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? Introdução; {O principio da tripartição dos poderes na constituição de 1988; As
funções típicas e atípicas dos poderes; A crise dos três poderes; Sistema de freios
e contrapesos; Bibliografia. 


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Antes de iniciarmos o debate acerca do tema acima proposto, faz-se imprescindível
conceituarmos o que seria poder, nas precisas palavras do insigne professor Afonso Arinos
³poder é a faculdade de tomar decisões em nome da coletividade[, dito isto e em consonância
com o principio democrático não há duvida sobre quem é o titular do poder, pois, este é o povo,
o exercício deste poder é que gerou inúmeras reflexões durante a historia, é da reflexão mais
famosa que nos ocuparemos, a doutrina da separação dos poderes.
Durante muito tempo, o poder estatal concentrava-se, no todo ou em parte em uma só pessoa,
no entanto, viu-se que este fenômeno dava margem para a formação de um governo despótico,
que toma decisões a arbítrio próprio pouco se importando com a vontade geral, em detrimento
de tal constatação é que se inicia um movimento que tem por fim a limitação do poder, e na
tentativa de responder como se limita o poder, é que se formula a teoria da tripartição do poder
estatal, que sem prejuízos dos demais precursores é devida a Montesquieu um famoso filosofo
francês, em tal teoria ele buscava explicar ³que o poder somente poderia ser freado pelo
próprio poder[, assim era necessário que se fraciona-se o poder de tal forma que o cada fração
fosse exercida por um agente diferente, de modo que, cada agente frearia as ações injustas dos
demais, funcionando como freios e contrapesos.
O mesmo Montesquieu reconhece as três funções básicas do estado, as quais são:
A de fazer as leis (poder legiferante), de competência do poder legislativo; a de executar as
leis ou aplicá-las de oficio que compete ao executivo; a de julgar os conflitos oriundos da
aplicação das leis, ou o conflito entre as próprias leis, competência do judiciário.
A tripartição dos poderes que foi apregoada por Montesquieu teve tão lapidar importância que
serviu de base para as revoluções que foram um marco na historia, são exemplos a própria
revolução francesa, a revolução gloriosa, dentre outras, de sorte que foi elevada ao status de
direito fundante do homem positivada na declaração universal do homem e do cidadão de 1879,
e na constituição norte americana de 1787, tal era importância deste principio que a constituição
francesa de 1791, dispunha em seu art. 16 ³não teria Constituição a sociedade que não
garantisse a separação dos poderes com vias a proteção dos direitos individuais[, o principio é
hoje reproduzido em praticamente todas as constituições contemporâneas, senão em todas.
Montesquieu assim professava a importância da separação do poder:
³†uando, na mesma pessoa ou no mesmo corpo de magistratura, o poder legislativo está
reunido ao poder executivo, não existe liberdade; porque se pode temer que o mesmo monarca
ou o mesmo senado crie leis tirânicas para executá-las tiranicamente. Tampouco existe
liberdade se o poder de julgar não for separado do poder legislativo e do executivo. Se
estivesse unido ao poder legislativo, o poder sobre a vida e a liberdade dos cidadãos seria
arbitrário, pois o juiz seria legislador. Se estivesse unido ao poder executivo, o juiz poderia ter
a força de um opressor. Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dós
principais, ou dos nobres, ou do povo exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de
executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes ou as querelas entre os particulares[.
Assim é reconhecida a importância desta doutrina a ciência jurídico-politica, de tal maneira
que o modo de se exercer o poder é delimitado por este principio, não há duvida que em
detrimento deste principio, se solidificou o estado democrático de direito e assim a liberdade
dos cidadãos frente ao estado, no entanto, a teoria que foi criada pelo barão de Montesquieu,
sofre criticas e mudanças, todas em decorrência do momento histórico pelo qual o mundo passa,
assim sendo, passaremos agora a analise da proteção explicita deste principio lapidar pela nossa
atual carta magna.

Na nossa historia da separação dos poderes temos, um dado interessante que não pode deixar
de ser mencionado, que é a figura de um quarto poder na constituição imperial de 1824, o
chamado poder moderador.

A constituição de 1824 reconhecia a existência dos seguintes poderes, o poder legislativo, o


poder moderador, o poder executivo e o poder judiciário, cumpre ressaltar a importância deste
poder e a sua função, que segundo a própria constituição era, ³a chave de toda a organização
política, e é delegado privativamente ao imperador, como chefe supremo da nação e seu
primeiro representante, para que incessantemente vele sobre a manutenção, equilíbrio e
harmonia dos demais poderes[, como se pode ver nessa passagem, era um poder acima dos
demais, e um poder que freava os demais mais não era freado por nenhum outro, ai esvaziava a
lógica e a finalidade da separação dos poderes, que a muito Montesquieu professou, assim
quando se fala em tripartição das funções do estado não

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A nossa atual constituição assim reza no seu Art. 2º ³são poderes da união, independentes e
harmônicos entre si, o legislativo, o executivo e o judiciário[, deste modo tal disposição faz é
um dos elementos constitucionais que tem por escopo principal a garantia da liberdade do
cidadão em face do estado que não mais pode agir a seu próprio arbítrio, de tal maneira que os
poderes, instituições, devem praticar atos em estrita consonância com as atribuições que lhes
confere a constituição, sobe pena de estarem , desrespeitando o principio da tripartição das
funções estatais, quando o dispositivo constitucional, diz independentes e harmônicos, esta a
dizer que cada poder, praticará os atos que lhe foram acometidos pela constituição sem
interferência dos demais, no entanto, como os poderes completam uns aos outros, é
imprescindível que os atos sejam praticas de maneira não se crie obstáculos, aos demais
poderes, quando necessária a sua participação no ato, ou seja, é necessária uma integração entre
os poderes.

É impossível, no atual ordenamento jurídico brasileiro, a exclusão de qualquer dos poderes,


haja vista, estes terem sido elencados, como clausulas pétreas, que a saber, são aquelas que não
se pode modificar, como o próprio nome sugere, são petrificadas, pois, assim dispõe o Art. 64
§4º, ³não será objeto de deliberação a proposta a emenda tendente a abolir[.

III ± a tripartição dos poderes.

De toda sorte que assim fez o constituinte originário, pois, a colocação de tal disposição dentre
as clausulas imutáveis, é sem sombra de duvida, uma garantia de que àqueles que estão a
governar em favor do interesse de minorias, sequer diminua a imponência deste principio, como
se fez durante a obscura época de ditadura militar, a constituição mesma com a finalidade de
operacionalizar os sistema de tripartição dos poderes e garantir que nenhum dos poderes
praticassem atos que são naturalmente de outro, procurou delimitar as atribuições de cada poder,
e é nesse contexto que faremos a analise das funções típicas e atípicas de cada um dos poderes.
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oder Executivo: ao poder executivo cabe aplicar a lei de oficio, assim cabe a este a função de
praticar atos de chefia de estado, bem como, representar a nação e concretizar e efetivar os
anseios sociais e coletivos, cabe a este também chefiar o governo e a administração publica,
sancionando, publicando e promulgando as leis aprovadas pelo poder legislativo, alem de
comandar as forças armadas, cada atribuição acima descrita é efetivada em relação a cada poder
executivo e suas atribuições, seja ele, federal, estadual ou municipal, em suma esta é a função
primaria e típica do executivo.

Entende-se por função atípica do executivo aqueça que embora praticada por este não é de sua
natureza, temos as jurisdicionais, como as originárias de recursos administrativos, com os quais
internamente a Administração Pública exerce a função de julgamento dentro de um processo
administrativo, lançando o princípio da ampla defesa, deferindo pedidos, em diversas instâncias
e criando diversos órgãos julgadores, às funções legislativas apresentam-se os incisos III e
XXVI do artigo 84 a também no artigo 68, respectivamente autorizadoras de iniciativa de
processo legislativo, a legislação por medidas provisórias e a atuação por lei delegada.

oder legislativo: são atribuições típicas deste poder, as de criação de leis através do processo
legislativo, de fiscalização e controle através de pedidos endereçados aos ministros de estado ou
seus subordinados, o controle externo exercido com auxilio do tribunal de contas, apreciando e
julgando as contas do presidente da republica e dos administradores dos bens e valores públicos
da administração direta e indireta, a criação de comissões parlamentares de inquérito com o
objetivo de investigar fatos relevantes para a política nacional (as famosas CPIs), tais tem o
objetivo de investigar, as atividades do poder executivo inerentes a execução do orçamento
publico, as licitações e os contratos assinados, e a contratação dos servidores públicos, enfim
todas estas são atividades que por sua natureza são inerentes ao poder executivo, no entanto, o
poder legislativo se ocupa de atividades que não são de sua natureza, o que denominamos de
função atípica do poder legislativo.

São funções atípicas do poder legislativo, no âmbito administrativo (executivo), temos a


competência de cada uma das Câmaras para disporem sobre sua organização, polícia e
provimento de cargos e serviços específicos, ocorrendo também quando o legislativo provê
cargos, aloca servidores, concede férias, licenças, promove servidores e outros, já no âmbito
judiciário temos os julgamentos que decidem ³sobre os crimes de responsabilidade (art. 52, I e
II)[ e ³processar e julgar os Ministros do STF, o Procurador-Geral da República e o Advogado
Geral da União (art. 52, II)[, tendo a peculiaridade de que a Câmara dos Deputados tem o juízo
de admissibilidade do processo e o Senado Federal como tribunal político, além de funcionar
como tribunal de processo e julgamento de crimes de responsabilidade contra Ministros do
Supremo Tribunal Federal, Procurador Geral da República e Advogado Geral da União, são
estas funções que embora não sejam inerentes a natureza deste poder, lhes são atribuídas em
decorrência do sistema de pesos e contrapesos.

oder Judiciário: tem por função típica de dirimir, em cada caso concreto, as divergências
surgidas por ocasião da aplicação das leis, solucionando os conflitos existentes entre as gentes,
os conflitos e divergências existentes entre as leis e suas interpretações, além de fazer cumprir a
Lei, por sua vez abstrata, genérica e impessoal.
Nas funções atípicas temos o pleno exercício das funções administrativas quando este
estabelece as suas disposições organizacionais, quanto ao estabelecimento de férias e ainda
quanto à função legislativa apresenta-se o artigo 96, I da Constituição Federal, que autoriza a
elaboração do seu regimento interno, e no artigo 61 caput, CF, que prevê a possibilidade de
iniciativa de lei complementar ou ordinária a qualquer membro da STF e aos Tribunais
Superiores. O Judiciário também legisla por meio de jurisprudências que firmam um
posicionamento e através das Súmulas do STF e ainda pelas Súmulas Vinculantes do STF
recentemente criada conforme a Emenda Constitucional 45/2004.

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Hoje, superado o temor da perda do regime democrático, e ascensão de qualquer regime


totalitário, autocrático, em suma regimes despóticos, se observa que a razão de ser de um
sistema extremamente dividido, ou seja, tripartido, se esvazia, uma vez que, se a noção de
individualismo estatal foi substituída pela noção de estado em função da sociedade que dá corpo
a este próprio estado, com o desaparecimento destas formas rústicas de governa, há a
necessidade de ampliar a operacionalidade do governo, no entanto, esta operacionalização
esbarra no modelo de tripartição extremado, há também as disputas por poder, que são
deflagradas pelas próprias instituições, que se acham desprivilegiadas em detrimento de outras.

É pacífica e consolidada a idéia da soberania estatal, e portanto do poder uno, poder este que
pertence ao povo, este poder, embora, fracionado deve ser exercido de maneira conjunta, uma
vez que, as tomadas de decisões que emanam destes poderes, devem ser harmônicas, para que
atinjam ao fim a que se destinam, na teoria é o que deveria ocorrer, mas na pratica não ocorre, é
evidente que a literal separação dos poderes destruiria a unidade do poder, que a saber é mais
importante que a própria separação.

No limiar das controvérsias que surgem das reflexões sobre até que ponto é sustentável a
tripartição rigorosa e extremada dos poderes surge a seguinte indagação, como conciliar a
noção de soberania com a de poderes divididos e separados? Bom a resposta é simples, o
principio nunca poderá ser interpretado literalmente, uma vês que, ele serve tão somente como
técnica de distribuição das funções estatais, nunca deverá haver incomunicabilidade entre os
poderes, uma vez que estes devem ser harmônicos entre si.

O que se pode concluir é que embora a aplicação desde principio, não pode ser concebida
como imaginara Montesquieu, também não se pode desprezá-lo, haja vista, este principio ainda
é um dos principais instrumentos que serve de pano de fundo a garantia de uma democracia, o
que se observa é que se caminha cada vez mais para a relativização deste principio, buscando
cada vez mais a integração dos poderes, isto pode ser visto, quando, por exemplo os poderes
celebram pactos com intuito de fazerem concessões recíprocas, de maneira a aumentar não a
tripartição mais harmonia entre os poderes, o que não se pode conceber é que a doutrina dos
pesos e contrapesos seja mitigada, uma vez que,é esta que garante a um poder autonomia em
face do outro, alem do poder de fiscalização que os poderes exercem uns em relação aos outros.

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A base deste sistema se assenta no fato da tripartição das funções estatais não poderem ser
absolutas, uma vez que, cada poder realiza funções atípicas, e que com a finalidade de não se
corromper a autonomia de um poder em face do outro, é que se tem em mente o sistema que é
traçado também na obra de Montesquieu.
Assim se resume a teoria, a tripartição, portanto, é a técnica pela qual o poder é contido
pelo próprio poder, um sistema de freios e contrapesos, uma garantia do povo contra o
arbítrio e o despotismo, uma vez que, como o próprio Montesquieu dizia ³só o poder freia o
poder[.

Hoje claramente podemos visualizar a concretização deste sistema, veja por exemplo: quando
o presidente da republica exerce o veto sobre os projetos as leis elaboradas pelo legislativo;
quando o legislativo modifica ou rejeita os propostas de lei feitas pelo presidente ou não ratifica
seus decretos leis, quando o judiciário decreta a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo
tanto do legislativo quanto do executivo, o legislativo por exemplo é quem julga os ministros do
STF, e também ao legislativo é facultado obedecer ou não o pedido que surge mediante a
declaração de inconstitucionalidade por omissão, é o poder executivo que nomeia os membros
do STF, todos estes eventos acima mencionados e outros mais configuram o sistema de freios e
contrapesos, em que um poder no uso de suas atribuições típicas ou atípicas controla a atividade
do outro, com a finalidade de evitar qualquer ato contrario ao interesse da coletividade.

Assim, é que somente pode-se relativizar a tripartição dos poderes, tornando-os mais
harmônicos, fazendo com que a unidade do poder permaneça forte mesmo com as funções
estatais entregues a diferentes instituições, o que cada vez mais fortifica o estado democrático
de direito, o sistema de freios e contrapesos é que garante que nenhum pode se sobreponha ao
outro de modo que a harmonia seja preservada.

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Paulo Bonavides, ciência política.

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