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1. Introdução
As grandes instituições empresariais contemporâneas dependem da inovação em
produtos, serviços e processos para manterem-se em patamares competitivos que
garantam a sua sobrevivência no mercado (GERAMI, 2010).
Assim, tais unidades corporativas, obtêm, essencialmente, os seus lucros da
exploração estruturada de suas grandes atividades em serviços, os quais, por sua vez,
valem-se do capital intelectual (conhecimento) que abrigam e dos benefícios que
continuamente geram em suas rotinas e processos cotidianos. Deste modo, portanto, é
que o conhecimento, um ativo intangível e estratégico, que de acordo com Oliveira et
al. (2008) é acumulado lentamente ao longo do tempo, estando enraizado na história e
na cultura organizacional, deve ser gerido de maneira estratégica, uma vez que
constitui-se em um dos elementos capazes de proporcionar uma vantagem competitiva
para a organização (OZTEMEL, 2011; SULAIMAM ET AL., 2011).
A gestão do conhecimento (GC), deste modo, consiste em uma maneira
verdadeiramente eficaz de se capitalizar o conhecimento dentro das organizações
(ROSSETTI; MORALES, 2007; BERGAMASCHI; URBINA, 2009). À medida que
formaliza e explicita técnicas e conhecimentos tácitos, esse tipo de gerência, concorre
para, significativamente, guiar a organização rumo às inovações (SILVA, 2004; DU ET
AL., 2011). Rosseti e Morales (2007) indicam como objetivo das ferramentas de GC,
modelar o conhecimento que existe na cabeça das pessoas e nos documentos
corporativos e disponibilizá-lo a toda organização.
No cumprimento de tais objetivos, contudo, a gestão do conhecimento necessita
ser amplamente amparada por um ferramental de tecnologia da informação (TI)
(ROSSETTI; MORALES, 2007; VAHEDI; IRANI, 2011), o qual condiciona os
elementos relativos aos dados, às informações e ao conhecimento corporativo,
facilitando a contínua produção do conhecimento internamente à organização, bem
como o seu correto armazenamento e difusão. Este ferramental, todavia, por vezes
transforma-se em uma estrutura de custos elevados e de alta complexidade, o que em
alguns casos pode inviabilizar a sua aplicação (FERREIRA; RAMOS, 2005).
Desta dificuldade, surge, então, o desenvolvimento das tecnologias orientadas ao
serviço (computação orientada ao serviço, software orientado ao serviço), que têm se
firmado cada dia mais dentro dos estudos organizacionais e de sistemas de informação
(PAPAZOGLOU; GEORGAKOPOULOS, 2003) e que utilizam os serviços como
elementos fundamentais ao desenvolvimento de aplicações (GOLD ET AL., 2004). Tais
tecnologias têm se constituído em uma alternativa interessante para a utilização mais
eficiente da TI nas empresas e para a consequente redução dos custos das pesadas
estruturas de hardware e software necessárias.
A proliferação da computação em nuvem, cujas funcionalidades derivam das
tecnologias orientadas ao serviço (GOLD ET AL., 2004), aparentemente vem se
constituindo na saída para empresas que desejem utilizar modernos recursos de TI de
forma eficaz e eficiente, mas que estão, por diversas razões, menos propensas a investir
naquela infraestrutura. Assim, a nuvem refere-se a uma metáfora para tratar desse novo
recurso organizacional, abstraindo dos usuários finais (e da empresa) detalhes
tecnológicos dos equipamentos que estão sendo utilizados, estabelecendo contato
apenas com uma gama de serviços virtualizados através da Internet (BHARDWAJ ET
AL., 2010). Neste sentido, a computação em nuvem surge como uma nova forma de se
pensar em infraestrutura de TI.
Ainda segundo Bhardwaj et al. (2010, p. 60), essa nova forma consiste em um
“delivery model”, um modelo no qual produtos, serviços e soluções são entregues em
tempo real pela Internet a partir de uma demanda. Dessa forma, tudo o que se precisa é
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um ponto de acesso e um computador, uma vez que a parafernália física de
equipamentos e dispositivos é quase sempre externa à organização.
As bases intencionais deste artigo, portanto, recorrem à especificação da gestão do
conhecimento em uma estrutura de processo que possa ser desenvolvida e gerenciada a
partir de um serviço computacional em nuvem, sob demanda. Ou seja, quer-se aqui
propor uma virtualização, de alguns dos elementos definidores do que se conhece por
gestão do conhecimento, para que esta possa, eventualmente, ser oferecida como uma
aplicação, um serviço na rede, semelhantemente ao que ocorre nos serviços baseados na
cloud computing, em suas diversas categorias.
Também, objetiva-se, a partir deste trabalho, observar algumas vantagens e
desvantagens de se manter tal estrutura de GC na nuvem, pela incorporação da
tecnologia à gestão de processos organizacionais, que sobremaneira caracterizam a
gestão do conhecimento.
Além da introdução, este artigo discorre nos subitens seguintes sobre a tecnologia
da informação (TI), a gestão do conhecimento e o papel da TI nesta, a cloud computing;
GC implementada como um serviço (as a service) e, para finalizar, são apresentadas
discussões e conclusões acerca da estrutura de GC as a service. Trata-se, pois, de um
esforço conceitual de pesquisa.
3. Tecnologia da informação
A informação, na esfera organizacional, tem assumido papel de capital precioso,
equiparando-se aos recursos de produção e aos recursos financeiros da empresa;
portanto, sua gestão passa ser, a cada dia, mais significativa (MORESI, 2000). Ferreira
e Ramos (2005), por sua vez, afirmam que os avanços recentes no tratamento dado à
informação, têm modificado o ambiente organizacional de forma única e que a
tecnologia da informação, embora seja um componente relativamente novo, exerce uma
importância fundamental para os resultados corporativos, sendo uma ferramenta que
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permeia a cadeia e o sistema de valor da corporação, impactando processos, estruturas,
produtos e serviços da empresa (MAÇADA ET AL., 2007).
O conceito de tecnologia da informação, para Laurindo et al. (2001), se estabelece
como sendo muito mais abrangente que processamento de dados, sistemas de
informação, engenharia de software, informática ou o conjunto hardware e software,
uma vez que também envolve aspectos humanos administrativos e organizacionais. O
gerenciamento de tal estrutura de TI consiste, desse modo, em implementar ações sobre
um conjunto de processos que englobam atividades de planejamento, organização,
direção, distribuição e controle de recursos, que caracterizam o que comumente se
entende por gestão (MORAES ET AL., 2004).
A gestão da tecnologia da informação, portanto, transforma-se, hoje, em um
conjunto de ações virtuosas para impulsionar as empresas competitivas a posições de
mercado vantajosas (MORESI, 2000). Parece lógico, destarte, o entendimento de que
uma incursão efetiva sobre os recursos de TI, no intuito de alinhá-los às estratégias
corporativas e de negócios, consiste num meio efetivo de obter ganhos para a empresa
(LAURINDO ET AL., 2001; MORAES ET AL., 2004; FERREIRA; RAMOS, 2005).
Pode-se inferir, entretanto, o sucesso na utilização da tecnologia da informação no
ambiente corporativo como sendo fortemente dependente do gerenciamento deste
recurso, o que por vezes, não é uma tarefa fácil (FERREIRA; RAMOS, 2005).
Tendências atuais apontam que a terceirização de tal gestão pode ser vantajosa para a
empresa (CAVALCANTI ET AL., 2007), já que esta voltaria os seus esforços aos seus
processos essenciais. Um exemplo dessa visão é a própria proposta deste trabalho, de se
ter a gestão do conhecimento como um serviço. Elaborando e avaliando este modelo,
que concatena dois conceitos emergentes em tecnologia, a gestão do conhecimento e a
cloud computing, a abordagem credita importantes resultados ao vínculo que existe
entre o serviço de TI e o processo de gestão do conhecimento organizacional.
4. Gestão do conhecimento
O conhecimento é visto por diversos autores como um composto de dados,
informações, modelos, experiências e pessoas (CHOO, 1995; DAVENPORT;
PRUSAK, 1998; PROBST ET AL. 2002; CRUZ, 2002; SANTOS, 2005). Reconhece-se
assim, desde o início, que o conhecimento gerado internamente às organizações forma a
base de toda a inovação com a qual a empresa torna-se competitiva nos mercados. Deste
modo, o conhecimento equipara-se, pois, a um recurso ordinário do repertório
organizacional que precisa de gerenciamento, tal que, sua produção, analogamente a de
um processo qualquer, no qual a transformação de insumos origina resultados úteis a
uma ação, ou à tomada de decisão, em busca de algum objetivo, se faz necessária.
Santos (2005), a seu turno, elucida a gestão do conhecimento como uma
ferramenta transformadora para o desenvolvimento inovador de produtos e processos
permanentes e complementa, mencionando que a aplicação desse ativo gerado na
instituição se constitui, atualmente, em um dos maiores desafios para as empresas.
Para Silva (2004), a implantação coordenada da gestão desse conhecimento dentro
de uma organização, cria uma vantagem competitiva sustentável e de difícil imitação,
posto que o ativo em exame encontra-se enraizado nas pessoas dentro da empresa e não
em seus recursos físicos, esses sim, facilmente imitáveis pela concorrência. Assim,
conforme relatam Penteado et al. (2008), a gestão do conhecimento no âmbito
organizacional é um processo de aprendizado e que envolve as pessoas.
Entretanto, a utilização do conhecimento produzido essencialmente pelos
colaboradores, dentro das empresas, deve passar por uma tutela de ordenação lógica, de
armazenagem, de utilização e de difusão, isto é, deve ser gerido. Assim sendo, trabalhar
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com o conhecimento de maneira coesa e sempre integrada aos processos do negócio
organizacional exige a tutela da GC (SILVA, 2004) com respaldo da TI.
Uma boa parte das abordagens acerca da GC, encontrada na literatura, ampara-se
fortemente no modelo de Nonaka e Takeuchi (1997). Tal modelo reergue as noções de
conhecimento tácito, relacionado a conhecimentos subjetivos inerentes às pessoas, isto
é, habilidades, sistemas de ideias, percepção e experiência, que são de difícil
formalização; e conhecimento explícito, considerado relativamente fácil de codificar-se,
transferir-se e reutilizar-se, uma vez que está formalizado em instrumentos
organizacionais simples. Seguidores como Oliveira et al. (2008) enfatizam então que
toda organização busca gerar conhecimento, a partir da transformação do conhecimento
tácito em conhecimento explicito, o que ocorre mediante uma interação contínua e
dinâmica entre ambas formas, no formato de ciclo, ilustrado na figura 2, chamado
ordinariamente de ciclo de conversão do conhecimento.
6. Cloud computing
Associado ao recente sucesso global da Internet (AHMED ET AL., 2012), a cloud
computing surge como um novo conceito computacional, no qual serviços de TI são
fornecidos no sentido de utilidade, por terceiros, e no qual os usuários pagam apenas
por consumação, e tem transformado a infraestrutura de TI em uma abordagem de
computação orientada ao serviço (KARTHIKEYAN; SUKANESH, 2012). Ou seja, os
usuários compartilham os recursos, geralmente através da Internet, usando-os quando de
suas necessidades, e isto reduz significativamente os custos para todos os usuários
(AHMED ET AL., 2012), pois é patente o compartilhamento de tais recursos.
Diversos autores têm discutido amplamente o conceito da cloud computing, assim
como a sua real utilidade dentro do ambiente corporativo. Vouk (2008) convergiu essa
definição para uma maneira de utilização dos elementos de TI através de uma
arquitetura orientada ao usuário final. Choi e Lumb (2009) caracterizam a cloud
computing como um modelo computacional para dar suporte ao processamento de
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dados. Neste sentido, a compreensão, que derivou de décadas de pesquisa em assuntos
como virtualização, computação distribuída e serviços de software, rede e computação
sob demanda (BUYYA, 2008; JAIN; BHARDWAJ, 2010), tem evoluído para um
conceito significativo no contexto organizacional, que a defende como sendo um
serviço, tendo como uma de suas premissas essenciais trazer independência de execução
para as áreas de TI, e como consequência dar flexibilidade de atuação na gestão do
negócio da organização (AHMED ET AL., 2012).
A cloud computing vislumbra-se, em geral, sob duas formas: de acordo com a
localização e de acordo com os tipos de serviços oferecidos na nuvem. Nesta
compreensão, a primeira classificação conhecida remete aos trabalhos de Dillan e
Chang (2010) e Rawtani (2012) e subdivide os tipos de cloud em: public, private,
hybrid e community. Tal categorização está associada à localização da infraestrutura da
nuvem, bem como ao tipo de usuário ao qual se destina. Assim:
Private cloud seria uma nuvem particular destinada apenas a uma organização,
por vezes desenvolvida e com recursos (servidores, provedores) na empresa;
Public cloud destina-se a todo e qualquer usuário que contrate tal serviço na rede
(Internet), sendo transparente o local de guarda dos recursos aos quais acessa;
Hybrid cloud representaria o meio termo entre a public cloud e a private cloud;
Community cloud refere-se a um tipo específico de private cloud, destinada ao
atendimento de empresas de uma mesma comunidade.
No entanto, a classificação mais usual é aquela que associa a cloud computing ao
serviço prestado (VOUK, 2008). De acordo com esta classificação, costumam-se
identificar três categorias básicas de serviços oferecidos na rede: software as a service,
platform as a service e infrastructure as a service (BUYYA, 2008; VOUK, 2008;
CHOI; LUMB, 2009; BHARDWAJ ET AL., 2010; JAIN; BHARDWAJ, 2010; NOOR
ET AL., 2010; AHMED ET AL., 2012; KARTHIKEYAN; SUKANESH, 2012).
Ahmed (2012) e Zhang et al. (2012) apresentam também uma classificação mais
granular dos serviços oferecidos na nuvem, relatando ao todo doze categorias
incrustadas no quadro 1, que lista todos os serviços que poderiam ser oferecidos.
Categorias Definição
Aplicações de software como serviço na nuvem no modelo pay-
Application as-a-service (AaaS)
per-use
Gerenciamento de banco de dados operados a partir de
Database as-a-service (DBaaS)
servidores na nuvem
Information as-a-service( IFaaS) Gestão da informação como um serviço na nuvem
Infraestructure as-a-service Geralmente associado a elementos de hardware que são
IaaS) terceirizados através da Internet, na nuvem
Integration as-a-service( IGaaS) Integração de processos ou software como um serviço.
Management as-a-service Aplicação que geralmente serve a indústria de TI, por exemplo,
(MaaS) para que antivírus sejam aplicados a um e-mail pessoal
Platform as-a-service( PaaS) Ambiente de desenvolvimento feitor da infraestrutura na nuvem.
Consiste em um serviço que executa os processos
Process as-a-service (PaaS)
organizacionais de uma aplicação, na nuvem
Serviços de segurança de dados, informações e de software
Security as-a-service (SCaaS)
oferecidos por provedores na Internet
Serviço que oferece software na rede, para utilização sob
Software-as-a-service( SaaS)
demanda
Serviço de armazenamento de dados e informações em
Storage as-a-service (STaaS)
servidores na nuvem
Serviços de teste de segurança e de software obtidos e aplicados
Test as-a-service (TaaS)
pela Internet.
Quadro 1 - Categorias usuais de cloud computing em função do serviço ofertado
Fonte: baseado em Ahmed, 2012, Bhardwaj et al. (2010) e Zhang et al. (2010).
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Essa infraestrutura de TI dentro da empresa, é referida por Xu (2012) como sendo
a virtualização de praticamente todos os serviços de TI (everything as a service). Dessa
forma, fica nítida a alternativa que se tem hoje, com a possibilidade de transferência de
ativos (conhecimento) e processos organizacionais à parafernália de serviços que estão
disponíveis, através da cloud computing e de suas características definidoras. Em
adição, características tais como virtualização, elasticidade, confiabilidade,
escalabilidade, versatilidade, redução de custos e flexibilidade também são bastante
referidas (ABHADI, 2009; ZHANG ET AL., 2010; DILLON ET AL., 2010; ERCAN,
2010; BHARDWAJ ET AL., 2010; XU, 2012).
Abadi (2009) apura outras vantagens no uso da computação em nuvem, tais quais:
Eficiência, uma vez que os desperdícios são minimizados, na medida em que
paga-se efetivamente a quantidade do serviço que é utilizado (pay-per-use);
Possibilidade de operar com dados criptografados, o que possibilita ao usuário
elevar o nível de segurança do serviço contratado, caso deseje;
Possibilidade de interação com produtos de inteligência de negócios (business
inteligence), característica essencial nomeadamente no mundo corporativo.
Por fim, no que diz respeito às limitações para a adoção, sem restrições, da cloud
computing pelas organizações, aquelas, perecem sempre estar associadas a questões de
segurança e privacidade dos dados e informações que circularão na nuvem
(CAVOUKIAN, 2008; DILLON ET AL., 2010; ZHANG ET AL., 2010).
Para Cavoukian (2008), o grande desafio consiste na criação de uma identidade
digital realmente eficaz para o acesso ao serviço utilizado que garanta às organizações a
migração de suas aplicações e seus dados críticos, dos seus computadores para a nuvem.
Dillon et al. (2010) apontam ainda que os desafios à implantação de um modelo de
cloud computing nas organizações remetem, em ordem de importância, a questões que
se reportam à: segurança, performance, disponibilidade, dificuldade de integração com a
tecnologia de TI já disponível na organização, pouca habilidade para customização do
serviço, preocupações sobre o real custo dos serviços oferecidos na nuvem, dificuldade
de se voltar à antiga estrutura de TI, caso se deseje, e a poucos fornecedores.
Pelo que foi explicitado acima, muito embora inúmeros desafios ainda devam ser
superados, parece ser razoável que essa técnica é o caminho natural para a infraestrutura
de TI nas empresas do futuro, na busca por uma maior eficiência dos processos e
facilidade de acesso aos dados, informações e conhecimentos organizacionais (ABADI,
2009). Neste particular, a GC tende a ser beneficiada pela tecnologia cloud,,
especialmente no que tange ao suporte a processos essenciais tais como: geração,
codificação e transferência do conhecimento (SELAMAT ET AL., 2006).
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organização (DELIC; RILEY, 2009; MAURER ET AL., 2010), deve-se ter a
modelagem do serviço na nuvem considerando todos esses fatores.
Delic e Riley (2009), por sua vez, ainda veem a construção de um modelo de
gestão do conhecimento empresarial na nuvem a partir da criação de diversas nuvens
independentes, as quais contém, cada qual, o conhecimento convertido ou criado a partir
de relações com clientes, consumidores, sócios e fornecedores. Tais nuvens, segundo o
modelo, podem servir para os variados propósitos da GC. Nele, cada cloud funcionaria
como uma entidade autônoma, que ficaria a cargo de algum processo da GC.
SaaS
Planejamento GCaa
GCaa
Gestão do Conhecimento
Execução
Análise Organizacional
GCaa GCaa
Monitoramento
Negócios
Sócios IaaS Fornecedores
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trabalho considera que, no contexto das instituições empresariais modernas, as
categorias que mais adequadamente poderiam dar suporte à GC se constituiriam nas
classes de serviços de infraestrutura (infrastruture-as-a-service) e de software
(software-as-a-service), conforme argumentos exibidos no quadro 2.
Para Koshnevis e Rabeifar (2012) a computação na nuvem pode ser vantajosa
para a GC à medida que a mantém alinhada às novas ferramentas tecnológicas que estão
sendo desenvolvidas na área de TI e por conta de suas características intrínsecas, que
oferecem meios eficientes para a aquisição e compartilhamento do conhecimento em
ambientes dinâmicos e distribuídos.
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de um tipo de serviço customizado (BHARDWAJ ET AL., 2010; RAWTANI, 2012). A
elasticidade relaciona-se à natureza da infraestrutura na nuvem, que pode ser
massivamente alocada e realocada com base na demanda pelos serviços (ITANI ET AL.,
2009; BHARDWAJ ET AL., 2010). O quadro 3, dimensão referida diz destes elementos.
ACESSO A DADOS
E INFORMAÇÕES
Flexibilidade
Rapidez no acesso
Reduções de riscos de desatualização
Redução de custos de armazenamento
Otimização de gestão de fluxo
Acesso universalizado
Acesso de controle e modificação
Dinamismo de criação
Ciclo de conversão efetivo
REDUNDÂNCIA DE ECONOMIA
ARMAZENAGEM E CUSTOS
Minimização de erosão Redução de investimentos em recursos em TI
Grande capacidade de recuperação Reeuso de recursos
Confiabilidade de execução fluxo de processos
INFRAESTRUTURA
Incremento no compartilhamento
Maior dinâmica para treinamentos através de treinamentos
Difusão facilitada entre as diversas áreas da empresa
Quadro 3 – Vantagens gerais associadas a GCaaS em cloud computing baseada em dimensões de análise.
Fonte: Feito como resultante da compilação das obras dos autores citados nesta subseção.
Ainda, referindo dimensões de vantagens ao contexto de GCaaS, refere-se a
possibilidade de utilização de computação de alta performance (ABADI, 2009;
RAWTANI, 2012). Ou seja, o modelo habilita os executivos ao uso de eficazes
ferramentas analíticas, como por exemplo, as ferramentas de inteligência de negócio
(business inteligence), direcionando a manipulação do conhecimento armazenado na
nuvem (RAWTANI, 2012). O quadro 3 no item especificado, elenca os elementos mais
referidos na literatura como componentes dos ganhos operacionais associados.
Por fim, a sexta e última vantagem mencionada por este trabalho e mostrada na
dimensão associada do quadro 3, relaciona o modelo de gestão do conhecimento como
um serviço à possibilidade de se facilitar a colaboração entre as pessoas, à captura e à
difusão do conhecimento dentro da organização (ZHANG ET AL., 2010;
LANGENBERG ET AL., 2011). Dillon et al. (2010) refere-se a um paradigma da
computação social, emergente a partir da massiva colaboração que a nuvem possibilita
aos usuários. Os ganhos operacionais condicionados são listados no quadro 3.
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8.2 Desafios e dificuldades associadas à modelagem GCaaS
Em relação às dificuldades que uma organização deve encontrar para a
implantação de um modelo de GC na nuvem, a mais comum parece associar-se aos
riscos de segurança, de privacidade, e de integridade dos dados, informações e
conhecimento; e ao gerenciamento da propriedade intelectual (LANGENBERG ET
AL., 2011; RAWTANI, 2012). O vazamento de informações críticas à organização
pode trazer sérios danos tangíveis e intangíveis à instituição (DILLON ET AL., 2010). O
quadro 4, dimensão segurança relaciona essa dificuldade aos desafios operacionais.
A segunda dificuldade sugerida por este trabalho é identificada nos trabalhos de
Dillon et al. (2010) e Ahmed (2012) e refere-se às preocupações relacionadas com a
performance da cloud computing e, consequentemente, da gestão do conhecimento e da
integração das aplicações disponibilizadas como serviços na nuvem com os outros
sistemas já utilizados pela organização. Estes focos são também expostos no quadro 4.
SEGURANÇA
Ações contra o vazamento de conhecimento
Comprometimento de práticas e processos
Gerenciamento da propriedade intelectual
Proteção de ativos patenteados
PERFORMANCE E CUSTOMIZAÇÃO
INTEGRAÇÃO
Verificação do nível de desempenho contratado Dificuldades de ajuste da customização
Integrar de forma correta à infraestrutura de TI Desistência na implantação do modelo
Controle de falha no processo de integração Descrença dos colaboradores
Não aderência ao modelo
INFRAESTRUTURA
Aumento de custos, em caso de retorno ao modelo anterior
Dificuldade de se estruturar novamente a GC
Nova integração de sistemas e processos pode ser necessária
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Quadro 5 – Script básico para implementação do serviço IaaS para o modelo de GCasS.
Os scripts apresentados acima delineiam uma série de características e ações que
devem ser implementadas na organização de modo que se possa gerenciar os processos
de criação, conversão, armazenamento e difusão do conhecimento na empresa. Parece
redundante afirmar, portanto, que os quadros mostram características genéricas que
devem ser mais bem desenvolvidas (customizadas) especificamente para a estrutura da
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empresa em cuja GCaaS será implementada. Os scripts remetem, assim, apenas a um
norteamento das intenções que terão que ser praticadas.
9.2 Software como um Serviço (IaaS)
A conjugação da categoria de software como um serviço (SaaS) ao processo da
GC organizacional na nuvem, segue os desígnios apresentados no quadro 6, em termos
de elementos processuais e tecnológicos.
A visualização GCaaS que utiliza-se de recursos da TI, e, a partir dela, exerce uma
gestão sobre conhecimento da empresa, apresenta grandes desafios, do ponto de vista da
gestão do negócio. O maior desses desafios parece ser o risco associado ao vazamento
do conhecimento corporativo, hoje vital ao posicionamento vantajoso da corporação no
ambiente no qual atua (NETO, 2011). Também, se por um lado essa metodologia
(GCaaS) vem simplificar e modificar a forma com que o fluxo do conhecimento é
tratado nas corporações, por outro lado, adiciona-se uma complexidade singular ao
alinhamento dessa gestão do conhecimento à estratégia corporativa, à medida que deve-
se estruturar, como elemento adicional, uma gerência sobre os serviços contratados,
constituindo-se em uma gestão do fluxo dos processos e da terceirização embutida.
•Fluxo do
•Padronização Ferramentas e conhecimento
Infra-estrutura GCaaS
de processos na empresa
•Definição de •Processos de
parâmetros de •Rede interna GC na
hardware e e/ou Internet organização •IaaS
software •Pessoas •SaaS
•Computadores Processos
Pré-Requisitos Necessários
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mas também a sua utilização de forma eficiente e eficaz dentro da organização. Dessa
forma, uma modificação na própria cultura organizacional faz-se necessária para que a
implantação deste tipo de modelo de gestão obtenha sucesso (NDLELA; TOIT, 2000).
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