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Actividades Hospitalares V

Catarina Gomes, Claudia Ferreira, Hugo Lopes, Ines Moura, Joana Leite

CASO CLINICO – OTITE EXTERNA CRÓNICA

A otite externa é um processo inflamatório que atinge os pavilhões auriculares e o


meato acústico externo de diversos animais, podendo ser um processo patológico
primário ou secundário, com evolução aguda, crínica ou ainda crônica recidivante. Em
cães, a otite externa possui grande importância clínica. Cerca de 10-20% dos cães
apresentam otite externa. 70% destes evolui para otite com rotura timpânica e 80%
destes últimos apresentam otite média.

Os sinais clínicos característicos de uma otite externa são:


• Abanar cabeça
• Prurido
• Dor
• Mau odor
• Edema
• Corrimento
• Auto-traumatismo (escoriações, hematoma)

ETIOLOGIA (A PROFESSORA DISSE QUE NÃO ERA PRECISO ESPECIFICAR


TANTO OS FACTORES)
É muito importante pra estabelecer um diagnóstico e posterior tratamento perceber a
etiologia desta patologia, assim, são considerados tres tipos de factores, factores
predisponentes, factores primariso e factores secundários.

Factores predisponentes - são aqueles que tornam a orelha mais susceptivel à


inflamação iniciada por factores primários, mas que por si só não causam otite.
- Factores anatómicos (orelha longa e pendulosa; condutos auditivos estreitos; pelos
excessivos, raça)
- Humidade e Temperatura (causa maceração do estrato corneo; estimula as gl
ceruminosas)
- Iatrogénico (Limpezas inadequadas do conduto ou tratamento tópico ou sistémico
inadequado)
- Doença obstrutiva: Pólipos, quistos, hiperplasia, neoplasias (tumor das gl
ceruminosas, carcinoma das cel escamosas, papilomas e mastocitomas)
 predispoe a otite por meio de alteração dos mecanismos normais de limpeza
do ouvido e pela prod de um microambiente susceptivel ao desenvolvimento de
infecções secundarias.
- Desequilíbrios endócrinos

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- Síndrome de imunodeficiência

Factores primários - iniciam o processo inflamatório e sobre estes factores que deve
incidir o tratamento.
- É muitas vezes uma manifestação clínica de condição dermatológica generalizada
- Extensão de um problema no pavilhão auricular, otite média ou otite interna
- Doenças alérgicas e de hipersensibilidade (dermatite atópica, alergias ou reacções
alérgicas a fármacos)
- Parasitas (Otodectes cynotis, Demodex canis, Sarcoptes scabiei, Cheyletiella sp)
- Doenças de queratinização (hipotiroidismo, hiperadrenocorticismo, seborreia
idiopática)
- Corpos estranhos
- Trauma
- Doença autoimune (penfigos, LES, LED)
- Adenite sebácea
- Dermatose responsiva ao zinco

Factores perpetuantes - responsáveis pela continuidade da resposta inflamatória


mesmo que os factores primários originais possam não estar mais presentes ou
activos.
- Microrganismos - Staphylococcus intermedius, Pseudomonas aeruginosa, E. coli,
Corynebacterium spp, Malassezia pachydermatis
 Bacterias que colonizam o ouvido em caso de otite são bactérias oportunistas.
Estas degradam compostos do cerumen em produtos potencialmente irritantes,
como os ac gordos. Normalmente a otite externa aguda está relacionada com
S. intermedius. Conforme a otite se torna mais crónica, a incidência de
infecções por gram negativas aumenta, com a predominância de P.
aeruginosa. Um indicativo de infecção é a presença de células inflamatórias
com bactérias no seu interior (bastonetes).

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- Alterações proliferativas – alterações que produzem um microambiente que pode


albergar bacterias, leveduras e componentes potencialmente irritativos do cerumen.
- Otite média
- Hipersensibilidade de contacto/Dermatite irritativa
- Erros de tratamento, Subtratamento e Supertratamento - a propria medicação pode
actuar como perpetuante causando irritação ou alergia ou deixando residuos no
canal (preparações de base oleosa)

FISIOPATOLOGIA

Na presença de um factor predisponente, ocorre uma primeira agressão por


parte de um factor primário que é depois perpetuado. Instalada a inflamação, ocorre
eritema e edema com infiltrado inflamatório que causa hiperplasia epitelial e das
glândulas sebáceas. Assim, aumentam simultaneamente a secreção e descamação,
aumentando o cerúmen o que por si só também perpetua a inflamação.
Com o tempo ocorre constrição do lúmen acompanhada de dor, evoluindo para
um quadro crónico onde ocorre alteração da própria anatomia do canal auditivo com
fibrose, proliferação nodular, podendo mesmo ocorrer calcificação ou ossificação da
cartilagem. Pode ocorrer oclusão do canal.

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Quanto ao aparecimento de Otite Média, deve-se sempre ter especial cuidado aos
casos de tímpano perfurado e deve-se suspeitar de otite média quando estamos
perante uma otite externa crónica (mesmo com membrana timpânica intacta).

Os sinais clínicos característicos de uma otite média são:


 Sinais de otite externa
 Tumefacção ou estenose do canal auricular
 Sindrome de Horner
 Queratoconjuntivite seca

Etiologia da otite média:


• Otite externa
• Bactérias
• Leveduras
• Defeitos Congénitos do palato
• Neoplasia
• Pólipos
• Colesteatoma
• Trauma
• Corpos estranhos

A Otite Interna é a inflamação das estruturas internas (cóclea, vestíbulo e canais


semicirculares) e surge mais comummente como uma progressão de infecção
relacionada com otite média.

Os sinais clínicos característicos de uma otite interna são:


• Alterações auditivas
• Ataxia simétrica
• Cabeça inclinada
• Andar em circulo
• Nistagmo horizontal ou rotatório
• Estrabismo posicional ou vestibular
• Sindrome de Horner
• Parésia
• Deficit propioceptivo

DIAGNÓSTICO
Na anamnese devemos ter em conta se é um nadador regular, se há prurido noutras
áreas do corpo ou não, predisposição de raças.
Quanto ao exame físico lembrar que a pele que reveste o conducto auditivo externo é
susceptivel às mesmas doenças que afectam o resto do corpo, por isso devemos fazer
um exame dermatológico cuidado. Fazer otoscopia de modo a observar ambos os

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ouvidos, a membrana timpânica, avaliando assim se há exsudado, inflamação,


estenose. Deve-se realizar otoscopia antes e após lavagem otológica.
Cultura e AB são importantes pois estudos onde se observou que cães com otite
externa e média associadas, demonstraram diferenças no perfil de isolamento no
ouvido externo e no ouvido médio. Devemos assim tentar avaliá-los separadamente
em casos crónicos e refractários ao tratamento.
Rx e TAC de modo a observar melhor a bula timpânica.

TERAPÊUTICA RECOMENDADA
O tratamento inicial para a otite externa deve incidir no controlo do processo
inflamatorio activo. Apos o controlo dos factores perpetuantes o tratamento é
direccionado na remoção de factores predisponentes e controlo do factor primario
(“facilidade” pois a maioria dos medicamentos comerciais contem multiplos agentes
terapeuticos).

Terapêutica Tópica:
- Soluções de limpeza e secantes
- Ceruminolíticos (surfactantes e detergentes que emulsificam amolecem e
degradam os exsudados) – potencial ototóxico por isso não usar quando há
perfuração da membrana timpânica; usar como alternativa ác acético diluido ou
solução salina morna
- Glucocorticóides tópicos - são vasoconstritores, anti proliferativos e diminuem as
secreções. O uso frequente destes productos a longo prazo pode causar
hiperadrenocorticismo iatrogenico por afectar o eixo hipotalamo-hipofise-adrenal.
- Antifúngico
- Antibiótico – Os AB tópicos mais usados no tratamento da otite externa incluem os
anminoglicosideos neomicinae e gentamicina. Cloranfenicol e polimixina B são menos
usados. Produtos com neomicina e cloranfenicol (primeira linha) funcionam bem em
otites externas agudas que envolva staphylococcus intermedius. Os produtos com
gentamicina e polimixina tem espectro gram negativo aumentado especialmente
contra pseudomonas, e como tal são usados quando se suspeita de bactérias mais
resistentes.
 A medicação tópica atinge concentrações de 100 a 1000 vezes superiores à
medicação sistémica, assim, bactérias resistentes a medicação sistémica podem
ser sensíveis a medicação tópica.

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 No caso de animais com membrana timpanica prefurada o uso de productos tópicos


pode provocar sinais neurologicos e surdez por ototoxicidade.
 A limpeza frequente com acido acéptico ou clorhexidina reduz ou elimina os
microorganismos infecciosos.
 Os astrigentes como o alcool isopropilico o acido borico ou o acido salicilico
reduzem a humidade no canal auditivo, o que potencia a proliferação de
microorganismos.

Terapêutica Sistémica
- Otites complicadas por infecções/colonização bacteriana
- Espessamento moderado a grave dos canais/pavilhão auricular
- Grande número de células inflamatórias observadas citologicamente
- Devemos fazer:
- Antibiótico em otite média concomitante
- Glucocorticóides em otites agudas graves e crónicas (principalmente se factor
primário for alergias)
 Se membrana timpânica estiver perfurada, epitélio ulcerado ou encontrarmos
células inflamatórias com bactérias no seu interior numa citologia – OPTAR POR
TRATAMENTO SISTÉMICO! Pois estes sinais são indicativos de cronicidade.

Tratamento Cirúrgico
• Corrigir defeitos de conformação predisponentes a doença
• Alterações irreversíveis da cartilagem e/ou epitélio
• Melhorar a ventilação
• Permitir drenagem
• Terapêutica medica foi ineficaz
• Reaparecimento dos sinais clínicos depois de instituída terapêutica
• Pólipos, neoplasia, corpos estranhos no ouvido médio ou osteomielite na bula
• Técnica cirúrgica apropriada consoante o caso
 O Sucesso da abordagem cirúrgica depende :
Diagnóstico
Avaliação da severidade e extensão da doença
Escolha e execução da técnica cirúrgica
Tratamento pós-operatório

Procedimentos Cirúrgicos
Por ordem crescente de invasão podemos optar por:

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• Resseção Lateral Do Conducto Auditivo Externo – ZEPPS (ou LECR – Lateral


Ear Canal Resection)
• Ablacção Ventral Do Conducto Auditivo Externo – Vertical Ear Canal Ablation
(VECA)
• Ablacção Total Do Conducto Auditivo Externo – Total Ear Canal Ablation
(TECA)

Se já existirem alterações graves na bula timpânica:


• Osteotomia lateral da bula
• Osteotomia ventral da bula

Terapêutica instituída no nosso caso


 Lavagem de ambos os ouvidos:
Flushing com anestesia
Ouvido esquerdo temos uma otite externa crónica – limpeza com solução
comercial como otoclean (já incluem substancias de secagem).
Ouvido direito temos otite externa e otite media (?) com ruptura timpânica
usar solução salina quente a 0,9%, a solução tem que ser aspirada
posteriormente.
 Glucocorticóides sistémico (Dexametasona) – 0,5 mg PO q12h 5 dias (diminuir
dose gradualmente)
 Gentamicina sistémica – 2-4 mg/Kg SC q8h até 48horas depois da remissão de
sinais.
 A Gentamicina é um antibiótico aminoglicosideo para bactérias gram negativas
aeróbias. Actua inibindo a síntese proteica. É pouco absorvido por via oral. É
nefrotóxico por isso devemos avaliar a função renal do animal antes de instituir a

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terapêutica e é ototóxico podendo causar danos auditivos e vestibulares


irreversíveis.

 Caso a terapêutica insituida fosse ineficaz, se o animal tivesse uma insuficiência


renal ou hipersensibilidade à gentamicina, ou ainda se o proprietário não
concordasse com os riscos inerentes à gentamicina como a ototoxicidade iríamos
propor uma abordagem cirúrgica, para isso teríamos que avaliar as alterações no
canal auditivo e a integridade da bula timpânica recorrendo a Radiografia ou TAC,
sendo este ultimo um método mais sensível.

NOTA - Esta foi a nossa proposta de tratamento, porém a professora disse que
poderíamos usar a gentamicina via tópica em quantidades muito baixas, mesmo
havendo ruptura timpânica, porque é absorvida 100 a 1000 vezes mais do que por via
sistémica.
Referiu também que mesmo havendo uma insuficiência renal podemos administrar
gentamicina, mas em concentrações mais baixas.

PROFILAXIA
 Limpeza regular dos ouvidos com ceruminolíticos com orientação médica;
 Evitar ambientes húmidos
 Evitar que entre água nos condutos auditivos
 Não deixar excesso de pêlos nos ouvidos (cria ambiente abafado)
 Observar a região dos ouvidos frequentemente
 O objectivo da profilaxia é o controlo ou remoção dos factores primários e
perpetuantes e redução da inflamação.

PROGNÓSTICO
Mau Prognóstico:
• Diagnostico tardio
• Terapêutica mal instituída
• Doenças sistémicas
• canais auriculares estenosados
• osteomielite
• lise ossea
• infecção por microrganismos resistentes
• Meningite, abcesso cerebral

Bom Prognóstico
• Compensação/Adaptação

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