabela B”
construída descontada a área de garagem. a)UHaté50,00m²(cin-
0,25(um quarto) vagas
§ 2º Não se enquadram no disposto no caput deste artigo quenta metros quadrados)
os clubes, centros culturais, cursos superiores, armazéns, gara- b)UH de 50,00m²(cin-
gens de coletivos e cargas, hospitais, hotéis, indústrias, motéis, quentametros quadrados)
museus, escolas e bibliotecas, cujas exigências de vagas estão 0,7 (setedécimos) vaga
até 80,00m² (oitenta metros
dispostas no Anexo IX, parte integrante desta Lei. quadrados)
§ 3º Ficam dispensadas do atendimento à exigência de no-
vas vagas de garagem as transformações de uso de edificações, c)UH de80,00m² (oi-
legalizadas até a data de publicação desta Lei, para outros usos tentametros quadrados)a
1 (uma) vaga;
individuais em todas as regiões do Município, exceto Polos Ge- 120,00m² (cento e vinte me-
radores de Tráfego ou Atividades com Hora de Pico, podendo tros quadrados)
as referidas edificações receber acréscimos desde que a área

108
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

d)UH de 120,00m²(cento Art. 95 Na zona de restrição à ocupação urbana somente


e vinte metros quadrados) 1,3(um e três décimos) será permitida a implantação de edificações destinadas ao uso
a 170,00m² (cento e setenta vagas; residencial, individual e coletivo, meios de hospedagem e as ati-
metros quadrados) vidades de lazer e turismo, tais como clubes recreativos, cam-
pings e afins.
e)UH acima
de170,00m²(cento e setenta 2 (duas) vagas SEÇÃO II
metros quadrados) DOS USOS MISTOS

Art. 87 As vagas localizadas nas bainhas de estacionamento Art. 96 Lotes e edificações de uso misto são permitidos em
poderão ser computadas para o atendimento da exigência de todo o Município exceto quando ocorrer o uso residencial com
vagas para unidades comerciais e de serviços. atividades perigosas e incomodas tais como postos de gasolina,
Art. 88 Os estabelecimentos industriais de qualquer porte comércio atacadista e indústrias poluentes.
e os comerciais e de serviços de grande porte deverão ter local Parágrafo Único - Lotes e edificações de uso misto são aque-
para carga e descarga dentro do lote com dimensões mínimas les destinados simultaneamente a usos diferentes.
de 3,00m (três metros) x 8,00m (oito metros) e 3,20m (três me- Art. 97 Atividades de indústria e comércio configurando uso
tros e vinte centímetros) de altura livre mínima quando situadas misto deverão atender as restrições específicas para cada uso.
em locais cobertos. (Redação dada pela Lei nº 1563/1996)
SEÇÃO III
SEÇÃO I DAS TRANSFORMAÇÕES USOS
DA LOCALIZAÇÃO DOS USOS
Art. 98 As transformações de usos estão condicionadas às
Art. 89 Os usos, de um modo geral, ficarão condicionados às características das vias e das frações urbanas em que se locali-
restrições dos Planos Urbanísticos Regionais e conforme o Capí- zam, devendo atender as condições dispostas nesta Lei e regula-
tulo I do presente Título, as atividades terão ainda sua instalação mentadas nos Planos Urbanísticos Regionais.
condicionada ao Quadro “Relação Uso do Solo/Sistema Viário”
do Anexo VII, parte integrante desta Lei. TÍTULO IV
Art. 90 O uso residencial individual ou coletivo, bem como DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
os meios de hospedagem de turismo, poderão se localizar em CAPÍTULO I
qualquer local do Município, exceto nas vias ou áreas onde hou- DA CONSULTA PRÉVIA
ver determinação legal em contrário.
Art. 91 Os usos de comércio e serviço de pequeno porte, Art. 99 A Prefeitura estabelecerá serviço de consulta prévia
com exceção das atividades com hora de pico e daquelas previs- à legislação urbanística, incluindo a presente Lei.
tas nos Planos Urbanísticos Regionais, poderão se localizar em Parágrafo Único - O objetivo da consulta prévia é facilitar
qualquer local da Zona Urbana, respeitadas as restrições esta- a obtenção pelo requerente de informações sobre a legislação
belecidas na legislação ambiental. urbanística em vigor em todo o território municipal, sem pre-
Art. 92 Nas vias arteriais principais e secundárias com faixa judicar a atividade do setor municipal que está encarregado de
exclusiva para ônibus adjacente ao passeio fronteiro aos lotes, análise e licenciamento de obras e atividades.
não será exigida vaga para estacionamento para os usos não re- Art. 100 O requerimento de consulta prévia deverá ser en-
sidenciais, coletivos ou individuais, de pequeno porte. dereçado ao órgão municipal competente, e dele constará:
§ 1º Fica obrigatório o acesso ao estacionamento por ou- a) o nome e endereço do requerente;
tra via para os usos não residenciais, coletivos ou individuais, de b) o objeto do requerimento;
médio e grande porte. c) o endereço completo do imóvel objeto de consulta.
§ 2º Quando se tratar de pólos geradores de tráfego, es- Art. 101 A resposta à consulta prévia, cujas diretrizes terão
tes deverão respeitar as condições para a via em que se dará validade pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, em hipótese
o acesso ao estacionamento, de acordo com o Quadro “Pólos alguma garante ao requerente aprovação de projeto ou licença
Geradores de Tráfego”, no Anexo VI, parte integrante desta Lei. para construir, modificar ou reformar, ou alvará de funciona-
Art. 93 Nas vias de encosta serão proibidas as atividades ge- mento, devendo este atender a todas as obrigações cabíveis em
radoras de tráfego de veículos de carga. cada caso e determinadas em Lei.
Art. 94 Fica proibido o uso comercial e de serviços, individu-
al ou coletivo, de médio ou grande porte, em todos os trechos CAPÍTULO II
de ruas sem saída, nas travessas e nas ruas com pista de tráfego DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
inferior a 6,00m (seis metros). SEÇÃO I
Parágrafo Único - Os projetos das edificações de uso de DAS INFRAÇÕES
serviços públicos e de relevante interesse social poderão ter
parâmetros de uso e ocupação do solo diferentes daqueles in- Art. 102 Constitui infração para os efeitos desta Lei, toda
dicados nesta Lei, que serão apreciados pelo órgão municipal ação ou omissão que importe na inobservância de preceitos es-
competente, ouvido o Conselho Municipal de Urbanismo e Meio tabelecidos na legislação de uso e ocupação do Município, es-
Ambiente. pecialmente nesta Lei, nos Planos Urbanísticos Regionais e na

109
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

regulamentação de Áreas de Especial Interesse ou na desobedi- XVIII - não contar com profissional devidamente habilitado
ência às determinações de caráter normativo dos órgãos ou das como responsável técnico da obra;
autoridades administrativas competentes. XIX - não executar as medidas necessárias para sanar perigo
Art. 103 As infrações às disposições previstas na legislação iminente resultante de embargo da obra.
municipal de uso e ocupação do solo, sujeitarão o infrator às § 1º Os autos relativos às infrações dos dispositivos legais
seguintes penalidades: serão lavrados após prévia constatação da infringência, por au-
I - multa; toridade fiscal competente.
II - embargo de obra; § 2º São consideradas faltas graves as infrações previstas
III - interdição; nos incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X e XVIII.
IV - apreensão; § 3º Todas as penalidades deverão constar do registro da
V - cancelamento da licença de obras; firma no órgão municipal competente.
VI - demolição. § 4º Os casos de faltas reincidentes e graves serão comuni-
§ 1º As penalidades dos incisos II, III, IV, V e VI deste artigo cados ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - CREA/
poderão ser aplicadas cumulativamente com a do inciso I, inde- RJ.
pendentemente da obrigação de sanar os danos resultantes da Art. 105 São solidariamente responsáveis:
infração. I - o proprietário, promitente comprador, cessionário, pro-
§ 2º Pelo não cumprimento de embargo ou interdição obri- mitente cessionário ou detentor de posse ou administrador;
gatória serão aplicadas multas diárias de valor igual a do auto de II - o profissional responsável técnico;
infração correspondente. III - terceiros contratados para execução de obras ou servi-
Art. 104 São infrações: ços que estejam em desacordo com a presente Lei;
I - não respeitar recuos, afastamentos, faixas de drenagem IV - quem tenha dado causa ao ato infracional.
e demais restrições de ocupação previstas na legislação ou no
projeto aprovado; SEÇÃO II
II - apresentar projeto em evidente desacordo com o local, DAS MULTAS
omitir a existência de cursos d`água ou de topografia acidentada
Art. 106 As infrações aos dispositivos legais serão passíveis
que exija obras de contenção ou por falsear medidas, cotas e
das seguintes multas sem prejuízo da aplicação das demais me-
demais indicações do projeto;
didas administrativas previstas no artigo 103 desta Lei:
III - assumir a responsabilidade da execução de qualquer
I - multa de 05 (cinco) UFINIT para as infrações contidas nos
obra ou instalação e não dirigir de fato os respectivos serviços;
incisos XII, XIII, XIV, XV e XVI do artigo 104;
IV - praticar imperícia devidamente apurada na execução de
II - multa de 10 (dez) UFINIT para as infrações contidas no
qualquer obra ou instalação;
inciso XIX do artigo 104;
V - apresentar cálculos, memoriais justificativos ou outra
III - multa de 20 (vinte) UFINIT para as infrações contidas
documentação não verdadeiros;
nos incisos I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI, XVII e XVIII do artigo
VI - executar obra ou instalação clandestinamente; 104.
VII - deixar de efetivar exigências feitas ao projeto para sua § 1º A multa relativa à infração do inciso XV do artigo 104
aprovação na execução da obra ou instalação; será cobrada diariamente após o prazo concedido até que seja
VIII - iniciar obra ou instalação sujeita a projeto, sem aprova- sanada a infração.
ção, sem licença, com licença não atualizada ou com licença não § 2º Em caso de reincidência em infrações previstas nesta
compatível com a obra ou instalação em execução; Lei, a nova multa será sempre com valor dobrado da anterior-
IX - fazer ou veicular proposta, contrato, prospecto ou co- mente imposta.
municação ao público ou a interessados, com afirmação falsa § 3º As multas aplicadas em conformidade com o parágra-
sobre legalidade dos empreendimentos, ou ocultar fraudulenta- fo 1º serão interrompidas quando o infrator adotar as medidas
mente fato a eles relativos; especificas para cessar e corrigir as irregularidades e requerer a
X - obstruir, dificultar o escoamento ou desviar cursos d`á- legalização, quando esta for possível, em conformidade com a
gua perenes ou não; legislação atinente.
XI - ocupar prédio ou instalação sem o necessário aceite; Art. 107 O pagamento das multas previstas no artigo 106
XII - dificultar a fiscalização da obra ou instalação; desta Lei não sana a infração, ficando o infrator na obrigação de
XIII - não colocar a placa indicativa da obra, conforme legis- legalizar a obra ou instalação executada sem licença ou demoli-
lação especifica municipal; -la, desmontá-la ou modificá-la. Quando for o caso.
XIV - ausência no local da obra da respectiva Licença e pro- Parágrafo Único - Enquanto não for sanada a infração, o
jeto aprovado; Imposto Sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)
XV - não cumprimento de determinação constante em inti- do imóvel será lançado pela alíquota de 4% (quatro porcento)
mação ou notificação: quando Territorial, e 1,5 % (um e meio porcento), quando Pre-
XVI - recusar-se a apresentar os documentos solicitados dial.
pelo agente fiscal para a devida ação fiscal, Art. 108 As multas previstas nas alíneas IV, V, X, XIII, XIV e XX
XVII - não apresentação à fiscalização, quando solicitado, no serão sempre precedidas de intimação para enquadramento nas
prazo de 10 (dez) dias, de documentos necessários à execução exigências, sendo as demais aplicadas quando da constatação
da obra, da infração.

110
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 1º Da intimação constarão os dispositivos legais infringi- SEÇÃO III


dos e os prazos dentro dos quais deverão ser cumpridas as exi- DA INTERDIÇÃO
gências legais, que não poderão ser superiores a 15 (quinze) dias
corridos. Art. 114 O prédio, ou qualquer de suas dependências, po-
§ 2º Decorrido o prazo fixado e não cumprido o enquadra- derá ser interditado, provisória ou permanentemente, nos se-
mento nas exigências legais será lavrado o auto de infração, sen- guintes casos:
do aplicadas as multas previstas no art. 106 e demais penalida- I - se for utilizado para fim diverso do consignado no respec-
des cabíveis. tivo projeto, verificado o fato pela municipalidade;
§ 3º Mediante requerimento do responsável pela infração II - se não for cumprido o embargo estabelecido na forma
à autoridade competente, o prazo para cumprimento da intima- desta Lei;
ção poderá ser dilatado por mais um período, quando cabível, III - se não atender ao mínimo de conforto e segurança, es-
não podendo a prorrogação exceder o período igual ao anterior- tabelecido na legislação,
mente fixado. IV - se oferecer iminente perigo.
Art. 109 A recusa por parte do responsável em receber a Art. 115 A interdição, prevista no artigo anterior, será im-
intimação ou o auto de infração não o invalidará, devendo neste posta por escrito, após “Vistoria Administrativa”.
caso os mesmos serem publicados no Diário Oficial do Municí-
pio. SEÇÃO IV
Parágrafo Único - Não estando o responsável no local, será DA APREENSÃO
válido o recebimento da intimação ou do auto de infração por
qualquer pessoa presente vinculada à obra. Art. 116 Quando não for obedecido o embargo da obra,
fica o Poder Executivo autorizado a apreender todo e qualquer
SEÇÃO II
maquinário, ferramentas e demais equipamentos que se fizer
DO EMBARGO DE OBRAS
necessário a fim de assegurar o embargo.
§ 1º Toda apreensão deverá constar de termo lavrado pela
Art. 110 O embargo das obras, sem prejuízo das multas, po-
derá ser aplicado quando: autoridade competente, que fará uma via para o responsável,
I - estiver sendo executada sem licença; com a especificação do que foi apreendido, que deverá ser re-
II - for desrespeitado o respectivo projeto aprovado; colhido a um depósito da Prefeitura, e prazo concedido para a
III - estiver sem a placa indicativa da obra, após o prazo con- sua retirada.
cedido em intimação para sua colocação; § 2º Não estando o responsável no local, será válido o rece-
IV - colocar em risco a estabilidade de terrenos, não atender bimento do termo de apreensão por qualquer pessoa presente
condições de segurança ou resultar em riscos e/ou perigo a ter- vinculada à obra.
ceiros ou para o pessoal que executa as obras; § 3º A devolução do que foi apreendido só se fará após a
V - não for atendida intimação referente ao cumprimento comprovação do pagamento das multas devidas pelas infrações
dispositivos legais; cometidas.
VI - não for utilizado para o fim consignado no respectivo § 4º No caso de não ser retirado dentro do prazo estipulado
projeto aprovado. no termo de apreensão, o que for apreendido poderá ser vendi-
Art. 111 O encarregado da fiscalização, quando constatada do em leilão público pela Prefeitura.
a ocorrência de casos citados no artigo anterior fará, além do § 5º Mediante requerimento do responsável pela infração à
auto de infração, o edital de embargo da obra, sem prejuízo da autoridade competente, o prazo para retirada do que foi apre-
imposição das multas previstas nesta Lei, dando imediata ciên- endido poderá ser dilatado por mais um período, quando ca-
cia da mesma à autoridade superior. bível, não podendo a prorrogação exceder o período igual ao
§ 1º Além do edital por escrito do embargo, o mesmo deve- anteriormente fixado.
rá ser publicado no Diário Oficial do Município.
§ 2º Para assegurar o embargo, a Prefeitura poderá, se for SEÇÃO V
o caso, requisitar força policial, observados os requisitos legais DO CANCELAMENTO DA LICENÇA DE OBRAS
cabíveis.
Art. 112 Se o embargo resultar de perigo iminente, o res- Art. 117 O Município poderá proceder ao cancelamento
ponsável deverá ser intimado a executar imediatamente todas da Licença de Obras quando estas estiverem sendo executadas
as medidas consideradas necessárias para sanar o mesmo.
em desacordo com o projeto licenciado ou quando verificadas
Art. 113 O embargo só será levantado após o cumprimento
quaisquer das seguintes infrações:
das exigências consignadas no respectivo auto de infração e de-
I - caracterização formal de abandono da obra;
pois de comprovado o pagamento das multas impostas.
II - execução deliberada da obra ou instalação em desacordo
Parágrafo Único - Se a obra embargada não for legalizável,
só poderá ser levantado o embargo após o desfazimento, demo- com a legislação atinente, apesar de prévias intimações e apli-
lição ou retirada do que for exigido, de acordo com o disposto cação de multas:
nesta Lei. III - não atendimento das exigências realizadas através de
intimação;
IV - não cumprimento de embargo de obra.

111
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Parágrafo Único - O cancelamento da Licença de Obras será § 1º Para efeito de cálculo de gabarito referido no art. 29
feita através de termo específico lavrado pela autoridade com- da presente Lei, na Região Norte será computado o número de
petente, que emitirá uma via para o responsável, devendo o pavimentos tipo previsto pela legislação vigente, acrescido do
mesmo ser publicado no Diário Oficial do Município. embasamento, conforme tipologia prevista no art. 58 da presen-
te Lei.
SEÇÃO VI § 2º Até a aprovação dos Planos Urbanísticos Regionais,
DA DEMOLIÇÃO as atividades com hora de pico em vias arteriais serão permiti-
das quando implantadas em terrenos com testadas maiores ou
Art. 118 A demolição total ou parcial do prédio, será impos- iguais a 50,00 (cinquenta) metros e sujeitas à análise especial
ta nos seguintes casos: pelo órgão municipal competente, resguardadas as condições
I - quando a obra for clandestina e não for passível de lega- de tráfego no local, ficando os demais tipos de usos e atividades
lização; em vias arteriais condicionados ao atendimento das exigências
II - quando a obra ou instalação for executada desrespei- para Polos Geradores de Tráfego (PGT), sem prejuízo das demais
tando o projeto aprovado, em aspectos não passíveis de lega- exigências legais. (Redação dada pela Lei nº 1563/1996)
lização; Art. 121 O critério para cálculo de vagas de estacionamento
III - quando a obra for considerada perigosa e quando o pro- nas sub-regiões de Barreto, Engenhoca, Caramujo e Ititioca será
prietário não quiser tomar as providências dentro do prazo que realizado da seguinte maneira:
a municipalidade definir para a segurança. I - edificações de uso residencial coletivo obedecerão ao dis-
posto na Tabela “B”, do art. 86 desta Lei;
Parágrafo Único - As despesas decorrentes da execução da II - edificações em regime de vila obedecerão à seguinte Ta-
demolição pela municipalidade serão cobradas do proprietário, bela:
podendo ser lançadas no Imposto sobre a Propriedade Predial
ou Territorial Urbana. edificaçõesaté 50,00m²(-
0,5 (meia) vaga
cinquentametros quadrados)
SEÇÃO VII
edificações50,00-
DA VISTORIA ADMINISTRATIVA
80,00m² (entre cinquenta eoi- 0,7 (setedécimos) vaga
tentametros quadrados)
Art. 119 A vistoria administrativa que se fizer necessária
para verificação de aspectos técnicos de cumprimento do dis- edificaçõesacimade
posto nesta Lei e nas demais legislações atinentes será realiza- 80,00m² (oitenta metros qua- 1 (uma) vaga;
da por Comissão de Vistoria, formada no mínimo por 03 (três) drados)
servidores municipais, designada especificamente para esse fim,
através de portaria de autoridade municipal competente. Art. 122 Enquanto não forem aprovados os Planos Urbanís-
§ 1º A Comissão de Vistoria fará o Relatório de Vistoria, no ticos Regionais, o lote mínimo na zona de restrição à ocupação
prazo determinado pela portaria que a designou, onde consta- urbana será de 650,00m² (seiscentos e cinquenta metros qua-
rão as determinações a serem cumpridas para cumprimento do drados) salvo exceções previstas no Plano Diretor.
disposto nesta Lei e nas demais legislações atinentes. Art. 123 Na Região Norte as edificações com gabarito até 4
§ 2º As determinações do Relatório de Vistoria serão noti- pavimentos poderão ser coladas nas divisas laterais com taxa de
ficadas por escrito pela autoridade competente ao responsável, ocupação de até 70% (setenta porcento) desde que respeitada
de acordo com o disposto nesta Lei. a taxa de impermeabilização, até a posterior regulamentação do
seu Plano Urbanístico Regional.
CAPÍTULO III Art. 124 Fica o Poder Executivo autorizado a definir, no pra-
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS zo de 30 (trinta) dias, a classificação funcional das vias do Muni-
cípio de acordo com os critérios estabelecidos nesta Lei.
Art. 120 As seguintes disposições desta Lei somente serão Art. 125 No prazo de 90 (noventa) dias o Poder Executivo
aplicadas após a aprovação dos Planos Urbanísticos Regionais, deverá proceder a definição ou revisão do Projeto de Alinha-
prevalecendo neste período as normas da legislação anterior à mento das vias arteriais e coletoras do Município.
aprovação da presente Lei:
I - critérios de instalação de usos e atividades para todas as CAPÍTULO IV
vias das Regiões Leste, Oceânica e Pendotiba; DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
II - critérios de instalação de usos e atividades para as vias
locais da Região Norte; Art. 126 Os dispositivos presentes nesta Lei que depende-
III - a tipologia de embasamento disposta no art. 58 nas Re- rem de instruções suplementares obedecerão à regulamentação
giões Pendotiba, Leste e Oceânica; específica.
IV - exigência de afastamento lateral para as edificações co- Art. 127 Portaria do órgão municipal competente estabele-
merciais, de serviços e mistas com até dois pavimentos, excluí- cerá normas para apresentação de projeto de arquitetura e de
da a cobertura, exceto quando confrontantes com áreas verdes planta de localização do empreendimento. (Redação dada pela
existentes ou projetadas. Lei nº 1563/1996)

112
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 128 Quando o cálculo de um índice urbanístico resultar TÍTULO I


em número fracionário haverá aproximação para o número in- DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
teiro imediatamente superior sempre que a primeira casa deci-
mal igualar ou ultrapassar cinco unidades. Art. 1º A presente Lei dispõe sobre o Plano Urbanístico da
Art. 129 O parcelamento e a edificação, em áreas despro- Região (PUR) das Praias da Baía, seu zoneamento ambiental, a
vidas de rede de esgotamento sanitário e de abastecimento de implementação de políticas setoriais, a aplicação de instrumen-
água, ficam condicionados à execução de sistema individual ou tos de política urbana e a ordenação do uso e da ocupação do
coletivo de tratamento e disposição dos efluentes sanitários a solo na Região, sendo observadas as seguintes diretrizes:
nível secundário e de abastecimento de água. I - pleno desenvolvimento das funções sociais da Cidade;
§ 1º Os sistemas referidos no caput deste artigo serão de II - garantia do bem-estar de seus habitantes;
responsabilidade do empreendedor e deverão ser submetidos III - adequada distribuição da população, das atividades so-
a aprovação do órgão municipal competente, devendo ser apre- cioeconômicas e dos equipamentos urbanos e comunitários, ao
sentados projetos específicos, com o dimensionamento para a espaço urbano;
construção do sistema e sua indicação na planta baixa ou de si- IV - integração e complementaridade das políticas de uso e
tuação. ocupação do solo, meio ambiente, habitação, saneamento bási-
§ 2º O aceite da obra fica condicionado à construção do sis-
co, transportes e Sistema Viário, serviços públicos, equipamen-
tema de abastecimento de água e de tratamento e disposição
tos urbanos e comunitários;
dos efluentes sanitários a nível secundário.
V - ordenação e correção da expansão urbana;
§ 3º A construção de sistemas individuais referidos no caput
VI - proteção, recuperação e uso sustentável dos recursos
deste artigo, em caso de parcelamento, não será de responsa-
bilidade do empreendedor, devendo ser gravado no projeto a naturais;
obrigatoriedade de sua execução, ficando vinculada a aprovação VII - proteção e recuperação do Patrimônio Histórico, Artís-
dos projetos e aceite de obras de edificações, respectivamen- tico, Turístico, Cultural e Paisagístico;
te, à apresentação de projetos dos sistemas individuais e à sua VIII - integração das áreas de ocupação informal à Cidade
execução. formal;
Art. 130 Constituem parte integrante desta Lei os seguintes IX - adequação do direito de construir à função social da
Anexos: propriedade;
ANEXO I - Glossário X - aplicação de instrumentos de política urbana que regu-
ANEXO II - Bainhas de Estacionamento lam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da
ANEXO III - Condições de Retorno segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio
ANEXO IV - Parâmetros de Ocupação ambiental.
ANEXO V - Interpretação Gráfica Art. 2º Para fins desta Lei, entende-se por:
ANEXO VI - Quadro: Polos Geradores de Tráfego I - afastamento de fundos: distância que separa os planos de
ANEXO VII - Quadro: Relação Uso do Solo - Sistema Viário fachadas das divisas de fundos do terreno;
ANEXO VIII - Listas de Usos Especiais II - afastamento frontal: distância que separa os planos de
ANEXO IX - Quadro de Vagas para Estacionamento. fachadas da testada do terreno ou dos alinhamentos projetados;
Art. 131 Esta Lei entra em vigor na data de sua publica- III - afastamento lateral: distância que separa os planos de
ção, revogadas as disposições em contrário e em especial a Lei fachadas das divisas laterais do terreno;
660/87. IV - alinhamento: linha projetada para marcar o limite entre
Prefeitura Municipal de Niterói, em de dezembro 1995. o terreno e o logradouro público ao longo de uma determinada
via;
V - Área Edificável Computável: área total de construção,
PLANOS URBANÍSTICOS (LEIS Nº 1967/02 E 1968/02, descontadas as áreas de garagens, de varandas, de comparti-
LEI Nº 2.233/05 E LEI Nº 3.195/16). mentos técnicos, de lazer e de uso comum;
VI - Áreas de Especial Interesse: porções do território muni-
cipal delimitadas pelo Poder Público com o propósito de serem
LEI Nº 1967, DE 04/04/2002 - PUB. DIÁRIO OFICIAL, DE
submetidas a um regime urbanístico especial, que estabelecerá
05.04.2002
os padrões de parcelamento e de uso e ocupação do solo, visan-
(Vide revogação dada pela Lei nº 2406/2006)
do cumprir seus objetivos;
DISPÕE SOBRE O PLANO URBANÍSTICO DA REGIÃO DAS VII - Área de Especial Interesse Ambiental: área destinada
PRAIAS DA BAÍA, SEU ZONEAMENTO AMBIENTAL, A IMPLEMEN- à criação de unidades municipais de conservação ambiental ou
TAÇÃO DE POLÍTICAS SETORIAIS, A APLICAÇÃO DE INSTRUMEN- para delimitação de áreas de preservação permanente;
TOS DE POLÍTICA URBANA E A ORDENAÇÃO DO USO E DA OCU- VIII - Área de Especial Interesse Paisagístico: área cuja ambi-
PAÇÃO DO SOLO NA REGIÃO. ência contempla sítios ou paisagens de feição notável, naturais
ou agenciadas pelo homem, que importem preservar;
A Câmara Municipal de Niterói decreta e eu sanciono a se- IX - Área de Especial Interesse Pesqueiro: área onde há in-
guinte Lei: teresse público de preservar e apoiar atividades de pesca pro-
fissional;

113
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

X - Área de Especial Interesse Social: área com ocupação XXII - cota de referência de gabarito: cota topográfica básica
consolidada não formal por população de baixa renda, onde a partir da qual o gabarito permitido passa a sofrer reduções
o Poder Executivo Municipal pretenda realizar a regulamenta- especificadas nesta Lei;
ção urbanística e a regularização jurídica da terra, ou área sem XXIII - decibéis - dB(A): escala de indicação de nível de pres-
ocupação consolidada, onde o Poder Executivo Municipal tenha são sonora relativa à curva de ponderação “A”;
interesse em promover a construção de habitações para popu- XXIV - embasamento: corresponde aos pavimentos inferio-
lação de baixa renda; res de uma edificação, de uso comum, onde são proibidas uni-
XI - Área de Especial Interesse Turístico: área onde há in- dades habitacionais;
teresse público de aproveitar o potencial turístico, fazendo-se XXV - fração urbana: subdivisão de Zona Urbana definida
necessários investimentos, regulamentações e intervenções es- por possuir características arquitetônicas homogêneas ou que
pecíficas; deva ser submetida a um controle urbanístico que defina as es-
XII - Área de Especial Interesse Urbanístico: área onde o Po- tratégias de ocupação do solo naquele local;
der Público tem interesse na implantação de projetos, visando XXVI - gabarito da lâmina: número de pavimentos, excluídos
alcançar transformações urbanísticas, estruturais e/ou provê-la os pavimentos do embasamento e a cobertura;
de equipamentos urbanos e serviços públicos; XXVII - gabarito do embasamento: número de pavimentos
XIII - Área de Preservação do Ambiente Urbano (APAU): área do embasamento de uma edificação coletiva, residencial, co-
que visa proteger e conservar espaços de ruas, praças e outros mercial, de serviços ou mista;
logradouros, bem como a volumetria e as características arqui- XXVIII - lâmina: parte da edificação onde se encontram os
tetônicas das edificações em geral, em locais que testemunham pavimentos destinados a unidades habitacionais, salas ou es-
a história da formação da Cidade; critórios, que deve respeitar afastamentos e taxa de ocupação,
XIV - Área de Preservação Permanente: constituída por ter- podendo conter pavimentos não habitacionais;
ras públicas ou privadas, destinada à proteção de mananciais, XXIX - Monumento Natural: categoria de unidade de con-
remanescentes da Mata Atlântica e demais formas de vegetação servação, que pode ser constituído por área pública ou particu-
natural de preservação permanente, onde não serão permitidas lar, e que tem o objetivo de preservar sítios naturais raros, singu-
quaisquer atividades modificadoras do meio ambiente; lares ou de grande beleza cênica, sujeito às normas e restrições
XV - Área de Proteção Ambiental: categoria de unidade de de um Plano de Manejo;
conservação, constituída por terras públicas ou privadas, em ge- XXX - outorga onerosa do direito de construir (solo criado):
ral extensa, com um certo grau de ocupação humana, dotada de instrumento que permite construir, mediante contrapartida,
atributos abióticos, bióticos, estéticos ou culturais especialmen- acima do coeficiente de aproveitamento básico, até o limite es-
te importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das po- tabelecido pelo Plano Urbanístico Regional (PUR), na forma da
pulações humanas, e que tem como objetivos básicos proteger legislação aplicável e em especial a Lei Federal nº 10.257/2001
a diversidade biológica, disciplinar o processo de ocupação e as- (Estatuto da Cidade);
segurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais, sujeito XXXI - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios:
às normas e restrições de um Plano de Manejo; obrigação que pode ser estipulada pelo Poder Executivo Muni-
XVI - atividades com hora de pico: comércio e serviços que cipal a proprietários de imóveis para parcelamento, edificação
induzem à concentração de automóveis nas horas de pico, tais ou utilização compulsórios, em casos definidos, na forma da le-
como escolas de qualquer porte e creches de médio e grande gislação aplicável e em especial a Lei Federal nº 10.257/2001
porte, conforme relação definida na legislação de uso e ocupa- (Estatuto da Cidade);
ção do solo; XXXII - Parque Municipal: categoria de unidade de conserva-
XVII - atividades geradoras de tráfego de veículos de carga: ção, de posse e domínio público, que tem como objetivo básico
comércio, indústria e serviços que atraem veículos de carga com a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância
lentidão de manobras, tais como entrepostos, armazéns, depó- ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesqui-
sitos, comércio atacadista e supermercado de grande porte, hi- sas científicas, o desenvolvimento de atividades de educação e
permercado, garagens de ônibus, transportes e afins, conforme interpretação ambiental, de recreação em contato com a natu-
relação definida na legislação de uso e ocupação do solo; reza e de turismo ecológico, sujeito às normas e restrições do
XVIII - coeficiente de aproveitamento: índice definido pela Plano de Manejo;
divisão da área edificável computável pela área do terreno; XXXIII - Parque Urbano: área verde, de domínio público,
XIX - coeficiente de aproveitamento mínimo: índice que, destinada ao lazer e à recreação pública, que deverá ter garanti-
multiplicado pela área do lote, estabelece a área mínima de da a proteção de seus atributos ambientais;
construção nesse lote, abaixo da qual o imóvel será considerado XXXIV - pavimento de cobertura: área edificável localizada
subutilizado para efeito de aplicação do parcelamento, edifica- acima do último pavimento da lâmina de uma edificação;
ção e uso compulsórios, na forma da legislação aplicável e em XXXV - pavimento semienterrado: aquele com uma parte de
especial a Lei Federal nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade); sua altura acima do nível do solo e outra abaixo;
XX - coeficiente de aproveitamento básico: limite do coefi- XXXVI - Plano de Manejo: documento técnico mediante o
ciente de aproveitamento até o qual não se aplica o solo criado, qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de
conforme Lei Federal nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade); conservação, são estabelecidos o seu zoneamento e as normas
XXI - cota de densidade: grandeza absoluta de valor variá- que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos natu-
vel, cuja área de um lote por ela dividida determina o número rais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à
de unidades habitacionais admissível nesse lote; gestão da unidade;

114
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XXXVII - polos geradores de tráfego: estabelecimentos que, LIV - uso individual: ocupação de um lote por apenas uma
em decorrência de suas atividades e do porte de suas edifica- unidade comercial ou de serviços, por até duas unidades habita-
ções, atraem ou produzem grande número de viagens, gerando cionais, por uma unidade habitacional e uma unidade comercial
conflitos na circulação de pedestres e veículos em seu entorno ou de serviços ou por mais unidades habitacionais, quando em
imediato; regime de vila conforme legislação específica;
XXXVIII - pórtico/murada: muro com altura compatível com LV - uso industrial: destinado à produção de bens;
a altura do térreo dos imóveis imediatamente vizinhos, cuja LVI - uso industrial de grande porte: acima de quatro mil
concepção plástica, tais como saliências, reentrâncias, cheios, metros quadrados de Área Total de Construção (ATC);
vazios, texturas, cores, coroamento, entre outros, mantenha a LVII - uso industrial de médio porte: entre oitocentos me-
continuidade das fachadas, em Áreas de Preservação do Am- tros quadrados e quatro mil metros quadrados de Área Total de
biente Urbano (APAU); Construção (ATC);
XXXIX - recuo: incorporação ao logradouro público de parte LVIII - uso industrial de pequeno porte: até oitocentos me-
da área de um lote a ele adjacente, a fim de recompor o seu tros quadrados de Área Total de Construção (ATC);
alinhamento, que deverá passar obrigatoriamente ao domínio LIX - uso misto: edificações que possuam usos diferentes;
do Município quando o lote for edificado ou a edificação nele LX - uso residencial: destinado à habitação;
existente sofrer acréscimo ou transformação de uso; LXI - Zona de Restrição à Ocupação Urbana: abrange áreas
XL - região de planejamento: divisão do território municipal cujas condições físicas exigem parâmetros especiais para ocu-
com base nas bacias hidrográficas e em critérios de homoge- pação urbana, considerando-se características geológicas, pai-
neidade em relação à paisagem, tipologias de ocupação, uso e sagísticas, topográficas, de cobertura vegetal e de importância
parcelamento do solo, assim como aspectos socioeconômicos; para preservação de espécies nativas da fauna e flora;
XLI - sub-região de planejamento: subdivisão da região de LXII - Zona Urbana: adequada à urbanização, efetivamente
planejamento, geograficamente identificável, e que apresenta ocupada ou destinada à expansão da Cidade.
critérios de homogeneidade em relação à paisagem, tipologias Art. 3º A Região das Praias da Baía está delimitada no Anexo
de ocupação, uso e parcelamento do solo, assim como aspectos III e no Mapa 1 do Anexo I desta Lei, e compreende os Bairros da
socioeconômicos; Boa Viagem, Cachoeira, Charitas, Centro, Fátima, Gragoatá, Ica-
XLII - subsolo: pavimento abaixo do nível do solo; raí, Ingá, Jurujuba, Morro do Estado, Pé Pequeno, Ponta d`Areia,
XLIII - taxa de impermeabilização: porcentagem máxima da Santa Rosa, São Domingos, Saco de São Francisco, Viradouro e
superfície do lote passível de ser coberta ou pavimentada; Vital Brazil.
XLIV - taxa de ocupação: relação percentual entre a área de
projeção da lâmina, descontadas as áreas de varandas, e a área TÍTULO II
do terreno, incluídas as áreas de recuo, quando houver; DO ZONEAMENTO AMBIENTAL
XLV - transformação de uso: substituição no uso do imóvel,
que deverá estar condicionada às características da via e da fra- Art. 4º O zoneamento ambiental condiciona o uso e a ocu-
ção urbana em que se localiza; pação do solo na Região das Praias da Baía, dividindo-a em Zona
XLVI - unidade de conservação: espaço territorial e seus Urbana e Zona de Restrição à Ocupação Urbana, esta última des-
recursos ambientais, com características naturais relevantes, li- crita no Anexo III e no Mapa 2 do Anexo I desta Lei, e em Áreas
mites definidos, legalmente instituído pelo Poder Público, com de Especial Interesse, tratadas nesta Lei.
objetivos de conservação, sob regime especial de administração, § 1º As Áreas de Especial Interesse Urbanístico e as de Es-
ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção; pecial Interesse Social são unidades territoriais independentes
XLVII - uso coletivo: ocupação de terreno por mais de uma integrantes da Zona Urbana, salvo exceções expressas nesta Lei.
unidade comercial ou de serviços ou por mais de duas unidades § 2º As Áreas de Especial Interesse Turístico, Paisagístico,
habitacionais, quando não for em regime de vila conforme legis- Pesqueiro e de Preservação do Ambiente Urbano sobrepõem-se
lação específica; às frações urbanas ou à Zona de Restrição à Ocupação Urbana.
XLVIII - uso comercial: destinado à venda direta ou indireta § 3º As Áreas de Especial Interesse Ambiental estão inseri-
de produtos; das na Zona de Restrição à Ocupação Urbana, em caráter provi-
XLIX - uso comercial e de serviços de grande porte: com sório, destinadas à criação de Unidades de Conservação Munici-
Área Edificável Computável (AEC) acima de cinco mil metros pais e delimitação de Áreas de Preservação Permanente.
quadrados;
L - uso comercial e de serviços de médio porte 1: com Área TÍTULO III
Edificável Computável (AEC) acima de quinhentos metros qua- DA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS SETORIAIS
drados até dois mil metros quadrados;
LI - uso comercial e de serviços de médio porte 2: com Área CAPÍTULO I
Edificável Computável (AEC) acima de dois mil metros quadra- DA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
dos até cinco mil metros quadrados;
LII - uso comercial e de serviços de pequeno porte: com Área Art. 5º São diretrizes adotadas nesta Lei visando à proteção
Edificável Computável (AEC) até quinhentos metros quadrados; ambiental na Região das Praias da Baía:
LIII - uso de serviços: destinado à prestação de serviços pú- I - proteção de paisagens naturais e pouco alteradas de no-
blicos ou privados para a população; tável beleza cênica;

115
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

II - recuperação ou restauração de ecossistemas degrada- II - Área de Especial Interesse Ambiental do Pé Pequeno,


dos; para criação de Parque Municipal;
III - adoção de um conjunto de unidades de conservação III - Morro da Pedreira, para criação de Parque Municipal
municipais representativas e ecologicamente viáveis de ecossis- Urbano.
temas da região; Parágrafo Único - Nas Áreas de Especial Interesse Ambiental
IV - compatibilização da conservação e preservação da na- não são permitidos o uso e a ocupação do solo até a regulamen-
tureza com o uso direto e indireto do solo urbano e dos seus tação das unidades a que se destinam.
recursos naturais de modo sustentável; Art. 10 A emissão de sons e ruídos por quaisquer atividades
V - estabelecimento de níveis de ruídos, a fim de controlar e na Região das Praias da Baía deverá obedecer aos níveis máxi-
reduzir a poluição sonora. mos estabelecidos, por períodos e diferenciados por fração ur-
Art. 6º Ficam instituídas as seguintes Unidades de Conser- bana, na Tabela 1 do Anexo II desta Lei.
vação Municipais na Região das Praias da Baía, cujos limites § 1º Considera-se período diurno o horário compreendido
encontram-se descritos no Anexo III e indicados no Mapa 3 do entre sete e vinte e duas horas do mesmo dia e período noturno
Anexo I desta Lei: o horário entre vinte e duas horas de um dia e sete horas do
I - Área de Proteção Ambiental (APA) do Morro da Viração; dia seguinte, exceto nos domingos e feriados, quando o perío-
II - Área de Proteção Ambiental (APA) do Morro do Mor- do diurno será entre oito e vinte e duas horas e o noturno será
cego, da Fortaleza de Santa Cruz e dos Fortes do Pico e do Rio entre vinte e duas horas de um dia e oito horas do dia seguinte.
Branco; § 2º A medição de sons e ruídos deverá ser realizada a par-
III - Parque Municipal da Cidade; tir de um metro e meio da divisa do imóvel onde se encontra a
IV - Monumento Natural da Pedra de Itapuca; fonte a ser medida, conforme as normas pertinentes em vigor,
V - Monumento Natural da Pedra do Índio; desconsiderado o ruído de fundo.
VI - Monumento Natural da Ilha da Boa Viagem; § 3º Excetuam-se do disposto no caput deste artigo as se-
VII - Monumento Natural da Ilha dos Amores; guintes atividades, cujos ruídos e sons poderão ser permitidos
VIII - Monumento Natural da Ilha dos Cardos. independente dos níveis emitidos, em locais e horários autori-
Parágrafo Único - Nas Unidades de Conservação serão per- zados pelo Município:
mitidos o uso e a ocupação do solo conforme parâmetros a I - exibições em logradouros públicos de escolas de samba,
serem estabelecidos nos respectivos Planos de Manejo, assim desfiles oficiais, propaganda eleitoral, eventos socioculturais ou
regulamentados por ato do Poder Executivo. recreativos de caráter comunitário, passeatas, comícios, mani-
Art. 7º Ficam delimitadas as seguintes Áreas de Preservação festações públicas, campanhas de Utilidade Pública, procissões
Permanente, cujos limites encontram-se descritos no Anexo III e ou cortejos de grupos religiosos;
indicados no Mapa 3 do Anexo I desta Lei: II - obras de caráter emergencial, por razão de segurança,
I - Morro do Ourives; ou obras públicas ou privadas, desde que não passíveis de con-
II - Morro da Viração; finamento.
III - Morros do Cavalão e Souza Soares; § 4º O uso de explosivos em pedreiras e obras seguirá crité-
IV - Morros do Atalaia, do Africano e do Bumba; rios da legislação específica.
V - Morro do Querosene; Art. 11 São proibidas a implantação e a ampliação de ativi-
VI - Morro do Abílio e Morro Boa Vista; dades de extração mineral na Região das Praias da Baía.
VII - Morro da Armação;
VIII - Morro do Solar dos Jambeiros; CAPÍTULO II
IX - Morro do Caniço; DA PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL
X - Morro do Arroz.
Parágrafo Único - Nas áreas delimitadas como de preser- Art. 12 São diretrizes adotadas nesta Lei visando à valoriza-
vação permanente são proibidas quaisquer formas de parcela- ção do Patrimônio Cultural na Região das Praias da Baía:
mento, uso ou ocupação do solo, assim como quaisquer ativida- I - proteção do Patrimônio Histórico, Cultural e Natural da
des modificadoras do meio ambiente, salvo aquelas destinadas Cidade;
à recuperação ambiental da área. II - formulação e execução de projetos e atividades visan-
Art. 8º Ficam considerados como Parques Urbanos na Re- do à revitalização, preservação e recuperação de bens cultu-
gião das Praias da Baía as seguintes áreas, cujos limites encon- rais tombados e de Áreas de Preservação do Ambiente Urbano
tram-se descritos no Anexo III e indicados no Mapa 3 do Anexo (APAU) e Áreas de Preservação do Ambiente Paisagístico;
I desta Lei: III - destinação de áreas para instalação de novos espaços
I - Jardim São João; culturais e artísticos, especialmente aqueles que possam pro-
II - Campo de São Bento; mover a revitalização e animação cultural dos bens tombados e
III - Morro das Águas. de Áreas de Preservação do Ambiente Urbano (APAU);
Parágrafo Único - (Suprimido). IV - manutenção do uso do tombamento visando ao reco-
Art. 9º Ficam instituídas as seguintes Áreas de Especial Inte- nhecimento e à preservação de bens naturais e culturais.
resse Ambiental, cujos limites encontram-se descritos no Anexo Parágrafo Único - No entorno dos imóveis de interesse de
III e indicados no Mapa 3 do Anexo I desta Lei: preservação e de interesse de preservação parcial aplica-se o es-
I - Área de Especial Interesse Ambiental do Morro do Grago- tabelecido nos atos de tombamento específicos definidos pela
atá, para criação de Parque Urbano; legislação vigente.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO I Art. 16 As oficinas de reparo e manutenção de veículos au-


DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO DO AMBIENTE URBANO tomotivos leves devem ter no mínimo cem metros quadrados e
(APAU) no máximo duzentos metros quadrados.
Art. 17 Nas edificações implantadas nas testadas dos lotes
Art. 13 São as seguintes as Áreas de Preservação do Am- não é permitida a projeção de qualquer elemento construtivo
biente Urbano (APAU) na Região das Praias da Baía, cujos limites em balanço além da testada, como marquises, com exceção de
encontram-se descritos no Anexo III e indicados no Mapa 4 do cornijas, ornamentos e sacadas até cinquenta centímetros.
Anexo I desta Lei: Centro, Ponta d`Areia e Gragoatá/São Domin- Parágrafo Único - Apenas na fração urbana CT-05 podem ser
gos/Boa Viagem. construídas marquises.
Art. 14 Os imóveis nas Áreas de Preservação do Ambiente Art. 18 A instalação de toldos nos pavimentos térreos ou su-
Urbano (APAU) podem ser classificados como: periores, individualizados por janelas, em imóveis situados em
I - imóveis de preservação: aqueles cujas fachadas e telha- Áreas de Preservação do Ambiente Urbano (APAU) é permitida,
dos, bem como características arquitetônicas, artísticas e orna- desde que:
mentais originais devem ser preservadas ou restauradas; I - sejam retráteis e não metálicos;
II - imóveis de interesse de preservação parcial: aqueles II - não prejudiquem a integridade dos elementos ornamen-
cujo interesse de preservação restringe-se à altura e elementos tais dos imóveis de interesse para preservação;
de fachada que compõem o conjunto arquitetônico; III - nas ruas de pedestre sua projeção não ultrapasse dois
III - imóveis passíveis de renovação: aqueles que podem ser terços da altura do pavimento térreo e não exceda um quarto da
modificados, substituídos e demolidos na sua totalidade. largura do logradouro, contada de testada a testada;
Parágrafo Único - Os imóveis de preservação, de que tratam IV - no caso das ruas de tráfego de veículos, a extensão dos
os incisos I e II deste artigo, recebem benefícios fiscais, confor- toldos será limitada pela distância livre de cinquenta centíme-
me Decreto Municipal nº 7.103/1994. tros a contar do meio-fio, resguardada a proporção máxima de
Art. 15 São proibidos nas Áreas de Preservação do Ambien- dois terços da altura do pavimento térreo;
te Urbano (APAU): V - no pavimento térreo o pé-direito mínimo seja de dois
I - colocação de painéis que impeçam a visibilidade de imó- metros e vinte centímetros.
veis de interesse de preservação; Art. 19 Nas Áreas de Proteção do Ambiente Urbano (APAU)
II - utilização de tintas fosforescentes, pintura ou enverniza- estão dispensados da exigência de vagas de estacionamento:
mento de pedra de cantaria, meios-fios e demais equipamentos I - imóveis de interesse de preservação;
urbanos e pintura das partes das fachadas de alvenaria nas cores II - imóveis com acesso exclusivo por rua de pedestre;
preta e prateada; III - atividades consideradas de interesse cultural e de ali-
III - serralherias, oficinas de reparo, manutenção, aluguel e mentação de pequeno e médio porte 1: cinema; teatro; restau-
montagem de aparelhos e máquinas, quando de médio 1, médio rante, inclusive com pista e/ou palco; cervejaria; churrascaria;
2 e grande portes; doceria; casa de chá; centro cultural; galeria de artes; casa de
IV - retíficas de automóvel de qualquer porte; espetáculos; casa noturna; cinemateca; sala de projeção; sala
V - garagens de empresas de transporte rodoviário, mudan- de vídeo; museu; antiquário; estúdio e atelier de artes plásticas;
ças ou guarda-móveis, quando de médio 1, médio 2 e grande instituições científicas, filosóficas e culturais; loja de instrumen-
portes; tos e acessórios musicais, discos gravados e fitas cassetes; joa-
VI - armazenagem de médio 1, médio 2 e grande porte; lheria; papelaria, artigos para desenho e pintura; livraria; biblio-
VII - armazenagem de produtos inflamáveis em imóveis de teca; produção cinematográfica; produção e gravação de vídeos,
interesse de preservação, de qualquer porte; discos e fitas; estúdio e laboratório fotográfico;
VIII - edifícios-garagem; IV - comércio até duzentos metros quadrados na Área de
IX - assistência médica com internação acima de cinco mil Preservação do Ambiente Urbano (APAU) Centro.
metros quadrados; Art. 20 A gestão das Áreas de Preservação do Ambiente Ur-
X - assistência médica sem internação, laboratórios, radiolo- bano (APAU) é de responsabilidade do órgão municipal compe-
gia e exames em geral, quando de grande porte; tente pelo Setor de Cultura.
XI - postos de gasolina, lubrificação e similares; Art. 21 Para aprovação, deverão ser submetidos à análise do
XII - indústrias de grandes e médios portes nas Áreas de Pre- órgão municipal competente pelo Setor de Cultura, os seguintes
servação do Ambiente Urbano (APAU) Centro e São Domingos/ projetos situados em Áreas de Preservação do Ambiente Urba-
Gragoatá/Boa Viagem; no (APAU):
XIII - estacionamentos em imóveis de interesse de preser- I - em imóveis de interesse de preservação e de preservação
vação; parcial: instalação de publicidade, desmembramento, remem-
XIV - supermercados, centros comerciais, lojas de depar- bramento, transformações de uso, reconstrução total ou parcial,
tamentos, templos religiosos, comércio de veículos, quando de recuperação, restauração, reconstituição ou reforma, pintura ou
médio 2 e grande portes. qualquer reparo de fachada, alterações internas, acréscimos e
Parágrafo Único - Excetuam-se deste artigo as empresas de eliminação de muros divisórios;
armazenagem na APAU da Ponta d`Areia que tenham área para
carga e descarga.

117
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

II - em imóveis de renovação: instalação de publicidade, c) Rua Marechal Deodoro: 19, 25, 27, 29, 30, 31, 33, 35,
desmembramento, remembramento, transformações de uso, 37/39, 41, 43, 45, 48, 63, 65, 67, 69, 71, 79, 81, 84, 85, 87, 88,
construção e reforma, sendo observados: características de vo- 95, 97, 100, 106, 108, 115, 118, 120, 124, 125, 127, 137, 139,
lumetria, composição de fachada, ritmo de fenestração, mate- 151, 155, 156, 159, 160, 163, 175, 187, 189, 191, 193, 194, 196,
riais de revestimento de fachada, cobertura, esquadrias e guar- 200, 203, 204, 206, 208, 232, 236, 240, 258, 324, 328, 343, 351,
nições, a fim de garantir a integração ao conjunto arquitetônico. 355, 361 e 379;
§ 1º As intervenções arquitetônicas nos imóveis de interes- d) Rua da Conceição: 2, 7, 10, 12, 14, 21/23, 22, 24, 25, 26,
se de preservação deverão, obrigatoriamente, recompor a inte- 27, 29, 30, 32, 33, 34, 35, 35 A, 38, 39, 40, 42, 44, 46, 55, 58, 60,
gridade arquitetônica de sua fachada e da porção da cobertura 63, 64, 65, 70/70-A, 72, 75/77, 80, 81, 85, 100, 136, 138, 140,
preservada. 142, 146, 148 e 150;
§ 2º Os critérios para anúncios publicitários e procedimen- e) Rua Coronel Gomes Machado: 31, 35, 37, 46, 50, 59, 61,
tos para licenciamentos seguirão regulamentação específica. 63, 65, 71, 77, 83, 85, 89, 193, 195, 199, 201, 203, 250 e 251;
§ 3º Nos projetos arquitetônicos para imóveis de interes- f) Rua Doutor Celestino: 2/4, 6, 8, 10, 12, 16, 18, 20, 22, 24,
se de preservação e passíveis de renovação, deverão constar a 26, 28 e 30/36;
especificação de acabamentos e a cor de todos os elementos g) Rua José Clemente: 11/13, 18, 19, 26, 31 e 69;
visíveis externamente. h) Rua Marquês de Caxias: 20, 30 (pórtico de vila e casas),
Art. 22 No caso de demolição ou modificação não licen- 40, 49, 53, 64, 78, 82, 84, 102, 106, 110, 112, 116, 118, 124, 126,
134, 209, 218, 224, 238, 242 e 252;
ciadas, ou de sinistro culposo, será obrigatória a reconstrução
i) Rua Maestro Felício Toledo: 482 A e 490;
conforme as características a serem estabelecidas pelo órgão
j) Rua Saldanha Marinho: 22, 26, 28, 32, 58 (fundos), 69, 79,
municipal competente pelo Setor de Cultura, sem prejuízo das
80, 81, 86, 94, 117, 133, 153, 155, 159, 160, 162, 163, 164, 168,
penalidades cabíveis.
173, 175, 183, 185, 191, 195 e 197;
Art. 23 Nos imóveis de interesse de preservação, ficam per- k) Rua São João: 42, 51, 63, 65, 91, 95, 115, 121, 139, 143,
mitidas alterações internas, inclusive a subdivisão do pé-direito, 155/155-A, 167 (vila), 168, 169, 170, 171, 173, 179, 181, 187,
em pavimentos intermediários, desde que se mantenham livres 191, 193, 201, 208, 211, 212, 218, 220, 222, 224, 225 e 227;
três metros e cinquenta centímetros, contados a partir do plano l) Rua Visconde do Uruguai: 192, 213, 215, 217, 221, 231,
interno da fachada, respeitadas as características arquitetôni- 233, 226, 256/260, 264, 268 (vila), 270, 272, 278, 283, 294, 299,
cas, volumétricas, artísticas e ornamentais que compõem o con- 311, 319, 321, 341, 347, 348, 349, 351/353, 366, 368/372, 380,
junto de fachadas e telhados. 384, 391, 393, 395, 405, 407, 411, 458, 462, 471, 490, 498 e
Art. 24 As infrações às normas e parâmetros dispostos nesta 551/553;
Lei serão apenadas com multas, que incidirão durante a perma- m) Rua Visconde de Itaboraí: 214, 216, 218, 225, 249, 259,
nência de infração e até a constatação de sua regularização pelo 260, 274, 276, 278, 284, 299, 300, 310, 315, 323, 359, 361, 363,
órgão municipal competente, da seguinte forma, sem prejuízo 371, 374, 376, 378, 380, 381, 401, 403, 405, 407;
das demais penalidades previstas na legislação vigente, e da re- n) Rua São Pedro: 10, 12, 104, 108, 169, 170/172, 175, 190,
paração que se fizer necessária: 191, 193 e 194;
I - às pinturas em desacordo com o estabelecido no inciso II o) Rua Visconde de Sepetiba: 57, 79, 81, 82, 90, 91, 99, 105,
do artigo 15 serão aplicadas multas de valor correspondente a 109, 156, 162, 173, 175, 177, 179, 206, 208, 210, 216, 220, 224,
R$ 200,00 (duzentos reais) em imóveis passíveis de renovação, 249, 250, 251, 253, 254, 255, 256, 258, 261, 262, 263, 272, 276,
e a 20 (vinte) UFINIT mensais em imóveis de interesse para pre- 298, 300, 302, e 308;
servação; p) Rua Aurelino Leal: 02, 14, 16, 17, 18, 19 e 23;
II - à descaracterização de imóveis de interesse para pre- q) Rua Barão do Amazonas: 325 (vila), 335 (vila), 411, 413,
servação por eliminação ou substituição indevida de elementos 415, 417, 421, 423, 425, 428 e 434;
ou componentes de fachada e cobertura será aplicada multa de r) Rua Fróes da Cruz: 16, 18, 22, 29, 30, 32, 34 (fundos), 41,
valor correspondente a R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais; (vila): casas 1 a 8, 45, 47 e 51 (todos os prédios do lote).
III - à demolição não licenciada de imóveis de interesse para II - imóveis de interesse de preservação parcial:
preservação será aplicada multa de valor correspondente a R$ a) Rua Marechal Deodoro: 21, 62/66, 68, 70, 73, 77, 78, 80,
101, 102, 103/107, 104, 110, 111, 113, 114, 116, 117/121, 122,
2.000,00 (dois mil reais) mensais.
123, 129, 131, 135 e 141;
b) Rua José Clemente: 16, 20, 22, 24, 33 e 67;
SUBSEÇÃO I
c) Rua Marquês de Caxias: 66, 220, 228, 230, 232;
DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO DO AMBIENTE URBANO
d) Rua Maestro Felício Toledo: 466;
(APAU) CENTRO e) Rua Saldanha Marinho: 12, s/nº entre 12 e 18, 18, 73, 75,
94 A, 105 (1 e 2), 131, 152, 161, 165, 169/171, 172, 179, 181 e
Art. 25 Na Área de Preservação do Ambiente Urbano (APAU) 189;
Centro, os imóveis classificam-se como: f) Rua Visconde de Uruguai: 264, 266, 287, 369, 371, 373,
I - imóveis de interesse de preservação: 375, 388, 394, 396, 403, 409, 473, 475, 477, 479, 483, 485 e 489;
a) Rua Alberto Vítor: 18; g) Rua Visconde de Itaboraí: 221, 253, 255, 257, 263, 265,
b) Rua Almirante Tefé: 551/553, 566, 570, 572, 574, 576 e 266, 268, 270, 282, 286 e 411;
578; h) Rua Almirante Tefé: 555, 557 e 559;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

i) Rua Fróes da Cruz: 20, 26, 33, 35, 39 e demais casas da SUBSEÇÃO III
vila 41; DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO DO AMBIENTE URBANO
j) Rua São João: 175 e 177 (vila). (APAU) SÃO DOMINGOS/GRAGOATÁ/BOA VIAGEM
Parágrafo Único - Os imóveis situados na Área de Preser-
vação do Ambiente Urbano (APAU) Centro e não relacionados Art. 27 Na Área de Preservação do Ambiente Urbano (APAU)
neste artigo são classificados como passíveis de renovação. São Domingos/Gragoatá/Boa Viagem, os imóveis classificam-se
como:
SUBSEÇÃO II I - imóveis de interesse de preservação:
DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO DO AMBIENTE URBANO a) Praça Leoni Ramos: 5, 7, 9, 9A, 11, 13, 15, 17, 19, 21, 33,
(APAU) PONTA D`AREIA 35, 37 e 37A;
b) Rua Alexandre Moura: 1, 3, 5, 7, 9, 13, 29, 41, 45, 59 e 61;
Art. 26 Na Área de Preservação do Ambiente Urbano (APAU) c) Rua Antônio Parreiras: 1, 31, 35, 37, 93, 97, 101, 105, 111,
Ponta d`Areia, os imóveis classificam-se como: 117, 119 e 125;
I - imóveis de interesse de preservação: d) Rua Coronel Tamarindo: 1, 3, 5, 29, 31, 35, 37, 41, 45, 59,
a) Avenida Conde Pereira Carneiro: igreja e nºs 34, 35, 51, 61, 65, 67, 69;
53, 54, 55, 56, 57, 59, 61, 65, 67, 71, 73, 75, 84, 85, 86, 91, 93, e) Rua Desembargador Geraldo Toledo: 3, 7, 9, 13, 15, 19,
154 e 156; 23, 29, 31, 33 e 37;
b) Praça Doutor Azevedo Cruz: 6, 12, 14 e 16 (incluída a cha- f) Rua General Andrade Neves: 138, 139, 140, 142, 163, 173,
miné); 175, 177, 179, 183, 185, 187, 191, 193, 194, 195, 196, 198, 199,
c) Praça Fonseca Ramos: 9, 15, 17 e 19 e 21; 200, 207, 210, 216, 239, 247, 251, 257, 281, 305, 306, 307, 316,
d) Praça Rio de Janeiro: 21 e 25; 320 e 322;
e) Rua Barão de Mauá: 244, 248, 262, 264, 266, 274, 286, g) Rua Guilherme Briggs: 5, 7, 17, 29, 31, 33, 35, 37, 39, 43,
288, 290, 296, 308, 310, 312, a vila 322 compreendidas as casas 45, 47, 49, 51, 55 e 59;
I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X e XIII, 332, 335, 336 e 354; h) Rua José Bonifácio: 2, 3, 5, 7, 9, 11, 13, 15, 17, 18, 19, 22,
f) Rua Barão do Amazonas: estaleiro e os nºs 33, 37, 39, 41, 23, 24, 25, 29, 31, 40, 56, 62, 77, 81 e 89;
43, 61, 71, 73, 75, 77, 84, 102, 104, 106, 130, 134 e 136; i) Rua Passo da Pátria: 19, 24, 25, 28, 28A, 48, 50, 50 fundos,
g) Rua Coronel Miranda: 2, 7, 33, 83 e 85; 53, 59, 61, 64, 68, 70, 73, 76, 78, 100, 101, 106, 112, 119, 120,
h) Rua Miguel Lemos: 2, 4, 8, 10, 16, 18, 25, 38, 44, 48, 53, 137 e 156;
56, 58, 62, 64, 66, 68, 70, 92, 94, 98 (54C), 100, 106 e o portal de j) Rua Presidente Domiciano: 131, 137, 138, 145, 153, 163,
entrada da Ladeira Dona Maria das Dores; 178, 182, 186, 194, 195, 196, 198 e 210;
i) Rua Santa Clara: 26, 28, 32, 34, 54, 61, 69, 71, 73, 74 e 83; k) Rua Professor Hernani Mello: 92 e 103;
j) Rua São Diogo: 8, 10, 11, 12, 13, 14, 15, o nº 25 (situado l) Rua Professor Lara Vilela: 98, 112, 116, 126, 141, 148, 150,
entre a Rua Visconde Uruguai e Miguel Lemos), 29, 36 e 38; 154, 167, 172, 197, 204 e 214;
k) Rua São José: 130, 132 e 133; m) Rua General Osório: 5, 7, 9, 10, 13, 19, 23, 27, 46, 48, 53,
l) Rua São Paulo: 109, 112, 115, 116, 117, 118, 120 e 124; 59, 72, 73, 77, 78, 80, 81, 85 e 87A;
m) Rua Silva Jardim: 12, 21, 25, 28, 29, 32, 35, a vila no nº n) Rua Visconde do Rio Branco: 881, vila nº 883 (incluídas as
36 compreendidas as casas I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, XI, XIII, casas), 885, 887, 889, 891 e 897;
38, 45, 46, 52, 57, 66, 70B, 71, 73, 74, 75, 76, 77, 79, 81, 90, 93, o) Rua Visconde de Morais: 119;
95, 97, 99, 101, 107, 109, 110, 114, 115, 121, 147, 148, 150, 152, p) Travessa São Domingos: 6, 8, 14, 16, 18, 21, 25, 35 e a vila
202, 204 e 208; nº 39 incluídas as casas V, VII, IX, XIII, XV, XVII e XIX.
n) Rua Visconde de Itaboraí: 54, 56, 62, 70, 80, 82, 92, 95, II - imóveis de interesse de preservação parcial:
96, 100, 102, 104, 105, 106, 107, 108, 109, 110, 111, 112, 113, a) Rua Alexandre Moura: 47;
115, 119, 121, 128, 130, 132 e 134; b) Rua General Andrade Neves: o imóvel imediatamente an-
o) Rua Visconde de Uruguai: 1, 13, 17, 21, 23, 25, 27, 33, 35, terior ao nº 186 e 190, 214, 218, 220 e 224;
37, 41, 43, 45, 54, 57, 58, 60, 67, 71, 74, 75, 76, 98, 101, 102, 105 c) Travessa São Domingos: todas as casas restantes da vila
(porta de vila), 107, 109, 111, 114 e 118; nº 39;
p) Rua Visconde do Rio Branco: 39 e 61. d) Rua Presidente Domiciano: 166 e 172;
II - imóveis de interesse de preservação parcial: e) Rua General Osório: 2, 39 e 49.
a) Rua Barão de Mauá: casas XI e XII da vila nº 322; Parágrafo Único - Os imóveis situados na Área de Preserva-
b) Rua Miguel Lemos: 6; ção do Ambiente Urbano (APAU) São Domingos/Gragoatá/Boa
c) Rua Silva Jardim: casas X e XII da vila nº 36. Viagem e não relacionados neste artigo são classificados como
Parágrafo Único - Os imóveis situados na Área de Preserva- passíveis de renovação.
ção do Ambiente Urbano (APAU) Ponta d`Areia e não relaciona-
dos neste artigo são classificados como passíveis de renovação.

119
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO II IV - delimitação de áreas de preservação permanente e uni-


DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO DO AMBIENTE dades de conservação, onde os locais caracterizarem-se como
PAISAGÍSTICO tais, com previsão de recuperação de áreas degradadas e relo-
cação das moradias existentes na área delimitada, priorizando a
Art. 28 São as seguintes as Áreas de Preservação do Am- sua permanência dentro da comunidade.
biente Paisagístico na Região das Praias da Baía, cujos limites § 3º (Suprimido).
encontram-se descritos no Anexo III e indicados no Mapa 5 do Art. 30 Na Região das Praias da Baía, os novos projetos ha-
Anexo I desta Lei: bitacionais para população de baixa renda deverão atender às
I - Jurujuba; seguintes condições, além daquelas que venham a ser estabe-
II - Caminho Niemeyer; lecidas na regulamentação da Área de Especial Interesse Social:
III - Encosta da Boa Viagem. I - quanto ao Sistema Viário:
Parágrafo Único - Ficam considerados non aedificandi os a) as vias internas de acesso deverão ser dimensionadas de
lotes voltados para as Avenidas Almirante Benjamin Sodré e En- forma a garantir a passagem de pedestres e/ou veículos, dispen-
genheiro Martins Romeo nas Áreas de Preservação do Ambiente sado o acesso de veículos quando a edificação estiver até qua-
Paisagístico do Caminho Niemeyer e da Encosta da Boa Viagem, renta metros de distância de uma via;
destinados à recomposição paisagística. (Redação dada pela Lei b) os acessos que atendem simultaneamente a veículos e
nº 2009/2002) pedestres em grupamentos de até quatro unidades, terão largu-
ra mínima de quatro metros;
CAPÍTULO III c) as vias para circulação de veículos, nos grupamentos
DA PROMOÇÃO DA HABITAÇÃO POPULAR com mais de quatro unidades, terão largura mínima de quatro
metros e cinquenta centímetros para caixa de rolamento e de
um metro e cinquenta centímetros para os passeios frontais às
Art. 29 Ficam criadas as seguintes Áreas de Especial Interes-
construções;
se Social para fins de regulamentação urbanística na Região das
d) a largura mínima da pista das vias de circulação de veícu-
Praias da Baía, cujos limites encontram-se descritos no Anexo III
los será de seis metros quando esta tiver comprimento superior
e indicados no Mapa 6 do Anexo I desta Lei: a sessenta metros, contados a partir de logradouro público, pra-
I - Morro da Penha; ças internas ou vias internas;
II - Morro do Estado; e) as vias para a circulação exclusiva de pedestres terão
III - Morros do Arroz e da Chácara; largura mínima de três metros, e devem ser dotadas, a cada
IV - Morro do Bairro de Fátima; 30,00m (trinta metros), de praças internas, sendo permitidos
V - Morro do Palácio; até três segmentos de trinta metros; as praças internas são áre-
VI - Morro da Ladeira Ary Parreiras; as destinadas ao uso exclusivo de pedestres, onde possa ser ins-
VII - Morros do Cavalão, Vital Brazil e Souza Soares; crito um círculo com raio mínimo de 3,00m (três metros);
VIII - Morro do Preventório; f) no caso de escadaria deverão ser previstos patamares
IX - Morro da União; com profundidade mínima de um metro e vinte centímetros a
X - Morro do Atalaia; cada treze degraus, limitada a uma diferença de nível de quinze
XI - Morros do Alarico de Souza e Africano; metros;
XII - Ladeira Lara Vilela; g) quando houver previsão de vagas ao longo das vias in-
XIII - Grota do Surucucu. ternas, a caixa de rolamento no trecho correspondente deverá
§ 1º As Áreas de Especial Interesse Social relacionadas no ser acrescida de uma faixa de um metro e oitenta centímetros;
caput deste artigo serão objeto de regulamentação específica h) as áreas públicas doadas em função do empreendimento
por parte do Poder Executivo Municipal, com a finalidade de: não podem ter uso privativo nem poderá ser impedido o acesso
I - reconhecimento e aprovação de denominações de logra- a elas;
douros públicos; i) deverá ser mantida a continuidade da malha viária urba-
II - estabelecimento de parâmetros de parcelamento, uso e na, podendo o Poder Público estabelecer parâmetros específi-
ocupação do solo; cos para o Sistema Viário do empreendimento;
III - regularização fundiária; j) a declividade máxima permitida para as vias de circulação
IV - reconhecimento de comunidades como bairros ou parte de veículos é de vinte porcento, limitando-se a cem metros de
integrante de bairros. comprimento os trechos de vias com declividade entre dez por-
cento e vinte porcento; no caso de dois trechos com declividade
§ 2º A regulamentação urbanística a que se refere o pará-
superior a dez porcento, deverá haver um patamar de descanso
grafo anterior deste artigo, deverá prever:
com comprimento mínimo de 12,00m (doze metros) e inclina-
I - Sistema Viário e de circulação, compreendendo ruas, es-
ção máxima inferior a 10% (dez porcento);
cadarias e passagens, que possibilitem acesso às residências;
k) é obrigatória a existência de retorno para veículos nas
II - dimensões apropriadas do lote mínimo à ocupação já vias sem saída e em qualquer via a cada duzentos metros.
existente; II - quanto ao estacionamento:
III - áreas de domínio público destinadas ao Sistema Viário, à a) o número de vagas de estacionamento será de, no míni-
circulação, à arborização urbana, à instalação de equipamentos mo, uma vaga para cada quatro unidades habitacionais, ficando
urbanos e comunitários, compatibilizando a ocupação existente; livre sua localização, desde que viabilizadas em projeto;

120
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

b) o acesso aos locais de estacionamento coletivo deverá b) as vias de circulação de veículos, as áreas de estaciona-
ter largura mínima de três metros e as vagas deverão ter dimen- mento e as áreas doadas ao Município para equipamentos co-
sões mínimas de cinco metros de comprimento por dois metros munitários não serão computadas como áreas livres;
e cinquenta centímetros de largura; c) as áreas livres deverão permitir a inscrição de círculo com
c) as vagas para veículos poderão situar-se ao longo das vias raio mínimo de três metros em toda a superfície.
internas e possuirão, neste caso, dimensões mínimas de um me- VIII - quanto ao saneamento e à arborização:
tro e oitenta centímetros de largura e cinco metros e cinquenta a) as faixas de drenagem ao longo dos canais, de acordo
centímetros de comprimento; com o artigo 51, poderão ser computadas como área livre;
d) o estacionamento poderá ser implantado nas áreas de b) na arborização das vias e demais áreas verdes deverão
afastamento, desde que sem cobertura; ser utilizadas espécies nativas da região;
e) as garagens semienterradas deverão situar-se fora do c) deverão ser executadas redes de abastecimento d`água,
afastamento estabelecido para os logradouros públicos. de esgotamento sanitário e de drenagem.
III - quanto à doação de áreas: Art. 31 Os procedimentos para análise, concessão da licença
a) em área menor ou igual a dez mil metros quadrados não de obras e aceite de obras para projetos habitacionais em Áreas
é exigida doação de área para o Município; de Especial Interesse Social deverão ser regulamentados pelo
b) em área maior do que dez mil metros quadrados, deverá órgão municipal competente.
ser cedida ao Município área para equipamento urbano corres-
pondente a dez porcento da área do empreendimento, com tes- CAPÍTULO IV
tada mínima igual a um quarto do seu comprimento. DO PLANEJAMENTO DO TRANSPORTE E DO SISTEMA VIÁ-
IV - quanto à dimensão dos empreendimentos: RIO
a) cada empreendimento poderá conter até duzentas uni-
dades habitacionais; Art. 32 São diretrizes adotadas nesta Lei visando adequar a
b) não serão permitidos mais do que dois empreendimen- ocupação urbana com o planejamento do trânsito e do Sistema
tos adjacentes. Viário na Região das Praias da Baía:
V - quanto às edificações: I - restrição para novas construções destinadas ao uso co-
a) será admitida a ocupação em balanço sobre as vias, res- mercial e, principalmente, de serviços nas áreas com sobrecarga
peitados os afastamentos entre grupamentos, as condições de de trânsito;
iluminação e ventilação das edificações e uma altura livre mí- II - incentivo à substituição dos imóveis de forma a permitir
nima de três metros e cinquenta centímetros quando para pas- o aumento das faixas de rolamento, a reorganização dos esta-
sagem de veículos, e de dois metros e cinquenta centímetros cionamentos em logradouros públicos e o alargamento das vias
quando para passagem de pedestres; arteriais;
b) nos logradouros públicos deverão ser obedecidos os re- III - criação de Áreas de Especial Interesse Urbanístico em
cuos e afastamentos mínimos de construção determinados pela locais onde há previsão de implantação ou ampliação de siste-
legislação vigente; mas de transportes de massa, rodoviário, metroviário ou hidro-
c) não serão computadas para efeito de área total de cons- viário, tendo em vista:
trução nem do número total de pavimentos, as garagens em a) estabelecimento de normas e parâmetros urbanísticos
pavimento semienterrado, que tenham altura máxima de um que garantam condições adequadas para o uso e a ocupação
metro e trinta centímetros acima do nível médio da testada do destas áreas para mitigar os aspectos negativos do impacto de-
terreno; corrente das estações de embarque e desembarque das respec-
d) nenhuma edificação poderá distar mais de trinta metros tivas linhas de transporte;
do logradouro público ou de uma via interna. b) promover, caso a caso, a aplicação do instrumento de
VI - quanto às unidades habitacionais geminadas, superpos- operação urbana consorciada, conforme legislação específica.
tas ou em série: Art. 33 São Áreas de Especial Interesse Urbanístico, que
a) a distância mínima entre fachadas com vãos de ilumina- se sobrepõem às frações urbanas, com o objetivo de viabilizar
ção e/ou ventilação de compartimentos de permanência prolon- economicamente a implantação de sistemas de transportes de
gada voltadas para as vias internas, será o dobro do afastamento massa na Região das Praias da Baía e adequar a ocupação urba-
lateral ou, no mínimo, de seis metros; na às exigências de transformação na infraestrutura decorrentes
b) os acessos comuns deverão ter largura mínima de um dessa implantação:
metro e vinte centímetros, atendendo até doze unidades habi- I - criadas nesta Lei, cujos limites encontram-se descritos no
tacionais por pavimento; Anexo III e indicados no Mapa 7 do Anexo I desta Lei:
c) a edificação deverá se inscrever num quadrado com a) Área de Especial Interesse Urbanístico para ligação me-
50,00m (cinquenta metros) de lado. troviária Centro - Icaraí;
VII - quanto às áreas de uso coletivo: b) Área de Especial Interesse Urbanístico para ligação me-
a) deverão ser dotadas de áreas livres de uso coletivo cor- troviária Renascença Centro - São Gonçalo;
respondente em seu total a, no mínimo, dez porcento da área c) Área de Especial Interesse Urbanístico para ligação hidro-
do terreno, excluindo, para efeito de cálculo, as áreas de recuo, viária Charitas - Rio;
podendo ser incluída no somatório dessas áreas a faixa de afas- d) Área de Especial Interesse Urbanístico para ligação
tamento ao logradouro público, desde que não utilizada como rodoviária via túnel Charitas - Região Oceânica; (Vide Lei nº
estacionamento; 3135/2015)

121
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

e) Área de Especial Interesse Urbanístico para ligação rodo- Art. 39 As Sub-Regiões de Planejamento Centro, Icaraí, San-
viária Charitas - Região Oceânica; ta Rosa, São Francisco e Jurujuba estão subdivididas em frações
f) Área de Especial Interesse Urbanístico para ligação da Av. urbanas, descritas no Anexo III e indicados, respectivamente,
Alm. Ary Parreiras com a Rua Dr. Mário Viana; nos Mapas 11, 12, 13, 14 e 15 do Anexo I desta Lei.
g) Área de Especial Interesse Urbanístico para complemen- § 1º Nas frações urbanas cuja delimitação refere-se à deter-
tação viária da Av. Rui Barbosa; minada via “exclusive”, considera-se que os parâmetros urbanís-
h) Área de Especial Interesse Urbanístico do Largo do Vi- ticos não se aplicam para os lotes voltados para a mesma.
radouro, para complementação viária da interseção da Rua Dr. § 2º Nas frações urbanas cuja delimitação refere-se à deter-
Mário Viana com a Rua Nossa Senhora das Graças. minada via “inclusive”, considera-se que os parâmetros urbanís-
II - indicadas para criação por ato do Poder Executivo: ticos previstos para a fração aplicam-se aos lotes voltados à via,
a) Área de Especial Interesse Urbanístico para ligação viária em ambos os lados, até uma distância de cinquenta metros do
entre a Travessa Justina Bulhões e a Rua Fagundes Varela, na lado da via limítrofe com a outra fração urbana.
Sub-Região Icaraí. § 3º Nas frações urbanas correspondentes a um eixo viário,
os parâmetros urbanísticos previstos aplicam-se aos lotes volta-
CAPÍTULO V dos para a via até uma distância de cinquenta metros de profun-
DA PROMOÇÃO DAS ATIVIDADES TURÍSTICAS didade contados da testada do lote.
Art. 40 Ficam definidos para as frações urbanas os parâme-
Art. 34 Para promoção das atividades turísticas na Região tros urbanísticos, as atividades proibidas e a quantidade mínima
das Praias da Baía, ficam criadas as seguintes Áreas de Especial de vagas de estacionamento para unidades habitacionais em
Interesse Turístico, cujos limites encontram-se descritos no Ane- edificações coletivas, conforme definido nas Tabelas 2 a 14 do
xo III e indicados no Mapa 8 do Anexo I desta Lei: (Vide Lei nº Anexo II desta Lei.
2689/2009) § 1º Os parâmetros urbanísticos de cada fração urbana são
I - Porto de Niterói; aplicáveis aos lotes voltados para os logradouros ou parte destes
II - Caminho Niemeyer; localizados na fração, conforme a sua delimitação.
III - Orla das Praias da Baía; § 2º Os parâmetros gerais para a Região das Praias da Baía
IV - da Ponta d`Armação. são definidos nos artigos da Seção I deste Capítulo da Lei.
Art. 35 Os hotéis e pousadas poderão ter parâmetros ur- § 3º Os parâmetros específicos são aplicáveis somente a
banísticos independentes daqueles estabelecidos para a fração uma ou mais frações urbanas, ou parte destas, constituindo ex-
urbana em que se localizam, sendo neste caso, analisados pelo ceções aos parâmetros urbanísticos definidos para as mesmas,
órgão municipal competente, consideradas as características conforme estabelecido nas Subseções I, II, III, IV e V da Seção II
arquitetônicas, a legislação de turismo pertinente e o interesse deste Capítulo da Lei.
público municipal, submetidos a Estudo de Impacto de Vizinhan- § 4º Os parâmetros especiais aplicam-se aos projetos defi-
ça - EIV, e aprovados por lei. nidos para a Área de Preservação do Ambiente Urbano (APAU)
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput deste Centro, para a Área de Especial Interesse Social de Jurujuba e,
artigo em Áreas de Preservação do Ambiente Urbano (APAU), ainda, para as Áreas de Especial Interesse Urbanístico do Cam-
unidades de conservação de proteção integral, Áreas de Preser- pus da UFF - Universidade Federal Fluminense - e do Caminho
vação Permanente e Zona de Restrição à Ocupação Urbana. (Re- Niemeyer, conforme estabelecido nos artigos da Seção III deste
dação dada pela Lei nº 2009/2002) Capítulo.
Art. 36 Fica proibida a instalação de motéis em toda a Re- § 5º Constituem também parâmetros especiais aqueles de-
gião das Praias da Baía. finidos para a Zona de Restrição à Ocupação Urbana, conforme
estabelecido nos artigos da Seção IV deste Capítulo.
CAPÍTULO VI
DA PROMOÇÃO DAS ATIVIDADES PESQUEIRAS SEÇÃO I
DOS PARÂMETROS GERAIS
Art. 37 Para promoção das atividades de pesca profissional SUBSEÇÃO I
na Região das Praias da Baía, ficam criadas as seguintes Áreas DA TAXA DE OCUPAÇÃO
de Especial Interesse Pesqueiro, cujos limites encontram-se des-
critos no Anexo III e indicados no Mapa 9 do Anexo I desta Lei: Art. 41 A lâmina composta pelos pavimentos destinados
I - Ponta d`Areia; a unidades habitacionais deverá respeitar a taxa de ocupação
II - Jurujuba. máxima e os afastamentos frontais, laterais e de fundo estabe-
lecidos nesta Lei.
TÍTULO IV Art. 42 Nas edificações, individuais e coletivas, as áreas de
DA ORDENAÇÃO DO USO E DA OCUPAÇÃO DO SOLO varandas e jardineiras em balanço não serão computadas no cál-
culo da taxa de ocupação, nem nos afastamentos mínimos.
Art. 38 Para fins de ordenação do uso e da ocupação do
solo, a Região das Praias da Baía é dividida nas Sub-Regiões de
Planejamento Centro, Icaraí, Santa Rosa, São Francisco e Juru-
juba, descritas no Anexo III e indicadas no Mapa 10 do Anexo I
desta Lei.

122
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SUBSEÇÃO II § 3º Nos terrenos de esquina da Sub-região de Icaraí, onde


DOS AFASTAMENTOS DA EDIFICAÇÃO uma das testadas for igual ou inferior a 18,00m (dezoito metros),
e houver edificação vizinha colada em uma ou mais divisas, com
Art. 43 São os seguintes os afastamentos laterais e de fun- 06 (seis) ou mais pavimentos será dispensado para essa(s) di-
dos das edificações, de acordo com o somatório dos pavimentos visa(s) o afastamento lateral da nova construção, prevalecendo
da lâmina, excluídos cobertura e embasamento e salvo exceções para a mesma a altura da edificação vizinha mais baixa, res-
expressas nesta Lei: peitado o gabarito da fração urbana correspondente e o limite
I - até 08 (oito) pavimentos igual a 3,50m (três metros e cin- máximo de extensão de fachada de 36,00 (trinta e seis metros).
quenta centímetros); (Redação acrescida pela Lei nº 2581/2008)
II - de 09 (nove) a 13 (treze) pavimentos igual a 4,00m (qua- § 4º Na Sub-região de Santa Rosa a dispensa de que trata o
tro metros); § 3º deste artigo, fica limitada a terrenos de esquina onde uma
III - 14 (quatorze) a 15 (quinze) pavimentos igual a 4,50m das testadas for igual ou inferior a 15,00m (quinze metros). (Re-
(quatro metros e cinquenta centímetros). dação acrescida pela Lei nº 2581/2008)
§ 1º Com exceção das situações previstas nos artigos 44, 45, § 5º Nos casos onde houver a edificação vizinha afastada
46, 47 e 48, não são permitidos afastamentos laterais inferiores além do alinhamento de construção previsto para o local, a dis-
aos estabelecidos no caput deste artigo, inclusive quando refe- pensa que tratam os §§ 1º, 2º, 3º e 4º, somente será permitida a
rentes a fachadas cegas ou com vão de iluminação ou ventilação partir do alinhamento de construção da edificação vizinha exis-
de compartimentos secundários. tente, devendo atender o afastamento lateral no trecho compre-
§ 2º Nas edificações unifamiliares com até 02 (dois) pavi- endido entre o alinhamento de construção e o alinhamento da
mentos ficam dispensados os afastamentos laterais e de fundos, edificação existente. (Redação acrescida pela Lei nº 2581/2008)
desde que não haja abertura de vãos. Art. 46 Quando a edificação for colada nas divisas laterais,
Art. 44 Nos terrenos com até 15,00m (quinze metros) de o aproveitamento da cobertura fica dispensado do afastamento
testada, as edificações poderão obedecer às seguintes condi- destas divisas, proibida a abertura de vãos.
ções referentes a afastamentos laterais: Art. 47 As edificações em lotes com profundidade inferior
I - edificações com até 05 (cinco) pavimentos totais, excluí- a vinte cinco metros e a dois terços da largura de sua testada
dos a cobertura e o pavimento semienterrado, poderão ser cola- poderão guardar um afastamento mínimo de dois metros e cin-
das nas divisas laterais, proibida a abertura de vãos, permitidos quenta centímetros na divisa de fundos, quando não houver
os cinco pavimentos de unidades habitacionais, salvo restrições abertura de vãos dos compartimentos principais ou de copas,
expressas nesta Lei; cozinhas, quarto de empregada e áreas de serviço, casos em que
II - edificações com lâminas com até 05 (cinco) pavimentos, deverão respeitar os prismas correspondentes, salvo restrições
excluídos a cobertura e o embasamento poderão ter afastamen- expressas nesta Lei.
tos laterais de dois metros e cinquenta centímetros para, quan- Art. 48 As circulações verticais e os reservatórios de água
do não houver abertura de vãos dos compartimentos principais em terrenos com até quinze metros de testada poderão ter afas-
ou de copas, cozinhas, quartos e áreas de serviço, casos em que tamentos laterais e de fundos mínimos iguais a dois metros e
deverão respeitar os prismas correspondentes. cinquenta centímetros.
Art. 45 Em lotes com testada igual ou inferior a 15,00m Art. 49 O afastamento mínimo entre blocos de edificações
(quinze metros) e existindo edificação em lote vizinho colada coletivas no mesmo lote será igual ou maior que a soma dos
na divisa lateral, será dispensado para essa divisa o afastamento afastamentos laterais exigidos para estas edificações, inclusive
lateral da nova edificação, até altura da edificação existente, res- quando as fachadas que se confrontam não possuam abertura
peitado o gabarito da fração urbana correspondente. para o exterior.
§ 1º A dispensa de que trata o caput deste artigo poderá Parágrafo Único - A existência das circulações verticais in-
ocorrer nas duas divisas laterais, quando o lote tiver edificações dependentes não configura edificações separadas, devendo ser
vizinhas coladas nas duas divisas laterais, prevalecendo para a respeitado o número máximo de unidades habitacionais por pa-
nova construção o número de pavimentos em relação à edifica- vimento previsto no art. 65.
ção vizinha mais baixa, e respeitado o gabarito da fração urbana Art. 50 O balanço de varandas, jardineiras e elementos de-
correspondente. corativos sobre os afastamentos laterais e frontal será de, no
§ 2º Na Sub-Região Icaraí, a dispensa de que tratam o caput máximo, dois metros, devendo guardar um afastamento mínimo
e o § 1º deste artigo poderá ocorrer em lotes com até 18,00m de dois metros e cinquenta centímetros em relação às divisas
(dezoito metros) de testada, quando houver edificação vizinha laterais.
colada na divisa lateral com 06 (seis) ou mais pavimentos, res- § 1º Nos casos de prédios colados nas divisas as varandas
peitado o gabarito da fração urbana correspondente. frontais deverão ter um afastamento mínimo de 1,50m (um me-
tro e cinquenta centímetros) das divisas laterais.
§ 2º As varandas situadas nas fachadas laterais não poderão
ter fechamento.

123
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 51 Os lotes adjacentes aos cursos d`água existentes de- Art. 59 Os embasamentos das edificações residenciais cole-
verão sofrer recuo de quatro metros e cinquenta centímetros e tivas com até seis pavimentos de unidades habitacionais, serão
as edificações deverão respeitar um afastamento de sete metros compostos no máximo dos seguintes pavimentos:
e cinquenta centímetros, ambos em relação às margens dos ca- a) pavimento semienterrado que poderá ter no máximo
nais, garantindo uma faixa de drenagem para o escoamento das 2,00m (dois metros) de altura acima do nível do meio-fio até o
águas e a manutenção e limpeza. piso do pavimento térreo, para não ser computado nos gabari-
tos máximos indicados por esta Lei;
SUBSEÇÃO III b) pavimento térreo que, quando houver aproveitamento
DOS POÇOS E PRISMAS DE ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO de semienterrado, somente poderá ser coberto fora da projeção
da lâmina respeitado um afastamento de 15,00m (quinze me-
Art. 52 Na Região das Praias da Baía são permitidas a venti- tros) do alinhamento frontal do terreno;
lação e a iluminação dos compartimentos de uma edificação por c) pavimento de uso comum, destinado às atividades de la-
poços e prismas, de acordo com as condições expressas nesta zer dos moradores da edificação.
Lei. § 1º É proibida a utilização do embasamento para unidades
§ 1º Os poços de ventilação são permitidos para banheiros habitacionais, com exceção das situações previstas no art. 60.
e circulação. § 2º O fechamento para criação de espaços de uso condo-
§ 2º Os prismas principais de iluminação e ventilação são minial nos pilotis deverá limitar-se à projeção da lâmina.
permitidos para quartos, salas e cômodos similares. § 3º O pavimento térreo somente poderá ser coberto fora
§ 3º Os prismas secundários de iluminação e ventilação são da projeção da lâmina quando houver Pavimento de Uso Co-
permitidos para cozinhas, copas e áreas de serviço. mum - PUC imediatamente abaixo do primeiro pavimento de
Art. 53 Os poços destinados a ventilar banheiros em edifica- unidades habitacionais, servindo de piso para este pavimento
ções de até três pavimentos deverão ter área mínima de noven- de lazer.
ta décimos de metro quadrado, acrescentando-se, para deter- § 4º É permitida a utilização como garagem de cinquenta
minar a área mínima em edificações com mais de três pavimen- porcento da área do pavimento de uso comum desde que se
tos, dez décimos de metro quadrado por pavimento adicional. localize na porção posterior e fora do terço anterior, observadas
Parágrafo Único - O diâmetro mínimo exigido para os poços as seguintes condições:
de ventilação é de sessenta centímetros. a) a área de uso comum, fora da projeção da lâmina, não
Art. 54 Os poços destinados a ventilar circulações deverão poderá ser coberta;
ter como área mínima o dobro da área estabelecida para os po- b) quando o pavimento de cobertura for utilizado para ativi-
ços destinados a ventilar banheiros. dades de uso comum, todo o pavimento de uso comum ou pilo-
Art. 55 Os prismas principais para iluminação e ventilação tis poderá ser utilizado como garagem, não podendo ser coberto
em edificações de até três pavimentos deverão ter diâmetro mí- com laje fora da projeção da lâmina.
nimo de três metros, acrescendo-se, a partir de três pavimentos, Art. 60 Para edificações de que trata o artigo 59 desta Lei,
cinquenta centímetros por pavimento adicional. os pavimentos do embasamento, com exceção do pavimento se-
Parágrafo Único - A área mínima dos prismas de que trata o mienterrado, poderão ser de unidades habitacionais, desde que
caput deste artigo é de 9,00m² (nove metros quadrados). respeitados os mesmos afastamentos da lâmina e atendidas as
Art. 56 Os prismas secundários para iluminação e ventila- condições exigidas de estacionamento e área de lazer.
ção em edificações de até três pavimentos deverão ter diâmetro Art. 61 Para edificações com mais de seis pavimentos de
mínimo de um metro e cinquenta centímetros; edificações com unidades habitacionais é permitido embasamento nas seguintes
quatro pavimentos deverão ter diâmetro mínimo de dois metros condições:
e quarenta centímetros e, a partir de quatro pavimentos, deve- a) semi-enterrado que deverá ter no máximo 2,00 (dois me-
rão ser acrescidos trinta centímetros por pavimento adicional. tros) de altura acima do nível do meio-fio até o piso do pavi-
Parágrafo Único - A área mínima dos prismas de que trata o mento térreo, para não ser computado nos gabaritos máximos
caput deste artigo é de seis metros quadrados. indicados por esta Lei. (Redação dada pela Lei nº 2581/2008)
Art. 57 Os prismas e poços deverão ter dimensões cons- b) pavimento térreo, cujo fechamento e cobertura em laje
tantes, não podendo haver escalonamento, sendo considerado somente é permitido fora da projeção da lâmina, obedecendo a
como primeiro o mais baixo pavimento a ser iluminado e venti- um afastamento mínimo de quinze metros contados do alinha-
lado. mento frontal do terreno, exceto no caso de embasamento co-
mercial, em que poderá ser coberto fora da projeção da lâmina,
SUBSEÇÃO IV obedecido o alinhamento frontal da fachada;
DO EMBASAMENTO c) pavimento de uso comum, destinado ao lazer e recrea-
ção, que será obrigatório, e situado imediatamente abaixo do
Art. 58 Nas edificações residenciais, comerciais, de serviços primeiro pavimento de unidades habitacionais, com área igual
e mistas, os pavimentos de embasamento estão dispensados ou superior a área do pavimento tipo;
dos afastamentos laterais e de fundos, proibida a abertura de d) pavimento adicional de garagem, acima do pavimento
vãos, e devem guardar o afastamento frontal em relação à testa- térreo, nas mesmas condições deste, que somente será permi-
da do lote conforme estabelecido para a via onde se situa, salvo tido nos casos em que for construída garagem no subsolo e no
exceções expressas nesta Lei. semienterrado.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 1º O piso da cobertura do pavimento térreo ou do pa- Art. 65 As edificações residenciais coletivas deverão respei-
vimento adicional de garagem, quando construído, poderá ser tar um número máximo de 12 (doze) unidades habitacionais por
utilizado para atividades de lazer descobertas, integradas às do pavimento no caso de unidades com até 02 (dois) quartos; e de
pavimento de uso comum. 08 (oito) unidades habitacionais para aquelas com mais de 02
§ 2º Toda a área do terreno no pavimento térreo, inclusi- (dois) quartos. (Redação dada pela Lei nº 2581/2008)
ve fora da projeção da lâmina, poderá ser utilizada para vagas Art. 66 Os pavimentos destinados a unidades habitacionais
de estacionamento, resguardada a circulação de pedestres que poderão ser utilizados como garagem, limitados à área de pro-
deverão ser separadas por muretas, ou similares, com altura mí- jeção da lâmina.
nima de sessenta centímetros. Art. 67 As edificações situadas nos terrenos com duas tes-
§ 3º Somente será permitido o pavimento de garagem tadas deverão respeitar o gabarito medido no logradouro numa
previsto na alínea “d” deste artigo, quando existir subsolo e se- faixa de cinquenta metros de profundidade a partir do alinha-
mi-enterrado ambos com a ocupação mínima de 70% (setenta mento do terreno.
porcento) da área do terreno ou o aproveitamento máximo per- Parágrafo Único - No caso de terrenos com profundidade
mitido do terreno, respeitados os afastamentos previstos para o superior a cem metros, prevalece na faixa intermediária o maior
local. (Redação dada pela Lei nº 2581/2008) gabarito estabelecido.
§ 4º No pavimento semi-enterrado, somente poderá ser Art. 68 Nos terrenos situados total ou parcialmente acima
utilizada a altura de dois metros acima do nível do meio-fio, da cota de referência de gabarito da fração correspondente, o
quando existir subsolo com área mínima correspondente a 70% gabarito deverá ser reduzido de um pavimento a cada três me-
(setenta porcento) da área do terreno ou aproveitamento máxi- tros e cinquenta centímetros que se eleva em altitude, ficando
mo permitido do terreno, respeitados os afastamentos previstos sempre assegurado o gabarito da lâmina de no mínimo 03 (três)
para o local, caso contrário à altura máxima será de um metro e pavimentos, exceto quando houver condição diversa expressa
trinta centímetros. (Redação dada pela Lei nº 2581/2008) nesta Lei para as frações urbanas.
Art. 62 Serão permitidos, sem cômputo nos gabaritos ex- § 1º Nos terrenos onde a cota de referência de gabarito for
pressos nesta Lei para as frações urbanas, os pavimentos em o meio-fio e que apresentem diferença de nível na(s) testada(s),
subsolo destinados à garagem e cômodos de equipamentos téc- deverá ser adotada a cota do meio-fio no ponto médio da tes-
nicos para a edificação. tada como ponto de referência para o cálculo da altura máxima
Parágrafo Único - (Suprimido). da(s) edificação(s), independente da localização do(s) acesso(s)
Art. 63 O embasamento das edificações mistas terá o mes- à(s) edificação(s), ficando limitada a 5,50m (cinco metros e cin-
mo número máximo de pavimentos definidos nos art. 59 e 61 quenta centímetros) a altura máxima entre o nível do piso do
desta Lei, sendo permitido o uso comercial em qualquer pavi- pavimento térreo e o nível do ponto mais baixo da testada. (Re-
mento, exceto no pavimento de uso comum ou pilotis, destinado dação dada pela Lei nº 2581/2008)
exclusivamente ao lazer e recreação dos moradores do prédio, e § 2º Nos terrenos com acentuado declive e em encostas,
aplicam-se as condições da Lei de Uso e Ocupação do Solo.
desde que fiquem garantidas as vagas de estacionamento exigi-
das para as unidades habitacionais e para os estabelecimentos
SUBSEÇÃO VI
comerciais e de serviços, e respeitados os parâmetros urbanísti-
DA EXTENSÃO DA FACHADA E DA ALTURA MÁXIMA DA
cos estabelecidos na fração correspondente.
EDIFICAÇÃO
SUBSEÇÃO V
Art. 69 Deverá ser obedecida a altura máxima das edifi-
DO GABARITO DA LÂMINA
cações correspondente ao somatório dos pavimentos, a partir
da soleira da edificação até a cobertura, considerados a altura
Art. 64 As construções no pavimento de cobertura se limi-
acima do solo do pavimento semienterrado, a média de 3,00m
tarão a cinquenta porcento da projeção do pavimento de uni- (três metros) por pavimento do embasamento e da lâmina e
dades habitacionais e guardarão afastamento frontal de três mais 1,00 (um metro) para soluções técnicas estruturais e de
metros e afastamentos laterais e de fundos iguais a um metro e instalações elétrica, hidráulica e de equipamentos especiais, e
cinquenta centímetros. uma extensão máxima de 36,00m (trinta e seis metros) para a
§ 1º O pavimento de cobertura poderá se constituir em fachada frontal.
unidades independentes ou possuir dependência do pavimen- Parágrafo Único - Os pés-direitos deverão ter, no mínimo, os
to imediatamente inferior, ter uso comum dos condôminos ou valores exigidos pela legislação vigente.
abrigar equipamentos tais como reservatórios e equipamentos
mecânicos. SUBSEÇÃO VII
§ 2º Acima do pavimento de cobertura serão admitidos so- DA TAXA DE IMPERMEABILIZAÇÃO DO LOTE
mente compartimentos destinados aos equipamentos referidos
no parágrafo anterior. Art. 70 As novas edificações na Zona Urbana da Região das
§ 3º O pavimento de cobertura não será computado no ga- Praias da Baía ficam dispensadas do cumprimento da exigência
barito da lâmina. de taxa de impermeabilização atendendo as seguintes condi-
ções:

125
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

I - a faixa de afastamento adjacente ao passeio deverá ser II - para clubes recreativos ou desportivos, ginásios de es-
ajardinada em, no mínimo, sessenta porcento de sua área e os porte: uma vaga para cada cento e cinquenta metros quadrados
acessos à edificação, os passeios e as bainhas somente poderão de área do terreno;
ser pavimentados com blocos de concreto pré-moldados inter- III - para centro cultural: uma vaga para cada cento e cin-
travados ou outro material permeável, respeitadas as condições quenta metros quadrados de área de construção computável;
adequadas à locomoção dos portadores de deficiências físicas; IV - para estabelecimentos de Ensino Superior: uma vaga
II - as condições definidas no inciso anterior poderão ser para cada vinte e cinco metros quadrados de área de construção
substituídas por soluções de captação de águas pluviais recolhi- computável;
das para aproveitamento e/ou reintrodução no subsolo, deven- V - para entrepostos, armazéns, depósitos e comércio ata-
do a solução ser acompanhada de memorial técnico que será cadista: uma vaga para cada cem metros quadrados de área de
submetido à aprovação junto com o projeto da edificação. construção computável;
Parágrafo Único - Nas frações urbanas CT-02, CT-09B, CT-10, VI - para garagens de transporte coletivo de passageiros e
CT-14, CT-17 A, CT-17 B, IC-05, IC-08, IC-09, IC-17, SR-02, SR-04, de transporte de carga: uma vaga para cada mil metros quadra-
SR-06, SR-08, SR-09, SF-03-A, SF-03-B, SF-05 e SF-06, além das dos de área de terreno;
condições estabelecidas nos incisos I e II, as novas edificações VII - para hospitais: uma vaga para cada três leitos;
deverão respeitar uma Taxa Máxima de Impermeabilização de VIII - para hotéis-residência: uma vaga para cada uma uni-
90% (noventa porcento). dade residencial;
IX - para indústrias: uma vaga para cada cem metros qua-
SUBSEÇÃO VIII drados de área de construção computável;
DOS USOS X - para estabelecimentos comerciais ou de serviços não re-
lacionados nos incisos anteriores:
Art. 71 Ficam proibidas em toda a Região das Praias da Baía, a) uma vaga para cada cem metros quadrados de área edifi-
excetuada a fração urbana CT 08, as indústrias potencial ou efe- cável computável em estabelecimentos de pequeno porte;
tivamente poluidoras. b) uma vaga para cada sessenta metros quadrados de área
Art. 72 As edificações de uso industrial de portes médio e edificável computável em estabelecimentos de médio e grande
grande e comercial e de serviços de portes médio 1, médio 2 porte.
e grande devem ter local para carga e descarga dentro do lote, § 1º As vagas de estacionamento para unidades habitacio-
com dimensões mínimas de três metros por oito metros e, nais em edificações coletivas estão estabelecidas por sub-região
quando situados em local coberto, a altura livre deve ser de três de planejamento ou por fração urbana.
metros e vinte centímetros. § 2º Em edificações de uso misto, a quantidade de vagas
Art. 73 São proibidas as edificações coletivas em ruas que será igual ao somatório das vagas para as unidades residenciais
apresentem caixa de rolamento inferior a seis metros, bem e para os estabelecimentos comerciais ou de serviços.
como em trecho sem saída de rua que não assegure condições Art. 77 A execução de bainhas de estacionamento e de em-
de retorno de veículos. barque e desembarque deverá seguir os projetos específicos ou
Parágrafo Único - Excluem-se deste artigo as edificações as condições estabelecidas pelo setor competente quando da
cujos projetos viabilizarem estes retornos no interior do lote, aprovação do projeto.
com a garantia de transformação em logradouro público. Parágrafo Único - As vagas localizadas nas bainhas de esta-
cionamento não poderão ser computadas para o atendimento à
SUBSEÇÃO IX exigência de vagas para indústria, comércio, serviços e unidades
DAS VAGAS DE ESTACIONAMENTO habitacionais.

Art. 74 Em toda a Região das Praias da Baía são permitidas SEÇÃO II


garagens subterrâneas e edifícios-garagem, independentemen- DOS PARÂMETROS ESPECÍFICOS
te do porte, respeitadas as exceções expressas nesta Lei.
Art. 75 No projeto arquitetônico de uma edificação deverá SUBSEÇÃO I
estar indicada a capacidade de lotação dos estacionamentos e DA SUB-REGIÃO CENTRO
demonstradas graficamente a viabilidade de acesso e circulação
de veículos e a distribuição e dimensionamento das vagas, que Art. 78 Na Sub-Região Centro são proibidos embasamentos
deverão ter, no mínimo, dois metros e cinquenta centímetros comerciais nas frações urbanas CT 16 e CT 17-A, sendo permi-
por cinco metros, permitida a largura de dois metros e vinte cen- tidos na fração urbana CT 09-B, somente na Rua Dr. Celestino.
tímetros quando dispostas linearmente. Art. 79 Na Sub-Região Centro, as transformações de usos
Art. 76 São exigidas as seguintes quantidades de vagas de em edificações com até 200,00m² (duzentos metros quadrados)
estacionamento: de área estão dispensadas do cumprimento da exigência de va-
I - para unidades habitacionais individuais: gas de estacionamento e da adequação ao novo alinhamento
a) uma vaga por unidade até cento e oitenta metros quadra- de construção, permitidos acréscimos para a nova instalação,
dos de área útil; limitado a 50% (cinquenta porcento) da área original do prédio,
b) duas vagas por unidade acima de cento e oitenta metros devendo este acréscimo respeitar o novo alinhamento de cons-
quadrados de área útil. trução.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 80 As seguintes frações urbanas abrangidas por Áreas Art. 89 Nas frações urbanas Centro CT 12, CT 17-A e CT 17-
de Proteção do Ambiente Urbano (APAU) deverão atender, além B, os edifícios-garagem são dispensados da taxa de ocupação e
das disposições específicas para a fração urbana, às disposições poderão ser colados nas divisas, além de ter gabarito da lâmina
de que tratam os artigos da Seção I, Capítulo II, Título III, desta igual a cinquenta metros, independentemente do número de
Lei: pavimentos, sendo permitido o aproveitamento integral do pa-
I - Área de Proteção do Ambiente Urbano (APAU) Centro: vimento de cobertura, desde que não seja coberto.
CT 05, CT 07 (parte), CT 18-A, CT 18-B (parte), CT 18-C, CT 18-D Art. 90 Na Rua Vera Crispino de Freitas, na fração urbana
e CT 21; CT-16, as edificações deverão ter um afastamento mínimo de
II - Área de Proteção do Ambiente Urbano (APAU) Ponta 3,00m em relação às áreas verdes e uma altura máxima, con-
d`Areia: CT 01 e CT 02; siderados todos os elementos construtivos das edificações, que
III - Gragoatá, São Domingos e Boa Viagem: CT 14. não poderá ultrapassar o nível da Rua Rowley Mendes no ponto
Art. 81 As seguintes frações urbanas abrangidas por Áreas mais desfavorável da projeção das divisas laterais de cada ter-
de Especial Interesse Turístico deverão atender, além das dispo- reno.
sições específicas para a fração urbana, às disposições de que Art. 91 Nas frações urbanas CT 05, CT 07, CT 18-A, CT 18-B,
tratam os artigos do Capítulo V, Título III, desta Lei:
CT 18-C, ficam dispensadas da exigência de vagas de garagem os
I - Áreas de Especial Interesse Turístico do Porto: CT 01, CT
estabelecimentos de uso comercial e de serviço.
03, CT 08-B e CT 11;
Art. 92 Nas seguintes Vias das frações urbanas CT 05 e CT 09
II - Áreas de Especial Interesse Turístico da Ponta d`Arma-
são obrigatórias galerias de pedestres: Avenida Amaral Peixoto,
ção: CT 22;
III - Áreas de Especial Interesse Turístico do Caminho Nie- Ruas Luiz Leopoldo Fernandes Pinheiro, Maestro Felício Toledo
meyer: CT 13, CT 14, CT 15 e CT 16. e Coronel Gomes Machado, esta no trecho entre as Ruas Luiz
Art. 82 A fração urbana CT 01 é abrangida, em parte, pela Leopoldo Fernandes Pinheiro e Maestro Felício Toledo.
Área de Especial Interesse Pesqueiro do Portugal Pequeno e § 1º As galerias de pedestres deverão respeitar as seguintes
deverá atender, além das disposições específicas para a fração condições:
urbana, às disposições de que tratam os artigos do Capítulo VI, I - será permitido, além das colunas, um balanço máximo de
Título III, desta Lei. oitenta centímetros;
Art. 83 A fração urbana CT 11 é abrangida, em parte, pela II - os terrenos que medirem menos de três metros e cin-
Área de Especial Interesse Urbanístico da Praça Renascença - li- quenta centímetros de testada não poderão, isoladamente, ser
gação Centro a São Gonçalo e deverá atender, além das dispo- edificados, exceto quando se unam para formar um só conjunto
sições específicas para a fração urbana, às disposições de que arquitetônico;
tratam os artigos do Capítulo IV, Título III, desta Lei. III - a altura da galeria, cujo teto deverá estar nivelado com
Art. 84 A fração urbana Centro CT 07 compreende a Praça os tetos das construções vizinhas, não deverá ser inferior a seis
da República e seu entorno e obedece, além do disposto nes- metros;
ta Lei, ao tombamento estadual do conjunto arquitetônico da IV - as galerias poderão conter pavimento de sobreloja;
Praça da República, devendo os projetos de obras serem sub- V - a viga entre colunas deverá obrigatoriamente ser direta
metidos à apreciação do Conselho Estadual de Proteção do Pa- e com noventa centímetros de altura.
trimônio Cultural. § 2º Na Avenida Ernani do Amaral Peixoto e na Rua Maes-
Parágrafo Único - As novas construções situadas na Avenida tro Felício Toledo, são exigências específicas para as galerias de
Amaral Peixoto devem obedecer ao Projeto de Alinhamento de pedestres:
1963, não sendo este aplicável às construções na Rua Marquês I - os alinhamentos da face externa das colunas e da face
de Olinda. interna da galeria distarão respectivamente um metro e seis me-
Art. 85 Na fração urbana CT 01, é considerada non aedifi- tros e oitenta centímetros do meio-fio existente ou projetado;
candi a área compreendida entre a Rua Barão de Mauá e a Orla II - as colunas guardarão entre os eixos uma distância es-
Marítima.
tabelecida de acordo com o projeto específico não inferior a
Art. 86 Na fração urbana CT 01, na quadra definida pelas
três metros e cinquenta centímetros, e suas seções ocuparão a
Ruas Santa Clara, Visconde do Uruguai, São Diogo e Praça Vi-
superfície máxima de um quadrado de oitenta centímetros de
torino, o afastamento deverá ser compatível com a vizinhança.
lado;
Art. 87 Nas frações urbanas CT 19 e CT 12, exceto as Ruas
Almte. Tefé (lado par), Gal. Andrade Neves (lado par) e Quinze III - é obrigatório o uso de meias colunas nas divisas, obser-
de Novembro (lado ímpar), as edificações de uso coletivo deve- vando-se a dimensão de oitenta centímetros na direção perpen-
rão ter balanço de três metros sobre o passeio a partir do ter- dicular ao meio-fio.
ceiro pavimento. § 3º Na Rua Cel. Gomes Machado, entre as Ruas Barão do
Art. 88 Na fração urbana CT 08, são proibidas edificações Amazonas e Maestro Felício Toledo, são exigências específicas
administrativas e de apoio à indústria entre a Rua Barão de para as galerias de pedestres:
Mauá, seu prolongamento, Rua Paulo Frumêncio e a Orla Marí- I - os alinhamentos da face externa das colunas e da face in-
tima, e os projetos de edificações do tipo galpão não terão parâ- terna da galeria distarão respectivamente três metros e oito me-
metros construtivos pré-estabelecidos e serão analisados, caso tros e oitenta centímetros do meio-fio existente ou projetado;
a caso, de forma a considerar-se as necessidades específicas da
produção industrial.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

II - as colunas guardarão entre os eixos uma distância es- blicação da Lei 1.967/02 com até 250m² (duzentos e cinquenta
tabelecida de acordo com o projeto específico não inferior a metros quadrados) de ATC são dispensadas do cumprimento das
três metros e cinquenta centímetros, e suas seções ocuparão a exigências de vagas de estacionamento e da adequação ao novo
superfície máxima de um quadrado de setenta centímetros de alinhamento de construção e permitidos acréscimos para nova
lado; instalação, desde que a edificação existente e seus acréscimos
III - é obrigatório o uso de meias colunas nas divisas, obser- não ultrapassem a 250m² (duzentos e cinquenta metros quadra-
vando-se a dimensão de setenta centímetros na direção perpen- dos) de área total de construção, devendo estes acréscimos res-
dicular ao meio-fio. peitar o gabarito previsto para o local e o novo alinhamento de
§ 4º As novas construções situadas na Av. Amaral Peixoto construção. Para as transformações de uso acima de dois pavi-
devem obedecer ao Projeto de Alinhamento de 1963. mentos os acréscimos deverão, ainda, respeitar os afastamentos
Art. 93 Excetuam-se do disposto no art. 21 desta Lei, que laterais e de fundos previstos para o local. (Redação dada pela
relaciona os projetos a serem submetidos à análise do órgão Lei nº 2581/2008)
municipal competente pelo Setor de Cultura, na fração urbana § 1º - Nas frações urbanas citadas acima deverá ser garan-
CT 21: os desmembramentos e os remembramentos que dista- tido o passeio mínimo de três metros ou compatível com a vizi-
rem vinte metros ou mais da testada original dos lotes, desde nhança, definido através de análise especial. (Redação dada pela
que não se situem na Rua Marechal Deodoro; os projetos de Lei nº 2581/2008) (Parágrafo Único transformado em § 1º pela
construção de edificações residenciais coletivas nos Centros de Lei nº 3161/2015)
Quadra, ressalvados os imóveis de preservação quando incorpo- § 2º Fica autorizada a legalização de edificações, com
rados ao empreendimento, e projetos na fração urbana CT 05. até três pavimentos no máximo, nos casos de modificações e
Art. 94 Na Rua XV de Novembro, entre as Ruas Dr. Borman e acréscimos em prédios comerciais e residenciais existentes, de
Jornalista Moacir Padilha, e na Rua Gal. Andrade Neves, o gaba- pequeno porte, dispensando o afastamento e área de estacio-
rito estabelecido para a lâmina poderá ser acrescido de 1 (um) namento, executados exclusivamente na Fração 1C-06 - Icaraí -
pavimento. nesta cidade. (Redação dada pela Lei nº 3161/2015)
§ 3º A legalização autorizada no parágrafo anterior não exi-
SUBSEÇÃO II me os proprietários do pagamento dos tributos ao Município e a
DA SUB-REGIÃO ICARAÍ mesma deverá ser solicitada ao órgão municipal competente no
prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias após a publicação da
Art. 95 Na Sub-Região Icaraí somente são permitidos em- presente Lei. (Redação dada pela Lei nº 3161/2015)
basamentos comerciais nas Ruas Presidente Pedreira, Lara Vi- Art. 101 Na fração urbana IC 03, é considerada non aedifi-
lela, Moreira César, Gavião Peixoto, no trecho da Rua Sete de candi a área compreendida pela Rua São Sebastião, trecho entre
Setembro entre a Av. Roberto Silveira e Ruas Geraldo Martins o nº 69 e a Rua Araújo Pimenta.
e Dom Bosco, no trecho da Rua Lopes Trovão entre as Avenidas Art. 102 Nas frações urbanas IC 10 e IC 11, os gabaritos má-
Jornalista Alberto Torres e Roberto Silveira. ximos da lâmina fixados para as Ruas Moreira César e Mariz e
Art. 96 A fração urbana IC 07 é abrangida pela Área de Espe- Barros aplicam-se tão somente aos lotes existentes, não garan-
cial Interesse Turístico da Orla das Praias da Baía e deverá aten- tindo este direito para áreas remembradas após a vigência desta
der, no caso de hotéis, às disposições de que tratam os artigos Lei.
do Capítulo V, Título III, desta Lei. Art. 103 Na fração urbana IC 11, são considerados non ae-
Art. 97 A fração urbana IC 15 é abrangida pela Área de Espe- dificandi os lotes e o prolongamento da Rua Oswaldo Cruz situ-
cial Interesse Urbanístico para ligação metroviária Centro - Icaraí ados no trecho entre a esquina da Rua Guilherme Greenhalg e o
e deverá atender, além das disposições específicas para a fração nº 323 da Rua Cel. Moreira César.
urbana, às disposições de que tratam os artigos 32 e 33 do Capí- Art. 104 Na fração urbana IC 17, fica permitido o remembra-
tulo IV, Título III, desta Lei. mento dos lotes voltados para as Ruas Pereira da Silva e Mário
Art. 98 Na fração urbana IC 07, é permitido o balanço de va- Alves com os lotes voltados para a Rua Dr. Paulo César, garantido
randas, jardineiras e elementos decorativos, de, no máximo, um em todo o terreno resultante o direito a mais um pavimento,
metro e vinte centímetros além do alinhamento de construção, quando cumprido o recuo fixado para as vias, independente-
limitado a oitenta centímetros no pavimento de garagem. mente do limite de cinquenta metros.
Parágrafo Único - Na fração urbana IC-07 somente poderão Art. 105 Na Travessa Dr. Miguel Vieira Ferreira, na fração ur-
ser dispensadas de afastamento lateral e de fundos as edifica- bana IC 12, o afastamento das edificações deverá ser no mínimo
ções compreendidas no trecho da Av. Jornalista Alberto Torres de sete metros e meio de cada margem do canal, garantindo-se
entre a Rua Miguel de Frias e a Av. Almirante Ary Parreiras. faixas de recuo de quatro metros e meio, adjacentes ao canal,
Art. 99 Na Rua Nair Margem Pereira a altura máxima das para passeio público.
edificações será de trinta metros até a cota do piso da cobertura, Art. 106 O gabarito estabelecido para a lâmina poderá ser
com exceção dos lotes non aedificandi definidos no parágrafo acrescido de 02 (dois) pavimentos nas seguintes Ruas:
único do art. 28 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 2009/2002) I - Rua Gavião Peixoto, pertencente às frações urbanas IC
Art. 100 Nas frações urbanas IC 01 - nas Ruas Lara Vilela e 12, IC 13 e IC 14;
Tiradentes; IC 02 - exceto na Rua Presidente Pedreira; IC 03 na II - Rua Jornalista Irineu Marinho, pertencente à fração ur-
Rua Paulo Alves lado ímpar; IC 04; IC 06; IC 07; IC 08 - exceto bana IC 08;
na Rua Lemos Cunha; IC 09; IC 11; IC 12; IC 13; IC 14 e IC 18, III - Rua Lemos Cunha (trecho entre as Ruas Silvestre Rocha
as transformações de usos de edificações existentes até a pu- e Joaquim Távora) pertencente à fração IC 08;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

IV - Rua São Sebastião (lado par), pertencente à fração ur- I - Área de Especial Interesse Urbanístico do Túnel Charitas
bana IC 03; - Região Oceânica: SF 07;
V - Rua Sete de Setembro, no trecho pertencente às frações II - Área de Especial Interesse Urbanístico Charitas - Rio de
urbanas IC 12 e IC 18. Janeiro para ligação hidroviária: SF 07;
III - Área de Especial Interesse Urbanístico Charitas - Região
SUBSEÇÃO III Oceânica para ligação rodoviária: SF 07;
DA SUB-REGIÃO SANTA ROSA IV - Área de Especial Interesse Urbanístico para complemen-
tação viária da Av. Rui Barbosa: SF 05 e SF 06.
Art. 107 Na Sub-Região Santa Rosa somente são permitidos Art. 114 LE(“Este artigo apresenta-se retificado de acordo
embasamentos comerciais nas Ruas Lopes Trovão, Sete de Se- com a Corrigenda anexada a presente Lei.”) Nas frações urbanas
tembro, Mário Viana, Santa Rosa e Martins Torres. SF 01 e SF 08 somente serão permitidos cortes ou aterros com
Art. 108 As frações urbanas SR 05 e SR 07 são abrangidas altura superior a três metros, caso sejam apresentados estudos
pela Área de Especial Interesse Urbanístico para ligação da Av. de sondagem e projeto de contenção de encosta elaborado por
Ary Parreiras com a Rua Mário Viana e deverão atender, além profissional legalmente habilitado.
das disposições específicas para a fração urbana, às disposições Art. 115 Nas frações urbanas SF 02, SF 04 e SF 07, os estabe-
de que tratam os artigos do Capítulo IV, Título III, desta Lei. lecimentos destinados a bares, restaurantes e atividades turísti-
Art. 109 Nas frações urbanas SR 01, SR 02, SR 04, SR 06, cas de pequeno porte, inclusive as transformações de uso, estão
SR 07, SR 08 e SR 09 as transformações de usos de edificações dispensados das exigências de vagas de estacionamento.
existentes até a publicação da Lei 1.967/02 com até 250m² (du- Art. 116 Nas frações urbanas SF 02 e SF 04 não é permitido
zentos e cinquenta metros quadrados) de ATC são dispensadas o afastamento de fundos de dois metros e meio quando o lote
do cumprimento das exigências de vagas de estacionamento e tiver profundidade inferior a dois terços da largura de sua testa-
da adequação ao novo alinhamento de construção, permitidos da, conforme permissão do artigo 47 desta Lei.
acréscimos para nova instalação, desde que a edificação existen-
Art. 117 Não se aplica à Sub-Região de São Francisco a per-
te e seus acréscimos não ultrapassem a 250m² (duzentos e cin-
missão para serem coladas nas divisas, conforme disposto no
quenta metros quadrados) de área total de construção, devendo
artigo 44 desta Lei, as edificações em até cinco pavimentos, em
estes acréscimos respeitar o gabarito previsto para o local e o
terrenos com até dezoito metros de testada.
novo alinhamento de construção. Para as transformações de uso
Art. 118 Suprimido.
acima de dois pavimentos os acréscimos deverão, ainda, respei-
Art. 119 Nas frações urbanas SF 01 (lado par, no trecho en-
tar os afastamentos laterais e de fundos previstos para o local.
tre a SF 08 e o nº 534, exclusive) e SF 08 (lado par), as edifica-
Parágrafo Único - Nas frações urbanas citadas acima deverá
ções deverão ter suas alturas limitadas ao greide da via, sendo
ser garantido passeio de no mínimo três metros ou compatível
proibidas as construções de muros que impeçam a visão do mar.
com a vizinhança, definido através de analise especial. (Redação
acrescida pela Lei nº 2581/2008)
Art. 110 Na Rua Sete de Setembro, no trecho pertencente SUBSEÇÃO V
à fração urbana SR 01, o gabarito estabelecido para a lâmina DA SUB-REGIÃO JURUJUBA
poderá ser acrescido de um pavimento.
Art. 120 Na Sub-Região Jurujuba não há proibições de em-
SUBSEÇÃO IV basamento comercial.
DA SUB-REGIÃO SÃO FRANCISCO Art. 121 Na Av. Carlos Ermelindo Marins, no trecho entre o
Clube Naval e a Praia da Várzea, na fração urbana JJ 01, as edifi-
Art. 111 Na Sub-Região São Francisco somente são permiti- cações deverão ter suas alturas limitadas ao greide da via, sendo
dos embasamentos comerciais na Av. Quintino Bocaiúva, Av. Rui proibida a construção de muros que impeçam a visão do mar.
Barbosa, Av. Silvio Picanço e Av. Carlos Ermelindo Marins. Art. 122 As frações urbanas JJ 01, JJ 02 e JJ 03 são abrangi-
Art. 112 As frações urbanas SF 01, SF 02, SF 07 e SF 08 são das pela Área de Especial Interesse Paisagístico de Jurujuba e
abrangidas pela Área de Especial Interesse Turístico da Orla das deverão atender, além das disposições específicas para a fração
Praias da Baía e deverão atender, no caso de hotéis, às disposi- urbana, às disposições de que tratam os artigos da Seção II, Ca-
ções de que tratam os artigos do Capítulo V, Título III, desta Lei. pítulo II, Título III, desta Lei.
§ 1º Será permitida a ocupação por bares e restaurantes da Art. 123 A fração urbana JJ 03 é abrangida pela Área de Es-
faixa de afastamento nas edificações voltadas para a Av. Quinti- pecial Interesse Pesqueiro de Jurujuba e deverá atender, além
no Bocaiúva, respeitada uma distância mínima de doze metros das disposições específicas para a fração urbana, às disposições
em relação ao meio-fio. de que tratam os artigos do Capítulo VI, Título III, desta Lei.
§ 2º Os bares e restaurantes de que trata o parágrafo ante- Art. 124 Em toda a Sub-região de Jurujuba as transforma-
rior ficam dispensados da exigência de vagas de estacionamen- ções de uso de edificações existentes até a publicação da Lei
to. 1.967/2002 com até 250m² (duzentos e cinquenta metros qua-
Art. 113 As seguintes frações urbanas são abrangidas por drados) de ATC são dispensadas do cumprimento das exigências
Áreas de Especial Interesse Urbanístico e deverão atender, além de vagas de estacionamento e da adequação ao novo alinha-
das disposições específicas para a fração urbana, às disposições mento de construção, permitidos acréscimos para nova insta-
de que tratam os artigos do Capítulo IV, Título III, desta Lei: lação, desde que a edificação existente e seus acréscimos não

129
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

ultrapassem a 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados), k) Rua Saldanha Marinho (lado ímpar): entre Rua Visconde
de área total de construção, devendo estes acréscimos respeitar do Uruguai e Rua Visconde de Itaboraí, entre Rua Visconde de
o gabarito previsto para o local e o novo alinhamento de cons- Itaboraí e Rua Barão do Amazonas, entre Rua Barão do Amazo-
trução. Para as transformações de uso acima de dois pavimentos nas e Rua Visconde de Sepetiba;
os acréscimos deverão ainda respeitar os afastamentos laterais l) Rua Saldanha Marinho (lado par): entre nº 12 e 32, ambos
e de fundos previstos para o local. inclusive, entre Rua Visconde do Uruguai e Rua Visconde de Ita-
Parágrafo Único - Nas frações urbanas citadas acima deverá boraí, entre Rua Visconde de Itaboraí e Rua Barão do Amazonas,
ser garantido passeio de no mínimo três metros ou compatível entre Rua Barão do Amazonas e Rua Visconde de Sepetiba;
com a vizinhança, definido através de análise especial. (Redação m) Rua Marquês de Caxias (lado ímpar): entre nº 49 inclusi-
dada pela Lei nº 2581/2008) ve e Rua Visconde do Uruguai;
n) Rua Marquês de Caxias (lado par): entre nº 20 inclusive e
SEÇÃO III Rua Visconde do Uruguai, entre Rua Visconde do Uruguai e Rua
DOS PROJETOS ESPECIAIS Visconde de Itaboraí, entre Rua Visconde de Itaboraí e Rua Ba-
SUBSEÇÃO I rão do Amazonas, entre Rua Visconde de Sepetiba e Rua Xavier
DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO DO AMBIENTE URBANO de Brito;
(APAU) CENTRO o) Rua Marechal Deodoro (lado ímpar): entre nº 19 inclusi-
ve e Rua Visconde do Uruguai, entre Rua Visconde do Uruguai
Art. 125 A fração urbana CT 21 situada na Área de Preserva- e Rua Visconde de Itaboraí, entre Rua Visconde de Itaboraí e
ção do Ambiente Urbano (APAU) Centro, fica dividida, para fins Rua Barão do Amazonas, entre Rua Barão do Amazonas e Rua
de definição de seus parâmetros de uso e da ocupação do solo, Visconde de Sepetiba;
em: p) Rua Marechal Deodoro (lado par): entre Rua Visconde do
I - Conjuntos Arquitetônicos de Interesse de Preservação: Uruguai e Rua Visconde de Itaboraí, entre Rua Visconde de Ita-
formados de imóveis de interesse de preservação e imóveis boraí e Rua Barão do Amazonas, entre Rua Barão do Amazonas
passíveis de renovação, nas periferias das quadras, cujas con- e Rua Visconde de Sepetiba;
formações definem as principais características urbanísticas do q) Rua São João (lado ímpar): entre Rua Visconde do Uru-
Centro Histórico de Niterói, situados nos trechos de Ruas abaixo guai e Rua Visconde de Itaboraí, entre Rua Visconde de Itaboraí
relacionadas:
e Rua Barão do Amazonas entre Rua Barão do Amazonas e Rua
a) Rua Visconde do Uruguai (lado par): entre Rua Fróes da
Visconde de Sepetiba;
Cruz e Rua Saldanha Marinho, entre Rua Saldanha Marinho e
r) Rua São João (lado par): entre Rua Barão do Amazonas e
Rua Marquês de Caxias, entre Rua Marquês de Caxias e nº 294
nº 170 inclusive;
inclusive, entre Rua Marechal Deodoro e Rua São João e entre
s) Rua São Pedro (lado ímpar): entre Rua Barão do Amazo-
Rua São João e Rua São Pedro;
nas e Rua Visconde de Sepetiba;
b) Rua Visconde do Uruguai (lado ímpar): entre Rua Fróes
t) Rua São Pedro (lado par): entre Rua Maestro Felício Tole-
da Cruz e Rua Saldanha Marinho, entre nº 283 inclusive e Rua
do e Rua Barão do Amazonas, entre Rua Barão do Amazonas e
Marquês de Caxias, entre Rua Marquês de Caxias e Rua Mare-
Rua Visconde de Sepetiba;
chal Deodoro, entre Rua Marechal Deodoro e Rua São João;
c) Rua Visconde de Itaboraí (lado par): entre Rua Fróes da u) Rua Cel. Gomes Machado (lado ímpar): entre Rua Barão
Cruz e nº 218 inclusive, entre Rua Saldanha Marinho e Rua Mar- do Amazonas e Rua Visconde de Sepetiba.
quês de Caxias, entre Rua Marquês de Caxias e nº 310 inclusive; II - Centros de Quadras: áreas centrais das quadras onde é
d) Rua Visconde de Itaboraí (lado ímpar): entre nº 221 in- permitida a ocupação com edificações coletivas, de acordo com
clusive e Rua Saldanha Marinho, entre Rua Saldanha Marinho e as condições estabelecidas nesta Lei.
Rua Marquês de Caxias, entre Rua Marquês de Caxias e o nº 323 Art. 126 Nos Centros de Quadra da fração urbana CT 21, po-
inclusive, entre Rua Marechal Deodoro e Rua São João; derão ser implantadas alamedas-praças de uso e domínio públi-
e) Rua Barão do Amazonas (lado par): entre nº 428 inclusive co, que ocuparão no mínimo quinze porcento da área da quadra,
e Rua São João; a serem viabilizadas por compensação de outorga onerosa do
f) Rua Barão do Amazonas (lado ímpar): entre os nºs 325 e direito de construir (solo criado), desapropriação ou outra forma
335, ambos inclusive, entre nº 411 e Rua São João; que for conveniente a critério do Poder Executivo.
g) Rua Visconde de Sepetiba (lado par): entre nº 82 inclusive Parágrafo Único - As edificações voltadas para as alamedas-
e Rua Marquês de Caxias, entre nº 156 inclusive e Rua Marechal -praças de que trata o caput deste artigo deverão cumprir afas-
Deodoro, entre nº 206 inclusive e Rua São João, entre nº 250 tamento para os limites dessas praças de três metros.
inclusive e Rua São Pedro, entre nº 298 inclusive e Rua Cel. Go- Art. 127 Nos Conjuntos Arquitetônicos de Interesse de Pre-
mes Machado; servação da fração urbana CT 21 é permitida a demolição na
h) Rua Visconde de Sepetiba (lado ímpar): entre Rua Mar- porção posterior de imóveis de interesse de preservação e pre-
quês de Caxias e nº 109 inclusive; servação parcial, a partir de vinte metros contados da linha de
i) Rua Fróes da Cruz (lado ímpar): entre Rua Visconde do Rio testada do prédio, desde que situados fora das esquinas.
Branco e Rua Visconde do Uruguai; Parágrafo Único - Não se aplica aos imóveis da Rua Mare-
j) Rua Fróes da Cruz (lado par): entre nº 16 e 32, ambos chal Deodoro a permissão expressa no caput deste artigo.
inclusive;

130
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 128 Nos Centros de Quadra da fração urbana CT 21, os V - o afastamento das edificações, medido a partir do ali-
imóveis podem ser demolidos, permitida a construção de novas nhamento da via, será de dez metros quando construído o pórti-
edificações, respeitados os parâmetros arquitetônicos e urba- co-murada das testadas e de vinte e cinco metros, onde houver
nísticos estabelecidos nesta Lei. Conjunto Arquitetônico de Preservação;
Art. 129 Os imóveis passíveis de renovação integrantes dos VI - os acessos de veículos aos prédios de Centros de Qua-
Conjuntos Arquitetônicos de Interesse de Preservação da fração dra deverão ser feitos através dos pórticos/muradas ou através
urbana CT 21 quando demolidos devem, obrigatoriamente, ser de um ou mais imóveis dos Conjuntos de Preservação, sendo
substituídos por outros com profundidade mínima de vinte me- permitidos acessos para as alamedas-praças somente para pe-
tros, respeitados os parâmetros arquitetônicos e urbanísticos destres.
estabelecidos nesta Lei. Parágrafo Único - É permitida a manutenção dos imóveis
Art. 130 Os lotes na fração urbana CT 21 poderão ser des- adjacentes ou a construção nas condições de conjuntos de pre-
membrados de sua porção posterior, guardada a distância mí- servação na faixa de cinco metros entre os conjuntos de preser-
nima de vinte metros da testada, desde que garantidas a área vação e a edificação de Centro de Quadra, quando estes imóveis
mínima de cento e vinte e cinco metros quadrados, dispensadas ou construções integrarem o empreendimento de Centro de
Quadra.
as condições expressas na legislação municipal em vigor de par-
Art. 133 Fica permitido nos Centros de Quadras edificações
celamento do solo e resguardadas as condições de acesso de
para uso educacional de qualquer porte.
pedestres e veículos ao lote resultante.
Art. 134 A incorporação de imóveis de preservação nos em-
Art. 131 Nos Conjuntos Arquitetônicos de Interesse de Pre-
preendimentos nos Centros de Quadra da fração urbana CT 21
servação da fração urbana CT 21, deverão também ser atendi- garantirá o acréscimo de mais um pavimento tipo na edificação,
das as seguintes condições: desde que o imóvel de preservação seja restaurado.
I - proibida a construção de pavimento semienterrado, sen- Art. 135 A restauração de imóveis de preservação que não
do permitidos pavimentos de subsolo; integram o empreendimento, feita pelo empreendedor da edi-
II - nos imóveis de preservação e passíveis de renovação fi- ficação nos Centros de Quadra da fração urbana CT 21, garanti-
cam permitidos acréscimos na parte posterior dos imóveis, res- rá um acréscimo de área para a edificação, limitado a mais um
peitados os parâmetros estabelecidos nesta Lei; pavimento de unidade habitacional, na proporção de quatro
III - as edificações existentes ou novas poderão ter vãos de metros quadrados de restauração para um metro quadrado de
ventilação e iluminação voltados para as alamedas-praças; construção.
IV - as edificações que substituírem imóveis de renovação Parágrafo Único - A comprovação da vinculação dos em-
poderão ter dois pavimentos, de acordo com os imóveis de pre- preendimentos de restauração de imóveis de preservação com
servação do conjunto arquitetônico, com exceção das edifica- construção nova será por documento dispondo que o empreen-
ções localizadas nos seguintes trechos de Ruas, onde as mesmas dedor ou o proprietário do lote, onde está sendo feita a cons-
terão um pavimento: Rua Marechal Deodoro (lado par, no tre- trução nova, é proprietário do imóvel de preservação, ou por
cho entre a Avenida Visconde do Rio Branco e a Rua Visconde do contrato com registro em cartório, entre o responsável pelo em-
Uruguai), Rua Saldanha Marinho (lado ímpar, no trecho entre a preendimento de Centro de Quadra e o proprietário do imóvel
Avenida Visconde do Rio Branco e a Rua Visconde do Uruguai e de preservação.
em ambos os lados, no trecho entre as Ruas Visconde de Itabo- Art. 136 Os acréscimos de área, de que tratam os art. 134 e
raí e Barão do Amazonas), Rua Visconde do Uruguai (lado ím- 135, desta Lei ficam condicionados à restauração do imóvel de
par, no trecho entre as Ruas Fróes da Cruz e Saldanha Marinho) preservação executada de acordo com a orientação e aprovação
e Rua Visconde de Itaboraí (lado par, no trecho entre as Ruas do órgão municipal competente pelo Setor de Cultura.
Fróes da Cruz e Saldanha Marinho). Parágrafo Único - Os aceites de obra das construções em
Art. 132 As edificações residenciais coletivas nos Centros Centros de Quadra ficam condicionados à apresentação do acei-
de Quadra da fração urbana CT 21 deverão seguir o disposto te das obras de restauração que deverão ser aprovadas e aceitas
pelo órgão municipal competente pelo Setor de Cultura.
abaixo:
Art. 137 A utilização dos acréscimos de que tratam os arti-
I - o térreo deverá ser em pilotis e os demais pavimentos
gos 134 e 135 desta Lei limita-se ao aumento de no máximo um
destinados a unidades habitacionais;
pavimento por edificação.
II - o pilotis deverá ser livre, para utilização como garagem,
Art. 138 As construções de edificações sujeitas à outorga
permitida apenas a ocupação com circulações verticais e a cons- onerosa do direito de construir (solo criado) poderão ser bene-
trução, com no máximo sessenta metros quadrados, de elemen- ficiadas por abatimento do pagamento relativo a essa outorga,
tos técnicos, portaria e compartimentos de apoio e serviço; caso o empreendimento seja vinculado à construção de edifica-
III - será permitida a construção de um pavimento imedia- ção coletiva em Centro da Quadra da fração urbana CT 21, pelo
tamente superior ao pilotis, respeitada a projeção da lâmina, mesmo empreendedor ou através de consórcio.
destinado à garagem e/ou pavimento de uso comum dos condô- § 1º Para cálculo da redução do pagamento da outorga one-
minos, sendo proibido o uso residencial; rosa do direito de construir (solo criado) de que trata o caput
IV - quando os imóveis periféricos que não integram os Con- deste artigo, será subtraído cinquenta porcento da área edificá-
juntos Arquitetônicos de Interesse de Preservação forem demo- vel computável do Centro de Quadra da fração urbana CT 21 no
lidos, é compulsória a construção de pórtico/murada na testada cálculo da área edificável computável do empreendimento de-
dos lotes, conforme definição do art. 2º desta Lei; vedor da outorga onerosa do direito de construir (solo criado).

131
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 2º A concessão da isenção será provisória no momento da VII - Comunidade do Pau Ferro, com os Caminhos existen-
liberação das licenças das duas obras de que trata o caput deste tes: Trav. Antônio de Oliveira, Trav. Ondina, Trav. Itabirici, Trav.
artigo, quando será apresentado cronograma das obras, não po- Alice Rosas, Trav. Dona Nazareth.
dendo o prazo da obra beneficiada pela isenção ser inferior ao § 1º Para aprovação de projetos ou legalização de edifica-
da obra de Centro de Quadra. ções nos caminhos existentes de que trata este artigo, o interes-
§ 3º O aceite das obras e a concessão em caráter definitivo sado deverá apresentar documentos probatórios de sua titulari-
da isenção de que trata o caput deste artigo ficam condiciona- dade ou de posse legitimada.
dos à apresentação do aceite das obras de Centro de Quadra. § 2º As edificações comerciais de pequeno porte poderão
§ 4º O não cumprimento do cronograma, acarretará no can- adotar para aprovação de projeto o Modelo Simplificado.
celamento da isenção provisória e na imediata cobrança do va- § 3º É permitido uso comercial no térreo das edificações em
lor do solo criado, acrescido de multa de 10% e dos juros legais. toda a Sub-Região de Jurujuba.
Art. 144 Na fração urbana JJ 01, ficam dispensadas do afas-
SUBSEÇÃO II tamento frontal as edificações voltadas para a Rua Carlos Erme-
DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO DO CAMI- lindo Marins, no trecho da Praia de Jurujuba, e para os caminhos
NHO NIEMEYER existentes, de que trata o artigo 143 desta Lei, exceto as Ruas
Araripe dos Santos Martins, Janete Montani Marins, José Ribeiro
Art. 139 (Revogado pela Lei nº 2411/2006) de Matos, Eugênio José Bernardes e Nair Costa de Noronha.
Art. 140 (Revogado pela Lei nº 2411/2006) Art. 145 São áreas reconhecidamente consagradas pelo uso
Art. 141 (Revogado pela Lei nº 2411/2006) público na fração urbana JJ 01:
I - Campo do Flamenguinho, na Comunidade de Salinas, de-
SUBSEÇÃO III limitado pela Travessa Nair Costa de Noronha, Rua Janete Mon-
REA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO DO CAMPUS tani Marins e a Av. Carlos Ermelindo Marins;
DA UFF II - Campo da AMORJ, na Comunidade da Várzea, localizado
entre a Trav. Brandão e a Policlínica Comunitária de Jurujuba;
Art. 142 A Área de Especial Interesse Urbanístico do Cam- III - Praça do Cais e toda a Orla Marítima, compreendida en-
pus da UFF - Universidade Federal Fluminense seguirá os parâ- tre a Av. Carlos Ermelindo Marins e o mar, no trecho entre a Rua
metros do respectivo Plano Diretor. Lauro Sodré e a Praia de Jurujuba, exclusive.

SUBSEÇÃO IV SUBSEÇÃO V
DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE SOCIAL DE JURUJUBA DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO DO POR-
TO DE NITERÓI
Art. 143 A Área de Especial Interesse Social de Jurujuba,
Art. 146 A Área de Especial Interesse Urbanístico do Porto
compreendida pelas Comunidades abaixo descritas, recebe pa-
de Niterói é delimitada pela Av. Feliciano Sodré, Av. Jansen de
râmetros especiais definidos nesta Lei para fins de regulamen-
Mello, Rua Barão do Amazonas, Rua Cristina Dutra, Orla Marí-
tação urbanística, passando a constituir as frações urbanas JJ 01
tima e pelos viadutos de acesso à Ponte Presidente Arthur da
e JJ 03:
Costa e Silva.
I - Comunidade do Peixe Galo, com os Caminhos existentes:
Trav. Augustinho, Trav. Firmino dos Santos, Trav. José Augusto
SEÇÃO IV
Vieira, Trav. Almerinda, Trav. Percílio dos Santos, Trav. José Ben-
DA ZONA DE RESTRIÇÃO À OCUPAÇÃO URBANA
to;
II - Comunidade de Salinas, com os Caminhos existentes: Art. 147 Na Zona de Restrição à Ocupação Urbana são per-
Rua Araripe dos Santos Martins, Trav. Dona Irene, Rua Janete mitidos o uso e a ocupação do solo, desde que obedecidos os
Montani Marins, Trav. Dona Maninha, Trav. Castorino, Rua José seguintes parâmetros especiais:
Ribeiro de Mattos, Trav. Lídia Telles, Trav. Cird Sardinha, Trav. I - gabarito máximo de dois pavimentos;
Dona Geni, Trav. Jordi, Trav. Elcio Lima de Sá, Trav. Antônio Fer- II - taxa de impermeabilização máxima igual a quarenta por-
reira, Rua Eugênio José Bernardes, Trav. Dona Leopoldina, Trav. cento;
Dona Mariana, Trav. Dona Galdina, Trav. Nair Costa de Noronha, III - taxa de ocupação máxima igual a trinta porcento;
Trav. das Flores, Trav. Antônio Marques Vilar; IV - desmembramento e parcelamento em lotes mínimos de
III - Comunidade da Várzea, com os Caminhos existentes: mil metros quadrados.
Trav. dos Maricultores, Trav. Brandão; Art. 148 A aprovação dos projetos de parcelamento e de
IV - Comunidade do Cascarejo, com os Caminhos existen- edificação na Zona de Restrição à Ocupação Urbana está con-
tes: Trav. Gonçalo Ferreira, Trav. Esperança, Trav. Santa Rita, Trav. dicionada à apresentação de projetos de replantio das áreas
José Ferraz, Trav. João Derondi, Trav. José Maurício, Trav. da Paz, remanescentes, ficando nessas áreas remanescentes vedada a
Av. Lauro Sodré; retirada de vegetação nativa.
V - Comunidade de Brasília; Art. 149 Poderão ser aceitas doações de áreas para aprova-
VI - Comunidade do Ponto Final, com os Caminhos existen- ção de parcelamento do solo na Zona de Restrição à Ocupação
tes: Beco do Chafariz, Trav. Adjair Silva Nogueira, Trav. São Jerô- Urbana.
nimo, Trav. Prefeito Alberto Fortes;

132
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

TÍTULO V a) fica vedada, expressamente, a instalação de tubos nas


DA APLICAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE POLÍTICA URBANA jardineiras, devendo ser removidos, incontinenti, os já instala-
dos;
Art. 150 Para fins de aplicação do parcelamento, edificação b) o afastamento mínimo entre qualquer elemento no pas-
ou utilização compulsórios do solo urbano subutilizado na Re- seio público deverá ser de no mínimo um metro e cinquenta
gião das Praias da Baía, o coeficiente de aproveitamento mínimo centímetros;
está fixado por fração urbana, conforme Tabela 13 do Anexo II c) deverá ser garantido o acesso com calçada em material
desta Lei. de acabamento com superfície propícia ao deslocamento de ca-
Art. 151 Na Região das Praias da Baía, sempre que o coefi- deira de rodas nos loteamentos, condomínios e planos de vila,
ciente de aproveitamento for superior ao coeficiente básico de sem prejuízo no percentual de área permeável.
aproveitamento do terreno, respeitados os limites máximos dos
parâmetros urbanísticos estabelecidos para as frações urbanas TÍTULO VII
nesta Lei, a outorga de construção será onerosa. DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 152 Para fins de aplicação da outorga onerosa do direi-
to de construir (solo criado), deverá ser aplicada a seguinte Fór- Art. 156 Nas áreas públicas de domínio municipal caberá ao
mula do cálculo da cobrança: SC = [(Ca - Cb)² / FC] x VV, sendo: Poder Executivo definir os parâmetros urbanísticos específicos,
SC = valor do solo criado, Ca = coeficiente de aproveitamento do de acordo com o interesse público.
terreno, Cb = coeficiente de aproveitamento básico, FC = fator
Art. 157 O planejamento de trânsito e transportes na Re-
de correção, VV = valor venal do terreno, utilizado para o cálculo
gião das Praias da Baía está inserido no sistema municipal de
do Imposto sobre a Propriedade Territorial e Urbana (IPTU).
transporte urbano, que deverá contemplar o Sistema Viário, o
§ 1º O coeficiente de aproveitamento do terreno (Ca) é
sistema multimodal de circulação, o sistema de transporte públi-
obtido pela divisão da área edificável computável pela área do
terreno. co de passageiros, o sistema de transporte de carga e o sistema
§ 2º Os coeficientes de aproveitamento básico e os fatores cicloviário.
de correção são definidos por fração urbana, conforme Tabela Parágrafo Único - O Poder Executivo Municipal terá o prazo
14 do Anexo II desta Lei. de 12 (doze) meses para elaborar um Plano de Transporte Urba-
Art. 153 Estão isentas da outorga onerosa do direito de no Integrado, compatível com o Plano Diretor.
construir (solo criado) as edificações situadas nas Sub-Regiões Art. 158 São imóveis de preservação não incluídos em Áreas
Centro, exceto as frações urbanas CT 03, CT 05, CT 09-A, CT 11, de Preservação do Ambiente Urbano na Sub-Região Icaraí:
CT 12, CT 13, CT 14 na Rua Coronel Tamarindo, CT 15, CT 16 na a) Rua Miguel de Frias: 09 e 123;
Rua Vera Crispino de Freitas, CT 19, CT 20, CT 21 na Rua Barão do b) Rua Presidente Pedreira: 62, 78 e 79;
Amazonas no trecho entre as Ruas São Pedro e Coronel Gomes c) Rua Tiradentes: 17, 47 e 148;
Machado, Sub-Região Jurujuba, e as frações urbanas IC 09, IC d) Av. Ary Parreiras, s/nº esquina com Av. Alberto Torres:
13, IC 15, SR 02, SR 06, SR 08, SR 09, SF 01, SF 03-A, SF 03-B e SF (Igreja de São Judas Tadeu).
06, assim como, edificações residenciais individuais, hospitais, Parágrafo Único - A estes imóveis não se aplicam os índi-
clínicas, escolas, hotéis e pousadas em toda a Região das Praias ces urbanísticos previstos para a fração urbana onde se situam,
da Baía. devendo respeitar as restrições estabelecidas nos tombamentos
TÍTULO VI específicos e a análise dos órgãos competentes quando da reali-
DAS BARREIRAS ARQUITETÔNICAS zação de intervenções arquitetônicas.
Art. 159 Ficam indicadas como Áreas de Especial Interes-
Art. 154 As edificações coletivas de uso público existentes se Urbanístico as áreas de domínio privado, de consagrado uso
terão prazo máximo de 1 (um) ano para adaptarem-se ao cum- para atividades esportivas ou de lazer, por período igual ou su-
primento da execução de rampa de acesso do primeiro piso (ní- perior a 5 (cinco) anos.
vel do passeio público) até o piso com atendimento de elevador Parágrafo Único - As alterações de uso nas áreas referidas
(deslocamento vertical), nas dimensões já estabelecidas, poden- neste artigo serão submetidas à aprovação por lei.
do atingir a inclinação máxima de 8%. Art. 160 Esta Lei deverá ser revista, pelo menos, a cada cin-
Parágrafo Único - Poderá ser utilizado, substituindo a ram-
co anos.
pa, equipamento mecânico adequado à cadeira de rodas.
Art. 161 A aplicação dos instrumentos de intervenção ur-
Art. 155 As rampas de acesso às calçadas e aos passeios pú-
bana previstos no Estatuto da Cidade, Lei Federal 10.257/2001,
blicos deverão obedecer às seguintes condições:
que dependerem de regulamentação no Plano Diretor, somente
I - para as rampas:
a) deverão ser localizadas no primeiro trecho em reta do será permitida após a aprovação da adequação do Plano Diretor
meio-fio; ao Estatuto da Cidade.
b) o piso deverá ser de material antiderrapante; Art. 162 Não se aplicam à Sub-Região das Praias da Baía as
c) somente poderão ser pintados os pisos com superfície condições expressas nos artigos 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 29, 30,
áspera; 31, 35, 36, 45, 50, 52, 53, 57, 58, 63, 64, 65, 66, 68, 69, 72, 73,
d) não deverão ter obstáculos junto ao seu desenvolvimen- 76, 77, 78, 85, 86, 87, 88, 92, 93 e 94 da Lei nº 1.470 de 11 de
to, tais como: frade, poste, blocos, rocha, poste de sinalização. dezembro de 1995.
II - para os passeios públicos:

133
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 163 Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, XIII - melhoria das condições de drenagem dos cursos d`á-
revogadas as disposições em contrário, em especial a Lei 1.446, gua da Região;
de 20 de novembro de 1995; Lei nº 1.451, de 23 de novembro de XIV - regularização urbanística de áreas ocupadas por popu-
1995; Lei nº 1.483, de 27 de dezembro de 1995; Lei 1.496, de 03 lação de baixa renda;
de abril de 1996; Lei nº 1.732 de 06 de maio de 1999, alterada XV - simplificação da legislação de parcelamentos, uso e
pelas Leis nº 1.779 de 05 de janeiro de 2000 e 1.824 de 09 de ocupação do solo e das normas edilícias, com vistas à redução
maio de 2001; Decreto nº 8.088, de 28 de junho de 1999 e Lei nº de custo e ao aumento da oferta de lotes e unidades habitacio-
1.824, de 09 de maio de 2001. nais.
Art. 2º Para fins desta Lei, entende-se por:
PREFEITURA MUNICIPAL de Niterói 04 de abril de 2002. I - afastamento de fundos: distância que separa os planos de
fachadas das divisas de fundos do terreno;
LEI Nº 1968, DE 04/04/2002 - PUB. DIÁRIO OFICIAL, DE II - afastamento frontal: distância que separa os planos de
05/04/2002 fachadas da testada do terreno ou dos alinhamentos projetados;
(Vide Lei nº 2437/2007) III - afastamento lateral: distância que separa os planos de
fachadas das divisas laterais do terreno;
INSTITUI O PLANO URBANÍSTICO DA REGIÃO OCEÂNICA, IV - área edificável computável: área total de construção,
DISPONDO SOBRE DIRETRIZES GERAIS, POLÍTICAS SETORIAIS, descontada das áreas de garagens, de varandas, de comparti-
ZONEAMENTO AMBIENTAL, ORDENAÇÃO DO USO E DA OCU- mentos técnicos e de pavimentos de uso coletivo;
PAÇÃO DO SOLO E APLICAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE POLÍTICA V - Área de Especial Interesse Ambiental: área destinada à
URBANA NA REGIÃO. criação de unidades municipais de conservação ambiental ou
para delimitação de áreas de preservação permanente;
A Câmara Municipal de Niterói decreta e eu sanciono a se-
VI - Área de Especial Interesse Pesqueiro: área onde há in-
guinte Lei:
teresse público de preservar e apoiar atividades de pesca pro-
fissional;
TÍTULO I
DIRETRIZES GERAIS VII - Área de Especial Interesse Turístico: área onde há in-
teresse público de aproveitar o potencial turístico, fazendo-se
Art. 1º Esta Lei institui o Plano Urbanístico da Região (PUR) necessários investimentos, regulamentações e intervenções es-
Oceânica, dispondo sobre políticas setoriais, zoneamento am- pecíficas;
biental, ordenação do uso e da ocupação do solo e aplicação de VIII - Área de Especial Interesse Urbanístico: área onde o Po-
instrumentos de política urbana na Região, mediante a obser- der Público tem interesse na implantação de projetos, visando
vância das seguintes diretrizes gerais: alcançar transformações urbanísticas, estruturais e/ou provê-la
I - garantia da qualidade ambiental e do bem-estar de seus de equipamentos urbanos e serviços públicos;
habitantes; IX - Área de Proteção Ambiental - APA: unidade de conser-
II - adequada distribuição da população, das atividades so- vação de uso sustentável, em geral extensa, com um certo grau
cioeconômicas, da infraestrutura e dos equipamentos urbanos e de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos,
comunitários, ao espaço urbano; estéticos ou culturais especialmente importantes para a qua-
III - integração das políticas de uso e ocupação do solo, meio lidade de vida e o bem-estar das populações humanas, tendo
ambiente, habitação, saneamento básico, estruturação dos sis- como objetivos básicos a proteção da diversidade biológica, a
temas de transportes públicos, viário e de circulação, serviços disciplina do processo de ocupação, o assecuramento da susten-
públicos, equipamentos urbanos e comunitários; tabilidade do uso dos recursos naturais, sendo constituída por
IV - ordenação da expansão urbana; terras públicas ou privadas, podendo ser estabelecidas normas
V - desenvolvimento sustentável das funções sociais e eco- e restrições para utilização das propriedades privadas, respeita-
nômicas da região; dos os limites constitucionais;
VI - integração das áreas de ocupação informal à Cidade for- X - Área Total Construída (ATC): soma das áreas de todos os
mal; pavimentos;
VII - adequação do direito de construir à função social da XI - area útil: soma das áreas dos compartimentos;
propriedade; XII - atividades com hora de pico: comércio e serviços que
VIII - aplicação de instrumentos de política urbana que re- induzem à concentração de automóveis nas horas de pico, tais
gulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da
como escolas de qualquer porte e creches de médio e grande
segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio
porte, conforme relação definida na legislação de uso e ocupa-
ambiental;
ção do solo;
IX - proteção e recuperação do Patrimônio Histórico, Artísti-
XIII - atividades geradoras de tráfego de veículos de carga:
co, Cultural e Paisagístico;
X - adoção das bacias hidrográficas como base para o plane- comércio, indústria e serviços que atraem veículos de carga com
jamento e controle integrado do espaço; lentidão de manobras, tais como entrepostos, armazéns, depó-
XI - proteção, recuperação e uso sustentável dos recursos sitos, comércio atacadista, supermercado de grande porte, hi-
naturais; permercado, garagens de ônibus, transportes e afins, conforme
XII - coibição da poluição e da degradação ambiental; relação definida na legislação de uso e ocupação do solo;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XIV - cobertura: limitada a cinquenta porcento da área do XXVIII - polos geradores de tráfego: estabelecimentos que,
pavimento inferior, respeitado o afastamento frontal mínimo em decorrência de suas atividades e de portes de suas edifica-
de três metros e cinquenta centímetros e afastamentos laterais ções, atraem ou produzem grande número de viagens, gerando
mínimos de um metro e cinquenta centímetros, podendo se conflitos na circulação de pedestres e veículos em seu entorno
constituir de unidades habitacionais independentes, de depen- imediato;
dências do pavimento inferior ou de área para uso comum dos XXIX - recuo: incorporação ao logradouro público de parte
condôminos; da área de um lote a ele adjacente, a fim de recompor o seu
XV - coeficiente de aproveitamento: índice definido pela di- alinhamento, quando o lote for edificado ou a edificação nele
visão da área edificável computável pela área do terreno; existente sofrer acréscimo ou transformação de uso;
XVI - coeficiente de aproveitamento mínimo: índice que, XXX - Refúgio da Vida Silvestre: categoria de unidade de
multiplicado pela área do lote, estabelece a área mínima de conservação, constituído por áreas públicas e/ou particulares,
construção nesse lote, abaixo da qual o imóvel será considerado que tem como objetivo proteger ambientes naturais, onde se
subutilizado para efeito de aplicação do parcelamento, edifica- assegura condições para a existência ou reprodução de espécies
ção ou uso compulsório, na forma da lei; ou comunidades da flora local e da fauna residente;
XVII - coeficiente de aproveitamento básico: limite do coefi- XXXI - taxa máxima de impermeabilização: porcentagem
ciente de aproveitamento até o qual não se aplica o solo criado; máxima da superfície do lote, que poderá ser impermeabilizada
XVIII - cota de densidade: grandeza absoluta de valor variá- ou que não contribua para o acréscimo de deflúvio superficial;
vel, cuja área de um lote por ela dividida determina o número de XXXII - taxa máxima de ocupação: relação percentual entre
unidades habitacionais admissíveis nesse lote; a ocupação da edificação no terreno ou a projeção da lâmina
XIX - cota de referência de gabarito: cota topográfica básica quando se tratar de edificação coletiva, descontadas as áreas
de varandas, e a área do terreno, incluídas as áreas de recuo,
a partir da qual o gabarito permitido passa a sofrer reduções
quando houver;
especificadas nesta Lei;
XXXIII - testada de lote: comprimento da linha que separa
XX - decibéis - dB(A): escala de indicação de nível de pressão
o logradouro público da propriedade particular e que coincide
sonora relativa à curva de ponderação “A”;
com o alinhamento existente ou projetado pelo Município;
XXI - Monumento Natural: categoria de unidade de conser- XXXIV - transformação de uso: substituição do uso do imó-
vação, constituído por área pública e/ou particular, e que tem vel, que deverá estar condicionada às características da via e da
o objetivo de preservar sítios naturais raros, singulares ou de fração urbana em que se localiza;
grande beleza cênica, sujeito às normas e restrições de um Plano XXXV - unidade de conservação: espaço territorial e seus
de Manejo; recursos ambientais, com características naturais relevantes,
XXII - outorga onerosa do direito de construir (solo criado): instituída legalmente pelo Poder Público com definição dos res-
instrumento de controle urbano que permite construir, median- pectivos objetivos de conservação e limites;
te contrapartida, acima do coeficiente de aproveitamento bá- XXXVI - uso coletivo: ocupação de terreno por mais de uma
sico, até o limite estabelecido pelo Plano Urbanístico Regional unidade comercial ou de serviços ou por mais de duas unidades
(PUR); habitacionais;
XXIII - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios: XXXVII - uso comercial: destinado à venda direta ou indireta
obrigação que pode ser estipulada pelo Poder Executivo Muni- de produtos;
cipal a proprietários de imóveis para parcelamento, edificação XXXVIII - uso de serviços: destinado à prestação de serviços
ou utilização compulsórios, em casos definidos, na forma da lei; públicos ou privados para a população;
XXIV - Parque Municipal: categoria de unidade de conserva- XXXIX - uso individual: ocupação de um lote por apenas uma
ção, de posse e domínio público, que tem como objetivo básico unidade comercial ou de serviços, por até duas unidades habita-
preservar ecossistemas naturais de grande relevância ecológica cionais, por uma unidade habitacional e uma unidade comercial
e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas cientí- ou de serviços ou por mais unidades habitacionais, quando em
ficas, o desenvolvimento de atividades de educação e interpre- regime de vila conforme legislação específica;
tação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de XL - uso industrial: destinado à produção de bens;
turismo ecológico, sujeito às normas e restrições do Plano de XLI - uso residencial: destinado à habitação;
Manejo; XLII - Zona de Proteção Integral (ZPI): áreas de um Parque
XXV - pavimento semienterrado: aquele com uma parte de Municipal consideradas de preservação permanente, onde não
sua altura acima do nível do solo e outra abaixo; são permitidas quaisquer atividades que importem na alteração
do meio ambiente, assim como novas edificações, parcelamento
XXVI - pé-direito: distância vertical entre o piso e o teto de
do solo, abertura de vias, cortes de vegetação nativa; extração
um compartimento;
mineral ou quaisquer tipos de exploração de recursos naturais;
XXVII - Plano de Manejo: documento técnico mediante o
XLIII - Zona de Uso Extensivo (ZUEX): áreas de um Parque
qual, com fundamento nos objetivos gerais de uma unidade de
Municipal onde são permitidos somente usos específicos indica-
conservação, são estabelecidos o seu zoneamento e as normas dos caso a caso conforme o Parque;
que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos natu- XLIV - Zona de Uso Intensivo e de Recreação (ZUIR): áreas de
rais, inclusive a implantação das estruturas físicas necessárias à um Parque Municipal onde são permitidos usos mais intensos
gestão da unidade; do que na Zona de Uso Extensivo (ZUEX), indicadas caso a caso
conforme o Parque;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XLV - zoneamento ambiental: definição de setores ou zonas Art. 6º Ficam criadas as seguintes Áreas de Especial Interes-
em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e se Social na Região Oceânica, conforme delimitações do Anexo I
normas específicas, com o propósito de proporcionar os meios e e Mapa do Anexo VI desta Lei:
as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser I - Área de Especial Interesse Social 1 - Loteamento Argeu
alcançadas de forma harmônica e eficaz. Fazendinha I, na Sub-Região Engenho do Mato;
II - Área de Especial Interesse Social 2 - Loteamento Argeu
TÍTULO II Fazendinha II, na Sub-Região Engenho do Mato;
DAS POLÍTICAS SETORIAIS III - Área de Especial Interesse Social 3 - Mangueirão, na
Sub-Região Engenho do Mato;
CAPÍTULO I IV - Área de Especial Interesse Social 4 - Engenho do Mato,
DA PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL na Sub-Região Engenho do Mato;
V - Área de Especial Interesse Social 5 - Morro da Luz, na
Art. 3º São bens culturais a serem protegidos na Região Sub-Região Maravista;
Oceânica: VI - Área de Especial Interesse Social 6 - Vila dos Pescadores
I - Capela Nossa Senhora do Bonsucesso, no Morro do Bon- de Itaipu, na Sub-Região Itaipu;
sucesso, na Sub-Região Piratininga; VII - Área de Especial Interesse Social 7 - Estrada Frei Orlan-
II - Sede da Fazenda do Engenho do Mato, na Estrada Irene do, na Sub-Região Jacaré;
Lopes Sodré, na Sub-Região Engenho do Mato; VIII - Área de Especial Interesse Social 8 - Cafubá, na Sub-Re-
III - Forte do Imbuí, na Sub-Região Piratininga; gião Piratininga;
IV - Ruínas da antiga Capela de Nossa Senhora da Concei- IX - Área de Especial Interesse Social 9 - Morro do Bonsuces-
ção, no Condomínio Ubá Itacoatiara, na Sub-Região Itaipu; so, na Sub-Região Piratininga;
V - Igreja São Sebastião de Itaipu, na Sub-Região Itaipu; X - Área de Especial Interesse Social 10 - Av. Almirante Ta-
VI - Recolhimento de Santa Tereza (Museu de Arqueologia mandaré, na Sub-Região Piratininga;
de Itaipu), na Praia de Itaipu, na Sub-Região Itaipu; X - Área de Especial Interesse Social 11 - Morro do Cafubá,
VII - Duna Grande de Itaipu, na Sub-Região Itaipu; na Sub-Região Piratininga;
VIII - Cemitério de Itaipu, na Estrada Francisco da Cruz Nu- XI - Área de Especial Interesse Social 12 - Morro da Boa Es-
perança, na Sub-Região Piratininga;
nes, na Sub-Região Itaipu.
XII - Área de Especial Interesse Social 13 - Av. Dr. Acúrcio
Torres, na Sub-Região Piratininga;
CAPÍTULO II
XIII - Área de Especial Interesse Social 14 - Iate Clube de Pi-
DA PROTEÇÃO DA PESCA PROFISSIONAL ARTESANAL
ratininga, na Sub-Região Piratininga;
XIV - Área de Especial Interesse Social 15 - Jardim Imbuí, na
Art. 4º Fica criada a Área de Especial Interesse Pesqueiro
Sub-Região Piratininga.
de Itaipu para promoção das atividades de pesca profissional
Art. 7º Na Região Oceânica, os projetos habitacionais para
artesanal na Região Oceânica, conforme delimitação do Anexo
população de baixa renda deverão atender às seguintes condi-
I desta Lei.
ções:
I - quanto à dimensão dos empreendimentos:
CAPÍTULO III a) cada empreendimento poderá conter até duzentas uni-
DA PROMOÇÃO DA HABITAÇÃO POPULAR dades habitacionais;
b) não serão permitidos mais do que dois empreendimen-
Art. 5º São diretrizes adotadas nesta Lei visando à promo- tos adjacentes.
ção da habitação popular na Região Oceânica: II - quanto ao Sistema Viário:
I - criação de Áreas de Especial Interesse Social para fins de a) as vias internas deverão ser dimensionadas de forma a
estabelecimento de parâmetros especiais de parcelamento, uso garantir a passagem de pedestres e/ou veículos, dispensado o
e ocupação do solo compatível com a população de baixa renda; acesso de veículos às unidades habitacionais quando estas es-
II - simplificação de normas e de procedimentos para regu- tiverem até trinta metros de distância de uma via pública ou
lamentação urbanística e para projetos habitacionais para popu- interna;
lação de baixa renda; b) os acessos que atendem simultaneamente a veículos e
III - reconhecimento de comunidades como bairros ou parte pedestres em grupamentos de até quatro unidades, terão largu-
integrante de bairros; ra mínima de quatro metros;
IV - denominação de ruas, caminhos, travessas, escadarias e c) as vias para circulação de veículos, nos grupamentos com
passagens, que possibilitem acesso às residências; mais de quatro unidades, terão largura mínima de cinco metros
V - dimensões apropriadas do lote mínimo compatível com para caixa de rolamento e de um metro e cinquenta centímetros
a população de baixa renda; para os passeios frontais às construções;
VI - indicação de áreas necessárias à instalação de equipa- d) a largura mínima da pista das vias de circulação de veícu-
mentos urbanos e comunitários; los será de seis metros quando esta tiver comprimento superior
VII - definição de novo Projeto de Alinhamento em vias prio- a sessenta metros, contados a partir de logradouro público, pra-
ritárias. ças internas ou vias internas;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

e) as vias para a circulação exclusiva de pedestres terão nima de três metros e cinquenta centímetros quando para pas-
largura mínima de três metros, e devem ser dotadas, a cada sagem de veículos, e de dois metros e cinquenta centímetros
sessenta metros, de praças internas, sendo permitidos até três quando para passagem de pedestres;
segmentos de trinta metros; as praças internas são áreas desti- b) nos logradouros públicos deverão ser obedecidos os re-
nadas ao uso exclusivo de pedestres, onde possa ser inscrito um cuos e afastamentos mínimos de construção determinados pela
círculo com raio mínimo de 3,00m (três metros); legislação vigente;
f) no caso de escadaria deverão ser previstos patamares c) não serão computadas para efeito de área total de cons-
com profundidade mínima de um metro e vinte centímetros a trução, nem do número total de pavimentos, as garagens em
cada treze degraus, limitada a uma diferença de nível de quinze pavimento semienterrado, que tenham altura máxima de um
metros; metro e sessenta centímetros acima do nível médio da testada
g) quando houver previsão de vagas ao longo das vias in- do terreno, as garagens e varandas;
ternas, a caixa de rolamento, no trecho correspondente, deverá d) nenhuma edificação poderá distar mais de 30,00m (trinta
ser acrescida de uma faixa de um metro e oitenta centímetros; metros) do logradouro público ou de uma via interna.
h) as áreas destinadas ao domínio público em função do VI - quanto às unidades habitacionais geminadas, superpos-
empreendimento não podem ter uso privativo e nem impedi- tas ou em série:
mento de sua livre fruição; a) a distância mínima entre fachadas voltadas para as vias
i) deverá ser mantida a continuidade da malha viária urba- internas, será o dobro do afastamento lateral determinado pela
na, podendo o Poder Público estabelecer parâmetros específi- legislação vigente ou, no mínimo, de 6,00m (seis metros);
cos para o Sistema Viário do empreendimento; b) o afastamento entre blocos será de no mínimo 3,00m
j) a declividade máxima permitida para as vias de circula- (três metros);
ção de veículos é de 20% (vinte porcento), limitando-se a cem c) os acessos comuns deverão ter largura mínima de 1,20m
metros de comprimento os trechos de vias com declividade en- (um metro e vinte centímetros), atendendo até 12 (doze) unida-
tre 10% (dez porcento) e 20% (vinte porcento); no caso de dois des habitacionais por pavimento;
trechos com declividade superior a 10% (dez porcento), deverá d) a edificação deverá se inscrever num quadrado com cin-
haver um patamar de descanso com comprimento mínimo de quenta metros de lado.
12m (doze metros) e inclinação máxima inferior a 10% (dez por- VII - quanto às áreas de uso coletivo:
cento); a) deverão ser dotadas de áreas livres de uso coletivo cor-
k) é obrigatória a existência de retorno para veículos nas respondente em seu total a, no mínimo, quinze porcento da
vias sem saída. área do terreno, excluindo, para efeito de cálculo, as áreas de
III - quanto ao estacionamento: recuo, podendo ser incluída no somatório dessas áreas a faixa
a) o número de vagas de estacionamento será de, no míni- de afastamento ao logradouro público, desde que não utilizada
mo, uma vaga para cada quatro unidades habitacionais, ficando como estacionamento;
livre sua localização, desde que viabilizadas em projeto; b) cinquenta porcento da área livre deve constituir-se em
b) o acesso aos locais de estacionamento coletivo deverá área única para uso com praça;
ter largura mínima de 3,00m (três metros) e as vagas deverão ter c) as vias de circulação de veículos, as áreas de estaciona-
dimensões mínimas de cinco metros de comprimento por 2,50m mento e as áreas destinadas ao domínio público municipal para
(dois metros e cinquenta centímetros) de largura; equipamento urbano não serão computadas como áreas livres;
c) as vagas para veículos poderão situar-se ao longo das vias d) as áreas livres deverão permitir a inscrição de círculo com
internas e possuirão, neste caso, dimensões mínimas de 1,80m raio mínimo de quatro metros em toda a superfície;
(um metro e oitenta centímetros) de largura e 5,50m (cinco me- e) as faixas marginais de proteção ao longo dos cursos d`á-
tros e cinquenta centímetros) de comprimento; gua poderão ser computadas como área livre.
d) o estacionamento poderá ser implantado nas áreas de VIII - quanto ao saneamento e à arborização:
afastamento, desde que sem cobertura; a) na arborização das vias e demais áreas verdes deverão
e) as garagens semienterradas deverão situar-se fora do ser utilizadas espécies nativas da região;
afastamento estabelecido para os logradouros públicos. b) deverão ser executadas redes de abastecimento d`água,
IV - quanto à destinação de áreas ao domínio público mu- de esgotamento sanitário e de drenagem.
nicipal: Art. 8º Na Região Oceânica, a regularização das construções
a) em área menor ou igual a 10.000m² (dez mil metros qua- existentes nas Áreas de Especial Interesse Social, cujo título de
drados) não é exigida a destinação de área ao domínio público propriedade ou posse legitimada contenha a definição do lote,
municipal; deverá atender às seguintes condições:
b) em área maior do que 10.000m² (dez mil metros quadra- I - deverá ser apresentada planta de situação da edificação
dos), deverá ser destinada ao domínio público municipal área existente fazendo constar: as cotas de amarração da edificação
para equipamento urbano correspondente a dez porcento da no terreno, as dimensões do lote, a identificação dos vizinhos, a
área do empreendimento, com testada mínima igual a um quar- indicação dos acessos, a localização de postes e árvores e a lar-
to do seu comprimento. gura da via adjacente à testada do lote no seu ponto de acesso;
V - quanto às edificações: II - no caso de edificações com mais de uma unidade habi-
a) será admitida a ocupação em balanço sobre as vias, res- tacional os interessados devem solicitar a regularização em con-
peitados os afastamentos entre grupamentos, as condições de junto, informando a área de cada uma das unidades constantes
iluminação e ventilação das edificações e uma altura livre mí- da edificação;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - as edificações serão regularizadas como construídas. V - os imóveis com posse legitimada coletivamente não po-
Art. 9º Na Região Oceânica, para regularização urbanística derão ser desmembrados por iniciativa individual;
das construções existentes nas Áreas de Especial Interesse So- VI - as vias locais poderão ter 9,00m (nove metros), sen-
cial, cujo título de propriedade ou posse legitimada seja coletivo do 6,00m (seis metros) para caixa de rolamento e passeios de
e não contenha a definição individualizada dos lotes, deverá ser 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) em ambos os lados;
apresentada planta de situação do conjunto e a definição indi- VII - as vias locais de acesso domiciliar poderão ter caixa de
vidualizada das edificações existentes, fazendo constar as cotas rolamento com largura de 5,00m (cinco metros) desde que não
de amarração das edificações em relação aos vizinhos laterais ultrapasse 60,00m (sessenta metros) de extensão.
e de fundos, a indicação dos acessos, a localização de postes
e árvores e a largura da via adjacente à testada do lote no seu CAPÍTULO IV
ponto de acesso. DOS SISTEMAS DE TRANSPORTE VIÁRIO E DE CIRCULAÇÃO
Art. 10 São parâmetros de ocupação para as Áreas de Espe-
cial Interesse Social: Art. 13 O planejamento de trânsito e transportes deverá
I - cota de densidade sem restrição; observar, sempre que possível, as seguintes diretrizes para a
II - gabarito máximo de 02 (dois) pavimentos mais cober- Região Oceânica, em concomitância com o uso e ocupação do
tura; solo estabelecida nesta Lei e a revisão das propostas do Plano
III - afastamento frontal seguindo o alinhamento das cons- Integrado de Trânsito e Transportes para a Região:
truções existentes ou o projeto de alinhamento da via, quando I - garantia da fluidez do tráfego no Sistema Viário respei-
houver; tando sua hierarquia e promovendo consequente condiciona-
IV - afastamentos lateral e de fundos dispensados, desde mento físico das vias;
que não abra vão para os vizinhos, caso em que devem respei- II - implantação e manutenção de um sistema integrado de
tar a distância de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) da transportes públicos de passageiros, modal e/ou intermodal,
divisa ou da edificação vizinha para os casos em que não há de- prevendo terminais e/ou pontos de integração, serviços troncais
finição dos lotes no título de propriedade ou posse legitimada; de transportes entre a Região Oceânica e as demais regiões do
V - no caso da edificação vizinha estar na divisa e ter vão vol- Município, e alimentadores e circulares internos na Região;
tado para o lote a ser edificado, a nova edificação deve respeitar III - implantação de infraestrutura viária adequada, de for-
1,50m (um metro e cinquenta centímetros) de afastamento em ma a priorizar os transportes públicos, e em concomitância com
relação à vizinha; definição da funcionalidade das vias;
VI - taxa de ocupação igual a 70% (setenta porcento). IV - adequação da circulação, implantação de sinalização
Parágrafo Único - Ficam autorizados os acréscimos em pa- semafórica, vertical e horizontal e de medidas moderadoras de
vimentos superiores, até o gabarito estabelecido, mesmo que a tráfego, em concomitância com definição da funcionalidade das
construção existente tenha ocupação superior a 70% (setenta vias de forma a garantir a segurança dos pedestres;
porcento). V - implantação e consolidação de parqueamento de veícu-
Art. 11 Nas Áreas de Especial Interesse Social fica permitido los em logradouros públicos de forma adequada e em concomi-
o comércio com área construída até duzentos metros quadra- tância com definição da funcionalidade das vias;
dos, somente atividades de caráter local (mercearia, hortifruti- VI - programa de implantação e manutenção de ciclovias;
granjeiros, padaria, sorveteria, café, lanchonete, restaurante ou VII - programa de implantação e manutenção de vias espe-
bar sem música ao vivo, farmácia, chaveiro, encanador, eletricis- ciais;
ta, barbeiro, salão de beleza, lavanderia, conserto de calçados VIII - programa de melhoria da infraestrutura viária e da cir-
e bolsas, locadora de fitas, livraria, papelaria, armarinho, bazar, culação.
clínica terapêutica, consultório e escritório de profissionais libe- § 1º A priorização dos transportes públicos se dará através
rais, petshop, atelier de costura, de artesanato e de artes plás- de implantação de pistas e/ou faixas exclusivas em vias arteriais.
ticas, produtoras fonográficas ou vídeos), com exceção da Área § 2º A definição de parqueamento de veículos em logradou-
de Especial Interesse Social da Av. Almirante Tamandaré, onde a ros públicos deverá considerar restrição total de estacionamen-
área construída terá o limite de quinhentos metros quadrados. to em vias arteriais principais, e mediante regulamentação em
Art. 12 Poderá ser feito o desmembramento de lotes indivi- vias arteriais secundárias desde que não interferente na fluidez
dualmente nas seguintes condições: da via.
I - os lotes resultantes tenham no mínimo 125,00m² (cento Art. 14 O Programa de Implantação de Ciclovias, em con-
e vinte e cinco metros quadrados); comitância com a funcionalidade das vias, deverá observar as
II - os lotes resultantes tenham testadas de pelo menos seguintes diretrizes:
5,00m (cinco metros) para a via pública, ou acesso por servidão I - segregação física total entre fluxos de bicicletas e de ve-
própria com largura mínima de 1,50m (um metro e cinquenta ículos, no caso de implantação de ciclovias em vias arteriais e/
centímetros); ou segmentos de vias especiais com permissão de tráfego de
III - o lote a ser parcelado tenha declividade igual ou inferior veículos;
a 20% (vinte porcento); II - segregação física parcial entre fluxos de bicicletas e de
IV - os lotes resultantes tenham alimentação de água e es- veículos no caso de implantação de ciclofaixas em vias coletoras;
gotamento sanitário próprios, em ligação direta com o sistema III - definição de travessias em vias arteriais e/ou coletoras
implantado na via púbica; com segregação parcial entre bicicletas e pedestres;

138
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

IV - implantação de piso diferenciado e sinalização adequa- Art. 16 O Programa de Implantação de Vias Especiais, em
da em ciclovias e ciclofaixas. concomitância com a funcionalidade das vias, deverá observar
Art. 15 O Programa de Melhoria da Infraestrutura Viária e as seguintes diretrizes:
da Circulação da Região Oceânica compreenderá a implantação, I - implantação de medidas moderadoras de tráfego em tre-
alargamento e/ou prolongamento das seguintes Vias: chos de vias especiais com permissão de tráfego de veículos;
I - implantação: II - segregação física total entre fluxos de pedestres, bicicle-
a) Estrada Piratininga-Jurujuba; tas e de veículos, em trechos de vias especiais com permissão de
b) Túnel Cafubá-Charitas; tráfego de veículos;
c) Rua Projetada (entre Rua do Reservatório e Av. Santo An- III - segregação parcial entre bicicletas e pedestres, em tre-
tônio); chos aterrados de vias especiais sem permissão de tráfego de
d) Rua Projetada entre a Rua Dr. José Geraldo Bezerra de veículos;
Menezes (antiga Av. 8 do Loteamento Maravista) e a Av. Profes- IV - permissão somente para pedestres e restrição total de
sor Florestan Fernandes (antiga Av. 2 do Loteamento Enseada fluxos de bicicletas em trechos não aterrados de vias especiais
de Itaipu). implantados sobre palafitas.
II - alargamento: Parágrafo Único - O Programa de Implantação de Vias Es-
a) Estrada Francisco Cruz Nunes entre Av. Ewerton Xavier e peciais compreenderá a implantação e/ou alargamento das se-
Praça Viçoso Jardim; guintes Vias:
b) Av. Ewerton Xavier (antiga Av. Central do Loteamento I - Via Contorno da Lagoa de Itaipu (Via Projetada);
Maravista); II - Via Contorno da Lagoa de Piratininga (Via Projetada);
c) Av. Conselheiro Paulo de Mello Kalle (antiga Av. 6 do Lote- III - Rua B (Loteamento Cidade Balneária de Itaipu);
amento Bairro Piratininga); IV - Rua 57 (Loteamento Maravista);
d) Av. Irene Lopes Sodré (antiga RJ 102); V - Rua 2 (Loteamento Cidade Balneária de Itaipu);
e) Rua Professor Ernani Farias Alves (antiga Av. 12 do Lotea- VI - Rua 12 (Loteamento Cidade Balneária de Itaipu) entre
mento Bairro Piratininga); as Ruas 2 e 7;
f) Av. Carlos de Souza (antiga Av. 9 do Loteamento Bairro VII - Rua Ezíquio Araújo (antiga Av. 6 do Loteamento Mara-
Piratininga); vista) entre o Canal do Camboatá e a Rua 57;
g) Estrada do Engenho do Mato; VIII - Rua K (Loteamento Cidade Balneária Itaipu);
h) Rua Professor Lealdino Alcântara (antiga Av. 1 do Lotea- IX - Rua Max Albim (antiga Rua D do Loteamento Cidade
mento Bairro Piratininga) entre a Estrada Francisco Cruz Nunes e Balneária Itaipu);
a Av. Raul de Oliveira Rodrigues; X - Rua P (Loteamento Cidade Balneária Itaipu);
i) Rua Godofredo G. Justo (antiga Rua 53 do Loteamento XI - Rua Permínio Mendonça de Souza (antiga Rua A do Lo-
Maralegre); teamento Cidade Balneária de Itaipu);
j) Rua 94 (Loteamento Bairro Piratininga) entre a Av. Raul XII - Rua Projetada na Praça do Campo Belo (Loteamento
Oliveira Rodrigues e a Rua Dr. Valdir Costa; Cidade Balneária de Itaipu);
k) Alameda A (Loteamento Cidade Balneária de Itaipu); XIII - Rua T (Loteamento Cidade Balneária Itaipu).
l) Av. Celso Aprígio de Macedo Soares Guimarães (antiga Av. Art. 17 Para as Vias indicadas para alargamento ou implan-
10 Loteamento Bairro Piratininga); tação no artigo anterior desta Lei, ficam estabelecidos Projetos
m) Av. Dr. Acúrcio Torres (antigas Av. 2 e Rua 141 do Lotea- de Alinhamento (P.A.), com definição da largura total (testada a
mento Bairro Piratininga); testada) e da largura da caixa de rolamento, com a respectiva
n) Alameda B (Loteamento Cidade Balneária de Itaipu). classificação funcional das mesmas, na Tabela do Anexo II desta
III - prolongamento e alargamento: Lei.
a) Av. Raul de Oliveira Rodrigues (antiga Av. 7 do Loteamen- Parágrafo Único - Entende-se como classificação funcional
to Bairro Piratininga); das vias, o seu agrupamento conforme o tipo de serviço que ofe-
b) Av. 2 (Loteamento Maravista); recem e a função que exercem, classificando-as em:
c) Rua 12 (Loteamento Maravista); I - arteriais principais: que atendem ao tráfego de longo per-
d) Av. Prefeito Altivo Mendes Linhares (antiga Av. 4 do Lote- curso e aos grandes fluxos de tráfego interno;
amento Maravista); II - arteriais secundárias: que atendem às ligações entre
e) Rua Dr. José Geraldo Bezerra de Menezes (antiga Av. 8 do bairros, na maioria dos casos, ligadas às artérias principais, com
Loteamento Maravista); grande e médio fluxo de veículos;
f) Rua 19 (Loteamento Maravista); III - vias coletoras: que têm função de coletar o tráfego das
g) Ruas 21 e 76 (Loteamento Maravista); vias arteriais e canalizá-lo às vias locais e bairros, acomodando
h) Rua Professora Alice Picanço (antiga Rua 52 do Lotea- fluxos de tráfego local dentro das áreas residenciais, comerciais
mento Maravista). e industriais, além de atender aos trechos coletores/distribuido-
Parágrafo Único - O Programa de Melhoria da Infraestrutu- res de alguns itinerários de ônibus;
ra Viária e da Circulação da Região Oceânica compreenderá a IV - vias locais: que são destinadas ao tráfego interno dos
adequação da circulação (mãos de direção), podendo configurar bairros;
binários de tráfego em vias paralelas e próximas com sentidos V - vias sem saída: cujas terminações não têm conexão dire-
de fluxos únicos e contrários. ta para veículos com outro logradouro;

139
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

VI - via de contorno de lagoa: que se constitui na última via I - título da trilha: com respectiva numeração, Zona da Área
de contorno das lagoas. de Proteção Ambiental (APA) das Lagunas e Florestas de Niterói,
unidade de conservação, bairro, sub-região, fração urbana ou
CAPÍTULO V Área de Especial Interesse onde se localiza;
DA PROMOÇÃO DO TURISMO II - descrição das trilhas: com dados gerais históricos e am-
bientais, extensão e do tipo de caminhada que permite;
Art. 18 Toda a Região Oceânica fica considerada Área de Es- III - localização dos acessos (entradas e saídas): com nome
pecial Interesse Turístico. da rua onde se situam, referências espaciais, marcação das co-
Art. 19 Os hotéis e pousadas poderão ter parâmetros ur- ordenadas geográficas e demarcação das faixas de servidão não
banísticos independentes daqueles estabelecidos para a fração edificantes que garantirão a livre passagem.
urbana em que se localizam, sendo neste caso, analisados pelo
órgão municipal competente, consideradas as características ar- CAPÍTULO VI
quitetônicas, a legislação de turismo pertinente e o interesse pú- DA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE
blico municipal, submetidos a Estudo de Impacto de Vizinhança
- EIV, e aprovados por lei. (Redação dada pela Lei nº 2010/2002) Art. 22 São diretrizes adotadas nesta Lei visando à proteção
§ 1º As edificações que se enquadrarem nos parâmetros da ambiental na Região Oceânica:
fração urbana definidos nesta Lei ficam dispensadas da análise I - proteção de paisagens naturais e pouco alteradas de no-
especial de que trata o caput deste artigo. (Redação dada pela tável beleza cênica;
Lei nº 2010/2002) II - recuperação ou restauração de ecossistemas degrada-
§ 2º Não se aplica o disposto no caput deste artigo nas Zo- dos;
nas de Conservação da Vida Silvestre, nas frações urbanas ITA III - adoção de um conjunto de unidades de conservação
2-C e ITA 2-D. (Redação dada pela Lei nº 2810/2011) municipais representativas e ecologicamente viáveis de ecossis-
§ 3º Não se enquadram neste artigo edificações residenciais temas da Região;
com serviços. (Redação dada pela Lei nº 2010/2002) IV - compatibilização da conservação e preservação da na-
Art. 20 Fica proibida a instalação de motéis em toda a Re- tureza com o uso direto e indireto do solo urbano e dos seus
gião Oceânica. recursos naturais de modo sustentável;
Art. 21 Fica garantida a preservação das seguintes Trilhas V - estabelecimento de níveis de ruídos, a fim de controlar e
de interesse ecoturístico, ecológico e científico localizadas na reduzir a poluição sonora.
Região Oceânica, sendo considerados não edificantes os seus Art. 23 A emissão de sons e ruídos por quaisquer atividades
acessos, através da demarcação de faixas de servidão nos locais, na Região Oceânica deverá obedecer aos níveis máximos esta-
onde se situam para fins de aprovação de projetos de edifica- belecidos, conforme definido a seguir:
ções e de parcelamentos, que deverá constar de um Plano de I - 55 dB (A)no período diurno e 50 dB(A) no período notur-
Trilhas da Região Oceânica a ser elaborado pelo órgão municipal no: nas Zonas de Conservação da Vida Silvestre, nas Zonas de
competente: Preservação da Vida Silvestre, nas unidades de conservação, nas
I - Trilha da Enseada do Bananal; frações urbanas exclusivamente residenciais - EM 2, MAR 4, ITA
II - Trilha da Laje dos Pescadores; 1-A, ITA 1-B, ITA 2-A, ITA 2-B, ITA 2-C, ITA 2-D, ITA 2-E, ITA 2-F, PIR
III - Trilha da Travessia Itacoatiara-Itaipu; 7-A, PIR 7-B; (Redação dada pela Lei nº 2810/2011)
II - 65 dB(A) no período diurno e 60 dB(A) no período notur-
IV - Trilha da Travessia Itaipu-Itacoatiara;
no: nas frações urbanas residenciais e somente com comércio e
V - Trilha da Praia do Sossego;
serviços de caráter local ou transformação de uso - ITA 3-A, ITA
VI - Trilha do Alto Mourão;
3-B, ITA 3-C, EM 1, EM 3, EM 4-A, EM 4-B, EM 4-C, EM 6, MAR 1,
VII - Trilha do Córrego dos Colibris;
MAR 3-A, MAR 3-B, MAR 3-C, JAC 1, PIR 2, PIR 4-A, PIR 4-B, PIR
VIII - Trilha do Morro da Peça;
4-C, PIR 6;
IX - Trilha do Morro das Andorinhas;
III - 70 dB(A) no período diurno e 65 dB(A) no período notur-
X - Trilha do Morro do Telégrafo;
no: nas Áreas de Especial Interesse Urbanístico e nas frações ur-
XI - Caminho da Fazendinha;
banas residenciais com comércio e serviços de caráter turístico
XII - Trilha da Ponta do Papagaio;
maior porte - EM 5-A, EM 5-B, MAR 2-A, MAR 2-B, JAC 2, ITA 4,
XIII - Trilha da Travessia São Francisco - Piratininga; ITA 5, ITA 6, PIR 1, PIR 3, PIR 5-A, PIR 5-B, PIR 5-C, PIR 5-D.
XIV - Trilha da Travessia Estrada Frei Orlando - Cantagalo; § 1º Considera-se período diurno o horário compreendido
XV - Trilha do Malheiro; entre sete e vinte e duas horas do mesmo dia e período noturno
XVI - Trilha do Morro do Telêmetro; o horário entre vinte e duas horas de um dia e sete horas do
XVII - Trilha do Platô da Lagoa. dia seguinte, exceto nos domingos e feriados, quando o perío-
§ 1º Além das Trilhas relacionadas neste artigo poderão ser do diurno será entre oito e vinte e duas horas e o noturno será
incluídas outras no Plano de Trilhas da Região Oceânica quando entre vinte e duas horas de um dia e oito horas do dia seguinte.
da sua elaboração. § 2º A medição de sons e ruídos deverá ser realizada a par-
§ 2º O Plano de Trilhas, indicado para elaboração neste ar- tir de um metro e meio da divisa do imóvel onde se encontra a
tigo, deverá conter os seguintes itens descritos e identificados fonte a ser medida, conforme as normas pertinentes em vigor,
em mapa: desconsiderado o ruído de fundo.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 3º Excetua-se do disposto no caput deste artigo as seguin- Parágrafo Único - Nas Áreas de Especial Interesse Ambiental
tes atividades, cujos ruídos e sons poderão ser permitidos inde- para o Parque do Canal do Camboatá e para o Parque Municipal
pendente dos níveis emitidos, em locais e horários autorizados Bosque Lagunar de Itaipu ficam suspensos os projetos de edi-
pelo Município: ficações, parcelamentos, aterros e cortes de terreno, desmem-
I - exibições em logradouros públicos de escolas de samba, bramentos, de abertura de logradouros ou cortes de vegetação,
desfiles oficiais, eventos socioculturais ou recreativos de caráter excetuando-se quando for necessário para instalações de apoio
comunitário, passeatas, manifestações públicas, campanhas de da unidade, até que sejam feitas suas respectivas regulamenta-
Utilidade Pública, procissões ou cortejos de grupos religiosos; ções, através de ato do Poder Executivo pelo Plano de Manejo,
II - obras de caráter emergencial, por razão de segurança, que deverá conter o zoneamento e normas de uso e ocupação
ou obras públicas ou privadas, desde que não passíveis de con- do solo da unidade.
finamento. Art. 28 O zoneamento ambiental do Bosque Lagunar de Itai-
§ 4º O uso de explosivos em pedreiras e obras seguirá crité- pu, conforme delimitações do Anexo I e Mapa do Anexo VI desta
rios da legislação específica. Lei, deverá obedecer aos seguintes critérios:
Art. 24 São proibidas a implantação e ampliação de ativida- I - considerar como Zona de Proteção Integral (ZPI): área
des extrativistas na Região Oceânica, excetuando-se a pesca e nas margens da Lagoa de Itaipu, considerada não edificante, que
atividades de interesse público, tais como: abertura de túneis, compreende trechos no Loteamento Cidade Balneária de Itaipu,
desassoreamento de rios e lagoas, etc. (Redação dada pela Lei no Loteamento Maravista, na margem Norte da Lagoa de Itaipu
nº 2113/2003) e Canal de Camboatá e na margem Oeste da Lagoa de Itaipu e
Art. 25 Deverão ser observados os seguintes critérios para a Sul do Canal do Camboatá, identificando-se nestes trechos os
elaboração do Plano de Drenagem da Região Oceânica: setores para reposição e recuperação florestal no Plano de Ma-
I - definição de todas as bacias de contribuição para os cur- nejo;
sos d`água; II - considerar como Zona de Uso Extensivo (ZUEX): área do
II - definição do traçado de todos os cursos d`água e galerias espelho d`água da Lagoa de Itaipu, considerada não edificante,
de drenagem que compõem o sistema de macro e mesodrena- onde são permitidos somente usos de lazer aquático e de pesca;
gem da Região; III - considerar como Zona de Uso Intensivo e de Recreação
III - estimativa da vazão máxima para um tempo de recor- (ZUIR), para atividades recreativas, turísticas e da pesca profis-
rência de dez anos para cada curso d`água e para cada galeria sional artesanal, a área que compreende trechos no entorno
de drenagem; da Lagoa de Itaipu, situadas no Canto de Itaipu, no Loteamen-
IV - definição de faixas de drenagem não edificantes para to Campo Belo, no Loteamento Cidade Balneária de Itaipu, na
os cursos d`água e galerias de drenagem do sistema de meso- margem do Rio da Vala, no Loteamento Maravista, no Bairro de
drenagem; Camboinhas e no Canal de Itaipu.
V - definição das faixas marginais de proteção para todos Parágrafo Único - Os lotes e quadras englobadas pela Zona
os cursos d`águas que compõem o sistema de macrodrenagem de Proteção Integral (ZPI) e pela Zona de Uso Intensivo e de Re-
da Região. creação (ZUIR) criada neste artigo encontram-se relacionadas na
Art. 26 Na área do Parque Estadual da Serra da Tiririca con- Tabela do Anexo IV desta Lei.
forme delimitação do Estado, reproduzida nos Anexos I e II desta
Lei, ficam suspensos os projetos de edificações, parcelamentos, TÍTULO III
desmembramentos, aterros e cortes de terreno, abertura de lo- DO ZONEAMENTO AMBIENTAL
gradouros ou cortes de vegetação, até definição pelo Estado de
seu Plano de Manejo.
Art. 29 A Região Oceânica, na sua totalidade, integra a Área
Art. 27 Ficam criadas as seguintes Unidades de Conserva-
de Proteção Ambiental - APA das Lagunas e Florestas de Niterói,
ção Municipal e Áreas de Especial Interesse Ambiental na Região
que foi criada e delimitada pela Lei Municipal nº 1.157/1992 -
Oceânica, conforme delimitações do Anexo I e Mapa do Anexo
Plano Diretor de Niterói, com o objetivo de proteger e melho-
VI desta Lei:
rar a qualidade ambiental dos sistemas naturais, representados
I - Refúgio da Vida Silvestre da Ilha do Pontal, na Lagoa de
pelas Lagunas de Piratininga e Itaipu, pela zona costeira e pelos
Piratininga, na Sub-Região Piratininga;
remanescentes significativos de Mata Atlântica, e proporcionar
II - Monumento Natural da Ilha do Modesto, na Lagoa de
um adequado desenvolvimento urbano da área.
Piratininga, na Sub-Região Piratininga;
III - Reserva Ecológica Darcy Ribeiro, nas Sub-Regiões Pirati- Art. 30 Visando atender aos objetivos de criação da Área de
ninga, Jacaré, Engenho do Mato e Maravista; Proteção Ambiental - APA das Lagunas e Florestas de Niterói, a
IV - Área de Especial Interesse Ambiental para criação do Região Oceânica passa a ter o seguinte zoneamento ambiental:
Parque Municipal do Camboatá, nas margens da Lagoa de Pirati- I - Zona de Preservação da Vida Silvestre (ZPVS): áreas de
ninga, na Sub-Região Piratininga; domínio público ou particular, consideradas de preservação per-
V - Monumento Natural da Praia do Sossego, na Sub-Região manente, onde não são permitidas quaisquer atividades que
Piratininga; importem na alteração do meio ambiente, assim como novas
VI - Área de Especial Interesse Ambiental para criação do edificações, parcelamento do solo, abertura de vias, aterros ou
Parque Municipal Bosque Lagunar de Itaipu, na Sub-Região de cortes de terreno, cortes de vegetação nativa, extração mineral
Itaipu. ou quaisquer tipos de exploração de recursos naturais;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

II - Zona de Conservação da Vida Silvestre (ZCVS): áreas pú- XIII - ZCVS 13 - Serra Grande, parte na Sub-Região Engenho
blicas ou particulares, com parâmetros restritivos de uso e ocu- do Mato, parte na Sub-Região Maravista e parte na Sub-Região
pação do solo estabelecidos nesta Lei, com vistas à manutenção Piratininga;
dos ecossistemas naturais; XIV - ZCVS 14 - Jacaré, na Sub-Região do Jacaré.
III - Zona de Uso Especial (ZUE): unidades de conservação Art. 34 São fixados como parâmetros de uso e ocupação do
ou outros espaços naturais protegidos legalmente, que deverão solo para as Zonas de Conservação da Vida Silvestre - ZCVS:
obedecer às normas relativas à legislação específica; I - uso residencial individual, com gabarito máximo de 02
IV - Zona de Uso Urbano (ZU): áreas correspondentes às (dois) pavimentos mais cobertura, 10,00m (dez metros) de al-
frações urbanas e às Áreas de Especial Interesse próprias para tura máxima, taxa de ocupação do lote de 30% (trinta porcento)
ocupação urbana, obedecidos os parâmetros estabelecidos nes- para lotes com até 720,00m² (setecentos e vinte metros quadra-
ta Lei. dos) e 20% (vinte porcento) para lotes maiores do que 720,00m²
Art. 31 Caberá ao órgão ambiental municipal conceder au- (setecentos e vinte metros quadrados), taxa máxima de imper-
torização para a realização de pesquisa científica e estabelecer meabilização do lote igual a 40% (quarenta porcento);
condições para visitação pública nas Zonas de Preservação e de II - comércio e serviços, individual, somente atividades de
caráter turístico ecológico (pousada, hotel, restaurante, bar,
Conservação da Vida Silvestre, assim como cuidar da gestão in-
agência e serviços de guia para turistas, loja de venda ou alu-
tegrada do conjunto de unidades localizadas na Área de Prote-
guel de materiais esportivos), gabarito máximo de 02 (dois)
ção Ambiental (APA) das Lagunas e Florestas de Niterói.
pavimentos mais cobertura, até 500,00m² (quinhentos metros
quadrados) de área total construída, taxa de ocupação do lote
CAPÍTULO I igual a 20% (vinte porcento), taxa máxima de impermeabilização
DAS ZONAS DE PRESERVAÇÃO DA VIDA SILVESTRE - ZPVS do lote igual a 30% (trinta porcento);
III - lote mínimo para pousada, hotel, clube, parcelamento
Art. 32 São consideradas Zonas de Preservação da Vida ou desmembramento com área igual a 2.000,00m² (dois mil me-
Silvestre - ZPVS, conforme delimitações do Anexo I e Mapa do tros quadrados);
Anexo VI desta Lei: IV - nos terrenos em encosta a altura máxima admitida en-
I - ZPVS 1 - Morro da Viração, na Sub-Região Piratininga; tre o piso do pavimento e o perfil natural do terreno no seu pon-
II - ZPVS 2 - Morro do Ourives, na Sub-Região Piratininga; to mais desfavorável será de 5,50m (cinco metros e cinquenta
III - ZPVS 3 - Morro do Imbuí, na Sub-Região Piratininga; centímetros);
IV - ZPVS 4 - Ilha Duas Irmãs; V - cortes ou aterros com altura superior a 3,00m (três me-
V - ZPVS 5 - Ilha do Veado; tros) ficam condicionadas à licença para movimentação de terra
VI - ZPVS 6 - Morro da Peça, parte na Sub-Região Piratininga concedida pelo órgão ambiental competente;
e parte na Sub-Região Itaipu; VI - em áreas com declividade igual ou superior a 45º (qua-
VII - ZPVS 7 - Ilhas do Pai, da Mãe e da Menina. renta e cinco graus) são proibidas edificações e parcelamentos
do solo.
CAPÍTULO II § 1º Para aprovação de projetos nas Zonas de Conservação
DAS ZONAS DE CONSERVAÇÃO DA VIDA SILVESTRE - ZCVS da Vida Silvestre - ZCVS, deverá ser previamente requerido ao
órgão ambiental competente autorização para supressão da ve-
Art. 33 São consideradas Zonas de Conservação da Vida getação, que determinará a vegetação que deverá ser preser-
Silvestre - ZCVS, conforme delimitações do Anexo I e Mapa do vada ou recuperada e as medidas compensatórias em relação à
Anexo VI desta Lei: vegetação autorizada para supressão. (Parágrafo Único transfor-
I - ZCVS 1 - Estrada Nova de Itaipu, na Sub-Região Piratinin- mado em § 1º pela Lei nº 2810/2011)
ga; § 2º O inciso II deste artigo não se aplica às novas constru-
II - ZCVS 2 - Morro da Viração, na Sub-Região Piratininga; ções de pousadas, hotéis e clubes e às ZCVSs 11 e 12 previstas
nos incisos XI e XII do artigo 33 e nos limites do Bairro de Itacoa-
III - ZCVS 3 - Preventório, na Sub-Região Piratininga;
tiara, ficando desta forma proibida a instalação de atividades in-
IV - ZCVS 4 - Cafubá, na Sub-Região Piratininga;
dustriais, comerciais, serviços, hotelarias e pousadas no Bairro.
V - ZCVS 5 - Morro do Cantagalo, na Sub-Região Piratininga;
(Redação acrescida pela Lei nº 2810/2011)
VI - ZCVS 6 - Imbuí, na Sub-Região Piratininga;
VII - ZCVS 7 - Morro da Peça (vertente Piratininga), na Sub- CAPÍTULO III
-Região Piratininga; DAS ZONAS DE USO ESPECIAL - ZUE
VIII - ZCVS 8 - Morro entre Camboinhas e Piratininga, parte
na Sub-Região Piratininga e parte na Sub-Região Itaipu; Art. 35 São consideradas Zonas de Uso Especial - ZUE, con-
IX - ZCVS 9 - Morro da Peça (vertente Itaipu), na Sub-Região forme delimitações do Anexo I e Mapa do Anexo VI desta Lei:
Itaipu; I - ZUE 1 - Parque Municipal da Cidade, na Sub-Região Pira-
X - ZCVS 10 - Margens da Lagoa de Itaipu, na Sub-Região tininga;
Itaipu; II - ZUE 2 - Refúgio da Vida Silvestre da Ilha do Pontal, na
XI - ZCVS 11 - Morro das Andorinhas, na Sub-Região Itaipu; Lagoa de Piratininga, na Sub-Região Piratininga;
XII - ZCVS 12 - Serra da Tiririca, parte na Sub-Região Itaipu e III - ZUE 3 - Monumento Natural da Ilha do Modesto, na La-
parte na Sub-Região Engenho do Mato; goa de Piratininga, na Sub-Região Piratininga;

142
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

IV - ZUE 4 - Monumento Natural da Praia do Sossego, na II - toda a área do terreno pode ser utilizada para garagem
Sub-Região Piratininga; e/ou atividades de uso comum do condomínio, permitindo-se
V - ZUE 5 - Área de Especial Interesse Ambiental para o Par- cobertura independente da edificação até o limite da taxa má-
que Municipal do Bosque Lagunar de Itaipu, na Sub-Região de xima de impermeabilização, dispensados os afastamentos míni-
Itaipu; mos laterais e de fundos;
VI - ZUE 6 - Área de Especial Interesse Ambiental para Par- III - pavimento semienterrado com altura máxima de 1,60m
que Estadual da Serra da Tiririca; parte na Sub-Região Itaipu e (um metro e sessenta centímetros) acima do nível do meio-fio
parte na Sub-Região Engenho do Mato; do logradouro de acesso, no ponto médio da testada do lote,
VII - ZUE 7 - Reserva Ecológica Darcy Ribeiro, parte na Sub- destinado à garagem e/ou serviços de apoio;
-Região Piratininga, parte na Sub-Região Itaipu, parte na Sub-Re- IV - subsolo admitido para garagem e/ou serviços de apoio;
gião Maravista e parte na Sub-Região Engenho do Mato; V - afastamento mínimo de 3,00m (três metros) de varandas
VIII - ZUE 8 - Lagoa de Piratininga, na Sub-Região Piratininga; em balanço em relação às divisas laterais;
IX - ZUE 9 - Área de Especial Interesse Ambiental para o Par- VI - máximo de 08 (oito) unidades habitacionais por pavi-
que Municipal do Canal do Camboatá, na Sub-Região Piratininga. mento, exceto nas edificações de uso residencial com serviços
e hoteleiro;
CAPÍTULO IV VII - extensão máxima de fachada de 35,00m (trinta e cinco
DA ZONA URBANA metros).
Parágrafo Único - As edificações residenciais com serviço
Art. 36 A Zona Urbana da Região Oceânica é composta pelas poderão localizar-se nas Áreas de Especial Interesse Urbanístico
áreas adequadas à urbanização, efetivamente ocupadas ou em e nas frações urbanas onde é permitido o uso residencial cole-
expansão urbana, e subdividida em frações urbanas e Áreas de tivo, respeitados os parâmetros urbanísticos fixados nesta Lei.
Especial Interesse Urbanístico e de Especial Interesse Turístico,
de acordo com as Sub-Regiões de Planejamento, conforme deli- SEÇÃO II
mitações do Anexo I e Mapa do Anexo VI desta Lei. DOS GRUPAMENTOS DE UNIDADES HABITACIONAIS

TÍTULO IV Art. 41 Na Região Oceânica, os grupamentos de unidades


DA ORDENAÇÃO DO USO E DA OCUPAÇÃO DO SOLO habitacionais somente são permitidas em áreas já parceladas e
deverão atender às seguintes condições:
Art. 37 Para fins de ordenação do uso e da ocupação do I - quanto à dimensão dos empreendimentos:
solo, a Região Oceânica é dividida nas Sub-Regiões de Planeja- a) cada empreendimento poderá conter até 30 (trinta) uni-
mento Engenho do Mato, Maravista, Itaipu, Jacaré e Piratininga, dades habitacionais.
as quais são subdivididas em frações urbanas, conforme delimi- II - quanto ao Sistema Viário:
tações do Anexo I e Mapa do Anexo VI desta Lei. a) as vias internas deverão ser dimensionadas de forma a
Art. 38 A Região Oceânica compreende os Bairros do Ca- garantir a passagem de pedestres e/ou veículos;
fubá, Camboinhas, Engenho do Mato, Jardim Imbuí, Itacoatia- b) os acessos que atendem simultaneamente a veículos e
ra, Itaipu, Jacaré, Maravista, Santo Antônio, Piratininga e Serra pedestres em grupamentos de até 04 (quatro) unidades, terão
Grande, conforme delimitações do Anexo I e Mapa do Anexo VI largura mínima de 04 (quatro) metros;
desta Lei. c) as vias para circulação de veículos, nos grupamentos com
mais de 04 (quatro) unidades, terão largura mínima de 5,00m
CAPÍTULO I (cinco metros) para caixa de rolamento e de 1,50m (um metro e
DOS PARÂMETROS GERAIS cinquenta centímetros) para os passeios frontais às construções.
III - quanto ao estacionamento:
SEÇÃO I a) o número de vagas de estacionamento será de, no míni-
DAS EDIFICAÇÕES RESIDENCIAIS mo, 01 (uma) vaga para cada unidade habitacional;
b) todas as unidades habitacionais individuais deverão ter
Art. 39 É permitida a construção de duas unidades habita- acesso direto para veículos.
cionais individuais por lote de no mínimo trezentos e sessenta IV - quanto às edificações:
metros quadrados em toda a Zona Urbana da Região Oceânica. a) nos logradouros públicos deverão ser obedecidos os re-
Parágrafo Único - No Bairro de Itacoatiara (ITA 1-A E ITA 1-B) cuos e afastamentos mínimos de construção determinados pela
só será permitida uma unidade por lote de no mínimo 450m² legislação vigente;
(quatrocentos e cinquenta metros quadrados), excetuando-se b) nenhuma edificação poderá distar mais de 30,00m (trinta
os parcelamentos aprovados anteriormente a promulgação da metros) do logradouro público ou de uma via interna.
Lei 2810/2011. (Redação dada pela Lei nº 2810/2011 por arras- V - quanto às unidades habitacionais superpostas ou em
tamento da Lei nº 3019/2013) série:
Art. 40 As edificações residenciais coletivas deverão respei- a) a distância mínima entre fachadas voltadas para as vias
tar às seguintes condições: internas deverá ser, no mínimo, de 8,00m (oito metros), consi-
I - pavimento térreo, que pode ser utilizado para unidades derados os balanços dos pavimentos superiores;
habitacionais, garagem e/ou atividades de uso comum do con- b) são permitidos blocos formados por, no máximo, 05 (cin-
domínio, com fechamento limitado à projeção da lâmina; co) unidades habitacionais em série por pavimento;

143
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

c) o afastamento entre blocos será de, no mínimo, 5,00m Art. 46 As indústrias de transformação permitidas nesta Lei
(cinco) metros. encontram-se relacionadas na Tabela do Anexo V desta Lei.
VI - quanto às áreas de uso coletivo:
a) deverão ser dotadas de áreas livres de uso coletivo cor- SEÇÃO V
respondente em seu total a, no mínimo, 15% (quinze porcento) DAS EDIFICAÇÕES DE USO PÚBLICO E DE CONCESSIONÁ-
da área do terreno, excluindo, para efeito de cálculo, as áreas de RIAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS
recuo, podendo ser incluída no somatório dessas áreas a faixa
de afastamento ao logradouro público, desde que não utilizada Art. 47 As edificações de uso público e de concessionárias
como estacionamento; de serviços públicos serão analisadas caso a caso pelo órgão
b) 50% (cinquenta porcento) da área livre deve constituir-se municipal competente, podendo localizar-se em qualquer fra-
em área única para uso com praça; ção urbana ou Área de Especial Interesse Urbanístico da Região
c) as vias de circulação de veículos e as áreas de estaciona- Oceânica sem restrições de parâmetros de uso e ocupação do
mento não serão computadas como áreas livres; solo, considerado as características arquitetônicas específicas, a
d) as áreas livres deverão permitir a inscrição de círculo com legislação pertinente e o interesse público municipal.
raio mínimo de 4,00m (quatro metros) em toda a superfície; § 1º São consideradas de uso público as edificações milita-
e) as faixas marginais de proteção ao longo dos cursos d`á- res e da Justiça, de serviços públicos de segurança, de unidades
gua poderão ser computadas como área livre. públicas de saúde, destinadas à utilização de recursos energé-
VII - quanto ao saneamento e à arborização: ticos, de apoio à proteção ambiental, cemitérios, de atividades
a) na arborização das vias e demais áreas verdes deverão públicas culturais, de esportes ou lazer, estações e terminais de
ser utilizadas espécies nativas da Região; transportes públicos.
b) deverão ser executadas redes de abastecimento d`água, § 2º São consideradas edificações de concessionárias de
de esgotamento sanitário e de drenagem. serviços públicos as instalações físicas necessárias à coleta, tra-
tamento e destinação final de resíduos sólidos ou esgotos sani-
SEÇÃO III tários, estações e reservatórios de água, usinas e reservatórios
DO COMÉRCIO E DE SERVIÇOS de gás, estações de energia elétrica ou de serviços de telecomu-
nicações, exceto as estações de rádio-base celulares, que deve-
Art. 42 As edificações de uso comercial e de serviços deve- rão seguir à legislação específica.
rão respeitar as seguintes condições:
I - as edificações acima de 200,00m² (duzentos metros qua- SEÇÃO VI
drados) de área total construída deverão ter local para carga e DA ALTURA MÁXIMA DAS EDIFICAÇÕES
descarga dentro do terreno com dimensões mínimas de 3,00m x
Art. 48 As edificações deverão respeitar as seguintes alturas
8,00m (três metros por oito metros) e, quando situadas em local
máximas de acordo com o gabarito estabelecido para cada fra-
coberto, com a altura livre mínima de 3,20m (três metros e vinte
ção urbana e Área de Especial Interesse Urbanístico:
centímetros);
I - 02 (dois) pavimentos mais cobertura: 10,00m (dez me-
II - além do pavimento semienterrado e do subsolo, qual-
tros);
quer pavimento e área do terreno poderão ser utilizados para
II - 03 (três) pavimentos mais cobertura: 14,60m (quatorze
garagem.
metros e sessenta centímetros);
Art. 43 Ficam permitidas unidades de Ensino Infantil e
III - 04 (quatro) pavimentos mais cobertura: 17,60m (dezes-
Fundamental em todas as frações urbanas e Áreas de Especial
sete metros e sessenta centímetros);
Interesse Urbanístico da Região Oceânica, até 1.000,00m² (mil IV - 05 (cinco) pavimentos mais cobertura: 20,60m (vinte
metros quadrados) de área total construída, exceto nas vias ar- metros e sessenta centímetros);
teriais principais, respeitados os recuos, afastamentos mínimos V - 06 (seis) pavimentos mais cobertura: 23,60m (vinte e
e os parâmetros máximos do local onde se situa. três metros e sessenta centímetros).
Art. 44 Ficam permitidas unidades de Ensino Médio e Supe- § 1º Para cálculo da altura máxima considera-se a soma da
rior nas vias da Região Oceânica com caixa de rolamento a partir altura acima do solo do pavimento semienterrado, de 3,00m
de sete metros, exceto nas vias arteriais principais, respeitados (três metros) por pavimento, incluindo a cobertura, e de mais
os recuos, afastamentos mínimos e os parâmetros máximos 1,00m (um metro) para soluções técnicas-estruturais e de insta-
para o local onde se situa. lações elétricas, hidráulicas e mecânicas.
§ 2º Fica liberada a altura do pé-direito, desde que respei-
SEÇÃO IV tadas as alturas máximas e os gabaritos para cada fração urbana
DAS INDÚSTRIAS e Área de Especial Interesse Urbanístico de que trata o caput
deste artigo.
Art. 45 As edificações de uso industrial acima de 200,00m² SEÇÃO VII
(duzentos metros quadrados) de área total construída deverão DOS AFASTAMENTOS MÍNIMOS E DOS RECUOS
ter local para carga e descarga dentro do terreno com dimen-
sões mínimas de 3,00m x 8,00m (três metros por oito metros) e, Art. 49 As edificações deverão respeitar, em relação ao eixo
quando situadas em local coberto, a altura livre mínima deve ser dos rios, os afastamentos mínimos e recuos definidos pelo Plano
de 3,20m (três metros e vinte centímetros). de Drenagem da Região Oceânica.

144
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 50 O afastamento mínimo frontal para qualquer tipo de § 1º As vagas localizadas em bainhas de estacionamento
edificação residencial deverá ser de 5,00m (cinco metros) nas não poderão ser computadas para o atendimento à exigência de
vias arteriais principais e secundárias, de 4,00m (quatro metros) vagas de estacionamento.
nas vias coletoras e ainda, de 3,00m (três metros) para unidades § 2º Em edificações de uso misto a quantidade de vagas será
habitacionais individuais e 4,00m (quatro metros) para as de- igual ao somatório das vagas para os estabelecimentos comer-
mais edificações nas vias locais. ciais e de serviços e as unidades habitacionais.
Art. 52 Os passeios dos loteamentos, condomínios e as edi-
SEÇÃO VIII ficações residenciais, comerciais, de serviços ou industriais, de-
DAS VAGAS DE ESTACIONAMENTO verão obedecer às seguintes condições:
I - ter rampas de acesso para deficientes físicos localizadas
Art. 51 São exigidas as seguintes quantidades de vagas de no primeiro trecho em reta do meio-fio, com piso de material
estacionamento: antiderrapante, podendo ser pintados somente os pisos com su-
I - para edificações de uso residencial individual: perfície áspera e, sem obstáculos junto ao seu desenvolvimento,
a) 01 (uma) vaga por unidade habitacional até 180,00m² tais como frades, postes, blocos, rochas e postes de sinalização;
(cento e oitenta metros quadrados) de área útil; II - proibidos tubos das jardineiras;
b) 02 (duas) vagas por unidade habitacional acima de III - afastamento mínimo entre qualquer elemento de, no
180,00m² (cento e oitenta metros quadrados) de área útil. mínimo, 1,50m (um metro e cinquenta centímetros).
II - para edificações de uso residencial coletivo: Art. 53 Nas vias arteriais principais e secundárias com faixa
a) 01 (uma) vaga para cada unidade habitacional até exclusiva para ônibus adjacente ao passeio fronteiro aos lotes,
80,00m² (oitenta metros quadrados); fica obrigatório o acesso ao estacionamento por outra via para
b) 1,5 (uma e meia) vaga para cada unidade habitacional os usos não residenciais, coletivos ou individuais, de médio e
entre 80,00m² (oitenta metros quadrados) e 120,00m² (cento e grande porte.
vinte metros quadrados) de área útil; Parágrafo Único - Quando se tratar de polos geradores de
c) 02 (duas) vagas para cada unidade habitacional entre tráfego, estes deverão respeitar as condições para a via em que
120,00m² (cento e vinte) e 180,00m² (cento e oitenta metros se dará o acesso ao estacionamento.
quadrados) de área útil; Art. 54 A execução de bainhas de estacionamento e de em-
d) 03 (três) vagas para cada unidade habitacional acima de barque e desembarque deverá seguir os projetos específicos ou
180,00m² (cento e oitenta metros quadrados) de área útil. as condições estabelecidas pelo setor competente da Prefeitura,
III - para clubes recreativos ou desportivos e ginásios de es- quando da aprovação do projeto.
portes:
a) 01 (uma) vaga para cada 150,00m² (cento e cinquenta SEÇÃO IX
metros quadrados) de área do terreno. DA TAXA MÁXIMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO
IV - para centros culturais:
a) 01 (uma) vaga para cada 150,00m² (cento e cinquenta Art. 55 Para cálculo da taxa máxima de impermeabilização,
metros quadrados) de área de construção computável. são computadas como áreas permeáveis:
V - para estabelecimentos de Ensino Superior: I - áreas com pavimentações em blocos de concreto inter-
a) 01 (uma) vaga para cada 25,00m² (vinte e cinco metros travados ou outros materiais permeáveis, cujas características
quadrados) de área de construção computável. garantam a adequada condição de locomoção de portadores de
VI - para entrepostos, armazéns, depósitos e comércio ata- deficiência física;
cadista: II - áreas ajardinadas na área do terreno;
a) 01 (uma) vaga para cada 100,00m² (cem metros quadra- III - as coberturas ajardinadas de pavimento semienterrado,
dos) de área de construção computável. do subsolo e das garagens independentes da lâmina;
VII - para garagens de transportes coletivos de passageiros e IV - piscinas;
de transporte de cargas: V - soluções de aproveitamento de águas pluviais.
a) 01 (uma) vaga para 1.000m² (mil metros quadrados) de
área do terreno. SEÇÃO X
VIII - para hospitais: DO PARCELAMENTO DO SOLO
a) 01 (uma) vaga para cada 3 (três) leitos.
IX - para indústrias: Art. 56 É condição para construção de qualquer tipo de edi-
a) 01 (uma) vaga para cada 100,00m² (cem metros) quadra- ficação nas glebas com mais de dez mil metros quadrados, a pré-
dos de área de construção computável. via aprovação do projeto de parcelamento (desmembramento,
X - para os estabelecimentos comerciais e de serviços não loteamento e condomínio) e a destinação de área pública muni-
relacionados nos incisos anteriores deste artigo: cipal, na forma da legislação vigente.
a) 01 (uma) vaga para cada cem metros quadrados de área § 1º As áreas de lazer e as destinadas a equipamentos públi-
edificável computável em edificações até 200,00m² (duzentos cos deverão ter condições adequadas a estes usos.
metros quadrados); § 2º O lote mínimo na Região Oceânica é de trezentos e ses-
b) 01 (uma) vaga para cada 60,00m² (sessenta metros qua- senta metros quadrados, salvo condições expressas nesta Lei.
drados) de área edificável computável em edificações acima de
200,00m² (duzentos metros quadrados).

145
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO XI Art. 64 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso


DAS FAIXAS DE SERVIDÃO e ocupação do solo para a fração urbana EM 3:
Art. 57 Os projetos de edificações e parcelamentos deverão I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
preservar faixas de servidão que garantam o acesso às trilhas pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
existentes relacionadas nesta Lei e no Plano de Trilhas da Região 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
Oceânica. igual a 70% (setenta porcento), afastamentos laterais e de fun-
dos dispensados;
CAPÍTULO II II - comércio e serviços em edificações já existentes, somen-
SUB-REGIÃO ENGENHO DO MATO te permitindo-se transformação de uso, e postos de serviços e/
SEÇÃO I ou abastecimento de veículos automotores, sendo proibidos
DAS FRAÇÕES URBANAS polos geradores de tráfego, atividades com hora de pico e gera-
SUBSEÇÃO I doras de tráfego de veículos de carga.
DA FRAÇÃO URBANA EM 1
SUBSEÇÃO IV
Art. 58 A fração urbana EM 1 compreende a Estrada Francis- DAS FRAÇÕES URBANAS EM 4-A, EM 4-B, EM 4-C E EM 4-D
co da Cruz Nunes à esquerda (sentido Itaipu) entre a Av. Ewerton
Xavier e a Rua Scylla Souza Ribeiro. Art. 65 A fração urbana EM 4-A compreende entorno da Av.
Art. 59 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso Irene Lopes Sodré inclusive; a fração urbana EM 4-B compreen-
e ocupação do solo para a fração urbana EM 1: de a primeira área à esquerda (sentido Várzea das Moças) da Av.
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois) Ewerton Xavier exclusive; a fração urbana EM 4-C compreende
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a a segunda área à esquerda (sentido Várzea das Moças) da Av.
60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização Ewerton Xavier exclusive, o trecho final da Av. Ewerton Xavier e a
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais área à direita (sentido Várzea das Moças) da Estrada do Engenho
e de fundos dispensados; do Mato e o entorno da Av. Romanda Gonçalves inclusive, a par-
II - grupamento de unidades habitacionais, com gabarito tir da Rua 12, e a fração urbana EM 4-D compreende área entre
máximo de 02 (dois) pavimentos, mais cobertura, em terrenos as Ruas 13 e 14 do Loteamento Argeu Fazendinha.
com no mínimo 720,00m² (setecentos e vinte metros quadra-
Art. 66 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso
dos), cota de densidade igual a 120 (cento e vinte), taxa máxima
e ocupação do solo para as frações urbanas EM 4-A, EM 4-B, EM
de ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de
4-C e EM 4-D:
impermeabilização igual a 70% (setenta porcento);
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
III - comércio e serviços em edificações já existentes, so-
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
mente permitindo-se transformação de uso, e postos de servi-
60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
ços e/ou abastecimento de veículos automotores, sendo proi-
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais
bidos polos geradores de tráfego, atividades com hora de pico e
e de fundos dispensados;
geradoras de tráfego de veículos de carga.
II - grupamento de unidades habitacionais, com gabarito
SUBSEÇÃO II máximo de 02 (dois) pavimentos, mais cobertura, em terrenos
DA FRAÇÃO URBANA EM 2 com no mínimo 720,00m² (setecentos e vinte metros quadra-
dos), cota de densidade igual a 120 (cento e vinte), taxa máxima
Art. 60 A fração urbana EM 2 compreende o Bairro Peixoto. de ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de
Art. 61 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso impermeabilização igual a 70% (setenta porcento);
e ocupação do solo para a fração urbana EM 2: III - comércio e serviços, individual ou coletivo com no má-
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois) ximo 04 (quatro) unidades comerciais e/ou de serviços, somen-
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a te atividades de caráter local (mercearia, hortifrutigranjeiros,
60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização padaria, sorveteria, café, lanchonete, restaurante ou bar sem
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais música ao vivo, farmácia, chaveiro, encanador, eletricista, bar-
e de fundos dispensados. beiro, salão de beleza, lavanderia, conserto de calçados e bol-
Art. 62 Para as áreas destinadas a estacionamentos no Lote- sas, locadora de fitas, livraria, papelaria, armarinho, bazar, clíni-
amento Cidade Balneária de Itaipu, fica mantido este uso origi- ca terapêutica, consultório e escritório de profissionais liberais,
nal, sendo nelas proibida qualquer tipo de edificação. petshop, atelier de costura, de artesanato e de artes plásticas,
produtoras fonográficas ou vídeos) até 200,00m² (duzentos me-
SUBSEÇÃO III tros quadrados) de área total construída, com gabarito máximo
DA FRAÇÃO URBANA EM 3 de dois pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação
igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabi-
Art. 63 A fração urbana EM 3 compreende as primeiras lização igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos
quadras área à esquerda da Estrada Francisco da Cruz Nunes laterais e de fundos de 1,50m (um metro e cinquenta centíme-
(sentido Itaipu) entre a Rua Scylla Souza Ribeiro e o limite da tros);
Sub-Região.

146
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

IV - indústrias, até 1.000m² (mil metros quadrados) de área e de apoio a atividades rurais (hípica, haras, criação de bovinos,
total construída, exceto indústrias de transformação, relaciona- suínos, caprinos, equinos e aves, produção e venda de mudas,
das no Anexo V desta Lei, que deverão ter no máximo 500,00m² rações para animais, adubos orgânicos, artefatos naturais, lico-
(quinhentos metros quadrados), somente nos lotes voltados res ou produtos alimentares, manutenção, reparo e venda de
para a Av. Irene Lopes Sodré na fração urbana EM 4-A e para a máquinas, materiais, peças, acessórios e produtos agrícolas e
Estrada do Engenho do Mato EM 4-C, com gabarito máximo de hípicos), até 500,00m² (quinhentos metros quadrados) de área
03 (três) pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação total construída, com gabarito máximo de 02 (dois) pavimentos,
igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabi- mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 40% (quarenta
lização igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos porcento), taxa máxima de impermeabilização igual a 50% (cin-
laterais e de fundos de 5,00m (cinco metros). quenta porcento), afastamentos mínimos laterais e de fundos de
5,00m (cinco metros);
SUBSEÇÃO V III - indústrias de transformação até 500,00m² (quinhentos
DAS FRAÇÕES URBANAS EM 5-A E EM 5-B metros quadrados), relacionadas no Anexo II desta Lei, com ga-
barito máximo de 03 (três) pavimentos, mais cobertura, taxa de
Art. 67 A fração urbana EM 5-A compreende a área ao longo ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa de impermeabi-
da Av. Ewerton Xavier inclusive, após a Rua 12 inclusive, e a fra- lização igual a 70% (setenta porcento), afastamentos laterais e
ção urbana EM 5-B compreende o entorno da Praça do Engenho de fundos de 5,00m (cinco metros).
do Mato, correspondendo aos Centros de Bairro da Sub-Região § 1º Para permissão de pousada, hotel, clube recreativo ou
de Itaipu. esportivo, parcelamento ou desmembramento o lote mínimo é
Art. 68 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso de 2.000,00m² (dois mil metros quadrados).
e ocupação do solo para as frações urbanas EM 5-A e EM 5-B: § 2º Em terrenos em aclive ou declive a altura máxima da
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois) edificação deverá ser igual a 10,00m (dez metros).
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização SEÇÃO II
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 1 - RIO
e de fundos dispensados; JOÃO MENDES
II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de qualquer
porte, com gabarito máximo de 03 (três) pavimentos, mais co- Art. 71 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico
bertura, taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta por- 1 - Rio João Mendes, destinada a promover mudanças urbanísti-
cento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta cas que permitam a proteção das margens do Rio João Mendes,
porcento), afastamentos mínimos laterais e de fundos de 5,00m compreendendo a área ao longo do Rio João Mendes da Rua 12
(cinco metros); até a Estrada do Engenho do Mato, para onde ficam estabeleci-
III - indústrias, até 1.000m² (mil metros quadrados) de área dos os seguintes parâmetros de uso e ocupação do solo:
total construída, exceto indústrias de transformação, relaciona- I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
das no Anexo V desta Lei, que deverão ter no máximo 500,00m² pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
(quinhentos metros quadrados), com gabarito máximo de 03 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
(três) pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais
igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabi- e de fundos dispensados;
lização igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos II - residencial coletivo, com gabarito máximo de 06 (seis)
laterais e de fundos de 5,00m (cinco metros). pavimentos, mais cobertura, em terrenos com no mínimo
720,00m² (setecentos e vinte metros quadrados), taxa máxima
SUBSEÇÃO VI de ocupação igual a 45% (quarenta e cinco porcento), taxa má-
DA FRAÇÃO URBANA EM 6 xima de impermeabilização igual a 70% (setenta porcento), afas-
tamentos laterais e de fundos de 5,00m (cinco metros), afasta-
Art. 69 A fração urbana EM 6 compreende a área no entor- mentos mínimos entre blocos paralelos de 10,00m (dez metros)
no da Estrada do Vai e Vem inclusive. ou entre blocos não paralelos de 5,00m (cinco metros) na menor
Art. 70 Devem ser incentivadas as atividades turísticas, fi- distância.
cando estabelecidos os seguintes parâmetros de uso e ocupação § 1º As edificações residenciais coletivas de que trata o in-
do solo para a fração urbana EM 6: ciso II deste artigo sujeitam-se à destinação ao domínio públi-
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois) co municipal de área para proteção das margens do Rio João
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a Mendes e para implantação de área de esporte e lazer e à exe-
60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização cução das obras respectivas, conforme projeto urbanístico do
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais setor competente, que contemplará ciclovia, revegetação das
e de fundos dispensados; margens do rio, áreas e equipamentos de lazer e acessos para
II - comércio e serviços, individual ou coletivo, somente visitação, obedecidas as seguintes condições:
atividades de caráter turístico (clube recreativo ou desportivo, I - cada 1,00m² (um metro quadrado) destinado ao domínio
camping clube, sorveteria, café, lanchonete, restaurante ou público municipal para área de esporte e lazer corresponderá a
bar, loja de souvenir ou artesanato, agências e serviços de guia 4,00m² (quatro metros quadrados) de área edificável computá-
para turistas, loja de venda ou aluguel de materiais esportivos) vel;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

II - a área de que trata o inciso I deste artigo deverá ser SUBSEÇÃO II


contígua ao rio, estar situada entre duas ruas sequenciais e no DAS FRAÇÕES URBANAS MAR 2-A E MAR 2-B
sentido perpendicular ao rio, de acordo com projeto municipal
específico; Art. 74 São considerados Centros de Bairros da Sub-Região
III - a aprovação do projeto da edificação residencial coletiva Maravista a fração urbana MAR 2-A, que compreende o trecho
dependerá da efetiva transmissão da área destinada ao domínio inicial da Av. Ewerton Xavier, até a Rua Adalgisa Monteiro, e a
público municipal; fração urbana MAR 2-B, que compreende o trecho da Av. Ewer-
IV - o aceite de obras da edificação residencial coletiva de- ton Xavier da Rua Adalgisa Monteiro até a Rua 12.
penderá da aceitação das obras da área de esporte e lazer de Art. 75 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso
que trata o presente artigo. e ocupação do solo para as frações urbanas MAR 2-A e MAR 2-B:
§ 2º As edificações informais existentes, para sua regulariza- I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
ção, deverão ter um recuo de 5,00m (cinco metros) em relação pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
ao eixo do Rio João Mendes, e as novas, um recuo de acordo 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
com a faixa marginal de proteção. igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais
e de fundos dispensados;
CAPÍTULO III II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de qualquer
SUB-REGIÃO MARAVISTA porte, com gabarito máximo de 03 (três) pavimentos, mais co-
SEÇÃO I bertura, taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta por-
DAS FRAÇÕES URBANAS cento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta
SUBSEÇÃO I porcento), afastamentos mínimos laterais e de fundos de 5,00m
DA FRAÇÃO URBANA MAR 1 (cinco metros);
III - indústrias, até 1.000m² (mil metros quadrados) de área
Art. 72 A fração urbana MAR 1 compreende a Estrada Fran- total construída, exceto indústrias de transformação, relaciona-
cisco da Cruz Nunes lado ímpar esquerda entre a Rua Jornalista das no Anexo V desta Lei, que deverão ter no máximo 500m²
Milton Braga Mello (antiga Rua 85) inclusive do Loteamento Ma- (quinhentos metros quadrados), com gabarito máximo de 03
ravista até a Rua Maria Tanure Amora. (três) pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação
Art. 73 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabi-
e ocupação do solo para a fração urbana MAR 1: lização igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois) laterais e de fundos de 5,00m (cinco metros).
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização SUBSEÇÃO III
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais DAS FRAÇÕES URBANAS MAR 3-A, MAR 3-B E MAR 3-C
e de fundos dispensados;
II - residencial coletivo, com gabarito máximo de 03 (três) Art. 76 A fração urbana MAR 3-A compreende área à direita
pavimentos, mais cobertura, em terrenos até 5.000,00m² (cinco da Av. Ewerton Xavier exclusive entre a Rua Edson Zuzart Jr. e a
mil metros quadrados) ou 04 (quatro) pavimentos, mais cober- Rua Adalgisa Monteiro; a fração urbana MAR 3-B compreende
tura, em terrenos acima de 5.000m² (cinco mil metros quadra- área à direita da Av. Ewerton Xavier exclusive entre a Av. 2 e a
dos), taxa máxima de ocupação igual a 45% (quarenta e cinco Rua 12, e a fração urbana MAR 3-C compreende a área à es-
porcento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (se- querda da Av. Ewerton Xavier entre a Estrada Francisco da Cruz
tenta porcento), afastamentos mínimos laterais e de fundos de Nunes e a Rua 12.
5,00m (cinco metros), afastamentos mínimos entre blocos para- Art. 77 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso
lelos de 10,00m (dez metros) ou entre blocos não paralelos de e ocupação do solo para as frações urbanas MAR 3-A, MAR 3-B
5,00m (cinco) metros na menor distância; e MAR 3-C:
III - comércio e serviços em edificações já existentes, so- I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
mente permitindo-se transformação de uso, e postos de servi- pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
ços e/ou abastecimento de veículos automotores, sendo proi- 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
bidos polos geradores de tráfego, atividades com hora de pico e igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais
geradoras de tráfego de veículos de carga; e de fundos dispensados;
IV - indústrias, até 1.000m² (mil metros quadrados) de área II - grupamento de unidades habitacionais, com gabarito
total construída, exceto indústrias de transformação, relaciona- máximo de 02 (dois) pavimentos, mais cobertura, em terreno
das no Anexo V desta Lei, que deverão ter no máximo 500,00m² com no mínimo 720m² (setecentos e vinte metros quadrados),
(quinhentos metros quadrados), com gabarito máximo de 03 cota de densidade igual a 120 (cento e vinte), taxa máxima de
(três) pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de im-
igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabi- permeabilização igual a 70% (setenta porcento);
lização igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos III - comércio e serviços, individual ou coletivo com no má-
laterais e de fundos de 5,00m (cinco metros). ximo 04 (quatro) unidades comerciais e/ou de serviços, somen-
te atividades de caráter local (mercearia, hortifrutigranjeiros,
padaria, sorveteria, café, lanchonete, restaurante ou bar sem
música ao vivo, farmácia, chaveiro, encanador, eletricista, bar-

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

beiro, salão de beleza, lavanderia, conserto de calçados e bol- I - cada 1,00m² (um metro quadrado) destinado ao domínio
sas, locadora de fitas, livraria, papelaria, armarinho, bazar, clíni- público municipal para área de esporte e lazer corresponderá a
ca terapêutica, consultório e escritório de profissionais liberais, 4,00m² (quatro metros quadrados) de área edificável computá-
petshop, atelier de costura, de artesanato e de artes plásticas, vel;
produtoras fonográficas ou vídeos) até 200m² (duzentos metros II - a área de que trata o inciso I deste artigo deverá ser
quadrados) de área total construída, com gabarito máximo de contígua ao rio, estar situada entre duas ruas sequenciais e no
02 (dois) pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação sentido perpendicular ao rio, de acordo com projeto municipal
igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabi- específico;
lização igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos III - a aprovação do projeto da edificação residencial coletiva
laterais e de fundos de 1,50m (um metro e cinquenta centíme- dependerá da efetiva transmissão da área destinada ao domínio
tros). público municipal;
IV - o aceite de obras da edificação residencial coletiva de-
SUBSEÇÃO IV penderá da aceitação das obras da área de esporte e lazer de
DA FRAÇÃO URBANA MAR 4 que trata o presente artigo.
§ 2º As edificações informais existentes, para sua regulari-
Art. 78 A fração urbana MAR 4 compreende a área à direita zação, deverão ter um recuo de cinco metros em relação ao eixo
Av. Romanda Gonçalves entre a Av. Senador Vasconcelos Torres do Rio João Mendes, e as novas, um recuo de acordo com a faixa
e a Rua Dr. Cássio Rothier. marginal de proteção.
Art. 79 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso
e ocupação do solo para a fração urbana MAR 4: CAPÍTULO IV
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois) SUB-REGIÃO ITAIPU
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a SEÇÃO I
60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização DAS FRAÇÕES URBANAS
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais SUBSEÇÃO I
e de fundos dispensados. DAS FRAÇÕES URBANAS ITA 1-A E ITA 1-B (REDAÇÃO DADA
PELA LEI Nº 2810/2011)
SEÇÃO III
DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 2 - RIO Art. 81 As frações urbanas ITA 1-A E ITA 1-B correspondem a
JOÃO MENDES Itacoatiara. (Redação dada pela Lei nº 2810/2011)
Art. 82 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso
e ocupação do solo para as frações urbanas ITA 1-A:
Art. 80 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
2 - Rio João Mendes, destinada a promover mudanças urbanísti-
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
cas que permitam a proteção das margens do Rio João Mendes,
60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
compreendendo a área ao longo do Rio João Mendes entre a
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais
Estrada Francisco da Cruz Nunes e a Rua 12, para onde ficam es-
e de fundos dispensados;
tabelecidos os seguintes parâmetros de uso e ocupação do solo:
II - o comércio e serviços individual, somente de atividades
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
de caráter local sem música ao vivo, já instalados até 04 de abril
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
de 2002, na Av. Mathias Sandri, com até 200m² (duzentos me-
60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização tros quadrados) de área total construída, com gabarito máximo
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais de 2 (dois) pavimentos, taxa máxima de ocupação igual a 60%
e de fundos dispensados; (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual
II - residencial coletivo, com gabarito máximo de 06 (seis) a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais e de
pavimentos, mais cobertura, em terrenos com no mínimo fundos de 1,5m (um metro e cinquenta centímetros);
720m² (setecentos e vinte metros quadrados), taxa máxima de III - fica proibido a instalação de hotéis e pousadas. (Reda-
ocupação igual a 45% (quarenta e cinco porcento), taxa máxima ção dada pela Lei nº 2810/2011)
de impermeabilização igual a 70% (setenta porcento), afasta- Art.82-A Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de
mentos mínimos laterais e de fundos de 5,00m (cinco metros), uso e ocupação do solo para a fração urbana ITA 1B:
afastamentos mínimos entre blocos paralelos de 10,00m (dez I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
metros) ou entre blocos não paralelos de 5,00m (cinco metros) pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
na menor distância. 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
§ 1º As edificações residenciais coletivas de que trata o in- igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos late-
ciso II deste artigo sujeitam-se à destinação ao domínio públi- rais e de fundos dispensados. (Redação acrescida pela Lei nº
co municipal de área para proteção das margens do Rio João 2810/2011)
Mendes e para implantação de área de esporte e lazer e à exe-
cução das obras respectivas, conforme projeto urbanístico do
setor competente, que contemplará ciclovia, revegetação das
margens do rio, áreas e equipamentos de lazer e acessos para
visitação, obedecidas as seguintes condições:

149
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SUBSEÇÃO II III - comércio e serviços em edificações já existentes, so-


DA FRAÇÃO URBANA ITA 2-A, ITA 2-B, ITA 2-C, ITA 2-D, ITA mente permitindo-se transformação de uso, e postos de servi-
2-E E ITA 2-F ços e/ou abastecimento de veículos automotores, sendo proi-
bidos polos geradores de tráfego, atividades com hora de pico e
Art. 83 A fração urbana ITA 2-A corresponde à área de en- geradoras de tráfego de veículos de carga;
torno dos bens tombados; a fração urbana ITA 2-B corresponde IV - indústrias, até 1.000,00m² (mil metros quadrados) de
ao entorno da Estrada Francisco da Cruz Nunes no trecho final; área total construída, exceto indústrias de transformação, re-
a fração urbana ITA 2-C corresponde ao lado direito da Estra- lacionadas no Anexo V desta Lei, que deverão ter no máximo
da Francisco da Cruz Nunes (sentido Itaipu) desde o Centro de 500,00m² (quinhentos metros quadrados), com gabarito máxi-
Bairro até a Área de Especial Interesse Urbanístico do Rio da mo de 03 (três) pavimentos, mais cobertura, taxa de ocupação
Vala; fração urbana ITA 2-D corresponde ao restante do Bairro igual a 60% (sessenta porcento), taxa de impermeabilização
de Camboinhas; a fração urbana ITA 2-E compreende área à igual a 70% (setenta porcento), afastamentos laterais e de fun-
esquerda do Canal de Camboatá (sentido Lagoa de Itaipu), e a dos de 5,00m (cinco metros).
fração urbana ITA 2-F compreende área da Área de Especial In-
teresse Urbanístico do Rio da Vala até o limite da Sub-Região. SUBSEÇÃO IV
Art. 84 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso DA FRAÇÃO URBANA ITA 4
e ocupação do solo para as frações urbanas ITA 2-A, ITA 2-B, ITA
2-C, ITA 2-D, ITA 2-E e ITA 2-F: Art. 87 É considerada Centro de Bairro da Sub-Região Itaipu
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois) a fração urbana ITA 4, que corresponde ao lado direito da Estra-
pavimentos mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a da Francisco da Cruz Nunes, sentido Itaipu, entre a rótula da Av.
60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização Ewerton Xavier e a ZUE 5.
70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais e de Art. 88 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso
fundos dispensados. e ocupação do solo para a fração urbana ITA 4:
Parágrafo Único - O entorno das ruínas do recolhimento de I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
Santa Tereza, área limitada pela Rua B do Loteamento Cidade pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
Balneária de Itaipu, pela Estrada Francisco da Cruz Nunes e a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
Área de Especial Interesse da Vila dos Pescadores de Itaipu, é
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais
considerado não edificante.
e de fundos dispensados;
II - residencial coletivo ou misto, com gabarito máximo de
SUBSEÇÃO III
04 (quatro) pavimentos, mais cobertura, em terrenos com no
DAS FRAÇÕES URBANAS ITA 3-A, ITA 3-B E ITA 3-C
mínimo 720m² (setecentos e vinte metros quadrados), taxa má-
xima de ocupação igual a 45% (quarenta e cinco porcento), taxa
Art. 85 A fração urbana ITA 3-A corresponde à Estrada Fran-
máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta porcento),
cisco da Cruz Nunes à direita (sentido Itaipu), desde a ZUE 5 até
afastamentos mínimos laterais e de fundos de 5,00m (cinco me-
o Centro de Bairro; a fração urbana ITA 3-B corresponde à Estra-
tros);
da Francisco da Cruz Nunes no lado das margens da Lagoa de
Itaipu, do Centro de Bairro até o Rio da Vala; e a fração urbana III - comércio e serviços, individual ou coletivo, de qualquer
ITA 3-C corresponde à Estrada Francisco da Cruz Nunes no lado porte, com gabarito máximo de 03 (três) pavimentos, mais co-
das margens da Lagoa de Itaipu, do Rio da Vala até o limite da bertura, taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta por-
Sub-Região de Itaipu (Morro da Peça). cento) e taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta
Art. 86 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso porcento), afastamentos mínimos laterais e de fundos de 5,00m
e ocupação do solo para as frações urbanas ITA 3-A, ITA 3-B e (cinco metros);
ITA 3-C: IV - indústrias, até 1.000m² (mil metros quadrados) de área
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois) total construída, exceto indústrias de transformação, relaciona-
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a das no Anexo V desta Lei, que deverão ter no máximo 500,00m²
60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização (quinhentos metros quadrados), com gabarito máximo de 03
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais (três) pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação
e de fundos dispensados; igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabi-
II - residencial coletivo, com gabarito máximo de 03 (três) lização igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos
pavimentos, mais cobertura, em terrenos até 5.000,00m² (cin- laterais e de fundos de 5,00m (cinco metros).
co mil metros quadrados) ou 04 (quatro) pavimentos, mais co-
bertura, em terrenos acima de 5.000,00m² (cinco mil metros SUBSEÇÃO V
quadrados), taxa máxima de ocupação igual a 45% (quarenta e DAS FRAÇÕES URBANAS ITA 5
cinco porcento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70%
(setenta porcento), afastamentos mínimos laterais e de fundos Art. 89 A fração urbana ITA 5 corresponde à Quadra 143-A,
de 5,00m (cinco metros), afastamentos mínimos entre blocos do Plano Estrutural de Itaipu em Camboinhas.
paralelos de 10,00m (dez) metros ou entre blocos não paralelos Art. 90 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso
de 5,00m (cinco metros) na menor distância; e ocupação do solo para a fração urbana ITA 5:

150
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois) I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais
e de fundos dispensados; e de fundos dispensados;
II - residencial coletivo, com gabarito máximo de 03 (três) II - residencial coletivo, com gabarito máximo de 06 (seis)
pavimentos, mais cobertura, em terrenos até 5.000,00m² (cin- pavimentos, mais cobertura, em terreno com no mínimo
co mil metros quadrados) ou 04 (quatro) pavimentos, mais co- 1.500,00m² (um mil e quinhentos metros quadrados), taxa má-
bertura, em terrenos acima de 5.000,00m² (cinco mil metros xima de ocupação igual a 45% (quarenta e cinco porcento), taxa
quadrados), taxa máxima de ocupação igual a 45% (quarenta e máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta porcento),
cinco porcento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% afastamentos mínimos laterais e de fundos de 5,00m (cinco me-
(setenta porcento), afastamentos mínimos laterais e de fundos tros), afastamentos mínimos entre blocos paralelos de 10,00m
de 5,00m (cinco metros) e afastamentos mínimos entre blocos (dez metros) ou entre blocos não paralelos de 5,00m (cinco me-
paralelos de 10,00m (dez metros) ou entre blocos não paralelos
tros) na menor distância, sujeitando-se às seguintes condições:
de 5,00m (cinco metros) na menor distância;
Parágrafo Único - As edificações residenciais coletivas de
III - comércio e serviços, individual, somente atividades de
que trata o inciso II deste artigo sujeitam-se à destinação de áre-
caráter turístico (clube recreativo ou desportivo, camping clube,
as ao domínio público municipal para implantação do Bosque
sorveteria, café, lanchonete, restaurante ou bar, loja de souvenir
ou artesanato, agências e serviços de guia para turistas, loja de Lagunar de Itaipu, nas margens da Lagoa de Itaipu, conforme
venda ou aluguel de materiais esportivos), até 500,00m² (qui- descrição no Anexo I, na ZUE 5, e à execução das obras respecti-
nhentos metros quadrados) de área total construída, com gaba- vas, conforme projeto urbanístico do setor municipal competen-
rito máximo de 02 (dois) pavimentos, mais cobertura, taxa máxi- te, que contemplará ciclovia, revegetação, áreas e equipamen-
ma de ocupação igual a 40% (quarenta porcento), taxa máxima tos de lazer e acessos para visitação, obedecidas as seguintes
de impermeabilização igual a 50% (cinquenta porcento), afasta- condições:
mentos mínimos laterais e de fundos de 5,00m (cinco metros). I - a aprovação do projeto da edificação residencial coletiva
dependerá da efetiva transmissão das áreas destinadas ao domí-
SUBSEÇÃO VI nio público municipal, de que trata o presente parágrafo;
DA FRAÇÃO URBANA ITA 6 II - o aceite de obras da edificação residencial coletiva de-
penderá da aceitação das obras de que trata o presente parágra-
Art. 91 É considerado Centro de Bairro da Sub-Região Itaipu fo, podendo o parcelamento e implantação do Parque Público
a fração urbana ITA 6, que corresponde à Quadra CS 12 do Plano ocorrer em etapas previamente ajustadas com o órgão munici-
Estrutural de Itaipu em Camboinhas. pal competente.
Art. 92 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso
e ocupação do solo para a fração urbana ITA 6: SUBSEÇÃO II
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois) DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 4 - CANAL
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a DE ITAIPU
60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais Art. 94 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico
e de fundos dispensados; 4 - Canal de Itaipu, destinada a promover mudanças urbanísticas
II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de qualquer que permitam a proteção das margens da Lagoa de Itaipu, com-
porte, com gabarito máximo de 03 (três) pavimentos, mais co- preendendo as Quadras 67-A, 67-B, 68 e área remanescente en-
bertura, taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta por- tre as Quadras 68 e 69 do Plano Estrutural de Itaipu, para onde
cento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta
ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso e ocupação
porcento), afastamentos mínimos laterais e de fundos de 5,00m
do solo:
(cinco metros).
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
SEÇÃO II
DAS ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais
SUBSEÇÃO I e de fundos dispensados;
DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 3 - CAM- II - residencial coletivo, com gabarito máximo de 06 (seis)
BOINHAS pavimentos, mais cobertura, em terreno de, no mínimo,
1.000,00m² (um mil metros quadrados), taxa máxima de ocupa-
Art. 93 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico ção igual a 45% (quarenta e cinco porcento), taxa máxima de im-
3 - Camboinhas, destinada a promover mudanças urbanísticas permeabilização igual a 70% (setenta porcento), afastamentos
que permitam a proteção das margens da Lagoa de Itaipu, que mínimos laterais e de fundos de 5,00m (cinco metros), afasta-
compreende a gleba ao longo da Av. Prof. Florestan Fernandes mentos mínimos entre blocos paralelos de 10,00m (dez metros)
em Camboinhas, gleba esta que, se parcelada na forma da lei, ou entre blocos não paralelos de 5,00m (cinco metros) na menor
poderá ter os seguintes parâmetros de uso e ocupação do solo: distância. (Redação dada pela Lei nº 2113/2003)

151
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Parágrafo único - As edificações residenciais coletivas de SUBSEÇÃO III


que trata o inciso II deste artigo sujeitam-se à destinação de DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 9 -
área, conforme descrita no Anexo I da ZUE 5, ao domínio públi- RIO DA VALA
co municipal para implantação do Bosque Lagunar de Itaipu, no
trecho nas margens da Lagoa de Itaipu e à execução das obras Art. 96 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico 9
respectivas, conforme projeto urbanístico do setor municipal - Rio da Vala, destinada a promover mudanças urbanísticas que
competente, que contemplará ciclovia, revegetação, áreas e permitam a proteção das margens do Rio da Vala, compreen-
equipamentos de lazer e acessos para visitação, obedecidas as dendo as Quadras 20 e 21 do Plano Estrutural de Itaipu, para
seguintes condições: onde ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso e ocu-
I - a aprovação do projeto da edificação residencial coletiva pação do solo:
dependerá da efetiva transmissão da área destinada ao domínio I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
público municipal, na forma do presente parágrafo; pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
II - o aceite de obras da edificação residencial coletiva de- 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
penderá da aceitação das obras de que trata o presente pará- igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais
grafo.
e de fundos dispensados;
II - residencial coletivo, com gabarito máximo de 06
SUBSEÇÃO III
(seis) pavimentos, mais cobertura, em terreno de no mínimo
DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 5 - CANAL
1.500,00m² (um mil e quinhentos metros quadrados), taxa má-
DO CAMBOATÁ (CAMBOINHAS)
xima de ocupação igual a 45% (quarenta e cinco porcento), taxa
Art. 95 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanísti- máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta porcento),
co 5 - Canal do Camboatá (Camboinhas), destinada a promover afastamentos mínimos laterais e de fundos de 5,00m (cinco me-
mudanças urbanísticas que permitam a proteção das margens tros), afastamentos mínimos entre blocos paralelos de 10,00m
da Lagoa de Itaipu, compreendendo área na entrada de Cam- (dez metros) ou entre blocos não paralelos de 5,00m (cinco me-
boinhas ao longo do canal do Camboatá, para onde ficam esta- tros) na menor distância.
belecidos os seguintes parâmetros de uso e ocupação do solo: Parágrafo Único - As edificações residenciais coletivas de
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois) que trata o inciso II deste artigo sujeitam-se à destinação de
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a áreas ao domínio público municipal, compreendendo a Quadra
60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização 21 e faixa ao longo do Rio da Vala, de vinte metros de largura,
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais contados a partir do seu eixo, para proteção das margens do Rio
e de fundos dispensados; da Vala e para atividades de esporte e lazer e à execução das
II - residencial coletivo, com gabarito máximo de 04 (qua- obras respectivas, conforme projeto urbanístico do setor muni-
tro) pavimentos, mais cobertura, em terreno de no mínimo cipal competente, que contemplará ciclovia, revegetação, áreas
1.500,00m² (um mil e quinhentos metros quadrados), taxa má- e equipamentos de lazer e acessos para visitação, obedecidas as
xima de ocupação igual a 45% (quarenta e cinco porcento), taxa seguintes condições:
máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta porcento), I - a aprovação do projeto da edificação residencial coletiva
afastamentos mínimos laterais e de fundos de 5,00m (cinco me- dependerá da efetiva transmissão da área destinada ao domínio
tros), afastamentos mínimos entre blocos paralelos de 10,00m público municipal, na forma do presente parágrafo;
(dez metros) ou entre blocos não paralelos de 5,00m (cinco me- II - o aceite de obras da edificação residencial coletiva de-
tros) na menor distância. penderá da aceitação das obras do projeto do Parque.
Parágrafo Único - As edificações residenciais coletivas de
que trata o inciso II deste artigo sujeitam-se à destinação ao do- CAPÍTULO V
mínio público municipal da área ao longo do Canal de Camboa- SUB-REGIÃO JACARÉ
tá, com largura de trinta metros, que integra o Bosque Lagunar
SEÇÃO I
de Itaipu, conforme projeto urbanístico do setor municipal com-
DAS FRAÇÕES URBANAS
petente, que contemplará revegetação, obedecidas as seguintes
SUBSEÇÃO I
condições:
DA FRAÇÃO URBANA JAC 1
I - a aprovação do projeto da edificação residencial coletiva
dependerá da efetiva transmissão da área destinada ao domínio
público municipal, na forma do presente parágrafo; Art. 97 A fração urbana JAC 1 compreende trecho inicial,
II - o aceite de obras da edificação residencial coletiva de- à esquerda da Estrada Frei Orlando, no sentido do interior da
penderá da aceitação da revegetação da área de que trata o pre- Sub-Região.
sente parágrafo. Art. 98 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de uso
e ocupação do solo para a fração urbana JAC 1:
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação de 50%
(cinquenta porcento), taxa máxima de impermeabilização de
60% (sessenta porcento), afastamentos mínimos laterais e de
fundos dispensados;

152
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

II - comércio e serviços, individual ou coletivo, com no má- § 2º Em terrenos em aclive ou declive a altura máxima da
ximo 03 (três) unidades comerciais e/ou de serviços, somente edificação deverá ser igual a 10,00m (dez metros).
atividades de caráter local (mercearia, hortifrutigranjeiros, pa-
daria, sorveteria, café, lanchonete, restaurante ou bar sem mú- CAPÍTULO VI
sica ao vivo, farmácia, chaveiro, encanador, eletricista, barbei- SUB-REGIÃO PIRATININGA
ro, salão de beleza, lavanderia, conserto de calçados e bolsas, SEÇÃO I
locadora de fitas, livraria, papelaria, armarinho, bazar, clínica DAS FRAÇÕES URBANAS
terapêutica, consultório médico, petshop, atelier de costura, ar- SUBSEÇÃO I
tesanato, arquitetura ou artes plásticas, produtoras fonográficas DA FRAÇÃO URBANA PIR 1
ou vídeos), até 200,00m² (duzentos metros quadrados) de área
total construída, com gabarito máximo de 02 (dois) pavimentos, Art. 101 É considerado Centro de Bairro da Sub-Região Pi-
mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 50% (cinquen- ratininga a fração urbana PIR 1, que compreende o entorno da
ta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual a 60% rótula entre a Av. Conselheiro Paulo de Mello Kalle (antiga Av. 6)
(sessenta porcento), afastamentos mínimos laterais e de fundos e a Av. Raul de Oliveira Rodrigues (antiga Av. 7).
de 5,00m (cinco metros); Art. 102 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de
III - parcelamentos e desmembramentos com lotes mínimos uso e ocupação do solo para a fração urbana PIR 1:
de 360,00m² (trezentos e sessenta metros quadrados), inclusi- I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
ve regularização dos existentes, condicionados à destinação de pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
áreas ao domínio público municipal conforme legislação perti- 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
nente. igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais
e de fundos dispensados;
SUBSEÇÃO II II - residencial coletivo ou misto, com gabarito máximo de
DA FRAÇÃO URBANA JAC 2 04 (quatro) pavimentos, mais cobertura, em terrenos de no mí-
nimo 720,00m² (setecentos e vinte metros quadrados), taxa má-
Art. 99 A fração urbana JAC 2 compreende trecho à esquer- xima de ocupação igual a 45% (quarenta e cinco porcento), taxa
da da Estrada Frei Orlando, no sentido do interior da Sub-Região máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta porcento),
Jacaré. afastamentos mínimos laterais e de fundos de 5,00m (cinco me-
Art. 100 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de tros), afastamentos mínimos entre blocos paralelos de 10,00m
uso e ocupação do solo para a fração urbana JAC 2: (dez metros) ou entre blocos não paralelos de 5,00m (cinco me-
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois) tros) na menor distância;
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a III - comércio e serviços, individual ou coletivo, de qualquer
35% (trinta e cinco porcento), taxa máxima de impermeabiliza- porte, com gabarito máximo de 03 (três) pavimentos, mais co-
ção igual a 55% (cinquenta e cinco porcento), afastamentos mí- bertura, taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta por-
nimos laterais e de fundos dispensados; cento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta
II - comércio e serviços, individual ou coletivo, somente porcento), afastamentos mínimos laterais e de fundos de 5,00m
atividades de caráter turístico (clube recreativo ou desportivo, (cinco metros).
camping clube, sorveteria, café, lanchonete, restaurante ou bar,
loja de souvenir ou artesanato, floricultura, agências e serviços SUBSEÇÃO II
de guia para turistas, loja de venda ou aluguel de materiais es- DA FRAÇÃO URBANA PIR 2
portivos) ou de apoio a atividades rurais (hípica, haras, criação
de bovinos, suínos, caprinos, equinos e aves, produção e ven- Art. 103 A fração urbana PIR 2 compreende a Estrada Fran-
da de mudas, rações para animais, adubos orgânicos, artefatos cisco da Cruz Nunes em ambos os lados.
naturais, licores ou produtos alimentares, manutenção, reparo Art. 104 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de
e venda de máquinas, materiais, peças, acessórios e produtos uso e ocupação do solo para a fração urbana PIR 2:
agrícolas e hípicos), até 500,00m² (quinhentos metros quadra- I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
dos) de área total construída, com gabarito máximo de 02 (dois) pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
30% (trinta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais
a 55% (cinquenta e cinco porcento), afastamentos mínimos late- e de fundos dispensados;
rais e de fundos de 5,00m (cinco metros); II - residencial coletivo, com gabarito máximo de 03 (três)
III - indústrias de transformação até 500,00m² (quinhen- pavimentos, mais cobertura, em terrenos até 5.000,00m² (cin-
tos metros quadrados), relacionadas no Anexo II desta Lei, com co mil metros quadrados) ou 04 (quatro) pavimentos, mais co-
gabarito máximo de 03 (três) pavimentos, mais cobertura, taxa bertura, em terrenos acima de 5.000,00m² (cinco mil metros
máxima de ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa má- quadrados), taxa máxima de ocupação igual a 45% (quarenta e
xima de impermeabilização igual a 70% (setenta porcento), afas- cinco porcento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70%
tamentos mínimos laterais e de fundos de 5,00m (cinco metros). (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais e de fundos
§ 1º Para permissão de pousada, hotel, clube recreativo ou de 5,00m (cinco metros), afastamentos mínimos entre blocos
esportivo, parcelamento ou desmembramento o lote mínimo é paralelos de 10,00m (dez metros) ou entre blocos não paralelos
de 2.000,00m² (dois mil metros quadrados). de 5,00m (cinco metros) na menor distância;

153
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - comércio e serviços, individual ou coletivo, de qualquer I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
porte, com gabarito máximo de 03 (três) pavimentos, mais co- pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
bertura, em terrenos até 5.000,00m² (cinco mil metros quadra- 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
dos) ou 04 (quatro) pavimentos, mais cobertura, em terrenos igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais
acima de 5.000,00m² (cinco mil metros quadrados), taxa máxi- e de fundos dispensados;
ma de ocupação igual a 45% (quarenta e cinco porcento), taxa II - comércio e serviços, individual ou coletivo, com, no má-
máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta porcento), ximo, 03 (três) unidades comerciais e/ou de serviços, somente
afastamentos mínimos laterais e de fundos de 5,00m (cinco me- atividades de caráter local (mercearia, hortifrutigranjeiros, pa-
tros), afastamentos mínimos entre blocos paralelos de 10,00m daria, sorveteria, café, lanchonete, restaurante ou bar sem mú-
(dez metros) ou entre blocos não paralelos de 5,00m (cinco me- sica ao vivo, farmácia, chaveiro, encanador, eletricista, barbei-
tros). (Redação dada pela Lei nº 2113/2003) ro, salão de beleza, lavanderia, conserto de calçados e bolsas,
IV - indústrias, até 1.000,00m² (um mil metros quadrados) locadora de fitas, livraria, papelaria, armarinho, bazar, clínica
de área total construída, exceto indústrias de transformação, re- terapêutica, consultório médico, petshop, atelier de costura, ar-
lacionadas no Anexo V desta Lei, que deverão ter no máximo tesanato, arquitetura ou artes plásticas, produtoras fonográficas
500,00m² (quinhentos metros quadrados), com gabarito máxi- ou vídeos), até 200,00m² (duzentos metros quadrados) de área
mo de 03 (três) pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de total construída, com gabarito máximo de 02 (dois) pavimentos,
ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de im- mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta
permeabilização igual a 70% (setenta porcento), afastamentos porcento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (se-
mínimos laterais e de fundos de 5,00m (cinco metros). tenta porcento), afastamentos mínimos laterais e de fundos de
1,50m (um metro e cinquenta centímetros).
SUBSEÇÃO III
SUBSEÇÃO V
DA FRAÇÃO URBANA PIR 3
DAS FRAÇÕES URBANAS PIR 5-A, PIR 5-B, PIR 5-C E PIR 5-D
Art. 105 É considerado Centro de Bairro da Sub-Região Pi- Art. 109 A fração urbana PIR 5-A compreende a Fazendi-
ratininga a fração urbana PIR 3, que corresponde ao entorno do nha; a fração urbana PIR 5-B compreende área entre o Centro
Trevo da Rua Professor Lealdino Alcântara e aos lotes voltados de Bairro e o Morro da Saibreira ou Nova Esperança; a fração
para trecho desta Rua até a entrada de Camboinhas. urbana PIR 5-C compreende área entre a Área de Especial In-
Art. 106 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de teresse Social do Cafubá e a ZUE 10; e a fração urbana PIR 5-D
uso e ocupação do solo para a fração urbana PIR 3: compreende o Jardim Imbuí.
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois) Art. 110 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a uso e ocupação do solo para as frações urbanas PIR 5-A, PIR 5-B,
60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização PIR 5-C e PIR 5-D:
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
e de fundos dispensados; pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de qualquer 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
porte, com gabarito máximo de 03 (três) pavimentos, mais co- igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais
bertura, taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta por- e de fundos dispensados;
cento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta II - comércio e serviços, individual ou coletivo, somente
porcento), afastamentos mínimos laterais e de fundos de 5,00m atividades de caráter turístico (sorveteria, café, lanchonete,
(cinco metros). restaurante ou bar, loja de souvenir ou artesanato, floricultura,
agências e serviços de guia para turistas, loja de venda ou alu-
SUBSEÇÃO IV guel de materiais esportivos), somente nos lotes voltados para
DAS FRAÇÕES URBANAS PIR 4-A, PIR 4-B E PIR 4-C a ciclovia, para a Av. dos Pescadores e para a Av. do Forte Im-
buí, até 500,00m² (quinhentos metros quadrados) de área total
Art. 107 A fração urbana PIR 4-A compreende área à esquer- construída, com gabarito máximo de 02 (dois) pavimentos, mais
da (sentido Itaipu) da Estrada Francisco da Cruz Nunes exclusive, cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 30% (trinta porcen-
entre o limite com a Sub-Região Jacaré e o limite da Sub-Região to), taxa máxima de impermeabilização igual a 55% (cinquenta e
cinco porcento), afastamentos mínimos laterais e de fundos de
Engenho do Mato; a fração urbana PIR 4-B compreende área à
5,00m (cinco metros).
esquerda (sentido Itaipu) da Estrada Francisco da Cruz Nunes
Parágrafo Único - Nos lotes voltados para a ciclovia da Lagoa
exclusive entre a Rua Professor Lealdino Alcântara e o limite da
de Piratininga das frações urbanas de que trata o caput deste
Sub-Região Piratininga; e a fração urbana PIR 4-C compreende
artigo, as edificações deverão obedecer a um recuo de 5,00m
área à esquerda (sentido Itaipu) da Estrada Francisco da Cruz (cinco metros), contados do eixo da ciclovia.
Nunes exclusive entre a Rua Jornalista Costa Erthal Stutz.
Art. 108 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de
uso e ocupação do solo para a fração urbana PIR 4-A, PIR 4-B
e PIR 4-C:

154
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SUBSEÇÃO VI § 1º Nos lotes voltados para a ciclovia da Lagoa de Piratinin-


DA FRAÇÃO URBANA PIR 6 ga, das frações urbanas de que trata o caput deste artigo, as edi-
ficações deverão obedecer a um recuo de 5,00m (cinco metros),
Art. 111 A fração urbana PIR 6 compreende os lotes volta- contados do eixo da ciclovia.
dos para a Av. Conselheiro Paulo de Mello Kalle. § 2º As edificações informais existentes serão regularizadas
Art. 112 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de como estão construídas, conforme estabelece a Lei 10.257/2001
uso e ocupação do solo para a fração urbana PIR 6: e a Medida Provisória 2.220/2001, denominadas Estatuto da Ci-
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois) dade, devendo, em caso de reforma, ser respeitados os afasta-
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a mentos mínimos estabelecidos na legislação.
60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais SEÇÃO II
e de fundos dispensados; DAS ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO
II - residencial coletivo ou misto, com gabarito máximo de SUBSEÇÃO I
04 (quatro) pavimentos, mais cobertura, em terrenos com no DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 6 - RES-
mínimo 720,00m² (setecentos e vinte metros quadrados), taxa TINGA DE PIRATININGA
máxima de ocupação igual a 45% (quarenta e cinco porcento),
taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta por- Art. 115 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico
cento), afastamentos mínimos laterais e de fundos de 5,00m 6 - Restinga de Piratininga, destinada a promover mudanças ur-
(cinco) metros, afastamentos mínimos entre blocos paralelos banísticas que permitam a implantação do Parque Municipal da
de 10,00m (dez) metros ou entre blocos não paralelos de cinco Restinga de Piratininga, compreendendo trecho da Av. Almirante
metros na menor distância, recuo de 5,00m (cinco metros) nos Tamandaré a partir da Rua Desembargador Nicolau Mary Junior
lotes voltados para a ciclovia da Lagoa de Piratininga; até a Praia de Piratininga e as quadras entre a Praia de Piratinin-
III - comércio e serviços, individual ou coletivo, com, no má- ga e a ciclovia da Lagoa de Piratininga, para onde ficam estabele-
ximo, 03 (três) unidades comerciais e/ou de serviços, somente cidos os seguintes parâmetros de uso e ocupação do solo:
atividades de caráter local (mercearia, hortifrutigranjeiros, pa- I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois)
daria, sorveteria, café, lanchonete, restaurante ou bar sem mú- pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a
sica ao vivo, farmácia, chaveiro, encanador, eletricista, barbei- 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
ro, salão de beleza, lavanderia, conserto de calçados e bolsas, igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais
locadora de fitas, livraria, papelaria, armarinho, bazar, clínica e de fundos dispensados;
terapêutica, consultório médico, petshop, atelier de costura, ar- II - residencial coletivo, com gabarito máximo de 04 (qua-
tesanato, arquitetura ou artes plásticas, produtoras fonográficas tro) pavimentos, mais cobertura, em terrenos com no mínimo
ou vídeos), até 200,00m² (duzentos metros quadrados) de área 720,00m² (setecentos e vinte metros quadrados), taxa máxima
total construída, com gabarito máximo de 02 (dois) pavimentos, de ocupação igual a 45% (quarenta e cinco porcento), taxa má-
mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta xima de impermeabilização igual a 70% (setenta porcento), afas-
porcento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (se- tamentos mínimos laterais e de fundos de 5,00m (cinco metros),
tenta porcento), afastamentos mínimos laterais e de fundos de afastamentos mínimos entre blocos paralelos de 10,00m (dez
5,00m (cinco metros). metros) ou entre blocos não paralelos de 5,00m (cinco metros)
Parágrafo Único - Nos lotes voltados para a ciclovia da La- na menor distância;
goa de Piratininga, da fração urbana de que trata o caput deste III - grupamento de unidades habitacionais, somente para
artigo, as edificações deverão obedecer a um recuo de cinco me- regularização, entre a Av. Dr. Acúrcio Torres e a ciclovia da Lagoa
tros, contados do eixo da ciclovia. de Piratininga, com gabarito máximo de 02 (dois) pavimentos,
mais cobertura, sem cota de densidade mínima, dispensadas ta-
SUBSEÇÃO VII xas máximas de ocupação, impermeabilização e afastamentos
DAS FRAÇÕES URBANAS PIR 7-A E PIR 7-B mínimos laterais e de fundos, exceto nos casos de abertura de
vão, quando os afastamentos laterais devem ser de 1,50m (um
Art. 113 A fração urbana PIR 7-A corresponde ao Condomí- metro e cinquenta centímetros);
nio Jardim Ubá I, e a fração urbana PIR 7-B compreende trecho à IV - comércio e serviços em edificações já existentes, so-
esquerda (sentido Praia de Piratininga) da Av. Almirante Taman- mente permitindo-se transformação de uso, e postos de servi-
daré inclusive. ços e/ou abastecimento de veículos automotores, sendo proi-
Art. 114 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros de bidos polos geradores de tráfego, atividades com hora de pico
uso e ocupação do solo para as frações urbanas PIR 7-A e PIR e geradoras de tráfego de veículos de carga, somente nos lotes
7-B: voltados para a Av. Dr. Acúrcio Torres;
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois) V - comércio e serviços, individual ou coletivo, atividades
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a de caráter turístico (clube recreativo ou desportivo, sorveteria,
60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização café, lanchonete, restaurante ou bar, loja de souvenir ou arte-
igual a 70% (setenta porcento), afastamentos mínimos laterais sanato, agências e serviços de guia para turistas, loja de venda
e de fundos dispensados. ou aluguel de materiais esportivos) até 500,00m² (quinhentos

155
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

metros quadrados) de área total construída, com gabarito má- Charitas - Região Oceânica, que se sobrepõem em parte, respec-
ximo de 02 (dois) pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de tivamente, às Zonas de Conservação da Vida Silvestre - ZCVS 3 e
ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de im- 7, onde poderão ser estabelecidos parâmetros especiais com o
permeabilização igual a 70% (setenta porcento). objetivo de viabilizar a implantação de Sistema Viário de ligação
§ 1º As edificações residenciais coletivas de que trata o inci- entre a Região Oceânica e a Região das Praias da Baía e adequar
so II deste artigo sujeitam-se à destinação de áreas ao domínio a ocupação urbana às exigências de transformação na infraes-
público municipal para proteção das margens da Lagoa e para trutura decorrentes dessa implantação.
implantação para atividades de esporte e lazer da Restinga de
Piratininga, nas margens da Lagoa de Piratininga ao longo da TÍTULO V
ciclovia e à execução das obras respectivas, conforme projeto DA APLICAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE POLÍTICA URBANA
urbanístico do setor municipal competente, que contemplará a
urbanização da ciclovia, áreas e equipamentos de lazer e aces- Art. 117 Para cobrança da outorga onerosa do direito de
sos para visitação, obedecidas as seguintes condições: construir (solo criado) será aplicada a seguinte Fórmula de Cál-
I - cada 1,00m² (um metro quadrado) destinado ao domínio culo: SC = (Ca - Cb)² / FC x VV.
público municipal para área de esporte e lazer corresponderá a § 1º Considera-se que SC é o valor do solo criado; Ca é o
4,00m² (quatro metros quadrados) de área edificável computá- coeficiente de aproveitamento do terreno, Cb é o coeficiente
vel; de aproveitamento básico, FC é o fator de correção, V é o valor
II - a área de que trata o inciso I deste artigo deverá ser con- venal do terreno utilizado para cálculo do Imposto sobre a Pro-
tígua à Lagoa, estar situada entre duas ruas sequenciais e no priedade Territorial e Urbana.
sentido perpendicular à Lagoa, de acordo com projeto municipal § 2º O coeficiente de aproveitamento do terreno é obtido
específico; pela divisão da área edificável computável pela área do terreno.
III - a aprovação do projeto da edificação residencial coletiva § 3º Na Região Oceânica o coeficiente de aproveitamento
dependerá da efetiva transmissão da área destinada ao domínio básico fica fixado no valor igual a 01 (um).
público municipal; § 4º Na Região Oceânica o fator de correção fica fixado no
IV - o aceite de obras da edificação residencial coletiva de- valor igual a 10 (dez).
penderá da aceitação das obras da área de esporte e lazer de § 5º Ficam isentas da cobrança da outorga onerosa do direi-
que trata o presente artigo. to de construir (solo criado) as edificações residenciais individu-
§ 2º As edificações informais existentes, para sua regulariza- ais, hospitais, clínicas, escolas, hotéis, pousadas e edificações re-
ção, deverão ter um recuo de 5,00m (cinco metros) em relação sidenciais coletivas nas Áreas de Especial Interesse Urbanístico
ao eixo da ciclovia. 1, 2, 3 (Rio João Mendes) e 6 (Restinga de Piratininga).
§ 3º A destinação ao domínio público municipal das áre-
Art. 118 Fica estabelecido o coeficiente de aproveitamento
as de que trata o § 1º deste artigo poderá ser substituída por
mínimo igual a 0,5 (cinco décimos) para fins de aplicação do par-
contrapartida sócio-ambiental, através de doação em dinheiro
celamento, edificação ou utilização compulsória do solo urbano
ao Fundo Municipal de Urbanização, Habitação e Regularização
subutilizado na Região Oceânica.
Fundiária de importância resultante da aplicação da seguinte
Art. 119 Em toda a Região Oceânica fica proibida a aplicação
fórmula:
da transferência do direito de construir e de operações urbanas
Csa= [(Autil X V cub) /4] /Fc, onde:
consorciadas que elevem o gabarito máximo das edificações.
Csa = contrapartida sócio-ambiental
Apriv = área útil das unidades, não sendo consideradas as
paredes e excluídas as varandas TÍTULO VI
Vcub = índice do SINDUSCON correspondente ao custo uni- DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
tário básico para construção civil
Fc = 6 (fator de correção) (Redação acrescida pela Lei nº Art. 120 Nas áreas públicas de domínio municipal caberá
2113/2003) ao Poder Executivo definir os parâmetros específicos de uso e
§ 4º O pagamento da contrapartida sócio-ambiental, de ocupação do solo de acordo com o interesse público.
que trata o § 3º deste artigo, poderá ser efetuado em até 24 Art. 121 As edificações residenciais coletivas somente pode-
parcelas, corrigidas mensalmente, devendo estar concluído para rão receber licença de obras:
concessão do aceite de obras. (Redação acrescida pela Lei nº I - após apresentação ao órgão competente da declaração
2113/2003) de possibilidade de abastecimento de água e de esgotamento
sanitário concedido pela concessionária, e somente receberão o
SUBSEÇÃO II aceite de obras após a comprovação em vistoria realizada pelo
DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 7 - TÚNEL setor municipal competente da efetiva ligação das edificações às
CHARITAS - REGIÃO OCEÂNICA E DA ÁREA DE ESPECIAL redes existentes;
INTERESSE URBANÍSTICO 8 - LIGAÇÃO RODOVIÁRIA CHA- II - após executar a rede de drenagem necessária ao em-
RITAS - REGIÃO OCEÂNICA preendimento, de acordo com diretrizes ou projeto municipal,
quando não houver rede pública.
Art. 116 Ficam criadas as Áreas de Especial Interesse Ur- Art. 122 Os projetos complementares do Plano Urbanístico
banístico 7 - para o Túnel Charitas - Região Oceânica e a Área da Região Oceânica, indicados nos incisos do presente artigo e
de Especial Interesse Urbanístico 8 - para a ligação rodoviária nas demais disposições desta Lei, deverão ser elaborados pelo

156
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

órgão municipal competente, respeitados os critérios e diretri- V - desenvolvimento sustentável das funções sociais e eco-
zes estabelecidas na presente Lei, garantindo-se a ampla parti- nômicas da região;
cipação da população e das entidades representativas da socie- VI - integração das áreas de ocupação informal à Cidade for-
dade civil organizada: mal;
I - Plano de Trilhas da Região Oceânica; VII - adequação do direito de construir à função social da
II - Plano Integrado de Trânsito e Transportes (PITT) da Re- propriedade;
gião Oceânica; VIII - aplicação de instrumentos de política urbana que re-
III - Plano de Drenagem da Região Oceânica. gulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da
Art. 123 Esta Lei deverá ser revista, pelo menos, a cada cin- segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equilíbrio
co anos, garantindo-se a ampla participação da população e das ambiental;
entidades representativas da sociedade civil organizada. IX - proteção e recuperação do Patrimônio Histórico, Artísti-
Parágrafo Único - Aplica-se a norma do caput deste artigo co, Cultural e Paisagístico;
às alterações, atualizações ou revisões parciais, que se fizerem X - adoção das bacias hidrográficas como base para o plane-
necessários no interregno da vigência quinquenal. jamento e controle integrado do espaço;
Art. 124 Na área do Parque da Serra da Tiririca, com de- XI - proteção, recuperação e uso sustentável dos recursos
limitação estadual em vigor, ficam suspensas a aprovação de naturais;
projetos e a concessão de licenças de obras de edificações, par- XII - coibição da poluição e da degradação ambiental;
celamentos, desmembramentos, aterros e cortes de terreno, XIII - melhoria das condições de drenagem dos cursos d`á-
aberturas de logradouros e cortes e vegetação. gua da região;
Art. 125 A aplicação dos instrumentos de intervenção ur- XIV - regularização urbanística de áreas ocupadas por popu-
bana previstos no Estatuto da Cidade, Lei Federal 10.257/2001, lação de baixa renda;
que dependerem de regulamentação no Plano Diretor, somente XV - simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocu-
será permitida após a aprovação da adequação do Plano Diretor pação do solo e das normas edilícias, com vistas à redução de
ao Estatuto da Cidade. custo e ao aumento da oferta de Lotes e unidades habitacionais.
Art. 126 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, Art. 2º Para fins desta Lei entende-se por:
revogadas as disposições em contrário. I - afastamento de fundos: distância que separa os planos de
PREFEITURA MUNICIPAL de Niterói, em 04 de abril de 2002. fachadas das divisas de fundos do terreno;
II - afastamento frontal: distância que separa os planos de
LEI Nº 2233, DE 19/10/2005 - PUB. ÓRGÃO OFICIAL, DE
fachadas da testada do terreno ou dos alinhamentos projetados;
20/10/2005
III - afastamento lateral: distância que separa os planos de
fachadas das divisas laterais do terreno;
INSTITUI O PLANO URBANÍSTICO DA REGIÃO NORTE, DIS-
IV - área edificável computável: área total de construção,
PONDO SOBRE DIRETRIZES GERAIS, POLÍTICAS SETORIAIS, ZONE-
descontadas as áreas de garagens, de varandas, de comparti-
AMENTO AMBIENTAL, ORDENAÇÃO DO USO E DA OCUPAÇÃO
mentos técnicos e de pavimentos de uso coletivo;
DO SOLO E APLICAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE POLÍTICA URBA-
V - áreas de especial interesse: porções do território muni-
NA NA REGIÃO.
cipal, delimitadas pelo Poder Público com o propósito de serem
A CÂMARA MUNICIPAL DE NITERÓI DECRETA E EU SANCIO- submetidas a um Regime Urbanístico especial, que estabelecerá
NO E PROMULGO A SEGUINTE LEI: os padrões de parcelamento e de uso e ocupação do solo, visan-
do cumprir seus objetivos;
TÍTULO I VI - área de especial interesse econômico: área onde há
DIRETRIZES GERAIS interesse público em apoiar, implantar e incentivar atividades
econômicas, em especial as atividades industriais e pesqueiras;
Art. 1º Esta Lei institui o Plano Urbanístico (PUR) da Região VII - área de especial interesse social: área ocupada de ma-
Norte, dispondo sobre políticas setoriais, zoneamento ambien- neira informal por população de baixa renda, onde o Poder Exe-
tal, ordenação do uso e da ocupação do solo e aplicação de ins- cutivo Municipal pretenda realizar a regulamentação urbanística
trumentos de política urbana na região, mediante a observância e a regularização jurídica da terra e das edificações; ou área sem
das seguintes Diretrizes Gerais: ocupação consolidada, onde o Poder Executivo Municipal tenha
I - garantia da qualidade ambiental e do bem-estar de seus interesse em promover ou incentivar a construção de habita-
habitantes; ções para população de baixa renda;
II - adequada distribuição da população, das atividades so- VIII - área de especial interesse socioambiental: área ocupa-
cioeconômicas, da infraestrutura e dos equipamentos urbanos e da de maneira informal por população de baixa renda, próxima
comunitários ao espaço urbano; de áreas ambientais, onde o Poder Executivo Municipal preten-
III - integração das políticas de uso e ocupação do solo, do da realizar a regulamentação urbanística, a regularização jurídi-
meio ambiente, da habitação, do saneamento básico, da estru- ca da terra e proteger atributos naturais expressivos;
turação dos transportes públicos e do Sistema Viário e de cir- IX - área de especial interesse turístico: área onde há in-
culação, dos serviços públicos e dos equipamentos urbanos e teresse público de aproveitar o potencial turístico, fazendo-se
comunitários; necessários investimentos, regulamentações e intervenções es-
IV - ordenação da expansão urbana; pecíficas;

157
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

X - área de especial interesse urbanístico: área onde o Po- XXVIII - medida compensatória - aquela destinada a com-
der Público tem interesse na implantação de projetos, visando pensar impacto negativo causado por empreendimento;
alcançar transformações urbanísticas, estruturais e/ou provê-la XXIX - outorga onerosa do direito de construir (solo criado):
de equipamentos urbanos e serviços públicos; instrumento de controle urbano que permite construir, median-
XI - área de preservação do ambiente urbano (APAU): área te contrapartida, acima do coeficiente de aproveitamento bá-
que visa proteger e conservar espaços de ruas, praças e outros sico, até o limite estabelecido pelo Plano Urbanístico Regional
logradouros, bem como a volumetria e as características arqui- (PUR) na forma da legislação aplicável e em especial a Lei Fede-
tetônicas das edificações em geral, em locais que testemunham ral nº 10.257/2001 (Estatuto da Cidade);
a história da formação da Cidade; XXX - parcelamento, edificação ou utilização compulsórios:
XII - área total construída (ATC): soma das áreas de todos os obrigação que pode ser estipulada pelo Poder Executivo Muni-
pavimentos; cipal a proprietários de imóveis para parcelamento, edificação
XIII - área útil: soma das áreas dos compartimentos das uni- ou utilização do solo urbano não edificado, subutilizado ou não
dades habitacionais; utilizado;
XIV - atividades com hora de pico: comércio e serviços que XXXI - pavimento de cobertura: pavimento cuja área é li-
induzem à concentração de automóveis nas horas de pico, con- mitada a 50% (cinquenta porcento) da área do pavimento in-
forme relação definida na legislação de uso e ocupação do solo; ferior, respeitados os afastamentos frontais e laterais mínimos,
XV - atividades geradoras de tráfego de veículos de carga: podendo se constituir de unidades habitacionais independen-
comércio, indústria e serviços que atraem veículos de carga com
tes, de dependências do pavimento inferior ou de área para uso
lentidão de manobras, conforme relação definida na legislação
comum dos condôminos;
de uso e ocupação do solo;
XXXII - pavimento semienterrado: aquele com uma parte de
XVI - coeficiente de aproveitamento: índice definido pela di-
sua altura acima do nível do solo e outra abaixo;
visão da área total construída (ATC) pela área do terreno;
XVII - coeficiente de aproveitamento básico: limite do co- XXXIII - pavimento subsolo: pavimento abaixo do nível do
eficiente de aproveitamento até o qual não se aplica a outorga solo;
onerosa do direito de construir; XXXIV - pé-direito: distância vertical entre o piso e o teto de
XVIII - coeficiente de aproveitamento mínimo: índice que, um compartimento;
multiplicado pela área do lote, estabelece a área mínima de XXXV - piso autodrenante - piso de material que facilite a
construção nesse lote, abaixo da qual o imóvel será considerado infiltração ou absorção da água pelo solo;
subutilizado para efeito de aplicação do parcelamento, edifica- XXXVI - polos geradores de tráfego: estabelecimentos que,
ção ou uso compulsório, na forma da Lei; em decorrência de suas atividades e do porte de suas edifica-
XIX - cota de densidade: grandeza absoluta de valor variá- ções, atraem ou produzem grande número de viagens, gerando
vel, cuja área de um lote por ela dividida determina o número conflitos na circulação de pedestres e veículos em seu entorno
de unidades habitacionais admissíveis nesse lote; imediato;
XX - decibéis - dB(A): escala de indicação de nível de pressão XXXVII - recuo: incorporação ao logradouro público de parte
sonora relativa à curva de ponderação “A”; da área de um lote a ele adjacente, a fim de recompor o seu
XXI - direito de preempção: direito que confere ao Poder alinhamento, quando o lote for edificado ou a edificação nele
Público Municipal preferência para aquisição de imóvel urbano existente sofrer acréscimo ou transformação de uso;
objeto de alienação onerosa entre particulares; XXXVIII - região de planejamento: divisão do território mu-
XXII - embasamento: corresponde aos pavimentos inferio- nicipal com base nas bacias hidrográficas e em critérios de ho-
res de uma edificação, de uso comum, no quais são proibidas mogeneidade em relação à paisagem, tipologias de ocupação,
unidades habitacionais; uso e parcelamento do solo, assim como aspectos socioeconô-
XXIII - faixa marginal de proteção - faixa não edificante ao micos;
longo das margens dos cursos d`água, nascentes, lagoas, lagos, XXXIX - sub-região de planejamento: subdivisão da região
reservatórios naturais ou artificiais, destinada à manutenção das de planejamento, geograficamente identificável, e que apresen-
margens do corpo hídrico e à proteção da mata ciliar, cuja largu- ta critérios de homogeneidade em relação à paisagem, tipolo-
ra varia de acordo com a vegetação a ser preservada; gias de ocupação, uso e parcelamento do solo, assim como as-
XXIV - fração urbana: subdivisão de zona urbana definida
pectos socioeconômicos;
por possuir características arquitetônicas homogêneas ou que
XL - taxa máxima de impermeabilização: porcentagem má-
deva ser submetida a um controle urbanístico que defina as es-
xima da superfície do lote, que poderá ser impermeabilizada ou
tratégias de ocupação do solo naquele local;
que não contribua para o acréscimo de deflúvio superficial;
XXV - gabarito da lâmina: número de pavimentos, excluídos
os pavimentos do embasamento e a cobertura; XLI - taxa máxima de ocupação: relação percentual entre
XXVI - gabarito do embasamento: número de pavimentos a ocupação da edificação no terreno ou a projeção da lâmina
do embasamento de uma edificação coletiva, residencial, co- quando se tratar de edificação coletiva, descontadas as áreas
mercial, de serviços ou mista; de varandas, e a área do terreno, incluídas as áreas de recuo,
XXVII - lâmina: parte da edificação onde se encontram os quando houver;
pavimentos destinados a unidades habitacionais, salas ou es- XLII - testada de lote: comprimento da linha que separa o lo-
critórios, que deve respeitar afastamentos e taxa de ocupação, gradouro público da propriedade particular e que coincide com
podendo conter pavimentos não habitacionais; o alinhamento existente ou projetado pelo Município;

158
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XLIII - transferência do direito de construir: autorização para III - destinação de áreas para instalação de novos espaços
o proprietário de imóvel urbano, privado ou público, a exercer culturais e artísticos, especialmente aqueles que possam pro-
em outro local, ou alienar, mediante escritura pública, o direito mover a revitalização e animação cultural dos bens tombados e
de construir; de Áreas de Preservação do Ambiente Urbano (APAU);
XLIV - transformação de uso: substituição do uso do imóvel; IV - manutenção do uso do tombamento visando o reconhe-
XLV - unidade de conservação: espaço territorial e seus re- cimento e a preservação de bens naturais e culturais.
cursos ambientais, com características naturais relevantes, insti- Art. 4º São bens culturais indicados para tombamento na
tuída legalmente pelo Poder Público com definição dos respecti- Região Norte:
vos objetivos de conservação e limites; I - Jardim Botânico de Niterói (Horto do Fonseca);
XLVI - uso comercial: uso destinado à venda direta ou indi- II - Parque Municipal Palmir Silva (antigo Parque Municipal
reta de produtos; Monteiro Lobato);
XLVII - uso comercial e de serviços de pequeno porte: com III - Estação Ferroviária Niterói Cargas (sede, gare, armazéns
área total construída (ATC) até quinhentos metros quadrados; e ruínas do antigo abrigo de locomotivas);
XLVIII - uso comercial e de serviços de médio porte 1: com IV - Edificações da Cia Fluminense de Tecidos localizadas nas
área total construída (ATC) acima de quinhentos metros quadra- Ruas Guimarães Júnior e Dr. March;
dos até dois mil metros quadrados; V - Edificação situada na Rua Padre Augusto Lamego nº 30;
XLIX - uso comercial e de serviços de médio porte 2: com VI - Chácara da Baronesa (Colégio Estadual Macedo Soares);
área total construída (ATC) acima de dois mil metros quadrados VII - Igreja São Sebastião.
até cinco mil metros quadrados;
L - uso comercial e de serviços de grande porte: com área SEÇÃO I
total construída (ATC) acima de cinco mil metros quadrados; DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO DO AMBIENTE URBANO
LI - uso de serviços: uso destinado à prestação de serviços (APAU)
públicos ou privados;
Art. 5º Fica criada a Área de Preservação do Ambiente Ur-
LII - uso individual: ocupação de um Lote por apenas uma
bano (APAU) São Lourenço, cujos limites encontram-se descritos
unidade comercial ou serviços, por até duas unidades habitacio-
no Anexo I e em Mapa do Anexo III desta Lei.
nais ou uma unidade habitacional e uma de comércio ou serviço;
Art. 6º Os imóveis na Área de Preservação do Ambiente Ur-
LIII - uso industrial: uso destinado à produção de bens;
bano (APAU) podem ser classificados como:
LIV - uso industrial de pequeno porte: com área total cons-
I - imóveis de preservação: aqueles cujas fachadas e telha-
truída (ATC) até oitocentos metros quadrados;
dos, bem como características arquitetônicas, artísticas e orna-
LV - uso industrial de médio porte: com área total constru-
mentais originais devem ser preservadas ou restauradas;
ída (ATC) acima de oitocentos metros quadrados até quatro mil
II - imóveis de interesse de preservação parcial: aqueles cujo
metros quadrados;
interesse de preservação restringe-se à altura e aos elementos
LVI - uso industrial de grande porte: com área total constru- de fachada que compõem o conjunto arquitetônico;
ída (ATC) acima de quatro mil metros quadrados; III - imóveis passíveis de renovação: aqueles que podem ser
LVII - uso misto: destinado a edificações que possuam dois modificados, substituídos e demolidos na sua totalidade.
ou mais usos diferenciados; Parágrafo Único - Os imóveis de preservação, de que tratam
LVIII - uso residencial: destinado à habitação; os incisos I e II deste artigo recebem benefícios fiscais, conforme
LIX - zoneamento ambiental: definição de setores ou zonas Decreto Municipal nº 7.103/1994.
com características ambientais semelhantes em um espaço ter- Art. 7º A gestão da Área de Preservação do Ambiente Urba-
ritorial ou em uma unidade de conservação, neste caso com ob- no (APAU) é de responsabilidade do Órgão Municipal competen-
jetivos de manejo e normas específicas; te pelo setor de cultura.
LX - zona urbana: parcela de área adequada à urbanização, Art. 8º Para aprovação, deverão ser submetidos à análise do
efetivamente ocupada ou destinada à expansão da Cidade. órgão municipal competente do setor de cultura, os seguintes
projetos situados na Área de Preservação do Ambiente Urbano
TÍTULO II (APAU):
DAS POLÍTICAS SETORIAIS I - em imóveis de interesse de preservação e de preservação
parcial: instalação de publicidade, desmembramento, remem-
CAPÍTULO I bramento, transformações de uso, reconstrução total ou parcial,
DA PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL recuperação, restauração, reconstituição ou reforma, pintura ou
qualquer reparo de fachada, alterações internas, acréscimos e
Art. 3º São diretrizes adotadas nesta Lei visando à valoriza- eliminação de muros divisórios;
ção do Patrimônio Cultural na Região Norte: II - em imóveis de renovação: instalação de publicidade,
I - proteção do Patrimônio Histórico, Cultural e Natural da desmembramento, remembramento, transformações de uso,
Cidade; construção e reforma, sendo observados: características de vo-
II - formulação e execução de projetos e atividades visando à lumetria, composição de fachada, ritmo de fenestração, mate-
revitalização, preservação e recuperação de bens culturais tom- riais de revestimento de fachada, cobertura, esquadrias e guar-
bados e de Áreas de Preservação do Ambiente Urbano (APAU); nições, a fim de garantir a integração ao conjunto arquitetônico;

159
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 1º As intervenções arquitetônicas nos imóveis de interes- III - para as construções com afastamento frontal ou esta-
se de preservação deverão, obrigatoriamente, recompor a inte- cionamentos, poderá o órgão competente de gestão das APAU
gridade arquitetônica de sua fachada e da cobertura; exigir a construção de muro de alvenaria na testada do Lote cuja
§ 2º Os critérios para anúncios publicitários e procedimen- composição deverá compatibilizar-se com o entorno imediato;
tos para licenciamentos seguirão regulamentação específica; IV - nas edificações implantadas nas testadas dos Lotes não
§ 3º Nos projetos arquitetônicos para imóveis de interes- é permitida a projeção de qualquer elemento construtivo em
se de preservação e passíveis de renovação, deverão constar a balanço além da testada, como marquises, com exceção de cor-
especificação de acabamentos e a cor de todos os elementos nijas, ornamentos e sacadas até 50cm (cinquenta centímetros);
visíveis externamente. V - ficam dispensados dos afastamentos laterais e de fun-
Art. 9º São proibidos na Área de Preservação do Ambiente dos, salvo exceções expressas nesta Lei, da taxa de ocupação e
Urbano (APAU): garantidas ainda às condições de iluminação e ventilação dos
I - colocação de painéis que impeçam a visibilidade de imó- cômodos, na forma da Lei.
veis de interesse de preservação; Art. 13 Para os imóveis passíveis de renovação de pequeno
II - utilização de tintas fosforescentes, pintura ou enverniza- porte, as transformações de usos são dispensadas do cumpri-
mento de pedra de cantaria, meios-fios e demais equipamentos mento das exigências de vagas de estacionamento observado o
urbanos e pintura das partes das fachadas de; afastamento para a via, a critério do órgão municipal competen-
te do setor de cultura, permitidos acréscimos para nova instala-
III - qualquer atividade de comércio e serviço e indústrias
ção desde que permaneçam como pequeno porte.
quando de grande porte;
Art. 14 Na Área de Proteção do Ambiente Urbano (APAU)
IV - serralherias, manutenção, aluguel e montagem de apa-
estão dispensados da exigência de vagas de estacionamento
relhos e máquinas, templo religioso, garagens de empresas de
para:
transporte rodoviário, mudanças ou guarda móveis e armaze- I - imóveis de interesse de preservação;
nagem, todos quando de médio 1, médio 2 e grande portes e II - imóveis com acesso exclusivo por rua de pedestre;
oficinas de reparo de médio 2 e grande portes; Art. 15 No caso de demolição ou modificação não licen-
V - marmoraria, edifício, garagem, postos de gasolina, lu- ciadas, ou de sinistro doloso, será obrigatória a reconstrução
brificação, retíficas de automóvel e similares de qualquer porte; conforme as características a serem estabelecidas pelo órgão
VI - armazenagem de produtos inflamáveis em imóveis de municipal competente do setor de cultura, sem prejuízo das pe-
interesse de preservação, de qualquer porte; nalidades cabíveis.
VII - estacionamentos em imóveis de interesse de preser- Art. 16 As infrações às normas e parâmetros dispostos nesta
vação. Lei serão apenadas com multas, que incidirão durante a perma-
Art. 10 A instalação de toldos nos pavimentos térreos ou nência de infração e até a constatação de sua regularização pelo
superiores, individualizados por janelas, em imóveis situados na órgão municipal competente, da seguinte forma, sem prejuízo
Área de Preservação do Ambiente Urbano (APAU) é permitida, das demais penalidades previstas na legislação vigente, e da re-
desde que: paração que se fizer necessária:
I - sejam retrateis e não metálicos; I - às pinturas em desacordo com o estabelecido no inciso
II - não prejudiquem a integridade dos elementos ornamen- II deste artigo serão aplicadas multas de valor correspondente a
tais dos imóveis de interesse para preservação; R$ 200,00 (duzentos reais) em imóveis passíveis de renovação, e
III - nas ruas de pedestre sua projeção não ultrapasse dois a R$ 1.200,00 (um mil e duzentos reais) mensais em imóveis de
terços da altura do pavimento térreo e não exceda um quarto da interesse para preservação.
largura do logradouro, contado de testada a testada; II - à descaracterização de imóveis de interesse para pre-
IV - no caso das ruas de tráfego de veículos, a extensão dos servação por eliminação ou substituição indevida de elementos
toldos será limitada pela distância livre de 50cm (cinquenta cen- ou componentes de fachada e cobertura será aplicada multa de
tímetros), a contar do meio-fio, resguardada a proporção máxi- valor correspondente a R$ 600,00 (seiscentos reais) mensais.
ma de dois terços da altura do pavimento térreo; III - à demolição não licenciada de imóveis de interesse para
V - no pavimento térreo o pé-direito mínimo seja de 2,20m preservação será aplicada multa de valor correspondente a R$
2.000,00 (dois mil reais) mensais.
(dois metros e vinte centímetros).
Art. 11 Nos imóveis de interesse de preservação, ficam per-
SUBSEÇÃO I
mitidas alterações internas, inclusive a subdivisão do pé-direito,
DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO DO AMBIENTE URBANO - SÃO
em pavimentos intermediários, podendo ser exigido afastamen-
LOURENÇO (APAU-SÃO LOURENÇO)
to de até 3,50m (três metros e cinquenta centímetros), contados
a partir do plano interno da fachada, respeitadas as caracterís- Art. 17 Na Área de Preservação do Ambiente Urbano - São
ticas arquitetônicas, volumétricas, artísticas e ornamentais que Lourenço (APAU-São Lourenço), os imóveis classificam-se como:
compõem o conjunto de fachadas e telhados. I - imóveis de interesse de preservação na:
Art. 12 Nos imóveis passíveis de renovação, as novas cons- a) Rua São Lourenço: 304, 312;
truções deverão atender às seguintes condições: b) Rua Benjamin Constant: 83, 85, 87, 89 e 93;
I - proibida a construção de pavimento semienterrado, sen- c) Av. Feliciano Sodré: 638, 640, 642, 644, 646, 648, 650,
do permitidos pavimentos de subsolo; 652, 654, 658, 664 e 666;
II - proibida a construção sobre pilotis; d) Travessa Luis Paulino: 14;

160
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

e) Rua Dr. Genserico Ribeiro: 1, 3, 5, 9 e 21; CAPÍTULO III


f) Rua Padre Augusto Lamego: 30. DAS ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE SOCIAL E SOCIOAM-
II - imóveis de interesse de preservação parcial na: BIENTAL
a) Rua Doutor Genserico Ribeiro: 11A, 15 e 17; SEÇÃO I
Parágrafo Único - Os imóveis situados na Área de Preserva- DAS DIRETRIZES
ção do Ambiente Urbano - São Lourenço (APAU São Lourenço)
e não relacionados neste artigo são classificados como passíveis Art. 20 São diretrizes adotadas nesta Lei visando à promo-
de renovação. ção da habitação popular, regularização fundiária e requalifica-
Art. 18 Para a Área de Preservação do Ambiente Urbano - ção ambiental na Região Norte:
São Lourenço (APAU-São Lourenço) que compreende a área no I - criação de Áreas de Especial Interesse Social para fins de
entorno da Igreja de Santana e o Seminário São José ficam esta- estabelecimento de parâmetros especiais de parcelamento, uso
belecidos os seguintes parâmetros urbanísticos: e ocupação do solo, para regularização de ocupação ou implan-
I - nas Ruas Padre Augusto Lamego, Travessa Luiz Paulino tação de projetos habitacionais destinados à população de baixa
e Dr. Genserico Ribeiro, as novas construções e acréscimos de- renda;
verão respeitar um afastamento lateral mínimo de 5m (cinco II - criação de Áreas de Especial Interesse Socioambiental
metros) do imóvel de interesse de preservação, com exceção para fins de estabelecimento de parâmetros especiais de par-
do imóvel situado na Rua Padre Augusto Lamego e vizinho ao celamento, uso e ocupação do solo, para regularização de ocu-
de número 77 da Rua Benjamin Constant, que fica dispensado pação ou implantação de projetos habitacionais destinados à
desse afastamento; população de baixa renda, garantindo a proteção das áreas am-
II - as edificações que substituírem imóveis de renovação bientais vizinhas e de atributos naturais expressivos;
nas Ruas Padre Augusto Lamego (lado par), São Lourenço (lado III - simplificação de normas e de procedimentos para regu-
ímpar) e Travessa Luiz Paulino (lado ímpar, entre o nº 287 e o nº lamentação urbanística e para projetos habitacionais destinados
75) deverão ser mantidas no alinhamento de construção exis- à população de baixa renda;
tente; IV - reconhecimento de comunidades como bairros ou parte
III - as edificações que substituírem imóveis de renovação integrante de bairros;
na Rua Benjamin Constant deverão respeitar o alinhamento de Art. 21 Os projetos de urbanização das Áreas de Especial In-
3m (três metros) do meio-fio existente; teresse Social e Socioambiental deverão contemplar, de acordo
IV - as edificações que substituírem imóveis de renovação, com as condições e necessidades específicas:
nos trechos de ruas não mencionados no inciso anterior, deve- I - cadastramento das famílias residentes;
rão respeitar afastamento frontal mínimo igual a 3m (três me- II - indicação das áreas impróprias para ocupação e destina-
tros), exceto nos seguintes trechos de rua, onde deverão respei- ção de áreas para remanejamento das residências implantadas
tar um afastamento frontal mínimo igual a 5m (cinco metros): em área de risco;
Rua Genserico Ribeiro (lado par) e Rua São Lourenço (lado par). III - definição de Projeto de Alinhamento;
V - as edificações que substituírem imóveis de renovação IV - urbanização e denominação de ruas, caminhos, Traves-
poderão ter até 4 (quatro) pavimentos e altura máxima limitada sas, escadarias e passagens, que possibilitem acesso às residên-
a maior à da edificação de interesse de preservação, com ex- cias;
ceção das edificações localizadas nos seguintes polígonos onde V - arborização e recomposição de vegetação em áreas am-
as mesmas terão respectivamente 1 (um) e 3 (três) pavimentos: bientais próximas;
polígono formado pela Rua São Lourenço, Rua Benjamin Cons- VI - drenagem, esgotamento sanitário e abastecimento de
tant, Rua Professor Emylce de Oliveira e Travessa Luiz Paulino e água;
o polígono formado pela Rua Dr. Genserico Ribeiro, Trav. Santo VII - indicação de áreas necessárias à instalação de equipa-
Antônio, Trav. Luiz Paulino e Rua São Lourenço. mentos urbanos e comunitários;
VIII - regularização das áreas de uso comum das comuni-
CAPÍTULO II dades;
DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO IX - zoneamento interno para utilização dos parâmetros de-
finidos nesta Lei.
Art. 19 Fica criada a Área de Especial Interesse Econômico
da Ilha da Conceição como pólo de desenvolvimento da Região SEÇÃO II
Norte, com o objetivo de orientar o crescimento e o ordenamen- DA CRIAÇÃO DAS AEIS E AEISA
to no território para as atividades econômicas, em especial de
pesca e indústria, conforme delimitação do Anexo I desta Lei. Art. 22 Ficam criadas as seguintes Áreas de Especial Interes-
se Social na Região Norte, conforme delimitações do Anexo I e
Mapa do Anexo III desta Lei:
I - Área de Especial Interesse Social 01 - Ilha da Conceição,
na Sub-Região Ilha da Conceição;
II - Área de Especial Interesse Social 02 - Buraco do Boi, na
Sub-Região Barreto;
III - Área de Especial Interesse Social 03 - Marítimos, parte
na Sub-Região Barreto, parte na Sub-Região Engenhoca;

161
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

IV - Área de Especial Interesse Social 04 - Sabão, na Sub-Re- Art. 24 (Vetado).


gião Fonseca; SEÇÃO III
V - Área de Especial Interesse Social 05 - Esqueleto da Rua DA REGULARIZAÇÃO URBANÍSTICA
Riodades, na Sub-Região Fonseca;
VI - Área de Especial Interesse Social 06 - Rua Garibaldi, na Art. 25 Na Região Norte, a regularização das construções
Sub-Região Caramujo; existentes nas Áreas de Especial Interesse Social ou Socioam-
VII - Área de Especial Interesse Social 07 - Lagoinha, parte na biental deverá atender às seguintes condições:
Sub-Região Fonseca e parte na Sub-Região Caramujo; I - deverá ser apresentada ficha cadastral da situação da edi-
VIII - Área de Especial Interesse Social 08 - Prédio da Rua ficação existente conforme modelo simplificado definido através
General Castrioto, na Sub-Região Barreto; de portaria da Secretaria Municipal de Urbanismo e Controle Ur-
IX - Área de Especial Interesse Social 09 - Bonfim, na Sub- bano;
-Região Fonseca. II - as edificações serão regularizadas como construídas, sal-
X - Área de Especial Interesse Social 10 - Maria Thereza, na vo as que se apresentarem em situação de risco;
Sub-Região Fonseca.
Art. 23 Ficam criadas as seguintes Áreas de Especial Interes- SEÇÃO IV
se Socioambiental na Região Norte, conforme delimitações do DOS PARÂMETROS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
Anexo I e Mapa do Anexo III desta Lei:
I - Área de Especial Interesse Socioambiental 01 - Morro da Art. 26 O zoneamento das Áreas de Especial Interesse Social
Ilha da Conceição (MIC), na Sub-Região Ilha da Conceição; ou Socioambiental será estabelecido por ato do Poder Executi-
II - Área de Especial Interesse Socioambiental 02 - Morro do vo, aplicados os parâmetros dos artigos 27, 28 e 29 desta Lei.
Holofote, na Sub-Região Barreto; Art. 27 São parâmetros de ocupação para as novas constru-
III - Área de Especial Interesse Socioambiental 03 - Vila Ipi- ções residenciais individuais, de comércio e serviços nas Áreas
ranga, Palmeiras e Santo Cristo, parte na Sub-Região Engenhoca de Especial Interesse Social ou Socioambiental:
e parte na Sub-Região Fonseca; I - cota de densidade sem restrição;
IV - Área de Especial Interesse Socioambiental 04 - Nova II - gabarito máximo de 02 (dois) pavimentos mais cober-
Brasília, na Sub-Região Engenhoca; tura;
V - Área de Especial Interesse Socioambiental 05 - Morro da III - afastamento frontal seguindo o alinhamento das cons-
Boa Vista, São Lourenço e Serrão, na Sub-Região Fonseca; truções existentes ou o projeto de alinhamento da via, quando
VI - Área de Especial Interesse Socioambiental 06 - Morro houver;
do Querosene, na Sub-Região Fonseca; IV - afastamentos lateral e de fundos dispensados, desde
VII - Área de Especial Interesse Socioambiental 07 - Morro que não sejam abertos vãos para os vizinhos, caso em que de-
do Bumba, na Sub-Região Fonseca; vem respeitar a distância de 1,50m (um metro e cinquenta cen-
VIII - Área de Especial Interesse Socioambiental 08 - São tímetros) da divisa ou da edificação vizinha;
José e Jardim Alvorada, na Sub-Região Fonseca; V - no caso da edificação vizinha estar na divisa e ter vão vol-
IX - Área de Especial Interesse Socioambiental 09 - São Ge- tado para o Lote a ser edificado, a nova edificação deve respeitar
raldo, na Sub-Região Fonseca; 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) de afastamento em
X - Área de Especial Interesse Socioambiental 10 - Morro do relação à vizinha;
Saraiva, na Sub-Região Fonseca; VI - taxa de ocupação sem restrição.
XI - Área de Especial Interesse Socioambiental 11 - Cova da Parágrafo Único - Para aprovação do projeto de edificação
Onça 1, na Sub-Região Caramujo; deverá ser apresentada ficha cadastral da situação da edifica-
XII - Área de Especial Interesse Socioambiental 12 - Cova da ção existente conforme modelo simplificado definido através de
Onça 2, parte na Sub-Região Fonseca e parte na Sub-Região Ca- portaria da Secretaria Municipal de Urbanismo e Controle Ur-
ramujo; bano.
XIII - Área de Especial Interesse Socioambiental 13 - Ladeira Art. 28 São parâmetros de ocupação para as novas constru-
do Castro, na Sub-Região Fonseca; ções residenciais coletivas nas Áreas de Especial Interesse Social
XIV - Área de Especial Interesse Socioambiental 14 - da Rua ou Socioambiental:
José Carlos da Silveira Nogueira, na Sub-Região Fonseca. I - cota de densidade 20;
XV - Área de Especial Interesse Socioambiental 15 - da Tra- II - gabarito máximo de 04 (quatro) pavimentos mais cober-
vessa da Fonte, na Sub-Região Fonseca. tura;
XVI - Área de Especial Interesse Socioambiental 16 - Baldea- III - afastamento frontal seguindo o projeto de alinhamento
dor, na Sub-Região Caramujo. da via;
XVII - Área de Especial Interesse Socioambiental 17 - Lagoi- IV - afastamentos laterais e de fundos devem respeitar a dis-
nha, na Sub-Região Fonseca. tância de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros) da divisa
XVIII - Área de Especial Interesse Socioambiental 18 - Bela ou da edificação vizinha ou são dispensados quando não houver
Vista, na Sub-Região Caramujo. abertura de vãos;
XIX - Área de Especial Interesse Socioambiental 19 - Morro V - no caso da edificação vizinha estar na divisa e ter vão vol-
da Paz e da Esperança, na Sub-Região Caramujo. tado para o Lote a ser edificado, a nova edificação deve respeitar
XX - Área de Especial Interesse Socioambiental 20 - Prolon- 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros) de afastamento
gamento da Rua 22, Santa Bárbara, Sub-Região Caramujo. em relação à vizinha;

162
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

VI - taxa de ocupação 70%. II - sentido Caramujo - São Lourenço: Rua Riodades, Traves-
§ 1º Os projetos de edificação coletiva deverão ser apresen- sa Riodades, Travessa Luiz Nascimento Lopes, Rua São Januário,
tados conforme condições estabelecidas pela Secretaria Munici- Rua Alzira Vargas Amaral Peixoto, Rua Tenente Osório, Rua Clo-
pal de Urbanismo e Controle Urbano. tilde de Oliveira Rodrigues, Rua Euclides da Cunha, Av. Profes-
§ 2º As novas construções residenciais coletivas nas Áreas sor João Brazil, Rua Plínio Casado, Rua Dom Antônio de Almeida
de Especial Interesse Social ou Socioambiental com mais de 2 Moraes Júnior, Rua Dr. Renato Silva, Rua Cel. Guimarães, Rua
pavimentos só serão permitidas onde já houver zoneamento in- Presidente Craveiro Lopes, Rua Benjamin Constant até atingir as
terno definido pelos Projetos de Urbanização. alças de acesso à Av. Feliciano Sodré.
Art. 29 Nas Áreas de Especial Interesse Social fica permitido Art. 34 O Programa de Implantação e Manutenção de Ci-
somente o comércio e serviço com área construída até 500m² clovias funcionará, em concomitância com a funcionalidade das
(quinhentos metros quadrados). vias, como via alternativa de deslocamento da população para
os Centros de Atividades.
SEÇÃO V Art. 35 São indicadas as seguintes melhorias de infraestru-
DO PARCELAMENTO tura viária e da circulação da Região Norte:
I - implantação:
Art. 30 Os lotes resultantes de parcelamento e desmem- a) suprimida;
bramento deverão ter testadas voltadas para via pública ou b) ligação Caramujo (Florária) - Morro do Castro, através de
acesso por servidão própria, permitidas para esses Lotes dimen- passagem de nível sob a Rodovia RJ-104 na altura da Curva da
sões inferiores às estabelecidas na Lei de Parcelamento - Lei nº Figueira;
1.468/95. c) ligação Caramujo-Largo da Batalha, através da Estrada do
Art. 31 Não será permitida a ocupação das áreas de uso co- Poço Largo e Rua Prefeito Viçoso Jardim.
mum e vias consagradas, salvo em condições estabelecidas no II - prolongamento:
projeto de alinhamento. a) Av. Dr. Renato Silva - trecho entre a Rua “A” até alcançar a
Rua Presidente Craveiro Lopes na altura da Travessa M. Pacheco
CAPÍTULO IV de Almeida - constituirá binário com a Rua Cel. Guimarães;
DOS SISTEMAS DE TRANSPORTE VIÁRIO E DE CIRCULAÇÃO b) Estrada da Florália - trecho entre a Rua Pastor José Go-
mes de Souza até alcançar a Rodovia Amaral Peixoto (RJ 104)
Art. 32 O Planejamento de trânsito e transporte deverá ob- através da reurbanização do acesso existente constituirá alter-
servar, em concomitância com o uso e ocupação do solo, as se- nativa de acesso ao Bairro do Caramujo, devendo ser respeitada
guintes diretrizes: a mesma largura da estrada;
I - garantia da fluidez do tráfego no Sistema Viário, respei- c) Estrada do Caramujo - ligação com a Estrada Washington
tando sua hierarquia e promovendo consequente condiciona- Luiz.
mento físico das vias; III - classificação funcional:
II - incentivo à substituição dos imóveis por edificações de a) Rua Dr. Nilo Peçanha no trecho entre a Rodovia Amaral
uso residencial coletivo nas vias arteriais, através do estabeleci- Peixoto e a Rua Pastor José Gomes de Souza - arterial secundá-
mento de gabaritos e cotas de densidade especiais, de forma a ria;
permitir o alargamento da via, o melhoramento dos passeios e a b) Rua Pastor José Gomes de Souza - arterial secundária;
possível implantação de ciclovias; c) Rua Teixeira de Freitas - arterial secundária (em toda sua
III - implantação de infraestrutura viária adequada, de for- extensão);
ma a priorizar os transportes públicos, e em concomitância com d) Rua José Joaquim Pereira Caldas - arterial secundária;
definição da funcionalidade das vias; e) Rua Guimarães Júnior - coletora.
IV - mobilidade, implantação de sinalização semafórica, ver- Art. 36 As demais vias da Região Norte, tanto na sua clas-
tical e horizontal, em concomitância com definição da funciona- sificação quanto no seu alinhamento são regidas por legislação
lidade das vias de forma a garantir ao mesmo tempo a segurança específica em vigor.
dos pedestres e a fluidez do tráfego;
V - Elaboração de plano estrutural do Sistema Viário da Re- CAPÍTULO V
gião Norte, no prazo de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, DA PROMOÇÃO DO TURISMO
a contar da data da publicação desta Lei.
Art. 33 A utilização de vias alternativas à Alameda São Boa- Art. 37 Os hotéis e pousadas poderão ter parâmetros ur-
ventura, em ambos os lados, para a distribuição do tráfego local banísticos independentes daqueles estabelecidos para a fração
e de passagem deverá ser estimulada: urbana em que se localizam, desde que analisados pelo órgão
I - sentido São Lourenço-Caramujo: Rua São Lourenço, Rua municipal competente, consideradas as características arquite-
Carlos Maximiano, Rua Magnólia Brasil, Rua Airosa Galvão, Rua tônicas, a legislação de turismo pertinente, o interesse público
Deputado Álvaro Fernandes, Avenida 22 de Novembro, Rua No- municipal, e submetidos a Estudo de Impacto de Vizinhança -
ronha Torrezão, Rua Prefeito Viçoso Jardim, Travessa São José, EIV - e apreciados pelo conselho setorial de política urbana.
Av. Jerônimo Afonso, Rua Dr. Nilo Peçanha, Rua Pastor José Go- § 1º As edificações que se enquadrem nos parâmetros da
mes de Souza, Estrada da Florália (trecho a ser implantado ligan- fração urbana definidos nesta Lei ficam dispensadas das condi-
do com a Rodovia Amaral Peixoto), até alcançar a Rodovia; ções de que trata o caput deste artigo.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 2º Não se aplica o disposto no caput deste artigo nas fra- VI - Zona de Restrição à Ocupação Urbana (ZROU): são áre-
ções urbanas ICO 03-A e ICO 03-B. as passíveis de serem ocupadas segundo parâmetros restritivos
§ 3º Não se enquadram neste artigo edificações residenciais de uso e ocupação do solo, funcionando como amortecimento
com serviços (Apart., Hotéis e Flats). entre zona urbana e áreas ambientais.
§ 4º Na APAU, os edifícios de que trata o caput deste artigo § 1º Nas áreas delimitadas como de preservação permanen-
deverão ser submetidos ao Conselho Municipal de Proteção do te, não são permitidas quaisquer atividades que importem na
Patrimônio Cultural. alteração do meio ambiente, salvo aquelas destinadas à recupe-
ração ambiental da área.
TÍTULO III § 2º Até que seja criada a Unidade de Conservação, não são
DA PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE permitidas, nas áreas delimitadas como de Especial Interesse
Ambiental, quaisquer atividades que importem na alteração do
Art. 38 São diretrizes adotadas nesta Lei visando à proteção meio ambiente, novas edificações, parcelamento do solo, aber-
ambiental na Região Norte: tura de vias, aterros ou cortes de terreno, cortes de vegetação
I - proteção de paisagens naturais de notável beleza cênica; nativa, extração mineral, salvo aquelas destinadas à recupera-
II - recuperação ou restauração de ecossistemas degrada- ção ambiental da área.
dos; § 3º Nas ZRA, somente após avaliação técnica ambiental,
III - adoção de um conjunto de Unidades de Conservação observando as características geológicas, topográficas, de co-
Municipais representativas de ecossistemas da região; bertura vegetal, drenagem e paisagística, feita pelo órgão am-
IV - compatibilização da conservação e preservação da na- biental municipal, poderá ser autorizada a ocupação, edificação,
tureza com o uso direto e indireto do solo urbano e dos seus abertura de vias, aterros ou cortes de terreno, obedecendo aos
recursos naturais de modo sustentável; parâmetros máximos permitidos nesta Lei.
V - estabelecimento de níveis de ruídos, a fim de controlar e Art. 40 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros cons-
reduzir a poluição sonora; trutivos para as Zonas de Recuperação Ambiental:
VI - controle e licenciamento de atividades efetivas e poten- I - uso residencial individual e vila na forma da Lei, com ga-
cialmente poluidoras. barito máximo de 02 (dois) pavimentos mais cobertura, 10,00m
(dez metros) de altura máxima, taxa de ocupação do Lote de
CAPÍTULO I 30% (trinta porcento), taxa máxima de impermeabilização do
DO ZONEAMENTO AMBIENTAL Lote igual a 20% (vinte porcento); cota de densidade igual a 360
(trezentos e sessenta);
Art. 39 Visando atender aos objetivos de proteção e me- II - comércio e serviços, individual, somente atividades de
lhoria de qualidade do ambiente, a Região Norte passa a ter o caráter turístico ecológico, pousada, hotel, restaurante, bar,
seguinte Zoneamento Ambiental: agência e serviços de guia para turistas, loja de venda ou alu-
I - Área de Preservação Permanente (APP): áreas de domí- guel de materiais esportivos, com gabarito máximo de 02 (dois)
nio público ou particular que apresentam vegetação em bom es- pavimentos mais cobertura, até 500m² (quinhentos metros qua-
tado de desenvolvimento; as faixas marginais dos cursos d`água drados) de área total construída, taxa de ocupação do Lote igual
de importância ambiental; os divisores de água que apresentam a 20% (vinte porcento), taxa máxima de impermeabilização do
boas condições naturais e que, devido à declividade acentuada, Lote igual a 30% (trinta porcento);
ofereçam risco de deslizamento; as áreas com declividade acima III - lote mínimo para pousada, hotel, clube, área igual a
de 45º ou que devido às condições naturais (tipo de solo, drena- 2.000m² (dois mil metros quadrados);
gem, cobertura vegetal, etc) ofereçam risco à população; IV - nos terrenos em encosta, a altura máxima admitida en-
II - Área de Especial Interesse Ambiental (AEIA): áreas públi- tre o piso do pavimento e o perfil natural do terreno no seu pon-
cas ou particulares de relevância ambiental e/ou grande beleza to mais desfavorável será de 5,50m (cinco metros e cinquenta
cênica, criadas com o propósito de instituir unidades de conser- centímetros);
vação; § 1º Fica permitido o parcelamento em lotes mínimos de
III - Zona de Recuperação Ambiental (ZRA): áreas que se en- 2000m² (dois mil metros quadrados) do solo nas ZRA. (Redação
contram alteradas por ação antrópica ou natural, passíveis de dada pela Lei nº 2358/2006)
serem ocupadas, de acordo com parâmetros restritivos de uso § 2º A ocupação nas ZRA implica a recuperação ambiental
e ocupação do solo, cujas características ambientais indiquem a das áreas remanescentes ao empreendimento, a ser orientada
necessidade de reflorestamento, renaturalização ou outros pro- pelo Órgão Ambiental Municipal.
jetos de recuperação ambiental; Art. 41 Ficam estabelecidos os seguintes parâmetros cons-
IV - Zona de Produção Mineral (ZPM): áreas que por suas trutivos para as Zonas de Restrição à Ocupação Urbana:
características geológicas de ocorrência de jazidas minerais são
destinadas prioritariamente a atividades de extração mineral;
V - Zona de Uso Especial (ZUE): unidades ambientais sob
regulamento das diversas categorias de manejo (Unidades de
Conservação) e que possuem objetivos e parâmetros definidos
por legislação própria;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

I - uso residencial individual e vila na forma da Lei, com ga- SEÇÃO III
barito máximo de 02 (dois) pavimentos mais cobertura, 10,00m DAS ZONAS DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL - ZRA
(dez metros) de altura máxima, taxa de ocupação do Lote de
30% (trinta porcento) para Lotes com até 720,00m² (setecentos Art. 44 São consideradas Zonas de Recuperação Ambiental
e vinte metros quadrados) e 20% (vinte porcento), garantida - ZRA, conforme descrição e delimitação no Anexo I e represen-
uma projeção de 216m² (duzentos e dezesseis metros quadra- tado em Mapa no Anexo III:
dos) para Lotes maiores do que 720,00m² (setecentos e vinte I - ZRA 01 - Vale da Boa Esperança 1;
metros quadrados), taxa máxima de impermeabilização do Lote II - ZRA 02 - Vale da Boa Esperança 2;
igual a 40% (quarenta porcento); cota de densidade igual a 180 III - ZRA 03 - Morro Teixeira de Freitas - Ladeira do Castro;
(cento e oitenta); IV - ZRA 04 - Rua Artur Pereira da Mota;
II - comércio e serviços, individual, somente atividades de V - ZRA 05 - Morro do Querosene 1;
caráter turístico ecológico (pousada, hotel, restaurante, bar, VI - ZRA 06 - Morro do Querosene 2;
agência e serviços de guia para turistas, loja de venda ou alu- VII - ZRA 07 - Morro São Feliciano;
guel de materiais esportivos e outros afins), gabarito máximo de VIII - ZRA 08 - Morro do Saraiva;
02 (dois) pavimentos mais cobertura, até 500,00m² (quinhentos IX - ZRA 09- Morro do Céu;
metros quadrados) de área total construída, taxa de ocupação X - ZRA 10 - Morro do Holofote;
do Lote igual a 20% (vinte porcento), taxa máxima de imperme- XI - ZRA 11 - Morro Boa Vista;
abilização do Lote igual a 30% (trinta porcento); XII - ZRA 12 - Florália;
III - lote mínimo para pousada, hotel, clube, parcelamento XIII - ZRA 13 - Av. 22 de Novembro;
ou desmembramento com área igual a 720m² (setecentos e vin- XIV - ZRA 14 - Cemitério do Maruí;
te metros quadrados); XV - ZRA 15 - Ilha da Conceição.
IV - nos terrenos em encosta a altura máxima admitida en-
tre o piso do pavimento e o perfil natural do terreno no seu pon- SEÇÃO IV
to mais desfavorável será de 5,50m (cinco metros e cinquenta DA ZONA DE PRODUÇÃO MINERAL - ZPM
centímetros);
V - cortes, aterros ou movimentos de terra com mais de 3m Art. 45 A Zona de Produção Mineral da Região Norte é com-
(três metros) de altura, ficam condicionados à licença específica posta pelo polígono descrito e delimitado no Anexo I e represen-
concedida pelo órgão municipal competente. tado em Mapa no Anexo III:
Parágrafo Único - Para aprovação de projetos nas Zonas de I - ZPM - Cova da Onça.
Restrição a Ocupação Urbana - ZROU, deverá ser previamente
requerido ao Órgão Gestor Ambiental do Município autorização SEÇÃO V
para supressão da vegetação, que determinará a vegetação que DAS ZONAS DE USO ESPECIAL- ZUE
deverá ser preservada ou recuperada e as medidas compensató- Art. 46 São consideradas Zonas de Uso Especial - ZUE, con-
rias em relação à vegetação autorizada para supressão. forme descrição e delimitação no Anexo I e representado em
Mapa no Anexo III:
SEÇÃO I I - ZUE 01 - Parque Municipal Palmir Silva;
DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APP II - ZUE 02 - Horto Fonseca.

Art. 42 São consideradas Áreas de Preservação Permanente SEÇÃO VI


- APP, conforme descrição e delimitação no Anexo I e represen- DAS ZONAS DE RESTRIÇÃO Á OCUPAÇÃO URBANA - ZROU
tado em Mapa no Anexo III:
I - APP 01 - Foz do Rio Maruí; Art. 47 São consideradas Zonas de Restrição a Ocupação
II - APP 02 - Faixa Marginal do Rio Sapê-Matapaca; Urbana - ZROU, conforme descrição e delimitação no Anexo I e
III - APP 03 - Faixa Marginal do Rio Sapê; representado em Mapa no Anexo III:
IV - APP 04 - Morro da Antena da Embratel-Vila Maria; I - ZROU 01 - Vila Maria;
V - APP 05 - Morro do Céu; II - ZROU 02 - Vale Boa Esperança;
VI - APP 06 - Morro da Rádio Relógio Federal; III - ZROU 03 - Rua Artur Pereira da Mota 1;
VII - APP 07 - Morro do Querosene; IV - ZROU 04 - Rua Artur Pereira da Mota 2;
VIII - APP 08 - Ilha Manoel João; V - ZROU 05 - Morro do Querosene;
VI - ZROU 06 - Morro do Céu 1;
SEÇÃO II VII - ZROU 07 - Morro do Céu 2;
DAS ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE AMBIENTAL - AEIA VIII - ZROU 08 - Morro do Castro;
IX - ZROU 09 - Morro da Rádio Relógio Federal 1;
Art. 43 São consideradas Áreas de Especial Interesse Am- X - ZROU 10 - Morro da Rádio Relógio Federal 2;
biental - AEIA, conforme descrição e delimitação no Anexo I e XI - ZROU 11 - Morro da Antena da Embratel 1;
representado em Mapa no Anexo III: XII - ZROU 12 - Morro da Antena da Embratel 2;
I - AEIA 01 - Morro do Castro; XIII - ZROU 13 - Morro da Antena da Embratel 3;
II - AEIA 02 - Ilha do Viana. XIV - ZROU 14 - Morro da Antena da Embratel 4;
XV - ZROU 15 - Ladeira do Castro;

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XVI - ZROU 16 - Estrada Bento Pestana; de 30 (trinta) segundos, observando ainda que o dispositivo
XVII - ZROU 17 - Rua 5 de Março; emissor de som e/ou ruído deverá ser desligado diariamente no
XVIII - ZROU 18 - Rua Teixeira de Freitas; período de 22h (vinte e duas horas) às 07h (sete horas), manten-
XIX - suprimida; do, no entanto um piscar luminoso contínuo e silencioso;
XX - suprimida; IV - de procissões ou cortejos de grupos religiosos em lo-
XXI - suprimida; gradouro público, previamente autorizado pelo órgão ambien-
tal competente, respeitando o horário compreendido entre 09h
CAPÍTULO II (nove horas) e 20h (vinte horas);
DO CONTROLE AMBIENTAL, DA QUALIDADE AMBIENTAL E V - de máquinas e equipamentos usados em obras, no pe-
DO CONTROLE DA POLUIÇÃO ríodo de 08h (oito horas) às 18h (dezoito horas) nos dias úteis,
SEÇÃO I salvo quando se tratar de obra pública com caráter emergencial,
DA POLUIÇÃO SONORA o que deve ser expressamente justificado pelo Órgão Ambien-
SUBSEÇÃO tal competente em documento que deverá permanecer na obra
DOS NÍVEIS MÁXIMOS DE RUÍDO para apresentação à fiscalização e desde que atenda as seguin-
tes delimitações:
Art. 48 A emissão de sons e ruídos por quaisquer atividades a) de cravação de estacas a percussão, do uso de perfura-
na Região Norte deverá obedecer aos níveis máximos estabele- trizes, rompedores, britadeiras, compressores e similares, nas
cidos, conforme Tabela I do Anexo II desta Lei. obras em geral, que deverá obedecer ao horário entre 10h (dez
horas) e 17h (dezessete horas) em dias úteis;
Parágrafo Único - Quando o ruído de fundo ultrapassar o
b) do uso de explosivos em demolições ou obras em geral,
nível máximo definido na Tabela I, este passará a ser o nível má-
que deverá obedecer ao horário entre 10h (dez horas) e 15h
ximo permitido.
(quinze horas) nos diais úteis;
Art. 49 Para fins de aplicação desta tabela, serão considera-
VI - de sirenes ou aparelhos semelhantes, quando usados
das as seguintes definições: por batedores oficiais, em ambulâncias ou veículos de serviços
I - decibel (dB(A)) - unidade de medida da intensidade so- urgentes;
nora; VII - de escola de samba durante o carnaval e nos 30 (trin-
II - período diurno 1 (PD1) - o tempo compreendido entre as ta) dias que o antecedam, desde que destinados exclusivamente
07 (sete horas) e 18h (dezoito horas) dos dias úteis; a divulgar músicas carnavalescas sem propaganda comercial e
III - período diurno 2 (PD2) - o tempo compreendido entre com prévia autorização do Órgão Gestor Ambiental do Municí-
as 18h (dezoito horas) e 22h (vinte e duas horas) dos dias úteis; pio;
IV - período noturno (PN) - o tempo compreendido entre VIII - de desfiles ou apresentações musicais nas praças, jar-
22h (vinte e duas horas) de um dia e 07h (sete horas) do dia dins públicos e áreas livres devidamente autorizados pelo Órgão
seguinte, salvo aos sábados, domingos e feriados, quando o tér- Gestor Ambiental do Município;
mino deverá ser às 09h (nove horas); IX - de alto-falantes, utilizados para propaganda eleitoral,
Art. 50 Os critérios para a medição de sons e ruídos deverão durante o horário entre 07h (sete horas) e 22h (vinte e duas ho-
obedecer a NBR 10.151 ou as que lhe sucederem. ras) e época estabelecida pela Justiça Eleitoral;
X - de eventos socioculturais ou recreativos e festas folcló-
SUBSEÇÃO II ricas ou de manifestação popular, de caráter coletivo ou comu-
DAS PERMISSÕES nitário, em logradouros ou áreas públicas e com prévia autori-
zação do Órgão Gestor Ambiental do Município, que definirá a
Art. 51 São permitidos os sons e/ou ruídos, fora dos limites data, duração, local e horário máximo para o término, justifican-
contidos no Anexo II desta Lei, desde que provenham: do, no ato administrativo, as decisões tomadas;
I - de sinos de igrejas ou templos, bem como instrumentos XI - de sons e/ou ruídos que provenham de alarmes sonoros
litúrgicos utilizados no exercício de cultos ou cerimônias religio- para segurança em imóveis de qualquer natureza;
sas, celebrados no recinto das respectivas sedes das associações XII - de atividades recreacionais em clubes, colégios e afins,
religiosas, no período de 07h (sete horas) às 22h (vinte e duas no período entre 09h (nove horas) e 20h (vinte horas), desde
horas), exceto em datas religiosas de expressão popular, quando quando não sejam utilizados equipamentos sonoros com alto
falantes;
será livre o horário, desde que previamente autorizado pelo Ór-
XIII - de obras em geral, realizadas em edifícios comerciais
gão Gestor Ambiental do Município.
no período de 07h (sete horas) até 22h (vinte e duas horas);
II - de sirenes ou aparelhos semelhantes, que assinalem o
Art. 52 Poderão ser solicitadas medidas alternativas miti-
início, intervalos e fim da jornada de trabalho e horário esco-
gadoras do ruído quando a fonte for passível de confinamento,
lar, desde que funcionem dentro dos limites permitidos e que observada a melhor tecnologia disponível.
o sinal não se alongue por mais de 15 (quinze) segundos e seja Art. 53 Os equipamentos de difícil substituição, geradores
acionado nos dias úteis no período de 07h (sete horas) às 22h de ruído, considerados não permitidos na forma desta Lei, terão
(vinte e duas horas); seu funcionamento tolerado em dias úteis, e por prazo deter-
III - de sinaleiras ou aparelhos semelhantes, que assinalem minado, quando limitado à jornada contínua ou descontínua,
a entrada e saída de veículos, desde que funcionem dentro dos perfazendo um total máximo de 06h (seis horas) de operação,
limites permitidos e que o sinal sonoro não se alongue por mais dentro do período de 10h (dez horas) às 16h (dezesseis horas).

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SUBSEÇÃO III § 3º Nos Rios Palmeiras, Cravinho e Engenhoca fica definida


DAS PROIBIÇÕES uma faixa marginal de proteção de 3m (três metros), a contar de
cada margem dos cursos d`água, onde serão permitidos apenas
Art. 54 Independente de medições sonoras de qualquer na- o definido nos incisos de I a IV do § 1º do presente artigo.
tureza, são expressamente proibidos os ruídos e/ou sons: Art. 58 Para as atividades efetivas ou potencialmente polui-
I - produzidos por veículos de qualquer tipo, particular ou doras ou degradantes, deverão ser implementados programas
serviços de empresas, com equipamentos sonoros para propa- de monitoramento de efluentes e da qualidade ambiental em
ganda, comercialização de bens e/ou serviços que caracterize suas áreas de influência, previamente estabelecidos ou aprova-
atividade comercial; dos pelo Órgão Gestor Ambiental competente.
II - produzidos por pregões, anúncios ou propaganda, em § 1º Os técnicos do Órgão Ambiental competente terão
logradouro público, para ele dirigido ou ainda nele ouvido, de acesso a todas as fases do monitoramento que se refere o caput
viva voz ou por meio de aparelhos, ou instrumentos de qualquer deste artigo, incluindo procedimentos laboratoriais.
natureza. Art. 59 A critério do Órgão Gestor Ambiental competente,
as atividades efetivas ou potencialmente poluidoras deverão
CAPÍTULO III implantar bacias de acumulação ou outro sistema com capaci-
DOS RECURSOS HÍDRICOS dade para as águas de drenagem, de forma a assegurar o seu
tratamento adequado.
Art. 55 A gestão dos recursos hídricos terá por diretrizes: Parágrafo Único - O disposto no caput deste artigo aplica-se
I - não haver dissociação dos aspectos de quantidade e qua- às águas de drenagem correspondente à precipitação de um pe-
lidade, adotando-se como unidade de planejamento as bacias ríodo inicial de chuvas a ser definido em função das concentra-
hidrográficas; ções e das cargas de poluentes.
II - a adequação às diversidades físicas, bióticas, demográfi-
cas, econômicas, sociais e culturais das diversas regiões do Mu- CAPÍTULO IV
nicípio; DA MEDIDA COMPENSATÓRIA PELA EXTRAÇÃO VEGETAL
III - a integração com a gestão e planejamento ambiental e
do uso do solo; Art. 60 Será determinado o quantitativo da medida com-
IV - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a pensatória em razão da extração vegetal levando-se em consi-
dos sistemas estuarinos e zonas costeiras. deração o Diâmetro a Altura do Peito (DAP) dos indivíduos ar-
Art. 56 As diretrizes de que trata o artigo anterior desta Lei bóreos e/ou a área vegetada e o valor ecológico das espécies,
aplicam-se a lançamentos de quaisquer efluentes provenientes conforme o que se segue.
de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras instaladas I - árvores isoladas: para corte de uma árvore por motivo
na Região Norte, em águas superficiais ou subterrâneas, direta- de construção serão doadas 150 (cento e cinquenta) mudas de
mente ou através de quaisquer meios de lançamento, incluindo Mata Atlântica, conforme lista estabelecida pelo Órgão Gestor
redes de coleta e emissários. Ambiental do Município.
Art. 57 Ficam definidas nesta Lei, conforme descrição e de- II - fragmentos florestais: caso se faça necessário a supres-
limitação no Anexo I e Mapa no Anexo III, as faixas marginais de são de fragmentos florestais, deve ser precedida de um censo
florístico (identificação e quantificação) de indivíduos arbóreos
proteção dos Rios Bomba e Maruí, que deverão respeitar faixa
com Diâmetro a Altura do Peito (DAP) igual a 5cm (cinco centí-
“non aedificandi” (F.N.A) de 6,00m (seis metros) da margem do
metros) a 1,30m (um metro e trinta centímetros), e ser executa-
Rio.
do reflorestamento ecológico em dimensão duplicada da área a
§ 1º São permitidas nas faixas marginais de que trata o
ser suprimida em área definida e conforme o projeto técnico do
caput deste artigo:
Órgão Ambiental Competente.
I - pavimentação com materiais que resultem em um piso
Art. 61 A autorização para corte de árvore e/ou remoção
auto-drenante;
de vegetação será emitida pelo Órgão Gestor Ambiental do Mu-
II - áreas ajardinadas;
nicípio, e deverá especificar, dentre outros, o número de árvo-
III - muros na divisa do terreno com a faixa “non aedificandi”
res e/ou área vegetada a ser removida, conforme indicadas em
(F.N.A.), até a altura máxima de 1,20m (um metro e vinte centí- planta visada, que se tornará parte integrante da autorização, e
metros), podendo acima desta altura ser fechada por grade ou o número de árvores a serem plantadas como medida compen-
qualquer elemento que permita a visibilidade dos rios; satória.
IV - Colocação de gradil na divisa da F.N.A com as margens
dos rios. TÍTULO IV
§ 2º O curso d`água que tem seu início no encontro da Rua DA ORDENAÇÃO DO USO E DA OCUPAÇÃO DO SOLO
9 com a Av. João Brazil, fica denominado Rio Palmeiras o curso
de água que tem seu início na localidade do Rio Cravinho fica Art. 62 Para fins de ordenação do uso e ocupação do solo,
denominado Rio Cravinho e o curso d`água com início na conflu- a Região Norte é dividida nas Sub-regiões de Planejamento Ilha
ência dos Rios Palmeiras e Cravinho, na Av. Renato Silva, fica de- da Conceição, Barreto, Engenhoca, Fonseca e Caramujo, as quais
nominado Rio Engenhoca até a Rua Antônio Vicente, no Barreto, são divididas em frações urbanas, conforme delimitações do
onde tem início o Rio Maruí. Anexo I e Mapa do Anexo III desta Lei.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 63 A Região Norte compreende os seguintes Bairros: Art. 69 As edificações de uso público e das concessioná-
Ilha da Conceição, São Lourenço, Santana, Barreto, Engenhoca, rias de serviços públicos, após análise especial para verificar a
Tenente Jardim, Fonseca, Cubango, Viçoso Jardim, Caramujo, adequação à vizinhança, podem localizar-se em qualquer fração
Baldeador e Santa Bárbara. urbana da Região Norte sem restrições de parâmetros arquite-
tônicas específicas, a legislação pertinente e o interesse público
CAPÍTULO I municipal.
DA ZONA URBANA § 1º São consideradas de uso público as edificações Milita-
res e da Justiça, de Serviços Públicos de Segurança, de Unidades
Art. 64 A Zona Urbana da Região Norte é composta por Públicas de Saúde, as destinadas à utilização de recursos ener-
áreas adequadas à urbanização, efetivamente ocupadas ou em géticos, as de apoio à proteção ambiental, os cemitérios, as de
expansão urbana, subdivididas em Frações Urbanas e Áreas de atividades públicas culturais, as de esportes ou lazer, estações e
Especial Interesse Urbanístico, com parâmetros próprios para terminais de transportes públicos, e outros usos similares.
ocupação urbana, conforme delimitações do Anexo I e Mapa do § 2º São consideradas edificações de concessionárias de
Anexo III desta Lei. serviços públicos as instalações físicas necessárias à coleta, tra-
tamento e destinação final de resíduos sólidos ou esgotos sani-
CAPÍTULO II tários, estações e reservatórios de água, usinas e reservatórios
de gás, estações de energia elétrica ou de serviços de telecomu-
DOS PARÂMETROS GERAIS
nicações, exceto as estações de rádio base celulares, que deve-
SEÇÃO I
rão seguir a legislação específica.
DOS USOS
Art. 70 As edificações de uso institucional podem, após aná-
lise especial para verificar adequação à vizinhança, localizar-se
Art. 65 Para toda a zona urbana da Região Norte, exceto nas em qualquer fração urbana da Região Norte, obedecidas os pa-
frações ICO 3-A, ICO 3-B, BAR 3-A e BAR 3-B (no trecho compre- râmetros de uso e ocupação do solo da fração urbana onde se
endido entre o litoral e a Avenida do Contorno), ficam estabele- situar.
cidos os seguintes parâmetros de uso e ocupação do solo: § 1º São consideradas de uso institucional as edificações es-
I - residencial individual, com gabarito máximo de 02 (dois) colares e de saúde públicas e outras de interesse público.
pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual § 2º Apenas os elementos simbólicos dos templos, como si-
a 70% (setenta porcento), taxa máxima de impermeabilização nos e cruzes, poderão ultrapassar a altura máxima da edificação
igual a 80% (oitenta porcento), e afastamentos mínimos laterais estabelecida nesta Lei.
e de fundos igual a 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) § 3º Suprimido
ou dispensados, desde que não haja abertura de vãos; cota de § 4º As edificações públicas hospitalares e de ensino po-
densidade igual a 90; derão ter parâmetros especiais de uso e ocupação do solo, de
II - residencial sob a forma de vila, atendendo aos parâme- acordo com estudo e parecer da Comissão de Análise do órgão
tros estabelecidos pela Lei de Vila. competente, consideradas as características arquitetônicas es-
Art. 66 Fica permitido o uso residencial nas Áreas de Espe- pecíficas, a legislação pertinente e o interesse público municipal
cial Interesse Urbanístico 04, 07A, 07B, 08, 12, 14, 15 e 16, esta- devendo ser expedida, certidão de orientação para o projeto.
belecidos os seguintes parâmetros de uso e ocupação do solo: § 5º Ficam proibidas as edificações destinadas ao ensino
I - residencial individual, com gabarito máximo de 01 (um) nas vias arteriais.
pavimento, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a § 6º As edificações de que tratam o caput deste artigo ficam
70% (setenta porcento), taxa máxima de impermeabilização desobrigadas de integrar a área de afastamento ao passeio.
igual a 80% (oitenta porcento), e afastamentos mínimos laterais Art. 71 Só será permitida a instalação de oficinas mecânicas
e de fundos igual a 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) onde é permitido o uso comercial e de serviço.
ou dispensados, desde que não haja abertura de vãos; cota de
densidade igual a 180. SEÇÃO II
Art. 67 As edificações de uso industrial de portes médio e DA TAXA DE OCUPAÇÃO
grande e comercial e de serviços de portes médio 1, médio 2 e
Art. 72 A lâmina é composta pelos pavimentos destinados
grande, devem ter local para carga e descarga dentro do Lote,
a unidades habitacionais, comerciais ou de serviços, e áreas de
fora da faixa de afastamento frontal, com dimensões mínimas
uso comum recreativo, devendo respeitar a taxa de ocupação
de 3m (três metros) por 8m (oito metros).
máxima de 50% (cinquenta porcento) e os afastamentos fron-
Art. 68 São proibidas as edificações coletivas e atratoras de tais, laterais e de fundos estabelecidos nesta Lei.
veículos em ruas que apresentem caixa de rolamento inferior a Art. 73 Nas edificações, individuais e coletivas, as áreas de
6m (seis metros), bem como em trecho sem saída de rua que varandas e jardineiras em balanço não serão computadas no cál-
não assegure condições de retorno de veículos. culo da taxa de ocupação.
Parágrafo Único - Excluem-se deste artigo as edificações nas
Áreas de Especial Interesse Social e Socioambiental e as edifi-
cações cujos projetos viabilizarem estes retornos no interior do
Lote, com a garantia de transformação em logradouro público.

168
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO III Art. 83 O balanço de varandas, jardineiras e elementos de-


DOS AFASTAMENTOS DA EDIFICAÇÃO corativos sobre os afastamentos laterais, frontal e de fundos,
deverá guardar um afastamento mínimo de 2,50m (dois metros
Art. 74 As edificações deverão respeitar em relação aos ei- e cinquenta centímetros) em relação às divisas.
xos dos rios e canais de drenagem os afastamentos e recuos mí- § 1º Nos casos de prédios colados nas divisas, às varandas
nimos estabelecidos pelos Órgãos Municipais e Estaduais com- frontais em balanço deverão ter um afastamento mínimo de
petentes e as condições expressas nesta Lei. 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) das divisas laterais.
Art. 75 O afastamento frontal mínimo para qualquer tipo de § 2º As varandas em balanço não poderão ter fechamento.
edificação de uso individual deverá ser de 5,00m (cinco metros)
nas vias arteriais principais e secundárias, de 5,00m (cinco me- SEÇÃO IV
tros) nas vias coletoras, de 3,00m (três metros) nas vias locais. DA TAXA DE IMPERMEABILIZAÇÃO DO LOTE
Art. 76 Para as edificações residenciais, comerciais, de ser-
viços ou mistas de uso coletivo, fica estabelecido o afastamento Art. 84 Fica estabelecida a taxa de impermeabilização máxi-
frontal mínimo igual a 5,00m (cinco metros), salvo exceções ex- ma de 70% (setenta porcento) para edificações residenciais, co-
pressas nesta Lei e na Lei de PA. merciais e de serviços de uso coletivo, em toda a Região Norte,
Art. 77 São os seguintes os afastamentos laterais e de fun- salvo exceções expressas na Lei:
dos das lâminas das edificações, de acordo com o somatório dos I - a área permeável deverá ser ajardinada em, no mínimo,
pavimentos da lâmina, excluídos cobertura, pavimento semien- 70% (sessenta porcento) e o restante poderá ser pavimentado
terrado e subsolo, e salvo exceções expressas nesta Lei: com outro material permeável, respeitadas as condições ade-
I - 03 (três) pavimentos igual a 2,50m (dois metros e cin- quadas à locomoção dos portadores de deficiências físicas;
quenta centímetros); II - o atendimento à taxa de impermeabilização máxima po-
II - de 04 (quatro) a 06 (seis) pavimentos igual a 3,00m (três derá ser substituído por soluções de captação de águas pluviais,
metros); recolhidas para aproveitamento e/ou reintrodução no subsolo,
III - de 07 (sete) a 08 (oito) pavimentos igual a 3,50m (três devendo a solução ser acompanhada de memorial técnico que
metros e cinquenta centímetros); será submetido à aprovação junto com o projeto da edificação;
IV - de 09 (nove) a 10 (dez) pavimentos igual a 4,0m (quatro III - será permitido, para efeito de cômputo na taxa de im-
metros); permeabilização, considerar como área permeável os jardins
V - Acima de 10 (dez) pavimentos igual a 4,50m (quatro me- com altura mínima de 40cm (quarenta centímetros) e as piscinas
tros e cinquenta centímetros). descobertas.
Parágrafo Único - Nas edificações residenciais individuais,
comerciais, de serviços e industriais de pequeno porte com até
SEÇÃO V
02 (dois) pavimentos, ficam dispensados os afastamentos late-
DOS POÇOS E PRISMAS DE ILUMINAÇÃO E VENTILAÇÃO
rais e de fundos, desde que não haja abertura de vãos.
Art. 78 Nos terrenos com até 18,00m (dezoito metros) de
Art. 85 Na Região Norte são permitidas a ventilação e a ilu-
testada, as edificações com até 04 (quatro) pavimentos totais,
minação dos compartimentos de uma edificação por poços e
excluídos a cobertura e o pavimento semienterrado, poderão
prismas, de acordo com as condições expressas nesta Lei.
ser coladas nas divisas laterais.
§ 1º Os prismas principais de iluminação e ventilação são
Art. 79 Em Lotes com testada igual ou inferior a 18,00m (de-
zoito metros) e existindo edificação, em Lote vizinho, colada na permitidos para quartos, salas e cômodos similares.
divisa lateral, será dispensado para essa divisa o afastamento da § 2º Os prismas secundários de iluminação e ventilação são
nova edificação, até altura da edificação existente, respeitado o permitidos para cozinhas, copas e áreas de serviço.
gabarito e demais índices urbanísticos da fração urbana corres- § 3º Os poços de ventilação são permitidos para banheiros
pondente. e circulação.
§ 1º A dispensa de que trata o caput deste artigo poderá Art. 86 Os prismas principais para iluminação e ventilação
ocorrer nas duas divisas laterais, quando o Lote tiver edificações em edificações de até três pavimentos deverão ter diâmetro mí-
vizinhas coladas nas duas divisas laterais, prevalecendo para a nimo de 3m (três metros), acrescendo-se, a partir de 3 (três)
nova construção o número de pavimentos em relação à edifica- pavimentos, 0,50m (cinquenta centímetros) por pavimento adi-
ção vizinha mais baixa, e respeitado o gabarito e demais índices cional.
urbanísticos da fração urbana correspondente. Parágrafo Único - A área mínima dos prismas de que trata o
Art. 80 Quando a edificação for colada nas divisas laterais, caput deste artigo é de 9,00m² (nove metros quadrados).
o aproveitamento da cobertura fica dispensado do afastamento Art. 87 Os prismas secundários para iluminação e ventilação
destas divisas, proibida a abertura de vãos. em edificações de até 3 (três) pavimentos deverão ter diâmetro
Art. 81 As circulações verticais e os reservatórios de água mínimo de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros); edifica-
em terrenos com até 18m (dezoito metros) de testada poderão ções com 4 (quatro) pavimentos deverão ter diâmetro mínimo
ter afastamentos laterais e de fundos mínimos iguais a 2,50m de 2,50m (dois metros e cinquenta centímetros) e, a partir de 4
(dois metros e cinquenta centímetros). (quatro) pavimentos, deverão ser acrescidos 0,30m (trinta centí-
Art. 82 O afastamento mínimo entre blocos de edificações metros) por pavimento adicional.
coletivas no mesmo Lote será igual à soma dos afastamentos Parágrafo Único - A área mínima dos prismas de que trata o
laterais exigidos para estas edificações. caput deste artigo é de 6,00m² (seis metros quadrados).

169
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 88 Os poços destinados a ventilar banheiros em edifi- SEÇÃO VII


cações de até 3 (três) pavimentos deverão ter área mínima de DA ÁREA DE USO COMUM RECREATIVO
0,9m² (nove décimos de metro quadrado), acrescentando-se,
para determinar a área mínima em edificações com mais de 3 Art. 94 Todas as edificações residenciais coletivas ou mistas
(três) pavimentos, 0,1m² (um décimo de metro quadrado) por com mais de 4 (quatro) pavimentos deverão ter área de uso co-
pavimento adicional. mum recreativo, com área mínima igual a 50% (cinquenta por-
§ 1º O diâmetro mínimo exigido para os poços de ventilação cento) da projeção da lâmina do empreendimento, situada em
é de 0,90m² (noventa centímetros quadrados). qualquer local do terreno e podendo ser descoberta.
§ 2º Os banheiros poderão ter ventilação mecânica.
Art. 89 Os prismas e poços deverão ter dimensões cons- SEÇÃO VIII
tantes, não podendo haver escalonamento, sendo considerado DO GABARITO DA LÂMINA
como primeiro o mais baixo pavimento a ser iluminado e venti-
lado. Art. 95 As construções no pavimento de cobertura limi-
tar-se-ão a 50% (cinquenta porcento) da projeção da lâmina e
SEÇÃO VI guardarão afastamento frontal de três metros e afastamentos
DO EMBASAMENTO laterais e de fundos iguais a 1,50m (um metro e cinquenta cen-
tímetros).
Art. 90 Nas edificações residenciais, comerciais, de servi- § 1º O pavimento de cobertura poderá se constituir em
ços e mistas, os pavimentos semienterrado e de subsolo estão unidades independentes ou possuir dependência do pavimen-
dispensados dos afastamentos laterais e de fundos, proibida a to imediatamente inferior, ter uso comum dos condôminos ou
abertura de vãos, devendo guardar o afastamento frontal em abrigar equipamentos tais como reservatórios e equipamentos
relação à testada do Lote conforme estabelecido para a via onde mecânicos.
se situa, salvo exceções expressas nesta Lei. § 2º Acima do pavimento de cobertura serão admitidos so-
Art. 91 Os embasamentos das edificações residenciais, co- mente compartimentos destinados aos equipamentos referidos
merciais, de serviços e mistas coletivas serão compostos, no má- no parágrafo anterior.
ximo, dos seguintes pavimentos, de acordo com os modelos de § 3º O pavimento de cobertura não será computado no ga-
que tratam os incisos I e II: barito da lâmina.
I - para embasamentos do modelo 1: Art. 96 As edificações residenciais coletivas deverão respei-
a) pavimento semienterrado que poderá ter no máximo tar um número máximo de 12 unidades habitacionais por pavi-
1,60m (um metro e sessenta centímetros) de altura acima do mento em cada bloco.
nível do meio-fio até o piso do pavimento térreo, para não ser Art. 97 É permitida a utilização para estacionamento nos
computado nos gabaritos máximos indicados por esta Lei; pavimentos da lâmina.
b) pavimento térreo que somente poderá ser coberto sob a Art. 98 As edificações situadas nos terrenos com duas tes-
projeção da lâmina ou atendendo a referida taxa de ocupação; tadas deverão respeitar o gabarito para cada logradouro numa
c) o pavimento térreo já é considerado como primeiro pavi- faixa de 50m (cinquenta metros) de profundidade apartir do ali-
mento da lâmina. nhamento do terreno.
II - para embasamentos do modelo 2: Parágrafo Único - No caso de terrenos com profundidade
a) pavimento semienterrado que poderá ter no máximo superior a 100m (cem metros), prevalece na faixa intermediária
1,00m (hum metro) de altura acima do nível do meio-fio até o o maior gabarito estabelecido e, no caso de terrenos com menos
piso do pavimento térreo, para não ser computado nos gabari- de 100m (cem metros), prevalece na faixa de interseção o maior
tos máximos indicados por esta lei; gabarito.
b) pavimento térreo poderá ser coberto e deverá guardar SEÇÃO IX
afastamento mínimo frontal de 10m (dez metros) fora da proje- DA EXTENSÃO DA FACHADA E DA ALTURA MÁXIMA DA
ção da lâmina; EDIFICAÇÃO
c) a cobertura do pavimento térreo poderá ser utilizada
para vagas de estacionamento, resguardada a circulação de pe- Art. 99 Deverá ser obedecida a altura máxima das edifica-
destres; ções correspondente ao somatório dos pavimentos, considera-
d) o pavimento térreo já é considerado como primeiro pa- dos a altura de 1,60m (um metro e sessenta centímetros - mo-
vimento da lâmina. delo 1 de embasamento) ou 1,00m (um metro - modelo 2 de
Parágrafo Único - É proibida a utilização dos pavimentos se- embasamento) acima do solo do pavimento semienterrado, a
mienterrado e de subsolo para unidades habitacionais. média de 3,00m (três metros) por pavimento do embasamento
Art. 92 Toda a área do terreno no pavimento térreo, inclusi- e da lâmina e mais 1,00m (um metro) para soluções técnicas
ve fora da projeção da lâmina, poderá ser utilizada para vagas de estruturais e de instalações elétrica, hidráulica e de equipamen-
estacionamento, resguardada a circulação de pedestres. tos especiais, e uma extensão máxima de 36,00m (trinta e seis
Art. 93 Serão permitidos, sem cômputo nos gabaritos ex- metros) para a fachada frontal.
pressos nesta Lei para as frações urbanas, os pavimentos em Parágrafo Único - As fachadas poderão ultrapassar o limite
subsolo destinados à garagem e a cômodos de equipamentos de extensão máxima estabelecido, desde que acompanhadas de
técnicos para a edificação. estudo de impacto morfológico e submetidas à análise especial
do órgão municipal competente.

170
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO X XI - Os templos ficam dispensados de vagas de estaciona-


DAS VAGAS DE ESTACIONAMENTO mento.
Parágrafo Único - Em edificações de uso misto, a quantidade
Art. 100 Em toda a zona urbana da Região Norte são per- de vagas será igual ao somatório das vagas para as unidades re-
mitidas garagens subterrâneas e edifícios-garagem, de qualquer sidenciais e para os estabelecimentos comerciais ou de serviços.
porte, respeitados os parâmetros da fração correspondente, Art. 103 A execução de bainhas de estacionamento e de
permitido um maior número de pavimentos, desde que não seja embarque e desembarque deverá seguir os projetos específicos
ultrapassada a altura máxima estabelecida por esta Lei. ou as condições estabelecidas pelo setor competente quando da
Art. 101 No projeto arquitetônico de uma edificação deverá aprovação do projeto.
estar indicada a capacidade de lotação dos estacionamentos e Parágrafo Único - As vagas localizadas nas bainhas de esta-
demonstradas graficamente a viabilidade de acesso e circulação cionamento não poderão ser computadas para o atendimento à
de veículos e a distribuição e dimensionamento das vagas, que exigência de vagas.
deverão ter, no mínimo, 2,50m (dois metros e cinquenta centí-
metros) por 5,00m (cinco metros), permitida a vaga com 2,20m SEÇÃO XI
(dois metros e vinte centímetros) por 5,50 (cinco metros e cin- DO PARCELAMENTO DO SOLO
quenta centímetros), quando dispostas linearmente.
Art. 102 São exigidas as seguintes quantidades de vagas de Art. 104 É condição para construção de mais de duas edi-
estacionamento: ficações residenciais coletivas nas glebas com mais de dez mil
I - para unidades habitacionais: metros quadrados a destinação de área pública municipal, na
a) 0,75 (setenta e cinco centésimos) de vaga por unidade forma da legislação vigente.
até 50m² (cinquenta metros quadrados) de área útil; Art. 105 As áreas de lazer e as destinadas a equipamentos
b) uma vaga por unidade com área superior a 50m² (cin- públicos deverão ter condições adequadas a estes usos.
quenta metros quadrados) com até 100m² (cem metros quadra- Art. 106 O Lote mínimo na Região Norte é de 180m² (cento
dos) de área útil; e oitenta metros quadrados), salvo condições expressas nesta
c) 1,5 (uma e meia) vaga por unidade com área superior a Lei.
100m² (cem metros quadrados) com até 150m² (cento e cin-
CAPÍTULO III
quenta metros quadrados) de área útil;
DA APLICAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE POLÍTICA URBANA
d) 2 (duas) vagas por unidade com área superior a 150m²
SEÇÃO I
(cento e cinquenta metros quadrados) de área útil;
II - para clubes recreativos ou desportivos, ginásios de es-
DA TRANSFERÊNCIA DO DIREITO DE CONSTRUIR
porte: uma vaga para cada 150m² (cento e cinquenta metros
Art. 107 Os Lotes situados nas frações BAR 02-A, BAR 02-B,
quadrados) de área do terreno ou 150m² (cento e cinquenta
BAR 02-C, BAR 02-D, BAR 02-E, BAR 04-A, BAR 04-B, ENG 02-A,
metros quadrados) de área construída;
ENG 02-B, FON 02-A, FON 02-B, FON 02-C, FON 04, FON 06-A,
III - para centro cultural: uma vaga para cada 150m² (cento FON 06-B, FON 06-C, CAR 04-A CAR 04-B, AEIU 11 e AEIU 19 po-
e cinquenta metros quadrados) de área de construção compu- derão acrescer até 2 (dois) pavimentos à lâmina da edificação
tável; adquirindo o potencial construtivo das áreas de Especial Interes-
IV - para estabelecimentos de ensino superior: uma vaga se Urbanístico 04, 07A, 08, 12, 14, 15 e 16 na razão de 1,75 (um
para cada 25m² (vinte e cinco metros) quadrados de área de inteiro e setenta e cinco centésimos) vezes a área do terreno.
construção computável; Art. 108 O Lote que tiver o seu potencial construtivo trans-
V - para entrepostos, armazéns, depósitos e comércio ata- ferido deverá ser doado ao Município, a fim de cumprir os ob-
cadista: uma vaga para cada 100m² (cem metros quadrados) de jetivos estabelecidos para as respectivas áreas de Especial Inte-
área de construção computável; resse Urbanístico.
VI - para garagens de transporte coletivo de passageiros e Art. 109 Nos casos de desapropriações, as indenizações po-
de transporte de carga: uma vaga para cada 1.000m² (um mil derão ser efetuadas total ou parcialmente mediante a transfe-
metros quadrados) de área de terreno; rência do potencial construtivo.
VII - para hospitais: uma vaga para cada três leitos;
VIII - para hotéis-residência: uma vaga para cada uma uni- SEÇÃO II
dade residencial; DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR
IX - para indústrias: uma vaga para cada 100m² (cem metros Art. 110 Para cobrança da outorga onerosa do direito de
quadrados) de área de construção computável; construir (solo criado) será aplicada a seguinte fórmula de cálcu-
X - para estabelecimentos comerciais ou de serviços não re- lo: SC=.(Ca - Cb) 2 / FC. x VV.
lacionados nos incisos anteriores: § 1º Considera-se que SC é o valor do solo criado; Ca é o
a) uma vaga para cada 100m² (cem metros quadrados) de coeficiente de aproveitamento do terreno, Cb é o coeficiente
área edificável computável em estabelecimentos de pequeno de aproveitamento básico; FC é o fator de correção; V é o valor
porte nas vias locais e coletoras; venal utilizado para cálculo do Imposto sobre a Propriedade Ter-
b) uma vaga para cada 60m² (sessenta metros quadrados) ritorial e Urbana do imóvel onde se situará o empreendimento,
de área edificável computável em estabelecimentos de qualquer § 2º O coeficiente de aproveitamento do terreno é obtido
porte, quando localizados nas vias arteriais; pela divisão da área total construída pela área do terreno.

171
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 3º Na Região Norte o coeficiente de aproveitamento bási- II - indústria de potencial poluidor desprezível, de pequeno
co fica fixado no valor igual a 1 (hum). porte (até 1.000m² de área total construída), com gabarito má-
§ 4º Na Região Norte o fator de correção fica fixado no valor ximo de 02 (dois) pavimentos, taxa máxima de ocupação igual
igual a 10 (dez). a 70% (setenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
§ 5º A outorga onerosa do direito de construir na Região igual a 80% (oitenta porcento), afastamentos laterais e de fun-
Norte aplica-se somente para edificações de comércio e serviços dos de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) ou dispensa-
e mistas situadas nas frações FON 2-A, FON 2-B e FON 2-C. dos desde que não haja abertura de vãos;
§ 6º Nas edificações mistas aplica-se o solo criado somente III - transformação de uso em edificações de até 500,00m²
nas áreas de comércio e serviço. (quinhentos metros quadrados) de área total construída, dispen-
§ 7º As edificações mistas estarão isentas da aplicação da sadas do cumprimento da exigência de vagas de estacionamen-
outorga onerosa do direito de construir se a parte comercial e to e da adequação ao novo alinhamento de construção, permiti-
de serviços representar somente 10% (dez porcento) da área dos acréscimos para a nova instalação, desde que permaneçam
edificável computável. com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo estes
§ 8º Ficam isentas da cobrança da outorga onerosa do direi- acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e os pa-
to de construir (solo criado) as edificações residenciais individu- râmetros da fração correspondente.
ais ou coletivas, hospitais, clínicas, escolas, hotéis e pousadas.
SUBSEÇÃO II
SEÇÃO III DAS FRAÇÕES URBANAS ICO 02-A E ICO 02-B
DO DIREITO DE PREEMPÇÃO
Art. 115 As frações urbanas ICO 02-A e ICO 02-B compreen-
Art. 111 Fica conferida a preferência para aquisição pelo dem parte da Área de Especial Interesse Econômico.
Município dos imóveis urbanos situados na Área de Especial Art. 116 Fica permitido o uso residencial conforme disposto
Interesse Urbanístico 18, para o ordenamento e solução viária. no artigo 65, e os seguintes usos para as frações urbanas ICO
§ 1º O prazo de vigência do direito de preempção de que 02-A e ICO 02-B:
trata o caput deste artigo será de 5 (cinco) anos, renovável por I - comércio e serviços, individual ou coletivo, de pequeno
mais 5 (cinco anos) a partir de um ano após o decurso do prazo porte (até 500,00m² de área edificável computável), com gabari-
de vigência, independente do número de alienações referente to máximo de 02 (dois) pavimentos, mais cobertura, taxa máxi-
ao mesmo imóvel. ma de ocupação igual a 70% (setenta porcento), taxa máxima de
SEÇÃO IV impermeabilização igual a 80% (oitenta porcento), afastamentos
DO PARCELAMENTO, EDIFICAÇÃO E UTILIZAÇÃO COMPUL- mínimos laterais e de fundos de 1,50m (um metro e cinquenta
SÓRIAS centímetros) ou dispensados desde que não haja abertura de
vãos;
Art. 112 O Poder Executivo poderá a qualquer tempo deter- II - indústria de médio porte (até 4.000m² de área total
minar o parcelamento, edificação ou a utilização compulsórios construída), com gabarito máximo de 02 (dois) pavimentos,
do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, fi- mais cobertura, com taxa máxima de ocupação igual a 70% (se-
xando condição e prazos para a implementação da referida obri- tenta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual a 80%
gação. (oitenta porcento), afastamentos laterais e de fundos de 1,50
Art. 113 Fica estabelecido o coeficiente de aproveitamento (um metro e cinquenta centímetros).
mínimo igual a 0,5 (cinco décimos) para fins de aplicação do par- III - transformação de uso em edificações de até 500,00m²
celamento, edificação ou utilização compulsórios do solo urba- (quinhentos metros quadrados) de área total construída, dispen-
no subutilizado na Região Norte. sadas do cumprimento da exigência de vagas de estacionamen-
to e da adequação ao novo alinhamento de construção, permiti-
CAPÍTULO IV dos acréscimos para a nova instalação, desde que permaneçam
SUB-REGIÃO ILHA DA CONCEIÇÃO com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo estes
SEÇÃO I acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e os pa-
DAS FRAÇÕES URBANAS râmetros da fração correspondente.
SUBSEÇÃO I
DA FRAÇÃO URBANA ICO 01 SUBSEÇÃO III
DAS FRAÇÕES URBANAS ICO 3-A E ICO 3 - B
Art. 114 Fica permitido o uso residencial conforme disposto
no artigo 65, e os seguintes usos para a fração urbana ICO 01: Art. 117 As frações urbanas ICO 03-A e ICO 03-B compreen-
I - comércio e serviços, individual ou coletivo, de pequeno dem parte da Área de Especial Interesse Econômico.
porte (até 500,00m² de área edificável computável), com gabari- Art. 118 Ficam permitidos os seguintes usos para as frações
to máximo de 02 (dois) pavimentos, mais cobertura, taxa máxi- urbanas ICO 03-A e ICO 03-B:
ma de ocupação igual a 70% (setenta porcento), taxa máxima de I - comércio e serviços, individual ou coletivo, de qualquer
impermeabilização igual a 80% (oitenta porcento), afastamentos porte, com gabarito máximo de 04 (quatro) pavimentos, mais
mínimos laterais e de fundos de 1,50m (um metro e cinquenta cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta por-
centímetros) ou dispensados desde que não haja abertura de cento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta
vãos; porcento) ou isento, desde que sejam atendidas as condições

172
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta Lei, I - comércio e serviços, individual ou coletivo, de pequeno
afastamentos mínimos laterais e de fundos, atender ao estabe- porte (até 500,00m² de área edificável computável), com gabari-
lecido na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei; to máximo de 02 (dois) pavimentos, mais cobertura, taxa máxi-
II - indústria de qualquer porte, com gabarito máximo de ma de ocupação igual a 70% (setenta porcento), taxa máxima de
04 (quatro) pavimentos, mais cobertura, com taxa máxima de impermeabilização igual a 80% (oitenta porcento), afastamentos
ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de im- mínimos laterais e de fundos de 1,50m (um metro e cinquenta
permeabilização igual a 70% (setenta porcento) ou isento, desde centímetros) ou dispensados desde que não haja abertura de
que sejam atendidas as condições estabelecidas na Seção IV do vãos;
Capítulo II do Título IV desta Lei, afastamentos laterais e de fun- II - transformação de uso em edificações de até 500,00m²
dos de acordo com o estabelecido na Seção III do Capítulo II do (quinhentos metros quadrados) de área total construída, dis-
Título IV desta Lei; pensadas do cumprimento da exigência de vagas de estacio-
Parágrafo Único - Meios de hospedagem serão permitidas namento e da adequação ao novo alinhamento de construção,
somente para o apoio industrial. permitidos acréscimos para a nova instalação, desde que perma-
neçam com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo
SEÇÃO II estes acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e
DAS ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO os parâmetros da fração correspondente.
SUBSEÇÃO I
DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 01 - LIGA- SUBSEÇÃO II
ÇÃO VIÁRIA DAS FRAÇÕES URBANAS BAR 02-A, BAR 02-B, BAR 02-C,
BAR 02-D E BAR 02-E
Art. 119 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico
01, destinada a promover mudanças urbanísticas que permitam Art. 123 Fica permitido o uso residencial conforme disposto
a implantação de via projetada a fim de garantir uma nova alter- no artigo 65, e os seguintes usos para as frações urbanas BAR
nativa de circulação, interligando a parte Noroeste da ilha com 02-A, BAR 02-B, BAR 02-C, BAR 02-D e BAR 02-E:
a Rua Eng. Fábio Goulart, através da elaboração de estudo com- I - residencial coletivo com gabarito total de 12 (doze) pavi-
plementar e projeto específico, em conjunto com as indústrias mentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 50%
locais, objetivando uma dinâmica de circulação a fim de restrin- (cinquenta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual
gir o tráfego pesado na região residencial da Ilha da Conceição. a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam atendidas
as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título
SUBSEÇÃO II IV desta Lei, afastamentos laterais e de fundos de acordo com
DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 02 - ABER- o estabelecido na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei;
TURA DE VIA cota de densidade igual a 18 (dezoito);
II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de qualquer
Art. 120 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico porte, exceto atividades com hora de pico, e pólos geradores
02, destinada a promover mudanças urbanísticas que permitam de tráfego, com gabarito total de 06 (seis) pavimentos, mais co-
a implantação de via projetada que viabilize acesso de veículo ao bertura, taxa máxima de ocupação igual a 50% (cinquenta por-
Morro da Ilha da Conceição (MIC). cento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta
porcento) ou isento, desde que sejam atendidas as condições
SUBSEÇÃO III estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta Lei,
DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 03 - ABER- afastamentos laterais e de fundos de acordo com o estabelecido
TURA DE CANAL na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei;
III - indústria de médio porte (até 4.000m² de área total
Art. 121 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanísti- construída), com gabarito máximo de 06 (seis) pavimentos, mais
co 03, destinada a promover ligação do Canal de São Francisco cobertura, com taxa máxima de ocupação igual a 50% (cinquen-
com a orla do aterrado São Lourenço, através da elaboração de ta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70%
projeto e estudos específicos, a fim de melhorar a circulação das (setenta porcento), afastamentos laterais e de fundos de acordo
águas mitigando os problemas de assoreamento. com o estabelecido na Seção III do Capítulo II do Título IV desta
Lei;
CAPÍTULO V IV - transformação de uso em edificações de até 500,00m²
SUB-REGIÃO BARRETO (quinhentos metros quadrados) de área total construída, dispen-
SEÇÃO I sadas do cumprimento da exigência de vagas de estacionamen-
DAS FRAÇÕES URBANAS to e da adequação ao novo alinhamento de construção, permiti-
SUBSEÇÃO I dos acréscimos para a nova instalação, desde que permaneçam
DAS FRAÇÕES URBANAS BAR 01-A, BAR 01-B, BAR 01-C, com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo estes
BAR 01-D, BAR 01-E E BAR 01-F acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e os pa-
râmetros da fração correspondente.
Art. 122 Fica permitido o uso residencial conforme disposto
no artigo 65, e os seguintes usos para as frações urbanas BAR
01-A, BAR 01-B, BAR 01-C, BAR 01-D, BAR 01-E e BAR 01-F:

173
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SUBSEÇÃO III III - indústria de potencial poluidor desprezível de peque-


DAS FRAÇÕES URBANAS BAR 03-A E BAR 03-B no porte (até mil metros quadrados de área total construída),
com gabarito máximo de 04 (quatro) pavimentos, taxa máxima
Art. 124 As frações urbanas BAR 03-A e BAR 03-B compre- de ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de
endem parte da Área de Especial Interesse Econômico. impermeabilização igual a 80% (oitenta porcento), afastamentos
Art. 125 Fica permitido o uso residencial conforme disposto laterais e de fundos de acordo com o estabelecido na Seção III
no artigo 65, e os seguintes usos para as frações urbanas BAR do Capítulo II do Título IV desta Lei;
03-A e BAR 03-B: IV - transformação de uso em edificações de até 500,00m²
I - comércio e serviços, individual ou coletivo, de qualquer (quinhentos metros quadrados) de área total construída, dispen-
porte, com gabarito máximo de 04 (quatro) pavimentos, mais sadas do cumprimento da exigência de vagas de estacionamen-
cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta por- to e da adequação ao novo alinhamento de construção, permiti-
cento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta dos acréscimos para a nova instalação, desde que permaneçam
porcento) ou isento, desde que sejam atendidas as condições com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo estes
estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta Lei, acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e os pa-
afastamentos mínimos laterais e de fundos de acordo com o es- râmetros da fração correspondente.
tabelecido na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei;
SUBSEÇÃO V
II - indústria de qualquer porte, com gabarito máximo de
DA FRAÇÃO URBANA BAR 05
04 (quatro) pavimentos, mais cobertura, com taxa máxima de
ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de im-
Art. 127 Fica permitido o uso residencial conforme disposto
permeabilização igual a 70% (setenta porcento) ou isento, desde no artigo 65, e os seguintes usos para a fração urbana BAR 05:
que sejam atendidas as condições estabelecidas na Seção IV do I - residencial coletivo, com gabarito total de 04 (quatro) pa-
Capítulo II do Título IV desta Lei, afastamentos laterais e de fun- vimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 50%
dos de acordo com o estabelecido na Seção III do Capítulo II do (cinquenta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual
Título IV desta Lei; a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam atendidas
III - transformação de uso em edificações de até 500,00m² as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título
(quinhentos metros quadrados) de área total construída, dispen- IV desta Lei, afastamentos laterais e de fundos de acordo com
sadas do cumprimento da exigência de vagas de estacionamen- o estabelecido na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei;
to e da adequação ao novo alinhamento de construção, permiti- cota de densidade igual a 30 (trinta);
dos acréscimos para a nova instalação, desde que permaneçam II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de pequeno
com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo estes porte (até 500,00m² de área edificável computável), com gabari-
acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e os pa- to máximo de 02 (dois) pavimentos, mais cobertura, taxa máxi-
râmetros da fração correspondente. ma de ocupação igual a 70% (setenta porcento), taxa máxima de
impermeabilização igual a 80% (oitenta porcento), afastamentos
SUBSEÇÃO IV mínimos laterais e de fundos de 1,50m (um metro e cinquenta
DA FRAÇÃO URBANA BAR 04-A E BAR 04-B centímetros) ou dispensados desde que não haja abertura de
vãos;
Art. 126 Fica permitido o uso residencial conforme disposto III - indústria de potencial poluidor desprezível, de peque-
no artigo 65, e os seguintes usos para as frações urbanas BAR no porte (até 1.000m² de área total construída), com gabarito
04-A e BAR 04-B: máximo de 04 (quatro) pavimentos, taxa máxima de ocupação
I - residencial coletivo, com gabarito total de 08 (oito) pavi- igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabili-
mentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 50% zação igual a 80% (oitenta porcento), afastamentos laterais e de
(cinquenta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual fundos de acordo com o estabelecido na Seção III Capítulo II do
a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam atendidas Título IV desta Lei;
IV - indústria de potencial poluidor desprezível, de pequeno
as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título
porte (até 1.000m² de área total construída), com gabarito má-
IV desta Lei, afastamentos laterais e de fundos de acordo com
ximo de 02 (dois) pavimentos, taxa máxima de ocupação igual
o estabelecido na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei;
a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
cota de densidade igual 22;
igual a 80% (oitenta porcento), afastamentos laterais e de fun-
II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de pequeno dos de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) ou dispensa-
e médio porte 1 (até 2.000m² de área edificável computável), dos desde que não haja abertura de vãos;
exceto atividades com hora de pico e pólos geradores de trá- V - transformação de uso em edificações de até 500,00m²
fego, com gabarito máximo de 04 (quatro) pavimentos, mais (quinhentos metros quadrados) de área total construída, dis-
cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta por- pensadas do cumprimento da exigência de vagas de estacio-
cento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta namento e da adequação ao novo alinhamento de construção,
porcento) ou isento, desde que sejam atendidas as condições permitidos acréscimos para a nova instalação, desde que perma-
estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta Lei, neçam com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo
afastamentos laterais e de fundos de acordo com o estabelecido estes acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e
na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei; os parâmetros da fração correspondente.

174
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SUBSEÇÃO VI SUBSEÇÃO II
DAS FRAÇÕES URBANAS BAR 06-A, BAR 06-B E BAR 06-C DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 05 - LINHA
3 DO METRÔ
Art. 128 Fica permitido o uso residencial conforme disposto:
I - residencial coletivo, com gabarito total de 06 (seis) pavi- Art. 131 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanísti-
mentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 50% co 05 para implementação da Linha 3 do Metrô e do Terminal
(cinquenta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual Rodoviário Intermunicipal e Municipal - São Gonçalo - Niterói -
a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam atendidas Rio de Janeiro destinada a promover mudanças urbanísticas que
as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título favoreçam a revitalização do ambiente urbano, estabelecendo
IV desta Lei, afastamentos laterais e de fundos de acordo com normas e parâmetros urbanísticos para a criação de parque es-
o estabelecido na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei; portivo e de lazer nos terrenos ocupados por armazéns e pelo
cota de densidade igual a 24; pátio da Leopoldina, para a regularização urbanística da comu-
II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de pequeno e nidade ali instalada e para a criação de canal ligando o Rio Maruí
médio porte 1 (até 2.000m² de área edificável computável), ex- ao mar para melhorias do sistema de drenagem local.
ceto atividades com hora de pico e polos geradores de tráfego,
com gabarito total de 04 (quatro) pavimentos, mais cobertura, SUBSEÇÃO III
taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 06 - CEMI-
máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta porcento) TÉRIO DO MARUÍ
ou isento, desde que sejam atendidas as condições estabeleci-
das na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta Lei, afastamen- Art. 132 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico
tos laterais e de fundos de acordo com o estabelecido na Seção 6 - Cemitério do Maruí, destinada a preservar e ordenar a ocu-
III do Capítulo II do Título IV desta Lei; pação do mesmo.
Parágrafo Único - Fica permitido, apenas na fração BAR 06-
B, transformação de uso em edificações de até 500,00m² (qui- SUBSEÇÃO IV
nhentos metros quadrados) de área total construída, dispensa- DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 07A E 07B
das do cumprimento da exigência de vagas de estacionamento - REESTRUTURAÇÃO URBANA DA LINHA 3 DO METRÔ
e da adequação ao novo alinhamento de construção, permitidos
acréscimos para a nova instalação, desde que permaneçam com Art. 133 Ficam criadas as Áreas de Especial Interesse Urba-
500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo estes acrés- nístico 07A e 07B para implementação de área de uso e domínio
cimos respeitar o novo alinhamento de construção e os parâme- público e de uso e domínio privado, respectivamente, destinada
tros da fração correspondente. a atividades de lazer e cultura, ao longo da linha 3 do Metrô e
Art. 129 Na fração BAR 06-A, fica permitido um gabarito para promover a reurbanização do trecho entre a Rua Doutor
total até 12 (doze) pavimentos, desde que o empreendimento Galvão e a Rua Guimarães Júnior.
seja implantado em Lote que se estenda da Rua Dr. March até a
margem do Rio Bomba. SUBSEÇÃO V
DAS ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 08 -
SEÇÃO II DRENAGEM DO RIO MARUÍ
DAS ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO
SUBSEÇÃO I Art. 134 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico
DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 04 - CRU- 8 para implementação de projeto de retificação do Rio Maruí,
ZAMENTO DAS RUAS DOUTOR MARCH E LUIZ PALMIER com o objetivo de eliminar pontos críticos de drenagem e cons-
tantes alagamentos.
Art. 130 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico
04 - cruzamento das Ruas Doutor March e Luiz Palmier - destina- SUBSEÇÃO VI
da a promover mudanças urbanísticas que permitam a implan- DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 09 - ACES-
tação de um novo traçado viário para alargamento da ligação SO À PONTE RIO-NITERÓI
entre as citadas ruas.
Art. 135 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico
9 para implementação de projeto de tratamento paisagístico e
de esporte e lazer, com o objetivo de incentivar a prática destas
atividades, com os necessários equipamentos adequados a es-
tas finalidades.

175
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SUBSEÇÃO VII IV - transformação de uso em edificações de até 500,00m²


DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 10 - CO- (quinhentos metros quadrados) de área total construída, dispen-
NURBAÇÃO INTERMUNICIPAL NITERÓI-SÃO GONÇALO sadas do cumprimento da exigência de vagas de estacionamen-
to e da adequação ao novo alinhamento de construção, permiti-
Art. 136 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico dos acréscimos para a nova instalação, desde que permaneçam
10 para organizar o sentido dos fluxos viários eliminando os con- com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo estes
flitos localizados na Praça Enéas de Castro, conurbação intermu- acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e os pa-
nicipal Niterói - São Gonçalo. Esta área especificamente deverá râmetros da fração correspondente.
ser regulamentada após parecer da Comissão Permanente de Parágrafo Único - O aproveitamento do galpão 2 da antiga
Urbanismo e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Niterói. Companhia Fluminense de Tecidos para instalação de indústria,
comércio e serviço, fica dispensado do afastamento de 20m (vin-
SUBSEÇÃO VIII te metros) em relação ao galpão 1, devendo obedecer projeto
DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 11 - DO de recuperação conforme orientação do órgão municipal com-
BARRETO petente.
Art. 139 As edificações residenciais coletivas de que trata o
Art. 137 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico artigo anterior sujeitam-se a:
11 com o objetivo de promover a preservação sustentável de I - preservação e restauração do galpão 1 da antiga Compa-
galpões da antiga Companhia Fluminense de Tecidos, o aprovei- nhia Fluminense de Tecidos, de acordo com orientação do ór-
tamento para o Barreto da estação de tratamento de esgoto, gão municipal do setor de cultura, e implantação de espaços de
de atender demanda reprimida por habitação para população cultura e lazer, incluindo comércio e serviços de apoio a esses
de renda média, de criar espaços de cultura e lazer comunitário espaços, contendo um centro de memória da história do bairro
e de possibilitar o alargamento da Rua Dr. March, permitindo o que abrigará acervo a ser constituído conforme orientação da
aumento da fluidez do trânsito nessa via estrutural. Secretária de Cultura, com área mínima de 500m² (quinhentos
Art. 138 Fica permitido o uso residencial conforme disposto metros quadrados), devendo as novas edificações guardar um
no art. artigo 65, e os seguintes usos para a Área de Especial afastamento de 20m (vinte metros) do galpão a ser preservado,
Interesse Urbanístico 11: de forma a permitir estacionamento para as atividades a serem
I - residencial coletivo, com gabarito total de 12 (doze) pavi- instaladas e paisagismo de seu entorno;
mentos, mais cobertura; taxa máxima de ocupação igual a 50% II - cessão do terreno com as instalações da estação de
(cinquenta porcento); taxa máxima de impermeabilização igual tratamento de efluentes da Companhia Fluminense de Tecidos
para a Estação de Tratamento de Esgotos do Barreto, delimitada
a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam atendidas
em Mapa no Anexo III;
as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título
III - destinação ao domínio público municipal de área para
IV desta Lei; afastamento para o galpão 1 da antiga Companhia
lazer e esportes, com superfície de 2.500m² (dois mil e quinhen-
Fluminense de Tecidos igual a 20m (vinte metros), afastamentos
tos metros quadrados) com frente para a Rua Dr. Luis Palmier.
laterais e de fundos de acordo com o estabelecido na Seção III
§ 1º Fica permitida a transferência de potencial construtivo
do Capítulo II do Título IV desta Lei; cota de densidade igual a
da Área de Especial Interesse Urbanístico 07-B para a Área de
18 (dezoito);
Especial Interesse Urbanístico 11, na razão de 1,75 (um inteiro
II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de médio 2
e setenta e cinco centésimos) vezes a área do terreno, podendo
(dois) e grande porte, com gabarito máximo 04 (quatro) pavi-
acrescer o gabarito da lâmina em até 2 (dois) pavimentos, não
mentos, mais cobertura; taxa máxima de ocupação igual a 60% se aplicando o disposto no artigo 108, cabendo contrapartida
(sessenta porcento); taxa máxima de impermeabilização igual a de construção da área para lazer e esportes de que trata o in-
70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam atendidas ciso III deste artigo, de acordo com projeto do órgão municipal
as condições estabelecidas na Seção III do Capítulo II do Título competente.
IV desta Lei, afastamento para o galpão 1 da antiga Companhia § 2º O cumprimento da obrigação contida no inciso I, de-
Fluminense de Tecidos igual a 30m (trinta metros); verá ser implementada com a execução das obras referentes ao
III - indústria de qualquer porte, com gabarito máximo de 04 Projeto aprovado pela Prefeitura Municipal de Niterói, sem o
(quatro) pavimentos, mais cobertura; taxa máxima de ocupação qual não será concedido o aceite.
igual a 60% (sessenta porcento); taxa máxima de impermeabili- § 3º O cumprimento da obrigação contida no inciso III deste
zação igual a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam artigo terá que ser, obrigatoriamente concluída, após a 2ª (se-
atendidas as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo gunda) renovação da licença de obra, em até 360 (trezentos e
II do Título IV desta Lei, afastamentos laterais e de fundos de sessenta dias).
acordo com o estabelecido na Seção III do Capítulo II do Título Art. 140 As novas edificações da AEIU 11 deverão respei-
IV desta Lei, afastamento para o galpão 1 da antiga Companhia tar projeto de alinhamento do setor competente para a Rua Dr.
Fluminense de Tecidos igual a 20m (vinte metros); March.
Art. 141 As novas construções na Área de Especial Interesse
Urbanístico 11 deverão estar contidas em polígono delimitado
no Mapa do Anexo III.

176
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

CAPÍTULO VI Parágrafo Único - Fica proibida a transformação de uso no


SUB-REGIÃO ENGENHOCA trecho da Rua João Brazil onde o projeto de alinhamento ainda
SEÇÃO I não estiver implantado.
DAS FRAÇÕES URBANAS
SUBSEÇÃO I SUBSEÇÃO III
DAS FRAÇÕES URBANAS ENG 01-A, ENG 01-B, ENG 01-C E DAS FRAÇÕES URBANAS ENG 03-A E ENG 03-B
ENG 01-D
Art. 144 Fica permitido o uso residencial conforme disposto
Art. 142 Fica permitido o uso residencial conforme disposto no artigo 65, e os seguintes usos para a fração urbana ENG 03-A
no artigo 65, e os seguintes usos para as frações urbanas ENG e ENG 03-B:
01-A, ENG 01-B, ENG 01-C e ENG 01-D: I - residencial coletivo / uso misto, com gabarito total de 04
I - comércio e serviços, individual ou coletivo, de pequeno (quatro) pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação
porte (até 500,00m² de área edificável computável), com gabari- igual a 50% (cinquenta porcento), taxa máxima de impermeabili-
to máximo de 02 (dois) pavimentos, mais cobertura, taxa máxi- zação igual a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam
ma de ocupação igual a 70% (setenta porcento), taxa máxima de atendidas as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo II
impermeabilização igual a 80% (oitenta porcento), afastamentos do Título IV desta Lei, afastamentos laterais e de fundos, atender
mínimos laterais e de fundos de 1,50m (um metro e cinquenta ao estabelecido na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei;
centímetros) ou dispensados desde que não haja abertura de cota de densidade igual a 30;
vãos; II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de pequeno
II - transformação de uso em edificações de até 500,00m² e médio porte 1 (até 2000m² de área edificável computável), ex-
(quinhentos metros quadrados) de área total construída, dis- ceto atividades com hora de pico e polos geradores de tráfego,
pensadas do cumprimento da exigência de vagas de estacio- com gabarito total de 04 (quatro) pavimentos, mais cobertura,
namento e da adequação ao novo alinhamento de construção, taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa
permitidos acréscimos para a nova instalação, desde que perma- máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta porcento)
neçam com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo ou isento, desde que sejam atendidas as condições estabeleci-
estes acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e das na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta Lei, afastamen-
os parâmetros da fração correspondente. tos laterais e de fundos, atender ao estabelecido na Seção III do
Capítulo II do Título IV desta Lei;
SUBSEÇÃO II III - transformação de uso em edificações de até 500,00m²
DAS FRAÇÕES URBANAS ENG 02-A E ENG 02-B (quinhentos metros quadrados) de área total construída, com
exigência de vagas de estacionamento e da adequação ao novo
Art. 143 Fica permitido o uso residencial conforme disposto alinhamento de construção, permitidos acréscimos para a nova
no artigo 65, e os seguintes usos para as frações urbanas ENG instalação, desde que permaneçam com 500,00m² (quinhentos
02-A e ENG 02-B: metros quadrados), devendo estes acréscimos respeitar o novo
I - residencial coletivo com gabarito total de 12 (doze) pavi- alinhamento de construção e os parâmetros da fração corres-
mentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 50% pondente.
(cinquenta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual
a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam atendidas SUBSEÇÃO IV
as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título DA FRAÇÃO URBANA ENG 04
IV desta Lei, afastamentos laterais e de fundos, atender ao esta-
belecido na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei; cota de Art. 145 Fica permitido o uso residencial conforme disposto
densidade igual a 18 (dezoito); no artigo 65, e os seguintes usos para a fração urbana ENG 04:
II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de qualquer I - residencial coletivo / uso misto, com gabarito total de 04
porte, exceto atividades com hora de pico, e polos geradores (quatro) pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação
de tráfego, com gabarito total de 06 (seis) pavimentos, mais co- igual a 50% (cinquenta porcento), taxa máxima de impermeabili-
bertura, taxa máxima de ocupação igual a 50% (cinquenta por- zação igual a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam
cento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta atendidas as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo
porcento) ou isento, desde que sejam atendidas as condições II do Título IV desta Lei, afastamentos laterais e de fundos de
estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta Lei, acordo com o estabelecido na Seção III do Capítulo II do Título IV
afastamentos laterais e de fundos, atender ao estabelecido na desta Lei; cota de densidade igual a 30;
Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei; II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de qualquer
III - transformação de uso em edificações de até 500,00m² porte, com gabarito máximo de 04 (quatro) pavimentos, mais
(quinhentos metros quadrados) de área total construída, dispen- cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta por-
sadas do cumprimento da exigência de vagas de estacionamen- cento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (seten-
to e da adequação ao novo alinhamento de construção, permiti- ta porcento) ou isento, desde que sejam atendidas condições
dos acréscimos para a nova instalação, desde que permaneçam estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta Lei,
com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo estes afastamentos laterais e de fundos de acordo com o estabelecido
acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e os pa- na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei.
râmetros da fração correspondente.

177
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO II II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de qualquer


DAS ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO porte, exceto atividades com hora de pico, e polos geradores
SUBSEÇÃO I de tráfego, com gabarito total de 06 (seis) pavimentos, mais co-
DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 12 - RETI- bertura, taxa máxima de ocupação igual a 50% (cinquenta por-
FICAÇÃO DO RIO MARUÍ cento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta
porcento) ou isento, desde que sejam atendidas as condições
Art. 146 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta Lei,
12, destinada a promover mudanças urbanísticas que permitam afastamentos laterais e de fundos de acordo com o estabelecido
a implantação de um novo traçado para o curso do Rio Maruí na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei;
com abertura de via ligando o Bairro do Barreto a Engenhoca. III - indústria de potencial poluidor desprezível de peque-
no porte (até 1.000m² quadrados de área total construída), com
CAPÍTULO VII gabarito máximo de 04 (quatro) pavimentos, taxa máxima de
SUB-REGIÃO FONSECA ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de im-
SEÇÃO I permeabilização igual a 80% (oitenta porcento), afastamentos
DAS FRAÇÕES URBANAS laterais e de fundos de acordo com o estabelecido na Seção III
SUBSEÇÃO I do Capítulo II do Título IV desta Lei;
DAS FRAÇÕES URBANAS FON 01-A, FON 01-B, FON 01-C, IV - transformação de uso em edificações de até 500,00m²
FON 01-D, FON 01-E, FON 01-F, FON 01-G, FON 01-H, FON (quinhentos metros quadrados) de área total construída, dis-
01-I, FON 01-J, FON 01-K, FON 01-L, FON 01-M, FON 01-N, pensadas do cumprimento da exigência de vagas de estaciona-
FON 01-O, FON 01-P, FON 01- Q, FON 01-R, FON 01-S, FON mento, permitidos acréscimos para a nova instalação, desde que
01-T, FON 01-U E FON 01-V permaneçam com 500,00m² (quinhentos metros quadrados),
devendo estes acréscimos respeitar os parâmetros da fração
Art. 147 Fica permitido o uso residencial conforme disposto correspondente.
no artigo 65, e os seguintes usos para as frações urbanas FON
01-A, FON 01-B, FON 01-C, FON 01-D, FON 01-E, FON 01-F, FON SUBSEÇÃO III
01-G, FON 01-H, FON 01-I, FON 01-J, FON 01-K, FON 01-L, FON DAS FRAÇÕES URBANAS FON 03-A, FON 03-B, FON 03-C,
01-M, FON 01-N, FON 01-O, FON 01-P, FON 01-Q, FON 01-R, FON FON 03-D E FON 03-E
01-S, FON 01-T, FON 01-U e FON 01-V:
I - comércio e serviços, individual ou coletivo, de pequeno Art. 149 Fica permitido o uso residencial conforme disposto
porte (até 500,00m² de área edificável computável), com gabari- no artigo 65, e os seguintes usos para as frações urbanas FON
to máximo de 02 (dois) pavimentos, mais cobertura, taxa máxi- 03-A, FON 03-B, FON 03-C, FON 03-D e FON 03-E:
ma de ocupação igual a 70% (setenta porcento), taxa máxima de I - residencial coletivo, com gabarito total de 06 (seis) pavi-
impermeabilização igual a 80% (oitenta porcento), afastamentos mentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 50%
mínimos laterais e de fundos de 1,50m (um metro e cinquenta (cinquenta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual
centímetros) ou dispensados desde que não haja abertura de a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam atendidas
vãos; as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título
II - transformação de uso em edificações de até 500,00m² IV desta Lei, afastamentos laterais e de fundos de acordo com
(quinhentos metros quadrados) de área total construída, dis- o estabelecido na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei;
pensadas do cumprimento da exigência de vagas de estacio- cota de densidade igual a 24;
namento e da adequação ao novo alinhamento de construção, II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de pequeno e
permitidos acréscimos para a nova instalação, desde que perma- médio porte 1 (até 2.000m² de área edificável computável), ex-
neçam com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo ceto atividades com hora de pico e polos geradores de tráfego,
estes acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e com gabarito total de 04 (quatro) pavimentos, mais cobertura,
os parâmetros da fração correspondente. taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa
máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta porcento)
SUBSEÇÃO II ou isento, desde que sejam atendidas as condições estabeleci-
DAS FRAÇÕES URBANAS FON 02-A, FON 02-B E FON 02-C das na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta Lei, afastamen-
tos laterais e de fundos de acordo com o estabelecido na Seção
Art. 148 Fica permitido o uso residencial conforme disposto III do Capítulo II do Título IV desta Lei;
no artigo 65, e os seguintes usos para as frações urbanas FON III - indústria de potencial poluidor desprezível de pequeno
02-A, FON 02-B e FON 02-C: porte (até 1.000m² de área total construída), com gabarito má-
I - residencial coletivo com gabarito total de 12 (doze) pavi- ximo de 04 (quatro) pavimentos, taxa máxima de ocupação igual
mentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 50% a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
(cinquenta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual igual a 80% (oitenta porcento), afastamentos laterais e de fun-
a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam atendidas dos de acordo com o estabelecido na Seção III do Capítulo II do
as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título Título IV desta Lei.
IV desta Lei, afastamentos laterais e de fundos de acordo com
o estabelecido na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei;
cota de densidade igual a 18 (dezoito);

178
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SUBSEÇÃO IV II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de pequeno e


DA FRAÇÃO URBANA FON 04 médio porte 1 (até 2.000m² de área edificável computável), ex-
ceto atividades com hora de pico e polos geradores de tráfego,
Art. 150 Fica permitido o uso residencial conforme disposto com gabarito total de 04 (quatro) pavimentos, mais cobertura,
no artigo 65, e os seguintes usos para a fração urbana FON 04: taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa
I - residencial coletivo, com gabarito total de 8 (oito) pavi- máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta porcento)
mentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 50% ou isento, desde que sejam atendidas as condições estabeleci-
(cinquenta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual das na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta Lei, afastamen-
a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam atendidas tos laterais e de fundos de acordo com o estabelecido na Seção
as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título III do Capítulo II do Título IV desta Lei;
IV desta Lei, afastamentos laterais e de fundos de acordo com III - indústria de médio porte (até 4.000m² de área total
o estabelecido na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei; construída), com gabarito máximo de 04 (quatro) pavimentos,
cota de densidade igual a 22 (vinte e dois); mais cobertura, com taxa máxima de ocupação igual a 60% (ses-
II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de qualquer senta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual a 80%
porte, com gabarito máximo de 04 (quatro) pavimentos, mais (oitenta porcento), afastamentos laterais e de fundos de acordo
cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta por- com o estabelecido na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta
cento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta Lei;
porcento) ou isento, desde que sejam atendidas as condições IV - transformação de uso em edificações de até 500,00m²
estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta Lei, (quinhentos metros quadrados) de área total construída, dispen-
afastamentos laterais e de fundos de acordo com o estabelecido sadas do cumprimento da exigência de vagas de estacionamen-
na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei; to e da adequação ao novo alinhamento de construção, permiti-
III - indústria de qualquer porte, com gabarito máximo de dos acréscimos para a nova instalação, desde que permaneçam
04 (quatro) pavimentos, mais cobertura, com taxa máxima de com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo estes
acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e os pa-
ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de im-
râmetros da fração correspondente.
permeabilização igual a 80% (oitenta porcento) ou isento, desde
que sejam atendidas as condições estabelecidas na Seção IV do
SUBSEÇÃO VI
Capítulo II do Título IV desta Lei, afastamentos laterais e de fun-
DAS FRAÇÕES URBANAS FON 06-A, FON 06-B E FON 06-C
dos de acordo com o estabelecido na Seção III do Capítulo II do
Título IV desta Lei; Art. 152 Fica permitido o uso residencial conforme disposto
IV - transformação de uso em edificações de até 500,00m² no artigo 65, e os seguintes usos para as frações urbanas FON
(quinhentos metros quadrados) de área total construída, dis- 06-A, FON 06-B e FON 06-C:
pensadas do cumprimento da exigência de vagas de estacio- I - residencial coletivo com gabarito total de 10 (dez) pavi-
namento e da adequação ao novo alinhamento de construção, mentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 50%
exceto os Lotes voltados para a Rodovia Amaral Peixoto, permiti- (cinquenta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual
dos acréscimos para a nova instalação, desde que permaneçam a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam atendidas
com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo estes as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título
acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e os pa- IV desta Lei, afastamentos laterais e de fundos de acordo com
râmetros da fração correspondente. o estabelecido na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei;
cota de densidade igual a 20 (vinte);
SUBSEÇÃO V II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de pequeno
DA FRAÇÃO URBANA FON 05 e médio porte 1 (até 2.000m² de área edificável computável),
exceto atividades com hora de pico e polos geradores de tráfe-
Art. 151 Fica permitido o uso residencial conforme disposto go, com gabarito total de 05 (cinco) pavimentos, mais cobertura,
no artigo 65, e os seguintes usos para a fração urbana FON 05: taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa
I - residencial coletivo, com gabarito total de 06 (seis) pavi- máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta porcento)
mentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 50% ou isento, desde que sejam atendidas as condições estabeleci-
(cinquenta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual das na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta Lei, afastamen-
a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam atendidas tos laterais e de fundos de acordo com o estabelecido na Seção
as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título III do Capítulo II do Título IV desta Lei;
IV desta Lei, afastamentos laterais e de fundos de acordo com III - transformação de uso em edificações de até 500,00m²
o estabelecido na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei; (quinhentos metros quadrados) de área total construída, dispen-
sadas do cumprimento da exigência de vagas de estacionamen-
cota de densidade igual a 24 (vinte e quatro);
to e da adequação ao novo alinhamento de construção, permiti-
dos acréscimos para a nova instalação, desde que permaneçam
com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo estes
acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e os pa-
râmetros da fração correspondente.

179
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO II I - comércio e serviços, individual ou coletivo, de pequeno


DAS ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO porte (até 500,00m² de área edificável computável), com gabari-
SUBSEÇÃO I to máximo de 02 (dois) pavimentos, mais cobertura, taxa máxi-
DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 13 - IM- ma de ocupação igual a 70% (setenta porcento), taxa máxima de
PLANTAÇÃO DE ÁREA DE LAZER impermeabilização igual a 80% (oitenta porcento), afastamentos
mínimos laterais e de fundos de 1,50m (um metro e cinquenta
Art. 153 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico centímetros) ou dispensados desde que não haja abertura de
13 - destinada a promover mudanças urbanísticas que permitam vãos, exceto nas frações CAR 01-H, CAR 01-K e CAR 01-L;
a implantação de uma nova área de lazer, esportes, educação e II - indústria de potencial poluidor desprezível de pequeno
cultura para o Fonseca, uma vez viabilizada junto ao Governo porte (até 1.000m² de área total construída), com gabarito má-
Estadual a desativação do Instituto Penal Ferreira Neto. ximo de 02 (dois) pavimentos, taxa máxima de ocupação igual
a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização
SUBSEÇÃO II igual a 80% (oitenta porcento), afastamentos laterais e de fun-
DAS ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 14 E 15 - dos de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) ou dispen-
HORTO DO FONSECA sados desde que não haja abertura de vãos, exceto nas frações
CAR 01-F, CAR 01-G, CAR 01-H, CAR 01-K e CAR 01-L;
Art. 154 Ficam criadas as Áreas de Especial Interesse Urba- III - transformação de uso em edificações de até 500,00m²
nístico 14 e 15 - trecho no entorno do Horto - destinada a pro- (quinhentos metros quadrados) de área total construída, dispen-
sadas do cumprimento da exigência de vagas de estacionamen-
mover implantação de vias a fim de melhorar a acessibilidade
to e da adequação ao novo alinhamento de construção, permiti-
ao Horto, estabelecendo normas e parâmetros urbanísticos que
dos acréscimos para a nova instalação, desde que permaneçam
garantam a implementação do novo desenho do Horto de ma-
com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo estes
neira a integra-lo com seu entorno, valorizando sua visualização.
acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e os pa-
râmetros da fração correspondente.
SUBSEÇÃO III Parágrafo Único - Fica proibida a transformação de uso nas
DAS ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 16 E 17 - frações urbanas CAR 01-H, CAR 01-K e CAR 01-L.
ABERTURA DE VIA
SUBSEÇÃO II
Art. 155 Ficam criadas as Áreas de Especial Interesse Urba- DAS FRAÇÕES URBANAS CAR 02-A E CAR 02-B
nístico 16 e 17, destinadas a promover mudanças urbanísticas
que permitam a implantação de via projetada a fim de garantir Art. 158 Fica permitido o uso residencial conforme disposto
uma nova alternativa de circulação para a Alameda São Boaven- no artigo 65, e os seguintes usos para as frações urbanas CAR
tura. 02-A e CAR 02-B:
I - residencial coletivo/uso misto, com gabarito total de 04
SUBSEÇÃO IV (quatro) pavimentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação
DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 18 - REDE- igual a 50% (cinquenta porcento), taxa máxima de impermeabili-
SENHO DA RUA AIROSA GALVÃO zação igual a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam
atendidas as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo
Art. 156 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico II do Título IV desta Lei, afastamentos laterais e de fundos de
18, destinada a promover melhorias urbanísticas que permitam acordo com o estabelecido na Seção III do Capítulo II do Título IV
a implantação de um novo desenho para a via, a fim de garantir desta Lei; cota de densidade igual a 30 (trinta);
circulação adequada na Rua Airosa Galvão. II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de pequeno e
médio porte 1 (até 2.000m² de área edificável computável), ex-
CAPÍTULO VIII ceto atividades com hora de pico e polos geradores de tráfego,
SUB-REGIÃO CARAMUJO com gabarito total de 04 (quatro) pavimentos, mais cobertura,
SEÇÃO I taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa
DAS FRAÇÕES URBANAS máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta porcento)
ou isento, desde que sejam atendidas as condições estabeleci-
SUBSEÇÃO I
das na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta Lei, afastamen-
DAS FRAÇÕES URBANAS CAR 01-A, CAR 01-B, CAR 01-C,
tos laterais e de fundos de acordo com o estabelecido na Seção
CAR 01-D, CAR 01-E, CAR 01-F, CAR 01-G, CAR 01-H, CAR 01-
III do Capítulo II do Título IV desta Lei;
I, CAR 01-J, CAR 01-K E CAR 01-L
III - transformação de uso em edificações de até 500,00m²
(quinhentos metros quadrados) de área total construída, dispen-
Art. 157 Fica permitido o uso residencial conforme disposto sadas do cumprimento da exigência de vagas de estacionamen-
no artigo 65, e os seguintes usos para as frações urbanas CAR to e da adequação ao novo alinhamento de construção, permiti-
01-A, CAR 01-B, CAR 01-C, CAR 01-D, CAR 01-E, CAR 01-F, CAR dos acréscimos para a nova instalação, desde que permaneçam
01-G, CAR 01-H, CAR 01-I, CAR 01-J, CAR 01-K e CAR 01-L. com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo estes
acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e os pa-
râmetros da fração correspondente.

180
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SUBSEÇÃO III porcento) ou isento, desde que sejam atendidas as condições


DA FRAÇÃO URBANA CAR 03 estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta Lei,
afastamentos laterais e de fundos de acordo com o estabelecido
Art. 159 Fica permitido o uso residencial conforme disposto na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei;
no artigo 65, e os seguintes usos para a fração urbana CAR 03: III - indústria de qualquer porte, com gabarito máximo de
I - residencial coletivo, com gabarito total de 06 (seis) pavi- 04 (quatro) pavimentos, mais cobertura, com taxa máxima de
mentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 50% ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de im-
(cinquenta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual permeabilização igual a 80% (oitenta porcento) ou isento, desde
a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam atendidas que sejam atendidas as condições estabelecidas na Seção IV do
as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título Capítulo II do Título IV desta Lei, afastamentos laterais e de fun-
IV desta Lei, afastamentos laterais e de fundos de acordo com dos de acordo com o estabelecido na Seção III do Capítulo II do
o estabelecido na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei; Título IV desta Lei;
cota de densidade igual a 24 (vinte e quatro); IV - transformação de uso em edificações de até 500,00m²
II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de pequeno e (quinhentos metros quadrados) de área total construída, dispen-
médio porte 1 (até 2.000m² de área edificável computável), ex- sadas do cumprimento da exigência de vagas de estacionamen-
ceto atividades com hora de pico e polos geradores de tráfego, to e da adequação ao novo alinhamento de construção, permiti-
dos acréscimos para a nova instalação, desde que permaneçam
com gabarito total de 04 (quatro) pavimentos, mais cobertura,
com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo estes
taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa
acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e os pa-
máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta porcento)
râmetros da fração correspondente.
ou isento, desde que sejam atendidas as condições estabeleci-
das na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta Lei, afastamen- SEÇÃO II
tos laterais e de fundos de acordo com o estabelecido na Seção DAS ÁREAS DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO
III do Capítulo II do Título IV desta Lei; SUBSEÇÃO I
III - indústria de potencial poluidor desprezível de pequeno DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 19 - EIXOS
porte (até 1.000m² de área total construída), com gabarito má- VIÁRIOS DE LIGAÇÃO COM A RODOVIA AMARAL PEIXOTO
ximo de 04 (quatro) pavimentos, taxa máxima de ocupação igual
a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de impermeabilização Art. 161 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanísti-
igual a 80% (oitenta porcento), afastamentos laterais e de fun- co 19, com o objetivo de interligar a Estrada da Florália com a
dos de acordo com o estabelecido na Seção III do Capítulo II do Rodovia Amaral Peixoto, e favorecer o fluxo viário entre a Rua
Título IV desta Lei; Garibaldi e a Estrada Velha de Maricá e, ainda, entre o trevo de
IV - transformação de uso em edificações de até 500,00m² acesso ao Caramujo e a esta Estrada, através da Rodovia Ama-
(quinhentos metros quadrados) de área total construída, dispen- ral Peixoto, cujo limite está descrito no Anexo I, com o objetivo
sadas do cumprimento da exigência de vagas de estacionamen- de promover mudanças urbanísticas que favoreçam um melhor
to e da adequação ao novo alinhamento de construção, permiti- escoamento do trânsito através de um novo projeto de alinha-
dos acréscimos para a nova instalação, desde que permaneçam mento para ligação entre as ruas citadas.
com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo estes Art. 162 Fica permitido o uso residencial conforme disposto
acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e os pa- no artigo 65, e os seguintes usos para a Área de Especial Interes-
râmetros da fração correspondente. se Urbanístico 19:
I - residencial coletivo, com gabarito total de 08 (oito) pavi-
SUBSEÇÃO IV mentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 50%
DA FRAÇÃO URBANA CAR 04-A E CAR 04-B (cinquenta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual
a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam atendidas
Art. 160 Fica permitido o uso residencial conforme disposto as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título
no artigo 65, e os seguintes usos para a fração urbana CAR 04-A IV desta Lei, afastamentos laterais e de fundos de acordo com
o estabelecido na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei;
e CAR 04-B:
cota de densidade igual a 22 (vinte e dois);
I - residencial coletivo, com gabarito total de 08 (oito) pavi-
II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de qualquer
mentos, mais cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 50%
porte, com gabarito máximo de 04 (quatro) pavimentos, mais
(cinquenta porcento), taxa máxima de impermeabilização igual
cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta por-
a 70% (setenta porcento) ou isento, desde que sejam atendidas cento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta
as condições estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título porcento) ou isento, desde que sejam atendidas as condições
IV desta Lei, afastamentos laterais e de fundos de acordo com estabelecidas na Seção IV do Capítulo II do Título IV desta Lei,
o estabelecido na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei; afastamentos laterais e de fundos de acordo com o estabelecido
cota de densidade igual a 22 (vinte e dois); na Seção III do Capítulo II do Título IV desta Lei;
II - comércio e serviços, individual ou coletivo, de qualquer III - indústria de qualquer porte, com gabarito máximo de
porte, com gabarito máximo de 04 (quatro) pavimentos, mais 04 (quatro) pavimentos, mais cobertura, com taxa máxima de
cobertura, taxa máxima de ocupação igual a 60% (sessenta por- ocupação igual a 60% (sessenta porcento), taxa máxima de im-
cento), taxa máxima de impermeabilização igual a 70% (setenta permeabilização igual a 80% (oitenta porcento) ou isento, desde

181
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

que sejam atendidas as condições estabelecidas na Seção IV do f) levantamento, mapeamento e cadastramento das áreas
Capítulo II do Título IV desta Lei, afastamentos laterais e de fun- ocupadas que estão dentro da faixa marginal de proteção e em
dos de acordo com o estabelecido na Seção III do Capítulo II do áreas de preservação permanente dos rios, para posterior plano
Título IV desta Lei; de reassentamento dos moradores destas áreas.
IV - transformação de uso em edificações de até 500,00m² II - Plano de traçado cicloviário:
(quinhentos metros quadrados) de área total construída, dispen- a) incentivo ao uso da bicicleta como modo habitual de
sadas do cumprimento da exigência de vagas de estacionamen- transporte;
to e da adequação ao novo alinhamento de construção, permiti- b) segregação física total entre fluxos de bicicletas e de ve-
dos acréscimos para a nova instalação, desde que permaneçam ículos, no caso de implantação de ciclovias em vias arteriais e/
com 500,00m² (quinhentos metros quadrados), devendo estes ou segmentos de vias especiais com permissão de tráfego de
acréscimos respeitar o novo alinhamento de construção e os pa- veículos;
râmetros da fração correspondente. c) segregação física parcial entre fluxos de bicicletas e de
Art. 163 As novas edificações na Área de Especial Interesse veículos, no caso de implantação de ciclofaixas em vias coletoras
Urbanístico 19 deverão respeitar projeto viário específico do se- e locais;
tor municipal competente. d) definição de travessias em vias arteriais e/ou coletoras
com segregação parcial entre bicicletas e pedestres;
SUBSEÇÃO II e) implementação de equipamentos e acessórios urbanos
DA ÁREA DE ESPECIAL INTERESSE URBANÍSTICO 20 - PAR- complementares como: bicicletário (estacionamento para bici-
QUE URBANO DO MORRO DO CÉU cletas) em pontos estratégicos de grande afluxo;
Art. 167 (Vetado).
Art. 164 Fica criada a Área de Especial Interesse Urbanístico Art. 168 A transformação de uso de prédios residenciais
20, para implementação do Parque Urbano do Morro do Céu, para uso comercial, industrial, de serviços ou religioso, importa-
onde atualmente está instalado o Aterro Sanitário do Morro do rá, obrigatoriamente, na apresentação de projeto arquitetônico
Céu, cujo limite está descrito no Anexo I, com o objetivo de pro- de acordo com a destinação e uso incluindo-se aí a demolição
mover mudanças urbanísticas que favoreçam a revitalização do referente às faixas de recuo e afastamento, ressalvados as restri-
local, criação de áreas de lazer e de usos especiais. ções da APAU contidas nesta Lei.
Art. 169 Estabelecer alíquotas especiais de IPTU para áreas
TÍTULO V de especial interesse social, e para terrenos ocupados por famí-
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS lias cuja renda não ultrapasse a três (03) salários mínimos.
Art. 170 O trecho, em ambos os lados, da Rodovia Amaral
Art. 165 As edificações residenciais coletivas somente pode- Peixoto - RJ - 106, nas frações urbanas CAR - 01 - E; CAR - 04 -
rão receber licença de obras: A; FON - 04; ZPN, ZROLU - 19 e a AEIU - 19, serão objetos da
I - após apresentação ao órgão competente da declaração aplicação do direito de preempção consagrados no Estatuto da
de possibilidade de abastecimento de água e de esgotamento Cidade e no Plano Diretor da Cidade, com a finalidade de aten-
sanitário concedido pela concessionária; der a Projetos Habitacionais Populares e/ou a solução do Siste-
II - após executar a rede de drenagem necessária ao em- ma Viário Municipal e Intermunicipal. (Redação dada pela Lei nº
preendimento, de acordo com diretrizes ou projeto municipal, 2358/2006)
quando não houver rede pública. Art. 171 Fica permitida, pelo prazo de 180 (cento e oitenta)
III - (Vetado). dias, a legalização de edificações residenciais de até 02 (dois)
Art. 166 São diretrizes e critérios para os projetos comple- pavimentos com área máxima de 70,00m (setenta metros qua-
mentares indicados nos incisos do presente artigo e nas demais drados) por unidade, excluídos garagem e varanda, mesmo que
disposições desta Lei: situadas na faixa de afastamento, dispensada da obrigatorieda-
I - Plano de drenagem: de de vagas de estacionamento, não cabendo esta permissão
a) definição de todas as bacias de contribuição para os cur- para vias onde houver recuo.
sos d`água; § 1º As legalizações das construções deverão se dar median-
b) definição do traçado de todos os cursos d`água e galerias te à apresentação de projeto simplificado, conforme modelo
de drenagem que compõem o sistema de macro e mesodrena- estabelecido na Portaria Nº 001 de 07 de janeiro de 1998, da
gem da região; Secretaria Municipal de Urbanismo.
c) estimativa da vazão máxima para um tempo de recorrên- § 2º Os benefícios previstos no caput deste artigo se esten-
cia de dez anos para cada curso d`água e para cada galeria de dem a ocupação de até 04 (quatro) unidades habitacionais por
drenagem; Lote.
d) definição de faixas de drenagem não edificantes para os Art. 172 (Vetado).
cursos d`água e galerias de drenagem do sistema de mesodre- Art. 173 Ficam isentas do Imposto Predial e Territorial Urba-
nagem; no (IPTU) pelo prazo de 10 (dez) anos, contados a partir da data
e) definição das faixas marginais de proteção para todos os de concessão do aceite de obras, respeitando o disposto no art.
cursos d`água que compõem o sistema de macrodrenagem da 13 da Lei 480/83, as edificações destinadas a hotéis e pousadas.
região;

182
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 174 Os benefícios concedidos nos artigos 172 e 173 fi- TÍTULO I
cam condicionados ao cadastro das empresas, na Empresa Ni- DA ABRANGÊNCIA, DOS CONCEITOS, DIRETRIZES, OBJETI-
teroiense de Lazer e Turismo - NELTUR e na Empresa Brasileira VOS E ESTRATÉGIAS DE ORDENAMENTO TERRITORIAL
de Turismo - EMBRATUR. (Redação dada pela Lei nº 2358/2006)
Art. 175 A cada 18 (dezoito) meses, a partir da publicação CAPÍTULO I
da presente Lei, o Poder Executivo elaborará Relatório de Acom- DOS CONCEITOS E ABRANGÊNCIA
panhamento dos efeitos da implementação deste Plano Urba-
nístico Regional, com ênfase aos aspectos que afetam a qualida- Art. 1º Esta lei institui o Plano Urbanístico Regional (PUR)
de de vida da população local. de Pendotiba, dispondo sobre políticas setoriais e disciplinando
§ 1º O Relatório a que se refere o caput deste artigo incluirá, o zoneamento ambiental, parcelamento, ordenação do uso, par-
entre outros, no mínimo, os seguintes dados, compilados por celamento e da ocupação do solo e aplicação de instrumentos
Sub-Região: de política urbana no território da região.
I - adensamento populacional; Art. 2º O PUR tem por finalidade promover a estruturação
II - unidades comerciais e residenciais, uni e multifamiliares, urbana da região de Pendotiba, por meio da ampliação, articula-
com água tratada; ção e requalificação dos espaços livres de uso público, visando à
III - unidades comerciais e residenciais, uni e multifamilia-
melhoria da qualidade de vida de seus atuais e futuros morado-
res, com esgoto coletado e tratado;
res, e à sustentabilidade ambiental e socioeconômica da região.
IV - percentual de recuperação das áreas nas Zonas de Recu-
Art. 3º Os conceitos utilizados pela presente Lei constam do
peração Ambiental - ZRA;
Quadro 1 anexo.
V - percentual de vias pavimentadas e com drenagem;
VI - quantidade de árvores plantadas por metro linear de Art. 4º A área de abrangência do PUR de Pendotiba com-
calçadas; preende o perímetro delimitado no Mapa 1 da presente lei, suas
VII - percentual de ocupação das áreas nas Zonas de Restri- sub-regiões e seus bairros.
ção à Ocupação Urbana - ZROU;
VIII - nível de ruído nas vias arteriais, arteriais secundárias CAPÍTULO II
e coletoras; DAS DIRETRIZES E OBJETIVOS ESTRATÉGICOS
IX - velocidade da frota de veículos nas vias arteriais, arte-
riais secundárias e coletoras, medida nos intervalos de pico de Art. 5º A disciplina de parcelamento, uso e ocupação do
tráfego da manhã e da tarde. solo no território da Região de Pendotiba se orienta pelas se-
§ 2º O Poder Executivo encaminhará cópias do Relatório guintes diretrizes:
elaborado ao Conselho Municipal de Política Urbana - COMPUR I - Atendimento das necessidades dos cidadãos quanto à
e ao Poder Legislativo Municipal. qualidade ambiental e de vida, à justiça social, ao bem-estar de
Art. 176 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, seus habitantes e ao desenvolvimento sustentável das funções
revogadas as disposições gerais em contrário e, em especial, sociais e econômicas da região;
aquelas que se referem à criação, no âmbito da Região Norte, II - Integração das políticas de uso e ocupação do solo, meio
de novas Áreas de Especial Interesse Social - AEIS e a Lei 1.579, ambiente, habitação, saneamento básico, estruturação dos sis-
de 4 de junho de 1997. temas de transporte público coletivo, serviços públicos, equipa-
mentos urbanos e comunitários e desenvolvimento econômico;
PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI, 19 DE OUTUBRO DE III - Promoção da mobilidade urbana sustentável por meio
2005. da integração de transporte e uso do solo, priorizando o trans-
porte público coletivo de média e alta capacidade;
LEI Nº 3195, DE 13/01/2016 IV - Integração de macro e micro acessibilidades pelo re-
conhecimento, consolidação e estruturação de centralidades ao
DISPÕE SOBRE O PLANO URBANÍSTICO REGIONAL DE PEN- longo dos principais eixos de conexão do Município;
DOTIBA, SEU ZONEAMENTO AMBIENTAL, A IMPLANTAÇÃO DE
V - Promoção dos modos de transporte não motorizados,
POLÍTICAS SETORIAIS, A APLICAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE PO-
em especial pela adoção de estratégias que incentivem a cami-
LÍTICA URBANA E A ORDENAÇÃO DO USO E DA OCUPAÇÃO DO
nhada e o uso da bicicleta;
SOLO NA REGIÃO.
VI - Estabelecimento de mecanismos para adequar a insta-
A CÂMARA MUNICIPAL DE NITERÓI DECRETA E EU SANCIO- lação de empreendimentos em relação ao entorno, garantindo
NO A SEGUINTE LEI: a integração, capilaridade e conectividade entre áreas públicas
e privadas;
VII - Reconhecimento do patrimônio natural da Região de
Pendotiba como patrimônio municipal;
VIII - Utilização racional dos recursos naturais, em especial
da água e do solo, de modo a garantir uma cidade sustentável
para as presentes e futuras gerações em consonância com o or-
denamento jurídico;

183
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

IX - Proteção da paisagem dos bens e áreas de valor histó- X - Promover a regularização fundiária e urbanística e a ur-
rico, cultural e religioso, dos recursos naturais e dos mananciais banização de assentamentos precários, que deverão ser delimi-
hídricos superficiais e subterrâneos de abastecimento de água tados como zonas especiais de interesse social, e implantar uma
do Município em consonância com o ordenamento jurídico; política fundiária e de uso e ocupação do solo que garanta o
X - Promoção da habitação de interesse social de forma in- acesso à terra para as funções sociais da propriedade e da cida-
tegrada aos bairros com oferta de empregos e serviços públicos; de e proteja o patrimônio ambiental e cultural;
XI - Promoção de equipamentos sociais em locais com ca- XI - Reservar glebas e terrenos vazios e subutilizados em
rência de serviços públicos, em especial saúde e educação. quantidade suficiente para atender às necessidades de habita-
XII - Promoção da diversidade e inclusão socioespacial e di- ção social, delimitando como zonas especiais de interesse social,
versidade de usos do solo. preferencialmente em áreas dotadas de infraestrutura e trans-
Art. 6º A disciplina de parcelamento, uso e ocupação do portes coletivos;
solo no território da Região de Pendotiba se orienta pelos se- XII - Integrar as áreas de ocupação informal à cidade formal,
guintes objetivos estratégicos: promover a regularização urbanística de áreas ocupadas por po-
I - Promover o ordenamento territorial, mediante planeja- pulação de baixa renda e indicar áreas necessárias à instalação
mento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do de equipamentos urbanos e comunitários;
solo urbano para promover a proteção do patrimônio ambien- XIII - Reduzir as desigualdades socioterritoriais para garan-
tal, histórico, cultural, paisagístico, Valorizar a memória, o senti- tir o acesso a equipamentos sociais, a infraestrutura e serviços
mento de pertencimento à cidade e garantir a função social da urbanos;
propriedade e a diversidade socioambiental; XIV - Garantir de forma eficiente a universalização do abas-
II - Conter o processo de espraiamento urbano e a expan- tecimento de água, a coleta e o tratamento ambientalmente
são fragmentada da ocupação do solo na região de Pendotiba adequado dos esgotos considerando a oferta hídrica para o pe-
na defesa do ambiente natural, por meio de restrição a empre- ríodo mínimo de cinco anos;
endimentos residenciais, de comércio e serviços em espaços XV - Promover o manejo das águas pluviais urbanas e ga-
territoriais especialmente protegidos, em consonância com o rantir a permeabilidade do solo minimizando a ocorrência de
ordenamento jurídico ambiental; problemas críticos de inundações, enchentes, alagamentos e
III - Promover o desenvolvimento urbano de forma susten- escorregamentos de encostas;
tável, ordenando o adensamento demográfico e as atividades XVI - Identificar e criar espaços territoriais especialmente
econômicas, diversificando o uso do solo e qualificando paisa- protegidos, incentivando a criação das unidades de conserva-
gem ao longo dos eixos de estruturação e de qualificação ur- ção respeitando as questões naturais e os usos adequados, bem
bana; como considerar os usos instituídos pelo plano de manejo do
IV - Promover o desenvolvimento orientado ao transporte, Parque Estadual da Serra da Tiririca (PESET);
definindo localizações estratégicas para atividades e combinan- XVII - Mitigar os fatores antropogênicos que colaboram para
do adensamento com uso misto em torno das estações e termi-
mudanças microclimáticas, inclusive por meio da redução da
nais de transporte público coletivo, de modo a melhor explorar
emissão de gases de efeito estufa, estimulando a utilização de
economias de localização e aglomeração;
fontes renováveis de energia e da construção sustentável;
V - Promover o uso misto como forma de reduzir a necessi-
XVIII - Fomentar atividades econômicas sustentáveis, esti-
dade de deslocamentos motorizados, equilibrando a relação en-
mulando a inovação, o empreendedorismo, a economia solidá-
tre os locais de uso residencial e não residencial e racionalizando
ria e a redistribuição das oportunidades de trabalho no territó-
a utilização de automóvel;
rio;
VI - Adequar o direito de construir à função social da pro-
XIX - Fomentar boas práticas de agricultura urbana para
priedade, com aplicação de instrumentos de política urbana que
regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, estimular a inclusão socioeconômica, bem como minimização
da segurança e do bem-estar dos cidadãos, bem como do equi- de impactos no entorno dos espaços territoriais especialmente
líbrio ambiental; protegidos;
VII - Assegurar adequada distribuição da população, das ati- XX - Estimular a gestão dos resíduos sólidos pautada na re-
vidades socioeconômicas, da infraestrutura e dos equipamentos dução, reutilização e reciclagem baseada na responsabilidade
urbanos e comunitários, ao espaço urbano, acomodando o cres- compartilhada de todos os atores envolvidos na cadeia produ-
cimento urbano nas áreas subutilizadas e no entorno da infraes- tiva;
trutura de transporte público coletivo; XXI - Criar parâmetros urbanísticos coerentes na ocupação e
VIII - Salvaguardar a autenticidade da ambiência cultural e uso do solo considerando os impactos decorrentes de atividades
do modus vivendi da região, condicionando a ocupação urbana potencialmente poluidoras, em especial nas áreas de influência
à preservação da memória urbana, do direito de fruição à pai- direta dos espaços territoriais especialmente protegidos;
sagem natural da região e da qualidade da ambiência urbana. XXII - Fomentar prioritariamente na arborização urbana es-
IX - Ampliar e requalificar os espaços públicos e as áreas pécies nativas da Mata Atlântica, que promovam fluxo gênico da
públicas de convivência com a utilização de instrumentos de fauna e flora, estimulando a formação de corredores ecológicos
políticas urbanas do Estatuto da Cidade, em especial para as que integrem as áreas protegidas.
atividades que mantém relação com a memória e a identidade XXIII - Preservar e proteger mananciais e reservas de águas
baseada na cultura do encontro, do convívio e da confraterniza- superficiais e subterrâneas, respeitando a autonomia dos entes
ção no espaço público; federativos.

184
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XXIV - Compatibilizar a preservação ambiental com o direito c) Rua Rey. Armando Ferreira;
à moradia. d) Av. Rui Barbosa;
e) Estr. Engenheiro Pacheco de Carvalho;
CAPÍTULO III f) Tv. Souza Soares;
DAS ESTRATÉGIAS DE ORDENAMENTO TERRITORIAL g) Rua Amadeu Gomes;
h) Estr. Municipal;
i) Rua Castorina Francisco Cruz Nunes (Estr. Monan Grande);
Art. 7º Como estratégia de ordenamento territorial, o ter- j) Estr. Francisco da Cruz Nunes;
ritório de Pendotiba fica dividido em zonas, conforme delimi- k) Rua Alcebíades Pinto (Estr. Cantagalo);
tações do Mapa 2 da presente lei, caracterizadas pelo conjunto l) Tv. Alcebíades Pinto (Rua A);
de regras de parcelamento, ocupação e uso do solo aplicáveis às m) Estr. Caetano Monteiro;
respectivas porções do território. n) Estr. Washington Luiz;
Art. 8º Para o cumprimento das estratégias de ordenamento o) Rua 5 (Trevo de Maria Paula).
territorial e atendimento às diretrizes estabelecidas na presente § 3º O plano deverá estabelecer a localização das estações
lei, os parâmetros de parcelamento, uso e ocupação dos lotes de transporte público coletivo, observando o atendimento míni-
serão utilizados conforme as seguintes finalidades principais: mo de uma estação para cada zona ZEU e ZC, conforme indica-
I - Dimensões máximas de lotes e quadras: adequar a inser- ção no Mapa 3 anexo à presente lei.
ção de empreendimentos de médio e grande porte em relação § 4º O plano deverá estabelecer ligações de transporte pú-
ao entorno, melhorar a oferta de áreas públicas e evitar a des- blico coletivo entre as estações por meio das vias estruturantes
continuidade do traçado viário; do transporte público coletivo, indicadas no Mapa 3 anexo à pre-
II - Classificação dos usos: definir categorias, subcategorias sente lei, e das zonas ZCOR.
e grupos de atividades para enquadramento de usos e ativida- § 5º Ficam criadas as Áreas Especiais de Interesse Urbanísti-
des permitidos em cada zona; co - AEIU - do Túnel do Cantagalo, indicadas no Mapa 03 anexo à
III - Parâmetros de incomodidade: estabelecer limites quan- presente lei, onde o gabarito máximo será de 1 (um) pavimento.
to à interferência de atividades não residenciais em relação ao Art. 10 O Poder Executivo poderá estabelecer critérios para
uso residencial; uma certificação específica a ser concedida com o objetivo de
IV - Condições de instalação dos usos: estabelecer referên- classificar empreendimentos que contemplem ações e práticas
cias e condicionantes conforme usos e atividades não residen- sustentáveis orientadas ao transporte coletivo e não motoriza-
ciais para a adequação das edificações, inclusive a largura da via; do, sob a forma de desconto na contrapartida financeira de Im-
V - Coeficiente de aproveitamento e cota de densidade: pacto sobre o Sistema Viário.
controlar as densidades construtivas e demográficas em relação Parágrafo único. Para fins de concessão do incentivo previs-
aos serviços públicos e a infraestrutura urbana existentes e pla- to no caput, considera-se certificação específica de mobilidade
nejados; sustentável aquela que atesta que a construção da edificação
VI - Gabarito, altura máxima, afastamentos e taxa de ocupa- obteve as pontuações e conceitos mínimos atribuídos a partir
ção: controlar a volumetria das edificações no lote e na quadra e de uma escala de valores referenciais pré-estabelecida, que con-
evitar interferências negativas na paisagem urbana; fere à edificação um conceito final quanto ao seu desempenho
VII - Fruição pública, fachada ativa, limite de vedação do
na integração entre transporte sustentável e uso do solo, sob a
lote e destinação de área para alargamento do passeio público:
forma de documento de certificação ou certificado.
ampliar as áreas de circulação de pedestres, proporcionar maior
dinamização do espaço público e melhorar interação dos pedes-
TÍTULO II
tres com o pavimento térreo das edificações.
DAS ZONAS
SEÇÃO I
Art. 11 As zonas correspondem a porções no território no
DA INTEGRAÇÃO ENTRE TRANSPORTE E USO DO SOLO
qual incidem determinados parâmetros de parcelamento, uso e
Art. 9º Para o ordenamento e direcionamento da expansão ocupação do solo, estabelecidos nos Quadros anexos à presente
urbana, bem como o cumprimento das estratégias de integração lei.
entre transporte e uso do solo, fica a cargo do Poder Executivo § 1º Os perímetros das zonas estão delimitados no Mapa 2
estabelecer o plano operacional do sistema de transporte públi- e no Quadro 8 anexos à presente lei.
co coletivo da Região de Pendotiba. § 2º Os parâmetros das zonas são aplicáveis exclusivamente
§ 1º São vias estruturantes do transporte público coletivo dentro de seus perímetros.
aquelas que conferem estruturação ao sistema de transporte § 3º O imóvel que tiver incidência de duas ou mais zonas
público coletivo da Região de Pendotiba e ao ordenamento e terá seus parâmetros aplicados respeitando os perímetros sobre
direcionamento da expansão urbana. o lote de cada uma das zonas delimitadas.
§ 2º Ficam definidas como vias estruturantes do transporte § 4º Nos espaços territoriais especialmente protegidos, a
público coletivo e sistema viário as seguintes vias, também indi- exemplo de áreas de preservação permanente e unidades de
cadas no Mapa 3 anexo à presente lei: conservação já existentes ou que vierem a ser instituídas, deve-
a) Estr. Alarico de Souza (Estr. do Atalaia); rão ser observadas as restrições de cunho ambiental pelas legis-
b) Rua Leonor da Glória; lações federal, estadual e municipal.

185
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 12 As zonas da Região de Pendotiba são classificadas II - Zona Centralidade em ZEIS (ZC-ZEIS): são porções do ter-
conforme o território no qual se inserem: ritório formadas pelos lotes lindeiros às vias que exercem algu-
I - Territórios de transformação: são áreas em que se pre- ma estruturação local ou regional inseridas em área de ZEIS, em
tende majoritariamente a promoção do adensamento popula- faixas de no máximo 50m (cinquenta metros) medidos a partir
cional, atividades econômicas e serviços públicos, a diversifica- do alinhamento da via, destinados à promoção do uso misto, de
ção de atividades, a qualificação paisagística e a estruturação forma a promover a diversificação dos usos com a habitação de
dos espaços públicos de forma de se promover a integração en- interesse social, em áreas em que predomina o interesse público
tre transporte e uso do solo, compreendendo: de manter a população moradora e promover a regularização
a) Zona de Estruturação e Transformação Urbana em terri- fundiária de interesse social.
tório urbano (ZEU). Parágrafo único. Os lotes integrantes da ZC-ZEIS devem es-
II - Territórios de qualificação: são áreas em que se pretende tar totalmente inseridos na faixa descrita no caput.
a manutenção de usos existentes, o fomento às atividades pro- Art. 15 Zonas Corredores (ZCOR) são os lotes que fazem
dutivas, a diversificação de usos ou o adensamento populacional frente para via estrutural e, independentemente de suas dimen-
moderado, a depender das diferentes localidades que integram sões e cuja largura possibilite a diversificação de usos, em que se
estes territórios, de forma de se promover a integração entre pretende promover a diversificação de usos de forma compatí-
transporte e uso do solo, compreendendo: vel à vizinhança residencial, compatíveis com a fluidez do tráfe-
a) Zona Centralidade urbana (ZC); go, com densidades demográfica e construtiva baixas.
b) Zona Centralidade em ZEIS (ZC-ZEIS); Parágrafo único. As ZCOR ficam limitadas a no máximo
c) Zona Corredor (ZCOR); 100m (cem metros) de profundidade a contar do alinhamento
d) Zona de Uso Misto (ZUM); da via, respeitadas as ZPDS, ZCVS, ZPVS e ZEPAC.
e) Zona Especial de Interesse Social (ZEIS). Art. 16 Zona de Uso Misto (ZUM) são porções do território
III - Territórios de preservação: são porções em que se pre- em que se pretende promover usos residenciais e não residen-
tende a preservação de áreas consolidadas de baixa e muito bai- ciais, inclusive no mesmo lote ou edificação, com predominância
xa densidades e de conjuntos urbanos específicos, bem como do uso residencial, com densidades construtiva e demográfica
territórios em que se pretende a promoção de atividades eco- baixas e médias.
nômicas sustentáveis conjugada com a preservação ambiental, § 1º As ZUM-1 ficam limitadas a no máximo 100m (cem me-
além da preservação cultural, compreendendo: tros) de profundidade a contar do alinhamento da via, respeita-
a) Zona Residencial (ZR); das as ZPDS, ZCVS, ZPVS e ZEPAC.
b) Zona Especial de Preservação Paisagística e Cultural (ZE- § 2º Ficam delimitadas como ZUM-2 os lotes de esquina das
PAC); zonas ZR-1 e as seguintes vias:
c) Zona de Preservação e Desenvolvimento Sustentável a) Estr. Aristides Melo (Ant. Estr. Muriqui);
(ZPDS); b) Estr. Pref. Brígido Tinoco;
d) Zona de Conservação da Vida Silvestre (ZCVS); c) Estr. Gal. Castro Guimarães;
e) Zona de Proteção da Vida Silvestre (ZPVS). d) Estr. Celso/Peçanha;
e) Estr. Demétrio de Freitas (Ant. Estr. do Maceió);
CAPÍTULO I f) Estr. Existente (Ligação Matacapa e Av. Portugal);
DAS ZONAS INTEGRANTES DOS TERRITÓRIOS DE TRANS- g) Estr. Guilhermina Bastos (Ant. Estr. da Fazendinha);
FORMAÇÃO h) Estr. João H. Ferreira (Ant. Estr. da Tapera e Caminho do
Buraco);
Art. 13 Zona de Estruturação da Transformação Urbana i) Estr. Padre José Eugert (Ant. Estr. Ititioca);
(ZEU) é a porção do território em que se pretende promover j) Estr. Matacapa (Entre Guilhermina Bastos e Caetano Mon-
adensamento demográfico com usos do solo misto e promover teiro);
a qualificação paisagística e estruturação dos espaços públicos k) Estr. Mato Grosso;
de modo articulado ao sistema de transporte público coletivo. l) Estr. Monan Pequeno;
m) Estr. Muriqui Pequeno;
CAPÍTULO II n) Estr. Poço Largado (Entre João Duarte e Vic. Jardim);
DAS ZONAS INTEGRANTES DOS TERRITÓRIOS DE QUALIFI- o) Estr. Rio do Ouro (Trecho da Estr. Velha de Maricá);
CAÇÃO p) Estr. 22 de Outubro.
SEÇÃO I
Art. 14 Zonas de Centralidades são porções do território DAS ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL
destinadas à promoção de atividades típicas de subcentros re-
gionais ou de centro de bairros, em que se pretende promover Art. 17 As Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS) são
o uso misto, com densidades construtiva e demográfica médias, porções do território destinadas, predominantemente, à mora-
manter as atividades comerciais e de serviços existentes e pro- dia digna para a população da baixa renda por intermédio de
mover a qualificação paisagística e dos espaços públicos, sendo melhorias urbanísticas, recuperação ambiental e regularização
subdivididas em: fundiária de assentamentos precários e irregulares, bem como
I - Zona Centralidade Urbana (ZC): são porções do território à provisão de novas Habitações de Interesse Social - HIS a serem
formadas pelos lotes lindeiros às vias que exercem alguma es- dotadas de equipamentos sociais, infraestruturas, áreas verdes
truturação local ou regional. e comércios e serviços locais, situadas na zona urbana.

186
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 18 As ZEIS são definidas nos seguintes termos: Art. 21 Os planos de urbanização em ZEIS devem conter, de
I - são áreas caracterizadas pela presença de favelas, lote- acordo com as características e dimensão da área, os seguintes
amentos irregulares e empreendimentos habitacionais de inte- elementos:
resse social, e assentamentos habitacionais populares, habita- I - análise sobre o contexto da área, incluindo aspectos físi-
dos predominantemente por população de baixa renda, onde co-ambientais, urbanísticos, fundiários, socioeconômicos e de-
haja interesse público em manter a população moradora e pro- mográficos, identificação de áreas de risco, entre outros;
mover a regularização fundiária e urbanística, recuperação am- II - cadastramento dos moradores da área, a ser realizado
biental e produção de Habitação de Interesse Social; pelo Núcleo de Regularização Fundiária, vinculado à Secretaria
II - são áreas caracterizadas por glebas ou lotes não edifi- Municipal de Habitação e Regularização Fundiária;
cados ou subutilizados, adequados à urbanização e onde haja III - diretrizes, índices e parâmetros urbanísticos para o par-
interesse público ou privado em produzir Empreendimentos de celamento, uso e ocupação do solo, respeitando a tipicidade da
Habitação de Interesse Social; ocupação e garantindo condições adequadas de moradia;
III - são áreas com ocorrência de imóveis ociosos, subutili- IV - projeto para o remembramento e parcelamento de lo-
zados, não utilizados, encortiçados ou deteriorados localizados tes, no caso de assentamentos ocupados e para a implantação
em regiões dotadas de serviços, equipamentos e infraestruturas de novas unidades quando necessário;
urbanas, boa oferta de empregos, onde haja interesse público V - atendimento integral por rede pública de água e esgo-
ou privado em promover Empreendimentos de Habitação de In- tos, quando existentes, bem como coleta, preferencialmente se-
teresse Social; letiva, regular e transporte dos resíduos sólidos;
IV - são lotes ou conjunto de lotes, preferencialmente vazios VI - sistema de drenagem e manejo das águas pluviais;
ou subutilizados, situados em áreas dotadas ou com viabilidade VII - previsão de áreas verdes, equipamentos sociais e usos
de serem dotadas de serviços, equipamentos e infraestruturas complementares ao habitacional, seja dentro dos limites das
urbanas, onde haja interesse público ou privado em produzir ZEIS ou em seu entorno, a depender das características da in-
empreendimentos habitacionais de interesse social. tervenção;
§ 1º Além das ZEIS delimitadas na presente lei, outras pode- VIII - dimensionamento físico e financeiro das intervenções
rão ser instituídas posteriormente por ato do Poder Executivo, propostas e das fontes de recursos necessários para a execução
contanto que enquadrados em ao menos uma das definições da intervenção;
previstas nos incisos do caput do presente artigo. IX - formas de participação dos beneficiários na formulação
§ 2º A Sociedade Civil Organizada poderá apresentar pro- e implantação da intervenção;
posta de criação de ZEIS à Secretaria Municipal de Habitação e X - projeto de trabalho social prévio, durante e pós-ocupa-
Regularização Fundiária, que analisará sua viabilidade. ção;
§ 3º Fica vedada a demarcação de novas ZEIS nas áreas que XI - soluções para a regularização fundiária do assentamen-
apresentem risco à saúde ou à vida, salvo quando saneados, to, de forma a garantir a segurança de posse dos imóveis para
quando em áreas consolidadas ou que não tenham risco de es- os moradores;
corregamento e inundação comprovados por laudo técnico. XII - soluções e instrumentos aplicáveis para viabilizar a re-
§ 4º Não será admitida a demarcação de ZEIS em áreas to- gularização dos usos não residenciais já instalados, em especial
talmente ocupadas por remanescentes florestais de Mata Atlân- aqueles destinados à geração de emprego e renda e à realização
tica. de atividades religiosas e associativas de caráter social.
§ 5º A área máxima de lote para fins de regularização fun- § 1º Os planos de urbanização poderão abranger áreas dis-
diária será de 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) tintas demarcadas como ZEIS, bem como partes de uma única
sem restrição de testada e área mínima. ZEIS.
§ 2º Em ZEIS, a regularização do parcelamento do solo, bem
Art. 19 A indicação da demanda para as unidades de Habi-
como das edificações e usos pré-existentes, deverá observar as
tação de Interesse Social - HIS produzidas a partir da aprovação
diretrizes, índices e parâmetros urbanísticos estabelecidos pelo
desta lei será regulamentada pelo Executivo, com observância
plano de urbanização.
do Plano Local de Habitação de Interesse social - PLHIS ou das
§ 3º Nas ZEIS que não forem atendidas integralmente pelos
normas específicas de programas habitacionais que contam com
serviços públicos elencados nos incisos IV, V e VI, o Órgão ou a
subvenção da União, do Estado ou do Município.
Concessionária competente deverão ser ouvidos para apresen-
Art. 20 Os planos de urbanização de ZEIS indicadas no art.
tar solução adequada.
18, incisos I e II, deverão ser formulados preferencialmente pelo
Art. 22 Nas ZEIS previstas no art. 18, inciso II, ficam estabe-
Executivo, com a participação direta de seus respectivos mora-
lecidas as seguintes disposições complementares:
dores, quando se tratar de áreas consolidadas. I - averbação prévia de área verde, podendo esta ser doada
§ 1º Os moradores e suas entidades representativas de ZEIS para a criação de parque municipal ou praça pública;
poderão tomar a iniciativa de elaborar planos de urbanização, II - preservação, ou recuperação quando for o caso, das áre-
que serão submetidos à Prefeitura para aprovação. as de preservação permanente;
§ 2º No caso de iniciativa definida no parágrafo anterior, III - atendimento integral por rede pública de água e esgo-
assim como para a realização de regularização fundiária, a Pre- tos, quando existentes, bem como coleta, preferencialmente se-
feitura disponibilizará assistência técnica, jurídica e social à po- letiva, regular e transporte dos resíduos sólidos;
pulação moradora das ZEIS. IV - sistema de drenagem e manejo das águas pluviais;

187
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

V - atendimento às condicionantes dos planos de manejo II - Zona Residencial 2 (ZR-2): áreas destinadas exclusiva-
quando se tratar de área inserida em unidade de conservação, mente ao uso residencial com predominância de lotes de pe-
inclusive zona de amortecimento. queno e médio porte.
Art. 23 Nas ZEIS previstas no art. 18, inciso IV, que conte- III - Zona Residencial ambiental (ZR-a): áreas destinadas ex-
nham um conjunto de imóveis ou de quadras deverá ser elabo- clusivamente ao uso residencial com predominância de lotes de
rado um projeto de intervenção pelo Núcleo de Regularização grande porte.
Fundiária - NURF, vinculado à Secretaria Municipal de Habitação Art. 26 Zonas de Preservação e Desenvolvimento Sustentá-
e Regularização Fundiária, contendo, de acordo com as caracte- vel (ZPDS) são porções do território destinadas à conservação
rísticas e dimensão da área, os seguintes elementos: da paisagem e à implantação de atividades econômicas compa-
I - análise sobre o contexto da área, incluindo aspectos físi- tíveis com a manutenção e recuperação dos serviços ambientais
co-ambientais, urbanísticos, fundiários, socioeconômicos e de- por elas prestados, em especial os relacionados às cadeias pro-
mográficos, entre outros; dutivas da agricultura e do turismo, de densidades demográfica
II - cadastramento dos moradores da área, quando ocupada, e construtiva baixas.
a ser realizado pelo Núcleo de Regularização Fundiária - NURF, Art. 27 Zonas de Conservação da Vida Silvestre (ZCVS) são
vinculado à Secretaria Municipal de Habitação e Regularização porções do território do Município destinadas à conservação
Fundiária; e proteção do patrimônio ambiental, que têm como principais
III - projeto com proposta para o parcelamento ou remem- atributos remanescentes de Mata Atlântica e outras formações
bramento de lotes e plano de massas associado a quadro de áre- de vegetação nativa, arborização de relevância ambiental, ve-
as construídas por uso; getação significativa, alto índice de permeabilidade e existência
IV - previsão de áreas verdes, equipamentos sociais e usos de nascentes, incluindo a transição para as áreas naturais que
complementares ao habitacional, a depender das características prestam relevantes serviços ambientais, entre os quais a con-
da intervenção; servação da biodiversidade, controle de processos erosivos e de
V - dimensionamento físico e financeiro das intervenções inundação, produção de água e regulação microclimática.
propostas e das fontes de recursos necessários para a execução Art. 28 Zonas de Proteção da Vida Silvestre (ZPVS) são
da intervenção; porções do território destinadas a parques estaduais, parques
VI - formas de participação dos moradores da área, quando naturais municipais e outras Unidades de Conservação de Pro-
ocupada, e dos futuros beneficiários quando previamente orga- teção Integral e de Uso Sustentável, definidas pela legislação
nizados, na implantação da intervenção; municipal, estadual e federal vigentes, existentes e que vierem
VII - projeto de trabalho social prévio, durante e pós-ocu- a ser criadas no Município, bem como das Áreas de Proteção
pação; Permanente, tendo por objetivo a preservação dos ecossistemas
VIII - soluções para a regularização fundiária, de forma a e permitindo apenas a pesquisa, o ecoturismo e a educação am-
garantir a segurança de posse dos imóveis para os moradores. biental.
§ 1º Nas ZEIS previstas no caput, em caso de demolição de § 1º Todo parque municipal que for implantado será ZPVS,
edificação usada como cortiço, as moradias produzidas no terre- independentemente da zona na qual se insere.
no deverão ser destinadas prioritariamente à população mora- § 2º As características de ocupação do solo das zonas ZPVS
dora no antigo imóvel. que abrangem parques estaduais, parques naturais municipais e
§ 2º Nas ZEIS previstas no caput, no caso de reforma de outras Unidades de Conservação de Proteção Integral e de Uso
edificação existente para a produção de HIS, serão admitidas, Sustentável definidas pela legislação federal deverão obedecer
variações de parâmetros e normas edilícias, sem prejuízo das ao Plano de Manejo de responsabilidade dos órgãos afetos a
condições de estabilidade, segurança e salubridade das edifica- cada unidade.
ções e equipamentos. § 3º Para fins de emissão de licenças e alvarás de funciona-
Art. 24 Nos Empreendimentos de Interesse Social E-HIS a mento em ZPVS, deverão ser observadas as disposições estabe-
serem edificados sob a égide do Programa “Minha Casa Minha lecidas no Plano de Manejo de cada Unidade de Conservação.
Vida”, expressamente reconhecidos pela Secretaria Municipal § 4º Para as zonas ZPVS que não abrangem parques estadu-
de Habitação e Regularização Fundiária, as edificações com até ais, parques naturais municipais e outras Unidades de Conserva-
5 (cinco) pavimentos ficam isentas de elevadores. ção de Proteção Integral e de Uso Sustentável definidas pela le-
gislação federal, ou que não possuem plano de manejo, não são
CAPÍTULO III admitidos o parcelamento e a edificação, exceto as intervenções
DAS ZONAS INTEGRANTES DOS TERRITÓRIOS DE PRESER- indispensáveis à recuperação, pesquisas científicas e atividades
VAÇÃO de educação e fiscalização ambientais.
§ 5º Fica autorizado o Executivo Municipal a celebrar o acor-
Art. 25 Zonas Residenciais são porções do território destina- do com o Governo Estadual para anexar remanescentes flores-
das ao uso residencial, com densidade demográfica baixa, sendo tais de Mata Atlântica ao Parque Estadual da Serra da Tiririca nos
subdivididas em: casos em que a área seja identificada como de alto interesse de
I - Zona Residencial 1 (ZR-1): áreas destinadas majoritaria- preservação da biodiversidade local.
mente ao uso residencial e aos serviços de moradia, tais como
casas de repouso e asilos, bem como atividades não residenciais
compatíveis com o uso residencial, com densidades construtiva
e demográfica baixas.

188
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO I Art. 32 Ficam indicados como territórios e imóveis a serem


DAS ZONAS ESPECIAIS DE PRESERVAÇÃO PAISAGÍSTICA E classificados como ZEPAC aqueles listados no Quadro 5 e delimi-
CULTURAL (ZEPAC) tados no Mapa 4 ambos anexos à presente lei.
§ 1º O Executivo terá o prazo de 1 ano (um ano) para con-
Art. 29 Zonas Especiais de Preservação Paisagística e Cultu- cluir estudo sobre a classificação como ZEPAC dos imóveis des-
ral (ZEPAC) são porções do território destinadas à preservação, critos no caput.
valorização e salvaguarda dos bens de valor histórico, artístico, § 2º Além das ZEPAC delimitadas na presente lei, outras
arquitetônico, arqueológico e paisagístico, doravante definidos poderão ser instituídas posteriormente, por ato do Poder Exe-
como patrimônio cultural, podendo se configurar como elemen- cutivo.
tos construídos, edificações e suas respectivas áreas ou lotes; § 3º Fica permitida a incidência de ZEPAC em todo o territó-
conjuntos arquitetônicos, sítios urbanos ou rurais; sítios arque- rio da Região de Pendotiba, inclusive na zona ZEU.
ológicos, áreas indígenas, espaços públicos; templos religiosos, Art. 33 Aos imóveis classificados como ZEPAC/IIP poderá ser
elementos paisagísticos; conjuntos urbanos, espaços e estrutu- concedida benefícios fiscais como incentivo à conservação ou
ras que dão suporte ao patrimônio imaterial e/ou a usos de va- restauração nos termos da legislação vigente.
lor socialmente atribuído. Parágrafo único. A concessão dessa isenção dependerá de
§ 1º Os imóveis ou áreas que são ou que vierem a ser tom- lei específica e de manifestação favorável dos órgãos de preser-
badas ou protegidas por legislação Municipal, Estadual ou Fede- vação competentes quanto ao:
ral enquadrar-se-ão como ZEPAC. I - projeto de restauro ou recuperação proposto, ficando,
§ 2º São permitidos usos residenciais e não residenciais em neste caso, a isenção do IPTU vinculada à realização da obra;
ZEPAC, observando o disposto no Quadro 4 da presente Lei. II - estado de conservação do imóvel.
Art. 30 As ZEPAC classificam-se em 4 (quatro) categorias de Art. 34 A conservação de imóvel enquadrado como ZEPAC
acordo com as respectivas resoluções de tombamento ou instru- constitui obrigação do proprietário, que deverá manter, cuidar e
mentos de proteção instituídos por órgãos municipais, estaduais proteger devidamente o imóvel para assegurar sua integridade
e federais: e evitar sua perda, destruição ou deterioração, sob pena de apli-
I - Imóveis de Interesse de Preservação (IIP): elementos cação das sanções previstas em lei.
construídos, edificações e suas respectivas áreas ou lotes, com Art. 35 A colocação de anúncios indicativos em imóveis en-
valor histórico, arquitetônico, paisagístico, artístico, arqueológi- quadrados como ZEPAC ficará condicionada à prévia autorização
co e/ou cultural, inclusive os que tenham valor referencial para do órgão municipal competente, que fixará as condições para a
a comunidade; instalação dos mesmos, de forma a não comprometer a visibili-
II - Área de Proteção do Ambiente Urbano (APAU): porções dade e as características do imóvel protegido, sendo proibida a
do território com características singulares do ponto de vista colocação de anúncios publicitários.
da morfologia urbana, arquitetônica, paisagística, ou do ponto § 1º É vedado o recobrimento das fachadas com painéis ou
de vista cultural e simbólico, ou conjuntos urbanos dotados de outros dispositivos, ainda que não contenham mensagem pu-
identidade e memória, possuidores de características homogê- blicitária.
neas quanto ao traçado viário, vegetação e índices urbanísticos, § 2º Constatada a não observância do disposto neste artigo,
que constituem documentos representativos do processo de ur- o infrator estará sujeito a penalidades.
banização de determinada época; Art. 36 Nos imóveis enquadrados como ZEPAC os remem-
III - Áreas de Proteção Paisagística (APPa): sítios e logradou- bramentos e desdobro de lotes, desmembramento de glebas,
ros com características ambientais, naturais ou antrópicas, tais as demolições, reformas, reparos, pintura interna e externa,
como parques, jardins, praças, monumentos, viadutos, pontes, reconstruções ou novas edificações, bem como o corte de ve-
passarelas e formações naturais significativas, áreas indígenas, getação arbórea, ficam sujeitas às diretrizes e à prévia autoriza-
entre outras; ção por órgão municipal a ser definido por decreto do Executivo
IV - Área de Proteção do Ambiente Cultural (APAC): imóveis tendo em vista a preservação das características urbanas e am-
de produção e fruição cultural, destinados à formação, produ- bientais existentes.
ção e exibição pública de conteúdos culturais e artísticos, como § 1º Os pedidos referentes ao disposto neste artigo serão
teatros e cinemas de rua, circos, centros culturais, residências apreciados e decididos pelo Executivo no prazo de 90 (noventa)
artísticas e assemelhados, assim como espaços com significado dias, prorrogável este prazo por decisão fundamentada da au-
afetivo, simbólico e religioso para a comunidade, cuja proteção toridade competente, podendo ainda ser ouvidos, para os fins
é necessária à manutenção da identidade e memória do Muni- de direito, os órgãos federal, estadual e municipal competentes.
cípio e de seus habitantes, para a dinamização da vida cultural, § 2º As normas para apreciação dos casos que se enqua-
social, urbana, turística e econômica da cidade. drem neste artigo serão objeto de regulamentação por decreto.
Parágrafo único. Os bens ou áreas que se enquadram como § 3º O não atendimento das diretrizes fixadas sujeitará o
ZEPAC poderão ser classificados em mais de uma das categorias proprietário à obrigação de repor o imóvel nas condições ante-
definidas no presente artigo. riores.
Art. 31 Nas ZEPAC, a disciplina de parcelamento, uso e ocu- Art. 37 Nos casos de ocorrência de vegetação significativa
pação do solo terá como referência os parâmetros estabelecidos em imóveis enquadrados como ZEPAC o Executivo, ouvidos ór-
na presente lei e complementarmente as disposições de tom- gãos municipais competentes, fixará diretrizes para proteção e
bamento. manejo dessa vegetação.

189
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 38 Nos imóveis enquadrados como ZEPAC, constatada CAPÍTULO I


a paralisação da obra ou sua desconformidade com o projeto DOS PARÂMETROS DE PARCELAMENTO DO SOLO
aprovado, esgotado o prazo da correspondente intimação, a
isenção dos tributos e o certificado, serão cancelados, expe- Art. 42 São parâmetros de parcelamento do solo, dentre ou-
dindo-se Auto de Intimação e cientificando-se órgão municipal tros, aqueles relativos:
competente para a cobrança equivalente ao benefício, exercício I - à quadra:
a exercício, atualizada monetariamente e acrescida de juros de a) área máxima de quadra;
mora, desde as datas originalmente assinaladas para o paga- b) comprimento máximo da face de quadra.
mento integral do imposto, sendo: II - ao lote:
I - com imposição de multa, no valor de referência M20 dis- a) área mínima de lote;
posto no anexo 1 da Lei nº 2.597/08 (Código Tributário Munici- b) área máxima de lote;
pal de Niterói) e sem prejuízo das medidas penais cabíveis, nos c) frente mínima de lote;
casos em que constatado, pela autoridade competente, o dolo, d) frente máxima de lote.
fraude ou simulação do interessado ou de terceiro em benefício III - ao sistema viário:
dele; a) largura mínima de passeio público ou via de pedestre;
II - sem imposição de multa, nos demais casos. b) largura mínima de caixa de rolamento;
Art. 39 Constatada a não conservação, recobrimento, aban- c) largura mínima de ciclovia;
dono ou alteração do imóvel enquadrado como ZEPAC, será ex- d) declividade das vias;
pedida intimação ao proprietário para execução das obras ne- e) área mínima do lote ou gleba a ser destinada à Munici-
cessárias à sua manutenção, no prazo de até 180 (cento e oiten- palidade;
ta) dias, prorrogáveis a critério do órgão municipal competente. IV - às áreas mínimas das áreas verdes e institucionais.
§ 1º Caso as providências necessárias para a recuperação Art. 43 A área máxima de quadra se aplica somente para
do imóvel enquadrado como ZEPAC não tenham sido concluídas novos loteamentos na Região de Pendotiba e será de no máxi-
no prazo determinado, o proprietário ficará sujeito à multa no mo 10.000m² (dez mil metros quadrados), variando conforme
valor de referência M10 disposto no anexo 1 da Lei nº 2.597/08 a zona, de acordo com os valores estabelecidos no Quadro 2A
(Código Tributário Municipal de Niterói) bem como à cassação anexo à presente lei, em atendimento às diretrizes estabelecidas
imediata dos benefícios concedidos. nas respectivas zonas e usos.
§ 2º Decorridos 30 (trinta) dias da aplicação da primeira Art. 44 O comprimento máximo de face de quadra se aplica
multa e constatado o não cumprimento da intimação, será apli- somente para novos loteamentos na Região de Pendotiba e será
cada multa diária, no valor de referência M5 disposto no anexo de 100m (cem metros).
1 da Lei nº 2.597/08 (Código Tributário Municipal de Niterói). Parágrafo único. O comprimento máximo de face de quadra
Art. 40 A demolição, destruição proposital ou causada pela poderá variar conforme a zona, de acordo com os valores esta-
não conservação ou descaracterização irreversível do imóvel belecidos no Quadro 2A anexo a presente lei, em atendimento
enquadrado como ZEPAC acarretará a aplicação das seguintes às diretrizes estabelecidas nas respectivas zonas e usos.
penalidades: Art. 45 A área mínima de lote na Região de Pendotiba será
I - multa, equivalente a duas vezes o valor de referência M de 600m² (seiscentos metros quadrados).
20 disposto no anexo 1 da Lei municipal nº 2.597/08 (Código § 1º A dimensão determinada no caput deste artigo poderá
Tributário Municipal de Niterói); variar conforme zonas.
II - a extinção da faculdade de transferência do potencial § 2º Áreas menores que 600m² (seiscentos metros quadra-
construtivo; dos) serão admitidas somente nos casos de regularização fundi-
III - o cancelamento das isenções previstas no art. 33 desta ária de interesse social e de urbanização específica.
lei. § 3º As áreas mínimas de lote estão estabelecidas no Qua-
Parágrafo único. No lote remanescente da demolição ou dro 2A anexo à presente lei.
destruição de imóvel enquadrado como ZEPAC aplicar-se-ão as Art. 46 A área máxima de lote na Região de Pendotiba será
seguintes disposições: de 10.000m² (dez mil metros quadrados).
I - proibição de qualquer uso não residencial - nR; Parágrafo único. O lote máximo poderá variar conforme
II - proibição de instalação de estações de retransmissão de a zona, de acordo com os valores estabelecidos no Quadro 2A
sinais de telefonia fixa ou móvel; anexo à presente lei, em atendimento às diretrizes estabelecidas
III - proibição de instalação de anúncios; nas respectivas zonas e usos.
IV - proibição de remembramento ou desdobro de lote. Art. 47 A frente mínima de lote na Região de Pendotiba será
de 15m (quinze metros).
TÍTULO III § 1º A frente mínima poderá variar conforme zonas, sendo
DO PARCELAMENTO DO SOLO que a frente mínima inferior a 15m (quinze metros) será admi-
tida somente nos casos de regularização fundiária de interesse
Art. 41 A disciplina do parcelamento do solo regula a divi- social.
são ou redivisão do solo, objetivando o equilíbrio entre áreas § 2º A frente mínima de lote está estabelecida no Quadro
públicas e privadas e seu adequado aproveitamento urbanístico. 2A anexo à presente lei.
Art. 48 A frente máxima de lote na Região de Pendotiba será
de 100m (cem metros).

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Parágrafo único. A frente máxima de lote poderá variar § 7º Fica excluída do cálculo de área de doação, a que se
conforme a zona, de acordo com os valores estabelecidos no refere os incisos I, II e III, a parcela da gleba inserida em ZPVS.
Quadro 2A anexo à presente lei, em atendimento às diretrizes § 8º O disposto neste artigo não se aplica aos Empreendi-
estabelecidas nas respectivas zonas e usos. mentos de Interesse Social - EHIS, expressamente reconhecidos
Art. 49 Ficam excluídos do disposto nos pela Secretaria Municipal de Habitação e Regularização Fundi-
Art. 43 , Art. 44, Art. 46 e ária.
Art. 48 os seguintes usos: § 9º As edificações que não atenderem o disposto neste ar-
I - Base militar; tigo, ficam obrigadas a atender o disposto no artigo 51.
II - Cemitérios;
III - Classificados na subcategoria de uso Ind-2; CAPÍTULO II
IV - Classificados na subcategoria de uso INFRA; DAS MODALIDADES DE PARCELAMENTO DO SOLO
V - Classificados nos grupos de atividade de serviços públi-
cos sociais; Art. 52 São modalidades de parcelamento do solo:
VI - Clubes esportivos e clubes de campo; I - Loteamento;
VII - Corpo de bombeiros; II - Desmembramento.
VIII - Centros esportivos; VIX - Hospitais; § 1º As exigências e/ou os incentivos relativos às modalida-
X - Parques públicos; des do caput encontram-se nos arts. 74 e 75 e nos Quadros 2 e
XI - Praças; 2A anexos à presente lei.
XII - Unidades de conservação; § 2º Sem prejuízo do disposto no caput do presente artigo,
Art. 50 A edificação em glebas não parceladas, independen- é admitida a figura do condomínio horizontal na região de Pen-
temente de sua área ou do volume da construção, ficam condi- dotiba.
cionadas ao prévio parcelamento do solo, com a imposição de Art. 53 São modalidades de reparcelamento do solo:
transferência de área ao domínio público municipal, na forma na I - Remembramento;
forma da Lei Federal nº 6.766/79 e legislação municipal. II - Desdobro.
Parágrafo único. Reputa-se irregular, a merecer as penas Parágrafo único. As exigências e/ou os incentivos relativos
previstas na legislação municipal, a edificação que não observe às modalidades do caput encontram-se nos 74 e 75 e nos Qua-
o disposto no caput do presente artigo. dros 2 e 2A anexos à presente lei.
Art. 51 Fica permitida a construção de edificação cole-
tiva com mais de 20 unidades em glebas e lotes com mais de TÍTULO IV
10.000m² (dez mil metros quadrados), situadas fora das zonas DA OCUPAÇÃO DO SOLO
ZEU e ZC e respeitados os demais parâmetros definidos para
cada uma das zonas, em contrapartida à destinação de área pú- Art. 54 As normas de ocupação do solo tratam da forma de
blica municipal, da seguinte forma: edificar nas glebas, lotes e demais áreas na Região de Pendotiba,
I - oito por cento da gleba nas edificações com área edificá-
de modo a constituir um sistema edificado que tenha a quadra
vel computável (aec) inferior a oito mil metros quadrados;
como referência de composição da paisagem.
II - dez por cento da gleba nas edificações com área edificá-
vel computável (aec) igual ou superior a oito mil metros quadra-
CAPÍTULO I
dos e inferior a doze mil metros quadrados;
DOS PARÂMETROS DE OCUPÇÃO DO SOLO
III - quinze por cento da gleba nas edificações com área
edificável computável (aec) igual ou superior a doze mil metros
Art. 55 São parâmetros de ocupação do solo, dentre outros:
quadrados.
I - Coeficiente de aproveitamento (CA);
§ 1º A área a ser doada ao Município deverá ter acesso di-
II - Taxa de Ocupação (TO);
reto à logradouro público e testada mínima de 12 (doze) metros.
§ 2º As áreas a serem incorporadas aos logradouros sujeitos III - Gabarito máximo (GAB);
a novo alinhamento de terreno poderão ser utilizadas no côm- IV - Gabarito de altura máxima (GAB-h);
puto que trata o caput. V - Afastamentos mínimos (AF);
§ 3º A área a ser doada ao Município poderá situar-se fora VI - Cota máxima de densidade (CD);
dos limites da gleba, resguardados no mínimo, no mesmo per- VII - Taxa de Permeabilidade (TP);
centual citado do inciso acima, valor equivalente e o interesse VIII - Taxa de Preservação (TPvs);
do Município, não podendo estar localizada em áreas com limi- IX - Cota de referência de gabarito.
tações urbanísticas ou administrativas. Art. 56 São parâmetros qualificadores da ocupação, de
§ 4º As áreas destinadas a lazer e a equipamentos públicos modo a promover melhor relação e proporção entre espaços
deverão ter condições adequadas a estes usos. públicos e privados:
§ 5º Os lotes situados, total ou parcialmente, em zona ZCVS I - Fruição Pública;
poderão ter as áreas de que trata o caput convertidas em áreas II - Fachada Ativa;
de preservação da vegetação nativa, sob domínio do particular, III - Limite de vedação do lote;
a serem acrescidas à taxa mínima de preservação. IV - Destinação de área para alargamento do passeio pú-
§ 6º Nas zonas ZEU e ZC, prevalece o disposto no art. 74. blico.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 57 Os valores dos parâmetros de ocupação são defini- IV - as áreas construídas ocupadas por vestiário para usu-
dos por zona e encontram-se no Quadro 3 anexo à presente lei. ários de bicicleta, localizadas no pavimento térreo, no embasa-
Parágrafo único. Os valores dos parâmetros de ocupação mento ou no subsolo e próximas ao estacionamento de bicicle-
para as áreas de proteção ao meio ambiente prevalecem sobre tas, até o limite de 22m² (vinte e dois metros quadrados);
os estabelecidos nesta lei. V - nos edifícios garagem, 50% (cinquenta por cento) da
Art. 58 O coeficiente de aproveitamento (CA) fica definido área total de construção, incluindo a área de circulação interna
em 3 categorias: de veículos;
I - coeficiente de aproveitamento mínimo (CAmin); VI - as áreas cobertas, em qualquer pavimento, destinadas
II - coeficiente de aproveitamento básico (CAB); às áreas comuns de circulação, incluindo a circulação vertical,
III - coeficiente de aproveitamento máximo (CAM). limitadas a 20% (vinte por cento) da área coberta do pavimento;
§ 1º Os potenciais construtivos definidos pelos coeficientes VII - nos lotes com testada superior a 20m (vinte metros),
de aproveitamento são aplicados exclusivamente nas áreas so- localizados nas zonas ZEU e ZC, as áreas construídas no nível
bre as quais incide a zona. da rua com acesso direto ao logradouro, até o limite de 50%
§ 2º Quando um lote tiver incidência de duas ou mais zonas, (cinquenta por cento) da área do lote, destinadas a usos classi-
seu potencial construtivo será determinado pelo somatório da ficados na categoria não residencial que sejam permitidos nas
aplicação dos coeficientes de aproveitamento das zonas sobre a respectivas zonas;
parcela do lote na qual incidem. VIII - nos lotes localizados nas zonas ZEU e ZC, a área des-
tinada aos usos não residenciais permitidos nas respectivas
§ 3º O potencial construtivo de que trata o parágrafo ante-
zonas, até o limite de 20% (vinte por cento) da área edificável
rior poderá ser edificado em qualquer parcela do imóvel, desde
computável total do empreendimento, nos empreendimentos
que respeitados os demais parâmetros definidos para cada uma
de uso misto e nos Empreendimentos de Habitação de Interesse
das zonas.
Social - EHIS;
§ 4º Quando houver contrapartida por meio de doação de IX - a varanda em balanço, até o limite de 25% (vinte e cinco
área para alargamento de via ou construção de equipamentos por cento) da área útil da unidade;
públicos, os potenciais construtivos básico e máximo do rema- X - a marquise não sobreposta observada a projeção máxi-
nescente do lote serão calculados em função de sua área origi- ma de 50% (cinquenta por cento) sobre as faixas de afastamen-
nal e não será cobrada outorga onerosa do direito de construir to;
relativa ao potencial construtivo máximo correspondente à área XI - o jirau de lojas e comércio em geral, com no máximo
doada. 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) e ocupando no
§ 5º A doação de que trata o parágrafo anterior deverá máximo 50% (cinquenta por cento) da área útil da unidade;
ser registrada em Cartório de Registro de Imóveis e preceder a XII - a área técnica, sem permanência humana, destinada a
emissão do boletim de aceite de obras. equipamentos;
§ 6º A área dada pelo coeficiente de aproveitamento míni- XIII - o compartimento de apoio ao uso da unidade, até o
mo corresponde ao potencial construtivo mínimo exigido para limite de 4m² (quatro metros quadrados) por unidade habitacio-
o lote, podendo ser considerado subutilizado aquele que não o nal, localizado em pavimento destinado a estacionamento.
alcançar, devendo ser observado o disposto no artigo 10 da Lei XIV - as áreas das edificações destinadas ao uso de lazer co-
nº 1.157, de 4 de fevereiro de 1992 - Plano Diretor da Cidade. berto na subcategoria de uso R2v, limitadas a 25% (vinte e cinco
Art. 59 São consideradas áreas não computáveis para efeito por cento) da área do lote.
do cálculo do coeficiente de aproveitamento (CA): § 1º As áreas não computáveis não poderão exceder 55%
I - nas zonas ZEU e ZC, as áreas cobertas, em qualquer pa- (cinquenta e cinco por cento) da área total de construção da
vimento, ocupadas por manobra, estacionamento e circulação edificação.
de veículos, até o limite da cota de garagem adotada em projeto § 2º Para efeito de cálculo das áreas não computáveis pre-
onde o número de vagas não ultrapasse: vistas no inciso I, em edifícios de uso misto que tenham usos re-
a) nos usos residenciais, 2 (duas) vaga por unidade habita- sidenciais e não residenciais envolvendo uma ou mais subcate-
cional; gorias de uso não residenciais, ou em edifícios não residenciais
b) nos usos não residenciais, 1 (uma) vaga para cada 40m² envolvendo mais de uma subcategoria de uso não residencial,
deverá ser considerada a área construída utilizada para cada
(quarenta metros quadrados) de área edificável computável, ex-
subcategoria de uso.
cluídas as áreas computáveis ocupadas por vagas, desprezadas
Art. 60 A taxa de ocupação máxima do lote corresponderá
as frações;
à área das lâminas da edificação. Não será aplicada à parte dos
II - nas demais zonas, as áreas cobertas, em qualquer pavi-
subsolos, semienterrado, térreo e pavimento intermediário utili-
mento, ocupadas por manobra, estacionamento e circulação de zados para estacionamento de veículos, acesso e lazer, sem pre-
veículos, desde que seja observada a cota de garagem máxima juízo do atendimento da taxa de permeabilidade mínima exigida
igual a 30m² (trinta metros quadrados) por vaga. e do afastamento frontal mínimo exigido.
III - as áreas cobertas, localizadas no pavimento térreo, no Art. 61 Considera-se Gabarito máximo (GAB) o número total
embasamento ou no subsolo, ocupadas para o estacionamento de pavimentos de uma construção.
de bicicletas e motos até o limite de 2m² (dois metros quadra- § 1º Nas zonas ZEU, ZC, ZCOR e ZUM-1, serão admitidos um
dos) por unidade; pavimento enterrado, um semienterrado, um pavimento térreo
e um de cobertura, não computados no Gabarito máximo.

192
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 2º Para não ser computado no Gabarito máximo, o pavi- § 7º Nas demais zonas, será admitido um segundo pavimen-
mento semienterrado deverá ter no máximo 1,30m (um metro to enterrado, não computado no Gabarito de altura máxima,
e trinta centímetros) de altura acima do nível do solo até o piso desde que não implique em movimento de terra ou gere inter-
do térreo, contados a partir do nível médio da testada por onde ferência no lençol freático.
se fará o acesso à edificação, conforme ilustrado no Croquis 1 do Art. 63 Nos terrenos situados total ou parcialmente acima
Anexo I da presente Lei. da cota de referência de gabarito da zona correspondente, o ga-
§ 3º Para não ser computado no Gabarito máximo, o pavi- barito deverá ser reduzido de 1 (um) pavimento a cada 3,50m
mento térreo não poderá ter unidades privativas. (três metros e cinquenta centímetros) que se eleva em altitude,
§ 4º Para não ser computado no Gabarito máximo, o pavi- ficando sempre assegurado o gabarito mínimo de 3 (três) pavi-
mento de cobertura deverá estar contido em um único pavimen- mentos, exceto quando houver restrição específica estabeleci-
to, limitado a 50% (cinquenta por cento) da área do pavimento da na legislação, conforme ilustrado no Croquis 3 do Anexo I da
tipo imediatamente inferior; respeitar um afastamento mínimo presente Lei.
de 3,50m (três metros e cinquenta centímetros) em relação à § 1º Na Região de Pendotiba, considera-se Cota de Referên-
fachada frontal e de 1,50m (um metro e cinquenta centímetros) cia de Gabarito a cota topográfica de nível médio do meio-fio da
em relação as demais fachadas; e observar a altura máxima de testada por onde se fará o acesso à edificação.
3,50m (três metros e cinquenta centímetros). § 2º No caso de o acesso da edificação se dar por meio de
§ 5º Quando a edificação for colada nas divisas laterais o via interna, a Cota de Referência de Gabarito poderá ser o ponto
aproveitamento do pavimento cobertura fica dispensado do de meio fio situado em frente ao acesso principal de edificação.
afastamento nestas divisas. § 3º As referências de nível serão consideradas a partir da
§ 6º O pavimento de cobertura poderá se constituir em base cartográfica disponível no órgão municipal responsável
unidades independentes ou dependência do pavimento imedia- pela análise e licenciamento de obras.
tamente inferior, ter uso coletivo ou abrigar equipamentos tais Art. 64 Os afastamentos correspondem a:
como reservatórios e equipamentos mecânicos. I - afastamento mínimo de frente;
§ 7º Acima do pavimento de cobertura serão admitidos so- II - afastamento mínimos laterais;
mente compartimentos destinados aos equipamentos referidos III - afastamento mínimo de fundo.
no parágrafo anterior. Parágrafo único. Aplicar-se-ão regras diferenciadas em rela-
§ 8º Na zona ZEU, será admitido um segundo pavimento en- ção aos afastamentos mínimos para edificação com altura igual
terrado, não computado no Gabarito máximo. ou inferior a 10m (dez metros) e superior a 10m (dez metros).
§ 9º Nas demais zonas, será admitido um segundo pavimen- Art. 65 Os afastamentos laterais e de fundo ficam dispensa-
to enterrado, não computado no Gabarito máximo, desde que dos, observadas as restrições de normas de vizinhança previstas
não implique em movimento de terra ou gere interferência no no Código Civil:
lençol freático. I - Quando a altura da edificação for menor ou igual a 10m
§ 10 Nas edificações com até dois pavimentos, serão ad- (dez metros) e a testada do lote for de até 15m (quinze metros);
mitidos um pavimento semienterrado e um de cobertura, não II - Quando a altura da edificação for superior a 10m (dez
computados no Gabarito máximo. metros), para a face de lote em que o lote vizinho apresente
Art. 62 Para fins de cálculo Gabarito de altura máxima(GAB- edificação encostada na divisa do lote, até o gabarito de altura
-h) da edificação, considera-se a diferença entre o nível do pavi- da edificação existente.
mento térreo da edificação com acesso direto ao logradouro pú- Art. 66 Nas zonas ZEU, ZC, ZCOR e ZUM-1, o afastamento
blico e a laje de cobertura do último pavimento-tipo, excluídos de frente deverá observar o disposto quanto aos Parâmetros
um pavimento enterrado, um semienterrado e um de cobertura. Qualificadores da Ocupação, ao Sistema de Áreas Verdes e ao
§ 1º O pavimento térreo deverá ter altura máxima de 5,50m
Sistema de Hierarquização Viária da presente lei e não poderá
(cinco metros e cinquenta centímetros).
ser inferior a:
§ 2º Na soma da altura máxima os demais pavimentos deve-
a) 7m (sete metros) na testada de lote para as vias estrutu-
rão ter altura máxima de 3,50m (três metros e meio).
rantes do transporte público coletivo, localizados nas zonas ZEU,
§ 3º Fica liberado de restrições de altura o pé direito de pa-
ZC, ZCOR e ZUM-1;
vimentos da edificação, desde que respeitados o Gabarito Máxi-
b) 7m (sete metros) na testada de lote para as vias princi-
mo e o Gabarito de Altura Máxima das zonas.
pais de maior hierarquia viária e maior largura localizados nas
§ 4º Nas zonas ZEU, ZC, ZCOR e ZUM, o pavimento térreo,
zonas ZEU e ZC;
quando de uso não residencial ou de uso comum, poderá ter
c) 5m (cinco metros) na testada para as demais vias, de lo-
aproveitamento com pavimento intermediário, guardando sem-
pre distância mínima de 5,00m (cinco metros) em relação ao tes localizados nas zonas ZEU, ZC, ZCOR e ZUM- 1.
plano de fachada frontal do pavimento térreo. Parágrafo único. Nas edificações não residenciais ou mis-
§ 5º Nas zonas ZEU, ZC, ZCOR e ZUM, o cálculo da altura má- tas, a área resultante da faixa de afastamento e recuo e o antigo
xima poderá ser acrescida em 1,00m (um metro) para soluções passeio deverão constituir novo passeio contínuo, a ser mantido
técnicas estruturais, de instalações elétrica ou hidráulica e de totalmente livre de edificações, instalações e equipamentos su-
equipamentos especiais. perficiais, bem como cercas, muros ou qualquer outro tipo de
§ 6º Na zona ZEU, será admitido um segundo pavimento en- barreira.
terrado, não computado no Gabarito de altura máxima.

193
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 67 As construções em subsolo quando aflorarem mais Art. 71 A contrapartida financeira à outorga onerosa de po-
de 5,5m (cinco metros e meio) em relação ao perfil natural do tencial adicional de construção será calculada segundo a seguin-
terreno, deverão observar os afastamentos laterais e de fundos te equação:
obrigatórios definidos no Quadro 3 anexo. C - = (AEC projetada - AEC básica)x 0,25 x V x Fs x Fp, onde:
Art. 68 As ocupações em terrenos com acentuado declive C - contrapartida financeira total;
e em encostas deverão observar o disposto pela legislação vi- V - valor em R$/m² do Custo Unitário Básico (CUB)para o
gente. projeto, nos termos da Lei Federal nº 4.591, de 16 de dezembro
de 1964;
SEÇÃO I Fs - fator de interesse social, entre 0 (zero) e 1 (um), confor-
DA OUTORGA ONEROSA DO DIREITO DE CONSTRUIR me Quadro 6 anexo;
Fp - fator de planejamento entre 0 (zero) e 1,3 (um e três
Art. 69 A Prefeitura poderá outorgar onerosamente o direi- décimos), conforme Quadro 7 anexo.
to de construir correspondente ao potencial adicional de cons- § 1º A AEC projetada deverá observar o limite estabelecido
trução mediante contrapartida financeira a ser prestada pelos pelo Coeficiente de Aproveitamento máximo.
beneficiários, nos termos dos art. 28 a 31 e seguintes do Esta- § 2º A AEC básica deverá observar o limite estabelecido pelo
tuto da Cidade, e de acordo com os critérios e procedimentos Coeficiente de Aproveitamento básico.
estabelecidos nesta lei. § 3º Em caso de não cumprimento da destinação ou do ta-
§ 1º Para o ordenamento e direcionamento da expansão ur- manho da unidade que motivou a utilização dos fatores Fs e Fp,
bana, bem como o cumprimento das estratégias de integração a Prefeitura procederá à cassação da licença ou ao cancelamen-
entre transporte e uso do solo da presente lei, 30% (trinta por to da isenção ou redução, bem como a sua cobrança em dobro a
cento) os recursos auferidos com as contrapartidas financeiras título de multa, acrescida de juros e correção monetária.
oriundas da outorga onerosa de potencial adicional de constru- § 4º Na hipótese de um empreendimento envolver mais de
ção dos empreendimentos da Região de Pendotiba serão desti- um imóvel, deverá prevalecer o maior valor de metro quadrado
nados ao Fundo Municipal de Mobilidade Urbana, criado pela dos imóveis envolvidos no projeto.
Lei nº 2.829 de 06 de maio de 2011. § 5º O valor V tomará como base os valores do Custo Uni-
§ 2º Os 70% (setenta por cento) restantes dos recursos au- tário Básico (CUB) de R8-N para projetos residenciais e CSL8-N
feridos com as contrapartidas financeiras oriundas da outorga para projetos não residenciais, com padrão de acabamento nor-
onerosa de potencial adicional de construção dos empreendi- mal.
mentos da Região de Pendotiba serão destinados ao Fundo Mu-
nicipal de Habitação de Interesse Social, criado pela Lei nº 3.073 CAPÍTULO II
de 07 de janeiro de 2014. DA OCUPAÇÃO INCENTIVADA E/OU CONDICIONADA
Art. 70 O potencial adicional de construção é bem jurídico
dominical, de titularidade da Prefeitura, com funções urbanísti- SEÇÃO I
cas e socioambientais. DOS PARÂMETROS QUALIFICADORES DA OCUPAÇÃO
§ 1º Considera-se potencial adicional de construção o cor-
respondente à diferença entre o potencial construtivo máximo e Art. 72 Na Região de Pendotiba, será obrigatória a adoção
o potencial construtivo básico. dos seguintes parâmetros qualificadores da ocupação:
§ 2º Para o cálculo do potencial construtivo adicional deve- I - limite máximo de vedação do lote por meio de muros ou
rão ser utilizados: outros planos cegos voltados para logradouros públicos de até
I - o coeficiente de aproveitamento básico no valor igual a 1 30m (trinta metros)contínuos do alinhamento de construção do
(um) nos Territórios de estruturação e de qualificação; lote, excetuados os muros de arrimo ou de vedação por segu-
II - o coeficiente de aproveitamento básico no valor igual a 1 rança institucional;
(um) nos Territórios de preservação urbana; II - as edificações que não estiverem contidas em um qua-
III - o coeficiente de aproveitamento básico no valor igual a drado de 50,00m (cinquenta metros) de lado por ultrapassarem
0,3 (zero vírgula três) nos Territórios de preservação ambiental; estas dimensões, deverão guardar afastamento para divisas e
IV - o coeficiente de aproveitamento máximo 5 (cinco) es- outras edificações equivalente, no mínimo,a 1/8 (um oitavo) do
tabelecido no Quadro 3 desta lei para as Zonas de Estruturação lado do novo quadrado;
Urbana; III - nas zonas ZEU, ZC e ZCOR, as edificações situadas em
V - o coeficiente de aproveitamento máximo 4 (quatro) es- vias cuja distancia entre as testadas for menor que 9,00m (nove
tabelecido para as ZC e ZCOR; metros) ficam com o gabarito máximo limitado a 4 pavimentos;
VI - o coeficiente de aproveitamento máximo 1 (um) estabe- IV - nas zonas ZEU, ZC e ZCOR, as edificações de uso R2v si-
lecido para os Territórios de preservação urbana; tuadas em vias sem saída deverão criar condições de retorno de
VII - o coeficiente de aproveitamento máximo 0,3 (zero vír- veículos no interior do lote com a transformação em logradouro
gula três) estabelecido para os Territórios de preservação am- público.
biental; Art. 73 Nas zonas ZEU, ZC, ZCOR e ZUM-1 no caso de a área
VIII - o coeficiente de aproveitamento máximo 1 (um) para de afastamento frontal ser destinada para alargamento de pas-
as áreas estabelecida para os Territórios de estruturação e de seio, os potenciais construtivos, básico e máximo do remanes-
qualificação e não relacionadas nos incisos III, IV e V; cente do lote serão calculados em função de sua área original, e

194
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

não será cobrada outorga onerosa correspondente ao potencial § 7º Os lotes situados, total ou parcialmente em zona ZCVS
construtivo máximo relativo à área destinada para alargamento poderão ter as áreas de que trata o inciso IV convertidas em áre-
de passeio, desde que atendidas simultaneamente as seguintes as de preservação da vegetação nativa, sob domínio do particu-
condições: lar, a serem acrescidas à taxa mínima de preservação.
I - A área resultante do afastamento frontal, destinada ao § 8º Fica excluída do cálculo de área de doação, a que se
alargamento do passeio público, e o antigo passeio deverão refere o incisos IV, a parcela da gleba inserida em ZPVS.
constituir um novo passeio contínuo, a ser mantido totalmente Art. 75 Nas zonas ZEU e ZC, quando a área do lote for infe-
livre de edificações e equipamentos, bem como cercas, muros rior a 10.000m² (dez mil metros quadrados) e possuir frente de
ou qualquer outro tipo de barreira; lote para via estruturante do transporte público coletivo, será
II - Fica vedada a utilização da área doada para guarda de obrigatória a adoção dos seguintes parâmetros qualificadores
veículos. da ocupação:
§ 1º O disposto no caput se aplica somente para edificações I - Fachada ativa em no mínimo 25% (vinte e cinco por cen-
novas e reformas com ampliação de área construída. to) do alinhamento de construção do lote em empreendimentos
§ 2º Nas zonas ZCOR, a área prevista no caput poderá ser residenciais ou não residenciais;
utilizada para fins de atendimento da taxa mínima de perme-
II - Limite de 30% (vinte e cinco por cento) de vedação no
abilidade e de aplicação dos dispositivos do Sistema de Áreas
alinhamento de construção do lote com muros ou planos cegos.
Verdes.
Art. 76 Em lotes com área até 5.000m² (cinco mil metros
§ 3º Nas zonas ZEU e ZC, a área prevista no caput poderá ser
quadrados) localizados nas zonas ZEU e ZC, no caso de uma par-
utilizada para fins de cálculo da área de Fruição Pública.
§ 4º A doação prevista no caput deverá ser registrada em cela do lote ser destinada à integração de passeio, os potenciais
Cartório de Registro de Imóveis e preceder a primeira renovação construtivos, básico e máximo do remanescente do lote serão
da licença de obras. calculados em função de sua área original, e não será cobrada
Art. 74 Nas zonas ZEU e ZC, quando a área do lote for supe- outorga onerosa correspondente à metade do potencial cons-
rior a 10.000m² (dez mil metros quadrados), será obrigatória a trutivo máximo relativo à área destinada à integração de pas-
adoção dos seguintes parâmetros qualificadores da ocupação: seio, desde que atendidas simultaneamente as seguintes con-
I - Fruição pública nos empreendimentos de usos não resi- dições:
denciais permitidos nas respectivas zonas, em área equivalente I - a área destinada à integração de passeio tenha no mí-
a no mínimo 20% (vinte por cento) da área do lote, em espaço nimo 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) e esteja
livre ou edificado; localizada junto ao alinhamento da via, ao nível do passeio pú-
II - Limite de 25% (vinte e cinco por cento) de vedação no blico, sem fechamento e não ocupada por construções ou guar-
alinhamento de construção do lote com muros ou outros planos da de veículos;
cegos; II - a área destinada à integração de passeio deverá ser per-
III - Fachada ativa em no mínimo 25% (vinte e cinco por cen- manentemente aberta;
to) do alinhamento de construção do lote em empreendimentos III - a área destinada à integração de passeio seja devida-
residenciais ou não residenciais; mente averbada em Cartório de Registro de Imóveis.
IV - Destinação à Prefeitura de área correspondente a 20% Art. 77 Causam impacto sobre a morfologia urbana as edifi-
(vinte por cento) da área do lote. cações cuja forma, tipo ou porte, impliquem em conflito com a
§ 1º O disposto no caput se aplica somente para edificações morfologia natural ou edificada local, como:
novas e reformas com ampliação de área construída. I - obstrução de vistas públicas notáveis que se constituam
§ 2º Quando o lote possuir testada para dois logradouros em horizonte visual de ruas e praças, tanto naturais, como em
diferentes, existentes ou previstos em Projeto de Alinhamento orlas de mar, lagoa e franjas de morros, quanto edificadas como
Aprovado, deverá ser priorizada solução que crie pelo menos no caso de marcos de referência local;
uma nova ligação pública para circulação de pedestres conec- II - desertificação de passeios por extensão excessiva de mu-
tando os diferentes logradouros, podendo ser utilizada para o
ros e paredes cegas, superiores a 30,00m (trinta metros), e con-
cálculo da área de fruição pública definida pelo inciso I.
sequente perda de vitalidade urbana, ou empobrecimento esté-
§ 3º Para aplicação do disposto no inciso IV, órgão municipal
tico da paisagem da rua e de sua ambiência urbana, excetuados
competente definirá diretrizes para a destinação, com base nas
os muros de arrimo ou de vedação por segurança institucional;
deficiências do bairro ou do distrito em relação à cobertura dos
serviços públicos e à oferta de áreas verdes. III - interrupção significativa do alinhamento com outras
§ 4º A destinação prevista no inciso IV deverá ser registrada edificações, que se constitua em exceção à situação dominante,
em Cartório de Registro de Imóveis e preceder a emissão do al- resguardada a oportunidade de seu papel contrastante como
vará de execução de obras. marco de referencia local;
§ 5º A área a ser doada ao Município poderá situar-se fora IV - contraste ostensivo de volume em relação à escala do-
dos limites da gleba, resguardados no mínimo, no mesmo per- minante na massa edificada local, provocando conflito de pro-
centual citado do inciso acima, valor equivalente e o interesse porções com outras edificações, com a rua ou a praça, resguar-
do Município, não podendo estar localizada em áreas com limi- dada a oportunidade de seu papel como marco de referência,
tações urbanísticas ou administrativas. para o qual suas proporções deverão ser adequadas;
§ 6º As áreas destinadas a lazer e a equipamentos públicos
deverão ter condições adequadas a estes usos.

195
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

V - criação de vazios desproporcionais à massa edificada lo- Art. 80 Todos os lotes deverão atender à taxa mínima de
cal ou que provoquem sua descontinuidade, interrompendo a permeabilidade ou de preservação estabelecidas para cada
típica contiguidade urbana da rua, com exceção da necessidade zona, conforme o Quadro 3.
de se abrir ou se manter espaços para observação de vistas no- Art. 81 Nas zonas ZCOR, o afastamento frontal deverá ter
táveis a que se refere o item I; projeto paisagístico e de arborização prevendo a criação de can-
VI - edificações coletivas situadas em vias cuja distancia en- teiros ajardinados nas áreas que não sejam necessárias ao aces-
tre as testadas for menor que 9,00m (nove metros), que, quan- so à edificação.
do superiores a 4 pavimentos podem provocar uma ambiência I - O disposto no caput não dispensa a criação e aprovação
opressiva pelo efeito visual de túnel; dos demais projetos de arborização necessários ao conjunto da
§ 1º As instâncias de enquadramento nos incisos deste arti- edificação.
go, de exigências, consequentes de análise dos casos e de apro- Art. 82 Nas demais zonas, são consideradas Corredores Ver-
vação final dos relatórios, serão definidas por meio de portaria des as seguintes vias:
do órgão municipal competente. I - Estrada Caetano Monteiro;
§ 2º Os casos enquadrados nos incisos deste artigo, pode- II - Alarico de Souza;
rão ter que atender a exigências especificas, de adequação des- III - Francisco da cruz Nunes;
te regulamento as condições locais, sem prejuízo do número de IV - Washington Luis;
unidades habitacionais e da área equivalente. V - Tomás Edson Andrade Vieira;
§ 3º A aprovação final dos relatórios resultantes da análise VI - Estrada Velha de Maricá;
de impacto sobre a morfologia urbana será de responsabilidade VII - Estrada Alcebíades Pinto.
do órgão municipal competente. § 1º Nas vias consideradas corredores verdes, os projetos
paisagístico e de arborização devem observar as diretrizes e
SEÇÃO II
condicionantes estabelecidas por órgão municipal competente
DO SISTEMA DE ÁREAS VERDES
e ser elaborados objetivando o conforto ambiental e prevendo
a conformação de corredores verdes conectando os fragmentos
Art. 78 O Sistema de Áreas Verdes corresponde a um con-
junto de regras de ordenamento dos espaços públicos e de florestais da região de Pendotiba.
ocupação dos lotes, objetivando qualificá-los ambientalmente § 2º As redes de distribuição aérea das concessionárias de
e tendo como referência uma meta da eficácia ambiental para serviços públicos deverão ser instaladas, prioritariamente, em
cada via e lote, aplicada por meio de elementos de cobertura apenas um dos lados das vias.
vegetal e drenagem. Art. 83 Nas zonas ZCVS, a supressão de vegetação seguirá os
Art. 79 Compõem o Sistema de Áreas Verdes, dentre outros: seguintes critérios:
I - Taxa de Permeabilidade (TP): define a superfície míni- I - A supressão de vegetação secundária em estágio avan-
ma do lote ou gleba que deve ser mantida permeável, ou seja, çado de regeneração é vedada para fins de loteamento ou edi-
não pavimentada ou revestida com material drenante, ou seja, ficação;
limitando a área impermeável do lote, nos termos da legislação II - A supressão de vegetação secundária em estágio médio
vigente; de regeneração fica condicionada à manutenção de vegetação
II - Taxa de Preservação (TPvs): define a superfície mínima em estágio médio de regeneração em no mínimo 50% (cinquen-
do lote ou gleba que deve ter a vegetação nativa mantida; ta por cento) da área total coberta por esta vegetação;
III - Corredores Verdes: espaços lineares abertos que de- III - A supressão de vegetação secundária em estágio inicial
sempenham funções ecológicas, tais como conexão de frag- de regeneração fica condicionada à manutenção de vegetação
mentos de vegetação, proteção de corpos hídricos, manejo das em estágio médio de regeneração em no mínimo 30% (trinta por
águas das chuvas, promoção de melhoria da qualidade do ar e cento) da área total coberta por esta vegetação.
a sua umidade, conservação da biodiversidade e promoção de Parágrafo único. Nas zonas ZCVS, a aprovação de projeto
múltiplos usos para a população como transporte não motori- deverá ser precedida de autorização para supressão da vegeta-
zado e recreação. ção ao órgão ambiental competente, que determinará as con-
IV - Arborização urbana: inclui os diversos espaços do teci- dicionantes de preservação ou recuperação da vegetação, bem
do urbano passíveis de serem trabalhados com elementos ar- como as medidas compensatórias em relação à vegetação auto-
bóreos, tais como: arborização de ruas, praça, parque, jardim, rizada para supressão.
canteiro central de ruas e avenidas e margens de corpos d`água; Art. 84 As zonas ZR-2 representa áreas estratégicas para
V - Sistema de retardamento do escoamento de águas plu-
promoção do corredor ecológico conectando grandes fragmen-
viais: sistema de armazenamento de águas pluviais para reapro-
tos florestais de interesse municipal.
veitamento e retardo da descarga na rede pública;
Parágrafo único. Fica o Executivo autorizado a criar regras
VI - Sistema de reuso da água: sistema de reciclagem dos
de incentivo à proteção e recuperação das áreas verdes em pro-
constituintes dos efluentes das águas cinza servidas das edifi-
cações, objetivando induzir o uso racional da água, para que a priedades particulares de modo a promover o fluxo genético
gestão dos recursos hídricos possa propiciar o uso múltiplo das através do corredor ecológico, podendo inclusive adotar instru-
águas. mentos compensatórios e de pagamento por serviços ambien-
VII - VETADO tais.
a) VETADO

196
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 85 Ficam estabelecidas as áreas de recuperação am- I - Categoria de Uso Residencial - R, que envolve a moradia
biental, delimitadas no Mapa 5 da presente lei, nas quais deve- de um indivíduo ou grupo de indivíduos;
rão ser destinadas, prioritariamente, as medidas compensató- II - Categoria de Uso Não Residencial - nR, que envolve o de-
rias ambientais de empreendimentos da Região de Pendotiba. senvolvimento de atividades comerciais, de serviços, industriais
Art. 86 Nos lotes com área total igual ou superior a 1.000m² ou institucionais.
(mil metros quadrados)ou nas as edificações com área de imper- Parágrafo único. Além da classificação do caput deste arti-
meabilização superior a 500m² (quinhentos metros quadrados) go, os usos podem também ser enquadrados na categoria espe-
é obrigatória a instalação de sistema de retardamento do escoa- cial, de acordo com suas características.
mento de águas pluviais para a rede de drenagem e de reuso da
água por meio da reciclagem dos constituintes dos efluentes das SEÇÃO I
águas cinzas servidas, independentemente da adoção de outros DOS USOS RESIDENCIAIS (R)
mecanismos de reservação e/ou infiltração e/ou percolação.
§ 1º Os reservatórios de retardo e reuso deverão ser dimen- Art. 91 A Categoria de Uso Residencial - R, tendo como re-
sionados, construídos, operados e mantidos na forma da legis- ferência a unidade habitacional, divide-se nas seguintes subca-
lação vigente. tegorias:
§ 2º O volume do reservatório de retardo das águas pluviais I - R1: 1 (uma) unidade habitacional por lote;
não poderá ser inferior a 9 (nove) litros por metro quadrado de II - R2h: conjunto de duas ou mais unidades habitacionais,
área impermeável do lote. agrupadas horizontalmente e/ou superpostas, e todas com en-
trada independente com frente para via oficial de acesso ou em
§ 3º É facultada a utilização de dispositivos não convencio- condomínio, sendo subdividido em:
nais de abatimento do pico de vazão de saída do lote, a ser regu- a) R2h-1, casa bifamiliar: conjunto de duas unidades habita-
lamentado pelo Executivo. cionais agrupadas horizontalmente, todas com frente e acesso
independente para a via oficial de circulação;
CAPÍTULO III b) R2h-2, casas superpostas: duas unidades habitacionais
DAS EDIFICAÇÕES EXISTENTES agrupadas verticalmente no mesmo lote, com frente e acesso
independente para via oficial de circulação;
Art. 87 A edificação, para fins da disciplina do uso e ocupa- c) R2h-3, grupamento residencial horizontal: aquele consti-
ção do solo, classifica-se em conforme ou não conforme. tuído em condomínio por mais de duas unidades habitacionais
§ 1º Edificação conforme é aquela que atende às caracte- conformadas em casas isoladas, geminadas ou superpostas,
rísticas de parcelamento, uso e ocupação do solo dispostas na com acesso independente a cada unidade habitacional por via
presente lei. particular de circulação de veículos ou de pedestres, internas ao
§ 2º Edificação não conforme é aquela que não atende a grupamento ou por via oficial de circulação, inclusive vilas de
pelo menos uma das características de parcelamento, uso e ocu- unidades unifamiliares ou bifamiliares.
pação do solo dispostas na presente lei. III - R2v: conjunto com mais de duas unidades habitacionais,
Art. 88 As edificações que abriguem usos ou atividades ina- agrupadas verticalmente em edifícios de apartamentos ou gru-
dequados aos previstos nesta lei não poderão sofrer acréscimos pamentos residenciais verticais em condomínio, sendo subdivi-
que agravem sua inadequação ou que ultrapassem o seu coefi- dido em:
ciente máximo de aproveitamento. a) R2v-1: edifício com um bloco de apartamentos;
Parágrafo único. As alterações passíveis de outorga onero- b) R2v-2: grupamento de blocos residenciais com menos de
sa, de acordo com as disposições legais desta lei, serão admiti- 14.000m² (quatorze mil metros quadrados) de área edificável
das desde que atendam a todas as exigências pertinentes. computável (aec) ou até 200 unidades;
c) R2v-3: grupamento de blocos residenciais entre 14.000m²
TÍTULO V (quatorze mil metros quadrados) e 34.000m² (trinta e quatro mil
DO USO DO SOLO metros quadrados) de área edificável computável (aec) ou entre
200 (duzentas) e 400 (quatrocentas) unidades.
Art. 89 Os usos e atividades na Região de Pendotiba são d) R2v-4: grupamento de blocos residenciais com mais de
classificados em categorias, sendo permitidos ou proibidos de 34.000m² (trinta e quatro mil metros quadrados) de área edifi-
acordo com a zona em que se localiza o imóvel, conforme Qua- cável computável (aec) ou mais de 400 (quatrocentas) unidades.
dro 4 anexo à presente lei. IV - EHIS: Empreendimento de Habitação de Interesse So-
Parágrafo único. A instalação das atividades enquadradas cial: corresponde a um bloco ou um grupamento de blocos,
na subcategoria de uso Ind-2 e Ind-3 são proibidas na Região de destinado total ou parcialmente à Habitação de Interesse Social
Pendotiba. e usos complementares, conforme disposto na legislação espe-
cífica.
CAPÍTULO I Art. 92 Caberá ao Poder Executivo regulamentar as habi-
DAS CATEGORIAS DE USO DO SOLO E SUA OCORRÊNCIA tações de interesse social (HIS), observadas as normas, índices
NO TERRITÓRIO e parâmetros definidos para zonas de especial interesse social
(ZEIS) constantes do Quadro 3 do anexo da presente lei e as dire-
Art. 90 O uso do solo na Região de Pendotiba classifica-se trizes e objetivos estratégicos contidos no artigo 6º da presente
em duas categorias: lei.

197
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO II V - Serviços de saúde: atividades relacionadas ao tratamen-


DOS USOS NÃO RESIDENCIAIS (NR) to ou recuperação física ou mental, tais como clínicas de recupe-
ração e casas de repouso;
Art. 93 A categoria Uso Não Residencial - nR compreende VI - Serviços da administração e serviços públicos compatí-
atividades de comércio e serviços, industriais e institucionais veis com o desenvolvimento sustentável;
que, tendo como referência sua natureza e os parâmetros de VII - Comércio especializado de produtos agropecuários;
incomodidade estabelecidos nesta lei, divide-se nas seguintes VIII - Comércio de abastecimento de âmbito local;
subcategorias: VIX - Comércio de alimentação: atividades cujo desenvolvi-
I - nRa: uso não residencial ambientalmente compatível mento envolvam instalações e ambientes relacionadas ao pre-
com o equilíbrio ecológico, englobando atividades comerciais, paro ou conservação de alimentos, bem como diversões asso-
de serviços, institucionais e produtivas, compatíveis com a pro- ciadas aos usos de lazer e turismo;
teção, preservação, e/ou recuperação ambiental; X - Serviços de hospedagem: estabelecimentos destinados
II - nR1: Uso não residencial não incômodo, compatível com a prestação de serviços de hospedagem temporária ou do tipo
a vizinhança residencial. hotel, resort, albergue/hostel, pousada, pensão e cama e café;
III - nR2: Uso não residencial compatível com a vizinhança XI - Beneficiamento e aparelhamento de bens minerais não
residencial. metálicos;
IV - nR3: Uso não residencial especial ou incomodo à vizi- XII - Captação de água mineral/potável de mesa: destinada
nhança residencial. ao consumo, associado ou não ao envase;
V - Ind-1a: Atividade industrial não incômoda, compatível XIII - Locais de realização de eventos: tais como shows, fes-
com a vizinhança residencial no que diz respeito às característi- tas e eventos esportivos.
cas de ocupação dos lotes, de acesso, de localização, de tráfego, Art. 95 Classificam-se na subcategoria de uso nR1 os seguin-
de serviços urbanos e aos níveis de ruído, de vibração e de po- tes grupos de atividades de pequeno porte:
luição ambiental. I - Comércio de abastecimento de âmbito local: até 200m²
VI - Ind-1b: Atividade industrial compatível à vizinhança re- (duzentos metros quadrados) de área construída computável
sidencial no que diz respeito às características de ocupação dos (acc);
lotes, de acesso, de localização, de tráfego, de serviços urbanos II - Supermercados e centros de compras: com até 1.000m²
e aos níveis de ruído, de vibração e de poluição ambiental. (mil metros quadrados) área construída computável (acc);
VII - Ind-2: Atividade industrial geradora de impactos urba- III - Comércio de alimentação: até 200m² (duzentos metros
nísticos e ambientais, que implica na fixação de padrões espe- quadrados) de área construída computável (acc);
cíficos referentes às características de ocupação dos lotes, de IV - Comércio diversificado: estabelecimentos de venda di-
acesso, de localização, de tráfego, de serviços urbanos e aos ní- reta ao consumidor de produtos relacionados ou não ao uso re-
veis de ruído, de vibrações e de poluição ambiental. sidencial até 200m² (duzentos metros quadrados) de área cons-
VIII - Ind-3: Estabelecimento industrial cujo funcionamento truída computável (acc);
possa causar prejuízo à saúde, à segurança e bem-estar público V - Serviços de saúde: estabelecimentos destinados ao
e à integridade da flora e fauna regional, proibido na Região de atendimento à saúde da população;
Pendotiba. VI - Serviços pessoais: estabelecimentos destinados à pres-
VIX - INFRA: empreendimento, edificação ou instalação de tação de serviços pessoais de âmbito local;
infraestrutura relativos aos serviços urbanos de saneamento VII - Serviços profissionais: estabelecimentos destinados à
básico, transporte, distribuição de gás, distribuição de energia prestação de serviços de profissionais liberais, técnicos ou uni-
elétrica, rede de telecomunicação, rede de dados e fibra ótica e versitários, ou de apoio ao uso residencial;
outros serviços de infraestrutura de utilidade pública VIII - Serviços técnicos de confecção ou manutenção: es-
Art. 94 Classificam-se na subcategoria de uso nRa os seguin- tabelecimentos destinados à prestação de serviços técnicos de
tes grupos de atividades: reparo ou de apoio ao uso residencial;
I - Atividades de pesquisa e educação ambiental: empreen- VIX - Serviços de educação: estabelecimentos destinados ao
dimentos realizados por períodos de tempo limitados e em ins- ensino pré-escolar ou à prestação de serviços de apoio aos esta-
talações ou territórios específicos, tais como pesquisa científica, belecimentos de ensino seriado e não seriado;
educação ambiental, manejo florestal sustentável, entre outros; X - Associações comunitárias, culturais e esportivas de ca-
II - Atividades de manejo sustentável: aquelas realizadas no ráter local;
meio rural ou ligadas às atividades rurais, tais como agroindús- XI - Serviços da administração;
tria, atividades agroflorestais, agropecuária, dentre outras; XII - Serviços de hospedagem;
III - Ecoturismo e lazer: atividades cujo desenvolvimento re- XIII - Oficinas: estabelecimentos até 1.000m² (mil metros
laciona-se à conservação de condições ambientais específicas, quadrados) de área construída computável (acc) destinados à
viabilizando, também, o seu aproveitamento econômico e favo- prestação de serviços mecânicos, de reparos em geral e de con-
recendo o bem-estar e a qualidade de vida, tais como ecoturis- fecção ou similares;
mo, clubes, pousadas, entre outras; XIV - Serviços públicos sociais com baixo nível de incomo-
IV - Uso institucional: atividades cujo desenvolvimento re- didade: estabelecimentos destinados ao ensino fundamental e
laciona-se a instituições públicas ou privadas, tais como usos médio da educação formal, creches, bibliotecas, estabelecimen-
religioso, cooperativa de produtores, cultural, científico, dentre tos de prestação de serviços de saúde sem pronto atendimento,
outros; dentre outros;

198
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XV - Terminal de cargas de pequeno porte. V - fabricação de equipamentos de instrumentação mé-


Art. 96 Classificam-se na subcategoria de uso nR2 os seguin- dico-hospitalares, instrumentos de precisão e ópticos, equi-
tes grupos de atividades de médio porte: pamentos para automação industrial, cronômetros e relógios:
I - Comércio de alimentação; indústrias cuja incomodidade está vinculada aos processos de
II - Comércio especializado; montagem, não sendo processada qualquer operação de trans-
III - Supermercados e centros de compras com área cons- formação de materiais.
truída computável (acc) entre 1.000m² (mil metros quadrados) e VI - Fabricação de produtos alimentícios e bebidas artesa-
4.000m² (quatro mil metros quadrados); nais, sem emissão de odor e vibração.
IV - Oficinas: estabelecimentos com mais de 1.000m² (mil Parágrafo único. Poderão ser enquadrados na categoria de
metros quadrados) de área construída computável (acc) desti- uso Ind-1, independente do tipo de atividade, os estabelecimen-
nados à prestação de serviços mecânicos, de reparos em geral e tos industriais nos quais não sejam processados qualquer opera-
de confecção ou similares; ção de fabricação, mas apenas de montagem.
V - Serviços de saúde: estabelecimentos destinados ao Art. 99 Classificam-se como Ind-1b os seguintes grupos de
atendimento à saúde da população; atividades, até 4.000m² (quatro mil metros quadrados) de acc:
VI - Estabelecimentos de ensino seriado: estabelecimentos I - Fabricação de produtos alimentícios e bebidas: estabe-
destinados ao ensino fundamental e médio da educação formal; lecimentos destinados à fabricação de produtos de padaria,
VII - Estabelecimentos de ensino não seriado: estabeleci- confeitaria, pastelaria, rotisserie, dentre outros, com área cons-
mentos destinados ao ensino complementar, aos cursos profis- truída computável de até 2.000m² (dois mil metros quadrados),
sionalizantes ou de aperfeiçoamento, ou à educação informal cujo potencial poluidor, em especial de odores seja passível de
em geral; controle tecnológico;
VIII - Serviços de lazer, cultura e esportes: espaços ou esta- II - Fabricação de produtos têxteis: indústrias sem opera-
belecimentos destinados ao lazer e à prática de esportes ou ao ções de fiação, tecelagem, beneficiamento e tingimento de fi-
condicionamento físico; bras têxteis ou tecidos;
IX - Locais de reunião ou eventos com lotação máxima com III - Preparação de couros e fabricação de artefatos de cou-
até 1.000m² (mil metros quadrados) de acc; ro, artigos de viagem e calçados; indústrias de artefatos de cou-
X - Serviços de armazenamento e guarda de bens móveis: ro, sem operações de curtimento e preparação de couros e pe-
espaços ou estabelecimentos destinados à venda ou guarda de les, inclusive subprodutos;
mercadorias em geral, máquinas ou equipamentos, guarda de IV - Fabricação de produtos de plástico: estabelecimentos
móveis ou animais; destinados à fabricação de laminados plásticos, artefatos diver-
XI - Edifícios garagem; sos de material plástico, potencialmente geradoras de emissão
XII - Serviço público social: demais estabelecimentos de de odores, ruídos e efluentes líquidos, passíveis de tratamento;
prestação de serviços públicos sociais não enquadrados nas sub- V - Fabricação de produtos de madeira: indústrias com po-
categorias de uso nR1 e nR3. tencial de emissão de ruídos e poeiras, passíveis de tratamento;
Art. 97 Classificam-se na subcategoria de uso nR3 os seguin- VI - Fabricação de peças e acessórios para veículos automo-
tes grupos de atividades de grande porte: tores: indústrias de montagem, que não envolvem transforma-
I - Usos especiais: espaços, estabelecimentos ou instalações ção de matéria-prima;
sujeitos a controle específico ou de valor estratégico para a se- VII - Fabricação de móveis: indústrias com baixo potencial
gurança e serviços públicos; de poluição do meio ambiente, com área construída máxima de
II - Supermercados e centros de compras com área construí- 2.000m² (dois mil metros quadrados), com geração de material
da computável acima de 4.000m² (quatro mil metro quadrados); particulado, emissão de ruídos e de incômodos ao uso residen-
III - Serviço público social especial. cial passíveis de serem controlados;
Art. 98 Classificam-se como Ind-1a os seguintes grupos de VIII - Edição, impressão e reprodução de gravações: não im-
atividades, até 800m² (oitocentos metros quadrados) de acc: peditivas ao simples nacional.
I - Confecção de artigos de vestuário e acessórios: confec- Art. 100 Classificam-se como Ind-2 os empreendimentos lis-
ções que não utilizem processos de tingimento de fibras ou te- tados no grupo de atividades:
cidos; I - Fabricação de produtos alimentícios e bebidas: estabe-
II - Fabricação de artefatos de papel: indústrias potencial- lecimentos destinados à preparação de alimentos, conservas,
mente geradoras de ruídos e vibração compatíveis com o uso produtos de cereais, bebidas, dentre outros;
residencial; II - Fabricação de produtos do fumo: indústrias potencial-
III - Fabricação de equipamentos de comunicações: indús- mente incômodas pela emissão de odores;
trias cuja incomodidade está vinculada aos processos de monta- III - Fabricação de produtos têxteis: estabelecimentos des-
gem, não sendo processada qualquer operação de transforma- tinados ao beneficiamento e tecelagem de fibras têxteis, es-
ção de materiais, tais como anodização e pintura; tamparia e texturização, alvejamento e tingimento de tecidos,
IV - Fabricação de máquinas para escritório e equipamentos dentre outros;
de informática: indústrias cuja incomodidade está vinculada aos IV - Fabricação de papel e produtos de papel: indústrias des-
processos de montagem, não sendo processada qualquer ope- tinadas à fabricação de papel, papelão, cartolina e cartão;
ração de transformação de materiais;

199
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

V - Edição, impressão e reprodução de gravações: indústrias I - Fabricação de produtos alimentícios: estabelecimentos


potencialmente incômodas pela emissão de odores, ruídos e vi- destinados à produção de óleos, gorduras, beneficiamento de
bração, podendo tornar-se insalubres e com riscos de periculo- arroz, fabricação de rações balanceadas, dentre outros, que
sidade pelo uso de solventes em operações de impressão, pela exigem soluções tecnológicas complexas ou onerosas para seu
emissão de poluentes atmosféricos e manipulação de substân- tratamento;
cias inflamáveis; II - Curtimento e outras preparações de couro: indústrias
VI - Fabricação de produtos químicos: indústrias destinadas com alto potencial de poluição do meio ambiente, tanto pelas
à fabricação de produtos químicos, que envolvem processos e emanações odoríferas, como pela qualidade dos efluentes e re-
operações com potencial de insalubridade, periculosidade e in- síduos sólidos industriais gerados, que, em geral, necessitam de
comodidade, passíveis de tratamento; pré-condicionamentos para disposições conjuntas em sistemas
VII - Fabricação de artigos de borracha: estabelecimentos de tratamento públicos ou privados;
destinados à fabricação de fios de borracha, espuma de borra- III - Fabricação de celulose e pastas para fabricação de pa-
cha, dentre outros, que não utilizem processos de regeneração pel;
de borracha; IV - Fabricação de coque, refino de petróleo, elaboração de
VIII - Fabricação de produtos de minerais não metálicos: combustíveis nucleares: indústrias com alto potencial de po-
estabelecimentos destinados à fabricação de vidro, artigos de luição das águas e do ar, gerando resíduos sólidos, que exigem
vidro, artefatos de concreto, cimento e estuque, dentre outros; tratamento e/ou disposição final complexa e onerosa, além de
VIX - metalurgia básica: estabelecimentos destinados à pro- possuírem alta periculosidade, riscos de incêndios e explosões e
dução de laminados de aço, metalurgia de diversos metais, fun- causarem sérios incômodos à população;
dição; V - Fabricação de produtos químicos: indústrias com proces-
X - Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e sos e operações com potencial de insalubridade, periculosidade
equipamentos: estabelecimentos que utilizem processos de e incomodidade, podendo gerar emissões atmosféricas, efluen-
forja, galvanoplastia, usinagem, solda, têmpera, cementação e tes líquidos e resíduos sólidos altamente nocivos para a saúde
tratamento térmico de materiais, dentre outros; pública e ao meio ambiente;
XI - Fabricação de máquinas e equipamentos: estabeleci- VI - Fabricação de borracha: indústrias com operações de
mentos destinados à fabricação de motores, bombas, tratores, beneficiamento ou regeneração de borracha;
armas, dentre outros, potencialmente poluidores das águas, do VII - Fabricação de produtos de minerais não metálicos: es-
ar e do solo; tabelecimentos destinados à fabricação de cimento, cal, telhas,
XII - Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétri- tijolos, dentre outros;
cos: estabelecimentos destinados à fabricação de geradores, VIII - Metalúrgica básica: estabelecimentos destinados à
transformadores e motores elétricos, fios e cabos, dentre ou- produção de gusa, ferro e aço, metalurgia dos metais não fer-
tros; rosos, dentre outros, com alto potencial de poluição do ar, emi-
XIII - Fabricação e montagem de veículos automotores, re- tindo material particulado, gases tóxicos e incômodos, ruídos e
boques e carrocerias: indústrias potencialmente incômodas pela vibrações, além de poluir as águas e gerar resíduos sólidos que
natureza da atividade e porte do empreendimento, que exigem exigem soluções tecnológicas complexas e onerosas para o seu
soluções tecnológicas e condições de instalação adequados; tratamento.
XIV - Fabricação de outros equipamentos de transporte: in- Art. 102 Classificam-se na subcategoria de uso INFRA os se-
dústrias potencialmente incômodas pela natureza da atividade guintes grupos de atividades:
e porte do empreendimento, que exigem soluções tecnológicas I - Empreendimentos e instalações de infraestrutura relacio-
e condições de instalação adequadas; nados à mobilidade urbana terrestre, tais como terminais rodo-
XV - Indústria extrativista. viários interurbano de transporte de cargas ou passageiros, ter-
§ 1º Serão enquadrados na Subcategoria de uso Ind-2 os minal de ônibus urbano, estações de metrô, trem, monotrilho e
estabelecimentos industriais que envolverem a regeneração de demais modais de transporte público coletivo urbano;
borracha. II - Empreendimentos e instalações de infraestrutura rela-
§ 2º Serão enquadrados na Subcategoria de uso Ind-2 os cionados ao transporte aéreo, tais como base aérea militar, ae-
estabelecimentos industriais que liberarem ou utilizarem gases ródromos, aeroportos, helipontos e heliporto;
e/ou vapores que possam causar risco a saúde pública. III - Empreendimentos e instalações de infraestrutura rela-
§ 3º Serão enquadrados na Subcategoria de uso Ind-2 os cionados ao abastecimento de gás, tais como estações de regu-
estabelecimentos industriais que envolverem processo de fundi- lagem de pressão de gás - ERP;
ção e corte de metais, ferrosos ou não ferrosos, assim como la- IV - Empreendimentos e instalações de infraestrutura rela-
minação, trefilação ou extrusão de metais, sinterização, estam- cionados à distribuição de energia elétrica, tais como estações e
paria de corte, limpeza de peças por jateamento, aglutinação e subestações reguladoras de energia elétrica e sistema de trans-
folheamento de fibras, pintura ou envernizamento a revólver, missão de energia elétrica, inclusive estação e subestação regu-
em processo industrial. ladora;
Art. 101 Classificam-se como Ind-3 os seguintes grupos de V - Empreendimentos e instalações de infraestrutura rela-
atividades: cionados à rede de telecomunicações, tais como central telefô-
nica e Estação Rádio Base - ERB;

200
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

VI - Empreendimentos e instalações de infraestrutura rela- § 2º A elaboração do EIA/RIMA poderá englobar a elabora-


cionados à gestão integrada de resíduos sólidos, tais como de- ção do EIV/RIV, quando for o caso, a critério do Executivo.
pósito ou transbordo de materiais para reciclagem, usina ou es- § 3º A elaboração do EIV/RIV deverá considerar as diretrizes
tação de transbordo de inertes, aterros de resíduos sólidos não e medidas mitigadoras definidas pelo órgão municipal compe-
inertes, aterros de resíduos inertes (classe III) com área total tente nos casos de empreendimentos que também sejam en-
superior a 1 ha (um hectare) ou volume total a ser disposto su- quadrados em Polos Geradores de Viagens (PGV).
perior a 20.000m³ (vinte mil metros cúbicos), usina de tratamen- Art. 105 Os empreendimentos enquadrados em polos ge-
to de resíduos não inertes, depósito ou transbordo de resíduos radores de viagens (PGV) são as edificações permanentes que
sólidos não inertes, central de processamento de coleta seletiva, apresentem ao menos uma das seguintes características:
ecoparque - tratamento mecânico biológico TMB, ecoponto; I - edificações residenciais com 500 (quinhentas) vagas de
VII - Empreendimentos e instalações de infraestrutura re- estacionamento ou mais;
lacionados ao saneamento básico, tais como estação de trata- II - edificações não residenciais com 120 (cento e vinte) va-
mento de água, centro de reservação de água, estação elevató- gas de estacionamento ou mais;
ria de água, estação de tratamento de esgoto, reservatório de III - serviços socioculturais, de lazer e de educação com mais
retenção. de 2.500m² (dois mil e quinhentos metros quadrados) de acc;
Art. 103 Os empreendimentos enquadrados na Subcatego- IV - locais destinados à prática de exercício físico ou esporte
ria de uso INFRA poderão ser implantados no território da Re- com mais de 2.500m² (dois mil e quinhentos metros quadrados)
gião de Pendotiba. de área construída computável;
§ 1º A instalação do empreendimento dependerá de pare- V - serviços de saúde com área igual ou superior a 7.500m²
cer técnico elaborado pelo Executivo relativo à sua localização (sete mil e quinhentos metros quadrados) de acc;
e quanto aos parâmetros de parcelamento, uso e ocupação do VI - locais de reunião ou eventos com 1.000m² (mil metros
solo aplicáveis ao empreendimento. quadrados) de acc ou mais; ou
§ 2º Os empreendimentos e instalações de infraestrutura VII - atividades e serviços públicos de caráter especial com
que se enquadrarem nas Subcategorias de uso especial de Polos 1.000m² (mil metros quadrados) de acc ou mais.
geradores de tráfego, Empreendimentos geradores de impacto Art. 106 Caberá ao Executivo a definição de medidas de mi-
tigação ou compensação, ficando o empreendedor obrigado a
de vizinhança e Empreendimentos geradores de impacto am-
cumpri-las para a aprovação do empreendimento.
biental, deverão obedecer às disposições específicas estabele-
Art. 107 Os Empreendimentos Geradores de Impacto de Vi-
cidas para o licenciamento urbanístico e ambiental desses em-
zinhança (EGIV) são os previstos na legislação vigente.
preendimentos, em especial o Estudo de Impacto de Vizinhança
Art. 108 Os Empreendimentos Geradores de Impacto de
(EIV) e o Estudo de Impacto Ambiental (EIA).
Vizinhança (EGIV) estão sujeitos à elaboração de Estudo de Im-
Art. 104 Os usos residenciais e não residenciais potencial-
pacto de Vizinhança (EIV) e do Relatório de Impacto de Vizinhan-
mente geradores de impactos urbanísticos e ambientais serão
ça (RIV), a ser analisado e aprovado por órgão municipal como
enquadrados conforme as seguintes subcategorias especiais:
condição para aprovação do projeto, ficando o empreendedor
I - Polos geradores de viagens (PGV): empreendimentos obrigado a cumprir suas condicionantes para obtenção do aceite
geradores de impacto na sobrecarga da capacidade do sistema de obras do empreendimento.
viário e que devem observar as diretrizes e condicionantes es- Art. 109 Sem prejuízo dos listados em resoluções do CONA-
tabelecidas por órgão municipal competente e em legislação MA e legislação ambiental correlata, os empreendimentos Gera-
específica; dores de Impacto Ambiental (EGIA) são os seguintes, dispostos
II - Empreendimentos Geradores de Impacto de Vizinhança em rol não taxativo:
(EGIV): aqueles que podem gerar impacto significativo, alteração I - Aterros de resíduos sólidos não inertes;
no seu entorno ou sobrecarga na capacidade de atendimento da II - Aterros de resíduos inertes (classe III), com área total
infraestrutura e devem elaborar Estudo de Impacto de Vizinhan- superior a 1 ha (um hectare) ou volume total a ser disposto su-
ça (EIV) e respectivo Relatório de Impacto de Vizinhança (RIV); perior a 20.000m³ (vinte mil metros cúbicos);
III - Empreendimentos Geradores de Impacto Ambiental III - Beneficiamento de madeira de reflorestamento;
(EGIA): aqueles que possam causar alteração das propriedades IV - Cemitérios, incluído o vertical e o de animais domésti-
físicas, químicas e biológicas do meio ambiente e que direta ou cos;
indiretamente afetem: V - Centro de reintegração social e unidade de internação
a) a saúde, a segurança e o bem estar da população; de adolescentes;
b) as atividades sociais e econômicas; VI - Comércio e depósito de fogos de artifício e estampidos;
c) a biota; VII - Penitenciária;
d) as condições paisagísticas e sanitárias do meio ambiente; VIII - Depósito ou transbordo de resíduos sólidos não iner-
e) a qualidade dos recursos ambientais. tes;
§ 1º Os empreendimentos geradores de impacto ambiental IX - Depósitos de inflamáveis, combustíveis, álcool, inseti-
deverão elaborar Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e respec- cidas, lubrificantes, resinas, gomas, tintas e vernizes ou outros
tivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), que será analisado produtos químicos perigosos com área maior que 1.000m² (mil
e aprovado pela autoridade ambiental competente, ficando o metros quadrados) de acc;
empreendedor obrigado a cumprir as disposições estabelecidas X - Estação de controle e depósito de gás;
no EIA para emissão das licenças ambientais. XI - Estação de controle e depósito de petróleo;

201
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XII - Estacionamento especial de veículos transportando Parágrafo único. Os parâmetros elencados no caput deste
produtos perigosos infratores ou em situações de emergência; artigo poderão variar conforme a zona e constam do Quadro 4B
XIII - Garagens de ônibus ou caminhões com área de terreno anexo à presente lei.
igual ou superior a 10.000m² (dez mil metros quadrados);
IX - Hangar; CAPÍTULO III
XI - Heliporto; DOS USOS INCENTIVADOS
XII - Sistema de transmissão de energia elétrica inclusive es-
tação e subestação reguladora;
XIII - Terminal rodoviário interurbano de transporte de Art. 114 Para novas construções e reformas com ampliação
cargas ou passageiros com área de terreno igual ou superior a de área de hospitais e estabelecimentos de ensino, o coeficiente
10.000m² (dez mil metros quadrados); de aproveitamento máximo será igual a 5 (cinco) nas zonas ZEU
XIX - Usina de concreto; e ZC e igual a 3,5 (três e meio) nas demais zonas em que o coefi-
XX - Usina de asfalto; ciente de aproveitamento máximo for igual ou maior a 2 (dois),
XXI - Usina de gás; conforme Quadro 3 anexo.
XXII - Usina de tratamento de resíduos não inertes. Parágrafo único. Quando o coeficiente de aproveitamento
utilizado for superior ao básico, incidirá a Outorga Onerosa do
Art. 110 Os Empreendimentos Geradores de Impacto de
Direito de Construir, nos termos do art. 69 da presente lei.
Ambiental (EGIA) estão sujeitos à elaboração do Estudo de
Art. 115 Nos edifícios garagem distantes até 150m (cento
Impacto ambiental (EIA) e do respectivo Relatório de Impacto
e cinquenta metros) de caminhada de estações de transporte
Ambiental (RIMA), a ser analisado e aprovado pela autoridade
público coletivo, serão consideradas não computáveis 75% (se-
ambiental competente, ficando o empreendedor obrigado a tenta e cinco por cento) da área total de construção dos edifícios
cumprir as disposições estabelecidas no EIA para emissão das garagem, incluindo a área de circulação interna de veículos, des-
licenças ambientais e urbanísticas. de que as áreas edificadas no pavimento térreo sejam destina-
das a usos não residenciais e que seja aplicada a fachada ativa.
CAPÍTULO II
DOS PARÂMETROS DE USO DO SOLO CAPÍTULO IV
DOS USOS EXISTENTES
Art. 111 São condições de instalação dos usos:
I - número de vagas para estacionamento: Art. 116 O uso de imóveis, para fins da disciplina de parcela-
a) para automóveis; mento, uso e ocupação do solo, classifica-se em permitido e não
b) especiais; permitido e em conforme ou não conforme.
c) para motocicletas; § 1º Uso permitido no local é aquele passível de ser implan-
d) para bicicletas; tado ou instalado no imóvel em função do tipo de zona e largura
II - vestiário para usuários de bicicletas; da via.
III - vaga de carga e descarga; § 2º Uso não permitido no local é aquele não passível de ser
IV - área de embarque e desembarque de pessoas; implantado ou instalado no imóvel em função do tipo de zona e
V - horário de carga e descarga; da largura da via.
VI - horário de funcionamento; § 3º Uso conforme é aquele permitido no local e que, no
VII - largura da via. caso de uso não residencial - nR, atende também a todos os pa-
§ 1º As condições de instalação constam do Quadro 4A ane- râmetros de incomodidade e condições de instalação dos usos
xo à presente lei. constantes dos Quadros 4A e 4B anexos.
§ 2º Nas edificações ou lotes ocupados por mais de uma § 4º Uso não conforme é aquele que não é permitido no
atividade não residencial, deverão ser atendidas as condições de local ou, no caso de uso não residencial - nR, aquele que, mes-
instalação da atividade mais restritiva, quando não for possível mo permitido, não atende a pelo menos um dos parâmetros de
incomodidade ou uma das condições de instalação constantes
diferenciar os parâmetros conforme a separação de usos.
dos Quadros 4A e 4B anexos.
Art. 112 Serão exigidas vagas de estacionamento, conforme
Art. 117 O uso conforme poderá instalar-se em edificação
número mínimo e percentuais definidos no Quadro 4A anexo:
em situação regular, ainda que não conforme.
a) para automóveis;
Parágrafo único. Para os efeitos do disposto no caput deste
b) especiais; artigo e no art. 116 desta lei, além daquelas que se enquadram
c) para motocicletas; nas disposições do art. 88 desta lei, são também consideradas
d) para bicicletas. edificações em situação regular:
Art. 113 São parâmetros de incomodidade, dentre outros: I - aquelas passíveis de regularização em razão das disposi-
I - emissão de ruído diurno; ções desta lei;
II - emissão de ruído noturno; II - aquelas cujos Autos de Regularização sejam expedidos
III - vibração associada; em decorrência de processos de regularização protocolados
IV - emissão de radiação; dentro dos prazos previstos nas leis de regularização anteriores
V - emissão de odores; a entrada em vigor desta lei, e se mantenham com a área cons-
VI - emissão de gases, vapores e material particulado; truída indicada no respectivo Auto de Regularização.

202
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 118 O uso comprovadamente instalado até a data de l) Quadro 8: Descrição da delimitação das zonas II - Os se-
publicação desta lei, permitido para o local na legislação vigente guintes Mapas:
quando de sua instalação, que tenha se tornado não permitido a) Mapa 1: Área de abrangência do PUR de Pendotiba;
ou não conforme nos termos desta lei, poderá ser tolerado, des- b) Mapa 2: Perímetros das Zonas;
de que: c) Mapa 3: Vias estruturantes do transporte público coletivo
I - a edificação possa ser considerada em situação regular e sistema viário;
nos termos do parágrafo único do art. 117 desta lei; d) Mapa 4: Imóveis e territórios indicados como ZEPAC;
II - no caso do uso não residencial - nR, sejam atendidos os e) Mapa 5: Sistema de Áreas Verdes.
parâmetros de incomodidade. Art. 122 Não se aplicam, na Região de Pendotiba, o disposto
§ 1º O Executivo poderá, com objetivo de possibilitar a ade- nas Leis Municipais nº 1.763, de 27 de outubro de 1999, e nº
quação aos novos parâmetros desta lei, conceder prazo propor- 2.511, de 8 de dezembro de 2007, ressalvados os projetos no
cional aos ajustes necessários ao atendimento de cada parâme- âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida, conforme dispõe
tro de incomodidade, a partir da entrada em vigor desta lei, até a Lei Municipal nº 2.660/2009 e o disposto na Lei Municipal nº
o máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias, excetuadas: 2.803, de 07 de janeiro de 2011.
I - as exigências relativas a horário de carga e descarga, que Art. 123 O Poder Executivo, por intermédio da Secretaria
devem ser imediatamente atendidas; Municipal de Urbanismo e Mobilidade, regulamentará Projeto
II - as exigências da legislação específica sobre controle da de Alinhamento (PA) referente as zonas ZEU, ZC e ZCOR.
emissão de ruído. Art. 124 Fica o Poder Executivo autorizado a suspender
§ 2º Nas edificações de que trata o inciso I do caput deste temporariamente, mediante decreto, a concessão de alvarás, o
artigo não serão permitidas ampliações, sendo admitidas so- licenciamento de obras de edificações e acréscimos, de explo-
mente reformas essenciais à segurança e higiene dessas edifica- ração mineral e desmontes, de modificação de uso e de par-
ções e a instalação de equipamentos necessários. celamentos e a instalação de mobiliários urbanos na região de
Pendotiba, sempre que, de forma fundamentada, houver risco
TÍTULO VI ao equilíbrio do meio ambiente natural ou artificial visando à
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E QUADROS DA LEI harmonização da expansão urbana e desenvolvimento susten-
tável da cidade.
Art. 119 Por requerimento do interessado, o empreendi- Art. 125 Esta lei deverá ser revista a cada 10 anos, garantin-
mento que não constar da classificação de uso estabelecida pelo do-se ampla participação da população e das entidades repre-
Executivo poderá ter seu enquadramento solicitado, desde que sentativas da sociedade civil organizada.
atendido os requisitos de enquadramento. Art. 126 Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação,
Parágrafo único. O pedido será encaminhado para a Secre- revogadas as disposições em contrário.
taria Municipal de Urbanismo e Mobilidade, que deverá delibe-
rar sobre o enquadramento definitivo. PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI, 13 DE JANEIRO DE
2016.
Art. 120 Os processos de licenciamento de obras e edifica-
ções, protocolados até a data de publicação desta lei, deverão
RODRIGO NEVES
obedecer as novas disposições, em sua totalidade, salvo na hi-
PREFEITO
pótese de o particular, na data de início de vigência da lei, de-
monstrar já possuir licença vigente.
PROJETO DE LEI Nº 109/2015 - AUTOR: MENSAGEM EXECU-
§ 1º Os projetos modificativos não poderão agravar as des-
TIVA Nº 06/2015
conformidades nos termos desta lei.
§ 2º A incorporação de novos lotes poderá ser admitida
RAZÕES DE VETO PARCIAL AO PROJETO DE LEI Nº 109/2015
desde que para a área correspondente ao acréscimo sejam apli-
cadas todas as disposições, índices e parâmetros estabelecidos Vejo-me instado a vetar parcialmente o projeto de lei apre-
nesta lei. sentado por essa Câmara Municipal, que dispõe sobre o Planto
Art. 121 Integram a presente lei: Urbanístico da Região de Pendotiba no âmbito do Município de
I - Os seguintes Quadros: Niterói.
a) Quadro 1: Conceitos e definições; Conforme se depreende da manifestação da Procuradoria
b) Quadro 2: Modalidades de parcelamento do solo em fun- Geral do Município, o referido Projeto de Lei padece de incons-
ção da dimensão dos lotes e glebas; titucionalidade em um de seus dispositivos.
c) Quadro 2: Parâmetros de parcelamento do solo; No que tange à análise da competência legislativa, é de se
d) Quadro 3: Parâmetros de ocupação dos lotes; destacar que o Projeto de Lei do Plano Urbanístico de Pendotiba
e) Quadro 4: Usos permitidos por zona; foi elaborado com lastro no art. 182, da Constituição Federal,
f) Quadro 4A: Condição de instalação por subcategoria de nos termos do qual:
uso, grupos de atividade e usos específicos; “Art. 182 A política de desenvolvimento urbano, executada
g) Quadro 4B: Parâmetros de incomodidade por zona; pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas
h) Quadro 5: Imóveis e territórios indicados como ZEPAC. em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das
i) Quadro 6: Fator de interesse social (Fs) funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habi-
j) Quadro 7: Fator de planejamento (Fp) tantes.”

203
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Noutro giro, dispõe o art. 30, da Constituição Federal que: I - as faixas marginais de qualquer curso d`água natural pe-
“Art. 30 Compete aos Municípios: rene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da
I - legislar sobre assuntos de interesse local; calha do leito regular, em largura mínima de: (Incluído pela Lei
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que cou- nº 12.727, de 2012).
ber; a) 30 (trinta) metros, para os cursos d`água de menos de 10
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legisla- (dez) metros de largura;
ção estadual; b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d`água que tenham
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento ter- de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;
ritorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcela- c) 100 (cem) metros, para os cursos d`água que tenham de
mento e da ocupação do solo urbano;.” 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;
Assim, no que se refere à competência para legislar sobre o d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d`água que te-
tema tratado no diploma, não existe vício a macular o projeto de nham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;
lei. Portanto, não há que se cogitar da existência de vício formal e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d`água que te-
orgânico de constitucionalidade. nham largura superior a 600 (seiscentos) metros;
Igualmente, não há que se cogitar de vício formal subjetivo, IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d`água
sendo certo que não existe iniciativa privativa para tratar sobre perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio
normas de direito urbanístico, adequado ordenamento territo- mínimo de 50 (cinquenta) metros; (Redação dada pela Lei nº
rial, planejamento e controle de uso, do parcelamento e da ocu- 12.727, de 2012).
pação do solo urbano. O Código Florestal, nos seus artigos 7º, 8ª e 9º, tem ainda o
Tampouco se vislumbra a ocorrência de vício formal obje- condão de estabelecer o regime de proteção das áreas de pre-
tivo, porquanto o processo legislativo transcorreu de forma es- servação permanente, descrevendo as obrigações impostas ao
correita, tendo inclusive sido observados os requisitos estabele- proprietário, bem como as hipóteses em que essas obrigações
cidos no Estatuto da Cidade. poderão ser flexibilizadas, veja-se:
Não obstante o exposto, a única ressalva a ser feita é com
relação ao art. 79, VII, a, do Projeto de Lei 109/2015, cuja reda- Do Regime de Proteção das Áreas de Preservação Perma-
ção foi dada por emenda legislativa. nente
“Art. 79 Compõem o Sistema de Áreas Verdes, dentre ou-
tros: VII - A rede hídrica ambiental, conforme Mapa do anexo 06 Art. 7º A vegetação situada em Área de Preservação Perma-
e descritos no anexo 06A, é constituída pelo conjunto de cursos nente deverá ser mantida pelo proprietário da área, possuidor
d´água naturais ou urbanizados (artificiais), nascentes e olhos ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direi-
to público ou privado.
d`água, localizadas em toda região administrativa de Pendotiba
§ 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em
e que constitui seu arcabouço ambiental e desempenha funções
Área de Preservação Permanente, o proprietário da área, pos-
estratégicas para garantir o equilíbrio e a sustentabilidade ur-
suidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a
bana, devendo ser obedecido o ordenamento jurídico vigente
recomposição da vegetação, ressalvados os usos autorizados
sobre as categorias de área de preservação permanente, como
previstos nesta Lei.
também seus respectivos usos e proibições nos processos de
§ 2º o A obrigação prevista no § 1º tem natureza real e é
licenciamento no município. a) Ficam criadas as faixas de inun-
transmitida ao sucessor no caso de transferência de domínio ou
dação, que são áreas não edificantes, vedada a supressão de flo-
posse do imóvel rural.
restas e demais formas de vegetação nativa, parcelamento do
§ 3º o No caso de supressão não autorizada de vegetação
solo ou outras intervenções, ressalvados casos excepcionais de realizada após 22 de julho de 2008, é vedada a concessão de
utilidade pública, interesse social, implantação de parques ur- novas autorizações de supressão de vegetação enquanto não
banos, inclusive seus equipamentos e unidades de conservação, cumpridas as obrigações previstas no § 1º.
respeitando a legislação específica. Art. 8º A intervenção ou a supressão de vegetação nativa
Com relação ao indigitado dispositivo, é preciso destacar em Área de Preservação Permanente somente ocorrerá nas hi-
que a área sobre a qual se pretende fazer incidir a proteção póteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo im-
coincide com as chamadas faixas marginais, que já são objeto de pacto ambiental previstas nesta Lei.
proteção da legislação federal e estadual vigente. Neste sentido, § 1º o A supressão de vegetação nativa protetora de nas-
assim dispõe o art. 4º, da LEI Nº 12.651/2012 (Código Florestal): centes, dunas e restingas somente poderá ser autorizada em
caso de utilidade pública.
DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE § 2º o A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em
Área de Preservação Permanente de que tratam os incisos VI e
SEÇÃO I VII do caput do art. 4º poderá ser autorizada, excepcionalmente,
DA DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMA- em locais onde a função ecológica do manguezal esteja compro-
NENTE metida, para execução de obras habitacionais e de urbanização,
inseridas em projetos de regularização fundiária de interesse
Art. 4º Considera-se Área de Preservação Permanente, em social, em áreas urbanas consolidadas ocupadas por população
zonas rurais ou urbanas, para os efeitos desta Lei: de baixa renda.

204
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 3º o É dispensada a autorização do órgão ambiental com- Ele destacou que o artigo 40 do Código Florestal determina
petente para a execução, em caráter de urgência, de atividades a instituição de política nacional para essa forma de colheita.
de segurança nacional e obras de interesse da defesa civil desti- Também citou o Decreto 2.661/98, que regula o emprego do
nadas à prevenção e mitigação de acidentes em áreas urbanas. fogo em práticas agropecuárias e florestais, com capítulo especí-
§ 4º o Não haverá, em qualquer hipótese, direito à regu- fico para disciplinar a forma de mecanização gradual do cultivo.
larização de futuras intervenções ou supressões de vegetação Dessa forma, o ministro entendeu que as normas federais
nativa, além das previstas nesta Lei. e a Constituição estadual já exaurem a matéria, não havendo
Art. 9º É permitido o acesso de pessoas e animais às Áreas competência residual do município. “A solução do município é
de Preservação Permanente para obtenção de água e para reali- contrária ao planejamento federal e não passa pelo controle da
zação de atividades de baixo impacto ambiental. sua razoabilidade”, avaliou, ao considerar a inconstitucionalida-
Neste sentido, parece-me que a norma trazida pelo art. 79, de material da norma questionada.
VII e alínea a, do PL em análise - ao vedar peremptoriamente o Dessa forma, na situação ora em debate, a legislação federal
parcelamento, supressão de vegetação, edificações e demais in- (e estadual) sobre faixas marginais de rios e olhos d`água parece
tervenções sobre estas áreas que equivalem às faixas marginais, já exaurir o tratamento da matéria, de modo que não resta espa-
está a conflitar diretamente com as normas estatuídas nos arti- ço para o Município legislar complementarmente sobre o tema,
gos. 7º e seguintes do Código Florestal, que contempla normas estabelecendo regramento contrário ao já existente, sob pena
gerais nacionais a respeito da matéria, editadas com espeque no de violação à competência da União para legislar sobre normas
art. 24, § 1º, da Constituição Federal. gerais em matéria ambiental (art. 24, § 1º, da Constituição).
É de se ver que o fato de a norma municipal se revelar mais Mencione-se ainda que a Faixa Marginal de Proteção (FMP)
restritiva do que a norma federal sobre faixas marginais não é também considerada Preservação Permanente (APP) pelo art.
quer significar que aquela deva prevalecer sobre esta. 268, inciso III, da CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEI-
Isso porque a divisão de competência legislativa entre os RO - CERJ:
entes federativos, em matéria ambiental, não deve levar em “Art. 268 São áreas de preservação permanente:
consideração o critério da “maior protetividade” ou o do resul- III - as nascentes e as faixas marginais de proteção de águas
superficiais;
tado prático da norma, mas deve ser analisada em abstrato.
Ainda, nos temos do art. 3º, da Lei Estadual 650/1983 (http://
Neste mesmo sentido é o entendimento do Supremo Tri-
alerjln1.alerj.rj.gov.br/contlei.nsf/bff0b82192929c2303256bc-
bunal Federal, de que é exemplo o Recurso Extraordinário (RE)
30052cb1c/0872730f635 b67dc0325658500738f9a?OpenDocu-
586224, julgado com repercussão geral, e a seguir mencionado:
ment), compete à
Quinta-feira, 05 de março de 2015 Lei municipal sobre meio am- Superintendência Estadual de Rios e Lagoas - SERLA (atual
biente deve respeitar normas dos demais entes federados INEA) a demarcação das Faixas Marginais, veja- se:”
“O município é competente para legislar sobre meio am- “Art. 3º Consideram-se instrumentos de controle do siste-
biente com a União e o Estado no limite do seu interesse local ma de proteção dos lagos e cursos dágua o Projeto de Alinha-
e desde que tal regramento seja harmônico com a disciplina mento de Rio (PAR), o Projeto de Alinhamento de Orla de Lago
estabelecida pelos demais entes federados.” Esta foi a tese fir- (PAO) e a Faixa Marginal de Proteção (FMP).”
mada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao julgar o Recurso Parágrafo único. A Faixa Marginal de Proteção (FMP), nos li-
Extraordinário (RE) 586224, com repercussão geral reconhecida. mites da definição contida no art. 2º da Lei nº 4771, de 15 de
O Plenário, por maioria, deu provimento ao recurso para decla- setembro de 1965, será demarcada pela Superintendência
rar a inconstitucionalidade da Lei 1.952/1995, do Município de Estadual de Rios e Lagoas - SERLA, obedecidos os princípios
Paulínia (SP), que proíbe totalmente a queima da palha de cana- contidos no art. 1º do Decreto-Lei nº 134, de 16 de junho de
-de-açúcar em seu território. 1975, e artigos 2º e 4º da Lei nº 6938, de 31 de agosto de 1981,
O recurso foi tema de audiência pública realizada em abril na largura mínima estabelecida no art. 14 do Decreto nº 24643,
de 2013, quando 23 entidades foram ouvidas para discutir a de 10 de junho de 1934.”
controvérsia entre a Constituição paulista, que autoriza a quei- Dessa forma, tendo em vista que, de acordo com a legisla-
ma quando realizada dentro de padrões de controle ambiental, ção pertinente, compete aos órgãos estaduais demarcar as fai-
e a lei do Município de Paulínia, que proíbe a prática. xas marginais, não poderia o Município, in abstrato, pretender
A maioria dos ministros acompanhou o voto do relator, mi- fazer a demarcação de tais áreas, ainda que sob outra alcunha
nistro Luiz Fux, vencida a ministra Rosa Weber. Para o relator, (faixas de inundação), sob pena de usurpação da competência
a eliminação da queima da cana deve ser planejada e gradual estadual para tanto.
em razão de fatores sociais (realocação dos trabalhadores ca- Assim, o inciso VII, do artigo 79 e alínea a, bem como o
navieiros) e ambientais, uma vez que a utilização de máquinas mapa 6, do Projeto de Lei, mostram-se patentemente inconsti-
também gera impacto negativo ao meio ambiente. “Planeja- tucionais, por invasão de competência legislativa da União e do
mento não combina com proibição imediata”, avaliou. De acor- Estado do Rio de Janeiro.
De outra banda, é de se mencionar que a Emenda Parla-
do como ministro Luiz Fux, as normas federais que tratam do as-
mentar que deu azo à aprovação do inciso VII, alínea a, do artigo
sunto apontam expressamente para a necessidade de se traçar
79, não veio acompanhada dos adequados e necessários estu-
um planejamento para extinguir gradativamente o uso do fogo
dos e diagnósticos ambientais para a elaboração de um Plano
como método despalhador e facilitador do corte da cana.
Urbanístico, nos termos do exigido pelo art. 109, do Plano Dire-
tor vigente.

205
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Veja-se que o Mapa 6, inserido pela Emenda Parlamentar, TÍTULO II


foi concebido ao alvedrio de quaisquer estudos e subsídios téc- DA HIGIENE PÚBLICA
nicos, de modo que não é possível atestar a sua fidedignidade
com a topografia do local. Com efeito, não parece razoável que CAPÍTULO I
se estabeleçam restrições de tal monta, sem que sequer tenham DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
existido estudos robustecidos a atestar que naquele local efe-
tivamente existam rios e olhos d`água passíveis de inundação. Art. 4º Compete à Administração Municipal de Niterói zelar
Por fim, a referida Emenda Parlamentar tampouco recebeu pela higiene e saúde públicas em todo o território do Município,
o necessário batismo popular, sendo certo não ter sido subme- visando à melhoria da ambiência urbana, da saúde pública e do
tida a consultas, audiências públicas ou ao COMPUR,razão pela bem-estar da população, de acordo com as disposições deste
qual encontra-se eivada de vício de inconstitucionalidade por Código, legislação municipal complementar e as demais normas
carência de participação popular. estaduais e federais.
Sendo assim, em que pese a louvável iniciativa dessa nobre Art. 5º Para assegurar a melhoria das condições de higiene
Casa Legislativa em relação à emenda referida, o projeto de lei pública, compete à Administração Municipal fiscalizar:
em discussão não pode ser sancionado totalmente, devendo ser I - a higiene dos passeios e logradouros públicos;
vetados o inciso VII e alínea a, e o Mapa 6 do artigo 79, perma- II - a higiene dos prédios residenciais ou de habitações co-
necendo o caput. letivas;
Estas, portanto, foram as razões que me levaram a vetar III - guarda e coleta de lixo;
parcialmente o referido projeto de lei. IV - a limpeza dos terrenos;
V - a limpeza e a desobstrução dos cursos de águas e valas.
Data de Inserção no Sistema LeisMunicipais: 13/04/2016
Art. 6º Em cada inspeção em que for constatada irregula-
Nota: Este texto disponibilizado não substitui o original pu-
ridade, o agente fiscal competente procederá à intimação do
blicado em Diário Oficial.
responsável pela irregularidade, determinando a adoção das
providências necessárias à sua regularização.
CÓDIGO DE POSTURAS (LEI Nº 2.624/08). § 1º Sempre que a irregularidade constatada decorrer de
aspecto de responsabilidade da Administração Pública Munici-
LEI Nº 2624, DE 29/12/2008 - PUB. A TRIBUNA, DE pal, o agente fiscal apresentará relatório circunstanciado à che-
30/12/2008 fia imediata, sugerindo medidas e solicitando providências para
sua regularização.
INSTITUI O NOVO CÓDIGO DE POSTURAS DO MUNICÍPIO DE § 2º Quando as providências necessárias forem da alçada
NITERÓI E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. de Órgão Federal ou Estadual, a Administração Pública Munici-
pal remeterá ao órgão competente cópia do relatório acompa-
A CÂMARA MUNICIPAL DE NITERÓI DECRETA E EU SANCIO- nhada da respectiva intimação, indicando a adoção das provi-
NO E PROMULGO A SEGUINTE LEI: dências necessárias à sua regularização.

TÍTULO I CAPÍTULO II
DISPOSIÇÕES GERAIS DA HIGIENE E LIMPEZA DOS LOGRADOUROS PÚBLICOS E
DEMAIS BENS DE USO COMUM
Art. 1º Esta Lei tem a denominação de Código de Posturas
do Município de Niterói e dispõe sobre o Exercício do Poder de Art. 7º É dever de cada cidadão cooperar com a Administra-
Polícia da Administração Pública Municipal dentro do seu pecu- ção Municipal na conservação e limpeza da Cidade.
liar interesse e define atos que constituem infrações e quais as Parágrafo Único - É proibido prejudicar, de qualquer forma,
consequências para quem os pratica. a limpeza dos passeios, dos logradouros públicos e demais bens
Art. 2º Todas as funções referentes à execução desta Lei, de uso comum, ou perturbar a execução dos serviços dessa lim-
bem como a aplicação das sanções nela previstas, serão exer- peza.
cidas por órgãos da Administração Municipal cuja competência Art. 8º A fim de preservar a higiene dos passeios, logradou-
estará definida neste Código e em Leis Complementares. ros públicos e demais bens de uso comum, é proibido:
Parágrafo Único - É obrigação de toda pessoa física ou ju- I - despejar ou atirar detritos, impurezas e objetos sobre os
rídica que esteja sujeita às normas deste Código apresentar à
passeios e logradouros públicos;
fiscalização, sempre que esta o solicitar, licenças e autorizações
II - bater roupa e sacudir tapetes, ou quaisquer outras pe-
concedidas pela Administração Municipal, bem como plantas,
ças, nas janelas e portas que dão para via pública ou praças;
projetos, croquis e outros documentos julgados essenciais à
III - lavar roupa em chafarizes ou fontes situados nas vias
ação fiscalizadora.
Art. 3º Os casos omissos ou as dúvidas suscitadas serão re- públicas;
solvidos pelo órgão competente, que deverá, na reincidência, IV - despejar sobre os logradouros públicos as águas de lava-
desenvolver estudos com o intuito de elaborar atos normatizan- gem ou quaisquer outras águas servidas das residências ou dos
do o assunto, no prazo de 90 (noventa) dias, a contar de sua estabelecimentos em geral;
ocorrência. V - deixar animais soltos em logradouros públicos.

206
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Parágrafo Único - Postos de gasolina, oficinas mecânicas, Art. 16 Não é lícito, a quem quer que seja, sob qualquer
garagens de ônibus, caminhões e estabelecimentos congêneres pretexto, impedir ou dificultar o livre escoamento das águas por
ficam proibidos de deixar resíduos graxosos nos logradouros pú- canalizações, valas ou sarjetas dos logradouros públicos, danifi-
blicos. cando-os ou obstruindo-os, bem como através de construções
Art. 9º O proprietário, inquilino ou ocupante deverá man- junto aos rios.
ter a limpeza dos passeios públicos e das sarjetas fronteiriças ao Art. 17 Os infratores das disposições previstas neste Capítu-
imóvel, observadas as seguintes normas: lo estão sujeitos às seguintes penalidades:
I - a varredura do passeio público e da sarjeta será efetuada I - infração às determinações contidas no parágrafo único
em hora conveniente e de pouco trânsito; do art. 13 e o § 1º do artigo 14.
II - na varredura do passeio público serão tomadas as ne- Multa - Valor de Referência M10 do Anexo I da Lei 2.597/08.
cessárias precauções para impedir o levantamento de poeira, II - infração às demais determinações previstas neste Capí-
sendo obrigatório recolher os detritos resultantes da varredura tulo;
ao depósito próprio no interior do prédio; Multa - Valor de Referência M3 do Anexo I da Lei 2.597/08.
III - é proibido, em qualquer caso, varrer o lixo ou os detritos Parágrafo Único - A aplicação das penalidades acima elen-
sólidos de qualquer natureza para as “bocas-de-lobo” dos logra- cadas não exime das penalidades em relação às condutas e ati-
douros públicos. vidades lesivas ao meio ambiente nos termos da Lei Federal nº
Art. 10 Poderá ser permitida a lavagem do passeio fronteiri- 9.605 de 12/02/1998, Lei Estadual nº 4.191 de 30/09/2003 e Lei
ço aos prédios, preferencialmente com águas de reuso e/ou de Municipal nº 2.602 de 14/10/2008 e demais legislações perti-
captação de chuva, e ainda, a lavagem de pavimento térreo de nentes.
edifícios, que será escoada para o logradouro público, desde que CAPÍTULO III
não haja prejuízo para a limpeza da Cidade. DA HIGIENE DAS HABITAÇÕES E DOS ESTABELECIMENTOS
Art. 11 Não existindo sistema de drenagem de águas plu- EM GERAL
viais no logradouro público, as águas de lavagem ou quaisquer
outras águas servidas serão canalizadas pelo proprietário ou Art. 18 Os proprietários de prédios residenciais ou de ha-
ocupante, para sistema próprio de captação, conforme legisla- bitações coletivas, bem como de estabelecimentos em geral,
ção específica. deverão manter a sua conservação, promovendo a respectiva
Art. 12 É proibida a ligação de esgotos na rede de águas pintura ou caiação regularmente.
pluviais. Art. 19 O acondicionamento e a disposição dos resíduos
Art. 13 É proibido descartar detritos ou resíduos de qual-
para coleta residencial em prédios multifamiliares, deverão ser
quer natureza nos logradouros públicos, praças, jardins, nos ca-
feitos em recipientes plásticos com tampa, de duas rodas, de
nais e nos demais cursos de água.
240 (duzentos e quarenta) litros, na cor azul escuro, ou em sa-
Parágrafo Único - Poderão ser apreendidos os veículos fla-
cos plásticos de 100 (cem) litros, na cor preta, em conformidade
grados despejando resíduos ou entulhos na forma do caput des-
com as normas da ABNT, referência NBR 10004:2004 Classe II A
te artigo.
e II B e NBR 9191:2002.
Art. 14 Durante a execução de edificação de qualquer natu-
§ 1º O acondicionamento e a disposição do resíduo sólido
reza, o construtor responsável providenciará para que o leito do
urbano para coleta comercial e outros afins, deverão ser feitos
logradouro público, no trecho compreendido pelas obras, seja
obrigatoriamente em recipiente plástico com tampa, de duas
mantido, permanentemente, em perfeito estado de limpeza.
§ 1º Fica proibida pelas empresas de concretagem, a limpe- rodas, de 120 (cento e vinte) litros, de 240 (duzentos e qua-
za de seus equipamentos em vias públicas, assim como o despe- renta) litros ou 1200 (mil e duzentos) litros, na cor verde escu-
jo desse material na rede pluvial. ro, em conformidade com as normas da ABNT, referência NBR
§ 2º Caso seja constatado o entupimento de galeria de 10004:2004 Classe II A e II B. Somente será permitido o uso de
águas pluviais, deverá ser realizada vistoria técnica pelo órgão sacos plásticos, na cor preta, para eliminar o contato do resíduo
municipal responsável pela manutenção de galerias, para fins de com o recipiente plástico, referência ABNT- NBR 9191:2002.
aferição da causa do entupimento. § 2º As unidades geradoras de resíduos que optarem pela
§ 3º Em sendo constatada a responsabilidade de particula- gestão própria ou a contratação de empresa especializada para
res, deverá o responsável ser intimado a realizar as obras neces- a coleta e destinação final dos resíduos excedentes/extraordiná-
sárias, em prazo coerente com a urgência e necessidade pública. rios e resíduos de serviços de saúde, deverão obrigatoriamente
§ 4º Caso não sejam efetuadas as obras no prazo assinalado, se cadastrar na Companhia Municipal de Limpeza Urbana de Ni-
deverá o respectivo relatório de vistoria ser encaminhado à Pro- terói - CLIN.
curadoria Geral do Município, para ajuizamento de ação própria § 3º A Companhia Municipal de Limpeza Urbana de Niterói
à aferição judicial e imparcial desta responsabilidade, para que - CLIN poderá autorizar, a título precário, a unidade geradora
a municipalidade realize as obras necessárias, apropriando os de resíduos e/ou empresa especializada a realizar a coleta dos
respectivos custos para posterior ajuizamento de ação própria resíduos excedentes/extraordinários, desde que esteja em con-
ao ressarcimento devido. formidade com as normas da Companhia Municipal de Limpeza
Art. 15 Quando da carga e descarga de veículos, o responsá- Urbana de Niterói - CLIN.
vel deverá adotar todas as precauções para evitar que o asseio
do logradouro público fique prejudicado.

207
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 4º O resíduo sólido urbano caracterizado como estrita- Art. 28 Os infratores das disposições previstas neste Capítu-
mente de origem domiciliar, gerado por unidades unifamiliares, lo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M2 do Anexo I
deverá ser adequadamente acondicionado em recipientes apro- da Lei nº 2.597/08.
priados, providos de tampas ou em sacos plásticos. (Redação
dada pela Lei nº 2688/2009) TÍTULO III
Art. 20 Os estabelecimentos comerciais com área superior DAS FEIRAS LIVRES E OUTRAS
a 100,00m² (cem metros quadrados), incluindo-se os instalados
em shopping centers ou em galerias e centros comerciais, deve- Art. 29 As feiras livres do Município de Niterói têm por fina-
rão possuir banheiros masculino e feminino, inclusive adaptados lidade o abastecimento suplementar de verduras, legumes, fru-
para pessoas com deficiência, e bebedouros, para atendimento tas, pescados, aves abatidas, flores, biscoitos e outros produtos.
dos que utilizam os seus serviços. Art. 30 Caberá à Administração Municipal fixar critérios e
Art. 21 Não será permitida a presença de plantas reconhe- normas relativos ao funcionamento das feiras livres.
cidamente danosas em cercas vivas, muros, tapumes e na arbo- Art. 31 Somente pessoas físicas matriculadas e autorizadas
rização de pátios. pela Secretaria Municipal de Fazenda poderão comerciar nas
Art. 22 Competem aos proprietários de terrenos atravessa- feiras livres.
dos por cursos de águas, valas, córregos, riachos, etc., canaliza- Art. 32 Fica instituído o Cartão de Autorização para funcio-
dos ou não, a sua conservação e limpeza, nos trechos compre- namento das feiras livres e outras, expedido pela Secretaria Mu-
endidos pelas respectivas divisas, de forma que suas seções de nicipal de Fazenda.
vazão mantenham-se sempre desimpedidas. Art. 33 Do Cartão de Autorização deverá constar:
Art. 23 Além destas normas, as habitações em geral ficam I - nome do titular com fotografia;
sujeitas aos dispositivos regulados no Código Sanitário Munici- II - localização, dia e horário de funcionamento;
pal - Lei nº 2.564 de 26/06/2008. III - número da matrícula;
Art. 24 Os infratores das disposições previstas neste Capítu- IV - número do processo de autorização;
lo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M3 do Anexo I V - mercadoria autorizada para a venda;
da Lei nº 2.597/08. VI - quantidade de tabuleiros;
VII - nomes dos auxiliares; e
CAPÍTULO IV VIII - restrições, se for o caso.
DA COLETA DO LIXO Parágrafo Único - O Cartão de Autorização e o comprovante
de pagamento da taxa deverão ser mantidos na barraca durante
Art. 25 O Município, através da Companhia de Limpeza Ur- a realização da feira, em local visível, e apresentado à fiscaliza-
bana de Niterói - CLIN, deverá implantar adequado sistema de ção quando solicitado.
coleta, tratamento e destinação dos resíduos sólidos urbanos, Art. 34 A matrícula e as consequentes autorizações para o
excetuando os resíduos industriais e perigosos, incentivando a exercício de atividade nas feiras livres serão concedidas a título
coleta seletiva, segregação, reciclagem, compostagem e outras precário, podendo ser cassadas ou canceladas, a critério exclusi-
técnicas que promovam a redução do volume total dos resíduos vo do órgão municipal competente.
sólidos gerados, em conformidade com a Lei Municipal nº 1.212 Art. 35 As mercadorias, veículos e tudo o mais que for apre-
de 21/09/1993 e alterações posteriores, e Resoluções Técnicas endido nas feiras livres, em virtude de infração, será recolhido
Normativas expedidas pela CLIN. ao depósito público.
Art. 36 Sem prejuízo de outras medidas legais cabíveis, a
CAPÍTULO V matrícula e a autorização poderão ser cassadas quando consta-
DAS MEDIDAS REFERENTES AOS ANIMAIS tada qualquer das seguintes infrações:
I - venda de mercadorias deterioradas;
Art. 26 É proibido no Município de Niterói: II - agressão física ou moral ao agente fiscal ou ao consu-
I - o acesso e a permanência de animais em cinemas, tea- midor;
tros, repartições públicas, piscinas e praias, salvo os cães ades- III - exercício por pessoa não devidamente credenciada;
trados para a condução de pessoas com deficiência visual; IV - atitude atentatória à moral e aos bons costumes;
II - a exibição e o trânsito de animais mordedores bravios, V - sonegação de mercadorias ou de tributos;
ainda que domesticados, em locais de livre acesso ao público, VI - fraude nos pesos, medidas e balanças; e/ou
salvo se devidamente contidos por coleiras, guias e focinheira; VII - fornecimento de mercadorias a vendedores clandes-
III - o trânsito de cães nos Logradouros Públicos, salvo se tinos.
estiverem contidos por coleiras e guia, conduzidos por pessoa Art. 37 A Administração Municipal poderá cancelar a matrí-
com idade e força suficientes para controlar seus movimentos, cula do feirante reincidente no descumprimento de suas obriga-
ou ainda se forem cães adestrados para a condução de pessoas ções fiscais.
com deficiência visual; Art. 38 A Administração Municipal adotará as medidas ne-
IV - manter animais bravios em locais inapropriados e que cessárias ao cumprimento e complemento das disposições do
não ofereçam segurança à população. presente Título, bem como disciplinará o funcionamento de fei-
Art. 27 É proibido o comércio de animais nos logradouros ras especiais, entendidas como aquelas destinadas a fomentar
públicos e nos demais bens de uso comum. atividades culturais, artesanais, regionais, folclóricas e turísticas.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 39 Os infratores das disposições previstas neste Título Parágrafo Único - A instalação de teleféricos deverá ser pre-
estão sujeitos às seguintes penalidades: cedida de consulta prévia de viabilidade técnica locacional, jun-
I - infração às determinações estabelecidas nos incisos II ou to aos órgãos municipais competentes.
VI, do art. 36. Art. 47 Fica o funcionamento desses aparelhos condiciona-
Multa - Valor de Referência M10 do Anexo I da Lei nº do à vistoria semestral nos prédios comerciais ou mistos, e anu-
2.597/08. ais nos prédios residenciais, devendo o pedido ser instruído com
II - infração às demais determinações previstas neste Título; certificado expedido pela empresa instaladora ou conservadora,
Multa - Valor de Referência M3 do Anexo I da Lei nº em que se declarem as perfeitas condições de funcionamento,
2.597/08. a realização de testes e a obediência às disposições legais vigen-
tes.
TÍTULO IV Art. 48 Junto aos equipamentos e à vista do público, deverá
DA SEGURANÇA PÚBLICA haver uma ficha de inspeção a ser rubricada pela empresa res-
ponsável por sua conservação.
CAPÍTULO I § 1º Em edificações que tenham portaria ou recepção, é fa-
DO TRÂNSITO PÚBLICO cultada a guarda da ficha de inspeção.
§ 2º Da ficha constará, no mínimo, a denominação do edifí-
Art. 40 É proibido nos logradouros públicos: cio ou local da instalação, o número do elevador, escada-rolante,
I - danificar ou retirar placas e outros meios de sinalização, monta-carga ou teleférico, sua capacidade, firma ou denomina-
colocados nos logradouros para advertência de perigo ou impe- ção da empresa conservadora, com endereço e telefone, data da
dimento de trânsito; inspeção, resultados e assinatura do responsável pela inspeção.
II - pintar faixas de sinalização de trânsito, símbolo ou qual- § 3º O laudo de inspeção será objeto de regulamentação
quer identificação, mesmo que junto ao rebaixo do meio-fio, própria.
sem prévia autorização da Administração Municipal; § 4º É obrigatória à instalação de placa de capacidade no
III - inserir quebra-molas, redutores de velocidades ou interior dos elevadores, bem como indicador de posição e luz
quaisquer objetos afins, no leito das vias públicas, sem autoriza- de emergência.
ção prévia da Administração Municipal; Art. 49 Os proprietários ou responsáveis pelo edifício ou
IV - depositar contêineres, caçambas, cones ou similares, local da instalação e as empresas conservadoras responderão
sem autorização prévia do órgão competente na forma da Lei. perante o Município, pela conservação, bom funcionamento e
Art. 41 O veículo encontrado em estado de abandono em segurança do equipamento.
quaisquer vias ou logradouros públicos será apreendido pela Ni- Parágrafo Único - A empresa conservadora deverá comu-
terói Transporte e Trânsito S.A. - NITTRANS e transportado ao nicar à fiscalização, por escrito, a recusa do proprietário ou
depósito da Administração Municipal, da Polícia Militar, Pátio responsável pelo prédio em mandar efetuar os reparos para a
Legal ou conveniada com a Administração Pública, respondendo correção de irregularidade ou defeitos na instalação que pos-
seu proprietário pelas respectivas despesas, sem prejuízo das sam vir a prejudicar seu funcionamento ou comprometer sua
demais sanções previstas na legislação vigente. segurança.
Art. 42 Os infratores das disposições previstas neste Capítu- Art. 50 Nenhum edifício comercial, no todo ou em parte,
lo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M3 do Anexo I poderá, salvo motivo de força maior devidamente comprovada,
da Lei nº 2.597/08. retirar de uso ou paralisar seus elevadores, mesmo que momen-
taneamente, em detrimento dos usuários, no período compre-
CAPÍTULO II endido entre as 7h (sete horas) e às 20h (vinte horas) dos dias
DOS INFLAMÁVEIS E EXPLOSIVOS úteis.
Art. 51 É proibido fumar ou conduzir acesos cigarros ou se-
Art. 43 A comercialização de inflamáveis e explosivos será melhantes no elevador.
regulamentada por legislação específica. Art. 52 Os elevadores dos edifícios residenciais, comerciais
Art. 44 É vedado o depósito ou exposição comercial de in- e mistos, localizados no Município de Niterói, que possuam o
flamáveis ou explosivos nos passeios e logradouros públicos, sob funcionamento com portas automáticas ficam obrigados a ins-
pena de apreensão e multa. talar, quanto à segurança, as barras de proteção eletrônica com
Art. 45 Os infratores das disposições previstas neste Capítu- os respectivos sensores em uma altura máxima de 0,50m (cin-
lo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M5 do Anexo I quenta centímetros).
da Lei nº 2.597/08. Parágrafo Único - Entende-se por barras de proteção ele-
trônica e sensores os dispositivos que evitam que as portas dos
CAPÍTULO III elevadores fechem-se sobre os usuários.
DOS ELEVADORES, ESCADAS ROLANTES E TELEFÉRICOS Art. 53 Os elevadores dos edifícios residenciais, comerciais
e mistos, localizados no Município de Niterói, deverão ser equi-
Art. 46 O funcionamento de elevadores, escadas-rolantes, pados com interfones que possibilitem a comunicação com a
montacargas e teleféricos, quando de uso público ou privado, portaria ou com responsável de plantão.
dependerão de assistência e responsabilidade técnica de em- Parágrafo Único - Será fixado no interior dos elevadores,
presa instaladora, registrada no Conselho Regional de Engenha- aviso alertando sobre o procedimento a ser adotado em caso
ria, Arquitetura e Agronomia (CREA). de emergência.

209
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 54 Além da aplicação de multas, serão interditados os Parágrafo Único - As desordens, algazarras ou barulhos, por-
elevadores, monta-cargas, escadas rolantes e teleféricas que ventura verificados no interior dos referidos estabelecimentos,
não atendam ao presente Capítulo. sujeitarão os proprietários à multa, podendo ser cassada, na
Art. 55 A interdição só será suspensa após os devidos re- reincidência, a licença para seu funcionamento, fechando-se de
paros e mediante pedido escrito da empresa instaladora ou imediato o estabelecimento.
conservadora, sob cuja responsabilidade passará a funcionar os Art. 64 Os infratores das disposições previstas neste Título
aparelhos após novo certificado de funcionamento. estão sujeitos à multa no Valor de Referência M10 do Anexo I da
Art. 56 Os infratores das disposições previstas neste Capítu- Lei nº 2.597/08.
lo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M4 do Anexo I
da Lei nº 2.597/08. CAPÍTULO I
DO HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO
CAPÍTULO IV
DA SEGURANÇA NO TRABALHO Art. 65 É livre o funcionamento dos estabelecimentos do
comércio varejista em geral, observados os preceitos previstos
Art. 57 As edificações de estabelecimentos industriais, co- neste Código.
merciais e prestadores de serviços deverão obedecer a requi- Parágrafo Único - A Administração Municipal, nos casos de
sitos técnicos que garantam perfeita segurança dos que nelas perturbação da ordem e sossego público, poderá limitar o horá-
trabalham, na conformidade da legislação federal específica e rio de funcionamento dos estabelecimentos comerciais.
das estadual e municipal. Art. 66 Os infratores das disposições previstas neste Capítu-
Art. 58 Durante os serviços e obras de construção de edi- lo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M10 do Anexo I
ficações de qualquer natureza, bem como de demolição, o da Lei nº 2.597/08.
construtor responsável e o proprietário deverão tomar as provi-
dências que se fizerem necessárias à proteção e segurança dos SEÇÃO I
trabalhadores e de terceiros, inclusive dos imóveis vizinhos, me- DO PLANTÃO DE FARMÁCIAS E DROGARIAS
diante a rigorosa observância das exigências da legislação muni-
cipal e das prescrições de segurança de trabalho nas atividades Art. 67 A Administração Municipal, para atender ao interes-
da construção civil, normatizadas pela legislação federal vigente. se público, poderá definir em norma regulamentar horário de
Parágrafo Único - As serras dos tipos adotadas em constru- plantão de farmácias e drogarias.
ção de edificações só poderão operar em recintos devidamente Parágrafo único. Os estabelecimentos de farmácia e droga-
protegidos contra ruídos. ria que funcionarem em Postos de Serviços e Revenda de Com-
Art. 59 Os infratores das disposições previstas neste Capítu- bustíveis e Lubrificantes, na forma do artigo 345 desta Lei, deve-
lo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M10 do Anexo I rão garantir atendimento ao público, no mínimo, durante todo
da Lei nº 2.597/08. o período de funcionamento dos citados Postos onde estiverem
localizados. (Redação dada pela Lei nº 3343/2018)
CAPÍTULO V
DAS ANTENAS DE TELECOMUNICAÇÕES E TELEFONIA CAPÍTULO II
DOS DIVERTIMENTOS PÚBLICOS
Art. 60 A instalação de equipamentos de Rádio Base de Te- SEÇÃO I
lecomunicações e micro células para reprodução de sinal e equi- DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
pamentos afins dependerá de autorização prévia junto ao órgão
competente, na forma de regulamentação própria. Art. 68 O funcionamento de casas e locais de diversões pú-
Art. 61 Os infratores das disposições previstas neste Capítu- blicas depende de licença prévia da Administração Municipal.
lo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M10 do Anexo I Parágrafo Único - Incluem-se nas exigências do presente ar-
da Lei nº 2.597/08. tigo as seguintes casas e locais:
I - teatros e cinemas;
TÍTULO V II - circos e parques de diversões;
DA ORDEM PÚBLICA III - auditórios de emissoras de rádio e televisão;
IV - salões de conferências, salões de bailes e boates;
Art. 62 É dever de a Administração Municipal zelar pela V - pavilhões e feiras particulares;
manutenção da ordem, da moralidade e do sossego público em VI - campos de esporte e piscinas;
todo o território do Município, de acordo com as disposições da VII - ringue;
legislação municipal e das normas adotadas pelo Estado e pela VIII - clubes de diversões noturnas;
União. IX - quermesses;
Art. 63 No interior dos estabelecimentos que vendam ou X - quaisquer outros locais de divertimento público.
não bebidas alcoólicas, os proprietários, gerentes ou equivalen- Art. 69 O processo de licenciamento para a exploração dos
tes serão responsáveis pela manutenção da ordem e da mora- divertimentos públicos será iniciado na Secretaria Municipal de
lidade. Fazenda, instruído com a documentação exigida pela legislação

210
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

vigente para os estabelecimentos comerciais em geral, além das § 5º Quando o laudo de vistoria técnica apontar indícios de
que forem exigidas pelos Órgãos Policiais competentes, em es- deficiência na estrutura ou nas instalações, a licença será sus-
pecial o Certificado de Aprovação do Corpo de Bombeiros, da pensa e o local interditado até serem sanadas as causas do pe-
Defesa Civil e da Niterói Transporte e Trânsito S.A. - NITTRANS, rigo.
que verificará as implicações de trânsito para o local, através do Art. 73 Ficam as administrações das casas de espetáculo e
Sistema Viário. locais de reunião obrigadas a sinalizar ao público, de forma ver-
Parágrafo Único - O pedido de autorização para eventos em bal ou gestual e gráfica, as saídas de emergência, a localização e
logradouros públicos deverá ser dirigido à Secretaria Municipal a maneira de utilização dos equipamentos de segurança, antes
de Urbanismo e Controle Urbano com antecedência mínima de do início de cada sessão ou evento.
30 (trinta) dias. Parágrafo Único - Para efeito deste artigo são considerados
Art. 70 Em toda casa de diversão ou sala de espetáculo de- locais de reunião:
verá ser franqueado o livre acesso às autoridades municipais I - auditórios;
encarregadas da fiscalização, no estrito cumprimento de suas II - cinemas;
funções. III - teatros;
Art. 71 As condições mínimas de segurança, higiene, confor- IV - restaurantes com música ao vivo;
to, acessibilidade para pessoas com deficiências e comodidade V - bares com música ao vivo;
das casas e locais de diversões deverão ser periódica e obrigato- VI - estádios e ginásios esportivos; e
riamente inspecionadas pelo órgão competente da Administra- VII - salões de bailes e boates.
ção Municipal. Art. 74 Os infratores das disposições previstas nesta Seção
§ 1º Conforme o resultado da inspeção, o órgão competen- estão sujeitos às seguintes penalidades:
te da Administração Municipal poderá exigir: I - infração às determinações previstas no artigo 70.
I - a apresentação do laudo de vistoria técnica sobre a segu- Multa - Valor de Referência M10 do Anexo I da Lei nº
rança e a estabilidade do edifício e das respectivas instalações e 2.597/08.
ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) assinada por pro- II - infração às determinações contidas no artigo 68.
fissional legalmente habilitado; e Multa - Valor de Referência M20 do Anexo I da Lei nº
2.597/08.
II - a realização de obras ou de outras providências conside-
III - infração às determinações estabelecidas nos demais ar-
radas necessárias.
tigos previstos nesta Seção.
§ 2º No caso de não serem atendidas as exigências do ór-
Multa - Valor de Referência M5 do Anexo I da Lei nº
gão competente da Administração Municipal, no prazo por este
2.597/08.
fixado, não será permitido ao estabelecimento continuar funcio-
nando.
SEÇÃO II
Art. 72 Os responsáveis pelo funcionamento de cinemas,
DOS CINEMAS, TEATROS E AUDITÓRIOS
teatros, auditórios, boates, salas de conferências, casas de di-
versões noturnas, salões de esportes, salões de bailes e outros
Art. 75 Nos cinemas, teatros e auditórios, inclusive nos esta-
locais onde se reúna grande número de pessoas ficam obrigados belecimentos destinados a outros espetáculos públicos, em am-
a apresentar, anualmente, à Administração Municipal, laudo de biente fechado, deverão ser atendidas as seguintes exigências:
vistoria técnica acompanhada do respectivo ART, referente à se- I - ter sempre a pintura interna e externa em boas condi-
gurança e estabilidade do edifício e das respectivas instalações, ções;
assinado por engenheiro ou arquiteto inscrito no CREA. II - conservar, permanentemente, a aparelhagem de refri-
§ 1º É obrigatório constar do laudo de vistoria técnica, que geração ou de renovação de ar em perfeito estado de funcio-
foram cuidadosamente inspecionados, os elementos construti- namento;
vos do edifício, os muros, os pisos, as saídas de emergências, III - manter as salas de entrada e as de espetáculos rigorosa-
cobertura e a acessibilidade para pessoas com deficiências, bem mente asseadas e desinsetizadas e desratizadas;
como as respectivas instalações, tendo em vista a utilização do IV - assegurar rigoroso asseio nos mictórios e vasos sanitá-
imóvel. rios, lavando-os e desinfetando-os diariamente;
§ 2º É facultado à Administração Municipal o direito de V - manter as cortinas e tapetes em bom estado de conser-
exigir a apresentação de plantas, detalhes e cálculos que justifi- vação.
quem o laudo apresentado. Art. 76 Nos cinemas, teatros, auditórios e demais casas de
§ 3º No caso de não apresentação do laudo de vistoria téc- diversão deverão ser observados, além do laudo do Corpo de
nica, a Administração Municipal poderá suspender imediata- Bombeiros, os seguintes requisitos:
mente a licença de funcionamento e interditar o local. I - colocação de avisos de que é proibido fumar na sala de
§ 4º Caso sejam constatados defeitos ou deficiências, a Ad- espetáculo, mesmo durante os intervalos;
ministração Municipal poderá exigir laudo complementar em II - ter bebedouros automáticos de água filtrada;
prazo não superior a 10 (dez) dias, sob pena de cassar imedia- III - não ter cadeiras soltas ou colocadas em percursos que
tamente a licença de funcionamento e interditar o local de di- possam entravar a livre saída das pessoas;
versões, sem prejuízo das penalidades cabíveis aos profissionais IV - ter o percurso de saída indicado obrigatoriamente por
que tenham assinado o referido laudo. meio de setas de cor vermelha;

211
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

V - ter as portas de saída encimadas com a palavra “SAÍDA” Parágrafo Único - Na localização de circos e de parques de
na cor vermelha, legível à distância, luminosa quando se apaga- diversões, a Administração Municipal deverá ter em vista a ne-
rem as luzes da sala de espetáculos; cessidade de proteger a paisagem e a estética urbana.
VI - ter as portas de saída com as folhas abrindo para fora, Art. 82 As dependências do circo e a área dos parques de
no sentido do escoamento das salas; diversões deverão ser obrigatoriamente, mantidas em perma-
VII - ter as portas movimentadas por dobradiças de mola, nente estado de limpeza e higiene.
vedada à utilização de fechos de qualquer espécie; Parágrafo Único - O lixo deverá ser colocado em recipiente
VIII - ter os corredores de acesso às saídas permanentemen- fechado.
te livres, durante toda a programação; Art. 83 Para efeito deste Código, os teatros do tipo portátil e
IX - ter portas de socorro ou emergência, vedada à utiliza- desmontável serão equiparados aos circos.
ção de fechos de qualquer espécie. Art. 84 Os infratores das disposições previstas nesta Seção
Parágrafo Único - Todas as precauções necessárias para evi- estão sujeitos à multa no Valor de Referência M5 do Anexo I da
tar incêndios deverão ser tomadas, sendo obrigatória a existên- Lei nº 2.597/08.
cia de aparelhos apropriados em locais visíveis e de fácil acesso.
Art. 77 Nos cinemas não poderá existir, em depósito, no CAPÍTULO III
próprio recinto, nem nos compartimentos anexos, maior núme- DO USO E OCUPAÇÃO DOS LOGRADOUROS E DEMAIS
ro de películas que as necessárias para as exibições do dia. BENS DE USO COMUM
Parágrafo Único - As películas deverão ficar sempre em es-
tojos metálicos, hermeticamente fechados, não podendo ser Art. 85 Todo exercício de atividade transitória ou permanen-
abertos por mais tempo do que o indispensável ao serviço. te, de caráter festivo, esportivo, comercial ou de serviço publici-
Art. 78 Os infratores das disposições previstas nesta Seção tário, que utilize qualquer forma de construção, instalação, uso
estão sujeitos às seguintes penalidades: de equipamento, perfurações ou ações similares, inclusive as
I - infração às determinações previstas no inciso IX do artigo realizadas em veículos, sobre o logradouro público, necessitarão
76; de autorização específica da Administração Municipal, atendi-
Multa - Valor de Referência M20 do Anexo I da Lei 2.597/08. das no que couber, as disposições deste Capítulo.
II - infração às determinações estabelecidas nos demais ar- Art. 86 A invasão de logradouros públicos será punida de
tigos previstos nesta Seção. acordo com a legislação vigente.
Multa - Valor de Referência M5 do Anexo I da Lei nº § 1º Verificada a ocupação de logradouros ou quaisquer
2.597/08. bens públicos de uso comum do povo, por construção ou equi-
pamentos de caráter permanente ou definitivo, não autoriza-
SEÇÃO III dos, a Administração Municipal promoverá, observado o devido
DAS CASAS NOTURNAS E OUTROS ESTABELECIMENTOS DE processo legal, sua retirada ou demolição.
DIVERSÕES § 2º Providência idêntica à referida no parágrafo anterior
deverá ser tomada pelo órgão competente da Administração
Art. 79 Nas casas noturnas e outros estabelecimentos de Municipal, no caso de invasão do leito de cursos de água ou va-
diversão, é obrigatória a observância, no que lhes forem aplicá- las, de desvio não autorizado dos mesmos cursos de água ou
veis, dos requisitos fixados neste Código para cinemas e auditó- valas e de redução indevida de secção da respectiva vazão.
rios, quanto às condições de segurança, higiene, comodidade e § 3º Em qualquer caso, não será permitida a utilização ou
conforto. obstrução do passeio público, por obstáculos de qualquer natu-
Parágrafo Único - Qualquer estabelecimento mencionado reza, ressalvados os casos previstos em regulamento.
no presente artigo terá sua licença de funcionamento cassada § 4º Qualquer obstáculo de caráter provisório que esteja ir-
pela Administração Municipal, quando se tornar nocivo à or- regularmente instalado sobre o logradouro público poderá ser
dem, ao decoro e ao sossego públicos. removido de imediato pela Administração Municipal.
Art. 80 Os infratores das disposições previstas nesta Seção Art. 87 A depredação de pavimentação, meios-fios, pas-
estão sujeitos à multa no Valor de Referência M10 do Anexo I da seios, pontes, galerias, canais, bueiros, muralhas, balaustradas,
Lei nº 2.597/08. bancos, postes, lâmpadas e quaisquer obras ou dispositivos exis-
tentes nos logradouros públicos será punida na forma da legis-
SEÇÃO IV lação em vigor.
DOS CIRCOS E DOS PARQUES DE DIVERSÕES Parágrafo Único - Os infratores do presente artigo ficam
obrigados a indenizar a Administração Municipal das despesas
Art. 81 Na localização e instalação de circos e de parques de que esta fizer, após aferição judicial de responsabilidade.
diversões, deverão ser observadas, além do laudo do Corpo de Art. 88 Os estabelecimentos comerciais ou de prestadores
Bombeiros, as seguintes exigências: de serviços que realizam entregas domiciliares, sofrerão sanção
I - instalação exclusivamente em terrenos adequados em imediata, independentemente de intimação prévia, caso os veí-
locais que ofereçam segurança, facilidade de acesso e parquea- culos sejam flagrados trafegando no passeio público.
mento, a critério da Administração Municipal; e Parágrafo Único - Os estabelecimentos deverão identificar
II - localização a uma distância de 500,00m (quinhentos me- os veículos de entrega com o nome e o endereço do respecti-
tros), no mínimo, de hospitais, casas de saúde e estabelecimen- vo estabelecimento com letras de 0,10m (dez centímetros), no
tos congêneres. mínimo.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 89 É expressamente proibido preparar alimentos nos § 8º A instalação de guaritas de segurança no limite do ali-
logradouros públicos, utilizando churrasqueiras, fogões, assa- nhamento, poderá ser autorizada a título precário, pela Admi-
deiras ou outros equipamentos similares. nistração Pública, conforme regulamento específico, desde que
Art. 90 O Poder Público Municipal poderá apreender qual- requerida por condomínios ou associações de moradores, sem-
quer equipamento sonoro ou qualquer fonte produtora de som pre respeitando o que traz o artigo 114, nos incisos I,II,III,V e VII,
ou ruído no logradouro público, quando não observadas às nor- no que se refere a ocupação do Logradouro Público. (Redação
mas estabelecidas neste Código. acrescida pela Lei nº 3295/2017)
Art. 91 Ficam as agências de compra, venda, consignação Art. 94 Nos terrenos, edificados ou não, será obrigatória a
ou aluguel de veículos, oficinas mecânicas e estabelecimen- execução de muros de alvenaria frontais, laterais e de fundos.
tos congêneres, proibidos de estacionar ou expor automóveis, Parágrafo Único - Os fechos e/ou muros divisórios de pro-
motocicletas, bicicletas e quaisquer equipamentos ou itens de priedades deverão respeitar a altura padrão do muro de 1,80m
transporte nas calçadas, bainhas de estacionamento, e outras (um metro e oitenta centímetros).
parcelas das vias públicas fronteiriças da edificação ou nas situ- Art. 95 É proibida a colocação, na área urbana do Município,
adas nas vizinhanças. de cerca de arame farpado ou similar, no alinhamento frontal, a
Art. 92 Os infratores das disposições previstas neste Capítu- menos de 2,00m (dois metros) de altura em referência ao nível
lo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M10 do Anexo I do passeio.
da Lei nº 2.597/08. Art. 96 Sempre que o nível de qualquer terreno, edificado
ou não, for superior ao nível do logradouro em que o mesmo se
SEÇÃO I situe, a Administração Municipal exigirá do proprietário, quan-
DOS PASSEIOS, MUROS, CERCAS E MURALHAS DE SUSTEN- do for o caso, de acordo com as necessidades técnicas e o que
TAÇÃO dispuser o Código de Obras de Niterói, a execução de obras de
contenção.
Art. 93 Compete, obrigatoriamente, ao proprietário do imó- Parágrafo Único - Na ocorrência do disposto no caput deste
vel, ou ao seu ocupante, a execução e conservação de passeios, artigo, a Administração Municipal poderá exigir ainda, do pro-
muros, cercas e muralhas de sustentação. prietário do terreno, a construção de sarjetas ou drenos, para
§ 1º Nas vias pavimentadas será obrigatória ainda, a exe- desvio de águas pluviais ou de infiltrações que causem prejuízos
cução e manutenção pelos proprietários ou seus ocupantes, de ou danos ao logradouro público, aos proprietários vizinhos ou
passeios em toda a extensão das respectivas testadas dos ter- transeuntes.
renos. Art. 97 Em caso de urgência comprovada por motivo de saú-
§ 2º Os passeios serão executados de acordo com especifi- de pública, segurança e outras, os proprietários ou ocupantes
cações técnicas fornecidas pelo setor competente da Adminis- que forem intimados pela Administração Municipal a executar o
tração Municipal, nos quais será aplicado, obrigatoriamente, o fechamento de terrenos ou outras obras necessárias, e que não
uso de material liso e antiderrapante no seu leito, sem obstácu- atenderem à intimação, ficarão sujeitos, além da multa corres-
los de qualquer natureza, exceto os indispensáveis e de utilidade pondente, ao ressarcimento dos custos dos serviços realizados
pública, previstos na legislação federal, estadual ou municipal. pela Administração Municipal através da medida judicial cabível.
§ 3º Toda a calçada deverá ser nivelada evitando o aclive e Art. 98 Os infratores das disposições previstas nesta Seção
o declive, e as rampas de acesso à garagem devem ser construí- estão sujeitos à multa no Valor de Referência M4 do Anexo I da
das a partir do meio-fio, avançando no máximo 0,40m (quarenta Lei nº 2.597/08.
centímetros) da calçada e obedecendo a uma inclinação de até
45º (quarenta e cinco graus). SEÇÃO II
§ 4º Deverá permanecer livre a área compreendida entre DA ARBORIZAÇÃO PÚBLICA
o alinhamento e a fachada, vedada, sob qualquer pretexto, a
utilização do afastamento ou passeio público, para instalação Art. 99 Não será permitida a utilização da arborização públi-
de quaisquer equipamentos de gás, energia, água, esgoto, com- ca para colocar cartazes, anúncios e faixas ou afixar cabos e fios,
pressores e similares, fixos ou móveis. nem para suporte e apoio a instalações de qualquer natureza ou
§ 5º A instalação de gradis de segurança no limite do alinha- finalidade.
mento, poderá ser autorizada a título precário, pela Administra- Parágrafo Único - Excetua-se da proibição deste artigo:
ção Pública, conforme regulamento específico. I - a decoração natalina de iniciativa da Administração Mu-
§ 6º Os responsáveis pelos terrenos enquadrados no caput nicipal; e
deste artigo, que possuírem passeios deteriorados, sem a ade- II - a decoração utilizada em desfiles de caráter público, exe-
quada manutenção, serão intimados a, no prazo máximo de 30 cutados ou autorizados pela Administração Municipal.
(trinta) dias, executar os serviços determinados, e se não aten- Art. 100 Os infratores das disposições previstas nesta Seção
derem à intimação, ficarão sujeitos, além da multa correspon- estão sujeitos à multa no Valor de Referência M10 do Anexo I da
dente, ao ressarcimento dos custos dos serviços realizados pela Lei nº 2.597/08.
Administração Municipal através da medida judicial cabível.
§ 7º Ficará a cargo da Administração Municipal a reconstru-
ção ou conserto de passeios ou muros, afetados por alterações
do nivelamento e do meio fio por estragos ocasionados pela ar-
borização dos logradouros públicos.

213
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO III XXIII - estações de transferência de transporte público;


DO USO DAS PRAÇAS XXIV - abrigos para pontos de táxi;
XXV - suportes para a instalação do “cuca fresca”;
Art. 101 Nas praças ou logradouros públicos é proibido, sob XXVI - pórticos;
pena de multa e reparo do dano causado: XXVII - caixas coletoras de correspondências.
I - danificar a vegetação e caminhar sobre os gramados e XXVIII - parklets. (Redação acrescida pela Lei nº 3162/2015)
canteiros, colher flores ou tirar muda de plantas; (Regulamentado pelo Decreto nº 12.903/2018)
II - danificar o pavimento ou remover, sem autorização, Parágrafo único. Considera-se parklet a ampliação do pas-
qualquer equipamento instalado; e seio público, realizada por meio da implantação de plataforma
III - armar barracas, coretos, palanques, brinquedos ou simi- sobre a área antes ocupada pelo leito carroçável da via pública,
lares ou fazer ponto de venda e propaganda, sem prévia autori- equipada com bancos, floreiras, mesas e cadeiras, guarda-sóis,
zação da Administração Municipal. aparelhos de exercícios físicos, paraciclos ou outros elementos
Art. 102 Os infratores das disposições previstas nesta Seção de mobiliário, com função de recreação, lazer ou de manifesta-
estão sujeitos às seguintes penalidades: ções artísticas. (Redação acrescida pela Lei nº 3162/2015) (Re-
I - infração às determinações previstas no inciso I, do art. gulamentado pelo Decreto nº 12.903/2018)
101. Art. 105 A veiculação de anúncios publicitários no mobiliá-
Multa - Valor de Referência M2 do Anexo I da Lei nº
rio urbano dependerá de prévia autorização da Administração
2.597/08.
Municipal.
II - infração à determinação contida nos incisos II ou III do
Art. 106 As concessionárias de serviços públicos de telefo-
art. 101.
nia são obrigadas a colocar ressalto de concreto, ou similar, na
Multa - Valor de Referência M5 do Anexo I da Lei nº 2.597/08
e apreensão imediata. base dos telefones públicos, como forma de sinalização para os
deficientes visuais.
CAPÍTULO IV Art. 107 Os elementos do mobiliário urbano poderão: (Re-
DO MOBILIÁRIO URBANO dação dada pela Lei nº 3162/2015)
SEÇÃO I I - ocupar ou estar projetados sobre o leito carroçável das
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS vias, salvo os mobiliários previstos no inciso XXVIII do artigo 104;
(Redação dada pela Lei nº 3162/2015)
Art. 103 A instalação de qualquer mobiliário urbano depen- II - obstruir a circulação de pedestres ou configurar perigo
derá de autorização prévia da Administração Municipal. ou impedimento à locomoção de pessoas com deficiência e mo-
Art. 104 São considerados como mobiliário urbano de uso e bilidade reduzida;
Utilidade Pública os seguintes elementos, dentre outros: III - obstruir o acesso a faixas de travessias de pedestres,
I - abrigo de parada de transporte público de passageiro; escadas rolantes ou entradas e saídas de público, sobretudo as
II - totem indicativo de parada de ônibus; de emergência ou para pessoas com deficiência e mobilidade
III - sanitário público; reduzida;
IV - cabines telefônicas e orelhões; IV - estar localizados em ilhas de travessia, exceto os previs-
V - postes de iluminação pública; tos nos incisos I, II, VII, VIII, IX, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX e XXI
VI - painel informativo institucional; do art. 104, pontos de ônibus e relógios/termômetros digitais;
VII - placas e unidades identificadoras de vias e logradouros V - estar localizados em esquinas, viadutos, pontes e belve-
públicos; deres, salvo os mobiliários previstos nos incisos VII, XVI do artigo
VIII - totem de identificação de espaços e edifícios públicos; 104 e os equipamentos de informação básica ao pedestre.
IX - cabine de segurança pública; Parágrafo Único - A instalação do mobiliário urbano nos pas-
X - quiosque para informações culturais ou turísticas; seios públicos deverá necessariamente observar uma faixa de
XI - bancas de jornal e revistas; circulação de, no mínimo, metade de sua largura, nunca inferior
XII - bicicletários; a 1,50m (um metro e cinquenta centímetros); nos calçadões, a
XIII - estrutura para disposição de sacos plásticos de lixo
faixa de circulação terá 4,50m (quatro metros e cinquenta cen-
destinada à reciclagem;
tímetros) de largura.
XIV - grade de proteção de terra ao pé de árvores;
Art. 108 É expressamente proibido depredar, pichar, que-
XV - protetores de árvores;
brar ou fazer mau uso dos elementos urbanos, sob pena de so-
XVI - gradil de proteção e orientação;
XVII - papeleiras e contêineres; frer sanções previstas neste Código, além das sanções penais.
XVIII - relógio (tempo, temperatura e poluição); Art. 109 É proibida a instalação de caixas de som e alto-fa-
XIX - estrutura de suporte para terminal de Rede Pública de lantes nos postes e na arborização pública.
Informação e Comunicação; Art. 110 Os logradouros públicos reconhecidos oficialmen-
XX - suportes para afixação gratuita de pôster para eventos te, pela Administração Municipal como de interesse turístico,
culturais; cultural ou gastronômico, poderão ter tratamento especial
XXI - painéis de mensagens variáveis para uso exclusivo de quanto à ocupação e uso do mobiliário urbano, conforme regu-
informações de trânsito; lamentação específica.
XXII - chuveiros;

214
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Parágrafo Único - Ficam definidos na forma do caput deste VIII - não alterar o calçamento e quaisquer elementos de
artigo os seguintes logradouros abaixo, podendo o Poder Execu- mobiliário urbano, entre os quais postes da rede de energia elé-
tivo criar, por Decreto, novos locais de interesse turístico, cultu- trica, postes de sinalização, hidrantes, orelhões, caixas de cor-
ral ou gastronômico: reio, cestos de lixo e abrigos de pontos de ônibus, sem prévia
I - a Avenida Quintino Bocaiúva em São Francisco; autorização da Secretaria Municipal de Urbanismo e Controle
II - o entorno da Praça Leoni Ramos em São Domingos; Urbano.;
III - a Rua Nóbrega no trecho compreendido entre a Rua IX - não prejudicar ou incomodar o sossego e o bem-estar
Cinco de Julho e Avenida Sete de Setembro e a Rua Dr. Leandro da vizinhança, sobretudo por emissão de gases e odores, produ-
Mota, no trecho compreendido entre a Rua Presidente João Pes- ção de ruídos e vibrações e veiculação de música.
soa e Rua Nóbrega, em Icaraí; Art. 115 Os estabelecimentos responsáveis pela colocação
IV - a Avenida Rui Barbosa, no trecho compreendido entre de mesas e cadeiras ficam obrigados a:
a Avenida Quintino Bocaiúva até a Praça Emilio Abunahman em I - respeitar os limites físicos e horários para ocupação esta-
São Francisco; belecidos na autorização;
V - a Avenida Silvio Picanço em Charitas; II - providenciar a retirada diária dos equipamentos ao en-
VI - a Avenida Carlos Ermelindo no Bairro de Jurujuba. (Re- cerramento da atividade, vedado o seu depósito na calçada, ain-
da que desmontados, entre um dia e outro;
dação dada pela Lei nº 3049/2013)
III - impedir o deslocamento dos equipamentos por parte
Art. 111 Os infratores das disposições previstas nesta Seção
dos usuários para além da área de ocupação autorizada;
estão sujeitos à multa no Valor de Referência M10 do Anexo I da
IV - manter, durante todo o horário de funcionamento, um
Lei nº 2.597/08.
serviço de limpeza das calçadas e das áreas próximas, utilizando
para tal utensílios apropriados para a remoção dos detritos;
SEÇÃO II V - varrer e limpar as calçadas e as áreas de areia nas praias
DAS MESAS E CADEIRAS ocupadas, imediatamente após o término do funcionamento di-
ário, vedado o lançamento de detritos na pista de rolamento do
Art. 112 Os passeios dos logradouros, bem como as áreas logradouro.
de afastamento frontal, poderão ser ocupados para a colocação Art. 116 Ficam vedados na área ocupada pelas mesas e ca-
de módulos, por hotéis, bares, restaurantes, quiosques, delica- deiras:
tessen e similares, desde que obedecido o disposto nesta Seção I - atividades que, por sua natureza, ensejem a produção de
e nas demais normas pertinentes, no que couber. ruídos, aglomerações e incômodos à vizinhança;
Parágrafo Único - Considera-se módulo o conjunto de uma II - práticas musicais e emissões sonoras ou visuais em ge-
mesa e até quatro cadeiras. ral, ainda que conste no alvará de licença ou de autorização do
Art. 113 A ocupação referida no artigo anterior dependerá estabelecimento a atividade de atrações musicais ou similares,
de autorização a ser fornecida a título precário, pela Secretaria salvo autorização prévia das autoridades após estudo detalhado
Municipal de Urbanismo e Controle Urbano, devendo ser vincu- para realização e execução de música ao vivo de baixo impacto
lada e posterior à licença de funcionamento do estabelecimen- obedecendo as condições imposta pelo Município e Legislação,
to. para garantir a ordem e o sossego de seus frequentadores e vizi-
Art. 114 Somente serão aprovadas as autorizações quando nhança; (Redação dada pela Lei nº 3426/2019)
atendidas as seguintes condições: III - a prática de jogos e apostas;
I - não implicar a realização da obra ou construção de piso, IV - o uso de equipamentos para preparação de alimentos
muretas, gradis e jardineiras, nem a fixação de estruturas e pe- na calçada, entre eles churrasqueiras e assadeiras;
ças na calçada; V - a colocação de cercas ou outros equipamentos removí-
II - ocupar calçada com largura mínima de 4,00m (quatro veis destinados a demarcações.
metros); Art. 117 A área autorizada para a ocupação das mesas e ca-
III - ocupar no máximo 50% (cinquenta porcento) da largura deiras deverá ser demarcada com uma faixa de cor amarela de
0,10m (dez centímetros) de largura.
da calçada, mantendo o restante para o trânsito dos pedestres;
Parágrafo Único - A faixa de que trata o caput deste artigo
IV - ocupar no máximo a faixa do comprimento da calçada
deverá ser mantida permanentemente em perfeito estado de
correspondente aos limites laterais da testada do imóvel;
conservação.
V - manter livre a faixa perpendicular da calçada correspon-
Art. 118 A autorização para a ocupação de logradouro pú-
dente à entrada de garagem, entrada social e de serviço acresci- blico com mesas e cadeiras poderá ser restringida através de
da de 1,00m (um metro) de cada lado do vão de acesso; limitação de horários para sua utilização conforme motivo de
VI - para a Avenida Quintino Bocaiúva, em São Francisco, de- conveniência, oportunidade ou interesse público, nos termos do
verá ser preservada uma faixa livre de passeio de no mínimo de regulamento.
4,00m (quatro metros) a partir do meio-fio, não se aplicando, no Art. 119 Fica instituído o Cartão de Autorização para Instala-
entanto, a restrição contida no inciso III deste artigo; (Redação ção de Módulos, no qual constarão:
dada pela Lei nº 2671/2009) I - nome ou razão social;
VII - não impedir ou dificultar o trânsito de pedestres, o II - número da inscrição municipal;
acesso de veículos e a visibilidade dos motoristas, sobretudo em III - endereço do estabelecimento;
esquinas; IV - número do processo de aprovação;

215
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

V - área autorizada para a ocupação em m²; I - jornais, revistas, livros, publicações, fascículos, almana-
VI - horário permitido para utilização do espaço concedido ques, guias, mapas da Cidade e diários oficiais;
para a instalação dos módulos. II - álbuns e figurinhas, quando editadas por casas editoras
Art. 120 O Cartão de Autorização, o projeto aprovado e o de jornais e revistas que não promovam sorteio ou distribuição
comprovante de pagamento da taxa de ocupação de solo, pre- de prêmios, salvo se devidamente legalizados pelos órgãos com-
vista no Código Tributário Municipal, deverão ser mantidos no petentes;
estabelecimento, em local visível, e apresentados à fiscalização III - bilhetes de loterias, títulos de capitalização devidamen-
quando solicitados. te legalizados pelos órgãos competentes;
Art. 121 Os infratores das disposições previstas nesta Seção IV - qualquer publicação periódica de sentido cultural, artís-
estão sujeitos às seguintes penalidades: tico ou científico;
I - infração à determinação contida no inciso I do art. 115. V - selos de empresa de correios e telégrafos, cartões tele-
Multa - Valor de Referência M1 do Anexo I da Lei 2.597/08, fônicos, cartões postais e comemorativos de eventos, papel de
por módulo irregular. cartas, envelopes, adesivos e bótons;
II - infração à determinação prevista no art. 113. VI - faixas, bandeirolas, galhardetes, balões infláveis e flâmu-
Multa - Valor de Referência M2 do Anexo I da Lei nº las, desde que acondicionados em envelopes ou sacos plásticos;
2.597/08, por módulo irregular. VII - cigarros, fósforos, isqueiros, canetas, chaveiros, pilhas,
III - infração às determinações contidas nos incisos II, III, IV, filmes fotográficos, fitas de vídeo, dvd`s e cd`s quando acompa-
V do art. 115. nhados de publicações;
Multa - Valor de Referência M2 do Anexo I da Lei nº VIII - ingressos para espetáculos esportivos, teatrais e mu-
2.597/08.
sicais;
IV - infração às determinações previstas nos arts. 116, 117
IX - preservativos;
ou 120.
X - balas, confeitos e doces embalados, refrigerantes e sor-
Multa - Valor de Referência M3 do Anexo I da Lei nº
vetes quando armazenados em compartimento frigorífico com-
2.597/08.
patível com o espaço interno da banca de jornal;
XI - bijuterias, artesanatos, acessórios e cabos para telefone
SEÇÃO III
celular. (Redação acrescida pela Lei nº 2978/2012)
DOS TOLDOS
§ 1º As bancas de jornal e revistas deverão manter:
a) caixa coletora de pilhas e baterias, cujo destino final será
Art. 122 Toldo é o mobiliário acrescido à fachada da edifi-
cação, instalado sobre porta, janela ou vitrine e projetado so- determinado pela legislação específica;
bre o afastamento ou o passeio, com estrutura leve e cobertura b) lixeiras em seu interior.
em material flexível, como a lona ou o plástico, ou translúcido, § 2º Fica proibida a veiculação de mensagens publicitárias
como o policarbonato, passível de ser removido sem necessi- de qualquer forma de cigarros e congêneres bem como de bebi-
dade de obra de demolição, ainda que parcial, de acordo com das alcoólicas nas bancas de jornal e revistas.
regulamento. Art. 127 Fica proibida a afixação e a exposição de publica-
Art. 123 A colocação de toldo depende de autorização pré- ções cuja venda seja proibida a menores de idade no exterior de
via da Secretaria Municipal de Urbanismo e Controle Urbano, bancas de jornal, assim consideradas pela legislação municipal,
devendo ser mantidos no estabelecimento o projeto aprovado e estadual ou federal pertinente, o mesmo se aplicando a todo
a taxa devida, e apresentados à fiscalização quando solicitados. tipo de publicidade daquelas publicações.
Parágrafo Único - A colocação de ombrelone e guarda-sol § 1º As publicações referidas no artigo anterior só poderão
dependem de autorização prévia da Secretaria Municipal de Ur- ser comercializadas no interior das bancas de jornal e deverão
banismo e Controle Urbano, e só serão autorizados desde que estar acondicionadas em embalagens plásticas opacas e lacra-
obedeça a padronização e regras estabelecidas em regulamento das, em conformidade com a legislação municipal, estadual e
específico. federal pertinente em vigor.
Art. 124 Os infratores das disposições previstas nesta Seção § 2º É expressamente proibida à exposição de material de
estão sujeitos à multa no Valor de Referência M3 do Anexo I da propaganda política partidária nas bancas de jornal.
Lei nº 2.597/08. Art. 128 A instalação de bancas de jornal e revistas em áreas
públicas será objeto de outorga através de Termo de Permissão
SEÇÃO IV de Uso celebrado pelo órgão competente da Administração Mu-
DAS BANCAS DE JORNAL E REVISTAS nicipal, obedecido a processo licitatório regular.
SUBSEÇÃO I Parágrafo Único - Como remuneração pelo uso do bem
DA PERMISSÃO DE USO (passeio público) afetado à municipalidade será cobrado preço
público.
Art. 125 As bancas de jornal e revistas serão instaladas de Art. 129 As bancas de jornal e revistas não poderão ser lo-
acordo com as normas do presente Código e a legislação com- calizadas:
plementar e o Termo de Permissão de Uso. I - a menos de 2,00m (dois metros) das esquinas;
Art. 126 Nas bancas de jornal e revistas só poderão ser ven- II - nos pontos que possam perturbar a visão dos motoristas;
didos:

216
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - em passeio fronteiriço a monumentos e prédios públi- posse legítima dos materiais e ao pagamento da eventual multa
cos ou tombados pela União, Estado e Município ou junto a es- incidente e, quando a venda constituir infração penal, poderá
tabelecimentos militares, estabelecimentos bancários e órgãos ser cancelada a outorga da banca de jornal e revistas obedecidas
de segurança. ao devido processo legal, independentemente da aplicação das
Art. 130 A concessão para instalação de bancas de jornal e penalidades previstas neste Código.
revistas deverá obedecer aos seguintes critérios quanto ao zo- Art. 139 Nas bancas de jornal e revistas somente serão per-
neamento: mitidas as seguintes formas de publicidade:
I - serão definidas pela Secretaria de Urbanismo e Contro- I - a publicidade de jornais, revistas e demais periódicos co-
le Urbano as áreas para a instalação no Município com número mercializados, não devendo o seu tamanho exceder o de uma
máximo determinado de unidades instaladas por área; página de cada publicação e, somente, ser exposta nas vitrines;
II - a Secretaria de Urbanismo e Controle Urbano regula- II - a publicidade na fachada posterior da banca, dentro dos
mentará o distanciamento entre as bancas de jornal e revistas limites desta e com espessura máxima de 0,10m (dez centíme-
por áreas. tros);
Art. 131 Será objeto de regulamentação própria à localiza- Parágrafo Único - O requerimento de publicidade previsto
ção, o funcionamento e a padronização das bancas de jornal e no inciso II poderá ser feito, pela empresa cadastrada no órgão
revistas: de licenciamento e fiscalização de publicidade do Município,
§ 1º É vedada à colocação em passeio público com largura desde que haja anuência do titular.
inferior a 4,00m (quatro metros); Art. 140 Poderá ser requerida a alteração do modelo da
§ 2º Poderão ocupar no máximo 50% (cinquenta porcento) banca ao órgão concedente, desde que obedeça ao padrão defi-
da largura da calçada; nido pela Secretaria de Urbanismo e Controle Urbano.
§ 3º As bancas de jornal e revistas terão a dimensão máxima Art. 141 Não serão permitidos caixotes, prateleiras e afins
de 6,00m (seis metros) de frente, 3,00m (três metros) de largura que visem a aumentar o local de exposição das mercadorias das
e 3,00m (três metros) de altura. bancas de jornal e revistas, inclusive na área de projeção da co-
Art. 132 No Alvará de Autorização Temporária deverão bertura.
constar: Art. 142 Fica obrigatória a pintura da inscrição municipal na
I - nome do titular; parte superior da face lateral externa da banca na cor preta com
II - localização, dimensões e área da banca; altura da fonte mínima de 0,10m (dez centímetros).
III - número do processo do Termo de Permissão de uso e Art. 143 Os infratores das disposições previstas nesta Seção
prazo de validade; e estão sujeitos à multa no Valor de Referência M3 do Anexo I da
IV - número da inscrição municipal. Lei nº 2.597/08.
Parágrafo Único - O Alvará de Autorização Temporária deve-
rá ser mantido na banca, em local visível e exibido à fiscalização SEÇÃO V
quando solicitado. DAS BANCAS E VEÍCULOS DE CHAVEIROS
Art. 133 A requerimento do titular junto a Secretaria Mu- SUBSEÇÃO I
nicipal de Fazenda, o trabalho nas bancas poderá ser exercido “DAS BANCAS”
conjuntamente com um ou mais auxiliares, devidamente cadas-
trados. Art. 144 O licenciamento para bancas de chaveiros em áre-
Art. 134 A banca deverá ser instalada e iniciar o seu funcio- as públicas será feito pelo órgão competente da Administração
namento dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da conces- Municipal.
são do Termo de Permissão de Uso, sob pena de caducidade da Art. 145 Para esta modalidade o serviço de chaveiro será
respectiva outorga. prestado em bancas instaladas nos passeios públicos.
Art. 135 Só será concedida uma outorga por pessoa física Art. 146 No Alvará de Autorização Temporária deverão
ou jurídica. constar:
Art. 136 A outorga será concedida em caráter pessoal e in- I - nome do titular e, se for o caso, o nome dos auxiliares;
transferível. II - localização, dimensões e área da banca;
Art. 137 As bancas funcionarão obrigatoriamente em to- III - número do processo do Termo de Permissão de Uso e
dos os dias da semana, por um período mínimo e contínuo de 6 prazo de validade; e
(seis) horas diárias. IV - número da inscrição municipal.
Parágrafo Único - O Alvará de Autorização Temporária deve-
SUBSEÇÃO II rá ser mantido na banca, em local visível, e exibido à fiscalização
DISPOSIÇÕES GERAIS quando solicitado.
Art. 147 A requerimento do titular, o trabalho nas bancas
Art. 138 A banca de jornal e revista instalada sem autori- poderá ser exercido conjuntamente com um ou mais auxiliares
zação, ou em desacordo com o modelo aprovado, poderá ser cujos nomes deverão constar no Alvará de Autorização Tempo-
removida para o depósito público e somente será liberada após rária.
o pagamento da multa prevista e das despesas com a remoção. Art. 148 A banca deverá ser instalada e iniciar o seu funcio-
Parágrafo Único - As mercadorias encontradas nas bancas, namento dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da conces-
cuja venda não seja autorizada, serão apreendidas, ficando a são do Termo de Permissão de Uso, sob pena de caducidade da
devolução condicionada à comprovação de propriedade ou à respectiva outorga.

217
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 149 Só será concedida uma outorga por pessoa física Parágrafo Único - Os veículos licenciados para o serviço de
ou jurídica. chaveiro serão vistoriados anualmente pela Secretaria de Servi-
Art. 150 O licenciamento será concedido em caráter pessoal ços Públicos, Trânsito e Transportes, que atestará o bom estado
e intransferível. de conservação do veículo e regularidade com as obrigações de-
finidas no Código Brasileiro de Trânsito, inclusive quanto à quita-
SUBSEÇÃO II ção de multas que porventura incidam sobre o mesmo.
DA AUTORIZAÇÃO Art. 157 Somente será concedida autorização para funcio-
namento de veículo de chaveiros a uma única pessoa, em cará-
Art. 151 A autorização para o serviço de chaveiro poderá ter pessoal e intransferível.
ser concedida para veículos, equipados especialmente para este Parágrafo Único - O serviço deverá ser implantado dentro
fim, estacionados nas vias públicas. de 30 (trinta) dias, contados da data da autorização, sob pena de
Art. 152 O pedido da autorização será instruído com os se- caducidade da respectiva autorização.
guintes documentos:
I - requerimento dirigido ao Secretário Municipal de Urba- SUBSEÇÃO III
nismo e Controle Urbano; DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
II - cópia do documento de identidade do requerente;
III - cópia do CPF do requerente e de seus auxiliares, quando Art. 158 O serviço de chaveiro destina-se exclusivamen-
houver; te à prestação dos serviços de confecção de chaves, aberturas
IV - comprovante de residência do requerente e de seus au- emergenciais de fechaduras e cadeados, serviços de cutelaria,
confecção de carimbos, plastificação e à venda de fechaduras,
xiliares, quando houver;
cadeados e chaveiros.
V - certidões negativas de antecedentes criminais, estadual
Art. 159 Serão objeto de regulamentação própria à locali-
e federal, do requerente e de seus auxiliares;
zação, o funcionamento e a padronização das bancas e veículos
VI - planta de situação, em 3 (três) vias, indicando o local
de chaveiros.
onde veículo será estacionado; as dimensões do veículo; a loca- Art. 160 As bancas ou veículos de chaveiro não poderão ser
lização dos prédios mais próximos com as respectivas numera- localizados ou estacionados:
ções; a localização de postes, árvores, bancas de jornal, entradas I - em locais que prejudiquem o trânsito de veículos ou de
de garagem, distância da esquina e outros pontos de amarração, pedestres;
configurando, inclusive, a distância do chaveiro mais próximo; II - a menos de 2,00m (dois metros) das esquinas, medidos
VII - autorização do proprietário ou locatário do imóvel re- a partir do alinhamento das testadas dos Lotes;
sidencial ou comercial fronteiriço à área onde será estacionado III - em pontos que possam prejudicar a visão dos motoris-
o veículo; tas;
VIII - documentação atualizada do veículo emplacado no IV - a menos de 200,00m (duzentos metros) de outra banca,
Município em nome do requerente, e comprovante de vistoria veículo ou estabelecimento que preste serviço similar;
da Secretaria Municipal de Serviços Públicos, Trânsito e Trans- V - em passeios com menos de 3,00m (três metros) de lar-
portes atestando o bom estado de conservação do veículo e re- gura;
gularidade com as obrigações definidas no Código Brasileiro de VI - no interior de praças, parques e jardins públicos;
Trânsito, inclusive quanto ao pagamento do IPVA e a quitação de VII - em locais que comprometam a estética e a paisagem a
multas que porventura incidam sobre o mesmo; critério da administração;
IX - cópia do documento de habilitação do titular. VIII - nos passeios fronteiriços a monumentos e prédios
Art. 153 A requerimento do titular, o trabalho no veículo tombados pela União, Estado ou Município, nem junto a estabe-
poderá ser exercido conjuntamente com um ou mais auxiliares lecimentos bancários, militares ou Órgãos de Segurança Pública;
cujos nomes deverão constar no Cartão de Autorização. IX - em locais onde for proibido parar ou estacionar, para o
Art. 154 Fica instituído o Cartão de Autorização para o Fun- caso de veículos.
cionamento de chaveiros em veículos estacionados nas vias pú- Art. 161 O serviço de chaveiro funcionará livremente em to-
blicas, que será emitido pela Secretaria Municipal de Fazenda. dos os dias da semana, sem limites de horário, podendo, inclu-
Art. 155 Devem constar do Cartão de Autorização: sive, funcionar em regime de 24h (vinte e quatro horas), desde
I - nome, CPF e identidade do autorizado e, se for o caso, de que não produza ruídos ou incomode a vizinhança, sendo obri-
gatório o funcionamento por período mínimo e contínuo de 6h
seu auxiliar ou auxiliares;
(seis horas) diárias de segunda a sábado.
II - localização marca tipo, cor, placa e número do RENAVAM
Art. 162 As bancas e veículos de chaveiros obedecerão ao
do veículo;
padrão estabelecido em regulamento.
III - número do processo de autorização.
Art. 163 O prestador do serviço de chaveiro, bem como seus
Parágrafo Único - O Cartão de Autorização deverá ser man- auxiliares, deverão se apresentar convenientemente trajados e
tido no veículo, em local visível, acompanhado do comprovante calçados, obrigando-se a atender o público com urbanidade, sob
de pagamento da respectiva taxa de ocupação de solo e comér- pena de suspensão de suas atividades por até 30 (trinta) dias,
cio eventuais e exibidos à fiscalização quando solicitado. por ato do Secretário Municipal de Fazenda, de acordo com a
Art. 156 Os veículos adaptados para o serviço de chaveiro gravidade da infração, a qual, em caso de reincidência, acarreta-
deverão ser do tipo furgão, de pequeno porte e na cor branca. rá a automática revogação da autorização.

218
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 164 Nas bancas e veículos autorizados serão permitidos § 1º As barracas deverão funcionar exclusivamente no ho-
exclusivamente a publicidade de marcas de chaves e dos servi- rário e no período fixado para a festa para a qual foram autori-
ços ali prestados. zadas.
§ 1º A indicação exclusiva do serviço de chaveiro, do nome § 2º Quando destinadas à venda de alimentos e bebidas as
do profissional, do telefone e outras formas de contato não será barracas deverão ter autorização expedida pela autoridade sani-
taxada como publicidade. tária competente.
§ 2º No caso de propaganda de terceiros, será cobrada a Art. 173 Nos festejos juninos e eventos congêneres poderão
respectiva taxa de publicidade. ser instaladas barracas provisórias para venda de artigos relati-
Art. 165 No caso de autorizações para veículos, deverá ser vos à época.
ouvida também a autoridade municipal de trânsito que, após a Art. 174 Nas festas de Natal e Ano Novo e nos festejos car-
autorização, providenciará portaria e placa apropriada indican- navalescos, será permitida a instalação de barracas para venda
do a reserva de vaga para o serviço licenciado. de artigos próprios aos referidos períodos, bem como de ali-
Art. 166 As bancas e veículos utilizados nos serviços de cha- mentos e bebidas.
veiros deverão apresentar bom estado de conservação. Art. 175 A barraca instalada sem autorização ou em desa-
Parágrafo Único - Aplica-se às bancas e veículos de chaveiro, cordo com esta poderá ser apreendida, bem como os equipa-
no que couber, as disposições relativas à autorização para banca mentos e mercadorias utilizados pelo infrator.
de jornal e revistas. Art. 176 É proibida a comercialização de bebidas em garra-
Art. 167 Secretaria Municipal de Urbanismo e Controle fas de vidro.
Urbano, no prazo máximo de 180 (centro e oitenta) dias, esta- Art. 177 Os infratores das disposições previstas nesta Seção
belecerá limites no quantitativo de licenças em cada Bairro ou estão sujeitos à multa no Valor de Referência M2 do Anexo I da
Região da Cidade. Lei nº 2.597/08.
Art. 168 Fica obrigatória a pintura da inscrição municipal na
parte superior da face lateral externa da banca na cor preta com SEÇÃO VII
altura da fonte mínima de 0,10m (dez centímetros). DO EMPACHAMENTO DAS VIAS PÚBLICAS
Art. 169 Os infratores das disposições previstas nesta Se-
ção estão sujeitos à multa no Valor de Referência M3 da Lei nº Art. 178 A ninguém é lícito empachar a via pública sob qual-
2.597/08. quer pretexto, salvo nas exceções previstas por este Código.
Parágrafo Único - A autorização para interdição de logra-
SEÇÃO VI douro público para realização de eventos far-se-á através de
DAS BARRACAS processo regular dirigido ao órgão competente.
Art. 179 Os tapumes provisórios exigidos nas construções
Art. 170 É proibida a autorização para localização de barra- e demolições não poderão ultrapassar a metade dos passeios,
cas para fins comerciais, nos passeios e nos leitos dos logradou- nem estorvar a iluminação pública e a visibilidade das placas
ros públicos, salvo as exceções previstas neste Código. designativas de ruas, de aparelhos ou outros instrumentos de
Parágrafo Único - As prescrições do presente artigo não se sinalização.
aplicam às barracas móveis, quando instaladas nos dias e horá- Art. 180 Os andaimes e tapumes não poderão causar danos
rios determinados pela Administração Municipal. às árvores públicas, iluminação, sinalização e redes de distribui-
Art. 171 As barracas, cuja instalação seja permitida, con- ção de energia e telefonia.
forme as prescrições deste Código, e mediante autorização da Art. 181 Deverão ser retirados os andaimes e tapumes nas
Administração Municipal, solicitada pelos interessados, deverão paralisações de obras por mais de 30 (trinta) dias, ficando o
apresentar bom aspecto estético. responsável pela obra obrigada a desimpedir a via pública, sob
§ 1º As barracas de que trata o presente artigo deverão obe- pena de multa.
decer às especificações técnicas estabelecidas pela Administra- Art. 182 Os coretos e palanques provisórios só poderão ser
ção Municipal. armados em logradouros públicos mediante autorização prévia
§ 2º A instalação de barracas deverá obedecer às seguintes da Administração Municipal e desde que os responsáveis pelos
exigências: comícios políticos, pelas festividades religiosas, cívicas ou de
I - ficar fora da faixa de rolamento do logradouro público e caráter popular assinem, no órgão competente, um termo de
não prejudicar o estacionamento de veículos; compromisso do qual conste a sua responsabilidade por danos
II - não prejudicar o trânsito de pedestres, quando localiza- que porventura possam ser causados aos bens públicos ou a
da no passeio; terceiros e pela sua retirada no prazo constante da autorização.
III - não ser localizada em áreas ajardinadas; § 1º A remoção do palanque ou coreto deverá ocorrer no
IV - manter durante todo o horário de funcionamento, e até prazo máximo de 24h (vinte e quatro horas), contadas a partir
a desocupação da área, um serviço de limpeza das calçadas e do término dos festejos ou das solenidades.
das áreas ocupadas e próximas, utilizando para tais utensílios § 2º Não sendo cumprido o disposto no parágrafo anterior,
apropriados para a remoção dos detritos. a Administração Municipal, através de seus órgãos, promoverá
Art. 172 Nas festas de caráter público ou religioso poderão a sua apreensão, correndo por conta do responsável todas as
ser instaladas barracas provisórias para divertimentos. despesas decorrentes do desmonte, transporte e depósito.

219
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 183 Nenhum material poderá permanecer no logra- Art. 191 A Administração Municipal definirá os locais onde
douro público, salvo aqueles cuja descarga não possa ser feita poderão ser instalados os quiosques, os modelos e o tipo de co-
diretamente no interior do imóvel, sendo a estes toleradas a mércio a ser praticado.
permanência no logradouro público por um período de tempo Art. 192 O licenciamento de quiosques em áreas públicas
não superior às 24h (vinte e quatro horas) e desde que não haja será feito pelo órgão competente da Administração Municipal.
interrupção de trânsito. Art. 193 No Alvará de Autorização Temporária deverão
§ 1º A descarga de material que por suas condições obrigue constar:
a uma interrupção do uso do logradouro público, só poderá se I - nome ou razão social do titular;
processar após a autorização do órgão competente da munici- II - CPF ou CNPJ do titular;
palidade. III - localização, dimensões e área a ser ocupada;
§ 2º Excetuam-se às vedações do caput deste artigo os re- IV - horário de funcionamento;
síduos da Construção Civil e as caçambas estacionárias, que de- V - número da inscrição municipal;
verão obedecer a Lei Municipal nº 1.212 de 21/09/1993 e suas VI - número do processo de concessão do Alvará;
alterações posteriores e Resoluções Técnicas Normativas expe- VII - atividades a serem exercidas;
didas pela CLIN. VIII - quantidade de módulos autorizados;
Art. 184 É expressamente proibida a utilização do passeio IX - restrições se forem o caso; e
público ou área de afastamento, limitado a partir da soleira dos X - prazo de validade da licença.
acessos dos estabelecimentos comerciais, para guarda, depósi- Parágrafo Único - O Alvará de Autorização Temporária deve-
to, exposição ou demonstração de mercadorias. rá ser mantido no quiosque, em local visível, e exibido à fiscali-
Art. 185 É proibida a colocação ou uso, no passeio público zação quando solicitado.
ou área de afastamento, de engenho que possa causar dano ou Art. 194 Os funcionários que trabalharem nos quiosques
acidente ao transeunte, bem como aqueles que possam impedir deverão manter-se devidamente trajados e calçados, conforme
o livre trânsito ou possam provocar acidentes às pessoas com legislação própria.
deficiência física e mental, salvo as permitidas por este Código. Art. 195 O local e as adjacências dos quiosques deverão ser
Art. 186 É proibida a utilização de contenções ou proteções mantidos sempre limpos, com o correto acondicionamento dos
metálicas pontiagudas, tubos rígidos verticais e outros que, de resíduos, em perfeitas condições de higiene pelo permissioná-
alguma forma, impeçam o trânsito ou ofereçam risco ou peri- rio, responsabilizando-se o mesmo por quaisquer danos que
go iminente a pedestres nos passeios públicos ou proximidades causar ao logradouro público, ao mobiliário urbano e às áreas
destes. verdes.
Art. 187 Os infratores das disposições previstas nesta Seção Parágrafo Único - Os quiosques deverão ter recipientes ade-
estão sujeitos às seguintes penalidades: quados destinados ao depósito do lixo.
I - infração às determinações contidas no art. 180. Art. 196 É proibido ao permissionário:
Multa - Valor de Referência M2 Anexo I da Lei nº 2.597/08.
I - o uso de qualquer processo ruidoso na área externa do
II - infração às determinações estabelecidas nos arts. 178,
quiosque;
179, 180, 181, 182, 183, 184 ou 185.
II - a utilização de caixas, caixotes ou similares, na área ex-
Multa - Valor de Referência M4 do Anexo I da Lei nº
terna;
2.597/08.
III - instalar ou colocar objetos no solo seja qual for à fina-
III - infração às determinações previstas no art. 186.
lidade; e
Multa - Valor de Referência M10 do Anexo I da Lei nº
IV - a utilização ainda que momentânea, das áreas destina-
2.597/08.
das a jardins, fontes, chafarizes, estátuas, monumentos, árvores,
postes e demais mobiliários urbanos.
SEÇÃO VIII
DAS JARDINEIRAS E FRADES Art. 197 A Fiscalização de Posturas atuará periodicamente
verificando a regularização e o funcionamento dos quiosques.
Art. 188 As jardineiras e os frades colocados nos passeios Art. 198 O comércio das bebidas será permitido em frascos
públicos dependem de autorização prévia da Administração plásticos e latas, sendo expressamente vedada sua comercializa-
Municipal e deverão respeitar os modelos e medidas aprovadas ção em recipientes de vidro.
pelo órgão competente da Administração Municipal. Parágrafo Único - As bebidas somente poderão ser servidas,
Art. 189 Os infratores das disposições previstas nesta Seção quando for o caso, em copos descartáveis.
estão sujeitos à multa no Valor de Referência M2 do Anexo I da Art. 199 A autorização para o uso de módulos (mesas e ca-
Lei nº 2.597/08. deiras) será objeto de regulamentação própria.
Art. 200 O não cumprimento das normas estabelecidas nes-
SEÇÃO IX te Capítulo poderá sujeitar o infrator às seguintes penalidades:
DOS QUIOSQUES I - multa;
II - apreensão de mercadorias e equipamentos;
Art. 190 Esta Seção tem por finalidade disciplinar o comér- III - suspensão da atividade por 30 (trinta) dias; e
cio em quiosques em logradouros públicos do Município de Ni- IV - cassação do Alvará, quando ocorrer reincidência de in-
terói. fração às normas deste Código.

220
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 201 Havendo reincidência de infração, o permissionário II - cartão do CNPJ ou CPF;


será intimado a desocupar o quiosque no prazo de 30 (trinta) III - comprovante de inscrição no Cadastro da Secretaria
dias. Municipal de Fazenda;
§ 1º Após o trigésimo dia descumprida a intimação, a Fisca- IV - autorização da Secretaria de Patrimônio da União,
lização de Posturas procederá à retirada das mercadorias reco- quando for o caso;
lhendo-as ao depósito público, com a lavratura do competente V - da Capitania dos Portos, quando for o caso;
auto de apreensão. VI - comprovação de capacidade técnica do responsável
§ 2º A devolução do material apreendido será feita por de- pela atividade, quando for o caso.
cisão da autoridade competente, mediante processo de recurso Art. 209 Da autorização constarão o local, o horário e a mo-
requerido pelo titular da permissão até o prazo de 10 (dez) dias dalidade esportiva ou recreativa autorizada, não sendo permiti-
contados da data da apreensão. da a alteração destes dados sem o consentimento da Secretaria
Art. 202 Só será concedida uma licença por pessoa física ou de Esportes.
jurídica.
Art. 203 A outorga será concedida em caráter pessoal e in- SEÇÃO I
transferível. DOS JET-SKIS, BANANA BOAT E SIMILARES
Art. 204 É proibida qualquer alteração nas características
originais dos quiosques, salvo autorização expressa da Adminis- Art. 210 A atividade de locação de equipamentos flutuantes
tração Municipal. puxados a barco a motor, como banana boat e similares, e a de
Art. 205 Os infratores das disposições previstas nesta Seção jet-ski e similares, dependem de autorização prévia da Adminis-
estão sujeitos às seguintes penalidades: tração Municipal e da Captania dos Portos.
I - infração à determinação contida no art. 192. Art. 211 Nas lagoas e lagos de parques do Município só
Multa - Valor de Referência M20 Anexo I da Lei nº 2.597/08. serão permitidos pedalinhos e barcos de pequeno porte sem
II - infração às demais determinações estabelecidas nesta motor, com até 3,50m (três metros e cinquenta centímetros) de
Seção. comprimento e em pontos previamente autorizados.
Multa - Valor de Referência M4 do Anexo I da Lei nº Parágrafo Único - É vedada a utilização de pedalinhos e con-
2.597/08. gêneres em mar aberto.
Art. 212 Os infratores das disposições previstas nesta Seção
TÍTULO VI estão sujeitos à multa no Valor de Referência M5 do Anexo I da
DO USO ADEQUADO DAS PRAIAS Lei nº 2.597/08.
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÃO GERAL
SEÇÃO II
DAS ESCOLINHAS DE ESPORTES
Art. 206 A utilização da Orla Marítima, considerada como
o trecho compreendido entre a água e o calçadão contíguo às
Art. 213 Consideram-se escolinhas de esporte os serviços
edificações, bem como a utilização dos rios, lagos e lagoas do
de ensino de modalidades esportivas e recreativas prestados
Município, para o exercício das atividades abaixo discriminadas,
nas areias das praias, como vôlei, futebol, “futevôlei”, ginástica,
obedecerão, além das exigências da legislação complementar,
surf, remo, vela e similares.
às disposições deste Código e, quando necessário será submeti-
da à autorização prévia da União ou do Estado. Parágrafo Único - As atividades relacionadas no caput de-
pendem de autorização prévia.
CAPÍTULO II Art. 214 Os infratores das disposições previstas nesta Seção
DAS ATIVIDADES DESPORTIVAS E RECREATIVAS estão sujeitos à multa no Valor de Referência M5 do Anexo I da
Lei nº 2.597/08.
Art. 207 A exploração de atividades esportivas ou recreati-
vas na Orla Marítima, nos rios, lagos e lagoas, ficam sujeitas à SEÇÃO III
autorização prévia da Secretaria Municipal de Esportes, da Se- DOS ANIMAIS
cretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e da
Secretaria Municipal de Fazenda. Art. 215 É proibida a presença de animais na areia das praias
§ 1º Os autorizados responderão exclusivamente por even- do Município, exceto os cães guias, considerando-se infrator o
tuais danos sofridos pelos usuários nas respectivas atividades, e proprietário ou o condutor do animal.
por danos causados ao patrimônio público e ao meio ambiente. § 1º Caberá ao Centro de Controle de Zoonoses zelar pelo
§ 2º O autorizado deverá apresentar garantia a fim de asse- fiel cumprimento da norma, de ordem pública, estabelecida no
gurar as eventuais reparações referidas no parágrafo anterior, caput, através de determinação legal aos infratores condutores
para a concessão de autorização. dos animais, advertindo-os sobre a obrigação de retirada do ani-
Art. 208 O pedido de autorização para o exercício da ativida- mal do local, sob pena de condução coercitiva do responsável à
de, deverá ser protocolado na Secretaria Municipal de Fazenda, Delegacia Policial.
e instruído com os documentos abaixo relacionados e ficará su- § 2º Os agentes do Centro de Controle de Zoonoses poderão
jeito a anuência da Secretaria de Esportes: solicitar apoio a Guarda Municipal ou a Polícia Militar sempre
I - ficha de consulta prévia de local; que necessário, para o fiel cumprimento de suas determinações.

221
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 3º Os animais que estiverem sem responsável serão reti- II - infração à determinação estabelecida no art. 224.
rados da praia pelo Centro de Controle de Zoonoses. Multa - Valor de Referência M2 do Anexo I da Lei nº
Art. 216 É obrigatório o uso de coleiras em cães, atreladas 2.597/08, por módulo irregular.
às guias, nos logradouros públicos, em especial nas calçadas
contíguas às areias das praias. TÍTULO VII
Art. 217 É obrigatório o recolhimento, pelo responsável, das DOS MEIOS DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA
fezes deixadas por seus animais no logradouro público. CAPÍTULO I
Art. 218 Os infratores das disposições previstas nesta Seção DISPOSIÇÕES GERAIS
estão sujeitos à multa no Valor de Referência M2 do Anexo I da
Lei nº 2.597/08. Art. 228 No que compete preservar a paisagem urbana das
agressões visuais, considerando que o ordenamento e a discipli-
SEÇÃO IV na das condições em que se autoriza a instalação de engenhos
DOS EVENTOS publicitários e a necessidade de se dotar os órgãos de urbanis-
mo, controle do meio ambiente, tributários e fiscais dos meca-
Art. 219 A realização de eventos na Orla Marítima depende- nismos capazes de regulamentar esta atividade, fica estabeleci-
rá de prévia autorização da Secretaria de Patrimônio da União, e do as exigências e normas a serem geridas pela Administração
da Administração Municipal, na forma definida em regulamen- Municipal.
tação específica. Art. 229 A divulgação de mensagens, por qualquer meio, em
Parágrafo Único - A autorização prévia da Secretaria de Pa- logradouros públicos e em locais expostos ao público, somente
trimônio da União só é aplicável nas praias de sua responsabi- será realizada em conformidade com as normas estabelecidas
lidade. nesta legislação.
Art. 220 Em nenhuma hipótese poderá ser totalmente im- Art. 230 São diretrizes para o ordenamento da publicidade
pedida à circulação na faixa da areia. na paisagem do Município:
Art. 221 A realização de eventos na Orla Marítima sem a I - assegurar a compatibilidade entre os interesses individu-
devida autorização acarretará a aplicação de multas, pela Fis- ais e os interesses da coletividade;
calização de Posturas, além da interdição imediata do evento e II - garantir condições de segurança e conforto de pedestres,
apreensão dos equipamentos. veículos e edificações;
Art. 222 Os infratores das disposições previstas nesta Seção III - preservar valores paisagísticos, naturais, históricos e cul-
estão sujeitos às seguintes penalidades: turais da Cidade;
I - infração à determinação contida no art. 220. IV - contribuir para o bem-estar físico e mental da popula-
Multa - Valor de Referência M10 Anexo I da Lei nº 2.597/08. ção;
II - infração à determinação estabelecida no art. 219. V - estabelecer o equilíbrio dos diversos agentes atuantes
Multa - Valor de Referência M20 do Anexo I da Lei nº no Município, incentivando a cooperação de organizações e ci-
2.597/08. dadãos na melhoria da paisagem do Município.
Art. 231 Para fins desta legislação, entende-se por:
SEÇÃO V I - afastamento entre engenhos - medida linear, em proje-
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS ção horizontal, entre bordas laterais de dois engenhos;
II - agrupamento de engenhos - conjunto de dois engenhos
Art. 223 É proibida a colocação de qualquer meio de publi- do tipo outdoor ou painel, com afastamento máximo de 3,00m
cidade ou exibição de anúncio nas areias das praias, salvo dispo- (três metros) entre engenhos contíguos;
sição em contrário. III - altura do engenho - diferença entre as alturas máximas
Art. 224 A colocação de mesas e cadeiras nas areias das e mínimas do engenho;
praias depende de autorização prévia da Administração Munici- IV - altura máxima do engenho - diferença entre a cota do
pal, que será objeto de regulamentação própria. ponto mais alto do engenho e a cota do meio fio que lhe é fron-
§ 1º A colocação de cadeiras e mesas nas areias das praias teiriço;
fica limitada ao horário diurno, devendo obrigatoriamente, ser V - altura mínima do engenho - diferença entre a cota do
retiradas no período noturno. ponto mais baixo do engenho e a cota do meio fio que lhe é
§ 2º É proibida a instalação de mesas e cadeiras nas praias fronteiriço;
de Itacoatiara e do Sossego. VI - anúncio - qualquer manifestação que, por meio de pala-
Art. 225 A utilização irregular das praias sujeitará o infrator vras, imagens, efeitos luminosos ou sonoros, divulguem ideias,
à apreensão de mercadorias e equipamentos. marcas, produtos ou serviços, identificando ou promovendo
Art. 226 A devolução do material apreendido será feita me- estabelecimentos, instituições, pessoas ou coisas, assim como
diante processo regular, requerido pelo titular, até o prazo de 10 oferta de benefícios;
(dez) dias contados da data da apreensão, junto ao órgão res- VII - área de exposição - superfície disponível para a coloca-
ponsável pela apreensão. ção do anúncio;
Art. 227 Os infratores das disposições previstas nesta Seção VIII - área do anúncio - área da superfície do menor parale-
estão sujeitos às seguintes penalidades: logramo que contém o anúncio;
I - infração à determinação contida no art. 223. IX - área total do anúncio - soma das áreas das superfícies
Multa - Valor de Referência M5 Anexo I da Lei nº 2.597/08. que contém o(s) anúncio(s);

222
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

X - busdoor - todo tipo de veiculação de publicidade no vi- V - nas partes internas e externas de cemitérios, exceto o
dro traseiro do ônibus; letreiro identificador;
XI - empena cega - fachada(s) que não apresenta(m) vão(s) VI - nas margens de rios, lagoas, e praias;
ou abertura(s); VII - em posição que venha obstruir a visualização de enge-
XII - envelopamento - mensagem veiculada em veículos nhos já existentes;
através da pintura ou aplicação de adesivo em toda ou parcial VIII - anúncios explorados por empresas de publicidade nas
carroceria; áreas comuns de grupos de lojas, centros comerciais e shopping
XIII - evento de curta duração - aquele com duração máxima centers;
de 10 (dez) dias; IX - nos muros frontais, mesmo para fixação de faixas provi-
XIV - galeria - espaço de livre acesso público, destinado à sórias ou pintura;
circulação de pedestres, em área externa ou interna das edifi- X - nos postes da rede de iluminação pública exceto as insti-
cações; tucionais e em árvores;
XV - grafismo artístico - painel mural contendo ilustração XI - nas Zonas de Proteção Integral, Zonas de Preservação da
artística elaborada por artista renomado ou profissional quali- Vida Silvestre e Áreas de Preservação Permanente;
ficado; XII - nos viadutos e a 50,00m (cinquenta metros) das entra-
XVI - local exposto ao público - qualquer área, construção das e saídas dos túneis.
ou edificação pública ou privada, onde sejam visualizados anún- Art. 233 Os meios publicitários caracterizam-se segundo a
cios; mensagem, o suporte, a duração, a apresentação, a mobilidade,
XVII - marca registrada - título, nome ou logomarca registra- a animação e a complexidade.
do no INPI - Instituto Nacional de Propriedade Industrial; Art. 234 A mensagem pode ser:
XVIII - meio - canal ou veículo utilizado para transmissão de I - identificadora - aquela que identifica o nome e/ou a ati-
uma mensagem; vidade principal exercida no local de funcionamento do estabe-
XIX - mensagem - é o uso organizado de sinais que servem lecimento;
de suporte à comunicação, sendo transmitida através de anún- II - publicitária - aquela que divulga exclusivamente propa-
cio; ganda;
XX - outdoor - é o engenho destinado a colagem de folhas III - indicativa ou orientadora - aquela que contém orienta-
de papel ou fixação de lona vinil; ções ou serviços das instituições públicas ou privadas, podendo
ser indicadores de logradouros, direção de bairros, parada de
XXI - painel backlight - é o painel iluminado internamente,
coletivos, hora e temperatura, localização de estabelecimentos
por trás da mensagem;
e outros;
XXII - painel frontlight - é o painel iluminado externamente,
IV - institucional - aquela que transmite informações do
pela frente da mensagem;
poder público, organismos culturais, entidades beneficentes e
XXIII - publicidade ou propaganda - é qualquer forma de
similares, sem finalidade comercial;
propagação de ideias, marcas, produtos, mercadorias ou servi-
V - mista - aquela que transmite mensagem orientadora,
ços;
institucional ou identificadora associada à mensagem publicitá-
XXIV - quadro - superfície disponível para a colocação de
ria.
anúncio; Art. 235 O suporte pode ser:
XXV - totem - peça especial, monolítica em sua aparência, I - preexistente - são as superfícies existentes que podem
destinada exclusivamente à identificação do estabelecimento ou ser utilizadas com a função de sustentação dos anúncios;
do produto através da sua logomarca; II - autoportante - são estruturas autônomas, construídas
XXVI - triface - painel composto de um conjunto de prismas especialmente para sustentação dos anúncios.
(triedros), que giram em torno de seus eixos longitudinais, for- Art. 236 A apresentação é a característica que diz respeito
mando três mensagens distintas e em sequência. ao aspecto como a mensagem é mostrada:
Art. 232 Para cumprimento das diretrizes estabelecidas no I - não iluminado - meio que não dispõe de qualquer fonte
artigo 230 desta Lei, fica proibida a colocação de qualquer meio de iluminação;
publicitário, propaganda ou exibição de anúncio, seja qual for II - luminoso - meio dotado de iluminação a partir de fonte
sua finalidade, forma ou composição nos seguintes casos: própria (interna);
I - quando deprecie a paisagem urbana e/ou natural; III - iluminado - meio dotado de iluminação a partir de fonte
II - em inscrições, pintura ou colagem na pavimentação das externa ou projetada.
ruas, meio-fio e calçadas, muros, colunas e postes da rede elé- Art. 237 A mobilidade é a característica que se relaciona
trica, cais, balaustradas, muralhas, grade de praças públicas e com o deslocamento:
bancos públicos, exceto nas situações previstas nesta Lei; I - fixo - meio que não pode ser deslocado;
III - quando prejudique a iluminação ou a ventilação da edi- II - móvel - meio que pode ser deslocado em bases móveis.
ficação em que estiver instalado ou das edificações vizinhas; Art. 238 A animação é a característica relativa à movimen-
IV - quando, devido às suas dimensões, formas, cores, lumi- tação das mensagens:
nosidade ou por qualquer outro motivo, prejudique a perfeita I - estático - meio cujas mensagens não são dotadas de qual-
visibilidade e compreensão dos sinais de trânsito e de combate quer movimento;
a incêndio, a numeração imobiliária, a denominação dos logra- II - dinâmico - meio que apresenta alguma forma de movi-
douros e outras mensagens destinadas à orientação do público; mento mecânico, elétrico, eletrônico, eólico ou hidráulico.

223
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 239 A complexidade diz respeito às características téc- CAPÍTULO III


nico funcionais dos meios: DOS ENGENHOS PUBLICITÁRIOS
I - simples - meio de menor complexidade técnico funcional; SEÇÃO I
II - especial - meio de maior complexidade técnico funcio- DOS PAINÉIS E OUTDOORS
nal, apresentando uma das seguintes características:
a) disponha de área de exposição por face superior a Art. 247 Outdoor é o engenho publicitário que pode divul-
50,00m² (cinquenta metros quadrados); gar mensagens publicitárias, institucionais ou mistas, constituí-
b) possua dispositivos mecânicos, elétricos, eletrônicos, eó- do de materiais duráveis, com estrutura de sustentação exclusi-
licos ou hidráulicos, com exceção da iluminação; vamente metálica e dimensões padronizadas de três metros de
c) utilize gás no seu interior; altura por nove metros de comprimento, destinado à colagem
d) possua acréscimos laterais, frontais ou com animação di- de cartazes substituíveis em folhas de papel ou fixação de lona
nâmica durante o período de exibição do anúncio; vinil, devendo observar as seguintes características:
e) esteja instalado em cobertura, telhado ou em empena I - deve dispor de molduras retas, sem recortes, cantos em
cega. meia esquadria, com largura padronizada em 0,25m (vinte e cin-
Art. 240 Os infratores das disposições previstas neste Capí- co centímetros), pintada na cor característica de cada empresa;
tulo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M4 do Anexo II - deve dispor de altura máxima do engenho de 6,50m (seis
I da Lei nº 2.597/08. metros e cinquenta centímetros) em relação à cota de implan-
tação, salvo nos terrenos em declive, quando a altura máxima
CAPÍTULO II do engenho deve ser medida em relação ao meio fio que lhe for
DAS CONDIÇÕES GERAIS fronteiriço;
III - todo e qualquer outdoor deve conter, obrigatoriamente,
Art. 241 Não é permitido o uso de publicidade nas facha-
a identificação da empresa exibidora, bem como o número do
das das edificações coletivas estritamente residenciais, salvo em
processo que originou a autorização, em letras de 0,11m (onze
empenas cegas.
centímetros) de altura na cor preta na tipologia Helvética ou si-
Art. 242 Quando, num único imóvel, existir mais de um en-
genho, os demais devem estar agrupados de modo a constituir milar (letra sem serifa ou fantasiosa), em fundo branco, aplicado
conjunto harmonioso e, para tanto, deve haver concordância na parte superior externa da moldura, sempre voltado para a
em suas faces superiores e inferiores. via.
Art. 243 O pedido de exibição de publicidade em cobertura, Art. 248 Mediante a evolução dos meios de divulgação ex-
telhado ou empena cega, deve ser instruído com fotografias do terna fica estabelecido que todos os engenhos publicitários do
local, em tamanho 0,13m x 0,18m (treze por dezoito centíme- tipo outdoor deverá se enquadrar na padronização especificada
tros), além do projeto do engenho que deve estar assinado por abaixo no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) meses a contar
profissional responsável, engenheiro ou arquiteto, pela sua co- da publicação desta legislação:
locação e segurança. I - deve dispor de toda sua estrutura inclusive a de sustenta-
§ 1º Nas edificações residenciais coletivas ou mistas a exi- ção exclusivamente metálica;
bição desse tipo de publicidade depende de autorização do res- II - deve dispor de molduras retas, sem recortes, cantos em
pectivo condomínio, na forma da Lei, registrada no Cartório de meia esquadria, com largura padronizada entre 0,10m (dez cen-
Títulos e Documentos; tímetros) e 0,20m (vinte centímetros), pintada na cor caracterís-
§ 2º Os engenhos publicitários de que trata o caput deste tica de cada empresa;
artigo sujeitam-se à análise especial. III - o material de veiculação da publicidade deverá ser ex-
§ 3º Nas empenas cegas, só é permitido um único anún- clusivamente em lona vinil.
cio, que não pode ultrapassar os limites da mesma, deve estar Art. 249 As empresas que não cumprirem a determinação
instalado sempre no mesmo plano da empena e sua projeção de que trata o artigo anterior dentro do prazo estabelecido, te-
horizontal não deve ultrapassar o limite de 0,30m (trinta centí- rão as autorizações canceladas e seus engenhos publicitários in-
metros). continentemente recolhidos ao depósito público.
Art. 244 Para instalação de engenhos publicitários em Zo- Art. 250 Painel é o engenho publicitário que pode divulgar
nas de Conservação da Vida Silvestre, em Zonas de Restrição à mensagens identificadoras, publicitárias, institucionais ou mis-
Ocupação, em Unidades de Conservação e em Áreas de Especial tas, com superfícies regulares, afixados em estruturas autopor-
Interesse Ambiental, até sua regulamentação, deverá ser con- tantes.
sultada a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos
§ 1º Os painéis podem ser do tipo simples pintado ou lona,
Hídricos.
luminoso (backlight), iluminado (frontlight), triface, eletrônico
Art. 245 Para instalação de engenho em Áreas de Preser-
publicitário dinâmico.
vação do Ambiente Urbano (APAU) e nas proximidades de bens
§ 2º Quando o painel for luminoso ou iluminado, toda
tombados deverá ser consultada a Secretaria Municipal de Cul-
tura. a instalação elétrica interna deve ser embutida em tubulação
Art. 246 Os infratores das disposições previstas neste Capí- apropriada e a externa no padrão da concessionária de energia
tulo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M4 do Anexo elétrica.
I da Lei nº 2.597/08.

224
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 3º O engenho do tipo painel deve dispor de: XXVI - Estrada Engo. Manoel Pacheco de Carvalho (trecho
I - altura máxima do engenho de 20,00m (vinte metros), entre a vertente da Estrada até a confluência desta Estrada com
com área total do anúncio máxima de 30,00m² (trinta metros a Estrada Francisco da Cruz Nunes);
quadrados) por face, para painéis apoiados em estrutura consti- XXVII - Estrada Caetano Monteiro no trecho compreendido
tuída em um único tubo; entre o número 857 a Rua Uruguai.
II - todo painel, exceto aqueles com mensagem estritamen- Parágrafo Único - Inclui-se nesta proibição a instalação de
te identificadora, deve conter, obrigatoriamente, a identificação engenhos publicitários em outras vias cuja visualização se dê,
da empresa exibidora, bem como o número do processo que propositalmente a partir das vias relacionadas nos incisos an-
originou a autorização, em letras de 0,30m (trinta centímetros) teriores.
de altura, na cor preta em tipologia Helvética ou similar (letra Art. 253 Em terrenos privados, edificados ou não, a proje-
sem serifa ou fantasiosa), em fundo branco aplicado numa faixa ção do engenho do tipo outdoor e painel deve respeitar o ali-
de no mínimo 0,40m (quarenta centímetros) de altura imediata- nhamento adotado para a construção, se existente, nos lotes
mente abaixo da área de exposição do anúncio, sempre voltado contíguos, estabelecimento comercial.
para a via. Art. 254 Os engenhos do tipo outdoor ou painel deverão
§ 4º Todos os engenhos publicitários do tipo painel deverão ser conservados em boas condições, preservados os aspectos
ser confeccionados exclusivamente com estrutura metálica. As estéticos e de segurança, devendo ser mantido fundo branco
empresas terão o prazo de 12 (doze) meses a contar da publica- quando não houver mensagem anunciada, observadas ainda, as
ção desta legislação para se enquadrarem no formato. seguintes disposições:
Art. 251 Ao painel eletrônico publicitário dinâmico, enqua- I - quando instalados ao longo das estradas municipais, es-
drado, conforme o artigo 239, como especial quanto à complexi- taduais e federais, admite-se o agrupamento de engenhos pu-
dade aplicam-se as normas estabelecidas nos artigos anteriores blicitários, composto de no máximo 2 (duas) unidades, sendo
desta Seção e sujeita-se à análise especial. que o afastamento entre agrupamentos e/ou entre engenhos
Art. 252 Fica proibida, com exceção dos anúncios contidos do tipo outdoor e painel não pode ser inferior a 100,00m (cem
em mobiliários urbanos, a instalação de engenhos publicitários metros);
II - quando instalados ao longo das demais vias admite-se o
em todas as suas formas, em terrenos, muros, calçadas e viadu-
agrupamento de engenhos, composto de, no máximo, 2 (duas)
tos ao longo dos seguintes logradouros e bairros:
unidades, sendo que o afastamento entre agrupamentos e/ou
I - Avenida Jornalista Alberto Francisco Torres;
engenhos não pode ser inferior a 50,00m (cinquenta metros);
II - Avenida Quintino Bocaiúva;
III - nos casos onde o engenho ou agrupamento de enge-
III - Avenida Prefeito Silvio Picanço;
nhos, do tipo outdoor ou painel, estiver instalado de tal forma
IV - Avenida Carlos Ermelindo Marins;
que só seja visualizado, em um sentido da via, poderá ser insta-
V - Avenida Gal. Milton Tavares de Souza;
lado outro engenho ou agrupamento, com distância inferior às
VI - Avenida Visconde do Rio Branco (lado par);
definidas pelos incisos I e II, desde que a visualização deste se
VII - Avenida Presidente Franklin Roosevelt; dê, somente pelo sentido contrário da mesma via.
VIII - no Caminho Niemeyer; Art. 255 Os responsáveis pela instalação de engenhos do
IX - Estrada Leopoldo Fróes; tipo outdoor ou painel ficam obrigados a manter em perfeito es-
X - Praia de Piratininga - Avenida Almirante Tamandaré (tre- tado de limpeza e conservação, nos limites do terreno, enquan-
cho do DPO até a Rua General Cristóvão Barcelos); to durar a autorização, a área definida por uma linha distante de
XI - Bairro de Camboinhas; 4,00m (quatro metros) de cada extremidade do engenho e pela
XII - Bairro de Itacoatiara; faixa entre esta área e o alinhamento de testada do imóvel.
XIII - Estrada da Florália;
XIV - Avenida Rui Barbosa; SEÇÃO II
XV - Orla da Lagoas; DOS LETREIROS
XVI - Praia de Itaipú;
XVII - Rua General Cristóvão Barcelos (Prainha de Piratinin- Art. 256 Letreiro é o engenho basicamente de mensagem
ga); identificadora do estabelecimento, podendo também se apre-
XVIII - Praia das Flechas (Praia João Caetano); sentar com mensagem mista.
XIX - Avenida Engenheiro Martins Romeo; Art. 257 Os letreiros são permitidos nas fachadas das edi-
XX - Avenida Benjamin Sodré; ficações e sobre e sob as marquises, respeitadas as restrições
XXI - Rua Alexandre Moura; nas áreas para onde houver legislação específica e observadas
XXII - Estrada General Eurico Gaspar Dutra; as seguintes condições:
XXIII - Estrada do Forte Imbuí; I - nos letreiros enquadrados como mistos, a publicidade as-
XXIV - Avenida Central Ewerton Xavier da Rua Georgina da sociada ao nome do estabelecimento não pode ultrapassar 1/3
Conceição (antiga Rua A) até Rua Ministro Geraldo Bezerra de (um terço) da área do anúncio e deve se referir exclusivamente
Menezes (antiga Rua Itália); aos produtos e serviços correlatos com a atividade principal do
XXV - Estrada Francisco da Cruz Nunes (trecho entre o retor- estabelecimento;
no da vertente da Estrada até a confluência desta Estrada com II - o letreiro apoiado sobre marquise não pode ultrapassar
a Estrada Engo. Manoel Pacheco de Carvalho) e no trecho da o comprimento desta e deve respeitar a altura do engenho limi-
Rótula da entrada de Itacoatiara até a Praia de Itaipú; te de 1,00m (um metro);

225
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - nenhum letreiro com projeção horizontal superior a III - letreiros na forma de painéis perpendiculares à fachada
0,20m (vinte centímetros) pode fixar-se em altura inferior a em postes apoiados no solo e fora da área pública, em terrenos
2,50m (dois metros e cinquenta centímetros) em relação ao ní- privados;
vel do passeio; IV - letras pintadas ou aplicadas diretamente sobre a facha-
IV - o ponto máximo de afastamento da projeção horizontal da;
dos letreiros colocados de forma inclinada ou perpendicular ao V - murais artísticos sobre empenas cegas;
plano da fachada é de 1,50m (um metro e cinquenta centíme- VI - letras pintadas ou aplicadas sobre vidros;
tros), não podendo, entretanto, ultrapassar a largura da marqui- VII - galhardetes perpendiculares à fachada e a ela aplica-
se, devendo manter uma distância de, no mínimo, 0,60m (ses- dos.
senta centímetros) do meio fio; Parágrafo Único - Somente será permitida a instalação de
V - nas edificações comerciais ou mistas, cada anúncio não um único tipo de suporte por fachada.
pode exceder os limites da fachada de cada unidade comercial; Art. 263 Fica proibida a instalação de anúncio cujo suporte
VI - no interior de galerias, tanto públicas quanto privadas, prejudique a visibilidade dos elementos decorativos dos imóveis
os letreiros nas fachadas devem estar afixados na posição para- de interesse para a preservação das APAU.
lela a estas, vedada a fixação de engenhos publicitários no teto, Parágrafo Único - Em qualquer caso, fica proibida a coloca-
exceto quando regulamentado em projeto especial; ção de anúncios sobre a marquise.
VII - os totens utilizados como letreiros devem ter a pro- Art. 264 Fica proibida a instalação de engenhos publicitários
jeção horizontal contida em um círculo de 1,20m (um metro e tipo outdoor e painel na APAU.
vinte centímetros) de diâmetro; Art. 265 A superfície total dos suportes paralelos à fachada
VIII - é vedada a pintura de letreiros nas portas de estabele- em cada pavimento e por fachada não poderá exceder a área
cimentos comerciais; equivalente à largura da fachada do estabelecimento multiplica-
IX - a exibição de letreiros em toldos será restrita ao nome, da por 0,50m (cinquenta centímetros).
telefone, logotipo e atividade principal do estabelecimento e a Parágrafo Único - As bordas de toldos no pavimento térreo
área total do anúncio não poderá ser superior a 10% (dez por- poderão conter o nome do estabelecimento ou atividade as que
cento) da área do toldo. correspondem independentemente do estabelecido no caput
Art. 258 Nos grandes Centros Comerciais (Shopping Cen- deste artigo.
ters), os suportes correspondentes às fachadas ficam restritos à Art. 266 Para os imóveis passíveis de renovação, os letreiros
identificação do empreendimento Shopping Centers e dos esta- paralelos à fachada serão permitidos somente abaixo da cota da
belecimentos neles contidos, admitindo-se a colocação de mais laje de cobertura do térreo, não podendo exceder à espessura
de um engenho publicitário. de 0,20m (vinte centímetros).
Parágrafo Único - Painel ou totem podem ser utilizados ex- Parágrafo Único - Quando colocadas sobre portas e outros
clusivamente para a identificação do empreendimento, com a vãos de acesso, os letreiros paralelos à fachada deverão permitir
logomarca do Shopping Centers. uma altura livre mínima de 2,20m (dois metros e vinte centíme-
Art. 259 Para postos de abastecimento, revendas e conces- tros), medidas da soleira à sua face inferior.
sionárias de veículos, o letreiro instalado em suporte autopor- Art. 267 Para os imóveis de interesse para preservação, os
tante do tipo bandeira ou totem, deve conter exclusivamente letreiros paralelos à fachada deverão:
a logomarca identificadora do estabelecimento ou do produto I - encaixar-se nos vãos das portas ou vitrines, faceando a
e sua instalação deve respeitar o alinhamento de testada en- parte inferior das vergas, sem projetar-se além do plano da fa-
chada;
quanto que os demais letreiros, inclusive os obrigatórios por lei,
II - permitir uma altura livre de 2,20m (dois metros e vinte
devem respeitar o alinhamento de construção.
centímetros) no caso de portas, medidas da soleira à face infe-
Parágrafo Único - Para as lojas de conveniência, aplicam-se
rior do letreiro;
os dispositivos desta Lei, referentes a letreiros afixados em esta-
III - não exceder em altura 0,50m (cinquenta centímetros) a
belecimentos comerciais.
espessura máxima de 0,20m (vinte centímetros).
Art. 260 Os infratores das disposições previstas neste Capí-
Art. 268 Os letreiros perpendiculares à fachada deverão:
tulo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M4 do Anexo
I - ser fixados na fachada do pavimento térreo;
I da Lei nº 2.597/08.
II - permitir altura livre de 2,50m (dois metros e cinquenta
centímetros) medida do passeio à borda inferior do letreiro;
CAPÍTULO IV III - não exceder a 0,50m² (cinquenta decímetros quadra-
DOS ANÚNCIOS NAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO DO AM- dos) por face e 0,20m (vinte centímetros) de espessura;
BIENTE URBANO (APAU) IV - manter visível todos os elementos decorativos da fa-
chada.
Art. 261 Compete à Comissão de Análise das APAU exami- Art. 269 Os letreiros em letras aplicadas diretamente sobre
nar e deliberar sobre a colocação de anúncios nas APAU. a fachada deverão respeitar as seguintes determinações:
Art. 262 Ficam definidos os seguintes tipos de suporte de I - não deverão interceptar elementos decorativos nas fa-
anúncios: chadas;
I - letreiros paralelos à fachada; II - não deverão ressaltar do plano da fachada mais de
II - letreiros perpendiculares à fachada e a elas aplicados; 0,10m (dez centímetros);

226
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - nos imóveis de interesse para preservação, não exceder § 1º São permitidos engenhos simples ou luminosos está-
0,50m (cinquenta centímetros) de altura. ticos, afixados ou pintados no tapume, em toda sua extensão,
Art. 270 Os letreiros em letras pintadas deverão respeitar as sem projetar-se sobre o passeio, exceto nos casos de empacha-
seguintes determinações: mento autorizado, somente permitidas mensagens que mencio-
I - somente serão admitidos em imóveis de interesse para nem o empreendimento imobiliário, local e pessoas físicas ou
preservação; jurídicas a ele diretamente vinculados.
II - as letras serão pintadas sobre alvenaria revestida de ar- § 2º Os anúncios devem respeitar a altura máxima do enge-
gamassa pintada, não comportando pintura sobre cantaria; nho de 10,00m (dez metros) a contar do nível do meio fio.
III - não impedir a visualização de elementos decorativos. § 3º Após a retirada do tapume, pode ser autorizada a colo-
Parágrafo Único - Nos imóveis passíveis de renovação são cação de um painel simples com área máxima de 30,00m² (trinta
proibidos os letreiros em letras pintadas diretamente sobre a metros quadrados) com altura máxima do engenho de 10,00m
fachada, admitidos apenas nas superfícies de vidros das esqua- (dez metros) referente ao empreendimento realizado no local.
drias. § 4º Uma vez concedido o aceite de obras, a autorização
Art. 271 Os letreiros referidos nos artigos 269 e 270 podem para exibir ou manter o painel pode ser estendida até o prazo
localizar-se nos pavimentos superiores, desde que cada pavi- máximo de 90 (noventa) dias, após a concessão do aceite, con-
mento comporte uma única atividade. dicionada a nova autorização com o pagamento da respectiva
Art. 272 Todos os letreiros poderão ser iluminados ou lumi- taxa.
nosos, com luz fixa. Art. 281 Os infratores das disposições previstas neste Capí-
Art. 273 Nas lojas e sobrelojas dos imóveis da APAU - Cen- tulo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M4 do Anexo
tro dotados de galerias de pedestres ficam liberadas a largura e I da Lei nº 2.597/08.
comprimento dos letreiros paralelos à fachada, excetuada sua
localização em vãos respeitada, ainda, a espessura máxima de CAPÍTULO VI
0,20m (vinte centímetros) e proibida a iluminação intermitente. DOS ANÚNCIOS EM MOBILIÁRIO URBANO
Art. 274 Nas galerias de pedestres da APAU - Centro fica
proibida a instalação de letreiros perpendiculares ao plano da Art. 282 Os mobiliários urbanos em que é permitida a utili-
fachada. zação para veiculação de mensagem publicitária são os previstos
Art. 275 Os imóveis situados na Av. Visconde do Rio Branco, no art. 104, exceto os incisos XV e XXVI.
entre a Av. Amaral Peixoto e Av. Badger da Silveira, poderão re- Art. 283 As mensagens veiculadas nos meios de que trata o
ceber letreiros luminosos sobre a cobertura, paralelos à fachada artigo anterior podem ser dos tipos publicitários, institucionais,
voltada para a Baía de Guanabara, limitados em sua espessu- orientadores ou mistos, devendo observar as seguintes condi-
ra a 0,50m (cinquenta centímetros), com exceção dos imóveis ções:
tombados e seu entorno e imóveis preservados. A altura desses I - postes de rede elétrica só podem veicular mensagens
letreiros será definida pela Secretaria Municipal de Cultura. orientadoras ou indicativas a critério exclusivo da municipalida-
Art. 276 As empenas cegas poderão receber murais com de de caráter institucional;
interpretação artística da mensagem publicitária, a critério da II - a autorização para a instalação de publicidade em gra-
Secretaria Municipal de Cultura. dil depende de parecer favorável da entidade de Engenharia de
Art. 277 Em caráter excepcional, outras formas de anúncio Tráfego do Município e só poderá ser explorada com 30% (trinta
que venham a contribuir para a revitalização e valorização dos porcento) de publicidade do total de grades.
ambientes urbanos preservados, poderão ser aprovadas pela Art. 284 Os infratores das disposições previstas neste Capí-
Secretaria Municipal de Cultura. tulo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M4 do Anexo
Art. 278 Os processos apresentados para aprovação da ins- I da Lei nº 2.597/08.
talação ou renovação de publicidade deverão conter desenhos
em escala com representação completa de planta, corte, facha- CAPÍTULO VII
da e fotografia do estabelecimento, com suporte assinalado, DOS ANÚNCIOS EM VEÍCULOS
obedecidas as normas técnicas da ABNT.
Art. 279 Os infratores das disposições previstas neste Capí- Art. 285 Somente é permitida a utilização para a veiculação
tulo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M4 do Anexo de mensagens em:
I da Lei nº 2.597/08. I - caminhão, caminhonete, reboque e similares e veículos
leves;
CAPÍTULO V II - táxis;
DOS ANÚNCIOS EM IMÓVEIS EM CONSTRUÇÃO III - ônibus;
IV - embarcações;
Art. 280 São considerados anúncios, para efeito desta Lei, V - aviões;
aqueles veiculados nos imóveis em construção, excluídos os VI - bicicletas, motocicletas e triciclos.
obrigatórios por legislação federal, estadual ou municipal. Art. 286 Nos veículos tipo caminhão, caminhonete, reboque
e similares e veículos leves o anúncio só pode ser instalado no
espaço correspondente à carroceria.

227
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Parágrafo Único - Películas autoadesivas, pinturas ou qua- V - quantidade de material confeccionado;


dros só podem ser utilizados com no máximo 0,03m (três centí- VI - numeração do material confeccionado;
metros) de espessura. VII - número da autorização e sua data de expedição;
Art. 287 Nos veículos utilizados como táxi fica proibido o VIII - nome da empresa responsável pela distribuição com a
anúncio em qualquer parte da carroceria. indicação do CNPJ;
§ 1º Na carroceria só é permitida a pintura oficial do táxi e o IX - possuir os dizeres: “Não jogue este impresso na via pú-
número/marca identificadora da cooperativa e associações nas blica - mantenha a Cidade limpa - RECICLÁVEL” em letras de no
dimensões máximas de 0,50m x 0,25m (cinquenta centímetros mínimo 0,005m (meio centímetros).
por vinte e cinco centímetros); Art. 294 Os infratores das disposições previstas neste Capí-
§ 2º A veiculação do anúncio deve ser efetuada em elemen- tulo estão sujeitos às seguintes penalidades:
to próprio, instalado exclusivamente no teto do veículo; I - infração às determinações contidas no art. 292.
§ 3º A veiculação de publicidade no vidro traseiro do táxi Multa - Valor de Referência M20 Anexo I da Lei nº 2.597/08.
fica sujeita às normas estabelecidas pelo CONTRAN. II - infração às determinações estabelecidas no art. 293.
Art. 288 Ao ônibus é permitida a veiculação de mensagens Multa - Valor de Referência M4 do Anexo I da Lei nº
publicitárias através de película não refletiva no vidro traseiro, 2.597/08.
sem prejuízo das informações obrigatórias.
Art. 289 A publicidade em embarcações marítimas e faixas CAPÍTULO IX
rebocadas por avião, enquadrados como meios extraordinários DAS AUTORIZAÇÕES
sujeitam-se à análise especial.
Art. 290 O envelopamento é permitido para todos os veícu- Art. 295 A colocação ou veiculação de quaisquer anúncios
los, com exceção dos ônibus das concessionárias de transportes e engenhos publicitários, ainda que localizados em áreas de do-
urbano, táxi, veículos de transporte escolar, comunitário e al- mínio privado, fica sujeita à aprovação prévia da Secretaria de
ternativo. Urbanismo e Controle Urbano e ao pagamento de taxa que será
Art. 291 Os infratores das disposições previstas neste Capí- calculada de acordo com o Código Tributário do Município.
tulo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M4 do Anexo Art. 296 A autorização para a instalação de engenhos do
I da Lei nº 2.597/08. tipo outdoor ou painel publicitário será concedida quando re-
querida por pessoa jurídica e explorada por empresa de publici-
CAPÍTULO VIII dade previamente cadastrada na Secretaria Municipal de Fazen-
DA DISTRIBUIÇÃO DE PROSPECTOS E FOLHETOS DE PRO- da e na Secretaria Municipal de Urbanismo e Controle Urbano.
PAGANDA Art. 297 A autorização para a instalação de engenhos per-
manentes será concedida pelo prazo máximo de 1 (um) ano e a
Art. 292 A veiculação de propaganda, através da distribuição renovação deverá ser requerida anualmente.
de prospectos, tablóides, panfletos, folhetos, encartes, brindes, Art. 298 A solicitação de autorização para instalação de en-
sacos plásticos e outros impressos necessitam de autorização genhos e de outros meios deverá ser instruída com os seguintes
prévia da Secretaria Municipal de Fazenda, que será concedida documentos:
por um período determinado e em locais pré-estabelecidos para I - requerimento ao Secretário de Urbanismo e Controle Ur-
distribuição. bano devidamente preenchido e com a comprovação do paga-
§ 1º As autorizações serão expedidas mediante a apresenta- mento da taxa de expediente através da autenticação mecânica
ção dos seguintes documentos: bancária e prova de cadastro junto a Secretaria Municipal de
a) cópia do Alvará de Licença de Localização da contratante Fazenda;
e contratada; II - cópia do Alvará de Localização ou prova de cadastro jun-
b) cópia do CNPJ da contratante e contratada; to a Secretaria Municipal de Fazenda;
c) localização e forma de distribuição; III - cópia do comprovante de pagamento e taxa de aprova-
d) tiragem do material que será distribuído; ção de projeto ou licença de obras do empreendimento quando
e) modelo do material publicitário a ser distribuído; se tratar de instalação em canteiro de obras;
f) datas da distribuição; IV - em áreas comuns de edifícios, deverá ser apresentada
g) nome da empresa responsável pela distribuição com in- autorização dos proprietários ou dos condôminos, nos termos
dicação do CNPJ. definidos na convenção do condomínio;
§ 2º É vedada a participação de menores de 14 (quatorze V - comprovante de inscrição do IPTU, exceto nos casos de
anos) na distribuição do material publicitário. posse;
§ 3º Ficam dispensados de autorização a distribuição de VI - 2 (duas) cópias do projeto em formato padrão da Secre-
panfletos institucionais, eleitorais e de divulgação de teatro e taria de Urbanismo e Controle Urbano, com planta de situação
cinema exclusivamente brasileiro. ou localização, planta baixa e corte, croqui do engenho com suas
Art. 293 Todo material publicitário deverá conter: cotas, descrição e, quando se tratar de letreiro, o teor da men-
I - número do CNPJ da contratante e contratada; sagem;
II - razão social da gráfica que confeccionou o material; VII - para letreiro em centros comerciais ou grupo de lo-
III - número da nota fiscal de serviço relativo à confecção jas em um mesmo imóvel será exigida fotografia em tamanho
do material; 0,13m x 0,18m (treze por dezoito centímetros) da fachada de
IV - data da confecção deste material; todo o prédio, para visualização dos letreiros vizinhos;

228
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

VIII - em veículos de transporte coletivo, deverá ser apre- I - provisórios indicativos do tipo: Precisa-se de emprega-
sentado autorização da empresa permissionária com firma re- dos, vende-se, aluga-se, aulas particulares, matrículas abertas
conhecida e o número de veículos a serem utilizados e cópia de e similares, desde que exibidos no próprio local de exercício da
quitação do IPVA dos veículos e nos demais veículos a apresen- atividade e não ultrapasse a área do anúncio de 0,50m² (cin-
tação da cópia do IPVA do exercício pago e contrato de locação quenta decímetros quadrados);
do veículo com a empresa requerente; II - os logotipos ou logomarcas de postos de abastecimen-
IX - quando se tratar de outdoor ou painel publicitário em to e serviços, quando veiculados nos equipamentos próprios do
imóvel privado, declaração do proprietário ou possuidor do imó- mobiliário obrigatório, como bombas, densímetros e similares;
vel, que autorizou com a respectiva comprovação da proprieda- III - as denominações de prédios e condomínios;
de ou posse e cópia do contrato entre as partes; IV - os que contenham referências que indiquem lotação,
X - cópia da carteira do CREA do profissional responsá- capacidade e os que recomendem cautela ou indiquem perigo,
vel pela instalação e segurança, para engenhos com mais de desde que sem qualquer legenda, dístico ou desenho de valor
50,00m² (cinquenta metros quadrados) de área total de anún- publicitário;
cio; V - os que contenham mensagens obrigatórias por legisla-
XI - para o pedido de instalação de engenhos e outros meios ção federal, estadual ou municipal;
enquadrados como especial aplicam-se, no que couber, as exi- VI - os que contenham mensagens indicativas de coope-
gências desta Lei e poderão ser exigidos pareceres técnicos dos ração com o Poder Público Municipal, Estadual ou Federal, ou
Órgãos Públicos competentes, quando for o caso, como Aero- divulgação exclusiva de imagem positiva da Cidade de Niterói;
náutica, Marinha, Serla, DNIT e DER dentre outros solicitados VII - os que contenham mensagens indicativas de órgãos da
pela Secretaria de Urbanismo e Controle Urbano e termo de Administração Direta e Indireta;
compromisso para manutenção. VIII - os que contenham indicação de monitoramento de
Art. 299 A renovação da autorização deverá ser feita, me- empresas de segurança com área máxima de 0,04m² (quatro de-
diante solicitação, pelo prazo de um ano, com o pagamento da címetros quadrados);
taxa anual até a data do vencimento. IX - aqueles instalados em áreas de proteção ambiental ou
Art. 300 O requerimento de renovação será protocolizado no acesso a elas, que contenham mensagens institucionais com
na Secretaria de Urbanismo e Controle Urbano, instruído com patrocínio;
os seguintes documentos: X - os que contenham as bandeiras dos cartões de crédito
I - requerimento com a taxa de expediente paga e compro- aceitos nos estabelecimentos comerciais, desde que não ultra-
vada com a autenticação mecânica bancária;
passem a área total de 0,09m² (nove decímetros quadrados);
II - cópia da guia de recolhimento do ano anterior, relativa
XI - os banners ou pôsteres indicativos dos eventos culturais
ao pagamento da Taxa de Autorização para Exibição de Publici-
que serão exibidos na própria edificação, para museu ou teatro,
dade (TAEP) ou da Taxa de Vistoria (TV);
desde que não ultrapassem 10% (dez porcento) da área total de
III - cópia do projeto aprovado quando se tratar de letreiros;
todas as fachadas.
IV - quando se tratar de engenhos publicitários:
XII - os anúncios em vitrines e mostruários, excetuando-se
a) a relação dos números de processos que originaram as
aqueles aplicados diretamente no vedo e que não estejam elen-
aprovações de cada engenho;
cados neste artigo;
b) prova de regularização do IPTU do Exercício corrente, ex-
ceto nos casos de posse. XIII - painéis orientadores, tais como as placas de sinalização
Parágrafo Único - Excetua-se da obrigação contida neste ar- viária e de trânsito, turística e outras placas indicativas conside-
tigo os letreiros com mensagens exclusivamente identificadoras radas como de interesse público pela municipalidade;
instaladas no próprio local. XIV - anúncios colocados no interior do estabelecimento, a
Art. 301 Os pedidos de autorização, de outdoor e painel, partir de 1,00m (um metro) de qualquer abertura ou vedo trans-
após o pagamento dos tributos devidos na Secretaria Municipal parente que se comunique diretamente com o exterior;
de Fazenda, retornarão à Secretaria de Urbanismo e Controle XV - os painéis exigidos pela legislação própria e afixados
Urbano para verificação, no local, se o engenho foi colocado de nos locais das obras de construção civil no período de sua du-
acordo com as especificações constantes da planta aprovada. ração;
Art. 302 Qualquer alteração nas características físicas dos XVI - as placas indicativas das atividades exercidas em salas
engenhos, a sua substituição por outro, mudança de local de ins- comerciais, desde que expostas para o corredor interno da edi-
talação assim como a transferência de proprietário a qualquer ficação comercial;
título, implicará sempre nova autorização. XVII - os engenhos publicitários com até 1,00m² (um metro
§ 1º A retirada e colocação de papéis colados nos outdoors, quadrado) de área e 0,20m (vinte centímetros) de espessura,
lona vinil, bem como a substituição das mensagens nos painéis, desde que exibidos no próprio local do exercício da atividade e
não estão sujeitas à exigência prevista no caput deste artigo. contenham apenas a identificação do estabelecimento, endere-
§ 2º Após o pedido de baixa de publicidade, a empresa soli- ço, telefone, endereço eletrônico e atividades exercidas; insta-
citante só poderá obter nova autorização para instalação de en- lados no sentido paralelo da fachada a pelo menos 2,50m (dois
genho publicitário, no mesmo local, mediante apresentação de metros e cinquenta centímetros) de altura, limitado a um por
prova de regularidade de pagamento do IPTU. empresa, exceto nas áreas da APAU;
Art. 303 Independem de aprovação e autorização, os se- XVIII - os painéis de indicação de programação de cinemas e
guintes anúncios: teatros instalados no próprio local;

229
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XIX - as indicações de horário de atendimento dos estabe- VIII - não provocar reflexo, brilho ou intensidade de luz que
lecimentos; possa ocasionar ofuscamento, prejudicar a visão dos motoris-
XX - as indicações de preços de combustíveis e o quadro de tas, interferir na operação ou sinalização de trânsito ou, ainda,
aviso previstos na Portaria ANP nº 116, de 5 de julho de 2000, causar insegurança ao trânsito de veículos e pedestres, quando
referentes aos postos de abastecimento e serviços. utilizar dispositivo elétrico ou película de alta reflexividade;
Art. 304 A autorização para a instalação de engenho publi- IX - não prejudicar a visualização de bens de valor cultural.
citário e outros meios será cancelada, anulada ou cassada, nos Art. 313 Para os efeitos deste Código, considera-se como
seguintes casos: engenho publicitário todo suporte físico sobre o qual há a vei-
I - não instalado no prazo de 1 (um) ano, exceto em empena culação ou a possibilidade de veiculação de mensagem publici-
cega; tária.
II - pelo não pagamento da taxa devida, até a data do ven- Art. 314 Para os efeitos deste Código são considerados
cimento; igualmente infratores em caráter subsidiário:
III - por infringência a qualquer disposição legal. I - pessoas físicas ou jurídicas que se beneficiarem direta-
Art. 305 Todo e qualquer engenho publicitário, colocado mente da publicidade;
sem a devida autorização, será incontinentemente retirado e re- II - terceiros responsáveis pela exibição da publicidade,
colhido ao depósito público. quando identificados; e
Art. 306 A exploração de publicidade em espaços públicos III - proprietários dos imóveis onde estão instalados os en-
deverá ser precedida de procedimento licitatório, exceto nos ca- genhos publicitários.
sos previstos nesta Lei. Art. 315 A inobservância das disposições deste Código sujei-
Art. 307 A Administração Municipal publicará no Diário Ofi- tará os infratores, às seguintes penalidades:
cial do Município, em sua página na internet, a relação das auto- I - multa;
rizações concedidas, fazendo constar a razão social, o endereço II - cancelamento imediato da autorização;
de veiculação das publicidades, o número do processo e o prazo. III - remoção do engenho publicitário.
Art. 308 Os infratores das disposições previstas neste Capí- Art. 316 Compete à Fiscalização de Posturas apurar as infra-
tulo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M4 do Anexo ções deste Título, lavrando as notificações, intimações, autos de
I da Lei nº 2.597/08. infração e de apreensão, bem como a retirada dos equipamen-
tos irregulares.
CAPÍTULO X Art. 317 A aplicação das multas não exime o infrator do pa-
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS gamento da taxa devida pelo período de veiculação do anúncio.
Art. 318 O consentimento dado por terceiros para o uso do
Art. 309 É proibida a utilização de equipamentos sonoros local onde se instalará o engenho implicará, obrigatoriamente,
autorização para o acesso a ele pelas autoridades, sempre que
fixos ou móveis como meio de publicidade.
se fizer necessário ao cumprimento das disposições deste Có-
Art. 310 As autorizações para exibição de publicidade ante-
digo.
riormente concedidas à publicação desta Lei serão mantidas até
Art. 319 A autorização para exibição de publicidade, o pro-
o final do Exercício vigente, devendo ser observadas as disposi-
jeto aprovado, e o comprovante de pagamento da taxa deverão
ções desta Lei no Exercício seguinte.
ser mantidos no estabelecimento onde estiver instalada a publi-
Art. 311 Os casos omissos serão submetidos à análise espe-
cidade e apresentados à fiscalização, quando solicitado.
cial da Secretaria de Urbanismo e Controle Urbano.
Art. 320 O responsável pela distribuição de prospectos,
Art. 312 Todo anúncio deverá observar, dentre outras, as
panfletos e similares, quando autorizados, deverá conservar o
seguintes normas: logradouro público limpo num raio de até 20,00m (vinte metros)
I - oferecer condições de segurança ao público; do local da distribuição.
II - ser mantido em bom estado de conservação, no que tan- Art. 321 Os infratores das disposições previstas neste Capí-
ge a estabilidade, resistência dos materiais e aspecto visual; tulo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M4 do Anexo
III - receber tratamento final adequado em todas as suas I da Lei nº 2.597/08.
superfícies, inclusive na sua estrutura; TÍTULO VIII
IV - atender as normas técnicas pertinentes à segurança e DAS EDIFICAÇÕES
estabilidade de seus elementos; CAPÍTULO I
V - atender as normas técnicas emitidas pela Associação DA SEGURANÇA E PRESERVAÇÃO ESTÉTICA
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, pertinentes às distâncias
das redes de distribuição de energia elétrica, ou a parecer técni- Art. 322 Os edifícios suas marquises, fachadas e demais de-
co emitido pelo Órgão Público Estadual ou empresa responsável pendências deverão ser convenientemente conservados pelos
pela distribuição de energia elétrica; respectivos proprietários ou inquilinos em especial quanto à
VI - respeitar a vegetação arbórea significativa definida por estética, estabilidade, higiene e segurança, para que não sejam
normas específicas; comprometidas a paisagem urbana e a segurança e a saúde dos
VII - não prejudicar a visibilidade de sinalização de trânsito ocupantes, vizinhos e transeuntes.
ou outro sinal de comunicação institucional, destinado à orien- Parágrafo Único - É vedada a instalação de equipamentos
tação do público, bem como a numeração imobiliária e a deno- de ar condicionado, exaustores e similares apoiadas diretamen-
minação dos logradouros; te sobre as marquises.

230
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 323 Aos proprietários dos prédios em ruínas será con- Multa - Valor de Referência M2 Anexo I da Lei nº 2.597/08.
cedido pela Administração Municipal prazo para reformá-los e II - infração às determinações estabelecidas no art. 329.
colocá-los de acordo com o Código de Obras e Planejamento Multa - Valor de Referência M4 do Anexo I da Lei nº
Urbano do Município. 2.597/08.
§ 1º Para atendimento às exigências do presente artigo,
será feita a necessária intimação. CAPÍTULO III
§ 2º No caso de os serviços não serem executados no prazo DOS APARELHOS DE AR CONDICIONADO
fixado na intimação, o proprietário deverá proceder à demolição
do imóvel, exceto os imóveis tombados. Art. 331 Ficam obrigados os proprietários de aparelhos de
Art. 324 Ao ser constatado, através de perícia técnica, que ar condicionado a instalar coletores para recolher a água prove-
um prédio oferece risco de ruir, o órgão competente da Adminis- niente da condensação resultante do uso do referido aparelho.
tração Municipal adotará as seguintes providências: Parágrafo Único - Esses coletores devem impedir que a água
I - interdição do prédio; proveniente da condensação seja despejada em vias públicas ou
II - intimará o proprietário a iniciar, no prazo mínimo de 48 em construções vizinhas.
(quarenta e oito) horas, os serviços de consolidação ou demoli- Art. 332 Os aparelhos de ar condicionado deverão ser insta-
ção, caso de bem não tombado. lados com altura mínima de 2,20m (dois metros e vinte centíme-
Parágrafo Único - Quando a intimação não for atendida, a tros) do passeio público.
Administração Municipal adotará as medidas legais, necessárias Art. 333 Para os efeitos deste Capítulo, são considerados in-
à pronta execução de sua decisão. fratores o proprietário, o titular do domínio útil ou o possuidor
Art. 325 Ao ser verificado perigo iminente de ruína, a Admi- do imóvel, conforme o caso.
nistração Municipal, após a competente vistoria, providenciará Art. 334 Os infratores das disposições previstas neste Capí-
a evacuação do prédio. tulo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M2 do Anexo
§ 1º No caso a que se refere o presente artigo, a Administra- I da Lei nº 2.597/08.
ção Municipal executará os serviços necessários à consolidação
do prédio ou à sua demolição, se for o caso. TÍTULO IX
§ 2º As despesas decorrentes da execução dos serviços, a DAS AGÊNCIAS BANCÁRIAS
que se refere o parágrafo anterior, serão cobradas do proprie-
tário. Art. 335 As agências bancárias são obrigadas a atender os
Art. 326 A competência exclusiva para a verificação do cum-
seus usuários, clientes ou não, nos setores de caixa e em outros
primento das exigências deste Título é da Coordenação Munici-
atendimentos, em até 15 (quinze) minutos;
pal de Defesa Civil, cabendo à Fiscalização de Posturas intima-
I - em vésperas de feriados, nos 10 (dez) primeiros e nos 3
rem os infratores à tomada das providências cabíveis, além de
(três) últimos dias úteis de cada mês, o atendimento será em até
aplicar as devidas sanções.
30 (trinta) minutos;
Art. 327 Os infratores das disposições previstas neste Capí-
II - o atraso no atendimento em tempo superior ao dobro do
tulo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M3 do Anexo
permitido implicará no aumento da penalidade;
I da Lei nº 2.597/08.
III - a ordenação do atendimento será realizada através de
CAPÍTULO II senha numérica, que deverá conter:
DA EXPOSIÇÃO DE ARTIGOS E OBJETOS a) nome do banco;
b) número da agência;
Art. 328 É proibida a exposição, ainda que transitória, de c) data e a hora da emissão;
roupas, colchões, tapetes, vasos ou objetos de uso doméstico, d) hora do início do atendimento;
nas portas, janelas, pátios, varandas, terraços, muros, telhados IV - a senha numérica deverá ser devolvida ao usuário após
e outros locais semelhantes voltados para o logradouro público, o atendimento.
ou quando possa oferecer perigo à segurança pública. Parágrafo Único - Para o tempo máximo aceitável de aten-
Art. 329 É igualmente proibida nos estabelecimentos co- dimento, consideram-se as condições técnicas normais de fun-
merciais ou industriais, a exposição de quaisquer mercadorias cionamento dos equipamentos e sistemas, e a ocorrência de
nas ombreiras, janelas, marquises, fachadas ou vãos de portas qualquer anormalidade técnica não justificará demora superior
que abram para a via pública ou para as galerias de prédios, ao dobro do tempo preceituado no presente artigo.
constituindo ou não servidão pública, ou no passeio fronteiro à Art. 336 As agências bancárias deverão afixar cartazes em
loja, inclusive na área de afastamento. locais visíveis, nas portas de acesso, informando o seguinte: “O
Parágrafo Único - Se a aplicação da multa prevista neste tempo máximo previsto em lei municipal para atendimento ao
Código revelar-se insuficiente para fazer cessar a infração men- consumidor é de quinze minutos. Nas vésperas de feriados, nos
cionada no caput, poderá ser apreendida a mercadoria e, em dez primeiros e nos três últimos dias úteis de cada mês, o aten-
instância final, interditada e/ou cassada à licença do estabeleci- dimento será em até trinta minutos. Faça valer seu direito”.
mento infrator. Parágrafo Único - O cartaz de que trata o caput do artigo de-
Art. 330 Os infratores das disposições previstas neste Capí- verá ser impresso com Fonte Arial, corpo 120, vazada em branco
tulo estão sujeitos às seguintes penalidades: com fundo preto.
I - infração às determinações contidas no art. 328. Art. 337 Ficam as agências bancárias obrigadas a:

231
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

I - instalar, no mínimo, quinze assentos com encosto para os TÍTULO X


usuários na fila de atendimento; DOS POSTOS DE SERVIÇOS E ABASTECIMENTO DE VEÍCU-
II - disponibilizar aos usuários, gratuitamente, água própria LOS
para consumo no local, de forma visível e de fácil acesso;
III - possuir banheiros privativos, masculino e feminino, com Art. 341 O comércio varejista de combustíveis e lubrifican-
instalações próprias e adequadas para deficientes físicos; tes será exercido no estabelecimento denominado “Posto de
IV - instalar rampas de acesso ao estabelecimento bancário Serviços e Revenda de Combustíveis e Lubrificantes”.
obedecendo às normas pertinentes da Secretaria Municipal de Art. 342 O Posto de Serviço e Revenda de Combustíveis e
Urbanismo e Controle Urbano. Lubrificantes é o estabelecimento que se destina:
V - instalar cabines indevassáveis nos caixas eletrônicos que I - à venda no varejo de combustíveis e lubrificantes, aí com-
possuir, nas agências ou fora delas, de modo a assegurar ao uti- preendidos:
lizar total privacidade, exceto por câmeras de segurança. (Reda- a) gasolina automotiva;
ção acrescida pela Lei nº 3168/2015) b) álcool etílico e metílico;
VI - instalação de câmeras externas com alcance de até cem c) gás nas seguintes modalidades: gás natural, “biogás”;
metros ao redor e de todos os lados e frente da agência. (Reda- d) querosene iluminante;
ção acrescida pela Lei nº 3168/2015) e) óleo diesel e óleos lubrificantes automotivos;
Parágrafo Único - O atendimento preferencial e exclusivo f) aditivos.
dos caixas destinados aos maiores de 60 (sessenta) anos, ges- II - ao atendimento de outras atividades suplementares, aí
tantes, pessoas com deficiência física e pessoas com crianças de compreendidos:
colo também será realizado através de senha numérica e oferta a) suprimento de água e ar;
mínima de quinze assentos com encosto. b) serviços de troca de óleos lubrificantes automotivos;
Art. 338 Na prestação de serviços oriundos de celebração c) lavagem e lubrificação de veículos;
de convênios, não poderá haver discriminação entre clientes e d) guarda e estacionamento de veículos;
não clientes, nem serem estabelecidos nas dependências, locais e) serviços de alinhamento de direção, balanceamento de
e horários de atendimento diversos daqueles previstos para as rodas e de regulagem eletrônica de motores automotivos;
demais atividades. f) comércio de acessórios e peças de pequeno porte e fácil
Art. 339 Caberá à Coordenadoria de Defesa do Consumidor reposição;
da Câmara, ao Procon e aos Órgãos de Fiscalização da Secretaria g) comércio de utilidades relacionadas com a higiene, segu-
Municipal de Fazenda fiscalizar o cumprimento dos dispositivos
rança, conservação e aparência dos veículos;
no presente Título.
h) comércio de pneus, câmaras de ar e prestação de servi-
Art. 340 Os infratores das disposições previstas neste Título
ços de borracheiro;
estão sujeitos às seguintes penalidades:
i) venda de jornais, revistas, mapas e roteiros turísticos, arti-
I - infração às determinações contidas no inciso I ou caput
gos de artesanato, suvenires, cigarros, cafés, gelo, refrigerantes,
do art. 335.
bebidas alcoólicas não fracionadas, sorvetes e confeitos;
Multa - correspondente ao Valor de Referência M5 do Ane-
j) locação e venda de aparelhos eletrônicos, de fitas e filmes
xo I da Lei nº 2.597/08 acrescido do valor correspondente ao
de vídeo, discos, filmes fotográficos e fitas cassete; e
Valor de Referência M1 do Anexo I da Lei nº 2.597/08, por cada
minuto de atraso excedente. k) venda de flores e plantas naturais e artificiais.
II - infração às determinações estabelecidas no inciso II do Art. 343 É permitido ao Posto de Serviços e Revenda de
art. 335. Combustíveis e Lubrificantes o exercício de outras atividades
Multa - correspondente ao Valor de Referência M10 do econômicas não elencadas no artigo anterior, desde que aten-
Anexo I da Lei nº 2.597/08 acrescido do valor correspondente didas as normas gerais do licenciamento das respectivas ativi-
ao Valor de Referência M2 do Anexo I da Lei nº 2.597/08, por dades.
cada minuto de atraso excedente. Parágrafo Único - As atividades a que se refere o caput deste
III - infração às determinações previstas nos arts. 336 ou artigo deverão constar obrigatoriamente do Alvará de Licença
338. para Estabelecimento.
Multa - Valor de Referência M3 do Anexo I da Lei nº Art. 344 É permitido a terceiros o exercício das atividades
2.597/08. suplementares elencadas no inciso II do art. 342 deste Código,
IV - infração às determinações previstas no inciso III do art. bem como de outras atividades, desde que observadas às condi-
335, ou no art. 337. ções estabelecidas no artigo anterior e mediante licenciamento
Multa - Valor de Referência M5 do Anexo I da Lei nº específico.
2.597/08. Art. 345 É vedada o serviço de servir bebidas alcoólicas nos
estabelecimentos de que trata este título.
§ 1º Aplica-se às denominadas “lojas de conveniências” a
vedação disposta no caput deste artigo.
§ 2º É permitida a instalação e funcionamento de farmácias
e drogarias em Postos de Serviços e Revenda de Combustíveis e
Lubrificantes, desde que possuam inscrição no Cadastro Nacio-
nal de Pessoa Jurídica - CNPJ mantenham-se em instalações pró-

232
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

prias e em ambiente diverso daquele destinado ao fornecimento Art. 349 Os postos de serviços e revenda de combustíveis
de combustíveis, com a permanência de farmacêutico responsá- e lubrificantes não poderão ser localizados em locais conside-
vel técnico durante o horário integral de funcionamento, com rados impróprios pelas normas de segurança contra incêndios
a observância das legislações específicas e com o atendimento e pânico em vigor.
das condições adequadas para o devido licenciamento sanitário. Art. 350 Os postos de serviços e revenda de combustíveis e
§ 3º Aqueles estabelecimentos citados no Parágrafo ante- lubrificantes são obrigados a manter:
rior que funcionarem em Postos com regime de 24hs (vinte e I - extintores e demais equipamentos de prevenção de in-
quatro horas), deverão manter o atendimento nas instalações cêndio, em quantidades suficientes e convenientemente loca-
por período mínimo de 16hs (dezesseis horas). (Redação dada lizadas, sempre em perfeitas condições de funcionamento, ob-
pela Lei nº 3343/2018) servadas as prescrições do Corpo de Bombeiros, para cada caso
Art. 346 Os postos de serviço e revenda de combustíveis e em particular;
lubrificantes de veículos deverão apresentar, obrigatoriamente: II - perfeitas condições de funcionamento, higiene e limpeza
I - aspecto interno e externo, inclusive a pintura, em condi- do estabelecimento.
ções satisfatórias de limpeza; Art. 351 O estabelecimento comercial (Posto de Gasolina ou
II - perfeito estado de funcionamento das instalações de não) que for flagrado, por teste da Agência Nacional de Petróleo
abastecimento de combustíveis, de água para veículos e de su- - ANP, Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás - IBP, IPEM-RJ ou
primento de ar para pneumáticos, estes com indicação de pres- INMETRO, adquirindo, estocando ou revendendo combustíveis
são; e seus derivados em desconformidade com as especificações es-
III - perfeitas condições de funcionamento dos encanamen- tabelecidas pelo órgão regulador competente, ou seja, adultera-
tos de água, de esgoto e das instalações elétricas; dos, terá suas dependências e bombas interditadas, sem preju-
IV - calçadas e pátios de manobras em perfeitas condições ízo da aplicação de multa, e, através de processo administrativo
e inteiramente livres de detritos, tambores, veículos sem condi- instaurado pela Secretaria Municipal de Fazenda, terá seu Alvará
ções de funcionamento e quaisquer objetos estranhos ao res- de funcionamento cassado.
pectivo comércio; § 1º Estabelecimento interditado ficará fechado aguardan-
V - pessoal de serviço adequadamente uniformizado. do a tramitação do procedimento administrativo e/ou policial
§ 1º Os inflamáveis para abastecimento do posto deverão que será instaurado até a sua decisão final.
ser transportados em recipientes apropriados, hermeticamente § 2º Poder Executivo Municipal divulgará através do Diário
fechados. Oficial do Município de Niterói, da sua página na internet e na
§ 2º A alimentação dos depósitos metálicos subterrâneos imprensa, a relação dos estabelecimentos comerciais penaliza-
será feita por meio de mangueira ou tubo, de modo que os infla- dos com base neste artigo, fazendo constar o respectivo alvará,
máveis passem diretamente do interior dos caminhões-tanques razão social, nome fantasia, bandeira e o endereço de funcio-
para o interior dos depósitos, não sendo permitido que se faça a namento.
alimentação por intermédio de funis ou pela descarga dos reci- Art. 352 Os infratores das disposições previstas neste Título
pientes para os depósitos. estão sujeitos às seguintes penalidades:
§ 3º Para o abastecimento de veículos, serão utilizados, I - infração às determinações previstas no art. 351.
obrigatoriamente, dispositivos dotados de indicador que mar- Multa - Valor de Referência M20 do Anexo I da Lei nº
que, pela simples leitura, a quantidade de combustível forne- 2.597/08.
cida, devendo o referido indicador ficar em posição facilmente II - infração às demais determinações estabelecidas neste
visível, iluminado à noite e mantido sempre em condições de Título.
perfeito estado de funcionamento. Multa - Valor de Referência M4 do Anexo I da Lei nº
§ 4º Nos postos, é obrigatória a colocação de anúncios bem 2.597/08.
legíveis, de que é proibido fumar e acender ou manter fogo den-
tro de suas áreas. TÍTULO XI
§ 5º É obrigatória à comprovação documental da destinação DAS OFICINAS DE CONSERTO E LAVAGEM DE VEÍCULOS
final ambientalmente adequada dos resíduos de óleos, graxas,
lubrificantes e combustíveis advindos dos serviços (troca e/ou Art. 353 A execução de serviços mecânicos em vias públicas
lubrificação) e vendas realizadas nos postos de serviço e reven- somente será tolerada nos casos de evidente emergência, para
da de combustíveis e lubrificantes de veículos, conforme legisla- socorro de eventuais defeitos no funcionamento de automoto-
ção ambiental vigente. res.
Art. 347 Os serviços de limpeza, lavagem e lubrificação de Art. 354 A execução de serviços profissionais de qualquer
veículos só poderão ser realizados nos recintos apropriados, natureza em veículos, em especial a troca de pneus ou a lava-
sendo estes obrigatoriamente dotados de instalações destina- gem em logradouro público, ressalvado a situação admitida na
das a evitar a acumulação de água e resíduos de lubrificantes no forma do artigo anterior, é expressamente proibida em todo o
solo ou seu escoamento para logradouro público. território do Município de Niterói, sob pena de apreensão ime-
Art. 348 Nos postos de serviço de abastecimento de veícu- diata dos equipamentos.
los não serão permitidos reparos, pintura e desamassamento de
veículos, exceto pequenos consertos.

233
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 355 Nas oficinas de consertos de veículos, os serviços Art. 365 Compete à Secretaria Municipal de Urbanismo e
de pintura deverão ser executados em compartimentos apro- Controle Urbano a definição do local, horários e modelos de
priados, de forma a evitar a dispersão de tinta e derivados para equipamentos utilizados para o comércio ambulante, conforme
as demais seções de trabalho, conforme normas da ABNT e li- regulamento específico.
cenciados no Órgão Ambiental. Parágrafo Único - Fica proibido o comércio ambulante em
Art. 356 Se a aplicação da multa revelar-se incapaz de fazer veículos e trailers, nas vias e logradouros públicos em toda a Ci-
cessar a infração poderão ser apreendidos, os objetos, as peças, dade, exceto aqueles autorizados por Lei específica.
ou as ferramentas que tenham dado origem à infração, assim Art. 366 Compete à Secretaria Municipal de segurança a au-
como a apreensão e remoção de veículos, podendo, inclusive, torização para o exercício do comércio ambulante, a verificação
ser cassado o Alvará de Licença para Estabelecimento. do efetivo cumprimento da autorização concedida, bem como a
Art. 357 Os infratores das disposições previstas neste Título apreensão de bens, mercadorias, equipamentos e veículos, utili-
estão sujeitos à multa no Valor de Referência M3 do Anexo I da zados irregularmente no Logradouro Público, através da Guarda
Municipal.
Lei nº 2.597/08.
§ 1º É proibida a autorização para instalação do Comércio
Ambulante nas áreas de segurança bancária.
TÍTULO XII
§ 2º A autorização referida neste artigo será concedida na
DO COMÉRCIO AMBULANTE
forma de regulamento específico do Poder Público Municipal.
Art. 367 Fica instituído o Cartão de Autorização para o Co-
Art. 358 Comércio Ambulante é a atividade profissional mércio Ambulante, no qual constará:
temporária exercida por pessoa física em logradouro público ou I - nome do titular;
não, na forma e condições definidas na legislação própria, in- II - número da inscrição municipal;
dividualmente, sem estabelecimento, instalações ou localização III - número da identidade e CPF;
fixa. IV - número do processo de concessão;
Parágrafo Único - Comerciante ambulante ou camelô é a V - local autorizado;
pessoa física que exerce essa atividade profissional por sua con- VI - horário permitido;
ta e risco, com ou sem emprego de tabuleiro ou outro apetrecho VII - produtos comercializados;
permitido neste Código ou legislação complementar, apregoan- VIII - restrição se for o caso.
do suas mercadorias. Subordinam-se os comerciantes ambulan- § 1º Cabe a Secretaria Municipal de segurança a expedição
tes ou camelôs às disposições deste Código, além das legislações do cartão de Autorização previsto no caput.
específicas. § 2º Cabe a Secretaria Municipal de Fazenda a expedição da
Art. 359 Não se considera comerciante ambulante, para os guia de pagamento das taxas devidas para o exercício do comér-
fins deste Código, aquele que exerce sua atividade em condições cio ambulante.
que caracterizem a existência de vínculo empregatício com for- Art. 368 É obrigatória a inscrição do comerciante ambulante
necedor de mercadoria comercializada. autorizado como segurado da previdência social na categoria de
Art. 360 Os ambulantes que descumprirem os dispositivos autônomo.
legais estarão sujeitos à apreensão de bens, mercadorias, equi- Art. 369 As penalidades correspondentes às infrações dos
pamentos e veículos, conforme prescrição na legislação própria. dispositivos constantes deste Título ou estabelecidos em legisla-
Art. 361 Os comerciantes ambulantes deverão portar sem- ção complementar específica do comércio ambulante poderão
pre os seguintes documentos: ser aplicadas cumulativamente, e serão as seguintes:
I - original do Cartão de Autorização para o exercício da ati- I - advertência;
vidade; II - suspensão da autorização;
III - cassação da autorização;
II - comprovante de pagamento da taxa devida;
IV - apreensão de bens e equipamentos.
III - carteira de identidade ou carteira profissional;
§ 1º A aplicação das penalidades de suspensão ou cassação
IV - nota fiscal de aquisição da mercadoria à venda, exceto
será objeto de regulamento próprio, garantida a ampla defesa.
os vendedores de amendoim, pipocas, algodão doce, angu, mi-
§ 2º Para o ambulante não autorizado aplicar-se-á de ime-
lho verde, coco e os produtos artesanais de fabricação própria. diato a sanção prevista no inciso IV deste artigo.
Art. 362 Os vendedores ambulantes deverão afixar a tabela Art. 370 Fica proibido o licenciamento para a instalação e
de preços dos produtos comercializados. funcionamento de atividades comerciais exercidas em trailers
Art. 363 O comerciante ambulante deverá respeitar os mo- no logradouro público em todo o âmbito do Município de Ni-
delos previamente aprovados de equipamentos, pelo órgão terói.
competente da Administração Municipal, mantendo em perfei- Parágrafo Único - A autorização para as atividades comer-
to estado de conservação e limpeza o local e os equipamentos ciais exercidas em trailers em áreas particulares residenciais,
utilizados para a comercialização e respeitando o local designa- comerciais ou industriais será objeto de regulamento próprio.
do para a sua autorização. Art. 371 Os estabelecimentos comerciais, industriais ou
Art. 364 As concessionárias de serviços públicos ficam proi- prestadores de serviços que vierem a armazenar, guardar ou
bidas de instalar os seus serviços em logradouros públicos onde ocultar mercadorias ou equipamentos provenientes do comér-
o comércio não seja autorizado e nos locais proibidos pela mu- cio ambulante clandestino, sofrerão multa no Valor de Referên-
nicipalidade. cia M10 do Anexo I da Lei nº 2.597/08.

234
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Parágrafo Único - Em caso de reincidência o Alvará poderá Art. 375 Fica permitido nas edificações de uso exclusivo:
ser cassado. I - o licenciamento de atividades afins, complementares,
semelhantes ou idênticas à principal, ainda que exercidas por
TÍTULO XIII contribuintes distintos;
DO LICENCIAMENTO DOS ESTABELECIMENTOS EM GERAL II - o licenciamento de quaisquer atividades que não se en-
Capítulo I quadrem na hipótese do inciso I, desde que não implique a in-
DISPOSIÇÕES GERAIS trodução de novo uso que requeira edificação de uso exclusivo.
Art. 372 A localização e o funcionamento de estabelecimen- Art. 376 Os Alvarás conterão, entre outras, as seguintes in-
tos comerciais, prestadores de serviços, industriais, agrícolas, formações:
pecuários e extrativistas, bem como de sociedades, instituições I - nome da pessoa física ou jurídica e seu nome fantasia;
e associações de qualquer natureza, pertencentes a quaisquer II - endereço do estabelecimento;
pessoas físicas e jurídicas, no Município de Niterói, estão sujei- III - relação das atividades licenciadas;
tos a licenciamento prévio na Secretaria Municipal de Fazenda, IV - número da inscrição municipal;
observado o disposto neste Código e nas demais legislações per- V - número do CNPJ ou CPF;
tinentes. VI - número do processo de concessão ou de alteração;
§ 1º Considera-se estabelecimento o local onde quaisquer VII - data do licenciamento;
pessoas físicas e/ou jurídicas desenvolvam quaisquer atividades VIII - restrições, quando for o caso.
econômicas, de modo permanente ou temporário, e que con- Art. 377 A concessão de Alvará de Licença para Estabeleci-
figure unidade econômica ou profissional, sendo irrelevantes mento produzirá efeitos permanentes, mas não importará:
para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência, I - o reconhecimento de direitos e obrigações concernentes
posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou a relações jurídicas de direito privado;
contato ou quaisquer outras que venham a ser utilizadas. II - a quitação ou prova de regularidade do cumprimento de
§ 2º A obrigação imposta neste artigo se aplica também ao obrigações administrativas ou tributárias.
exercício de atividades: Art. 378 Os estabelecimentos serão fiscalizados a qualquer
I - no interior de residências; tempo, a fim de se verificar a manutenção das condições que
II - em locais ocupados por estabelecimentos já licenciados; possibilitaram o licenciamento, bem como o cumprimento das
III - por período determinado. obrigações tributárias.
§ 3º Independentemente de isenção das taxas, os partidos Parágrafo Único - O Fiscal de Posturas poderá solicitar docu-
mentos do estabelecimento comercial para examiná-los, quan-
políticos, os templos religiosos e os condomínios ficam obriga-
do julgar necessário e essencial ao perfeito desempenho de suas
dos a requererem o Alvará de identificação, para fins de controle
atribuições funcionais.
cadastral.
Art. 379 Fica obrigatória à publicação em Diário Oficial do
Art. 373 Compete à Secretaria Municipal de Fazenda através
Município e na internet através da página oficial da Secretaria
da Fiscalização de Posturas, a concessão de licença ou autoriza-
Municipal de Fazenda, a relação de todos os Alvarás de Licen-
ção para funcionamento de estabelecimento, mediante a expe-
ça ou de autorização concedidos por esta Secretaria, devendo
dição de um dos seguintes documentos:
conter as seguintes informações: número do Processo de Con-
I - alvará de licença para estabelecimento, válido por prazo
cessão, tipo de alvará, nome da razão social, nome fantasia, en-
indeterminado; dereço, inscrição municipal, CNPJ ou CPF e pendências quando
II - alvará de autorização provisória, válido por prazo de 180 for o caso.
(cento e oitenta) dias prorrogável a pedido, por até 180 dias,
uma única vez; (Vide prorrogação dada pela Lei nº 2972/2012) CAPÍTULO II
III - alvará de autorização precária, válido por prazo inde- DA APROVAÇÃO PRÉVIA DE LOCAL
terminado;
IV - alvará de autorização temporária, válido por prazo de- Art. 380 O requerimento de qualquer alvará ou a sua alte-
terminado; ração de endereço ou de atividade será precedido pela apresen-
V - alvará de identificação. tação do formulário consulta prévia de local, no qual o interes-
Parágrafo Único - Compete ao Diretor da Fiscalização de sado fará constar as informações básicas sobre a atividade a ser
Posturas a prorrogação do prazo do Alvará de autorização provi- desenvolvida.
sória, mediante requerimento protocolado na Secretaria Muni- Art. 381 A Secretaria Municipal de Fazenda, por intermé-
cipal de Fazenda. dio da Fiscalização de Posturas, apreciará e devolverá a consulta
Art. 374 Será obrigatório o requerimento de Alvarás diver- prévia de local, deferida ou indeferida, baseada nas informações
sos sempre que se caracterizarem estabelecimentos distintos, constantes do cadastro de zoneamento.
considerando-se como tais: § 1º Em caso de deferimento, será assinalada no verso da
I - os que, embora no mesmo imóvel ou local, ainda que consulta prévia de local toda a documentação exigida para a
com atividade idêntica, pertençam a diferentes pessoas físicas concessão do licenciamento.
ou jurídicas; § 2º Em caso de indeferimento da consulta prévia de local,
II - os que, embora com atividades idênticas e pertencentes caberá recurso ao Subsecretário Tributário.
à mesma pessoa física ou jurídica, estejam situados em prédios
distintos ou em locais diversos.

235
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

CAPÍTULO III XI - documento de aprovação da Secretaria Municipal de


DO ALVARÁ DE LICENÇA PARA ESTABELECIMENTO Educação, Secretaria Estadual de Educação ou Ministério da
Educação, conforme cada caso, para as atividades previstas na
Art. 382 O Alvará de Licença para Estabelecimento será con- alínea “g” do inciso X;
cedido após a apresentação dos seguintes documentos: XII - quaisquer documentos de registro, controle e fiscaliza-
I - consulta prévia de local aprovada; ção de atividade, sempre que lei assim o exigir;
II - requerimento padrão; XIII - prova de direito ao uso do local;
III - registro público de pessoa jurídica ou de firma individual XIV - declaração que autorize a realização das diligências fis-
no órgão competente, quando for o caso; cais em decorrência do exercício do Poder de Polícia, em caso de
IV - documento de identidade e CPF dos sócios da pessoa licenciamento de atividade em imóvel residencial;
jurídica ou de firma individual; XV - certidão de quitação do IPTU;
V - registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) XVI - Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA) e Estudo
do Ministério da Fazenda; Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV), quando for o caso;
VI - prova de inscrição no fisco estadual, para atividades XVII - outros documentos julgados necessários.
que compreendam circulação de mercadorias ou prestação de § 1º Nos casos de alteração societária que não compreenda
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de co- alteração de atividade, nem de local, entre os quais, alteração
municação; de razão social, fusão, incorporação e cisão, serão exigidos so-
VII - documento de aprovação do Corpo de Bombeiros, mente os documentos referidos nos incisos II, III, V e VI.
quando for o caso; § 2º Para as atividades elencadas no inciso X deste artigo
VIII - documento de aprovação da Secretaria Municipal de deverá ser apresentado o estudo de impacto no Sistema Viário
Saúde ou da Secretaria Estadual de Saúde, quando for o caso; aprovado pela Secretaria Municipal de Serviços Públicos, Trânsi-
IX - certidão da Secretaria Municipal de Urbanismo e Con- to e Transportes.
trole Urbano de aceitação de transformação de uso, quando for Art. 383 Entende-se por ponto de referência o endereço
o caso; fornecido por pessoa jurídica como domicílio fiscal em que não
X - certidão da Secretaria Municipal de Urbanismo e Con- haja estabelecimento comercial, sendo vedado o atendimento a
trole Urbano de aceitação das instalações comerciais, para as clientes, o estoque de mercadorias e a colocação de placa con-
atividades de alto risco, abaixo relacionadas: tendo mensagem publicitária ou meramente identificadora da
a) assistência médica com internação; empresa ou da sociedade empresária por ela responsável.
b) aeroporto e heliporto; Parágrafo Único - Nos casos de concessão para ponto de re-
c) cinema, teatro, boate e casas de festas; ferência, serão exigidos somente os documentos referidos nos
d) casas de shows e espetáculos e clubes; incisos I, II, III, IV, V, VI e XV do art. 382.
e) atividades que impliquem o armazenamento de produtos
inflamáveis, químicos e explosivos; CAPÍTULO IV
f) atividades que impliquem a extração mineral e/ou vege- DO ALVARÁ DE AUTORIZAÇÃO PROVISÓRIA
tal;
g) estabelecimentos de ensinos: pré-escolar, fundamental, Art. 384 O Alvará de Autorização Provisória será concedido
médio e superior, inclusive creches; temporariamente quando não puderem ser satisfeitas todas as
h) atividades industriais e usinas de energia; exigências para a obtenção do Alvará de Licença para Localiza-
i) portos e terminais de carga, inclusive aqueles destinados ção.
à carga e descarga de minério, petróleo e seus derivados e pro- § 1º Para as atividades listadas no inciso X do art. 382 deste
dutos químicos; Código, bem como outras definidas em Lei, não será concedido
j) aterros sanitários e usinas de tratamento de lixo, referen- o Alvará de Autorização Provisória.
te ao sistema de destino final de resíduos sólidos; § 2º Equiparam-se à Autorização Provisória os procedimen-
k) oleodutos, gasodutos e minerodutos; tos descritos no § 1º, do art. 407.
l) processamento e destino final de resíduos tóxicos e pe- Art. 385 Para a concessão do Alvará de Autorização Provi-
rigosos; sória deverão ser apresentados, no mínimo, os seguintes docu-
m) captação, reservação e adução-tronco, referentes ao mentos:
abastecimento de água; I - consulta prévia de local aprovada;
n) serviços de lanternagem e pintura de veículos automo- II - requerimento padrão;
tores; III - registro público de pessoa jurídica ou de firma individual
o) serviços de serralheria e marmorarias; no órgão competente, quando for o caso;
p) supermercados e hipermercados; IV - registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ)
q) lojas de departamento; ou no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do Ministério da Fazen-
r) hotéis, motéis e pousadas com mais de 30 (trinta) unida- da;
des de hospedagens; VII - comprovante de endereço;
s) ginásio e similares que são utilizados para feiras e con- VIII - termo de opção do simples nacional, quando for o
venções. caso.

236
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 386 Do Alvará de Autorização Provisória constará a re- IV - instalação de equipamentos de Rádio Base de Teleco-
lação dos documentos pendentes para a obtenção do Alvará de municações e micro células para reprodução de sinal e equipa-
Licença para Estabelecimento. mentos afins.
Art. 387 O Alvará de Autorização Provisória deverá ser obri- Art. 393 Aplicam-se à concessão de Alvará de Autorização
gatoriamente substituído pelo Alvará de Licença para Estabeleci- Precária as exigências previstas no art. 382, no que couber.
mento, até o prazo previsto no inciso II do art. 373 desta Lei, sob Art. 394 A concessão de Alvará de Autorização Precária nas
pena de multa, mediante requerimento com a apresentação dos hipóteses previstas nos incisos II e III do art. 392 observará os
documentos pendentes. seguintes procedimentos:
Art. 388 Qualquer órgão público de registro, fiscalização e I - a autorização de máquina automática ou semiautomá-
controle de atividade econômica ou de vigilância das condições tica, conforme a definição do inciso III será efetuada mediante
dos estabelecimentos poderá solicitar à Secretaria Municipal de a concessão de inscrição municipal própria, devendo ser utili-
Fazenda a cassação do Alvará de Autorização Provisória, caso zados, para fins de controle cadastral, a inscrição municipal e
constate irregularidades técnicas e inobservância de preceitos demais documentos de registro do responsável;
legais que causem danos, prejuízos, incômodos ou ponham em II - a autorização de equipamento previsto no inciso II será
risco a segurança, o sossego, a saúde e a integridade física da efetuada por meio de concessão de inscrição municipal própria
vizinhança e da coletividade. ou por meio do procedimento descrito no inciso I deste artigo,
Parágrafo Único - A solicitação de que trata o caput deste conforme convenha ao contribuinte.
artigo deverá ser adequadamente instruída, para que fique per- Art. 395 Será concedido um único Alvará de Autorização
feitamente caracterizada e comprovada a irregularidade. Precária para cada estabelecimento onde se instalarem equipa-
Art. 389 A concessão de Alvará de Autorização Provisória mentos previstos nos incisos II e III do art. 392, aplicando-se a
não importará no reconhecimento de regularidade do estabe- definição constante do art. 374, independentemente:
lecimento quanto a quaisquer normas aplicáveis ao seu funcio- I - do número de equipamentos;
namento, especialmente as de proteção da saúde, condições da II - da colocação de tipos distintos de equipamentos;
edificação, instalação de máquinas e equipamentos, prevenção III - do exercício de atividades distintas.
contra incêndios e exercício de profissões. Art. 396 Não será necessária a obtenção de Alvará de Au-
Art. 390 Fica criada a Comissão de Análises de Licenciamen- torização Precária na hipótese de o responsável pelos equipa-
to de Autorização Provisória - CALAP, com intuito de avaliar as mentos definidos nos incisos II e III do art. 392 já se encontrar
pendências e suas regularizações. licenciado, no próprio endereço de instalação, desde que as ati-
§ 1º A CALAP será formada por servidores dos seguintes vidades já licenciadas compreendam a venda das mercadorias
Órgãos: ou a prestação dos serviços a ser exercida por meio daqueles.
I - Secretaria Municipal de Urbanismo e Controle Urbano. Art. 397 A instalação de equipamentos definidos nos incisos
II - Secretaria Municipal de Fazenda; II e III do art. 392 em áreas particulares externas a lojas, salas e
III - Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Recursos Hí- outras unidades de edificação de uso não exclusivo não poderá
dricos; ser licenciada por meio da ampliação de endereço constante de
IV - Vigilância Sanitária de Niterói; Alvará de Licença para Estabelecimento ou Alvará de Autoriza-
§ 2º O Poder Executivo regulamentará o funcionamento da ção Provisória que o responsável já apresente.
CALAP no prazo de 90 (noventa) dias contados a partir da pro-
mulgação desta Lei. CAPÍTULO VI
DO ALVARÁ DE AUTORIZAÇÃO TEMPORÁRIA
CAPÍTULO V
DO ALVARÁ DE AUTORIZAÇÃO PRECÁRIA Art. 398 O Alvará de Autorização Temporária será concedido
nos seguintes casos:
Art. 391 O Alvará de Autorização Precária será concedido I - funcionamento de feiras de qualquer natureza em áreas
sempre que determinado tipo de licenciamento for considerado particulares;
precário em decorrência da natureza da ocupação ou da ativi- II - funcionamento de estande de venda em empreendi-
dade. mento imobiliário;
Art. 392 Incluem-se entre os usos e atividades sujeitos à III - realização de exposição, feira promocional, congresso,
concessão de Alvará de Autorização Precária: encontro e simpósio, bem como de atividades festivas, recreati-
I - atividades realizadas com utilização de equipamentos re- vas, desportivas, culturais e artísticas e eventos análogos;
movíveis, situados em área pública; IV - instalação de funcionamento de circos e parques de di-
II - quiosques, cabines, estandes e quaisquer unidades re- versões;
movíveis para prática de pequeno comércio ou prestação de ser- V - os estabelecimentos comerciais ou prestadores de ser-
viço, situados em áreas particulares; viços que se encontrem instalados de forma temporária nas de-
III - instalação e funcionamento, no interior de estabeleci- pendências de seus contratantes ou de terceiros;
mentos, de máquinas, módulos e quaisquer equipamentos que VI - ocupação de espaço público para atividades econômi-
se destinem, por meios automáticos ou semiautomáticos, a ven- cas mediante processo licitatório ou similar com prazo fixado de
der mercadorias ou prover serviços; ocupação;

237
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

VII - quando o funcionamento da atividade estiver vincula- V - quaisquer documentos de registro, controle e fiscaliza-
do a um contrato ou permissão de uso por prazo determinado. ção de atividade, sempre que decreto ou lei do Município esta-
Parágrafo Único - A realização dos eventos previstos nos belecer a exigência para fins de concessão de Alvará ou aprova-
incisos I e III será licenciada por meio da emissão de um único ção de uso.
alvará, em nome do responsável, organizador ou promotor. Art. 404 O Alvará de Identificação será expedido após o de-
Art. 399 O Alvará de Autorização Temporária será concedido ferimento do pedido.
após a apresentação, conforme cada caso, dos seguintes docu-
mentos: CAPÍTULO VIII
I - consulta prévia de local aprovada; DAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
II - cópia do Alvará do requerente, quando se tratar de con-
tribuinte licenciado no Município de Niterói; Art. 405 O original do cartão do Alvará concedido deve ser
III - registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) mantido em bom estado e em local visível e de fácil acesso à
ou no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do Ministério da Fazen- fiscalização.
da, quando se tratar de contribuinte não licenciado no Municí- Art. 406 O Alvará deverá ser obrigatoriamente substituído
pio de Niterói; quando houver qualquer alteração de suas características.
IV - prova de direito ao uso do local; Parágrafo Único - A modificação do Alvará deverá ser reque-
V - documento de aprovação do Corpo de Bombeiros, para rida no prazo de 30 (trinta) dias, contado a partir da data em que
atividades realizadas em locais fechados previstas nos incisos I e se verificar a alteração, juntando-se ao requerimento os docu-
III, e para atividades previstas no inciso IV do art. 398; mentos que deram causa a modificação.
VI - termo de responsabilidade civil da empresa responsá- Art. 407 As atividades econômicas serão exercidas nos limi-
vel pela montagem de circo, parque de diversões, arquibancada, tes estabelecidos no Alvará e nenhum estabelecimento poderá
palanque ou quaisquer outras estruturas que exijam medidas de exercer atividades não licenciadas ou não autorizadas pelo Mu-
proteção e segurança adequadas. nicípio.
Art. 400 O Alvará de Autorização Temporária será expedido § 1º A Fiscalização de Posturas poderá autorizar provisoria-
após o deferimento do pedido e a comprovação do pagamento mente alterações de atividades ou endereço, pelo prazo de 60
da taxa devida. (sessenta) dias, quando o interessado, por sua própria iniciativa
Art. 401 O Alvará de Autorização Temporária terá prazo de ou mediante notificação, iniciar o processo de licenciamento
validade igual ao da duração da atividade. de atividade, não havendo, entretanto, promovido as devidas
§ 1º O prazo máximo de validade do Alvará de Autorização alterações no seu contrato social e desde que a atividade seja
Temporária será de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias nas permitida no local.
hipóteses previstas nos incisos I, II, III, IV e V do art. 398. § 2º As disposições do parágrafo anterior não se aplicam as
§ 2º O Alvará de Autorização Temporária não poderá ser
atividades listadas no inciso X do art. 382.
prorrogado, devendo o particular requerer nova autorização, na
Art. 408 A transferência ou venda de estabelecimento ou
hipótese de pretender estender o exercício da atividade além do
encerramento de atividade deverá ser comunicado à Secretaria
período inicialmente previsto.
Municipal de Fazenda, mediante requerimento, no prazo de 30
(trinta) dias, contado a partir da ocorrência do fato.
CAPÍTULO VII
Parágrafo Único - Na comunicação de que trata o caput des-
DA CONCESSÃO DE ALVARÁ DE IDENTIFICAÇÃO
te artigo deverá ser apresentado o distrato ou alteração contra-
tual que estabeleça a transferência para outro Município.
Art. 402 O Alvará de Identificação será concedido nos se-
guintes casos: Art. 409 Os estabelecimentos não poderão funcionar para
I - funcionamento de partidos políticos; atendimento ao público com obras em suas instalações comer-
II - funcionamento de templos religiosos; ciais, quando as suas atividades compreendam a manipulação
III - funcionamento de condomínios; de alimentos.
IV - ponto de referência; e Art. 410 O Alvará será cassado se:
V - estabelecimentos da União, dos Estados, do Distrito I - for exercida atividade não permitida no local ou no caso
Federal e dos Municípios, bem como as autarquias, as missões de se dar ao imóvel destinação diversa daquela para a qual foi
diplomáticas e os organismos internacionais reconhecidos pelo concedido o licenciamento;
Governo Brasileiro; II - forem infringidas quaisquer disposições referentes aos
VI - outros previstos em legislação complementar. controles de poluição, ou se o funcionamento do estabeleci-
Art. 403 O Alvará de Identificação será concedido após a mento causar danos, prejuízos, incômodos, ou puser em risco,
apresentação, conforme cada caso, dos seguintes documentos: por qualquer forma, a segurança, o sossego, a saúde e a integri-
I - consulta prévia de local aprovada; dade física da vizinhança ou da coletividade;
II - registro no cadastro nacional de pessoa jurídica (CNPJ) III - houver cerceamento às diligências necessárias ao exer-
ou no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do Ministério da Fazen- cício do Poder de Polícia autorizado nos termos do inciso XIV do
da; art. 382;
III - prova de direito ao uso do local; IV - ocorrer prática reincidente de infrações à legislação
IV - documento de aprovação do Corpo de Bombeiros, aplicável.
quando for o caso; Art. 411 O Alvará será anulado se:

238
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

I - o licenciamento tiver sido concedido com inobservância CAPÍTULO X


de preceitos legais ou regulamentares; DISPOSIÇÕES FINAIS
II - ficar comprovada a falsidade ou a inexatidão de qualquer
declaração ou documento. Art. 422 Qualquer pessoa, entidade ou órgão público po-
Art. 412 Compete ao Secretário Municipal de Fazenda cas- derá solicitar à Secretaria Municipal de Fazenda a cassação ou
sar ou anular o Alvará. a anulação do Alvará, em caso de configuração do disposto nos
§ 1º O Alvará poderá ser cassado ou alterado ex-offício, me- artigos 410 e 411.
diante decisão fundamentada. Parágrafo Único - A solicitação de que trata o caput deste
§ 2º Será assegurado ao contribuinte, nos termos do que artigo deverá ser adequadamente instruída, para que fique per-
dispõe a Constituição Federal, artigo 5º, inciso LV, o direito ao feitamente caracterizada a irregularidade em processo regular.
contraditório e à ampla defesa, sempre que ocorrer a propositu- Art. 423 Aquele que tiver o seu Alvará cassado sujeitar-se-á
ra de anulação, cassação ou alteração ex-offício do Alvará. às mesmas exigências referentes ao licenciamento inicial, da ati-
Art. 413 Compete ao Secretário Municipal de Fazenda de- vidade cassada caso pretenda voltar a exercê-la.
terminar a interdição ou embargo de estabelecimentos. Art. 424 É vedado o exercício da profissão ou do ofício no
local, a colocação de publicidade e estoque de mercadorias para
CAPÍTULO IX as autorizações concedidas como ponto de referência.
DOS PROCEDIMENTOS PARA CASSAÇÃO Art. 425 O Secretário Municipal de Fazenda poderá impor
restrições às atividades dos estabelecimentos já licenciados ou
Art. 414 Verificando a autoridade fiscal a ocorrência de autorizados, no resguardo do interesse público e a partir de fun-
qualquer das hipóteses previstas no artigo 410, intimará o res- damentação técnica, mediante representação das autoridades
ponsável para que promova a regularização, o que, não atendi- competentes.
do no prazo legal, ensejará abertura de procedimento visando à Art. 426 Ficam criados modelos de cartões de Alvará de Li-
cassação do Alvará. cença para Estabelecimento, Alvará de Autorização Provisória,
Art. 415 Após a instauração do procedimento de cassação Alvará de Autorização Precária, Alvará de Autorização Temporá-
do Alvará, o infrator será notificado dando-lhe ciência do início ria, Alvará de Identificação, bem como de formulário de requeri-
do procedimento e de todos os elementos pertinentes, conce- mento de Consulta Prévia de Local.
dendo-lhe prazo de 10 (dez) dias a contar do primeiro dia útil Art. 427 A Fiscalização de Posturas disporá as normas que
após sua ciência, para interposição de recurso. disciplinem a exigência de documentos específicos para a con-
Parágrafo Único - No caso de recusa de recebimento da no- cessão de Alvará, para fins de uniformização de procedimentos
tificação, a mesma será publicada em Diário Oficial e o prazo administrativos.
terá início no dia seguinte à publicação. Art. 428 Para garantir o efetivo cumprimento do embargo
Art. 416 Findo o prazo e não havendo a apresentação de ou da interdição a Fiscalização de Posturas, no uso do Poder de
recurso, será publicado o Edital de Cassação e será notificado o Polícia, poderá realizar a apreensão nos estabelecimentos que
infrator para que cesse imediatamente as atividades cassadas. não respeitarem tais procedimentos, sempre com parecer pré-
Art. 417 No caso de descumprimento, o infrator estará su- vio da Procuradoria Geral do Município.
jeito à interdição do estabelecimento, além das medidas judi- Art. 429 Os infratores das disposições previstas neste Título
ciais cabíveis. estão sujeitos à multa no Valor de Referência M4 do Anexo I da
Art. 418 Interposto o recurso no prazo legal, o Secretário Lei nº 2.597/08.
Municipal de Fazenda apreciará as razões expostas e decidirá no TÍTULO XIV
prazo de até 5 (cinco) dias pela procedência ou não do procedi- DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
mento de cassação.
Parágrafo Único - Da decisão não caberá recurso. CAPÍTULO I
Art. 419 O procedimento de cassação de Alvará poderá ser DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
cumulativo com a aplicação de multa.
Art. 420 Aplicam-se, no que couberem, os mesmos dispo- Art. 430 Constitui infração toda ação ou omissão contrária
sitivos constantes deste Capítulo no procedimento de anulação às disposições deste Código ou de outras leis, decretos, resolu-
do Alvará. ções ou atos normativos que disciplinam o Poder de Polícia.
Art. 421 Na página oficial da internet da Secretaria Munici- Art. 431 Será considerado infrator todo aquele que: come-
pal de Fazenda deverão constar os estabelecimentos embarga- ter, mandar, constranger, induzir, coagir ou auxiliar alguém a pra-
dos, interditados e os Alvarás cassados ou anulados, mencionan- ticar infração.
do as seguintes informações: número do processo, razão social, Art. 432 Sem prejuízo das sanções de natureza civil e/ou
nome fantasia, endereço, inscrição municipal e o motivo. penais cabíveis e independentemente das que possam estar
previstas no Código Tributário Municipal, as infrações aos dispo-
sitivos deste Código serão punidas com penalidades que, além
de impor a obrigação de fazer, não fazer ou desfazer, serão pe-
cuniárias e consistirão alternada ou cumulativamente em multa,
apreensão de material, produto ou mercadoria e ainda interdi-
ção ou embargo de atividades, observados os limites máximos
estabelecidos neste Código.

239
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 433 A multa, imposta de forma regular e pelos meios Ruas de vilas, becos, escadarias, recuos, túneis, Viadutos, es-
hábeis, será inscrita em dívida ativa e judicialmente executável, tradas, caminhos, calçadas, calçadões, Áreas de Lazer, parques,
se o infrator se recusar a satisfazê-la no prazo legal. praças e praias;
Parágrafo Único - Os infratores que estiverem inscritos na XI - passeio público: parte do logradouro público destinada
dívida ativa em razão de multa de que trata o caput, não po- ao trânsito exclusivo de pedestre, limitado a partir da soleira dos
derão participar de licitações, celebrar contratos ou termos de acessos das edificações;
qualquer natureza, ou transacionar a qualquer título com a Ad- XII - local público: são considerados, no concernente à apli-
ministração Municipal. cação deste Código, os logradouros públicos e os locais de aces-
Art. 434 A aplicação das multas não exime o infrator da so ou trânsito de pessoas nos estabelecimentos utilizados publi-
obrigação de cumprir as determinações decorrentes do preceito camente como áreas de circulação (galerias, etc.);
violado, nem das demais cominações. XIII - pista de rolamento: parte do logradouro público desti-
Art. 435 As autorizações previstas neste Código serão sem- nada ao trânsito de veículos;
pre a título precário podendo a Administração Municipal de- XIV - alinhamento: linha projetada para marcar o limite en-
terminar sua cassação, a qualquer tempo, visando preservar o tre o terreno e o logradouro público ao longo de uma determi-
interesse público. nada via;
Parágrafo Único - Os documentos fiscais ou cópias que com- XV - afastamento: distância que separa os planos de facha-
provem as autorizações concedidas pelo Poder Público Munici- das da testada do terreno ou dos alinhamentos projetados;
pal deverão permanecer nos locais das atividades para serem XVI - recuo: incorporação ao Logradouro Público de parte da
apresentados à fiscalização, quando solicitados. área de um lote a ele adjacente, a fim de recompor o seu alinha-
Art. 436 Para efeitos deste Código, entende-se por: mento, que passa ao domínio do Município quando o lote ou a
edificação nele existentes sofrer acréscimo ou transformação;
I - Poder de Polícia: atividade da administração pública que
XVII - mobiliário urbano: conjunto de elementos que podem
limita ou disciplina direito, interesse ou liberdade, regula a prá-
ocupar o espaço público, implantados, direta ou indiretamente,
tica de ato ou abstenção, em razão de interesse público concer-
pela Administração Municipal, com as seguintes funções urba-
nente à higiene, à segurança, aos costumes, ao sossego público,
nísticas:
à estética da Cidade e às atividades dependentes de licença e/ou
a) circulação e transporte;
autorização do Poder Público;
b) ornamentação da paisagem e ambientação urbana;
II - notificação: documento fiscal lavrado para dar notícia ou
c) descanso e lazer;
ciência ao interessado, de algum ato ou fato administrativo de
d) serviços de utilidade pública;
seu interesse ou de que deva ter conhecimento, em função de
e) comunicação e publicidade;
ação fiscal ou processo administrativo; f) atividade comercial;
III - intimação: documento fiscal lavrado quando for neces- g) acessórios à infraestrutura.
sário impor obrigação de fazer, não fazer ou desfazer, disposto Art. 437 A Secretaria Municipal de Fazenda regulamentará
em lei; da intimação constarão dispositivos legais a cumprir e os modelos de Termos de Consulta e Orientação.
os prazos dentro dos quais os mesmos deverão ser cumpridos. Art. 438 Na lavratura dos documentos fiscais, a identificação
Os prazos para cumprimento das disposições legais não deverão do fiscal de posturas será acompanhada de carimbo funcional.
ser superiores a 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogados por Art. 439 No exercício da fiscalização fica assegurada ao
igual período; agente fiscal a entrada em qualquer dia e hora e a permanência
IV - vistoria: ato administrativo que tem por objetivo a ins- pelo tempo que se fizer necessário em qualquer local público ou
peção, ou o exame necessário à comprovação de certos fatos privado, respeitando-se os direitos constitucionais.
relativos ao estado ou à situação das coisas; Parágrafo Único - Excepcionalmente, nos casos em que haja
V - auto de infração: documento fiscal que objetiva configu- exibição de publicidade não autorizada, será permitido o ingres-
rar e registrar as violações às normas legais, identificar o infrator so do agente fiscal em imóveis não edificados caracterizados
e aplicar as penalidades pecuniárias; como local privado, para a retirada de engenhos publicitários
VI - auto de apreensão: documento fiscal lavrado para ca- irregulares.
racterizar a apreensão de bens decorrente da infração; Art. 440 No exercício de suas funções fica assegurado ao
VII - termo de orientação: documento destinado a prestar agente fiscal o uso gratuito de vagas em estacionamentos explo-
informações gerais aos interessados, pelo fiscal de posturas; rados, direta ou indiretamente, por órgãos ou empresas da mu-
VIII - termo de consulta: documento que se destina a pres- nicipalidade, bem como a gratuidade nos transportes coletivos
tação de orientação específica solicitado pelo interessado sobre municipais, mediante simples identificação funcional.
o procedimento de legalização ou quaisquer outros pertinentes
ao Código de Posturas, relativo a um caso concreto apresentado; CAPÍTULO II
IX - autorização: ato discricionário e precário do Poder Pú- DAS MULTAS
blico que pode ser revisto a qualquer tempo, em virtude de ile-
galidade ou interesse da Administração;
X - logradouro público: espaço livre destinado pela munici- Art. 441 As multas de que tratam este Código poderão ser
palidade à circulação, parada ou estacionamento de veículos, ou aplicadas diariamente até o cumprimento da obrigação de fazer,
à circulação de pedestres, tais como: Avenidas, Ruas, Travessas, não fazer ou desfazer.

240
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 442 O mesmo ato infracional poderá ser penalizado III - mercadorias ou objetos não perecíveis cujo pequeno
com mais de uma sanção. valor não comporte as despesas com hasta pública, não tendo
Art. 443 Nas infrações aos dispositivos deste Código para sido reclamadas pelo titular em tempo hábil, serão, a critério da
os quais não estejam previstas sanções específicas, aplicar-se-á autoridade competente, destruídos, inutilizados ou entregues
multa de Valor de Referência M3 do Anexo I da Lei nº 2.597/08. às instituições de que trata o inciso I;
IV - as mercadorias deterioradas apreendidas, assim como
CAPÍTULO III os objetos impróprios para distribuição, serão inutilizadas e en-
DA APREENSÃO DE BENS E MERCADORIAS caminhadas à CLIN, lavrando-se termo em livro próprio;
V - quando se tratar de mercadorias originárias do exterior
Art. 444 A apreensão consiste na retenção de coisa que do país com procedência não comprovada ou oriunda de des-
constitui prova material de infração aos dispositivos estabeleci- caminho, contrabando ou outra origem não especificada, serão
dos neste Código e demais normas pertinentes. encaminhadas ao órgão federal competente;
Art. 445 A apreensão de bens, em consequência de infra- VI - as mercadorias apreendidas, perecíveis ou não, pre-
ções, implicará seu recolhimento ao depósito público municipal, sumivelmente nocivas à saúde ou ao bem-estar público, após
mediante lavratura de auto de apreensão com a descrição da o seu relacionamento, deverão sofrer inspeção de agentes do
coisa apreendida. Órgão Municipal de Saúde que fará relatório circunstanciado re-
Art. 446 A apreensão poderá ser efetuada nos seguintes ca- lativo às mercadorias, indicando a sua destinação;
sos: VII - incorporação a Órgãos da Administração Pública Direta
I - quando houver bens e mercadorias instalados ou expos- ou Indireta Municipal, dotados de personalidade jurídica de di-
tos no logradouro público, se não portarem, no ato da fiscaliza- reito público, em conformidade com o art. 450.
ção, a respectiva autorização; Art. 450 Para os efeitos deste Código, entende-se por in-
II - se o detentor de mercadorias não exibir à fiscalização corporação a transferência dos bens, destinados pela autori-
documento que comprove a origem destas e quando, por lei ou dade competente, para a administração da entidade ou órgão
regulamento, deva este documento acompanhar aquelas mer- beneficiário, os quais passarão a constituir bem patrimonial da
cadorias; entidade ou órgão, ou bem de consumo a ser utilizado em suas
III - no caso em que haja desrespeito à ordem de embargo atividades rotineiras, especiais ou de representação.
ou interdição. § 1º A incorporação de que trata o caput é decorrente da
Art. 447 O prazo para reclamação das mercadorias, não avaliação, pela autoridade competente, de sua oportunidade e
perecíveis, é de 10 (dez) dias, as mercadorias perecíveis terão conveniência, relativamente à escolha de outra forma de desti-
a destinação indicada no inciso I do art. 449, não podendo ser nação, objetivando alcançar, mais rapidamente, benefícios ad-
reclamadas. ministrativos, econômicos e sociais.
Art. 448 No caso de não serem retiradas no prazo de 30 § 2º A incorporação referida no caput dependerá de forma-
(trinta) dias, após o deferimento do pedido, as mercadorias lização do pedido por parte do órgão interessado ou de determi-
apreendidas deverão ser vendidas em hasta pública pela Admi- nação de autoridade competente.
nistração Municipal ou ter uma das destinações elencadas no § 3º Cabe aos beneficiários das incorporações à responsabi-
art. 449. lidade pela adequada utilização dos bens, na forma da legislação
§ 1º A devolução de coisa apreendida só será feita após o pertinente, de modo a atender ao interesse público ou social.
pagamento da multa prevista e das despesas de transporte e Art. 451 Não serão liberados, sob qualquer pretexto, os ob-
depósito da coisa apreendida. jetos apreendidos que não tiverem comprovação aceitável das
§ 2º Ultrapassado o prazo previsto no caput do art. 447 sem respectivas procedências ou quando requeridos após o venci-
que as mercadorias sejam reclamadas, aplicar-se-á o art. 449. mento do prazo de recurso.
Art. 449 As mercadorias apreendidas terão a seguinte des-
tinação: CAPÍTULO IV
I - quando se tratar de mercadorias “in natura”, de fácil de- DA INTERDIÇÃO
terioração, e os produtos que não possam ser conservados no
depósito por falta de local ou equipamento adequado, estas po- Art. 452 Interdição é o ato do qual se vale a autoridade
derão ser doados imediatamente às instituições educacionais, competente para impedir totalmente o exercício de atividade da
filantrópicas e de assistência social, mediante recibo, não caben- pessoa física ou jurídica que não esteja legalmente licenciada no
do ao infrator indenização alguma sob qualquer fundamento; Município.
II - no caso de objetos sem apreciável valor econômico ou Art. 453 A interdição será sempre precedida de intimação
em precário estado de conservação, após decisão da autoridade expedida ao infrator, dando-lhe o prazo de até 10 (dez) dias para
competente, em processo que os relacione, indicando os núme- a cessação da atividade não licenciada, salvo em caso de com-
ros dos documentos de apreensão, serão destruídos ou inutili- prometimento da segurança ou higiene pública.
zados e entregues à CLIN, desde que não reclamados dentro do Art. 454 A interdição não exime o infrator do pagamento
prazo disposto no artigo 447; das taxas pertinentes, nem de multas que lhe forem aplicadas,
na forma da Lei.

241
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 455 A interdição somente se processará através da Fis- III - quando for constatada a existência de obra irregular em
calização de Posturas da Secretaria Municipal de Fazenda, após logradouro público, no leito e faixas marginais dos rios e lagoas,
autorização expressa do Diretor do Departamento de Fiscaliza- nas praias e dunas e nas áreas de preservação permanente.
ção de Posturas. § 1º Se o proprietário, profissional ou firma responsável se
Art. 456 O Edital de Interdição terá o modelo oficial apro- recusar a executar a demolição, a Procuradoria Geral do Muni-
vado pelo Secretário Municipal de Fazenda, e será expedido em cípio, por solicitação do Secretário Municipal de Fazenda e de-
4 (quatro) vias, em ordem numérica sequencial, preenchido de terminação expressa do Prefeito, solicitará a tutela jurisdicional,
forma legível, sem emendas, rasuras ou borrões, devendo ser nos termos da Lei Processual Civil, requerendo as medidas cau-
assinado pelo Diretor da Fiscalização de Posturas e pelo fiscal in- telares necessárias.
terditante, os quais deverão identificar-se, mediante a aposição § 2º As demolições referidas nos incisos I, diante de ame-
de nome, cargo e matrícula, ou seu carimbo funcional. aça de iminente desmoronamento, e no inciso III poderão ser
Parágrafo Único - As vias do Edital de Interdição terão o se- executadas pela Administração Municipal, ouvida previamente
guinte destino: a Procuradoria Geral do Município e a Secretaria de Urbanismo
I - 1ª via: será afixada no local da infração; e Controle Urbano.
II - 2ª via: será remetida ao titular do Departamento de Fis- § 3º Quando a demolição for executada pela Administração
calização de Posturas, para ciência; Municipal, o proprietário, profissional ou a firma responsável
III - 3ª via: permanecerá arquivada no órgão interditante, terá de pagar os custos dos serviços, na forma da legislação em
após o “visto” da chefia; e; vigor.
IV - 4ª via: permanecerá em poder do autuante. § 4º Os valores devidos em função do disposto no parágrafo
Art. 457 Os atos necessários ao cumprimento da interdição anterior, se não forem pagos no prazo de 30 (trinta) dias, con-
se darão no período de 5 (cinco) dias contados da data da expe- tados a partir da data do término da demolição, serão inscritos
dição do Edital de Interdição. em dívida ativa.
§ 1º O responsável administrativo extrairá, da 3ª Via do Edi- § 5º É obrigatória à consulta prévia a Secretaria Municipal
tal de Interdição, os dados para lançamento no livro “Registro de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e a Companhia de Limpe-
de Interdições”, onde serão, posteriormente, anotadas as datas za Urbana - CLIN, a fim de possibilitar a minimização dos impac-
da interdição e a do seu cancelamento e, bem assim, quaisquer tos ambientais decorrentes da demolição, bem como, adequada
outros elementos relacionados com o assunto. destinação final dos resíduos, na forma da legislação ambiental
§ 2º Quaisquer impedimentos, que obstem o cumprimen- vigente.
to da interdição, conforme dispõe este artigo, deverão constar
de termo circunstanciado, ficando a critério do titular da chefia, CAPÍTULO VI
analisar avaliar e aceitar ou não as justificativas apresentadas DO EMBARGO
pelo agente da fiscalização.
§ 3º Quando as justificativas não forem suficientemente vá- Art. 460 O embargo administrativo consiste no impedimen-
lidas, a chefia deverá enquadrar o servidor na legislação especí- to da prática de ato contrário ao interesse público, proibido por
fica, determinando a execução da interdição por outro servidor. lei ou regulamento, sem prejuízo da aplicação de penalidade es-
Art. 458 O Diretor do Departamento de Fiscalização de Pos- tabelecida neste Código.
turas diligenciará no sentido de que a pessoa física ou jurídica Art. 461 O embargo poderá ocorrer nos seguintes casos:
interditada fique permanentemente sob fiscalização, para impe- I - quando o estabelecimento estiver funcionando:
dir o desrespeito à interdição, recorrendo, se necessário, à força a) com atividade diferente daquela para a qual foi concedi-
policial, através dos meios competentes. do o Alvará;
Parágrafo Único - Caso se mostre ineficaz as medidas de in- b) sem os Alvarás exigidos por este Código devidamente
terdição, o Município poderá bloquear o acesso do estabeleci- atualizados.
mento interditado, utilizando-se de blocos de concreto, muro de II - como medida de segurança da população ou do próprio
alvenaria ou similar. pessoal empregado nos serviços do estabelecimento;
III - para preservação da higiene pública;
CAPÍTULO V IV - para evitar a poluição do meio ambiente;
DA DEMOLIÇÃO V - para suspender a execução de qualquer ato ou fato, des-
de que contrário ou prejudicial ao interesse coletivo;
Art. 459 Além dos casos previstos no Código de Obras, po- VI - quando se verificar falta de obediência a limites, restri-
derá ocorrer a demolição, total ou parcial, de imóvel ou constru- ções ou condições determinadas no Alvará para exploração de
ção nas seguintes hipóteses: jazidas minerais ou funcionamento de equipamento mecânico
I - quando as obras ou imóveis forem considerados em ris- e de divertimentos;
co, na sua segurança, estabilidade ou resistência, por laudo de VII - quando não for atendida a intimação da Administra-
vistoria, e o proprietário, profissional ou firma responsável se ção Municipal referente ao cumprimento de dispositivos deste
negar a adotar as medidas de segurança ou a fazer as reparações Código;
necessárias; VIII - nas hipóteses relativas ao exercício de atividades infor-
II - quando deixarem de ser cumpridas as exigências deter- mais em logradouro público, quando caracterizado o descumpri-
minadas no laudo de vistoria do imóvel; e mento de normas legais específicas;

242
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

IX - quando, sem prévia e específica autorização da Ad- CAPÍTULO II


ministração Pública, em decorrência de seu funcionamento DA NOTIFICAÇÃO
excepcional, na forma da regulamentação própria, ocorrerem
transtornos ao Sistema Viário local, à circulação de veículos ou à Art. 468 Notificação é o ato pelo qual se dá notícia ou ciên-
mobilidade urbana, mesmo que tais transtornos sejam causados cia, ao interessado, de algum ato ou fato administrativo de seu
por terceiros; (Redação acrescida pela Lei nº 2780/2010) interesse ou de que deva ter conhecimento, lavrado na sede da
X - quando, em decorrência de cargas e descargas em esta- repartição competente ou no local do interessado, independen-
belecimentos comerciais, ocorrerem transtornos ao Sistema Vi- te de testemunhas, pelo servidor responsável.
ário local, à circulação de veículos ou à mobilidade urbana, mes- Art. 469 A notificação obedecerá ao modelo aprovado pela
mo que tais transtornos sejam causados por terceiros, de for- Secretaria Municipal de Fazenda, será lavrada em 4 (quatro)
ma reiterada ou na hipótese de descumprimento de ordem do vias, de forma clara, sintética e legível, não podendo conter
agente competente; (Redação acrescida pela Lei nº 2780/2010) entrelinhas, emendas, rasuras ou borrões, e será assinada pelo
XI - quando, em decorrência da operação de estacionamen- notificante.
tos privados, ocorram reiteradamente filas de espera, prejudi- Art. 470 O notificante é obrigado, sempre, a por, sob sua
cando o Sistema Viário local, a circulação de veículos ou a mobi- assinatura, carimbo contendo seu nome, cargo e matrícula.
lidade urbana. (Redação acrescida pela Lei nº 2780/2010) Art. 471 A notificação será lavrada, quando pertinente, no
Art. 462 Lavrado o auto de embargo, em 4 (quatro) vias, a estabelecimento ou no local onde se verificar a fiscalização.
primeira via será afixada no local do embargo; a segunda será Art. 472 Aplicam-se à notificação as disposições prescritas
remetida à Secretaria Municipal de Fazenda, para ciência; a ter- para a intimação.
ceira ficará na Fiscalização de Posturas após o visto da chefia; e a Art. 473 A notificação poderá ser enviada por via postal com
quarta permanecerá com o fiscal embargante, procedendo-se à aviso de recebimento, nos casos em que o fiscal julgar necessá-
intimação e a publicação de Edital. rio ou quando as circunstâncias para a sua lavratura não forem
Art. 463 Quando ocorrer desrespeito à ordem de embar- adequadas.
go ou interdição, o infrator estará sujeito à medida prevista no
inciso III do art. 446, podendo a Administração Municipal erigir CAPÍTULO III
muro ou barreira de alvenaria ou concreto na entrada do esta- DA INTIMAÇÃO
belecimento, para o seu efetivo cumprimento, além de requisi-
tar reforço policial. Art. 474 Intimação é o documento fiscal lavrado com ob-
Parágrafo Único - Se o responsável se recusar a cumprir a jetivo de impor ao intimado obrigação de fazer, não fazer ou
determinação legal, a Procuradoria Geral do Município, por so- desfazer, lavrado na sede da repartição competente ou no local
licitação do Secretário Municipal de Fazenda e determinação do intimado, independente de testemunhas, pelo servidor res-
expressa do Prefeito, solicitará a tutela jurisdicional, nos termos ponsável.
da Lei Processual Civil e ou Penal, requerendo as medidas caute- § 1º O intimado será identificado através dos seguintes do-
lares necessárias, após a busca e apreensão realizada. cumentos em ordem de preferência:
Art. 464 A suspensão do embargo somente poderá ser au- I - inscrição do imóvel, no caso de obrigação em função da
torizada mediante requerimento do interessado ao Secretário propriedade do imóvel;
Municipal de Fazenda depois de sanada a causa que o motivou. II - inscrição do CNPJ ou CPF, conforme o caso;
Parágrafo Único - Se a atividade embargada não for legalizá- III - inscrição estadual;
vel, só poderá se verificar o levantamento do embargo depois de IV - inscrição de documento de identidade.
sanadas às determinações solicitadas pela fiscalização. § 2º Da intimação constarão os dispositivos deste Código
infringidos e os prazos dentro dos quais deverão ser cumpridas
TÍTULO XV as exigências.
DA FISCALIZAÇÃO § 3º Em geral, os prazos para o cumprimento de disposi-
ções deste Código não deverão ser superiores a 30 (trinta) dias
CAPÍTULO I corridos.
DA DENÚNCIA § 4º Decorrido o prazo fixado e no caso de não cumprimen-
to da intimação, será aplicada a penalidade cabível.
Art. 465 Qualquer pessoa poderá comunicar à Administra- § 5º Mediante requerimento, poderá ser dilatado o prazo
ção Municipal a existência de ato ou fato que constitua infração para cumprimento da intimação, uma única vez em período
às normas de Poder de Polícia, preservando-se a integridade fí- igual ao anteriormente fixado.
sica e moral do denunciante. Art. 475 A intimação poderá ser enviada por via postal com
Art. 466 A comunicação da infração deverá ser apresenta- aviso de recebimento, nos casos em que o fiscal julgar necessá-
da constando a indicação do ato ou fato que constitua infração, rio ou quando as circunstâncias para a sua lavratura não forem
nome e domicílio do infrator ou denominação do estabeleci- adequadas.
mento, e sempre que possível documentos comprobatórios dos
fatos indicados da infração.
Art. 467 Apurada a procedência da infração, serão adotadas
as medidas legais e administrativas cabíveis.

243
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

CAPÍTULO IV IV - quando o infrator for reincidente;


DO AUTO DE INFRAÇÃO V - quando houver desacato ou agressão ao agente fiscal;
VI - quando houver obstrução à ação fiscal.
Art. 476 Auto de Infração é o documento fiscal que objetiva
configurar e registrar as violações às normas legais, identificar o CAPÍTULO V
infrator e aplicar as penalidades pecuniárias. DA VISTORIA FISCAL ADMINISTRATIVA
Art. 477 O Auto de Infração será lavrado na sede da repar-
tição competente ou no local em que for verificada a infração, Art. 483 As vistorias fiscais administrativas, que se fizerem
pelo servidor que a houver constatado, independente de teste- necessárias para o cumprimento de dispositivos deste Código ou
munhas, com precisão e clareza e sem rasuras. a legislação urbanística, serão realizadas por intermédio de Co-
Art. 478 Do Auto de Infração deverão constar: missão Especial designada para esse fim, após esgotados todos
I - dia, mês e ano, hora e local de sua lavratura; os meios ordinários de fiscalização.
II - o nome do infrator ou denominação que o identifique; Art. 484 A Comissão de Vistoria Administrativa deverá com-
III - o fato que constitui a infração e as circunstâncias per- parecer ao local da infração e descrever minuciosamente a irre-
tinentes, bem como o dispositivo legal violado e, quando for o gularidade, instruindo, se possível, com fotos, plantas, mapas,
caso, referência da intimação; estudo topográfico, ou outros elementos úteis ao objetivo da
IV - o valor da multa a ser paga pelo infrator; vistoria.
V - o prazo de que dispõe o infrator para efetuar o pagamen- Parágrafo Único - Não será necessária a vistoria administra-
to da multa ou apresentar sua defesa e suas provas; tiva caso já exista laudo conclusivo da Defesa Civil determinando
VI - nome, matrícula e assinatura do agente fiscal que lavrou a demolição de obra com risco iminente de desmoronamento
o auto de infração. ou ruína.
§ 1º As omissões ou incorreções do Auto de Infração não Art. 485 Constarão do laudo de vistoria administrativa a lo-
acarretarão sua nulidade quando dele constarem elementos su- calização, a descrição do local com a respectiva planta de Lote-
ficientes para a determinação do infrator e da infração. amento de Zoneamento Urbano, os fatos circunstanciados e os
§ 2º A assinatura do infrator não constitui formalidade es- fundamentos da infração.
sencial à validade do Auto de Infração, sua aposição não implica- Parágrafo Único - Após a realização da vistoria administra-
rá confissão e nem tampouco sua recusa agravará a pena. tiva, o laudo será submetido à apreciação superior para decisão
§ 3º Se o infrator, ou quem o represente, não puder ou não definitiva.
quiser assinar o Auto de Infração far-se-á menção de tal circuns- Art. 486 A vistoria deverá ser realizada, preferencialmente,
tância em ato publicado no Diário Oficial do Município. na presença do proprietário ou de seu representante legal, e
Art. 479 O Auto de Infração poderá ser lavrado cumulati- far-se-á em dia e hora previamente marcados, salvo nos casos
vamente com o de apreensão de bens ou outras sanções apli- julgados de risco iminente.
cáveis. § 1º Se o local a ser vistoriado for encontrado fechado, no
Art. 480 O Auto de Infração poderá ser retificado, em seu dia e hora marcados para a vistoria, far-se-á sua interdição.
verso, mesmo após a sua impugnação para suprir omissões, ir- § 2º No caso de existir suspeita de iminente desmorona-
regularidades ou mudança de sujeito passivo, dando-se ciência mento ou ruína, a comissão especial do órgão competente da
ao autuado para que se manifeste no prazo da Lei, devolvendo- Administração Municipal deverá efetuar imediata vistoria, mes-
-se a ele, novo prazo para impugnação, através de notificação mo que seja necessário realizar o arrombamento do imóvel, ou-
específica. vido previamente o órgão jurídico da municipalidade.
Art. 481 O fiscal autuante assume inteira responsabilidade Art. 487 Lavrado o laudo de vistoria e proferida a decisão
pelos autos que emite, sendo passível de punição por falta gra- superior, o órgão competente da Administração Municipal de-
ve, em caso de omissão de informações imprescindíveis, erros verá fazer, com urgência, a necessária intimação do interessado,
ou excessos. a fim de tomar imediato conhecimento do laudo e para cumpri-
§ 1º O Auto de Infração não poderá ser lavrado em conse- mento da decisão no prazo de 10 (dez) dias.
quência de requisição ou despacho, sendo sua lavratura prece- Parágrafo Único - Não sendo cumpridas as determinações
dida de constatação, salvo nos casos em que haja comprovação do laudo de vistoria, no prazo fixado, a Administração Municipal
técnica oficial da infração por órgão municipal. executará os serviços e obras necessárias, que serão posterior-
§ 2º O Auto de Infração poderá ser enviado por via postal mente cobrados ao respectivo proprietário ou responsável.
com aviso de recebimento, nos casos em que o fiscal autuante Art. 488 Dentro do prazo fixado na intimação resultante do
julgar necessário ou quando as circunstâncias para a sua lavratu- laudo de vistoria, o interessado poderá apresentar recurso à au-
ra não forem adequadas. toridade competente, por meio de requerimento.
Art. 482 Não caberá intimação, devendo o infrator ser ime- Art. 489 Quando, após a vistoria, ficar apurada a prática de
diatamente autuado: infração da qual resulte risco à população, além da aplicação da
I - quando for pego em flagrante; penalidade a que o responsável estiver sujeito, será assinalado
II - nas infrações deste Código que possam ensejar risco à prazo para cumprimento da obrigação de fazer, não fazer ou des-
segurança, à higiene pública, ao meio ambiente e à saúde pú- fazer, no sentido de eliminar o risco.
blica; Art. 490 Os infratores das disposições previstas neste Capí-
III - quando a prática da infração não for passível de regula- tulo estão sujeitos à multa no Valor de Referência M3 do Anexo
rização ou for expressamente proibida; I da Lei nº 2.597/08.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

TÍTULO XVI Art. 500 Nos casos de interesse público poderá ser exigido
DO PROCESSO FISCAL cumprimento imediato das obrigações previstas neste Código e
nas demais legislações pertinentes.
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO III
DA DEFESA
Art. 491 Verificada violação de qualquer dispositivo de lei
ou regulamento do Poder de Polícia Municipal, o processo terá Art. 501 O autuado apresentará defesa, no prazo de 10 (dez)
início por: dias, a contar da data da intimação ou 30 (trinta) dias, a contar
I - intimação; ou da data do auto de infração, por petição, no protocolo do órgão
II - auto de infração. por onde foi iniciado o processo fiscal, mediante comprovante
Art. 492 O infrator será intimado: de entrega.
I - pessoalmente, provada com a sua assinatura, ou de seu
Art. 502 A petição de defesa deverá conter os seguintes re-
mandatário ou preposto; ou
quisitos:
II - por via postal ou telegráfica, com prova de recepção; ou
I - quando pessoa física:
III - por Edital, publicado uma vez no Diário Oficial do Mu-
a) nome completo do requerente;
nicípio.
§ 1º A intimação considerar-se-á feita: b) cópia do documento de identidade e CPF;
I - na data da ciência do intimado, se pessoalmente; c) cópia do comprovante de residência;
II - na data aposta no aviso de recebimento pelo destinatá- d) procuração, se for o caso;
rio ou por quem, em seu nome, receber a intimação, se por via e) a contestação e seus fundamentos legais;
postal ou telegráfica; f) quaisquer outros documentos que achar conveniente;
III - na data da publicação do Edital. g) cópia da intimação ou auto de infração impugnado.
§ 2º Omitida a data do aviso de recebimento a que se refere II - quando for pessoa jurídica:
o inciso II do parágrafo anterior, considerar-se-á feita à intima- a) nome completo da empresa;
ção: b) cópia do estatuto social ou contrato social atualizado;
I - 10 (dez) dias após sua entrega na agência postal; c) cópia do cartão do CNPJ;
II - na data constante do carimbo da agência postal que pro- d) cópia do Alvará de Licença/Autorização ou cartão de ins-
ceder a devolução do aviso de recebimento, assinado pelo infra- crição municipal;
tor ou por quem recebeu em seu nome a intimação. e) nome do sócio ou representante legal;
Art. 493 A intimação conterá obrigatoriamente: f) cópia do documento de identidade e CPF do sócio ou re-
I - a qualificação do intimado; presentante legal;
II - a finalidade da intimação; g) procuração, se for o caso;
III - dispositivo legal em que se fundamenta; h) a contestação e seus fundamentos legais;
IV - o prazo e o local para seu atendimento; i) quaisquer outros documentos que achar conveniente;
V - a assinatura do funcionário, a indicação do seu cargo ou j) cópia da intimação ou auto de infração impugnado.
função e o número de matrícula. § 1º Na defesa, o autuado alegará de uma só vez a matéria
Art. 494 A intimação poderá ser processada eletronicamen- que entender útil, indicando ou requerendo as provas que pre-
te, caso em que será dispensada a assinatura do funcionário tende produzir, juntando, desde logo, as que possuir.
competente. § 2º A petição será indeferida, de plano, quando manifesta-
CAPÍTULO II mente inepta ou quando a parte for ilegítima, sendo, contudo,
DOS PRAZOS
vedado, a qualquer servidor, recusar seu recebimento.
§ 3º É proibido reunir, na mesma petição, defesa ou recur-
Art. 495 Os prazos são contínuos e peremptórios, excluin-
so relativo a mais de um infrator ou autuação, lançamento ou
do-se, em sua contagem, o dia do início e incluindo-se o do ven-
decisão.
cimento.
Art. 496 Os prazos somente se iniciam ou se vencem em dia Art. 503 O recurso interposto não terá efeito suspensivo.
de expediente normal da repartição em que tramita o processo § 1º Decorrido o prazo sem que tenha apresentado defesa,
em que deva ser praticado o ato. o autuado será considerado revel.
Art. 497 Os prazos terminados em sábado, domingo ou fe- § 2º Dentro do prazo para defesa ou recurso, será facultado
riado serão, sempre, prorrogados para o dia útil imediato. ao autuado ou seu mandatário vistas ao processo, no recinto da
Art. 498 O prazo para prática de ato de responsabilidade do repartição.
interessado será de 10 (dez) dias, salvo determinação legal ou § 3º Os documentos que instruírem o processo poderão ser
regulamentar em contrário. restituídos, em qualquer fase, a requerimento do infrator, desde
Art. 499 Os prazos, a critério da autoridade competente, que a medida não prejudique a instrução e deles fique cópia au-
poderão ser prorrogados, por uma única vez, por prazo nunca tenticada no processo.
superior ao anteriormente concedido, mediante requerimento Art. 504 Apresentada a defesa, o autuante terá prazo de 10
fundamentado, entregue no órgão competente, antes do venci- (dez) dias, a contar do recebimento do processo, para se pro-
mento do prazo original. nunciar, quando necessário.

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 1º O prazo fixado neste artigo poderá ser prorrogado, por CAPÍTULO V


igual período, a critério do responsável pelo órgão específico por DOS RECURSOS
onde correr o processo. SEÇÃO I
§ 2º No caso de impedimento legal do autuante ou ausência DO RECURSO VOLUNTÁRIO
do pronunciamento referido neste artigo, no prazo estabelecido,
o processo fiscal será distribuído a outro fiscal que se pronuncia- Art. 514 Da decisão de primeira instância cabe recurso vo-
rá sobre a defesa, contando-se o novo prazo. luntário, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da data da
Art. 505 Contestada a defesa, a autoridade julgadora terá ciência da decisão.
prazo de 10 (dez) dias, a contar do recebimento do processo, § 1º A autoridade julgadora, por decisão fundamentada, po-
para exarar despacho decisório. derá dar efeito suspensivo ao recurso.
§ 1º Não se considerando, ainda, habilitado a decidir, a au- § 2º O recurso será interposto perante a autoridade prola-
toridade julgadora poderá converter o processo em diligência, tora da decisão.
determinando a produção de novas provas, ou submetê-lo a § 3º É vedado reunir em uma só petição recursos referentes
parecer. a mais de uma decisão, salvo quando proferidas em um mesmo
§ 2º Para cumprimento da diligência ou emissão de parecer processo fiscal.
será fixado prazo não superior a 30 (trinta) dias. § 4º Julgado improcedente o recurso, será intimado o recor-
Art. 506 A decisão será proferida por escrito, com simplici- rente para, no prazo de 10 (dez) dias a contar do recebimento da
dade e clareza, concluindo pela procedência ou improcedência intimação, dar cumprimento à decisão.
da impugnação. Art. 515 Das decisões do Conselho de Contribuintes caberá
Art. 507 O autuado será notificado da decisão: recurso voluntário para o Prefeito, através do Secretário Munici-
I - pessoalmente, mediante entrega de cópia da decisão pal de Fazenda, somente quando houver decisão manifestamen-
proferida e contra recibo; ou te contrária a Lei ou quando houver impedimento ou suspeição
II - por carta, acompanhada de cópia da decisão e com Aviso dos Membros do Conselho e do representante da Fazenda.
de Recebimento; ou
III - por Edital publicado no Diário Oficial do Município; ou SEÇÃO II
IV - pelo correio eletrônico (e-mail), com confirmação de DO RECURSO DE OFÍCIO
recebimento.
Art. 508 O autuado deverá indicar em sua impugnação cor- Art. 516 A autoridade de primeira instância recorrerá, obri-
reio eletrônico (e-mail), sendo de sua exclusiva responsabilidade gatoriamente, de ofício, sem efeito suspensivo, ao Conselho de
a manutenção/atualização do mesmo. Contribuintes, sempre que julgar procedente a impugnação do
Art. 509 O prazo de pagamento da penalidade pecuniária Auto de Infração.
é de 30 (trinta) dias, a contar da ciência da decisão final, após o § 1º O recurso de Ofício será interposto mediante simples
valor será inscrito em dívida ativa. declaração no próprio despacho decisório;
§ 2º A decisão sujeita a recurso de ofício não se torna de-
CAPÍTULO IV finitiva na instância administrativa enquanto o mesmo não for
DAS NULIDADES julgado.

Art. 510 São nulos: CAPÍTULO VI


I - os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; DOS EFEITOS DA DECISÃO
II - as intimações que não contiverem os elementos essen-
ciais ao cumprimento de suas finalidades; Art. 517 As decisões definitivas serão cumpridas:
III - os despachos e decisões preferidos por autoridade in- I - pelo infrator autuado para, no prazo de 30 (trinta) dias,
competente ou com cerceamento do direito de defesa; pagar a multa;
IV - o Auto de Infração que não contenha elementos sufi- II - pela intimação ao autuado para vir receber importância
cientes para determinar, com segurança, a infração ou o infrator. recolhida indevidamente como multa, quando for o caso;
Art. 511 A nulidade de qualquer ato só prejudica os poste- III - pela suspensão da interdição;
riores que dele diretamente dependam, ou seja, consequências. IV - pela liberação dos bens apreendidos;
Art. 512 Ao declarar nulidade, a autoridade julgadora indi- V - pela inscrição na dívida ativa do Município;
cará os atos atingidos, ordenando as providências necessárias VI - em processo do qual resulte a aplicação de outra pena-
ao prosseguimento do processo. lidade, ainda que cumulativa, no prazo estabelecido pela auto-
Art. 513 As incorreções, as omissões e as inexatidões mate- ridade julgadora.
riais não importarão nulidade e poderão ser sanadas através da Art. 518 Quando o processo for encaminhado para inscrição
retificação na forma prevista no artigo 480. do débito em dívida ativa, aplicar-se-ão, no que couber, as for-
Parágrafo Único - A falta de intimação estará sanada desde malidades previstas no Código Tributário do Município.
que o infrator compareça para praticar o ato ou alegar omissão,
considerando-se a intimação realizada a partir deste momento.

246
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

CAPÍTULO VII de controle animal, além do controle de todas as atividades de


DAS AUTORIDADES PROCESSUAIS comércio ambulante, inclusive com a apreensão de quaisquer
equipamentos, veículos, materiais e mercadorias utilizadas para
Art. 519 Em primeira instância é competente para decidir o esta finalidade;
processo à autoridade competente a que estiver subordinado o IV - caberá ao Órgão de Trânsito do Município o controle das
fiscal autuante. ações referentes ao trânsito público.
Art. 520 Em segunda instância é competente para julgar o § 2º Para efeito do disposto no inciso III do parágrafo ante-
processo o Conselho de Contribuintes, definido em Lei especí- rior, equipara-se a comércio ambulante toda atividade realizada
fica. em trailers e outros equipamentos cujo uso seja vedado para o
Art. 521 Em terceira instância, o contribuinte poderá recor- exercício de atividades econômicas em área pública.
rer da decisão para o Prefeito, através do Secretário Municipal
de Fazenda. TÍTULO XIX
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
TÍTULO XVII
DO PODER DE POLÍCIA Art. 528 No interesse do bem-estar público, compete a
qualquer munícipe colaborar na fiscalização ao fiel cumprimen-
Art. 522 A fiscalização será exercida sobre todas as pessoas to dos dispositivos deste Código.
físicas ou jurídicas que violem as normas deste Código e legisla- Art. 529 A Secretaria Municipal de Fazenda deverá manter
ção complementar. cadastro atualizado de todas as categorias dos contribuintes su-
Art. 523 Toda pessoa física ou jurídica é obrigada, quando jeitos à fiscalização deste Código.
solicitada, a prestar, à autoridade administrativa, as informações Art. 530 Os procedimentos administrativos em que figure
relativas a qualquer ato ou fato que tenha conhecimento desde como parte pessoa física com idade igual ou superior a 60 (ses-
que sejam indispensáveis ao Exercício do Poder de Polícia. senta) anos terão prioridade na tramitação de todos os atos e
Art. 524 A autoridade fiscalizadora poderá requisitar o au- diligências em qualquer instância, desde que o interessado re-
xílio das Polícias Federal e Estadual, bem como da Guarda Mu- queira o benefício em sua primeira manifestação processual.
nicipal, no caso de cerceamento do exercício de suas funções Art. 531 Os Shopping Centers com mais de 30 (trinta) lo-
ou quando necessária à efetivação de medidas previstas neste jas, as estações e terminais rodoviários e marítimos, os super-
Código. mercados, os magazines e as lojas de departamento com área
Art. 525 À fiscalização cabe orientar a população em geral
comercial igual ou superior a 500,00m² (quinhentos metros
e as empresas quanto à obediência das leis e regulamentos do
quadrados) devem disponibilizar, no mínimo, 2 (duas) cadeiras
Poder de Polícia Municipal.
de rodas para uso de pessoas com deficiência ou por pessoas
Art. 526 Os infratores das disposições previstas neste Título
circunstancialmente necessitadas deste equipamento.
estão sujeitos à multa no Valor de Referência M3 do Anexo I da
Art. 532 Os estabelecimentos elencados no artigo anterior
Lei nº 2.597/08.
deverão, ainda, manter a disposição dos frequentadores, ba-
nheiro familiar, dotado inclusive de fraldário, separado dos ba-
TÍTULO XVIII
nheiros feminino e masculino, para que os pais possam conduzir
DAS COMPETÊNCIAS
os seus filhos.
Art. 527 O Município exercerá seu Poder de Polícia dentro Art. 533 Os condomínios possuidores de elevadores que
de seu território, através de ações promovidas por seus órgãos, contenham os dispositivos mencionados nos artigos 52 e 53 que
bem como por entidades encarregadas especialmente para isto, estiverem em altura superior ao disposto nesta Lei, terão o pra-
de acordo com a competência destes. zo máximo de 180 (cento e oitenta) dias, contados a partir da
§ 1º A determinação da competência mencionada no caput data da publicação deste Código, para a devida regularização.
obedecerá aos seguintes critérios: Art. 534 As concessionárias de serviços públicos terão o
I - além das atribuições previstas nesta Lei, caberá exclusi- prazo de 120 (cento e vinte) dias para cumprir a determinação
vamente à Fiscalização de Posturas as ações de controle do uso contida no artigo 106, contados da data da publicação desta Lei.
do solo urbano através da concessão de Alvarás de Licença ou Art. 535 As concessionárias de serviços públicos terão o pra-
Autorização para estabelecimento; a inserção dos dados cadas- zo de 60 (sessenta) dias, após a publicação deste Código, para a
trais dos contribuintes no cadastro da Secretaria Municipal de retirada dos pontos irregulares porventura instalados nos logra-
Fazenda de todas as atividades econômicas e outras, exploradas douros públicos.
por pessoas físicas ou jurídicas; a fiscalização dos meios de pu- Art. 536 Os dispositivos deste Código aplicam-se no sentido
blicidade e do uso de áreas públicas; estrito, excluídas as analogias e interpretações extensivas.
II - caberá ao Órgão de Vigilância Sanitária as ações de con- Art. 537 Competirá à Companhia Municipal de Limpeza Ur-
trole de higiene pública nas habitações e estabelecimentos co- bana de Niterói - CLIN as ações de controle e fiscalização dos
merciais e de saúde; resíduos sólidos e, até a efetiva implantação dos quadros de fis-
III - caberá à Guarda Municipal as ações de promoção da calização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos
segurança nos Logradouros Públicos, bens de uso comum do Hídricos e Sustentabilidade, à Fiscalização de Posturas as ações
povo, e nos imóveis públicos em geral, garantindo a proteção ao afetas à poluição sonora, na forma das Leis nºs 1.212/1993 e
bem-estar individual e coletivo nestes locais, apoio as operações 2.602/2008. (Redação dada pela Lei nº 3093/2014)

247
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 538 As atuais permissões e autorizações concedidas Ao contrário da sua versão original, hoje se admite majo-
para o uso do solo urbano por bancas de jornal e revistas, cha- ritariamente que o poder de polícia pode consistir não apenas
veiros e quiosques, permanecerão válidas, dentro dos limites da em uma obrigação de não fazer (ex.: não construir sem a prévia
Lei, até a realização dos processos licitatórios previstos neste licença da Administração Pública), mas também em uma obriga-
Código. ção de suportar (ex.: deixar os fiscais inspecionarem o estabele-
Art. 539 Os infratores das disposições previstas neste Título cimento) ou mesmo de fazer (ex.: de alocar na obra placa com a
estão sujeitos à multa no Valor de Referência M10 do Anexo I da indicação do engenheiro responsável; afixar cartaz com a tabela
Lei nº 2.597/08. de preços; comunicar a ocorrência de doença epidêmica etc.).
Art. 540 O Poder Executivo expedirá os decretos, portarias O objeto do poder de polícia é todo bem, direito ou ativida-
circulares, ordens de serviços e outros atos administrativos que de que puder afetar a coletividade. No mundo moderno, com
se fizerem necessários à fiel observância das disposições deste a grande interferência que cada atividade individual gera na
Código. sociedade, é grande a gama de atividades limitadas pelo poder
Art. 541 Este Código entra em vigor na data de sua publica- de polícia, havendo poder de polícia de costumes, sanitária, das
ção, revogadas as disposições em contrário, especialmente as construções, das águas, florestal, de trânsito, dos meios de co-
Leis: 140/78; 240/80; 506/84; 511/84; 512/84; 519/84; 579/85; municação, ambiental, das profissões, da economia popular etc.
842/90; 1.000/91; 1.032/91; 1.255/93; 1.380/95; 1.415/95; Na verdade, é difícil imaginar alguma atividade humana que, ao
1.687/98; 1.699/98; 1.700/98; 1.748/99; 1.806/00; 2.002/02; menos potencialmente, não esteja subordinada ao exercício de
2.212/05; 2.229/05; 2.278/05; 2.312/06; 2.380/06; 2.500/07; alguma polícia administrativa.
2.524/07; 2.525/07; 2.530/08; 2.580/08; 2.614/08 e os Decretos A atividade de polícia administrativa do Estado se distingue
3.269/79; 3.537/81; 3.548/81; 4.156/84; 4.867/86; 5.055/87; dos serviços públicos na medida em que esses consistem em
5.089/87; 7.198/95; 7.280/95; 7.562/97; 7.563/97; 7.571/97; prestações positivas aos membros da coletividade, ampliando-
7.621/97; 8.074/99; 8.122/99; 8.123/99; 8.124/99; 9.179/03 e -lhes a esfera jurídica, ao passo que aquela, ao revés, impõe li-
9.813/06. mitações aos indivíduos em prol do conjunto da sociedade. No
PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI, 29 DE DEZEMBRO DE poder de polícia a Administração Pública condiciona, limita a
2008. atividade particular; pelo serviço público ela confere utilidades
aos particulares.
O poder de polícia é uma relação de sujeição geral, razão
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO ADMINISTRATIVO pela qual deve ser distinguido também das relações de sujeição
(PODER DE POLÍCIA E ATOS ADMINISTRATIVOS). especial, em que o administrado, por manifestação de vonta-
de (ex.: servidor público) ou determinação legal (serviço militar
obrigatório), insere-se na própria organização administrativa.
PODER DE POLÍCIA A polícia administrativa não pode ser confundida com a po-
lícia judiciária e a polícia ostensiva de manutenção da ordem
Conforme os ensinamentos do professor Alexandre Santos pública. Na verdade, têm em comum com elas praticamente
de Aragão Podemos conceituar o poder de polícia como sendo a apenas o nome:
atividade administrativa que, com base em lei, limita a liberdade 1) Aquela diz respeito à proteção do interesse público em ge-
e a propriedade dos membros da coletividade, conformando-as ral, enquanto essas dizem respeito respectivamente à apuração
ao atendimento do interesse público juridicamente definido. e à repressão de crimes;
Para trabalharmos este tópico traremos trechos da obra do refe- 2) Aquela incide sobre bens, direitos, atividades e excepcio-
rido autor, conforme segue: nalmente sobre pessoas (ex.: quarentena compulsória em caso
Apesar de se falar do poder de polícia como limitações im- de epidemia), enquanto essas incidem apenas sobre a própria
postas aos particulares, ela sujeita todos os que estiverem nas pessoa dos infratores, visando geralmente a uma possível impo-
situações consideradas como sensíveis à coletividade para fins sição de pena restritiva de liberdade;
do poder de polícia. Assim, também os entes federativos e as 3) Aquela se difunde por toda a Administração Pública, en-
demais pessoas jurídicas de direito público devem observar as quanto essas são constitucionalmente privativas de determina-
normas de polícia expedidas por si próprios e pelos demais en- dos órgãos (basicamente polícias civis, polícias militares e polícia
tes competentes. federal – art. 144, CF).
A conceituação legal que possui é a do art. 78 do Código Competências
Tributário Nacional (CTN), que, no entanto, não é tecnicamente A regra é que o ente competente para legislar sobre deter-
indene de críticas, principalmente quando alude às concessões minada matéria exerce o respectivo poder de polícia em seu
como exercício do poder de polícia, quando os contratos de âmbito. Ex.: se compete privativamente à União legislar sobre o
concessão regulam o exercício por particulares de serviços ou direito do trabalho (art. 22, I, in fine, CF), a ela também incumbe
monopólios públicos, ou a exploração privada de bens públicos, privativamente o poder de polícia sobre as relações de trabalho.
não constituindo, portanto, formas de limitação de atividades Apenas a atribuição constitucional de competência material (de
privadas, mas de disciplina contratual da transferência do exer- execução administrativa das normas de polícia) a ente distin-
cício de atividades do Estado. to do ente para o qual foi outorgada a competência legislativa
(para editar as normas limitativas) pode excepcionar essa regra.

248
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Todavia, não é porque um ente é competente para determi- Note-se que a transferência feita pela lei é apenas do exercício
nada matéria que os outros não poderão exercer competências administrativo do poder de polícia não abrangendo, obviamen-
em aspectos satélites que estejam em sua competência. Ex.: te, a competência para legislar sobre a matéria.
compete privativamente à União legislar sobre direito comercial Tem se entendido que o poder de polícia só pode ser delega-
(art. 22, I, CF), mas o Município, no seu interesse predominan- do a pessoas jurídicas de direito público (STF – Adin n. 1.717-6),
temente local (art. 30, I, CF), pode editar normas a respeito do mas não implicam propriamente delegação de poder de polícia,
horário de funcionamento do comércio e fiscalizar o seu cum- podendo ser praticados por particulares, os atos meramente
primento. preparatórios do seu exercício (ex.: a gestão por empresa priva-
Em algumas atividades, por espraiarem seus efeitos por todo da contratada dos equipamentos eletrônicos que aferem exces-
o território nacional (ex.: saúde pública, trânsito, transportes sos de velocidade), ou a execução material dos seus atos (ex.: o
etc.), o poder de polícia excepcionalmente tem a sua competên- reboque de carro, a demolição de prédio etc.).
cia difundida entre os entes da Federação. No caso específico A vedação da atribuição de poder de polícia a pessoas priva-
do poder de polícia sanitária, a competência legislativa é, pela das tem sido atenuada quando essa pessoa privada é integrante
Constituição Federal, concorrente da União e dos Estados (art. da Administração Pública Indireta. O exemplo mais comum são
24, XII, CF), observada a competência legislativa municipal para as empresas públicas municipais às quais têm sido atribuídas
o que for de interesse predominantemente local (art. 30, I e II, competências de polícia administrativa de trânsito, a exemplo da
CF), ao passo que a competência material é comum a todos os guarda municipal do Rio de janeiro, que é uma empresa pública,
entes (art. 23, II, CF). considerada constitucional pelo Tribunal de Justiça do Estado do
Muitas vezes a própria lei federal (ex.: a Lei n. 9.294) cria um Rio de Janeiro sob o argumento da autonomia do Município de
sistema nacional para o exercício do poder de polícia sobre de- escolher os meios pelos quais exercerá as suas funções e pelo
terminada atividade, envolvendo e coordenando todos os entes fato de essas pessoas privadas estarem de qualquer forma sujei-
da Federação no exercício de determinado poder de polícia. tas à supervisão do ente público.
Como toda matéria atinente à divisão de competências en- Não podemos também deixar de considerar algumas autor-
tre os entes da Federação, a repartição das competências de po- regulações empreendidas por associações privadas, às vezes
lícia é mais complexa do que pode se inferir de uma exposição encampadas ou atribuídas pela lei (ex.: a autorregulamentação
sucinta como a presente. publicitária pelo CONAR), outras vezes voluntariamente aderi-
Veja-se, por exemplo, o trânsito, que é de competência legis- das por particulares (ex.: selos de qualidade). Ainda que consti-
lativa privativa da União (art. 22, XI, CF), mas constitui tema no tucionalmente questionáveis, sobretudo nos casos em que são
qual todos os entes da Federação, segundo a própria lei federal impostas pela lei aos particulares, não há como se negar a im-
(Lei n. 9.503/97), exercem poder de polícia. portância da autorregulação nas sociedades de hoje, inclusive
no âmbito internacional (ex.: a Air Transport Association – IATA,
Em matéria ambiental, as controvérsias também são gran-
que congrega as empresas de aviação e edita-lhes normas de
des. De acordo com o âmbito territorial dos possíveis danos que
comportamento).
podem ser gerados ao meio ambiente (local, regional ou nacio-
No Direito brasileiro há casos constitucionalmente previstos
nal), a competência para a expedição da licença ambiental será
de autorregulação, como a decorrente da constitucionalização
dos órgãos municipais, estaduais ou nacionais, sendo muito co-
da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, ente associativo dos
muns os conflitos de competências entre eles.
advogados e deles regulador, e a autorregulação em matéria de
Outras vezes, diferentes polícias administrativas podem in-
esportes, decorrente da autonomia constitucionalmente esta-
cidir sobre a mesma atividade. Por exemplo, a construção de
belecida para as associações desportivas (art. 217, I e § 1º, CF).
um prédio próximo a um aeroporto deve atender às posturas
municipais (poder de polícia urbanística) e federais (poder de Características do Poder de Polícia
polícia aeroviária). Suponhamos que aquelas admitam no máxi- O ato de polícia – ato administrativo por excelência – possui
mo cinco andares para a construção e estas no máximo três: o todas as características comumente a ele associadas. A doutri-
particular deverá construir no máximo três andares, pois dessa na em geral se refere a algumas características mais destacadas,
forma estará atendendo a ambas as polícias administrativas. que acolhemos com algumas ressalvas. Vejamo-las:
Cada matéria tem as suas peculiaridades em termos de di- 1) Discricionariedade: Normalmente diz-se que os atos de
visão de competências federativas e de legislação infraconstitu- polícia administrativa são discricionários, mas essa assertiva
cional correlata, devendo elas serem tratadas com tal especifi- deve ser vista com cautela, uma vez que há uma série de atos
cidade, não havendo resposta unívoca geral para todos os con- de polícia administrativa que são vinculados (ex.: as licenças
flitos de competência em matéria de poder de polícia dos entes para construir). Outras vezes os atos de polícia são realmente
da Federação. discricionários, com o administrador tendo certa margem de li-
berdade quanto aos fatos aptos a desencadear a ação de polícia
Delegação do poder de polícia (motivo) e aos efeitos jurídicos deles decorrentes, normalmen-
O poder de polícia pode ser originário ou delegado. O origi- te consistentes em sanções administrativas (ex.: se, em caso de
nário é o exercido pela entidade para a qual foi criado, sempre estabelecimento que esteja vendendo mercadorias prejudiciais
um dos entes da Federação, advindo diretamente da CF. Já o à saúde, a lei dispõe que pode ser aplicada multa, ou que, além
delegado é objeto de transferência legal pelo ente titular origi- disso, a depender da gravidade, a mercadoria também pode ser
nário a uma entidade integrante de sua Administração Indireta. apreendida).

249
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Mas, como já advertido no capítulo V, esse caráter discricio- b) em uma proibição em princípio de realizar determinada
nário decorre de um juízo de política legislativa sobre a neces- atividade, salvo se for previamente consentida pela Administra-
sidade ou não de a lei prever antecipadamente tipos fechados, ção Pública através da expedição de uma licença ou autorização
sem margem de escolha para o seu aplicador, não de conceitos (proibição de construir sem licença ou de portar arma sem au-
doutrinários a priori. torização);
2) Autoexecutoriedade: Visando o poder de polícia a evitar c) a atividade é permitida, mas em determinados termos
ou a reprimir a prática de atividades antissociais, não poderia (ex.: pode escutar música alta, mas desde que não perturbe o
ficar sujeito às delongas próprias dos processos judiciais. Sendo descanso noturno dos outros), ou, por derradeiro,
assim, o ato de polícia pode, atendidas as condições que vimos d) em uma ordem positiva (ex.: de fazer a manutenção das
no capítulo V, ser executado diretamente pela própria Adminis- marquises dos prédios, de vacinar-se, de comunicar o contágio
tração, que só recorrerá ao Poder Judiciário se quiser assegurar de doenças epidêmicas, de divulgação dos parâmetros técnicos
maior segurança jurídica, tornando a situação juridicamente dos planos de saúde etc.).
certa antes de atuar. 2) Consentimentos de polícia: Nas hipóteses em que a or-
A autoexecutoriedade não dispensa, no entanto, que seja dem de polícia condiciona o exercício de determinada atividade
conferido ao particular, em sede administrativa, prévio direito ao prévio consentimento da Administração Pública, estaremos
de ampla defesa e contraditório, para defender-se do possível diante de um controle preventivo da atividade particular. Nesses
ato de polícia. Uma vez findo esse procedimento, poderá, aí sim, casos, a atividade não é considerada tão potencialmente lesiva
ser o ato de polícia implementado diretamente pela Adminis- para ser vedada tout court. O Legislador avalia que em deter-
tração.
minados casos a liberdade individual pode ser conciliada com o
Só será possível a autoexecução sumária do ato administra-
bem-estar da coletividade, desde que a Administração Pública
tivo de polícia, sem prévia defesa, nos casos de urgência, com
avalie concretamente se a atividade cumpre as condições neces-
grandes riscos para a coletividade, ou no caso de infração sur-
sárias para tanto.
preendida em sua flagrância que não poderia ser evitada com
Nesses casos o exercício da atividade é em princípio proi-
o decurso de tempo (ex.: se fosse dar prévia defesa ao camelô
bido, mas a proibição pode ser levantada pelo prévio consenti-
vendendo mercadoria pirateada, até terminar o processo ele já
mento de polícia. Esse ato preventivo de polícia, instrumenta-
a teria vendido toda), devendo, no entanto, em ambos os casos,
lizado pelo alvará, pode materialmente ser uma licença, se for
ser devidamente documentado por auto de infração e assegura-
vinculado, ou uma autorização, se discricionário.
do o devido processo legal a posteriori.
Só não haverá a possibilidade de autoexecutoriedade quan- No caso de licença, o particular tem direito ao desenvolvi-
do a lei explícita ou implicitamente a vedar. Veja-se, por exem- mento da atividade, direito este cujo exercício fica condiciona-
plo, que a lei, ao instituir o processo judicial das execuções fis- do à verificação pela Administração do atendimento a todos
cais, implicitamente vedou a autoexecutoriedade dos atos admi- os requisitos exaustivamente traçados pelo ordenamento jurí-
nistrativos impositores de sanções pecuniárias. dico (ex.: na maioria das legislações municipais, a licença para
3) Coercitividade: É a imposição coativa do ato de polícia ao construir). Como o ato é vinculado e o particular já tinha direito
particular. Ele é imperativo, obrigatório para o particular, inde- preexistente ao desenvolvimento da atividade, sendo a licença
pendendo da sua anuência para ser imposto. Ao contrário das apenas condição do seu exercício, ela não pode ser revogada.
relações privadas, em que as obrigações decorrem do acordo Se a licença for revogada, é comum a adoção dos termos,
de vontades, que é apenas respeitado e protegido pela lei, no tecnicamente não muito corretos, de “revogação expropria-
Direito Administrativo, por decorrerem da lei, prescindem da tória”, na verdade um esbulho administrativo, uma desapro-
vontade dos seus sujeitos passivos. Não há ato de polícia facul- priação indireta do direito já adquirido pelo administrado, não
tativo, e o Estado, para implementá-lo, poderá utilizar-se até de sendo uma revogação propriamente dita, que se pressupõe le-
coerção, inclusive com o emprego de força física, desde que não gítima. É o que, como já vimos ao tratar da revogação dos atos
seja abusiva. A assertiva não ilide, contudo, a crescente adoção, administrativos em geral, acontece muito em relação a licenças
inclusive pelo Legislador, de mecanismos consensuais de reade- para construir. A maioria da doutrina afirma que nesses casos
quação de particulares infratores à legalidade (termos de ajusta- a revogação deverá ser indenizada. Contrariamente, CELSO AN-
mento de conduta etc.), como expressão da consensualidade no TÔNIO BANDEIRA DE MELLO, com quem concordamos, enten-
Direito Administrativo, tema que vimos com vagar no capítulo de que, sendo esta “revogação” contrária ao Direito, deve ser
dos Princípios do Direito Administrativo. anulada e a Administração Pública deve buscar as vias normais
Os meios de atuação do poder de polícia também podem ser da desapropriação do direito adquirido pelo ato administrativo.
considerados, a exemplo do que faz DIOGO DE FIGUEIREDO MO- Quanto à forma, a licença pode ser extinta por: nulidade;
REIRA NETO, como fases do seu exercício, ressalvando-se apenas cassação (modalidade de extinção punitiva por descumprimen-
que nem sempre estarão presentes todas as fases. to de seus termos); para a maioria da doutrina e jurisprudên-
Assim se expressa o ciclo do poder de polícia: cia, revogação por interesse público devidamente justificado e
1) Ordens de polícia: Estabelecidas mediante normas gerais mediante o pagamento de indenização (teríamos, na verdade,
e abstratas constitucionais, legislativas ou administrativas regu- a desapropriação indireta do direito adquirido à construção, por
lamentadoras daquelas. Poderão consistir em nós refutada, como visto no parágrafo anterior); ou caducidade
a) uma proibição absoluta (ex.: não é permitida a venda de (não exercício do direito reconhecido por determinado prazo,
bebidas alcoólicas a menores); caso em que a licença terá que ser pedida mais uma vez).

250
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Já em relação às atividades sujeitas à autorização, não há De fato, é importante não confundir as sanções de polícia
direito preexistente do particular ao exercício da atividade. A lei com as medidas concretas de restauração das ordens de polícia,
não fixa detalhadamente todas as condições para que a ativida- já que apenas àquelas se aplicam os parâmetros mais rígidos
de possa ser exercida, estabelecendo apenas parâmetros gerais do Direito Administrativo Sancionador. Também RAFAEL DAUDT
pelos quais a Administração Pública deverá aferir se a atividade D’OLIVEIRA, tratando do poder de polícia ambiental, mas em li-
cujo desempenho é requerido não oferece riscos à coletividade. ções aplicáveis a qualquer seara da polícia administrativa, e dan-
Como o ato é discricionário e, consequentemente, em princípio, do como exemplo as demolições administrativas, explica que
não gera direito adquirido, pode a autorização ser revogada a “as demolições levadas a efeito pela Administração Pública am-
qualquer tempo. biental não têm natureza sancionatória, eis que consistem em
EDUARDO GARCÍA DE ENTERRÍA chama a atenção para o medidas de polícia destinadas ao restabelecimento da legalida-
fato de que “o conceito de autorização em sentido estrito que de, mediante a adoção de providências materiais (meios) para a
chegou até nós se formou no final do século passado (...). A cri- consecução das finalidades públicas previstas em lei. Visam o re-
se do esquema tradicional se deu mais agudamente a partir do torno, o tanto quanto possível, ao estado anterior em que as coi-
momento em que, ultrapassando o campo próprio da ordem pú- sas se encontravam (status quo ante) caso a lesão não houvesse
blica, em sua tríplice dimensão compreensiva da tranquilidade, ocorrido, dentro de um contexto de prevenção e de recuperação
segurança e salubridade, em função da qual foi pensado dito es- do meio ambiente, quando na iminência de ocorrerem danos
quema, a autorização foi transplantada ao complexo campo das ambientais ou para fazer cessá-los. Medidas de polícia e sanções
administrativas são institutos correlatos, porém diferentes”.
atividades econômicas, nas quais desempenha um papel que
Entende-se que o prazo para a Administração Pública desen-
não se reduz ao simples controle negativo do exercício de direi-
cadear o processo sancionador contra o particular é, por ana-
tos, mas que se estende à própria regulação do mercado, com
logia ao prazo quinquenal das ações contra a Fazenda Pública,
o explícito propósito de orientar e conformar positivamente a
de cinco anos, posição adotada, no âmbito da União, pela Lei n.
atividade autorizada no sentido da realização de uns objetivos 9.873/99, art. 1º.
previamente programados ou ao menos implicitamente defini-
dos nas normas aplicáveis”. Limites do Poder de Polícia
Essas são as chamadas autorizações administrativas operati- Os limites ao poder de polícia impõem-se tanto ao Legisla-
vas, que não se exaurem no momento da sua edição, mas criam dor, ao estabelecer as ordens gerais de polícia, como à Adminis-
uma relação jurídica continuada entre o particular e a Adminis- tração Pública, que estará limitada, além das garantias constitu-
tração Pública, com a sucessiva edição de atos normativos e fis- cionais, inclusive de proporcionalidade, pelos próprios ditames
calizações (ex.: autorização administrativa para o funcionamen- do Legislador.
to de instituição financeira, de plano de saúde etc.). Diante da relatividade dos direitos, que não são absolutos, o
3) Fiscalização de polícia: Sempre presente, esse elemento é poder de polícia visa ao razoável equilíbrio entre os direitos in-
instrumental a todas as espécies de ordem de polícia. Sua fun- dividuais e os interesses da coletividade. Por essa razão, o poder
ção é, de ofício ou mediante provocação, verificar se as ordens de polícia deve condicionar os direitos individuais, mas não os
de polícia estão sendo cumpridas, bem como se as atividades tornar inservíveis.
estão sendo exercidas com o devido consentimento de polícia, O poder de polícia deve apenas regulamentar a função social
quando este for exigido, e se estão sendo desenvolvidos de acor- já inerente ao conteúdo de todo direito. Se chegar a extingui-lo
do com os seus termos. A constatação de alguma irregularidade ou a restringi-lo, alcançando o seu conteúdo mínimo, descarac-
levará à aplicação de sanções, a serem vistas a seguir. A fiscaliza- terizar-se-á como poder de polícia e passará a ser não mais uma
ção tem tanto uma finalidade preventiva (ameaçando os parti- limitação à liberdade ou à propriedade, mas uma restrição ou
culares que pensem em violar o ordenamento de polícia) como ablação do direito de liberdade ou de propriedade, impondo,
repressiva (punições em caso de violação). caso seja constitucional por decorrer de uma proporcionalidade
4) Sanções de polícia: Verificada pela fiscalização a violação inevitável, o ressarcimento ao particular atingido, com as ressal-
às ordens de polícia ou aos seus atos de consentimento, a Admi- vas vistas no último tópico do capítulo anterior.
nistração deverá aplicar as sanções consignadas na lei e eventu- As limitações impostas aos particulares, bem como as san-
almente especificadas em regulamento. As sanções podem ser ções a eles aplicáveis caso as descumpra, além dos requisitos de
validade de todo ato administrativo, devem observar o princípio
pecuniárias e, para alguns, podem impor a obrigação de fazer ou
da proporcionalidade em todos os seus elementos: adequação,
de não fazer, implicar a apreensão de mercadoria ou a cassação
necessidade e proporcionalidade em sentido estrito. Especial-
do ato de consentimento (sanção rescisória).
mente quanto às sanções de polícia, elas devem estar afinadas
FÁBIO MEDINA OSÓRIO pondera que alguns desses atos
em sua intensidade com a gravidade da infração a que visam
administrativos não são propriamente sanções administrativas, reprimir.
mas simples execuções das ordens de polícia, como forma de Nos casos em que o poder de polícia for discricionário, deve
se restabelecer a legalidade. Assim, exemplifica, se alguém está se conter dentro da margem conferida pela lei, sujeitando-se a
exercendo o comércio sem a devida licença, cabe à Administra- todos os controles e limites típicos dos atos discricionários.
ção Pública interditar o estabelecimento, já que a ordem de po-
lícia determina que ele não pode ser aberto antes de licenciado;
se está sendo vendido medicamento fora do prazo de validade,
aplicará a lei e retirará o remédio do comércio.

251
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Uso e abuso de poder Continuaremos com os ensinamentos do referido professor


A prática abusiva abrange tanto a edição de atos como omis- para conceituar e explicar sobre o tema, conforme segue:
sões, pois o controle de constitucionalidade serve para atos e Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vonta-
omissões, o controle de legalidade dos atos administrativos tam- de no exercício de função administrativa que tenha por fim ime-
bém. Ex.: Se o administrador não aplicar a punibilidade ao agen- diato criar, modificar ou extinguir direitos ou obrigações.
te público e nem justificar o porquê não o fez, pode ser punido A vontade que constitui o substrato do ato administrativo
por condescendência criminosa. não é uma “vontade” subjetiva, na acepção tradicional civilis-
O uso de poder é uma prerrogativa do agente público, ao ta do termo, mas sim uma manifestação concreta, impessoal e
mesmo tempo à obtenção da prerrogativa de “fazer” o agente objetiva da Administração Pública na execução das finalidades a
atrai o “dever” de atuar (o denominado poder-dever). ela outorgadas pela lei e pela Constituição.
Vale ressaltar que o agente público só pode fazer aquilo que Se não houver manifestação de vontade administrativa, es-
a lei determina e o que a lei não veda, ou seja, não pode atuar taremos, quando muito, diante de um fato administrativo, de
de forma contrária à Lei, além da Lei, mas exclusivamente de caráter meramente material, mas não diante de um ato admi-
acordo com a Lei. nistrativo. Por exemplo, o fato material de demolição pela Admi-
O abuso de poder corresponde a um desvio de conduta, à nistração Pública de uma construção irregular é um fato admi-
inobservância, por parte do agente público, de seu poder-dever nistrativo decorrente do ato administrativo de determinação da
de agir secundum legem. demolição: a demolição (fato administrativo) decorre, mas não
Há 3 formas expressas consideradas abuso de poder: contém, em si, uma manifestação de vontade.
1) Excesso: quando a autoridade competente vai além do Difere o ato administrativo, portanto, do fato administrati-
permitido na legislação, ou seja, atua ultra legem; vo, mera atividade pública material, sem conteúdo jurídico ime-
2) Desvio de finalidade: quando o ato é praticado por mo- diato (em mais exemplos, uma operação cirúrgica realizada em
tivos ou com fins diversos dos previstos na legislação, ou seja, hospital público, os atos concretos da realização da obra públi-
contra legem, normalmente com violação de atuação discricio-
ca, a aula em escola pública, a troca de lâmpada na repartição
nária;
etc.), e que só gera reflexos indiretos no campo do Direito (dirigir
3) Omissão: quando constata-se a inércia da Administração
uma viatura oficial é um fato administrativo, mas pode gerar o
em fazer o que lhe compete, injustificadamente (com violação
dever de indenizar no âmbito de uma responsabilização civil se
de seu poder-dever).
causar um acidente). Às vezes, um ato administrativo precede o
fato administrativo (a licitação e a contratação de empreiteira
ATOS ADMINISTRATIVOS
precedem a realização da obra pública); outras vezes, em face
de circunstâncias emergenciais, o ato administrativo é praticado
Conforme nos ensina o professor Alexandre Santos de Ara-
a posteriori (a apreensão emergencial de produtos alimentícios
gão: os atos administrativos possuem grande importância na
garantia dos direitos fundamentais dos indivíduos e para a pró- fora da data de validade pelas autoridades sanitárias é seguida
pria concepção do Direito Administrativo. Antes de surgirem, o da lavratura do respectivo auto de apreensão).
Estado atuava por meio de atos materiais diretamente oriundos Feito esse primeiro balizamento conceitual, também deve
da vontade ilimitada do soberano. Foi apenas com a sujeição ser firmado que a vontade manifestada no ato administrativo é
da Administração Pública à legalidade que se tornou possível a unilateral, ou seja, o efeito produzido na esfera jurídica do ad-
construção de uma Teoria dos Atos Administrativos, essencial ministrado deve decorrer tão somente da vontade da Adminis-
para juridicizar e intermediar a mera vontade do Estado e a sua tração Pública, independentemente da anuência do particular.
execução material, propiciando o seu controle. Pelo ato administrativo a Administração Pública de per se
O ato administrativo surge, então, como mediação entre a modifica a esfera jurídica de outrem (aplicando-lhe uma multa,
crua vontade estatal e a modificação da esfera jurídica dos in- proibindo determinada construção, concedendo aposentadoria,
divíduos por ela provocada, verdadeiro filtro de legalidade en- interditando estabelecimento, convocando para prestar serviço
tre esses dois momentos. Os atos administrativos juridicizam militar etc.). Caso a vontade manifestada seja bilateral, ou seja,
e consequentemente limitam as manifestações de vontade do decorra da conjunção de vontades da Administração Pública e
Poder Público. Com isso, passam a existir limites, formalidades e do particular, tratar-se-á de contrato administrativo ou outra
requisitos – e, portanto, o controle – para o exercício do poder/ modalidade de ato bilateral (ex.: convênio administrativo), mas
vontade do Estado. não de ato administrativo.
À luz da Teoria Geral do Direito, os atos administrativos são Note-se que nem todo ato administrativo é gravoso ao par-
espécie de ato jurídico stricto sensu, ou seja, de manifestação ticular; há também os atos administrativos que ampliam a sua
unilateral de vontade destinada a produzir efeitos jurídicos (cria- esfera jurídica (ex.: concessão de licenças, autorização para o
ção, modificação ou extinção de direitos e obrigações). A pecu- exercício de atividades econômicas, autorização de uso de bem
liaridade dos atos administrativos em relação aos atos jurídicos público, outorga de subsídios fiscais).
em geral é o fato de serem praticados no exercício da função de Nesses casos não faria sentido que o particular fosse obriga-
administração pública, isto é, de busca, com base no ordena- do a receber do Estado benefícios, razão pela qual, como explica
mento jurídico, da realização dos objetivos incumbidos ao Es- SÉRGIO ANDRÉA, apesar de o ato não perder a sua unilaterali-
tado pela Constituição, com todas as prerrogativas, privilégios, dade, tem a sua eficácia condicionada à manifestação positiva
limitações e controles que isso acarreta. do particular anterior, concomitante (às vezes até mesmo no

252
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

mesmo instrumento, sendo formalmente muito parecido com não importa exceção, a priori, ao controle jurisdicional, os atos
um contrato) ou posterior ao ato administrativo. Caberia um pa- políticos praticados pela Administração Pública também teriam
ralelo com o testamento, que, apesar de ser um ato unilateral a natureza de atos administrativos, ainda que dotados de eleva-
do testador, depende, para gerar efeitos, da aceitação dos her- díssima discricionariedade. Já para quem acredita que a função
deiros beneficiados. de Governo é distinta da função administrativa, os atos políticos
Todos que exercem funções administrativas praticam atos seriam categoria naturalmente autônoma em relação à dos atos
administrativos. Desse modo, todos os Poderes do Estado po- administrativos, em princípio, insuscetíveis de controle.
dem praticar atos administrativos. Naturalmente que o Poder Quanto aos atos normativos da Administração Pública, para
Executivo é o que mais os pratica, por ser o que mais exerce os que reduzem o conceito de função administrativa à execu-
funções administrativas, mas os Poderes Legislativo e Judiciário, ção concreta da lei, esses atos, que por definição são gerais e
no exercício de suas funções administrativas, também pratica- abstratos, não seriam atos administrativos. Já para os que – e
rão atos administrativos. estes são majoritários – adotam conceito mais amplo de função
Assim, o ato do desembargador presidente de um Tribunal administrativa, à luz, principalmente, de sua submissão à lei, os
de Justiça que homologa o resultado final de concurso público atos normativos expedidos pela Administração Pública são uma
destinado ao provimento de cargos de juiz é ato administrativo; das espécies de ato administrativo. Para eles, com os quais con-
a aplicação de multa e interdição de uma casa noturna por ven- cordamos, a Administração Pública pode executar, isto é, imple-
der bebidas alcoólicas a menores pelo Juizado da Infância e da mentar a lei, tanto de forma imediatamente concreta como essa
Juventude; também é ato administrativo a concessão de férias atuação concreta pode ser mediada por um ato anterior geral
do servidor da Assembleia Legislativa. e abstrato. O regulamento detalha as normas da lei para a sua
Considerando o mesmo critério – de que todos os que exer- posterior aplicação concreta pela Administração Pública.
cem funções administrativas praticam atos administrativos –, Como todo ato jurídico, o ato administrativo, para existir,
quando particulares exercerem excepcionalmente funções ad- deve possuir certos elementos (plano da existência); além disso,
ministrativas a eles delegadas (como, por exemplo, os particu- para que seja válido (plano da validade), tais elementos devem
lares concessionários de serviços públicos), eles podem praticar revestir-se de determinadas características de compatibilidade
atos administrativos. Assim, por exemplo, a concessionária de com o Ordenamento Jurídico (ex.: além de possuir objeto, o ob-
energia elétrica pode sancionar administrativamente o cidadão jeto tem que ser lícito). Há também o plano da eficácia, pelo
que realizou ligação clandestina; a concessionária de transporte qual o ato jurídico existente e válido pode ficar sujeito a algum
de passageiros pode determinar a expulsão de passageiros que prazo ou condição que suste a produção dos seus efeitos.
não se comportem adequadamente. A doutrina não é unânime quanto à mais adequada denomi-
Por outro lado, como a expedição do ato administrativo nação para se referir aos “elementos” do ato administrativo; há
pressupõe o exercício de atividade administrativa, caso a Admi- quem os chame de requisitos, existindo os que seriam intrínse-
nistração Pública pratique atos sem ser no exercício de função cos e os extrínsecos, ou, ainda, os que os chamem de pressupos-
propriamente administrativa, não praticará ato administrativo. tos. Também quanto à enumeração específica de cada um deles
Em outras palavras, para praticar atos administrativos, a Ad- há enormes variações.
ministração Pública tem de agir nessa qualidade, ou seja, com Adotaremos, contudo, dada sua maior facilidade de apreen-
supremacia de Poder Público. Ao se nivelar ao particular, prati- são didática, sem prejuízo de sua importância teórica, e, ainda,
ca um ato de Direito Privado, e não um ato administrativo (por considerando a sua adoção pela grande maioria da doutrina, a
exemplo, são atos privados as emissões de cheques pelo Esta- terminologia e a enumeração de HELY LOPES MEIRELLES.
do), não possuindo, em relação a ele, qualquer prerrogativa pró- Dessa forma, são cinco os elementos que devem se verificar
pria da função administrativa: não poderá, por exemplo, revogá- para a formação e validade dos atos administrativos, conforme
-lo ou anulá-lo unilateralmente. Os princípios constitucionais da passamos a expor.
Administração Pública se aplicam, no entanto, a todos os seus
atos, sejam eles de direito público ou de direito privado. Agente
Assim, podemos constatar haver tanto atos praticados pela O ato deve ser praticado por pessoa física à qual a lei, explí-
Administração Pública que não são atos administrativos – são cita ou implicitamente, atribua poder para a sua prática. Vale
atos privados da Administração –, como existem atos adminis- lembrar que, nos casos em que o Ordenamento Jurídico atri-
trativos não praticados pela Administração Pública (por exem- bui expressamente competência a agente para a realização de
plo, os atos das concessionárias privadas de serviços públicos determinado fim, entende-se que implicitamente lhe atribuiu,
praticados com poder de autoridade delegada). também, os meios necessários à sua completa realização – Teo-
Há uma dúvida quanto a se os chamados “atos políticos” ria dos Poderes Implícitos (“quem dá os fins dá os meios”).
devem ser incluídos ou não no conceito de ato administrativo. O agente competente para a prática do ato administrativo é
A opinião depende da posição que seja adotada quanto a se a tradicionalmente considerado como um dos elementos sempre
chamada função política ou de Governo – que é a oriunda, di- vinculados do ato administrativo, já que qualquer agente admi-
retamente, de competências outorgadas pela Constituição, com nistrativo só poderia praticar atos para os quais tivesse recebi-
elevada margem de discricionariedade (por exemplo, o indul- do competência legal para tanto. É bem ilustrativa desse fato
to, a sanção e o veto legislativo etc.) – configura, ou não, uma a seguinte advertência de CAIO TÁCITO: “A primeira condição
função estatal autônoma. Para os que, como nós, consideram de legalidade é a competência do agente. Não há, em direito
o caráter político um aspecto que reveste, com maior ou me- administrativo, competência geral ou universal: a lei preceitua,
nor intensidade, todas as funções e atos do Estado, e que ele em relação a cada função pública, a forma e o momento do

253
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

exercício da atribuição do cargo. Não é competente quem quer, dos mecanismos de controle, publicidade e processualização da
mas quem pode, segundo a norma de direito. A competência é Administração Pública do que de dispositivos legais expressos
sempre um elemento vinculado, objetivamente fixado pelo le- específicos.
gislador.” A Lei do Processo Administrativo Federal, em decorrência
Todavia, na prática e de acordo com a visão mais atualiza- de todos os princípios do Estado Democrático de Direito acima
da do princípio da legalidade, e ressalvados os casos de reser- mencionados, fixa a forma escrita como a regra dos atos admi-
va legal absoluta, as leis não são tão detalhistas assim, sendo nistrativos (art. 22, § 1º), mas, fora essa exigência, outras for-
muitas vezes atribuídas competências de forma geral, e mais malidades só podem ser impostas se a lei assim o exigir (art. 22,
comumente ainda por regulamentos administrativos organizati- caput).
vos ou regimentos internos. Por exemplo, na grande maioria dos Vige, portanto, de toda sorte, a regra de que os atos adminis-
Municípios não há uma lei dispondo que ao secretário municipal trativos devem ter forma escrita; as exceções a ela é que devem
de cultura compete a administração dos teatros municipais, mas ser previstas em lei ou ser um meio inafastável para a consecu-
ela está implícita nas competências municipais em cultura e na ção de objetivos públicos. Por exemplo, ainda que não haja lei
própria denominação do cargo e na organização administrativa admitindo a forma oral, a requisição de um automóvel particular
colocando esses teatros como órgãos integrantes da secretaria por um policial para poder perseguir um fugitivo pode ser feita
de cultura. Seria fora de senso prático – e possivelmente até oralmente, pelo menos nesse primeiro e premente momento.
mesmo inconstitucional em face do inciso VI do art. 84, CF (re- Salvo esses casos excepcionais, como os de extrema urgên-
serva de regulamento em matéria organizativa) – exigir que cada cia e os de transitoriedade do comando (apito do guarda de
uma dessas competências estivesse especificamente prevista na trânsito, ordem verbal simples do superior ao inferior hierár-
lei. A competência tem de estar contemplada no Ordenamento quico), os atos administrativos devem sempre ter forma escrita,
Jurídico, mas não necessariamente em uma regra de lei especí- não se admitindo a forma verbal ou por meio de sinais sonoros
fica. ou luminosos.
Outro ponto: a competência é irrenunciável e intransferível, Os atos verbais são mais difíceis de serem documentados e,
mas pode ser, respeitados os limites legais (que, na União, estão consequentemente, controlados.
expressos nos arts. 11 a 17 da Lei do Processo Administrativo Além disso, o prévio conhecimento da forma escrita faz com
Federal – Lei n. 9.784/99), delegada ou avocada. que os administrados possam estar atentos para uma eventual
Se quem praticou o ato sequer tinha vínculos funcionais violação de seus direitos ou dos interesses da coletividade com
com Administração Pública, ou se, posteriormente, descobre-se um todo, através, por exemplo, da leitura dos atos administrati-
algum vício em sua investidura, tornando-a nula, mas, mesmo vos publicados na imprensa oficial.
A forma é normalmente identificada como um dos elemen-
assim, essa pessoa tinha aparência de possuir tais vínculos, será
tos sempre vinculados dos atos administrativos, ou seja, que
considerado agente de fato, e os atos por ele praticados não se-
sempre decorreria diretamente da lei, sem deixar qualquer mar-
rão considerados nulos em respeito à boa-fé dos administrados
gem de escolha para o administrador público. Em primeiro lu-
que com ele lidaram.
gar, devemos ter cuidado com afirmações doutrinárias genéricas
Trata-se de aplicação, no âmbito do direito público, da “Te-
como essa, pois a opção entre a vinculação e a discricionarieda-
oria da Aparência”.
de é, salvo os casos de reserva legal absoluta, uma decisão do
A consequência é que os atos por ele praticados não serão,
legislador (não da doutrina), que, em tese, pode atribuir discri-
ao menos por razões de incompetência, considerados nulos. As-
cionariedade ao administrador na eleição de determinada for-
sim, por exemplo, caso se descubra, anos após a sua realização,
ma. Basta termos em mente o exemplo dos contratos de baixo
fraude em concurso público para fiscal de rendas, a invalidação valor, que a Lei n. 8.666/93, por questões de praticidade, admite
da nomeação de determinados fiscais não acarretará a invalida- serem verbais, mas que o administrador pode, para aumentar
de dos atos administrativos tributários por eles praticados; ou se a transparência e a segurança jurídica, fazê-lo a termo escrito
um servidor, mesmo depois de deixar de sê-lo pela aposentado- (art. 60, parágrafo único). Esses contratos têm, portanto, forma
ria, continua trabalhando. O ato administrativo por ele praticado discricionária.
pode ser até anulado por outra razão (por exemplo, porque deu Registre-se, ainda, que a modificação ou o desfazimento dos
isenção não prevista em lei), mas não em virtude da incompe- atos administrativos deve seguir a forma do ato originário – prin-
tência do agente. cípio do paralelismo das formas.

Forma Finalidade
É a maneira pela qual a vontade consubstanciada no ato ad- Todo ato administrativo deve ter por finalidade o atingimen-
ministrativo se manifesta no mundo exterior. Costuma-se dizer to de fim público, tal como definido em regra jurídica ou decor-
que, ao contrário do direito privado, em que a forma dos atos ju- rente da ponderação dos valores jurídicos envolvidos concreta-
rídicos é em princípio livre, no Direito Administrativo as formas mente em cada decisão administrativa.
são sempre estabelecidas em lei, sendo via de regra estabeleci- O administrador público exerce uma função pública, ou seja,
da a forma escrita. é dotado de poderes instrumentais à realização das finalidades a
A assertiva deve ser vista de forma relativa. Nem sempre ele atribuídas pelas regras e princípios do ordenamento jurídico,
é fixada expressamente a forma escrita dos atos administra- finalidades essas que não podem ser o puro e simples benefício
tivos. A cogência da forma escrita se dá mais em decorrência ou prejuízo individual de quem quer que seja. Isso não ilide, no

254
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

entanto, as muitas vezes em que interesses individuais são coin- como exemplo as circunstâncias de fato que justificam a aposen-
cidentes com o interesse público (ex.: fomento a empresa em re- tadoria de servidor público, basicamente os anos de contribui-
gião pobre, prestação de serviços gratuitos a pessoas carentes). ção estabelecidos pela CF; no segundo caso – motivos discricio-
As concepções anglo-saxônicas e europeias do interesse pú- nários – há o exemplo do tombamento: a lei não define, e nem,
blico são distintas. Enquanto nos EUA e no Reino Unido o in- aliás, teria como definir, exatamente todos os requisitos para um
teresse público é considerado como intrinsecamente ligado aos bem ser considerado de valor histórico, razão pela qual o moti-
interesses individuais, sendo próximo ao que resultaria de uma vo do ato administrativo de tombamento será a circunstância
soma dos interesses individuais (satisfação dos indivíduos = sa- de aquele bem enquadrar-se dentro do conceito indeterminado
tisfação do interesse público), nos Estados de raiz germânico-la- de “patrimônio histórico”, possuindo a Administração alguma
tina o interesse público é tendencialmente considerado superior margem de liberdade no enquadramento de alguns bens nesse
à soma dos interesses individuais, sendo maior e mais perene conceito.
que a soma deles, razão pela qual é protegido e perseguido pelo A lei prevê que, diante de determinadas circunstâncias, de-
Estado, constituindo o fundamento de um regime jurídico pró- terminado ato administrativo será praticado. A circunstância
prio, distinto do que rege as relações entre os particulares. (por exemplo, construção irregular) é o motivo do ato (no exem-
Há alguns termos que, às vezes, vêm mencionados como si- plo, da ordem da sua demolição).
nônimos de “interesse público”; outras vezes, a sinonímia é par- Especial atenção merece a “Teoria dos Motivos Determinan-
cial, porque possuem peculiaridades. Assim, “interesse coletivo” tes”: Ainda que o motivo não esteja expressamente consignado
pode significar o interesse de um grupo de indivíduos ligados na lei em todos os seus aspectos, havendo, então, discricionarie-
por um substrato jurídico comum (por exemplo, os membros de dade da Administração Pública em elegê-lo, fato é que, depois
determinada categoria profissional); “interesse social”, quando de sua explicitação/motivação, a veracidade do motivo passa a
não é tratado como sinônimo de “interesse público”, aparece ser condição de validade do ato administrativo, ainda que outro
como o interesse da satisfação de setores menos favorecidos da motivo pudesse ter sido originariamente invocado para funda-
população, a exemplo do que se dá em matéria de desapropria- mentar o ato.
ção por interesse social, destinada, principalmente, a atender a Para aqueles que outrora sustentavam que os atos discricio-
necessidades de habitação e trabalho (art. 2º, I, Lei n. 4.132/62). nários não precisariam ser motivados, a Administração Pública
Dentro do conceito de interesse público, RENATO ALESSI o nem precisaria indicar os seus motivos, mas, ao fazê-lo, ficaria
distingue em interesse público secundário, também chamado vinculada à existência daqueles motivos que apresentou. Hoje,
de interesse público das pessoas estatais, referente à satisfação contudo, essa assertiva deve ser atualizada, pois não é mais ca-
das necessidades do próprio aparelho estatal (por exemplo, o bível falar que é opção da Administração motivar ou não os atos
interesse público na arrecadação); e em interesse público pri- discricionários. A Administração Pública é sempre obrigada a
mário, de satisfação da sociedade (assim, o funcionamento de motivar, e, inclusive nos casos em que houver discricionarieda-
um hospital público, a apreensão de mercadorias fora do prazo de na escolha do motivo, esse, explicitado, deve realmente ser
de validade etc.). procedente.
Quando se fala no elemento finalidade do ato administrati- Malgrado a regra da obrigatoriedade da motivação, os atos
vo, não se pode deixar de mencionar a chamada Teoria do Des- de mero expediente e ordinatórios, de feição exclusivamente
vio de Poder ou Desvio de Finalidade, de origens francesas (dé- interna, sem qualquer conteúdo decisório – por exemplo, um
tournement de pouvoir): todo ato administrativo deve atender à despacho de “junte-se aos autos a petição” –, e alguns atos que
finalidade expressa ou implícita na norma atributiva da compe- já têm sua motivação autocompreensiva em sua própria expedi-
tência, e, caso não a atenda, estar-se-á diante do vício conheci- ção, não precisam ser fundamentados. Essas exceções devem,
do como desvio de poder, que ocorre não apenas quando o ato contudo, ser sempre vistas com cautela e apreciadas a cada
não visa a qualquer interesse público – no exemplo clássico da caso.
desapropriação para prejudicar um inimigo político –, mas, tam- Não se exigem requisitos formais excessivos para a motiva-
bém, nos casos em que a lei fixa determinada finalidade pública ção, podendo a autoridade emitente do ato fazer remissão a ou-
a ser atingida e o ato visa à outra, ainda que ambas sejam “de tros atos administrativos, pareceres, laudos etc. O que se impõe,
interesse público” (ex.: se a norma legal dispõe que os estabele- contudo, é que a motivação seja clara, consistente, pertinente
cimentos comerciais podem ser fechados por razões sanitárias, àquilo que se está praticando (art. 50, § 1º, Lei do Processo Ad-
a Administração Pública não poderá fechá-los em razão do não ministrativo Federal).
pagamento de tributos).
Em termos processuais, devido à dificuldade de comprova- Objeto (conteúdo)
ção do desvio de poder, por ser predominantemente uma ques- É a mudança que o ato efetua no mundo jurídico – a criação,
tão subjetiva interna ao administrador público que praticou o a modificação ou a extinção de direitos ou obrigações geradas
ato, tendesse a aceitar indícios de sua ocorrência, desde que pelo ato (exemplo: no ato administrativo de exoneração de um
sólidos. servidor seu objeto é a extinção da relação jurídico-funcional;
na desapropriação, é a aquisição da propriedade pelo Estado; na
Motivo permissão de uso, é a criação do direito pessoal do particular de
Os motivos constituem as circunstâncias de fato e de direito usar determinado bem público).
que determinam ou autorizam a prática do ato administrativo, Fazendo um paralelo com o elemento motivo do ato admi-
podendo estar prévia e exaustivamente estabelecidas na lei ou nistrativo, podemos dizer que o motivo são os pressupostos da
não. No primeiro caso – de motivo dito vinculado – teríamos incidência da norma jurídica; enquanto o objeto são as conse-

255
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

quências jurídicas dessa incidência (por exemplo, caso a Admi- Percebe-se a discricionariedade principalmente quando a lei
nistração Pública identifique um bem de elevado valor histórico se utiliza de conceitos jurídicos indeterminados para outorgar
– motivo –, deve, através do ato administrativo do tombamento, competência ao administrador público. Dentre as possíveis for-
estabelecer uma série de limitações ao direito de propriedade mas de se preencher aquele conteúdo legal de baixa densida-
do seu titular – objeto). de normativa, o administrador o densificaria num exercício de
O objeto do ato administrativo (o que ele faz no universo ju- discricionariedade, por intermédio de um juízo de conveniência
rídico) pode estar previsto na lei ou ela pode atribuir certo poder e de oportunidade. Mas a matéria não é pacífica na doutrina.
de escolha para a Administração Pública (ex.: para dar conta de EROS ROBERTO GRAU, por exemplo, calcado na doutrina de
uma grande necessidade de educação pública em determinado EDUARDO GARCIA DE ENTERRÍA, adota uma concepção mais
Município, a Administração Pública pode escolher em desapro- restrita de discricionariedade, limitando-a às hipóteses em que
priar um terreno para construção de uma grande escola públi- a lei efetivamente outorga à Administração a prática de atos
ca, o que otimizaria os recursos financeiros e humanos a serem possivelmente distintos, sendo-lhe indiferente qual venha a ser
empregados, ou preferir desapropriar vários terrenos pequenos adotado. Esses autores excluem, portanto, do conceito de discri-
para construção de várias escolas, mais próximas dos seus usu- cionariedade a aplicação de conceitos jurídicos indeterminados,
ários). já que eles manteriam essa indeterminação apenas em tese: no
momento da sua aplicação tais conceitos exigiriam apenas uma
MÉRITO DO ATO ADMINISTRATIVO (DISCRICIONARIEDADE X única atitude por parte da Administração Pública, que seria a
VINCULAÇÃO) medida correta para o caso concreto.
É clássica, porém em vias de superação, a diferença entre Logo, para esses autores, não haveria a comumente iden-
atos administrativos vinculados e atos administrativos discricio-
tificada proximidade entre conceitos jurídicos indeterminados
nários: naqueles a lei não deixaria qualquer margem de escolha
e discricionariedade administrativa, à conta de uma restrição
para o administrador (por exemplo, aos setenta anos deve ser
da abrangência da discricionariedade, que só existiria quando
feita a aposentadoria compulsória do servidor – art. 40, § 1º, II,
a lei expressamente faculta vários possíveis atos para a Admi-
CF); ao passo que nesses (os discricionários) a lei permitiria que
o administrador adotasse mais de uma medida, todas elas legí- nistração Pública (ex.: nomeação de desembargador entre os
timas (por exemplo, abrir ou não licitação nos casos de dispensa integrantes da lista tríplice elaborada pelo Tribunal, caso em
por baixo valor do contrato – art. 24, I e II, Lei n. 8.666/93). que o Chefe do Executivo tem três opções, todas elas lícitas),
Esse âmbito de escolha do administrador deixado pela lei, mas não nos casos em que essa possibilidade plural de atuação
âmbito naturalmente limitado, recebe tradicionalmente o nome é depreendida apenas do uso pela lei de conceitos indetermina-
de “mérito administrativo”; e o critério pelo qual o administra- dos (ex.: urgência). EROS ROBERTO GRAU chega a observar que
dor realiza a sua escolha entre o leque de opções a ele franque- todo conceito sempre é de alguma maneira indeterminado, e
ado pelo legislador é chamado “juízo de conveniência e oportu- que conceitos indeterminados são usados em todos os ramos do
nidade”. Direito (ex.: “melhor interesse da criança”), mas só revestindo
De forma sucinta, podemos afirmar que o mérito adminis- esse manto de poder livremente franqueado e não sujeito ao
trativo expressa no caso concreto o juízo de conveniência e a controle jurisdicional no Direito Administrativo.
oportunidade, concedidos à Administração Pública pelo orde- CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO discorda dessa posi-
namento jurídico consistente na possibilidade de escolha entre ção, afirmando que todo conceito indeterminado gera três zonas
várias opções, todas elas lícitas. de incidência: “zona de certeza positiva”, em que se tem certeza
Discricionariedade administrativa seria, assim, a margem de que a opção administrativa está incluída entre as opções legais;
escolha deixada pela lei ao juízo do administrador público para “zona de certeza negativa”, em que a medida pretendida pela
que, na busca da realização dos objetivos legais, opte, entre as Administração Pública está evidentemente fora das possibilida-
opções juridicamente legítimas, pela medida que, naquela reali- des abertas pela lei; e “zona cinzenta”, âmbito no qual são plau-
dade concreta, entender mais conveniente. síveis várias decisões para dar cumprimento ao conceito jurídico
Trata-se da escolha entre indiferentes jurídicos, entre várias vago ou indeterminado. Para o autor, com quem concordamos,
medidas admitidas pelo Legislador, para quem é indiferente a a discricionariedade estaria presente apenas nessa zona, apenas
opção por uma ou outra delas. na escolha entre essas opções razoáveis, todas elas podendo ser
A discricionariedade, que já foi chamada de “cavalo de Troia consideradas aplicativas do conceito legal indeterminado.
no Princípio da Legalidade”, advém da impossibilidade de o Le-
Ou seja: afastadas as opções evidentemente contrárias e as
gislador prever de antemão todas as soluções que melhor aten-
evidentemente concretizadoras da vontade legal, é, justamente
derão o interesse público, razão pela qual, nesses casos, decide
no espaço intermediário entre esses dois extremos, que a Admi-
deixar certa margem de apreciação à Administração Pública na
nistração Pública exerce sua discricionariedade, preenchendo,
lida diária com as necessidades públicas.
Diz-se que a discricionariedade só pode incidir sobre o mo- no caso concreto, o conteúdo dos conceitos indeterminados,
tivo e sobre o objeto dos atos administrativos, e que a forma, a aí incluídos, além dos conceitos jurídicos indeterminados (ex.:
competência e a finalidade seriam elementos que sempre são valor histórico), os conceitos ditos de experiência (alto, magro,
vinculados, ou seja, a respeito dos quais a lei não deixa margem barulho, pudor etc.) e os conceitos técnicos (ex.: medidas para
de apreciação à Administração Pública, assertiva doutrinária evitar o sobrecarregamento das redes de transmissão de ener-
esta que, como vimos acima ao tratar dos elementos dos atos gia elétrica).
administrativos, nem sempre é seguida pelo Legislador.

256
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Tema muito importante no estudo da discricionariedade - Imperatividade: É o atributo pelo qual a Administração Pú-
é o de seu controle judicial. De um conceito de liberdade ad- blica pode impor seus atos a terceiros sem a prévia anuência
ministrativa absolutamente insuscetível de apreciação judicial, destes. Ou seja, seus atos são coercitivos. Ao contrário das re-
a discricionariedade administrativa vem sendo objeto de uma lações privadas, em que via de regra as obrigações extraem sua
construção jurisprudencial e doutrinária fixadora de limites ao força de acordos de vontades, sendo apenas protegidas pela lei,
seu exercício. no Direito Administrativo, por decorrerem diretamente da lei,
Nesse percurso de progressivo aprimoramento dos funda- os atos administrativos criam obrigações independentemente
mentos teóricos e dos métodos de controle, utilizou-se, num da vontade de seus destinatários.
primeiro momento, a Teoria do Desvio de Poder, a ideia do ne- Este atributo também vem sofrendo algumas modificações.
cessário atendimento às finalidades da outorga da competência Em alguns casos, a Administração Pública, num esforço de legiti-
discricionária, e, ainda, a necessidade de motivação dos atos mação de seus atos, mesmo que não precise para a validade do
discricionários. Posteriormente, principalmente por meio das ato, pode ouvir os administrados e buscar a sua concordância. A
lições de MASSIMO SEVERO GIANNINI, passou-se a entender a consensualidade não exclui a imperatividade, que com ela coe-
discricionariedade como o dever da Administração Pública de xiste em estado de latência. Além disso, há atos em que o inte-
ponderar os diversos interesses privados e públicos envolvidos resse é predominantemente dos administrados (por exemplo: a
no caso concreto. autorização de uso de um bem público, ato unilateral e, em prin-
Contemporaneamente vem assumindo bastante destaque a cípio, precário, por meio do qual a Administração Pública cede
função dos princípios do Direito Público e do Direito Adminis- o uso privativo de um bem seu a um particular por solicitação
trativo (proporcionalidade, moralidade, eficiência etc.) como voluntária deste). Há ainda os permissivos legais de terminação
limitadores e condicionadores do exercício de qualquer compe- pacífica de conflitos entre o Estado e particulares (ex.: termos de
tência discricionária. ajustamento de conduta etc.).
Por fim, vale destacar uma observação que, afinal, parecerá
- Autoexecutoriedade: É a possibilidade de atos administra-
óbvia: não há, a rigor, atos inteiramente discricionários ou vin-
tivos serem passíveis de execução direta pela própria Adminis-
culados, vez que muito dificilmente todos os elementos do ato
tração Pública, independentemente de qualquer ordem judicial.
administrativo serão discricionários ou todos serão vinculados.
Exemplos clássicos do uso desse atributo são os atos administra-
E, mesmo em relação aos elementos que forem discricionários,
eles haverão de atender aos princípios do Ordenamento Jurídico tivos de apreensão de mercadorias ou de armas, de demolição
e aos ditames da juridicidade: discricionariedade não significa, de prédios, o reboque de veículos estacionados irregularmente
em hipótese alguma, arbitrariedade. Sendo assim, há certa arti- etc. Apesar de a doutrina francesa, que o concebeu, referir-se a
ficialidade em uma separação estanque entre ato administrativo ele como um “privilège du préalable”, não se trata de um privi-
vinculado e discricionário. O que existe na verdade são graus de légio ou de algo com caráter excepcional, já que seria uma ca-
vinculação. racterística ordinária do Direito Administrativo. Só não haverá
Voltaremos ao tema ao tratarmos das possibilidades e limi- a possibilidade de autoexecutoriedade quando a lei, de modo
tes do controle do Poder Judiciário sobre a Administração Públi- explícito ou implícito, vedá-la.
ca, no penúltimo capítulo, ao qual cabe a remissão. Salvo casos de eminente risco para a segurança ou para a
saúde pública, em que a oitiva da particular pode se dar poste-
ATRIBUTOS riormente, o exercício da autoexecutoriedade deverá respeitar o
Os atributos dos atos administrativos os revestem de supre- direito constitucionalmente assegurado ao prévio contraditório
macia estatal, o que os distingue dos atos privados praticados e ampla defesa (art. 5º, LIV e LV, CF).
pela Administração Pública. Relembremos, aqui, alguns concei-
tos que já estudamos, de modo mais aprofundado, no Capítulo CLASSIFICAÇÃO
relativo aos princípios de nossa disciplina. Buscaremos, aqui, longe de repassar todas as possibilidades
- Presunção de Legitimidade: Como a Administração está classificatórias dos atos administrativos, ordená-los, de forma
obrigada a fazer apenas o que está previsto ou genericamente simples, no que possuem de mais essencial. Escolhemos, para
autorizado na lei, presume-se, de modo relativo, que seus atos isso, quatro critérios classificatórios: quanto à situação jurídica
são legítimos, tanto em relação aos fatos quanto em relação às gerada, quanto à vontade formadora, quanto à exequibilidade e
razões jurídicas que os motivaram. De modo bastante exempli- quanto ao âmbito de sua repercussão.
ficativo desse atributivo, o art. 19, II, da CF estabelece que um
ente político não pode recusar fé aos documentos públicos dos Quanto à situação jurídica gerada
demais entes.
Quanto à situação jurídica por eles gerada, os atos adminis-
As consequências práticas da presunção de legitimidade
trativos podem ser normativos ou concretos. Os primeiros não
são duas. Em primeiro lugar, os atos administrativos podem ser
possuem destinatários determinados, configurando normas ge-
imediatamente executados (autoexecutoriedade). Além disso, o
rais e abstratas; por isso, não são, em si, invalidáveis judicial-
ônus da prova da ilegalidade do ato cabe a quem alega (presun-
ção relativa). Ou seja, não é a Administração que tem de provar mente, salvo em controle de constitucionalidade. O que pode
que o ato é legal ou que os fatos por ela invocados realmente ser impugnado judicialmente são os atos administrativos con-
ocorreram, sem embargo das críticas com as quais concorda- cretos deles decorrentes. Assim, uma portaria que estabeleça
mos a uma aplicação exageradamente ampla desse atributo, os critérios de promoção dos servidores disciplinará como as
que deve ser vista à luz das exigências do devido processo legal. progressões funcionais serão feitas em cada concreto. No en-

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

tanto, se a portaria contiver algum critério de promoção ilegal, o acessório e um ato principal, enquanto, neste, há vários atos
servidor prejudicado não poderá impugná-la diretamente, mas acessórios e um ato principal-final, sendo que, nas duas hipóte-
apenas o ato administrativo concreto que lhe deu cumprimento. ses, a invalidação do(s) acessório(s) invalida o principal.
Os atos administrativos normativos são revogáveis, por se-
rem expressão da discricionariedade e por serem normas em Quanto à exequibilidade
sentido próprio, ou seja, não geram direito à sua permanência Atos administrativos perfeitos são os que possuem todos
no ordenamento jurídico. Da mesma forma que ninguém possui os cinco elementos da sua formação: o ato existe. Os atos que
direito adquirido a regime jurídico ou à continuidade legislativa, não possuem todos os elementos constitutivos são inexistentes,
também não se pode pretender que os atos administrativos nor- nem chegando a se aperfeiçoar como atos administrativos. Um
mativos não possam ser revogados ou alterados. A revogação, exemplo de ato administrativo inexistente seria aquele pratica-
no entanto, deverá respeitar os direitos adquiridos e confianças do por quem nem a aparência de servidor possui.
legítimas geradas durante a vigência do ato. Já os atos válidos são aqueles que, além de todos os seus
Os atos concretos, também chamados de individuais ou de elementos estarem presentes – já eram, portanto, atos adminis-
especiais, possuem, ao revés, destinatários certos, fazendo nas- trativos perfeitos/existentes –, também se encontram em con-
cer uma situação jurídica particular, gerando encargos ou crian- formidade com a lei e com a Constituição, sendo, portanto, além
do, diretamente, direitos e deveres que ingressam na esfera ju- de perfeitos, válidos (agente competente, forma legal, objeto e
rídica de seus destinatários (exemplos: a desapropriação de um motivo legal e finalidade pública legal).
bem, a nomeação de um servidor, a concessão de licenças etc.). HELY LOPES MEIRELLES acreditava que, no Direito Admi-
Por isso, sempre podem ser atacados em Juízo e, caso produzam nistrativo, não há diferença prática entre a inexistência e a in-
direitos que hajam sido regularmente adquiridos, não podem validade do ato administrativo, já que ambos não produziriam
ser revogados. qualquer efeito. Mas, com a evolução doutrinária e legislativa
Observe-se que a simples existência de uma pluralidade de do Direito Administrativo, adotando posição menos rigorosa em
sujeitos atingidos pelo ato administrativo não o torna um ato relação aos efeitos ex tunc da nulidade dos atos administrativos,
normativo, desde que todos esses sujeitos sejam determinados. a diferença entre os atos inexistentes e os atos nulos passou a
Dessa forma, o ato de desapropriação de todos os imóveis de ser muito importante, porque esses em tese admitem a convali-
uma rua para a construção de uma escola municipal não é ato dação (também chamada de sanatória), que é o aproveitamento
normativo pelo simples fato de atingir vários proprietários, os do ato inválido, porém existente, ao passo que não se pode sa-
quais restam absolutamente determinados e identificáveis, sen- nar o que nem existe.
do um ato concreto plúrimo, que, concretamente, atinge uma Por sua vez, os atos administrativos eficazes são aqueles que
pluralidade de destinatários. estão aptos a produzir efeitos por não estarem sujeitos a prazo,
condição suspensiva, publicação ou ato controlador de outra au-
Quanto à vontade formadora
toridade.
Segundo o critério da vontade formadora, os atos adminis-
Em regra, o ato administrativo terá eficácia imediata, a par-
trativos podem ser simples, complexos ou compostos.
tir do momento em que for editado, ou posterior – por exem-
O ato administrativo simples é aquele que resulta da mani-
plo, trinta dias após a sua publicação. Mas a retroatividade dos
festação da vontade de um único órgão, seja ele unipessoal ou
atos administrativos é, em princípio, vedada, só comportando
colegiado. Assim, decisões tomadas por um Conselho, ou o de-
exceções fortemente esteadas em princípios da Administração
creto de promoção de servidor. O que importa é a vontade uni-
Pública como os da legalidade, da continuidade do serviço pú-
tária (não de agente público, mas de órgão) que lhe dá origem.
blico e da segurança jurídica. ODETE MEDUAR indicou, com base
Já o ato complexo é formado pela conjugação da vontade de
mais de um órgão para a prática de um ato administrativo formal nesses princípios, os seguintes atos administrativos retroativos:
e materialmente único. Um exemplo seria o Decreto assinado invalidação de outro ato administrativo, reintegração (retorno
pelo Chefe do Poder Executivo e pelos Ministros de Estado das do servidor ao serviço público em razão da nulidade do seu des-
áreas relacionadas ao seu conteúdo. ligamento) e a nomeação ou designação de servidor com efeitos
Por fim, o ato administrativo composto é o que resulta da retroativos à data em que efetivamente começou a trabalhar
vontade de apenas um órgão, mas que depende do controle para o Estado.
prévio (anuência prévia) ou posterior (homologação) de outra As três qualificações (ato existente/perfeito, válido e eficaz)
autoridade pública para ser exequível. O ato acessório pode ser podem ser combinadas entre si.
pressuposto do ato principal (por exemplo, a prévia aprovação, Podemos ter atos administrativos perfeitos, inválidos e efi-
pelo Senado, da nomeação do Procurador-Geral da República – cazes (uma exoneração de servidora pública ocupante de cargo
art. 84, XIV, CF) ou posterior ao ato principal (por exemplo, a em comissão, expressamente fundamentada em sua orientação
ratificação, pela autoridade superior, da dispensa de licitação). sexual, pode ser tida por inconstitucional, mas, pelo menos no
Ao contrário dos atos administrativos complexos, nos atos primeiro momento, possui todos os elementos e produz efeitos
compostos não há apenas um ato, mas dois, um principal (que imediatamente), atos administrativos perfeitos, inválidos e ine-
contém o seu conteúdo), e outro, acessório (ato anterior ou pos- ficazes (no caso anterior, se a exoneração só produzisse efeitos
terior que controla o ato principal). a partir do mês seguinte), ou atos administrativos perfeitos, vá-
A diferença entre o ato composto e o procedimento admi- lidos e ineficazes (uma cessão de servidor, dentro da lei, entre
nistrativo não é fácil; há mesmo quem (como CELSO ANTÔNIO duas entidades estaduais, que só produzirá efeitos a partir do
BANDEIRA DE MELLO) não os distinga. Naquele temos um ato início do próximo mês por ter sido sujeita a um prazo).

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LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Quanto ao âmbito de repercussão Nesse sentido, a autorização abrange todas as hipóteses em


Essa classificação focaliza o espectro de produção de efeitos que o exercício de atividade ou a prática de ato são vedados por
do ato, se internos ou externos à Administração Pública. Os atos lei ao particular, por razões de interesse público concernentes à
administrativos externos visam à produção de efeitos exóge- segurança, à saúde, à economia ou outros motivos concernen-
nos à Administração Pública, ou seja, sobre os particulares (por tes à tutela do bem comum. Contudo, fica reservada à Adminis-
exemplo, um decreto expropriatório). Já os atos administrativos tração a faculdade de, com base no poder de polícia do Estado,
internos objetivam a produção de efeitos jurídicos apenas no in- afastar a proibição em determinados casos concretos, quando
terior da máquina administrativa (assim, uma portaria de orga- entender que o desempenho da atividade ou a prática do ato
nização dos serviços de determinada repartição). não se apresenta nocivo ao interesse da coletividade.
Os atos internos teriam como escopo apenas a organização Precisamente por estar condicionada à compatibilidade com
interna da Administração e a orientação dos seus servidores, o interesse público que se tem em vista proteger, a autorização
ainda que, na prática, possam produzir importantes efeitos re- pode ser revogada a qualquer momento, desde que essa com-
flexos nos direitos e interesses dos cidadãos, razão pela qual patibilidade deixe de existir.
autores há que refutam essa classificação. Para ficarmos num 2. Na segunda acepção, autorização é o ato unilateral e dis-
exemplo simples, uma alteração de competências numa Secre- cricionário pelo qual o Poder Público faculta ao particular o uso
taria de Estado, concretizada por Decreto do Governador, pode privativo de bem público, a título precário. Trata-se da autoriza-
alterar a autoridade impetrada num mandado de segurança. ção de uso.
3. Na terceira acepção autorização é o ato administrativo
Para a conceituação das espécies de Atos Administrativos unilateral e discricionário pelo qual o Poder Público delega ao
iremos utilizar trechos da obra da mestre Maria Sylvia Zanella Di particular a exploração de serviço público, a título precário. Tra-
Pietro que os divide em duas categorias: quanto ao conteúdo e ta-se da autorização de serviço público. Esta hipótese está refe-
quanto à forma de que se revestem, conforme segue: rida, ao lado da concessão e da permissão, como modalidade de
São do primeiro tipo a autorização, a licença, a admissão, a delegação de serviço público de competência da União. Até a
permissão (como atos administrativos negociais); a aprovação e 17ª edição, vínhamos entendendo que a autorização não existe
a homologação (que são atos de controle); o parecer e o visto como forma de delegação de serviço prestado ao público, por-
(que são atos enunciativos) . Os conceitos que serão adotados que o serviço é prestado no interesse exclusivo do autorizatário.
correspondem àqueles tradicionalmente aceitos no âmbito do A partir da 18ª edição, esse entendimento foi reformulado. Os
direito brasileiro (lei, doutrina e jurisprudência); porém, é bom chamados serviços públicos autorizados, previstos no artigo 21,
que se tenha presente que muitas vezes os vocábulos são uti- XI e XII, da Constituição Federal, são de titularidade da União,
lizados sem muita precisão conceitual, como ocorre, especial- podendo ou não ser delegados ao particular, por decisão discri-
mente, com a autorização, a permissão e a licença, nem sempre cionária do poder público; e essa delegação pode ser para aten-
empregadas com as características que serão apontadas. Por dimento de necessidades coletivas, com prestação a terceiros
exemplo, a autorização nem sempre é precária; às vezes, é ou- (casos da concessão e da permissão), ou para execução no pró-
torgada com características que a aproximam das relações con- prio benefício do autorizatário, o que não deixa de ser também
tratuais; a licença nem sempre é referida como ato vinculado; a de interesse público. A essa conclusão chega-se facilmente pela
permissão ora é tratada como contrato, ora como ato unilateral, comparação entre os serviços de telecomunicações, energia elé-
com ou sem precariedade. É do direito positivo que se tem que trica, navegação aérea e outros referidos no artigo 21, XI e XII,
tirar as respectivas características em cada caso. No entanto, o
com os serviços não exclusivos do Estado, como educação e saú-
uso indevido dos vocábulos no direito positivo não impede que
de. Estes últimos, quando prestados pelo Estado, são serviços
se apontem as características dos institutos no âmbito doutriná-
públicos próprios; quando prestados por particular, são serviços
rio, como se fará a seguir.
públicos impróprios, porque abertos à iniciativa privada por for-
No segundo grupo serão analisados o decreto, a portaria, a
ça da própria Constituição; no primeiro caso, existe autorização
resolução, a circular, o despacho e o alvará.
de serviço público; no segundo, existe autorização como ato de
polícia.
Quanto ao Conteúdo:
Pode-se, portanto, definir a autorização administrativa, em
- AUTORIZAÇÃO
No direito brasileiro, a autorização administrativa tem várias sentido amplo, como o ato administrativo unilateral, discricio-
acepções: nário e precário pelo qual a Administração faculta ao particular
1. Num primeiro sentido, designa o ato unilateral e discricio- o uso de bem público (autorização de uso), ou a prestação de
nário pelo qual a Administração faculta ao particular o desem- serviço público (autorização de serviço público), ou o desempe-
penho de atividade material ou a prática de ato que, sem esse nho de atividade material, ou a prática de ato que, sem esse
consentimento, seriam legalmente proibidos. consentimento, seriam legalmente proibidos (autorização como
Exemplo dessa hipótese encontra-se na Constituição Fede- ato de polícia).
ral, quando atribui à União competência para autorizar e fisca- A Lei Geral de Telecomunicações (Lei nº 9.472, de 16-7-97),
lizar a produção e o comércio de material bélico (art. 21, VI) e no artigo 131, §1º, define a “autorização de serviço de teleco-
para autorizar a pesquisa e lavra de recursos naturais (art. 176, municações” como “ato administrativo vinculado que faculta
§§1º, 3º e 4º); outro exemplo é o da autorização para porte de a exploração, no regime privado, de modalidade de serviço de
arma, que a Lei das Contravenções Penais (Decreto-lei nº 3. 688, telecomunicações, quando preenchidas as condições objetivas
de 3-10-41) denomina impropriamente de licença (art. 19). e subjetivas necessárias”.

259
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

No entanto, esse emprego do vocábulo, utilizado para dar a São exemplos a admissão nas escolas públicas, nos hospitais,
impressão de que a lei se afeiçoa aos termos do artigo 21, XI, da nos estabelecimentos de assistência social.
Constituição (que fala em concessão, permissão e autorização)
não está corretamente utilizado, não se amoldando ao conceito - PERMISSÃO
doutrinário. O uso indevido do vocábulo não justifica a alteração Permissão, em sentido amplo, designa o ato administrativo
do conceito. unilateral, discricionário e precário, gratuito ou oneroso, pelo
Na Constituição Federal ainda se emprega o vocábulo no qual a Administração Pública faculta a particular à execução de
sentido de consentimento de um poder a outro para a prática serviço público ou a utilização privativa de bem público.
de determinado ato; é o caso previsto no artigo 49, II e III, que dá O seu objeto é a utilização privativa de bem público por par-
competência ao Congresso Nacional para autorizar o Presidente ticular ou a execução de serviço público.
da República a declarar a guerra e a fazer a paz; permitir que Contudo, há que se ter presente que o artigo 175, parágrafo
forças estrangeiras transitem pelo Território Nacional ou nele único, inciso I, da Constituição Federal permite a interpretação
permaneçam temporariamente e para autorizar o Presidente de que tanto a concessão como a permissão de serviços públi-
e o Vice-presidente da República a se ausentarem do País. No cos são contratos; e a Lei nº 8.987, de 13-2-95 (que regula as
artigo 52, V, é estabelecida a competência do Senado para au- concessões e permissões de serviços públicos) faz referência à
torizar operações externas de natureza financeira, de interesse permissão como contrato de adesão, com o traço da precarie-
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos dade. Paralelamente, algumas leis ainda falam em permissão de
Municípios. Tais autorizações podem ser consideradas atos ad- serviço público como ato administrativo e não como contrato; é
ministrativos em sentido material (quanto ao conteúdo), pois o caso, por exemplo, do artigo 118, parágrafo único, da Lei Geral
equivalem, também, a um consentimento manifestado por um de Telecomunicações (Lei nº 9.472, de 26-12-96). Vale dizer que,
Poder a outro para a prática de ato que não seria válido sem pela legislação atualmente em vigor, a permissão de serviço pú-
essa formalidade. Sob o aspecto formal, não se trata de ato ad- blico aparece ora como ato unilateral, ora como contrato. Assim
ministrativo, mas de ato legislativo, que se edita sob a forma de sendo, o conceito de permissão adotado neste item limita-se às
decretos legislativos ou de resoluções. O próprio fundamento é hipóteses em que a permissão de serviço público constitui ato
diverso. unilateral.
A autorização administrativa baseia-se no poder de polícia
do Estado sobre a atividade privada; a autorização legislativa, - APROVAÇÃO
nos casos mencionados, é modalidade de controle do Legislativo A aprovação é ato unilateral e discricionário pelo qual se
sobre os atos do Executivo. exerce o controle a priori ou a posteriori do ato administrativo.
No controle a priori, equivale à autorização para a prática
do ato; no controle a posteriori equivale ao seu referendo (cf.
- LICENÇA
Oswaldo Aranha Bandeira de Mello, 2007:562).
Licença é o ato administrativo unilateral e vinculado pelo
É ato discricionário, porque o examina sob os aspectos de
qual a Administração faculta àquele que preencha os requisitos
conveniência e oportunidade para o interesse público; por isso
legais o exercício de uma atividade.
mesmo, constitui condição de eficácia do ato.
A diferença entre licença e autorização, acentua Cretella Jú-
A Constituição Federal contém inúmeros exemplos de atos
nior, é nítida, porque o segundo desses institutos envolve inte-
dependentes de aprovação, a maior parte deles constituindo
resse, “caracterizando-se como ato discricionário, ao passo que
modalidades de controle político do Poder Legislativo sobre o
a licença envolve direitos, caracterizando-se como ato vincula-
Executivo e sobre entidades da administração indireta.
do” (in RT 486/ 18). Na autorização, o Poder Público aprecia, O artigo 52 exige aprovação prévia do Senado para a escolha
discricionariamente, a pretensão do particular em face do inte- de Magistrados, Ministros do Tribunal de Contas, Governador
resse público, para outorgar ou não a autorização, como ocorre do Território etc. (inciso III), para a escolha dos chefes de missão
no caso de consentimento para porte de arma; na licença, cabe diplomática de caráter permanente (inciso IV), para a exonera-
à autoridade tão somente verificar, em cada caso concreto, se ção, de ofício, do Procurador-geral da República (inciso XI); o ar-
foram preenchidos os requisitos legais exigidos para determina- tigo 49 atribui ao Congresso Nacional competência para aprovar
da outorga administrativa e, em caso afirmativo, expedir o ato, o estado de defesa e a intervenção federal (inciso IV), aprovar
sem possibilidade de recusa; é o que se verifica na licença para iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares
construir e para dirigir veículos automotores. (inciso XIV), aprovar, previamente, a alienação ou concessão de
A autorização é ato constitutivo e a licença é ato declaratório terras públicas com área superior a 2.500 ha (inciso XVII).
de direito preexistente. Em todos esses casos, a aprovação constitui, quanto ao con-
teúdo, típico ato administrativo (de controle), embora formal-
- ADMISSÃO mente integre os atos legislativos (resoluções ou decretos legis-
Admissão é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Admi- lativos) previstos no artigo 59, VI e VII, da Constituição.
nistração reconhece ao particular, que preencha os requisitos
legais, o direito à prestação de um serviço público. - HOMOLOGAÇÃO
É ato vinculado, tendo em vista que os requisitos para ou- Homologação é o ato unilateral e vinculado pelo qual a Ad-
torga da prestação administrativa são previamente definidos, de ministração Pública reconhece a legalidade de um ato jurídico.
modo que todos os que os satisfaçam tenham direito de obter Ela se realiza sempre a posteriori e examina apenas o aspecto de
o benefício. legalidade, no que se distingue da aprovação.

260
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

É o caso do ato da autoridade que homologa o procedimen- ou erro grosseiro, submetida às instâncias administrativas disci-
to da licitação (art.43, VI, da Lei nº 8.666 de 2 1-6-93). plinares ou jurisdicionais próprias, não cabe a responsabilidade
do advogado público pelo conteúdo de seu parecer de natureza
- PARECER meramente opinativa” (MS-24.63 1/DF, julgamento em 9-8-07,
Parecer é o ato pelo qual os órgãos consultivos da Adminis- Tribunal Pleno) .
tração emitem opinião sobre assuntos técnicos ou jurídicos de Na realidade, o parecer contém a motivação do ato a ser
sua competência. praticado pela autoridade que o solicitou. Por isso mesmo, se
Segundo Oswaldo Aranha Bandeira de Mello (2007: 583), o acolhido, passa a fazer parte integrante da decisão. Essa a razão
parecer pode ser facultativo, obrigatório e vinculante. pela qual o Tribunal de Contas tem procurado responsabilizar
O parecer é facultativo quando fica a critério da Administra- os advogados públicos que, com seu parecer, deram margem a
ção solicitá-lo ou não, além de não ser vinculante para quem o decisão considerada ilegal. No entanto, essa responsabilização
solicitou. Se foi indicado como fundamento da decisão, passará não pode ocorrer a não ser nos casos em que haja erro grossei-
a integrá-la, por corresponder à própria motivação do ato. ro, culpa grave, má-fé por parte do consultor; ela não se justifica
O parecer é obrigatório quando a lei o exige como pressu- se o parecer estiver adequadamente fundamentado; a simples
posto para a prática do ato final. A obrigatoriedade diz respeito à diferença de opinião - muito comum na área jurídica - não pode
solicitação do parecer (o que não lhe imprime caráter vinculan- justificar a responsabilização do consultor. Não é por outra razão
te). Por exemplo, uma lei que exija parecer jurídico sobre todos que o parecer isoladamente não produz qualquer efeito jurídico;
os recursos encaminhados ao Chefe do Executivo; embora haja em regra, ele é meramente opinativo.
obrigatoriedade de ser emitido o parecer sob pena de ilegali- No caso do artigo 38, parágrafo único, da Lei nº 8.666, de
dade do ato final, ele não perde o seu caráter opinativo. Mas a 21-6-93, a participação do órgão jurídico não é apenas na função
autoridade que não o acolher deverá motivar a sua decisão ou de consultoria, já que tem que examinar e aprovar as minutas
solicitar novo parecer, devendo lembrar que a atividade de con- de edital e de contrato. A aprovação, no caso, integra o próprio
sultoria jurídica é privativa de advogado, conforme artigo 1º, II, procedimento e equivale a um ato de controle de legalidade e
do Estatuto da OAB (Lei nº 8.906, de 4-7-94). No âmbito da Ad- não de mérito; trata-se de hipótese em que o parecer é obriga-
ministração Pública, a atividade consultiva é privativa da Advo- tório e vinculante.
cacia-Geral da União e das Procuradorias dos Estados, conforme É comum, no âmbito da Administração Pública, fazer-se refe-
arts. 131 e 132 da Constituição Federal. rência a parecer normativo. Na realidade, o parecer não possui
O parecer é vinculante quando a Administração é obrigada a efeito normativo, por si mesmo; porém, muitas vezes, quando
solicitá-lo e a acatar a sua conclusão. Por exemplo, para conce- aprovado pela autoridade competente prevista em lei, as con-
der aposentadoria por invalidez, a Administração tem que ouvir clusões do parecer tornam-se obrigatórias para outros órgãos
o órgão médico oficial e não pode decidir em desconformidade ou entidades da Administração Pública. É o despacho dessa au-
com a sua decisão; é o caso também da manifestação prevista toridade que dá efeito normativo ao parecer. O objetivo é garan-
no artigo 38, parágrafo único, da Lei nº 8.666, de 21-6-93, que tir uniformidade de orientação na esfera administrativa e até o
torna obrigatório o exame e a aprovação das minutas de edital de evitar consultas repetitivas que exijam novas manifestações
de licitação e dos contratos por assessoria jurídica da Adminis- do órgão consultivo. O parecer, aprovado por despacho com
tração. Também neste caso, se a autoridade tiver dúvida ou não efeito normativo, favorece, por isso mesmo, a própria economi-
concordar com o parecer, deverá pedir novo parecer. cidade processual.
Apesar do parecer ser, em regra, ato meramente opinativo,
que não produz efeitos jurídicos, o Supremo Tribunal Federal - VISTO
tem admitido a responsabilização de consultores jurídicos quan- Visto é o ato administrativo unilateral pelo qual a autoridade
do o parecer for vinculante para a autoridade administrativa, competente atesta a legitimidade formal de outro ato jurídico.
desde que proferido com má-fé ou culpa. No mandado de se- Não significa concordância com o seu conteúdo, razão pela qual
gurança 24.631-DF, foi feita distinção entre três hipóteses de é incluído entre os atos de conhecimento, que são meros atos
parecer: “ (i) quando a consulta é facultativa, a autoridade não administrativos e não atos administrativos propriamente ditos,
se vincula ao parecer proferido, sendo que seu poder de decisão porque não encerram manifestações de vontade.
não se altera pela manifestação do órgão consultivo; (ii) quando Exemplo de visto é o exigido para encaminhamento de re-
a consulta é obrigatória, a autoridade administrativa se vincula querimentos de servidores subordinados a autoridade de supe-
a emitir o ato tal como submetido à consultoria, com parecer rior instância; a lei normalmente impõe o visto do chefe imedia-
favorável ou contrário, e se pretender praticar o ato de forma to, para fins de conhecimento e controle formal, não equivalen-
diversa da apresentada à consultoria, deverá submetê-lo a novo do à concordância ou deferimento de seu conteúdo.
parecer; (iii) quando a lei estabelece a obrigação de decidir à luz
de parecer vinculante, essa manifestação de teor jurídico deixa Quanto a Forma:
de ser meramente opinativa e o administrador não poderá de- - DECRETO
cidir senão nos termos da conclusão do parecer ou, então, não Decreto é a forma de que se revestem os atos individuais ou
decidir”. A conclusão do Relator foi no sentido de que “é abusiva gerais, emanados do Chefe do Poder Executivo (Presidente da
a responsabilização do parecerista à luz de uma alargada relação República, Governador e Prefeito). Ele pode conter, da mesma
de causalidade entre seu parecer e o ato administrativo do qual forma que a lei, regras gerais e abstratas que se dirigem a todas
tenha resultado dano ao erário. Salvo demonstração de culpa as pessoas que se encontram na mesma situação (decreto geral)

261
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

ou pode dirigir-se a pessoa ou grupo de pessoas determinadas. nos artigo 49 da Constituição, e para os d e competência priva-
Nesse caso, ele constitui decreto de efeito concreto (decreto in- tiva da Câmara d o s Deputados (art. 51), e do Senado (art. 52),
dividual); é o caso de um decreto de desapropriação, de nome- uns e outros equivalendo a atos de controle político do Legisla-
ação, de demissão. tivo sobre o Executivo.
Quando produz efeitos gerais, ele pode ser:
1. regulamentar ou de execução, quando expedido com base - CIRCULAR
no artigo 84, IV, da Constituição, para fiel execução da lei; Circular é o instrumento de que se valem as autoridades
2. independente ou autônomo, quando disciplina matéria para transmitir ordens internas uniformes a seus subordinados.
não regulada em lei. A partir da Constituição de 1988, não há
fundamento para esse tipo de decreto no direito brasileiro, salvo - DESPACHO
nas hipóteses previstas no artigo 84, VI, da Constituição, com a Despacho é o ato administrativo que contém decisão das au-
redação dada pela Emenda Constitucional nº 32/01; assim mes- toridades administrativas sobre assunto de interesse individual
mo, é uma independência bastante restrita porque as normas ou coletivo submetido à sua apreciação.
do decreto não poderão implicar aumento de despesa nem cria- Quando, por meio do despacho, é aprovado parecer profe-
ção ou extinção de órgãos públicos. rido por órgão técnico sobre assunto de interesse geral, ele é
O decreto só pode ser considerado ato administrativo pro- chamado despacho normativo, porque se tornará obrigatório
priamente dito quando tem efeito concreto. O decreto geral é para toda a Administração. Na realidade, esse despacho não cria
ato normativo, semelhante, quanto ao conteúdo e quanto aos direito novo, mas apenas estende a todos os que estão na mes-
efeitos, à lei. ma situação a solução adotada para determinado caso concreto,
Quando comparado à lei, que é ato normativo originário diante do Direito Positivo.
(porque cria direito novo originário de órgão estatal dotado de
competência própria derivada da Constituição), o decreto re- - ALVARÁ
gulamentar é ato normativo derivado (porque não cria direito Alvará é o instrumento pelo qual a Administração Pública
novo, mas apenas estabelece normas que permitam explicitar a confere licença ou autorização para a prática de ato ou exercício
forma de execução da lei). de atividade sujeitos ao poder de polícia do Estado. Mais resu-
midamente, o alvará é o instrumento da licença ou da autoriza-
- RESOLUÇÃO E PORTARIA ção. Ele é a forma, o revestimento exterior do ato; a licença e a
Resolução e portaria são formas de que se revestem os atos, autorização são o conteúdo do ato.
gerais ou individuais, emanados de autoridades outras que não
o Chefe do Executivo. Extinção do Ato Administrativo
No Estado de São Paulo, a Lei nº 10.177, de 30-12-98, que Embora haja divergência doutrinária, podemos apontar sete
regula o processo administrativo no âmbito da Administração formas de extinção do ato administrativo.
Pública Estadual, estabelece uma distinção, quanto ao aspecto - Exaurimento dos Efeitos
formal, entre os atos normativos do Poder Executivo. É a via normal de extinção dos atos administrativos. Ocorre
No artigo 12, diz que “são atos administrativos: I - de compe- pelo cumprimento dos efeitos almejados pelo agente público.
tência privativa: a) do Governador do Estado, o Decreto; b) dos ExNecessidade de realizar concurso público - Realização de
Secretários de Estado, do Procurador Geral do Estado e dos Rei- concurso público- Fim do certame
tores das Universidades, a Resolução; c) dos órgãos colegiados, - Revogação
a Deliberação; II - de competência comum: a) a todas as autori- É a extinção do ato administrativo motivada pela apuração
dades, até o nível de Diretor de Serviço; às autoridades policiais; da conveniência e oportunidade do gestor estatal, não sendo
aos dirigentes das entidades descentralizadas, bem como, quan- mais aquele assunto de interesse para a Administração Pública.
do estabelecido em norma legal específica, a outras autoridades Súmula 473, STF: A Administração pode anular seus próprios
administrativas, a Portaria; b) a todas as autoridades ou agentes atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque de-
da Administração, os demais atos administrativos, tais corno Ofí- les não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de con-
cios, Ordens de Serviço, Instruções e outros”. veniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e
De acordo com essa norma, a diferença entre os vários tipos ressalvados, em todos os casos, a apreciação judicial.
de atos está apenas na autoridade de que emanam, podendo Lei n° 9.784/99: Art. 53. A Administração deve anular seus pró-
uns e outros ter conteúdo individual (punição, concessão de fé- prios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revo-
rias, dispensas), ou geral, neste último caso contendo normas gá-los por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados
emanadas em matérias de competência de cada urna das refe- os direitos adquiridos.
ridas autoridades. - Anulação
Não se confunde a resolução editada em sede administrativa A anulação do ato administrativo deriva da constatação de
com a referida no artigo 59, VII, da Constituição Federal. Nesse ilegalidade praticada.
caso, ela equivale, sob o aspecto formal, à lei, já que emana do Súmula 346, STF: A Administração Pública pode declarar a nuli-
Poder Legislativo e se compreende no processo de elaboração dade dos seus próprios atos.
das leis, previsto no artigo 59. Normalmente é utilizada para os Súmula 473, STF: A Administração pode anular seus próprios
atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, previstos atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque

262
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

deles não se originam direitos; ou revogá-los,por motivo de con- Inserção de dados falsos em sistema de informações (In-
veniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e cluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
ressalvados, em todos os casos, a apreciação judicial. Art. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a
Lei n° 9.784/99: Art. 53. A Administração deve anular seus pró- inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente da-
prios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revo- dos corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados
gá-los por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida
os direitos adquiridos. para si ou para outrem ou para causar dano: (Incluído pela Lei
Efeitos: Revogação: ex nunc (não retroage) –Anulação: ex nº 9.983, de 2000))
tunc (retroage) Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Inclu-
- Cassação ído pela Lei nº 9.983, de 2000)
A cassação pressupõe o descumprimento de obrigações fixa-
das no ato por seu destinatário ou beneficiário direto. Modificação ou alteração não autorizada de sistema de in-
Ex. - Obtém licença de funcionamento - Descumprem obri- formações (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
gação legal - Licença cassada Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de
- Caducidade informações ou programa de informática sem autorização ou so-
É consequência da nova legislação cujos efeitos sejam con- licitação de autoridade competente: (Incluído pela Lei nº 9.983,
trários aos decorrentes do ato administrativo já exarado. de 2000)
- Contraposição Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
É quando a extinção do ato administrativo é ordenada por (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
novo ato cujos efeitos são contrapostos ao primeiro. Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até
- Renúncia a metade se da modificação ou alteração resulta dano para a
É quando a extinção do ato administrativo decorre da mani- Administração Pública ou para o administrado.(Incluído pela Lei
festação de vontade do próprio beneficiário do ato. nº 9.983, de 2000)

DIREITO PENAL (CRIMES CONTRA A ADMINISTRA- Extravio, sonegação ou inutilização de livro ou documento
ÇÃO PÚBLICA). Art. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de
que tem a guarda em razão do cargo; sonegá-lo ou inutilizá-lo,
total ou parcialmente:
TÍTULO XI
Pena - reclusão, de um a quatro anos, se o fato não constitui
DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
crime mais grave.
CAPÍTULO I
DOS CRIMES PRATICADOS
Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL
da estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Peculato
Concussão
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro,
valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indireta-
que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito mente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em
próprio ou alheio: razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa. Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, em-
bora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou Excesso de exação
concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social
valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, empre-
funcionário. ga na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autori-
za: (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
Peculato culposo Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda-
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime ção dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
de outrem: § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de
Pena - detenção, de três meses a um ano. outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, públicos:
se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Corrupção passiva
Peculato mediante erro de outrem Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-
que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem: -la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. de tal vantagem:

263
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Re- Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
dação dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequ- Exercício funcional ilegalmente antecipado ou prolongado
ência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa Art. 324 - Entrar no exercício de função pública antes de
de praticar qualquer ato de ofício ou o pratica infringindo dever satisfeitas as exigências legais, ou continuar a exercê-la, sem
funcional. autorização, depois de saber oficialmente que foi exonerado,
§ 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda removido, substituído ou suspenso:
ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedi- Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
do ou influência de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. Violação de sigilo funcional
Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo
Facilitação de contrabando ou descaminho e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a práti- Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o
ca de contrabando ou descaminho (art. 334): fato não constitui crime mais grave.
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Reda- § 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem: (Incluído
ção dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990) pela Lei nº 9.983, de 2000)
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento
Prevaricação e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato
pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco
de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para
de dados da Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983,
satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
de 2000)
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. (Incluído
Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente
pela Lei nº 9.983, de 2000)
público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a apa-
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração
relho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação
Pública ou a outrem: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
com outros presos ou com o ambiente externo: (Incluído pela
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluí-
Lei nº 11.466, de 2007).
do pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.

Condescendência criminosa Violação do sigilo de proposta de concorrência


Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de respon- Art. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrência pú-
sabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do car- blica, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
go ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhe- Pena - Detenção, de três meses a um ano, e multa.
cimento da autoridade competente:
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. Funcionário público
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos
Advocacia administrativa penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração,
Art. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse pri- exerce cargo, emprego ou função pública.
vado perante a administração pública, valendo-se da qualidade § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
de funcionário: emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa. para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada
Parágrafo único - Se o interesse é ilegítimo: para a execução de atividade típica da Administração Pública.
Pena - detenção, de três meses a um ano, além da multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os au-
Violência arbitrária tores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de
Art. 322 - Praticar violência, no exercício de função ou a pre- cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento
texto de exercê-la: de órgão da administração direta, sociedade de economia mista,
Pena - detenção, de seis meses a três anos, além da pena empresa pública ou fundação instituída pelo poder público. (In-
correspondente à violência. cluído pela Lei nº 6.799, de 1980)

Abandono de função CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.


Art. 323 - Abandonar cargo público, fora dos casos permi-
tidos em lei: O Capítulo I do Título XI do Código Penal trata dos crimes
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa. funcionais, praticados por determinado grupo de pessoas no
§ 1º - Se do fato resulta prejuízo público: exercício de sua função, associado ou não com pessoa alheia aos
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. quadros administrativos, prejudicando o correto funcionamento
§ 2º - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de dos órgãos do Estado.
fronteira:

264
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

A Administração Pública deste modo, em geral direta, in- Tipos penais Contra Administração Pública
direta e empresas privadas prestadoras de serviços públicos,
contratadas ou conveniadas será vítima primária e constante, O crime de Peculato, Peculato apropriação, Peculato desvio,
podendo, secundariamente, figurar no polo passivo eventual Peculato furto, Peculato culposo, Peculato mediante erro de ou-
administrado prejudicado. trem, Concussão, Excesso de exação, Corrupção passiva e Pre-
O agente, representante de um poder estatal, tem por varicação, são os crimes tipificado com praticados por agentes
função principal cumprir regularmente seus deveres, confiados públicos.
pelo povo. A traição funcional faz com que todos tenhamos inte-
resse na sua punição, até porque, de certa forma, somos afeta- Peculato
dos por elas. Dentro desse espírito, mesmo quando praticado no
estrangeiro, logo, fora do alcance da soberania nacional, o delito Previsto no artigo 312 do C.P., a objetividade jurídica do
funcional será alcançado, obrigatoriamente, pela lei penal. peculato é a probidade da administração pública. É um crime
Não bastasse, a Lei 10.763, de 12 de novembro de 2003, próprio onde o sujeito ativo será sempre o funcionário público e
condicionou a progressão de regime prisional nos crimes contra o sujeito passivo o Estado e em alguns casos o particular. Admi-
a Administração Pública à prévia reparação do dano causado, ou te-se a participação.
à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos
legais. Peculato Apropriação
A lei em comento não impede a progressão aos crimes fun-
cionais, mas apenas acrescenta uma nova condição objetiva, de É uma apropriação indébita e o objeto pode ser dinheiro,
cumprimento obrigatório para que o reeducando conquiste o valor ou bem móvel. É de extrema importância que o funcio-
referido benefício. nário tenha a posse da coisa em razão do seu cargo. Consuma-
ção: Se dá no momento da apropriação, em que ele passa a agir
Crimes Funcionais como o titular da coisa apropriada. Admite-se a tentativa.
Espécies
Os delitos funcionais são divididos em duas espécies: pró- Peculato Desvio
prios e impróprios.
Nos crimes funcionais próprios, na qualidade de funcioná- O servidor desvia a coisa em vez de apropriar-se. Aqui o
rio público ao autor, o fato passa a ser tratado como um tipo sujeito ativo além do servidor pode tem participação de uma
penal descrito. 3a pessoa. Consumação: No momento do desvio e admite-se a
Já nos impróprios desaparecendo a qualidade de servidor tentativa.
publico, desaparece também o crime funcional, desclassificando
a conduta para outro delito, de natureza diversa. Peculato Furto

Conceito de Funcionário Público para Efeitos Penais Previsto no Art. 312 CP., aqui o funcionário público não de-
Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos têm a posse, mas consegue deter a coisa em razão da facilidade
penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, de ser servidor público. Ex: Diretor de escola pública que tem a
exerce cargo, emprego ou função pública. chave de todas as salas da escola, aproveita-se da sua função e
§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, facilidade e subtrai algo que não estava sob sua posse, tem-se o
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha peculato furto.
para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada Peculato Culposo
para a execução de atividade típica da Administração Pública.
§ 2º A pena será aumentada da terça parte quando os au- Aproveitando o exemplo da escola, neste caso o diretor es-
tores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de quece a porta aberta e alguém entra no colégio e subtrai um
cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento bem. A consumação se dá no momento em que o 3o subtrai a
de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, coisa. Não admite-se a tentativa.
empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.
Contudo, ao considerar o que seja funcionário público para Peculato mediante Erro de Outrem
fins penais, nosso Código Penal nos dá um conceito unitário,
sem atender aos ensinamentos do Direito Administrativo, to- Art. 313 C.P., o seu objeto jurídico é a probidade adminis-
mando a expressão no sentido amplo. trativa. Sujeito ativo: funcionário público; sujeito passivo: Estado
Dessa forma, para os efeitos penais, considera-se funcio- e o particular lesado. A modalidade de peculato mediante erro
nário público não apenas o servidor legalmente investido em de outrem, é um peculato estelionato, onde a pessoa é induzida
cargo público, mas também o que servidor publico efetivo ou a erro. Ex: Um fiscal vai aplicar uma multa a um determinado
temporário. contribuinte e esse contribuinte paga o valor direto a esse fis-
cal, que embolsa o dinheiro. Só que na verdade nunca existiu
multa alguma e esse dinheiro não tinha como destino os cofres
públicos e sim o favorecimento pessoal do agente. É um crime
doloso e sua consumação se dá quando ele passa a ser o titular
da coisa. Admite-se a tentativa.

265
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Concussão
ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS. REGIME
Art. 316 C.P., é uma espécie de extorsão praticada pelo ser- JURÍDICO ÚNICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO MU-
vidor público com abuso de autoridade. O objeto jurídico é a NICÍPIO DE NITERÓI (REGIME ESTATUTÁRIO, REGIME
probidade da administração pública. Sujeito ativo: Crime pró- DISCIPLINAR E ESTÁGIO PROBATÓRIO) DEVERES E
prio praticado pelo servidor e o seu jeito passivo é o Estado e PROIBIÇÕES DOS SERVIDORES PÚBLICOS DA ADMINIS-
a pessoa lesada. A conduta é exigir. Trata-se de crime formal TRAÇÃO MUNICIPAL..
pois consuma-se com a exigência, se houver entrega de valor há
exaurimento do crime e a vítima não responde por corrupção
ativa porque foi obrigada a agir dessa maneira. LEI Nº 531, DE 1985 (ATO CONSOLIDADO)

Excesso de Exação Aprova o Estatuto dos Funcionários Públicos Municipais de


Niterói.
A exigência vai para os cofres públicos, isto é, recolhe aos TÍTULO I
cofres valor não devido, ou era para recolher aos cofres públi- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
cos, porém o funcionário se apropria do valor.
CAPÍTULO ÚNICO
Corrupção Passiva
Art. 1º Esta Lei estabelece o Regime Jurídico dos Funcioná-
Art. 317 C.P., o Objeto jurídico é a probidade administrativa. rios Públicos do Poder Executivo do Município de Niterói.
Sujeito ativo: funcionário público. A vítima é o Estado e apenas Art. 2º Funcionário Público, para efeito deste Estatuto, é a
na conduta solicitar é que a vítima será, além do Estado a pessoa pessoa legalmente investida em cargo público, criado em Lei,
ao qual foi solicitada. que perceba dos cofres municipais vencimentos pelos serviços
efetivamente prestados.
Condutas: Solicitar, receber e aceitar promessa, aumenta-se Parágrafo único. As suas disposições aplicam-se aos mem-
a pena se o funcionário retarda ou deixa de praticar atos de ofí- bros do Magistério, no que não colidirem com os preceitos cons-
cio. Não admite-se a tentativa, é no caso de privilegiado, onde titucionais e o Estatuto próprio.
cede ao pedido ou influência de 3a pessoa. Só se consuma pela
prática do ato do servidor público. TÍTULO II
DO QUADRO DE PESSOAL, DOS CARGOS E DA FUNÇÃO
Prevaricação GRATIFICADA

Art. 319 C.P., aqui também tutela-se a probidade adminis- CAPÍTULO I


trativa. É um crime próprio, cometido por funcionário público e DO QUADRO DE PESSOAL
a vítima é o Estado. A conduta é: retardar ou deixar de praticar
ato de ofício. O Crime consuma-se com o retardamento ou a Art. 3º Quadro é o conjunto de séries de classes, de classes
omissão, é doloso e o objetivo do agente é buscar satisfação ou singulares, de Cargos de Comissão e Funções Gratificadas, com-
vantagem pessoal. preendendo:
Os crimes contra a Administração Pública é demasiadamen- I - Quadro Permanente - Q.P - Integrado por Cargos de Pro-
te prejudicial, pois refletem e afetam a todos os cidadãos de- vimento Efetivo, em Comissão e Funções Gratificadas;
pendentes do serviço publico, colocando em crédito e a prova a II - Quadro Suplementar - Q.S - Integrado pelos cargos, que
credibilidade das instituições públicas, para apenas satisfazer o se tornarem desnecessários à Administração Municipal e que,
egoismo e egocentrismo desses agentes corruptos. devem ser extintos à medida que se vagarem.
Tais mecanismos de combate devem ser aplicas com rigor
e aperfeiçoados para que estes desviantes do serviço publico, CAPÍTULO II
tenham suas praticas de errôneas coibidas e extintas, podem DOS CARGOS
assim fortalecer as instituições publica e valorizar os servidores
Art. 4º Cargo é o conjunto de atribuições e responsabilida-
des cometidas a um funcionário, identificando-se pelas caracte-
rísticas de criação por Lei, denominação própria, número certo
e pagamento pelos cofres do Município.
Parágrafo único. Os cargos públicos do Poder Executivo do
Município de Niterói são acessíveis a todos os brasileiros, natos
ou naturalizados, e, aos portugueses, nas condições previstas
em Lei.
Art. 5º É vedada a atribuição ao funcionário de encargos ou
serviços diferentes das tarefas próprias de seu cargo, ressalva-
dos os casos de funções de chefia, de direção, assessoramento
e comissões.

266
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 6º É vedada a vinculação de cargos públicos municipais, § 3º A opção pelo vencimento do cargo de comissão não
de qualquer natureza, para efeitos de vencimento ou remune- prejudicará o adicional por tempo de serviço devido ao funcio-
ração. nário, que será calculado sobre o valor do cargo que ocupa em
Art. 7º Os vencimentos dos cargos públicos municipais obe- caráter efetivo.
decerá a padrões, símbolos ou classes, fixados em Lei. § 4º O servidor contratado que aceitar nomeação para car-
Art. 8º Os cargos públicos do município podem ser de provi- go em comissão da estrutura da Administração Direta e das suas
mento efetivo ou provimento em comissão. autarquias, terá suspenso seu contrato de trabalho, enquanto
I - cargo efetivo é todo aquele para cujo provimento é exigi- durar o exercício do cargo de comissão.
do concurso público de prova ou de provas e títulos; § 5º Exonerado do cargo em comissão, o servidor reverterá
II - cargo em comissão é o declarado em Lei, de livre nome- imediatamente ao exercício do contrato.
ação e exoneração pelo Chefe do poder Executivo do Município. § 6º O afastamento e o retorno de que tratam os parágrafos
4º e 5º deste artigo, serão, obrigatoriamente anotados na Car-
SEÇÃO I teira de Trabalho da Previdência Social, bem como nos demais
DOS CARGOS DE PROVIMENTO EFETIVO registros do servidor.
§ 7º A retribuição pelo exercício de cargo em comissão será
Art. 9º Os cargos de provimento efetivo se dispõem em clas- do valor do respectivo símbolo, podendo o servidor optar por
ses singulares e séries de classes. retribuição correspondente a 2/3 (dois terços) do valor do sím-
§ 1º Classe singular é o conjunto de cargos de denominação, bolo do cargo em comissão à qual se acrescentará, como gratifi-
atribuições e responsabilidades diversas e cujo número não jus- cação suplementar temporária, o valor correspondente ao que
tifica a instituição de série de classe. o servidor vinha percebendo no exercício do contrato suspenso.
§ 2º Série de classe é o conjunto de classes da mesma na- § 8º O regime previdenciário dos servidores no exercício de
tureza de trabalho, dispostas hierarquicamente, de acordo com cargos é o dos funcionários efetivos da Administração Direta.
o grau de complexidade ou dificuldade das atribuições e com o
nível de responsabilidade, constituindo a linha natural de pro- CAPÍTULO III
moção do funcionário. DA FUNÇÃO GRATIFICADA

SEÇÃO II Art. 12. Função gratificada é a instituída em lei para atender


DOS CARGOS DE PROVIMENTO EM COMISSÃo a encargos de Chefia e de outros que não justifiquem a criação
de cargo.
Art. 10. Os Cargos de Provimento em Comissão se destinam § 1º O desempenho de função gratificada será atribuído,
exclusivamente, ao funcionário do Poder Executivo Municipal,
a atender a encargos de chefia, direção, consulta ou assessora-
mediante ato expresso do Procurador geral e dos Secretários
mento.
Municipais.
§ 1º Os Cargos de que trata este artigo são providos através
§ 2º A gratificação será percebida, cumulativamente, com o
de livre escolha do Chefe do Poder Executivo do Município, por
vencimento e vantagens do cargo de que for titular o gratificado.
pessoas que possuam capacidade profissional e reúnam as con-
§ 3º Não perderá a gratificação a que se refere este artigo,
dições necessárias à investidura no serviço público, podendo a
o funcionário que se ausentar em virtude de férias, casamento,
escolha recair ou não, em funcionários do Município.
luto, serviços obrigatórios por Lei e licença para tratamento de
§ 2º No caso da escolha recair em servidor de órgão público
saúde ou à gestante.
não subordinado ao Chefe do Poder Executivo do Município, o
§ 4º A retribuição pelo exercício da função gratificada, ao
ato de nomeação será precedido da necessária requisição. funcionário contratado, corresponderá ao valor do respectivo
§ 3º Não poderão ocupar cargo em comissão os que tenham símbolo, a que se acrescentará, como gratificação suplementar
sido aposentados por invalidez para o servidor público, desde temporária, o valor correspondente ao que o servidor vinha per-
que subsistentes os motivos que determinaram a inatividade. cebendo no exercício no prazo máximo de 30 (trinta) dias.
Art. 11. O funcionário, ocupante de cargo efetivo, ou em § 5º Aplica-se à função gratificada o disposto no § 3º do art.
disponibilidade, nomeado para cargo em comissão, perderá du- 10, e nos §§ 4º, 5º, 6º e 8º do art. 11 desta Lei.
rante o exercício desse cargo, o vencimento ou remuneração do Art. 13. Compete à autoridade a que ficar subordinado o
cargo efetivo, salvo se optar pelo mesmo. funcionário designado para função gratificada dar-lhe exercício
§ 1º O funcionário nomeado para cargo de comissão, que no prazo máximo de 30 (trinta) dias.
usar do direito de opção pelo vencimento e vantagens do cargo
efetivo de que seja titular, fará jus a uma gratificação equivalen- CAPÍTULO IV
te a 2/3 (dois terços) do valor fixado para aquele, aplicando-lhe, DA SUBSTITUIÇÃO
quando couber, o disposto no § 3º do artigo 12 desta Lei.
§ 2º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior aos servi- Art. 14. Os cargos em comissão e função gratificadas pode-
dores referidos no § 2º do artigo 10, quando colocados à dispo- rão ser exercidos eventualmente, em substituição, nos casos de
sição do Poder Executivo Municipal, com ônus para o órgão de impedimento legal e afastamento de seus titulares.
origem. Art. 15. A substituição será automática ou mediante ato da
Administração, e independerá de posse.

267
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 1º A substituição automática é a estabelecida em Lei, re- Art. 20. Independente de limite de idade a inscrição em
gulamento ou regimento. concurso, de servidores da Administração Direta ou Indireta dos
§ 2º Quando depender de ato da Administração, o substi- Municípios, dos Estados e da União, ressalvados os cargos em
tuto será designado pela autoridade imediatamente superior que, pela tipicidade das tarefas ou atribuições de cada cargo sin-
àquela a substituída. gular ou de série de classes, deva ser fixado limite próprio pelas
Art. 16. A substituição será gratuita, salvo, se por prazo su- instruções especiais de cada concurso.
perior a 30 (trinta) dias consecutivos, quando então será remu- Parágrafo único. O funcionário efetivo que pretenda acumu-
nerada, por todo o período, com vencimento e vantagens atri- lar o cargo já ocupado com o que for objeto do concurso, desde
buídos ao cargo em comissão ou função gratificada, ressalvado que acumuláveis, ficará sujeito ao limite de idade que for esta-
o caso de opção pelo vencimento e vantagens do cargo efetivo. belecido para os demais candidatos.
§ 1º Quando se tratar de detentor de cargo em comissão ou
função gratificada, o substituto fará jus somente à diferença de CAPÍTULO III
remuneração. DAS FORMAS DE PROVIMENTO
§ 2º A substituição não poderá recair em servidor contrata-
do ou em pessoa estranha ao serviço público municipal, salvo na Art. 21. Os cargos públicos municipais são providos por:
hipótese do parágrafo anterior. I - nomeação;
II - reintegração;
TÍTULO III III - promoção;
DO PROVIMENTO E DA VACÂNCIA DOS CARGOS PÚBLICOS IV - acesso;
V - readaptação;
CAPÍTULO I VI - transferência;
DO PROVIMENTO VII - aproveitamento;
VIII - reversão.
Art. 17. Compete ao Chefe do Poder executivo prover os
cargos públicos que compõem o Quadro Permanente. - Q.P. SEÇÃO I
§ 1º O ato de provimento deverá indicar, necessariamente, DA NOMEAÇÃO
a existência da vaga, com todos os elementos capazes de iden-
tificá-la. Art. 22. A nomeação será feita:
§ 2º O funcionário não poderá, sem prejuízo de seu cargo, I - em caráter de efetivo, quando se tratar de nomeação
para cargo de classe singular ou para cargo de classe inicial de
ser provido em outro cargo efetivo ou admitido como contrata-
série de classe;
do, salvo nos casos de acumulação legal.
II - em comissão, quando se tratar de cargo que assim deva
§ 3º A nomeação para cargos de provimento efetivo, depen-
ser provido.
derá de prévia habilitação em concurso de provas ou de provas
de títulos.
SEÇÃO II
§ 4º A nomeação observará o número de vagas existentes,
DA REINTEGRAÇÃO
obedecerá à ordem de classificação em concurso e será feita
para cargo de classe singular ou para cargo de classe inicial de
Art. 23. A reintegração, que decorrerá de decisão adminis-
série de classes objeto de concurso. trativa ou judicial, é o retorno do funcionário ao serviço público
municipal, com ressarcimento do vencimento, direito e vanta-
CAPÍTULO II gens atinentes ao cargo.
Parágrafo único. A decisão administrativa que determinar a
Art. 18. O concurso de que trata o § 3º do artigo anterior, reintegração será sempre proferida em pedido de reconsidera-
será realizado para provimento de cargos existentes na classe ção; recurso hierárquico ou revisão de processo.
singular ou na classe inicial na série de classes, na forma das Art. 24. A reintegração será feita no cargo anteriormente
respectivas instruções. ocupado, se este houver sido transformado, no cargo resultante
Art. 19. Das instruções para o concurso constarão: da transformação e, se extinto, em cargo de vencimento ou re-
I - o limite de idade dos candidatos que poderá variar de 18 muneração equivalente, atendida à habilitação profissional.
(dezoito) anos completos, dependendo da natureza do cargo a Art. 25. Reintegrado administrativa ou judicialmente o fun-
ser provido; cionário, quem lhe houver ocupado o lugar será exonerado de
II - o grau de instrução exigível mediante apresentação do plano ou, se estável, será reconduzido ao cargo anteriormente
respectivo certificado de conclusão do curso; ocupado, sem direito, em ambos os casos, a qualquer indeniza-
III - a privatividade ou não do exercício dos cargos a serem ção.
providos por cidadãos do sexo masculino e feminino; Art. 26. O funcionário reintegrado será submetido a inspe-
IV - o número de vagas a serem preenchidas, distribuídas ção médica e aposentado se julgado incapaz.
por especialização, quando for o caso;
V - o prazo de validade do concurso, que será de 2 (dois)
anos, prorrogável por igual período, a juízo do Chefe do Poder
Executivo.

268
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO III § 1º O funcionário a quem indevidamente não ficará obriga-


DA PROMOÇÃO do a restituir o que a mais houver recebido.
§ 2º o funcionário a que cabia a promoção será indenizado
Art. 27. Promoção é a elevação do funcionário à classe ime- da diferença de vencimento e vantagens a que tiver direito.
diatamente superior àquela a que pertence, dentro da mesma
série de classes, obedecidos, alternadamente, os critérios de SEÇÃO IV
antiguidade e merecimento, e observado o interstício na classe. DO ACESSO
Parágrafo único. O critério a que obedecer a promoção de-
verá vir expresso no respectivo ato. Art. 39. Acesso é a elevação do funcionário da classe final
Art. 28. O merecimento será apurado, objetivamente, se- de uma série de classes à classe inicial de outra do mesmo gru-
gundo preenchimento de condições definidas em regulamento. pamento ocupacional, ou diferente, observado o interstício na
Parágrafo único. Da apuração do merecimento será dado classe, reservadas 50% (cinquenta por cento) das vagas para
conhecimento ao funcionário. provimento por concurso público ou interno.
Art. 29. Não poderá ser promovido o funcionário em estágio Art. 40. O provimento por acesso respeitará sempre o re-
probatório e o que não tenha o interstício de 730 dias de efetivo quisito de habilitação profissional, o grau de escolaridade e as
exercício na classe. exigências e qualificações necessárias a cada caso.
Art. 30. A antiguidade será determinada pelo tempo de efe-
tivo exercício na classe, apurado em dias. SEÇÃO V
Art. 31. Havendo fusão de classes, a antiguidade abrangerá DA TRANSFERÊNCIA
o efetivo exercício na classe, apurado em dias.
Art. 32. Só poderão concorrer à promoção os funcionários Art. 41. Transferência é o ato de provimento do funcionário
colocados, por ordem de antiguidade, nos dois primeiros terços em outro cargo de denominação diversa, realizado com obser-
da lista ressalvada a hipótese de número de vagas ser igual ou vância da habilitação profissional, na forma estabelecida em re-
superior ao de candidatos, quando poderão ser promovidos os gulamento.
integrantes do último terço. Art. 42. A transferência se fará à vista de comprovação com-
Parágrafo único. As promoções, por antiguidade e mereci- petitiva de habilitação dos interessados para o exercício do novo
mento, se processarão de acordo com a lista organizada pelo cargo.
Art. 43. Não poderá ser transferido o funcionário que não
órgão competente.
tenha adquirido estabilidade.
Art. 33. As promoções serão obrigatoriamente realizadas de
doze em doze meses, sempre no dia consagrado ao funcionário,
SEÇÃO VI
desde que verificada a existência de vaga, na forma da regula-
DA READAPTAÇÃO
mentação própria.
§ 1º Quando decretada em prazo excedente ao legal, a pro-
Art. 44. O funcionário estável poderá ser readaptado, “ex-o-
moção produzirá seus efeitos a contar da data em que deveria
fficio” ou a pedido, em função mais compatível ou por motivos
Ter sido efetivada.
de saúde e incapacidade física.
Art. 34. O funcionário submetido a processo administrati- Art. 45. A readaptação de que trata o artigo anterior se fará
vo disciplinar ou penal poderá ser promovido, entretanto, se for por:
pelo critério de merecimento, ficará sem efeito no caso de o pro- I - redução ou comedimento de encargos diversos daqueles
cesso resultar em penalidade. que o funcionário estiver exercendo, respeitadas as atribuições
Art. 35. Ocorrendo empate na classificação por antiguida- de série de classes a que pertencer, ou do cargo de classe singu-
de, terá preferência o funcionário de maior tempo de serviço lar de que for ocupante;
na Prefeitura de Niterói, persistindo o empate, terá preferência, II - provimento em outro cargo.
sucessivamente, o de maior tempo de serviço público, o mais § 1º A readaptação dependerá sempre de prévia inspeção
idoso e o de maior prole. realizada por junta médica do órgão oficial.
Parágrafo único. Se o empate se verificar na classificação § 2º A readaptação referida no inciso I deste artigo não
por merecimento, este se resolverá em favor do funcionário que acarretará descenso nem elevação de vencimento.
contar maior tempo de serviço na classe; não ocorrendo o de- Art. 46. A readaptação será processada:
sempate, este se determinará pelo mesmo critério estabelecido I - quando provisória, mediante ato do Secretário Municipal
para a promoção por antiguidade. de Administração, pela redução ou atribuição de novos encargos
Art. 36. Na promoção dos ocupantes dos cargos de classe ao funcionário, na mesma ou em outra unidade administrativa,
inicial de série de classes, o primeiro desempate se determinará consideradas a hierarquia e as funções de seu cargo;
pela classificação obtida em concurso. II - quando definitiva, por ato do Chefe do Poder Executivo,
Art. 37. Somente por antiguidade poderá ser promovido o para cargo vago, mediante transferência, observados os requisi-
funcionário em exercício de mandato eletivo federal, estadual tos de habilitação fixados para a classe respectiva.
ou municipal.
Art. 38. Em benefício daquele a quem de direito cabia a pro-
moção, será declarado sem efeito o ato que a houver decretado
indevidamente, em favor de outrem.

269
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO VII § 1º A prova das condições a que se referem os incisos I, II,


DO APROVEITAMENTO III, IV, V e VII deste artigo não será exigida nos casos VII e VIII do
artigo 21 desta Lei.
Art. 47. Aproveitamento é o retorno ao serviço público mu- § 2º Nas formas de provimento por promoção ou transfe-
nicipal do funcionário colocado em disponibilidade. rência, serão observadas, apenas, as exigências contidas nos in-
Art. 48. Será obrigatório o aproveitamento do funcionário cisos VI, VII e VIII deste artigo.
em disponibilidade em cargo de natureza e vencimento ou re- § 3º Quando o cargo em comissão for provido por funcioná-
muneração compatíveis com o anteriormente ocupado. rio em atividade, este ficará sujeito somente à exigência contida
§ 1º O aproveitamento dependerá de prova de capacidade no inciso VIII deste artigo; quando provido por inativo, atenderá,
física e mental, mediante inspeção médica. também, à exigência contida no inciso VI.
§ 2º Havendo mais de um concorrente à mesma vaga, terá § 4º O limite de idade estabelecido, no inciso II, deste artigo,
preferência o de maior tempo de disponibilidade e, em caso de poderá ser reduzido quando se tratar de provimento de cargo
empate, o de maior tempo de serviço público. que, pelas suas características, possa ser exercido por menor e
Art. 49. Será tornado sem efeito o aproveitamento, e cas- assim o tenha sido criado.
sada a disponibilidade do funcionário, se este, cientificado ex- Art. 55. No ato da posse, o funcionário apresentará declara-
pressamente do ato de aproveitamento, não tomar posse no ção dos bens e valores que constituem o seu patrimônio.
prazo legal, salvo em caso de doença comprovada por inspeção Art. 56. Ninguém poderá ser provido em cargo público, ain-
médica. da que em comissão, sem apresentar, previamente ou no ato da
Parágrafo único. Provada em inspeção médica incapacidade posse, declaração sobre se detém outro cargo, função ou em-
definitiva, será decretada a aposentadoria. prego, na Administração direta ou Indireta de qualquer esfera de
Poder Público, ou se percebe proventos de inatividade.
SEÇÃO VIII Art. 57. Na hipótese de acumulação não permissível, a pos-
DA REVERSÃO se dependerá da prova de haver o interessado sido exonerado
do outro cargo, função ou emprego.
Art. 50. Reversão é o retorno ao serviço público municipal Art. 58. São competentes para dar posse:
do funcionário aposentado, quando insubsistentes os motivos I - O Chefe do poder Executivo, ao Procurador Geral e aos
que determinaram a sua aposentadoria. Secretários municipais;
Art. 51. A reversão se fará “ex-officio” ou a pedido, no mes- II - O Secretário Municipal de Administração, nos demais
mo cargo ou naquele em que se tenha transformado. casos.
Art. 52. Para que a reversão possa efetivar-se, é necessário Parágrafo único. As atribuições de que trata este artigo po-
que o aposentado: derão ser delegadas mediante ato competente.
I - não haja completado 55 (cinquenta e cinco) anos de ida- Art. 59. A autoridade que der posse verificará, sob pena de
responsabilidade, se foram satisfeitas as condições legais.
de;
Art. 60. A posse terá lugar no prazo de 30 (trinta) dias, a
II - não conte mais de 25 (vinte e cinco) anos de tempo de
contar da publicação, no órgão oficial, do ato de provimento.
serviço computável para fins de aposentadoria, incluído o de
§ 1º O requerimento do interessado, o prazo poderá ser
inatividade, se do sexo masculino ou 20 (vinte) anos se feminino;
prorrogado pela autoridade competente, até o máximo de 30
III - seja julgado apto para o retorno, em inspeção médica.
(trinta) dias, a contar da publicação, no órgão oficial, do ato de
provimento.
CAPÍTULO IV
§ 2º Em se tratando de funcionário em férias ou licenciado,
DA POSSE
exceto no caso de licença para tratar de interesses particulares,
o prazo será contado da data em que terá de voltar ao serviço.
Art. 53. Posse é o ato que completa a investidura em cargo § 3º Os candidatos aprovados em concurso e que estiverem
público e em função gratificada. diplomados para exercer mandato eletivo, quando da publica-
Parágrafo único. Não haverá posse nos casos de promoção e ção dos atos de provimento, terão o prazo de posse contado da
reintegração, cabendo, apenas, o registro do início do exercício. data do término do mandato, exceto quando eleito vereador, e
Art. 54. São requisitos para a posse: havendo compatibilidade de horários.
I - nacionalidade brasileira ou portuguesa, na forma da Lei; § 4º Os candidatos aprovados em concurso e que, quando
II - idade de 18 (dezoito) anos; da publicação dos respectivos atos de provimento, estiverem in-
III - pleno gozo dos direitos políticos; corporados às Forças Armadas, para prestação de serviço militar
IV - quitação com as obrigações militares; obrigatório, terão o prazo para a posse contado da data de seu
V - bom procedimento, comprovado por atestado de autori- desligamento.
dade ou pessoa idônea; Art. 61. Se a posse não se verificar dentro do prazo máximo
VI - boa saúde, comprovada em exame médico realizado previsto no § 1º do artigo 60 desta Lei, será tornado sem efeito
pelo órgão oficial da Prefeitura; o respectivo ato de provimento.
VII - habilitação em concurso público de provas ou provas
de títulos, nos casos de provimento inicial em cargo efetivo;
VIII - cumprimento das condições especiais previstas em Lei
ou regulamento para determinados cargos.

270
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

CAPÍTULO V Parágrafo único. O Secretário Municipal de Administração


DO EXERCÍCIO poderá, por prazo certo e determinado, colocar funcionários à
disposição de órgãos integrantes da administração direta ou in-
Art. 62. O exercício é a prática de atos próprios do cargo ou direta do Município, sempre que requisitado, ouvidos os titula-
função pública. res das pastas interessadas.
§ 1º O inciso, a interrupção e o reinício do exercício serão Art. 71. O funcionário será afastado do exercício do seu car-
registrados no assentamento individual do funcionário. go nos casos previstos em Lei.
§ 2º O início do exercício e as alterações que nele ocorrerem § 1º o afastamento a que alude este artigo não se prolonga-
serão comunicados ao órgão competente pelo Chefe de reparti- rá por mais de 4 (quatro) anos consecutivos, salvo:
ção em que estiver localizado o funcionário. I - quando para exercer cargo de direção ou em comissão
Art. 63. Haverá lotação única de funcionário na Governa- nos Governos da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
doria Municipal, em cada Secretaria Municipal, na Procuradoria Municípios e Territórios;
Geral do Município. II - quando à disposição da Previdência da República;
§ 1º Entende-se por lotação, o número de funcionários, por III - enquanto durar o mandato legislativo ou executivo, fe-
categoria funcional, que devem ter exercício em cada unidade deral ou estadual;
administrativa referida neste artigo. IV - enquanto durar o mandato de Prefeito ou Vice-Prefeito;
§ 2º O funcionário nomeado integrará na administração V - enquanto durar o mandato de Vereador, se não houver
municipal a lotação da qual houver claro, por idêntico; se fará compatibilidade de horário entre o seu exercício e o da função
quanto às demais formas de provimento, exceto os casos de pública;
promoção em que o promovido mantém a lotação e os cargos VI - durante o lapso de tempo que mediar entre o registro
privativos de cada Secretaria e da Procuradoria Geral. da candidatura eleitoral e o dia seguinte ao da eleitoral e o dia
Art. 64. São competentes para dar exercício: seguinte ao da eleição;
I - o Procurador Geral do Município e os Secretários Muni- VII - quando convocado para serviço militar obrigatório;
cipais; VIII - quando se tratar de funcionário para acompanhar o
II - os dirigentes das repartições onde for localizado o fun-
cônjuge, nos casos previstos neste Estatuto.
cionário.
§ 2º Preso preventivamente, pronunciado por crime co-
Parágrafo único. O Procurador Geral do município e os Se-
mum ou denunciado por crime funcional, ou, ainda, condenado
cretários municipais farão sua própria afirmação de exercício.
por crime inafiançável em processo no qual não haja pronúncia,
Art. 65. Localização é o ato que determina a repartição em
o funcionário será afastado do exercício, até decisão final passa-
que deva servir o funcionário, dentro de sua respectiva lotação.
da em julgado.
Art. 66. O exercício do cargo terá início no prazo de 30 (trin-
Art. 72. O funcionário estável no serviço público municipal
ta) dias contados da data:
poderá obter afastamento para estudo no exterior ou em qual-
I - da publicação oficial do ato, no caso de reintegração;
quer parte do território nacional, nas seguintes condições:
II - da publicação oficial do ato, de provimento em função
gratificada; I - com direito à percepção do vencimento e das vantagens
III - da posse, nos demais casos. do cargo efetivo, quando se tratar de bolsa de estudo direta-
§ 1º A promoção não interrompe o exercício, que será con- mente oferecida pela entidade concedente ao Governo Muni-
tado, na nova classe, a partir da data da publicação do ato que cipal, desde que reconhecido pelo Prefeito o interesse para a
promover o funcionário. administração e o afastamento não ultrapassar 12 (doze) meses;
§ 2º O prazo para reinício de exercício será 30 (trinta) dias, a II - sem direito à percepção do vencimento e quaisquer
contar do dia da publicação do ato que autorizar ou da data que vantagens do cargo efetivo e com interrupção da contagem do
cessar a causa da interrupção. tempo de serviço: a) quando não reconhecido o interesse para a
Art. 67. O funcionário removido, ou o que sofrer nova loca- administração ou, reconhecido este, for ultrapassado o período
lização, deverá apresentar-se na sede dos seus serviços no dia de 12 (doze) meses, previsto no inciso I; b) quando a bolsa de
imediato ao que for baixado o respectivo ato. estudo for obtida por iniciativa do funcionário, hipótese em que
Art. 68. O funcionário que não entrar em exercício, dentro o afastamento somente será concedido se atender à convivência
do prazo, será exonerado do cargo; se designado para ocupar da administração, reconhecida pelo prefeito.
função gratificada terá o respectivo ato de provimento tornado Art. 73. Na hipótese prevista no inciso I do artigo anterior,
insubsistente. se o funcionário estiver em regime de acumulação, devidamen-
Art. 69. O funcionário terá que apresentar ao órgão Central te autorizada, e o interesse para a Administração se manifestar
de Pessoal, antes de entrar em exercício, os elementos necessá- apenas em relação a um dos cargos, o afastamento do outro ve-
rios à abertura do seu assentamento individual. rificar-se-á na forma do inciso II, do mesmo artigo.
Art. 70. O funcionário poderá ter exercício, fora de sua lota- Parágrafo único. Quando a acumulação se referir à função,
ção somente com prévia autorização do Chefe do Poder Execu- em regime de contrato, a autorização para o afastamento, em
tivo, por prazo certo para órgão da administração direta ou indi- qualquer hipótese, acarretará a suspensão do contrato pelo res-
reta do Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário, da União, dos pectivo prazo.
Estados, dos Territórios ou Municípios com ou sem ônus para a
Prefeitura de Niterói.

271
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 74. O funcionário que estiver afastado nos termos do III - promoção;
inciso I, do artigo 72, desta Lei, ficará obrigado a restituir o que IV - acesso;
percebeu durante o afastamento se, nos 5 (cinco) anos subse- V - transferência;
quentes ao término da bolsa, ocorrer a sua exoneração, demis- VI - readaptação;
são ou for licenciado para o trato de interesse particular. VII - aposentadoria;
§ 1º A importância a devolver sofrerá correção monetária, VIII - falecimento;
com base nos índices das Obrigações Reajustáveis o Tesouro IX - determinação em Lei.
Nacional ORTN, vigentes à data do pagamento e aplicáveis ao
período de afastamento. SEÇÃO I
§ 2º A exoneração ou a licença somente serão concedidas DA EXONERAÇÃO
após a quitação com o Município.
§ 3º Em caso de demissão, a quantia devida será inscrita Art. 84. Dar-se-á a exoneração:
como dívida ativa e cobrada executivamente. I - a pedido, em qualquer caso;
Art. 75. Nos casos previstos no artigo anterior, o afastamen- II - “ex-offício”.
to não se prolongará por mais de 4 (quatro) anos consecutivos,
nem se permitirá novo afastamento senão depois de decorridos SEÇÃO II
4 (quatro) anos de serviços efetivamente prestados ao Municí- DA PERDA DO CARGO PÚBLICO
pio, contados da data de regresso e qualquer que tenha sido o
tempo do afastamento anterior. Art. 85. O funcionário perderá o cargo:
Parágrafo único. Se o afastamento anterior for inferior a 12 I - em virtude de sentença judicial ou mediante processo
(doze) meses, novo afastamento só poderá ser concedido após administrativo disciplinar em que se lhe tenha assegurada am-
decorrido esse prazo. pla defesa;
Art. 76. O funcionário ficará obrigado a apresentar, dentro II - quando, por desnecessário, for extinto, ficando o seu
de 30 (trinta) dias do término do afastamento, relatório circuns- ocupante, se estável, em disponibilidade;
tanciado das atividades desenvolvidas ou estudos realizados, III - nos demais casos especificados em Lei.
devidamente documentados.
Art. 77. O cônjuge do funcionário bolsista nos termos desta TÍTULO IV
Lei, que seja servidor municipal e o queira acompanhar, também DOS DIREITOS E VANTAGENS
será autorizado a afastar-se, sem ônus para o Município.
Art. 78. É vedado o afastamento, em bolsa de estudo, do CAPÍTULO I
ocupante de cargo em comissão que não detenha, também, a DO TEMPO DE SERVIÇO
condição de funcionário efetivo do Município.
Parágrafo único. No caso deste artigo, quando o afastamen- Art. 86. A apuração do tempo de serviço será feita em dias.
to se verificar com base no inciso I do artigo 72, o funcionário
§ 1º O número de dias será convertido em anos consideran-
fará jus somente ao vencimento e vantagens de seu cargo efe-
do o ano como de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.
tivo.
§ 2º Feita a conversão, os dias restantes, até 182 (cento e
oitenta e dois), não serão computados, arredondando-se para
CAPÍTULO VI
1 (um) ano, quando excederem aquele número, só nos casos de
DA REMOÇÃO
cálculos para efeito de aposentadoria e concessão de gratifica-
ção adicional quando da passagem à inatividade.
Art. 79. Remoção é o deslocamento do funcionário de uma
Art. 87. Serão, os dias de efetivo serviço exercício, à vista do
para outra lotação, e processar-se-á “ex-offício” ou a pedido do
funcionário, atendido o interesse e a conveniência da Adminis- registro de frequência da folha de pagamento ou das certidões
tração. extraídas dessas fontes.
Parágrafo único. A remoção só poderá dar-se para lotação § 1º Sempre que se verificar não existirem, em virtude de
em que houver claro que será indicado no ato. extravio, incêndio ou destruição, total ou parcial, os livros ou do-
Art. 80. A remoção, por permuta, será processada a pedido, cumentos necessários ao levantamento de certidões probató-
por escrito, de ambos os interessados. rias de tempo de serviço, a repartição competente isso mesmo
Art. 81. Cabe ao Secretário Municipal de Administração ex- o certificará, cabendo ao funcionário interessado suprir a falta
pedir as portarias de remoção, cumpridas as exigências legais. mediante justificação judicial perante o Juízo privativo compe-
tente para conhecer das causas em que a União, Estados e Muni-
CAPÍTULO VII cípios, respectivamente, forem autores, réus ou intervenientes.
DA VACÂNCIA DOS CARGOS § 2º É lícita, nestes casos, a apuração do tempo de serviço
pelos contracheques de pagamento, juntados ao processo para
Art. 82. Dá-se a vacância do cargo ou da função na data do todos os efeitos.
fato ou da publicação do ato que implique desinvestidura. Art. 88. Será considerado de efetivo exercício o afastamento
Art. 83. A vacância dos cargos decorrerá de: em virtude de:
I - exoneração; I - férias;
II - demissão; II - casamento, até 8 (oito) dias;

272
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

III - luto pelo falecimento do cônjuge, filho, pai, mãe e ir- IV - o tempo em que o funcionário esteve em disponibili-
mão, até 8 (oito) dias; dade ou aposentado, desde que ocorra o aproveitamento ou
IV - convocação para serviço militar; reversão respectivamente;
V - Júri e outros serviços obrigatórios por Lei; V - o tempo de serviço prestado em autarquia, empresa pú-
VI - exercício de outro cargo ou função, no serviço público blica, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo
da União, de outro Estado e dos Municípios, inclusive respecti- Poder Público;
vas autarquias, empresa públicas, sociedade de economia mista VI - o período de trabalho prestado a instituição de cará-
e fundações, quando o afastamento houver sido autorizado pelo ter privado, que tiver sido transformada em estabelecimento de
Chefe do Poder Executivo, sem prejuízo de vencimento do fun- serviço público, quando o funcionário estiver em exercício, no
cionário; ato da transformação;
VII - exercício do mandato de Prefeito e Vice-Prefeito; VII - em dobro, o tempo de licença especial não gozada;
VIII - exercício de cargos ou função de governo ou adminis- VIII - em dobro o período de férias não gozadas correspon-
tração, em qualquer parte do território nacional, por nomeação dentes aos 2 (dois) exercícios imediatamente anteriores à apo-
ou designação do presidente da República; sentadoria, observado o artigo 103 desta Lei;
IX - licença especial; IX - o tempo de serviço prestado em atividades vinculadas
X - licença para tratamento de saúde, inclusive de pessoa ao regime da Lei Federal nº 3.807, de 26 de agosto de 1960,
da família; e legislação subsequente, para os funcionários que houverem
XI - licença a funcionário acidentado em serviço ou atacado completados 5 (cinco) anos de efetivo exercício, observadas as
normas desta Lei, e as determinações da Lei Federal nº 6.864, de
de moléstia profissional;
1º de dezembro de 1980;
XII - licença à funcionária gestante;
X - em dobro o período não gozado de férias acumuladas,
XIII - moléstia devidamente comprovada na forma regula-
ou no caso de sua interrupção, no interesse do serviço, na im-
mentar, até 3 (três) dias;
possibilidade absoluta do gozo das mesmas.
XIV - missão ou estudo noutros pontos do território nacio- § 1º O tempo de serviço a que se referem os incisos I e II
nal ou no estrangeiro, quando o afastamento houver sido ex- deste artigo será também computado para concessão de adicio-
pressamente autorizado pelo Chefe do poder Executivo, no inte- nal por tempo de serviço, quando de passagem à inatividade.
resse da municipalidade; § 2º A contagem de tempo de serviço de que trata o inciso
XV - período de afastamento compulsório, determinado IX não se aplica as aposentadorias já concedidas.
pela legislação sanitária; Art. 90. É vedada a acumulação de tempo de serviço pres-
XVI - recolhimento à prisão, se absolvido afinal, e suspensão tado concorrente ou simultaneamente em cargos ou funções da
preventiva, se inocentado afinal; União, Estados, Distrito Federal, Territórios, Municípios, Autar-
XVII - candidatura a cargo eletivo, conforme o disposto no quias, Empresa Pública, Sociedade de economia mista e Funda-
inciso VI, do artigo 71; ções instituídas pelo Poder Público e entidades de caráter priva-
XVIII - mandato legislativo, ou executivo federal ou estadual; do mesmo que hajam sido transformadas em estabelecimentos
XIX - mandato de vereador, nos termos do disposto no inci- de serviço público.
so V, do artigo 71, desta Lei. § 1º A prestação de serviço gratuito será excepcional e so-
§ 1º Para efeitos desta Lei, entende-se por acidente em ser- mente surtirá efeito honorífico.
viço aquele que acarrete dano físico ou mental ao funcionário § 2º Na hipótese de acumulação de cargos, é vedada a
e tenha relação mediata ou imediata com o exercício do cargo. transposição de tempo de serviço de um para outro cargo.
§ 2º Equipara-se ao acidente em serviço o ocorrido no des-
locamento entre a resistência e local de trabalho, bem como a CAPÍTULO II
agressão física sofrida em decorrência do desempenho do car- DA ESTABILIDADE
go, salvo quando provocada pelo funcionário.
§ 3º Entende-se por doença profissional a que resulta da Art. 91. Estabilidade é o direito que adquire o funcionário
natureza e das condições do trabalho. efetivo de não ser exonerado ou demitido, senão em virtude de
§ 4º Nos casos previstos nos parágrafos 1º, 2º e 3º deste sentença judicial ou processo administrativo disciplinar em que
artigo, o laudo resultante da inspeção médica deverá estabele- se lhe tenha sido assegurada ampla defesa.
§ 1º A estabilidade se refere ao serviço público e não ao
cer rigorosamente a caracterização do acidente no trabalho e da
cargo.
doença profissional.
§ 2º O funcionário nomeado, em caráter efetivo, em razão
Art. 89. Para efeito de aposentadoria ou disponibilidade,
de concurso público, adquire estabilidade depois de 2 (dois)
será computado:
anos de efetivo exercício.
I - o tempo de serviço público federal, estadual ou munici- Art. 92. Estágio Probatório é o período de 2 (dois) anos de
pal; efetivo exercício, a contar da data de início deste, durante o qual
II - o período de serviço ativo nas Forças Armadas prestado serão apurados os requisitos necessários à confirmação do fun-
durante a paz; computado pelo dobro o tempo de operação de cionário no cargo efetivo, para qual foi nomeado.
guerra; Parágrafo único. Os requisitos de que trata este artigo são
III - o desempenho da função legislativa, federal, estadual os seguintes:
ou municipal; I - idoneidade moral;

273
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

II - aptidão; II - proporcionais, quando o funcionário não contar o tempo


III - assiduidade; de serviço estabelecido no inciso III, letras “a” e “b” do artigo 95.
IV - disciplina; Art. 97. Nos cálculos dos proventos proporcionais, o tempo
V - eficiência; de serviço será calculado conforme o dispositivo no artigo 86 e
VI - dedicação ao serviço. seus parágrafos, constituindo-se no numerador da fração, cujo
Art. 93. Quando o estagiário não preencher as condições denominador será o tempo previsto nas alíneas “a” e “b” do in-
exigidas no artigo anterior, caberá ao dirigente da respectiva re- ciso III do artigo 95, conforme o caso, e tendo como inteiro os
partição ou serviço onde estiver localizado, iniciar, a qualquer vencimentos e vantagens que atendam ao disposto no artigo 98
instante, dando ciência do fato ao interessado e remetendo o desta Lei.
expediente, em seguida, ao órgão do pessoal. Parágrafo único. O ocupante de cargo em comissão, não
Parágrafo único. Na ausência de iniciativa da autoridade a funcionário efetivo do município, somente será aposentado por
que se refere este artigo, com o simples transcurso do prazo pre- acidente em serviço ou por moléstia profissional, quando lhe
visto no artigo 92 desta Lei, o estagiário será automaticamente será assegurada a vantagem do inciso I, do artigo 96, salvo no
confirmado no cargo. caso de já lhe ter sido assegurada aposentadoria por outro ór-
Art. 94. Não ficará sujeito a estágio o funcionário que for gão, público ou privado.
provido em outro cargo público pelas formas previstas nos inci- Art. 98. Integram-se aos proventos da inatividade as seguin-
sos II, III, VII e VIII do artigo 21 desta Lei. tes vantagens percebidas na atividade:
Parágrafo único. Nos casos de provimento, por acesso ou I - adicional por tempo de serviço, concedida na forma da
transferência, quando o funcionário não lograr concluir o está- legislação específica;
gio probatório, é assegurado o seu retorno ao cargo anterior- II - gratificação ou parcelas financeiras percebidas em cará-
mente ocupado ou a outro da mesma classe, ainda que conside- ter permanente;
rado excedente se não houver cargo vago. III - gratificação pelo exercício em local considerado insalu-
bre, desde que:
CAPÍTULO III a) percebida, ininterruptamente, nos 5 (cinco) anos anterio-
DA APOSENTADORIA res à data da aposentadoria;
b) percebida, interpoladamente, por 10 (dez) anos desde
Art. 95. O funcionário será aposentado: que, na data da aposentadoria, o funcionário a vinha perceben-
I - por invalidez; do por período igual ou superior a 1 (um) ano.
IV - adicional de tempo integral desde que percebida por
II - compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade ou,
mais de 48 (quarenta e oito) meses consecutivos, e a esteja per-
III - voluntariamente: a) após 35 (trinta e cinco) anos de serviço,
cebendo na data da aposentadoria. Se o percentual for variável,
se do sexo masculino ou 30 (trinta) anos, se do sexo feminino; b)
tomar-se-á a média dessa gratificação nos últimos 24 (vinte e
o Professor, após 30 (trinta) anos, e a Professora, após 25 (vinte
quatro) meses anteriores ao ato.
e cinco) anos de efetivo exercício em função do Magistério.
Art. 99. A incorporação aos proventos da gratificação de in-
§ 1º A aposentadoria, por invalidez, será sempre precedida
salubridade nos casos em que a aposentadoria resultar de uma
de licença por período contínuo, até o limite de 12 (doze) me-
das doenças especificadas na alínea “b” do inciso I do artigo 96
ses, salvo se a junta médica concluir pela incapacidade definitiva
fica isenta do estágio de que trata o inciso III do artigo anterior.
do funcionário, antes de completado o prazo máximo, mediante Art. 100. (Este artigo foi revogado pelo art. 13 da Lei Muni-
perícia médica solicitada pela Secretaria de Administração. cipal nº 1.565, de 30.12.1996 - Pub. 31.12.1996, com efeitos a
§ 2º No caso de aposentadoria voluntária, o funcionário partir de 02.01.1998).
aguardará em exercício a publicação do respectivo ato, salvo se Art. 101. Os proventos de inatividade serão revistos sempre
estiver legalmente afastado do cargo. que, por motivo de alteração do poder aquisitivo da moeda, se
§ 3º No caso de aposentadoria compulsória, o funcionário modificarem os vencimentos dos funcionários em atividade.
afastar-se-á do exercício de seu cargo, a partir do dia imediato Parágrafo único. Ressalvado o disposto neste artigo, em
em que completar a idade limite. caso nenhum, os proventos da inatividade poderão exceder à
Art. 96. Os proventos da aposentadoria serão: remuneração percebida na atividade.
I - integrais, quando o funcionário:
a) aposentar-se pelo implemento do tempo de serviço; CAPÍTULO IV
b) invalidar-se por acidente em serviço, por moléstia profis- DA DISPONIBILIDADE
sional ou for acometido de tuberculose ativa, alienação mental,
neoplasia maligna, cegueira, lepra, cardiopatia grave, doença Art. 102. Disponibilidade é o afastamento do funcionário es-
de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espondilite tável em virtude de extinção do cargo ou da sua desnecessidade
anquilosante, nefropatia grave, estados avançados de doença declarada.
de Paget (osteíte deformante), a Síndrome de Imunodeficiência § 1º O funcionário em disponibilidade perceberá proven-
Adquirida - AIDS e outras moléstias que a Lei indicar, com base tos proporcionais ao tempo de serviço e será obrigatoriamente
nas conclusões da medicina especializada; aproveitado na primeira vaga que ocorrer, obedecendo às dispo-
c) na inatividade, for acometido de qualquer das doenças sições do capítulo próprio.
especificadas na letra anterior, a partir da data do laudo emitido § 2º Aos proventos dos funcionários em disponibilidade
pela Junta Médica. aplica-se o disposto no artigo 101.

274
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 3º O funcionário em disponibilidade poderá ser aposenta- Art. 110. A licença referida nos incisos I, II e III do artigo
do, calculando-se o provento da inatividade temporária na for- anterior será concedida pelo órgão médico oficial competente,
ma dos artigos 96, 97 e 98 desta Lei. ou por outros aos quais aquele transferir ou delegar atribuições
e pelo indicado nos respectivos laudos.
CAPÍTULO V § 1º Para licença até 90 (noventa) dias, a inspeção será feita
DAS FÉRIAS por médico do órgão competente admitindo-se, quando assim
não for possível, laudos de outros médicos oficiais ou ainda, ex-
Art. 103. O funcionário gozará, obrigatoriamente, 30 (trinta) cepcionalmente, atestados, passados por médico particular.
dias de férias por ano, de acordo com a escala para esse fim or- § 2º No caso do parágrafo anterior, não sendo homologado
ganizada pelo Chefe da repartição a que estiver subordinado, e o laudo ou atestado, o funcionário será obrigado a reassumir, de
será comunicado ao órgão competente. imediato, o exercício do cargo, considerando-se como de efetivo
§ 1º As férias poderão ser gozadas em parcelas mínimas de exercício os dias em que deixou de comparecer ao serviço por
10 (dez) dias, sendo proibido levar à conta de férias qualquer esse motivo, devendo o laudo ou atestado ser remetido à Secre-
falta ao trabalho. taria Municipal de Administração, no prazo, máximo de 3 (três)
§ 2º Somente depois do primeiro ano de exercício, adquirirá dias, contados da primeira falta ao serviço.
o funcionário direito a férias, que corresponderão ao ano em § 3º Será facultado à Administração, em caso de dúvida, exi-
que se completar esse período. gir a inspeção por médico ou junta oficial.
§ 3º Acrescida de férias ser alterada de acordo com as ne- § 4º Ocorrendo a hipótese de laudo ou atestado gracioso ou
cessidades do serviço, por iniciativa do Chefe do interessado, até má fé, serão responsabilizados na esfera administrativa, civil
comunicada a alteração ao órgão competente. e penal, o médico e o funcionário.
§ 4º O gozo de férias anuais remuneradas terá um terço a § 5º A licença poderá ser prorrogada “ex-officio” ou a pe-
mais do que o salário normal, que será pago na forma prescrita dido.
em ato regulamentar. § 6º O pedido de prorrogação deverá ser apresentado antes
Art. 104. É proibida a acumulação de férias, salvo imperiosa de findo o prazo da licença, se indeferido, contar-se-á como de
necessidade do serviço, e pelo máximo de dois períodos. licença o período compreendido entre a data do término e a do
Parágrafo único. O impedimento decorrente de necessi- conhecimento oficial do despacho denegatório.
dade de serviço, para gozo de férias pelo funcionário não será Art. 111. O funcionário não poderá permanecer em licen-
presumido, devendo o seu Chefe imediato fazer comunicação ça por prazo superior a 24 (vinte e quatro) meses consecutivos,
expressa do fato ao órgão competente de pessoal, sob pena de salvo nos casos previstos nos incisos IV, V, VI e VIII do artigo 109
perda do direito à acumulação excepcional de dois períodos. desta Lei.
Art. 105. Por motivo de promoção, transferência, readapta- Parágrafo único. Excetua-se do prazo estabelecido neste ar-
ção ou remoção, o funcionário em gozo de férias não será obri- tigo a licença para tratamento de saúde quando o funcionário
for considerado recuperável para exercício da função pública, a
gado a interrompê-las.
juízo da junta médica.
Art. 106. Não terá direito a férias o funcionário que, durante
Art. 112. Nas licenças dependentes de inspeção médica, ex-
o período de sua aquisição, estiver em gozo de licença para tra-
pirado o prazo do artigo anterior, e ressalvada a hipótese refe-
tar de interesse particular.
rida no seu parágrafo, o funcionário será submetido a nova ins-
Art. 107. Durante as férias, o funcionário terá direito a todas
peção, e aposentado, se for julgado inválido para serviço público
as vantagens, como se em pleno exercício estivesse.
em geral, após verificada a impossibilidade de sua readaptação.
Art. 108. Ao entrar em férias, o funcionário comunicará ao
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o tempo decorri-
Chefe da repartição o seu endereço eventual.
do entre o término da licença e a publicação do ato de aposen-
tadoria será considerado como de licença prorrogada.
CAPÍTULO VI Art. 113. O funcionário em gozo de licença comunicará ao
DAS LICENÇAS seu Chefe imediato o local onde poderá ser encontrado.
Parágrafo único. A licença a que se refere o inciso VI do ar-
SEÇÃO I tigo 109 desta Lei poderá ser sustada em qualquer tempo no
DA FORMA DE CONCESSÃO interesse da administração.
Art. 114. A licença superior a 90 (noventa) dias, com fun-
Art. 109. Conceder-se-á licença: damento nos incisos I e II do artigo 109 desta Lei, dependerá de
I - para tratamento de saúde; inspeção em junta médica, sempre composta de, pelo menos, 3
II - por motivo de doença em pessoa da família; (três) médicos.
III - para repouso à gestante; Art. 115. Ao ocupante de cargo em comissão ou de função
IV - para serviço militar obrigatório; gratificada não serão concedidas, nessa qualidade, as licenças
V - licença para acompanhar o cônjuge; de que tratam os incisos IV, V, VI, VII e VIII do artigo 109 desta
VI - para trato de interesse particular; Lei.
VII - especial; § 1º Aos contratados, quando no exercício de função garati-
VIII - para desempenho de mandato legislativo ou executivo ficada ou ocupante de cargo em comissão, conceder-se-ão ape-
nas as licenças de que tratam os incisos I, II e III do artigo 109.

275
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 2º As disposições do parágrafo anterior aplicam-se ao § 1º Considerar-se-ão como pessoa da família, para os efei-
ocupante de cargo em comissão não detentor de cargo efetivo tos desta licença, os pais, o cônjuge, os filhos, ou pessoa que
municipal. viva às suas expensas e conste de seu assentamento individual.
§ 2º Provar-se-á a doença mediante inspeção médica.
SEÇÃO II § 3º A licença de se trata este artigo será concedida com
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE vencimento e vantagens integrais até 6 (seis) meses, e com 2/3
(dois terços) do vencimento e vantagens, excedendo esse prazo
Art. 116. A licença para tratamento de saúde será concedida até 2 (dois) anos.
“ex-offício” ou a pedido do funcionário, ou de seu representan- § 4º Em cada período de 5 (cinco) anos, o funcionário só
te, quando o próprio não possa fazê-lo, sempre mediante apre- poderá beneficiar-se de, no máximo, 2 (dois) anos de licença, de
sentação de credencial própria. que trata este artigo, seguidos ou intercalados.
§ 1º Em ambos os casos, é indispensável a inspeção médica, § 5º O funcionário terá direito à percepção de um venci-
que será realizada no órgão próprio e, quando necessário, no mento ao completar 6 (seis) meses consecutivos de licença para
local onde encontra-se o funcionário. tratamento de doença em pessoa da família.
§ 2º Para as hipóteses de que tratam este parágrafo e bem
ainda as dos artigos 123 e 124 e seus parágrafos, quando, solici- SEÇÃO IV
tada pelo funcionário ou seu representante legal, só se efetivará DA LICENÇA Á GESTANTE
a concessão da licença mediante laudo firmado:
Art. 124. À funcionária gestante será concedida, mediante
I - de 1 a 15 dias a licença será concedida por um Médico;
inspeção médica, licença com vencimento e vantagens integrais,
II - quando a licença for concedida por período superior a 15
pelo prazo de 06 (seis) meses prorrogável, no máximo, por 30
(quinze) dias, ou prorrogar-se por mais de 15 (quinze) dias, nos
(trinta) dias. § 1º Salvo prescrição médica em contrário, a licença
60 (sessenta) dias subsequentes, o laudo deverá ser firmado por será concedida, a partir do início do 8º (oitavo) mês de gestação.
junta médica especialmente designada pelo Presidente da Fun- § 2º Quando a saúde do recém-nascido exigir assistência
dação Municipal de Saúde. § 3º Na hipótese do artigo 116, parte especial, será concedida licença à funcionária, pelo prazo neces-
final, ou em caráter de emergência, será dispensada a apresen- sário, a critério médico e nos termos do artigos 123 desta Lei.
tação referida no parágrafo anterior. § 3º A funcionária gestante terá direito, a critério médico,
Art. 117. A inspeção médica será feita por médicos lotados de ser aproveitada em função compatível com seu estado, a con-
no órgão próprio da Secretaria Municipal de Administração. tar do 5º (quinto) mês de gestação, sem prejuízo do direito à
Art. 118. O funcionário não poderá recusar-se à inspeção licença de que trata este artigo.
médica sob pena de suspensão do pagamento do vencimento e § 4º À funcionária gestante, ao completar o 8º (oitavo) mês
vantagens até que a mesma se realize. de gestação, será concedida, a título de auxílio-natalidade, uma
Art. 119. Considerado apto em inspeção médica, o funcio- gratificação de valor igual ao vencimento do seu cargo naquele
nário reassumirá o exercício do cargo, apurando-se como faltas mês.
os dias de ausência ao serviço.
Parágrafo único. No curso da licença poderá o funcionário SEÇÃO V
requerer a inspeção médica, caso se considere em condições de DA LICENÇA PARA SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO
reassumir o exercício.
Art. 120. O funcionário licenciado para tratamento de saú- Art. 125. Ao funcionário que for convocado para serviço mi-
de não poderá dedicar-se a qualquer atividade remunerada, sob litar ou outros encargos de segurança nacional será concedida
pena de interrupção da licença, com perda total do vencimento licença com vencimento e vantagens integrais.
e vantagens desde o início do gozo da licença e até que reassu- § 1º A licença será concedida à vista do documento oficial
ma o cargo. que prove a incorporação.
Art. 121. Nos casos de acidentes em serviço ou de doença § 2º Do vencimento e das vantagens descontar-se-á a im-
profissional, correrão por conta do órgão assistencial do Muni- portância que o funcionário perceber na qualidade de incorpo-
cípio, as despesas com o tratamento médico hospitalar do fun- rado, salvo se optar pelas vantagens do serviço militar, o que
implicará na perda do vencimento e vantagens que perceba no
cionário.
Município.
Art. 122. Serão sempre integrais o vencimento e vantagens
§ 3º Ao funcionário oficial da reserva das Forças Armadas
do funcionário licenciado para tratamento de saúde.
será concedida licença com vencimento e vantagens integrais,
durante os estágios de serviço militar obrigatório, não remune-
SEÇÃO III rados e previstos pelos regulamentos militares.
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE DOENÇA EM PESSOA Parágrafo único. Quando o estágio for remunerado assegu-
DA FAMÍLIA rar-se-lhe-á o direito de opção.

Art. 123. Desde que prove ser indispensável a sua assistên-


cia pessoal e que não possa ser prestada simultaneamente com
o exercício do cargo, ao funcionário será concedida licença por
motivo de doença em pessoa da família.

276
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

SEÇÃO VI § 3º Será independente o cômputo do quinquênio em rela-


DA LICENÇA PARA ACOMPANHAR O CÔNJUGE ção a cada um dos cargos acumuláveis.
Art. 131. Para concessão de licença serão observadas as se-
Art. 127. O funcionário terá direito a licença, sem ônus para guintes normas:
o município, quando seu cônjuge for exercer mandato eletivo I - somente será computado o tempo de serviço prestado
ou, sendo militar ou servidor da Administração Direta, da Autar- exclusivamente ao Município de Niterói;
quia, de Empresa Pública, de Sociedade de Economia Mista ou II - o tempo de serviço será apurado em dias e convertido
de Fundação instituída pelo Poder Público, for mandado servir em anos, sem qualquer arredondamento.
fora do Município. Parágrafo único. No cômputo do quinquênio será deduzido
§ 1º A licença será concedida mediante pedido instituído o ano em que o funcionário:
com documento oficial que comprove a remoção e deverá ser a) (Esta alínea foi suprimida pelo art. 13 da Lei Municipal nº
renovada de 4 (quatro) em 4 (quatro) anos. 749, de 01.09.1989 - Pub. Órgão Oficial, de 02.09.1989);
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se aos funcionários que b) (Esta alínea foi suprimida pelo art. 13 da Lei Municipal nº
vivam maritalmente, desde que haja impedimento legal ao casa- 749, de 01.09.1989 - Pub. Órgão Oficial, de 02.09.1989);
mento e convivência por mais de 5 (cinco) anos. c) houver gozado as licenças a que se refere o artigo 109
Art. 128. Finda a causa da licença, o funcionário deverá re- incisos V, VI e VIII desta Lei;
assumir o exercício do cargo dentro de 30 (trinta) dias, a partir d) houver gozado as licenças a que se refere o artigo 109
dos quais a sua ausência será computada como falta ao trabalho. incisos V, VI e VIII desta Lei;
Parágrafo único. Independentemente de regresso do cônju- e) houver gozado as licenças a que se refere o inciso II do
ge, o funcionário poderá reassumir o exercício, a qualquer tem- artigo 109, por prazo superior a 90 (noventa) dias intercalados
po, não podendo, neste caso, renovar o pedido de licença, senão ou não.
depois de 1 (um) ano, da data da reassunção, salvo se o cônjuge Art. 132. O processo, devidamente informado pelo setor
for transferido novamente. competente da Secretaria Municipal de Administração, será en-
caminhado ao órgão de lotação do funcionário que observará o
SEÇÃO VII seguinte:
DA LICENÇA PARA TRATO DE INTERESSES PARTICULARES I - no mesmo setor, seção ou equivalente, não poderão ser
licenciados, simultaneamente, funcionários em número supe-
Art. 129. Depois de 2 (dois) anos de exercício, o funcionário rior à sexta parte do total do pessoal em exercício.
poderá obter licença sem vencimento e vantagens, para tratar II - se houver menos de seis funcionários em exercício, so-
de interesses particulares. mente um deles poderá ser licenciado;
§ 1º O funcionário aguardará em exercício a concessão da III - a Licença Especial poderá ser gozada integralmente ou
licença. em períodos de 1 (um) a 2 (dois) meses;
§ 2º A licença não perdurará por tempo superior a 4 (qua- IV - quando requerida para um período único de três meses,
tro) anos consecutivos, e só lhe poderá ser concedida outra de- a licença especial poderá ter início em qualquer mês do ano civil;
pois de decorrido 1 (um) ano do término da anterior. V - haverá um só período mensal ou bimensal dentro de
§ 3º Não se concederá licença quando inconveniente para o cada ano civil;
serviço, nem a funcionário nomeado, removido, transferido ou VI - quando em período parcelado, será observado o inter-
readaptado, antes de assumir o exercício. valo de 1 (um) ano entre o término de um período e o início de
§ 4º O funcionário poderá, a qualquer tempo, desistir da outro;
licença, que poderá ser sustada na forma do parágrafo único do VII - quando houver requerimento para o mesmo período,
artigo 113, desta Lei. terá preferência no gozo da licença, o funcionário que contar
§ 5º Em caráter excepcional, e atendo ao interesse da pró- mais tempo de serviço ao município.
pria Administração Pública, a licença sem vencimentos poderá Art. 133. Observado o disposto no artigo anterior, o titular
ser deferida a servidor de qualquer categoria funcional, inde- do órgão de lotação do funcionário autorizará a concessão de
pendentemente de tempo de serviço. licença, remetendo o expediente à Secretaria Municipal de Ad-
ministração, para a expedição do competente ato.
SEÇÃO VIII Parágrafo único. Deverão ser mencionadas, no ato de con-
DA LICENÇA ESPECIAL cessão as datas de início e término dos períodos relativos à li-
cença especial, especificando-se o quinquênio a que se refere.
Art. 130. Após cada quinquênio de efetivo exercício, ao Art. 134. O servidor em gozo de licença especial poderá,
funcionário que a requerer, conceder-se-á licença especial de 3 depois de 1 (um) mês, reassumir o exercício do cargo, contan-
(três) meses com todo o vencimento e demais vantagens de seu do-se-lhe em dobro, no caso de desistência, o período restante,
cargo efetivo. nos termos do artigo 89, inciso VII, desta Lei.
§ 1º o período de licença especial não gozado será compu- § 1º A desistência deverá ser comunicada, por escrito, à Se-
tado em dobro para efeito de aposentadoria, e servirá, também, cretaria Municipal de Administração.
na oportunidade desta, para a concessão de adicional por tem- § 2º A Licença Especial não poderá ser interrompida, “ex-
po de serviço. -offício”.
§ 2º Em caso de acumulação de cargos, a licença será conce- § 3º O funcionário aguardará em exercício a publicação do
dida em relação a cada um deles, simultânea ou separadamente. ato que conceder a Licença Especial.

277
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

CAPÍTULO VII § 1º Nos registros de ponto, deverão ser lançados todos os


DO VENCIMENTO elementos necessários à apuração de frequência.
§ 2º Para registro de ponto serão usados, sempre que pos-
Art. 135. Vencimento é a retribuição pelo efetivo exercício sível, meios mecânicos.
do cargo, corresponder ao padrão fixado em Lei. § 3º Salvo ato expresso do Chefe do Poder Executivo, é ve-
Art. 136. O funcionário perderá: dado dispensar o funcionário de registro de ponto.
I - o vencimento do cargo efetivo, quando nomeado para § 4º Compete ao responsável pelo setor, onde esteja locali-
cargo em comissão, ressalvado o direito de opção, ou designado zado o funcionário, coibir o registro antecipado ou posterior ao
para servir em órgão de outra esfera do Poder Público, sem ônus dia de frequência.
para o município; Art. 141. O Chefe do Poder Executivo disciplinará, mediante
II - o vencimento do cargo efetivo, quando no exercício de Decreto, o horário de trabalho dos funcionários públicos muni-
mandato eletivo, remunerado, federal, estadual ou municipal, cipais.
ressalvado o caso previsto nesta Lei; Art. 142. Ao funcionário estudante será permitido faltar ao
III - o vencimento do dia, em que não comparecer ao ser- serviço, sem prejuízo de vencimento e vantagens, nos dias em
viço, salvo, motivo legal ou moléstia comprovada, computando que se realizarem provas parciais e finais.
para efeito dos descontos, os sábados, domingos, feriados, os Parágrafo único. O funcionário deverá apresentar documen-
dias de folga e os considerados de “ponto facultativo”, sempre to fornecido pelo direção da Escola, que comprove seu compa-
que intercalados entre as faltas; recimento às provas.
IV - um terço do vencimento do dia, ser comparecer ao ser-
viço dentro da hora seguinte à marcado para o inicio dos tra- CAPÍTULO VIII
balhos ou quando se retirar até uma hora ates do término do DAS VANTAGENS
período de trabalho, sendo considerado ausente se ultrapassar
esse limite; Art. 143. Além do vencimento poderá o funcionário perce-
V - um terço do vencimento, durante o afastamento por ber as seguintes vantagens pecuniárias:
motivo de prisão administrativa, suspensão preventiva, ou reco- I - adicionais;
lhimento à prisão, com direito à diferença se absolvido, ou se o II - gratificações.
afastamento exceder ao prazo de condenação definitiva;
VI - dois terços do vencimento durante o período de afas- SEÇÃO I
tamento em virtude de condenação, por sentença definitiva, à DOS ADICIONAIS
pena privativa de liberdade, desde que não resulte em demis-
são. Art. 144. Em razão do tempo de serviço, ou pela exigibilida-
§ 1º O funcionário investido em mandato de vereador, ha- de de conhecimentos especializados ou em regime próprio de
vendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de trabalho, requeridos pela função, serão concedidas vantagens
seu cargo, sem prejuízo dos subsídios a que faz jus. adicionais a saber:
§ 2º Investido no mandato de Prefeito Municipal ou de Vice- I - por tempo de serviço;
-Prefeito, será afastado de seu cargo, sendo-lhe facultado optar II - de tempo integral;
pelo seu vencimento e vantagens. III - de trabalho técnico científico;
Art. 137. Nenhum funcionário, ativo ou inativo, poderá per- IV - de produtividade.
ceber vencimento ou provento inferior ao salário mínimo vigen-
te do município. SUBSEÇÃO I
Art. 138. O vencimento, o provento ou qualquer vantagem DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO
pecuniária, atribuídos ao funcionário não serão objeto de arres-
to, sequestro ou penhora, salvo quando se tratar de: Art. 145. Ao funcionário público municipal, a cada quinqu-
I - prestação de alimento determinada judicialmente; ênio de efetivo exercício, será concedido adicional de tempo de
II - dívida para com a Fazenda Pública. serviço, na base de 5% (cinco por cento) por período, calculados
Art. 139. As reposições e indenizações á Fazenda Munici- sobre o vencimento do cargo efetivo.
pal poderão ser descontadas em parcelas mensais consecutivas, Art. 146. O tempo de serviço, para efeito do artigo anterior,
não excedentes à décima parte do vencimento ou provento, ex- será calculado de conformidade com o artigo 86, observando-se
ceto na ocorrência de má-fé, hipótese em que não se admitirá o disposto nos itens I e II, do artigo 89.
parcelamento. Art. 147. O direito à percepção do adicional por tempo de
Parágrafo único. Se o funcionário for exonerado ou demiti- serviço começa no dia imediato aquele em que o funcionário
do, a quantia devida será inscrita como dívida ativa, e cobrada completar o quinquênio.
executivamente. Art. 148. O adicional por tempo de serviço será pago simul-
SEÇÃO ÚNICA taneamente com o vencimento, entretanto, não servirá como
DO REGISTRO DA FREQUÊNCIA base de cálculo para futuros adicionais ou aumentos.
Art. 149. O período de licença prêmio não gozado e compu-
Art. 140. Ponto é o registro que assinala o comparecimento tado em dobro para efeito de aposentadoria servirá, também,
do funcionário ao serviço, e pelo qual se verifica diariamente, a na oportunidade desta, para concessão de adicional por tempo
sua entrada e saída. de serviço. Subseção II - Do Tempo Integral

278
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 150. Considera-se regime de tempo integral o exercício III - auxílio doença;
da atividade funcional sob dedicação exclusiva, ficando o funcio- IV - pelo exercício de cargo em comissão, nos casos do arti-
nário proibido de exercer cumulativamente outro cargo, função go 11 e seu parágrafo, deste estatuto;
ou atividade de particular de caráter empregatício, ou público V - pela prestação de serviço em horário extraordinário;
de qualquer natureza. VI - pela participação em órgão de deliberação coletiva ou
Art. 151. O regime de tempo integral será determinado no em comissão;
interesse direto e imediato da administração municipal, para VII - de risco de vida e saúde e insalubridade;
atender à necessidade do serviço e terá caráter transitório, po- VIII - de representação;
dendo ser suspenso ou cancelado, a critério da autoridade que IX - por força de lei especial;
o tiver instituído. X - pelo exercício:
Art. 152. Ao funcionário subordinado a regime de tempo in- a) de encargos de auxiliar ou membro de banca examinado-
tegral, na forma do artigo anterior, será concedido adicional de ra de concurso público de provas e provas e títulos;
tempo integral, dentro do limite mínimo de 40% (quarenta por b) de encargos de auxiliar ou professor de curso regulamen-
cento) e máximo de 100% (cem por cento), que incidirão sobre tar instituído;
o valor do vencimento do cargo efetivo. XI - de desempenho de atividades de nível superior;
Parágrafo único. Em se tratando de ocupante de cargo em XII - (Este inciso foi revogado pelo art. 4º da Lei Municipal nº
comissão, o percentual será aplicado sobre o valor do respectivo 1.164, de 12.02.1993 - Pub. 13.02.1993);
símbolo, salvo se, quando também ocupante de cargo efetivo, XIII - (Este inciso foi revogado pelo art. 4º da Lei Municipal
houver optado pelo vencimento deste na forma do artigo 11 da nº 1.164, de 12.02.1993 - Pub. 13.02.1993).
presente Lei.
Art. 153. Cessará o regime de tempo integral: SUBSEÇÃO II
I - se a continuação não representar mais interesse para a DA AJUDA DE CUSTO
administração;
II - o funcionário: Art. 156. A juízo do Chefe do Poder Executivo será conce-
a) pedir sua exclusão do regime; dida ao funcionário ajuda de custo destinada à compensação
b) for colocado à disposição de outro órgão não integrante das despesas de viagens, a serviço exclusivo da Municipalidade,
da Administração Direta do Município; obrigando-se o custeado, a comprovar as despesas realizadas.
c) afastar-se do exercício de seu cargo, por período superior § 1º O funcionário restituirá a ajuda de custo, quando, an-
a 30 (trinta) dias; tes de terminar a incumbência, regressar, pedir exoneração ou
d) deixar de cumprir obrigações inerentes ao regime ou in- abandonar o serviço.
fringir dispositivos que o regulam; § 2º A restituição é de exclusiva responsabilidade pessoal e
e) (Esta alínea foi suprimida pelo art. 13 da Lei Municipal nº não poderá ser feita parceladamente.
749, de 01.09.1989 - Pub. Órgão Oficial, de 02.09.1989);
f) em cumprimento de pena disciplinar de suspensão; SUBSEÇÃO II
g) for destituído da função; DO SALÁRIO FAMÍLIA
h) for afastado, removido, designado ou transferido do ór-
gão ou setor de trabalho onde estava subordinado ao regime de Art. 157. O salário-família será concedido ao funcionário
tempo integral. ativo ou inativo:
I - pela esposa que não exerça atividade remunerada;
SUBSEÇÃO III II - pelo esposo que não exerça atividade remunerada;
DO ADICIONAL POR TRABALHO CIENTÍFICO III - por filho menor de 21 (vinte e um) anos, que não exerça
atividade remunerada;
Art. 154. Ao funcionário portador de diploma em curso IV - por filho inválido;
superior de ensino, e desde que a natureza das atividades im- V - por filha solteira, sem economia própria;
postas pelo cargo exija conhecimentos técnicos especializados, VI - por filho estudante, que frequente curso de 2º grau ou
poderá ser concedido adicional por trabalho técnico científico, superior, e que não exerça atividade remunerada, até a idade de
calculado sobre o vencimento do cargo efetivo. 24 (vinte e quatro) anos;
Parágrafo único. O Poder Executivo Municipal fixará, por VII - pelo ascendente sem rendimento próprio que viva às
Decreto, os cargos sujeitos à percepção do adicional referido no expensas do funcionário;
artigo anterior e os respectivos percentuais. VIII - pela companheira, na forma da regulamentação pró-
pria.
SEÇÃO II Parágrafo único. Compreende-se, neste artigo, o filho de
DAS GRATIFICAÇÕES qualquer condição, o enteado, o adotivo e o menor que, me-
diante autorização judicial, viva sob a guarda e sustento do fun-
Art. 155. Pela prestação de serviços em condições especiais, cionário.
ou em face de fatos ou situações individuais do funcionário será Art. 158. Quando o pai e mãe forem funcionários ativos ou
concedida gratificação: inativos, de qualquer órgão público federal, estadual ou munici-
I - ajuda de custo; pal e viverem em comum, o salário-família será concedido exclu-
II - salário família; sivamente ao pai.

279
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Parágrafo único. Se não viverem em comum, será concedi- SUBSEÇÃO V


do ao que tiver os dependentes sob sua guarda. DO SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO
Art. 159. Ao pai e à mãe, equiparam-se o padrasto, a ma-
drasta, e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes Art. 169. A gratificação pela prestação de serviço extraordi-
ou quem, por qualquer forma, tenha sob a sua guarda e susten- nário será concedida pelo Secretário Municipal de Administra-
to, os dependentes a que se refere o artigo 157 desta Lei. ção, com prévia autorização do Chefe do Poder Executivo e paga
Art. 160. O salário-família não será sujeito a qualquer im- por hora de trabalho, prorrogado ou antecipado, na forma do
posto ou taxa, nem servirá de base para qualquer contribuição regulamento próprio em vigor.
ainda que de finalidade assistencial. § 1º O exercício de cargo em comissão ou de função gratifi-
Art. 161. O valor do salário-família por dependente inválido cada exclui a gratificação por serviço extraordinário.
corresponderá ao triplo do valor normal. § 2º Em se tratando de serviço extraordinário noturno, o
Parágrafo único. A invalidez, que caracteriza a dependência, valor da hora será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento).
é a comprovada incapacidade total e permanente para o traba- § 3º A inclusão do funcionário em regime de tempo integral
lho, ou, presumida no caso de ancianidade. não é compatível com o recebimento de gratificação por serviço
Art. 162. Nos casos de acumulação legal de cargos o salá- extraordinário.
rio-família será pago somente em relação a um deles. Subseção Art. 170. Observadas as disposições deste capítulo os adi-
III - Do Auxílio Doença cionais e gratificações reger-se-ão por regulamentação própria,
Art. 163. Após cada período de 12 (doze) meses consecuti- quando couber.
vos de licença para tratamento da própria saúde, o funcionário
terá direito a 1 (um) mês de vencimento a título de auxílio-do- TÍTULO V
ença. DO DIREITO DE PETIÇÃO
Parágrafo único. O auxílio-doença não sofrerá descontos
de qualquer espécie ainda que para fins de previdência social, e Art. 171. É assegurado ao funcionário o direito de requerer
será pago juntamente com o vencimento. ou representar.
Art. 164. Se ocorrer o falecimento do funcionário, o auxílio- § 1º O requerimento será dirigido à autoridade competente
-doença, a que faz jus até a data do óbito, será pago de acordo para decidi-lo.
com as normas aplicáveis ao pagamento do vencimento. § 2º O pedido de reconsideração, dirigido à autoridade que
expediu o ato ou proferiu a primeira decisão, somente será cabí-
SUBSEÇÃO IV vel quando contiver novos argumentos.
DO RISCO DE VIDA E SAÚDE E INSALUBRIDADE § 3º Nenhum pedido de reconsideração poderá ser reno-
vado.
Art. 165. A gratificação de risco de vida e saúde será de 10%, Art. 172. O requerimento e o pedido de reconsideração de
20% e 40%, segundo o grau de risco a que estiver exposto o fun- que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no
cionário, no exercício das atribuições inerentes a seu cargo ou prazo de 8 (oito) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias.
função, desde que tenha contato direto e permanente com pa- Art. 173. Caberá recurso ao indeferimento do pedido de re-
cientes portadores de doença infectocontagiosa. consideração.
Art. 166. A gratificação de insalubridade será de 10%, 20% § 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente su-
e 40%, segundo o grau mínimo, médio e máximo, sempre que o perior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão.
funcionário estiver em atividade em locais insalubres que, por § 2º O pedido de reconsideração e o recurso não têm efeito
sua natureza, condições e métodos de trabalho, o exponha a suspensivo; se for provido retroagirá, nos efeitos, à data do ato
contato direto com agentes físicos, químicos ou biológicos noci- impugnado.
vos que possam produzir doença transitória ou definitiva. Art. 174. O direito de pleitear na esfera administrativa pres-
Art. 167. As gratificações de que tratam os artigos 165 e 166 creverá:
incidirão sobre o vencimento do cargo efetivo do funcionário, I - em 5 (cinco) anos, quanto aos de que decorram demis-
não podendo ser percebidas cumulativamente, sendo indispen- são, cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
sável o laudo pericial do órgão competente. II - em 120 (cento e vinte) dias nos demais casos.
Art. 168. As condições exigidas para a concessão da gratifi- Art. 175. O prazo de prescrição, estabelecido no artigo ante-
cação de risco de vida e saúde e insalubridade serão apuradas e rior, contar-se-á da data da publicação no órgão, do ato impug-
definidas pela Secretaria Municipal de Administração que, para nado, ou na falta dessa, da data da ciência ao interessado, a qual
tanto, constituirá comissão específica, de caráter temporário, e, deverá constar do processo respectivo.
a cada caso, integrada por médicos provindos da Secretaria Mu- Art. 176. O pedido de reconsideração, e o recurso, quando
nicipal de Saúde, podendo valer-se de laudo pericial de órgão cabíveis, interrompem a prescrição até duas vezes.
Federal de Higiene e Segurança do Trabalho. Art. 177. São fatais e improrrogáveis os prazos estabeleci-
dos neste capítulo.

280
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

TÍTULO VI Parágrafo único. As atribuições do cargo, para efeito de re-


DO REGIME DISCIPLINAR conhecimento de seu caráter técnico ou científico, serão consi-
CAPÍTULO I deradas na forma do parágrafo único do artigo 187.
DA ACUMULAÇÃO Art. 187. A correlação de matérias pressupõe a existência
de relação íntima e recíproca entre os conhecimentos específi-
Art. 178. É vedada a acumulação remunerada de cargos e cos, cujo ensino ou aplicação constitua atribuição principal dos
funções públicas, exceto: cargos acumuláveis, de sorte que o exercício simultâneo favore-
I - a de Juiz com um cargo de Professor; ça o melhor desempenho de ambos os cargos.
II - a de dois cargos de Professor; Parágrafo único. tal relação não se haverá por presumida,
III - a de um cargo de Professor com outro técnico ou cientí- mas terá de ficar provada mediante consulta a dados objetivos,
fico; ou IV - a de dois cargos de Médicos. tais como os programas de ensino, no caso do professor, e as
Art. 179. A acumulação, em qualquer hipótese, só será per- atribuições legais, regulamentares ou regimentais do cargo, no
mitida quando houver correlação de matérias e compatibilidade caso de cargo técnico ou científico.
de horários. Art. 188. Para os efeitos deste capítulo, a expressão “cargo”
Art. 180. A proibição de acumular se estende a cargos ou compreende os cargos, funções ou empregos referidos no artigo
funções de qualquer modalidade ou emprego no Poder Público
180.
Federal, Estadual ou Municipal, na administração centralizada
Art. 189. A compatibilidade de horários será reconhecida
ou autárquica, inclusive em sociedade de economia mista e em-
quando houver possibilidade do exercício dos dois cargos, em
presas públicas.
horários diversos, sem prejuízo do número regulamentar de ho-
Art. 181. O funcionário não poderá exercer mais de uma
função gratificada, nem participar de mais de dois órgãos de de- ras de trabalho determinado para cada um.
liberação coletiva. § 1º A verificação dessa compatibilidade far-se-á tendo em
Art. 182. Os aposentados ficam excluídos da proibição de vista o horário do servidor na unidade administrativa em que
acumular proventos quando no exercício de mandato eletivo, estiver lotado, ainda que ocorra a hipótese de estar dela legal-
cargo em comissão, ou quanto a contrato para prestação de ser- mente afastado.
viços técnicos ou especializados. § 2º No caso de cargos a serem exercidos no mesmo local
Parágrafo único. O disposto neste artigo, quanto ao exercí- ou em municípios diferentes, levar-se-á em conta a necessidade
cio de cargo em comissão, não se aplica ao aposentado compul- de tempo para a locomoção entre um e outro.
soriamente ou por invalidez se não cessadas as causas determi- Art. 190. O funcionário que ocupe dois cargos em regime de
nantes de sua aposentadoria. acumulação legal poderá ser investido em cargo em comissão,
Art. 183. Não se compreende na proibição de acumular desde que, com relação a um deles, continue no exercício de
nem está sujeita a qualquer limite, a percepção: suas atribuições, observado sempre o disposto no artigo ante-
I - conjunta, de pensões civis ou militares; rior.
II - de pensões com vencimentos, remuneração ou salário; § 1º Ocorrendo a hipótese, o ato de provimento do funcio-
III - de pensões com provento de disponibilidade ou de apo- nário mencionará em qual das duas condições funcionais está
sentadoria; sendo nomeado, para que, em relação ao outro cargo, seja ob-
IV - de proventos resultantes de cargos legalmente acumu- servado o disposto neste artigo.
láveis; § 2º O tempo de serviço, bem como quaisquer direitos ou
V - de provento com vencimento nos casos de acumulação vantagens adquiridos em função de determinada situação jurí-
legal. dica, são insusceptíveis de serem computados ou usufruídos em
Art. 184. Considera-se cargo técnico ou científico aquele outra, salvo se extinto seu fato gerador.
que para cujo exercício seja exigida habilitação em curso legal- § 3º Se computados na hipótese do parágrafo anterior, in
mente classificado como técnico, de grau ou de nível superior fine, em determinada situação, a ela ficarão indissoluvelmente
de ensino. ligados, ressalvado o caso de ocorrer também sua extinção.
Parágrafo único. Considera-se, também, como técnico ou
Art. 191. Verificada, em processo administrativo disciplinar,
científico:
a acumulação proibida, e provada a boa-fé, o funcionário optará
I - o cargo para cujo exercício seja exigida habilitação em
por um dos cargos, sem obrigação de restituir.
curso legalmente classificado como técnico segundo de grau ou
§ 1º Provada a má-fé, além de perder os cargos, restituirá o
de nível superior de ensino;
II - o cargo de direção, privativo de ocupante de cargo téc- que tiver percebido indevidamente pelo exercício de cargo que
nico ou científico. gerou a acumulação.
Art. 185. Cargo de professor é o que tem como atribuição § 2º Na hipótese do parágrafo anterior, se o cargo gerador
principal e permanente lecionar em qualquer grau ou ramo de de acumulação proibida for de outra esfera de Poder Público, o
ensino legalmente previsto. funcionário restituirá o que houver percebido desde a acumu-
Parágrafo único. Inclui-se, também, para efeito de acumula- lação ilegal.
ção, o cargo de direção, privativo de professor. § 3º Apurada a má-fé do inativo, este sofrerá a cassação da
Art. 186. A simples denominação de “técnico” ou “científi- sua aposentadoria ou disponibilidade, obrigado, ainda, a resti-
co” não caracteriza como tal o cargo que não satisfizer as condi- tuir o que tiver recebido indevidamente.
ções do artigo 184.

281
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 192. A inexatidão das declarações feitas pelo funcioná- III - Valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal
rio no cumprimento da exigência constante do artigo 56 desta em detrimento da dignidade da função pública;
Lei, constituirá presunção de má-fé, ensejando, de logo, a sus- IV - coagir ou aliciar subordinados com o objetivo de natu-
pensão do pagamento do respectivo vencimento e vantagens, reza particular;
ou provento. V - promover manifestações de apreço ou desapreço e fazer
Art. 193. As acumulações serão objeto de estudo e parecer circular ou subscrever lista de donativos, no recinto da reparti-
individuais por parte do órgão municipal para esse fim criado, ção;
que fará a apreciação de sua legalidade, ainda que um dos car- VI - participar de diretoria, gerência, administração, conse-
gos integre os quadros de outra esfera de poder. lho técnico e administrativo de empresa ou sociedade:
a) contratante, permissionária ou concessionária de servi-
CAPÍTULO II ços público;
DOS DEVERES b) fornecedora de equipamento, serviços ou materiais de
qualquer natureza ou espécie, a qualquer órgão municipal;
Art. 194. São deveres do funcionário: c) de consultoria técnica que execute projetos e estudos,
I - assiduidade; inclusive de viabilidade, para órgãos públicos.
II - pontualidade; VII - praticar a usura em qualquer de suas formas no âmbito
III - urbanidade; do serviço público;
IV - discrição; VIII - pleitear, como Procurador ou intermediário, junto
V - boa conduta; aos órgãos municipais, salvo quando se tratar de percepção de
VI - lealdade e respeito às instituições constitucionais e ad- vencimentos, remuneração, provento ou vantagens de parente,
ministrativas a que servir; consanguíneo ou afim até o segundo grau civil;
VII - observância as normas legais e regulamentares; IX - exigir, solicitar ou receber, para si ou para outrem, pro-
VIII - obediência às ordens superiores, exceto quando mani- pinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie,
festamente ilegais; em razão do cargo ou função, ou aceitar promessa de tais van-
IX - levar ao conhecimento de autoridade superior irregula- tagens;
ridades de que tiver ciência em razão do cargo ou função; X - revelar fato ou informação de natureza sigilosa, de que
X - zelar pela economia e conservação do material que lhe tenha ciência, em razão do cargo ou função, salvo quando se
é confiado; tratar de depoimento em processo judicial, policial ou adminis-
XI - providenciar para que esteja sempre em ordem, no as-
trativo;
sentamento individual, sua declaração de família;
XI - cometer a pessoa estranha ao serviço do Município, sal-
XII - atender prontamente às requisições para defesa da Fa-
vo em casos previstos em Lei, o desempenho de encargos que
zenda Pública Municipal e à expedição de certidão para defesa
lhe competir ou a seus subordinados;
de direito;
XII - dedicar-se, nos locais e horas de trabalho, a palestras,
XIII - guardar sigilo sobre a documentação e ao assuntos de
leituras ou quaisquer outras atividades estranhas ao serviço, in-
natureza reservada de que tenha conhecimento em razão de
clusive ao trato de interesse de natureza particular;
cargo ou função;
XIII - deixar de comparecer ao trabalho sem causa justifi-
XIV - frequência a cursos regularmente instituídos, para
aperfeiçoamento e especialização. cada;
§ 1º Verificada a falta do servidor ao serviço por mais de 3 XIV - empregar material ou quaisquer bens do Município
(três) dias seguidos ou alternados, desde que não devidamente em serviço particular;
justificada, importará em perda integral das gratificações não in- XV - retirar objetos, de órgãos municipais, salvo quando au-
corporadas ao vencimento do respectivo mês. torizado por escrito pela autoridade competente;
§ 2º Fica assegurado ao servidor o direito de abono de uma XVI - fazer cobranças ou despesas em desacordo com o es-
falta por mês. tabelecido na legislação fiscal e financeira;
XVII - deixar de prestar declaração em inquérito administra-
CAPÍTULO III tivo, quando regularmente intimado;
DAS PROIBIÇÕES XVIII - incitar ou aderir a greves nos serviços públicos ou
praticar atos de sabotagem contra o regime ou serviço;
Art. 195. Ao funcionário é proibido: XIX - promover a venda de tômbolas, rifas ou mercadorias
I - referir-se, de modo depreciativo, em informação, despa- de qualquer espécie dentro do recinto da repartição;
cho ou parecer, às autoridades e a atos da Administração Pú- XX - acumular cargos públicos, salvo às exceções previstas
blica, ou censurá-los, pela imprensa ou qualquer outro órgão em Lei;
de divulgação pública, podendo, porém, em trabalho assinado, XXI - negligenciar ou omitir-se na prática de ato de ofício,
criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da organização do ou praticá-lo em desconformidade com expressa determinação
serviço com ânimo construtivo; de lei, visando satisfazer interesse ou sentimento pessoal ou de
II - retirar, modificar ou substituir livro ou qualquer docu- terceiros;
mento órgão municipal com o fim de criar direito ou obrigação, XXII - exercer cargo ou função pública antes de atendidos
ou de alterar a verdade dos fatos, bem como apresentar docu- os requisitos legais, ou continuar a exercê-los sabendo-os inde-
mento falso com a mesma finalidade; vidamente;

282
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

XXIII - promover festas ou solenidades de caráter particular Art. 203. A pena de advertência será aplicada verbalmente,
nas dependências das repartições públicas municipais; pelo Chefe do funcionário, em caso de negligência, e comunica-
XXIV - permanecer no local de serviço em estado de embria- da ao órgão de pessoal.
guez ou embriagar-se durante o expediente. Parágrafo único. Na reincidência específica será aplicada a
pena de repreensão.
CAPÍTULO IV Art. 204. A pena de repreensão será aplicada pelo Chefe do
DAS RESPONSABILIDADES órgão onde estiver localizado o funcionário, por escrito, em caso
de desobediência ou falta de cumprimento dos deveres, alem da
Art. 196. Pelo exercício irregular de suas atribuições, o fun- hipótese referida no parágrafo único do artigo anterior, devendo
cionário responde civil, penal e administrativamente. remeter cópia ao órgão de pessoal.
Art. 197. A responsabilidade civil decorre de procedimento Parágrafo único. Havendo dolo ou má-fé, a falta de cumpri-
doloso ou culposo que importe em prejuízo da Fazenda Munici- mento dos deveres será punida com pena de suspensão.
pal ou de terceiros. Art. 205. A pena de suspensão será aplicada em caso de:
§ 1º A indenização de prejuízos causados à Fazenda Muni- I - falta grave;
cipal poderá ser liquidada mediante descontos em prestações II - desrespeito a proibições que, pela sua natureza, não en-
mensais não excedentes à décima parte do vencimento ou re- sejarem pena de demissão;
muneração, na falta de outros bens que respondam pela inde- III - reincidência em falta já punida com pena de repreensão.
nização, exceto na ocorrência de má-fé, hipótese em que não se § 1º A pena de suspensão não poderá exceder a 180 (cento
admitirá parcelamento. e oitenta) dias.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá § 2º O funcionário suspenso perderá todas as vantagens e
o funcionário perante a Fazenda Municipal em ação regressiva direitos decorrentes do exercício do cargo.
proposta depois de transitar em julgado a decisão de última ins- § 3º Quando houver conveniência para o serviço, a pena
tância que houver condenado a Fazenda a indenizar o terceiro de suspensão, por iniciativa do Secretário ou Procurador Geral
prejudicado. a que pertencer a lotação do funcionário, poderá ser converti-
§ 3º Quando o funcionário for exonerado, demitido ou vier da em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de
a falecer, a quantia devida será inscrita como dívida e cobrada vencimento e vantagens, obrigado, nesse caso, o funcionário a
judicialmente. permanecer no serviço durante o número de horas de trabalho
Art. 198. A responsabilidade penal abrange os crimes e con- normal.
travenções imputados ao funcionário nessa qualidade. § 4º Além da pena judicial que couber, serão considerados
Art. 199. A responsabilidade administrativa resulta de atos como de suspensão os dias em que o funcionário deixar de aten-
praticados ou omissões ocorrida no desempenho do cargo ou der às convocações para júri e outros serviços obrigatórios por
função, ou fora dele, quando comprometedoras da dignidade e Lei, sem motivo justificado.
do decoro da função pública. Art. 206. A destituição de função dar-se-á quando verificada
Art. 200. As comissões civis, penais e disciplinares poderão falta de exação no cumprimento do dever.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não impede a apli-
cumular-se, sendo umas outras independentes entre si, bem as-
cação da pena disciplinar cabível, quando o destituído for, tam-
sim as instâncias civil, penal e administrativa.
bém, ocupante de cargo efetivo.
Parágrafo único. Só é admissível a ação disciplinar ulterior a
Art. 207. A pena de demissão será aplicada nos casos de:
absolvição no juízo penal quando, embora afastada a qualidade
I - falta relacionada no artigo 195 desta Lei, quando de na-
do fato como crime, persista, residualmente, a falta administra-
tureza grave, a juízo de autoridade competente, se comprovada
tiva.
a má-fé;
II - incontinência pública e escândalos, prática de jogos proi-
CAPÍTULO V
bidos, embriaguez habitual ou uso de transportes tóxicos e en-
DAS PENALIDADES torpecentes;
III - ofensa física, em serviço, contra funcionário ou particu-
Art. 201. São penas disciplinares: lar, salvo em legítima defesa;
I - advertência; IV - procedimento irregular incompatível com o decoro e
II - repreensão; com a dignidade do serviço público;
III - suspensão; V - ausência ao serviço, sem causa justificada, por mais de
IV - multa; 60 (sessenta) dias, intercaladamente, durante o período de 12
V - destituição de função; (doze) meses;
VI - demissão; VI - abandono de cargo;
VII - cassação de aposentadoria ou disponibilidade. VII - lesão aos cofres públicos e dilapidação do Patrimônio
Art. 202. Na aplicação das penas disciplinares serão consi- Municipal;
derados os motivos e circunstâncias da falta, a sua natureza, a VIII - aplicação irregular dos dinheiros públicos;
gravidade e os danos que dela provierem para o serviço público IX - insubordinação grave em serviço;
e os antecedentes funcionais do servidor. X - desídia no cumprimento dos deveres;
Parágrafo único. As penas impostas ao funcionários serão XI - acumulação ilegal de cargos e funções públicas, ressal-
registradas em seus assentamentos. vado o direito de opção.

283
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 1º Considera-se abandono de cargo a ausência ao serviço, § 1º A falta também prevista como crime na Lei penal pres-
sem justa causa, por 30 (trinta) dias consecutivos. creverá juntamente como este.
§ 2º Entender-se-á por ausência ao serviço, com justa cau- § 2º O curso da prescrição começa a fluir na data do even-
sa, a que assim for considerada após a devida comprovação em to punível disciplinarmente e se interrompe com a abertura do
processo administrativo, sumário, caso em que as faltas serão processo administrativo disciplinar.
justificadas para fins disciplinares.
§ 3º Quando a justificativa fundar-se em motivo de doença TÍTULO VII
do funcionário ou pessoa de sua família, comprovada por ates- DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR E DA REVI-
tado passado por médico estranho ao órgão oficial de perícias SÃO
médicas, só poderá ser alegada em processo administrativo uma
única vez. Art. 214. Poder disciplinar é a faculdade conferida ao Admi-
§ 4º Será ainda demitido o funcionário que, em processo nistrador Público com o objetivo de possibilitar a prevenção e
criminal, sofrer a pena acessória de perda da função pública. repressão de infrações funcionais e seus subordinados, no âm-
Art. 208. O ato de demissão mencionará sempre a causa da
bito interno da Administração.
penalidade.
Art. 215. Constitui infração disciplinar toda ação ou omissão
Art. 209. Conforme a gravidade da falta, a demissão poderá
do funcionário capaz de comprometer a dignidade e o decoro
ser aplicada com nota “a bem do serviço público”.
da função pública, ferir a disciplina e a hierarquia, prejudicar a
Art. 210. O funcionário demitido por processo administrati-
vo ou por sentença judicial não poderá retornar ao serviço públi- eficiência do serviço ou causar dano à Administração Pública.
co municipal antes de decorridos 10 (dez) anos. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se ao ocu-
Parágrafo único. Quando a demissão tiver sido aplicada com pante de cargo em comissão ainda que não ocupante de cargo
a nota “a bem do serviço público” não poderá o funcionário re- efetivo.
tornar antes de cancelada a nota desabonadora, pelo Chefe do
Poder Executivo, após decorridos 5 (cinco) anos da penalidade e CAPÍTULO I
mediante pedido fundamentado do interessado. DA PRISÃO ADMINISTRATIVA E DA SUSPENSÃO PREVEN-
Art. 211. A pena de cassação de aposentadoria ou de dispo- TIVA
nibilidade será aplicada se ficar provado, em inquérito adminis-
trativo, que o aposentado ou disponível: Art. 216. Cabe ao Chefe do poder Executivo ordenar a prisão
I - praticou, quando ainda no exercício do cargo, falta grave administrativa de todo e qualquer responsável pelos dinheiros
suscetível de determinar a demissão; e valores pertinentes à Fazenda Municipal ou que se acharem
II - aceitou, ilegalmente, cargo ou função pública, provada sob a guarda desta, nos casos de alcance, desvio, remissão ou
a má-fé; omissão em efetuar as entradas e entregas nos devidos prazos,
III - perdeu a nacionalidade brasileira; ou ainda, a dos que, sendo ou não funcionários públicos, hajam
IV - sofreu pena acessória de perda da função pública no contribuído material ou intelectualmente para a execução ou
caso de disponível. ocultação desses crimes.
Parágrafo único. Será igualmente cassada a aposentadoria § 1º Decretada a prisão, a mesma autoridade comunicará,
ou disponibilidade do inativo que não assumir, no prazo legal, o imediatamente, o fato à autoridade judiciária competente e pro-
exercício do cargo no qual reverter ou for aproveitado. videnciará no sentido de ser realizado, com urgência, o processo
Art. 212. São competentes para aplicação das penas disci- de tomada de contas.
plinares: § 2º A prisão administrativa não excederá a 90 (noventa)
I - o Chefe do Poder Executivo, em qualquer caso e, privati- dias, e será cumprida em estabelecimento especial.
vamente, nos casos de demissão, cassação de aposentadoria ou § 3º A prisão administrativa será relaxada tão logo seja efe-
disponibilidade;
tuada a reposição do “quantum” relativo ao alcance ou desfal-
II - o Secretário Municipal de Administração, em todos os
que verificado.
casos, exceto nos de competência privativa do Chefe do Poder
Art. 217. A suspensão preventiva até 30 (trinta) dias será
Executivo;
ordenada pelas autoridades mencionadas no artigo 212, desde
III - os Secretários Municipais e o Procurador Geral, nos ca-
sos de penalidades que não ultrapassem a 30 (trinta) dias e sus- que o afastamento do funcionário seja necessário para que este
pensão ou multa correspondente, ou não decorram de processo não venha a influir na apuração da falta.
administrativo disciplinar. Art. 218. A suspensão de que trata este artigo poderá, ain-
Parágrafo único. A mesma autoridade que aplicar a pena- da, ser ordenada pelo Secretário Municipal de Administração,
lidade poderá torná-la sem efeito, mediante despacho funda- no ato de instauração do processo administrativo disciplinar, e
mentado. estendida até 90 (noventa) dias, findos os quais cessarão auto-
Art. 213. Prescreverá: maticamente os efeitos da mesma, ainda que o processo não
I - em 2 (dois) anos a falta sujeita às penas de advertência, esteja concluído.
repreensão, multa ou suspensão; § 1º O funcionário, suspenso preventivamente, poderá ser
II - em 4 (quatro) anos, a falta sujeita: a) à pena de demissão administrativamente preso.
ou destituição de função; e b) à cassação de aposentadoria ou
disponibilidade.

284
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

§ 2º Não estando preso administrativamente, o funcioná- CAPÍTULO III


rio que responder por malversação ou alcance de dinheiro ou DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
valores públicos será sempre suspenso preventivamente e seu
afastamento se prolongará até a decisão final do processo admi- Art. 227. A aplicação das penas de suspensão acima de 30
nistrativo disciplinar. (trinta) dias, destituição de função, demissão ou cassação de
Art. 219. A prisão administrativa e a suspensão preventiva aposentadoria ou de disponibilidade serão sempre precedidas
são medidas acautelatórias e não constituem penas. de processo administrativo disciplinar.
Art. 220. O funcionário afastado em decorrência das medi- Art. 228. Cabe ao Secretário Municipal de Administração a
das acautelatórias referidas no artigo anterior terá direito: instauração do processo administrativo disciplinar, com a desig-
I - à diferença de vencimento e à contagem do tempo de nação de comissão composta de, no mínimo, 3 (três) membros,
serviço relativo ao período de afastamento, quando do processo integrantes da COPAD - Comissão Permanente de Inquérito Ad-
não resultar punição ou esta se limitar às penas de advertência, ministrativo, indicados pelo Presidente.
multa ou repreensão; § 1º O ato de designação indicará, desde logo, o presidente
II - à diferença do vencimento e à contagem do período de da comissão temporária, que deverá ser, Procurador do Municí-
afastamento que exceder ao prazo de suspensão disciplinar apli- pio ou Bacharel de Direito.
cada. § 2º Os atos de designação dos membros da comissão e de
§ 1º Quando a pena disciplinar aplicada for superior ao pe- seu Secretário, serão publicados no órgão oficial.
ríodo de afastamento o funcionário restituirá o que recebeu in-
Art. 229. Se, de imediato, ou no curso do processo adminis-
devidamente.
trativo disciplinar, ficar evidenciado que a irregularidade come-
§ 2º Será computado, na duração da pena de suspensão
tida envolve fato punível como crime, o Presidente da Comissão
disciplinar imposta, o período de afastamento decorrente de
o descreverá remetendo cópia do processo à Procuradoria Geral
medida acautelatória.
do Município, a fim de comunicar à Polícia da jurisdição em que
CAPÍTULO II ela se verificou, para que seja providenciada a instauração do
DA APURAÇÃO SUMÁRIA DE IRREGULARIDADE competente inquérito.
Art. 230. A comissão poderá dedicar todo o tempo de ex-
Art. 221. Qualquer autoridade que tiver ciência de irregula- pediente aos trabalhos do processo; ficando seus membros e o
ridade no serviço público é obrigada a provocar a sua apuração Secretário dispensados do serviço da repartição, sem prejuízo
imediata, por meios sumários ou por intermédio de processo de qualquer vantagem.
administrativo. Art. 231. Caberá ao Presidente da Comissão a designação de
Art. 222. A apuração de irregularidade, mediante sindicân- um funcionário ou pelo Chefe, salvo motivo relevante a critério
cia, não terá forma processual definitiva, nem ficará adstrita ao do Secretário Municipal de Administração.
rito determinado no Capítulo III, para o processo administrativo Art. 232. O processo administrativo disciplinar deverá estar
disciplinar, constituindo-se em simples averiguação. concluído no prazo de 90 (noventa) dias, contados da data em
Parágrafo único. A critério da autoridade que instaurar, e que os autos chegarem à comissão, prorrogáveis, sucessivamen-
segundo a importância maior ou menor do evento, a sindicância te, por períodos de 30 (trinta) dias, até o máximo de 3 (três), em
poderá ser realizada por um único funcionário ou por uma co- caso de força maior e a juízo do Secretário Municipal de Admi-
missão de 3 (três) servidores, preferivelmente efetivos. nistração.
Art. 223. A instauração de sindicância não impede a adoção, § 1º A não observância dos prazos referidos neste artigo
imediata, através de comunicado à autoridade competente, das não acarretará nulidade do processo, importante em responsa-
medidas acautelatórias previstas no Capítulo I deste Título. bilidade administrativa dos membros da comissão, ou de quem
Art. 224. Se, no curso da apuração sumária, ficar evidencia- haja dado causa ao descumprimento.
da falta punível com pena de suspensão superior a 30 (trinta) § 2º O sobrestamento do processo administrativo discipli-
dias ou multa correspondente, o responsável pela apuração fará nar só ocorrerá em caso de absoluta impossibilidade de pros-
imediata comunicação à autoridade competente para o fim de seguimento, a juízo do Secretário Municipal de Administração.
ser instaurado o necessário processo administrativo disciplinar. § 3º A comissão procederá a todas as diligências necessá-
Art. 225. Por se tratar de apuração sumária, as declarações
rias, recorrendo, inclusive a técnicos e peritos.
do servidor suspeito serão recebidas também como defesa, dis-
Art. 233. Os órgãos municipais, sob pena de responsabilida-
pensada a citação para tal fim, assegurada, porém, a juntada
de de seus titulares, atenderão, com máxima presteza, às solici-
pelo mesmo, no prazo de 5 (cinco) dias, de quaisquer documen-
tações da comissão, devendo comunicar prontamente a impos-
tos que considere úteis.
Art. 226. A falta punível com pena de advertência, repre- sibilidade de atendimento, em caso de força maior.
ensão ou suspensão inferior a 30 (trinta) dias será aplicada pelo Art. 234. A autoridade instauradora do processo providen-
Secretário Municipal ou Procurador Geral a que pertencer o fun- ciará, com a devida urgência e, mediante requisição do presi-
cionário, assegurando-se-lhe ampla defesa. dente da comissão, os meios materiais, inclusive os de locomo-
ção ou transporte que se fizerem necessários.
Art. 235. A comissão assegurará, no processo administrativo
disciplinar, o sigilo necessário à elucidação do fato ou o exigido
pelo interesse da Administração.

285
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

Art. 236. Será admitida a acareação entre acusado e teste- Art. 243. Concluída a defesa, a comissão remeterá o pro-
munhas e entre testemunhas, sempre que divergirem em suas cesso à autoridade competente, e com relatório onde será ex-
declarações sobre fatos ou circunstâncias relevantes. posta a matéria de fato e de direito, concluindo pela inocência
Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados; para ou responsabilidade do indiciado, apontando, no último caso,
que expliquem os pontos de divergência, reduzindo-se a termo as disposições legais transgredidas e a pena que julgar cabível.
o ato de acareação. § 1º Recebido o processo, o Chefe do Poder Executivo pro-
Art. 237. Para assistir pessoalmente aos atos processuais, ferirá a decisão no prazo de 20 (vinte) dias, à vista dos fatos
fazendo-se acompanhar de defensor, se assim o quiser, o acu- apurados pela comissão, não ficando, entretanto, vinculado às
sado será sempre intimado, e poderá, nas inquirições, levantar conclusões do relatório.
contradita, formular perguntas e reinquirir testemunhas; nas § 2º Não decidido o processo, no prazo deste artigo, o in-
perícias, apresentar assistente e formular quesitos cujas respos- diciado reassumirá automaticamente o exercício do cargo, se
tas integrarão o laudo; e fazer juntadas de documentos em qual- deste estiver afastado, até o julgamento final.
quer fase do processo. Art. 244. Quando a autoridade instauradora considerar que
Parágrafo único. Se, nas perícias, o assistente divergir dos os fatos não foram devidamente apurados, promoverá o retorno
resultados, poderá oferecer observações escritas que serão exa- do processo à Comissão para cumprimento das diligências ex-
minadas no relatório final e na decisão. pressamente determinadas, consideradas indispensáveis a sua
decisão.
Art. 238. No interrogatório do acusado, seu defensor não
Art. 245. O funcionário só poderá ser exonerado ou licencia-
poderá intervir de qualquer modo nas perguntas e nas respos-
do para tratar de interesses particulares, a pedido, após a con-
tas.
clusão do processo administrativo disciplinar a que responder,
Art. 239. Antes de indiciado, o funcionário intimado a pres-
desde que reconhecida a sua inocência ou cumprida a decisão
tar declarações à Comissão poderá fazer-se acompanhar de ad- imposta.
vogado, que, entretanto, observará o disposto no artigo anterior. Parágrafo único. Não se aplica o disposto neste artigo quan-
Parágrafo único. Não se deferirá, nessa fase, qualquer dili- do o processo administrativo disciplinar tiver por objeto apurar
gência requerida. abandono do cargo ou faltas intercaladas, quando se permitirá
Art. 240. O Secretário da Comissão, a quem o Presidente exoneração a pedido, a juízo do Chefe do Poder Executivo e não
fará a entrega de todos os documentos, que lhe forem confiados sendo o funcionário reincidente.
pela autoridade instauradora, autuá-los-á mediante termos da-
tados e assinados. CAPÍTULO IV
Art. 241. Ultimada a instrução, será feita, no prazo de 3 DO PROCESSO POR ABANDONO DE CARGO
(três) dias; a citação do indiciado, para a apresentação de defe-
sa, no prazo de 10 (dez) dias, sendo-lhe facultado vista do pro- Art. 246. Caracterizado o abandono do cargo, o Chefe da
cesso durante todo esse período, na sede da comissão. repartição onde tenha exercício o funcionário ou órgão pagador
§ 1º Havendo dois ou mais indicados, o prazo para defesa comunicará o fato à Secretaria Municipal de Administração, que
será comum e de 20 (vinte) dias. providenciará a instauração do processo administrativo discipli-
§ 2º Achando-se o indiciado em lugar incerto ou não sabido, nar.
será citado por edital, publicado em órgão oficial de imprensa, Art. 247. Instaurado o processo administrativo disciplinar, a
durante 8 (oito) dias consecutivos, contando-se o prazo para a Comissão fará publicar, por 3 (três) dias, na imprensa oficial, edi-
defesa da data da última publicação. tal de chamada do acusado, para que, no prazo máximo de 20
§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, (vinte) dias, a contar da última publicação, apresente sua defesa.
para diligências consideradas imprescindíveis, mediante reque- § 1º Findo o prazo do artigo anterior e não havendo mani-
rimento do interessado e a critério do Presidente da Comissão. festação do faltoso, ser-lhe-á designado defensor, pelo Presiden-
§ 4º Nenhum acusado será julgado sem defesa, que poderá te da Comissão de Processo administrativo Disciplinar.
ser produzido em causa própria. § 2º O defensor diligenciará na apuração das causas de-
Art. 242. Em caso de revelia, o Presidente da Comissão de- terminantes da ausência ao serviço, tomando as providências
necessárias à defesa sob seu encargo, tendo 10 (dez) dias para
signará, de oficio, defensor dativo, preferentemente bacharel
apresentá-la, contados da data de sua designação.
em direito.
Art. 248. A Comissão de Processo Administrativo, recebida
§ 1º A Constituição de defensor independerá de instrumen-
a defesa, fará a sua apreciação e encaminhará, à autoridade ins-
to de mandato, se o indiciado o indicar por ocasião do interro-
tauradora, parecer conclusivo, que será submetido à decisão do
gatório. Chefe do Poder Executivo.
§ 2º O defensor do acusado, quando designado pelo Pre- Art. 249. O processo administrativo disciplinar de abandono
sidente da comissão, não poderá abandonar o processo, senão de cargo observará, no que couber, às disposições do Capítulo
por motivo imperioso, sob pena de responsabilidade. III deste título.
§ 3º A falta de comparecimento de defensor do indiciado
mesmo motivada, não determinará o adiamento de ato algum
do processo, devendo o Presidente da Comissão, no caso do de-
fensor, designar substituto “ad hoc”.

286
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

CAPÍTULO V Art. 259. Aos servidores do Município, regidos por legislação


DA REVISÃO especial, não se reconhecerá direitos nem se deferirá vantagem
pecuniária prevista nesta Lei, quando, por força de regime espe-
Art. 250. Poderá ser requerida a revisão do processo admi- cial a que se acham sujeitos, fizerem jus a direitos ou vantagens
nistrativo de que haja resultado pena disciplinar, quando forem com a mesma finalidade, ressalvado o caso de acumulação legal.
aduzidos fatos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a ino- Parágrafo único. A situação de pessoal contratado não con-
cência do funcionário punido. fere direito nem expectativa de direito de readaptação para car-
§ 1º Tratando-se de funcionário falecido, desaparecido ou go efetivo.
incapacitado de requerer, a revisão poderá ser solicitada por Art. 260. O funcionário, candidato a cargo eletivo, desde
qualquer pessoa. que exerça cargo de direção, de Chefia ou Assessoramento, ou
§ 2º A revisão processar-se-á em apenso ao processo ori- encargo de fiscalização ou de arrecadação, será afastado do
ginário. exercício, a partir da data em que for inscrito perante à Justiça
§ 3º Não constitui fundamento para a revisão a simples ale- Eleitoral, até o dia seguinte ao do pleito.
gação de injustiça de penalidade. § 1º Para dedicar-se à atividade política, o funcionário, me-
§ 4º O requerimento, devidamente instruído, será dirigido diante requerimento, será afastado do exercício do cargo duran-
ao Chefe do Poder Executivo que decidirá sobre o pedido, após te o período que media entre o registro da candidatura perante
ouvir a COPAD. a Justiça Eleitoral e o dia seguinte ao da eleição.
§ 5º Deferida a revisão, o Secretário Municipal de adminis- § 2º O afastamento a que se refere este artigo será efetuado
sem prejuízo de vencimento, direitos e vantagens do cargo efeti-
tração designará outra Comissão para processá-la.
vo que o funcionário ocupe.
Art. 251. Na inicial, o requerimento pedirá dia e hora para
Art. 261. Com a finalidade de elevar a produtividade dos
inquirição das testemunhas que arrolar.
funcionários e ajustá-los às suas tarefas e ao seu meio de traba-
Parágrafo único. Será considerada informante a testemunha
lho, o Município promoverá treinamento necessário na forma
que, residindo fora do Município, prestar depoimento por es- da regulamentação própria.
crito. Art. 262. O dia 28 de outubro será consagrado ao Servidor
Art. 252. Concluído o encargo da Comissão, em prazo não Público do Município de Niterói.
excedente a 30 (trinta) dias, será o processo, com o respectivo Art. 263. É dispensada a prestação de fiança para o provi-
relatório, encaminhado ao Chefe do Poder Executivo, para jul- mento e o exercício de qualquer cargo, função ou emprego na
gamento. Administração Municipal.
§ 1º O prazo para julgamento será de 30 (trinta) dias, po- Art. 264. A função de jornalista profissional é compatível
dendo, antes, a autoridade determinar diligências. com a de servidor público, desde que este não exerça aquela
§ 2º No caso de serem determinadas diligências, o prazo atividade no órgão onde trabalha e não incida em acumulação
será contado da data da sua conclusão. ilegal.
Art. 253. Julgada procedente a revisão, será tornada sem Art. 265. São isentos de taxas de expediente os requerimen-
efeito a penalidade imposta, restabelecendo-se todos os direi- tos e certidões de interesse do funcionário público municipal,
tos pela mesma atingidos. ativo ou inativo.
Art. 266. Esta Lei entrará em vigor na data de sua publica-
TÍTULO VIII ção, revogadas as disposições em contrário.
DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS PALÁCIO ARARIBÓIA, EM NITERÓI, 18 DE JANEIRO DE 1985.

Art. 254. O Poder Executivo expedirá os atos complementa- QUESTÕES


res necessários à plena execução da presente Lei.
Art. 255. Os prazos previstos nesta Lei e na sua regulamen- 1. (Delegado de Polícia PC-SE/CESPE/2018) No que se refe-
tação serão contados por dias corridos. re aos institutos da centralização, da descentralização e da des-
Parágrafo único. Não se computará, no prazo o dia inicial, concentração, julgue oitema seguir: Na administração pública,
prorrogando-se o vencimento que incidir em sábado, domingo, desconcentrar significa atribuir competências a órgãos de uma
feriado ou de expediente facultativo, para o primeiro dia útil que mesma entidade administrativa.
seguir.
Certo Errado
Art. 256. Salvo nos casos de atos de provimento, de exone-
ração ou de punição, poderá haver delegação de competência.
2. (Assistente Legislativo AL-RO/FGV/2018) Assinale a opção
Art. 257. Nos dias úteis, só por determinação do Chefe do
que indica a modalidade de administração do Estado em que há
Poder Executivo poderão deixar de funcionar as repartições pú- transferência de serviços e competências para outras pessoas
blicas municipais ou ser suspenso o expediente. jurídicas.
Art. 258. É vedado ao funcionário e ao contratado servir sob a) concentrada.
a direção imediata do cônjuge ou parente até o segundo grau, b) desconcentrada.
salvo em função de confiança ou livre escolha, não podendo, c) particularizada.
neste caso, exceder de dois o seu número. d) descentralizada.
e) funcionalizada.

287
LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL

3. (Delegado de Polícia Substituto/PC-MG/FUMARC/2018) 8.( Analista de Correios/ CESPE/ 2011) A respeito do concei-
Sobre o controle administrativo da Administração Pública, NÃO to e dos direitos e deveres dos agentes administrativos, julgue
é correto afirmar: os itens seguintes.
a) É um controle de legalidade e de mérito. Em sentido subjetivo, a administração pública compreende
b) Pode ocorrer por iniciativa da própria administração, mas o conjunto de órgãos e de pessoas jurídicas ao qual a lei confere
não pode ser deflagrado mediante provocação dos administra- o exercício da função administrativa do Estado.
dos.
c) Quanto à natureza do órgão controlador, se divide em le- Certo Errado
gislativo, judicial e administrativo.
d) Tem por finalidade confirmar, alterar ou corrigir condutas 9. (Oficial Técnico de Inteligência/ Abim/ CESPE/2010) A ad-
internas, segundo aspectos de legalidade ou de conveniência ministração pública é caracterizada, do ponto de vista objetivo,
para a Administração. pela própria atividade administrativa exercida pelo Estado, por
meio de seus agentes e órgãos.
4. (Prefeitura de Rio das Antas – SC/ FEPESE/ Advoga-
do/2018)A investidura em cargo público ocorrerá: Certo Errado
a) Com a posse.
b) Com o acesso. 10. (Ministério das Comunicações/ CESPE/2008)No que
c) Com a reversão. concerne às atividades administrativas, julgue os itens que se
d) Com a nomeação. seguem.
e) Com a aprovação em concurso público.
Atividades administrativas são também desempenhadas
5. (Técnico Ministerial/ MPE-PI/CESPE/2018) Em julho de pelo Poder Judiciário e pelo Poder Legislativo.
2018, em decorrência do Programa Nacional de Desestatização
(PND), a Companhia de Energia do Piauí (CEPISA), uma socie- Certo Errado
dade de economia mista, foi vendida, mediante leilão, para a
Equatorial Energia. GABARITO
A partir dessa informação, julgue o item seguinte, acerca de
organização administrativa e licitação. 1 CERTO
Antes de ser leiloada, a CEPISA, por ser sociedade de econo-
mia mista, era uma entidade integrante da administração direta. 2 D
3 B
Certo Errado
4 A
6. (Analista/ APEX Brasil/ IADES/2018) A atividade adminis- 5 ERRADO
trativa, de forma geral, sublegal ou infralegal, deve restringir-se 6 A
à expedição de comandos que assegurem a execução da lei, ou
seja, existe a necessidade de garantir que a atuação do Poder 7 A
Executivo nada mais seja que a concretização do preconizado 8 CERTO
em lei. Esse contexto relaciona-se a qual princípio específico? 9 CERTO
a) Impessoalidade
b) Boa-fé 10 CERTO
c) Moralidade
d) Pessoalidade
e) Legalidade

7. (Assistente Legislativo/ FUNRIO/ AL-PR/2018) O Artigo 37


da Constituição Federal deixou expressos os princípios a serem
observados por todas as pessoas administrativas de qualquer
dos entes federativos. Eles revelam as diretrizes fundamentais
da Administração, de modo que só se poderá considerar válida
a conduta administrativa, se estiver compatível com esses prin-
cípios.
Pela Emenda Constitucional N°19/1998, foi incluído o se-
guinte princípio que passou a ser expresso na Constituição:
a) Eficiência.
b) Legalidade.
c) Publicidade.
d) Moralidade.

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