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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E COMPUTAÇÃO

ENGENHARIA QUÍMICA

MATERIAIS CERÂMICOS E POLIMÉRICOS

SÃO MATEUS,

2010
1. Resumo

Quando se fala em cerâmicas e polímeros destacam-se os progressivos avanços tecnológicos que tem
sido feitos no estudo e desenvolvimento de novos materiais dessas duas classes. Tanto as cerâmicas
quanto as substâncias poliméricas estão presentes no cotidiano da humanidade desde tempos pré-
históricos; e, nas últimas décadas, as necessidades crescentes por materiais que apresentem
propriedades físico-químicas peculiares – resistência térmica, condutibilidade elétrica, maleabilidade,
dureza – têm alavancado a protagonização desses dois materiais no meio científico, e
conseqüentemente, na forma de novos utensílios domésticos, eletrônicos, computacionais, de
comunicação, aeroespacial, entre outros.

2. Cerâmicas

2.1. Introdução

Segundo Kingery e Barsoum, “a arte, a ciência e a tecnologia de fabricação de compostos


sólidos, que são formados pela aplicação de calor, e algumas vezes calor e pressão, constituídos em
grande parte por materiais inorgânicos, não metálicos, denominados materiais cerâmicos”.
A palavra Cerâmica provém do grego Keramos que significa “coisa queimada” e, de acordo com
esse povo a cerâmica é uma combinação perfeita do que os gregos consideravam os quatro
elementos que constituíam o mundo – água, terra, fogo e ar.
Tem-se conhecimento da utilização da cerâmica desde pelos seres humanos desde tempos
neolíticos, aproximadamente dez mil anos atrás, e, nos últimos tempos, a ciência têm desenvolvido
cerâmicas altamente tecnológicas, com características diferenciadas – resistentes à altas
temperaturas e pressões, com melhores propriedades mecânicas, características elétricas especiais
e inertes à agentes químicos corrosivos.
A maioria dos materiais cerâmicos é composta entre elementos metálicos e não-metálicos para
os quais as ligações interatômicas são ou totalmente iônicas ou predominantemente iônicas, mas
tendo algum caráter covalente. São menos densos que a maioria dos metais e suas ligas.
Uma grande vantagem na produção e utilização da cerâmicas é o fato de os materiais usados na
sua produção serem abundantes e baratos.

2.2. Estruturas Cerâmicas

Visto que a ligação atômica em materiais cerâmicos é iônica ou parcialmente iônicas, a maioria
das estruturas cerâmicas pode ser pensada como sendo composta de íons eletricamente carregados
– cátions e ânions – em vez de átomos. Suas estruturas cristalinas são geralmente mais complexas
do que aquelas de metais, uma vez que são formadas por, no mínimo, dois elementos.

2.2.1.Estruturas Cristalinas

A magnitude da carga elétrica em cada um dos íons componentes e os tamanhos


relativos dos cátions e ânions são fatores determinantes na estrutura cristalina dos
materiais cerâmicos. Assim, o cristal deve ser eletricamente neutro, ou seja, o número de
cargas positivas igual ao número de cargas negativas. E, analisando a influência dos raios
atômicos na estrutura cristalina, tem-se estruturas estáveis quando um número máximo
de cátions possui um número máximo de ânions como vizinhos, e vice-versa; como na
figura abaixo.

Estável Estável Instável

A estabilidade da estrutura cristalina do composto cerâmico pode ser medida pelo


caráter iônico do composto, dessa forma, quanto maior é o caráter iônico, mais estável é a
estrutura cristalina. Os números de coordenação mais comuns para materiais cerâmicos
são 4, 6 e 8. A tabela abaixo mostra o caráter iônico de alguns compostos cerâmicos.

Material % Caráter Iônico

a) Estruturas Cristalinas do Tipo AX


Representando o cátion por A e o ânion por X. Esses compostos com mesmo
número de cátions e ânions são bem comuns e assumem estruturas específicas.
Citam-se como exemplos:

 Sal-gema (NaCl): O número de coordenação é 6 para cátions e ânions. A


célula unitária para esta estrutura cristalina é gerada a partir de um
arranjo CFC de ânions com um cátion situado no centro do cubo e um no
centro de cada uma das 12 arestas do cubo. Uma estrutura cristalina
equivalente resulta a partir um arranjo cúbico de face centrada de cátions.
Assim, pode-se pensar que a estrutura cristalina de sal-gema seja
constituída de duas redes CFC interpenetrantes, uma composta de cátions
e a outra composta de ânions. Alguns dos materiais cerâmicos comuns
que formam esta estrutura cristalina são NaCl, MgO, MnS, LiF e FeO. A
seguir, observa-se a célula unitária do NaCl.
 Cloreto de Césio (CsCl): o número de coordenação é 8 para cátions e
ânions. Os ânions estão localizados em cada um dos cantos de um cubo,
enquanto que no centro do cubo se encontra um único cátion. Há uma
“intertroca” das posições entre os cátions e ânions nas células unitárias.
Esta não é uma estrutura CCC porque íons de dois diferentes tipos estão
envolvidos. Célula unitária do CsCl representada abaixo.

 Blenda de Zinco (ZnS): o número de coordenação é 4. Todos os íons estão


tetraedricamente coordenados. Todas as posições dos cantos e das faces
da célula cúbica estão ocupadas por átomos de S, enquanto que os
átomos de Zn preenchem as posições tetraédricas interiores. Uma
estrutura equivalente resulta quando as posições dos átomos de Zn e de S
forem revertidas. Assim cada átomo de Zn está ligado a 4 átomos de S e
vice-versa. Na maioria das vezes, a ligação atômica é altamente covalente
em compostos exibindo esta estrutura cristalina, os quais incluem ZnS,
ZnTe e SiC. A seguir tem-se a célula unitária da blenda de zinco.
b) Estruturas Cristalinas Tipo AmXp
Quando as cargas dos cátions e ânions não são as mesmas, pode existir um
composto com a fórmula AmXp, onde m é diferente de p.

 Fluorita (CaF2): Possui número de coordenação igual a 8. Íons cálcio estão


posicionados nos centros de cubos, com íons fluoreto nos cantos. Essa
estrutura cristalina é similar àquela do CsCl, exceto pelo fato de apenas a
metade das posições de centros dos cubos são ocupadas por íons Ca 2+.
Outros compostos que têm esta estrutura cristalina incluem UO 2, PuO2 e
ThO2. Observa-se abaixo o esquema da célula unitária da fluorita.

c) Estruturas Cristalinas do Tipo AmBnXp


É também possível para compostos cerâmicos terem mais de um tipo de cátion –
A e B – suas fórmulas químicas são AmBnXp.

 Titanato de Bário (BaTiO3): Possui dois cátions – Ba2+ e Ti4+ – na estrutura


cristalina cúbica (em temperaturas superiores a 120 oC para este
composto) os íons Ba2+ estão situados em todos os 8 cantos do cubo e um
único cátion Ti4+ se encontra no centro do cubo, com íons O2- localizados
no centro de cada uma da 6 faces. A seguir tem-se a célula unitária do
BaTiO3.
2.2.2.Cálculo da Massa Específica de Cerâmicas

n' ( Σ A C + Σ A A )
=
(V C N A )

Onde,

n' = número de unidades de fórmula molecular do composto contidas na célula unitária


𝛴AC = soma dos pesos atômicos de todos os cátions da unidade de fórmula
𝛴AA = soma dos pesos atômicos de todos os ânions da unidade de fórmula
VC = volume da célula unitária
NA = número de Avogadro, 6,023 x 1023 unidades de fórmula/mol.

2.2.3.Cerâmicas à Base de Silicatos

Os solos, rochas, argilas e areias tem como principais componentes oxigênio e silício. E
substâncias compostas por esses elementos são chamados silicatos. Caracteriza-se a
estrutura cristalina desses compostos através de vários arranjos de um tetraedro de SiO 44-.
Cada átomo de silício está ligado a 4 átomos de oxigênio, que estão situados nos cantos do
tetraedro; os átomos do silício estão posicionados no centro. Abaixo está representado o
tetraedro silício-oxigênio (SiO44-).
Silicatos muitas vezes não são considerados iônicos, pois há um evidente caráter
covalente nas ligações interatômicas Si-O, visto que estas são direcionais e relativamente
fortes.

a) Sílica
Trata-se do silicato mais simples. É o dióxido de silício (SiO 2). A estrutura cristalina
do silício é formada através do arranjo dos tetraedros de SiO 44- organizados
tridimensionalmente com os átomo de oxigênio que estão localizados nos
vértices sendo compartilhados pelos tetraedros adjacentes.
Há três formas polimórficas para essa estrutura cristalina: o quartzo, a
cristobalita e a tridimita. O caráter covalente das ligações interatômicas Si-O
confere alta temperatura de fusão à sílica. Abaixo apresenta-se a célula unitária
da cristobalita (polimorfo do SiO2).

b) Vidros à Base de Sílica


Em alguns compostos a sílica se apresenta como um sólido não cristalino ou vidro
(sílica fundida ou sílica vítrea), que possui a estrutura desordenada característica
de líquidos. A estrutura dos vidros consiste nos tetraedros de SiO 44- dispostos de
forma desordenada. O esquema bidimensional das estruturas cristalina e não-
cristalina da sílica pode ser observado abaixo.

Esquema bidimensional da estrutura do Esquema bidimensional da estrutura do


SiO2 cristalino SiO2 não-cristalino
c) Os Silicatos
Os silicatos podem conter um, dois ou três átomos de oxigênio dos cantos dos
tetraedros SiO44-, os átomos de oxigênio são compartilhados por outros
tetraedros para formar estruturas bastantes complexas. Porém, sempre
mantendo a neutralidade elétrica entre cátions e ânions.
 Os silicatos simples possuem estruturas mais simples formadas pela
repetição tetraedros isolados. Seguem abaixo algumas dessas estruturas
simples.

 Os silicatos em camadas, quando há o compartilhamento de três íons


oxigênio em cada um dos tetraedros, são característicos das argilas e
outros minerais. Sua estrutura consiste em na organização das unidades
(Si2O5)2- em camadas, e a carga negativa 2- é gerada por átomos de
oxigênio não ligados projetando-se para fora do plano das lamelas de
(Si2O5)2-; esta carga é neutralizada por uma segunda camada (de natureza
diferente) que possui excesso de cargas positivas que vão neutralizar
esses ânions. Observa-se a estrutura cristalina em camadas dos silicatos a
seguir, como exemplo, a caolinita [Al2(Si2O5)(OH)4].
Camada de Al2(OH)42+
Plano intermediário de ânions

Camada de (Si2O5)2-

2.2.4.Imperfeições nas Cerâmicas


a) Defeitos Pontuais Atômicos
Os tipos de defeitos atômicos que ocorrem nas cerâmicas podem ocorrer pela
presença de lacunas ou por elementos intersticiais.
 Defeito de Frenkel: É caracterizado quando existem lacunas e cátions
intersticiais na estrutura, sendo que a proporção entre lacunas e cátions
intersticiais é considerada 1:1, já que a cerâmica é eletricamente neutra.
 Defeito de Schottky: Consiste na presença de lacunas geradas pela
ausência de um cátion e um ânion. O número de cátions e ânions
ausentes é considerado igual, já que se trata de uma estrutura sem carga.
Abaixo observa-se o esquema dos dois defeitos presentes nas estruturas
cerâmicas – Frenkel e Schottky.

Defeito de Schottky

Defeito de Frenkel

b) Impurezas nas Cerâmicas


As impurezas que acabam por formar soluções sólidas nas cerâmicas podem se
apresentar de duas formas: substitucional ou intersticial.
 Impureza intersticial: Ocorre quando o raio iônico da impureza é
relativamente pequeno em comparação com o raio do ânion.
 Impureza substitucional: Este tipo de solução sólida em materiais
cerâmicos se dá quando há similaridade de carga entre os cátions e
ânions da estrutura e as impurezas.
Apresentação das formas de impurezas a seguir.

Átomo de impureza intersticial

Átomo de impureza substitucional

2.2.5.Difusão em Materiais Iônicos

A difusão em compostos cerâmicos ocorre de forma mais complexa, por lacunas, visto
que exige o movimento de cargas opostas dentro de uma mesma estrutura. Para que a
eletroneutralidade seja mantida neste tipo difusão, quando um íons se move, formando
uma lacuna, outros íons (impurezas, portadores de elétrons) com a carga de mesma
natureza deve ocupar a lacuna gerada. Este processo dificulta a difusão. Um meio de
facilitá-la é através da aplicação de um campo elétrico externo através de um sólido
iônico, que gera íons carregados que podem difundir pela estrutura do material.

2.2.6.Diagramas de Fases das Cerâmicas

A seguir podem-se observar alguns diagramas de fases de compostos cerâmicos.


Composição (%mol Cr2O3)

Temperatura (°C)

Temperatura (°F)
Composição (%p Cr2O3)

Composição (%mol Al2O3)

Temperatura (°F)
Temperatura (°C)

Composição (%p Al2O3)


Composição (%mol CaO)

Temperatura (°F)
Temperatura (°C)

Composição (%p CaO)

Composição (%mol Al2O3)

1.2. 1.1.
Temperatura (°F)
Temperatura (°C)

Composição (%p Al2O3)


2.3. Propriedades Mecânicas

Uma grande desvantagem na utilização das cerâmicas reside á propensão à fratura repentina
de tipo de material sem necessidade de aplicação de muita energia.

2.3.1.Fratura Frágil das Cerâmicas

Cerâmicas cristalinas e não-cristalinas, à temperatura ambiente, na maior parte dos


casos possuem altíssimo módulo de elasticidade, ou seja, são materiais frágeis; logo,
sofrem fraturas antes que qualquer deformação plástica possa ocorrer em resposta a uma
carga de tração aplicada.
O processo de fratura frágil consiste da formação e propagação de trincas através da
seção reta de material numa direção perpendicular à carga aplicada. O crescimento de
trincas em cerâmicas cristalinas ocorre usualmente através dos grãos e ao longo de
planos cristalográficos específicos. Concomitantemente ao mecanismo inicial de fratura,
um processo de corrosão sob tensão muitas vezes é observado nas pontas das trincas;
isto é , a combinação de uma tensão de tração aplicada e dissolução de material conduz a
um afilamento e a um alongamento das trincas até que, por fim, uma trinca cresce até um
tamanho de rápida propagação. Além disso, a duração da aplicação da tensão que
precede a fratura decresce com o aumento da tensão.
Vidros de silicato, porcelanas, cimento portland, cerâmicas com altos teores de alumina,
titanato de bário e nitreto de silício são especialmente suscetíveis a este tipo de fratura.
A fractografia consiste num método de análise de possíveis causas de fraturas em uma
cerâmica; para, então, se tomar medidas para atenuar a possibilidade de acorrer fraturas
e, logo, acidentes. Esse tipo de análise é conduzido no caminho de propagação da trinca e
pode ser feito, na maior parte da vezes, utilizando-se equipamentos simples e baratos
como lentes de aumento ou microscópios ópticos de baixa potência associado a fontes de
luz. Quando há a ocorrência de uma fratura e sua propagação, a trinca formada nesse
processo interage com a microestrutura do material; essas interações produzem
características distintas na superfície da fratura. Além disso, essas características
fornecem informações importantes sobre onde a trinca se iniciou e a fonte do efeito que
a produziu. Adicionalmente, a medição da tensão que produziu a fratura pode ser útil,
servindo como indicativo da fragilidade da peça cerâmica.

2.3.2.Comportamento Tensão-Deformação

Para se avaliar o comportamento tensão-deformação de materiais cerâmicos é


empregado um ensaio de flexão transversal, no qual uma amostra em forma de haste
tendo uma seção circular ou retangular é dobrada até à fratura usando uma técnica de
carregamento de 3 ou 4 pontos. Como mostrado no esquema a seguir.
Seções transversais possíveis

Retangular

Suporte Circular

σ = tensão =

Onde: Momento fletor máximo


Distância do centro do corpo-de-prova até as fibras mais externas

Momento fletor máximo


Carga aplicada

Retangular

Circular

2.3.3.Mecanismos de Deformação Plástica

Apesar de, na temperatura ambiente, as cerâmicas sofrerem fratura antes de se


deformar plasticamente, vale analisar a diferença entre a deformação plástica em
compostos cerâmicos cristalinos e não-cristalinos.
Cerâmicas cristalinas são conhecidamente duras e frágeis, devido à dificuldade de sua
estrutura de escorregamento (estrutura rígida). Esta é uma consequência da natureza
eletricamente carregada dos íons. Para escorregamento em algumas direções, íons de
carga similar são colocados muito próximos entre si; o que restringe o escorregamento da
estrutura cristalina devido a repulsão eletrostática. Em estruturas cerâmicas de caráter
covalente o escorregamento também é limitado, pois se tratam de ligações muito fortes.
Já os materiais cerâmicos não-cristalinos se deformam por escoamento viscoso, da
mesma forma na qual os líquidos se deformam; a taxa de deformação é proporcional à
tensão aplicada. Em resposta a uma tensão cisalhante aplicada, átomos ou íons se
deslizam uns sobre os outros quebrando e recompondo ligações interatômicas. Contudo,
esses compostos possuem valores de viscosidade extremamente altos à temperatura
ambiente, que são atribuídas às forte ligações. À medida que a temperatura é elevada, a
magnitude da ligação é diminuída, o movimento de deslizamento ou fluxo dos átomos ou
íons é facilitado e, consequentemente, existe uma acompanhante queda na viscosidade.

2.3.4.Considerações Mecânicas Diversas


a) Porosidade
A porosidade residual que existe em muitas peças cerâmicas como um resultado
dos processos de fabricação tem uma influência nociva sobre as propriedades
elásticas. Por exemplo, a magnitude do módulo de elasticidade E decresce com a
fração de volume de porosidade P de acordo com a relação:

E = Eo[1 - 1,9P + 0,9P2]

onde Eo é o módulo de elasticidade de material não poroso.

b) Fluência
Sob condições especiais, materiais cerâmicos podem sofre deformação de
fluência como um resultado de exposição a tensões (usualmente compressivas) a
elevadas temperaturas.

c) Dureza
Os materiais mais duros conhecidos são os cerâmicos. Consequentemente, estes
são empregados quando uma ação abrasiva ou moedora é requerida. A tabela
abaixo discrimina materiais cerâmicos e seus respectivos valores de dureza
medidos acordo com a dureza Knoop.

Material Dureza em Knoop


Carbeto de Boro (B4C) 2800
Carbeto de Silício (SiC) 2500
Carbeto de Tungstênio (WC) 2100
Óxido de Alumínio (Al2O3) 2100
Quartzo (SiO2) 800
Vidro 550

2.4. Tipos e Aplicações das Cerâmicas

2.4.1.Vidros

São cerâmicas bem presentes no cotidiano. Aplicadas em recipientes, janelas, fibra de


vidro representam aplicações típicas. Tratam-se de silicatos não-cristalinos contendo
outros óxidos, como CaO, Na2O, K2O e Al2O3, que influenciam as propriedades do vidro.

2.4.2.Vidrocerâmicas

Vidros, que são cerâmicas não cristalinas, podem ser transformados em compostos
cristalinos, e, então, passam a ser chamados de vidrocerâmicas. Nesse processo, chamado
de cristalização ou devitrificação, o vidro perde sua transparência e tensões podem ser
introduzidas como um resultado de mudanças de volume que acompanham a
transformação, fornecendo um produto material relativamente fraco. Todavia, para alguns
vidros esta transformação de devitrificação pode ser administrada na extensão na qual é
produzido um material finamente granulado que é livre de tensões residuais.
Citam-se como qualidades das vidrocerâmicas seu baixo coeficiente de expansão
térmica, evitando o efeito de choque térmico presente nos vidros; resistências mecânicas
e condutividades térmicas relativamente altas. Além disso, esses materiais são facilmente
fabricados em larga escala com técnicas convencionais de conformação de vidro.
Os usos mais comuns destes materiais são louças de forno-estufa e de mesa,
principalmente por causa de sua excelente resistência ao choque térmico e sua alta
condutividade térmica, além de serem também empregadas como isoladores e como
substratos de placas de circuito impresso.

2.4.3.Produtos à Base de Argila

A argila é umas das matérias primas cerâmicas mais largamente empregadas. Trata-se
de um ingrediente barato, encontrado abundantemente na natureza. Quando misturadas
nas apropriadas proporções, argila e água formam uma massa plástica que pode ser
facilmente moldada. Após tratamento térmico, melhoram-se suas propriedades
mecânicas, formando um sólido rígido.
Utiliza-se cerâmicas à base de argila como produtos estruturais – tijolos, telhas,
manilhas – e louças brancas – porcelana, olaria, louças de mesa, louças sanitárias.

2.4.4.Refratários

As cerâmicas de refratários são também muitos importantes no dia-a-dia e, portanto,


produzidas em larga escala. Sua importância provém da capacidade desses materiais de
suportar altas temperaturas sem fusão ou decomposição, serem ótimos isolantes térmicos
e a capacidade de serem inertes quando expostos a ambientes químicos adversos.
São utilizados como revestimentos de fornos para refino de metais, fabricação de vidro,
tratamentos térmicos metalúrgicos e geração de potência.
Porosidade é uma variável da microestrutura que deve ser controlada para produzir um
tijolo refratário adequado. Resistência mecânica, capacidade de suportar carga, e
resistência ao ataque pelos materiais corrosivos todas elas crescem com a redução da
porosidade. Ao mesmo tempo, características de isolamento térmico e resistência ao
choque térmico são diminuídas com a redução da porosidade.

2.4.5.Abrasivos

Cerâmicas abrasivas são usadas como material de desgaste, moagem e corte de outros
materiais, que devem ser mais macios. Portanto, o principal requisito para este grupo de
materiais é a dureza ou resistência ao desgaste; em adição, um alto grau de tenacidade é
essencial para assegurar que as partículas abrasivas não se fraturem facilmente.
Os abrasivos cerâmicos mais comuns incluem carbeto de silício, carbeto de tungstênio
(WC), óxido de alumínio e areia de sílica.

2.4.6.Cimentos

Os cimentos são caracterizados por formarem uma pasta que, subsequentemente, se


cura e endurece, quando misturados com água. Os cimentos inorgânicos, muito
conhecidos, são o cimento, o gesso e a cal.
Estes materiais agem como uma cola, que liga quimicamente agregados particulados
numa única estrutura coesa. A grande vantagem do cimento é o fato da ligação
cimentícia se desenvolver à temperatura ambiente.
Desses materiais, o cimento portland é, de longe, o mais consumido. O fenômeno de
endurecimento se dá pela hidratação da cerâmica com as moléculas de água da pasta
formada. Cimento portland é usado, principalmente, em argamassa e concreto para
coagular numa massa coesa, agregados de partículas inertes (areia e cascalho).

2.4.7.Cerâmicas Avançadas

Este grupo é representado por novas cerâmicas desenvolvidas. Há a necessidade de se


explorar novos materiais com propriedades elétricas, magnéticas e óticas. Esses novos
compostos cerâmicos tem sido estudados para serem utilizados em máquinas de
combustão interna e turbinas, em placas de armadura, em embalagens eletrônicas,
ferramentas de corte, geração de energia, entre outros.

a) Sistemas Microeletromecânicos (MEMS)


Os MEMS são sistemas microprocessadores – utilizados como sensores de
precisão, dispositivos de armazenamento de dados, entre outros – que possuem
grandes quantidades de dispositivos mecânicos que estão integrados a grandes
quantidades de elementos elétricos em um substrato de silício.
Atualmente, ainda existem certas limitações quanto ao uso do silício nos MEMS,
uma vez que o silício possui baixa tenacidade à fratura, temperatura de
amolecimento relativamente baixa (600°C) e é reativo na presença de água e
oxigênio. Logo, objetiva-se desenvolver materiais cerâmicos com propriedades
melhores que o silício nos quesitos apontados. Candidatos para serem os
constituintes cerâmicos dos MEMS são as ligas de carbeto de silício e o nitreto de
silício.

b) Fibra Ótica
É um exemplo legítimo da importância do desenvolvimento dos materiais
cerâmicos avançados para a humanidade. A fibra ótica, que é feita de sílica
extremamente pura, simplesmente, revolucionou as telecomunicações na última
década, aumentando exponencialmente a velocidade de transmissão de dados.

2.5. Fabricação e Processamento

2.5.1.Vidros e Vidrocerâmicas

a) Propriedades dos vidros:


Sendo um composto cerâmico de estrutura não-cristalina, o vidro se torna mais
e mais viscoso de modo contínuo com o decréscimo da temperatura. Não existe
nenhuma temperatura definida na qual o líquido se transforma em um sólido
como acontece com os materiais cristalinos. Dessa forma, na escala de
viscosidade vários pontos específicos devem ser destacados na fabricação e
processamento de vidros:
 O ponto de fusão: Corresponde à temperatura na qual o vidro é fluido
suficiente para ser considerado como um líquido.
 O ponto de trabalho: Representa a temperatura na qual a viscosidade
permite que o vidro seja facilmente deformado.
 O ponto de amolecimento: É a temperatura máxima na qual uma peça
de vidro pode ser manuseada sem causar significativas alterações
dimensionais.
 O ponto de recozimento: Nesta temperatura a difusão atômica é
suficientemente rápida, de tal maneira que quaisquer tensões residuais
são extintas em poucos minutos.
 O ponto de deformação: Para temperaturas menores do que o ponto de
deformação, a fratura ocorrerá antes do estabelecimento da
deformação plástica. A temperatura de transição vítrea estará acima do
ponto deformação.

Muitas operações de conformação de vidros são realizadas dentro da faixa de


trabalho entre as temperaturas de trabalho e de amolecimento. Contudo, a
temperatura na qual ocorre cada um destes pontos depende da composição do
vidro.
b) Conformação do vidro
Vidro é produzido por aquecimento das matérias primas até uma temperatura
elevada acima da qual ocorre a fusão. A maioria dos vidros comerciais são de
uma variedade de sílica-sodacálcia.
São usados quatro diferentes métodos de conformação para fabricar produtos de
vidro: prensagem, sopro, estiramento e conformação de fibra.
Na prensagem, a peça de vidro é conformada por aplicação de pressão num
molde de ferro fundido revestido com grafita. Essa técnica é usada é usada na
fabricação de peças de parede relativamente grossa tais como pratos e tigelas.
Na conformação por sopro a peça é inserida dentro de um molde de
acabamento ou de sopro e forçada a conformar-se aos contornos do molde
pela pressão criada por um sopro de ar. Abaixo observa-se o esquema das
técnicas conformação por prensagem e por sopro.

Operação de
Tarugo
prensagem

Molde do parison

Ar comprimido
Molde de
Parison suspenso acabamento

Estiramento é usado para formar peças longas de vidro tais como chapa, vidro,
tubo e fibras, que têm uma seção reta constante. Observa-se o processo de
estiramento abaixo.

1.4. Cilindro de
Chapa de
vidro Cilindro rotativo 1.3. Barreira

Queimador
Vidro fundido
c) Tratamentos térmicos
 Recozimento: A vidraria é aquecida ao ponto de recozimento e a seguir
resfriamento lentamente até à temperatura ambiente. O objetivo desse
tratamento consiste em eliminar tensões térmicas, que são geradas
quando um material cerâmico é resfriado a partir de uma temperatura
elevada (choque térmico).
 Têmpera do vidro: Consiste em melhorar a resistência mecânica de uma
peça de vidro pela introdução intencional de tensões superficiais residuais
compressivas. Neste tratamento a vidraria é aquecida até uma
temperatura acima da região de transição vítrea porém abaixo do ponto
de amolecimento. Ela é a seguir resfriada até a temperatura ambiente
num jato de ar ou, em alguns casos, num banho de óleo. As tensões
residuais surgem das diferenças nas taxas de resfriamento para as regiões
da superfície e do interior. Inicialmente, superfície se resfria mais
rapidamente e, uma vez trazidas até uma temperatura abaixo do ponto
de deformação, se tornam rígidas. Neste momento, o interior, tendo se
resfriado menos rapidamente, estará numa temperatura maior (acima do
ponto de deformação) e, portanto, se encontra ainda plástico. Com o
continuado resfriamento, o interior tenta contrair-se num grau maior do
que permite o exterior agora rígido. Assim, o interior tende a puxar o
exterior para dentro, ou a impor tensões radiais para dentro.
Vidro temperado é utilizado em aplicações que requerem resistência
mecânica elevada; estas incluem portas grandes, pára-brisas de
automóveis e lentes de óculos.

2.5.2.Produtos à Base de Argila

a) Características da Argila
Duas características essenciais da argila são destacadas: possuem
hidroplasticidade, ou seja, tornam-se plásticos quando água é adicionada; além
disso, argila se funde ao longo de uma faixa de temperatura, essa característica
está em função da composição da argila e é imprescindível para se manter a
forma da cerâmica durante o processo chamado queima, no qual não ocorre
fusão do material devido a essa propriedade.
Argilas são aluminossilicatos, sendo compostas de alumina (Al 2O3) e sílica (SiO2),
que contém água quimicamente combinada, as impurezas comuns incluem
compostos (usualmente óxidos) de bário,cálcio, sódio, potássio e ferro, e também
alguma matéria orgânica.
A estrutura cristalina predominante nesses compostos é a estrutura em
camadas, Assim, quando água é adicionada, as moléculas da água se ajustam no
meio destas folhas em camadas e formam um filme fino ao redor das partículas da
argila, permitindo que as partículas fiquem livres para se mover entre si,
conferindo a hidroplasticidade.

b) Técnicas de Fabricação
O material minerado tem que passar por operação de moagem na qual o
tamanho da partícula é reduzido; isto é realizado por peneiramento ou
classificação granulométrica para fornecer produto pulverizado tendo desejadas
faixas de tamanhos de partículas. Para sistemas multicomponentes, pós devem
ser integralmente misturados com água e outros ingredientes para dar
características de escoamento que sejam compatíveis com a particular técnica de
conformação. A peça conformada deve ter suficiente resistência mecânica para
permanecer intacta durante as operações de transporte, secagem e queima.

 Conformação:
Destacam-se duas técnicas de conformação: a conformação
hidroplástica e a fundição em suspensão.
A conformação hidroplástica geralmente é caracterizada pela utilização
da técnica de extrusão, na qual uma massa cerâmica plástica de partida
é forçada através de um orifício de uma matriz tendo a desejada
geometria de seção transversal. Tijolos, tubos, blocos cerâmicos e telhas
são todos comumente fabricados usando essa técnica.
Na fundição em suspensão em suspensão uma mistura de argila e
outros materiais não plastificáveis suspensos em água é derramada em
um molde poroso, no qual a água da mistura é absorvida para dentro do
molde, deixando para trás uma camada sólida na parede do molde cuja
espessura depende do tempo. Este processo pode ser continuado até
que toda a cavidade do molde se torne sólida (moldagem sólida) ou,
então, pode ser encerrado quando a casca na parede atinge a espessura
desejada, mediante inversão do molde e o vazamento do excesso de
lama (moldagem por drenagem).

Uma peça cerâmica que foi conformada hidroplasticamente ou por fundição em


suspensão retém significativa porosidade e insuficiente resistência mecânica
para a maioria das aplicações, além disso, pode conter algum líquido que foi
adicionado para ajudar nas operações de conformação. O líquido é removido
nos processos secagem e queima, através dos quais a densidade e a resistência
mecânica são melhoradas.

 Secagem:
Nos estágios iniciais de secagem as partículas da argila estão
virtualmente circundadas e separadas entre si por um filme de água. À
medida que a secagem progride e água é removida, a separação entre
as partículas decresce, ocasionando a contração do material. Devia a
esse efeito, para que não ocorram fraturas no material, deve-se
controlar a taxa de remoção da água. Outros fatores que influenciam
na contração da cerâmica durante a secagem são a espessura do corpo
e o tamanho das partículas de argila.

 Cozimento:
Após a secagem, um corpo é usualmente cozido em altas temperaturas
(entre 900°C e 1400°C), sendo que a temperatura de queima depende
da composição e das desejadas propriedades desejadas.
Um dos fenômenos observados no cozimento é a vitrificação, isto é, a
formação gradual de um vidro líquido que se escoa preenchendo os
poros. O grau de vitrificação aumenta à medida que a temperatura de
queima sobe. No resfriamento, esta fase fundida forma uma matriz
vítrea que resulta num corpo denso e forte.
As propriedades, à temperatura ambiente, dos utensílios cerâmicos –
resistência mecânica, durabilidade e densidade – são melhoradas à
medida que o grau de vitrificação aumenta. Completa vitrificação é
evitada durante a queima, uma vez o corpo se torna demasiado macio
e entra em colapso.

2.5.3.Prensagem de Pós

Outro importante método de conformação cerâmica é a prensagem de pó. Consiste em


compactar (pressão) uma massa em pó – usualmente contendo uma pequena quantidade
de água ou outro ligante – até uma forma desejada. Posteriormente, é aplicada uma
fonte de calor para vitrificação do material prensado.
Essa técnica é empregada para fabricar composições tanto de argila quanto de não-argila,
incluindo cerâmicas eletrônicas e magnéticas, bem como alguns tipos de tijolos
refratários.

2.5.4.Fundição em Fita

Nesta técnica, lâminas finas de uma fita flexível são produzidas através de um processo
de fundição. Essa lâminas são separadas a partir de suspensões, semelhante à fundição em
suspensão.
Essa técnica é largamente utilizada na produção dos substratos cerâmicos usados em
circuitos integrados e capacitores multicamadas. Observa-se a seguir o processo de
fundição em fita.
Fonte de ar quente

Fonte de suspensão

Lâmina afilada

Bobina de
Estrutura de suporte coleta do
material
Bobina do filme do substrato

3. Polímeros

3.1. Introdução

Assim como as cerâmicas, polímeros naturais presentes em plantas e animais são utilizados
desde os primórdios da civilização. No último século iniciou-se uma revolução no desenvolvimento
de polímeros sintéticos possibilitada por modernas ferramentas para determinação de estruturas
moleculares deste grupo de materiais. Em algumas aplicações partes de metal e de madeira foram
substituídas por plásticos, que têm propriedades satisfatórias e podem ser produzidos a um custo
mais baixo. Muitos dos nossos úteis plásticos, borrachas e materiais de fibras são polímeros
sintéticos. Não diferentes dos outros tipos de materiais, as propriedades dos polímeros estão
intrinsecamente relacionadas a sua microestrutura.
Os polímeros são compostos químicos, em geral orgânicos, de elevada massa molecular
(macromolécula) resultantes de reações químicas de polimerização; esta reação consiste na ligação
em cadeia das sub-unidades dos polímeros, chamados monômeros. O número de unidades
estruturais repetidas numa macromolécula é chamado grau de polimerização. Em geral, os
polímeros contêm os mesmos elementos nas mesmas proporções relativas que seus monômeros,
mas em maior quantidade absoluta.

3.2. Moléculas Poliméricas

As moléculas nos polímeros são macromoléculas. Dentro de cada molécula, os átomos estão
ligados entre si por ligações interatômicas covalentes.
Para a maioria dos polímeros, estas moléculas estão na forma de cadeias longas e flexíveis, cuja
cadeia principal é constituída por uma sequência de átomos de carbono. Estas moléculas longas são
compostas de entidades estruturais denominadas meros, que são sucessivamente repetidas ao
longo da cadeia; um único mero é denominado monômero.

3.3. A Química das Moléculas Poliméricas


Toma-se como exemplo a reação de polimerização do etileno, para formar o polietileno.
Observa-se abaixo.
1.5. Unidade de

Onde R representa ou um grupo orgânico (CH 3, C2H5, C6H5, ...) ou um átomo (H, Cl, F, ...).

Algumas definições acerca da organização das cadeias poliméricas devem ser destacadas:
Homopolímeros: denominação dada a cadeia polimérica na qual todas as unidades repetitivas
ao longo de uma cadeia são todas do mesmo tipo.
Copolímeros: cadeias poliméricas compostas de duas ou mais diferentes unidades de meros são
chamadas copolímeros.

3.4. Peso Molecular

O peso molecular dos polímeros é comumente expresso como peso molecular numérico (
Ḿ n) e peso molecular ponderal ( Ḿ p). Seguem a equações:

Ḿ n= 𝛴xiMi

Ḿ p= 𝛴wiMi

Onde Mi representa o peso molecular médio (central) da faixa de tamanho i, x i é a fração do número de total das
cadeias na faixa de tamanhos correspondente e w i é a fração em peso das moléculas do mesmo intervalo de
tamanhos.

O grau de polimerização, então, é calculado da seguinte forma:

Ḿ n
GP =
m
Onde m é o peso molecular da unidade repetida.

3.5. Forma Molecular

Ligações simples de cadeia são capazes de rotação e flexão nas três dimensões. Assim,
uma única molécula de cadeia composta de muitos átomos de cadeia pode apresentar flexões,
torções, que estão em função da estrutura e natureza química dos meros. Isto conduz a um
intenso emaranhamento das moléculas de cadeias vizinhas. Estes emaranhados moleculares
são responsáveis por importantes características de polímeros, que incluem as grandes
extensões elásticas exibidas por materiais de borracha, além de algumas características
mecânicas e térmicas dos polímeros. A seguir são apresentados exemplos de rotações da
cadeia e uma cadeia polimérica emaranhada.
distância de ponta-a-ponta

3.6. Estrutura Molecular

Observam-se abaixo as estruturas moleculares de cadeias poliméricas mais comuns.

1.7. Polímeros Lineares 1.6. Polímeros Ramificados

1.9. Polímeros com ligações 1.8. Polímeros em rede


cruzadas tridimensional
3.7. Polímeros Termoplásticos e Termofixos

Classificam-se os polímeros em termoplásticos ou termofixos (termorígidos) de acordo com sua


resposta à aplicação de forças mecânicas em temperaturas elevadas.
Termoplásticos: amolecem e se liquefazem quando são aquecidos e endurecem quando são
resfriados; caracterizando processos reversíveis e que podem ser repetidos. Estruturalmente,
quando é fornecido calor às moléculas, primeiramente as ligações intermoleculares (ligações
secundárias) são quebradas, ocasionando o amolecimento do polímero. Posteriormente, com a
contínua aplicação de calor, o composto é liquefeito pela quebra das ligações intramoleculares
(ligações primárias).
Termofixos: estes se tornam permanentemente rígidos quando são formados e não amolecem
com um aquecimento subseqüente. Isso pode ser explicado pelo fato desses compostos possuírem
uma alta densidade de ligações secundárias covalentes entre as cadeias (ligações cruzadas). Dessa
forma, durante tratamentos térmicos, essas ligações prendem as cadeias poliméricas umas às
outras, minimizando os movimento vibracionais gerados pelo aumento da temperatura, logo, não
amolecem.

3.8. Copolímeros

Copolímeros podem ser classificados de três formas diferentes, de acordo com a sequência dos
monômeros nas cadeias poliméricas. Observam-se abaixo os três tipos (os círculos laranjas e
azuis representam monômeros distintos).

(a): copolímeros aleatórios


(b): copolímeros alternados
(c): copolímeros em blocos
(d): copolímeros exertados

3.9. Cristalinidade dos Polímeros


Devido ao seu tamanho e complexidade, as moléculas de polímeros são muitas vezes
apenas parcialmente cristalinas (ou semicristalinas), possuindo regiões cristalinas dispersas
dentro do remanescente material amorfo. Qualquer desordem da cadeia ou desalinhamento da
cadeia resultará numa região amorfa, uma condição que é bastante trivial, visto que torções e
emaranhamentos das cadeias previnem o ordenamento das estruturas cristalinas.
A densidade de um polímero cristalino será maior do que aquela de um polímero amorfo do
mesmo material e mesma massa molecular, uma vez que as cadeias estão mais estreitamente
empacotadas entre si para a estrutura cristalina. Pode-se, a partir dessa propriedade, calcular o
grau de cristalinidade da seguinte forma:
ρc (ρe – ρa )
% cristalinidade = x 100
ρe (ρc – ρa )

Onde ρe é a densidade de uma amostra para a qual a porcentagem de cristalinidade se quer


determinar, ρa é a densidade do polímero totalmente amorfo e ρc é a densidade do polímero
perfeitamente cristalino.
O grau de cristalinidade pode variar desde completamente amorfo até quase inteiramente
cristalino (até cerca de 95%). O grau de cristalinidade de um polímero depende da taxa de
resfriamento durante a solidificação bem como da configuração da cadeia. Durante a
cristalização no resfriamento através da temperatura de fusão, as cadeias, que são altamente
randômicas e emaranhadas no líquido viscoso, devem assumir uma configuração ordenada. Para
que isto ocorra, suficiente tempo deve ser permitido para as cadeias se movam e se alinhem.
A química molecular, bem como a configuração de cadeia também influenciam a capacidade
de um polímero de se cristalizar. Cristalização não é favorecida em polímeros com estruturas
complexas de meros. Por outro lado, a cristalização ocorre facilmente em polímeros
quimicamente simples, mesmo para velocidades de resfriamento muito rápidas.
Para polímeros lineares, cristalização é facilmente realizada porque virtualmente não
existem restrições para prevenir o alinhamento da rede. Quaisquer ramos laterais interferem na
cristalização, de maneira que polímeros ramificados nunca são altamente cristalizados, além
disso, quanto mais volumosos ou quanto maiores forem os grupos de átomos ligados
lateralmente menor será a tendência à cristalização.
Para copolímeros alternados e em bloco existe alguma probabilidade de cristalização. Por
outro lado, copolímeros aleatórios e enxertados são normalmente amorfos.
Polímeros cristalinos são usualmente mais fortes e mais resistentes à dissolução e
amolecimento por calor.

3.10.Cristais Poliméricos

Alguns modelos foram propostos para descrever o arranjo especial de cadeias moleculares
em cristais de polímeros.
No modelo de miscela-franjeada foi proposto que um polímero semicristalino consiste de
pequenas regiões cristalinas (micelas), cada uma tendo um alinhamento preciso, embutidas
dentro de uma matriz amorfa composta de moléculas aleatoriamente orientadas. No modelo
da cadeia dobrada, as estruturas cristalinas podem também podem se organizar em lamelas
regulares e se dobram em camadas. Muitos polímeros volumosos que são cristalizados a partir
de um líquido formam esferulitas, cada esferulita pode crescer para se tornar esférica em
forma. Esta estrutura consiste em um agregado de lamelas de cadeia dobrada que se irradia a
partir do centro de cada unidade esferulítica. Mostram-se abaixo as estruturas dos modelos de
cadeia dobrada e as esferulitas.

1.10. Dire
ção do crescimento Cristalito lamelar com
cadeias dobradas

Material amorfo

Molécula de ligação

Sítio de nucleação

Contorno interesferulítico

Estrutura da cadeia dobrada

3.11.Comportamento Mecânico dos Polímeros

3.11.1. Comportamento Tensão-Deformação


As características mecânicas de polímeros, em sua maior parte, são altamente sensíveis
à taxa de deformação, à temperatura e à natureza química do ambiente (a presença de
água, oxigênio e solventes orgânicos). De forma geral o comportamento tensão-
deformação pode ser descrito pelas três curvas do gráfico a seguir.
Tensão (MPa)

Tensão (103 psi)


Deformação

Curva A: Caráter tensa-deformação para um polímero frágil, o material sofre fraturas com a
deformação elástica.
Curva B: A deformação inicial é elástica, a qual é seguida pelo escoamento e por uma região de
deformação plástica. Caracteriza o comportamento de materiais plásticos.
Curva C: Esta deformação exibida é totalmente elástica. Esta elasticidade, caracterizada por grandes
deformações recuperáveis produzidas sob baixas tensões, é exibida por uma classe de polímeros
denominada elastômeros.
É relevante ressaltar também que as características mecânicas de polímeros são muito sensíveis
a mudanças de temperatura ao redor da temperatura ambiente. Observa-se o comportamento
mecânico dos polímeros com a mudança de temperatura no gráfico abaixo.
Tensão (MPa)

Tensão (103 psi)

Deformação
3.11.2. Deformação Macroscópica
A curva do gráfico tensão-deformação a seguir ilustra o comportamento da
deformação macroscópica de materiais poliméricos semi-cristalinos.

Tensão

Deformação

No ponto superior de escoamento, forma-se um pequeno pescoço dentro da seção de


extensão da amostra. Dentro deste pescoço, as cadeias ficam orientadas, o que conduz ao
fortalecimento (pico). Consequentemente existe uma resistência à continuada
deformação neste ponto, e o alongamento da amostra por propagação desta região de
pescoço ao longo do comprimento de extensão; o fenômeno de orientação da cadeia
acompanha esta extensão do pescoço. E, é evidente que, uma vez formado o pescoço,
toda a subsequente deformação é estabelecida dentro da região do pescoço.

3.11.3. Deformação Viscoelástica

A viscoelásticidade é a denominação do comportamento sob tensão pequenas de


sólidos semi-cristalinos que estão submetidos a temperaturas intermediárias á
temperatura de transição vítrea e a temperatura de fusão. Esse comportamento é
caracterizado pelas borrachas. Quando tensões são aplicadas, a deformação elástica é
instantânea, o que significa que a deformação total ocorre no instante em que a tensão é
aplicada ou aliviada, isto é, a deformação é independente do tempo. Após o alívio da
tensão externa, a deformação é totalmente recuperada.
O comportamento viscoelástico de polímeros está diretamente relacionado tanto com
tempo quanto com a temperatura. Medições de relaxação de tensão são utilizadas para
quantificar essa dependência. Com estes testes, uma amostra é inicialmente deformada
rapidamente em tração até um predeterminado e relativamente baixo nível de
deformação. A tensão necessária para manter esta deformação é medida como uma
função do tempo, enquanto a temperatura é mantida constante. Verifica-se que a tensão
decresce com o tempo devido a processos de relaxação molecular que ocorrem dentro do
polímero. Nós podemos definir um módulo de relaxação E r(t), que é um módulo elástico
dependente do tempo para polímeros viscoelásticos, como
σ (t)
Er(t) =
ϵ0
Onde σ (t ) é a tensão dependente do tempo que está sendo medida e ϵ 0é o nível de
deformação mantido constante.
Além disso, a magnitude do módulo de relaxação é uma função da temperatura. Para
representar essa dependência, medições isotérmicas de relaxação de tensão devem ser
conduzidas ao longo de uma faixa de temperaturas.
Abaixo se observa um gráfico do módulo de relaxação em função da temperatura.

Módulo de Relaxação, Er (10)(MPa) 1.11. 1.12.

Módulo de Relaxação (psi)


Vítreo

Coriáceo

Borrachoso

Escoamento borrachoso

Escoamento viscoso
(líquido)

Temperatura (°F)

Onde Tg é a temperatura de transição vítrea e Tm é a temperatura de fusão.

3.11.4. Fratura de Polímeros

Resistências à fratura de materiais poliméricos são baixas em relação àquelas de metais


e de cerâmicas. Como uma regra geral, o modo de fratura em polímeros termorrígidos é
frágil. Ligações covalentes no reticulado ou na estrutura cruzadamente ligada são
quebradas durante a fratura. Para polímeros termoplásticos, são possíveis tanto o modo
dúctil quanto o modo frágil e muitos desses materiais são capazes de experimentar um
comportamento intermediário entre dúctil e frágil. Citam-se como fatores que favorecem
a fratura dúctil a redução na temperatura, o aumento na taxa de deformação e a presença
de entalhe abrupto. Termoplásticos vítreos são frágeis a temperaturas relativamente
baixas; à medida que a temperatura é aumentada, eles se tornam dúcteis na vizinhança de
suas temperaturas de transição vítrea e experimentam escoamento plástico antes da
fratura.

3.11.5. Características Mecânicas Diversas

a) Resistência ao Impacto:
Polímeros cristalinos e amorfos são frágeis a baixas temperaturas e ambos têm
relativamente baixas resistências ao impacto. Entretanto, eles experimentam um
comportamento intermediário, entre dúctil e frágil, ao longo de uma faixa de
temperatura relativamente estreita. De forma geral, a resistência ao impacto
decresce gradualmente com o aumento da temperatura, uma vez que o polímero
começa a se amolecer.

b) Fadiga:
Fadiga ocorre em níveis de tensão que estão abaixo do limite de escoamento.
Polímeros podem experimentar falha por fadiga sob condições de carregamento
cíclico. Como poderia ser esperado, resistências à fadiga e limites de fadiga de
materiais poliméricos são muito menores do que aqueles de metais.

c) Resistência ao Rasgamento e Dureza:


Capacidade de resistir ao rasgamento é uma importante propriedade de alguns
plásticos, especialmente daqueles usados para filmes finos em embalagem. O
parâmetro mecânico que é medido é a energia requerida para rasgar (romper)
uma amostra.

3.12.Fatores que Influenciam as Propriedades Mecânicas dos Polímeros Semicristalinos

Peso Molecular: A magnitude do módulo de tração não é influenciado diretamente pelo peso
molecular. Contudo, o limite de resistência à tração aumenta com o aumento da molecular.

Grau de cristalinidade: O grau de cristalinidade pode ter uma influência bastante significativa
sobre as propriedades mecânicas de polímeros, uma vez que ele afeta a extensão das ligações
secundárias. Nas regiões cristalinas, onde as cadeias moleculares estão densamente
compactadas em um arranjo ordenado e paralelo, existe normalmente uma grande quantidade
de ligações secundárias entre os segmentos adjacentes das cadeias. Essas ligações secundárias
são muito menos influentes nas regiões amorfas, em virtude do desalinhamento das cadeias.
Dessa forma, o módulo de tração dos polímeros semicristalinos aumenta significativamente com
o grau de cristalinidade. Além disso, o aumento da cristalinidade de um polímero geralmente
também aumenta a sua resistência, o que torna o material mais frágil.

Pré-deformação por estiramento: O estiramento nada mais é do que o endurecimento do


material após a aplicação de uma tração pré-determinada. É uma importante técnica de
enrijecimento e aumento da resistência mecânica, que é empregada na produção de fibras e
filmes.
Tratamento térmico: Também denominado recozimento, esse procedimento em polímeros
semicristalinos pode levar a um aumento na porcentagem de cristalinidade e no tamanho e na
perfeição das lamelas e das esferulitas da microestrutura. O tratamento térmico tem como
resultados o aumento no módulo de tração, aumento no limite de escoamento e redução da
ductilidade.

3.13. Tipos de Polímeros


3.13.1. Plásticos
Possivelmente grande parte dos materiais poliméricos se enquadra dentro da
classificação de plásticos. Polietileno, polipropileno, cloreto de polivinila, poliestireno e os
fluorcarbonos, epoxes, fenólicos e poliésteres podem ser todos classificados como
plásticos. Alguns plásticos são muito rígidos e frágeis; outros são flexíveis, exibindo
deformações tanto elásticas quanto plásticas quando tensionados e, às vezes, apresentam
considerável deformação antes da fratura.
Polímeros classificados como plásticos podem possuir qualquer grau de cristalinidade e
todas as estruturas e configurações moleculares são possíveis para essa classe. Materiais
plásticos podem ser termoplásticos ou termorrígidos; de fato, esta é a maneira na qual
eles são usualmente sub-classificados.
Uma característica bem explorada dos plásticos é a sua transparência ótica, presente em
materiais de estrutura predominantemente amorfa, como a do poliestireno e
polimetilmetacrilato. Esses compostos poliméricos também são utilizados como
revestimento em utensílios de cozinha antiaderentes, em mancais e buchas, e para
componentes eletrônicos. Essa característica está presente nos fluorcarbonos, que
possuem baixo coeficiente de fricção e são extremamente resistentes ao ataque de
reagentes químicos, mesmo em temperaturas relativamente altas.

3.13.2. Elastômeros

A propriedade mais evidente dos materiais elastoméricos é a sua elasticidade semelhante


à de uma borracha. Ou seja, possuem a habilidade de sofrerem grandes deformações e
voltarem ao estado inicial rapidamente. Isso resulta de ligações cruzadas no polímero, que
proporcionam uma força para que as cadeias retornem às suas conformações não
deformadas. Seus módulos de elasticidade são muito pequenos e, além disso, variam em
função da deformação, uma vez que a curva tensão-deformação desses materiais não é
linear.
Para a obtenção de polímeros elastoméricos há a necessidade de haver uma alta
densidade de ligações cruzadas na estrutura do material. Dessa forma, muitas vezes essas
ligações cruzadas são adquiridas através de reações químicas de vulcanização. Que
consistem em reagir, sob fonte de calor, compostos de enxofre, onde as moléculas de
enxofre são responsáveis pela formação das ligações intermoleculares cruzadas. A seguir
observa-se o efeito da vulcanização no gráfico tensão-deformação.

Tensão (MPa)

Tensão (103 psi)


Vulcanizada

Não vulcanizada

Deformação

3.13.3. Fibras
Os polímeros em fibras são capazes de ser estirados em longos filamentos tendo pelo
menos uma razão comprimento-diâmetro de 100:1. Muitos polímeros em fibras
comerciais são utilizados na indústria têxtil, sendo trançados em forma de telas ou tecidos.
Para ser útil como um material têxtil, um polímero fibra deve resistir à aplicação de uma
variedade de deformações mecânicas - estiramento, torção, cisalhamento e abrasão. Ou
seja, elas devem ter uma alta resistência à tração e um alto módulo de elasticidade. Estas
propriedades são governadas pela química das cadeias de polímeros e também pelo
processo de estiramento de fibra. Para atender a todas essas qualidades, espera-se de
uma fibra: alta massa molecular, alto grau de cristalinidade e cadeias lineares e não-
ramificadas que sejam simétricas e tenham unidades mero regularmente repetitivas.
Devido a sua utilização na manufatura de tecidos, polímeros fibra devem exibir
estabilidade química a uma bastante extensa variedade de ambientes, incluindo ácidos,
bases, descorantes (alvejantes), solventes de lavagem a seco e à luz do sol. Além disso,
esses materiais devem ser relativamente não-inflamáveis e acessíveis à secagem.

3.13.4. Aplicações Diversas

a) Revestimentos:
Revestimentos são frequentemente aplicados às superfícies de materiais para
protegê-las do ambiente em que está inserida (ambientes químicos corrosivos),
melhorar sua aparência, como item de acabamento, agir como isolante elétrico.
Os materiais de revestimentos poliméricos são, de forma geral, de origem
orgânica. Estes compostos são apresentados no dia-a-dia das seguintes formas :
tintas, vernizes, esmaltes e lacas.
b) Adesivos
Um adesivo é uma substância usada para unir superfícies de duas superfícies
sólidas para produzir uma junta com uma alta resistência ao cisalhamento. As
forças de ligação entre o adesivo e as superfícies aderentes são de natureza
eletrostática, similares às forças de ligação secundárias entre as cadeias
moleculares nos polímeros termoplásticos. Uma desvantagem desses materiais
poliméricos é sua baixa resistência ao calor.

c) Filmes
Características importantes dos materiais produzidos e usados como filmes
incluem baixa densidade, um alto grau de flexibilidade, uma alta resistência à
tração e ao rasgamento, resistência ao ataque pela umidade e outros produtos
químicos e baixa permeabilidade a alguns gases, especialmente vapor de água.
Alguns dos polímeros que atendem estes critérios e são fabricados na forma de
filmes são polietileno, polipropileno, celofane e acetato de celulose.
São usados extensivamente como bolsas para embalagens de produtos
alimentares e produtos têxteis.

d) Espumas
Materiais plásticos muito porosos são produzidos num processo chamado
“espumação”.Tanto materiais termoplásticos quanto materiais termorrígidos
podem ser produzidos em forma de espuma mediante inclusão na batelada de um
agente soprador que, no aquecimento, se decompõe com a liberação de um gás.
Bolhas de gás são geradas através de toda a massa agora fluída, que remanescem
como poros no resfriamento e dão origem a uma estrutura esponjosa. O mesmo
efeito é produzido pelo borbulhamento de um gás inerte através de um material
enquanto estiver num estado fundido.
Alguns dos polímeros espumados comuns são poliuretano, borracha,
poliestireno e cloreto de polivinila. Espumas são comumente usadas como
colchões em automóveis e móveis bem como em embalagem e isolamento
térmico.

3.14. Síntese e Processamento de Polímeros

3.14.1. Polimerização

A síntese dos polímeros de grande massa molecular é denominada polimerização; ela é


simplesmente o processo pelo qual unidades monoméricas são juntadas entre si e sobre o
produto da polimerização anterior, a fim de gerar as macromoléculas.
a) Polimerização por adição: É um processo pelo qual unidades monoméricas são
anexadas uma de cada vez na forma de uma cadeia para formar uma
macromolécula linear; a composição da molécula produto resultante é um exato
múltiplo daquela do monômero reagente original.

b) Polimerização por condensação: Polimerização por condensação consiste na


formação de polímeros por reações químicas intermoleculares em etapas que
normalmente envolvem mais de uma espécie monomérica; existe usualmente um
subproduto de pequena massa molecular tal como água, que é eliminado.
Nenhuma das espécies reagentes tem a fórmula química unidade repetidora do
mero e reação intermolecular ocorre cada vez que uma unidade repetidora do
mero se forma.

3.14.2. Aditivos para Polímeros

a) Cargas:
São adicionados aos polímeros para melhorar suas resistências à tração, à
compressão, à abrasão; aumentar a tenacidade, a estabilidade dimensional e
térmica. Materiais usados como cargas incluem o pó de serra, farinha de sílica,
areia de sílica, vidro, argila, talco, calcário, entre outros.

b) Plastificantes:
A flexibilidade, ductilidade e tenacidade de polímeros podem ser melhoradas com
a ajuda de aditivos chamados plastificantes. Sua presença também produz
reduções na dureza e rigidez. Plastificadores são geralmente líquidos tendo baixas
pressões de vapor e pequenas massas moleculares. As pequenas moléculas de
plastificantes ocupam posições entre as grandes cadeias do polímero,
efetivamente aumentando a distância entre as cadeias poliméricas, reduzindo,
assim, a densidade de ligações intermoleculares secundárias. Plastificadores são
comumente usados em polímeros que são intrinsecamente frágeis à temperatura
ambiente, tais como cloreto de polivinila e alguns copolímeros acetatos.

c) Estabilizadores:
Impedem que os polímeros sejam degradados naturalmente principalmente pelo
oxigênio do ar e pela radiação ultravioleta.

d) Corantes:
Conferem uma cor específica aos polímeros.

e) Retardadores de chama:
A flamabilidade de materiais poliméricos é uma grande preocupação,
especialmente na manufatura de tecidos e de brinquedos de crianças. Muitos
polímeros são inflamáveis em sua forma pura. Estes retardantes podem funcionar
interferindo no processo de combustão através da fase gasosa, ou iniciando uma
reação química que causa um resfriamento da região de combustão e a cessação
da queima.

3.14.3. Técnicas de Conformação para Plásticos

Fabricação de materiais poliméricos normalmente ocorre a elevadas temperaturas e às


vezes por aplicação de pressão. Termoplásticos são conformados acima de sua
temperatura de transição vítrea, e uma pressão aplicada deve ser mantida enquanto a
peça é resfriada até abaixo de Tg de maneira que o artigo conformado retenha sua forma
enquanto ainda macio e esteja num estado plástico. Um benefício econômico do uso de
termoplásticos é que eles podem ser reciclados: sucatas de peças termoplásticas podem
ser refundidas e remodeladas.
Fabricação de polímeros termorrígidos é realizada em dois estágios. Primeiro vem a
preparação de um polímero linear como um líquido, tendo uma pequena massa
molecular. Este material é convertido no produto final duro e rígido durante o segundo
estágio, que é normalmente realizado num mold. Este segundo estágio, denominado
"cura", pode ocorrer durante aquecimento, eventualmente com a adição de catalisador, e
às vezes sob pressão. Durante a cura, mudanças químicas e estruturais ocorrem num nível
molecular; uma estrutura cruzadamente ligada ou de rede se forma. Após a cura,
polímeros termorrígidos podem ser removidos do molde enquanto ainda quente, uma
vez que são agora dimensionalmente estáveis. Termorrígidos não podem ser reciclados,
não se fundem, são usáveis a temperaturas maiores do que os termoplásticos, e são
quimicamente mais inertes.

a) Moldagem por Compressão e Transferência:


Para moldagem por compressão, as apropriadas quantidades de inteiramente
misturados polímero e os necessários aditivos são colocados entre os membros
macho e fêmea do molde, como ilustrado na Figura 16.15. Ambas as peças de
molde são aquecidas; entretanto, apenas uma é móvel. O molde é fechado e
calor e pressão são aplicados, causando o material plástico a se tornar viscoso e
ser conformado à forma do molde. Esta técnica de moldagem presta-se para a
fabricação de polímeros tanto termoplásticos quanto termorrígidos. Observa-se
essa técnica no esquema abaixo.

Cursor

Aquecimento e resfriamento Macho


Pino-guia
Composto a ser moldado
Aquecimento e resfriamento Cavidade do molde
Base do molde Cursor

Pistão hidráulico

b) Moldagem por Injeção:


É a técnica mais largamente usada para a fabricação de materiais
termoplásticos. O material é carregado para dentro de um cilindro pelo
movimento de um êmbolo ou pistão. Esta carga é empurrada para dentro de
uma câmara de aquecimento, onde o material termoplástico se funde para
formar um líquido viscoso. A seguir, o plástico fundido é impelido, de novo
movimento do êmbolo, através de um bocal para dentro da cavidade de um
molde vedado; pressão é mantida até que o material em moldagem tenha se
solidificado. Finalmente, o molde é aberto, a peça é ejetada, o molde é fechado
e todo o ciclo é repetido. Provavelmente, o fato mais evidente desta técnica é a
velocidade na qual peças podem ser produzidas. Polímeros termorrígidos
podem também ser moldados por injeção. Segue a seguir o esquema dessa
técnica.

1.13. Moega
Molde Bico injetor
Espalhador
Câmara de aquecimento

Pressão hidráulica

Câmara de aquecimento

c) Extrusão:
O processo de extrusão é simplesmente a moldagem por injeção de um
termoplástico viscoso através de uma matriz de extremidade aberta. Um
parafuso mecânico propele através de uma câmara o material peletizado, que é
sucessivamente compactado, fundido e conformado numa contínua carga de
fluido viscoso. Extrusão ocorre à medida em que esta massa fundida é forçada
através do orifício de uma matriz. A solidificação do material é acelerada por
sopradores ou água justo antes de passar num transportador móvel. A técnica
é especialmente adaptada para produzir comprimentos contínuos tendo
geometrias de seção reta constantes, como hastes, tubos, canais de mangueira,
folhas e filamentos. Observa o esquema abaixo.

Moega de alimentação Aquecedores Matriz de conformação


Péletes de plástico

Rosca transportadora Plástico fundido Extrusado


Tambor

4. Referências

Sítios eletrônicos acessados ente os dias 13 e 17 de junho de 2010:

 http://www.cdcc.usp.br/exper/medio/quimica/9bpolimerosg.pdf

 http://www.ima.ufrj.br/uploads/2010/01/30/o-que-sao-polimeros-sinteticos.pdf
CALLISTER, W. D., Jr. Ciência e Engenharia de Materiais: uma Introdução. 7ª Edição. Rio de Janeiro: LTC,
2008.

Richerson, D. W. Modern Ceramic Engineering: properties, processing, and use in design. 2 ª Edição.

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