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ACADEMIA TEOLÓGICA

ÍNDICE

I - A NATUREZA E SIMBOLOGIA DO ESPÍRITO SANTO ................................................................................................................. 2

II - A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO .................................................................................................................................................. 5

III - SÍMBOLOS, TIPOS E ILUSTRAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO .............................................................................................. 7

IV - A OBRA DO ESPIRITO SANTO ............................................................................................................................................................. 10

V - A OBRA DO ESPIRITO NA VIDA DE CRISTO ............................................................................................................................... 12

VI - O MINISTÉRIO DO ESPIRITO SANTO NO CRENTE ............................................................................................................ 13

VII -O MINISTÉRIO DO ESPIRITO SANTO NA IGREJA ................................................................................................................. 46

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PNEUMATOLOGIA – A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO

I - A NATUREZA E SIMBOLOGIA DO ESPÍRITO SANTO

INTRODUÇÃO

Estudaremos a natureza e a simbologia associada ao Espírito Santo, o ministério do Espírito


Santo em relação ao crente, e Seu ministério em prol do pecador e do mundo em geral.
Desde o início da Igreja no dia de Pentecostes, até agora, provavelmente nenhuma geração
tem ouvido tanto acerca do ministério do Espírito Santo. O movimento pentecostal, que
é uma marca fundamental sobre o horizonte teológico do século vinte, é grandemente
responsável por este fato.

Surgindo espontaneamente em várias partes da Europa e da América do Norte por volta


de 1900, o movimento pentecostal saiu da obscuridade para ser o setor majoritário da
Igreja em menos de cem anos. Em 1960 os pentecostais representavam apenas 14% dos
evangélicos, mas 30 anos mais tarde (somado aos membros de movimentos de renovação),
representavam 52% da Igreja. Hoje os pentecostais representam 76% dos evangélicos, pois
temos cerca de 16 milhões de pentecostais e cinco milhões de protestantes tradicionais. São 21
milhões de evangélicos, ou 12,5% da população.

Não obstante o antiintelectualismo do movimento, ele tornou-se importante catalisador de uma


vasta literatura teológica sobre o Espírito Santo, dons espirituais, e guerra espiritual.

A PERSONALIDADE (PESSOA) DO ESPÍRITO SANTO

A. Provada por Suas Características

1. Ele é inteligente (1 Co 2:10-11).


2. Ele tem emoções (Ef 4:30).
3. Ele tem vontade (1 Co 12:11).

B. Provada Por Suas Obras

1. Ele ensina (Jo 14:26)


2. Ele guia (Rm 8:14).
3. Ele comissiona ( A t 13:4).
4. Ele dá ordens a homens (At 8:29).
5. Ele age no homem (Gn 6:3).
6. Ele intercede (Rm 8:26).
7. Ele fala ( J o 15:26; 2 Pe 1:21).

C. Provada Pelo Que Lhe é Atribuído

1. Ele pode ser obedecido (At 10:19-21).


2. Pode-se mentir a Ele (At 5:3).
3. Ele pode ser resistido (At 7:51).
4. Ele pode ser reverenciado (Sl 51:11).
5. Pode-se blasfemar contra Ele (Mt 12:31).
6. Ele pode ser entristecido (Ef 4:30).
7. Ele pode ser ultrajado (Hb 10:29).

D. Provada por uma Gramática Incomum


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A despeito do fato de a palavra grega para Espírito ser neutra em gênero, várias vezes
empregam-se pronomes masculinos para substituir o substantivo neutro, o que contraria
todas as regras normais de gramática, mas indica a personalidade do Espírito (Jo 16:13-14;
15:26; 16:7-8).

E. Características da Personalidade

A começar com as Testemunhas de Jeová, muitas pessoas têm a impressão de que o Espírito
Santo não passa de uma vaga força intangível, ou uma misteriosa influência que ninguém
define. Do outro lado, tragicamente, temos cristãos que defendem a personalidade do
Espírito Santo com unhas e dentes, mas na prática, ignoram-no e não procuram intimidade
com Ele. Qual seria o erro maior: ignorância ou petulância?
Cultuamos o Espírito Santo como a Terceira Pessoa da Trindade. Como Deus Pai e Deus Filho, o
Espírito Santo também tem as 3 características comuns de personalidade: intelecto,
sentimento, e volição.

Ele pensa: A Bíblia diz "E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito,
porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos" (Rm 8:27).

Ele sente: O profeta Isaias descreveu os pecados do povo de Deus dizendo: "Mas eles foram
rebeldes e contristaram o seu Espírito Santo, pelo que se lhes tornou em inimigo e ele mesmo
pelejou contra eles" (Is 63:10).

Ele escolhe: A vontade do Espírito santo é claramente vista na sua distribuição dos dons
espirituais. "Mas um só e o mesmo Espírito realiza todas estas coisas, distribuindo-as, como lhe
apraz, a cada um, individualmente" (I Co 12:11).

Jesus afirmou que havia de enviar o Consolador em Seu lugar. Jesus diz "E eu rogarei ao Pai, e
ele vos dará outro Consolador, afim de que esteja para sempre convosco" (Jo 14:16).

Na língua grega existem duas palavras para outro: heteros que significa "de um outro tipo", e
allos que significa "do mesmo tipo".

Podemos ver este uso na epístola de Paulo aos Gálatas onde ele usa as duas palavras em
contraste uma com a outra: "Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos
chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos
perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo" (Gl 1:6-7 RA). Quando Paulo diz "outro que
não é outro", ele emprega heteros e allos em oposição.

Os gálatas estavam mudando a sua fé para um heteros evangelho (de outro tipo), que não era
um allos Evangelho (do mesmo tipo), o que hoje também está ocorrendo. Jesus
prometeu um outro Consolador que era do mesmo tipo — um allos Consolador. Como
imaginar que uma força impessoal poderia tomar o lugar de Jesus e ainda ser chamado de
Seu igual?

Ações pessoais do Espírito Santo

Evidências da personalidade do Espírito Santo também surgem das Suas ações pessoais.
Notamos que Ele ensina (Jo 14:26; Ne 9:90; Jo 2:27), Ele ora (Rm 8.26), Ele ordena (At
16.6-7), Ele testifica (Jo 15.26), Ele fala (At 13.2; 21.11), Ele guia (At 16.6-7; Rm 8.14), Ele
comunga (II Co 13.14), Ele faz milagres (At 10.38), Ele revela (Lc 2.26), Ele faz Sua vontade
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(At 15.28; I Co 12.11).

Evidência de uma falta de entendimento acerca da personalidade do Espírito Santo:


"Santa Maria mãe de Deus rogai por nós pecadores ...”

Na sua exaltação de Maria como Mãe de Deus, o Catolicismo Romano parece registrar uma
grande carência no seu conceito de Deus. A Bíblia revela que é o Espírito Santo que
desempenha a função de mãe em relação a nós. Por exemplo, nascemos do Espírito (Jo
3:5), é Ele quem nos ensina a conhecer o nosso Pai (Rm 8:16); Ele nos ajuda em nossa
fraqueza (Rm 8:26); interpreta-nos a vontade de Deus Pai (Rm 8:26-27) e guia-nos (Gl
5:18). Nas perturbações desta vida é Ele quem nos consola (Jo 16:7).

Ações contra o Espírito Santo

O Novo Testamento apresenta o Espírito Santo como sendo tratado como uma pessoa.
Segundo Pedro, Ananias mentiu ao Espírito Santo (At 5.3). É possível entristecer o Espírito
Santo (Ef 4.30; Is 63.10), pode-se resistir ao Espírito Santo (At 7.51), pode se blasfemar
contra o Espírito Santo (Mt 12.31-32), pode-se extinguir o Espírito (I Ts 5.19). Veja como
seriam estranhas estas ações caso o Espírito Santo fosse apenas uma influência, e não
uma pessoa.

Seus Títulos

Uma das outras razões pelas quais se atribui personalidade ao Espírito Santo é o fato de que
a Bíblia lhe atribui certos nomes. Um dos seus grandes títulos é o "Consolador" (Jo
14:16, 26: 16:7, 13).
No texto original, Consolador significa "alguém chamado para estar ao lado",
indicando o ministério de apoio do Espírito Santo.

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II - A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO


A. Provada por Seus Nomes

1. Nomes que relacionam o Espírito em pé de igualdade com as demais pessoas da


Trindade (1 Co 6:11).
2. Nomes que O apresentam realizando obras que somente Deus pode fazer (Rm
8:15; Jo 14:16).

B. Provada por Suas Características

O Espírito possui atributos divinos:

1. Onisciência (I Co 2:10-11).
2. Onipresença (Sl 139:7).
3. Onipotência (Gn 1:2).
4. Verdade (I Jo 5:6).
5. Santidade (Lc 11:13).
6. Vida (Rm 8:2).
7. Sabedoria (Is. 40:13).

C. Provada por Suas obras

Ao Espírito são atribuídas obras que Somente Deus pode realizar.


1. Criação (Gn 1:2).
2. Inspiração (2 Pe 1:21).
3. Gerar a Cristo em Sua encarnação (Lc. 1:35).
4. Convencer o homem (Jo 16:8).
5.Regenerar o homem (Jo 3:5-6).
6..Consolar (Jo 14:16).
7. Interceder (Rm 8:26-27).
8: Santificar (2 Ts 2:13).

D. Provada por Sua associação em pé de igualdade com as demais pessoas da


Trindade
(At 5:3-4; Mt 28:19; 2 Co:13:13).
As Escrituras não somente revelam a personalidade do Espírito Santo, como também
assinalam Sua deidade, fato que afirma ser Ele Deus.

O incidente da tentativa do logro praticada por Ananias em Atos 5, serve para ilustrar este
fato. Quando Pedro primeiramente falou à Ananias, acusou-o de ter mentido ao "Espírito
Santo" (v.3). No verso seguinte Pedro disse: "mentiste a Deus".

E. Atributos de Deus Evidenciados no Espírito Santo


Provas mais claras da divindade do Espírito encontram-se nas divinas qualidades que se
atribuem a Ele. Por exemplo, Hebreus 9:14 descreve-o como o "Espírito Eterno"; o Salmo
139:7-10 indica a onipresença do Espírito. Davi exclamou: "para onde me irei do Teu Espírito? “

Em Lucas 1:35 e Romanos 15:18-19, encontramos a onipotência do Espírito. Em I


Coríntios 2:10-11; João 14:26; 16:13-30, vemos o amor do Espírito. Em João 16:13 vemos a
verdade trazida por Ele. Em I Coríntios 2:11 vemos a soberania do Espírito. No seu próprio
nome, "o Espírito Santo", vemos a santidade. Somente Deus possui estas qualidades.

F. Sua Igualdade Com Deus Pai e o Filho

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Um relacionamento de igualdade para com o Pai e o Filho, é atribuído ao Espírito Santo. A


paridade implícita afasta a possibilidade de Ele ser apenas um empregado ou encarregado da
obra de Deus. Veja abaixo que os convertidos são batizados em Seu nome, os crentes são
abençoados por Ele, e junto com o Pai e o Filho tem uma posição de destaque único na
Igreja.

G. A Processão do Espírito

A. Definição

Processão é uma palavra que tenta descrever o eterno relacionamento entre Espírito e
as outras duas Pessoas da Trindade. Ele procedeu eternamente do Pai e do Filho, sem
que isso dividisse ou alterasse, de algum modo, a natureza de Deus.

B. História

Este conceito foi formulado no Credo de Constantinopla em 381 d.C. Em 589 d.C., o
Sínodo de Toledo acrescentou a famosa cláusula latina “filioque", que afirmava que o
Espírito procedia do Pai e do Filho.

C. Escrituras

João 15:26 afirma expressamente que o Espírito procede do Pai, ao passo que a idéia
de Sua processão do Filho vem de versículos como Gl 4:6, Rm 8:9 e Jo 16:7.

Comissão apostólica: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os


em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28:19).

Benção apostólica: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão
do Espírito Santo sejam com todos vós" (II Co 13:13).

Administração na Igreja: "há somente um corpo e um Espírito, como também fostes


chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, há um só batismo;
um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em
todos" (Ef 4:4-6).

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III - SÍMBOLOS, TIPOS E ILUSTRAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO


A. Vestimenta (Lc 24:49).
B. Pomba (Mt 3:16; Mc 1:10; Lc 3:22; Jo 1:32).
C. Penhor (2 Co 1:22; 5:5; Ef 1:14).
D. Fogo (At 2:3).
E. Óleo (Lc 4:18; At 10:38; 2 Co 1:21;.1 Jo 2:20).
F. Selo (2 Co 1:22;.Ef 1:13; 4:30).
G. Servo (Gn 24).
H. Água (Jo 414; 7:38-39).
I. Vento (Jo 3:8; At 2:1-2).

Os símbolos do Espírito Santo são palavras empregadas nas Escrituras como ilustração. Eles
representam a ação do Espírito através dos vários ministérios que exerce em favor do povo de
Deus.
São bastante populares em estudos de pneumatologia, mas infelizmente tais estudos tendem a
ser exagerados. Por este motivo incluímos aqui alguns princípios de simbologia que devem
servir de guia, de avaliação, tanto na preparação de estudos, como na aceitação dos mesmos.

Princípios de Simbologia

Com o intuito de evitar os excessos comuns na interpretação de simbolismo bíblico, incluímos


algumas considerações básicas.
A interpretação da simbologia bíblica tem de surgir do próprio texto bíblico e não da imaginação
do exegeta. Assim, as interpretações exageradas das cores do tabernáculo carecem de respaldo
bíblico.
Vejamos, por exemplo, a cor azul: no Brasil é símbolo positivo: tudo azul. Nos EUA é símbolo
de melancolia, como demonstra o tipo de música chamada os “Blues”.
Mesmo estabelecido um simbolismo autenticamente bíblico, nem sempre o objeto é
encarregado de sentido simbólico. O contexto há de ditar a legitimidade de qualquer
interpretação simbólica ou espiritualizada.
Todos sabem, por exemplo, que água é símbolo do Espírito Santo, mas vejam para onde um
uso indiscriminado deste fato pode nos levar. Sabemos que em Gênesis 6 quando Deus se
arrependeu de ter feito o homem, Ele decidiu destruir o mundo através de um dilúvio. Então
começa a chuva. Como chuva é símbolo do Espírito Santo nós descobrimos que Noé era um
crente tradicional. Ele se protegia contra o Espírito Santo dentro da arca, enquanto todos os
pecadores eram cheios do Espírito Santo à medida que a chuva caía e ás águas subiam em
cima deles.
Imagine o tipo de pregação que poderia ser dada em cima do simbolismo do lago de fogo do
apocalipse. De repente, todos aqueles cujos nomes não foram achados no livro da vida serão
batizados com o Espírito Santo, à medida que são lançados no lago de fogo!
O cuidado necessário diante de símbolos autênticos é sublinhado no trecho de I Reis 19:11-12.
Lá, o profeta Elias chega a Horebe, o monte de Deus (a cordilheira onde fica o monte Sinai).
Nesta hora aparecem todos os sinais que o povo de Israel chegou a associar com a presença de
Deus e Deus de fato estava lá; no entanto a Bíblia diz: "e um grande e forte vento fendia os
montes e despedaçava as penhas diante do SENHOR, porém o SENHOR não estava no vento;
depois do vento, um terremoto, mas o SENHOR não estava no terremoto, depois do terremoto,
um fogo, mas o SENHOR não estava no fogo; e, depois do fogo, um cicio tranqüilo e suave" (I
Reis 19:11-12).
A identidade do símbolo e a coisa simbolizada nunca se confundem. "Nosso Deus é fogo
consumidor" (Hb 12:29), mas fogo consumidor não é nosso Deus.

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Deliberadamente escolhi exemplos extremos para alertá-los acerca dos grandes abusos de
simbologia, inclusive em nossos púlpitos. Como é importante percebermos que a Bíblia não é
um livro de símbolos (ou códigos), e sim, uma clara revelação verbal da parte de Deus aos
homens. Quantas mensagens têm sido pregadas sobre um simbolismo não existente do homem
de Marcos 14:13 trazendo um cântaro de água? Quantas mensagens pregadas sobre a
necessidade de ser batizado com fogo quando de fato em Mateus 3, onde é mencionado, tal
fogo é símbolo de juízo. Diz a palavra de Deus que:
"Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto é
cortada e lançada ao fogo. Eu vos batizo com água, para arrependimento; mas aquele que vem
depois de mim é mais poderoso do que eu, cujas sandálias não sou digno de levar. Ele vos
batizará com o Espírito Santo e com fogo. A sua pá, ele a tem na mão e limpará
completamente a sua eira; recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimará a palha em fogo
inextinguível" (Mt 3:10-12).

Graças a Deus pelo Batismo com o Espírito Santo ao invés do batismo com fogo! Como podem
ver, precisamos ter muito mais cuidado com a pregação de simbologia. No entanto, uma
simbologia, corretamente empregada pode nos ajudar a conhecer melhor o ministério do
Espírito Santo. Alguns dos símbolos que podem falar do Espírito Santo em alguns casos são:
Fogo, Vento, Água (rio, chuva etc) e o óleo ou azeite. O óleo é considerado símbolo do Espírito
Santo, porque era usado em alguns dos rituais do Antigo Testamento. Por exemplo, houve uma
aplicação simbólica de azeite sobre o leproso que havia sido purificado.

Hoje há grande interesse nos supostos Códigos da Bíblia, tese que sugere que o texto bíblico
esconde códigos proféticos desvendáveis através de programas de computação. A despeito de
todas as "provas", esta tese não passa de mera coincidência matemática, e entra em choque
com a verdadeira natureza da Bíblia como revelação de Deus, e não como enigma.

Está escrito nas Sagradas Escrituras: "do restante do azeite que está na mão, o sacerdote porá
sobre a ponta da orelha direita daquele que tem de purificar-se, e sobre o polegar da sua mão
direita, e sobre o polegar do seu pé direito, em cima do sangue da oferta pela culpa" (Lv
14:17).
Sugere-se que tal ato pode ter o seguinte significado:
• azeite na orelha – para ouvir a voz de Deus;
• azeite na mão – para trabalhar na obra de Deus;
• azeite no pé – para andar nos caminhos do Senhor.

Outros símbolos autenticamente bíblicos incluem o selo. Por exemplo, Paulo diz em Efésios 1:13
que fomos "selados com o Santo Espírito da promessa". Até hoje o selo continua sendo
evidência de propriedade, legitimidade, autoridade.

Concluímos mencionando o símbolo da pomba que foi evidente no batismo de Jesus. Em


Mateus 3:16 lemos: "Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu
o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele".

Contudo, mais uma vez é necessária uma palavra de cautela. O uso indiscriminado de
simbologia vai implicar em todo tipo de heresia. Imagine como seria, se cada vez que víssemos
uma pomba na Bíblia, entendêssemos que era um símbolo do Espírito Santo. Neste caso
teríamos José e Maria oferecendo dois Espíritos Santos como oferta de purificação no Templo,

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depois do nascimento de Jesus, conforme escrito em Lucas 2:21-24.

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IV - A OBRA DO ESPIRITO SANTO

No A.T.

A. Na Criação

O Espírito deu à criação:


1. Vida.(Sl 104:30; Jó 33:4).
2. Ordem (Is 40:12; Jó 26:13).
3. Beleza (Sl 33:6; Jó 26:13).
4. Preservação (Sl 104:30).

B. No Homem

1. Habitação Seletiva

a. O Espírito estava em certas pessoas na época do A.T. (Gn 41:38; Nm 27:18; Dn


4:8; 5:11-14; 6:3).

b. O Espírito vinha sobre várias pessoas. (Jz 3:10; 6:34; 11:29; 13:25; 1 Sm 10:9-10;
16:13).
c. O Espírito enchia alguns (Ex 31:3; 35:31).

Assim, Seu relacionamento pessoal com os homens no A.T. era limitado, pois nem
todos experimentavam Sua ação, e esta não era necessariamente permanente em
todos os casos (Sl 51:11).

2. Capacitação para serviço (especialmente na construção do Tabernáculo, Êx 31:8,


mas também em outras circunstancias, como Jz 14:6).

3. Restrição geral ao pecado (Gn 6:3).

C. Na Revelação e Inspiração

A. Definições

1. Revelação

Significa o desvendamento de algo que era previamente encoberto ou desconhecido. A


revelação diz respeito ao material (i.e. “o que”).

2. Inspiração

É o processo divino de supervisão dos autores humanos da Bíblia, de modo que,


usando suas próprias personalidades e estilos, compuseram e registraram sem erro as
palavras de Deus para Sua revelação ao homem nos manuscritos originais (os
autógrafos). A inspiração diz respeito ao modo (i.e., “o como”).

B. O Autor da Revelação é o Espírito Santo

A passagem mais especifica é 2 Pedro 1:21 (cf. 2 Sm 23:2; Ez 2:2;Mq 3:8; Mt 22:43; At
1:16; 4:25).

C. Os Meios da Revelação

O Espírito usou:

1. A palavra falada (Ex 19:9).


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2. Sonhos (Gn 20; 31).


3. Visões (Is 6:1).
4. A Palavra escrita (Jo 14:26; 1 Co 2:13).
5. Cristo.

D. O Autor da inspiração é o Espírito Santo

1. Do A.T.

2 Sm.23:2-3; 2 Tm3:16;Mc 12:36; At 1:16; 28:25; Hb 3:7; 10:15-16.

2. Do N.T.

a. A inspiração do N.T. foi pré-autenticada por Cristo (Jo 14:26).


b. Ela é afirmada pelos autores do N.T. (1 Co 14:37; Gl 1:7-8; 1 Ts. 4:2, 15; 2 Ts 3:6, 12,
14).
c. Ela é atestada mutuamente pelos apóstolos (1 Tm 5:18; 2 Pe 3:16).

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V - A OBRA DO ESPIRITO NA VIDA DE CRISTO

A. Em Seu nascimento Virginal


O Espírito Santo realizou a concepção no útero de Maria (Lc 1:35).
B. Em Sua Vida
1. Cristo foi ungido pelo Espírito (Lc 4:18; At 10:38)
Essa unção ocorreu em Seu batismo, mas não é idêntica ao batismo (Jo 1:32). Essa unção
significa capacitação para o serviço.
2. Cristo foi cheio do Espírito (Lc 4:1).
3. Cristo foi selado com o Espírito (Jo 6:27).
4. Cristo foi guiado peio Espírito (Lc 4:1).
5. Cristo foi capacitado pelo Espírito (Mt 12:28).
C. Em Sua Morte Hb 9:14; Rm 1:4
D. Em Sua Ressurreição 1 Pe 3:18
Meditemos sobre o ministério do Espírito Santo na vida de Jesus a partir do Seu batismo.
Quando Jesus foi batizado, o Espírito Santo desceu sobre Ele, assinalando o início do Seu
ministério. Ao imergir Jesus, João Batista viu um sinal que Deus lhe indicara: "Sobre aquele que
vires descer o Espírito e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo" (Jo
1:33). Este sinal era necessário para que João reconhecesse quem era o Cristo, o Messias, e
assim poder apresentá-lo especificamente ao povo judeu. " o Espírito Santo desceu sobre ele
em forma corpórea com pomba; e ouviu-se uma voz do céu: Tu és o meu filho amado, em ti
me comprazo" (Lc 3:22).

E. No Seu Ministério Público


De uma maneira especial, o Espírito Santo operou na vida do Filho de Deus. Inicialmente o
Espírito conduziu Jesus ao deserto para ser provado pelo diabo (Mt 4:1-10). Marcos,
descrevendo o mesmo incidente, salientou a ação do Espírito assim: "Impeliu-o". Lembremo-
nos que o Espírito não levou Jesus ao deserto para abandoná-lo aos ataques de Satanás. Na
verdade, Jesus, cheio do Espírito Santo (Lc 1:4), ganhou a vitória sobre toda tentação, usando
a espada do Espírito, a Palavra de Deus (Hb 4:12).
Depois disto, Jesus iniciou um ministério de três anos e meio, repleto do poder de Deus; dessa
forma, enfrentando e vencendo o inimigo da humanidade. Cristo exerceu seu ministério não no
poder da Sua divindade e sim como o último Adão, um homem perfeito, ungido pelo Espírito
Santo.

F. Na Sua Crucificação
O mesmo Espírito que impeliu Jesus ao deserto, sustentando-o ali, e operou no Seu ministério,
também lhe concedeu força para consumar este ministério sobre a cruz, onde "pelo Espírito
Eterno Se ofereceu a Si mesmo imaculado a Deus" (Hb 9:14). Ele foi à cruz com a unção ainda
sobre Ele. O Espírito manteve diante dele as exigências inflexíveis de Deus e o encheu de amor
e zelo para com Deus. Prosseguindo, apesar dos impedimentos da dor e das dificuldades, mas
efetuando a redenção do mundo.

G. Na Sua Ressurreição
O Espírito Santo foi o agente vivificador na ressurreição de Cristo e o será também na nossa
(Rm 1:4; 8:11, 23).

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VI - O MINISTÉRIO DO ESPIRITO SANTO NO CRENTE

A. Convencimento (Jo 16:8-11)

"quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não
crêem em mim; da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais; do juízo, porque o príncipe
deste mundo já está julgado"

1. Definição

Convencer (Jo 16:8) significa esclarecer a Verdade do evangelho das demais perante a
pessoa não salva, de modo que seja reconhecida como Verdade, quer a pessoa receba ou não
a Cristo como seu Salvador.
O homem, por si mesmo, nunca daria o seu primeiro passo em direção a Deus. Por isso, a
operação número um do Espírito Santo tem por finalidade fazer com que o homem
pecador sinta a sua necessidade do Salvador.

2. Convencer do que?

a. Do pecado. O estado pecaminoso do homem deve-se à sua incredulidade.


b. Da justiça. O homem é convencido da justiça de Cristo porque Ele ressurgiu e ascendeu à
direita do Pai.
c. Do juízo. O Espírito convence sobre o juízo vindouro porque Satanás (o maior inimigo) já
foi julgado.

O Pai atrai os homens para Si mesmo através do ministério do Espírito Santo. Jesus disse:
"Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último
dia" (Jo 6:44 RA).

O método usado pelo Espírito Santo, primeiramente, é fazer com que a pessoa:
a) sinta o seu pecado;
b) convença-se da justiça de Cristo;
c) convença-se do juízo.

a) Sinta o seu pecado


O Espírito Santo consegue fazer com que o pecador sinta seu pecado, quando comove o seu
coração e este compreende que é pecador; principalmente pelo fato dele não crer que Jesus é
a sublime expressão do amor de Deus. Os homens muitas vezes reconhecem que:
• nasceram no pecado;
• suas ações são más;
• sua maneira de viver é vã, e que:
• serão condenados eternamente.
Entretanto, ainda não são convencidos. Mas quando compreendem o amor de Cristo e o
quanto Ele sofreu por eles, ai, então, eles caem aos pés de Cristo, arrependendo-se dos seus
pecados. Isto se dá porque o pecado da incredulidade, que comportava e produzia novos
pecados, desaparece.

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Um erudito disse: “onde esse pecado permanece, todos os demais pecados surgem e quando esse
desaparece, todos os demais desaparecem".

A resistência termina quando compreendem que o pecado é resistir ao supremo amor. O


Espírito Santo não age com veementes acusações contra o pecador como o faz o promotor
de justiça contra o réu. A convicção do Espírito não é efetuada com dureza, mas sim com
ternura.

A voz do Espírito é meiga, fazendo dessa forma seu apelo ao coração, para que este aceite
Aquele que derramou Seu sangue no Calvário.

b) Convença-se da Justiça de Cristo

" da justiça, porque vou para o Pai, e não me vereis mais" (Jo 16:10 RA).

Essa justiça é comprovada pela ressurreição do Senhor, testificando da pureza de Cristo,


ou seja, de nEle não haver pecado. Ele não era pecador, mas sim justo: "e foi designado
Filho de Deus com poder, segundo o Espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber,
Jesus Cristo, nosso Senhor" (Rm 1:4 RA). Em Sua morte no Calvário, bradou Sua vitória sobre
o pecado, libertando assim o pecador da sua escravatura.

O Espírito Santo usou Pedro para convencer aqueles que o haviam crucificado, de que
Jesus não era pecador, mas sim que eles tinham crucificado o Senhor da justiça: "Esteja
absolutamente certa, pois toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o
fez Senhor e Cristo. Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a
Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?" (At 2:36-37).

O pecador sente, através da operação do Espírito Santo, que as iniqüidades não fazem
jus ao sacrifício propiciador de Cristo. Assim, a justiça de Cristo reprova os atos do pecador,
mas indica-lhes também a salvação. Respondeu-lhes Pedro: "Arrependei-vos, e cada um de vós
seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do
Espírito Santo" (At 2:38 RA), abolindo desse modo qualquer desculpa que tente justificar o
pecador.

Por Cristo ser justo, tem em suas mãos o Juízo: "E o Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou
todo julgamento" (Jo 5:22).
c) Convença-se do Juízo

O pecador é convencido pelo Espírito Santo de que, se ele continuar na praticado pecado,
ele não irá escapar do reto juízo de Deus (Rm 2:3) de que já o príncipe deste mundo,
Satanás, está julgado (Jo 16:11).
Ele tem governado como um tirano a vida de seus vassalos, mas a graça de Deus
consumou no Calvário a vitória que Jesus teve sobre o diabo podendo, dessa forma,
libertar o pecador da sua escravidão.
O poder que Satanás tinha sobre os homens foi destruído pela Verdade da cruz e, assim,
a sua ruína já foi decretada.

"Visto, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes também ele
igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a

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saber, o diabo, e livrasse todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos á escravidão por toda a
vida" (Hb 2:14-15).

“e, desprezando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na


cruz” (Cl 2:15)”.
Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio.
Para isto se manifestou o Filho de Deus, “para destruir as obras do diabo" (1 Jo 3:8).
"E o Deus de paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a Satanás. A graça de nosso
Senhor Jesus seja convosco" (Rm 16:20 RA).
Cristo venceu o diabo libertando os homens; cabe agora a eles aceitarem sua libertação.
Ratificando, o Espírito convence de que os homens podem ser livres e de que eles devem
crer na declaração de Jesus de que passaram da morte para a vida.

"Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres" (Jo 8:36).

"Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para
isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo" (I Jo 3:8 ).
"E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos
deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos" (Cl 2:13).
"Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora de ser glorificado o Filho do Homem. Chegou o
momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso. E eu, quando for levantado
da terra, atrairei todos a mim mesmo. Isto significando de que gênero de morte estava para morrer”.
(Jo 12:23, 31- 33).

B. Regeneração (Tt 3:5)

1. Definição: O ato divino de geração espiritual, pelo qual Ele comunica vida eterna e nova
natureza.
2. Meio: É obra de Deus, particularmente do Espírito (Jo 3:3-7; Tt 3:5). A fé é o requisito
humano em presença do qual o Espírito regenera, e a Palavra de Deus fornece o conteúdo
cognitivo da fé.
3. Características:
a. É um ato instantâneo, não um processo (embora seus antecedentes e conseqüências
possam ser processos).
b. É não-experimental (não se deriva ou baseia em experiência, embora seja seguida das
experiências comuns à vida cristã).
4. Conseqüências:
a. Uma nova natureza (2 Co 5:17).
b. Uma nova vida (1 Jo 2:29).
5. Certificando a Filiação Divina: Paulo declara que: "O mesmo Espírito testifica com o nosso
espírito que somos, filhos de Deus" (Rm 8:16). Esta afirmação está em paralelo com o que
João disse: "... E o Espírito é o que testifica, porque o Espírito é a verdade" (I Jo 5:6).

Depois que o pecador é convencido pelo Espírito Santo, do pecado, da justiça e do juízo,
ele necessita ser regenerado e vivificado, já que só isto poderá torná-lo Filho de Deus.
"Por ter nascido no pecado e por possuir uma natureza pecaminosa, imaginar ou tentar melhorar esta
natureza decaída herdada do velho Adão, por si mesmo, inútil. A única alternativa, é que se receba
necessariamente de Jesus Cristo, o segundo Adão, uma nova natureza" (1 Co 15:45).

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6. A natureza da regeneração: O Espírito Santo ministra, ou seja, proporciona, o início de toda


a vida espiritual para todo aquele que não nasceu espiritualmente, e misteriosamente, o
Espírito Santo opera naqueles que estão espiritualmente mortos, tornando-os vivos.

Desta forma, o convertido é filiado ao Espírito Santo. "Vós, porém, não estais na carne, mas no
Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo,
esse tal não é dele" (Rm 8:9).

Um dos chefes dos chefes dos judeus, chamado Nicodemos, recebeu de Jesus a explicação
do significado do que venha a ser "nascer de novo". Este nascimento não se dá através da
vontade da carne, mas ocorre pelo Espírito e pela água. “... aquele que não nascer de novo,
do alto, não pode ver o reino de Deus" (Jo 3:3).

7. A Necessidade da Regeneração
Nicodemos era um homem bom, de moral elevada, religioso e muito bem educado, mas
mesmo assim Jesus insistia em que ele necessitava nascer de novo. A natureza humana é
tão depravada por causa do seu estado de morte espiritual, que é necessário que o homem
receba vida, unicamente através de uma mudança radical — o novo nascimento.

"Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados" (Ef 2:1 RA).

"Certo homem de posição perguntou-lhe: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Respondeu-
lhe Jesus: Por que me chamas bom? Ninguém é bom, senão um, que é Deus. Sabes os mandamentos:
Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra a teu pai e a tua mãe.
Replicou ele: Tudo isso tenho observado desde a minha juventude. Ouvindo-o Jesus, disse-lhe: Uma coisa
ainda te falta: vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro nos céus; depois, vem e
segue-me. Mas, ouvindo ele estas palavras, ficou muito triste, porque era riquíssimo. E Jesus, vendo-o
assim triste, disse: Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas! Porque é mais
fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus. E os que
ouviram disseram: Sendo assim, quem pode ser salvo? Mas ele respondeu: Os impossíveis dos homens
são possíveis para Deus. E disse Pedro: Eis que nós deixamos nossa casa e te seguimos. Respondeu-
lhes Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há que tenha deixado casa, ou mulher, ou irmãos, ou
pais, ou filhos, por causa do reino de Deus que não haja de receber no presente muito mais, e no
mundo vindouro a vida eterna." (Lc 18:18-29).

8. A efetuação da Regeneração
A regeneração é uma completa recriação, e não uma mera fagulha em chamas da
centelha divina. Isto não significa desenvolver uma natureza superior, mas, criar uma nova
natureza.

A expressão "nascer da água e do espírito", significa simplesmente que o homem, em


conseqüência da sua imundícia, necessita ser regenerado. Essa água representa a
poderosa e infalível Palavra de Deus. Água se refere à purificação (ligação com os “banhos
públicos”, e com o batismo (Jo 3:22; 4:1-2).

Jesus morreu para a Igreja "para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de
água pela palavra" (Ef 5:26). O apóstolo Pedro disse "pois fostes regenerados não de semente
corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente" (I Pe
1:23).

Esta verdade pode ser encontrada também em Ezequiel, quando o Senhor disse: “... espalharei

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água pura sobre vós e ficareis purificados... e porei dentro de vós o meu Espírito e vos farei andar nos
meus estatutos..." (Ez 36:25-27).

Escrevendo Paulo para Tito ele disse: "Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus,
nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo
sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo" (Tt 3:4-5).
“Lavar regenerador” refere-se ao novo nascimento do qual o batismo é um sinal.
A expressão "nascer do Espírito" pareceu estranha para Nicodemos. Jesus explicou-lhe que a
ação do Espírito sobre o homem é semelhante ao vento, cuja origem e destino não se
conhecem. Da maneira como Deus soprou nas narinas de Adão dando-lhe vida, assim o
Espírito de Deus vivifica o espírito do homem, que jaz morto nos seus delitos e pecados,
tornando-o apto a viver para Deus em santidade.

No atual processo de regeneração, essa operação é exclusivamente do Espírito Santo, e é


uma obra divina e não humana e mesmo misteriosa, é real e maravilhosa. Alguém contou 85
referências distintas no Novo Testamento enfatizando o ministério do Espírito Santo
vivificando novas vidas.

Assim sendo, o Espírito Santo providencia uma percepção espiritual que expande o senso
natural. Muitos novos convertidos guardam muitas incertezas ou mesmo dúvidas declaradas,
no que diz respeito à recém-achada fé. Os efeitos do pecado são tão extensos, que a pessoa
muitas vezes deixa de gozar da acessibilidade que temos à presença de Deus.
Uma parte da obra do ministério do Espírito Santo é fazer-nos compreender que somos na
verdade "filhos de Deus" e "co-herdeiros" de Cristo. Essa obra em nós dá uma confiança que
facilita a nossa entrada com "ousadia" ao trono da graça.
Dessa forma, podemos dizer que:
• Através do novo nascimento recebemos a natureza de "filhos de Deus";
• Através da adoção, o Espírito testifica com nosso espírito que realmente possuímos os
direitos de "filhos de Deus".

Esta é uma parte essencial e aceitável do ministério do Espírito Santo, ou seja, o de


assegurar ao cristão sua estabilidade e segurança em Deus.

C. Habitação (1 Co 6:19)

1. As pessoas habitadas: Todos os verdadeiros crentes, porque:


a. Mesmo crentes em pecado desfrutam da habitação (1 Co 6:19).
b. O Espírito é um dom da Graça de Deus (Rm: 5:5).
c. A ausência do Espírito é prova da condição de não-salvo (Rm 8:9b).
2. A permanência da habitação. Os crentes podem perder a plenitude do Espírito, mas não a
Sua habitação (Jo 14:16).
3. Problemas com a habitação.
a. A obediência é uma condição (At 5:32)?
Sim, mas a obediência cristã (At 6:7; Rm 1:5).
b. Algumas pessoas não foram apenas temporariarnente habitadas?
Sim, mas apenas antes do Dia de Pentecostes (I Sm 16:14).
c. Qual a relação entre habitação e unção?
Elas ocorrem ao mesmo tempo, mas com propósitos diferentes:
a habitação é a presença de Deus na vida do crente; ao passo que a unção o capacita a ser
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ensinado pelo Espírito (1 Jo 2:20, 27).

A habitação do Espírito Santo é tão básica na experiência cristã, que o crente é descrito como
sendo o templo do Espírito. "Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito do Santo,
que habita em vós..." (I Co 6:19). "não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito
de Deus habita em vós?" (I Co 3:16). A habitação do Espírito no crente confirma a filiação do
crente. "E porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de Seu Filho..." (Gl
4:6).

Jesus assegurou aos Seus discípulos que o seu relacionamento para com o Espírito mudaria
após o Calvário: "O Espírito de Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem
o conhece: mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós" (Jo 14:17). Ele
ressaltou que isto seria um relacionamento permanente: "...para que fique convosco para
sempre..." (Jo 14:16).

O Espírito Santo habita no verdadeiro cristão, já que através do Espírito, Cristo habita em seu
coração pela fé. Esta união com Deus é a chamada habitação interior, e na realidade é
produzida pela presença da Trindade completa, nEle. Habitando em nossos corações, a missão
principal do Espírito Santo é exaltar ou glorificar a Cristo: "Ele me glorificará porque há de
receber o que é meu, e vo-lo-á de anunciar" (Jo 16:14). O Espírito Santo não fala de Si, mas de
Cristo a quem glorifica.

É verdade que Deus está sempre e necessariamente presente em toda parte, mas a habitação
interior significa que Deus está presente de uma maneira nova, mantendo uma relação pessoal
com o indivíduo.

A habitação do Espírito inicia-se no momento da conversão: "... e, nisto conhecemos que Ele
(Jesus) está em nós: pelo Espírito que nos tem dado" (I Jo 3:24).A habitação do Espírito Santo
precede todo e qualquer relacionamento que o cristão tiver com Ele (veja Rm 8:9; II Tm 1:14;
Jo 2:27; Cl 1:27; Ap 3:20).

Quando o Espírito habita no crente, este recebe um cuidado todo especial, pois o
Espírito assume certas atitudes para com ele, tais como:

1. Comunhão

Desde que o Espírito Santo é uma pessoa divina, Ele trabalha para estender uma
comunhão pessoal e um senso de relacionamento com os crentes. A palavra grega
"koinonia" pode ser traduzida como comunhão. "Portanto, se há algum conforto em Cristo, se
alguma consolarão de amor, se alguma comunhão (koinonia) no Espírito..." (Fl 2:1); "A graça
do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus e a comunhão (koinonia) do Espírito Santo sejam com
vós todos” (II Co 13:13).

O Espírito Santo e o crente regenerado compartilham muitas coisas em comum, e um


senso muito real. Ele oferece amizade e comunhão ao povo de Deus. Ele compartilha com o
crente o mesmo amor que Ele tem para com o Pai e o Filho. Ele guia cada um, sobre os
quais Ele habita, num relacionamento crescente com Deus através da Sua divina pessoa.

Nosso Senhor Jesus Cristo, além de nos conceder a bênção do Espírito Santo, também nos
concede a "comunhão" do Seu Santo Espírito. Esta bênção leva-nos a ter uma comunhão
privilegiada com Jesus como também comunhão com os outros cristãos da igreja.

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2. No Louvor e na Oração

Paulo escreveu: "Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no
Espírito..." (Fl 3:3).
O cristão do Novo Testamento tem o privilégio de gozar o ministério do Espírito Santo, que
lhe dá direção e provisão eficiente no processo do louvor.
Jesus prometeu, no que diz respeito ao Espírito: "Ele me glorificará..." (Jo 16:14). O Espírito
Santo opera conduzindo o crente que louva, o qual foi justificado pelo sangue de Cristo
derramado, na presença do Rei.
Nesta concessão, os crentes cheios do Espírito comumente aplicam as palavras de Paulo:
"...onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade..." (II Co 3:17).
As instruções específicas no que concerne à adoração dos crentes são dadas por Paulo. “...
mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, hinos, e cânticos espirituais,
cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração..." (Ef 5:18, 19).

O ministério do Espírito particularmente assiste o crente na oração. "Orando em todo o


tempo, com toda a oração e súplica no Espírito" (Ef 6:18). Em nossa vida de oração o
Espírito Santo é Quem nos ajuda, como podemos ver em Romanos 8:26, 27.

Ele intercede por nós, porque nós não sabemos orar como devemos, e quando não
sabemos pedir o que devemos pedir precisamos de alguém, e esse Alguém é o Espírito
Santo, o único que pode nos socorrer.

Devemos achar conforto num aspecto da intercessão do Espírito. Em Romanos 8:27 está
escrito: “... é Ele que segundo Deus intercede pelos santos...". A nossa confiança para com
Deus deve ser muito grande, quando sabemos que oramos "segundo Deus". O Espírito produz
exatamente essa confiança.

Muitos crentes fazem pouco caso dEle e, assim, deixam de aproveitar as vantagens que
Ele dispensa. Se todos estivessem cheios do Espírito Santo e humildemente confiantes na Sua
pessoa, não haveria crentes fracos e frustrados.

3. Instruindo e Lembrando

Jesus disse: “... o Espírito Santo... esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo
o que vos tenho dito." (Jo 14:26).
A instrução do Espírito envolve claramente, entre outras coisas, o providenciar soluções reais
para problemas éticos. “... Espírito de verdade... Ele vos guiará em toda verdade..." (Jo
16:13).
Desde que Ele capacita mestres na Igreja, Ele ensina através de ambos: da iluminação das
Escrituras, e dos recursos humanos.
Um dos resultados do ministério do Espírito no instruir e recordar a mensagem de Jesus foi
a produção do Novo Testamento pelos apóstolos. O ensino do Espírito Santo não se
relaciona tanto com a revelação de verdades novas e desconhecidas, mas sim, com a
iluminação das verdades já conhecidas e reveladas.
Como já dissemos, de uma forma muito especial Ele abre as nossas mentes e corações
para compreenderem a Palavra de Deus. Se o Espírito é o autor deste Livro,
conseqüentemente Ele é o seu melhor intérprete. O mesmo Espírito que inspirou
homens a escreverem a Bíblia, poderá atualmente ungir os crentes para compreenderem as

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verdades que a Bíblia reúne.


No ensino e na recordação, o Espírito não é limitado ao intelecto humano, ou à operação
lógica da mente no raciocínio e no relembrar.
Ele simplesmente comunica a medida do entendimento divino, e isto é diferente do que é
convencionalmente humano.
“... e não tendes necessidade de que alguém vos ensine, mas com a sua unção vos
ensina todas as coisas...” (I Jo 2:27).
Dessa forma, vemos como o Espírito é um grande instrutor, pois que mesmo que Seus
ensinos sejam muito profundos, Ele nos proporcionará meios de entender a verdade que,
de outra maneira, a finita mente humana seria incapaz de compreendê-la.
Em I Co 2:9-10 lemos “As coisas que o olho não viu e o ouvido não ouviu e não subiram
ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que O amam”. Mas Deus no-las
revelou pelo Seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as
profundezas de Deus”.

4. Guiando

O Espírito opera dirigindo o crente na tomada de decisões, e solucionando problemas,


particularmente aqueles relacionados ao serviço do Senhor. Ele cumpre a promessa de
Deus: “instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir, guiar-te-ei com os meus
olhos” (Sl 32:8). Ele oferece liberdade das distrações, inclusive da própria carne (Rm
8:14: Jo 16:13).
Para ser guiado pelo Espírito, deve ser posta de lado a auto-suficiência e a sabedoria
natural, mesmo que a direção do Espírito não seja contrária a eles (Gl 5:25).
Ser sensível à direção do Espírito é uma marca de maturidade cristã. O ministério do
Espírito ao guiar, tem sido descrito quando opera no crente por uma “intuição do nosso
julgamento cristão”. Flattery destacou que aquele que toma uma atitude orando, sendo
submisso e humilde, desejando a intervenção da vontade de Deus, este pode confiar na
Sua direção.
Ocasionalmente, a direção do Espírito é negativa e preventiva (At 16:6-7). Edmund
Tedeschi comenta sobre este incidente dizendo: “O Espírito guia, e o resultado é que
Cristo é exposto a um indivíduo, a uma família, ou a uma região qualquer do mundo. E o
impedimento do Espírito, de fato oculta o evangelho, talvez para proteger Seus
mensageiros, talvez no julgamento da região, talvez para que a mensagem seja mais
rápida para os povos mais bem preparados, ou talvez porque Ele está guiando algum
outro missionário (o que é enviado) para aquele lugar”.
O Espírito guia iluminando as Escrituras, desvendando mistérios (Jo 14:26: I Co 2:12). O
Espírito guia em casos pessoais de uma forma individual (Lc 4:1; At 8:39: Lc 2:27), e
também nos tempos de perseguição (Mt 10:19-20).
A direção do Espírito não deve ser confundida com os desejos e opiniões humanas: Paulo
foi à Jerusalém e foi aprisionado totalmente pela vontade de Deus, a despeito dos
conselhos dos discípulos.
É importante notar que algumas direções que são ditas serem do Espírito, são produtos
do raciocínio e da opinião humana. Uma das gloriosas experiências da vida cristã é
sentirmos a direção direta do Espírito.

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5. Confortando

Jesus fez referência a um aspecto do ministério do Espírito Santo quando pela última vez,
o chamou de “Consolador”, que pode também ser traduzido por “Advogado”.
Para melhor entendermos isto, entre os amigos romanos os advogados eram pessoas de
uma certa posição social, conhecidos por sua integridade de caráter, sabedoria e afeição,
conselhos e encorajamento do réu. Estes o acompanhavam perante os tribunais, e
quando fosse necessário, falavam a favor daquele que agora era seu amigo. Dessa
maneira o Espírito Santo ajuda o cristão como “advogado”, encorajando-o, exortando-o,
aconselhando-o e ensinando-lhe exatamente aquilo que deve falar e fazer.
O termo “paracleto” empregado significa: “alguém chamado para estar ao lado de”.
Dessa forma, o Espírito Santo, foi enviado para estar ao nosso lado, sustentando-nos e
ajudando-nos a não cair quando estivermos em tentação, garantindo a vitória sobre o
mundo, a carne e o diabo, pela Sua companhia.
A nossa atitude deve ser de total confiança no Seu poder, confiando a Ele os nossos
problemas e procurando dar ouvidos aos Seus conselhos, pois que o Espírito será para
conosco o mesmo que Jesus foi para Seus discípulos. O Seu conforto ajuda-nos em
nossas fraquezas e desesperos, sendo necessário apenas que o cristão lhe dê
oportunidade de operar.

6. Santificando

Quando ocorre a regeneração no homem, o Espírito Santo efetua uma mudança radical na
alma, dando-lhe assim um novo princípio de vida. Isso não implica que os filhos de Deus
sejam imediatamente perfeitos.
A debilidade adquirida de Adão permanece, e falta ainda conquistar o mundo, a carne e o
diabo. O Espírito não opera aleatoriamente, mas de uma maneira vital e progressiva,
renovando a alma. A fé deve ser fortalecida através de muitas provas e o amor deve ser
fortalecido para sobreviver à dificuldade e à tentação.
O Espírito Santo representa para o crente a vida íntima de Cristo com toda a riqueza da
Sua santidade divino-humana. A Sua intenção é que a vida que é cheia do Espírito Santo
viva, também, no Espírito. O Seu desejo é que a alma seja esvaziada de autojustificativas e
que a velha natureza seja rejeitada. "...Pois que já vos despistes do velho homem com seus
feitos..." (Cl 3:9). As seduções do pecado precisam ser vencidas e as tendências e os hábitos
devem ser corrigidos.

O Espírito Santo procura sempre guiar o cristão em novas áreas de submissão no seu
crescimento à semelhança de Cristo. Este é o caso de estar morto para o pecado e vivo para
Jesus Cristo. "Assim também vós considerai-vos como mortos para Deus em Cristo Jesus nosso
Senhor"' (Rm 6:11).
O ministério do Espírito Santo não cancela a responsabilidade do cristão, mas dá-lhe uma
oportunidade para um crescimento espiritual e moral.

Muitos têm considerado o assunto, apenas do lado negativo, ou seja, de afastar-se do


mal (Is 6:5). O lado positivo de consagrar-se para o bem é de igual ou maior importância.
Somente afastar-se do mal causaria um vácuo, portanto, devemos nos consagrar a Deus.
Mesmo participantes da natureza divina, é verdade que, ao mesmo tempo, a velha

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natureza, o velho eu, está presente novamente e quer dominar a vida do cristão. A velha
natureza é para ser crucificada com Cristo (Rm 6:6).

Ele desenvolve a nova natureza assim que a vida da nova criatura em Cristo desabrocha (II
Co 5:17). O Espírito Santo trabalha ao nosso lado na qualidade de aliado dando-nos o
poder para sermos vencedores. A lei do Espírito de Vida, Cristo Jesus, é mais poderosa do
que a lei do pecado e da morte (Rm 8:2), embora a carne procure levantar a cabeça e
vencer a obra para sermos vencedores sobre a carne.

A carne produz a obras da carne, e o Espírito produz o fruto do Espírito, ou seja, o


caráter de Cristo. Dessa forma Ele exerce um poder criativo que é descrito nas Escrituras na
figura do Fruto do Espírito.

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D. Batismo no Espírito Santo (I Co 12:13)

1. Características do batismo no E.S:

a. Ocorre apenas na Era da Igreja (ainda era futuro em At 1:5).


b. Envolve todos os crentes (I Co 12:13; Ef 4:5).
c. Ocorre apenas uma vez (tempo “aoristo” do grego em I Co 12:13).

2. Conseqüências do batismo no E.S:

a. Paz aos crentes membros do Corpo de Cristo.


b. Une os crentes com Cristo em Sua morte quanto à natureza pecaminosa (Rm 6:1-10).

E. Selo

1. O agente – o Pai (II Co 1:22; Ef 1:13; 4:30).


2. O instrumento - o Espírito é o selo
3. A extensão - a todos os crentes.
4. O tempo - no momento da conversão.
5. O propósito - a certeza de ser possuído por Deus e preservado até o dia da redenção. É
uma garantia de segurança para o crente.

F. Os Dons do Espírito

1. Definição

Um dom espiritual é uma capacidade dada por Deus ao crente para o desempenho de um
serviço na obra de Deus. Não é um lugar, nem um procedimento, nem um ministério para
um grupo etário especifico.

Os dons espirituais são chamados, no original grego, de "charismata", palavra que significa
"graças", ou seja, os dons espirituais são dádivas, são favores imerecidos que Deus concede
aos homens que estão dispostos a servi-lO e que, por obediência, já alcançaram o batismo com
o Espírito Santo.
Os Dons Espirituais, de acordo com a Doutrina Pentecostal, são para o salvo, porém,
depois que for batizado no Espírito Santo.

Os Dons Espirituais falam do trabalho que o crente faz. O Fruto do Espírito fala do que
o crente é.

Somente possuem dons espirituais aqueles que forem, antes, revestidos de poder.
Este princípio bíblico, nem sempre ensinado pelos estudiosos da Bíblia Sagrada, decorre do
próprio teor das Escrituras. Não vemos os discípulos exercerem os dons espirituais antes
de serem revestidos de poder.

Na nossa atual dispensação, é necessário que o Espírito Santo reparta os dons espirituais
conforme a Sua vontade entre os crentes, mas somente àqueles crentes que já estiverem
envolvidos pelo Espírito, a quem se transmitiu poder, transmissão esta que é feita única e
exclusivamente por força do batismo no Espírito Santo.

Todos os crentes que são mencionados como portadores de dons espirituais no livro
de Atos dos Apóstolos, são crentes que foram, antes do exercício destes dons,
revestidos de poder, batizados no Espírito Santo. É o que vemos na vida de Pedro, Paulo,
Filipe e Estêvão, para ficarmos nos principais exemplos.
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O crente pentecostal, ou seja, o crente que crê na operação ainda hoje do Espírito Santo
como agente transmissor de poder divino na pregação do Evangelho é um crente que crê no
Evangelho completo, pois a pregação do evangelho abrange não só a notícia de que Jesus é o
Senhor e Salvador do mundo e que é preciso nEle crer para alcançar o perdão dos pecados e a
salvação da alma, obtendo, assim, a vida eterna, como também, que esta mensagem também
é confirmada da parte de Deus mediante a operação do Seu poder, através do batismo no
Espírito Santo e, depois, dos dons espirituais.

A recepção destes dons torna-se possível em virtude do revestimento de poder, do mergulho,


da imersão do ser do crente no fogo do Espírito de Deus, no seu completo envolvimento com a
terceira Pessoa da Trindade Divina.

Afirma-se normalmente que os dons espirituais são nove, com base na lista mais completa de
dons espirituais que se encontra em I Co.12:8-10. Entretanto, além desta relação, que é a mais
conhecida e a mais pormenorizada, temos, também, a relação constante de Rm.12:6-8, que
não é uma relação tão completa quanto a primeira e que parece misturar dons espirituais com
dons ministeriais (até porque o texto não é específico com relação aos dons espirituais como é
o anteriormente mencionado).

Mesmo se levarmos em consideração apenas a relação de I Coríntios, não podemos nos


esquecer de que um dos itens da relação fala dos "dons de curar" (I Co. 12:9), dando a
entender, portanto, que há mais de um dom de curar, o que torna, também, precário o
entendimento de que os dons espirituais sejam apenas nove.

Assim, não podemos afirmar com respaldo bíblico que haja somente nove dons espirituais.
Entretanto, tal posição bíblica não pode servir de base para que se adicionem outros dons de
modo aleatório e sem qualquer respaldo escriturístico, e cuja presença na igreja,
inevitavelmente, trará confirmação da pregação do Evangelho, edificação espiritual, consolação,
exortação e um maior envolvimento da igreja local com o Senhor e a Sua obra.

- Podemos dividir os dons espirituais em três categorias, a saber:

a) Dons de Poder: fé, dons de curar, operação de maravilhas

São evidências da onipotência divina no meio do Seu povo.

São dons dados pelo Espírito Santo para que as pessoas efetuem demonstrações
sobrenaturais do poder divino, como a realização de milagres, de maravilhas e de coisas
extraordinárias, que confirmem a soberania de Deus sobre todas as coisas e a Sua
presença no meio da igreja.
b) Dons de Revelação: palavra da sabedoria, palavra da ciência, dom de discernir os espíritos.
São evidências da onisciência divina no meio do Seu povo.

São dons dados pelo Espírito Santo para que as pessoas revelem mistérios ocultos aos
homens, com a tomada de atitudes e condutas que evidenciem que Deus sabe todas as
coisas e que nada lhe fica oculto.

c) Dons de elocução ou de fala: variedade de línguas, interpretação de línguas e profecia.

São evidências da onipresença divina no meio do Seu povo, uma presença que nos faz
descansar e que nos traz edificação.

São dons dados pelo Espírito Santo para que as pessoas sejam instrumentos da voz do
Senhor, para que o Espírito Santo demonstre que Se comunica com o Seu povo.

2. Os Dons Espirituais não são presentes de Deus; são instrumentos de trabalho.

“Acerca dos dons espirituais, não quero irmãos, que sejais ignorantes” - I Coríntios 12:1.

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Há quem afirme que os Dons Espirituais são presentes que o Espírito Santo dá à Igreja.
Discordo deste pensamento. Presentes nós recebemos, tal como os Dons, gratuitamente.

Porém, o presente, uma vez recebido, torna-se propriedade nossa. A pessoa que dá, perde o
controle sobre ele. O que recebe pode fazer do presente o que ele quiser. Se gostar, pode usar;
não gostando, pode dar-lhe o fim que pretender, pois ele é o dono da coisa recebida. Há até
presentes que aquele que o recebe nem sabe qual seja a sua finalidade; há ainda os que, na
verdade, não servem para nada, mesmo.

Com os Dons Espirituais é diferente – “Mas a manifestação do Espírito, é dada a cada


um para o que for útil”- I Coríntios 12:7.

Não há nenhum Dom Espiritual inútil, e o Espírito Santo dá há quem tenha condições de
usá-lo, e usá-lo em beneficio da Obra do Senhor, nunca em benefício pessoal. O Dom não é
uma jóia para ser usada como adorno, ou enfeite; não é, também, uma medalha para ser
exibida no peito, e que só serve para chamar a atenção para a pessoa que a usa.

Usar, ou não usar o Dom, não é uma questão de querer; o Espírito Santo dá para ser
usado.

Aquele que receber um Dom e não usá-lo na Obra de Deus, pode ser responsabilizado.
Vemos a comprovação desta verdade exposta por Jesus nas Parábolas dos Talentos – Mateus
25:14-30, e das Minas - Lucas 10:11-27.

Nem os talentos, nem as minas foram dadas como presente aos seus amigos. Foram, na
verdade, dados aos servos para que fossem usados de acordo com o interesse do Senhor, o
legítimo dono dos talentos e das minas.

Contudo, um dos servos, ou não entendeu, ou foi negligente, pois, resolveu não trabalhar com
o valor recebido – “...cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor”- Mateus 25:18.
Perceba a expressão “ o dinheiro do seu senhor”. Da mesma forma o Dom Espiritual não se
torna propriedade daquele que o recebe. É dado para ser usado na Obra de Deus. A
negligência por parte de quem o recebe acarretará prejuízo, quando o dono voltar – “Lançai o
servo inútil nas trevas exteriores; ali, haverá pranto e ranger de dentes”- Mateus 25:30.

Assim, meu irmão, se você recebeu um ou mais Dons, eles não lhes foram dados para
você exibir sua espiritualidade, mas para você mostrar serviços na Obra de Deus.
Tampouco, você não pode enterrá-los!

Os Dons Espirituais não são dados como presentes, mas como instrumentos de
trabalho para serem usados.

É, pois, o Espírito Santo que distribui os Dons Espirituais “...a cada um para o que for útil”- I
Coríntios 12:7. Sendo “para o que for útil”, então Ele dá a quem Ele sabe que terá condições de
usá-lo. O Espírito Santo conhece a capacidade de cada um. Ele não dará um instrumento certo
para pessoa errada.

O Espírito Santo dá o “instrumento” certo à pessoa certa. Assim, se você recebeu um Dom
Espiritual é porque você pode, e deve usá-lo em beneficio da Obra de Deus, nunca em
benefício pessoal, porque você é um servo. Paulo, conhecendo a importância dos Dons
Espirituais e a responsabilidade daquele que os recebe, disse “Acerca dos dons espirituais, não
quero, irmãos, que sejais ignorantes”- I Coríntios 12:1.

Lembre-se, pois, que A Palavra de Deus pode esclarecer todas as suas dúvidas.

Se você receber um Dom Espiritual e não usá-lo, ou se usá-lo diferentemente do que é


exigido pela Palavra de Deus, você não será considerado inocente!

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Preste atenção nisto – enquanto o Fruto do Espírito é gerado no “homem interior”, num
processo que pode ser demorado, até alcançar a maturação, o Dom Espiritual é dado
pelo Espírito Santo inteiramente pronto, completo e para uso imediato.

De acordo com A Doutrina Pentecostal, os Dons Espirituais continuam sendo para os dias
atuais e seu doador continua sendo o Espírito Santo. Ao crente salvo e batizado com o
Espírito Santo, Ele pode dar um, ou todos os nove descritos em I Coríntios 12:1-11,
pois Ele reparte “particularmente a cada um como quer”, e sempre “para o que for útil”.

Não se deve, ainda, confundir os Dons Espirituais, que são recursos extraordinários que
o Senhor colocou à disposição da Igreja, através do Espírito Santo, com os Dons Naturais,
que são virtudes, ou aptidões, com as quais uma pessoa nasce.

Tomando apenas um exemplo, diríamos que ninguém será um grande musico, se não tiver
nascido com o Dom Natural para a música. Uma vez convertida, ela não perderá esse Dom,
e ele será de grande valor se colocado à disposição do Senhor.

3. A concessão do Dom Espiritual é instantânea.

“Mas, a manifestação do Espírito Santo é dada a cada um para o que for útil”- I
Coríntios 12:7.

O Dom é do Espírito: quando Ele dá, o homem já o recebe pronto, de imediato. Assim, não
seria correto pensar, ou ensinar que alguém que tenha sido batizado com o Espírito Santo,
necessite aprender a falar em línguas, ou dizer que a pessoa ainda não está falando direito por
falta de prática.

Não seria correto pensar, ou ensinar, que alguém que tenha recebido o Dom de Profecia, ainda
não está profetizando direito, que as profecias ainda estão meio confusas, porque o Profeta
ainda não dominou a arte de profetizar.

Nenhum Dom do Espírito é dado imperfeito, ao homem – Ele dá “...para o que for útil”.
Quem tem o Dom de Profecia não precisa aprender a profetizar; precisa, isto sim, dar lugar ao
Espírito Santo em sua vida, para que possa ser usado por Ele. Este mesmo principio é válido
para todos os Dons Espirituais. Todos eles são concedidos de forma instantânea e
prontos para o uso devido.

Também, neste sentido, os Dons do Espírito são diferentes do Fruto do Espírito. O Fruto é
formado ao longo do tempo; os Dons são concedidos instantaneamente, e já prontos para
serem usados.

4. Os Dons do Espírito são muitos e a distribuição dos mesmos não é uniforme.

Sabemos que o Fruto do Espírito é um, porém, quantos são os Dons Espirituais não
sabemos! Insistimos na afirmação de que, sendo Deus infinito, não pode ser limitado ou
quantificado naquilo que nele existe ou no que possui.

Sabemos, isto, sim, que Paulo enumerou, em I Coríntios 12:1-11, Nove Dons do Espírito
Santo, destacando-se a pluralidade dos mesmos, e no texto Paulo diz: “mas um só e o mesmo
Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer”, ou seja,
cada crente receberá, pelo menos, um Dom, como também não há limitação para o
recebimento dos mesmos. Assim, enquanto uns não recebem nenhum Dom (os que não foram
batizados no Espírito Santo), outros podem receber mais de um, e, até todos os nove Dons
descritos por Paulo, nesta passagem bíblica.

A concessão dos Dons é feita pelo Espírito Santo, e Ele a faz – “...repartindo particularmente a
cada um como quer”.

Não pode haver dúvidas de que no Ministério Terreno de Jesus, os nove Dons do Espírito,
mencionados por Paulo, podem ser identificados.

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Na terra, o Senhor Jesus exerceu o Seu Ministério não como sendo Deus, mas como
sendo homem – porém, um homem na plenitude do Espírito Santo, conforme afirmou
Pedro – “...Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou
fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele”- Atos
10:38.

Nesta expressão “...Deus era com ele”, nós dizemos que “Deus era com ele, na pessoa do
Espírito Santo que lá no Jordão desceu corporalmente sobre ele, conforme testemunhou João
Batista – “...Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba e repousar sobre ele”- João 1:32.

Foi pelo poder do Espírito Santo que o Homem chamado Jesus, realizou, na terra,
milagres, sinais, maravilhas.

Saber que os Seus Discípulos também poderiam receber todos os Dons do Espírito que Ele
recebera, foi a razão de ter afirmado – “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê
em mim fará as obras que eu faço, e as farás maiores do que estas...”- João 14:12.

Esta predição de Jesus cumpriu-se na vida do Apostolo Paulo. Ele tinha, sem dúvidas, todos os
dons espirituais descritos em I Coríntios 12:1-11.

Como o Espírito Santo distribui Seus Dons “...repartindo particularmente a cada um como
quer”, uma Igreja Local pode receber, divididos entre seus membros, todos os Dons
Espirituais.

Ao que parece, foi o que aconteceu na Igreja local de Corinto – “De maneira que nenhum dom
vos falta...”- I Coríntios 1:7.
I Co 14:1 autoriza-nos a procurar e pedir dons a Deus: “Segui o amor e procurai, com
zelo, os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar.”

2. Distribuição

a. Fonte – o Espírito Santo (I Co 12:11).


b. Extensão - Todo crente tem pelo menos um, mas não todos os dons (I Pe 4:10).
c. Tempo - Cada geração pode ou não ter todos os dons. Alguns dons foram concedidos
para o estabelecimento da Igreja (Ef 2:20). Certos dons de milagres foram dados à primeira
geração de crentes, mas não à segunda (Hb 2:3-4).

3. Desenvolvimento

Essas capacitações embora prontas (o lado divino) devem ser exercitadas para serem
desenvolvidas por quem as tem (o lado humano). Desta forma, o dom de ensino, por
exemplo, precisa ser ainda mais desenvolvido até o nível da excelência, através do estudo.
“.... se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12:7b).

Tipos de Dons Espirituais

O texto abaixo contém a lista mais completa de dons espirituais. Vamos examiná-la em
detalhes.

I Co 12:8-10
“Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito,
a palavra da ciência (ou conhecimento); a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; a outro,
pelo mesmo Espírito, os dons de curar; a outro, a operação de milagres (ou
maravilhas); a outro, a profecia; a outro, o dom de discernir espíritos; a outro, a

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variedades de línguas; e a outro, a interpretação de línguas.”

A Palavra da Sabedoria

Destina-se a capacitar o homem de Deus no trabalho de direção, de administração, na solução


de problemas, tanto materiais, como, principalmente, problemas espirituais que surgem no
meio da Igreja.
Não pode ser confundido com a sabedoria humana e nem com a sabedoria espiritual,
mencionada por Tiago 1:5. Salomão compreendeu a necessidade de ter sabedoria para
governar – “Se estiver embotado o ferro, e não se afiar o corte, então se deve pôr mais força;
mas a sabedoria é excelente para dirigir”- Eclesiastes 10:10.
Perceba a operação deste Dom na decisão dos Apóstolos sobre a escolha dos Diáconos, em
Jerusalém. Evitou-se uma divisão na Igreja – Atos 6:1-7.

A Palavra da Ciência

Confere profundo conhecimento e compreensão das coisas e do pensamento de Deus.


Excelente Dom para ensinadores. Sem este Dom, John Bunyan não teria escrito “O Peregrino”,
numa prisão da Inglaterra, em 1628, nem Myer Pearlman teria escrito seu livro “Conhecendo as
Doutrinas da Bíblia”.
É um Dom que se manifesta na revelação das verdades de Deus, que o homem, por si só,
jamais poderia alcançar. Veja-se a aplicação deste Dom no Ministério de Pedro, no caso de
Ananias e Safira- Atos 5:1-11.

O Discernimento de espíritos

Revela a verdadeira fonte e a natureza das manifestações espirituais. Onde houver o Dom de
Discernimento de espíritos, o diabo não fará confusões, nem enganará os crentes, levando-os a
seguir heresias e obreiros fraudulentos.
Lemos nos jornais sobre um cantor evangélico que foi preso por assalto. Ele declarou que era
espírita, mas que cantava e vendia discos nas Igrejas Evangélicas. Isto, certamente, por falta
do Dom de Discernir espíritos. Temos um exemplo deste Dom, no Ministério de Paulo, no caso
da moça que adivinhava, na cidade de Filipos – Atos 16:16-18.

O Dom da Fé

Não se trata da fé salvífica, necessária para alcançar a salvação. Nem da fé como fruto do
Espírito – Gálatas 6:22.
O Dom da Fé é chamado também de “Dom de milagres”. É a concessão, pelo Espírito, de uma
fé que não encontra barreiras. Veja-se um exemplo na cura do coxo, na porta do Templo – Atos
3:1-11.

Os Dons de Curar

Certamente que todo o crente pode orar pelos enfermos, e o Senhor pode e tem curado. Mas
não se trata dos Dons de Curar. Todo Dom é um poder extraordinário concedido pelo Espírito
Santo.
Convém, no entanto, observar que, mesmo que uma pessoa receba esse Dom, não quer dizer
que todos os enfermos por quem ela orar, serão curados.
De Jesus está escrito em diversos textos: curou todos, curou uns poucos, curou alguns, e no
Tanque de Betesda curou apenas um. A falta de fé limita o recebimento da cura.

Operação de Milagres ou Maravilhas

Literalmente, significa “obras de poder” no original, “milagres” e “maravilhas” são o plural da


palavra “poder”, encontrada em Atos 1:8. Veja-se um exemplo em Atos 19:11-12.

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O Dom de Profecia

Este é um Dom bastante conhecido e, também, bastante desacreditado, pelas distorções e


maus usos que se fazem dele, quer desviando-o da sua finalidade bíblica, quer usando-o para
proveito pessoal – “Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e
consolação”- I Coríntios 14:3.

Variedades de Línguas

Não é a mesma coisa das línguas faladas como confirmação do Batismo no Espírito Santo. Em
Atos 2:3 temos línguas como sinal do Batismo; em Atos 2:4, temos a manifestação de
variedade de línguas.

Interpretação de Línguas

Revela o ministério contido nas Línguas estranhas “...porque o que profetiza é maior do que o
que fala línguas estranhas, a não ser que também interprete para que a Igreja receba
edificação” –I Coríntios 14:5.

Dons Ministeriais ou Dons de Cristo

“E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e
outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a
obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” Ef 4:11-12
Os dons ministeriais vindos da parte de Jesus, objetivam o aperfeiçoamento dos santos,
para a obra do ministério, para edificação da igreja, ou seja, os dons ministeriais são
concedidas à igreja pelo seu máximo governante, que escolhe, dentre os Seus servos, aqueles
que devem coordenar, dirigir e orientar o povo de Deus.

Os dons ministeriais não deixam, assim, de ser dádivas sobrenaturais, como são os dons
espirituais, mas sua função, no corpo de Cristo, é diferente: não se trata de operações
episódicas, de demonstrações esporádicas e temporalmente limitadas, com vistas a um
consolo, uma exortação, o suprimento de uma necessidade ou uma instantânea manifestação
do poder de Deus para a igreja e, mesmo, para os não salvos.

Trata-se de uma atividade contínua, no meio do povo de Deus, para que a igreja cumpra
com suas tarefas neste mundo, quais sejam, a evangelização e o aperfeiçoamento dos
salvos.

Enquanto que, com os dons espirituais, de forma sobrenatural, os crentes são usados pelo
Senhor como instrumentos para a manifestação de Seu poder, através dos dons ministeriais,
Cristo concede à Igreja homens que estarão servindo ao corpo de Cristo, que serão, eles
mesmos, verdadeiros dons para a igreja. R.N. Champlin deu, na sua Enciclopédia de Bíblia,
Teologia e Filosofia, para o verbete que estuda os dons ministeriais: " homens como dons
espirituais". Os dons ministeriais são indivíduos, seres humanos que Deus destaca para que
suas vidas passe a ser um serviço para a igreja do Senhor.

Os textos abaixo não são relações de dons espirituais tão completas quanto a
anterior, e parecem misturar os dons espirituais com os dons ministeriais, até
porque estes textos não são específicos com relação aos dons espirituais, como é o
anteriormente mencionado.

Rm 12:6-8

“De modo que, tendo diferentes dons segundo a graça que nos foi dada, se é profecia,
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seja ela segundo a medida da fé; se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja
dedicação ao ensino; o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com
liberalidade; o que preside, com zelo; o que usa de misericórdia, com alegria.”

dons. Grego, charismata, referindo-se a dons especiais da graça, dados livremente por Deus a
seu povo a fim de suprir as necessidades do corpo.
profecia. Não deve haver nenhuma falsa modéstia que negue a existência dos dons ou que se
recuse a usá-los “na proporção da sua fé” provavelmente significa algo semelhante à “medida
da fé”.
ministério. Qualquer tipo de serviço de que o corpo de Cristo, ou algum dos seus membros,
necessite.
ensinar. Os que exercem cuidado pastoral pelo povo de Deus (a figura de linguagem é de
pastores e ovelhas) naturalmente fornecerão “alimento” das Escrituras (ensino). Serão
especialmente dotados como professores (cf. 1Tm 3.2).
exortar. Exortar o próximo, com um convite enaltecedor e alegre para as realizações que
valem a pena. Quem ensinava muitas vezes levava a efeito essa função. No ensino, mostra-se
ao crente o que deve fazer; na exortação, é animado a pô-lo em prática.
repartir. Dar de seus bens, ou possivelmente distribuir o que foi dado por outros.
presidir. Exercer liderança. Possível referência ao presbítero. A igreja de Éfeso já tinha
presbíteros nessa época (v. At 20.17; 1Ts 5.12; 1Tm 5.17).
misericórdia. Cuidar dos enfermos, dos pobres e dos idosos com alegria. Servir aos
necessitados deve ser um deleite, não uma tarefa penosa.

I Co 12:28-30

“E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em


terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros,
governos, variedades de línguas. Porventura são todos apóstolos? são todos profetas?
são todos mestres? são todos operadores de milagres? Todos têm dons de curar? falam
todos em línguas? interpretam todos?”

A lista aqui é um tanto diferente da relação dos v. 8-10. Paulo salienta aqui três dos indivíduos
com dons, de acordo com Ef 4.11, e depois cinco dos dons espirituais alistados nos v. 8-10. Os
apóstolos e os profetas faziam parte do alicerce da igreja (Ef 2.20), e o ensino estava associado
ao cargo de pastor (Ef 4.11; 1Tm 3.2).

Esses três indivíduos contemplados com dons são alistados como “primeiramente”, “e em
segundo lugar” e “e em terceiro lugar”, o que revela sua importância na igreja. O restante da
lista é introduzido com “depois”, o que indica a variedade que se segue. As listas que Paulo faz
dos dons espirituais parecem consistir, de modo geral, em amostras aleatórias. A não ser no v.
28a, ele não lhes atribui categorias de importância, pois já insistiu em que todos os dons são
importantes (v. 21-26).

apóstolos. Os que foram escolhidos por Cristo durante seu ministério terreno para estar com
ele e sair para pregar (Mc 3.14). Deviam, também, ser testemunhas da ressurreição (At
1.21,22). O termo pode, às vezes, ter sido usado em sentido mais amplo (Rm 16.7; Gl 1.19).

operadores de milagres. Literalmente, “ações de poder”. Nas Escrituras, o milagre é uma

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ação que não pode ser explicada por meios naturais. É um ato de Deus que visa a evidenciar
seu poder e propósito.

dons de curar. Literalmente, “dons de curas”. O plural das duas palavras pode aludir a vários
tipos de enfermidades e às várias maneiras apresentadas por Deus para a cura.

socorros. Qualquer ato de ajudar o próximo pode ser resultado de um dom espiritual, embora
a idéia principal aqui provavelmente seja a de auxílio aos pobres, necessitados, doentes e
aflitos (cf. At 6.1-6).

governos. Os que tinham dons de administração eram capacitados pelo Espírito Santo a
organizar e projetar planos e programas espirituais na igreja.
variedades de línguas. Alguns entendem que se refere à capacidade de falar em idiomas
humanos não estudados, como se deu com os apóstolos no dia de Pentecoste (At 2.4,6,11; cf.
tb. 1Co 14.9,10), se bem que o termo grego original parece contrariar a hipótese. Outros
acreditam que nos capítulos 12, 13 e 14 o termo “línguas” se refere a línguas terrenas e
também celestiais, incluindo línguas extáticas de louvor e oração (13.1; 14.2,10).

G. A Plenitude do Espírito

1. Definição

Ter a plenitude do Espírito, ou ser cheio do Espírito, ser controlado pelo Espírito (Ef 5:1.8).

2. Características

a. A plenitude do Espírito é uma ordem para o Crente (Ef 5:18, o verbo é um imperativo).
b. A plenitude é passível de repetição (At 2:4; 4:31).
c. A plenitude do Espírito produz semelhança a Cristo (Gl 5:22-23).

3. Condições para Estar Cheio do Espírito


a. Uma vida dedicada
A submissão ao controle do Espírito, embora ordenada, é voluntária e exige atos de
dedicação. Isto inclui dois aspectos: dedicação inicial (Rm 12:1-2) e a dedicação continua
da vida (Rm 8:14).
b. Uma vida vitoriosa
Vitória diária sobre o pecado no cotidiano é uma necessidade para esse controle do Espírito
(Ef 4:30). Isto significa reagir corretamente à luz da Palavra à medida que ela é revelada (I
Jo 1:7).

c. Uma vida de dependência

Este é o significado de "andar no Espírito" (Gl 5:16).

4. Conseqüências

Ser cheio ou controlado pelo Espírito significa:

a. Adoração e louvor (Ef 5:18-20).


b. Submissão (Ef 5:21).
c. Serviço (Jo 7:37-39).
d. Produzir:

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G. O Fruto do Espírito Santo

O Senhor Jesus Cristo afirmou que – “Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e
assim sereis meus discípulos”- João 15:8.

Dar “muito fruto” é uma condição imposta por Jesus para aquele que quiser ser seu
discípulo.
Quem tem o fruto do Espírito tem um caráter semelhante ao de Cristo.
O Fruto do Espírito fala do que o crente é. Os Dons Espirituais falam do trabalho que o
crente faz. É pelo Fruto do Espírito que se conhece um bom Crente; não é pelos
Dons Espirituais.
Deus não pede o que não temos para dar. Deus não exige o que não podemos fazer.
Assim, se o Senhor Jesus exigiu como condição: o dar muito fruto para poder ser seu
discípulo, é porque ele sabia que o homem podia cumprir esta condição.

O Fruto do Espírito é um só, e é indivisível.

Atentando bem para o que está escrito, é possível observar que a Bíblia diz – “Mas o fruto do
Espírito é...”- Gálatas 5:22. O artigo o está no singular; o fruto está no singular; o verbo
ser, é claro, também teria que estar no singular – é.

Temos ouvido, com muita freqüência, as pessoas afirmando que os Frutos do Espírito são
nove, outras, complementam dizendo que não são apenas nove. Porém, a Bíblia diz que O
Fruto do Espírito é; ela não diz que os Frutos do Espírito são.

Assim, embora pudesse parecer desnecessário, queremos reafirmar que o Fruto do Espírito é
UM, somente. Também é verdade que esse Fruto é indivisível. Ele começa a ser formado
no interior do “novo homem”, ou do “crente, salvo”, a partir do Novo Nascimento ou
Regeneração. Isto ocorre, como se sabe, naquele exato momento em que o homem,
reconhecendo-se pecador, arrepende-se dos seus pecados e aceita o Senhor Jesus Cristo como
seu único e suficiente Salvador.

Nesse momento o homem é santificado e o Espírito Santo pode fazer morada em seu coração,
conforme ensinou Paulo – I Coríntios 3:16-17 e II Coríntios 6:16. É a partir daí que o Espírito
Santo começa a formar, de forma individual, o Seu Fruto, nessa vida.

Como já se disse, o Fruto do Espírito pode ser comparado a uma laranja, que, sendo apenas
uma, é, no entanto, formada por diversos gomos, ou partes, ou como um cacho de uvas.
É um só fruto, com várias uvas. Neste sentido, sim, Paulo menciona nove Virtudes
constantes da natureza de Deus, presentes no Fruto do Espírito. Paulo menciona, apenas, nove,
embora não se possa afirmar quantas são, ao todo, porque Deus não pode ser limitado, pois, é
infinito.

Convém, ainda, observar que numa laranja, seus gomos não são, simetricamente, iguais.
Valendo-nos, mais uma vez, desta comparação, podemos afirmar que as Virtudes do Fruto do
Espírito também não se desenvolvem, exatamente, iguais, embora não seja este o pensamento
de todos os intérpretes da Bíblia.

Nós, porém, dizemos que o mesmo Moisés que viu, pela fé, o Mar Vermelho se abrir e o Povo
passar “...como por terra seca...”- Hebreus 11:29, perdeu o seu auto-controle, ou domínio
próprio, ou, ainda, a temperança, quando, pela segunda vez, esteve diante da Rocha, em
Horebe – Números 20:7-12. Certamente que sua temperança não tinha a mesma dimensão
de sua fé.

Assim, embora possam não ser iguais, é certo que nenhuma das Virtudes do Fruto do
Espírito poderá faltar na vida de um crente nascido de novo – porque o Fruto do Espírito é
indivisível.
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Exemplificando esta verdade podemos afirmar que numa Igreja Local, ou numa Família, cada
um de seus membros pode especializar-se na formação de uma determinada virtude do fruto
do Espírito, fortalecendo o conjunto. Os pastores não podem, por exemplo, desenvolver a Fé, o
Amor, a Paz, os demais membros sendo divididos em grupos, cada qual com a incumbência de
desenvolver uma das demais Virtudes.

Não é assim o trabalhar do Espírito na formação do Seu Fruto. Ele forma Seu Fruto, por
inteiro, em cada crente salvo. Um não pode dividir as virtudes existentes nele, com os outros.
Pode, sim, usá-las para ajudar seu irmão, porém, não pode transmitir parte do que é seu –
porque O Fruto do Espírito é único e indivisível. Em relação aos Dons do Espírito, é
diferente!

A formação do Fruto do Espírito é um privilégio do crente salvo. O ato pelo qual o Espírito Santo
penetra para habitar no interior do homem Paulo denomina de Batismo, quando afirma – “Pois
todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo, quer servos, quer livres, e
todos temos bebido de um Espírito”- I Co 12:13.

Este batismo, que acontece no momento da Conversão, não é o batismo nas águas, como
também não é o batismo com o Espírito Santo. Mas, é o batismo no Corpo de Cristo, e
acontece pela ação do Espírito Santo.

Assim, a partir desse momento, o Espírito Santo passa a habitar no coração, ou no “homem
interior”, do recém-convertido, começando, desde então a trabalhar na formação do Seu
Fruto.

A formação de qualquer fruto, da semente geradora ao fruto maduro, será sempre um tempo
prolongado.

Assim, o Fruto do Espírito representa o que o homem é, fala do seu tempo andando
com Deus. É o Fruto do Espírito que credencia um homem de Deus a ser respeitado e
ouvido. Não são os Dons Espirituais.

A formação do Fruto do Espírito requer uma vida de entrega nas mãos do Senhor, vida no
Altar, vida de renúncia, de consagração, vida de dedicação à Obra de Deus, vida cheia do
conhecimento de Sua Palavra. É assim que o Fruto do Espírito vai sendo produzido – num
longo processo de maturação.

É bom que um obreiro tenha os Dons Espirituais; porém é necessário que tenha o
Fruto do Espírito em bom estágio de desenvolvimento. Certamente que Paulo pensava
assim, pois disse que o neófito, ou novo convertido, não deveria ser separado para o
Ministério – “não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do diabo”- I
Tim 3:6.

O Fruto do Espírito é gerado, pela ação do Espírito Santo, e se desenvolve dentro do


homem, ou “homem interior”.

O Fruto do Espírito passa a ser formado no homem salvo, a partir do momento em que
ocorre sua Conversão, ou seu Novo Nascimento, quando, então, ele se torna o templo de
Deus e a morada do Espírito.

Sua formação não acontece num só ato, mas através de um processo, ou sucessão de atos,
até que esse homem salvo chegue “...a varão perfeito, à medida da estatura completa de
Cristo” - Efésios 4:13.

H. O Fruto e os Dons do Espírito em relação às Igrejas atuais

Quando falamos em “Igrejas” estamos nos referindo às Denominações Religiosas, ou


Evangélicas.

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As Igrejas Atuais, em relação ao Fruto e aos Dons do Espírito, estão divididas em


Quatro Grupos:

1 – Igrejas que dão ênfase ao Fruto do Espírito, com prejuízo dos Dons Espirituais.

2 – Igrejas que dão ênfase aos Dons Espirituais, com prejuízo do Fruto do Espírito.

3 – Igrejas que não dão ênfase nem ao Fruto e nem aos Dons Espirituais.

4 – Igrejas que entrelaçam o Fruto e os Dons Espirituais, buscando viver na Plenitude do


Espírito

1 – Igrejas que dão ênfase ao Fruto do Espírito, com prejuízo dos Dons Espirituais
Antes do Grande Avivamento Pentecostal iniciado no final do século XIX e inicio do século
XX, as Igrejas, ou Denominações Evangélicas davam ênfase ou procuravam destacar a
importância do Fruto do Espírito, enquanto que ignoravam os Dons Espirituais.

Acesa a chama do Avivamento Pentecostal, que vinda dos Estados Unidos chegou também ao
Brasil através dos Missionários Gunnar Vingren e Daniel Berg, que desembarcaram em Belém,
do Pará, no dia 19 de novembro de 1910.

O Avivamento Pentecostal caracterizava-se por um intenso fervor evangelistico, muita


oração, batismo com o Espírito Santo, e o falar em línguas como evidência do Batismo.
Conseqüentemente, conforme registrado em I Coríntios 12:1-11, houve a manifestação dos
Dons Espirituais, com destaque para os Dons de Cura.

O ideal teria sido que o avivamento Pentecostal continuasse dando destaque à necessidade da
presença e do desenvolvimento do Fruto do Espírito na vida de cada membro da Igreja.

Viver “no Fruto do Espírito” nada mais é do que Viver a Vida Cristã na plenitude do Amor.
Isto é agradável a Deus.

Contudo, o advento desse Grande Avivamento Pentecostal acabou dando origem a dois grandes
grupos evangélicos – os Pentecostais e os chamados Denominacionais. Durante décadas
estes dois grupos não se entenderam. Para os Pentecostais, os crentes chamados de
Denominacionais não eram salvos; para os Denominacionais, os pentecostais eram
fanáticos, sem Doutrina.

Hoje, contudo, salvo por algumas facções mais radicais, as Igrejas Denominacionais são
tratadas com respeito. Elas continuam dando ênfase ao Fruto do Espírito, sendo, em
conseqüência, igrejas sadias, que vivem o Evangelho de Cristo, que dão testemunho
de crentes, que têm o respeito da sociedade, embora não sendo Pentecostais, e, portanto,
não aceitando a atualidade dos Dons Espirituais.

2 – Igrejas que dão ênfase aos Dons Espirituais, com prejuízo do Fruto do Espírito

Neste grupo estão muitas das Denominações consideradas neo-pentecostais. São


Denominações que, talvez, pela necessidade de se firmarem, procuram obter projeção dando
ênfase aos Dons Espirituais, principalmente os Dons de Curas, sempre muito explorados, e até
de forma incorreta, anti-bíblica, com o objetivo de atrair o Povo.

Seus líderes proclamam suas virtudes, afirmando, pelo rádio ou televisão, possuírem todos os
Nove Dons. Muitos confundem barulho com Poder, e fazem muito barulho em suas reuniões.
Vez por outra a Imprensa está denunciando, para vergonha dos crentes sinceros, certas
falcatruas feitas por alguns desses mercenários que contratam pessoas para encenarem a
operação dos Dons, especialmente fingindo-se de paralíticos, de cegos, etc.

Quem faz isto, como agente ativo ou passivo, demonstra não apenas falta de conhecimento
bíblico, como, principalmente, ausência total de temor de Deus. O Senhor Jesus, quando

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realizava uma cura, de qualquer natureza, ele o fazia movido pela misericórdia, nunca visando
qualquer proveito pessoal.

Ao ressuscitar a filha de Jairo – “...mandou-lhes expressamente que ninguém o soubesse...”-


Marcos 5:43; ao curar um leproso, disse-lhe – “...não o digas a alguém...”- Mateus 8:4; ao
abrir os olhos de dois cegos, foi taxativo, dizendo-lhes – “...olhai que ninguém o saiba”- Mateus
9:30.

O Senhor Jesus não fazia milagres para tirar qualquer proveito pessoal. Fazia-os movido pelo
amor.

Hoje, os aventureiros da fé procuram explorar os Dons Espirituais levando descrédito ao


Evangelho. Não querem “pagar” o preço para ter uma vida santificada, para colocar seus corpos
“...em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus...”- Romanos 12:1, dando, assim lugar em suas
vidas para o trabalhar do Espírito Santo na formação de Seu Fruto, a fim de que os Dons
Espirituais possam ser usados de forma correta e para glória de Deus.

Deus não quer, e não precisa da mentira do homem, para ser glorificado. Este é o lado feio,
hipócrita, existente no meio pentecostal, e que denigre a imagem dos verdadeiros Crentes
Pentecostais.

Todavia, acontece, ainda, com algumas lideranças pentecostais bem intencionadas, o erro de
dar ênfase aos Dons, com prejuízo do Fruto.

A formação do Fruto do Espírito na vida de cada crente depende muito do ensino da


Palavra de Deus.

É aqui que muitas Denominações Evangélicas e muitos Obreiros sérios estão falhando.
Preferem o avivalismo, e descuidam do ensino da Palavra. Porém, as duas coisas são
necessárias para a estabilidade espiritual.

Os cultos em muitas Igrejas oscilam entre o máximo e o mínimo. Sendo ativadas as


emoções, chega-se ao máximo; falando-se à razão, desce-se ao mínimo.

Nos cultos de avivamento, o templo enche; nos cultos de Ensino, na Escola Dominical, o templo
fica quase vazio. O povo não tem estabilidade espiritual quando o obreiro dá ênfase ao
uso dos Dons, com prejuízo da formação do Fruto do Espírito.

Durante o Seu Ministério o Senhor Jesus notabilizou-se muito mais como Mestre,
como ensinador, do que como Pregador. Ele dedicou muito mais tempo ao Ensino das
coisas de Deus e de Sua Palavra. Foi ensinando que Ele preparou seus Apóstolos para
a Obra do Ministério.

O Senhor Jesus era reconhecido e chamado de Rabi, ou Mestre, e Ele confirmou que na
verdade, era Mestre – “Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque eu o
sou”- João 13:13.

Assim, nas Denominações Pentecostais sérias, a causa da preponderância dos Dons


Espirituais sobre a formação do Fruto do Espírito, está, fundamentalmente, na
deficiência do Ensino da Palavra de Deus.

3 – Igrejas sem o Fruto do Espírito e sem os Dons Espirituais

É claro que, neste caso, não há como falar em Igreja, mas, pode-se falar em Denominação dita
evangélica.

Comete erro aquele que dá ênfase ao Fruto, em prejuízo dos Dons; comete erro aquele que dá
ênfase aos Dons, em prejuízo do Fruto; porém, erro maior comete quem negligencia tanto
o Fruto, como os Dons.

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Pode até parecer incrível, todavia a história atesta que isto tem acontecido. Paulo escrevendo
aos Gálatas, disse – “Sois tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, acabeis agora pela
carne?”- Gálatas 3:3. Esta pode ser a causa – muitos começam bem, depois, por falta de
sustentação no Ensino da Palavra, acabam numa heresia.

Sempre que ocorre um Movimento Pentecostal, este atrai a atenção do povo, tal como
aconteceu em Jerusalém – “E, correndo aquela voz, ajuntou-se uma multidão...”- Atos 2:6.

Sempre aconteceu assim, sendo esta uma característica do Pentecostes – o Espírito Santo atrai
os pecadores visando levá-los a Cristo.

O passo seguinte é o trabalho do homem, que deve ser feito através da Ministração da Palavra
de Deus para a Salvação e a confirmação dessas pessoas em Cristo.

Foi assim que aconteceu em Jerusalém – ajuntando-se a multidão – “Pedro, porém, pondo-se
em pé com os onze...”- Atos 2:14, pregou a Palavra de Deus.

Não pregou sobre bênçãos materiais, não exaltou a necessidade dos bens terrenos, não falou
sobre cura do corpo, mas falou do Cristo ressuscitado, declarando, com autoridade de Deus,
– “...que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo”- Atos 2:32,36.

Declarou sem qualquer receio, e com todas as letras, o que teriam que fazer, dizendo –
“...Arrependei vos...”. Deixou muito claro que, sem arrependimento, sem conversão, sem
perdão – não se pode formar uma Igreja Evangélica.

Se em Jerusalém não houvesse homens tementes a Deus, conhecedores de Sua Palavra e com
autoridade do Espírito, teria havido um movimento, porém, não se formaria uma Igreja
Evangélica.

Todo Movimento Pentecostal sempre começa sob a liderança de homens sérios, quase
sempre por aqueles que valorizam os Dons Espirituais. O problema está na seqüência para
levar o avivamento a constituir uma Igreja. Isto vai depender da ministração da Palavra de
Deus. Muitas vezes os avivalistas não são ensinadores.

Sem o ensino da Palavra não haverá a formação do Fruto do Espírito; sem o fruto do
Espírito não haverá o uso correto dos Dons Espirituais.

O uso incorreto dos Dons pode transformar um Movimento Pentecostal numa Heresia,
ou numa Sociedade de homens com nome de Igreja Evangélica, que começou pelo
Espírito e acabou pela carne.

Isto talvez possa explicar, hoje, a existência de “igrejas” chamadas Evangélicas, onde não
existem nem o Fruto do Espírito, nem os Dons Espirituais.

4 – Igrejas que dão ênfase à formação do Fruto do Espírito e ao recebimento dos


Dons Espirituais

Esta é, certamente, aquela Igreja descrita na declaração feita por Jesus – “...sobre
esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra
ela”- Mateus 16:18.

É aquela Igreja onde a Palavra de Deus é ensinada, havendo, em conseqüência, a


formação do Fruto do Espírito na vida de cada crente, e onde existe liberdade para o
Espírito operar através dos Dons Espirituais.

Esta é, pois, uma Igreja Doutrinada e Avivada. Uma Igreja parecida com aquela que foi
fundada em Jerusalém – uma Igreja que prega e ensina a Bíblia Sagrada, e que dá
liberdade plena às manifestações do Espírito Santo.

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I. O equilíbrio entre o Fruto e os Dons do Espírito Santo – O ideal desejado por Deus.

Cremos que em Deus sendo infinito, não podemos resumir em apenas Nove as Suas
Virtudes, nem tampouco em Nove os Dons Espirituais, conforme descritos em Gálatas
5:22 e I Coríntios 12:1-11.

Contudo, quis o Espírito Santo que Paulo relacionasse nove Virtudes e nove Dons,
estabelecendo um perfeito equilíbrio entre o Fruto do Espírito e os Dons Espirituais.

Certamente que, na Bíblia, nada foi escrito por acaso; ela é a expressão da Sabedoria de Deus.
Ao registrar este equilíbrio entre o número das Virtudes do Fruto e dos Dons Espirituais, o
Espírito Santo estaria deixando o modelo que deveria ser adotado na Igreja de Jesus.

Deveria ser uma Igreja que daria ênfase igual à formação do Fruto do Espírito e ao
recebimento dos Dons Espirituais.

Este foi o modelo adotado pela “sua” Igreja?

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J. Atributos, aspectos ou qualidades do FRUTO do ESPÍRITO


Gl 5:22-23: “Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a
benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio; contra
estas coisas não há lei”.

FRUTO DO
Atributos, aspectos ou qualidades do FRUTO DO ESPÍRITO
ESPÍRITO

A primeira virtude do fruto do ESPÍRITO é o amor divino ou ágape, o qual é


abnegado, profundo e constante; sua maior expressão encontra-se em DEUS e no
ato de CRISTO na cruz. É paciente, benigno e altruísta. Alegra-se com a verdade.
1. Amor
Não é invejoso, imprudente, orgulhoso, arrogante ou rude, e nem se ira facilmente.
Tudo espera, tudo suporta, tudo crê (1 Co 13). Muitas definições de outras
dimensões do fruto espiritual aplicam-se ao amor.

Esta característica é uma graça divina cujo resultado é satisfação, deleite tranqüilo
e contentamento no Espírito. É proveniente da fé em DEUS e não é afetada pelas
2. Alegria circunstâncias da vida. Alegramo-nos por causa da salvação e das bênçãos que a
seguem. Há um forte elo entre o sofrimento e a alegria, pois esta concede-nos força
para suportar aquele.

A paz outorgada pelo ESPÍRITO SANTO implica tranqüilidade, quietude, unidade,


harmonia, segurança, confiança, abrigo e refúgio. É um senso de bem-estar
3. Paz espiritual, e a convicção de que DEUS supre todas as nossas necessidades. A Bíblia
nos exorta a fazer o melhor que pudermos para viver em paz com todos, a buscar a
paz e a segui-la. A paz com os homens também requer que sejamos pacificadores.

Esta virtude trata da longanimidade, calma e autodomínio. Paciência é a


4. Paciência, ou perseverança ou a capacidade de suportar as circunstâncias adversas. É
Longanimidade manifestada nos atributos de DEUS conforme descritos em Êxodo 34.6 —
misericordioso, piedoso, tardio em iras, beneficente, verdadeiro, perdoador.

A pessoa que manifesta a benignidade possui uma disposição graciosa, a qual


abrange ternura, compaixão e brandura, e flui da pureza interior. Ela nos predispõe
5. Benignidade
a fazer o que é bom. A benignidade está estreitamente associada à bondade, isto é,
à prática de ações benignas.

Esta característica é a prática ou expressão da benignidade — fazer o que é bom.


Inclui servir aos outros e ser generoso. Pode ser afável e forte, mas também
6. Bondade
implica repreensão e disciplina com a finalidade de conduzir ao arrependimento e ao
perdão.

Esta é a qualidade de quem possui fé. Fidelidade está relacionada à probidade,


integridade, fidedignidade, lealdade, honestidade e sinceridade. A fidelidade baseia-
se em nossa confiança de que JESUS nos salva e em nossa absoluta rendição a Ele
7. Fidelidade como nosso Senhor e Salvador. O indivíduo fiel é digno de crédito — age
corretamente e cumpre suas promessas. É fiel na mordomia — realiza a obra de
DEUS de maneira diligente, porquanto reconhece que seu tempo, talentos e posses
pertencem ao Senhor.

As três principais idéias deste aspecto são: submissão à vontade de DEUS;


suscetibilidade para aprender; e atenção. A mansidão abrange o controle da raiva.
8. Mansidão As analogias de CRISTO com o cordeiro, do ESPÍRITO SANTO com a pomba,
e dos crentes com as ovelhas, ilustram a importância desta virtude em nossa
vida.

A dimensão final do fruto do ESPÍRITO é a temperança ou autocontrole, isto é, o


domínio sobre o ego. É ilustrada através do treinamento rígido e da disciplina de
9. Temperança,
atletas dos antigos tempos, que se empenhavam em conquistar o prêmio (Hoje,
ou Domínio
isso acabou, e os chamados atletas são apenas profissionais, e não mais
Próprio
vocacionais). A temperança implica dominar as paixões sensuais e moderar os
hábitos diários, ao invés de satisfazer os próprios desejos.
K. Pecados contra o Espírito Santo

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Pecar contra o Espírito Santo é provavelmente a coisa mais horrenda que pode existir. O
Espírito Santo convence o mundo do pecado, ministra aos santos como Consolador, ou
seja, Paracleto, que está ao nosso lado, e, por incrível que pareça, muitos crentes pecam
contra o Espírito Santo.
Na Bíblia, encontramos 5 (cinco) admoestações concernentes às nossas relações para com
o Espírito Santo.
Destas, 2 (duas) : resistência e blasfêmia, referem-se a atitudes do descrente. As outras 3
(três) : mentir, entristecer e apagar referem-se a ações de crentes.
a) Pecados contra o Espírito Santo por parte do Descrente
- Resistindo ao Espírito (At 7:37-60; Ex 32:9; Dt 9:6; II Cr 30:8; Pv 29:1; Gn 6:3).

Estevão estava testificando a um grupo de judeus rebeldes a Deus e os acusou de estarem


resistindo ao Espírito Santo — "Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos,
vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos país, também vós o fazeis"
(At 7:51). Sua pregação foi tão poderosa e tão bem argumentada que os seus oponentes não
lhe puderam responder, e assim o apedrejaram.
Existe um relacionamento intrínseco entre o resistir ao Espírito e não crer em Deus. Torrance
comentou: "O que mais é infiel do que resistir ao Espírito?”. O pecador resiste ao Espírito, mas
até temporariamente, um crente professo também pode agir assim.
Resistir ao Espírito inclui todas as atitudes humanas que aceitam um grau de obediência que é
menos do que entrega completa de Deus. Isto descreve que pessoas que vivem em um estado
de deliberada resistência ao Espírito Santo perdem sua própria felicidade e ajuste pessoal.
Resistir-lhe é convidar a miséria humana.
O Espírito Santo é o divino agente incumbido de efetuar a reconciliação do homem com Deus.
Portanto resistir-lhe, é falta cabível de castigo. É como estar se afogando e recusar um
salva-vidas que lhe atiram. A pessoa que resiste ao Espírito Santo está recusando ajuda do
único agente que pode salvar. A conseqüência desta resistência é a morte eterna.

Maneiras de Resistir ao Espírito Santo

1) Desatenção
Não prestar atenção ao que o Espírito fala é desatenção e dessa forma se resiste à voz do
Espírito Santo. Mesmo que seja um ato inconsciente, fazer pouco caso ou não ter tempo para
ouvir a voz do Espírito é um ato de rebelião que tem sua origem no espírito de rebelião de uma
consciência cauterizada. "O homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz será
quebrantado de repente sem que haja cura" (Pv 29:1).
2) Procrastinação
A pessoa que constantemente adia a sua decisão de aceitar a Cristo e resiste à voz do Espírito
Santo, descobre que a comoção do Espírito torna-se cada vez mais fraca, até que chegue a
desaparecer em sua totalidade.
"...como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido
anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram" (Hb 2:3
RA). "Então, disse o SENHOR O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é
carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos" (Gn 6:3).
3) Blasfêmia contra o Espírito Santo
Este é o pecado mais grave, como foi descrito por Jesus em Mateus 12:31, 32. E como tal, não
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Pr. Anor Afonso Serio [2007]…Pág. 39 de 49
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será perdoado.
"Por isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o
Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso
perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo
nem no porvir" (Mt 12:31-32 RA).
Jesus expulsou o demônio de um homem surdo-mudo e causou grande admiração no
povo que já se preparava para recebê-lo como Messias. Os fariseus afirmaram que Ele
operava por estar ligado a Belzebu, uma divindade pagã que era o príncipe dos
demônios. Em Mc 3:30 a acusação foi ligada diretamente a Satanás e, no entanto,
o poder que operava em Jesus era o poder do Espírito Santo, ou seja, a blasflêmia contra o
Espírito Santo, o pecado imperdoável, é atribuir a Satanás uma obra que é de Cristo.
Essas acusações, portanto, foram gravíssimas, constituindo pecado contra o Espírito e um
desafio contra a Sua prerrogativa peculiar, ou seja, a de chamar o pecador para Cristo. Existe
um detalhe muito importante que deve ser notado. Todo o pecado contra o Espírito não é
blasfêmia, mas toda blasfêmia é pecado. A palavra blasfêmia quer dizer: proferir deliberada e
maliciosamente palavras abusivas contra Deus.
Quando alguém insulta o Espírito deliberadamente, esta ação isola a influência que o Espírito
tem em nos atrair a Cristo. Quem comete tal pecado, nunca obterá perdão, não porque Deus
não seja misericordioso, mas em razão da pessoa ter ido ao extremo no caminho do mal. Em
seu coração não há mais "tristeza segundo Deus" que opera o arrependimento para a salvação
(II Co 7:10). Sem essa "tristeza", o arrependimento é impossível.
Quem insulta deliberadamente o Espírito, nunca poderá alcançar o perdão. O pai espera
arrependimento com tristeza da parte do filho faltoso antes de perdoá-lo. A tristeza e o
arrependimento pelo pecado, sendo impossíveis àqueles que blasfemam contra o Espírito,
deduz-se que é impossível a salvação.
A blasfêmia envolve ofender claramente, conhecendo bem, deliberada e
premeditadamente, rejeitando a atração divina, como comentado acima sobre Mc
3:30 ou Mt 12:31. O pecado imperdoável não é a rejeição do convite da salvação
efetuada pelo Espírito Santo, isto é resisitir ao Espírito, que é perdoável, senão
muitos de nós estaríamos condenados porque não aceitamos Seu convite da
salvação da primeira vez.

Muitas vezes o diabo induz uma pessoa a pensar que cometeu o pecado imperdoável, quando
realmente não cometeu. O fato de alguém ficar aflito pensando já ter cometido este pecado
imperdoavelmente é prova, de que ainda não o cometeu.
O Espírito Santo ainda está atraindo essa pessoa a Cristo e se ela obedecer à meiga voz do
Espírito, será salva. Também é de muita importância o fato de que Jesus esteja advertindo seus
ouvintes sobre este pecado.

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b) Pecados contra o Espírito Santo por parte do Crente


Os crentes também podem vir a pecar contra o Espírito Santo, embora esses pecado seja de
outra natureza.

- Mentir à Pessoa do Espírito Santo

"Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito
Santo, reservando parte do valor do campo? Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido,
não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no corarão este desígnio? Não mentiste aos homens,
mas a Deus" (At 5:3-4).

Ananias foi culpado da sua ofensa. Pedro perguntou "Por que encheu Satanás o teu coração para
que mentisses ao Espírito Santo?" (At 5:3). Ananias estava procurando a estima e a recompensa
dos homens em nome do amor fraternal. Ele, portanto cometeu deliberadamente um
pecado.
Ele professou estar devotadamente servindo a Deus, mas estava, no momento, servindo a si
próprio. Mentir ao Espírito é frustrar Seu propósito sobre a terra e desfazer e destruir
aquelas virtudes que Ele representa.
Não é de surpreender que Deus achou que tal decepção e falsidade fosse tão ofensiva a
ponto de mandar destruição sobre Ananias.

- Entristecer o Espírito
"E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção" (Ef 4:30.

Isto tem a ver com a habitação interna do Espírito Santo. A linha de significado da palavra
"entristecer" é tornar infeliz ou causar tristeza, e os sinônimos possíveis são: ferir, ofender ou
angustiar.

Sanders escreve: "Entristecer é uma palavra de amor. Alguém pode enraivecer um inimigo, mas não
entristecê-lo. Somente alguém que ama pode ser entristecido". Portanto, o entristecer o Espírito é
primeiramente a ação de um crente, por isto é que, para crentes, o Espírito assume uma
atitude de ternura e afeição.

Como é possível entristecer o Espírito?


O crente entristece o Espírito e impede a operação deste quando ele é dirigido por motivos
carnais e desse modo manifesta suas atitudes e atos como veremos a seguir:

• Desejos e Palavras Ímpias

"Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação,
conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem. E não entristeçais o Espírito de
Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção. Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e
gritaria, e blasfêmias, e bem assim toda malícia" (Ef 4:29-31).

Esta é uma advertência ao crente, para não pecar com as palavras de sua boca. O Espírito
Santo é muitíssimo sensível, como o é o Seu símbolo, uma pomba. A sua ocupação é com a
glória de Deus e com o bem estar do crente.
O Espírito Santo fica triste quando vê uma pessoa fazendo ou dizendo coisas que desonram a
Deus ou à causa de Cristo, pois que tais coisas também prejudicarão a vida espiritual de tal
crente. Efésios 4:30 mostra que essas coisas entristecem o Espírito Santo.
Como deve ser a situação da convivência do Espírito Santo ao habitar num coração de onde
procedem pensamentos e desejos ímpios, bem como palavras torpes? Os pecados do espírito
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humano são repulsivos ao Espírito Santo. "Todas amargura, ira, cólera, gritaria, blasfêmia e
toda malícia seja tirada de entre vós" (Ef 4:31). Todas estas manifestações são provenientes da
carne e fazem parte da velha natureza. Devemos crucificar estas atitudes, a fim de que o
Espírito Santo tenha prazer em nós.

• Amar coisas mundanas

A palavra de Deus diz em I João 2:15: "Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo.
Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele". No original grego, a frase está
construída de maneira a proibir uma ação que já está acontecendo. Assim leiamos "Pare de
amar o mundo!" Interessante é notar que a palavra amar neste versículo é ágape.
O cristão deve ser separado do mundo, dos seus prazeres e do mau espírito que domina e
influencia todas as práticas corruptas.
O Espírito Santo deseja que dediquemos todo nosso amor a Jesus Cristo, nosso Salvador. Ele
zela pelo nosso bem-estar e tem ciúme santo, quando o crente tem amor às coisas mundanas.
Tiago escreve: "Ou supondes que em vão afirma a Escritura: É com ciúme que por nós anseia o
Espírito, que ele fez habitar em nós?" (Tg 4:5).
• Incredulidade

O Espírito Santo sente-se deveras ofendido quando alguém duvida da veracidade da palavra de
Deus. Esta incredulidade pode afastar-nos completamente da Sua amável companhia: "Tende
cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos
afaste do Deus vivo" (Hb 3:12).
• Ingratidão

A falta de reconhecimento para com Deus pelos Seus favores e benefícios, pelo seu amor e
misericórdia, também entristecem muito o Espírito Santo. O salmista Davi cantou: "Bendize, ó
minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome. Bendize, ó minha
alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios" (Sl 103:1-2).

• Falta de Oração
Não orar, significa evitar o contato com o Espírito Santo e dessa forma desprezar o auxílio
do Senhor. A oração é tão necessária quanto a alimentação material e é por isso que muitos
crentes estão deficientes em sua vida espiritual. O Espírito fica triste quando rejeitam Sua
ajuda.
• Rebelião
A Bíblia diz: "Mas eles foram rebeldes e contristaram o seu Espírito Santo, pelo que se lhes tornou em
inimigo e ele mesmo pelejou contra eles" (Is 63:10 RA). Portanto, a rebelião, evidentemente,
entristece o Espírito.

• Desonestidade
"Quanto ao mais, irmãos, tudo o quer é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo... nisso
pensai” (Fl 4:8).
"A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens"(Rm 12:17).

"Andemos honestamente, como de dia, não em glutonarias, nem bebedeiras, nem desonestidades..."
(Rm 13:13).

• Amargura
"Toda a amargura....seja tirada de entre vós"(Ef 4:31). "Tendo cuidado de que ninguém se prive da
graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe...”.
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• A falta de atenção às advertências


Jesus disse respeito ao Espírito Santo: "Ele vos guiará a toda a verdade... e vos anunciará as
coisas que hão de vir" (Jo 16:13).
Falta de atenção às advertências do Espírito Santo pode causar ruínas materiais e
espirituais (Ap 2 e 3; Hb 3:7, 8; Jo 33:14-22; Pv 1: 2333).
• Desobediência às ordens Divinas
"O homem, por mais altamente bem colocado que seja, não é isento de obedecer a Deus. Saul, por ter
desobedecido a Deus, sofreu grande perda" (I Sm 15, 16:14).

• Paixões Carnais e Atos Pecaminosos


Do ponto de vista espiritual, a força de qualquer homem depende do Espírito Santo de
Deus. Mesmo Sansão, que foi extraordinariamente usado por Deus quando o Espírito do
Senhor se apossou dele, ao dar lugar às paixões carnais impossibilitou a operação do
Espírito em sua vida.
"Respondeu-lhe Sansão: Se me amarrarem com sete tendões frescos, ainda não secos, então, me
enfraquecerei, e serei como qualquer outro homem" (Jz 16:7).

"E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Tendo ele despertado do seu sono, disse consigo mesmo:
Sairei ainda esta vez como dantes e me livrarei; porque ele não sabia ainda que já o SENHOR se tinha
retirado dele. Então, os filisteus pegaram nele, e lhe vazaram os olhos, e o fizeram descer a Gaza;
amarraram-no com duas cadeias de bronze, e virava um moinho no cárcere" (Jz 16:20-21).
Primeiramente, o entristecimento do Espírito toma lugar, ao nível dos motivos interiores,
e como Ele sonda o coração e conhece o que está nele, sabe que logo depois isto se
traduzirá em ações.

No tempo do Novo Testamento, Paulo escreveu aos Efésios: "E não entristeçais o Espírito
Santo de Deus, no qual estais selados para o dia de redenção" (Ef 4:30). Estava claro que, embora
a Igreja em Éfeso tenha começado notavelmente (At 19), dentro de uma década, distrações
já tinham surgido (Ef 5:18). Uma geração depois, João escreveu: "Lembra-te, pois, donde
caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não brevemente a ti virei, e tirarei do seu
lugar o teu castiçal, se não te arrependeres" (Ap 2:5). Uma Igreja que é culpada de entristecer o
Espírito está claramente em estado de declino espiritual.

A resposta do Espírito ao fato de que Ele está entristecido pelo crente, é produzir
convicção. Em vez de relacionar-se em comunhão, Ele ministra condenação e convicção.

Gozo, poder e comunhão que normalmente caracterizam a vida do crente são quebrados
quando o Espírito é entristecido. Não a ponto de que o entristecimento do Espírito
venha a terminar a vida divina na pessoa, mas ele interrompe a comunhão divina e,
portanto o crente perde a utilidade para o serviço de Deus. Assim o Espírito não se
separa.

Ele habita com um novo relacionamento: de dar convicção, no lugar do conforto, o que
Ele normalmente concede. Ele, que deverá ser nosso melhor amigo, torna-se inimigo
virtual. A ação responsiva para o crente que se encontra nesta circunstância é de
confessar e deixar o pecado, e assim abandonar o que entristecia o Espírito.

• Apagar o Espírito

"Não apagueis o Espírito" (I Ts 5:19 RA).


Este pecado tem a ver com o derramamento para o serviço. O termo "apagar" ou os
equivalentes "sufocar"ou "extinguir" dão a idéia de apagar o fogo ou chama. Mais uma vez essa
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ofensa contra o Espírito é cometida pelos crentes, por isto foi que Paulo escreveu para a igreja
de Tessalônica: "Não apagueis o Espírito. Não desprezeis as profecias; julgai todas as coisas,
retende o que é bom" (I Ts 5:19-21 RA).

Estas palavras podem ser parafraseadas: "Não suprima nem subjugue as expressões do
Espírito em sua comunhão” ou mais simplesmente: "Não extinga o fogo do Espírito". Quando
alguém apaga o Espírito ele deliberadamente impede as instigações do Espírito; permanece
oposto à Sua vontade e recusa-se a obedecer Seu chamado.

C) As Obras da Carne são conseqüência da falta do Fruto do Espírito - Gl


5:19-21

“Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza,


a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as
iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as
orgias, e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já antes
vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus”.
Gl. 5:19 - “As obras da carne são manifestas”.

1) Essas obras são vícios e conhecidas pelo senso natural do homem, que traz a lei
escrita em seu coração, compreendendo seus preceitos pelo discernimento intuitivo -
Rom 1:20,21.
2) E também são conhecidas mediante a revelação divina: os profetas falaram e os
livros sagrados são testemunhas do que é direito e do que é errado.

As obras da carne são claramente definidas, sendo tão bem conhecidas como são os
diversos aspectos do fruto do Espírito. Sendo esse o caso, todos deveriam facilmente
tomar consciência do que deve ser evitado e do que deve ser cultivado.

Esses pecados se dividem em quatro categorias:

a) Pecados sensuais;
b) Pecados de superstição ou religião falsa;
c) Pecados de mau temperamento;
d) Pecados de várias formas de excessos.

3) Listas de vícios – Além do texto acima, há diversas outras listas de vícios nas
Escrituras. Rm 1:29-31; I Co 5:11; Col 3:5-9.

Prostituição - imoralidade sexual – “pornéia” raiz grega = “porne” = prostituta.


Indica todas as formas de pecado de natureza sexual. Naquela época, no tempo de
Paulo, havia os “cultos de fertilidade” e as prostitutas religiosas trabalhavam nestes
templos. O dinheiro que ganhavam era para manter a abertura de novos templos
dedicados a esta prática de imoralidade condenada pelo Senhor. (I Co 6:13-20 e I Co
10:1-13). Tais pecados são uma violação de nossa relação e de nossa comunhão com
Cristo.

Impureza - No original grego, “akatharsia” = impureza, imundícia, refugo,


imoralidade, vício, impureza nas questões sexuais.

Lascívia - No grego, “aselgeia” = licenciosidade, sensualidade exagerada. Está em


pauta a conduta assinalada por indulgência sexual irrestrita, por violência e
voluntariedade pervertida (ver Ef 4:19), vemos aqueles que destroem completamente
a consciência, tendo-a “cauterizada”, entregando-se ao “deboche”, aos pecados
sexuais exagerados (Ez 16:15, Mc 7:22, II Co 12:21, Gl 5:19, I Ts 4:5, Cl 3:5).
“Devassidão” - incontinência, infidelidade, luxúria.
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Idolatria - Esse pecado era considerado pelos judeus como o motivo básico da
corrupção do homem - aquele que aliena o homem de Deus, servindo de alicerce para
todos os demais pecados. (Rm 1:18-32).
A idolatria é uma obra da carne (I Co 8:4-6 e I Co 10:19-21, I Co 5:10). Mediante a
idolatria a natureza humana não regenerada cria suas divindades segundo a imagem
humana e conforme os desejos mundanos, edificando uma teologia capaz de
racionalizar a maneira como os pagãos viviam e como tencionavam continuar vivendo.
Por todo o discurso da história da humanidade a sua forma mais sutil e perigosa tem
sido sempre o estado da adoração ao próprio eu (I Co 5:10).
OBS.: Os idólatras são os violadores do direito mais alto, isto é, de Deus. Essa é a
instância mais antiga que se conhece do uso dessa palavra. Idolatria é tudo aquilo que
usurpe o lugar que por direito cabe a Deus.

Feitiçaria - é tradução do termo grego “pharmakeia”, alusão ao uso de drogas de


qualquer espécie, benéficas ou venenosas. Visto que as feiticeiras e bruxas usavam
drogas em seus ritos, essa palavra veio a designar a prática da feitiçaria, da mágica,
das bruxarias e de todas as formas de encantamento. OBS.: A lei de Moisés
mostrava-se extremamente severa nesse particular, exigindo a pena de morte para
aqueles que praticassem ou participassem de tais práticas (At 13:6, At 19:15,18,19).
A experiência mostra-nos que tais práticas, embora em muitos casos sejam
fraudulentas, não deixam de ter certo poder; e não há que duvidar que espíritos
malignos, de vários níveis do mundo espiritual, algumas vezes envolvem-se nessas
manifestações, outorgando aos homens os seus desejos, mas furtando-lhes o controle
sobre o mal, sobre as poluições morais, reduzindo-os a estados mais profundos ainda
de inimizade contra Deus (Ásia menor - At 19:19). E a bruxaria continua bem viva em
nosso mundo.

inimizades - no grego “echthrai” ou seja, ódios, inimizades, uma palavra usada no


plural, indicam muitas modalidades de ódios contra Deus e contra os homens (Mt 24:9-
10; Mc 13:11,12-13, Lc 21:16,17, Ap 16:8-9). Essa emoção é o oposto exato do amor,
pois, ao invés de buscar o benefício e o bem estar do próximo, busca prejudicá-lo,
almejando a sua destruição; e assim fica exibido um caráter profano, visto que Deus é
amor. As inimizades geram as hostilidades de todas as formas.

contendas - Vem do vocábulo grego “eris”, desavenças, porfias. Trata-se da atitude


mental hostil, que cria problemas dos mais inesperados entre as pessoas, resultando
em dissensões e divisões (Pv 6:19, II Co 12:20, Fp 1:15, Rm 13:13).

inveja, cobiça, avareza – É idolatria. Aquele que é cobiçoso é um idólatra. Algumas


pessoas adoram o dinheiro, outras adoram a posição social, outras ainda o prestígio, e
ainda outras, os prazeres carnais. Existem inúmeras formas de idolatria, e quase todas
as pessoas, se não sempre, pelo menos ocasionalmente, tornam-se culpadas desse
pecado.

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VII -O MINISTÉRIO DO ESPIRITO SANTO NA IGREJA

Consideramos o ministério do Espírito Santo no crente a partir do contexto da Igreja, como a


comunidade universal dos redimidos em Cristo. A razão disso é o fato de que o Espírito Santo
opera na comunidade dos santos e não apenas no indivíduo. Aliás, uma breve leitura do livro de
Atos é suficiente para convencer qualquer um do fator da comunidade até no outorgar do
Espírito. Via de regra, não acontece individual e sim corporalmente.

Mesmo quando Ananias foi enviado a Saulo para que recuperasse a sua vista e fosse cheio do
Espírito, haveria no mínimo os dois ali presentes, se não outros membros da sua equipe.
"Então, Ananias foi e, entrando na casa, impôs sobre ele as mãos, dizendo: Saulo, irmão, o
Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que te apareceu no caminho por onde vinhas, para
que recuperes a vista e fiques cheio do Espírito Santo" (At 9:17).

A Obra do E.S. na igreja :

a. Ensino (Jo 16:2-15).


b. Orientação (Rm 3:14).
c. Convicção (Rm 8:16).
d. Intercessão (Rm 8:26; Ef 6:18).

O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO

Enviado por Cristo

O Espírito veio permanecer sobre Cristo, não somente para suas próprias necessidades,
mas também para que Ele O derramasse sobre todos os cristãos. João disse: "Eu não o
conhecia; aquele, porém, que me enviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires
descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo" (Jo 1:33 RA).

O derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes, confirmou a chegada de Cristo


à destra do Pai, sendo assim, um sinal de que a Sua obra redentora foi consumida. Então,
após Sua ascensão, o Senhor exerceu grandes prerrogativas messiânicas que lhe foram
outorgadas: enviar o Espírito sobre outros.

Portanto, Ele concede a bênção que Ele mesmo recebeu e desfruta, e faz da Sua Igreja e
Seus seguidores, co-participantes com Ele mesmo. " Exaltado, pois, à destra de Deus,
tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis" (At 2:33 RA).

O Cumprimento da Promessa

Este derramamento, que ocorreu no dia de Pentecostes, sobre o qual o livro de Atos,
capítulo dois faz referência, é o cumprimento da promessa de Cristo em dar o Consolador
(At 1:8).
O Senhor tinha dito que dentro de poucos dias eles iriam receber esta experiência, o
Batismo do Espírito Santo (At 1:5).

O Nascimento da Igreja

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Era esta promessa, a vinda do Espírito Santo, que os seguidores esperavam no cenáculo.
Esse evento poderoso acompanhado de evidências visíveis — vento, línguas de fogo,
dominaram estes discípulos e eles falaram em línguas por eles desconhecidas, mediante o
poder sobrenatural (At 2:1-4).
O grupo dos cento e vinte no cenáculo era o primogênito dos milhares e milhares de
Igrejas que desde então têm sido estabelecidas durante os últimos vinte séculos. O
derramamento Pentecostal foi o princípio de uma nova dispensação. Deus enviou seu Filho
e quando a missão do Filho tinha sido cumprida, Ele enviou o Espírito do Seu Filho para
continuar a obra sob novas condições.
A época entre a ascensão de Cristo e a Sua segunda vinda, constituí a dispensação do
Espírito. O Espírito veio ao mundo em um tempo determinado para uma missão
específica e partirá quando Sua missão tiver sido cumprida. Ele veio ao mundo não
somente com propósito determinado, mas também por um tempo determinado.
O nome característico do Espírito durante essa dispensação será: "O Espírito de Cristo". O
ministério do Espírito continuará até que Jesus venha, depois do que se realizará outro
ministério dispensacional.

Provisão do Poder Divino para a Igreja

No livro de Atos torna-se evidente que é o poder e a unção do Espírito Santo que
viabilizam a obra e o ministério da Igreja. Foi por sua habilidade que conversões
ocorreram, que a unidade prevaleceu na Igreja, que uma dinâmica liderança neo-
administrativa foi provida e os milagres foram realizados. Dessa forma explica-se a
divulgação tão rápida do Evangelho naquele tempo, dando início a um movimento que
perdura até nossos dias. Essa foi a obra sobrenatural do Espírito Santo nos seguidores
de Cristo.
Tudo que a Igreja primitiva, nos primeiros séculos, necessitava para difundir o Evangelho
no Mundo, foi providenciado pelo poder do Espírito Santo. O Espírito Santo tem
desempenhado Seu papel como "Produtor da História da Igreja".

A morada permanente do Espírito Santo na Igreja

No dia de Pentecostes o Espírito Santo foi enviado para habitar na Igreja como Seu
templo, sendo Sua presença localizada no Corpo coletivo e nos cristãos individualmente. O
Espírito, assim, assumiu Seu oficio para administrar os assuntos do reino de Cristo. O
Espírito Santo é o representante de Cristo. A ele é que está entregue toda a administração
da Igreja até a volta de Jesus. A obra e o propósito final do Consolador é a edificação
e o aperfeiçoamento do Corpo de Cristo.
A confiança na direção do Espírito estava profundamente arraigado na Igreja primitiva.
Não havia nenhum aspecto na vida dos cristãos em que não se reconhecesse ou que não se
sentissem os efeitos da Sua direção.
Este movimento, que começou com a Igreja no dia de Pentecostes e que continua até a
presente época, tem sido o resultado direto da operação poderosa do Espírito Santo.
O Espírito Santo é o Divino Mestre de obras que guiam fielmente a Igreja e o crente.
É necessário Sua direção nos seguintes aspectos:

No trabalho geral da Igreja

Capacitando a Igreja a testemunhar, ganhar almas para Cristo e cuidar do rebanho através
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da pregação (I Pe 1-12; I Ts 1:6; I Co 2:4,5), oração (Jo 16:23; Ef 6:18; Jd 20; Rm


8:26,27), canto (Ef 5:18,19) e testemunho (At 8:4, 5, 35; 9:20;11:19,20).

Na Administração e Organização da Igreja

Esta é a prerrogativa e o ministério do Espírito Santo através de homens escolhidos para cargos
e ofícios nela (At 20:28; 6:3; 15:28). O Espírito Santo providenciou lideranças administrativas
e operou milagres por ação direta, através de anjos ou por visões. Por exemplo, o Espírito
Santo enviou Filipe a Gaza (At 8:26, 29), deu direção a Ananias para orar por Saulo (At 9:10;
15) e orientou os lideres da Igreja em Antioquia, para escolherem missionários (At 13:1-4).

A Solução de Problemas e Discórdias

A Igreja primitiva teve suas dificuldades, mas o Espírito Santo deu aos apóstolos sabedoria
divina e direção para resolverem o primeiro problema surgido, estabelecendo assim,
organização na Igreja (At 6:1-6).

Também o Espírito Santo deu aos lideres sabedoria para solucionarem as diferenças entre os
judeus crentes e os gentios novos convertidos, guiando-os na rejeição das limitações do
nacionalismo judeu exclusivo e tirando a barreira de preconceitos raciais e da discriminação (At
15:28), evitando assim a fragmentação da Igreja e cumprindo os propósitos de Deus.

A Chamada e a Ordenação de Obreiros

O Espírito Santo através da Igreja confirmou a chamada de Barnabé e Saulo e ordenou-os para
a obra missionária. Os líderes da Igreja preocuparam-se não com suas próprias convicções,
mas com escolha do Espírito Santo (At 13: 2-4). Paulo também estava consciente de que todo
o seu ministério era inspirado pelo Espírito Santo (Rm 15:18, 19).

Na Orientação da Obra Missionária

Os grandes movimentos missionários da Igreja primitiva foram ordenados e aprovados pelo


Espírito (At 8:29; 10:19, 44; 13:2, 4).

Como diretor divino de missões, impediu e não permitiu certas viagens, assim modificando os
planos de Paulo e dando uma nova direção a ele e à obra missionária no mundo (At 16:6,7).

A Ascensão do Espírito e o Arrebatamento da Igreja

A obra específica do Espírito Santo é de preparar uma esposa (a Igreja mundial) para Cristo,
durante a dispensação atual (At 15:14; 1 Co 3:16; I Jo 4:2). Quando isto for realizado e houver
"entrado a plenitude dos gentios" (Rm 11:25), terá lugar o arrebatamento da Igreja, e o
Espírito dará Sua administração ao Filho.

Depois que a Igreja for levada, a missão dispensacional do Espírito, como o "Espírito de Cristo",
será concluída, e Ele permanecerá no mundo com finalidade diferente.

A Atuação do Espírito no Futuro


A. Na Tribulação
O Espírito produzirá a salvação e enchimento (plenitude) do E.S (Jl 2:28-32; Zc 12:10).
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B. No Reino de Deus

1. O Espírito Santo estará sobre o Rei (Is 11:2-3).


2. O Espírito Santo habitará no povo de Deus (Jr 31:33)

Estudamos vários aspectos da Pessoa e ministério do Espírito Santo. Conhecemos a


personalidade do Espírito Santo e refletimos acerca da simbologia a Ele associada. Estudamos
detalhes do ministério do Espírito Santo em relação ao crente, ao pecador e à Igreja.

Para os Reformadores, o ministério do Espírito Santo era principalmente ligado à regeneração


do homem. Em uma outra época, os Pietistas acrescentaram o conceito de santificação. Os
Pentecostais, por sua vez, ampliaram os dois conceitos prévios para incluir a capacitação para o
serviço.

Esta capacitação para o serviço através dos dons espirituais será estudada no contexto da
Doutrina da Igreja ou Eclesiologia. Também estaremos mapeando o que a Bíblia fala
claramente acerca desse assunto na Escatologia — A Doutrina das Últimas Coisas.

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