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1- O bem pode-se definir de tantas formas ou categorias, quanto o fim em vista, mas em

termos de qualidade, Aristóteles considera-o sob forma de virtudes.

Segundo Aristóteles, todas as escolhas que o Homem faz têm de ter como objetivo fazer o Bem.
Para que esse Bem exista, o Homem tem de o fazer de forma racional, determinada e refletida,
não devendo ser confundido com o desejo nem com o apetite irracional. Aristóteles associa o
Bem ao raciocínio, no caso humano. Diz ainda que o Bem é a Felicidade, uma vez que todos
associam o bem viver e o ter êxito ao facto de serem felizes, e esta felicidade é relativa, depende
da vida que cada um leva. O Bem Supremo é a felicidade, é aquilo que nós pretendemos atingir
com todas as nossas ações.

Sendo que este filósofo considera o bem sob a forma de virtude. A virtude é a racionalização do
desejo, é uma predisposição que se transforma em hábito, é a sabedoria do agir. Esta nasce da
prática repetida de atos justos e moderados, ou seja, de atos virtuosos e permite-nos esclarecer
que todo o Homem que tem sabedoria (virtude intelectual), fugirá do excesso e do defeito
(vícios), dando preferência ao meio-termo, tornando-se, assim, numa situação de equilíbrio. Os
atos virtuosos, para assim serem considerados, necessitam de obedecer a três condições: o
agente tem que estar consciente do que faz; deve escolher deliberadamente a sua acção, sem a
presença de condições e o ato tem de provir de uma disposição moral, realizado firmemente e
com disposição inabalável.

As virtudes poderão ser éticas (justiça, coragem) e dianoéticas ou intelectuais. A virtude


intelectual depende do ensino recebido, da experiência e do tempo; a virtude ética é o produto
do hábito.

2- Faça a destrinça entre os conceitos moral e ética, uma vez que a moral se debruça sobre
“o Dever ser” e a ética se ocupa da fundamentação da moral.

A moral tem um carácter prático imediato, que faz parte da vida quotidiana da sociedade, não
apenas por ser um conjunto de regras e de normas que regem a nossa existência, dizendo o que
devemos ou não fazer, mas também porque se encontra presente no que dizemos influenciando
os nossos juízos e opiniões. Esta diz respeito às ações praticadas por hábito e aos costumes em
geral, o que privilegia o lado pelo qual a acção é ainda exterior ao sujeito; esta exterioridade é a
lei e a regra. É o campo no qual a lei e a regra atuam. A moral é deontológica, debruçando-se
sobre o dever de agir; prescritiva, conferindo carácter obrigatório à acção e tem a ver com a vida
pública, relacionando-se com o que é esperado pela sociedade na forma de agir.

A ética é definida por Aristóteles como o “lugar interior de onde brotam os atos do Homem”, ou
seja, o centro de todos os atos humanos. A ética analisa a dimensão pessoal da ação e o agir surge
da própria interioridade da pessoa que age, não se trata da conformidade com a lei como
acontece com a moral. Consiste no fundamento da moral e inclui por conseguinte uma reflexão. A
ética é teleológica, debruçando-se sobre a finalidade da ação; descritiva porque descreve a ação,
e faz parte da vida privada. Ricoeur diz que a ética é o desejo de vida boa (estima de si), com e
para os outros (solicitude) nas instituições justas (equidade).
3- “O facto humano fundamental traduz-se por não existir um eu sem um tu, nem um tu
sem um eu, nem o ele sem um tu e sem um eu.”

Isto significa que a pessoa é um ser recíproco e é dinâmica porque a sua palavra é dinâmica e
viva, é a conversação que permite esse dinamismo. A pessoa é um ser de comunicação
tridimensional pois a palavra inclui três dimensões: a simbólica (código), a psíquica (a
comunicação) e a orgânica (o corpo). Se a pessoa é dinâmica e tridimensional então, segundo
Malherbe, ela é capaz de se fazer a ela própria (autopoiése) através do viver e da experiência.
Para nós ocidentais, a pessoa é um ser individual e único que se realiza através da relação com o
outro. O primeiro nível que determina a pessoa é o corpo, sendo que a ligação entre o interior e o
exterior da pessoa é a expressão. Mas a pessoa não é só um corpo expressivo, é também um ser
de desejo, que é a coisa para a qual tendemos e que nos define a um nível mais elevado na nossa
existência; este é um impulso que leva a pessoa para caminhos sempre novos. Tal como o desejo,
a afetividade também é uma busca sem fim, por isso é muito difícil atingir o ponto de equilíbrio. A
relação com o outro tem sempre uma conotação afetiva, ora se acha simpático ou antipático ou
agressivo. A pessoa é um ser de comunicação, sendo que é através da linguagem que estabelece
uma relação com o outro. Em suma, a pessoa é a junção do corpo, do desejo, da afetividade e da
linguagem.

Necessitamos sempre de mais alguém, uns dos outros para atingirmos o fim desejado, para
que nos possamos desenvolver. É através das nossas interações com o meio e com o outro que
nos vamos moldando e desenvolvendo, pois este é fundamental à nossa identidade e
personalidade. Precisamos uns dos outros para que nos possamos desenvolver, simplesmente,
necessitamos uns dos outros para ‘ser’.

4- “Tanto a virtude como o vício estão em nosso poder. Com efeito, sempre que está em
nosso poder fazer, está-o também não fazer, e sempre que está em nosso poder o não,
está-o também o sim, de maneira que se está em nosso poder agir quando é belo fazê-
lo, estará em nosso poder não agir quando é vergonhoso.” Aristóteles, Ética
Nicomaqueia

Para Aristóteles em cada acção há sempre três coisas que temos que ter em conta que são o
desejo ou finalidade, deliberação ou meios que temos para atingir determinado fim e escolha, ou
seja, decidir fazer ou não fazer. Parte de cada um de nós ter consciência das consequências que os
nossos atos têm e prevê-las antes de agir para que as possamos evitar. A virtude trata-se do agir
bem sendo o vício o seu oposto. Temos em nós a capacidade de agir quando queremos, como
agimos e para quê. A decisão de agirmos em ações voluntárias é sempre nossa, está em nós dizer
sim ou não. Atos voluntários são decididos pelas pessoas sem nada a pressionar para essa
decisão. Então a virtude resulta num equilíbrio entre duas possibilidades, uma por defeito e outra
por excesso. A decisão de agirmos em ações voluntárias é sempre da própria pessoa, sendo
decidido por ela mesma sem pressões para a decisão final.
5- Entre todas as virtudes, Aristóteles dá um lugar especial à virtude da amizade,
considerando-a principal. Fale-nos um pouco sobre a amizade Aristotélica.

Segundo Aristóteles, a amizade é a virtude máxima da ética nicomaqueia, é um elemento


essencial à felicidade e é algo indispensável à vida humana. Sem amigos ninguém consegue viver
independentemente de ter todos os bens do mundo. Na pobreza e na desgraça são eles o nosso
último refúgio, sendo também verdade que nas horas de alegria, a presença dos amigos torna-se
necessária para com eles as partilharmos. Para Aristóteles há três tipos de amizade: amizade
agradável, não é amizade verdadeira e é mais própria dos jovens; amizade útil, ou seja, tomar
partido de características ou bens que essa pessoa possa ter para uso próprio, sendo mais própria
dos velhos; e, por fim, a amizade benevolente e esta sim é a amizade considerada verdadeira,
amizade que é para sempre e que tem de ser recíproca, mais própria dos virtuosos. Esta última
exige tempo para se relacionar com a pessoa, para conhecer e ganhar confiança, entrar no íntimo.
Esta última amizade é a dos bons e semelhante na virtude, aqueles que desejam por igual o bem
uns aos outros e são bons por si mesmos, está livre de qualquer interesse menos digno, ou seja,
deseja-se que o amigo “cresça”, escolhendo o seu melhor caminho. Podemos apelidar de amigos
na sua essência e não acidentalmente. A amizade benevolente pressupõe aquilo a que Aristóteles
chamou as características secundárias da amizade, o que segundo a Estagirita, constitui uma
tarefa árdua e difícil: a reciprocidade, a confiança, a intimidade, a igualdade e a durabilidade. As
pessoas sem moral farão amizade por prazer ou interesse, enquanto que as pessoas de bem farão
a amizade verdadeira, na sua essência. A pessoa deve fugir com toda a sua força da perversidade
e procurar ser virtuoso, para que se sinta bem consigo próprio e capaz de ser amigo do “outro”,
uma vez que um amigo é um outro “eu”. O maior bem que o amigo deseja a seu amigo, é que ele
permaneça o que ele é.

6- Quando Kant refere no seu imperativo categórico que deveremos sempre agir de forma
a que as nossas máximas sejam universalizáveis, isto é, que sejam válidas para todo o
homem, em todas as circunstâncias, sem ter em conta as consequências, podemos ficar
um pouco chocados com esta intransigência Kantiana, uma vez que seremos obrigados
a colocar-nos fora do circuito do desejo, do prazer e da felicidade pessoais e individuais.

Para Kant “as ações, são proposições que contêm uma determinação geral da vontade, a qual
inclui em si várias regras práticas”, considerando-as máximas ou leis, caso sejam subjetivas,
dependendo da razão e do desejo e válidas somente para o sujeito, ou objetivas, isentas de
desejo, válidas para todo o ser racional. É deste modo que Kant irá chamar imperativo a toda a
regra que é designada por um dever e que exprime a lei ou a regra de conduta que é válida para
todos. Hipotéticos e categóricos, sendo os primeiros aqueles em que estabelecemos um fim,
assumindo necessariamente os meios param o atingir; os segundos, os que prescrevem a acção
como absolutamente necessária sem referência a qualquer condição, como é exemplo o
imperativo categórico: “age de tal modo que a máxima da tua vontade possa valer sempre ao
mesmo tempo como princípio de uma legislação universal”. Segundo Kant, o importante é fazer-
se uma coisa porque se acha correta. Quando agimos de acordo com a lei moral é que agimos em
liberdade. É esta liberdade que nos diferencia dos animais, pois não reagimos só por instinto, ou
por necessidade como eles. Se decidir não ser mau, mesmo quando ajo contra os meus
interesses, estou a agir livremente. Fazer o que se deve, é porque se pode. No entanto, nem tudo
o que se pode se deve.

7- É o conceito de autonomia que permite precisar quais são os princípios e os fins do agir
moral

A autonomia consiste no exercício esclarecido da liberdade de consciência, através da qual nos é


permitido realizar os valores nas situações sempre novas. A consciência moral indica o melhor
caminho a seguir, de forma a chegar à melhor decisão, perante uma situação embaraçante.
Podemos dizer que a consciência moral é precisamente a capacidade de discernir que a pessoa
tem, ou até mesmo de inventar a melhor forma de agir em determinada situação, de acordo com
os seus valores.
Malherbe fala-nos de um esquema metodológico constituído por três regras a que chama regras
de discernimento moral: a primeira regra trata da adequação dos meios que não devem ir contra
o objetivo; a segunda regra de discernimento moral é a regra do ato de duplo efeito; a terceira
regra é a regra do melhor caminho em que é necessário decidir provocando não as melhores
consequências mas as mais aceitáveis, ou seja, é necessário reduzir os “estragos” a um mínimo
aceitável.

Por muito livre que seja o exercício da consciência moral, não consiste somente em escolher
arbitrariamente a via que parece ser a melhor perante determinada situação, mas em escolher
entre as diversas saídas possíveis, qual a que permite cultivar da melhor forma a autonomia de
todos os envolvidos. “Fugindo”, sempre que possível, do autoritarismo, do tradicionalismo, do
cientismo e do relativismo.

Devemos sempre agir de acordo com a nossa consciência moral, desde que a nossa máxima não
contradiga o imperativo ético fundamental, “age em todas as circunstâncias de forma a cultivar a
autonomia do outro e a tua será cultivada por acréscimo”. A única moral universalizável é aquela
onde as pessoas se estimam e se tratam de forma recíproca, como fim em si mesmas, onde
nenhuma serve como meio para a outra, onde nenhuma tem preço. O Homem, e como ele, toda a
criatura racional, é fim em si mesmo.

8- " O respeito é um tributo que não podemos recusar ao mérito, quer queiramos ou não;
podemos, quando muito, não o manifestar exteriormente, no entanto, não
conseguimos impedir de internamente o sentirmos.” Fontenelle a este respeito diz “Na
presença de um grande, inclino-me, mas o meu espírito não se inclina”. Kant-Crítica da
razão prática,p.93

O respeito é diferente do medo.

Kant também distingue claramente pessoa e coisa: os seres cuja existência depende não em
verdade da nossa vontade, mas da natureza, são seres irracionais, chamam-se coisas; ao passo
que os seres racionais se chamam pessoas, porque a sua natureza os distingue já como fins em si
mesmos, quer dizer, como algo que não pode ser empregado como simples meio e que, por
conseguinte, limita nessa medida todo o arbítrio (e é um objeto do respeito).

Nessa última distinção, reaparece um dos conceitos morais kantianos mais importantes da
dignidade da pessoa humano: o respeito. O respeito, segundo Kant, é o único sentimento
conhecível a priori, quer dizer, não é um sentimento recebido por influência sensível, mas um
sentimento que se produz por si mesmo através de um conceito da razão, pelo que não se
manifesta por inclinação ou medo. Para Kant o respeito é independente da sensibilidade e,
portanto, produto da razão prática.
Kant defendeu que o respeito dirige-se a pessoas e jamais a coisas; as últimas podem suscitar
em nós a inclinação e, se forem animais, até mesmo o amor ou o temor, mas nunca o respeito.
Kant ressalta que este se baseia sempre na consciência de um dever e que, portanto, o respeito
nunca pode ter nenhum outro fundamento senão um fundamento moral.
Kant elucida sobre Fontanelle – na presença de um grande, inclino-me, mas o meu espírito não se
inclina – que diante de um homem de classe inferior, um burguês ordinário inclina o espírito quer
ele queira quer não, mesmo que exteriormente levante a cabeça para que não lhe passe
despercebida a superioridade da sua condição.

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