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ENGENHARIA QUÍMICA
SÃO MATEUS,
2010
1. Resumo
Quando se fala em cerâmicas e polímeros destacam-se os progressivos avanços tecnológicos que tem
sido feitos no estudo e desenvolvimento de novos materiais dessas duas classes. Tanto as cerâmicas
quanto as substâncias poliméricas estão presentes no cotidiano da humanidade desde tempos pré-
históricos; e, nas últimas décadas, as necessidades crescentes por materiais que apresentem
propriedades físico-químicas peculiares – resistência térmica, condutibilidade elétrica, maleabilidade,
dureza – têm alavancado a protagonização desses dois materiais no meio científico, e
conseqüentemente, na forma de novos utensílios domésticos, eletrônicos, computacionais, de
comunicação, aeroespacial, entre outros.
2. Cerâmicas
2.1. Introdução
Visto que a ligação atômica em materiais cerâmicos é iônica ou parcialmente iônicas, a maioria
das estruturas cerâmicas pode ser pensada como sendo composta de íons eletricamente carregados
– cátions e ânions – em vez de átomos. Suas estruturas cristalinas são geralmente mais complexas
do que aquelas de metais, uma vez que são formadas por, no mínimo, dois elementos.
2.2.1.Estruturas Cristalinas
n' ( Σ A C + Σ A A )
=
(V C N A )
Onde,
Os solos, rochas, argilas e areias tem como principais componentes oxigênio e silício. E
substâncias compostas por esses elementos são chamados silicatos. Caracteriza-se a
estrutura cristalina desses compostos através de vários arranjos de um tetraedro de SiO 44-.
Cada átomo de silício está ligado a 4 átomos de oxigênio, que estão situados nos cantos do
tetraedro; os átomos do silício estão posicionados no centro. Abaixo está representado o
tetraedro silício-oxigênio (SiO44-).
Silicatos muitas vezes não são considerados iônicos, pois há um evidente caráter
covalente nas ligações interatômicas Si-O, visto que estas são direcionais e relativamente
fortes.
a) Sílica
Trata-se do silicato mais simples. É o dióxido de silício (SiO 2). A estrutura cristalina
do silício é formada através do arranjo dos tetraedros de SiO 44- organizados
tridimensionalmente com os átomo de oxigênio que estão localizados nos
vértices sendo compartilhados pelos tetraedros adjacentes.
Há três formas polimórficas para essa estrutura cristalina: o quartzo, a
cristobalita e a tridimita. O caráter covalente das ligações interatômicas Si-O
confere alta temperatura de fusão à sílica. Abaixo apresenta-se a célula unitária
da cristobalita (polimorfo do SiO2).
Camada de (Si2O5)2-
Defeito de Schottky
Defeito de Frenkel
A difusão em compostos cerâmicos ocorre de forma mais complexa, por lacunas, visto
que exige o movimento de cargas opostas dentro de uma mesma estrutura. Para que a
eletroneutralidade seja mantida neste tipo difusão, quando um íons se move, formando
uma lacuna, outros íons (impurezas, portadores de elétrons) com a carga de mesma
natureza deve ocupar a lacuna gerada. Este processo dificulta a difusão. Um meio de
facilitá-la é através da aplicação de um campo elétrico externo através de um sólido
iônico, que gera íons carregados que podem difundir pela estrutura do material.
Temperatura (°C)
Temperatura (°F)
Composição (%p Cr2O3)
Temperatura (°F)
Temperatura (°C)
Temperatura (°F)
Temperatura (°C)
1.2. 1.1.
Temperatura (°F)
Temperatura (°C)
Uma grande desvantagem na utilização das cerâmicas reside á propensão à fratura repentina
de tipo de material sem necessidade de aplicação de muita energia.
2.3.2.Comportamento Tensão-Deformação
Retangular
Suporte Circular
σ = tensão =
Retangular
Circular
b) Fluência
Sob condições especiais, materiais cerâmicos podem sofre deformação de
fluência como um resultado de exposição a tensões (usualmente compressivas) a
elevadas temperaturas.
c) Dureza
Os materiais mais duros conhecidos são os cerâmicos. Consequentemente, estes
são empregados quando uma ação abrasiva ou moedora é requerida. A tabela
abaixo discrimina materiais cerâmicos e seus respectivos valores de dureza
medidos acordo com a dureza Knoop.
2.4.1.Vidros
2.4.2.Vidrocerâmicas
Vidros, que são cerâmicas não cristalinas, podem ser transformados em compostos
cristalinos, e, então, passam a ser chamados de vidrocerâmicas. Nesse processo, chamado
de cristalização ou devitrificação, o vidro perde sua transparência e tensões podem ser
introduzidas como um resultado de mudanças de volume que acompanham a
transformação, fornecendo um produto material relativamente fraco. Todavia, para alguns
vidros esta transformação de devitrificação pode ser administrada na extensão na qual é
produzido um material finamente granulado que é livre de tensões residuais.
Citam-se como qualidades das vidrocerâmicas seu baixo coeficiente de expansão
térmica, evitando o efeito de choque térmico presente nos vidros; resistências mecânicas
e condutividades térmicas relativamente altas. Além disso, esses materiais são facilmente
fabricados em larga escala com técnicas convencionais de conformação de vidro.
Os usos mais comuns destes materiais são louças de forno-estufa e de mesa,
principalmente por causa de sua excelente resistência ao choque térmico e sua alta
condutividade térmica, além de serem também empregadas como isoladores e como
substratos de placas de circuito impresso.
A argila é umas das matérias primas cerâmicas mais largamente empregadas. Trata-se
de um ingrediente barato, encontrado abundantemente na natureza. Quando misturadas
nas apropriadas proporções, argila e água formam uma massa plástica que pode ser
facilmente moldada. Após tratamento térmico, melhoram-se suas propriedades
mecânicas, formando um sólido rígido.
Utiliza-se cerâmicas à base de argila como produtos estruturais – tijolos, telhas,
manilhas – e louças brancas – porcelana, olaria, louças de mesa, louças sanitárias.
2.4.4.Refratários
2.4.5.Abrasivos
Cerâmicas abrasivas são usadas como material de desgaste, moagem e corte de outros
materiais, que devem ser mais macios. Portanto, o principal requisito para este grupo de
materiais é a dureza ou resistência ao desgaste; em adição, um alto grau de tenacidade é
essencial para assegurar que as partículas abrasivas não se fraturem facilmente.
Os abrasivos cerâmicos mais comuns incluem carbeto de silício, carbeto de tungstênio
(WC), óxido de alumínio e areia de sílica.
2.4.6.Cimentos
2.4.7.Cerâmicas Avançadas
b) Fibra Ótica
É um exemplo legítimo da importância do desenvolvimento dos materiais
cerâmicos avançados para a humanidade. A fibra ótica, que é feita de sílica
extremamente pura, simplesmente, revolucionou as telecomunicações na última
década, aumentando exponencialmente a velocidade de transmissão de dados.
2.5.1.Vidros e Vidrocerâmicas
Operação de
Tarugo
prensagem
Molde do parison
Ar comprimido
Molde de
Parison suspenso acabamento
Estiramento é usado para formar peças longas de vidro tais como chapa, vidro,
tubo e fibras, que têm uma seção reta constante. Observa-se o processo de
estiramento abaixo.
1.4. Cilindro de
Chapa de
vidro Cilindro rotativo 1.3. Barreira
Queimador
Vidro fundido
c) Tratamentos térmicos
Recozimento: A vidraria é aquecida ao ponto de recozimento e a seguir
resfriamento lentamente até à temperatura ambiente. O objetivo desse
tratamento consiste em eliminar tensões térmicas, que são geradas
quando um material cerâmico é resfriado a partir de uma temperatura
elevada (choque térmico).
Têmpera do vidro: Consiste em melhorar a resistência mecânica de uma
peça de vidro pela introdução intencional de tensões superficiais residuais
compressivas. Neste tratamento a vidraria é aquecida até uma
temperatura acima da região de transição vítrea porém abaixo do ponto
de amolecimento. Ela é a seguir resfriada até a temperatura ambiente
num jato de ar ou, em alguns casos, num banho de óleo. As tensões
residuais surgem das diferenças nas taxas de resfriamento para as regiões
da superfície e do interior. Inicialmente, superfície se resfria mais
rapidamente e, uma vez trazidas até uma temperatura abaixo do ponto
de deformação, se tornam rígidas. Neste momento, o interior, tendo se
resfriado menos rapidamente, estará numa temperatura maior (acima do
ponto de deformação) e, portanto, se encontra ainda plástico. Com o
continuado resfriamento, o interior tenta contrair-se num grau maior do
que permite o exterior agora rígido. Assim, o interior tende a puxar o
exterior para dentro, ou a impor tensões radiais para dentro.
Vidro temperado é utilizado em aplicações que requerem resistência
mecânica elevada; estas incluem portas grandes, pára-brisas de
automóveis e lentes de óculos.
a) Características da Argila
Duas características essenciais da argila são destacadas: possuem
hidroplasticidade, ou seja, tornam-se plásticos quando água é adicionada; além
disso, argila se funde ao longo de uma faixa de temperatura, essa característica
está em função da composição da argila e é imprescindível para se manter a
forma da cerâmica durante o processo chamado queima, no qual não ocorre
fusão do material devido a essa propriedade.
Argilas são aluminossilicatos, sendo compostas de alumina (Al 2O3) e sílica (SiO2),
que contém água quimicamente combinada, as impurezas comuns incluem
compostos (usualmente óxidos) de bário,cálcio, sódio, potássio e ferro, e também
alguma matéria orgânica.
A estrutura cristalina predominante nesses compostos é a estrutura em
camadas, Assim, quando água é adicionada, as moléculas da água se ajustam no
meio destas folhas em camadas e formam um filme fino ao redor das partículas da
argila, permitindo que as partículas fiquem livres para se mover entre si,
conferindo a hidroplasticidade.
b) Técnicas de Fabricação
O material minerado tem que passar por operação de moagem na qual o
tamanho da partícula é reduzido; isto é realizado por peneiramento ou
classificação granulométrica para fornecer produto pulverizado tendo desejadas
faixas de tamanhos de partículas. Para sistemas multicomponentes, pós devem
ser integralmente misturados com água e outros ingredientes para dar
características de escoamento que sejam compatíveis com a particular técnica de
conformação. A peça conformada deve ter suficiente resistência mecânica para
permanecer intacta durante as operações de transporte, secagem e queima.
Conformação:
Destacam-se duas técnicas de conformação: a conformação
hidroplástica e a fundição em suspensão.
A conformação hidroplástica geralmente é caracterizada pela utilização
da técnica de extrusão, na qual uma massa cerâmica plástica de partida
é forçada através de um orifício de uma matriz tendo a desejada
geometria de seção transversal. Tijolos, tubos, blocos cerâmicos e telhas
são todos comumente fabricados usando essa técnica.
Na fundição em suspensão em suspensão uma mistura de argila e
outros materiais não plastificáveis suspensos em água é derramada em
um molde poroso, no qual a água da mistura é absorvida para dentro do
molde, deixando para trás uma camada sólida na parede do molde cuja
espessura depende do tempo. Este processo pode ser continuado até
que toda a cavidade do molde se torne sólida (moldagem sólida) ou,
então, pode ser encerrado quando a casca na parede atinge a espessura
desejada, mediante inversão do molde e o vazamento do excesso de
lama (moldagem por drenagem).
Secagem:
Nos estágios iniciais de secagem as partículas da argila estão
virtualmente circundadas e separadas entre si por um filme de água. À
medida que a secagem progride e água é removida, a separação entre
as partículas decresce, ocasionando a contração do material. Devia a
esse efeito, para que não ocorram fraturas no material, deve-se
controlar a taxa de remoção da água. Outros fatores que influenciam
na contração da cerâmica durante a secagem são a espessura do corpo
e o tamanho das partículas de argila.
Cozimento:
Após a secagem, um corpo é usualmente cozido em altas temperaturas
(entre 900°C e 1400°C), sendo que a temperatura de queima depende
da composição e das desejadas propriedades desejadas.
Um dos fenômenos observados no cozimento é a vitrificação, isto é, a
formação gradual de um vidro líquido que se escoa preenchendo os
poros. O grau de vitrificação aumenta à medida que a temperatura de
queima sobe. No resfriamento, esta fase fundida forma uma matriz
vítrea que resulta num corpo denso e forte.
As propriedades, à temperatura ambiente, dos utensílios cerâmicos –
resistência mecânica, durabilidade e densidade – são melhoradas à
medida que o grau de vitrificação aumenta. Completa vitrificação é
evitada durante a queima, uma vez o corpo se torna demasiado macio
e entra em colapso.
2.5.3.Prensagem de Pós
2.5.4.Fundição em Fita
Nesta técnica, lâminas finas de uma fita flexível são produzidas através de um processo
de fundição. Essa lâminas são separadas a partir de suspensões, semelhante à fundição em
suspensão.
Essa técnica é largamente utilizada na produção dos substratos cerâmicos usados em
circuitos integrados e capacitores multicamadas. Observa-se a seguir o processo de
fundição em fita.
Fonte de ar quente
Fonte de suspensão
Lâmina afilada
Bobina de
Estrutura de suporte coleta do
material
Bobina do filme do substrato
3. Polímeros
3.1. Introdução
Assim como as cerâmicas, polímeros naturais presentes em plantas e animais são utilizados
desde os primórdios da civilização. No último século iniciou-se uma revolução no desenvolvimento
de polímeros sintéticos possibilitada por modernas ferramentas para determinação de estruturas
moleculares deste grupo de materiais. Em algumas aplicações partes de metal e de madeira foram
substituídas por plásticos, que têm propriedades satisfatórias e podem ser produzidos a um custo
mais baixo. Muitos dos nossos úteis plásticos, borrachas e materiais de fibras são polímeros
sintéticos. Não diferentes dos outros tipos de materiais, as propriedades dos polímeros estão
intrinsecamente relacionadas a sua microestrutura.
Os polímeros são compostos químicos, em geral orgânicos, de elevada massa molecular
(macromolécula) resultantes de reações químicas de polimerização; esta reação consiste na ligação
em cadeia das sub-unidades dos polímeros, chamados monômeros. O número de unidades
estruturais repetidas numa macromolécula é chamado grau de polimerização. Em geral, os
polímeros contêm os mesmos elementos nas mesmas proporções relativas que seus monômeros,
mas em maior quantidade absoluta.
As moléculas nos polímeros são macromoléculas. Dentro de cada molécula, os átomos estão
ligados entre si por ligações interatômicas covalentes.
Para a maioria dos polímeros, estas moléculas estão na forma de cadeias longas e flexíveis, cuja
cadeia principal é constituída por uma sequência de átomos de carbono. Estas moléculas longas são
compostas de entidades estruturais denominadas meros, que são sucessivamente repetidas ao
longo da cadeia; um único mero é denominado monômero.
Onde R representa ou um grupo orgânico (CH 3, C2H5, C6H5, ...) ou um átomo (H, Cl, F, ...).
Algumas definições acerca da organização das cadeias poliméricas devem ser destacadas:
Homopolímeros: denominação dada a cadeia polimérica na qual todas as unidades repetitivas
ao longo de uma cadeia são todas do mesmo tipo.
Copolímeros: cadeias poliméricas compostas de duas ou mais diferentes unidades de meros são
chamadas copolímeros.
O peso molecular dos polímeros é comumente expresso como peso molecular numérico (
Ḿ n) e peso molecular ponderal ( Ḿ p). Seguem a equações:
Ḿ n= 𝛴xiMi
Ḿ p= 𝛴wiMi
Onde Mi representa o peso molecular médio (central) da faixa de tamanho i, x i é a fração do número de total das
cadeias na faixa de tamanhos correspondente e w i é a fração em peso das moléculas do mesmo intervalo de
tamanhos.
Ḿ n
GP =
m
Onde m é o peso molecular da unidade repetida.
Ligações simples de cadeia são capazes de rotação e flexão nas três dimensões. Assim,
uma única molécula de cadeia composta de muitos átomos de cadeia pode apresentar flexões,
torções, que estão em função da estrutura e natureza química dos meros. Isto conduz a um
intenso emaranhamento das moléculas de cadeias vizinhas. Estes emaranhados moleculares
são responsáveis por importantes características de polímeros, que incluem as grandes
extensões elásticas exibidas por materiais de borracha, além de algumas características
mecânicas e térmicas dos polímeros. A seguir são apresentados exemplos de rotações da
cadeia e uma cadeia polimérica emaranhada.
distância de ponta-a-ponta
3.8. Copolímeros
Copolímeros podem ser classificados de três formas diferentes, de acordo com a sequência dos
monômeros nas cadeias poliméricas. Observam-se abaixo os três tipos (os círculos laranjas e
azuis representam monômeros distintos).
3.10.Cristais Poliméricos
Alguns modelos foram propostos para descrever o arranjo especial de cadeias moleculares
em cristais de polímeros.
No modelo de miscela-franjeada foi proposto que um polímero semicristalino consiste de
pequenas regiões cristalinas (micelas), cada uma tendo um alinhamento preciso, embutidas
dentro de uma matriz amorfa composta de moléculas aleatoriamente orientadas. No modelo
da cadeia dobrada, as estruturas cristalinas podem também podem se organizar em lamelas
regulares e se dobram em camadas. Muitos polímeros volumosos que são cristalizados a partir
de um líquido formam esferulitas, cada esferulita pode crescer para se tornar esférica em
forma. Esta estrutura consiste em um agregado de lamelas de cadeia dobrada que se irradia a
partir do centro de cada unidade esferulítica. Mostram-se abaixo as estruturas dos modelos de
cadeia dobrada e as esferulitas.
1.10. Dire
ção do crescimento Cristalito lamelar com
cadeias dobradas
Material amorfo
Molécula de ligação
Sítio de nucleação
Contorno interesferulítico
Curva A: Caráter tensa-deformação para um polímero frágil, o material sofre fraturas com a
deformação elástica.
Curva B: A deformação inicial é elástica, a qual é seguida pelo escoamento e por uma região de
deformação plástica. Caracteriza o comportamento de materiais plásticos.
Curva C: Esta deformação exibida é totalmente elástica. Esta elasticidade, caracterizada por grandes
deformações recuperáveis produzidas sob baixas tensões, é exibida por uma classe de polímeros
denominada elastômeros.
É relevante ressaltar também que as características mecânicas de polímeros são muito sensíveis
a mudanças de temperatura ao redor da temperatura ambiente. Observa-se o comportamento
mecânico dos polímeros com a mudança de temperatura no gráfico abaixo.
Tensão (MPa)
Deformação
3.11.2. Deformação Macroscópica
A curva do gráfico tensão-deformação a seguir ilustra o comportamento da
deformação macroscópica de materiais poliméricos semi-cristalinos.
Tensão
Deformação
Coriáceo
Borrachoso
Escoamento borrachoso
Escoamento viscoso
(líquido)
Temperatura (°F)
a) Resistência ao Impacto:
Polímeros cristalinos e amorfos são frágeis a baixas temperaturas e ambos têm
relativamente baixas resistências ao impacto. Entretanto, eles experimentam um
comportamento intermediário, entre dúctil e frágil, ao longo de uma faixa de
temperatura relativamente estreita. De forma geral, a resistência ao impacto
decresce gradualmente com o aumento da temperatura, uma vez que o polímero
começa a se amolecer.
b) Fadiga:
Fadiga ocorre em níveis de tensão que estão abaixo do limite de escoamento.
Polímeros podem experimentar falha por fadiga sob condições de carregamento
cíclico. Como poderia ser esperado, resistências à fadiga e limites de fadiga de
materiais poliméricos são muito menores do que aqueles de metais.
Peso Molecular: A magnitude do módulo de tração não é influenciado diretamente pelo peso
molecular. Contudo, o limite de resistência à tração aumenta com o aumento da molecular.
Grau de cristalinidade: O grau de cristalinidade pode ter uma influência bastante significativa
sobre as propriedades mecânicas de polímeros, uma vez que ele afeta a extensão das ligações
secundárias. Nas regiões cristalinas, onde as cadeias moleculares estão densamente
compactadas em um arranjo ordenado e paralelo, existe normalmente uma grande quantidade
de ligações secundárias entre os segmentos adjacentes das cadeias. Essas ligações secundárias
são muito menos influentes nas regiões amorfas, em virtude do desalinhamento das cadeias.
Dessa forma, o módulo de tração dos polímeros semicristalinos aumenta significativamente com
o grau de cristalinidade. Além disso, o aumento da cristalinidade de um polímero geralmente
também aumenta a sua resistência, o que torna o material mais frágil.
3.13.2. Elastômeros
Tensão (MPa)
Não vulcanizada
Deformação
3.13.3. Fibras
Os polímeros em fibras são capazes de ser estirados em longos filamentos tendo pelo
menos uma razão comprimento-diâmetro de 100:1. Muitos polímeros em fibras
comerciais são utilizados na indústria têxtil, sendo trançados em forma de telas ou tecidos.
Para ser útil como um material têxtil, um polímero fibra deve resistir à aplicação de uma
variedade de deformações mecânicas - estiramento, torção, cisalhamento e abrasão. Ou
seja, elas devem ter uma alta resistência à tração e um alto módulo de elasticidade. Estas
propriedades são governadas pela química das cadeias de polímeros e também pelo
processo de estiramento de fibra. Para atender a todas essas qualidades, espera-se de
uma fibra: alta massa molecular, alto grau de cristalinidade e cadeias lineares e não-
ramificadas que sejam simétricas e tenham unidades mero regularmente repetitivas.
Devido a sua utilização na manufatura de tecidos, polímeros fibra devem exibir
estabilidade química a uma bastante extensa variedade de ambientes, incluindo ácidos,
bases, descorantes (alvejantes), solventes de lavagem a seco e à luz do sol. Além disso,
esses materiais devem ser relativamente não-inflamáveis e acessíveis à secagem.
a) Revestimentos:
Revestimentos são frequentemente aplicados às superfícies de materiais para
protegê-las do ambiente em que está inserida (ambientes químicos corrosivos),
melhorar sua aparência, como item de acabamento, agir como isolante elétrico.
Os materiais de revestimentos poliméricos são, de forma geral, de origem
orgânica. Estes compostos são apresentados no dia-a-dia das seguintes formas :
tintas, vernizes, esmaltes e lacas.
b) Adesivos
Um adesivo é uma substância usada para unir superfícies de duas superfícies
sólidas para produzir uma junta com uma alta resistência ao cisalhamento. As
forças de ligação entre o adesivo e as superfícies aderentes são de natureza
eletrostática, similares às forças de ligação secundárias entre as cadeias
moleculares nos polímeros termoplásticos. Uma desvantagem desses materiais
poliméricos é sua baixa resistência ao calor.
c) Filmes
Características importantes dos materiais produzidos e usados como filmes
incluem baixa densidade, um alto grau de flexibilidade, uma alta resistência à
tração e ao rasgamento, resistência ao ataque pela umidade e outros produtos
químicos e baixa permeabilidade a alguns gases, especialmente vapor de água.
Alguns dos polímeros que atendem estes critérios e são fabricados na forma de
filmes são polietileno, polipropileno, celofane e acetato de celulose.
São usados extensivamente como bolsas para embalagens de produtos
alimentares e produtos têxteis.
d) Espumas
Materiais plásticos muito porosos são produzidos num processo chamado
“espumação”.Tanto materiais termoplásticos quanto materiais termorrígidos
podem ser produzidos em forma de espuma mediante inclusão na batelada de um
agente soprador que, no aquecimento, se decompõe com a liberação de um gás.
Bolhas de gás são geradas através de toda a massa agora fluída, que remanescem
como poros no resfriamento e dão origem a uma estrutura esponjosa. O mesmo
efeito é produzido pelo borbulhamento de um gás inerte através de um material
enquanto estiver num estado fundido.
Alguns dos polímeros espumados comuns são poliuretano, borracha,
poliestireno e cloreto de polivinila. Espumas são comumente usadas como
colchões em automóveis e móveis bem como em embalagem e isolamento
térmico.
3.14.1. Polimerização
a) Cargas:
São adicionados aos polímeros para melhorar suas resistências à tração, à
compressão, à abrasão; aumentar a tenacidade, a estabilidade dimensional e
térmica. Materiais usados como cargas incluem o pó de serra, farinha de sílica,
areia de sílica, vidro, argila, talco, calcário, entre outros.
b) Plastificantes:
A flexibilidade, ductilidade e tenacidade de polímeros podem ser melhoradas com
a ajuda de aditivos chamados plastificantes. Sua presença também produz
reduções na dureza e rigidez. Plastificadores são geralmente líquidos tendo baixas
pressões de vapor e pequenas massas moleculares. As pequenas moléculas de
plastificantes ocupam posições entre as grandes cadeias do polímero,
efetivamente aumentando a distância entre as cadeias poliméricas, reduzindo,
assim, a densidade de ligações intermoleculares secundárias. Plastificadores são
comumente usados em polímeros que são intrinsecamente frágeis à temperatura
ambiente, tais como cloreto de polivinila e alguns copolímeros acetatos.
c) Estabilizadores:
Impedem que os polímeros sejam degradados naturalmente principalmente pelo
oxigênio do ar e pela radiação ultravioleta.
d) Corantes:
Conferem uma cor específica aos polímeros.
e) Retardadores de chama:
A flamabilidade de materiais poliméricos é uma grande preocupação,
especialmente na manufatura de tecidos e de brinquedos de crianças. Muitos
polímeros são inflamáveis em sua forma pura. Estes retardantes podem funcionar
interferindo no processo de combustão através da fase gasosa, ou iniciando uma
reação química que causa um resfriamento da região de combustão e a cessação
da queima.
Cursor
Pistão hidráulico
1.13. Moega
Molde Bico injetor
Espalhador
Câmara de aquecimento
Pressão hidráulica
Câmara de aquecimento
c) Extrusão:
O processo de extrusão é simplesmente a moldagem por injeção de um
termoplástico viscoso através de uma matriz de extremidade aberta. Um
parafuso mecânico propele através de uma câmara o material peletizado, que é
sucessivamente compactado, fundido e conformado numa contínua carga de
fluido viscoso. Extrusão ocorre à medida em que esta massa fundida é forçada
através do orifício de uma matriz. A solidificação do material é acelerada por
sopradores ou água justo antes de passar num transportador móvel. A técnica
é especialmente adaptada para produzir comprimentos contínuos tendo
geometrias de seção reta constantes, como hastes, tubos, canais de mangueira,
folhas e filamentos. Observa o esquema abaixo.
4. Referências
http://www.cdcc.usp.br/exper/medio/quimica/9bpolimerosg.pdf
http://www.ima.ufrj.br/uploads/2010/01/30/o-que-sao-polimeros-sinteticos.pdf
CALLISTER, W. D., Jr. Ciência e Engenharia de Materiais: uma Introdução. 7ª Edição. Rio de Janeiro: LTC,
2008.
Richerson, D. W. Modern Ceramic Engineering: properties, processing, and use in design. 2 ª Edição.